família
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“A família é composta por dois ou mais indivíduos, pertencendo ao
mesmo ou a diferentes grupos de parentesco, que estão implicados
numa adaptação contínua à vida, residindo habitualmente na mesma
casa, experimentando laços emocionais comuns e partilhando entre si
e outros certas obrigações.” (Johnson, citado por Stanhop, 1999)
Em paliativos a família é
vista como a unidade a
quem se presta cuidados.
Falar de família é falar de grupo e, portanto, de uma unidade supra-individual
com mecanismos de funcionamento próprios aos quais convém prestar atenção
como passo prévio da formulação e evolução do diagnóstico e posteriores
intervenções.
O objectivo é ajudar as famílias a cumprir
com a sua função de cuidadora, como
medida saudável de participar em todo o
processo de luto que estão a viver.
A adaptação familiar a uma situação
não programada requer um
processo de adaptação, por
exemplo alterações
sociais, alterações a nível
económico, etc.PROCESSO SAUDÁVEL
APOIO EMOCIONAL
ELEMENTOS MATERIAIS
Quando surge uma doença ou uma crise, provoca no seio de uma família uma
série de mecanismos de defesa que podem ajudar ou prejudicar todo o
desenvolvimento da situação
A doença em fase terminal provoca nos familiares confusão, medo, silêncio…
A tarefa da equipa é estabelecer uma relação de ajuda que permita aos
familiares passar por esse processo sentindo-se e estando acompanhada.
Esta confiança não inclui a esperança
de cura , mas sim a esperança numa
“boa morte”
É importante permitir também que os
familiares recuperem a confiança quer em
si próprios quer na equipa de
cuidados, confiança que muitas das vezes
já está perdida.
Factores importantes para a equipa:
O apoio dado à família é no sentido de orientar , de educar, num processo lento em
que se respeite o doente, em que se valorize os seus desejos, em que ele seja centro das acção, e que se
permita neste processo a entrada da possibilidade de morrer.
Os humanos possuem uma realidade interna formada por sedimentos de experiências. Somos um poço
de sentimentos, de emoções, afectos, relações e recordações, que se vão formando mediante a nossa
relação com o meio. Portanto pessoas podem reagir de modo diferente perante situações semelhantes.
A equipa não deve estabelecer interpretações semelhantes em diferentes casos
porque podem conduzir a erros na definição dos objectivos e na intervenção.
A idade do doente, sexo e o papel que ocupa no seio da família
É necessário respeitar os tempos de
adaptação, quando se tenta precipitar
pode gerar muito sofrimento e a
família não se sente ajuda até como
se pode sentir ameaçada e atacada.
A não ser se verificamos que quer o
doente quer a família não consegue
ultrapassar a fase da negação, aqui
se deve decidir em equipa os
custos/benefícios da informação
forçada.
A informação que a equipa
deve oferecer à família
deve estar de acordo com
as capacidades e
possibilidades que tem em
assimila-la.
Uma estratégia facilitadora da comunicação é permitir, incluir o doente /família na
tomada de decisões.
Comunicação
Os recursos extra familiares que se
oferecem devem ser previamente
identificados como existentes para
evitar criar falsas
expectativas, podendo a família
sentir-se enganada se não tiver
direito ou acesso a eles.
IDENTIFICAÇÃO
•ajuda no processo empático do profissional favorece a sensibilidade mas ao mesmo tempo necessita da distancia equilibrada
PROJECÇÃO
•é negativa porque o profissional não foi capaz de identificar o que determinada situação lhe provoca, e não conseguiu a distância necessária ou então o profissional é vitima da sua identificação e começa a decidir mais em função dos seus sentimentos do que em função dos objectivos traçados
AVALIAÇÃO
•é na avaliação que permite ao profissional manter a distância necessária e recordar que não faz parte daquele grupo familiar, permite postura objectiva
MEDOS
•equipa de paliativos estão armados de uma filosofia de trabalho que lhes permite manter-se afastado do sofrimento, o medo normalmente provem do risco em não conseguir alcançar os objectivos traçados e ter que tolerar o sentimento de fracasso posterior
IMPACTO
•Dependendo da especificidade de cada situação, poderá ter mais ou menos impacto na equipa.
Os profissionais são sensíveis às situações porque identificam-nas como algo que lhes poderia
suceder também
Quanto mais intensa for a crise vivida e
exposta por uma família, mais obrigação
terá a equipa a dar resposta para o alivio do
sofrimento. Conseguir quanto antes uma
orientação diagnóstica que permita realizar
um plano terapêutico de acordo com as
possibilidades pessoais de cada membro.
Para chegar a um diagnóstico da crise familiar é necessário:
-Genograma e sociograma
- Identificar as expectativas familiares depositadas no doente
- Mudanças ocorridas na organização familiar
- Dificuldades familiares explícitas ou manifestadas pela própria família
- Informação que dispõe cada membro familiar
- Experiências anteriores
- Lutos vividos
- Relação da família com a equipa
- Detecção de situação de risco
O sofrimento familiar pode gerar discórdia ao ponto do
desequilíbrio e desordem:
-Cuidador principal não oferece possibilidades de outros
membros participarem
- Cuidador principal instalado no seu papel, não permite que
outros membros intervenham quer por razões de
orgulho, ou porque se sente o único capaz para cuidar
- A idade das pessoas doentes, os novos estilos de
trabalho, novos relacionamentos, etc.
Realizar reuniões com o máximo de familiares implicados traz
vantagens:
-Ajuda a criar um clima de partilha e compreensão dos outros
- Reconhecimento pessoal de cada um dentro do grupo, mostrando -
se o mesmo respeito e valor . Evitando o medo que poderão sentir em
ter que seguir um mesmo pensamento ou conduta
- Facilita o dialogo entre eles
- Favorece a diminuição de dependência da equipa de cuidados
- Respeito pela sua intimidade, não exigindo respostas imediatas
perante uma necessidade de tomar decisões
Componentes fundamentais:
-Respeitar todos os elementos, incentivar as famílias a tomar as suas
decisões em lugar de adoptar as que a equipa poderá considerar as
melhores, evitar aconselhar
- Empatia como habilidade de perceber sentimentos e demonstrar
- Sinceridade, tolerar a nossa própria ignorância
- Capacidade de dialogo e capacidade de escuta e identificação do contexto
-Convidar os familiares a participar nos cuidados directos
-Expor os benefícios resultantes da sua participação
- Dar a entender que o momento em que se prestam cuidados são íntimos e por
sua vez permite conversas de onde os sentimentos podem aflorar de uma forma
espontânea
- Ensinar determinados aspectos técnicos que lhes dará maior conhecimento do
que fazemos e poderá diminuir o seu cansaço
- Reconhecer seus progressos e capacidades ao mesmo tempo que se diminui a
importância das suas dificuldades
Kübler-Ross originalmente aplicou estas
etapas para qualquer forma de perda
pessoal catastrófica, desde a morte de um
ente querido e até o divórcio.Também
alega que estas etapas nem sempre
ocorrem em ordem, nem são todas
experimentadas por todos os
doentes, mas afirmou que uma pessoa
sempre apresentará pelo menos duas.
5 ETAPAS DO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO AO LUTO
A família experimenta as etapas de
adaptação similares ás dos próprios doentes
Elisabeth Kubler-Ross
"Tudo vai acabar bem."
Negação e Isolamento
"Isso não pode estar acontecer."
Cólera
"Por que eu? Não é justo."
Negociação
“Só quero viver apenas até meus filhos crescerem."
Depressão
“Estou tão triste”
Aceitação
Existe alívio dos familiares quando há expressão dos
sentimentos , facilitando a jornada para a morte.
É importante o relacionamento emocional entre a família
porque o grau de relação emocional e a qualidade de
comunicação influenciam o impacto e o efeito do
sofrimento, ou seja se os membros da família
compartilharem as emoções enfrentarão aos poucos a
realidade da separação iminente.
TODAS AS FAMÍLIAS FELIZES SE
ASSEMELHAM, MAS CADA FAMÍLIA
INFELIZ É INFELIZ A SEU MODO.
(Leon Tolstoi)