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FACULDADE SOCIAL DA BAHIA CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA RONALDO DE AZEVEDO DOS SANTOS EFEITOS DE UM PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO EM ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE EM POLICIAIS E BOMBEIROS MILITARES DE SALVADOR-BA SALVADOR – BA 2007

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FACULDADE SOCIAL DA BAHIA

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

RONALDO DE AZEVEDO DOS SANTOS

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO EM ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE EM POLICIAIS E BOMBEIROS

MILITARES DE SALVADOR-BA

SALVADOR – BA 2007

RONALDO DE AZEVEDO DOS SANTOS

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO EM ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE EM POLICIAIS E BOMBEIROS

MILITARES DE SALVADOR-BA

Trabalho apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Educação Física, da Faculdade Social da Bahia, como cumprimento parcial para obtenção do título de Licenciado em Educação Física. Orientador: Prof. Esp. Paulo Adriano Schwingel

SALVADOR – BA 2007

RONALDO DE AZEVEDO DOS SANTOS

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO EM ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE EM POLICIAIS E BOMBEIROS

MILITARES DE SALVADOR-BA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA FACULDADE SOCIAL DA BAHIA

AVALIADO PELA COMISSÃO EXAMINADORA EM 18 de Junho de 2007

___________________________________________ Prof. Esp. Paulo Adriano Schwingel

___________________________________________ Prof. Dr. Cláudio César Zoppi

“O exercício é a fronteira entre a

saúde e a doença do coração...”

Ramires (2004)

apud Negrão e Barretto (2005).

Dedico este trabalho, a meus familiares, amigos, alunos e colegas de profissão que

sempre acreditaram e me incentivaram na busca desta e das futuras conquistas.

AGRADECIMENTOS

A Deus por ser o criador de todas as coisas.

A família por ser minha fortaleza e estímulo para prosseguir.

Ao meu Orientador (Professor Paulo Adriano) pela sua solicitude em todos os

momentos.

Ao Ex.mo. Senhor Coronel PM Antônio Jorge Ribeiro de Santana, Comandante Geral

da Polícia Militar por ser o maior estimulador desse Projeto.

À Diretoria de Ensino da Vila Policial Militar do Bonfim por permitir a realização das

atividades do Projeto nas suas dependências.

Ao Coronel PM Heitor Waldeck por dar continuidade e total apoio.

Ao Capitão PM Matos por ser o idealizador e por ter confiança em mim na

elaboração e execução das atividades.

A todos os demais colegas de trabalho que colaboraram nas tarefas diárias do

Projeto.

RESUMO Problemas como a hipertensão arterial, a obesidade, e sobrepeso tem crescidos consideravelmente no Brasil. Policiamento Ostensivo (PÓ) fardado realizado por Policiais Militares (PMs) e salvamento de vidas alheias e de riquezas realizados pelos Bombeiros Militares (BMs), demandam alto gasto energético. Por isso eles devem possuir bom condicionamento físico e ótimo controle emocional, para estarem preparados a enfrentar as tensões causadas pelo tipo de serviço desenvolvido, também podem apresentar estas doenças. Este estudo visa mostrar os efeitos de um programa de orientação em Atividade Física (AF) e saúde sobre 48 PMs e BMs da Região Metropolitana de Salvador (RMS), através da análise das seguintes variáveis: Massa Corporal Total (MCT) que reduziu em 72,9% (35 indivíduos), não se alterou em 10,4% (5 pessoas) e elevou-se em 16,7% da amostra (8 pessoas) em média. A redução média do peso foi de 3,02 quilogramas (p=0.000) após o programa; Pressão Arterial Sistólica (PAS) que variou de 137,40±27,83 mmHg para 124,10±16,41 mmHg em média (p=0.000); Pressão Arterial Diastólica (PAD) que variou de 90,25 mmHg para 79,22 mmHg em média (p=0.000). O Ìndice de Massa Corpórea (IMC), a Razão Circunferência Cintura Quadril (RCCQ), a Razão Circunferência Cintura Estatura (RCEst) e o Índice de Conicidade (IC) também apresentaram reduções significativas após o programa proposto. De forma qualitativa, foi aplicado um questionário aos participantes, avaliando as seguintes questões: ingestão de medicamentos; mudança na alimentação; mudança em relação à prática dos exercícios físicos; se pretende continuar praticando exercício físico; as principais mudanças percebidas em seus corpos após o início do programa e por último sugerir quais mudanças deveriam ocorrer para os próximos programas. De forma geral os indivíduos relataram redução e ou suspensão no uso de medicamentos; melhora no padrão alimentar; melhor entendimento sobre saúde e prática de exercícios; maior motivação frente à prática regular de AF e em sua grande maioria melhor qualidade de vida. Nosso estudo corrobora com dados da literatura e permite concluir que um programa de AF realizado de forma regular, mesmo com PMs e BMs, é capaz de promover melhora nos níveis de saúde desta população, permitindo aos mesmos desempenhar de melhor forma seu importante papel na sociedade. Palavras-chave: Policiais Militares; Bombeiros Militares; Atividade Física; Aptidão Física; Saúde; Medicamentos.

LISTA DE TABELAS Tabela 1: Média, Desvio Padrão, Valores máximo e mínimo para a Massa Corporal Total (MCT) e Nível de Significância (p) antes e após o programa (n=48). .............. 28 Tabela 2: Média, Desvio Padrão, Valores máximo e mínimo para o Índice de Massa Corpórea (IMC) e Nível de Significância (p) antes e após o programa (n=48). ......... 29 Tabela 3: Média, Desvio Padrão, Valores máximo e mínimo e Nível de Significância (p) antes e após o programa para as variáveis Razão Cintura-Quadril (RCQ) e Índice de Conicidade (IC) (n=48). ....................................................................................... 30 Tabela 4: Média, Desvio Padrão, Valores máximo e mínimo para a Razão Cintura-Estatura (RCEst) e Nível de Significância (p) antes e após o programa (n=48). ...... 31 Tabela 5: Média, Desvio Padrão, Valores máximo e mínimo para a Pressão Arterial Sistólica (PAS) e Nível de Significância (p) antes e após o programa (n=48)........... 32 Tabela 6: Média, Desvio Padrão, Valores máximo e mínimo para a Pressão Arterial Diastólica (PAD) e Nível de Significância (p) antes e após o programa (n=48). ....... 32 Tabela 7: Uso de medicamentos antes e após o programa de AF e Saúde (n=48).. 33 Tabela 8: Indicação de alterações na quantidade de medicamento ingerido (dosagem e quantidade total de remédios) após o programa de AF e Saúde (n=20)................................................................................................................................. 33

LISTA DE QUADROS Quadro I: Acompanhamento e recomendação da triagem inicial da PA em adultos 16 Quadro II: Classificação dos níveis tensionais (1). .................................................. 17 Quadro III: Classificação dos níveis tensionais (2). ................................................. 17 Quadro IV: Recomendação de atividades físicas semanais para um mínimo de saúde. ...................................................................................................................... 22 Quadro V: Mudanças sugeridas por Policiais e Bombeiros Militares da RMS para futuras Clínicas. ....................................................................................................... 35

SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO ...................................................................... 10

1.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................... 14

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................... 14

1.3 JUSTIFICATIVA .......................................................................... 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................... 16

3 METODOLOGIA ......................................................................... 24

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO ............................................ 24

3.2 AMOSTRA ................................................................................... 24

3.3 PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO EM AF E SAÚDE ................... 24

3.4 TESTES ....................................................................................... 25 3.4.1 Avaliação dos Níveis Tensionais ........................................................... 25 3.4.2 Avaliação do Consumo de Medicamentos ............................................ 25 3.4.3 Avaliação do Peso Corporal ................................................................... 25 3.4.4 Avaliação da Estatura ............................................................................. 25 3.4.5 Avaliação dos Benefícios da Prática de AF ........................................... 26 3.4.6 Avaliação do IMC ..................................................................................... 26 3.4.7 Avaliação do PCCQ ................................................................................. 26 3.4.8 Avaliação do %G ..................................................................................... 26 3.4.9 Avalição da RCEst ................................................................................... 27 3.4.10 Avaliação do Índice C (IC) ....................................................................... 27

3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................. 27

4 RESULTADOS ............................................................................ 28

5 CONCLUSÃO ............................................................................. 37

REFERÊNCIAS ........................................................................... 38

ANEXOS – PROPOSTAS DE ATIVIDADES FÍSICAS ............. 40

10

1 APRESENTAÇÃO

Problemas como a Hipertensão Arterial (HA), a obesidade, e o sobrepeso

têm crescido consideravelmente no Brasil em decorrência do sedentarismo,

inatividade física, mau hábito alimentar, alto nível de tensões e falta de

gerenciamento do estresse, adoção de hábitos nocivos de vida (fumo e álcool),

aumento na população idosa, e outros fatores que vêm afetando principalmente aos

países em desenvolvimento por adotarem estilo de vida igual aos países

desenvolvidos, onde esses problemas são considerados graves e representam um

alto custo para os programas de saúde pública.

A frase o Brasil é um país do futuro passou e hoje podemos dizer que 9% da

população é idosa, e estima-se que em 2020 serão 15% da população total

(NEGRÃO e BARRETTO, 2005). Nesta população, verifica-se um aumento

substancial no consumo de remédios e na presença em consultas médicas, em

virtude do estilo de vida já mencionado, em conjunto com outros fatores, sendo um

deles a falta de incentivo a programas de Atividade Física (AF) e saúde.

A Polícia Militar do Estado da Bahia (PMBA), que tem sua missão

estabelecida no capítulo III, art. 144 da Constituição Federal que trata da Segurança

Pública: a Polícia Militar (PM) é responsável pelo policiamento ostensivo e pela

preservação da ordem pública (§5º) foi criada há 181 anos, Dórea, Freitas e Oliveira

(2002) apud Braga (2006).

O Corpo de Bombeiros da PMBA (Coordenadoria de Operações de

Bombeiro Militar), que tem como lema “vidas alheias e riquezas a salvar”, foi criado

no dia 26 de dezembro de 1894, através da Lei Municipal nº 124, era chamado de

Corpo de Bombeiros da Cidade de Salvador, passou mais uma vez para o controle

do Estado com a criação do Comando do Corpo de Bombeiros na PMBA com a

sanção da Lei Estadual nº 4.075, de 26 de dezembro de 1982, a qual define no seu

art. 148: “À Polícia Militar. compete: inciso II - a prevenção e combate a incêndio,

busca e salvamento, a cargo do Corpo de Bombeiro Militar;” (POLÍCIA MILITAR DA

BAHIA, 2007).

Braga (2006), afirma que a PMBA tem se defrontado com um problema que

atinge todos os setores e áreas de atuação da instituição que é a dispensa médica

motivada pelas mais diversas morbidades.

11

Os Policiais (PMs) e os Bombeiros Militares (BMs) da RMS têm como

objetivo prestar grandiosos serviços à população, tais como: proteger o cidadão,

manter a paz e a ordem social, prestar socorro, buscar combater incêndios, entre

outros. Estes serviços vão desde o PO1 a pé no asfalto, nas praias e nos parques,

até o realizado em bicicleta e helicópteros. Muitas vezes, os policiais precisam estar

aptos a perseguirem marginais, sendo necessário o embate com os mesmos e com

fugitivos da lei. Por isso, necessitam ter bom condicionamento físico (CF) e ótimo

controle emocional para estarem preparados a enfrentar as tensões causadas pelos

altos níveis de estresse desses serviços.

Essa jornada diária, varia entre 6 e 24 horas de serviço (tendo também a de

8 horas), o que é entendido pela corporação como escala de trabalho. Ou seja, um

policial que trabalha 6 horas, atua diariamente; o que trabalha 12 horas pela

manhã/tarde folga 24 horas e o que atua 12 horas no período noturno folga 48

horas. Os policiais que atuam em setores administrativos têm escalas diárias de 8

horas ou são escalados em eventos extras, do tipo jogos de futebol oficiais, festas

de largo e qualquer outro que necessite de um reforço no policiamento, perfazendo

40 horas semanais.

Mesmo com toda essa demanda e necessidade de atuação, nossa tropa que

tem atualmente mais de 30.000 PMs e BMs (composta de homens e mulheres),

também está sujeita aos problemas de saúde como qualquer outra população.

Apesar da idéia que os PMs e BMs apresentam sempre níveis de aptidão

física invejáveis, bem como corpo esbelto e musculoso, na prática isto não ocorre.

No ingresso dos mesmos, eles passam por um teste de aptidão física (TAF), sendo

que o controle da aptidão mensurada não é realizado de forma regular. Somente ao

ascender de posto ou graduação, algum concurso interno para cursos realizados

dentro e fora do estado ou do país ou quando pertence à tropa especializada, o

policial é reavaliado.

Tomando-se como exemplo alguns desses serviços que demandam altos

gastos energéticos e causam alto nível de estresse, podemos citar as festas

populares do tipo lavagens, micaretas (carnavais fora de época, realizadas

principalmente no interior do estado da BA), festas cíveis e a maior festa popular do

1Policiamento Ostensivo, segundo Barcellos (1999) é o conjunto de ações ou operações executadas por policiais militares, que obedecem as características, princípios e variáveis próprias, objetivando satisfazer as necessidades básicas de segurança das comunidades e do cidadão.

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mundo em concentração de pessoas que é o carnaval da Bahia, no qual os policiais

e bombeiros são escalados em jornadas de 08 horas diurnas e noturnas, três a

quatro dias (POLICIA MILITAR DA BAHIA, 2007).

Nestes eventos, os PMs deslocam-se a pé, sob distintas condições

climáticas, calçando coturnos sem amortecimento (BRAGA, 2005) contra uma

multidão de pessoas (em terrenos variados: ladeiras, ruas estreitas, paralelepípedos,

entre outros), prestando socorros, apartando brigas, conduzindo presos e feridos,

expostos aos altos decibéis dos trios elétricos, sempre trajando os capacetes

(equipamento de proteção obrigatório, que pode causar desconforto com o passar

do tempo, devido ao design e o peso) (POLICIA MILITAR DA BAHIA, 2007).

Com isso, nosso efetivo apresenta os mesmos problemas de quem não tem

hábito de vida saudável e boa alimentação. Mas o ponto principal é a ausência de

prática regular de AF visando à Qualidade de Vida (QV), a Aptidão Física (Ap.F), a

prontidão do dever, uma reserva saudável (aposentadoria) e conseqüentemente um

envelhecimento digno.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), citada por Hass, Feigenbaum e

Franklin (2001), e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), citada por

Negrão e Barreto (2005), relatam que a maioria dos indivíduos em todas as idades

estão abaixo dos níveis de atividade e de aptidão física necessários para proteção

contra doenças crônicas, e têm como um dos seus objetivos principais a questão da

saúde pública, visando à melhora da Ap.F de todos os indivíduos.

A AF pode ser entendida como o movimento corporal produzido pela

contração muscular que consiga aumentar o dispêndio de energia (McARDLE et al,

2003).

Já está bem documentado na literatura que a AF tem influência sobre todos

esses fatores citados, principalmente na proteção da saúde.

Um estudo feito com idosas hipertensas em Jequié/BA mostrou redução de

aproximadamente 27,4 mg/dL (10,6%) na glicemia pós-programa de AF (SÁ et al,

2005). Os autores concluíram que mesmo os programas de AF com exercícios leves

e baixa freqüência semanal do tipo: atividades de alongamento, caminhadas leves a

moderadas, exercícios resistidos, atividades lúdicas e palestras, com sessões

médias de sessenta a noventa minutos, duas vezes por semana, durante doze

meses, podem melhorar o perfil glicídico dessa população, com conseqüente

contribuição aos controles dos níveis pressóricos.

13

Os efeitos agudos ou crônicos do exercício aeróbio, tanto de alta, baixa ou

moderada intensidade (50% a 70% do VO2máx), com duração mínima de 30 minutos,

pelo menos três vezes por semana, podem melhorar o perfil lipoprotéico estimulando

o melhor funcionamento dos processos enzimáticos envolvidos no metabolismo

lipídico, aumentando os níveis de HDL colesterol, induzir modificações lipoprotéicas

basais de qualquer indivíduo, em diferentes faixas etárias seja este normolipidêmico

ou não. A associação do exercício aeróbio, da dieta e com a perda de massa

corporal, parecem ser fundamentais para se obter um bom perfil lipídico (PRADO e

DANTAS, 2002).

Outros estudos concluíram que AF proporciona às pessoas que a praticam

outros benefícios além dos já citados. A aptidão física relacionada à saúde propicia a

realização das atividades do cotidiano com vigor e energia e diminuição do risco de

desenvolver doenças crônico-degenerativas (PATE apud PITANGA, 2004).

Pitanga (2004) descreve os componentes que apresentam relação com o

melhor estado de saúde e os benefícios das adaptações positivas à realização

regular de AF e de programas de exercícios físicos que são as dimensões

morfológicas, funcional-motora, fisiológica e comportamental (GUEDES e GUEDES,

1995). A dimensão morfológica está relacionada à composição corporal e a

distribuição de gordura. A dimensão funcional-motora está relacionada com o

consumo máximo de Oxigênio (O2), força/resistência muscular e flexibilidade, já a

dimensão fisiológica está relacionada à pressão sangüínea, tolerância à glicose,

lipídios/lipoproteínas plasmáticas e, por último e não menos importante, a

comportamental está relacionada à tolerância ao estresse.

Com o intuito de realizarmos uma delimitação melhor de nosso estudo,

buscamos na literatura e descobrimos que poucos são os artigos que abordam PMs

e BMs, suas condições de saúde e prática de AF. Porém Rodriguez-Añez (2002)

encontrou uma forte correlação entre estilo de vida, aptidão física, saúde e a

capacidade de trabalho de PMs no estado de Santa Catarina. Este sugere que para

incentivar um estilo de vida ativo em policiais, deve-se disponibilizar para os mesmos

espaços para a prática de AF variadas, orientação nutricional, condição para que

possam praticar AF e criação de políticas internas para a valorização das mesmas.

Sendo assim, este estudo busca responder ao seguinte problema de

pesquisa: quais os efeitos de um programa de orientação em AF e saúde sobre o

14

peso corporal, os níveis tensionais e a ingestão de medicamentos de PMs e BMs da

RMS.

1.1 OBJETIVO GERAL

Verificar quais os possíveis efeitos de um programa de orientação em AF e

saúde nas variáveis físicas e uso de medicamentos de PMs e BMs da RMS.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Verificar os níveis tensionais de PMs e BMs da RMS antes e após a

participação do programa de orientação em AF e saúde;

• Verificar alterações no peso corporal de PMs e BMs da RMS antes e

após a participação do programa de orientação em AF e saúde;

• Verificar a ingestão de medicamentos de PMs e BMs da RMS antes e

após a participação do programa de orientação em AF e saúde;

• Verificar a variação nos indicadores de saúde (Índice de Massa

Corporal, Proporção Circunferência Cintura/Quadril, Índice de

Conicidade, Percentual de Gordura (%G), Relação Cintura/Estatura e

dos PMs e BMs da RMS antes e após a participação do programa de

orientação em AF e saúde;

1.3 JUSTIFICATIVA

A necessidade de um grau elevado de aptidão física, para o pronto

atendimento das ocorrências pertinentes à profissão, faz com que um programa de

orientação em AF e saúde seja de vital importância ao corpo de PMs e BMs. Porém,

dados referentes a esta população quanto ao nível de aptidão física e sua saúde,

são escassos. O que nos fornece subsídio para inferirmos que os benefícios

promovidos pelo presente projeto, seja no mínimo elevação na QV e melhora no

desempenho de suas atividades cotidianas.

15

Buscamos ainda, melhorar o controle emocional destes indivíduos, pois

diversos estudos mostram que pessoas sedentárias ao adquirir um mínimo de

condicionamento, ou seja, ao melhorar sua capacidade física apresentam melhora

na auto-estima, tornando-se mais sociável e adquirindo, por conseguinte, um melhor

controle emocional (HASS, FEIGENBAUM e FRANKLIN, 2001).

Como último enfoque, buscamos produzir uma nova discussão e elevar o

volume de pesquisas para essa população.

Este estudo pretende fornecer subsídios para os responsáveis pela

corporação intervirem de forma correta, proporcionando o melhor estímulo, com

menor risco de lesão. Bem como, através dos resultados encontrados, estimular os

PMs e BMs da RMS a participarem dos programas de AF e elevar a aderência dos

mesmos.

16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A HA, segundo Negrão e Barretto (2005), é multicausal e multifatorial,

fatores esses que fazem aumentar os níveis tensionais normalmente associados a

distúrbios do metabolismo, hormonais e hipertrofia cardíaca e vascular.

Para Wilmore e Costill (2001), a HA é a definição do termo médico para

Pressão Arterial (PA) alta ou elevada. Elevada de maneira crônica acima dos níveis

considerados desejáveis de acordo com a idade e o tamanho da pessoa, tendo esse

último fator maior relevância para sua determinação.

McArdle, Katch e Katch (2003) definem PA como a pressão exercida pelo

sangue contra as paredes arteriais durante um ciclo cardíaco; PA Sistólica (PAS)

como a mais alta das duas mensurações da pressão e ocorre durante a contração

ventricular (sístole) quando o coração impulsiona 70 a 100mL de sangue para dentro

da aorta; e PA Diastólica (PAD) como a que ocorre após a sístole, quando os

ventrículos se relaxam (diástole), as artérias sofrem um recuo e a PA declina

continuamente à medida que o sangue flui para a artéria e o coração volta a encher-

se de sangue. Já a HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÓLICA (HAS) é definida como

uma pressão sistólica de repouso superior a 140mmHg e HIPERTENSÃO

ARTERIAL DIASTÓLICA (HAD) como uma pressão diastólica com valores acima de

90mmHg.

A classificação e acompanhamento recomendado da triagem inicial da PA

em adultos, segundo McArdle, Katch e Katch (2003) é a seguinte:

PAS (mmHg) PAD (mmHg) CONDIÇÃO <120 <80 Ótima - não precisa de acompanhamento <130 <85 Normal e deve voltar a ser checada depois de 02 anos

entre 130 e 139 entre 85 e 89 Alta-normal e deve voltar a ser checada depois de 01 ano 140 e 159 entre 90 e 99 Hipertensa e deve ser checada dentro de 02 meses

entre 160 e 179 entre 100 e 109 Hipertensão moderada (estágio 2) e deve iniciar o tratamento dentro de 01 mês se a PA se apresenta consistentemente

entre 180 e 209 entre 110 e 119 Hipertensão grave (estágio 3) e deve iniciar o tratamento dentro de 01 semana

>210 120 Hipertensão muito grave (estágio 4) e deve ser tratada imediatamente

Quadro I: acompanhamento e recomendação da triagem inicial da PA em adultos.

Segundo Negrão e Barretto (2005), pessoas acima de 18 anos que

apresentam:

17

PAS (mmHg) PAD (mmHg) CONDIÇÃO <120 <80 Normal

entre 120 e 139 entre 80 e 89 Pré-Hipertensa entre 140 e 159 entre 85 e 89 Estágio 1 de Hipertensão

≥160 ≥100 Estágio 2 de Hipertensão Quadro II: Classificação dos níveis tensionais.

Os mesmos autores salientam ainda que as pessoas que se enquadram nas

duas primeiras medidas (pré-hipertensa e estágio 1 de hipertensão) são as mais

prevalentes na população e as que mais se beneficiam com medidas preventivas

não medicamentosas. Eles apontam também a hipertensão como um dos problemas

de maior prevalência na população, afetando cerca de 15% a 20% dos adultos e

representa um dos principais fatores de risco para morbidade e mortalidade

cardiovasculares.

Para Wilmore e Costill (2001), pessoas com:

PAS (mmHg) PAD (mmHg) CONDIÇÃO <130 <85 Normal

entre 130 e 139 entre 85 e 89 Normal-alta 140 90 Hipertensa

entre 140 e 159 entre 90 e 99 Hipertensão Estágio 1 (Discreta) entre 160 e 179 entre 100 e 109 Hipertensão Estágio 2 (Moderada) entre 180 e 209 entre 110 e 119 Hipertensão Estágio 3 (Severa)

210 120 Hipertensão Estágio 4 (Muito Severa) Quadro III: Classificação dos níveis tensionais.

Essas diferenças nas classificações são fruto das alterações realizadas pela

OMS, que colocaram os pacientes com PAS com valores menores de 120mmHg e

PAS menores de 80mmHg como sendo normais. Apesar de muitas críticas, alguns

médicos dizem que pacientes com diagnóstico a mais de 5 anos de PAS com

125mmHg e PAD de 84mmHg são normotensos.

Dados do Sistema Único de Saúde (SUS), citados por Negrão e Barretto

(2005), apontam que no período entre 1996 e 1999 um total de 920.020 óbitos por

ano no Brasil, sendo que 36% desses óbitos foram provocados por doenças no

aparelho circulatório totalizando, portanto, 253.191 óbitos/ano.

Isoladamente, a HA foi responsável por 10% dos óbitos/ano atribuídos às

doenças do aparelho circulatório no Brasil, sendo a mesma, o fator de risco mais

importante para cardiopatia isquêmica, acometendo 64% dos pacientes com infarto

agudo do miocárdio resultando em aposentadoria precoce e de absenteísmo do

trabalho em 40% desses casos (NEGRÃO e BARRETTO, 2005).

18

Os mesmos autores apontam também que tratamentos médicos

convencionais, modificações no estilo de vida têm-se mostrado eficientes na

prevenção e controle nos níveis tensionais elevados e são indicados a todos os

hipertensos e a indivíduos normotensos com histórico familiar de doença

cardiovascular.

Níveis elevados de tensão arterial não são exclusivos de nosso país, cerca

de um em cada quatro norte-americanos adultos apresentam hipertensão.

(WILMORE e COSTILL, 2001). Estes dados são alarmantes, pois na população dos

Estados Unidos verificamos um crescente aumento no peso, e pelo resultado

apresentado, podemos inferir que esta variável é interveniente a hipertensão

encontrada nesta população.

A hipertensão obriga o coração a trabalhar com mais intensidade do que o

normal, expelindo sangue do ventrículo direito contra uma maior resistência e impõe

uma grande tensão sobre as artérias e arteríolas sistêmicas, podendo provocar, com

o passar dos tempos, em decorrência desse estresse, aumento do seu tamanho,

cicatrizes, endurecimento e menor elasticidade nas artérias e arteríolas, podendo

levar à aterosclerose, infarto do miocárdio, à insuficiência cardíaca, ao acidente

vascular cerebral e a insuficiência renal (McARDLE, KATCH e KATCH, 2003).

A hipertensão conjuntamente a lesão aterosclerótica, podem provocar

também o ANEURISMA CEREBRAL que é a dilatação de regiões frágeis da parede

dos vasos, que podem se romper e, conseqüente, provocar hemorragias cerebrais.

De acordo com o tamanho da região afetada e a sua localização, esta patologia

pode comprometer os sentidos, a fala, os movimentos do corpo, a linha de raciocínio

e a memória (WILMORE e COSTILL, 2001).

A fisiopatologia, que se refere à fisiologia de um processo patológico

específico ou de um distúrbio funcional, da hipertensão, não é bem compreendida.

Cerca de 90% ou mais das pessoas identificadas como hipertensas são

classificadas como portadoras de HIPERTENSÃO IDIOPÁTICA (WILMORE e

COSTILL, 2001), doença de origem desconhecida segundo o Aurélio século XXI,

conhecida também como HIPERTENSÃO ESSENCIAL, pode ter sua origem

decorrente de fatores do tipo: ingestão excessiva de sódio; obesidade; resistência à

insulina; inatividade física; estresse psicológico; uma combinação desses fatores;

outros fatores que ainda devem ser substanciados ou identificados (NEGRÃO e

19

BARRETO, 2005; McARDLE, KATCH e KATCH, 2003; WILMORE e COSTILL,

2001).

Atualmente para se determinar risco individual da hipertensão e de doenças

coronarianas os cientistas compreendem que essas duas doenças são originárias do

campo da epidemiologia, ou seja, essas doenças são originárias de vários fatores

que podem chegar a uma doença ou a um processo patológico específico.

Os fatores associados a um aumento no risco de desenvolvimento da

doença coronariana podem ser classificados em dois grupos: 1)os quais a pessoa

não tem controle – hereditariedade, sexo masculino e idade avançada; 2)os quais

podem ser controlados mediante mudanças básicas no estilo de vida – tabagismo,

HA, concentração sérica elevada de lipídeos (colesterol e triglicerídeos), inatividade

física, obesidade, diabetes e a hiperinsulinemia. Estes itens também são conhecidos

como FATORES DE RISCO PRIMÁRIO (WILMORE e COSTILL, 2001).

Os mesmos autores dividem de igual forma os fatores de risco da HA:

não controláveis - hereditariedade (mesmo sendo um fator de Risco

Coronariano Elevado (RCE) é bem menor do que os outros fatores propostos),

idade avançada e raça/etnia (com maior risco para as pessoas de ascendência

africana ou hispânica);

controláveis: resistência à insulina, obesidade, dieta com ingestão excessiva de

sal (afetando àquelas pessoas sensíveis), utilização de contraceptivos orais e

inatividade física (que pode ser ou não um fator de risco segundo os estudos

epidemiológicos, mesmo as evidências substanciais indicarem que com o

aumento da prática da AF a HA tende a reduzir)

Outros problemas de saúde pública (juntamente com a HA) como a

obesidade, o sobrepeso e o aumento considerável no consumo de remédios e no

número de consultas médicas, têm crescido consideravelmente no Brasil em

decorrência do sedentarismo, inatividade física mau hábito alimentar, alto nível e

falta de gerenciamento de tensões do estresse, adoção de hábito nocivos de vida

(fumo e álcool), tensões da vida moderna, aumento no número de idosos na

população2, e outros fatores que vêm afetando principalmente aos países em

desenvolvimento por adotarem estilo de vida igual aos países desenvolvidos onde

2Estima-se que, em 2020, 15% da população brasileira seja formada por indivíduos com mais de 60 anos (NEGRÃO e BARRETTO, 2005).

20

esses problemas são considerados como principal para os projetos de saúde

pública.

No Brasil, esses problemas estão aumentando em ritmo alarmante. O

excesso de tecido adiposo maior que 20% do peso corporal no homem e 30% em

mulher são determinantes para se considerar obesidade ocasionada pelo balanço

energético positivo (quando a ingestão calórica ultrapassa o gasto calórico) de forma

crônica (NEGRÃO e BARRETTO, 2005).

Através de registros científicos, a AF tem mostrado sua influência sobre

todos esses fatores citados como proteção da saúde e, mesmo assim, muitas

pessoas de todas as idades continuam sedentárias sem um nível de

condicionamento suficiente para a preservação de uma boa saúde. As Organizações

Nacional e Mundial de Saúde relatam que a maioria dos indivíduos em todas as

idades esta abaixo dos níveis da atividade e da aptidão necessários para proteção

contra essas doenças consideradas crônicas e têm como um dos seus objetivos

principais a questão da saúde pública na melhora da AF de todos os indivíduos

(HASS, FEIGENBAUM e FRANKLIN, 2001).

Um estudo de intervenção através da prática de exercícios físicos regulares

em um grupo de 15 funcionárias da Universidade Estadual de Feira de Santana,

todas com sobrepeso ou obesas, com idades entre 22 e 55 anos, não ativas

fisicamente, objetivando, principalmente, diminuir os valores de IMC e de %G,

demonstrou uma pequena alteração no Peso Corporal (PC) e no %G. Em média,

encontraram redução de menos de 1,8 quilogramas na MCT e 4% no %G (DE

JESUS e LUCENA, 2003).

Estes pesquisadores concluíram que o conhecimento das influências da

obesidade e da inatividade física sobre as doenças cardiovasculares pode, em

primeira análise, ser proposta como tratamento profilático eficaz no tratamento

dessas doenças, o estímulo à prática de Exercício Físico (EF). Eles ainda afirmam

que o tratamento da obesidade sugere uma intervenção multifatorial e citaram como

exemplo o controle dietético.

Rondon e Brum (2003) relatam que a promoção adequada de AF para

pacientes com problemas cardiovasculares é importante na implicação clínica,

porque o EF realizado de forma regular pode reduzir ou até mesmo abolir a

necessidade do uso de medicamentos anti-hipertensivos, livrando os pacientes dos

21

efeitos indesejáveis desse tratamento farmacológico e a redução do custo do

tratamento para as instituições de saúde ou o Estado no caso dos PMs e BMs.

Prado e Dantas (2002) descrevem os efeitos de um programa de AF sobre

marcadores bioquímicos em um grupo de indivíduos idosos saudáveis. Estes foram

divididos em dois grupos, onde um realizou treinamento aeróbio a 50% do VO2máx,

com duração de uma hora por dia, quatro dias por semana, e o outro grupo não

realizou nenhum exercício nesse período. Após cinco meses de programa foram

observados aumentos de: 9,3% no HDL-colesterol total; 21,6% no HDL2-colesterol;

39,9% para relação HDL2-colesterol/HDL3-colesterol, no grupo que realizou AF,

sobre o grupo que não realizou.

Este mesmo estudo concluiu que tanto os efeitos do treinamento de baixa

intensidade quanto à duração total do EF por semana, são importantes para a

melhora dos níveis de HDL-colesterol e subfrações, principalmente nesta população

estudada.

Nicklas et al (1997) apud Prado e Dantas (2002) relatam melhorias na

concentração dos níveis de HDL-colesterol associada à perda de massa corporal em

um grupo de indivíduos de meia-idade saudáveis (sem histórico de hiperlipidemia),

submetidos a um programa de exercícios aeróbios durante nove meses, com

intensidade variando entre 56% a 80% da FC de reserva e duração de 10 a 60min.

Este estudo constatou que o treinamento aeróbio sem uma concomitante perda de

massa corporal, aumentava os níveis de HDL-colesterol em magros e

moderadamente obesos, mas não nos obesos. Porém nos obesos foi verificada

redução significativa nos níveis de LDL-colesterol.

A SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAO et al (2005), através da I

Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (SM) define

a SM como um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de

RCE, usualmente relacionados à deposição central de gordura e á resistência à

insulina. Este estudo recomenda:

22

Realização de pelo menos 30 minutos de AF leve a moderada de forma contínua ou acumulada na maioria dos dias de semana, incluindo mudanças no seu cotidiano. Por exemplo, subir escadas, usar menos o carro para sua locomoção, ou mesmo tornar as suas atividades de lazer mais ativas. Recomendação Individualizada:

• Exercício aeróbio como, por exemplo, caminhada, ciclismo, corrida, natação, dança entre outros

• Freqüência: 3 a 5 vezes/semana • Duração: 30 a 60 min contínuos • Intensidade: Moderada, calculada de duas formas:

- Forma simplificada: conseguir falar durante o exercício - Forma mais controlada: 50% - 70% da FC de reserva ou 50% - 65% do VO2 pico Para cálculo da FC de reserva usar a seguinte fórmula: FC treino = (FCmáxima – FCrepouso) X % recomendada da FCreserva + FCrepouso FCreserva = FCmáxima – Fcrepouso FCmáxima = FC medida no teste ergométrico ou calculado por 220 – idade FCrepouso = FC medida após cinco minutos de repouso deitado

• Exercícios resistidos: Exercícios com peso até 50% da força máxima podem ser

realizados em associação com os exercícios aeróbios • Cuidados com a realização de exercício: Pacientes acima de 35 anos com SM – uma

avaliação clínica e ergométrica (teste de esforço) é recomendada, antes do início das atividades físicas. Participe de programas de exercício físico individualizado – o teste ergométrico ou ergoespirométrico é obrigatório

Quadro IV: Recomendação de atividades físicas semanais para um mínimo de saúde, segundo a SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAO et al (2005).

Até mesmo os PMs e BMs da RMS, que prestam grandiosos serviços à

população do tipo: proteger, manter a paz e a ordem, prestar socorro e combater

incêndio na RMS onde os registros da violência, da marginalidade e de sinistros são

iguais aos das grandes metrópoles brasileiras, altos, em escalas de serviços que

variam entre 6, 8, 12 ou de 24 horas de jornadas diárias com serviços, que

demandam alto gasto energético e por isso necessitam ter bom condicionamento

físico e ótimo controle emocional para estarem preparados a enfrentar as tensões

causadas pelos altos níveis de estresse do serviço. Serviço entendido por nós como:

PO a pé no asfalto, praias e parques e de bicicleta, muitas vezes com perseguição e

embate a marginais; resgates de pessoas, animais, bens e até de cadáveres;

resgates em altura, em desabamentos, na água e no fogo. Esses profissionais

também estão sujeitos aos problemas de saúde como qualquer outro indivíduo que

não tem o hábito de vida saudável com, prática regular de AF, boa alimentação,

controle dos níveis estresse e uma boa qualidade de vida. Conforme anteriormente

exposto, muito deles são inativos.

Sendo assim, as Unidades Policiais Militares (UPM) deveriam possuir um

tempo que permitisse a prática normal de AF, com a presença de um professor ou

23

instrutor de Educação Física do seu próprio efetivo, palestras com médicos,

nutricionistas, psicólogos e qualquer outro profissional da área de saúde, que possa

contribuir para desenvolver a conscientização da importância da adoção de hábitos

saudáveis para a promoção da saúde através realização de AF orientadas e

incentivo à reeducação alimentar.

Pitanga e Lessa (2005), visando determinar quais os tipos de indicadores

antropométricos de obesidade como instrumento de triagem para RCE e a

sensibilidade e especificidade para se identificar o melhor ponto de corte entre eles

com intervalo de confiança a 95%, onde foram avaliados IC, IMC, RCCQ e RCE,

concluiu que o IC e RCCQ são os melhores indicados e o IMC o menos indicado

para determinar o RCE.

Pitanga e Lessa (2006), utilizando a mesma população do estudo anterior,

objetivando selecionar, por meio da sensibilidade e especificidade, os melhores

pontos de corte para a RCEst, como discriminador de RCE, resultou em 0,75, IC

95% (0,70-0,81) para homens e 0,69, IC, 95% (0,64-0,75) para mulheres na área

total sob a curva ROC e 0,52 (sensibilidade de 68% e especificidade de 64%) como

os melhores discriminadores de pontos de coortes para homens e mulheres

respectivamente.

O ponto de coorte mais adequado, segundo os autores supracitados, para

discriminar RCE para homens e mulheres é de 0,48 e os valores de 0,52 e 0,53

foram os valores mais próximos encontrados nesse estudo, sugeriram então que a

RCEst deve ser comparada aos demais indicadores antropométricos de obesidade

e pode vir a ser utilizada para discriminar RCE e que os órgãos de saúde pública

deveriam divulgar a mensagem de que a Circunferência da Cintura (CC) não deve

ser maior do a metade de sua altura.

24

3 METODOLOGIA 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

Propõe-se um estudo analítico (ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2002).

Este tipo de pesquisa segundo Thomas e Nelson (2002) caracteriza-se por analisar

variáveis de desempenho. No presente estudo, indicadores de saúde foram

monitorados durante o programa de treinamento proposto, visando a comparação

dos dados iniciais e finais. Utilizamos a análise descritiva para a apresentação dos

resultados oriundos dos questionários.

3.2 AMOSTRA

Foi escolhida por voluntariedade, composta de 120 PMs e BMs, dos sexos

masculino e feminino, da RMS. Sendo que cada Unidade Policial poderia apresentar

apenas 1 indivíduo.

3.3 PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO EM AF E SAÚDE

O programa de AF foi estruturado para um período mínimo de 3 meses e

máximo de 4 meses. Este foi realizado com periodicidade de 5 vezes na semana

(porém os PMs e BMs tinham a obrigatoriedade da presença em pelo menos 3 dias)

e com duração de 2 a 4 horas diárias. Aconteceu na Vila Militar do Bonfim, no bairro

de Dendezeiros, na cidade de Salvador-BA.

Este programa foi aplicado de igual forma em quatro momentos distintos,

com o nome de 1ª, 2ª, 3ª e 4ª Clínicas de Profilaxia e Reabilitação para Policiais e

Bombeiros Militares da RMS.

As atividades consistiram de exercícios aeróbios (caminhadas, ginástica

aeróbia, trotes, ciclismo, capoeira e dança); hidroginástica; musculação; atividades

lúdicas; alongamento e flexibilidade; massoterapia; palestras com profissionais da

área de saúde (nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, cardiologista, dermatologista e

professores de educação física). Além disso, foram realizadas caminhadas e AF em

espaços externos como no Parque do Pituaçu, no Dique do Tororó e na Orla da

Ribeira.

25

Para uma correta descrição das atividades, as propostas para as primeiras

semanas, encontram-se anexadas (ANEXO 1).

3.4 TESTES 3.4.1 Avaliação dos Níveis Tensionais

Foi realizada com esfigmomanômetro aneróide, através do método

auscultatório, medida no braço esquerdo, dois centímetros acima da artéria. Com o

indivíduo estando sentado, após um período mínimo de 5 minutos de repouso. As

aferições eram diárias, antes e após as atividades, sendo que os valores para

comparação foram: inicial (primeira medida pré-programa) e final (após a realização

do programa, no último encontro do grupo com o avaliador).

3.4.2 Avaliação do Consumo de Medicamentos

Foi realizada através de questionário respondido após a explicação do

programa e ao final do mesmo. Verificou-se a alteração no número de

medicamentos ingeridos, na dosagem ou em ambos.

3.4.3 Avaliação do Peso Corporal

O indivíduo em pé, com ambos os pés sobre a área mais central da base da

balança, sem utilizar-se de apoios, tendo seu peso aferido pelo equipamento em

quilogramas. As medições foram realizadas antes, durante e ao final do programa

(PITANGA, 2004).

3.4.4 Avaliação da Estatura

O indivíduo fica em pé sobre uma plataforma horizontal. Seus pés paralelos,

voltados à frente, com os maléolos mediais juntos e ombros relaxados. Antropômetro

perpendicular à plataforma com o cursor em 90º em relação à haste. O indivíduo

26

executa uma inspiração. Abaixa-se o cursor até o vértex e mede-se. As medições

foram realizadas antes, durante e ao final do programa (PITANGA, 2004).

3.4.5 Avaliação dos Benefícios da Prática de AF

Foi realizada através de questionário respondido após a explicação do

programa e ao final do mesmo.

3.4.6 Avaliação do IMC

O IMC é uma fórmula utilizada pela OMS para indicar se um adulto está com

o peso ideal, acima, abaixo ou ainda obeso (NEGRÃO e BARRETTO, 2005). A

fórmula para calcular é:

IMC= peso(kg) ÷ estatura(m)2

Serão comparados os valores obtidos antes e após o programa.

3.4.7 Avaliação do PCCQ

A medida foi feita sobre o ponto de menor perímetro, com uma fita bastante

flexível, colocada levemente na superfície da pele, esticada, sem pressionar a pele,

duas vezes para ter certeza da medição (PITANGA, 2003). A fórmula para calcular a

Proporção Circunferência Cintura/Quadril:

PCCQ = Circunferência Cintura (cm) ÷ Circunferência Quadril (cm)

3.4.8 Avaliação do %G

Foi estimado utilizando-se a equação de Siri (1961), a partir da densidade

corporal (DC) predita pelas equações de três dobras de Jackson e Pollock (1978)

para homens e Jackson et al (1980) para mulheres. As dobras cutâneas utilizadas

para os indivíduos do sexo masculino foram Peitoral, Abdominal e Coxa, e as dobras

cutâneas para mulheres serão Tríceps, Subescapular e Supra-ilíaca. As fórmulas

utilizadas encontram-se descritas a seguir:

27

Jackson e Pollock (1978) – Homens DC (g/cc) =1,109380 - 0,0008267 X (dc Peitoral + dc Abdominal + dc Coxa) + 0,0000016 X (dc Peitoral + dc Abdominal + dc Coxa)2 - 0,0002574 X (idade) Jackson et al (1980) – Mulheres DC (g/cc) = 1,0994921 - 0,0009929 X (dc Tríceps + dc Supraíliaca + dc Coxa) + 0,0000023 X (dc Tríceps + dc Supraíliaca + dc Coxa)2 - 0,0001392 X (idade) Siri (1961) Percentual de Gordura = ((4,95 / DC) - 4,50) X 100

3.4.9 Avalição da RCEst

Foi determinada por meio da divisão da circunferência da cintura (cm) e da

estatura (cm) utilizando-se a equação matemática citada por Pitanga (2003):

RCEst= Circunferência de Cintura (cm) ÷ Estatura(cm).

3.4.10 Avaliação do Índice C (IC)

O Índice C (VALDEZ apud PITANGA, 2005) foi determinado através das

medidas de peso, estatura e circunferência da cintura (CC) utilizando-se a equação

matemática:

Índice C = CC(m) ÷ (0.109√(Peso Corporal(Kg) ÷ Estatura(m))

3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Utilizamos a análise descritiva para os valores encontrados no pré e pós-

teste. Para comparação das médias encontradas na avaliação e na reavaliação

utilizou-se o Teste-t para amostras dependentes.

Foi adotado um nível de significância de 5%, e o pacote estatístico

computacional utilizado para o tratamento dos dados foi o GraphPad InStat 3.06

(San Diego, CA-USA).

Para a análise dos questionários aplicados antes e após o programa

(ANEXO 2), descrevemos os resultados expressos em valores absolutos e relativos.

Sendo que nos momentos necessários, utilizamos relatos transcritos para uma

melhor apresentação dos resultados.

28

4 RESULTADOS

Inicialmente fizeram parte da amostra 120 (cento e vinte) policiais, entre o

primeiro semestre de 2005 e o segundo semestre de 2006. Estes foram divididos em

04 (quatro) grupos de 30 (trinta) pessoas.

Conforme descrito, estes grupos para nosso controle foram nomeados de

Clínicas 1ª, 2ª, 3ª e 4ª, sendo que cada uma delas teve a duração mínima de 3 (três)

meses e máxima de 4 (quatro) meses realizando o mesmo protocolo de treinamento

e os mesmos testes antes a após o programa.

No decorrer das Clínicas houve 34 (trinta e quatro) desistências e 38 (trinta e

oito) PMs deixaram de fazer a reavaliação das medidas antropométricas, fato que

não nos permitiu comparar com os dados das medidas inicias, contabilizando uma

redução de 72 (setenta e duas) pessoas.

Após essa primeira análise, verificamos que a amostra final foi constituída de

48 PMs. Estes apresentaram a seguinte caracterização: idade média de 36,7 ± 6,9

anos, MCT média de 94,7 ± 16,8 quilogramas e estatura média de 1,69 ± 0,1 metros,

sendo 19 mulheres (39,6%) e 29 homens (60,4%).

Nossos resultados serão apresentados segmentados pelos itens analisados.

Todas as tabelas serão compostas de média, desvio padrão (DP), valores máximo e

mínimo, variação (entendido neste trabalho como o valor final subtraído do valor

inicial) e o nível de significância do teste estatístico.

O primeiro item a ser visualizado é a MCT (Tabela 1) que apresentou uma

redução média aproximada de três quilogramas. Esta foi extremamente significante,

mostrando que a abordagem atuou de forma efetiva na redução do PC dos PMs e

BMs. Verifica-se ainda que ao final do programa, o indivíduo com maior MCT

apresentava pelo menos 15,7 kg reduzidos que o máximo valor inicial. Porém ao

analisarmos especificamente este policial de 140 quilogramas, verificamos que ele

reduziu 29 kg durante o programa.

Tabela 1: Média, Desvio Padrão, Valores máximo e mínimo para a Massa Corporal Total (MCT) e Nível de Significância (p) antes e após o programa (n=48).

MCT Inicial (kg)

MCT Final (kg) Variação p

Média 94,67 91,65 -3,02 0.000 DP 16,82 15,22

Máximo 140,00 124,30 -15,70 Mínimo 58,00 54,00 -4,00

29

Verificamos ainda que 72,9% dos indivíduos (35) apresentaram alguma

redução em seu PC. Já 10,4% dos policiais (5) não tiveram nenhuma oscilação, e

por outro lado 16,7% da amostra (8) apresentaram elevação na MCT. Este último

dado que causa certo espanto, é facilmente explicado quando visualizamos as

alterações na MCT conjuntamente a presença nas sessões do programa. Enquanto

a média de presenças geral foi de aproximadamente 35±10 sessões, a média de

presença dos indivíduos que aumentaram de peso foi de 26±10 sessões contra a

média de 36±10 sessões dos que mantiveram ou reduziram o PC.

Quando analisamos o IMC percebemos que o mesmo apresentou uma

redução estatisticamente significativa (Tabela 2). Sabendo que o IMC responde a

duas variáveis (estatura e massa corporal total) e que uma delas (estatura) não

variou durante o programa, verifica-se que a contribuição neste cálculo origina-se da

MCT.

Indo de encontro a esta variável, verifica-se que nossa amostra está

localizada, segundo Garrow e Webster (1985) citada por Pitanga (2004), dentro da

faixa considerada Obesidade Grau I. Já para a OMS esta classificação é de

Obesidade Leve, e sabe-se com isso que nossa amostra apresenta riscos

associados a este indicador, como elevação nos níveis de triglicérides e colesterol,

RCE moderado a elevado, entre outros. Mesmo com a redução verificada após o

programa (-1,03 kg/m²), a média do IMC não reduziu de faixa, permanecendo na

mesma classificação.

Tabela 2: Média, Desvio Padrão, Valores máximo e mínimo para o Índice de Massa Corpórea (IMC) e Nível de Significância (p) antes e após o programa (n=48).

IMC Inicial (kg/m²)

IMC Final (kg/m²) Variação p

Média 33,03 31,99 -1,03 0.000 DP 5,26 4,89

Máximo 42,70 41,50 -1,20 Mínimo 21,10 20,58 -0,52

Na próxima análise vamos apresentar dois itens emparelhados, pois ambos

referem-se à RCE. Na Tabela 3 encontram-se a RCQ e IC.

30

Tabela 3: Média, Desvio Padrão, Valores máximo e mínimo e Nível de Significância (p) antes e após o programa para as variáveis Razão Cintura-Quadril (RCQ) e Índice de Conicidade (IC) (n=48).

RCQ Inicial (cm/cm)

RCQ Final (cm/cm) Variação p

Média 0,91 0,88 -0,02 0.002 DP 0,10 0,08

Máximo 1,19 1,12 -0,23 Mínimo 0,73 0,73 0,00

IC Inicial IC Final Variação p

Média 1,24 1,21 -0,03 0.003 DP 0,10 0,07

Máximo 1,55 1,47 -0,29 Mínimo 1,06 1,07 0,01

Para os indicadores de saúde cardiovascular percebemos que para uma

correta análise precisamos segmentar os valores de RCQ para os dois sexos

analisados. Encontramos com isso, para as mulheres uma RCQ Inicial média de

0,83 ± 0,06 cm/cm e uma RCQ Final média de 0,80 ± 0,04 cm/cm (p=0.02). Segundo

Bray e Grayt (1988) citado por Pitanga (2004) estes valores inicial e final estão

dentro da mesma faixa (0,79-0,84 cm/cm) que é chamada de RCE alto.

Quando analisamos os homens, a RCQ Inicial média foi de 0,96 ± 0,08

cm/cm e a RCQ Final média de 0,93 ± 0,06 cm/cm (p=0.02). Segundo Bray e Grayt

(1998) citado por Pitanga (2004) estes valores inicial e final estão dentro da mesma

faixa (0,92-0,96 cm/cm) que é chamada de RCE alto.

Ambos os sexos apresentaram redução nesta variável, sendo que os dois

valores finais mesmo que não tenham reduzido de faixa aproximaram-se do limite

inferior das suas respectivas faixas. Isto nos permite inferir que caso o programa de

AF e saúde realizado com os PMs tivesse continuidade poderíamos ter reduzido

ainda mais esses valores finais, possibilitando uma redução no RCE.

Já para o Índice de Conicidade preconizado por Valdez (1991) e utilizado por

Pitanga (2004), um RCE de desenvolver doenças cardiovasculares e metabólicas é

encontrado em indivíduos com valores próximos a 1,73 (duplo cone) e um RCE

baixo é verificado em indivíduos com valores próximos a 1,00 (perfeito cilindro).

Nossa amostra apresentou valor médio de 1,24 inicialmente e finalizou, com uma

redução significante (-0,03), em 1,21. Sabendo que valores próximos a 1,00 são

31

excelentes, o programa utilizado surtiu efeito, porém nossa amostra estava sempre

mais próxima do perfeito cilindro do que do duplo cone.

Outro indicador de RCE é a Razão Cintura-Estatura, que apresenta 0,54

como resultado da divisão da cintura/estatura como RCE baixo para ambos os sexos

e valor de 0,75 como RCE elevado em homens e 0,69 como RCE elevado em

mulheres.

Tabela 4: Média, Desvio Padrão, Valores máximo e mínimo para a Razão Cintura-Estatura (RCEst) e Nível de Significância (p) antes e após o programa (n=48).

RCEst Inicial (cm/cm)

RCEst Final (cm/cm) Variação p

Média 0,59 0,57 -0,02 0.000 DP 0,08 0,06

Máximo 0,85 0,79 -0,06 Mínimo 0,44 0,46 0,02

Como os valores para este indicador são apresentados somente com os

pontos de corte para baixo RCE e RCE elevado, nossa amostra encontra-se dentro

desta faixa, tendendo a um RCE baixo em ambos os momentos (Inicial e Final). Ao

analisarmos os dados de forma geral, nossa amostra apresenta um valor que se

enquadra no item.

Para uma melhor análise, segmentados em mulheres (RCEst Inicial média

de 0,57±0,06 cm/cm e RCEst Final média de 0,55±0,05 cm/cm; p=0.05), e homens

(RCEst Inicial média de 0,61±0,09 cm/cm e RCEst Final média de 0,58±0,07 cm/cm

(p=0.003). Verifica-se com isso que as reduções na RCEst de homens e mulheres

também foram significantes, com maior redução nos homens, e nas mulheres o valor

final ficou limítrofe com o que indica RCE baixo de problemas coronarianos).

Outra avaliação feita nesse grupo foi a da PA em repouso, antes e após o

programa. A média inicial da PAS foi de 137,40±27,83 mmHg e média final de

124,10±16,41 mmHg, o que demonstrou uma redução de 13,3 mmHg. Esta redução,

porém, não foi suficiente para mudar o perfil do grupo, que Negrão e Barretto (2005)

classificam como pré-hipertenso (PAS entre 120 e 139 mmHg) em ambos os

momentos (Inicial e Final). O autor cita que a classificação normal é encontrada e,

pessoas com menos de 120 mmHg, nota-se com nossos resultados que o valor final

ficou bastante próximo desta faixa.

32

Tabela 5: Média, Desvio Padrão, Valores máximo e mínimo para a Pressão Arterial Sistólica (PAS) e Nível de Significância (p) antes e após o programa (n=48).

PAS Inicial (mmHg)

PAS Final (mmHg) Variação p

Média 137,40 124,10 -13,30 0.000 DP 27,83 16,41

Máximo 230,00 180,00 -50,00 Mínimo 93,00 93,00 0,00

Já, avaliando a PAD, esta apresentou uma redução média inferior a da PAS

(11,03 mmHg), passando de 90,25 mmHg para 79,22 mmHg. Esta variação, assim

como a da PAS foi substancialmente significativa. Sendo suficiente para reclassificar

o grupo de estágio I de hipertensão no início do programa para a faixa normal ao

final do mesmo (NEGRÃO e BARRETTO, 2005).

Tabela 6: Média, Desvio Padrão, Valores máximo e mínimo para a Pressão Arterial Diastólica (PAD) e Nível de Significância (p) antes e após o programa (n=48).

PAD Inicial (mmHg)

PAD Final (mmHg) Variação p

Média 90,25 79,22 -10,78 0.000 DP 15,54 11,97

Máximo 130,00 110,00 -20,00 Mínimo 57,00 53,00 4,00

Verificamos que o programa de orientação em AF e saúde proposto foi

efetivo para a redução dos níveis pressóricos. Nossos resultados corroboram com

outros estudos que verificaram reduções nestes níveis, bem como em dados

publicados na literatura a respeito de saúde (HASS, FEIGENBAUM e FRANKLIN,

2001; DE JESUS e SOUZA, 2003; McARDLE, KATCH, KATCH, 2003).

Por outro lado, diferentemente do estudo de De Jesus e Souza (2003), que

foi realizado também no estado da Bahia, a redução na massa corporal total de

nossos indivíduos foi significativa. E ainda com relação ao item aderência, nosso

estudo também apresentou uma relação inversa. Acreditamos que estas diferenças

ocorreram principalmente pelas amostras estudadas serem muito distintas, pois em

nosso estudo tratamos com policiais e bombeiros militares de ambos os sexos

voluntários (em sua grande maioria não estando em condições físicas ideais), e no

estudo citado primeiramente os indivíduos eram mulheres funcionárias de

universidade, tendo sido selecionadas a partir de um questionário inicial.

33

Nosso estudo encontra respaldo também em Negrão e Barretto (2005) ao

verificar que o exercício físico foi capaz de produzir redução nos níveis tensionais. O

programa adotado pode ser considerado um fator auxiliar no tratamento da HA.

Após a análise quantitativa dos dados, passamos a uma análise qualitativa,

pois foram aplicados questionários aos participantes (ANEXO 2). Os resultados

serão apresentados de forma descritiva, em valores absolutos e relativos.

Para a pergunta número 1, que diz respeito à alteração no uso de

medicamentos, verificamos que 9 indivíduos marcaram que ocorreu alteração

positiva no uso dos medicamentos (diminuição da quantidade de remédios/dosagem

ou ainda suspensão do tratamento), porém ao analisarmos todos os questionários

notamos que dois policiais que não marcaram esta opção, assinalaram redução ou

suspensão do tratamento. Então, inicialmente eram 24 usuários de medicamento

(50% do total da amostra) e ao final apenas 20 policiais (41,6% do total da amostra).

Destes 20 que ainda utilizam, ocorreu uma redução na quantidade de medicamentos

ou na dosagem dos mesmos em mais 7 indivíduos conforme mostram as Tabelas 7

e 8.

Tabela 7: Uso de medicamentos antes e após o programa de AF e Saúde (n=48).

USO DE MEDICAMENTOS SIM % NÃO % NÃO

RESPONDEU %

ANTES DO PROGRAMA 24 50,0% 11 22,9% 13 27,1%

APÓS O PROGRAMA 20 41,7% 15 31,2% 13 27,1% Tabela 8: Indicação de alterações na quantidade de medicamento ingerido (dosagem e quantidade total de remédios) após o programa de AF e Saúde (n=20).

EVENTO RESPOSTAS PERCENTUAL n=20 n=48

REDUÇÃO 7 35,0% 14,6% SEM ALTERAÇÃO 13 65,0% 27,1%

ELEVAÇÃO 0 0,0% 0,0% Resumidamente, obtivemos suspensão do tratamento em quatro indivíduos

e redução no uso em mais sete.

34

No item 2 do questionário, constatamos que 35 pessoas relataram

mudanças em sua alimentação, após as atividades desenvolvidas e as palestras

realizadas nas clínicas. Destes, as maiores incidências de relatos foram:

• diminuição na quantidade de comida (11 indivíduos); • passaram a conhecer os melhores alimentos a serem ingeridos (4

indivíduos); • aprenderam a selecionar e utilizar melhor os alimentos (18 indivíduos); • regularidade nos horários da alimentação (2 indivíduos); • maior ingestão de frutas, fibras e verduras (10 indivíduos); • troca do açúcar por adoçante (1 indivíduo); • redução no consumo de massas e frituras (3 indivíduos).

Trinta e quatro participantes do estudo relataram que sua opinião frente à

prática de exercícios físicos mudou. Destacamos os comentários de dois itens, que

foram os mais citados:

Sargento PM feminino, 35 anos: “Sim, agora percebo que é necessária ao nosso bem-estar físico e mental”. Soldado PM, 35 anos: “Aprendi a praticar e a gostar de exercício físico”.

Como as duas frases mencionadas, quase que a totalidade dos indivíduos

relatou que o aprendizado motor e gestual correto, da atividade proposta, pode ser

entendido como fator de motivação frente aos novos estímulos do programa de AF.

Trinta e três pessoas responderam positivamente a pretensão de continuar

praticando exercícios físicos de forma regular. Destacamos a seguir dois

comentários que exprimem o por quê:

Soldado PM, 38 anos: “O exercício físico melhorou o meu bem-estar e minha saúde”. Sargento PM, 48 anos: “Com a prática de exercício passei a me sentir mais leve com a perda de peso”.

Como estes dois policiais, mais 19 responderam que o principal motivo para

a continuidade dos exercícios seria a melhora no bem-estar e na saúde, e mais 4

que este seria a redução na massa corporal total.

Quando foi abordada a questão na qual era pedido para que os PMs

avaliassem quais as principais mudanças percebidas em seus corpos desde o início

da clínica, duas questões foram citadas de forma principal:

35

“A prática de atividade física aumentou minha disposição para realizar as atividades diárias” (Soldado PM feminino, 32 anos) “(...) com a prática da atividade física minha pressão diminuiu e ficou regulada (...)” (Sargento PM, 54 anos)

A última pergunta visou saber dos participantes quais mudanças eles

sugeriam para as próximas Clínicas e a maioria respondeu que o programa não

deveria apresentar nenhuma mudança (9 pessoas), ou caso fosse alterado algum

item, a duração do programa deveria ser aumentada (também 9 pessoas). As

mudanças sugeridas encontram-se apresentadas no quadro abaixo:

COMENTÁRIOS TOTAL

Aumentar o tempo da Clínica 9 Está tudo ótimo (Nenhuma modificação) 9 Trazer outros profissionais da área de saúde 3 As que sejam boas 2 Que a Clínica aconteça mesmo nos feriados 2 Conscientizar os Comandantes da importância da Clínica 1 Aumentar de dois para três os dias de hidroginástica 1 Aumentar a intensidade dos exercícios no início 1 Aumentar o número de participantes por Unidade da PM 1 Estender às Unidades 1 Que tenha continuidade 1

Quadro V: Mudanças sugeridas por Policiais e Bombeiros Militares da RMS para futuras Clínicas.

De forma geral, nossos resultados permitem afirmar que um programa de AF

e saúde, realizado de forma periódica e com acompanhamento, consegue reduzir o

peso corporal, e melhorar os indicadores de saúde de policiais e bombeiros militares.

Visualiza-se ainda que os indivíduos submetidos ao programa apresentaram

uma melhora na qualidade de vida, e relataram bem-estar ao desenvolverem as

atividades propostas.

Nosso programa conseguiu, além de melhorar os itens supracitados, motivar

os indivíduos a continuarem praticando atividades físicas de forma regular, bem

como modificar os hábitos alimentares da amostra.

Os resultados aqui apresentados, corroboram com outros estudos já

publicados na literatura, ou abordados constantemente pela mídia, nos estimulando

na busca incessante pelo melhor aproveitamento dos efeitos benéficos que a AF

36

regular, uma boa alimentação e adoção de hábitos saudáveis na vida podem

proporcionar a uma população específica e em geral.

37

5 CONCLUSÃO

Visto que analisamos uma população específica, que atua no policiamento

ostensivo e que precisa de altos níveis de aptidão física e saúde verificamos que nossa

amostra apresenta índices de saúde e aptidão física, similares a da população em geral.

Nossos resultados demonstraram uma redução na massa corporal total de

aproximadamente três quilogramas em média nos policiais e bombeiros militares. De forma

significativa o programa proposto neste estudo alterou positivamente o IMC, a RCCQ, o IC

e a RCEst (todos indicadores de saúde ou RCE).

Verificamos ainda que os níveis tensionais sistólico e diastólico foram reduzidos de

forma significativa.

Para o uso de medicamentos, não foi realizado nenhuma análise estatística,

porém os relatos transcritos denotaram redução ou mesmo a suspensão de uso após o

término do programa.

Esse estudo evidencia, ainda mais, os benefícios que um programa de orientação

em AF e saúde, pode proporcionar às pessoas sobre o peso corporal, os níveis tensionais,

a ingestão de medicamentos e a aptidão física, principalmente quando realizado por uma

equipe multidisciplinar.

Serve também como subsídio a pesquisadores e defensores da idéia de que é

através de mudanças simples no estilo de vida, como obtenção de boa alimentação,

aumento no dispêndio calórico diário ou quebra do sedentarismo que é possível reduzir a

incidência de doenças típicas do homem e da mulher contemporâneos, classificadas por

Marques e Gaya (1999), como doenças hipocinéticas (doenças cardiovasculares,

obesidade, HA, diabetes millitus tipo II, osteoporose, dores nas costas, determinados tipos

de câncer, etc). O programa proposto foi fonte efetiva de alteração nos indicadores

analisados. Permitindo-nos dizer que os policiais que participaram deste programa estão

mais bem condicionados fisicamente e, por conseguinte desempenharão melhor suas

funções junto à população.

Já que os RCE foram reduzidos após um programa de AF, provavelmente os

policiais e bombeiros militares que pratiquem exercícios físicos regulares, se beneficiam de

melhor saúde e provavelmente estes apresentam menos dispensas médicas, estando

aptos a desempenhar seu importante papel na sociedade.

38

REFERÊNCIAS FERREIRA, A.B.H. Dicionário Aurélio Eletrônico Século XXI versão 3.0: dicionário eletrônico. Rio de Janeiro: Lexicon Informática, 1999, Cd-rom, Microsoft Windows 95, 98, 2000, NT ou XP. BARCELLOS, J.A.P. As condições e a organização de trabalho dos Policiais Militares que executam o policiamento ostensivo: um estudo de caso na Brigada Militar em Porto Alegre/RS. 1999. 107f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Curso de Pós-graduação em Administração. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1999. BRAGA, R.O. Estudo da morbidade referida por policiais militares da 23ª Companhia Independente da Polícia Militar/Tancredo Neves. 2006. 44f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Fonoaudiologia) – Curso de Fonoaudiologia. Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2006. DE JESUS, G.M. e SOUZA, C.L. Um estudo sobre o emagrecimento: da teoria à experimentação com um grupo de funcionárias da Universidade Estadual de Feira de Santana. Lecturas Educación Física y Deportes: Revista Digital, Nov. 2003, n.66, p.1. DuBOIS, D. e DuBOIS, E.F. A formula to estimate the approximate surface area if height and weight be known. Arch Intern Medicine, 1916; 17:863-71. HASS, C.J.; FEIGENBAUM, M.S. e FRANKLIN, B.A. Prescription of Resistance Training for Healthy Populations. Sports Med., Dec. 2001, v.31, n.14, p.953-964. JACKSON, A.S. e POLLOCK, M. Generalized equations for predicting body density of men. Br. J. Nutr., Nov. 1978, vol.40, no.3, p.497-504. JACKSON, A.S.; POLLOCK, M.; WARD, A. Generalized equations for predicting body density of women. Med. Sci. Sports Exerc., Jun. 1980, v.12, n.3, p.175-181. MARQUES, A,T e GAYA, A. Atividade Física, Aptidão Física e Educação para a Saúde: Estudos na Área Pedagógica em Portugal e no Brasil. Rev. Paul. , Educ.Fís., jan./jun. 1999, São Paulo, v.13 (1):p. 83-102. McARDLE, W.D.; KATCH, F.I. e KATCH, V.L. Fisiologia do Exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 5ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. NEGRÃO, C.E. e BARRETTO, A.C.P. Cardiologia do Exercício: do Atleta ao Cardiopata. São Paulo: Manole, 2005. PITANGA, F.J.G. Testes, medidas e avaliação em educação física e esportes. 3ed. São Paulo: Phorte, 2004.

39

PITANGA, F.J.G. e LESSA, I. Indicadores antropométricos de obesidade como instrumento de triagem para risco coronariano elevado em adultos na cidade de Salvador – Bahia. Arq. Bras. Cardiol., Jul. 2005, v.85, n.1, p.26-31. PITANGA, F.J.G. e LESSA, I. Razão cintura-estatura como discriminador do risco coronariano de adultos. Rev. Assoc. Med. Bras., May./Jun. 2006, v.52, n.3, p.157-161. POLÍCIA MILITAR DA BAHIA. Corpo de Bombeiros da PMBA. Disponível em: <http://www.pm.ba.gov.br/unidadesdebombeiro.htm>. Acesso em: 04 de abril de 2007. POLÍCIA MILITAR DA BAHIA. Website Oficial da Polícia Militar da Bahia. Disponível em: <http://www.pm.ba.gov.br>. Acesso em: 04 de abril de 2007. PRADO, E.S. e DANTAS, H.E.M. Efeitos dos Exercícios Físicos Aeróbio e de Força nas Lipoproteínas HDL, LDL e Lipoproteína(a). Arq. Bras. Cardiol., Oct. 2002, v.79, n.4, p.429-433. RODRIGUEZ-AÑEZ, C.R. Sistema de avaliaçãopara a promoção e gestão do estilo de vida saudável e da aptidão física relacionada à saúde de Policiais Militares. 2003. 143f. Tese (Doutorado em Engenharia da Produção) – Curso de Pós-graduação em Engenharia da Produção. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003. RONDON, M.U.P.B. e BRUM, P.C. Exercício físico como tratamento não farmacológico da hipertensão arterial. Rev Bras Hipertens., Abr./Jun. 2003, v.10, p.134-7. ROUQUAYROL, M.Z. e ALMEIDA FILHO, N. Introdução à epidemiologia. Rio de Janeiro: MEDSI, 2002. SÁ, C.K.C. e ALMEIDA, R.T. Possíveis efeitos de um programa de exercícios sobre o controle do uso de medicamentos em hipertensos. In.: I SIMPÓSIO BAHIANO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE, Jequié. Anais do I Simpósio Bahiano em Ciências da Saúde. SIRI, W. Gross composition of the body. In Lawrence, J. (Ed.). Advances in biological and medical physics. New York, NY: Academic Press, 1956. SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAO, SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA et al. I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. Arq. Bras. Cardiol., Apr. 2005, v.84, p.3-28. THOMAS, J.R. e NELSON, J. K. Métodos de pesquisa em atividade física. 3ed. Porto Alegre: ARTMED, 2002. WILMORE, J.H. e COSTILL, D.L. Fisiologia do Esporte e do Exercício. 2ed. Rio de Janeiro: Manole, 2001.

40

ANEXOS ANEXO 1 – PROPOSTAS DE ATIVIDADES FÍSICAS

ATIVIDADES PREVISTAS PARA A 1ª SEMANA

SEGUNDA

Medição da PA e orientação (7:00h às 07:45h) alongamento - 30' e atividades recreativas: em trio, com uma pessoa no meio caindo para frente e para trás sendo amparada pela outras duas, em dupla com uma conduzindo a outra ao redor da quadra (com e sem obstáculo)

TERÇA Medição da PA e orientação (7:00h às 07:45h) alongamento - 30' Ginástica localizada e resfriamento.

QUARTA Medição da PA e orientação (7:00h às 07:45h) alongamento - 30'Alongamento-20'/Caminhada de 30' no ritmo normal (conversando)

QUINTA Medição da PA e orientação (7:00h às 07:45h) alongamento - 30' Caminhada 40' recreação com bola de basquete, volta à calma.

SEXTA Medição da PA e orientação (7:00h às 07:45h) alongamento - 30' Caminhada leve de 40' e café da manhã

ATIVIDADES PREVISTAS PARA A 4ª SEMANA

SEGUNDA

Medição da PA e orientação (7:00h às 07:45h)1)- Circuito (Caminhada lenta com movimentos de braços, subidas em escadas, trote lento,

aeróbica, abdome, relaxamento) Ginásio de Esporte.

TERÇA Medição da PA e orientação (7:00h às 07:45h) alongamento - Caminhada de 40' com ritmo médio para forte)

QUARTA Medição da PA e orientação 9:00h às 09:45h) alongamento -

Localizada 30'(pernas e abdome)/Hidroginástica (com recreação no final) e relaxamento-30')

QUINTA

Medição da PA e orientação (7:00h às 07:45h) alongamento - Alongamento e Aquecimento (prof. Pereira)- 30' : 2 filas que tinham que se deslocar o mais rápido possível de um lado para o outro da quadra

andando a partir da posição de: em pé; sentado; deitado

SEXTA

Medição da PA e orientação 9:00h às 09:45h)Aquecimento - Caminhada em volta da piscina - 10'/ Hidroginástica (com exercícios e

atividades recreativas de apostar qual equipe consegue primeiro levar 1 pessoa carregada até o outro lado da borda) - 50'/Relaxamento

41

ATIVIDADES PREVISTAS PARA A 7ª SEMANA

SEGUNDA CAMINHADA - Boa Viagem, P. de Umaitá (descida e subida), Sagrada

Família(subida), Ladeira da Lenha (descida), Chadler (subida), Rua da Imperatriz, Av Luiz Tarquínio e Vila Militar (1 volta na pista) (± 6 Km)

TERÇA G. AERÓBIA - 15'; LOCALIZADA (halteres e bastões) - Ombros, Cintura e Abdômen - 30' ; FLEXIBILIDADE - 15'

QUARTA ABDOMINAL - 30' E HIDROGINÁSTICA (Aeróbia -30', Recreação 20' e 10 Relaxamento)

QUINTA CAMINHADA - "Aventura" (areia, grama, asfalto e água) e Café Tropical na praia (se sol) ou na Vila (se chuva) (± 6Km)

SEXTA PALESTRA (com nutricionista), HIDROGINÁSTICA (localizada para pernas e abdômen e 1ª confraternização)

ATIVIDADES PREVISTAS PARA A 11ª SEMANA

SEGUNDA

(07 às 08:00h) 1)- Medição da P.A e orientações; (08 às 09:30) 2)-Alongamento; 3)- Aquecimento (Ginástica aeróbia) - 20'; 4)-

Localizada com "Halter" (Ombros, Peito e Costas) e Caneleiras (Glúteos, Adutores e Abdutores) - 40' e 5)- Relaxamento.

TERÇA

(07 às 07:45h) 1)- Medição da P.A e orientações;(07:45 às 08:00h) 2)- Aquecimento; (08 às 11:00h) 3)- Caminhada (grupo1) (VPMB - L. de Roma - C. de Areia - Clube Itapajipe - Igreja da Penha (1ª parada)

- Orla - Ladeira da Lenha, Igreja do B.F, Sagrada F

QUARTA

(07 às 08:00h) 1)- Musculação (voluntários); (08 às 09:30h) 2)- Medição da P.A, consulta com Nutricionista e Fisioterapia; (09:30 às

10:00h) (10:10h às 11:00) 3)- Hidroginástica (localizada para tronco e abdômen e (11:10 às 11:40h) 5)-Sauna (masculino)

QUINTA (07 às 07:45h) 1)- Medição da P.A e orientações;(07:45 às 08:00h) 2)- Aquecimento; (08 às 11:00h) Atividade na Praia da Boa Viagem com o

Sd PM Pereira, café tropical e reunião com os membros da Clínica

SEXTA (07 às 08:00h) 1)- Musculação (voluntários);2) (08 às 09:30h) 2)-

Medição da P.A 3)- Hidroginástica (localizada para tronco e abdômen (10:00h às 11:00)

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ANEXO 2 – QUESTIONÁRIO APLICADO 1 – Você faz algum tratamento com medicamentos? Houve alguma mudança nesse tratamento orientado pelo médico? Qual? Faz uso de medicamento: - Sim - Não Mudança no tratamento:

- Sim - Não Qual(s) tipo(s) de mudança(s) - Diminuição - Suspensão - Melhor resposta

2 – As atividades da Clínica influenciaram em alguma mudança na sua alimentação? Qual? - Sim - Não 3 – A sua opinião mudou em relação à prática de exercícios físicos? Explique: - Sim - Não 4 – Você pretende continuar praticando exercícios físicos? Por quê? - Sim - Não 5 – Aponte as principais mudanças percebidas, em você, após o início da Clínica. 6 – Quais mudanças você sugere para as Próximas Clínicas?