fauna e flora da estação de tratamento de água e esgoto

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1 Águas de Juturnaíba

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1 Águas de Juturnaíba

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3 Águas de Juturnaíba

O primeiro princípio do design ecológico é que “resíduo é igual a alimento”. O maior confl ito entre ecologia e economia, deriva-se do fato de que os ecossistemas naturais são cíclicos, não geram nenhum resíduo excedente, enquanto nossos sistemas industriais são lineares, descartam resíduos tanto na produção, como no consumo. (Capra F)

A iniciativa de imitar os ciclos naturais em sistemas integrados de tratamento de esgotos domésticos é recente no Brasil e vem sendo aplicado nos últimos 25 anos por ONGs ambientais, agências de água e esgoto, iniciativas governamentais e principalmente por domicílios privados e em ecovilas com relativo sucesso.

Para a remoção de nutrientes (fósforo) de águas residuais de estações de tratamento de esgoto (ETE), é exigido tratamento em nível terciário, onde para além da remoção de nutrientes propriamente dita, ocorre remoção de matéria orgânica residual,

Fauna e Flora da Estação de Tratamento de Água e Esgoto

(ETE), Araruama – RJ

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4Águas de Juturnaíba

organismos patogênicos ou outro constituinte indesejável. Com o tratamento terciário é possível reutilizar o efl uente tratado, cuja qualidade depende do tipo de reutilização pretendida: usos urbanos não potáveis, utilizações recreativas/ornamental, usos industriais, construção civil, rega ou irrigação ou, mais exigente mas também possível, para consumo humano (Azevedo R.T).

Nos vários estudos já realizados na tentativa de pós-tratar efl uente de estações de tratamento de esgotos, o sistema wetland destaca-se pela sua capacidade de remover carga poluidora, manter a conservação dos ecossistemas terrestres e aquáticos, reduzir o aquecimento global da terra, fi xar o carbono do meio ambiente, mantendo o equilíbrio do CO2, além de conservar a biodiversidade ( Denny, 1997 ).

No contexto de tratamento de águas residuárias, wetland são ecossistemas que funcionam como receptores de águas naturais e águas produzidas por atividades antrópicas. Os wetland naturais são conhecidos como terras úmidas, brejos, várzeas, pântanos, manguezais e lagos rasos.

Os wetland construídos são sistemas artifi cialmente projetados para utilizar plantas aquáticas (macrófi tas) em substratos como areia, cascalhos ou outro material inerte, onde ocorre a proliferação de biofi lmes que agregam populações variadas de microrganismos os quais, por meio de processos biológicos, químicos e físicos, tratam águas residuárias e promovem o aporte e sustento para variadas espécies.

Nesse intuito que apresentamos a Estação de Tratamento de Esgoto de Araruama com o sistema complementar de Wetland, para tratamento terciário de efl uentes doméstico, o objetivo desse trabalho é apresentar as espécies que habitam a estação. Vale ressaltar que as espécies que ali vivem, encontraram um ambiente propício ao seu sustento.

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CAPACIDADE DE TRATAMENTO: 200 Litros/segundoARÉA INSTALADA: 6,8 Hectares

INAUGURAÇÃO: Agosto 2005

INAUGURAÇÃO DO SISTEMA DE WETLAND: Fevereiro 2009

FLUXOGRAMA DO PROCESSO:

Tratamento Preliminar

Esgoto Bruto

Wetland

Gradeamento Lagoas deaeração

Lagoas desedimentação

Tratamento Primário

Tratamento Terciário

Esgoto Tratado

Tratamento Secundário

Lagoa de Araruama

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Flora da Estação de Tratamento de Esgotos (Ete) Araruama - RJ

Acrostichum cf. danaeifoliumlangsd. & fi sch.

Samambaia gigante do BrejoPteridophytas - pteridaceae

Nenhuma outra samambaia representa melhor o grupo nos ambientes de restinga e manguezal do que esta espécie, que é uma herbácea robusta, com folhagem resistente e volumosa, presente em toda a América tropical. Suas folhas eretas podem ter de 1 a 2,5 m de comprimento.A samambaia-gigante-do-brejo é encontrada em estado nativo em manguezais, restintas e locais encharcados (daí o nome popular).

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Blechnum sp.

Pteridophyta – Blechnaceae

Gênero que conta com umas 150-220 espécies. Tem uma distribuição Cosmopolita. A maior diversidade de espécies encontra-se em Zonas Tropicais do hemisfério sul.

A maioria das plantas são herbáceas mas umas poucas espécies são arborescentes de até 3m de altura

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Salvinia auriculata Aubl.

Savau, SalviniaPteridophyta –Salvinaceae

Planta bastante frequente em maniciais de água parada, bem como canais com pouca mo.vimentação. Forma grandes infestações que cobrem toda a superfície da água, bloqueando a passagem da luz solar e interferindo no ecossistema aquatico. Sob condições ótimas de calor e nutrientes dispersos na água, chegando a produzir 650g de biomassa seca por m2 por ano

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Pistia stratiotes L.

Alface D’águaAngiosperma – Araceae

Planta aquática amplamente distribuídas em todos os trópicos, onde tem limitado o uso de mananciais aquáticos. Seus maiores danos ocorrem em mananciais poluidos, cobrindo geralmente toda a superfície da água e alterando o ecossistema aquático. É muito empregada como ornamental de onde escapa para os mananciais

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Cyperus giganteus Vahl

PapiroAngiospermae – Cyperaceae

Planta típica de terrenos pantanosos de quase todo o país. Ocorre também em margens de lagos rasos, onde lentamente dominam o espelho d’água. Forma geralmente infestações densas com população pura, depositando no local elevada biomassa que para a decomposição consome todo o oxigênio disolvido na água.

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Hydrocotyle bonariensis Lam.

Para sol, Erva CapitãoAngiosperma – Umbelliferae

Planta daninha aquática ou de solos pantanosos mediamente frequente em quase toso o pais.

Ocorre também em solos secos e até na areia das restingas e praias da Costa Atlantica, onde é particulamente mais frequente. Infesta gramados, jardins e áreas desocupadas. É considerada tóxica e medicinal.

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Eleocharis interstincta (Vahl) roem. & schult.

JunquinhoAngiosperma- Cyperaceae

Planta daninha mediamente freqüentes em ambientes aquáticos, como beira de lagoas, canais de drenagem e banhados de quase todo o pais.

Ë particularmente freqüente em planície litorânea. Pode crescer tanto em brejos com em lagoas com até 20 cm de profundidade. Muito rústica, forma geralmente infestações densas de população quase pura.

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Typha angustifolia L.

Taboa, Paineira do BrejoA n g i o s p e r m a - Typhanaceae

Planta daninha aquática muito freqüente em margens de lagos, lagoas ou represas, canais de drenagem e baixadas pantanosas em geral. É bastante vigorosa, chegando a produzir 7 mil kg de rizomas por há. Seus rizomas são comestíveis, possuindo um teor de proteína igual ao do milho e de carboidrato iguais aos da batata. A folha fornece fi bra para o fabrico de papel.

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Cajanus cajan (L) millsp

Feijão GuandúAngiosperma- Fabaceae

O guandu é uma planta com capacidade de fi xar elevada quantidade de nitrogênio no solo. Devido à sua raiz pivotante ser bastante agressiva, penetrando em solos compactos e adensados, é uma espécie bastante útil na descompactação de solos.

Utilizados na alimentação humana; a sua forragem também é bastante apreciada pelos animais e apresenta, na fase de fl orescimento, teores que variam de 10 a 16% de proteína bruta.

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Mimosa caesalpiniaefolia benth.

Sabiá, Sansão do CampoAngiosperma- Fabaceae

É utilizada como quebra-vento ou cerca-viva. É comum a sua

utilização para cercar sítios, indústrias, loteamentos e áreas de mineração. Nesta última, tem a função de minimizar alguns impactos gerados pela atividade, tais como o impacto visual e a poeira. As cercas-vivas oferecem proteção como se fossem um “muro”, que impossibilita a visualização do

empreendimento e a entrada de pessoas estranhas e animais, além do aspecto paisagístico.

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Cecropia glaziovi snethlage

Embaúba VermelhaAngiosperma- Cecropiaceae

É uma espécie pioneira da Mata Atlântica cujas folhas servem de alimento a bichos-preguiça e seus frutos, a pássaros e morcegos.

Muitas embaúbas abrigam em seus troncos formigas agressivas do gênero Azteca,

atraídas pela planta, que lhes fornece abrigo e alimento, através de estruturas que produzem secreção doce, localizadas na base das folhas.

Em troca, as formigas ajudam na proteção da árvore, atacando insetos que

tentem se alimentar das folhas.

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Parthenium hysterophorus L.

Losma Branca, FazendeiroAngiosperma- Compositae

Planta daninha de mediana importância na agricultura, ocorrendo principalmente em lavouras perenes, pomares, pastagens, terrenos baldios e beira de estrada. Como se trata de uma espécie de introdução mais ou menos recente no território nacional, sua infestação vem aumentando a cada ano. Ocasionalmente infesta também lavouras anuais. Ë mais freqüente nos estados do São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. Planta rústica, vegeta quase o ano inteiro. Formando densas infestações com longo fl orescimento.

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Emilia sonchifolia (L.) DC.

Algodão de Preá, Pincel de EstudanteAngiosperma- Compositae

Planta daninha largamente espalhada por todas as regiões agrícolas do país, infestando a maioria das culturas anuais e perenes, jardins, horta caseiras e terrenos baldios. Ocorre com maior freqüência durante períodos de verão- outono. Confere às áreas infestadas uma coloração avermelhada características. Ë ocasionalmente cultivada como ornamental e empregada na medicina caseira., podendo ser consumida na salada.

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Cordia curassavica (Jacq.) roem.

Erva BaleeiraAngiosperma- Boraginaceae

Planta cultivada em todo pais para fi ns medicinais que ocasionalmente escapa ao cultivo e passa a infestar terrenos baldios, pastagens e beira de estradas. É tolerante a terrenos arenosos e úmidos, fl orescendo nos meses de verão. Apesar de preferir áreas abertas e ensolaradas, é capaz de tolerar um certo grau de sombreamento.

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Polygonum persicaria L.

Erva de Bicho, CataiaAngiosperma- Polygonaceae

Planta daninha mediamente frequente na Região Sul do pais, onde infesta principalmente lavouras anuais, pomares, jardins e beira de canais. Ocorre predominantemente em solos úmidos porém não encharcados, preferindo solos arejados e bem supridos em matéria orgânica. Ë ocasionalmente empregada na medicina caseira.

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Ludwigia octovalvis (Jacq.) p.h. raven

Cruz de MaltaAngiosperma- Onagraceae

Planta característica de solos úmidos ou alagados de todo o território brasileiro.

Pode ser encontrada geralmente infestando quadras de arroz, canais de drenagem, beira de lagoas, lagos e em áreas de pastagem situadas em várzeas úmidas. Geralmente forma altas infestações na forma de reboleira.

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Spermacoce verticillata L.

Vassourinha de Botão, Erva Botão, Falsa PoaiaAngiosperma- Rubiaceae

Planta bastante frequente em quase todo o território brsileiro, infestando principalmente áreas destinadas a pastagens, jardins, pomares, beira de estradas, carreadores e terrenos baldios. É particulamente frequente na planície ;itorânea, onde ocorre até na restinga. Ë uma das plantas mais frequentes na orla marítima do Sudeste. Ë empregada na farmacopéia popular.

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Cyperus alternifolius L.

Sombrinnha Chinesa, Palmeira UmbelaAngiosperma, Cyperaceae.

É apropriada para plantio em lugares muito úmidos e brejosos, lagos e a beira de canais, em grupos, renques ou isoladamente, em canteiros providos de matéria orgânica. Multiplica-se facilmente por divisão de touceiras e não raramente por germinação de semente.

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Hedychium coronarium j. konig

Lírio do Brejo, Jasmim do BrejoAngiosperma - Zingiberaceae

Vegeta em lugares brejosos, a pleno Sol. Cultivada como planta isolada e em conjuntos ou renques. Apropriada para margens de lagos e espelhos d´água, é uma planta palustre que pode invadir canais, riachos e outras coleções da água pouco profunda, mas o hábitat ideal é o de baixadas úmidas em regiões de temperatura elevada durante todo o ano. Invasora em solos agrícolas brejosos.

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A região Neotropical destaca-se por ser a mais biodiversa do mundo e o Brasil por representar a maior parte da América do sul incorpora uma signifi cativa parcela dessa biodiversidade (Lundberg et al., 1998). No que diz respeito ictiofauna Neotropical não é diferente, pois nela está inserida o maior sistema fl uvial do mundo (Böhlke et al., 1978), fato este que lhe concede maior importância também em número de espécies de peixes (Melo et al., 2005). Segundo McAllister et al. (1997) o Brasil além de abrigar o maior número de espécies de peixes de água doce, apresenta uma parcela considerável de espécies endêmicas. Dentro do contexto dessa complexa malha hídrica encontra-se a bacia do Atlântico leste, dentro da qual se insere o Complexo Lagunar de Saquarema Jaconé e Araruama, que merece destaque por seu tamanho e por abranger a sub-bacia da Lagoa de Araruama que é umas das maiores lagunas costeiras hipersalina do mundo, possuindo características únicas e uma ambiente muito frágil a ações antrópicas. Os peixes são organismos muito sensíveis as alterações de seu ambiente, sendo considerados excelentes bioindicadores de qualidade ambiental.

Fauna da Estação de Tratamento de água e esgoto

(ETE), Araruama – RJPEIX

ES

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Astyanax bimacultus

Lambari(Linnaeus, 1758)

Os lambaris (nome comum) pertencem a ordem dos Characiformes e são amplamente conhecidos na América do Sul. Estes peixes podem atingir 20 cm de comprimento. Estes peixes apresentam como características básicas duas manchas, sendo uma na região umeral (próxima à nadadeira peitoral), com forma ovalada e posição horizontal, e outra em forma de clava, seguindo do pedúnculo caudal à porção mediana do corpo (Garutti, 1998). Os lambaris são extremamente generalistas e adaptam-se aos mais variados habitats aquáticos (Orsi et al., 2004). Embora possuam grande adaptabilidade o lambari são sensíveis a alterações ambiental. Estudos demonstram que esta espécie pode ser dispersora secundária de sementes, fato relacionado com a preservação das matas ciliares e recuperação de habitats (Gomiero & Braga, 2003).

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Hoplias malabricus

Traíra(Bloch, 1794)

A traíra preta também é integrante da ordem Characifomes e apresenta ampla distribuição pelo Brasil, ocorrendo em todas as bacias hidrográfi cas e em todo tipo de ambiente, inclusive em áreas poluídas (Santos et al., 2006). É uma espécie de médio porte chegando a 40 cm, apresenta corpo cilíndrico e produz intensa quantidade de muco, coloração cinza-escura a amarronzada às vezes com barras angulares ao longo dos fl ancos, nadadeiras com faixas formadas por pequenas manchas escuras e claras, alternadamente (Oyakawa, 2003). A traíra é um predador de topo de cadeia, alimenta-se principalmente de outros peixes, apresenta comportamento sendentário e territorialista, possui uma coloração críptica vive comumente em águas lênticas, como lagos, margens e remansos de rios (Melo et al., 2005). As traíras suportam situações de hipóxia e um longo período de jejum (Barbieri, 1989; Rantin, 1994), conseqüentemente são comuns em ambientes degradados, porém se apresentam como um signifi cante componente ecológico, pois representam uma fonte de alimento importante para aves e repteis no período de seca (Rios et al., 2004 ).

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Hypostomus auroguttatus

Cascudo (Kner 1854)O cascudo pertence a ordem Siluriforme e apresenta-

se amplamente distribuídos pela região Neotropical. Apresentam como características morfológicas o corpo alongado e o pedúnculo caudal achatado na sua parte inferior. Possui o corpo revestido com várias fi leiras de placas ósseas, a sua coloração varia entre os tons de marrom com pequenas manchas escuras (Buckup, 2007). O comprimento padrão médio é de aproximadamente 25 cm, ocorrem nos ambientes de água parada e de fundo arenoso e lamacento, bem como nas áreas de corredeiras com fundo pedregoso (Melo et al., 2005). Alimenta-se principalmente de detritos e algas (Melo et al., 2005). Os cascudos em geral apresentam-se bastante tolerantes a situações de hipóxia e podendo tolerar ambientes degradados, porém apresentam-se como um importante componente nos ambientes aquáticos por se alimentar de detritos e algas (Vieira & Shibatta, 2007).

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Oreochromis niloticus

Tilápia do Nilo (Linnaeus, 1758) A tilápia do Nilo é um peixe da ordem Perciforme e foi introduzida no Brasil na

década de 1970. Atualmente esta amplamente distribuída por praticamente todas as bacias brasileiras principalmente as do sudeste (Carnevale et al., 2003). As tilápias assim como os peixes da família na qual ela está inserida (Cichlidae) apresentam três ou mais espinhos duros na porção anterior da nadadeira anal (Kullander, 2003; Melo et al., 2005). Apresentam uma coloração intensa variando de tons azulados ao acinzentado escuro. Apresentam comportamento territorialista e cuidado parental (Moyle & Cech-Junior, 1988). A Tilápia do Nilo é onívora e suportam baixos teores de oxigênio. Essas características permitem que essa espécie colonize ambientes degradados ou com alto nível de alteração ambiental (Nagl et al., 2001).

Poecilia reticulata

Barrigudinho ou Guppies (Bloch & Schneider, 1801)Os barrigudinhos ou guppies, como são conhecidos em inglês, pertencem

a ordem Ciprinodontiformes, estão distribuídos pela região Neotropical, atingindo maior diversidade no Norte da América do Sul, são encontrados em pequenos córregos e até em poças temporárias. Apresentam em geral, acentuado dimorfi smo sexual, sendo as fêmeas bem maiores que os machos. São considerados onívoros, com preferência detritívora (Lucinda, 2003). Os guppies foram introduzidos em várias regiões do Brasil e do mundo para fi ns de aquariofi lia e combate a doenças tropicais transmitidas por mosquitos como malária e dengue (Nelson, 1994; Araújo et al., 2009). Poecilia reticulata é nativa da região Amazônica, apresenta adaptabilidade e alta tolerância a variações termais, de salinidade, a situações de hipóxia, fato este que permitiu que esses peixes invadissem os mais diversos habitats, desde zonas temperadas a tropicais (Nelson, 1994). São mais comumente encontrados em ambientes lênticos, principalmente junto às suas margens (Nascimento & Gurgel, 2000). P. reticulata tem sido amplamente utilizada em estudos de qualidade de água e sua presença esta associado a ambientes altamente degradados (Vieira & Shybatta, 2007).

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30Águas de Juturnaíba

Os anfíbios, grupo que abrange os sapos, pererecas, rãs, salamandras e cecílias, constituem elemento chave no funcionamento da cadeia alimentar, pois consomem uma imensa variedade de animais, principalmente insetos, nos quais auxiliam no controle populacional, impedindo as pragas. Por outro lado, servem de alimento a outras espécies como aves, peixes, serpentes e mamíferos (Duellman & Trueb, 1994). Além disso, são sensíveis as alterações causadas ao meio ambiente devido principalmente às características de sua biologia como a alta permeabilidade da pele e o seu ciclo bifásico de vida, sendo então considerados como efi cientes bioindicadores da qualidade dos habitats (Beebee, 1996; Feio et al., 1998).

AN

FÍBIO

S

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Leptodactylus latrans

Rã Manteiga

Espécie com ampla distribuição por toda a América do Sul (Frost, 2008) podendo ser encontrado tanto em áreas abertas e fl orestais. Possui grande porte para o gênero e é conhecida popularmente como rã-manteiga. Caracteriza-se por apresentar mancha triangular entre os olhos, com ápice voltado para trás, e os machos são bem mais robustos que as fêmeas e apresentam espinhos nas mãos (Bastos et al., 2003). Apresenta capacidade de colonizar ambientes com elevado grau de alteração em suas características originais, causada por atividades antrópicas.

Hypsiboas albomarginatus

Perereca-verde de Coxas Laranja

Perereca de porte médio com um colorido verde e coxas com área laranja. Habita áreas de baixadas abertas ou borda de mata. Trata-se de uma espécie com distribuição ampla pela Bacia da Amazônia e Mata Atlântica, ocorrendo de Pernambuco a Santa Catarina (Frost, 2010; Izecksohn e Carvalho-e-Silva, 2001) e se adapta bem a ambientes antropizados.

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32Águas de Juturnaíba

Dendropsophus pseudomeridiana

PererequinhaEsta espécie de porte pequeno, possui hábitos

noturnos. Canta nas margens de brejos de baixadas abertas ou bordas de mata. Sua distribuição abrange apenas o estado do Rio de Janeiro (Izecksohn e Carvalho-e-Silva, 2001) e não sabe ao certo como se está espécie adapta-se com

facilidade em ambientes antropizados. Por ser uma espécie de distribuição restrita, alguns cuidados em relação a sua conservação devem ser analisados.

Scinax alter

Perereca de Banheiro Perereca pequena muito comum nos brejos da

baixada aberta, onde emite um canto plangente. Seu dorso castanho-claro exibe duas faixas laterais inteiras mais

escuras, com margens claras. A espécie distribuir-se por uma área litorânea extensa que abrange os estados do Espírito Santo ao Paraná (Frost, 2010; Izecksohn e Carvalho-e-Silva, 2001) com hábitos alimentares diversifi cados podendo ser encontrada em ambientes alterados.

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33 Águas de Juturnaíba

Estima-se que na Mata Atlântica ocorram cerca de 140 espécies de répteis. Grupo este constituído pelos lagartos, serpentes e anfi sbênios (cobra de duas cabeças), tartarugas e jacarés. No entanto, aproximadamente mais da metade dessas são endêmicas deste bioma. Apesar da grande riqueza e da existência de endemismos, aspectos básicos desta fauna ainda são desconhecidos, e novas espécies ainda estão sendo descobertas. Certamente muitas destas informações já foram perdidas com a devastação da Mata Atlântica.

RÉPT

EIS

Liophis miliaris

Cobra D’água Esta espécie não causa nenhum risco para os seres humanos.

Sua dentição é áglifa (não tem dentes inoculadores de veneno) podendo chegar a 115 cm de comprimento. De hábitos diurnos e semi-aquáticos a cobra d’água se alimenta de peixes, rãs de maior porte, entre outros. Possui uma dieta mais generalista (Pontes e Rocha, 2008) e apresenta capacidade de colonizar ambientes que apresentam elevado grau de alteração como brejos, tanques de piscicultura, causadas por atividades antrópicas.

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34Águas de Juturnaíba

A avifauna desempenha um importante papel no equilíbrio e manutenção dos ecossistemas. As aves frugívoras (juntamente com os morcegos), com seu grande potencial de deslocamento, formam o grupo mais adequado para a dispersão de sementes (Straube, 2005). Outras têm sua dieta basicamente composta por insetos e acompanham as chamadas correições em busca de seu alimento, contribuindo para o controle desse grupo de invertebrados. Exitem ainda, espécies carnívoras que são topo de cadeia alimentar, como os falcões e gaviões e aquelas que se alimentam de matéria orgânica em decomposição, os urubus, desempenhando importante papel saneador (Sick, 1997). Cada uma dessas aves e outros constituintes ambientais se unem em interações de grande importância para o equilíbrio da natureza (Straube, 2005). Essas relações estreitas com o ambiente, fazem das aves ótimas bioindicadoras, bem como o fato de serem um grupo bastante diversifi cado, presente nos mais diversos ambientes e de fácil estudo (a grande maioria das espécies são diurnas). Assim sendo, o estudo da avifauna pode ser um bom indicativo da qualidade ambiental (Stotz et al., 1996).

Das 1.825 espécies de aves atualmente documentadas para o Brasil (CBRO, 2009), 1.020 ocorrem na Mata Atlântica (MMA, 2000). Esta enorme riqueza de aves está associada à complexidade estrutural da Mata Atlântica e também à grande variação geográfi ca e altitudinal na distribuição das espécies (Develey e Steinmetz 2004). Na ETE Ponte dos Leites foram registradas 45 espécies de aves, o que corresponde a cerca de 2,5% das espécies brasileiras. A grande maioria das espécies apresenta larga distribuição geográfi ca e poucas exigências ambientais. Uma breve descrição de cada uma delas encontra-se abaixo.

AV

ES

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35 Águas de Juturnaíba

Tringa melanoleuca

Maçarico-grande-de-perna-amarela Como o próprio nome já diz, este maçarico tem o

porte grande. Quanto a coloração, suas pernas e pés são amarelos e o bico e a íris são pretos. A plumagem apresenta-se branca na região ventral, enquanto a cabeça e o pescoço são estriados de branco e preto. O dorso possui manchas brancas e pretas sem um padrão muito defi nido enquanto que nas asas e caudas nota-se um padrão barrado dessas cores. Apresenta anel perioftálmico branco. É uma espécie migratória. Habita as regiões praianas e campos alagados de praticamente todo o Brasil.

Chrysomus rufi capillus

Garibaldi Nessa espécie há

dimorfi smo sexual. Os machos são pretos e possuem o alto da cabeça, a garganta e o peito avermelhados. Já as fêmeas apresentam plumagem pardo-olivácea, com a barriga e dorso estriados de bege e preto. Alimentam-se de sementes, frutos e pequenos insetos. Vivem preferencialmente em associação com a água, podendo ser observados aos bandos em regiões alagadas, brejos e inclusive, em arrozais, podendo se tornar nessas regiões a ave mais numerosa. De vasta distribuição, essa espécie ocorre da Guiana Francesa à foz do Amazonas e Maranhão, Nordeste ao sul de Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul , sudoeste de Mato Grosso e regiões adjacentes, também Rio de Janeiro e São Paulo.

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36Águas de Juturnaíba

Amazonetta brasiliensis

Marreca-pé-vermelho, Ananaí A marreca-do-pé-vermelho descata-se por possuir

uma faixa branca nas asas, somente visível quando em voo e os pés vermelhos (de onde vem o seu nome). Nos machos o bico é da mesma cor dos pés, enquanto que

nas fêmeas o bico é escuro, de tom azulado. É uma espécie comum, encontrada em todo o Brasil, principalmente em banhados e açudes ricos em vegetação.

Fregata magnifi cens

Tesourão, Fragata Um único

indivíduo dessa espécie foi observado em voo nas proximidades da ETE Ponte dos Leites. O macho caracteriza-se por possuir a coloração preta e região gular vermelha, somente visível no período reprodutivo em que esta é infl ada pra chamar a atenção das fêmeas. Estas, por sua vez, além do corpo preto, possuem o peito branco, facilmente avistado quando em voo. Tem o hábito de pegar correntes áereas ascendentes voando junto aos urubus, podendo voar tão alto que se perdem de vista. Distribui-se no litoral brasileiro, do Amapá ao Rio Grande do Sul.

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37 Águas de Juturnaíba

Phalacrocorax brasilianus

Biguá Confundidos muitas vezes com patos, os biguás

possuem morfologia e hábitos diferenciados. Presentes em toda a América do Sul e em todo o Brasil, os adultos possuem coloração preta enquanto que os mais jovens são acinzentados. Seu pescoço é mais comprido que o dos patos e o bico mais estreito. Nadam com o corpo submerso, somente com o pescoço e a cabeça para fora (ao contrário dos patos, que nadam com o corpo para fora da água) e com o bico levemente inclinado para cima. Possuem pés com membranas que auxiliam o nado, sendo excelentes mergulhadores. Quando mergulham, fi cam totalmente encharcados e ao saírem da água, pousam em pedras, árvores ou até mesmo cabos esticando suas asas para secarem ao sol. Os peixes são seus alimentos preferidos e, por isso, habitam lagos e grandes rios para se alimentarem. Também são avistados em águas salobras. A turbidez da água infl uencia negativamente no sucesso de captura dos peixes, ou seja, quanto mais turvas as águas, mais difícil dos biguás conseguirem seus alimentos. Possuem um suco gástrico poderoso, capaz de digerir as espinhas dos peixes. Suas fezes são tão ácidas que chegam a destruir árvores, embora adubem a água. Dados sobre seu comportamento e sua dieta podem fornecer boas indicações da qualidade da água e do meio em que estão (Branco et al., 2009). Na ETE Ponte dos Leites, bandos enormes de biguás chegam diariamente para se alimentarem nos tanques. Das aves registradas no local, esta é, sem dúvida, a mais abundante.

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38Águas de Juturnaíba

Estrilda astrild

Bico-de-lacrePássaro pequeno (10,7 cm), de cauda relativamente

longa e larga. Assemelham-se em tamanho aos papa-capins. A plumagem é fi namente barrada de branco e pardo, exceto a garganta que é esbranequiçada. Possui uma máscara ao redor dos olhos vermelha. Bico também vermelho. Os indivíduos voam aos bandos e vivem nos capinzais em busca de sementes. A espécie é nativa da África e foi trazida ao Brasil em navios negreiros no século XIX. Atualmente pode ser encontrada em quase todos os estados brasileiros, porém em menor quantidade do que o pardal.

Butorides striata

SocozinhoCom o peito estriado de branco

e marrom, cabeça preta, dorso acinzentado e pernas curtas e amarelas o socozinho é inconfundível. Solitário tal qual o savacu, vive escondido na vegetação procurando por alimento. Ao ser incomodado voa emitindo

vocalização característica (“kiák”). É muito comum no Brasil, estando presente em qualquer ambiente aquático.

Laterallus melanophaius

Sanã PardaMenores que as saracuras, a sanã-parda possui

plumagem contrastante. É branca na região do peito e garganta e ferrugínea no dorso. Os fl ancos (lateral do corpo) são estriados de branco e ferrugem e as pernas são esverdeadas. Preferem lugares pantanosos bem alagados, onde são abundantes. No Brasil, ocorrem da região norte e leste até o Rio Grande do Sul.

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39 Águas de Juturnaíba

Aramus guarauna

Carão Espécie de porte grande (70 cm), marrom-escura

de garganta branca, possuem riscas na cabeça e pescoço também brancas. Suas pernas são pretas e a base da mandíbula é amarela. Seu alimento preferido é o caramujo (“aruá”), o mesmo apreciado pelos gaviões-caramujeiros. Ao contrário desses gaviões, o carão prende sua presa na lama martelando-a com o bico ligeiramente curvo até conseguir retirar o molusco, o que normalmente deixa a concha perfurada. Vive em locais pantanosos e alagados de todo o Brasil.

Pardirallus nigricans

Saracura-sanã Caracterizam-se por possuir ventre e cabeça cinza-

escuros, dorso marrom, tarsos e ollhos vermelhos e o bico verde. É muito semelhante à saracura-do-mato (Aramides Saracura), da qual de diferencia pelo menor tamanho e pela vocalização. São onívoras, portanto se alimentam tanto de capins e sementes quanto de insetos, larvas e até mesmo pequenas cobras. Não tem preferências quanto ao hábitat, vivendo em qualquer brejo. Às vezes ao lado da sanã-parda. Ocorrem em quase todo o Brasil, exceto na região norte. Nos seus locais de ocorrência costumam ser muito abundantes.

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40Águas de Juturnaíba

Nycticorax nycticorax

Savacu, garça-dorminhoca Possui o alto da cabeça e dorso pretos, asas cinzas,

testa e ventre brancos. Possui também penas nucais brancas prolongadas que se estendem junto ao dorso. Os olhos são grandes e vermelhos. É uma espécie de hábitos noturnos e crepusculares, solitária que forma bandos somente durante o dia nos locais de repouso. Alimenta-se de peixes ou ainda de restos de comida de outras aves.

Egretta thula

Garça-branca-pequena Bastante comum na ETE Ponte dos leites, esta

espécie de garça é uma das mais conhecidas do Brasil. É totalmente branca, de bico e tarsos pretos e de íris e dedos amarelos. Vive tanto em água doce quanto em águas salobras, podendo ser vista também em praias onde busca presas que o mar lança na areia.

Todirostrum poliocephalum

Teque-teque Espécie pequena (8,8 cm) de ventre amarelo, partes

superiores pardo-amareladas e cabeça cinzenta. É inconfundível pela coloração amarela que se destaca na região do loro (entre o bico e os olhos). Espécie comum na mata, habita a copa das árvores, podendo também estar presente em jardins e quintais de cidades. No Brasil, ocorre do sul da Bahia a Santa Catarina.

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41 Águas de Juturnaíba

Ardea alba

Garça-branca-grande Depois do biguá, a garça-branca-grande, é a

espécie de ave mais avistada na ETE Ponte dos Leites. Possuem a plumagem totalmente branca, íris e bico amarelos e pernas e dedos pretos. Normalmente são encontradas à beira de lagos, rios e banhados onde se abrigam e se alimentam. Além de peixes, insetos aquáticos, sapos, rãs, pererecas e até cobras fazem parte da sua dieta. No Brasil, a garça-branca-grande está presente em todas as regiões.

Cathartes burrovianus

Urubu-da-cabeça-amarela O urubu-de-cabeça-amarela possui o corpo todo

preto com larga faixa esbranquiçada na face inferior das asas, visivel quando em voo. Cabeça e pescoço são nus, sem penas e de coloração amarela. No alto da cabeça destaca-se uma coloração arroxeada. Possuem o olfato muito desenvolvido e conseguem localizar sua presa a grandes distâncias. Diferencia-se do urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus), não só pela cor da cabeça, mas também pelo menor tamanho e pelo formato estreito e angulado das asas, que em voo lembra um “V”. Prefere geralmente beiras de rio cercadas de mata e pântanos. No Brasil, é mais comum no nordeste e na Amazônia, embora possa ocorrer nas demais regiões também. Os urubus, em geral, desempenham importante papel saneador, consumindo matérias orgânicas em putrefação. Seu suco gástrico é tão ativo que consegue neutralizar as toxinas e bactérias dos cadáveres, não havendo perigo de infecção.

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42Águas de Juturnaíba

Rostrhamus sociabilis

Gavião-caramujeiro Gavião inconfundível pelo bico extremamente

curvo, apresenta coloração cinza-escura quase preta, com uma tarja branca na base da cauda; as fêmeas e

jovens possuem o lado inferior estriado de creme. Vivem em ambientes alagados em busca de caramujos ( c h a m a d o s “aruás”), dos quais se alimentam e são totalmente d e p e n d e n t e s . Ao encontrarem um caramujo, os

caramujeiros o agarram com os pés e se dirigem para seu poleiro predileto onde com o bico conseguem retirar toda a lesma de dentro da concha sem quebrá-las. É fácil identifi car os poleiros dos caramujeiros pelo acúmulo de conchas no chão. Alguns estudos nos EUA mostraram que a aplicação de pesticidas sob os caramujos é prejudical aos gaviões-caramujeiros. Ao ingerirem os caramujos envenenados, os gaviões-caramujeiros também estavam ingerindo o pesticida e o transmitiam para ovos e fi lhotes. Certamente esses gaviões participam do controle da população desses caramujos, o que sugere uma reavaliação do uso dos pesticidas.

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43 Águas de Juturnaíba

Rupornis magnirostris

Gavião-carijó Um dos gaviões mais abundantes do Brasil,

destaca-se por apresentar área ferrugínea nas penas da asa, facilmente vistas quando em voo. Pode se alimentar de grandes insetos, lagartixas, cobras e pássaros bem como de morcegos que são caçados em seu locais de pouso durante o dia. Voa aos casais descrevendo círculos e chamando a atenção pela gritaria que produzem. Podem ser encontrados inclusive em cidades onde há arborização. Não são comuns em locais extensamente fl orestadas.

Caracara plancus

CarcaráPossui pescoço branco, asas e boné pretos. Sua face

é nua e alaranjada. A presença de um penacho nucal preto dá à cabeça forma característica. Não tem preferências alimentares, come tanto animais mortos quantos vivos e de qualquer tipo. Frequentemente é observado próximo a queimadas e estradas em busca de animais mortos ou em fuga. Tem preferência por áreas abertas sendo raramente visto em fl orestas.

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44Águas de Juturnaíba

Fluvicola nengeta

Lavadeira-mascarada Apresenta cabeça

e ventre brancos, faixa preta através do olho, costas cinzas e asas cinza-escuras. Vivem geralmente aos casais, caminhando ativamente pelo chão. Normalmente são encontrados próximos a riachos, lagoas, açudes, onde correm sobre a vegetação fl utuante em busca de insetos. Ocorrem, no Brasil, em toda a porção oriental.

Columbina talpacoti

Rolinha-caldo-de-feijão Usualmente a mais conhecida das rolinhas do Brasil.

O macho tem a cabeça cinza contrastante com o resto da plumagem que é marrom. A fêmea é toda marrom, de onde vem o nome rolinha caldo-de-feijão. É encontrada em áreas semi-abertas, bordas de mata, terreiros, cafezais, parques e jardins. É granívora e procura seu alimento no chão. Esta espécie está presente em todo o Brasil.

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45 Águas de Juturnaíba

Gallinula chloropterus

Frango-d`água-comum Corpo com

plumagem escura, variando do preto-acinzentado nas regiões ventrais e cabeça ao castanho encontrado nas asas. Os fl ancos possuem cor branca contrastante com o restante do corpo. Brancas são também algumas penas da cauda bipartida. Tem o bico amarelo e escudo vermelho Além de brejos e lagoas, habita também águas salobras e manguezais. É muito comum no Brasil, não sendo encontrado na região amazônica.

Vanellus chilensis

Quero-quero Ave inconfundível pelo topete nucal, possui o

dorso e pescoço cinzento, face e peito pretos e baixo ventre brancos. Seus olhos e tarsos são vermelhos. Possui um esporão nas asas que é utilizado para sua defesa. É bastante conhecida podendo ser encontrada em qualquer área descampada, inclusive pastagens e campos de futebol.

Progne tapera

Andorinha-do-campoEspécie de andorinha grande, cor de fuligem,

garganta e abdômen brancos. Alimenta-se essencialmente de insetos, os quais são caçados em voo. Tem preferência por ambientes abertos, como campos e culturas. No Brasil, em todas as regiões.

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46Águas de Juturnaíba

Leptotila verreauxi

Juriti-pupu De coloração predominantemente cinza. Quando em voo

destaca-se as pontas brancas das retrizes (penas da cauda) laterais e o acanelado da face inferior das asas. É facilmente encontrada em locais quentes, onde habita a capoeira, bordas de mata e o cerrado. Está presente em quase todo o Brasil.

Charadrius semipalmatus

Batuíra-de-bando Essa espécie de batuíra possui um nítido colar branco na

nuca, bico bastante curto, de base amarela e pernas amarelas. Nos imaturos as cores são pouco vistosas. É visitante norte-americano comum e habita as praias lodosas e arenosas de toda a costa brasileira.

Pygochelidon cyanoleuca

Andorinha-pequena-de-casaEspécie pequena, sinântropa, comum no Brasil

oriental. Possui o dorso azul-escuro e o ventre branco. Vive aos bandos nas vilas e cidades, ambientes estes em que é a mais comum das andorinhas. Ocorre em quase todo o território brasileiro, exceto na região amazônica, onde poucos indivíduos aparecem em migração.

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47 Águas de Juturnaíba

Crotophaga ani

Anu-preto Uma das aves mais comuns em áreas cultivadas

onde fi cam aos bandos. Possuem coloração totalmente preta e um bico diferenciado, surpreendentemente alto. São insetívoros e muitas vezes são observados em pastos onde fi cam a espreita de insetos que o gado afugenta. Podem, eventualmente, alimentar-se de carrapatos. Além de áreas cultivadas, os anus-pretos também habitam paisagens abertas com arbustos e capões em todo o país.

Athene cunicularia

Coruja-buraqueiraCoruja terrícola, de pernas longas e hábitos diurnos.

Sua plumagem com manchas e barras cor de terra. Alimenta-se de invertebrados artrópodes e de pequenos vertebrados. Assim como outras corujas, a buraqueira não digere as carapaças dos artrópodes e nem ossos de vertebrados, que são regurgitados em pelotas.Vive nos campos, pastos e restingas e se benefi cia com a destruição de áreas fl orestadas. Pode ser encontrada inclusive em gramados. Recebe o nome de coruja-buraqueira por construir ninhos e tocas em buracos no solo. Está presente em quase todo o Brasil.

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48Águas de Juturnaíba

Columba livia

Pombo-doméstico Introduzido no país no século XVI, este pombo tem

a cabeça pequena e redonda, bico fraco, na base coberto pela “cera” a qual é intumescida. Corpo pesado, plumagem cheia e macia sendo rica em pó. Possuem colorações as mais variadas, indo do cinza-escuro ao branco. Alguns indivíduos apresentam coloração iridescente no pescoço. É granívora e frugívora, descendo ao chão para comer. Com o bico, costuma virar folhas secas em busca de alimentos. Habitam principalmente cidades e praças, onde

muitas vezes são tidos como pragas. São considerados um grave problema ambiental, pois competem por alimento com as espécies nativas, danifi cam monumentos com suas fezes e podem transmitir doenças ao homem.

Certhiaxis cinnamomeus

Curitié Apresenta coloração esbranquiçada no ventre e

ferruíneas no dorso. No alto da cabeça existe uma mancha amarela difícil de ser vista. Asas e cauda ferrugíneos. Sua cauda é longa e rígida. É uma espécie característica de ambientes aquáticos, como brejos, lagoas e rios. É bastante comum onde há esses ambientes e está presente em todos os estados do Brasil.

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49 Águas de Juturnaíba

Elaenia fl avogaster

Guaracava-de-barriga-amarela De plumagem predominantemente pardo-

esverdiada, possui barras claras nas asas, topete cinza, o qual esconde faixas brancas, e garganta esbranquiçada. Seus itens alimentares são artrópodes e frutos. Ao alimentar-se de frutos a guaracava-de-barriga-amarela atua como dispersora de sementes. Esta espécie é favorecida pela perturbação do hábitat, não possuindo grandes exigências. Ocupa o estrato médio da vegetação, em bordas de capoeiras, quintais e áreas abertas com árvores esparsas. No Brasil, pode ser avistada em todas as regiões.

Furnarius fi gulus

Casaca-de-couro-da-lama Ave riberinha de coloração acanelada, possui faixa

superciliar branca. É basicamente insetívora. Habita as margens de brejos e rios. Parente próximo do joão-de-barro (Furnarius rufus), o casaca-de-couro-da-lama não constrói ninhos em formato de forno, mas pode utilizar fornos de joão-de-barro abandonados. Ocorre do nordeste brasileiro ao Mato Grosso, Minas Gerais, Espírito Santo e Pará.

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50Águas de Juturnaíba

Machetornis rixosa

Suiriri-cavaleiro Assim como outros suiriris (veja suiriri, Tyrannus

melancholicus), possui o peito amarelo, dorso pardacento e cabeça cinza, porém é menor e mais pálido. Alimenta-se de insetos. Espécie pouco exigente quanto ao hábitat, prefere regiões cultivadas e demais paisagens abertas, podendo estar presente em jardins e parques de cidades. É chamado também de suiriri-do-gado por ter o hábito de pousar sobre o gado e sobre cavalos em busca de insetos que esses animais espantam. Podem buscar insetos no solo. No Brasil, é encontrado nas regiões oriental, central e sul.

Myiozetetes cayanensis

Bentevizinho-de-asa-ferrugíneaDe coloração semelhante ao bentevi (Pitangus

sulphuratus) e demais espécies de bentevi pequeno, é de difícil identifi cação. Reconhecível pelos lados bem anegrados da cabeça, pela faixa amarela no alto da cabeça (que fi ca escondida) e pelas bordas ferrugíneas das asas e da cauda. Habita preferencialmente árvores à beira d’água.

Pitangus sulphuratus

BenteviÉ provavelmente o pássaro mais popular do Brasil.

Apresenta porte maior que a espécie anterior e possui o bico mais longo e forte. Alimenta-se basicamente de artrópodes embora possam descobrir novas fontes alimentares (por exemplo, preda ninhos de outras aves). Não tem exigências quanto ao hábitat, adapta-se com facilidade a qualquer meio. Pode ser observado em todo o Brasil, em cidades, campos de cultura, áreas abertas como o cerrado, bordas de mata dentre outros.

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51 Águas de Juturnaíba

Tyrannus melancholicus

Suriri Ave também muito conhecida no Brasil. Possui

coloração da plumagem semelhante ao suiriri-cavaleiro embora seja maior e de colorido mais vivo. Vive em qualquer lugar aberto onde haja árvores, não havendo restrições quanto ao hábitat. Pode ser observado em todo o território brasileiro.

Jacana jacana

JaçanãNo Brasil, uma das aves mais comuns dos

ambientes alagados. É preta, de dorso marrom e asas verde-amareladas. Próximo do bico amarelo se desenvolvem membranas vermelhas. Machos e fêmeas são bastante parecidos na cor da plumagem, porém as fêmeas são maiores. Possuem os dedos fi nos e muito alongados o que possibilita sua caminhada sobre as plantas aquáticas a procura de alimentos. Insetos, moluscos, pequenos peixes e sementes são suas comidas prediletas.

Troglodytes musculus

Corruíra, CambaxirraPássaro bastante comum e familiar no Brasil.

Apresenta asas e caudas com fi nas faixas transversais pretas, corpo de plumagem castanha, sendo o ventre de tonalidade mais clara. Insetívoro. Não possui exigências quanto ao hábitat. Vive nos mais diversos tipos de paisagens naturais como beira de mata, cerrado, caatinga, pântanos e campos. Nas cidades, é comumente observado nos jardins e nos muros de casas. Pode ser observado em todo o Brasil.

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52Águas de Juturnaíba

Arundinicola leucocephala

Freirinha O macho da freirinha é

facilmente reconhecido por ter a plumagem do corpo toda preta e a cabeça branca. Já a fêmea é esbranquiçada de asas pardacentas. Tem hábitos ribeirinhos pousando em galhos à beira de pântanos em todo o Brasil.

Passer domesticus

PardalFêmea de coloração parda uniforme e bico também

pardo. Macho se destaca pela garganta e bico pretos. É um pássaro tipicamente de cidades, sinântropo. Originário da Europa, consta que o pardal foi introduzido no Brasil propositadamente no início dos anos de 1900, primeiro na cidade do Rio de Janeiro e, daí, para todas as regiões. Vive em associação com o ser humano, ocorrendo preferencialmente próximo a construções.

Thraupis sayaca

Sanhaço-cinzentoEsta espécie de sanhaço apresenta plumagem

cinza ligeiramente azulada e partes inferiores mais claras. Nas asas e cauda, as bordas das penas são de um azul-esverdeado pouco destacas do resto do corpo. Alimenta-se de frutinhos de árvores e cipós. Vive na copa das árvores e pode ser observada em bordas de mata, jardins, pomares, até em cidades. É um dos pássaros mais comums do Brasil oriental e só não está presente na região amazônica.

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53 Águas de Juturnaíba

Euphonia chlorotica

Fifi -verdadeiroO macho tem o dorso e asas pretos com brilho

azulado. Cabeça e garganta também pretos. O píleo e o lado inferior são amarelos. A fêmea é verde-olivácea. Habita diversos ambientes como a mata baixa e rala, cerrado, caatinga, matas serranas, onde prefere a copa das árvores. No Brasil, está presente em todas as regiões.

Sicalis fl aveola

Canário-da-terra-verdadeiroO macho tem a plumagem de colorido amarelo vivo

e o píleo alaranjado. As fêmeas e os jovens possuem o corpo pardo, extremamente estriado, sendo que o lado inferior é mais claro. São granívoros. Habita os campos secos e sujos, áreas de cultivo, fazendas, gramados onde pode ser observada aos bandos. Em algumas regiões a espécie teve suas populações reduzidas devido ao comércio ilegal e a captura para a apreciação do canto. No Brasil, ocorre do Maranhão ao Rio Grande do Sul e a oeste, até o Mato Grosso.

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54Águas de Juturnaíba

Sporophila collaris

Coleiro-do-brejoEspécie de bico rombudo e preto. O macho apresenta

padrão de colorido da plumagem preto e branco ou preto e amarelado. O alto e os lados da cabeça são pretos com duas pequena manchas brancas próximas aos olhos. Asas, dorso e cauda também pretos. Possui larga faixa peitoral preta e o lado inferior de cor branca ou acanelada dependendo da região. Indivíduos com o ventre acanelado podem ser observados nos estados de São Paulo e Mato Grosso por exemplo. Fêmeas e jovens são pardos, muito semelhantes a fêmeas e jovens de outras espécies de coleirinhos. Habita os pântanos de vegetação alta. Ocorre no Brasil meridional.

Gnorimopsar chopi

Pássaro-preto, MelroEspécie de coloração preta, brilhante e uniforme.

Vive em áreas arbertas onde há alguma vegetação arbórea, como campos, gramados de jardins, pastos e plantações, bem como veredas e bordas de mata. Ocorre em todo o Brasil não-amazônico.

Mimus saturninus

Sabiá-do-campo Possui o lado superior pardo-escuro, lado inferior

esbranquiçado, peito cinzento, sobrancelha branca e longa faixa pós-ocular preta. As asas e cauda são negro-pardacentas. Nesta última é visível uma ponta branca. Ocorre em qualquer paisagem aberta com arbustos e árvores. No Brasil, encontra-se em quase todas as regiões, exceto nas áreas fl orestadas da Amazônia.

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55 Águas de Juturnaíba

CO

NC

LU

SÃO

A fauna e fl ora registrada na estação

de tratamento de esgoto (ETE) se mostraram

abundantes e signifi cativas. Pode ser caracterizada

como sendo composta em sua maioria por espécies

ecologicamente generalistas, não sendo indicativas

de qualidade ambiental ou restritas a ambientes

preservados. Contudo, como vimos anteriormente,

algumas exceções podem ser ressaltadas.

Mesmo havendo um alto grau de

descaracterização da vegetação, muitas das

espécies podem utilizar estes ambientes para sua

alimentação e reprodução. Com o passar do tempo,

a tendência e aumentar o número de espécies de

hábitos especialistas, que dependem de ambientes

mais preservados para sua sobrevivência. Assim a

preservação da vegetação local juntamente com as

espécies é de extrema importância para a população

local. Além da beleza paisagística, abrigando a fauna

e protegendo os mananciais, a preservação tem como

alvo garantir uma qualidade de vida.

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56Águas de Juturnaíba

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58Águas de Juturnaíba

Pesquisa: Museu de Zoologia João Moojen - Universidade Federal de Viçosa

Equipe Técnica:Herpetofauna - Renata Magalhães Pirani (Bióloga - CRBio70218/04-P)

Avifauna - Larissa Lacerda (Bióloga - CRBio57309/04-D)Ictiofauna - Wagner Martins Santana Sampaio (Biólogo - CrBio73045/06-D)

Botânico - João Carlos Lopes Amado (Biólogo - CrBio 37841/04-D)

Setembro de 2010

Fotos:Renata Magalhães Pirani

Larissa LacerdaWagner Martins Santana Sampaio

João Carlos Lopes AmadoAdriana Castro Rodrigues

Alexander ZaidanAnderson Israel G. Ferreira

Diego J. SantanaGiancarlo Zorzin

João Carlos Lopes AmadoLarissa Lacerda Moraes

Rodovia Amaral Peixoto, km 91, s/n - BananeirasAraruama - RJ / CEP: 28970-000

www.aguasdejuturnaiba.com.br

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