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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - UNIVALI – BIGUAÇU
CURSO DE PSICOLOGIA
TEREZINHA APARECIDA PIGNATEL
FATORES QUE INFLUENCIAM NA INCIDÊNCIA
DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
BIGUAÇU
2009/1
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TEREZINHA APARECIDA PIGNATEL
FATORES QUE INFLUENCIAM NA INCIDÊNCIA
DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Monografia apresentada para a realização do titulo
de bacharelado em Psicologia pela Universidade
do Vale do Itajaí - UNIVALI - Biguaçu/SC.
Orientadora: Hebe Cristina Bastos Regis.
BIGUAÇU
2009/1
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IDENTIFICAÇÃO
ÁREA DE PESQUISA:
Psicologia Social e saúde pública.
TEMA:
Gravidez na Adolescência
TÍTULO DA MONOGRAFIA:
Fatores que influenciam na incidência da Gravidez na adolescência
ALUNA
Nome: Terezinha Aparecida Pignatel
Código de Matrícula: 99. 2. 3115
Centro: C.S. Biguaçu Curso: Psicologia Semestre: 2009/1
ORIENTADOR
Nome: Hebe Cristina Bastos Regis
Categoria Profissional: Psicóloga e Professora
Titulação: Graduada
Curso: Psicologia
Centro: CCS Biguaçu
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AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer em primeiro lugar a Deus por ter me dano força e persistências
diante das dificuldades para alcançar mais este objetivo em minha vida.
A minha família em especial ao meu marido (Jair) e meus filhos (Jullia e Pedro), que por
muitas vezes entenderam a minha ausência e me deram força e apoio para prosseguir minha
caminhada.
Aos meus pais que sempre me orientaram para ser uma pessoa de caráter e nunca desistir
dos meus sonhos, pois com esforço sempre iremos longe.
A todos os meus parentes e amigos, pela paciência e palavras de estímulo, nas muitas
vezes em que me encontrei num turbilhão de emoções e conflitos, devido ao fato de não estar
presente sempre que solicitado.
A minha orientadora a professora Hebe Cristina Bastos Regis, pelas trocas de
experiências, pelo seu imensurável conhecimento, paciência, dedicação e incentivo.
A banca examinadora, representada pelas Professoras Ivania Jann Luna e Mirella Alves de
Brito, pelas observações, sugestões e transmissões de conhecimento, contribuindo muito para
minha formação acadêmica e aperfeiçoando o meu conhecimento.
A todos os integrantes da direção da Maternidade Carmela Dutra, que confiaram e
acreditaram no propósito de minha pesquisa. Em especial a equipe do ambulatório que atende as
adolescentes todas as sextas feiras à tarde, pela sua dedicação e apoio que estes me dedicaram no
decorrer das minhas idas a campo.
E por fim gostaria de agradecer aquelas pessoas que de uma forma ou de outra em algum
momento foram importante na minha história, incentivando e suportando até minhas ausências, o
meu desvelo especial.
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RESUMO:
O propósito desta pesquisa qualitativa exploratória foi de investigar os fatores que
influenciam a gravidez na adolescência, embora existam muitas informações sobre os métodos
contraceptivos. Participaram da pesquisa dez adolescentes grávidas com idade de 14 a 19 anos
que consultaram no ambulatório da maternidade Carmela Dutra Após a coleta dos dados
pertinentes aos objetivos desta pesquisa os mesmos foram analisados e fundamentados
teoricamente. Conclui-se que os adolescentes possuem conhecimento dos métodos contraceptivos
e que adquiriram estes conhecimentos principalmente através da Televisão, escola e amigos, que
existe pouco diálogo no contexto familiar devido à vergonha e o desconforto em lidar com os
assuntos relacionados à sexualidade, foi detectado também que as adolescentes podem também
sofrer influência do grupo social em que estão inseridas, apesar das mesmas não reconheceram
que são influenciadas.
Palavras-chave: Adolescência, Gravidez e família.
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ABSTRACT
The main goal of this exploratory qualitative research is to investigate the factors influencing
teenage pregnancy, despite the fact that there is a lot of available information about contraceptive
methods. Ten pregnant teenagers aged 14 to 19 had took part of the survey at the Carmela Dutra
Maternity Hospital. After collecting relevant data to this research they have been analyzed and
theoretically substantiated. It has been concluded that adolescents are aware of contraceptive
methods and they have acquired that mainly from TV, school and friends as well as that there is
little dialogue in the family because of shame and discomfort in dealing with issues related to
sexuality. It has also been detected some influence within those social groups in which
adolescents are inserted, although not recognized by them.
Key words: Adolescence, Pregnancy and Family
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SUMÁRIO
1-INTRODUÇÃO................................................................................................................8
2-REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................10
2.1 ADOLESCÊNCIA.... .....................................................................................................10
2.2 FAMÍLIA................................................................................................................ ........12
2.3 GESTAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA............................................................................15
3-METODOLOGIA............................................................................................................17
4-PROCEDIMENTOS ÉTICOS........................................................................................20
5-DADOS DA IMERÇÃO AO CAMPO DE PESQUISA...............................................21
6-ANALISE DOS DADOS.................................................................................................23
7-CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................44
APÊNDICES........................................................................................................................49
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1-INTRODUÇÃO
Esta pesquisa tem como objetivo geral identificar fatores de ordem social, familiar e
cultural que interferem na incidência da gravidez na adolescência. A adolescência é entendida
aqui, como o período da vida delimitado entre 10 e 19 anos de idade que se caracteriza por um
intenso crescimento e desenvolvimento, com modificações anatômicas, fisiológicas, psicológicas
e sociais.
Segundo fontes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 20,5% dos
nascimentos registrados no Brasil, as mães se encontram numa faixa etária que abrange o período
de idade da adolescência. Diante disso, surgiu o interesse de pesquisar o que podem influenciar
na ocorrência desse fenômeno social.
Este estudo teve como objetivos específicos investigar como ocorre à comunicação entre
os adolescentes e seus familiares em relação à sua vida sexual. Averiguar também o tipo de
informação que os adolescentes obtiveram a respeito da iniciação sexual e de que forma isso
aconteceu. Verificar o conhecimento que as adolescentes possuem sobre os métodos
contraceptivos, como também as noções de risco e conseqüência de uma gravidez precoce. E, por
fim, averiguar se as adolescentes tiveram alguma influência do grupo social que estão inseridas
no momento da manifestação de sua sexualidade.
Para tanto é importante citar o que Cunha e Monteiro (1998, p.33), dizem em relação à
gravidez precoce que “a gravidez na adolescência exerce forte impacto biopsicossocial”, pois é
nesse período que a adolescente está amadurecendo e iniciando sua capacitação profissional e que
esse desenvolvimento é muito importante para a mesma, já que o mundo está cada vez mais
complexo e o mercado de trabalho mais exigente e competitivo.
Já em relação aos aspectos psicológicos, estes mesmos autores dizem que o fato de estar
grávida na adolescência é estar em uma situação muito complicada, porque a adolescente ainda
não tem por completo o seu amadurecimento psicológico, estando dessa forma, cheia de dúvidas,
angústias e receios sobre os mais variados assuntos. Em relação ao aspecto social, o estar grávida
vai muitas vezes fazer com que a adolescente abandone a escola por medo de ser excluída pelo
grupo social em que está inserida ou por vergonha.
Diante disso, Carvalho et al (2008) diz que a maioria das adolescentes quando fica
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grávida interrompe os estudos e não tendo um trabalho remunerado acabam por manifestar
vergonha, medo ou falta de coragem de ir para a escola e até mesmo a uma consulta ginecológica,
principalmente se este profissional for do sexo masculino. Grande parte das adolescentes
desconhece a necessidade de cuidados preventivos para evitar agravos à saúde reprodutiva.
Perante essas situações que a gravidez na adolescência produz é importante que este
assunto seja abordado para então elucidar sobre os riscos de uma gravidez na adolescência, não
só os riscos causados pelos fatores biológicos devido à idade, mas também pelos psicosociais,
pois ao engravidar, a adolescente precisa enfrentar as possíveis transformações que uma gestação
gera e também a sobrecarga de atividades causadas na criação de um filho (GUIMARÃES;
COLLI, 1998 e DADOORIAN, 2000).
Cabe aqui neste trabalho também uma discussão acerca da própria adolescência,
problematizando a partir de que idade a mulher é considerada uma adolescente e está preparada
para ser mãe. De acordo com Organização Mundial de Saúde, adolescência é a fase do ciclo da
vida que se dá entre 10 e 20 anos e esse período pode ser subdividida em adolescência inicial, que
ocorre entre 10 e 14 anos e adolescência final, entre os 15 aos 20 anos (GUIMARÃES e COLLI,
1998).
Pretende-se também no decorrer deste trabalho, mostrar a relevância social desta
pesquisa como também a importância para a comunidade acadêmica, pois esta se justifica a partir
do argumento de que a gravidez na adolescência é um problema de ordem social. Dessa forma,
entende-se que os resultados aqui obtidos permitirão tecer reflexões a respeito da importância de
orientar e prevenir os adolescentes que estão iniciando sua vida sexual. Além disso, servirá como
referência e fonte de pesquisa para acadêmicos e profissionais das áreas da saúde.
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2-REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para a realização deste trabalho de pesquisa se faz necessário fazer um estudo mais
aprofundado sobre alguns termos que são de grande relevância na incidência da gravidez na
adolescência.
Assim o referencial teórico será constituído por: Adolescência, família e gravidez na
adolescência.
2.1 ADOLESCÊNCIA
Este capítulo tem por finalidade discutir questões que interferem na construção da
identidade do sujeito enquanto adolescente, conhecer um pouco mais de como um sujeito se
edifica socialmente e quais fatores que influenciam e contribuem para essa constituição.
O conceito de adolescência surgiu a partir de uma reflexão sobre a singularidade da
etapa de passagem entre a infância para a fase adulta denominada essa etapa como adolescência.
“Adolescência é uma palavra que deriva de adolescere do latim, e significa crescer, engrossar,
tornar-se maior, atingir a maioridade, retratando o que ocorre neste período do ciclo vital
humano” (CARVALHO e MERIGHI, 2006, p.7).
Para Osório (1989), o termo adolescência não é universal, já que conforme a sociedades
em que o sujeito estiver inserido, tanto o significado da adolescência como as definições e
expectativas em relação ao sujeito, mudam. Cada cultura possui um conceito de adolescência,
baseando-se sempre nas diferentes idades para definir este período.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1989 apud CARVALHO e MERIGHI,
2006), adolescente é o indivíduo que se encontra na idade dos 10 aos 20 anos. Segundo Saito
(2001 apud CARVALHO e MERIGHI, 2004), esse período de passagem da infância para a idade
adulta é de grande importância para a edificação do sujeito individual e social.
Para Becker (1994), existem sociedades em que a passagem da vida infantil para a vida
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adulta é feita de maneira gradativa, já em outras sociedades existem rituais de passagem dando
aos indivíduos direitos e responsabilidades dos adultos, esses tipos de rituais envolvem muitas
vezes um sofrimento físico e psíquico.
O mesmo autor diz que a adolescência na nossa sociedade está tendo um período cada
vez mais longo e complicado e que para alguns indivíduos essa passagem se dá de maneira
natural, já para outros mesmo estando numa idade considerada adulta se comporta como
adolescente.
Conforme Osório (1989), a adolescência, nos expõe ao contexto do universo
adolescente. Para este autor a adolescência é uma etapa evolutiva peculiar do ser humano e para
compreendê-la é preciso estudar os aspectos biológicos, psicológico, sociais ou culturais, sendo
este o conjunto que irá resulta nas características que confere a integração do fenômeno da
adolescência.
A adolescência não pode ser estudada apenas sob a ótica das modificações corporais,
considerado por alguns estudiosos como Puberdade (do lat. Pubertate - sinal de pêlos, barba,
penugem), ou o termo adolescência dado por muitos como fatores de transformação psicossocial.
Para Carvalho e Merighi (2006), a adolescência é mais que um fato biológico, pois ela tem um
início biológico e uma resolução psico-sócio-cultural. Onde os fatores que ocorrem no contexto
social em que o adolescente estiver inserido, irão afetar o seu comportamento e com isso criar sua
própria identidade.
De acordo com Campos (1998), não é possível fazer uma compreensão adequada do
desenvolvimento da adolescência, sem analisar as mudanças biológicas e as influências culturais
às quais o indivíduo é submetido, pois adolescência possui características bastante diferentes
entre si e isso se dá segundo o ambiente sócio-cultural que o adolescente está vivendo como
também as relações que o mesmo constrói.
Ciavola (2007, p.11), diz que “... a maneira como o adolescente interage com o ambiente
em que vive afetará seu comportamento pelo resto da vida...”. Ou seja, que se os adultos com
quem as crianças e adolescentes se relacionam transmitirem confiança e segurança para os
mesmo estes serão futuros adultos com uma maior probabilidade de ser uma pessoa mais segura e
confiável.
Já para Winnicott (1999), os adolescentes tendem a testar todas as medidas de
segurança, regras e disciplinas. Eles começam a encontrar em si próprios uma nova carga de
sentimentos, que os possibilita a colocar em teste tudo o que aprenderam na infância. Tudo isso
para poder provar que já são capazes de romper com os controles e se estabelecer como pessoas
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autônomas.
As atitudes que o adolescente adota para provar sua autonomia muitas vezes tendem a
causar preocupações. Segundo Ciavola (2007), grande parte dos adolescentes começa a ter
comportamentos geradores de preocupações para seus responsáveis. São atitudes inquietantes,
mas temporárias, que duram apenas alguns dias, porém se persistirem o ideal é estimular uma
comunicação amistosa para que o adolescente se sinta a vontade para se abrir e falar o que ele
está sentindo ou passando.
Para Campos (1998), ser adolescente é se encontrar num estado muito complexo cheio
transformações, apesar disso ele não podem ser considerado somente do ponto de vista de seus
conflitos e processos internos, mas, pelo contrário, devem ser considerados biossocialmente, com
devida ênfase nos sistemas de valores e pressões dos grupos que o circundam e com ênfase, às
vezes, nos valores em conflito, dos múltiplos papéis que precisa assumir.
Por isso que Maldonado (1999) diz que é importante saber se comunicar, pois é o jeito
que nos comunicamos e interagimos com os outros, que vai constituir elementos fundamentais
para desenvolver nossas relações e que o contexto social em que o adolescente está inserido é
muito precioso nesse período de transição em que a pessoa deixa de ser criança para ser um
adulto. Pois nessa fase o mesmo estará às voltas com grandes possibilidades de escolhas e
enfrentando uma série de dúvidas.
Para Ciavola (2007), é importante que seja oferecido ao adolescente um ambiente
familiar onde o mesmo possa avaliar o seu próprio modo de agir, uma vez que isso irá possibilitar
um desenvolvimento adequado para os dias atuais.
2.2 FAMÍLIA
O conceito de família possui vários significados. Desde um sentido mais restrito,
fazendo referência ao núcleo familiar básico (pai/mãe/filhos) a um mais amplificado como a de
um grupo em que seus componentes estão atrelados entre si por laços consangüíneos, consensuais
ou jurídicos estabelecendo assim um parentesco. Dessa forma, quando se fizer referência à
família o ideal é contextualizá-la primeiro e descrever que tipo de família se está referindo, a
época, as condições sociais, políticas, econômicas, culturais e religiosas da mesma (CARVALHO
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e ALMEIDA, 2003).
A família é o primeiro grupo social que um indivíduo se relaciona. Para Minuchin et al
(1999), a família é como um sistema social em que se deve dedicar um maior cuidado nas suas
características, pois um integrante pode influenciar o outro passando então por momentos de
equilíbrio e mudança. Pois viver em grupo é essencial à condição humana.
De acordo com Maldonado (1999), o relacionamento entre os componentes pertencentes
à mesma família é bastante complexo, este passa por várias mudanças ao longo do tempo. Pois a
rede familiar está inserida em um determinado contexto social e histórico, sofrendo as mais
variadas influências, porque a conduta de um influi no do outro, já que a família é um sistema de
troca.
Uma das condições fundamentais para a sobrevivência do ser humano é pertencer a um
cooptação. A família apresenta a melhor agregação social, pois esta tem como função principal o
desenvolvimento de cada um de seus membros (HUMPHREYS, 2000).
Winnicott (1999, p.59) afirma que “a família é um dado essencial da nossa civilização.
O modo pelo qual organizamos nossas famílias demonstra na pratica o que é a nossa cultura”.
Que conhecendo a família poderemos supor como será o desenvolvimento do seu integrante.
De acordo com Krom (2000), a família nos fornece o sentido de pertencimento e de
diferenciação e é respirando esse ar carregado de emoções que vivemos os processos psicológicos
importantes para a construção do nosso self.
Segundo Ariés (1981), a chamada família moderna ocidental começou a se constituir a
partir do século XIV. E esse período ficou caracterizado, sobretudo, por um declínio do domínio
da mulher que, juntamente com os filhos, ficava submissa ao poder e autoridade do homem.
Para o mesmo autor o sistema familiar tem passado por intensas mudanças. E que essas
mudanças são próprias da atual sociedade, por causa da constante modernização que vem
ocorrendo. Essas constantes mudanças vêm atreladas a dúvidas em relação às regras que devem
ser seguidas. Comparando-se com a família tradicional onde existem papéis e parâmetros bem
definidos, com normas que ajudam na organização, pois há a existência de um rígido código
moral.
Krom (2000) discorre a respeito da importância de haver sim, um determinado código
moral em que os membros da família tenham respeito e confiança entre si, pois caso algum
membro da família não corresponder às expectativas de lealdade, a família pode então ficar
enfraquecida emocionalmente e com isso poderá acorrer certos rompimentos nos termos de
comprometimento existente na constituição de uma família.
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Para Ciavola (2007), é importante reunir a família para definir regras como direitos e
deveres de cada membro, o que será considerado justo e injusto para o bom funcionamento da
mesma. Isso deve ser feito de tal forma, que possibilitem a todos os componentes da família, o
comprimento das regras estabelecidas para um desenvolvimento familiar favorável.
À família é atribuída a função mediadora entre o indivíduo e a sociedade (CARVALHO
e ALMEIDA, 2003; REIS, 1999) sendo necessária não apenas para a sobrevivência, proteção e
socialização de seus componentes, como também para a transmissão de valores que atendam às
necessidades sociais.
Em relação ao surgimento da família Reis (1999) discorre que a família proletária está
associada ao início da industrialização. Talvez por isso tenha herdado alguns valores e costumes
da família camponesa, passando por muitas transformações no decorrer do tempo acompanhando
a nova organização socioeconômica, que é visto no modelo de familiar da nossa sociedade.
Já o modelo de família burguesa começou a ser delineado no início do século XVIII,
devido às mudanças que ocorreram por causa da sociedade européia, como o surgimento da
escola, da privacidade, da preocupação de igualdade entre os filhos e do sentimento de família
valorizado por instituições como a Igreja (SZYMANSKY, 1995 apud SANTOS E OLIVEIRA,
2006; ARIÈS, 1981).
De acordo com REIS (1999), na família nuclear burguesa existia uma consolidação na
divisão de papéis sexuais com a dissociação entre a vida pública – domínio masculino – e a vida
privada – dominada pela mulher; entre a sexualidade e a afetividade. Dessa forma a frieza e a
razão eram atributos exigidos do homem em suas relações de negócio, enquanto que a mulher era
considerada menos capaz e mais emotiva, limitando-a ao espaço familiar encarregada de
transmitir afeto e cuidar dos filhos. Enquanto que homem era permitido procurar e obter o prazer
sexual em relações extraconjugais, a mulher deveria limitar sua sexualidade para a procriação.
Segundo o mesmo autor essa repressão sexual se estendida também à criança, que para
conseguir afeto dos pais necessitava renunciar ao prazer corporal, permitido nos modelos de
família precedentes.
O modelo de família existente na nossa sociedade mantém algumas características da
família burguesa, tais como a rígida divisão de papéis sexuais (REIS, 1999) e as representações
enraizadas de uma família nuclear ideal, com lugar de afeto e de relações estáveis, apesar da
diversidade dos arranjos familiares encontrados na atual sociedade, são diretamente afetados
pelas inúmeras mudanças que a mesma sofre (SANTOS e OLIVEIRA, 2006).
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2.3 GESTAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA
A notícia da chegada de um filho tem um olhar diferente dependendo do contexto em
que a gravidez acontece, cada mulher vive de uma maneira diferente a sua gravidez, umas com
sentimentos de plenitude, outras com estados de angústia (MALDONADO, 2000).
De acordo com Soiffer (1986), a gravidez é uma situação que envolve não só a mulher,
mas também a família e o meio social. Porém nem sempre essa gravidez é aceita, existe muitas
situações que a gestação não foi planejada, podendo então demonstrar maior ou menor grau de
aceitação. Quando a gravidez não é aceita, está poderá desencadear uma crise.
A gravidez é um momento muito especial na vida de uma mulher, onde ocorrem
profundas transformações (SZEJER, 1999). É um período rico de intensas vivências emocionais,
provocando ao contexto familiar grande mudanças, novas atitudes e mais responsabilidades, pois
esse novo integrante da família é dependente e precisa de cuidados.
As mudanças que acontecem na mulher durante a gravidez, estão relacionadas ao seu
desenvolvimento físico e emocional e com o início da percepção de que será mãe. A mulher
precisa se adaptar a um novo estilo de vida, pensando não só em seu bem estar, mas na
responsabilidade do bem estar do bebê. (KLAUS; KENNELL, e KLAUS, 2000).
O nascimento de um bebê vem atrelado a grandes transformações na vida das pessoas
que estão envolvidas diretamente com esse acontecimento, principalmente a gestante, já que a
gravidez traz consigo muitas modificações, rápidas e de grande intensidade, atingindo tanto o
corpo como os aspectos emocionais, e isso acabam por alterar sua rotina. Quando isso acontece
na adolescência ocorre com uma maior proporção, pois elas são obrigadas a fazer determinadas
escolhas que ainda não estão preparadas. (POMMÉ, 2006).
Segundo Valverde (1997, p.81):
adolescência é uma etapa do ciclo vital de transição entre criança e adulto que se
caracteriza pelos seguintes níveis de desenvolvimento físico, mental, emocional e social.
Assim, os desafios enfrentados pela adolescente são considerados próprios do
desenvolvimento em que incluem adaptação às mudanças fisiológicas e anatômicas em
relação à integração de uma maturidade sexual em um modelo pessoal de
comportamento, ou seja, o estabelecimento de uma identidade individual, sexual e
social.
E ainda, de acordo com Valverde (1997), as gestantes adolescentes apresentam
características de seres inquietos, questionadores, revolucionários e modificadores do mundo. A
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mesma autora diz que isso é importante para a adolescente, porém o ideal é que a mesma faça
uma reflexão sobre sua vida, sua relação amorosa e o estar grávida. E que essa reflexão provoque
um desenvolvimento psico-emocional diante do estado que se encontra.
Uma reflexão feita pela adolescente é bastante prudente, pois esse período vem
acompanhado de um renunciar, como por exemplo, da escola, dos amigos, de uma carreira
profissional entre outras coisas, direcionando então uma nova identidade para a adolescente
grávida (CARVALHO et al 2008). Esse fenômeno causa um forte impacto biopsicossocial, sendo
assim, é importante a implantação de programas de prevenção e orientação para as crianças e
adolescentes.
É importante esclarecer para as adolescentes alguns riscos que uma gravidez nesse
período pode acarretar e que existem outros fatores de risco como os biológicos e psicossociais
(GUIMARÃES e COLLI, 1998; DADOORIAN, 2000). A gravidez não planejada, não só no
caso das adolescentes, pode causar muitos problemas, pois as mães nem sempre estão preparadas
para enfrentar essa situação e acabam se deparando com uma série de obstáculos no seu meio
familiar e social.
Para Cunha, Monteiro e Reis (1998), os fatores de risco existentes na gravidez na
adolescência, nem sempre estão necessariamente relacionados à idade, mas a outros aspectos
sociais como, por exemplo, condição socioeconômica, contexto social, situação de risco social,
etc.
Outro fator importante na gravidez é a hora do parto. De acordo com Pommé (2006), o
parto tem significados importantes na vida de qualquer mulher. Para as adolescentes então esse
acontecimento se destaca mais ainda, pois elas estão passando por dois ritos de passagem
importantíssimos na vida, esses ritos são de criança para mulher e de filha para mãe. Dessa
forma, seu estado emocional tende a estar fragilizado.
Conforme o mesmo autor a maioria das mulheres têm certo receio com a hora do parto,
algumas mais outras menos, visto que é um momento cheio de ansiedade e angustia, que quase
todas as grávidas enfrentam, pois temem pela saúde perfeita do bebê e também pela sua própria
saúde.
De acordo com Monteiro, Cunha e Bastos (1998, p. 98), "o parto é o momento de maior
tensão emocional da gravidez. A expectativa de ver o bebê, saber seu sexo, suas condições de
saúde é exacerbada". Para esses mesmos autores as adolescentes chegam na hora do parto na
maioria das vezes despreparadas e agitadas causando então muitos contra tempos para si e para
todos os envolvidos naquele momento de realização.
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3-METODOLOGIA
Todo trabalho cientifico, para ser completo e compreendido por todos, deve ser
realizado seguindo certas normas. A metodologia aqui descrita possui um conjunto de normas
que serão úteis para se realização deste trabalho, cuja proposta é investigar os fatores que
influenciam a incidência de gravidez na adolescência.
O método científico escolhido para a elaboração deste estudo é a pesquisa qualitativa
exploratória que tem por finalidade responder a questões bem particulares. De acordo com
Minayo (2007), esse tipo de pesquisa se preocupa com as ciências sociais e com um nível de
realidade que normalmente não pode ser mensurado.
Para Chizzotti (2006), existem três aspectos importantes sobre os quais a abordagem
qualitativa se fundamenta: uma relação entre o mundo real e o sujeito; a interdependência entre
sujeito e objeto e um vínculo entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito. Esses aspectos
são de grande relevância, pois é uma forma de se aprender e legitimar conhecimentos.
Já para Minayo (2007), a abordagem qualitativa exploratória responde a questões muito
particulares que não são expressas em dados estatísticos, pois estuda fenômenos subjetivos tais
como: significados, motivação, escala de valores, crenças e comportamentos. E estes parâmetros
são encontrados na base das relações interpessoais e na constituição do sujeito.
Na pesquisa qualitativa exploratória todas as pessoas que participam são perfilhadas
como sujeitos que elaboram conhecimentos e produzem soluções para intervir na problemática da
pesquisa. Para Chizzotti (2006), os sujeitos da pesquisa além de identificar os problemas,
analisam e discriminam as principais necessidades e dão propostas de ações.
Uns dos instrumentos usados na pesquisa qualitativa exploratória para coleta de dados é
a entrevista. Pois de acordo com Goode e Hatt (1969 apud MARCONI e LAKATOS, 2007), a
entrevista consiste em um desenvolvimento de precisão, focalização, fidedignidade e validade de
certo ato social como a conversação. Ela tem como objetivo a obtenção de informações, sobre
determinado assunto ou problema.
Dessa forma, seguindo os procedimentos metodológicos, cabe definir a amostra, ou seja,
o sujeito norteador dessa pesquisa, que para Minayo (2007), o ideal de amostra é aquela onde se
reflete as múltiplas dimensões do objeto pesquisado, possibilitando assim, a maior visualização
do problema da pesquisa. Sendo assim, o primeiro passo para realizar uma pesquisa social é se
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definir o sujeito que tem relevância diante deste estudo, que neste caso são as dez (10), primeiras
adolescentes grávidas, com idade entre 10 a 20 anos, que após um convite da pesquisadora se
disponibilizar a colaborar na condição de sujeito de pesquisa. O convite será feito as adolescentes
grávidas que estão sendo atendidas no ambulatório da Maternidade Carmela Dutra –
Florianópolis – SC.
No caso das adolescentes com idade inferior a 18 anos, será solicitada a presença de um
acompanhamento ou responsável que autorize a participação e assine o TCLE - Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (apêndice n° 2). Caso não tenha um acompanhante
responsável, que assine o TCLE, a mesma não poderá ser entrevistada.
Definida a amostra, começa o trabalho de coleta de dados, e para isso será aplicada uma
entrevista semi-estruturada (apêndice n° 1), já que para Gil (1999), esse tipo de entrevista
possibilita a obtenção dos mais variados dados da vida social do entrevistado. Sendo que, é uma
técnica bastante eficiente para captação de dados referente ao comportamento humano, pois o
entrevistado não precisa saber ler e escrever, e o entrevistador podem esclarecer dúvidas que por
ventura possa surgir.
No entanto as entrevistas serão realizadas em um local reservado, onde estará presente
somente a entrevistada e a pesquisadora, a fim de buscar maior privacidade no sentido da
adolescente se sentir mais a vontade para responder as perguntas. Vale referir que a adolescente
tem o direito de recusar-se a responder qualquer pergunta, quando por quaisquer motivos não se
sentir a vontade para tal, sem que com isso haja qualquer sanção ou ônus.
Após a coleta desses dados, as entrevistas serão relatadas em forma de diálogo pela
pesquisadora para posteriormente avaliá-los e a partir disso fazer uma análise de conteúdo do
discurso dos participantes e sua relação com o referencial teórico até então desenvolvido. Na
próxima etapa será realizada uma revisão das publicações sobre o tema. Busca-se assim um
avanço na elucidação dessa problemática que visa uma melhor compreensão do assunto tratado
neste trabalho.
De acordo com os autores Bardin (1991), Chizzotti (2006) e Gil (1999), após a coleta de
dados a fase seguinte da pesquisa é a análise dos dados e interpretação. Para os mesmos autores a
análise tem como objetivo organizar e sumarizar os dados de forma tal que possibilitem o
fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. Já a interpretação tem como
objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante sua ligação a
outros conhecimentos obtidos anteriormente.
A análise de conteúdo é um conjunto de técnicas que analisa as comunicações, busca na
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coleta de informações através de procedimentos sistemáticos, e obtenção de indicadores que
permitam a inferência de conhecimentos sobre a produção e recepção dos conteúdos das
mensagens (BARDIN, 1991).
Conforme descreve Gil (1999), o principal aspecto que deve ser considerado no processo
de interpretação é a ligação entre as informações e dados empíricos coletados e a teoria
subjacente aos mesmos. A teoria é essencial para o estabelecimento de generalizações, mas não
pode ser considerada como o principal aspecto; é preciso ter em mente que teorias são construtos
da mente humana, interpretações da realidade, e como tal, podem apresentar falhas.
Esta pesquisa tem como objetivos alcançar resultados dentro das exigências éticas e
cientificam determinadas pelas Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo
Seres Humanos segundo a Resolução Nº 196 de 10 de outubro de 1996, onde se devem tratar os
participantes da pesquisa com dignidade, respeitando sua autonomia e comprometendo-se com a
busca de benefícios a todos os participantes que possui uma relevância social para a proposta da
pesquisa (Resolução Nº 196, 1996).
20
4-PROCEDIMENTOS ÉTICOS
Essa pesquisa obterá os resultados seguindo as exigências éticas e científicas das
Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos conforme a
Resolução Nº 196, de 10 de outubro de 1996, tratando os participantes da pesquisa com
dignidade, respeitando sua autonomia e comprometendo-se com a busca de benefícios para os
participantes e para uma relevância social (Resolução Nº 196, 1996).
Considerando que a pesquisa utilizará o espaço do Ambulatório da Maternidade Carmela
Dutra, foi entregue a uma cópia do projeto para que o mesmo seja avaliado pelo comitê de ética
daquela instituição, juntamente será anexado um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(apêndice nº 2), de forma que se possa dar início às atividades. Somente após o aceite destes,
através do referido documento é que a pesquisadora realizará a entrevista com as adolescentes
grávidas.
A pesquisadora atendendo aos princípios éticos da pesquisa que envolve seres humanos,
se compromete com o sigilo das informações junto aos participantes, que será oficializado através
do Termo de Compromisso (apêndice n° 4) e também com a devolutiva dos resultados para os
envolvidos.
Quanto ao monitoramento da segurança dos dados, somente as pessoas diretamente
envolvidas com a pesquisa, no caso a acadêmica e sua supervisora, deverão ter acesso às
informações contidas nos protocolos e aos documentos referentes à pesquisa. Estas pesquisadoras
comprometem-se a mantê-los, sob a sua tutela, pelo período de cinco anos, e após, incinerá-los.
Após termino do trabalho, com o resultado da pesquisa, comprometemo-nos em fornecer
a esta Instituição Maternidade Carmela Dutra, uma cópia do relatório final do estudo, a fim de
que possam ser divulgados seus resultados junto aos profissionais da mesma. Como também para
as adolescentes interessadas nos resultados da pesquisa. Isso será feito a princípio através de um
contato por telefone, porém se este preferir por escrito ou via e-mail, será encaminhada uma
cópia com os resultados da pesquisa.
21
5-DADOS DA IMERÇÃO AO CAMPO DE PESQUISA
Esta pesquisa foi realizada no ambulatório da Maternidade Carmela Dutra nas sextas
feiras à tarde. Pois este dia e horário é destinado para atendimento de adolescentes grávidas.
Os atendimentos nesse ambulatório são feitos por uma ginecologista/obstetra com
especialização em atendimento com adolescentes, juntamente com uma equipe de residentes que
está sob sua supervisão. Há também a equipe de enfermagem para dar auxilio e orientação para as
adolescentes atendidas neste local.
Atualmente, muitas gestantes são atendidas nos postos de saúde de seu bairro, seguindo os
princípios da descentralização, que acontece desde a constituição Federal de 1988. Barata,
Tanaka e Mendes (2004) colocam que no processo de descentralização há o entendimento de que
o município é o melhor gestor da saúde, já que a rede básica de assistência a saúde está inserida
nos bairros e, portanto, está mais próxima da realidade dos usuários. Assim, de acordo com a
política nacional, que é seguida pela secretaria de saúde do estado de Santa Catarina, a população
é atendida preferencialmente nos postos de saúde e de lá, quando necessário, são encaminhadas
para outros serviços, como por exemplo, o ambulatório de ginecologia da Maternidade Carmela
Dutra.
A coleta dos dados se deu a partir de uma primeira abordagem feita ao sujeito da pesquisa
e ao seu responsável. Foi esclarecido para ambos o propósito da pesquisa e como seria feita a
mesma. Enfim foi feitos todos os esclarecimentos necessários como também entregue os termos
de esclarecimentos livre esclarecido para que fossem assinados.
Após essa primeira abordagem a gestante acompanhava a pesquisadora até um consultório
para que então fosse realizada uma entrevista individual. A fim de resguardar o sigilo e buscar
maior privacidade a fim de que a adolescente se sentisse mais a vontade para responder as
perguntas.
Por se tratar de uma entrevista semi-estruturada, toda vez que surgia dúvida tanto na
pergunta para a adolescente como nas respostas para a pesquisadora eram feitas outras perguntas
complementares com o propósito de obter a maior clareza possível nas respostas pertinentes para
o presente estudo. Tudo isso para se apresentar um resultado mais próximo possível da realidade,
na conclusão deste trabalho de pesquisa.
22
Após a etapa de coleta de material, os dados obtidos foram trabalhados, pois para Bardin
(1991), Chizzotti (2006) e Gil (1999), a análise dos dados tem como objetivo organizar e
sumarizar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema
proposto para investigação e a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo
das respostas, o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos obtidos anteriormente.
A análise dos dados foi feita a partir de um referencial teórico sobre o tema, levando em
consideração os objetivos propostos para a conclusão desta pesquisa. Usando também a
metodologia adequada para a elucidação do conteúdo coletado na decorrer deste trabalho. Tudo
isso para instituir possíveis caminhos importantes que serão utilizados na construção de
conhecimento sobre gravidez na adolescência e os fatores que contribuem para a incidência desta
condição.
23
6-ANALISE DOS DADOS
A seguir serão descritos os dados coletados no decorrer da pesquisa e serão apresentados e
analisados de acordo com as categorias sugeridas nas perguntas, bem como de acordo com as
respostas.
Para facilitar a compreensão ao leitor os dados serão apresentados através de quadros e
descritos a seguir.
1 – Quadro referente as respostas relativas à idade das entrevistadas.
CATEGORIA TEMÁTICA-FAIXA
ETÁRIA
FREQÜÊNCIA
De 14 anos até 16 anos
06
De 17 anos até 19anos
04
A gravidez precoce é considerada como um problema de saúde pública no Brasil e em
outros países. Só em 1994, segundo estimativa do IBGE, 434,335 mil garotas com idade entre 15
e 19 anos engravidaram no Brasil. Trata-se de um índice de 60% superior ao aceitável para um
país que está em ascensão para alcançar o patamar de primeiro mundo (TEIXEIRA, 2002).
O quadro acima mostra que das dez adolescentes entrevistadas seis se encontram dentro
da faixa etária dos 14 aos 16 anos e quatro adolescentes se encontram dentro da faixa etária dos
17 aos 19 anos.
2 – Quadro referente ao estado civil das gestantes entrevistadas.
CATEGORIA TEMÁTICA-ESTADO
CIVIL
FREQUÊNCIA
Solteiras
10
24
Com o quadro acima podemos perceber que todas as adolescentes entrevistadas são
solteiras. De acordo com Carvalho e Merighi (2006), a puberdade está se manifestando cada vez
mais cedo e o término da adolescência estão dessa forma mais tardios e os adolescentes
continuam dependendo emocional e economicamente de seus pais, até mais tarde.
Das 10 adolescentes entrevistadas seis delas disseram que estão namorando o pai do bebê
e manifestou o desejo de assumir um compromisso mais sério como o casamento. Diante da
manifestação desse desejo podemos citar o que Carvalho e Merighi (2006), dizem referindo ao
casamento realizado precipitadamente devido ao surgimento de uma gravidez indesejada. Muitos
desses casamentos feitos às pressas porque a adolescente está grávida acabam não dando certo. A
gravidez precoce é uma das ocorrências mais preocupantes relacionadas à sexualidade da
adolescência, acarretando sérias conseqüências para a vida dos adolescentes envolvidos, para os
filhos que nascerão e de suas famílias.
3 – Quadro referente à escolaridade das gestantes entrevistadas.
CATEGORIA TEMÁTICA-
ESCOLARIDADE
FREQUÊNCIA
2º grau incompleto
05
2º grau completo
01
Ensino fundamental incompleto
04
O século XX foi premiado por grandes transformações sociais, culturais, políticas,
econômicas, tecnológicas, morais e sexuais. Mas mesmo assim uma gravidez precoce atrapalha a
evolução profissional, fazendo com que a adolescente adie seu estudo e a inserção no mercado do
trabalho, comprometendo muitas vezes a situação financeira da família (CARVALHO e
MERIGHI, 2006).
No quadro acima oito das gestantes estudavam e pararam de estudar e duas ainda estão
estudando, mas manifestaram o desejo de parar. Diante desses dados obtidos neste quadro
podemos considerar que a evasão escolar foi de quase 100%, ou seja, essas adolescentes acabam
por adiar ou abandonar seus estudos e conseqüentemente uma formação profissional. Apesar de
25
existir uma grande evasão escolar neste período da idade, em qualquer situação não só das
adolescentes grávidas, as entrevistadas atribuíram a gravidez como sendo o motivo de ter
abandonado a escola.
De qualquer forma esses dados são importantes de serem aprofundados, em estudos
posteriores, devido às possíveis repercussões psicossociais, já que o retorno aos estudos
provavelmente se dará em menores proporções, uma vez que terá que cuidar do seu filho e
sustentá-lo isso irá tornar mais difícil sua profissionalização e seu ingresso em uma população
economicamente ativa, causando então um agravamento das condições de vida das pessoas
envolvidas.
4 – Quadro referente com quem mora a gestante entrevistada.
CATEGORIA TEMÁTICA: LOCAL DE
RESIDÊNCIA
FREQÜÊNCIA
Com os pais
09
Com os avôs
01
O quadro acima mostra que todas as adolescentes grávidas entrevistadas estão ainda
morando com seus pais ou responsáveis. Como foi citada no segundo quadro a fase que
corresponde à adolescência, está mais ampliada nos últimos tempos devido a vários fatores. Por
isso é natural que as adolescentes grávidas entrevistadas ainda estejam morando com seus pais ou
responsáveis, pois a maioria delas ainda é dependente emocional e economicamente de sua
família (CARVALHO e MENEGHI, 2006).
Os dados obtidos neste estudo mostram que as adolescentes entrevistadas, em sua grande
maioria, não planejaram a gravidez, como pode ser observado no quadro acima, já que a maior
parte das entrevistadas disse ter engravidado sem querer. Esse dado é corroborado por Nort
(2002) que afirma que quase sempre a gravidez na adolescência é uma gravidez indesejada, pois
a maioria das adolescentes quando engravidam é ao acaso ou por um descuido e não por que elas
planejaram engravidar naquele momento. No entanto, a pesar de isso aparecer enquanto resultado
deste estudo, entende-se que não é possível fazer tal afirmação e considera-se que tal resultado
faz parte desse contexto específico, dos sujeitos de pesquisa e que portanto não cabe fazer
generalizações.
26
5 – Quadro referente à ocupação atual da gestante entrevistada.
CATEGORIA TEMÁTICA: OCUPAÇÃO
ATUAL
FREQÜÊNCIA
Estudantes mas pararam devido à gestação
07
Trabalhavam e estudavam, mas pararam ou
tem a intenção de parar.
02
Estudante
01
O quadro acima mostra que das 10 adolescentes grávidas entrevistadas, oito estudavam e
com a gestação deixaram de estudar somente duas ainda estão estudando, duas trabalhavam e
estudavam, uma parou de trabalhar e estudar e a outra manifestou o desejo de parar de fazer as
duas coisas (trabalhar e estudar).
Os dados vêm ao encontro ao que Cunha e Monteiro (1998, p.33), dizem em relação à
gravidez precoce, que “a gravidez na adolescência exerce forte impacto biopsicossocial”, pois é
nesse período que a adolescente está estudando e iniciando a sua capacitação profissional e uma
gestação nesse momento só irá contribuir para que a adolescente desista ou adie seu projeto
profissional. Cabe ressaltar que algumas das adolescentes entrevistadas manifestaram o desejo de
freqüentar um curso de graduação, sendo que os cursos mencionados foram, direito, nutrição,
veterinária e pedagogia.
O abandono escolar se encontra num índice muito alto, com quase 100% das adolescentes
gestantes entrevistadas. Diante disso, entende-se o que é amplamente sugerido pelas literaturas
(CARVALHO e MERIGHI, 2006), em relação à evasão escolar.
6 – Quadro referente às respostas quanto aos planos profissionais da gestante entrevistada.
CATEGORIA TEMÁTICA-PLANOS
PROFISSIONAIS
FREQÜÊNCIA
Não sabem
04
Quer estudar esse formar
06
27
O quadro acima mostra que quatro das adolescentes não sabem o que irão fazer no futuro.
Enquanto que seis delas dizem que após o bebê nascer irão voltar a estudar e fazer uma
universidade, ou seja, obter uma qualificação profissional graduada. Novamente os dados obtidos
mostram o desejo das adolescentes de no futuro retornar aos estudos, no entanto segundo
Carvalho e Merighi (2006) mesmo manifestando a vontade de retornar aos estudos após a
gestação dificilmente elas retornam. Cabe aqui uma observação de que esse desejo manifesto
pelas entrevistadas, pode ser uma reprodução do discurso hegemônico, onde existe uma
valorização da escolaridade, e que já apareceu antes na fala dos sujeitos de pesquisa quando as
mesmas fizeram referencia a realização de uma graduação.
Para Duarte (1996), a gravidez na adolescência é um desafio social e não um problema só
da adolescente, porque na maioria das vezes a gestante adolescente está assustada com a situação
em que se encontra acabando por ficar sozinha, pois nem sempre o pai do bebê, familiares e
amigos ficam perto dela para lhe dar apoio e solidariedade, fazem ao contrário, se afastam,
agridem, desencadeando assim mais conflitos do que ela já está vivendo.
7 - Quadro referente as respostas ao numero de gestações.
CATEGORIA TEMÁTICA: Nº. DE
GESTAÇÃO.
FREQÜÊNCIA
Primíparas
09
2ª gestação
01
O quadro acima mostra que nove das adolescentes grávidas entrevistadas disseram que era
a sua primeira gravidez e só uma das entrevistadas estava na sua segunda gestação.
Os dados que apareceram nesta pesquisa vão de encontro com os dados da pesquisa
apresentada por Pedroso et al (2005), em que das 179 adolescentes grávidas que deram à luz no
Hospital Maternidade Interlagos no período de dez/2004 a fev/2005, 43 delas estavam na segunda
gestação, ou seja, 25% dessas jovens já haviam vivido os dramas de conceber uma criança
quando ainda muitas delas se sentiam criança. Dessas 43 adolescentes 23,3% estavam na faixa
etária de 16 anos. Um dado muito preocupante, mas que felizmente não aparece nesta pesquisa, já
que apenas uma adolescente disse estar gestante pela sua segunda vez.
28
8 – Quadro referente às respostas ao planejamento familiar.
CATEGORIA TEMÁTICA
FREQÜÊNCIA
Não querem ter mais filhos
07
Sim, ainda querem ter filhos.
02
Não sabem
01
O quadro acima mostra que sete das adolescentes entrevistadas disseram que não querem
ter mais filhos, pois de acordo com algumas delas “não é fácil ter filhos”, e dizem isso antes
mesmo de ter tido o filho, o que pode sugerir uma representação social da maternidade que
permeia o imaginário das entrevistadas.
Para Pommé (2003), essa fase de adolescer e engravidar não são experiências muito
fáceis, principalmente quando ocorrem ao mesmo tempo, com isso surgem muitos medos, pois
está acorrendo uma transformação corporal, emocional e social e elas sentem que estão perdendo
o controle da situação, além da família começar a exigir uma outra postura diante da vida. Mais
responsabilidade e compromisso com o filho que está para chegar.
9 – Quadro referente à pergunta de como descobriu que estava grávida?
CATEGORIA TEMÁTICA-DESCOBERTA
DA GRAVIDEZ
DISCURSO
V.H.S – 18 anos – 36 semanas de gestação “A barriga estava crescendo, fiz exames e
descobri que estava grávida, mas continuava
menstruando”.
T.V.S – 16 anos – 16 semanas de gestação “Minha menstruação atrasou. Daí minha
mãe me levou para fazer exames e deu
positivo”.
L.H.L – 17 anos – 21 semanas de gestação “A menstruação atrasou, fiz o teste e deu
positivo”.
29
E. A. - 19 anos – 23 semanas de gestação. “Estava com tosse, fui ao médico e este
percebeu que estava grávida”. (Menstruação
irregular)
K.A.A. – 18 anos - 37 semanas de gestação. “Minha menstruação atrasou, fiz o teste de
farmácia e já deu positivo”.
L.A.F – 15 anos – 13 semanas de gestação. “A menstruação atrasou ai minha mãe me
levou ao médico”.
M.C.L. – 15 anos – 37 semanas de gestação. “A menstruação atrasou e foi feito um
exame e deu positivo”.
M.G.A.G – 15 anos – 13 semanas de
gestação.
“A menstruação atrasou, fizemos o teste e
deu positivo”.
M.C.M. - 14 anos – 23 semanas de gestação. “Estava enjoando, daí minha mãe e minha tia
compraram o teste e deu positivo”.
M.K.S. – 15 anos – 12 semanas de gestação. “A menstruação atrasou, fiz o teste de
farmácia e deu positivo”.
O quadro acima apresenta que sete das adolescentes entrevistadas referem que a suspeita de
estar grávida surgiu a partir do atraso da menstruação e diante disso resolveram fazer o teste de
gravidez. O atraso menstrual ainda é o grande indicativo de uma possível gravidez e o teste de
farmácia é apresentado pela maioria delas como o principal meio de confirmação da suspeita de
gravidez.
Segundo Pommé (2003), nesse momento a adolescente mesmo vendo que a menstruação
está atrasada, procura não pensar nisso, como que querendo fugir dessa situação, mas quando não
consegue mais esconder e fugir acaba por fazer um teste ou concordar com alguém que lhe sugira
fazer um teste, constatando então que está grávida. Diante desse fator, Guimarães (2001) diz que
existe uma grande dificuldade de se realizar um pré-natal adequado, porque a grande maioria
esconde a gravidez e procuram esse tipo de serviço tardiamente. Apesar de não ter acontecido
desse jeito com as adolescentes entrevistadas, pois as mesmas estão fazendo um
acompanhamento medico.
Uma das garotas entrevistadas descobriu por acaso, pois sua menstruação era irregular por
30
isso não suspeitou que estivesse grávida. A menstruação ser irregular é um fator bastante comum
nos primeiros meses que a adolescentes começa o seu período menstrual, porém o ideal quando
isso acontece é procurar um médico (POMMÉ, 2003).
Outra adolescente refere que a menstruação continuava a vir e só se deu conta que estava
grávida porque a barriga estava crescendo. O mesmo autor sugere que quando a jovem começa a
menstruar e principalmente quando esta tem uma vida sexual ativa faça consultas ao médico
periodicamente.
E por fim uma das adolescentes diz que estava enjoando, e fez com que sua mãe
suspeitasse de sua condição de grávida, foi feito o teste e deu positivo, a mesma estava com
muito medo de contar para sua mãe o que estava acontecendo, pois seu tio estava tendo relações
sexuais com elas desde criança e ela não contava para sua mãe por medo e porque o tio a
ameaçava, porém os enjôos acabaram por revelar a gravidez. Este caso merece especial atenção
por se tratar de uma situação que vai além da gravidez na adolescência e se insere também na
área da violência doméstica e sexual contra a criança e adolescente.
Segundo NORT (2002) mostra várias pesquisas relacionadas ao abuso sexual. Ele relata
que existe um grande número de meninas que sofrem abuso sexual dentro de suas próprias casas
por um parente bastante próximo. Esta relação parental faz com que essas meninas se sintam
obrigadas a ter relações sexuais com eles sem que as mesmas tenham consciência daquilo que
estão fazendo e quando essa já possui alguma noção sobre sexualidade e se recusam, são
ameaçadas então de várias formas.
10 – Quadro referente à pergunta, você conhece os métodos contraceptivos? Quais?
CATEGORIA TEMÁTICA:
CONHECIMENTO DOS MÉTODOS
CONTRACEPTIVOS
DISCURSO
V.H.S – 18 anos – 36 semanas de gestação Sim! “Camisinha e outros, como
comprimido, pílulas”.
T.V.S – 16 anos – 16 semanas de gestação Sim! “Camisinha, comprimido”.
L.H.L – 17 anos – 21 semanas de gestação Sim! “Camisinha, DIU e outros”.
31
E. A. - 19 anos – 23 semanas de gestação. Sim! “Todos! Eu tomava comprimido, mas
parei e nessa parada, fiquei grávida”.
K.A.A. – 18 anos - 37 semanas de gestação. Sim! “Acho que todos, preservativo,
comprimido, DIU”.
L.A.F – 15 anos – 13 semanas de gestação. Sim! “Já ouvi falar, camisinha,
comprimido”.
M.C.L. – 15 anos – 37 semanas de gestação. Sim! “Camisinha, comprimido”.
M.G.A.G – 15 anos – 13 semanas de
gestação.
“Conheço por que ouvi falar, mas nunca
usei”.
M.C.M. - 14 anos – 23 semanas de gestação. “Já ouvi falar, mas nunca usei”.
M.K.S. – 15 anos – 12 semanas de gestação. Sim! Anticoncepcional, preservativo.
A maior parte das adolescentes, afirmaram conhecer os métodos contraceptivos e saber
como evitar uma gravidez e doenças sexualmente transmissíveis, mas mesmo assim acabam
achando que não vai acontecer com elas e não tomam os devidos cuidados.
Segundo Carvalho e Meneghi (2006), o aumento da atividade sexual dos adolescentes não
tem acompanhado na mesma proporção que a de precauções contraceptivas. Eles dizem que
existe várias pesquisa que mostram que as maiorias dos adolescentes são bem informadas a
respeito dos métodos contraceptivos, apesar de que muitas vezes essas informações sejam
incompletas ou parcialmente corretas.
Tanto nesta pesquisa, quanto ao que Dadoorian (2000) diz os adolescentes possuem
conhecimento dos métodos contraceptivos e tem facilidade de acesso à informação sobre o
assunto, mas isso não garante que os jovens irão se proteger de uma gravidez indesejada e das
doenças sexualmente transmissíveis. Cotes, Aranha e Barbi (2004) citam que 87% das
adolescentes entrevistadas na sua pesquisa disseram conhecer os métodos contraceptivos, mas
70% delas não utilizaram nenhum método na primeira relação sexual.
Das entrevistadas sete delas falaram que conheciam métodos contraceptivos os hormonais
orais (comprimidos, pílulas) e o preservativo (camisinha). Enquanto que só duas manifestaram
conhecer o dispositivo intra-uterino (DIU). Diante desses dados obtidos a partir dessa questão o
autores Carvalho e Merighi (2006) proferem sobre a importância que se desencadeie entre os
32
jovens um processo de reflexão. E se intensifique nas escolas e nas vias de comunicação assuntos
que estejam relacionados à conscientização dos adolescentes na hora de sua iniciação sexual, é
importante falar sobre gravidez, sexo e doenças sexualmente transmissíveis.
Os mesmos autores referem que só assim, poderemos amenizar esse aumento de gestações
precoce e pessoas contaminadas com o HIV ou outras doenças sexualmente transmissível, os
dados obtidos nesta pesquisa vão ao encontro da literatura já que revelam que apesar do acesso as
informações sobre métodos anticoncepcionais e preservativos, as adolescentes continuam
engravidando.
11 – Quadro referente à pergunta, como teve conhecimento destes métodos?
CATEGORIA TEMÁTICA: FONTE DE
INFORMAÇÃO QUANTO AOS
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
DISCURSO
V.H.S – 18 anos – 36 semanas de gestação TV, escola, amigos.
T.V.S – 16 anos – 16 semanas de gestação TV, escola (palestras). “Minha mãe sempre
falava para me cuidar”.
L.H.L – 17 anos – 21 semanas de gestação TV, amigos, escola (palestras), internet.
E. A. - 19 anos – 23 semanas de gestação. TV, internet, palestras e etc.
K.A.A. – 18 anos - 37 semanas de gestação. TV, amigos, escola. “Palestra meio confusa.
Explicaram superficialmente”.
L.A.F – 15 anos – 13 semanas de gestação TV, amigos, escola. “Umas pessoas foram lá
na escola e falaram”.
M.C.L. – 15 anos – 37 semanas de gestação. TV, amigos, escola.
M.G.A.G – 15 anos – 13 semanas de
gestação
Escola, TV, amigos.
M.C.M. - 14 anos – 23 semanas de gestação. Escola, TV.
M.K.S. – 15 anos – 12 semanas de gestação. TV, escola, amigos, mãe.
33
No quadro acima percebesse que as escolas e os meios de comunicação, bem ou mal estão
fazendo sua parte, pois as 10 adolescentes entrevistadas responderam ter tido conhecimentos dos
métodos contraceptivos através da TV e escola. Cinco delas citaram que tiveram informações
também com o diálogo com os amigos, porém só duas disseram que tiveram conhecimento com
seus familiares.
Diante disso, percebe-se a necessidade de que ocorra uma maior discussão no meio
familiar sobre os assuntos que estejam relacionados à preparação dos adolescentes na hora de sua
iniciação sexual, é preciso falar sobre gravidez, sobre doenças sexualmente transmissíveis. Pois o
meio familiar propicia a sustentação da afetividade e também desempenha um papel decisivo na
educação de seus membros, pois é nela que são aprendidos os valores éticos e humanitários
necessários para se viver em sociedade (MALDONADO, 1996).
A família é considerada como ponto principal, devendo esta dar liberdade ao adolescente.
Porém esta liberdade deve estar vinculada à responsabilidade, a escola, ao papel na educação e
construção do ser humano e os serviços de saúde também devem se engajar na promoção de um
atendimento de orientação para os adolescentes e a mídia também é de fundamental importância
na hora da orientação, devido a sua grande penetração nessa faixa etária (CARVALHO e
MERIGHI, 2006).
De acordo com Azevedo (2004 apud CARVALHO e MERIGHI, 2006), as escolas ainda
não encontraram o tom correto para a discussão, pois muitos professores ainda não têm domínio
suficiente sobre o assunto, deixando muitas vezes as crianças e adolescentes cheios de dúvidas.
Por outro lado muitos pais são contra em se fazer palestras e debates sobre sexualidade com as
crianças e adolescentes, achando que isso poderia estimular a iniciação sexual precoce. Ainda
Assim, a escola e TV são os maiores responsáveis pelas infamações que os adolescentes têm.
A gravidez e o risco de engravidar podem estar associados a uma menor auto-estima e ao
funcionamento da família poder estar atravessando por momentos difíceis. Pois as adolescentes
que ficam grávidas podem estar tendo uma falta de apoio, afeto e diálogo dentro de seu contexto
familiar (CAMPOS, 2000). De acordo com os dados coletados através das entrevistas podemos
constatar que acesso à informação sexual não garante maior proteção contra doenças sexualmente
transmissíveis e gravidez não desejada.
34
12 – Quadro referente à pergunta, como você vê o uso da camisinha?
CATEGORIA TEMÁTICA: USO DE
PRESERVATVO
DISCURSO
V.H.S – 18 anos – 36 semanas de gestação “Muito bom, mas nem sempre se tinha para
usava, depois que o namoro ficou mais sério
paramos de usar, a gente só se cuidava”.
T.V.S – 16 anos – 16 semanas de gestação “Nunca usei! È caro e complicado, os
meninos nunca tem”.
L.H.L – 17 anos – 21 semanas de gestação “No começo usava, depois comecei a usar
comprimido, mas quando dei uma parada
aconteceu, fiquei grávida”.
E. A. - 19 anos – 23 semanas de gestação. “Desconfortável e complicada. Quando tem,
uso”.
K.A.A. – 18 anos - 37 semanas de gestação. “Desconfortável e caro! Às vezes não se tem
na hora”.
L.A.F – 15 anos – 13 semanas de gestação. “Nunca usei, os meninos nunca têm, dizem
que sai caro e é ruim de usar”.
M.C.L. – 15 anos – 37 semanas de gestação. “Nunca usei”.
M.G.A.G – 15 anos – 13 semanas de
gestação.
“Nunca usei, mas sei que evita doenças e
gravidez”.
M.C.M, - 14 anos – 23 semanas de gestação. “Previne doenças e gravidez, mas nunca
usei”.
M.K.S. – 15 anos – 12 semanas de gestação. “Desconfortável! No começo usava, mas
com o passar do tempo o namoro ficou mais
sério e paramos de usar”.
Conforme o quadro acima cinco das adolescentes entrevistadas manifesta terem
conhecimento sobre a camisinha, mas nunca terem usado e essas cinco adolescentes se encontram
dentro da faixa etária doas 14 a 16 anos. De acordo com Pommé (2003), o período
35
correspondente a essa faixa etária está caracterizado pela dificuldade de lidar com informações
relacionadas à sexualidade e reprodução. Como também a falta de poder de argumentação
principalmente de que seja usado preservativo na hora de ter relações sexuais (CARVALHO e
MEROGHI, 2006).
As outras cinco adolescentes disseram que usavam, mas acabaram por ter relações sem o
uso de preservativo. Duas delas disseram que nem sempre se tem na hora, referindo-se ao preço e
desconforto de usá-las e 03 disseram que com o amadurecimento do namoro ela acabou deixando
de usar.
Conforme pesquisa da Organização das Nações Unidas para Educação e Cultura
(UNESCO, 2004) um em cada dez jovens nunca usa camisinha e geralmente eles utilizam à
dependência do envolvimento do parceiro. E com a evolução do relacionamento muitos
abandonam a proteção que o uso da camisinha proporciona contra a gravidez e doenças
sexualmente transmissíveis (AZEVEDO, 2004 apud CARVALHO e MERIGHI, 2006).
De acordo com Oltramari e Otto (2006), quando no relacionamento existe uma maior
convivência como marido e mulher os mesmos não fazem uso do preservativo, pois as mulheres
acabam por confiar em seus maridos de tal forma que por nenhum momento pedem que seja
usado preservativo em suas relações sexuais.
Outro fator que algumas das adolescentes entrevistadas referiram-se é de os garotos nem
sempre tem porque não gostam de usar ou não tem acesso por ser caro ou complicado para pegar
gratuitamente. Para Carvalho e Meneghi (2006), são bem comuns os adolescentes dizerem que é
desconfortável e que é caro, mesmo existindo gratuitamente nos postos de saúde.
13 – Quadro referente à pergunta, seus familiares esclareceram sobre a sexualidade e os métodos
contraceptivos? Se sim, como foram feito esses esclarecimentos?
CATEGORIA TEMÁTICA:
ESCLARECIMENTOS SOBRE A
SEXUALIDADE E MÉTODOS
CONTRACEPTIVOS
DISCURSO
V.H.S – 18 anos – 36 semanas de gestação “Nunca foi de ter muita conversa sobre esse
assunto. Não tinha muito espaço para falar
36
sobre sexo com meus pais”.
T.V.S – 16 anos – 16 semanas de gestação “Sim em partes. É que as vezes eu
perguntava alguma coisa para minha mãe, ai
ela falava para me cuidar”.
L.H.L – 17 anos – 21 semanas de gestação “È..sempre rola papo a esse respeito e eles
(mãe, vó, sogra), falam para a gente se
cuidar”.
E. A. - 19 anos – 23 semanas de gestação. “Mais ou menos. Algumas coisas que eu
perguntava, mas bem superficial”.
K.A.A. – 18 anos - 37 semanas de gestação. “Sim! Quando eu perguntava algo ela dizia,
mas eu tinha vergonha de perguntar,
então...”.
L.A.F – 15 anos – 13 semanas de gestação “A mãe falou para não fazer e tomar
cuidado, mas na hora a gente esquece”.
M.C.L. – 15 anos – 37 semanas de gestação. “Minha mãe, falava que deveria tomar
cuidado e avisar ela, mas aconteceu e depois
era tarde”.
M.G.A.G – 15 anos – 13 semanas de
gestação.
“Quando perguntava alguma coisa ela
respondia, mas é mais fácil falar com as
amigas”.
M.C.M, - 14 anos – 23 semanas de gestação. “A mãe falava para me cuidar quando fosse
à hora, mas nunca contei para ninguém o que
estava acontecendo”.
M.K.S. – 15 anos – 12 semanas de gestação. “Sim, minha mãe falava, mas como sou
tímida ficava quieta quando ela falava”.
No quadro acima podemos observar que nem sempre é fácil orientar e falar com os filhos
sobre sexo. Pois 05 delas disseram que suas mães pediam para se cuidar. Enquanto que 04
falaram que quando elas perguntavam alguma coisa relacionada a isso elas apenas lhe
37
respondiam.
As adolescentes manifestaram sentir vergonha, falta de espaço e ter dificuldade de
conversar com seus pais sobre sexo. Demonstraram também que é bem mais fácil, falar com os
amigos sobre esse assunto, porém os amigos muitas vezes também não possuem clareza sobre o
tema, provavelmente em função da idade.
Os dados obtidos através das entrevistas com as adolescentes grávidas descritos no quadro
acima vai ao encontro do que Osório (2002), diz em relação as relações familiares, que é
necessário que pais e filhos compreendam e vivenciem esta etapa de vida, valorizando seus
conhecimentos, sua história e suas crenças para que tomem consciência de que se deve conversar
em família, pois esse é o espaço essencial na formação dos indivíduos. A família é considerada
como um espaço indispensável para garantir a sobrevivência, a proteção integral de seus
membros, independente da dinâmica ou da forma como ela está estruturada.
Ainda sobre esse assunto Nolte e Harris (2005), proferem que muitas vezes, os pais não
sabem como agir diante das demonstrações da sexualidade de seus filhos, porque não é tarefa
fácil aceitar e entender a maneira de pensar dos jovens. É preciso rever preconceitos e
estereótipos, entender as diferenças de idéias, uma vez que o crescimento dos filhos pode gerar
conflitos e tensão familiar.
Diante dos dados expostos acima é importante que ao perceberem a entrada dos filhos na
puberdade, os pais procurem entendê-los de forma a facilitar o vínculo afetivo entre ambos. É
essencial que nesta fase seja criado um ambiente de confiança para que, ao perceber o início da
adolescência, haja uma proximidade entre pais e filhos. Esta aproximação fará com que os
adolescentes não se sintam sozinhos, perdidos ou desorientados o que os ajudará a compreender e
vivenciar esta fase, valorizando seus conhecimentos e sua história, pois é na família que
encontrarão apoio e segurança para enfrentar os conflitos próprios da idade (SOUSA, 2006).
Para Crivelari (2007), é fundamental que a sexualidade seja discutida o mais precoce
possível, pois é um assunto que normalmente gera muita polêmica e idéias contraditórias,
entretanto, discuti-la permite, desde cedo, que crianças e adolescentes cultivem hábitos saudáveis,
esclareçam dúvidas e falem de questões pertinentes à sua própria saúde.
38
14 – Quadro referente à pergunta, como você se sente para conversar sobre sexo com seus
familiares?
CATEGORIA TEMÁTICA: FALAR
SOBRE SEXO NO MEIO FAMILIAR
DISCURSO
V.H.S – 18 anos – 36 semanas de gestação “Bem pouco a vontade, é difícil para eu falar
com meus pais sobre isso é mais fácil falar
de outras coisas”.
T.V.S – 16 anos – 16 semanas de gestação “È... acho que é até aberto, mas é melhor
falar com as amigas”.
L.H.L – 17 anos – 21 semanas de gestação “Não gosta, mas perguntavam e eu
respondia”.
E. A. - 19 anos – 23 semanas de gestação. “Mais ou menos. Algumas coisas são
complicadas de falar, pois pode deixa ela
aflita (mãe)”.
K.A.A. – 18 anos - 37 semanas de gestação. “É complicado, tenho vergonha e por isso
fiquei sem saber certas coisas”.
L.A.F – 15 anos – 13 semanas de gestação “Há... é difícil (ficou vermelha)”.
M.C.L. – 15 anos – 37 semanas de gestação. “Normal, mas falo bem pouco sobre esse
assunto”.
M.G.A.G – 15 anos – 13 semanas de
gestação.
“Com um pouco de vergonha”.
M.C.M. - 14 anos – 23 semanas de gestação. “Tenho medo e vergonha, Não conseguia
dizer para minha mãe e para ninguém o que
meu tio estava fazendo".
M.K.S. – 15 anos – 12 semanas de gestação. “Tímida, com vergonha, muito
desconfortável”.
O quadro acima apresenta que ainda existe pouco diálogo e muito tabu no contexto
39
familiar na hora de falar sobre sexo. Embora tenha havido uma modernização dos valores
relacionados à sexualidade, isso não se fez de forma homogênea, nem os novos valores foram
incorporados completamente, existe uma contradição entre o discurso moderno da liberação da
sexualidade e a sua prática, pois a maioria das jovens inicia sua vida sexual mais precocemente,
mas se deparam com muitos conflitos, pois nem sempre eles têm um dialogo aberto sobre
sexualidade, (DADOORIAN (2000), GUIMARÃES (2001) e SANT’ANNA (2001)). A maioria
das adolescentes entrevistadas nesta pesquisa disse sentir vergonha, desconforto e que fica bem
pouco a vontade para conversar com seus pais sobre sexo.
De acordo com Carvalho e Meneghi (2006), a vida sexual dos jovens se inicia cada vez
mais cedo e o diálogo entre pais e filhos se torna cada vez mais essencial. A boa conversa, o
esclarecimento, e a abertura para escutar os filhos podem evitar muitas conseqüências
indesejadas. Vemos no nosso dia-a-dia as meninas grávidas sem estrutura nenhuma para criar um
filho, e, além disso, adolescentes com as chamadas Doenças Sexualmente Transmissíveis.
15 – Quadro referente à pergunta, qual foi o papel dos amigos no que diz respeito à iniciação e
vivencia da sexualidade?
CATEGORIA TEMÁTICA: INFLUÊNCIA
SOFRIDA PELO GRUPO SOCIAL EM
QUE ESTÁ INSERIDO
DISCURSO
V.H.S – 18 anos – 36 semanas de gestação “Tenho poucos amigos, por isso acho que
nunca fui influenciada, mas sei que isso
existe. A galera sempre questiona se é ou
não são mais virgens”.
T.V.S – 16 anos – 16 semanas de gestação “Acho que não sou influenciada, mas eu e
minhas amigas quando saiamos ficávamos
competindo quem ficava mais rápido, ou
com algum gatinho mais disputado, quem
deixou se ser BV (boca virgem) antes e
quem ficou com um garoto primeiro”.
40
L.H.L – 17 anos – 21 semanas de gestação “Fui uma das primeiras a perder a virgindade
na minha relação de amigas”. “Acho que não
fui influenciada, mas a gente falava quem
era e quem não era”.
E. A. - 19 anos – 23 semanas de gestação. “Os colegas cobram quando a gente é ainda
virgem, sabe como é, se você for muito
diferente vira piada”.
K.A.A. – 18 anos - 37 semanas de gestação. “...tem aquele negocio de BV e de deixar de
ser virgem...quem fica com mais gatinhos”.
L.A.F – 15 anos – 13 semanas de gestação “Há... a gente sempre falava. Primeiro para
deixar de ser BV (boca virgem), depois
quem ficava primeiro com o menino”.
M.C.L. – 15 anos – 37 semanas de gestação. “Com os amigos é mais fácil falar sobre tudo
e sempre tem o negócio de concorrência para
ver quem fica com quem”.
M.G.A.G – 15 anos – 13 semanas de
gestação.
“Entre as amigas sempre conversamos sobre
os garotos, namoros e o que rola, quando eu
ainda não tinha ficado com ninguém
acontecia brincadeiras do tipo, cobrança”.
M.C.M, - 14 anos – 23 semanas de gestação. “A gente conversava sobre os meninos, mas
nunca falei para ninguém o que acontecia
comigo”.
M.K.S. – 15 anos – 12 semanas de gestação. ”Não fui influenciada, mas sempre se
conversa com os amigos sobre namoro, sexo
e outras coisas desse tipo, com os amigos
são mais fácil falar sobre o assunto”.
.
O quadro acima apresenta o que as adolescentes entrevistadas falam em relação a
influencias sofridas diante do grupo social em que estão inseridas. A maioria delas diz não ser
influenciadas, mas elas admitem que sempre conversam, sobre assuntos como quem deixou de
41
ser BV (boca virgem), virgem e quem fica com quem.ou com mais garotos.
Segundo Carvalho e Merighi (2006), muitos adolescentes ficam motivados pela
curiosidade ou pela pressão do grupo e não pelo desejo. Numa sociedade dominadora e
coercitiva, muitos adolescentes são influenciados por um comportamento sexual mais liberado e
são levados a assumir sua sexualidade precocemente. A influência do grupo de amigos e a grande
quantidade de informações e imagens da mídia acabam por produzir uma aceleração ao ingresso
no mundo adulto. Enquanto que os mesmos não têm uma preparação física nem psíquica para
isso.
É comum existir uma instabilidade emocional, carência afetiva, invulnerabilidade e
fragilidade nos adolescentes, pois eles então passando por um processo de formação. A omissão
dos pais a falta de informações e fantasias que as adolescentes tem faz com que elas acabam por
engravidar para prender o namorado ou para mostrar aos pais que já é adulta (BANKS, 2000).
Os adolescentes estão sempre tentando se afirmar diante do grupo social em que inserido,
diante de sua família e da sociedade em que vive.
42
7-CONSIDERAÇÕES FINAIS
A adolescência é um período de grandes transformações e descobertas, é tempo de
afirmação da personalidade e de formação de relações mais profundas com a sociedade, escola e
principalmente com a família. Ela é compreendida como uma fase de transição entre a infância e
a idade adulta e é de fundamental importância para o desenvolvimento do ser humano.
Como a adolescência é uma fase de descoberta, é imprescindível para a formação da
adolescente, estabelecer constantemente uma abertura com a família para dirimir suas dúvidas. A
ausência de diálogo pode fazer com que os adolescentes procurem as suas respostas fora de casa,
aprendendo, com amigos, namorados e outras pessoas em que tenham confiança, estando assim,
expostas a uma gravidez não desejada e também adquirir uma doença sexualmente transmissível.
Um dos fatores que apareceu bastante e que podem ter contribuído para a ocorrência da
gravidez precoce, foi a dificuldade que as adolescentes têm em falar sobre a sua sexualidade. Pois
tanto os adolescentes como os pais acham constrangedor dialogar sobre esse assunto, e essa falta
de diálogo acaba por gerar adolescentes mal informados que iniciam a vida sexual sem ter o
mínimo de esclarecimento sobre a sua sexualidade.
Alguns autores citados no decorrer deste trabalho afirmam que quando o jovem tem
diálogo com os pais, quando a escola promove explicações sobre prevenção, o tempo certo em
que o corpo está pronto para ter relações e gerar um filho, há uma baixa probabilidade de
gravidez precoce e um pequeno índice de doenças sexualmente transmissíveis.
A gravidez precoce traz consigo muitas complicações, pois as maiorias das adolescentes
ainda não estão preparadas para ter um filho. Esta pesquisa mostrou que elas apresentam
dificuldade em ter filhos neste momento de sua vida, pois a maioria delas deixou de estudar e
ainda não havia começado a trabalhar, sendo assim eram dependentes de seus pais ou
responsáveis.
Concluímos também que os adolescentes possuem sim, conhecimentos relacionados aos
métodos contraceptivos, mas que muitas vezes não fazem uso deste esclarecimento, e acabam por
engravidar ou contrair uma doença sexualmente transmissível.
O uso de preservativos torna-se cada vez mais necessário. É preciso facilitar o acesso dos
mesmos, baixar seus custos, promovê-los mais e ajudar a superar os obstáculos sociais e pessoais
que o seu uso tem, se é que existe a intenção de reduzir as conseqüências que o não uso acarreta.
43
Acreditamos que um dos caminhos para melhorar as condições de vida dos adolescentes é
a educação, para tanto, temos os familiares, os profissionais de saúde e os profissionais
educadores que continuam orientando sobre sexualidade, métodos contraceptivos, para que os
adolescentes não venham a engravidar.
A presente pesquisa visou além de levantar os fatores que levam as adolescentes a
engravidar buscou discutir os dados de forma a dar subsídios para futuras pesquisas mais amplas
sobre o tema, pois há muito a ser feito pelos adolescentes no que diz respeito ao suporte familiar,
educacional, cultural e comportamental, para que os mesmos possam alcançar tudo o que
desejam, com conhecimento e responsabilidade dos seus atos.
44
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49
APÊNDICE
50
APÊNDICE I – ROTEIRO PARA UMA ENTREVISTA SEMI-
ESTRUTURADA
I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1. Nome (as iniciais): _______________________________________
2. Data de nascimento: ______________________________________
3. Estado Civil: ____________________________________________
4. Escolaridade: ____________________________________________
5. Com quem mora: _________________________________________
6. Ocupação Atual: _________________________________________
7. Ocupação Pretendida: _____________________________________
8. É a primeira gravidez: _____________________________________
9. Pretende ter outros filhos: __________________________________
10. Contato telefônico: ________________________________________
II - QUESTÕES DA ENTREVISTA
1. Como descobriu que estava grávida?
2. Você conhece os métodos contraceptivos? Quais?
3. Como teve conhecimentos destes métodos?
4. Como você vê o uso da camisinha?
5. Seus familiares esclareceram sobre a sexualidade e os métodos contraceptivos? Se sim,
como foram feitos estes esclarecimentos?
6. Como você se sente para conversar sobre sexo com seus familiares?
7. Qual foi o papel dos amigos no que diz respeito à iniciação e vivencia da sexualidade?
51
APÊNDICE II – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO
Você está sendo convidada a participar, voluntariamente de uma pesquisa. E após ser
esclarecida sobre as informações, descritas a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo,
assinará este documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador
responsável. Em caso de recusa você não será penalizada de forma alguma.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:
Título do Projeto: Fatores que influenciam na incidência da gravidez na adolescência.
Acadêmica pesquisadora: Terezinha Aparecida Pignatel - Telefone: (048) 91219911
Pesquisadora orientadora: Hebe Cristina Bastos Regis - Telefone: (48) 99277880
Viemos através deste termo de compromisso, esclarecer e comprometermos de modo
ético, alcançar os objetivos deste projeto de pesquisa. Este estudo tem como objetivo geral:
Pesquisar fatores que influenciam a gravidez na adolescência. Investigando os aspectos
familiares, tipo de informações que as adolescentes recebem quando tem a iniciação sexual,
investigar se existe alguma influência dos amigos e meios social. Este estudo tem o anseio de que
sirva para orientação e prevenção em unidades freqüentadas por crianças e adolescentes na
região da grande Florianópolis. A presente coleta de dados será realizada segundo os princípios
éticos de pesquisa com seres humanos e utilizando como base à resolução normativa número
01/1997 e número 001/CEP/UNIVALI/2002, sendo que, será mantido o anonimato dos sujeitos
envolvidos nesta pesquisa.
No caso de aceitar a participar deste projeto de estudo, a gestante, como também o
responsável, assinará este documento. Será feito uma entrevista em um local reservado somente
com a presença da gestante e da pesquisadora, cujo assunto estará relacionado com a sua
iniciação sexual e gravidez. Porém a gestante terá todo direito de se recusar a responder qualquer
pergunta, em qualquer momento.
A realização desse estudo conta com orientação da professora Hebe Cristina Bastos
Regis, com disponibilidade da adolescestes entrevistadas e a cooperação de todo corpo funcional
da instituição Maternidade Carmela Dutra – Florianópolis - SC.
Os resultados da pesquisa nos permitirão fazer reflexões sobre o tema e apresentar ações
que se aproximem do conceito de saúde e prevenção, servindo então de fonte de pesquisa e
material para orientação.
Não estão previstos riscos, dores ou desconfortos durante a realização da entrevista. No
entanto se isso vier a acontecer a adolescente será encaminhada pela própria pesquisadora para os
serviços de psicoterapia gratuitos disponíveis na cidade. Estaremos disponíveis para qualquer
informação ou dúvida que a adolescente ou responsável por ventura, tiverem se for de sua
vontade. Estas podem desistir a qualquer momento, só precisa informar com antecedência. Por
ser voluntária e sem interesse financeiro, a mesma não terá direito a nenhuma remuneração. Os
dados referentes à gestante serão secretos e privados, e o resultado mostrará os possíveis
benefícios atingidos pelo estudo.
Nome e assinatura do professor orientador: __________________ ___________________
Nome e assinatura do pesquisador: ________________________ __________________
Nome e assinatura do pesquisado: _________________________ __________________
Nome e assinatura do responsável: _________________________ __________________
52
APÊNDICE III - CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO DO SUJEITO
Eu, _____________________________________, RG_____________, CPF ____________
abaixo assinado, concordo em participar do presente estudo como sujeito. Fui devidamente
informado e esclarecido sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os
possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso
retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à qualquer penalidade ou
interrupção de meu acompanhamento/assistência/tratamento.
Local e data: ___________________________________________________________
Assinatura: _____________________________________________________________
Telefone para contato: ____________________________________________________
53
APÊNDICE IV - CONSENTIMENTO DO RESPONSÁVEL PELA
PARTICIPAÇÃO DO SUJEITO
Eu, _____________________________________, RG_____________, CPF ____________
abaixo assinado, concordo que _________________________________, minha
_______________________ participe do presente estudo como sujeito. Fui devidamente
informado e esclarecido (a) sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os
possíveis riscos e benefícios decorrentes de sua participação. Foi-me garantido que posso retirar
meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à qualquer penalidade ou interrupção
de meu acompanhamento/assistência/tratamento.
Local e data: ___________________________________________________________
Assinatura: _____________________________________________________________
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APÊNDICE V – CARTA DE APRESENTAÇÃO E TERMO DE
COMPROMENTIMENTO
Florianópolis ____ de dezembro de 2008.
Prezado Srª Diretora: Elisa Brentano e integrantes do comitê de ética desta Instituição
Maternidade Carmela Dutra - Florianópolis - SC
Eu, Terezinha Aparecida Pignatel aluna do Curso de Psicologia da UNIVALI – C. E.
Biguaçu, sob a orientação da professora Hebe Cristina Bastos Regis, venho por intermédio deste,
encaminhar o meu projeto de Trabalho de Conclusão de Curso para sua análise e parecer a
respeito da viabilidade do mesmo ser desenvolvido nesta instituição.
A pesquisa tem como título, Os Fatores que influenciam na Incidência da Gravidez na
Adolescência. Tem como objetivo: Investigar aspectos familiares, tipo de informações que as
adolescentes recebem quando tem a iniciação sexual, perquirir se existe alguma influência dos
amigos na iniciação sexual dos adolescentes, tudo isso para que se possa fazer um trabalho de
conclusão de curso e que este posteriormente sirva de orientação e prevenção em unidades
freqüentadas por crianças e adolescentes na região da grande Florianópolis.
Conforme os preceitos éticos em pesquisa, informo que os dados coletados durante o
estudo serão utilizados exclusivamente para fins de pesquisa, sendo mantido sigilo sobre a
identidade dos adolescentes participantes.
Comprometemos-nos também, em fornecer a esta Instituição uma cópia do relatório
final do estudo, a fim de que possam ser divulgados seus resultados junto aos profissionais
interessados. Como também para as adolescentes e familiares interessados.
Portanto, sua aprovação será de fundamental importância para esse estudo.
Atenciosamente,
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Terezinha Aparecida Pignatel Hebe Cristina Bastos Regis
(Aluna Pesquisadora) (Professora Orientadora)