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FASE RECURSAL 14. Recursos. Parte Geral e Recursos de natureza ordinária 14.1 O sistema recursal trabalhista 14.2 Conceitos e Princípios que o informam 14.3 Pressupostos de admissibilidade e o duplo Juízo de admissibilidade 14.3.1 Lesividade, interesse e legitimidade 14.3.2. Prazo 14.3.3. Preparo. Custas e depósitos recursais 14.3.4 Adequação e o Princípio da fungibilidade 14.3.5 Formalidade e estrutura do recurso 14.4 Recursos de natureza ordinária 14.4.1 Embargos declaratórios 14.4.2 Recurso Ordinário 14.4.3 Recurso Adesivo

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FASE RECURSAL

14. Recursos. Parte Geral e Recursos de natureza ordinária

14.1 O sistema recursal trabalhista

14.2 Conceitos e Princípios que o informam

14.3 Pressupostos de admissibilidade e o duplo Juízo de admissibilidade

14.3.1 Lesividade, interesse e legitimidade

14.3.2. Prazo

14.3.3. Preparo. Custas e depósitos recursais

14.3.4 Adequação e o Princípio da fungibilidade

14.3.5 Formalidade e estrutura do recurso

14.4 Recursos de natureza ordinária

14.4.1 Embargos declaratórios

14.4.2 Recurso Ordinário

14.4.3 Recurso Adesivo

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FASE RECURSAL Concluída a Fase Decisória, inicia-se a Fase Recursal.

TEORIA GERAL DOS RECURSOS Os remédios contra as decisões judiciais, como gênero, podem ser classificados, em espécies, recursos e ações autônomas de impugnação. Os recursos, são interpostos e dão continuidade ao processo já existente, impedindo a formação da coisa julgada. As ações autônomas como a ação rescisória e o mandado de segurança contra ato judicial têm natureza de ação autônoma de impugnação, pois dão origem a processo distinto. CONCEITO Prof. Carlos Henrique Bezerra Leite:

Recurso, como espécie de remédio processual, é um direito assegurado por lei para que a parte, o terceiro juridicamente interessado ou Ministério Público possam provocar o reexame da decisão proferida na mesma relação jurídica processual, retardando, assim, a formação da coisa julgada.

O direito à impugnação da decisão judicial possui diversas justificativas:

falibilidade do ser humano: erro na apreciação da prova ou aplicação norma jurídica;

presumida maior capacidade de julgamento do órgão colegiado; segurança resultante da uniformidade na aplicação das normas jurídicas, e tentativa de buscar uma medida justa entre a rápida solução dos conflitos e a

necessidade de controle de validade e justiça das decisões judiciais.

PRINCÍPIOS

DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO E O RITO SUMÁRIO TRABALHISTA O duplo grau de jurisdição está assegurado pelo artigo 5º LV, como garantia constitucional?

Art. 5º: (...) LV- aos litigantes, em processo judicial ou administrativos e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

Não está garantido de forma explícita, o que propicia divergências doutrinárias e jurisprudenciais acerca não somente de sua existência, como também do seu status constitucional.

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Contudo, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (22·11-1969), ratificada pelo Brasil (Decreto n. 678, de 6-11·1992), assegura, no art. 82 (Garantias Judiciais), § 10, a toda pessoa o "direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior". Assim, podemos dizer·que o duplo grau de jurisdição é um direito humano conferido a toda pessoa de interpor recurso das decisões judiciais para um juiz ou um tribunal superior. Em nosso Sistema, é também um direito fundamental, já que recepcionado pelos §§ 2º e 3º do art. 52 da CF/1988. Embora humano e fundamental, o direito de recorrer não é absoluto. CAUSAS DE ALÇADA Lei 5.584/1970, ao tratar do procedimento de alçada, aplicável quando o valor da causa é inferior a dois salários mínimos, estabelece que, salvo se versar sobre matéria constitucional, nenhum recurso é cabível das sentenças proferidas nos dissídios da alçada, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação (art. 2º, § 4º).

Art. 2º, Lei 5.584/70 = RITO SUMÁRIO § 3º Quando o valor fixado para a causa, na forma deste artigo, não exceder de 2 (duas) vezes o salário-mínimo vigente na sede do Juízo, será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo constar da Ata a conclusão da Junta quanto à matéria de fato. § 4º Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação. (Com a redação dada pela Lei nº 7.402, de 05 de novembro de 1985.)

Nos termos da Súmula 71 do TST:

“Alçada (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. A alçada é fixada pelo valor dado à causa na data de seu ajuizamento, desde que não impugnado, sendo inalterável no curso do processo”.

A respeito da constitucionalidade dessa restrição quanto ao cabimento de recurso, a Súmula 356 do TST assim dispõe:

“Alçada recursal. Vinculação ao salário mínimo (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. O art. 2º, § 4º, da Lei nº 5.584, de 26.06.1970, foi recepcionado pela CF/1988, sendo lícita a fixação do valor da alçada com base no salário mínimo”.

A Súmula 640 do STF esclarece ainda:

“cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal”.

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Logo, no procedimento de alçada, em se tratando de matéria constitucional e presente a repercussão geral, é imediatamente cabível o recurso extraordinário, de competência do STF.

Art. 102 da CF - Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:

Na prática, quais hipóteses seriam interessantes o Sumário Trabalhista? Art. 840, § 1º da CLT exige pedido certo, determinado com a indicação do valor.

Art 2º Nos dissídios individuais, proposta a conciliação, e não havendo acôrdo, o Presidente, da Junta ou o Juiz, antes de passar à instrução da causa, fixar-lhe-á o valor para a determinação da alçada, se êste fôr indeterminado no pedido. § 1º Em audiência, ao aduzir razões finais, poderá qualquer das partes, impugnar o valor fixado e, se o Juiz o mantiver, pedir revisão da decisão, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente do Tribunal Regional.

DA TAXATIVIDADE OU DA LEGALIDADE Significa que os recursos são enumerados pela lei, em rol exaustivo. No processo do trabalho:

Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: I - embargos; II - recurso ordinário; III - recurso de revista; IV - agravo.

E mais, a IN 39 do TST, prevê:

Art. 2° da IN 39 do TST - Sem prejuízo de outros, NÃO SE APLICAM AO PROCESSO DO TRABALHO, em razão de inexistência de omissão ou por incompatibilidade, os seguintes preceitos do Código de Processo Civil: XII - arts. 1043 e 1044 (embargos de divergência);

Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que: I - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito; III - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia;

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Art. 1.044. No recurso de embargos de divergência, será observado o procedimento estabelecido no regimento interno do respectivo tribunal superior.

O que se observa no processo do trabalho, na esfera do TST, são os embargos previstos no art. 894 da CLT.

Art. 894 da CLT - No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias: I - de decisão não unânime de julgamento que: a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e II - das decisões das Turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal.

DA IRRECORRIBILIDADE DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS De forma diversa do que ocorre com o Processo Civil, cujas decisões interlocutórias proferidas no curso do processo podem ser impugnadas por agravo de instrumento, no Direito Processual do Trabalho não admite recurso específico contra estas espécies de atos judiciais, salvo situações muito específicas.

Art. 893, § 1º da CLT - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva.

Exceções a Irrecorribilidade: Súmula nº 214 do TST. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

DA SINGULARIDADE, UNIRRECORRIBILIDADE OU UNICIDADE RECURSAL Não permite a interposição de mais de um recurso contra a mesma decisão (ou capítulo da mesma decisão). Os recursos não podem ser utilizados, simultaneamente, mas sim sucessivamente, obedecendo-se à hierarquia dos órgãos jurisdicionais (graus de jurisdição).

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Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: I - o Tribunal Superior do Trabalho; (Embargos no TST / Recurso Extarordinário) II - os Tribunais Regionais do Trabalho; (Recurso de Revista) III - Juizes do Trabalho. (Recurso Ordinário / Agravo de Petição)

Situação diversa é: Hipótese da Reclamada interpor R.O. no 5º dia do prazo e o Reclamante ter embargado a sentença. Se a decisão dos embargos declaratórios modificar a sentença·anteriormente proferida, acarretando prejuízo à Reclamada, esta poderá aditar as razões do recurso anteriormente interposto, pois não seria lógico ou juridicamente razoável que o exercício regular de um direito (interposição do recurso ordinário dentro do prazo recursal) redundasse em situação desfavorável. Todavia, o princípio da unirrecorribilidade é violado se a parte interpõe recurso ordinário e, posteriormente, não havendo modificação da sentença por meio de embargos declaratórios, interpõe recurso adesivo ao recurso ordinário interposto pela outra parte da mesma sentença inalterada. Jurisprudência:

RECURSO ADESIVO SUPERVENIENTE A RECURSO INDEPENDENTE TIDO POR DESERTO. INADMISSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. Se ao recurso independente foi denegado seguimento por falta de pressupostos extrínsecos, não é dado à parte recorrer adesivamente, ante a preclusão consumativa, além de ferir o princípio da unirrecorribilidade. Não pode a parte invocar o prazo especial do art. 500, I, apenas para transpor o obstáculo porventura surgido com o esgotamento ao prazo normal de interposição ou falta de pagamento de custas ou depósito recursal, ou qualquer vício formal que inviabilizou a admissibilidade do recurso independente. " ... não é recurso adesivo, nem se pode receber como tal, o recurso daquele que pura e simplesmente, perdeu a oportunidade de recorrer" (José Carlos Barbosa Moreira). O recurso adesivo não constitui, portanto, um expediente de facilitação de recursos. Bem ao contrário: visa a diminuir o número de impugnações autônomas. Dentro da teleologia-que inspirou a adoção do recurso adesivo, não se deve prestigiar o procedimento da parte que, tendo interposto sem o devido preparo o recurso ordinário independente, posteriormente reproduz essa impugnação na via adesiva. Recurso de revista não conhecido, no particular ( ... ) (TST-RRn. 634739, 4A T., Rel. José Antônio Pancotti, DJ 24-9-2004).

Vale dizer, a interposição anterior do recurso ordinário implica, para o recorrente, preclusão consumativa para a interposição posterior de recurso adesivo.

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DA FUNGIBILIDADE OU DA CONVERSIBILIDADE Hipótese de erro técnico na interposição/inadequação do recurso. Um recurso pode ser recebido por outro, quando não ocorra má-fé ou erro grosseiro, tendo sido respeitado o prazo de interposição do recurso próprio e atendidos os seus pressupostos de admissibilidade.

OJ 152 da SDI-2 - AÇÃO RESCISÓRIA E MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO DE REVISTA DE ACÓRDÃO REGIONAL QUE JULGA AÇÃO RESCISÓRIA OU MANDADO DE SEGURANÇA. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. INAPLICABILIDADE. ERRO GROSSEIRO NA INTERPOSIÇÃO DO RECURSO. (DEJT divulgado em 03, 04 e 05.12.2008). A interposição de recurso de revista de decisão definitiva de Tribunal Regional do Trabalho em ação rescisória ou em mandado de segurança, com fundamento em violação legal e divergência jurisprudencial e remissão expressa ao art. 896 da CLT, configura erro grosseiro, insuscetível de autorizar o seu recebimento como recurso ordinário, em face do disposto no art. 895, “b”, da CLT.

Art. 895 da CLT - Cabe recurso ordinário para a instância superior: I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.

Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando:

Requisitos: (1) dúvida objetiva sobre qual o recurso a ser interposto; (2) inexistência de erro grosseiro, e (3) atendimento do prazo do recurso correto. 1ª Hipótese:

Súmula nº 421 do TST EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CABIMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR CALCADA NO ART. 932 DO CPC DE 2015. ART. 557 DO CPC DE 1973. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 I – Cabem embargos de declaração da decisão monocrática do relator prevista no art. 932 do CPC de 2015 (art. 557 do CPC de 1973), se a parte pretende tão somente juízo integrativo retificador da decisão e, não, modificação do julgado.

II – Se a parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática, cumpre ao relator converter os embargos de declaração em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual, submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias,

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complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, do CPC de 2015.

Art. 1.021 do CPC - Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. § 1º Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada.

Agravo era o recurso adequado e a parte opôs ED. 2ª Hipótese:

OJ 69 DA SDI-2 - FUNGIBILIDADE RECURSAL. INDEFERIMENTO LIMINAR DE AÇÃO RESCISÓRIA OU MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO PARA O TST. RECEBIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL E DEVOLUÇÃO DOS AUTOS AO TRT (inserida em 20.09.2000). Recurso ordinário interposto contra despacho monocrático indeferitório da petição inicial de ação rescisória ou de mandado de segurança pode, pelo princípio de fungibilidade recursal, ser recebido como agravo regimental. Hipótese de não conhecimento do recurso pelo TST e devolução dos autos ao TRT, para que aprecie o apelo como agravo regimental.

AR era o recurso adequado e a parte interpôs RO para o TST.

PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE OU DISCURSIVIDADE O princípio da dialeticidade, que norteia o recebimento/conhecimento dos recursos impõe à parte recorrente impugnar TODOS os fundamentos da decisão hostilizada (sentença ou acórdão), demostrando serem insustentáveis, sob pena, de tornar rígida a decisão guerreada.

Art. 899 da CLT - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.

Simples Petição, não significa recurso genérico. A interpretação literal do art 899 da CLT, poderia sugerir a prática de recursos meramente procrastinatórios. O princípio em estudo, orienta que o recurso deve ser discursivo, dialético. Cabendo ao recorrente, demonstrar os capítulos da decisão que pretende impugnar e as respectivas razões da impugnação, possibilitando, assim, ao juízo ad quem a verificação da validade e da justiça da decisão recorrida.

Art. 1.010 do CPC - A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá: III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; Art. 932 do CPC - Incumbe ao relator: III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;

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A não observância pelo recorrente do princípio da dialeticidade implica o não conhecimento do seu recurso por irregularidade formal.

Súmula nº 221 do TST RECURSO DE REVISTA. VIOLAÇÃO DE LEI. INDICAÇÃO DE PRECEITO. A admissibilidade do recurso de revista por violação tem como pressuposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição tido como violado. Súmula nº 422 do TST RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO CONHECIMENTO I – Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que proferida.

DA VOLUNTARIEDADE Interesse da parte em recorrer, limita a discussão recursal. A fase recursal é um prolongamento do exercício do direito de ação, portanto, os Tribunais não poderão, em linha de princípio, apreciar matérias que não foram discutidas nos recursos, pois é ato voluntário da parte agir e recorrer. É por essa razão que a remessa ex officio não pode ser considerada recurso, pois o juízo não tem interesse recursal. Efeito Devolutivo dos Recursos! PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA REFORMATIO IN PEJUS O princípio proíbe que, no julgamento de um recurso, o Tribunal profira decisão que piore o resultado meritório da demanda para o recorrente. Se não houve recurso contra uma parte da decisão desfavorável a um dos demandantes, tal parte transita em julgado, não podendo ser atingida pelo julgamento de recurso da parte contrária. Exceção: Matéria de Ordem Pública, art. 485, § 3º do CPC

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; § 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.

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Jurisprudência:

Cumpre lembrar que, nos termos do art. 515, §§ 1º e 2º, do CPC, aplicável ao Processo do Trabalho, está o juízo ad quem autorizado a proceder ao exame das matérias de ordem pública, que podem ser conhecidas de ofício e em relação as quais não se opera a preclusão (art. 267, § 3º, do CPC), sem que esse procedimento implique reformatio in pejus. (ReeNec e RO-113200-64.2009.5.03.0000, Relator: Ministro Antônio José de Barros Levenhagen, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, DEJT 19/11/2010)

PRESSUPOSTOS RECURSAIS Pressupostos Genéricos. A admissibilidade dos recursos está condicionada à satisfação dos pressupostos de admissibilidades. A doutrina classifica os pressupostos recursais em subjetivos (ou intrínsecos) e objetivos (ou extrínsecos). Além dos pressupostos genéricos, há outros pressupostos específicos comuns aos recursos de natureza extraordinária (ex.: recurso extraordinário, embargos no TST e recurso de revista), como o prequestionamento, a delimitação de matéria, a existência de divergência jurisprudencial, a transcendência etc. Dos Pressupostos Subjetivos (intrínsecos) Diz respeito aos atributos do recorrente, ou seja, quem pode recorrer? São classificados em legitimidade, capacidade e interesse. a) Legitimidade A legitimidade recursal é a habilitação outorgada por lei (art. 996 do CPC) àquele que tenha participado, como parte, do processo em primeiro grau de jurisdição, ainda que revel.

Art. 996 do CPC - O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.

Terceiros: Além das partes originárias da relação processual, têm legitimação para interpor recurso, na qualidade de terceiro prejudicado ou juridicamente interessado:

1) o sucessor ou herdeiro (arts. 10 e 448 da CLT); 2) A empresa condenada solidária ou subsidiariamente (art. 2º, § 2º da CLT; Súmula 331, IV do TST e Lei 13.429/2017); 3) o subempreiteiro, o empreiteiro principal ou o dono da obra (art. 455 da CLT);

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4) os sócios de fato nas sociedades não juridicamente constituídas, além das pessoas físicas e jurídicas por força de normas de direito civil, que se vinculem à parte que figurou na demanda (art. 265 CCB); 5) os litisconsortes (art. 118 do CPC) e assistentes (simples ou litisconsorciais arts. 121 e 124 do CPC);

b) Capacidade O recorrente deve ser plenamente capaz (arts. 3º, 4º e 5º do CCB). Trata-se da capacidade recursal. Dessa forma, se o recorrente não se encontrar mentalmente apto à prática de atos da vida civil, então não terá capacidade para recorrer, devendo, neste caso, ser legalmente representado nos termos da Lei Civil, conforme a hipótese (arts. 71 e 72 do CPC). Neste caso, o Relator deverá suspender o processo concedendo prazo razoável para sanear a incapacidade processual do recorrente ou do recorrido, observando-se o disposto no art. 76, §§ 12 e 22, do CPC. No mesmo sentido é o item I do art. 3º da IN 39/2016 do TST. b) Interesse X (Sucumbência) O recurso é um prolongamento do exercício do direito de ação E do direito de defesa, então, o interesse recursal repousa no binômio utilidade-necessidade. O recurso deve ser necessário ao recorrente, como meio de obter a anulação ou reforma da decisão impugnada. A utilidade do recurso se dá pela existência de prejuízo (sucumbência) a ser suportado pela parte derrotada. Basta sucumbência para recorrer?

Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.

E os casos de extinção SEM resolução de mérito? Jurisprudência:

DA EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. Na presente reclamatória, a reclamante busca o pagamento de diferenças de complementação de aposentadoria, pela consideração das parcelas produtividade e participação nos lucros e resultados. O desconhecimento pela autora dos exatos limites da lide, não implica em extinção do processo sem resolução do mérito. Se assim fosse, estaríamos diante da atitude discriminatória, onde somente aqueles, mais cultos, que detivessem o conhecimento do direito, é que poderiam postular em juízo. Ora, acesso ao Poder Judiciário não pode ser negado, sendo disponível a todos, por imposição do inciso XXXV do artigo 5º da Constituição Federal, antes mencionado.

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Frente ao exposto, dá-se provimento ao recurso da reclamante, para afastar a extinção do processo sem resolução de mérito imposta em primeiro grau, e determinar o retorno dos autos à origem para a reabertura da instrução e regular processamento do feito. TRT-4 - Inteiro Teor. Recurso Ordinário: RO 727820115040029 RS 0000072-78.2011.5.04.0029

Caso de Acordo:

Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação. Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas.

Atualização - LEI 13.876/2019

Dispõe sobre honorários periciais em ações em que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) figure como parte e altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, a Lei nº 5.010, de 30 de maio de 1966, e a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991

Trata-se da busca pelo aumento na arrecadação da Contribuição Previdenciária e do Imposto de Renda sobre os acordos trabalhistas.

Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão. § 1º - Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o prazo e as condições para o seu cumprimento. § 2º - A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte vencida.

§ 3º - As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica das parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso.

Lei 13.876/2019 – incluiu:

§ 3º-A. Para os fins do § 3º deste artigo, salvo na hipótese de o pedido da ação limitar-se expressamente ao reconhecimento de verbas de natureza exclusivamente indenizatória, a parcela referente às verbas de natureza remuneratória não poderá ter como base de cálculo valor inferior: (Incluído pela Lei nº 13.876, de 2019)

Agora, nos acordos judiciais ou extrajudiciais, não é mais possível discriminar TODO o valor do acordo como verbas indenizatórias (danos morais, prêmios e bonificações) que era uma prática comum para fugir da tributação - Contribuição Previdenciária e Imposto de Renda.

I - ao salário-mínimo, para as competências que integram o vínculo empregatício reconhecido na decisão cognitiva ou homologatória; ou (Incluído pela Lei nº 13.876, de 2019) II - à diferença entre a remuneração reconhecida como devida na decisão

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cognitiva ou homologatória e a efetivamente paga pelo empregador, cujo valor total referente a cada competência não será inferior ao salário-mínimo. (Incluído pela Lei nº 13.876, de 2019) § 3º-B Caso haja piso salarial da categoria definido por acordo ou convenção coletiva de trabalho, o seu valor deverá ser utilizado como base de cálculo para os fins do § 3º-A deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.876, de 2019)

Vigência: Referida alteração na CLT foi incluída pelo art. 2º da Lei 13.876/2019

Art. 5º Esta Lei entra em vigor: I - quanto ao art. 3º, a partir do dia 1º de janeiro de 2020; II - quanto aos demais dispositivos, na data de sua publicação. Brasília, 20 de setembro de 2019; 198o da Independência e 131o República.

Dos Pressupostos Objetivos (ou Extrínsecos) Enquanto os Pressupostos Subjetivos dizem respeito aos atributos do recorrente identificando quem pode recorrer, os Pressupostos Objetivos dizem respeitos ao exercício do direito de recorrer, ou seja, se o recurso é cabível, adequado, tempestivo, se a parte está devidamente representada e se o preparo está correto. a) Cabimento. É a análise que o advogado(a) deve fazer para verificar se o ato judicial atacado é recorrível, pois há óbice ao exercício do direito de recorrer. Quando NÃO é cabível recurso: 1ª Hipótese: As sentenças proferidas nas causas de alçada, salvo se o recurso versar matéria constitucional (Lei n. 5.584/70, art. 2º, § 4º)

Art. 2º, Lei 5.584/70 = RITO SUMÁRIO § 3º Quando o valor fixado para a causa, na forma deste artigo, não exceder de 2 (duas) vezes o salário-mínimo vigente na sede do Juízo, será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo constar da Ata a conclusão da Junta quanto à matéria de fato. § 4º Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação. (Com a redação dada pela Lei nº 7.402, de 05 de novembro de 1985.)

2ª Hipótese: Os despachos de mero expediente.

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Art. 1.001 do CPC - Dos despachos não cabe recurso. Cuidado com o Despacho que NEGA seguimento a recurso, pois caberá no processo do trabalho o Agravo de Instrumento:

Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos.

3ª Hipótese: Situações excepcionais, as decisões interlocutórias.

Art. 893, § 1º da CLT - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva.

Exceção a Irrecorribilidade: Súmula nº 214 do TST. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

Verificado o NÃO cabimento do recurso este deverá ser inadmitido pelo juízo a quo ou não conhecido pelo juízo ad quem, uma vez que o pronunciamento judicial atacado é irrecorrível. b) Adequação. Não basta que o ato judicial atacado seja recorrível. É imprescindível que o recurso manejado esteja previsto em lei.

da sentença proferida pela Vara do Trabalho cabe recurso ordinário;

do ato judicial que denega seguimento a recurso cabe agravo de instrumento;

da sentença que não se pronuncia sobre matéria suscitada pela parte cabem embargos de declaração etc.

Jurisprudência:

RECURSO INADEQUADO. INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. As decisões proferidas na fase de execução desafiam Agravo de Petição, nos termos do art. 897, “a”, da CLT, e não o Recurso Ordinário, que somente tem cabimento quando diz respeito às decisões definitivas do Juízo na fase de conhecimento (art.

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895, I, da CLT), o que, definitivamente, não é o caso dos autos. Nem se alegue ser aplicável ao caso o princípio da fungibilidade dos recursos, porque os pressupostos de admissibilidade do recurso ordinário e do agravo de petição são diversos, assim como o próprio objeto de ambos é distinto, configurando erro grosseiro a interposição de recurso inadequado. Recurso não conhecido. (TRT-2 - RECORD:

348200825102000 SP 00348-2008-251-02-00-0, Relator: ODETTE SILVEIRA MORAES) c) Tempestividade. O prazo recursal é peremptório, ou seja, fixado em lei não podendo as partes alterar-los. A Regra no Processo do Trabalho é:

Art. 1º, § 2º da IN 39 do TST - O prazo para interpor e contra-arrazoar todos os recursos trabalhistas, inclusive agravo interno e agravo regimental, é de oito dias (art. 6º da Lei nº 5.584/70 Dispõe sobre normas de Direito Processual do Trabalho e art. 893 da CLT), exceto embargos de declaração (CLT, art. 897-A). Art. 6º da Lei nº 5.584/70 - Será de 8 (oito) dias o prazo para interpor e contra-arrazoar qualquer recurso. Art. 893 da CLT - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: I - embargos; II - recurso ordinário; III - recurso de revista; IV - agravo. Art. 897-A da CLT Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.

Cuidado com Intimação na Própria Ata:

Art. 851, § 2º - A ata será, pelo presidente ou juiz, junta ao processo, devidamente assinada, no prazo improrrogável de 48 (quarenta e oito) horas, contado da audiência de julgamento, e assinada pelos juízes classistas presentes à mesma audiência. Art. 852 - Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu representante, na própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á pela forma estabelecida no § 1º do art. 841. Súmula nº 197 do TST. PRAZO (mantida) O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à audiência em prosseguimento para a prolação da sentença conta-se de sua publicação. Súmula nº 30 do TST. INTIMAÇÃO DA SENTENÇA (mantida) Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, contadas da audiência de julgamento (art. 851, § 2º, da CLT), o prazo para recurso será contado da data em que a parte receber a intimação da sentença.

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Ideal é, caso não seja disponibilizada a sentença na data indicada na Ata, protestar. Importantíssimo, Feriado Local:

Súmula nº 385 do TST. FERIADO LOCAL OU FORENSE. AUSÊNCIA DE EXPEDIENTE. PRAZO RECURSAL. PRORROGAÇÃO. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. I – Incumbe à parte o ônus de provar, quando da interposição do recurso, a existência de feriado local que autorize a prorrogação do prazo recursal (art. 1.003, § 6º, do CPC de 2015). No caso de o recorrente alegar a existência de feriado local e não o comprovar no momento da interposição do recurso, cumpre ao relator conceder o prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício (art. 932, parágrafo único, do CPC de 2015), sob pena de não conhecimento se da comprovação depender a tempestividade recursal; II – Na hipótese de feriado forense, incumbirá à autoridade que proferir a decisão de admissibilidade certificar o expediente nos autos; III – Admite-se a reconsideração da análise da tempestividade do recurso, mediante prova documental superveniente, em agravo de instrumento, agravo interno, agravo regimental, ou embargos de declaração, desde que, em momento anterior, não tenha havido a concessão de prazo para a comprovação da ausência de expediente forense.

Litisconsórcio?

OJ 310 da SBDI-1 - LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. ART. 229, CAPUT E §§ 1º E 2º, DO CPC DE 2015. ART. 191 DO CPC DE 1973. INAPLICÁVEL AO PROCESSO DO TRABALHO (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente.

E as Pessoas Jurídicas de Direito Público? União, Estados, Distrito federal e Municípios, suas Autarquias e Fundações.

Art. 1º do Decreto-Lei nº 779/69 - Nos processos perante a Justiça do Trabalho, constituem privilégio da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou fundações de direito público federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica: III - o prazo em dôbro para recurso;

OJ 192 SBDI-1 - EMBARGOS DECLARATÓRIOS. PRAZO EM DOBRO. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. DECRETO-LEI Nº 779/69 (inserida em 08.11.2000). É em dobro o prazo para a interposição de embargos declaratórios por Pessoa jurídica de direito público.

E a interposição de Recurso antes de Publicada a Decisão: Cancelamento da Sumula 434 do TST.

Súmula nº 434 do TST (site TST)

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RECURSO. INTERPOSIÇÃO ANTES DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO IMPUGNADO. EXTEMPORANEIDADE. (CANCELADA) – Res. 198/2015, republicada em razão de erro material – DEJT divulgado em 12, 15 e 16.06.2015 I) É extemporâneo recurso interposto antes de publicado o acórdão impugnado. II) A interrupção do prazo recursal em razão da interposição de embargos de declaração pela parte adversa não acarreta qualquer prejuízo àquele que apresentou seu recurso tempestivamente.

Art. 218 do CPC - Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei. § 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.

REFORMA TRABALHISTA

Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.

§ 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: I – quando o juízo entender necessário;

II – em virtude de força maior, devidamente comprovada.

§ 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito.

Férias Forenses:

Art. 775-A. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. (Incluído dada pela Lei nº 13.545, de 2017) § 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento.(Incluído dada pela Lei nº 13.545, de 2017)

d) Da Representação das Partes. Como se dá a Representação da Parte em Juízo. 1ª Hipótese: Possibilidade do jus postulandi exercido pelas próprias partes (art. 791 da CLT).

Súmula nº 425 do TST JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. Res. 165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010. O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do

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Trabalho. 2ª Hipótese: Representação por advogado(a). Mandado Tácito. Procuração apud acta é a outorga de poderes feita ao advogado "dentro dos autos".

Art. 791, § 3º da CLT – A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado, com anuência da parte representada.

Todavia, não dá poderes específicos: O que DEVE conter a Procuração:

Art. 654, § 1º CCB - O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos.

Art. 105 CPC - A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, EXCETO receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica.

Necessidade de Poderes Específicos:

receber citação; confessar; reconhecer a procedência do pedido; transigir; desistir; renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação; receber; dar quitação, e firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica.

Devendo constar de cláusula específica no corpo da Procuração!

3ª Hipótese: Representação processual das Pessoas Jurídicas de Direito Público.

Súmula nº 436 do TST. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. PROCURADOR DA UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS E DISTRITO FEDERAL, SUAS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS. JUNTADA DE INSTRUMENTO DE MANDATO I - A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de comprovação do ato de nomeação. II - Para os efeitos do item anterior, é essencial que o signatário ao menos declare-se exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.

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4ª Hipótese: Representação Processual da Pessoa Jurídica de Direito Privado.

SÚMULA 456 DO TST. ADVOGADO. MANDATO. SOCIEDADE. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. PESSOA JURÍDICA. PROCURAÇÃO INVÁLIDA. AUSÊNCIA DE IDENTIFICAÇÃO DO OUTORGANTE E DE SEU REPRESENTANTE. CCB/2002, art. 654, § 1º. CPC, art. 38. CPC/2015, art. 76, §§ 1º e 2º I - É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do signatário da procuração, pois estes dados constituem elementos que os individualizam. II - Verificada a irregularidade de representação da parte na instância originária, o juiz designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, extinguirá o processo, sem resolução de mérito, se a providência couber ao reclamante, ou considerará revel o reclamado, se a providência lhe couber (CPC/2015, art. 76, § 1º).

Representação das Partes na Fase Recursal?

Súmula nº 383 do TST. RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. CPC DE 2015, ARTS. 104 E 76, § 2º (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 210/2016, DEJT divulgado em 30.06.2016 e 01 e 04.07.2016 I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos autos até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter excepcional (art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado, independentemente de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do recurso, prorrogável por igual período mediante despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e não se conhece do recurso. II – Verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal, em procuração ou substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o órgão competente para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).

No CPC – Procuração/Justiça Gratuita.

Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica. § 1o A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei. § 2o A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo. § 3o Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração também deverá conter o nome dessa, seu número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo.

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§ 4o Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumento, a procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença.

Súmula 463. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 304 da SBDI-I, com alterações decorrentes do CPC de 2015) I – A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência judiciária gratuita à pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada pela parte ou por seu advogado, desde que munido de procuração com poderes específicos para esse fim (art. 105 do CPC de 2015); II – No caso de pessoa jurídica, não basta a mera declaração: é necessária a demonstração cabal de impossibilidade de a parte arcar com as despesas do processo.

e) Do Preparo. O preparo consiste no recolhimento em guias apropriadas do valor correspondente as CUSTAS PROCESSUAIS + DEPÓSITO RECURSAL, salvo se a parte for beneficiária da justiça gratuita. Das Custas. No Processo do Conhecimento. REFORMA TRABALHISTA

Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo de quatro vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, e serão calculadas:

A sentença indicará:

Art. 832, § 2º da CLT - A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte vencida.

Forma de Recolhimento das Custas: IN 20 do TST.

Item I da IN 20 do TST - O pagamento das custas e dos emolumentos no âmbito da Justiça do Trabalho deverá ser realizado, exclusivamente, mediante Guia de Recolhimento da União - GRU Judicial, em 4 (quatro) vias, sendo ônus da parte interessada realizar seu correto preenchimento, observando-se as seguintes instruções:

Das Custas. No Processo/Fase de Execução.

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Art. 789-A. No processo de execução são devidas custas, sempre de responsabilidade do executado e pagas ao final, de conformidade com a seguinte tabela:

Das Custas. Isenção:

Art. 790-A da CLT: São isentos do pagamento de custas, além dos beneficiários de justiça gratuita: I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas autarquias e fundações públicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica; II – o Ministério Público do Trabalho. Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo não alcança as entidades fiscalizadoras do exercício profissional, nem exime as pessoas jurídicas referidas no inciso I da obrigação de reembolsar as despesas judiciais realizadas pela parte vencedora.

Das Custas. Sucumbência Recíproca: No processo individual do trabalho (Relação de Emprego), não há pagamento de custas pro rata. Se pelo menos um pedido formulado na ação trabalhista for acolhido pela sentença, caberá ao vencido, ainda que parcialmente, o recolhimento das custas. Por outro lado, na Relação De Trabalho, será observado o principio da sucumbência recíproca, a teor do § 3° do art. 3º da IN TST nº 27/2005.

Art. 3º da IN TST nº 27/2005 - Aplicam-se quanto às custas as disposições da Consolidação das Leis do Trabalho. § 3º Salvo nas lides decorrentes da relação de emprego, é aplicável o princípio da sucumbência recíproca, relativamente às custas.

Das Custas. Em Reversão.

Súmula nº 25 do TST. CUSTAS PROCESSUAIS. INVERSÃO DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. I - A parte vencedora na primeira instância, se vencida na segunda, está obrigada, independentemente de intimação, a pagar as custas fixadas na sentença originária, das quais ficara isenta a parte então vencida; II - No caso de inversão do ônus da sucumbência em segundo grau, sem acréscimo ou atualização do valor das custas e se estas já foram devidamente recolhidas, descabe um novo pagamento pela parte vencida, ao recorrer. Deverá ao final, se sucumbente, reembolsar a quantia; III - Não caracteriza deserção a hipótese em que, acrescido o valor da condenação, não houve fixação ou cálculo do valor devido a título de custas e tampouco intimação da parte para o preparo do recurso, devendo ser as custas pagas ao final; IV - O reembolso das custas à parte vencedora faz-se necessário mesmo na hipótese em que a parte vencida for pessoa isenta do seu pagamento, nos termos do art. 790-A, parágrafo único, da CLT.

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Art. 790-A da CLT: São isentos do pagamento de custas, além dos beneficiários de justiça gratuita:

Do Depósito Recursal O Depósito Recursal possui natureza jurídica de GARANTIA DA EXECUÇÃO, tanto que após o trânsito em julgado, antes da liquidação, o levantamento do DEPÓSITO RECURSAL deve ser ordenado a favor da parte vencedora.

Art. 899, § 1º da CLT - Sendo a condenação de valor até 10 (dez) vêzes o salário-mínimo regional, nos dissídios individuais, só será admitido o recurso inclusive o extraordinário, mediante prévio depósito da respectiva importância. Transitada em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o levantamento imediato da importância de depósito, em favor da parte vencedora, por simples despacho do juiz.

Depósito Recursal. Fixação do Valor.

ATO DA SECRETARIA GERAL JUDICIÁRIA - SEGJUD.GP – TST Nº 247 DE 11 DE JULHO DE 2019

DEJT 12/07/2019 Divulga os novos valores referentes aos limites de depósito recursal previstos no art. 899 da CLT. O MINISTRO PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais e regimentais, considerando o disposto no item VI da Instrução Normativa nº 3 desta Corte, RESOLVE Art. 1º Os novos valores referentes aos limites de depósito recursal previstos no art. 899 da Consolidação das Leis do Trabalho, reajustados pela variação acumulada do INPC/IBGE, no período de julho de 2018 a junho de 2019, serão de: a) R$ 9.828,51 (nove mil, oitocentos e vinte e oito reais e cinquenta e um centavos), no caso de interposição de Recurso Ordinário; b) R$ 19.657,02 (dezenove mil, seiscentos e cinquenta e sete reais e dois centavos), no caso de interposição de Recurso de Revista, Embargos e Recurso Extraordinário; c) R$ 19.657,02 (dezenove mil, seiscentos e cinquenta e sete reais e dois centavos), no caso de interposição de Recurso em ação rescisória. Art. 2º Os valores fixados no artigo anterior são de observância obrigatória a partir de 1º de agosto de 2019. Publique-se. JOÃO BATISTA BRITO PEREIRA

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Ministro Presidente do Tribunal Superior do Trabalho Depósito Recursal. Destino do Valor REFORMA TRABALHISTA REDAÇÃO REVOGADA

Art. 899, § 4º - O depósito de que trata o § 1º far-se-á na conta vinculada do empregado a que se refere o art. 2º da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966, aplicando-se-lhe os preceitos dessa Lei observado, quanto ao respectivo levantamento, o disposto no § 1º.

NOVA REDAÇÃO

Art. 899, § 4º - O depósito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos índices da poupança.

Poderíamos imaginar que agora o Reclamante/Empregado poderia ter de recolher o depósto!

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 3 do TST I – Os depósitos de que trata o art. 40, e seus parágrafos, da Lei n.º 8.177/1991, com a redação dada pelo art. 8º da Lei n.º 8.542/1992, e o depósito de que tratam o § 5º, I, do art. 897 e o § 7º do art. 899, ambos da CLT, com a redação dada pela Lei n.º 12.275, de 29/6/2010, não têm natureza jurídica de taxa de recurso, mas de garantia do juízo recursal, que pressupõe decisão condenatória ou executória de obrigação de pagamento em pecúnia, com valor líquido ou arbitrado.

Depósito Recursal. Redução e Isenção do Recolhimento. Hipótese. REFORMA TRABALHISTA - NOVIDADE

Art. 899, § 9o - O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte. Art. 899, § 10 - São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial.

Entidades (Associações) sem fins Lucrativos (recolhe metade do depósito recursal) e; Entidades (Associações) Filantrópicas, são isentas. Conceito:

Associações são organizações sem fins lucrativos e entidades de direito privado que reúnem pessoas em favor de um bem comum em prol do bem estar, do social, da cultura, política, filantropia ou realização de processos produtivos de bens e/ou serviços coletivos.

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No CCB:

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.

Qual a diferença entre elas?

ASSOCIAÇÃO FILANTRÓPICA: reúne voluntários que prestam assistência social a crianças, idosos, pessoas carentes. Seu caráter é basicamente o da assistência social.

CEBAS – Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social. O CEBAS é um certificado metido pelo Governo Federal às entidades, mas apenas aquelas voltadas para a área de assistência social, saúde e educação. Com este certificado as organizações são isentas de pagar certos tributos, como por exemplo, a cota patronal e o CSLL (Contribuição Sobre o Lucro Líquido) PIS e COFINS. Depósito Recursal. Substituição do Recolhimento. Hipótese. REFORMA TRABALHISTA - NOVIDADE

Art. 899, § 10 - São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial

Súmula nº 86 do TST. DESERÇÃO. MASSA FALIDA. EMPRESA EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de pagamento de custas ou de depósito do valor da condenação. Esse privilégio, todavia, não se aplica à empresa em liquidação extrajudicial.

Depósito Recursal. Prazo para Recolhimento.

Súmula nº 245 do TST. DEPÓSITO RECURSAL. PRAZO O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal.

REFORMA TRABALHISTA - NOVIDADE

Art. 899, § 11 - O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial.

Jurisprudência:

SEGURO GARANTIA - FIANÇA BANCÁRIA Decisão Recorrida- Os documentos juntados pela executada (atos constitutivos da Profit Bank) comprovam apenas a regularidade da constituição da empresa e não que esta possui autorização da SUSEP para

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emitir seguro-garantia e do Banco Central para operar como instituição financeira. Assim, não conheço os embargos à execução apresentados por não garantido o Juízo. Fundamento Recursal- Aduz, em síntese, que a indicação da fiança fidejussória teve apenas o intuito de garantir os autos, permitindo assim, que as Agravantes possam discutir matérias que possuem controvérsia. Assevera que a PROFIT BANK não se trata de uma instituição financeira, sendo as garantias emitidas pela fiadora na modalidade Fidejussória, ou seja, um contrato acessório, no qual a empresa se compromete a cumprir uma obrigação do devedor ou o pagamento de indenização ou multa pelo não cumprimento de uma obrigação de fazer do afiançado. Afirma que essa modalidade de fiança é totalmente legitima, conforme artigos 818 a 839 do Código Civil. Tese Decisória: O artigo 899, §11, da CLT, com relação dada Lei 13.467/2017, prevê a fiança bancária e o seguro garantia como substitutos do depósito recursal.

"Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora § 11. O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial. (Parágrafo incluído pela Lei n° 13.467/2017 - DOU 14/07/2017)"

A OJ nº 59 da SDI-II dispõe que: "59. Mandado de segurança. Penhora. Carta de fiança bancária. Seguro garantia judicial (nova redação em decorrência do CPC de 2015) (Inserida em 20.09.2000 - Alterada pela Res. 209/2016 - DeJT 01/06/2016) A carta de fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito em execução, acrescido de trinta por cento, equivalem a dinheiro para efeito da gradação dos bens penhoráveis, estabelecida no art. 835 do CPC de 2015 (art. 655 do CPC de 1973)."

Assim, a fiança fidejussória apresentada pela recorrente, não é fiança bancária e nem seguro garantia judicial. Logo, a garantia apresentada não se encontra prevista na legislação e não pode ser utilizada para substituir o depósito judicial, na forma do § 11, do art. 899 da CLT. Desta forma, nego provimento. PROCESSO nº 1000686-78.2015.5.02.0709 (AP)

Para o Empregador: Depósito em Dinheiro; Seguro Garantia Judicial ou Fiança Bancária. Depósito em Dinheiro: compromete a liquidez do patrimônio da empresa, causando impactos no fluxo de caixa; Carta de Fiança Bancária: funciona como um empréstimo bancário, a instituição cobrará como garantia pela operação um percentual calculado sobre o valor da carta, isso significa que quanto maior for o valor da carta, maior será a comissão da Instituição Financeira e ainda pode comprometer as linhas de crédito da empresa;

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Seguro Garantia Judicial: oferece a vantagem de não comprometer o capital da empresa, em regra, sai mais barato na comparação com a carta de fiança bancária, está nas mãos do mercado de seguros. Depósito Recursal. Deserção. Recolhimento Inferior. Custas e Depósito Recursal.

OJ 140 SBDI-1 - DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS PROCESSUAIS. RECOLHIMENTO INSUFICIENTE. DESERÇÃO. (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017 - DEJT divulgado em 20, 24 e 25.04.2017. Em caso de recolhimento insuficiente das custas processuais ou do depósito recursal, somente haverá deserção do recurso se, concedido o prazo de 5 (cinco) dias previsto no § 2º do art. 1.007 do CPC de 2015, o recorrente não complementar e comprovar o valor devido.

Depósito Recursal. Quando será Devido? Quando de sentença condenatória e ainda que tenha obrigação pecuniária. Portanto, sentença condenatória de obrigação de fazer, não fazer ou entregar coisa e as sentenças declaratórias ou constitutivas, mandamental ou de execução NÃO será devido recolher o Depósito Recursal.

Súmula nº 161 do TST. DEPÓSITO. CONDENAÇÃO A PAGAMENTO EM PECÚNIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Se não há condenação a pagamento em pecúnia, descabe o depósito de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 899 da CLT.

Depósito Recursal. Limite no Recolhimento.

Súmula nº 128 do TST. DEPÓSITO RECURSAL I - É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso.

Depósito Recursal. Pluralidade de Reclamadas. Aproveitamento do Depósito. Sendo o caso de Litisconsórcio Simples (não unitário), que não existe prévia necessidade de decisão uniforme entre os litisconsortes. Regra geral na JT. O depósito recursal feito por um litisconsorte poderá aproveitar aos demais.

Súmula nº 128 do TST. DEPÓSITO RECURSAL III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide.

Basta que a empresa que recolheu o Depósito Recursal, NÃO pleiteie a sua exclusão da lide. Assim, as demais reclamadas aproveitaram o depósito daquela que não pleiteia a exclusão da lide. Jurisprudência:

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DO RECURSO ADESIVO DAS 4ª e 5ª RECLAMADAS Não conheço do recurso, eis que deserto. As reclamadas foram condenadas de forma solidária. O preparo recolhido pela terceira reclamada, Goldfarb Incorporações e Construções S.A, (doc. 525375 e 525376) não aproveita à quarta e quinta reclamadas (Torres Engenharia, Construção e Incorporação Ltda e The Flowers Construção de Imóveis SPE Ltda), a teor do entendimento sedimentado pelo C. TST por meio da Súmula nº 128, inciso III do C. TST, já que a empresa que efetuou o depósito pleiteia sua exclusão da lide. Considerando que as reclamadas foram consideradas responsáveis solidárias pela obrigação reconhecida na r. sentença de origem, o preparo efetuado por uma delas não aproveita às demais quando quem o efetuou pleiteia sua exclusão da lide. Inteligência dos artigos 48 e 509 do CPC e da Súmula nº 128, III, do TST. Dessa forma, não conheço do recurso adesivo interposto pela quarta e quinta reclamadas, vez que deserto. Processo TRT n° 10000170720135020382

Como Gerar a Guia do Depósito Recursal: http://www.tst.jus.br/depositos-recursais

NOVIDADE – REFORMA TRABALHISTA. JUSTIÇA GRATUITA

Art. 790, § 3º da CLT - É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. § 4º O benefício da justiça gratuita será concedido À PARTE que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.

Deverá a Reclamada impugnar o pedido de Justiça Gratuita do Reclamante, sobretudo quando o salário do obreiro for superior a 40% do teto do maior benefício do INSS. E mais, a JG será concedido à Parte e não apenas ao reclamante.

Súmula nº 463 do TST ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 304 da SBDI-1, com alterações decorrentes do CPC de 2015) - Res. 219/2017, DEJT divulgado em 28, 29 e 30.06.2017 – republicada - DEJT divulgado em 12, 13 e 14.07.2017 I – A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência judiciária gratuita à pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada pela parte ou por seu advogado, desde que munido de procuração com poderes específicos para esse fim (art. 105 do CPC de 2015); II – No caso de pessoa jurídica, não basta a mera declaração: é necessária a demonstração cabal de impossibilidade de a parte arcar com as despesas do processo.

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Art. 899, § 10 - São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial.

Jurisprudência:

JUSTIÇA GRATUITA. EXTENSÃO DO BENEFÍCIO AO DEPÓSITO RECURSAL, COM O ADVENTO DA LEI COMPLEMENTAR N.º 132, DE 07 DE OUTUBRO DE 2009. NORMA DE CARÁTER PROCESSUAL. APLICABILIDADE IMEDIATA. Entendo que a assistência judiciária gratuita possui em seu âmago um viés processual, sendo, por conseguinte, imediatamente aplicável. E pouco depois da decisão de 1ª instância, que concedeu o benefício da assistência judiciária gratuita, mas negou quanto ao depósito recursal, veio a modificação trazida pela Lei Complementar n.º 132, de 07 de outubro de 2009, que acrescentou o inciso VII ao art. 3º da Lei n.º 1.060/50, in verbis:

Art. 3º. A assistência judiciária compreende as seguintes isenções: VII – dos depósitos previstos em lei para interposição de recurso, ajuizamento de ação e demais atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório. (g.n.).

Nesse passo, torna-se imperiosa a concessão da gratuidade processual almejada. Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região TRT-15 - Agravo de Instrumento em Recurso Ordinário: AIRO 32090 SP 032090/2010

Depósito Recursal. No Processo de Execução: Será devido quando houver elevação no valor da condenação.

Súmula 128, II do TST - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo.

Jurisprudência:

AGRAVO DE PETIÇÃO. DEPÓSITO RECURSAL. Embora aviado no prazo e subscrito por procurador regularmente constituído nos autos, o Agravo de Petição não pode ser conhecido. A agravante se insurge contra a decisão de ID. a4d6f19 que desconsiderou a personalidade jurídica da empresa, nos termos dos artigos 28 do CDC e artigo 50 do CC, a fim de que os sócios Eduardo Macia Restrepo, Beatriz Eugenia Fernandez Fernandez, Luisa Fernanda Villegas Araque e Lorenzo Villegas Araque, também sejam responsabilizados pela dívida da pessoa jurídica executada. A discussão da referida decisão pressupõe a garantia do juízo, somente após a qual se dá a abertura do quinquídio para a oposição de embargos à execução (Art. 884 da CLT). No caso, o juízo não está garantido quanto ao crédito exequendo remanescente fixado à fl. 231. Observe-se o disposto no item II da Súmula 128 do Tribunal Superior do Trabalho: Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. Portanto, prematura a interposição do agravo de petição, cabível apenas contra a

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decisão de embargos à execução, inexistente in casu. Dessarte, não conheço do recurso. PROCESSO nº 1002095-34.2016.5.02.0037 (AP)

RECURSOS DE NATUREZA ORDINÁRIA EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Recurso? 1ª Corrente: Embargos de Declaração não seriam recurso, porque: a) não são julgados por outro órgão judicial e, sim, pelo mesmo que proferiu a decisão embargada; b) não há previsão para o contraditório; c) interrompem o prazo para recurso, e exatamente por isso não seriam recurso; d) não objetivam reforma da decisão. 2ª Corrente: Defende que os Embargos Declaratórios tem natureza recursal. a) por ter expressa previsão no elenco dos recursos cíveis arts. 1.022 a 1.026. b) por ter expressa previsão no art. 897-A da CLT. c) O STF, ao que nos parece, veio robustecer a tese defendida pela segunda corrente, pelo menos quando se tratar de embargos interpostos contra omissão do julgado que possa ocasionar efeito modificativo da decisão. É que, em tais casos, é obrigatória a instauração do contraditório e os embargos podem ocasionar reforma do julgado. d) O fato de os embargos não se submeterem ao duplo grau de jurisdição não desfigura a sua natureza recursal, a exemplo do recurso de embargos de divergência no TST. CABIMENTO. PREVISÃO.

Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.

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Art. 9º da IN 39 do TST - O cabimento dos embargos de declaração no Processo do Trabalho, para impugnar qualquer decisão judicial, rege-se pelo art. 897-A da CLT e, supletivamente, pelo Código de Processo Civil (arts. 1022 a 1025; §§ 2º, 3º e 4º do art. 1026), excetuada a garantia de prazo em dobro para litisconsortes (§ 1º do art. 1023).

Art. 1.022 do CPC - Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;

Hipóteses de Cabimento de Embargos de Declaração: 1ª Hipótese. OMISSÃO. A omissão significa a ausência de pronunciamento do juiz a respeito de aspecto relevante na causa, não somente a respeito de algum pedido (decisão citra petita), mas de algum aspecto importante dos fatos narrados na inicial ou de tese lançada na contestação. Nos casos de julgamento citra (ou infra) petita, ou seja, quando a sentença for omissa:

Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte. Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.

Os embargos podem versar sobre pedido (petição inicial) ou resistência (contestação) não apreciado na sentença. Jurisprudência:

RECURSO ORDINÁRIO. OMISSÃO NA SENTENÇA. AUSÊNCIA DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PRECLUSÃO. CONFIGURAÇÃO. NÃO CONHECIMENTO. A reclamada, em contrarrazões, argui a preclusão quanto ao pedido de declaração de revelia, na medida em que o MM. Juízo de origem deixou de se pronunciar acerca da prova técnica, não tendo a parte autora oposto embargos de declaração. Na hipótese de matéria não analisada em primeiro grau e cuja omissão não é suscitada em sede de embargos de declaração, opera-se a preclusão, fato impeditivo do direito de recorrer, impondo-se, portanto, o não conhecimento do recurso. TRT-1 - Recurso Ordinário RO 12968720115010432 RJ (TRT-1) Data de publicação: 17/10/2012

Considera-se omissa a decisão que incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º, do CPC, que prevê hipóteses em que não se considera fundamentada a decisão.

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Quando a Sentença NÃO estará fundamentada, passo a passo … Passo nº 01:

Art. 489, § 1º do CPC - Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;

Evidente e sem controvérsia. Deve o juízo aplicar o direito sobre o fato, não podendo, evidentemente, lançar o direito sem dizer qual sua relação com o fato. Deverá o juízo manifestar-se aobre a fundamentação legal apresentada pelas partes. Passo nº 02:

Art. 489, § 1º do CPC - Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;

Evidente e sem controvérsia. Assim como o texto legal, textos de doutrina podem fundamentar o convencimento do julgador, desde que, evidentemente, estejam relacionados ao caso concreto. Passo nº 03:

Art. 489, § 1º do CPC - Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

Ainda pior. Aplicabilidade evidente: Texto pronto é inadmissível. A decisão deve ser particularizada, ainda que, evidentemente, possa ser idêntica à decisões proferidas em idênticas causas, o que, obviamente, deve ser mencionado, nomeadamente nas causas que discutem matéria de direito exclusivamente. Passo nº 04:

Art. 489, § 1º do CPC - Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: IV - não enfrentar TODOS os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

Histórico: Reação legislativa à posição jurisprudencial até então consolidade no sentido de que o Juiz não está obrigado a rebater “ponto a ponto” todos os argumentos das partes. CONTROVÉRSIA: Maior parte da magistratura é contra este dispositivo. Maior parte da advocacia é a favor. Argumentos da Magistratura:

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Com o computador os advogados lançarão teses infinitas que tornarão o julgamento inviável. Argumentos da Advocacia: As partes têem direito a pronunciamento jurisdicional sobre suas argumentos (pretensão e resistência) e a negação deste dispositivo implica na negação do próprio acesso ao Poder Judiciário. Os juízes não lêem suas manifestações. O art. 3º da IN 39 do TST afirma que o artigo é aplicável ao Processo do Trabalho.

Art. 3° Sem prejuízo de outros, APLICAM-SE AO PROCESSO DO TRABALHO, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas: IX - art. 489 (fundamentação da sentença);

Eventual abuso por parte do Advogado ao invocar teses despropositadas e procrastinatórias devem ser punidas com litigância de má-fé. Eventual negligência do Magistrado na sua conduta deve ser punida disciplinarmente, além de nulidade da decisão não fundamentada. De qualquer sorte o dispositivo legal estabelece a necessidade de pronunciamento judicial sobre “... argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador”. A questão a saber é se o julgador:

(1) poderá utilizar uma expressão genérica afirmando que “... Os demais argumentos deduzidos no processo não são capazes de infirmar a conclusão adotada pelo julgador”, ou

(2) se terá que explicar porque tais argumentos não tem esta aptidão. Se a solução for a primeira, então nada muda, pois o Juiz se pronunciará apenas sobre aqueles que achar relevantes. Se a solução for a segunda, o juiz terá que manifestar-se sobre todos os argumentos. Questão que só será solucionada na jurisprudência futura. Passo nº 05:

Art. 489, § 1º do CPC - Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

Evidente e sem controvérsia. Como já se disse nos comentários anteriores. Não pode aplicar norma, conceito doutrinário e, agora, jurisprudência, sem relacionar com a hipótese fática em exame.

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Passo nº 06:

Art. 489, § 1º do CPC - Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

Aqui altíssima controvérsia, revelando alteração de paradigma no Direito Processual Brasileiro ao tornar obrigatória a aplicação de Súmulas, Jurisprudências e Precedentes. Exemplo:

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; (ADI 5766 e outras) II - os enunciados de súmula vinculante; III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.

OMISSÃO no 2ª Grau. Decisão Monocrática. A omissão pode existir inclusive em decisão monocrática, no âmbito de Tribunal, tornando os Embargos de Declaração cabíveis, como dispõe a:

Súmula 421 do TST - Embargos de declaração. Cabimento. Decisão monocrática do relator calcada no art. 932 do CPC de 2015. Art. 557 do CPC de 1973. I – Cabem embargos de declaração da decisão monocrática do relator prevista no art. 932 do CPC de 2015 (art. 557 do CPC de 1973), se a parte pretende tão somente juízo integrativo retificador da decisão e, não, modificação do julgado.

Art. 932. Incumbe ao relator: I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes; II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal;

2ª Hipótese. CONTRADIÇÃO. A contradição significa afirmar algo na decisão, mas depois negar. Ela é interna, presente na própria decisão (sentença ou acórdão). Pode ocorrer entre trechos do relatório e da fundamentação, entre a fundamentação e o dispositivo e também entre a ementa e o dispositivo.

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Jurisprudência:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. CONFIGURAÇÃO. A publicação de acórdão com fundamentos totalmente dissociados do dispositivo configura contradição no julgado, que merece ser desfeita com a publicação dos fundamentos corretos a fim de assegurar as partes a correta e plena prestação jurisdicional. TRT-1 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00102827820135010070 RJ (TRT-1) Data de publicação: 20/08/2015

3ª Hipótese. OBSCURIDADE. A obscuridade significa ausência de LUZ, de clareza na decisão, impedindo ou dificultando a compreensão sobre o que foi decidido ou sobre algum aspecto da fundamentação.

EMBARGOS DECLARATÓRIOS - OBSCURIDADE – CONFIGURAÇÃO. Em que pese a sentença ora embargada não haver imposto limite final para o pagamento, já que o contrato de trabalho se encontra em vigor, a fim de se evitar futura alegação de negativa de prestação jurisdicional, acolho os embargos para fazer constar na sentença: "Com efeito, julgo procedente o pedido para condenar a Ré a pagar à Parte Autora o adicional de periculosidade, incidente sobre o salário base, no percentual de 30%, a partir de fevereiro de 2016, bem como os reflexos em férias acrescidas de 1/3; 13º salários, FGTS, horas extras pagas e adicional noturno pagos. Tendo em vista que o contrato de trabalho se encontra em vigor e, considerando-se o teor do disposto no artigo 194 da CLT, reputo que o adicional de periculosidade será devido enquanto permanecer a exposição ao risco apontado pelo perito. (...) Com o trânsito em julgado, a reclamada deverá inserir os títulos ora deferidos em folha de pagamento." III - CONCLUSÃO Pelos motivos expostos, conheço dos EMBARGOS DE DECLARAÇÃO aviados por XXXXXXXXXXXXXXX, nos autos desta reclamação trabalhista, e no mérito, DOU-LHES PROVIMENTO, nos termos da fundamentação parte integrante deste decisum. 11ª Vara do Trabalho de Guarulhos - RTOrd 1000596-02.2017.5.02.0321

4ª Hipótese. ERRO MATERIAL

Art. 897-A, § 1o da CLT - Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das partes.

Art. 833 - Existindo na decisão evidentes erros ou enganos de escrita, de datilografia ou de cálculo, poderão os mesmos, antes da execução, ser corrigidos, ex officio, ou a requerimento dos interessados ou da Procuradoria da Justiça do Trabalho.

Possibilidade de Embargar?

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ERRO MATERIAL. É possível o acolhimento dos Embargos Declaratórios para sanar erro material, com fulcro no artigo 897-A, parágrafo único da CLT. TRT-1 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00105435420135010034 RJ (TRT-1) Data de publicação: 21/08/2015

Juízo de Admissibilidade Se dá quanto a verificação dos pressupostos genéricos intrínsecos/subjetivos (legitimidade recursal, interesse de recorrer e adequação da via eleita) e extrínsecos/objetivos (tempestividade, regularidade formal e inexistência de fatos impeditivos ou extintivos do direito de recorrer).

Art. 1.023 do CPC - Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.

Art. 9º da IN 39 do TST - O cabimento dos embargos de declaração no Processo do Trabalho, para impugnar qualquer decisão judicial, rege-se pelo art. 897-A da CLT e, supletivamente, pelo Código de Processo Civil (arts. 1022 a 1025; §§ 2º, 3º e 4º do art. 1026), excetuada a garantia de prazo em dobro para litisconsortes (§ 1º do art. 1023).

EFEITOS DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

Art. 897-A, Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.

1ª hipótese: Efeito Modificativo.

§ 2o Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em virtude da correção de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária, no prazo de 5 (cinco) dias.

Súmula nº 278 do TST. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO NO JULGADO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A natureza da omissão suprida pelo julgamento de embargos declaratórios pode ocasionar efeito modificativo no julgado.

Princípio do Contraditório:

OJ 142 da SBDI-1 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EFEITO MODIFICATIVO. VISTA PRÉVIA À PARTE CONTRÁRIA. (cancelado o item II em decorrência do CPC de 2015) - Res. 214/2016, DEJT divulgado em 30.11.2016 e 01 e 02.12.2016.É passível de nulidade decisão que acolhe embargos de declaração com efeito modificativo sem que seja concedida oportunidade de manifestação prévia à parte contrária.

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Jurisprudência:

NOVOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OPORTUNIDADE PARA CORRIGIR ERRO DE PERCEPÇÃO QUE VIOLAVA A COISA JULGADA. LOUVÁVEL ESFORÇO DO ADVOGADO. Os embargos de declaração são instrumento essencial ao aperfeiçoamento da prestação jurisdicional, possibilitando o suprimento de omissões, aclaramento de obscuridades e solução de contradições que comprometem o julgado em detrimento dos direitos e interesses processuais das partes, e do próprio Judiciário. Embora seja freqüente o manejo de embargos protelatórios, não é possível negar que esta é uma Justiça dos homens, e assim, sujeita a erros cujo reparo pode ser efetuado graças à atuação atenta dos causídicos, que com seu zelo profissional prestam colaboração indispensável à administração da Justiça (art.133, CF). Com efeito, a quantidade expressiva de trabalho e o aparelhamento insuficiente da máquina judiciária, tornam comuns os erros e impropriedades nos julgados. Nesse contexto, a insistência do advogado ao formular embargos, e sobretudo, ao reiterá-los, deve servir de estímulo ao julgador para que examine a decisão com redobrada atenção e paciência, já que não é razoável que o operador jurídico se exponha ao sancionamento da medida, como protelatória, sem que haja uma razão substantiva. Aliás, a aplicação de multa aos embargantes, infelizmente hoje vem sendo alardeada preventivamente já nas sentenças e Acórdãos originários, como se as decisões fossem fruto de revelação divina e insuscetíveis de lacuna ou equívoco. Trata-se de modismo do qual, "data venia" ouso discordar, já que inibe o papel vigilante e saneador dos embargos de declaração, quando bem manejados pelos advogados, prejudicando em muitos casos a possibilidade de completar ou aperfeiçoar o julgado. E foi o bom manejo dos embargos de declaração, reiterados pelo diligente causídico, que possibilitou a este magistrado rever seu erro de percepção e identificar o equívoco grosseiro no laudo pericial, que mutilava a coisa julgada, deixando de apurar parte do crédito exeqüendo. Embargos de declaração providos no efeito modificativo, para determinar o refazimento do laudo pericial, no tocante às multas. TIPO: AGRAVO DE PETICAO, DATA DE JULGAMENTO: 29/01/2013, RELATOR(A): RICARDO ARTUR COSTA E TRIGUEIROS, REVISOR(A): IVANI CONTINI BRAMANTE, ACÓRDÃO Nº: 20130031300, PROCESSO Nº: 01340000620085020444.

2ª hipótese: No 2º Grau de Jurisdição (TRT). Manifesto Equívoco no Exame dos Pressupostos Extrínsecos. Cuidado para não confundir com a decisão que NEGA seguimento a Recurso – A.I.

Art. 897-A, Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.

Quais são os Pressupostos Extrínsecos/Objetivos: Cabimento, Adequação, Tempestividade, Representação Correta das Partes e Preparo.

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Jurisprudência:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. MANIFESTO EQUÍVOCO NO EXAME DOS PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DO RECURSO. Afirma que o órgão julgador analisou com erro manifesto a tempestividade da medida recursal. Segundo a Embargante, muito embora o prazo para a interposição do recurso se encerrasse em 1º de fevereiro de 2012 e não no dia posterior, 2 de fevereiro de 2012, o dies ad quem teria sido prorrogado para esta última data, dada a impossibilidade de a Reclamada protocolar a medida no dia 1º, em razão do encerramento precoce das atividades na vara do trabalho de origem motivado pela greve da Polícia Militar do Estado da Bahia no referido período. No caso dos autos, todavia, a Embargante alegou o referido erro, mas não produziu uma sequer prova. Não há absolutamente nenhum elemento que comprove que a greve motivou o encerramento antecipado dos serviços na repartição judiciária onde a Reclamada necessariamente deveria ter interposto o recurso ordinário não conhecido. TRT-5 - Embargos de Declaração ED 00002197320115050192 BA 0000219-73.2011.5.05.0192 (TRT-5) Data de publicação: 21/06/2012

3ª hipótese: Do TRT para o TST (R.R. e E. no TST). Prequestionamento. Necessidade de se ventilar a matéria para a Instância Superior (TST). Do DEVER de Embargar para Prequestionar a Matéria.

Súmula nº 297 do TST PREQUESTIONAMENTO. OPORTUNIDADE. CONFIGURAÇÃO (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 I. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão.

Súmula nº 184 do TST EMBARGOS DECLARATÓRIOS. OMISSÃO EM RECURSO DE REVISTA. PRECLUSÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Ocorre preclusão se não forem opostos embargos declaratórios para suprir omissão apontada em recurso de revista ou de embargos.

Do Prequestionamento Ficto:

Art. 9º da IN 39 do TST - Parágrafo único. A omissão para fins do prequestionamento ficto a que alude o art. 1025 do CPC dá-se no caso de o Tribunal Regional do Trabalho, mesmo instado mediante embargos de declaração, recusar-se a emitir tese sobre questão jurídica pertinente, na forma da Súmula nº 297, item III, do Tribunal Superior do Trabalho.

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Art. 1.025 do CPC -Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.

Súmula nº 297 do TST III. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração.

Necessário constar Expressamente o Artigo de Lei? OJ 118 DA SBDI-1 - PREQUESTIONAMENTO. TESE EXPLÍCITA. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA Nº 297 (inserida em 20.11.1997). Havendo tese explícita sobre a matéria, na decisão recorrida, desnecessário contenha nela referência expressa do dispositivo legal para ter-se como prequestionado este.

Matéria de Ordem Pública deve ser Prequestionada? OJ 62 DA SBDI-1 - PREQUESTIONAMENTO. PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE EM APELO DE NATUREZA EXTRAORDINÁRIA. NECESSIDADE, AINDA QUE SE TRATE DE INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA (republicada em decorrência de erro material) - DEJT divulgado em 23, 24 e 25.11.2010. É necessário o prequestionamento como pressuposto de admissibilidade em recurso de natureza extraordinária, ainda que se trate de incompetência absoluta.

Jurisprudência:

EMBARGOS DECLARATÓRIOS. PREQUESTIONAMENTO. CABIMENTO. Cabem embargos declaratórios para estabelecer prequestionamento expresso de dispositivos legais e constitucionais, para fins de viabilizar a interposição de recurso de revista, nos termos da Súmula nº 297 do TST. Entretanto, o prequestionamento é justamente o instituto através do qual fica estabelecido que a matéria foi efetivamente apreciada pelas instâncias ordinárias, de modo se admitirem os recursos que visam uniformizar a jurisprudência no território nacional. Não tendo sido suscitada determinada matéria, não cabe o seu prequestionamento em sede de embargos declaratórios para fins de interposição de recurso de revista. Embargos a que se dá parcial provimento. TRT-4 - Embargo Declaratório ED 00009952320125040271 RS 0000995-23.2012.5.04.0271 (TRT-4) Data de publicação: 10/04/2014

E das Decisões Interlocutórias:

Art. 1022 do CPC e IN 39 do TST:

Art. 9º da IN 39 do TST - O cabimento dos embargos de declaração no Processo do Trabalho, para impugnar qualquer decisão judicial, rege-se pelo art. 897-A da CLT e, supletivamente, pelo Código de Processo Civil (arts. 1022 a 1025; §§ 2º, 3º e 4º do art. 1026), excetuada a garantia de prazo em dobro para litisconsortes (§ 1º do art. 1023).

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Art. 1.022 do CPC - Cabem embargos de declaração contra QUALQUER decisão judicial para: I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; III - corrigir erro material. Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que: I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento; II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1o.

Art. 489, § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

Aplicável no Processo do Trabalho, INCLUSIVE, por conta do art. 769 da CLT e art. 15 do CPC:

Art. 769 da CLT - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. Art. 15 do CPC - Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.

Jurisprudência: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM FACE DE DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. CABIMENTO. INTERRUPÇÃO DO PRAZO RECURSAL. A decisão mesmo que interlocutória que apresentar omissão, contradição, obscuridade ou erro material desafia embargos de declaração com o objetivo de sanar tais vícios e complementar a prestação jurisdicional, conforme caput do art. 897-A da CLT e art. 535 do CPC. Ainda que se consideram incabíveis os embargos de declaração em face da decisão interlocutória, permanece o seu efeito interruptivo. Apenas na ausência de pressupostos extrínsecos ou objetivos - intempestividade, irregularidade de representação processual e ausência de assinatura é que a jurisprudência tem entendido que não há interrupção do prazo recursal. TRT-2 - AGRAVO DE PETICAO AP 02597008919975020019 SP 02597008919975020019 A20 (TRT-2)

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Da Interrupção do PRAZO:

Art. 897-A, § 3º - Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros recursos, por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte ou ausente a sua assinatura.

Art. 1.026 do CPC - Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso.

Logo, com os embargos de declaração, devolve-se por completo o prazo para os recursos seguintes, que recomeça por inteiro, inclusive para a parte que não opôs os embargos de declaração. Da NÃO Interrupção do PRAZO:

Art. 897-A, § 3º - Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros recursos, por qualquer das partes, SALVO quando intempestivos, irregular a representação da parte ou ausente a sua assinatura.

Os embargos de declaração não devem ser nem mesmo conhecidos, em razão da ausência de pressuposto extrínseco de admissibilidade. Dos Efeitos da Decisão que Julgar os Embargos de Declaração. Se a Decisão do E.D. alterar a decisão anterior. Princípio da Complementariedade.

Art. 1024, § 4º do CPC - Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração. Art. 1024, § 5º do CPC - Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado independentemente de ratificação.

Art. 9º da IN 39 do TST - O cabimento dos embargos de declaração no Processo do Trabalho, para impugnar qualquer decisão judicial, rege-se pelo art. 897-A da CLT e, supletivamente, pelo Código de Processo Civil (arts. 1022 a 1025; §§ 2º, 3º e 4º do art. 1026), excetuada a garantia de prazo em dobro para litisconsortes (§ 1º do art. 1023).

Embargos de Declaração Protelatórios:

Art. 1026, § 2º do CPC - Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.

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§ 3º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final. § 4º Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios.

Art. 9º da IN 39 do TST - O cabimento dos embargos de declaração no Processo do Trabalho, para impugnar qualquer decisão judicial, rege-se pelo art. 897-A da CLT e, supletivamente, pelo Código de Processo Civil (arts. 1022 a 1025; §§ 2º, 3º e 4º do art. 1026), excetuada a garantia de prazo em dobro para litisconsortes (§ 1º do art. 1023).

REFORMA TRABALHISTA - NOVIDADE

Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:

VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.

RECURSO ORDINÁRIO

Cabimento:

Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.

Mais conhecido é o R.O. para impugnação de sentença em dissídio individual. 1ª Hipótese: (inciso I) Regra Geral - Cabe R.O. das Decisões DEFINITIVAS art. 487 do CPC (com resolução de mérito) e TERMINATIVAS art. 485 do CPC (sem resolução de mérito). Atenção: - Reforma Trabalhista – Indicação X Liquidação de Pedidos na RT.

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: I - indeferir a petição inicial;

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Súmula nº 263 do TST PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA DEFICIENTE (nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), o indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 15 (quinze) dias, mediante indicação precisa do que deve ser corrigido ou completado, a parte não o fizer (art. 321 do CPC de 2015).

2ª Hipótese: (inciso II) R.O. do TRT para o TST: O R.O. se presta a impugnar acórdãos proferidos pelos TRT’s nos processos de sua competência originária, nas hipóteses:

nos Dissídios Individuais (M. S., ação rescisória etc.), como

nos Dissídios Coletivos e nas ações anulatórias de cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho.

Regimento Interno do TST:

Do Recurso Ordinário Art. 224. Cabe recurso ordinário para o Tribunal (TST) das decisões definitivas proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho em processos de sua competência originária, no prazo legal, contado da publicação do acórdão ou de sua conclusão no órgão oficial. Art. 225. É cabível recurso ordinário em: I - ação anulatória; II - ação cautelar; (Tutela Provisória de Natureza Cautelar art. 305 CPC) III - ação declaratória; IV - agravo regimental; V - ação rescisória; VI - dissídio coletivo; VII - habeas corpus; VIII - habeas data; e IX - mandado de segurança.

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NÃO CABERÁ R.O. CAUSAS DE ALÇADA Lei 5.584/1970, ao tratar do procedimento de alçada, aplicável quando o valor da causa é inferior a dois salários mínimos, estabelece que, salvo se versar sobre matéria constitucional, nenhum recurso é cabível das sentenças proferidas nos dissídios da alçada, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação (art. 2º, § 4º).

Art. 2º, Lei 5.584/70 = RITO SUMÁRIO § 3º Quando o valor fixado para a causa, na forma deste artigo, não exceder de 2 (duas) vezes o salário-mínimo vigente na sede do Juízo, será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo constar da Ata a conclusão da Junta quanto à matéria de fato. § 4º Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação. (Com a redação dada pela Lei nº 7.402, de 05 de novembro de 1985.)

E as Decisões Interlocutórias, desafiam R.O.? 1ª – Hipótese:

Art. 799, § 2º da CLT - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão final.

Caberá R.O. de decisão interlocutória que declara a incompetência em razão da matéria e remete os autos à Justiça Comum. Exemplo:

EMENTA CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. INCIDENTE MANEJADO SOB A ÉGIDE DO NCPC. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C.C. REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS AJUIZADA POR MOTORISTA DE APLICATIVO UBER. RELAÇÃO DE TRABALHO NÃO CARACTERIZADA. SHARING ECONOMY. NATUREZA CÍVEL. COMPETÊNCIA DO JUÍZO ESTADUAL. 1. A competência ratione materiae, via de regra, é questão anterior a qualquer juízo sobre outras espécies de competência e, sendo determinada em função da natureza jurídica da pretensão, decorre diretamente do pedido e da causa de pedir deduzidos em juízo. 2. Os fundamentos de fato e de direito da causa não dizem respeito a eventual relação de emprego havida entre as partes, tampouco veiculam a pretensão de recebimento de verbas de natureza trabalhista. A pretensão decorre do contrato firmado com empresa detentora de aplicativo de celular, de cunho eminentemente civil. 3. As ferramentas tecnológicas disponíveis atualmente permitiram criar uma nova modalidade de interação econômica, fazendo surgir a economia

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compartilhada (sharing economy), em que a prestação de serviços por detentores de veículos particulares é intermediada por aplicativos geridos por empresas de tecnologia. Nesse processo, os motoristas, executores da atividade, atuam como empreendedores individuais, sem vínculo de emprego com a empresa proprietária da plataforma. 4. Compete a Justiça Comum Estadual julgar ação de obrigação de fazer c.c. reparação de danos materiais e morais ajuizada por motorista de aplicativo pretendendo a reativação de sua conta UBER para que possa voltar a usar o aplicativo e realizar seus serviços. 5. Conflito conhecido para declarar competente a Justiça Estadual. CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 164.544 - MG (2019/0079952-0)

Da decisão que declara competência ou incompetência material da VT cabe R.O. E quem, finalmente, resolverá o incidente:

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

2ª – Hipótese:

Súmula nº 214 do TST. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

Caberá R.O. de decisão interlocutória que declara a incompetência em razão local e remete os autos para TRT distinto daquele que tramita a RT. E decisão que acolhe Exceção de Incompetência em Razão do Local que remete os autos para outro Juízo do mesmo TRT! Não caberá R.O. Situação contrária é: Jurisprudência:

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. COMPETÊNCIA TERRITORIAL. EMPRESA QUE RECRUTA TRABALHADORES PARA PRESTAREM SERVIÇOS EM LOCALIDADE DIVERSA DA DE SUA SEDE. POSSIBILIDADE DE AJUIZAMENTO NO LOCAL DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. APLICAÇÃO DO ART. 651, § 3º DA CLT. Se o empregador recruta e seleciona empregados para trabalharem em unidades da federação distintas do local de sua sede, há que se permitir ao trabalhador eleger o

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foro do local da prestação de serviços, nos termos do art. 651, § 3º da CLT, pois a ratio legis é permitir ao hipossuficiente exercer o seu direito de ação, constitucionalmente garantido (Constituição, art. 5º, inc. XXXV ). TRT-1 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00107972420145010541 RJ (TRT-1)

Art. 651, § 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.

Peculiaridade. Súmula 42 do TRT da 18ª Região (Goiás):

SÚMULA Nº 42. “COMPETÊNCIA TERRITORIAL. ART. 651 DA CLT. FLEXIBILIZAÇÃO. Excepcionalmente, admite-se a flexibilização das regras de competência territorial fixadas no art. 651 da CLT, a fim de permitir o ajuizamento de reclamação trabalhista no foro do domicílio do empregado, desde que não seja prejudicado o acesso do réu/empregador a uma ordem jurídica justa e efetiva.” (RA nº 014/2016 – DEJT 22.02.2016).

EFEITOS DO RECURSO ORDINÁRIO 1º Efeito – DEVOLUTIVO. Previsão. Devolve os capítulos impugnados no R.O. para REEXAME DE PROVA! (ultima chance)

Art. 899 da CLT - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.

Significa que o R.O. devolverá a matéria impugnada, em suas razões, para o Tribunal ad quem, por consequência, permite a execução provisória do julgado referente a estas matérias e, as demais, que não foram objeto de recurso, poderão ser executados de forma definitiva. Efeito Devolutivo em PROFUNDIDADE:

Súmula nº 393 do TST. RECURSO ORDINÁRIO. EFEITO DEVOLUTIVO EM PROFUNDIDADE. ART. 1.013, § 1º, DO CPC DE 2015. ART. 515, § 1º, DO CPC DE 1973. (nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 I - O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º do art. 1.013 do CPC de 2015 (art. 515, §1º, do CPC de 1973), transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado. (são as teses subsidiárias) II - Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso ordinário, deverá decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do § 3º do art. 1.013 do CPC de 2015, inclusive quando constatar a omissão da sentença no exame de um dos pedidos.

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Art. 3º da IN 39 do TST - Sem prejuízo de outros, APLICAM-SE AO PROCESSO DO TRABALHO, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas: XXVIII - arts. 1013 a 1014 (efeito devolutivo do recurso ordinário - força maior);

Art. 1.013 do CPC - A apelação (R.O.) devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria (pedido no R.O.) impugnada.

Horizontal ou Extensão: Limitado ao pedido apresentado no R.O. Ex.: inicial 2 (dois) pedidos improcedentes e, no R.O. a RCDA recorre apenas de 1 (um) pedido. Jurisprudência:

ADMISSIBILIDADE RECURSAL. INEXISTÊNCIA DE ATAQUE AOS FUNDAMENTOS DA SENTENÇA. O efeito devolutivo dos recursos, comum a todos eles, adia a formação da coisa julgada e propicia o exame do mérito do recurso, sendo considerado sob duas perspectivas: a de sua extensão (plano horizontal) e profundidade (plano vertical). A extensão (plano horizontal) do recurso é determinada pelo pedido do recorrente, que decide qual será a abrangência da matéria a ser impugnada e o âmbito de devolutividade do recurso interposto ao Tribunal. Além da pretensão recursal, deve o recorrente apresentar as suas razões, ou seja, os fundamentos de sua irresignação, relacionados à profundidade cognitiva do recurso, sob pena de o recurso não ser conhecido por irregularidade formal. (TRT-23 - RO: 1412200802223004 MT 01412.2008.022.23.00-4)

§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo (pedido no R.O.) impugnado.

Vertical ou Profundidade: Cuida-se das questões suscitas e discutidas, porém, não solucionadas na VT e que são objeto do R.O. Jurisprudência: (do pedido recusal, capítulo impugnado, decorre o Efeito Devolutivo em Profundidade).

FGTS. DISPENSA DE EMPREGADO SEM JUSTA CAUSA. LIBERAÇÃO DOS DEPÓSITOS DO FGTS. EFEITO DEVOLUTIVO EM PROFUNDIDADE DO RECURSO (ART. 515, § 1º DO CPC) A sentença declarou expressamente que a dispensa do empregado se deu sem justa causa, mas quedou-se silente no que se refere ao pedido expresso da inicial no que tange à liberação dos depósitos do FGTS relativos ao vínculo (tópico 'j' - condenação citra petita). Sendo assim, considerando o efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, deve-se, no presente caso, determinar a liberação dos depósitos do FGTS relativos a todo período contratual. No entanto, a causa de pedir recursal é no sentido de ampliar a condenação para que haja o depósito do FGTS de todo o período contratual. Face ao exposto, em face da parcial incongruência da tese recursal, o recurso merece ser apenas parcialmente provido. TRT-23 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 1011201110623009 MT 01011.2011.106.23.00-9

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§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento (mais de uma tese) e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. (teses subsidiárias)

Empregada dispensada sem justa causa ajuíza ação trabalhista pedindo reintegração ao emprego e alega dois fundamentos jurídicos:

(a-) que se encontrava grávida e (b-) que era dirigente de CIPA- Comissão Interna de Prevenção de Acidentes eleita antes da sua dispensa.

Se a sentença julgar procedente o pedido com base apenas no fundamento (a), o tribunal, ao examinar o R.O. interposto pela RCDA, não ficará adstrito ao primeiro fundamento, podendo negar provimento ao apelo, isto é, manter a sentença pelo fundamento (b) que não foi apreciado pelo juízo a quo.

Jurisprudência:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONSTATAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO. DEVOLUTIVIDADE QUE SE EXTRAI DO TEXTO DO ART. 515 § 2.º DO CPC. MATÉRIA SUSCITADA EM CONTRARRAÇÕES. PROVIMENTO PARCIAL DOS EMBARGOS. Havendo constatação de que não houve apreciação, no acórdão, de um dos fundamentos do pedido inicial, rejeitado pela sentença e reiterado em contrarrazões, impõe-se o provimento dos embargos para que seja sanada referida omissão, uma vez que o efeito devolutivo restitui ao órgão ad quem o conhecimento dos demais fundamentos do pedido inicial formulado. (TRT 17ª R., 00399-2012-002-17-00-0).

§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: (teoria da causa madura) I - reformar sentença fundada no art. 485; II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir; III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

Jurisprudência: MÉRITO Recurso da parte Item de recurso PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. A reclamada suscita a pronúncia da prescrição parcial quinquenal. Com razão. A reclamada opôs embargos de declaração apontando a omissão no julgado, ante a ausência de manifestação acerca da prescrição quinquenal. O d. Juízo sentenciante rejeitou os embargos, ao fundamento de ausência de arguição. Verifico, entretanto, que a reclamada arguiu a prescrição quinquenal em sua contestação. Não há cogitar, no entanto, na devolução dos autos à origem para se dirimir a omissão, pois a questão prejudicial de mérito é questão exclusivamente de direito, podendo ser imediatamente decidida, nos termos do art. 1.013 do CPC, que dispõe: § 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; Não há cogitar, na espécie, em decisão

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surpresa, prevista nos artigos 9º e 10 do NCPC, uma vez que, não bastasse a arguição em sede de defesa, a reclamante foi intimada a manifestar-se acerca dos embargos de declaração opostos pela parte ré (fl. 339), optando por quedar-se inerte. Dou provimento para sanar omissão da r. sentença, pronunciando a prescrição quinquenal. Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região TRT-18: ROPS 00106994420165180008

§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.

Especificamente prescrição e decadência.

Jurisprudência: PRESCRIÇÃO TOTAL DO DIREITO DE AÇÃO. AFASTAMENTO. MATÉRIA DE DIREITO. PRINCÍPIO DA CAUSA MADURA. POSSIBILIDADE DE PROSPECÇÃO DO MÉRITO PELO JUÍZO AD QUEM. ART. 1.013, §§ 3º e 4º, DO CPC DE 2015. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA NO PROCESSO DO TRABALHO (ART. 769 DA CLT). Afastada a prescrição total do direito de ação decretada em 1º grau e abarcando o feito tão somente matéria de direito, cabe ao Juízo ad quem prospectar o mérito desde logo, consoante dispõe a teoria da causa madura, inserta no art. 1.013, §§ 3º e 4º, do CPC de 2015, regra cuja aplicação é realizada de forma subsidiária ao processo do trabalho em face de lacuna normativa e não incompatibilidade (art. 769 da CLT). TRT-12 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 00014211120145120055 SC (TRT-12)

§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação. (R.O.)

Jurisprudência:

TUTELA PROVISÓRIA. DEFERIMENTO. A tutela provisória, fundada em cognição sumária, com base em juízo de probabilidade da existência do direito, engloba a tutela antecipada e a tutela cautelar, em caráter de urgência ou de evidência (CPC/2015, arts. 294 a 311). O deferimento pode ocorrer de forma antecedente ou incidental, na sentença ou no acórdão, haja vista a regra do art. 1.013, § 5º, do CPC/2015, segundo a qual "o capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação". O art. 899 da CLT, ao dispor que os recursos "terão efeito meramente devolutivo", autorizando a execução provisória, independente de eventual prosseguimento de recurso, corrobora a possibilidade de deferimento da tutela provisória na sentença ou no acórdão. Nesse contexto, plenamente viável o deferimento da tutela provisória, de modo a assegurar imediatamente o resultado útil do processo, de modo a assegurar a efetividade da tutela jurisdicional. Recurso ordinário provido. TRT-22 – RECURSO ORDINÁRIO: RO 19178920155220002 - Inteiro Teor

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2º Efeito – SUSPENSIVO. Previsão. Impede a execução DEFINITIVA da decisão até que transite em julgado.

Súmula 414, I do TST. Redação Antiga. I - A antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso. Súmula nº 414 do TST. Redação Atual. MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA PROVISÓRIA CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017 - DEJT divulgado em 20, 24 e 25.04.2017 I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º, do CPC de 2015.

Art. 1.029, § 5º do CPC - O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:

Jurisprudência:

A rigor, não há previsão legal para recebimento de recurso ordinário com efeito suspensivo. Sensível à possibilidade de que em certos casos a execução da sentença trabalhista antes de seu trânsito em julgado pode de fato causar dano ao recorrente, o Tribunal Superior do Trabalho flexibilizou sua jurisprudência para admitir a concessão de efeito suspensivo ao recurso ordinário em caráter excepcional. No período anterior à vigência do Código de Processo Civil de 2015, quando não havia previsão de procedimento específico para a concessão de efeito suspensivo a recurso ordinário, a jurisprudência do TST sedimentou-se no sentido de ser cabível ação cautelar para tal finalidade. Contudo, a partir da vigência do Código de Processo Civil de 2015, o TST revisou sua jurisprudência, para entender aplicável analógica e subsidiariamente, as disposições do artigo 1.029 do CPC. Assim sendo, o Tribunal Superior do Trabalho editou a Resolução 2017/2017, DEJT divulgado em 20, 24 e 25.04.2017, adequando a redação do item I de sua Súmula 414 às disposições do novo Código de Processo Civil. Ante o exposto, por incabível, julgo extinta a presente ação cautelar, por incabível, fulcro no artigo 485, inciso IV, do Código de Processo Civil, por ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo. Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região TRT-4 - Tutela Cautelar Antecedente: TUTCAUTANT 00214377120175040000.

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Questões de Fato Não PROPOSTAS no 1º Grau Art. 3º da IN 39 do TST - Sem prejuízo de outros, APLICAM-SE AO PROCESSO DO TRABALHO, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas: XXVIII - arts. 1013 a 1014 (efeito devolutivo do recurso ordinário - força maior);

Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.

Exemplo: Hipótese em que a empresa prova que houve furto de um documento necessário à defesa e que somente depois da sentença foi possível juntá-lo aos autos, instruindo o recurso ordinário.

Jurisprudência:

RECURSO DA RECLAMANTE. INOVAÇÃO RECURSAL. Os limites da lide, já traçados nos presentes autos, não autorizam o elastecimento da controvérsia, para incluir o pedido de pensionamento vitalício, pois só há permissão legislativa para a modificação da litiscontestatio na hipótese prevista no art. 517 do CPC, cuja redação foi mantida pelo Novo Código de Processo Civil (artigo 1014, Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015), o que não ocorreu, no presente caso. Recurso do autor que não se conhece, neste particular, por inovação recursal. TRT-1 - Recurso Ordinário RO 01845008520025010421 RJ (TRT-1)