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FACULDADES DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO ANA LUÍZA DA SILVA MACHADO O PAPEL DO TRIBUNAL DE CONTAS NO CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CABEDELO PB 2017

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Page 1: FACULDADES DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA M149p Machado, Ana Luíza da Silva. O papel do tribunal de contas no controle externo da administração pública / Ana Luíza da Silva Machado

FACULDADES DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA – FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

ANA LUÍZA DA SILVA MACHADO

O PAPEL DO TRIBUNAL DE CONTAS NO CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CABEDELO – PB 2017

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ANA LUIZA DA SILVA MACHADO

O PAPEL DO TRIBUNAL DE CONTAS NO CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Trabalho de Conclusão de Curso em forma de Artigo Científico apresentado à Coordenação do Curso de Bacharelado em Direito, pela Faculdade de Ensino Superior da Paraíba - FESP, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Direito. Área: Direito Administrativo Orientador: Profª Ms Herleide Herculano Delgado

CABEDELO – PB 2017

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M149p Machado, Ana Luíza da Silva.

O papel do tribunal de contas no controle externo da administração pública / Ana Luíza da Silva Machado – Cabedelo, 2017. 16f. Orientadora: Profa. Me. Herleide Herculano Delgado. Artigo Científico (Graduação em Direito) Faculdade de Ensino Superior da Paraíba.

1. Controle. 2. Administração Pública. 3. Tribunal de Contas. I. Título.

BC/FESP CDU: 341.3

A reprodução total ou parcial deste documento só será permitida exclusivamente para fins acadêmicos e científicos desde que seja referenciado, autor, titulo, instituição, e ano de sua

publicação.

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ANA LUÍZA DA SILVA MACHADO

O PAPEL DO TRIBUNAL DE CONTAS NO CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Trabalho de Conclusão de Curso em forma de

Artigo Científico apresentado à Banca examinadora de Artigos Científicos da Faculdade de Ensino Superior da Paraíba - FESP, como exigência para obtenção de grau de Bacharel em Direito.

APROVADO EM ___/___/ 2017

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________ Prof.ª Ms. Herleide Herculano Delgado

ORIENTADORA - FESP

____________________________________________________ Prof.ª Ms. Rafael Pontes Vital

MEMBRO - FESP

_____________________________________________________ Prof.º Ms. Ricardo Sérvulo Fonseca da Costa

MEMBRO - FESP

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A minha avó, Eugênia, e a Marcelo Henriques, seu irmão, ex-funcionário desta instituição que, certamente, nunca será esquecido.

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, pois só ele é digno de toda honra, glória e

louvor.

A meus familiares, por toda paciência, compreensão e colaboração durante a

fase de desenvolvimento deste trabalho.

A meu tio Marcelo Henriques, in memoriam.

À minha amiga Lenir Macelino, que mesmo distante, contribui e me incentiva

à formação acadêmica e pessoal.

À minha psicóloga, Mônica Bandeira, pelo incentivo e vontade de me ajudar

em todos os momentos da vida.

À minha orientadora, Herleide, por seu gentil acolhimento e toda sua ajuda.

Aos funcionários da Fesp Faculdades, em especial a todo corpo de

professores que me acompanharam durante todo meu período de graduação.

Enfim, a todos que contribuíram e torceram pela efetivação deste sonho que

ora se concretiza com a construção deste TCC.

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TERMO DE RESPONSABILIDADE/DIREITOS AUTORAIS

Eu, ANA LUÍZA DA SILVA MACHADO, RG nº 3687652 SSP/PB, acadêmico do

Curso de Bacharelado em Direito, autor do Trabalho de Conclusão de Curso –

TCC, intitulado O PAPEL DO TRIBUNAL DE CONTAS NO CONTROLE EXTERNO

DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, orientada pela professora HERLEIDE

HERCULANO DELGADO, declaro para os devidos fins que o TCC que apresento

atendem as normas técnicas e científicas exigidas na elaboração de textos,

indicadas no Manual para Elaboração de Trabalho de Conclusão de Curso da

Fesp Faculdades. As citações e paráfrases dos autores estão indicadas e

apresentam a origem da ideia do autor com as respectivas obras e ano de

publicação. Caso não apresentem estas indicações, ou seja, caracterize crime

de plágio, estou ciente das implicações legais decorrentes deste

procedimento.

Declaro, ainda, minha inteira responsabilidade sobre o texto apresentado no TCC,

isentando o professor orientador, a Banca examinadora e a instituição de

qualquer ocorrência referente à situação de ofensa aos direitos autorais.

Cabedelo, PB, 04 de junho de 2017.

__________________________________________

ANA LUÍZA DA SILVA MACHADO Mat. 2011134

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 07

2 O CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO ............................................................... 08

2.1 PRINCÍPIOS NORTEADORES ........................................................................... 09

2.2 TIPOS DE CONTROLE ....................................................................................... 10

2.2.1 Controle Interno ............................................................................................. 10

2.2.2 Controle Externo ............................................................................................ 12

2.3 TRIBUNAL DE CONTAS: ÓRGÃO TÉCNICO AUXILIAR DO

LEGISLATIVO NO CONTROLE EXTERNO ...................................................... 13

2.3.1 Tribunal de Contas do Estado da Paraíba .................................................... 14

2.3.2 Auditorias Regionalizadas ............................................................................. 15

2.3.3 Parecer Normativo PN-TC-52/2004 ............................................................... 15

3 ESTUDO DE CASO ............................................................................................ 15

3.1 ANÁLISE COMPARATIVA DO JULGAMENTO DAS CONTAS

MUNICIPAIS DOS EXERCÍCIOS DE 2013 E 2014 ............................................ 15

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 19

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 20

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O PAPEL DO TRIBUNAL DE CONTAS NO CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ANA LUÍZA DA SILVA MACHADO* HERLEIDE HERCULANO DELGADO**

RESUMO

O presente trabalho consistiu em avaliar se o controle da administração pública estabeleceu melhorias nas gestões municipais do estado da Paraíba (PB), bem como demonstrar a importância dos dois tipos de controle, interno e externo, existentes nas legislações no âmbito do Controle das Finanças Públicas, tendo sempre em vista que a gestão pública deve ser controlada de forma a maximizar os escassos recursos em detrimento às necessidades da sociedade. Especificamente, pretende-se analisar como o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE/PB) tem julgado as contas municipais. Essa é uma preocupação do controle externo, que tem demonstrado nos seus julgados, a necessidade do gestor público em adotar uma gestão cada vez mais eficiente, eficaz e econômica. Utilizou-se, portanto, um estudo de caso para verificar a gestão municipal no estado da Paraíba, através de coleta de dados e informações do Tribunal de Contas do Estado. De posse destas informações, demonstrou as variações ocorridas na apreciação das contas dos municípios paraibanos nos exercícios de 2013 e 2014. Com esses resultados, observou-se que a maioria dos municípios tem suas contas julgadas regulares com ressalva, demonstrando a necessidade de uma melhoria dos possíveis controles existentes nos seus entes públicos. PALAVRAS-CHAVE: Controle. Administração Pública.Tribunal de Contas. 1 INTRODUÇÃO

O controle na administração pública está se tornando cada vez mais um tema

de debate e discussão da sociedade brasileira. As necessidades da sociedade cada

vez mais crescente em detrimento aos recursos escassos obrigam que todos os atos

de gestão tenham como pilar balizador a eficiência, a eficácia e economicidade.

Desse modo, para atingir esta afirmação, tornou-se necessário implantar o controle

em toda a administração pública, em seus órgãos descentralizados e até mesmo

nos Poderes independentes, tais como: legislativo e judiciário.

________________________

* Aluna concluinte do Curso de Bacharelado em Direito da Faculdade de Ensino Superior da Paraíba (Fesp), semestre 2017.1, e-mail: [email protected] **Mestre em Direito Econômico pela Universidade Federal da Paraiba. Especialista em Direito Tributário pela Universidade Anhaguera. Professora e Pesquisadora da FESP Faculdade. Membro do Grupo-NUPOD- Núcleo para Pesquisa dos Observadores do Direito ( DGP/CCJ/UEPB). Membro da Comissão de Estudos Tributários da OAB-PB.

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Este trabalho vem trazer a baila o tema, com a justificativa de que o usuário

da informação compreenda que o controle é uma importante ferramenta

administrativa para a gestão pública, principalmente o controle externo desenvolvido

pelo Tribunal de Contas (TC) e o Poder Legislativo.

No decorrer deste trabalho será apresentado o conceito de controle de forma

clara e objetiva, assim como, tipos de controle e o papel do Tribunal de Contas no

controle externo no país. Além disso, elaborou-se um estudo de caso com a seguinte

metodologia: foi feita uma pesquisa dos julgamentos das contas dos municípios

paraibanos dos exercícios de 2013 e 2014 no “site” do Tribunal de Contas do Estado

da Paraíba (TCE-PB), classificando os resultados dos julgados para realizar um

comparativo da evolução das administrações públicas no Estado da Paraíba (PB).

Após esse levantamento, foi feito gráficos de linhas para permitir ao leitor de forma

simples, a visualização dos resultados obtidos.

Esse trabalho não encerra a discussão salutar e necessária da sociedade em

cada vez mais exigir da administração pública a adoção de controles necessários

para o Estado atingir seus objetivos específicos, pelo contrário, abrir um diálogo com

os usuários desta informação para que o tema seja discutido e analisado.

É nessa visão que o autor desse artigo traz uma luz ao tema, ao descrever a

importância de entender o termo controle, além da adoção de medidas corretivas

para que efetivamente seja implantado assim, vale destacar que a principal

metodologia aplicada neste estudo, é a avaliação crítica de informações de forma

quantitativa e qualitativa na realização do estudo de caso nos exercícios

mencionados para concluir sobre os resultados do julgamento das contas de gestões

do chefe do executivo e o nível de comprometimento destes para com as obrigações

decorrentes da função exercida em nome da sociedade, além da pesquisa

bibliográfica

2 O CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

A Constituição Federal de 1988 (CF/88) acabou adotando a divisão tripartite

otimizada por Montesquieu, em “O Espírito das Leis”, ao delimitar a separação dos

poderes como princípio, no seu artigo 2º, classificando-os em executivo, legislativo e

judiciário. Sendo estes harmônicos e independentes entre si.

Ambos, então, terão suas próprias incumbências, sendo estas delimitadas

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pela CF, e correspondendo, especificamente, a cada uma das esferas de poder, que

tem o dever de realizá-las de maneira exclusiva. E, via de regra, não poderá haver

interferência de um poder sobre o outro, ou seja, não é absoluto.

Ocorre que dentro do próprio texto da lei maior, vão existir referências ao fato

de que, no cenário atual, não há mais a possibilidade de independência total de

poderes. O que vai existir é um trabalho conjugado, harmônico e com eficácia. E,

neste caso, haverá a possibilidade de um determinado poder estar legitimado a

interferir ou exercer as funções de um dos outros. Muitos vão definir esse

procedimento como sendo um sistema de freios e contrapesos, necessário ao

equilíbrio, ao bem estar coletivo e fundamental e a prevenção da arbitragem.

Ora, o modelo constitucional incorporado pelo Brasil acaba atuando como um

facilitador para a obtenção de bons resultados quanto a aplicação de instrumentos

visando o controle das atividades do Estado, seja nos próprios órgãos do governo ou

ainda na própria sociedade que lhe integra, onde a lei maior vai elevar a prestação

das contas de agentes públicos, responsáveis pela coisa pública, a princípio

vulnerável no qual a sua transgressão pode dar ensejo a intervenções federal ou

estadual, conforme dita o (art. 34, VII, d, e art. 35, II CF).

O tema controle da Administração estuda os instrumentos jurídicos de

fiscalização sobre a atuação dos agentes, órgãos e entidades componentes da

Administração Pública, visando à proteção dos interesses da coletividade. Os

mecanismos de controle têm natureza jurídica de princípio fundamental da

Administração Pública (MAZZA, 2013).

O fato de os Poderes serem dotados de autonomia não significa que estejam

imunes a qualquer interferência ou controle exercido pelos demais Poderes, em prol

de um interesse maior, o interesse coletivo, com vistas ao bem comum

(DALLAVERDE, 2013, p. 47).

2.1 PRINCÍPIOS NORTEADORES

No Brasil, a pirâmide Kelseniana, referente à hierarquia das normas jurídicas,

poderá ser de fácil percepção em caso de análise do sistema jurídico pátrio.

Consoante esta, a CF vai estar no topo, funcionando como lei maior, sendo uma

condicionante para as demais normas escalonadas. Constata-se que a norma

constitucional irá apresentar parâmetros ou normas gerais referentes a cada um dos

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ramos do direito que devem ser seguidos, principalmente no que tange aos

princípios constitucionais correspondentes a cada matéria.

É preciso lembrar, aqui, dos princípios trazidos pelo art. 37 que diz respeito ao

famoso LIMPE, abreviatura correspondente aos cinco Princípios Constitucionais no

âmbito administrativo, que são legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade

e eficiência, trazidos no corpo da CF/88, que deve embasar toda atividade da

administração pública. Além destes, vão existir mais dois princípios vetores da

atividade pública: Supremacia do Interesse Público e a sua Indisponibilidade, ambos

funcionando como pilastras que vão fundamentar a atividade de controle estatal

(ZYMLER, 2017).

2.2 TIPOS DE CONTROLE

Em poucas palavras, o que vai diferenciar um do outro será o fato da

fiscalização ser exercida no mesmo poder, “de origem”, do órgão, fiscalizador. Desta

maneira, quando a fiscalização se der no poder do qual faz parte o órgão

fiscalizador, teremos o chamado controle interno. Em contrapartida, quando a

fiscalização se der sobre os atos administrativos de outro poder, vamos ter o

controle externo.

O controle interno vai fazer parte da própria estrutura, organizacional,

administrativa e terá como incumbência o acompanhamento da realização dos atos

devendo apontar de forma sugestiva, preventiva ou corretivamente todas as ações

que tiverem para ser desempenhadas. Neste, o gestor não possui a obrigação de

cumprir às propostas que lhe são apresentadas. Mas, em caso positivo, pertencerá a

ele o risco e a responsabilidade pela prática de seus atos. Daí o caráter opinativo do

controle interno.

Já o controle externo, será caracterizado por ter seu exercício realizado

através de órgão autônomo e independente pertencente à administração. Devendo

este, seguir, as recomendações apontadas pela carta constitucional. Será exercido

em conjunto, pelo poder legislativo auxiliado pelos Tribunais de Contas, tendo a

finalidade de averiguar questões como probidade administrativa, guarda, aplicação,

conforme a legalidade, das finanças públicas. Além do implemento da lei.

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2.2.1 Controle Interno

Com relação ao tema, vem disposto no art. 74 da CF/88, possuindo um rol

considerado taxativo. Dispõe sobre a obrigatoriedade dos três poderes exercê-lo

integralmente, visando a avaliação do cumprimento das metas traçadas no Plano

Plurianual (PPA), bem como, a realização dos orçamentos públicos. Portanto,

analisar a legalidade e os resultados, sob enfoque dos aspectos da eficiência e

eficácia, da gestão dos orçamentos, finanças e patrimônios relacionados aos órgãos

e entidades da administração, e realizar o controle das operações referentes ao

crédito e dar apoio ao controle externo.

Sendo parte da administração, vai se subordinar ao administrador e terá como

missão o acompanhamento da realização dos atos. Visando apontar, de forma

sugestiva, preventiva ou corretiva, o desempenho das ações a serem desenvolvidas

com a finalidade de atender a legislação apropriada.

Vale frisar o caráter sugestivo presente no mesmo, considerando o poder de

escolha referente à possibilidade de alteração quanto ao modo ou forma de exercitar

a pratica de determinado ato. Lembrando o fato de que a responsabilidade, assim

como o risco decorrente de seus atos, fica por conta do administrador.

Na terminologia da expressão, o controle interno é a fiscalização realizada

pela própria Administração sobre seus órgãos ou entidades descentralizadas. No

entanto, conceitualmente seria mais adequado, a utilização desse termo, como a

fiscalização que a mesma exerce sobre seus atos e as atividades de seus órgãos e

das entidades descentralizadas que lhes são vinculadas, com o objetivo de entender

que a cada nível de poder político é dotado de uma estrutura administrativa própria

que possuem mecanismos próprios de controle (MEDAUAR, 2012).

Nas últimas décadas tem sido cada vez maior a relevância desse tema, diante

de inúmeras literaturas, por causa das suas importantes finalidades que vão desde

ação de estimular nos órgãos adoção de medidas para manter-se nos limites da

legalidade e dos princípios de boa administração até verificação se a administração

cumpriu suas atribuições conforme meios jurídicos, técnicos e humanos que tinha a

sua disposição.

É observado que esse controle se divide em três que são: controle prévio, que

ocorre antes da existência ou eficácia da sua atuação; controle concomitante, que

ocorre simultaneamente à realização do ato e controle a posteriori, que ocorre após

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a atividade. Neste ponto específico, o controle prévio deve ser priorizado para que

as ações de correições sejam mínimas necessárias para a Administração Pública.

Tal controle é uma condição difícil de ser implantada pelas estruturas administrativas

arcaicas que estão embasadas em nosso país.

O controle interno incide sobre a legalidade do ato ou atividade, permite a

Administração desemprenhar suas atribuições sobre as regras jurídicas

estabelecidas, dispostas em leis ordinárias, complementares, decretos, preceitos

constitucionais entre outras formas de direito. No entanto, o referido controle pode

recair sobre o mérito, quando o controlador apreciar a ação controlada com base

num postulado de boa atuação muito geral e não com uma determinada norma.

Numa gestão vão existir três fases: determinação dos objetivos de realização e

programas, medidas de resultados e verificação dos desvios e utilização de ações

corretivas. Em Todas essas fases existem controle, que se baseiam em objetivos de

realização e produção, respeito aos programas, utilização de indicadores de gestão

entre outros mecanismos necessários a adoção de ações corretivas do Ente.

A partir do ano de 1993, conforme a reforma dos sistemas de controles, surgiu

um novo controle denominado de estratégico que verifica os resultados alcançados

pela administração em relação aos objetivos prefixados pelos órgãos. Nesse novo

instrumento conclui-se que, diante um amplo processo de programação, as

responsabilidades dos dirigentes em relação ao vértice político no caso de não ter se

alcançado os objetivos traçados, trazendo para administração uma melhoria da

funcionalidade dos órgãos avaliados.

Além disso, o controle também se divide em eficiência, eficácia e

economicidade. No Brasil, a eficiência e economicidade estão até atrelados a

dispositivo constitucional. A eficiência é tratada como um princípio da Administração

Pública no caput do art. 37 da CF, e o segundo no art. 70, caput, traz a

economicidade como um dos aspectos da fiscalização exercida pelos órgãos de

controle internos.

Segundo Medauar (2012), o controle da eficiência nada mais é do que medir

os resultados da atividade da administração sobre diferentes óticas, que vão desde

funcionalidade organizacional até grau de validade das escolhas. No campo do

controle da eficácia é fácil distinguir que as avaliações buscam verificar o efeito de

um programa institucional de forma que o uso dos meios e recursos para o alcance

foram bem utilizados.

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Quanto ao caso do controle da economicidade, tende-se a verificar uma certa

disponibilidade obteve o máximo de resultado. Logo, os controles internos nas

instituições públicas são necessários para a avaliação e adoção de ações corretivas

para que todo o planejamento estratégico seja atingido da melhor forma de acordo

com os preceitos legais.

2.2.2 Controle Externo

O controle externo está mencionado no art. 71 da CF/88. Refere-se ao

controle no qual o órgão fiscalizador não faz parte da esfera do poder controlado. Via

de regra, será exercido por órgãos alheios ao poder executivo. Ou seja, pelo

judiciário e o legislativo. Contudo, no referido trabalho, vamos nos ater ao controle

exercido pelo Legislativo com auxílio dos tribunais de contas.

Em linhas gerais, o controle legislativo, tende a ser um controle político

relacionado com a legalidade, a contabilidade e o financeiro. Cabendo a este,

verificar quanto à integridade dos atos praticados pela administração, regularidade

dos orçamentos referentes aos gastos públicos e a correta aplicação de bens,

valores e dinheiro público.

O art. 71 da CF/88 faz menção ao referido tema. Seu exercício se dará

através de um órgão, autônomo e independente, dos quadros administrativos.

Estando entre as funções delimitadas pela constituição, o exercício da fiscalização.

Em respeito a tal função, os Tribunais de Contas tem o dever de verificar a

legalidade, bem como, conformidade dos atos praticados pela administração,

conforme os ditames legais e normativos. Não se esquecendo de observar o

conteúdo contábil, financeiro, orçamentário, operacional e patrimonial.

2.3 TRIBUNAL DE CONTAS: ÓRGÃO TÉCNICO AUXILIAR DO LEGISLATIVO NO

CONTROLE EXTERNO

O Tribunal de Contas, conforme dispositivos constitucionais, mais

precisamente os artigos 70 a 75, vai possuir como primordial incumbência à

execução, perante o Poder legislativo do respectivo ente federativo da fiscalização

financeira e orçamentária relacionada aos recursos da Administração. Assim, é de

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suma relevância é a compreensão de estarmos nos deparando com um órgão

técnico, em sua essência, ainda que não totalmente, em virtude do exercício de

habilidades relativas, ao controle contábil, dos poderes restantes e instituições

autônomas, assumindo assim forte natureza técnica. A propósito, não é outra, sua

principal atribuição além da feitura de análise nas contas dos gestores públicos

(KELLES, 2007). *

Enquanto que os julgamentos no poder legislativo vão acontecer, decorrentes,

via de regra, baseados em um critério subjetivo relacionado à conveniência e

oportunidade, para avaliação com liberdade de escolha sobre acontecimentos e

indivíduos, aqueles derivados das Cortes de Contas, por obrigatoriedade, devem

desempenhar critérios de ordem técnico jurista, submetendo os fatos e sujeitos à

objetividade dos diplomas legais e normativos (BRITTO, 2002, p. 98, apud KELLES,

2007, p. 221).

Vale destacar, a total independência da natureza jurídica, dos Tribunais de

Contas, principalmente quando se fizer uma correlação com os três poderes que

continuem a República. Desse modo, a carta constitucional vem reafirmar e

assegurar a independência funcional da instituição de contas. Assegurando, com

isso, a verdade no posicionamento dos Tribunais de Contas dentro do pacto

constitucional e sua função como sustentáculo importante do sistema Republicano.

2.3.1 Tribunal de Contas do Estado da Paraíba

A criação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) foi através da Lei no 3.627

de 31 de agosto de 1970 e com a sua instalação a 1° de março de 1971. Seu quadro

de pessoal compõe-se de 354 servidores, sendo eles conselheiros, procuradores,

auditores, auditores de contas públicas, auxiliares de auditoria de contas públicas,

assessores jurídicos e pessoal administrativo, inclusive comissionados (TCE, 2017).

Cabe ao Tribunal acompanhar a gestão, fiscalizar e analisar os processos de

prestações de contas, atos de admissão de pessoal, aposentadorias e pensões,

licitações, contratos e convênios de pelo menos 59 órgãos da administração

estadual, a saber: 20 secretarias; 10 autarquias, 09 fundações; 12 sociedades de

________________

* Obra não reeditada: KELLES, Márcio Ferreira. Controle da administração pública democrática: tribunal

de contas no controle da LRF. Belo Horizonte: Fórum, 2007.

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economia mista; 04 empresas públicas; 15 fundos; 06 órgãos em regime especial;

223 prefeituras municipais; 20 órgãos entre secretarias e outros da administração

indireta do município de João Pessoa (TCE, 2017).

Todos os esforços do Tribunal visam a dar cumprimento aos elevados

encargos que lhes são reservados pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF),

inaugurando uma nova era na fiscalização e controle externo, desse modo,

preparou-se tecnicamente, com ênfase ao atendimento das normas, para na fase da

prestação de contas anual, passar aos exames de rotina, agindo preventivamente no

que diz respeito ao Acompanhamento da Gestão (AG), via edição de Resoluções

Normativas (RN).

O acompanhamento da gestão, no exercício, permite ao relator das contas

emitir alertas quando da análise dos demonstrativos a eles encaminhados

mensalmente e não mais após o término da gestão. No tocante ao âmbito da

administração estadual, por exemplo, o relator das contas encaminha cópia dos

pronunciamentos sobre o Relatório de Gestão Fiscal (RGF) e o Relatório Resumido

da Execução Orçamentária, referentes aos períodos respectivos, às autoridades

estaduais, Presidentes de Poderes e órgãos, Governador do Estado, Secretários do

Planejamento e das Finanças, nos quais consigna os avanços qualitativos nos

relatórios expedidos pelo Governo do Estado e indica os resultados da Gestão

Fiscal.

2.3.2 Auditorias Regionalizadas

As Auditorias Regionalizadas (AR) são ações desenvolvidas pelos auditores e

relatores do TCE-PB nos municípios e regiões circunvizinhas a este, objetivando

realizar um amplo levantamento sobre as aplicações dos recursos financeiros.

Desse modo, tem-se uma visão global sobre a situação municipal, em função das

informações coesas e conjuntas de todos os procedimentos de uma mesma

localidade (PCA de Prefeitura e Câmara, Administração Descentralizada, Licitações,

Contratos, Adiantamentos, Convênios e Denúncias), possibilitando comparações

coerentes por ocasião da emissão do voto dos Relatores, situando-os de modo mais

claro em relação as irregularidades pontuais ou a sua ocorrência frequente,

aplicação de penalidades, gravidade de falhas apontadas, entre outros (TCE, 2017).

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2.3.3 Parecer Normativo PN-TC-52/2004

Elaborado pelo TCE/PB, no ano de 2004, considerando o Acompanhamento

de Gestão Municipal (AGM), executado pela Diretoria de Auditoria e Fiscalização

(DIAFI), após o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), com o objetivo de

uniformizar a interpretação, bem como a análise, pelo referido Tribunal, com relação

a determinados aspectos pertinente a Análise das Prestações das Contas dos

Poderes Municipais. Possibilitou o agrupamento das ocorrências, mais frequentes,

responsáveis pela “reprovação” a orientação, a partir de sua publicação, de como

proceder quanto a não observância dos dispositivos constitucionais, legais e

normativos, assim como a correta arrecadação e aplicação dos dinheiros públicos.

Este parecer traz ao gestor orientações das irregularidades que poderão

comprometer a gestão pública municipal, dentre as irregularidades podemos citar as

seguintes: realização de despesa sem licitação, não recolhimento de obrigações

previdenciárias, realização de despesas sem comprovação entre outras que

maculam as contas dos gestores públicos.

3 ESTUDO DE CASO

O processo de contas vai englobar três fases distintas, porém necessárias à

realização completa de suas metas. A primeira delas trata do julgamento tocante à

gestão do administrador. A segunda vai estar relacionada com a punibilidade do

gestor relapso. E, por fim, a terceira tratará da questão relativa à reparação do

possível e ocorrente dano ao tesouro público. Possuindo natureza política, a

primeira, da eficácia prática ao princípio da publicidade dos atos, na medida em que

vai demonstrar a população como estão sendo aplicados os recursos financeiros,

subtraídos de forma imposta por meio da tributação. Com natureza sancionatória, a

segunda vai ocorrer quando do reconhecimento de irregularidades durante a gestão.

A terceira surge no julgamento das contas quando se aponta a existência de um

dano ao erário, bem como, a existência de um vínculo entre os atos praticados pelo

gestor e o resultado por elas produzido.

Em se tratando de agentes políticos, como os Chefes do Executivo, a

responsabilidade se evidência no triplo aspecto: político administrativo, penal e civil.

E, no tocante a dimensão política do referido processo, esta vai analisar questão

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relativa a responsabilidade, político administrativa do agente público.

A atual Carta Constitucional, em norma de eficácia limitada, pressupõe edição

de uma lei que estabeleça lapso temporal para prescrição de ilícitos que venham a

ser praticados por qualquer agente e que resultem em prejuízos ao erário,

ressalvadas as ações de ressarcimento (CF, art. 37, § 5º). O que o constituinte não

admite é a prescrição do direito de cobrança aos administradores públicos pelas

Casas de Contas dos débitos imputados a estes. Uma vez que estes, apenas, criam

ordens para que aconteça o ressarcimento aos cofres públicos, podendo esta,

conforme dita o art. 5º, XLV, in fine da CF, atingir, inclusive, os sucessores do gestor

ímprobo.

As dimensões produzidas pelo processo das contas vão gerar efeitos

autônomos, em consequência do princípio da independência das instâncias, de

modo que, a realização de um não prejudicará o outro. O que significa que a

condenação de um Prefeito para pagamento de uma multa (dimensão sancionatória)

não eximirá o responsável do fato de ter que reparar o dano patrimonial através da

quitação do débito que lhe fora imputado (dimensão indenizatória) e nem impedirá

que o referido possa a vim se tornar inelegível (dimensão política).

O modelo adotado pelo Tribunal de Contas da União, descrito na Lei nº

8.443/92, tem servido como referência para os demais. Tendo, inclusive, reflexo nos

Tribunais de mesma espécie, na esfera Estadual, que tem aplicado os mesmos

dispositivos ali expressos, incorporando os, ainda que em partes, ao seu regimento

interno. Um bom exemplo a se referir é o TCE/PB que, especificamente sobre a

questão do julgamento das prestações de contas, será tratada, tendo inclusive o

número do artigo em comum em ambas legislações, no artigo 16° da Lei Orgânica

do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (LOTCE/PB), assim como dispõe a Lei

Orgânica do Tribunal de Contas da União (LOTCU). E, de acordo com o disposto no

referido, as contas serão julgadas em:

a) Regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatidão

dos demonstrativos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos

atos de gestão do responsável;

b) Regulares com Ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou

qualquer outra falta de natureza formal de que não resulte dano ao erário;

c) Irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes ocorrências: I)

omissão no dever de prestar contas; II) prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo,

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antieconômico, ou infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil,

financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial; III) dano ao erário decorrente

de ato de gestão ilegítimo ao antieconômico; IV) desfalque ou desvio de dinheiros,

bens ou valores públicos.

Baseado nesta legislação, foi realizada uma consulta, via site do TCE-PB, na

sessão de Acompanhamento de Processos e Documentos, para obtenção dos dados

referentes aos processos relativos às Prestações de Contas Anuais dos 223

municípios Paraibanos, advindas dos Prefeitos, concernentes aos exercícios de

2013 e 2014.

GRÁFICO 1 – Análise do resultado do julgamento das contas referentes ao exercício

de 2013 no Estado da Paraíba

FONTE: Tramita, TCE-PB – 2017.

Com base no gráfico acima, os dados retirados do “site” do Tribunal de

Contas do Estado da Paraíba no exercício de 2013, contavam apenas 168

processos foram julgados nas prestações de contas enviadas pelos chefes do

executivo, tendo sido submetidos à análise pelo Pleno do TCE/PB. Destes

processos, o gráfico demonstra que 129 contas municipais obtiveram parecer

classificadas como Regulares com Ressalvas. Vale ressaltar a proximidade do total

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de prefeituras que tiveram suas contas, definidas como sendo Irregulares e

Regulares, correspondendo, nesta ordem, aos números 21 e 18. Uma diferença

pequena, apenas de 03, de um para o outro.

GRÁFICO 2 – análise do resultado do julgamento das contas referentes ao exercício

de 2014 no Estado da Paraíba

FONTE: Tramita, TCE-PB – 2017.

No gráfico acima, os dados retirados do site do Tribunal de Contas do Estado

da Paraíba no exercício de 2014, contavam apenas 89 processos que foram

julgados nas prestações de contas enviadas pelos chefes do executivo, tendo sido

submetidos à análise pelo Pleno do TCE/PB. Destes processos, o gráfico demonstra

que cerca de 72 deles obtiveram suas contas classificadas como Regulares com

Ressalvas. Vale ressaltar, novamente, a proximidade do total de prefeituras que

tiveram suas contas definidas como sendo Regulares e Irregulares, correspondendo,

nesta ordem, aos números 10 e 07. Uma diferença pequena, apenas de 03 de um

pra outro.

É importante frisar o fato de que, para elaboração do presente estudo, foram

considerados apenas os dados, referentes à pessoa do Chefe do Executivo

Municipal, ou seja, o Prefeito, no exercício da gestão geral.

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3.1 EVOLUÇÃO COMPARATIVA DAS ANÁLISES DO JULGAMENTO DE

PRESTAÇÃO DE CONTAS MUNICIPAIS

Fazendo uma análise comparativa com os resultados referentes aos citados

exercícios, podemos concluir que, no que tange ao número de contas julgadas

Regulares, em ambos os exercícios, houve uma certa estabilidade de um para o

outro, permanecendo na mesma faixa. Quanto a Irregularidade das contas, houve

uma diminuição significativa, quando da comparação dos resultados do ano de 2013

para o ano de 2014. Já o número de aprovações de prestações como sendo

Regulares com Ressalvas, do exercício de 2013 para o de 2014, subiu

consideravelmente.

GRÁFICO 3 – Análise comparativa referente à evolução do resultado do julgamento

das contas referentes aos exercícios de 2013 e 2014 no Estado da Paraíba

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

2013

2014

Regular

Regular com ressalva

Irregular

FONTE: Tramita, TCE-PB – 2017.

Diante do gráfico acima, observa-se que os municípios paraibanos

necessitam de uma evolução nas administrações municipais, pois apesarem de

grande parte dos gestores terem suas contas aprovadas, no entanto, apresentam

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ressalvas, por conterem irregulares administrativas que muitas vezes impactam no

resultado social pretendido.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho se propôs a apresentar e discutir o controle na administração

pública nos municípios paraibanos, realizado pelo Tribunal de Contas do Estado da

Paraíba, observando-se, principalmente, o controle externo exercido pelo poder

legislativo e auxiliado pelos tribunais de contas, bem como suas origens, definições

e o papel e a importância desse mecanismo nas finanças públicas.

O controle é uma ferramenta de gestão administrativa que deve ser priorizada

na administração pública como uma política de governo, ou seja, não deve ser

entendido apenas como uma obrigação legal determinada pelas legislações

pertinentes. O controle deve ser encarado como um mecanismo de maximização de

recursos existentes para atingir o objetivo finalístico do Estado, que é promover o

bem estar social.

No intuito de atingir os objetivos propostos foi desenvolvido um estudo do

julgamento das contas dos municípios paraibanos, através da coleta de dados, junto

ao TCE, sobre a situação real do Estado da Paraíba, concluindo-se, claramente, que

o controle do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba tem promovido medidas para

alertar os gestores paraibanos das suas responsabilidades na administração dos

recursos públicos, através do grande número de julgamento de contas regular com

ressalva. Este fato, talvez, pouco conhecido, deve ser divulgado, pois é obvio que

com o passar do tempo haverá um comprometimento do gestor paraibano em cada

vez melhorar a sua administração local.

Neste aspecto, a Paraíba, através do Tribunal de Contas do Estado,

demonstra para o país a necessidade dos prefeitos paraibanos de adotarem o

controle nas instituições que administram, com o intuito de atingir o máximo possível

da eficiência, eficácia e economicidade nos seus atos administrativos.

É importante frisar que o controle na administração pública é uma

necessidade indispensável na máquina estatal, logo, se não for controlada não

permite ao gestor adotar medidas administrativas que possam melhorar as áreas de

educação, saúde, segurança, entre outros. Por fim, a legislação pertinente cada vez

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mais exige do gestor público o dever de administrar os recursos públicos de forma

mais responsável, sob pena de terem sanções institucionais e pessoais.

THE MISSION OF STATE COURT OF AUDITORS IN EXTERNAL CONTROL OF THE PUBLIC ADMINISTRATION

ABSTRACT

This project consisted to appraise if the control of public administration made improvements in municipal management of state of Paraíba, as well as evidence the value of two types of control, internal and external, prevailing in legislations in the field of public finances, remembering that the public management it should be controlled to maximize the scarce resources over the needs of society. Specifically, it intends to analyze how the Court of Audit of the State of Paraíba has judged municipal accounts. This is a concern of the external control, which has shown in its decisions, the requirement for public managers to adopt a management increasingly efficient, effective and economical. A case study was therefore used to verify municipal management in the state of Paraíba, through data collection and information from the State Court of Auditors (TCE). With this information, it demonstrated the variations occurred in the appreciation of the accounts of the municipalities of Paraíba in the years 2013 and 2014. With these results, it was observed that most municipalities have tried their regular accounts with the exception, demonstrating the need for an improvement of the possible existing controls in their public entities. Keywords: Control. Public Administration. State Court of Auditors (TCE)

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