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FACULDADE INTEGRADA DE SANTA MARIA CURSO DE PSICOLOGIA Carine Michelon de Oliveira PAIS COMO SINTOMA DOS FILHOS: DIFICULDADES NA IMPOSIÇÃO DE LIMITES DIANTE DO DIVÓRCIO Santa Maria, RS 2017

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FACULDADE INTEGRADA DE SANTA MARIA

CURSO DE PSICOLOGIA

Carine Michelon de Oliveira

PAIS COMO SINTOMA DOS FILHOS:

DIFICULDADES NA IMPOSIÇÃO DE

LIMITES DIANTE DO DIVÓRCIO

Santa Maria, RS

2017

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Carine Michelon de Oliveira

PAIS COMO SINTOMA DOS FILHOS:

DIFICULDADES NA IMPOSIÇÃO DE

LIMITES DIANTE DO DIVÓRCIO

Trabalho de Conclusão de Curso - monografia apresentada ao curso de Psicologia da Faculdade Integrada de Santa Maria – FISMA, como requisito para obtenção do grau de Psicóloga.

Orientador: Prof. Ma. Katia Simone da Silva

Silveira

Santa Maria, RS

2017

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus que permitiu que isso tudo acontecesse, não somente na minha jornada acadêmica, mas sim em todos os momentos de minha vida.

Agradeço ao meu pai Jair, que apesar de todas as dificuldades me fortaleceu e me deu incentivo nas horas mais difíceis.

Agradeço a minha mãe Terezinha (in memoriam), que mesmo não estando presente em sua forma física, nunca me deixou em momento algum.

A esta instituição, Faculdade Integrada de Santa Maria - FISMA, pela oportunidade de fazer o curso, bem como o corpo docente a direção e a administração, pela confiança e ética.

A profª. Ma. e orientadora Katia Simone da Silva Silveira pela dedicação e apoio na elaboração da minha pesquisa.

Aos professores por me proporcionar conhecimento e formação profissional.

Meus agradecimentos aos meus amigos, Taís Regina Radiske, Gabriel Augusto Radiske, que fizeram parte da minha formação e que vão continuar presentes na minha vida. .

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Sumário

RESUMO..................................................................................................................... 5

ABSTRACT ................................................................................................................. 6

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 10

2.1 Objetivo geral ...................................................................................................... 10

2.2 Objetivo específico ........................................................................................... 10

3. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 11

3.1 A Família e suas estruturações ao longo do tempo ...................................... 11

3.2 A criança e sua imponência ............................................................................ 13

3.3 O divórcio .......................................................................................................... 14

4. MÉTODO ............................................................................................................ ...17

4.1 Procedimentos .................................................................................................. 17

4.2 Delineamento do estudo....................................................................................17

4.3 Sistematização dos resultados.........................................................................17

4.4 Análise de dados................................................................................................18

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES...........................................................................19

5.1 Consequência da falta de limites......................................................................19

5.2 Implicações do processo de separação...........................................................21

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................24

REFERÊNCIAS..........................................................................................................27

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RESUMO

A criança desde seu nascimento é exposta a um ambiente desconhecido,

necessitando zelo dos seus cuidadores para sua sobrevivência. O desenvolvimento

da criança deve ser ampliado a todas as esferas, inclusive a de educar e impor

regras e limites sociais. Portanto esta pesquisa teve como objetivo principal

compreender alguns fatores que envolvem a imposição de normas, regras e limites

na infância. Para tanto se realizou uma pesquisa bibliográfica exploratória na qual se

resgatou sessenta e dois artigos científicos das bases de dados Scielo, Lilac’s e

BVS-psi, destes foram utilizados dezesseis artigos para compor os resultados e

discussão do estudo. Os dados indicaram que a soberania oferecida aos filhos pode

acarretar consequências futuras em seu comportamento e educação. Além disto,

identificou-se que a falta de tempo com a criança, devido à necessidade de trabalho

dos cuidadores, leva-os a colocarem os filhos na escola por longos períodos de

tempo durante o dia. Esta situação gera um sentimento de culpa, fazendo os

responsáveis compensem esta ausência com bens matérias, brinquedos, entre

outros objetos. Ademais se verificou que em casos de separação conjugal surgem

diferentes implicações no processo educacional da criança. Assim, considera-se que

todo o indivíduo precisa ser confrontado com regras e limites na infância, pois nem

sempre vai dispor do “sim” que se ouve dos pais na sociedade.

Palavras chave: Educação. Família. Filhos. Limites. Pais

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ABSTRACT

Children are often exposed to many unfamiliar environments and need adultcare to

grow up healthfully. The child development must be included in every field they are

exposed to, including the needs of education and social rules. Therefore, this paper

had as its main objective to understand some factors that involve the imposition of

norms, rules and limits in childhood. An exploratory bibliographic research was

carried out using sixty-two scientific articles from official cientific websites, such as

Scielo, Lilac's and BVS-psi; from these articles, sixteen were used to compose the

results and discussion of the study. The acquired data indicated that the child rearing

can interfere with social and educational behavior during adulthood. In addition, it

was identified that the lack of time with the child, due to the care givers excessive

jobs, leads them to enroll their children to a full time school. This situation can

generate a sense of guilt, making parents feeling responsible to compensate this

absence with goods, toys, among other objects. it was also verified that in cases of

conjugal separation different implications appear in the childrens educational

process. Thus, it is considered that every individual needs to be confronted with rules

and limits during childhood, because they will not always have the "yes" that is heard

from parents in society.

Keywords: Education. Family. Children. Limits. Parents

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1. INTRODUÇÃO

Ao nascer, a criança é inserida em um cenário ainda desconhecido no qual

existirá um envolvimento que, apenas será possível a partir de um elo formado, ou

seja, de uma base que promova essa conexão de recém-nascido com o ambiente ao

seu redor. A sustentação que fornece a ligação com o mundo é conhecida como

família. Esta pode ser compreendida por diferentes configurações, seja ela a família

tradicional, composta por pai, mãe e filho, ou família adquirida, a qual, não envolve

vínculo sanguíneo, a exemplo dos casos de adoção. Ao longo da pesquisa a palavra

“pais”, será conceituada a todo o tipo de cuidador independente da configuração

familiar, não se limitando a apenas aos pais biológicos.

Os pais são figuras fundamentais no desenvolvimento dos filhos, promovendo

aspectos importantes na educação da criança. Segundo Buscaglia (1997), o

comportamento humano e a personalidade de cada individuo são induzidos pela

família, que exerce função de força social sobre os seus componentes. Quando se

fala em educação, fica difícil separar o assunto de “impor limites” e a “dificuldade de

dizer não” para os filhos.

Araujo e Sperb (2009) acreditam que a palavra limite, pode ser entendida por

contextos diferentes: fazer uso de limites para que assim possa-se obter maturidade

e responsabilidades durante a vida; Fazer com que o sujeito construa a sua

moralidade ao cumprir normas; Executando os limites os indivíduos mantenham

resguardada a sua intimidade, assim como a dos demais seres humanos. Os pais

consideram a “educação” uma das mais difíceis tarefas que a família pode oferecer

(BRITO; HANNUM; MIRANDA, 2013). Toda a interação dos familiares com a criança

criará os alicerces para as relações posteriores. Assim, as crianças refletem os

ensinamentos que são orientados e os comportamentos reproduzidos dos próprios

pais (MESSA; FIAMENGHI; ARAUJO, 2007).

A função de “impor limites” é considerada algo natural, pois além de ser um

processo da educação dos filhos é um meio que auxilia no desenvolvimento sadio

das crianças. Sua ausência poderá gerar algumas consequências na educação dos

filhos, (comportamentos anti-sociais). Permitir por menor que seja uma ação

imprópria da criança é uma falha nas noções de transpor limites (FAIA, 2007). A

lacuna deixada pelos pais ao não corrigir os comportamentos errôneos das crianças,

podem fazer com que estes se comportem de forma inconveniente quando forem

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contrariados. A família tem a função de evidenciar as regras que devem e precisam

ser seguidas, e dosadas conforme a cognição da criança. Desta forma, deve-se

respeitar a fase do desenvolvimento na qual a criança está, evitando exigir normas

de uma única vez, como se fosse uma espécie de tratado (FAIA, 2007). Muitas

transformações sociais favoreceram o árduo encargo de submeter educação aos

filhos, a exemplo do aumento da carga de trabalho, que minimizou o tempo de estar

com os filhos bem como algumas condições conseguintes da separação dos pais,

dentre outras. (MARCON; ELSEN, 2000). Em meio a tantas mudanças, o “limite” que

faz parte da educação das crianças, passou por essa marcante metamorfose.

Faia (2007), afirma que uma das funções primordiais é imposição de regras,

no entanto a mesma torna-se difícil em certas situações. É fundamental que se

respeite e obedeça aos limites. Para que esses se sustentem na criança é

necessário que se tenha autoridade e um significado do que se está impondo, para

que a criança internalize o porquê está sendo designada a executar determinada

tarefa. Impor regras consiste em orientar o filho em direção segura, para que possa

fazer uso da sua liberdade. De acordo com Paggi e Guareschi (2004), é por

intermédio do relacionamento com os pais que a criança adquire funções primordiais

e convenientes, tanto o respeito, quanto a propensão em se colocar no lugar do

outro.

Vilhena (1998), explica que ser “firme” demais com seus filhos pode resultar

na crença de diminuir o amor dos mesmos pelos seus pais. Portanto ter atitudes e

agir como amigos dos filhos, dando-lhes maior permissão, fazem com que os pais

não se sintam tão culpados. De acordo com Feijó (2010) os filhos necessitam

entender que o amor dos seus pais por eles não vai acabar devido a um castigo que

lhe foi destinado. Crianças capazes de assimilar este entendimento são habituadas

nas bases da boa relação pais-filhos. Um dos fatores que contribui para a recusa do

acesso aos limites é o pouco tempo que esses pais se dedicam para os filhos,

decorrentes de excessos de carga de trabalho e atividades predominantes do

cotidiano (FEIJÓ, 2010).

A separação conjugal traz implicações na educação dos filhos, sendo comum

o divórcio causar mudanças na estrutura familiar, por menor que elas sejam

(CARTER; MCGOLDRICK, 2001). A partir da separação dos pais, ocorrem

transformações no meio habitual da criança, ela precisa se adaptar ao novo modelo

de vida, ajustando-se no atual contexto. Em alguns casos este fato pode resultar em

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um distanciamento de um dos pais da vida do filho, afetando a disciplina e o ensino.

No entanto, em outras situações o divórcio poderá proporcionar um melhor

relacionamento entre pais e filhos, perante as condições que viviam quando pai e

mãe estavam casados. Outro aspecto relevante está na diversificação das questões

de autoridade dos pais frente aos filhos perante o lugar que cada membro da família

irá ocupar após a dissociação do padrão da configuração anterior (CANO;

GABARRA; MORÉ; CREPALDI, 2009). O divórcio traz consigo o distanciamento

afetivo entre os pais, porém deve-se evitar que o mesmo aconteça entre pais e

filhos.

Esta dificuldade na imposição de limites pode ser observada a partir da

experiência com os estágios, ofertados pela graduação do curso de Psicologia da

Faculdade Integrada de Santa Maria - FISMA. Observou-se o quanto é árdua a

tarefa dos pais de intensificar o seu dever, quando este, está ligado à imposição de

limites. Os atendimentos e atividades realizadas em terapia devem ser ampliados

quando se atende crianças, pois a família é observada e estudada juntamente com

elas. Deve-se investigar todo o contexto da criança, no modo em que ela é

dependente emocionalmente e estruturalmente de seus cuidadores. Considerando,

que nunca o psicólogo trabalha sozinho. Os pais, ou seja, a família em geral,

contribui significativamente com o progresso da terapia. É diante desta demanda,

que surge a temática “Pais como sintoma dos filhos: dificuldades na imposição de

limites diante do divórcio”.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

• Discutir alguns fatores que envolvem a imposição de normas, regras e limites

na infância.

2.2 Objetivo específico

• Analisar através da literatura a influência da ausência de limites na vida das

crianças;

• Identificar as implicações do divórcio dos pais na execução de

educação/limites na vida dos filhos.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 A família e suas estruturações ao longo do tempo

Na contemporaneidade a sociedade tem passado por muitas transições

sendo elas sócio-culturais, financeiras e demográficas, as quais modificaram

significativamente a estrutura familiar (SILVA; MARCON, 2000). Esta é entendida

por diferentes formas. Para Fernandes e Curra (2006), a família é um conjunto de

pessoas, as quais dividem conhecimento e trocas afetivas. Por ser um dos primeiros

lugares de estabelecimento de vínculos, ela é um grupo aberto, ativo e complexo.

Vejamos no caso Um dos clássicos exemplos é a família Romana, em que o

núcleo era o homem, e a mulher apenas uma mera “assistente”. Além da autoridade

que tinha sobre os filhos, esposa e escravos, também a ele era dado o direito de

vida e morte sobre os mesmos. Cabe salientar que o “poder” não estava atrelada

apenas a figura do pai, mas sim ao sexo masculino em si, na condição de categoria

social. Assim sendo, valorizavam-se apenas as atividades masculinas, reforçando as

desvantagens femininas, o preconceito e a discriminação (NARVAZ; KOLLER,

2006). Segundo Dessen (2010) na década de 50, a família era configurada pelo

modelo patriarcal, sendo formada pelo pai, mãe e filhos, onde o pai assumia a

responsabilidade de renda familiar e monopolizava o sustento e as regras de toda a

família. Esta figura patriarcal estabelecia a ordem dentro da casa.

Por volta do final dos anos 50 e começo dos anos 60, ocorreu uma redução

no número de filhos por casal. Este fator envolveu os avanços da medicina, que

passou a autorizar a desagregação entre procriação e sexualidade, considerando as

opções pessoais e o desejo de não ter filho (GOMES; RIOS, 2009). Conforme Rowe

(2010), desse modo, as revoluções contemporâneas na vida dos casais, trouxeram

variadas formas de se pensar em ter ou não filhos, levando em consideração o

aspecto financeiro (PAPALIA; OLDS, 2000).

Com o passar dos anos, a década de 90 foi marcada pelos grandes índices

de separação de casais, o que gerou um aumento considerável de diferentes

arranjos familiares. O casamento no Brasil costumava ser indissociável, pois o

vínculo matrimonial era incapaz de ser rompido por meio do divórcio, apesar deste

ter sido estabelecido em lei no país, no ano de 1977 (LOPES, 2000). Conforme

Jablonski (1991), junto a isto surgiram algumas modificações na sociedade, sendo

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elas a emancipação da mulher, maior aprovação do divórcio, leis em benefício à

separação conjugal, além do individualismo de cada sujeito.

A inserção da figura feminina no mercado de trabalho trouxe impacto

importante no funcionamento da família, que antes se concentrava nos afazeres

domésticos e cuidados familiares, de maneira que o homem, também teve que

contribuir com as atividades domésticas que antes eram exercidas somente pelas

mulheres. Apesar disto, além das atividades fora de casa, a mulher conta também

com a maternidade, momento de muita dedicação e ocupação dos cuidados com os

filhos (SIMÕES; HASHIMOTO, 2012).

Com tantas mudanças, tanto o homem quanto a mulher, estão em constante

envolvimento com seu trabalho e na pressão do dia a dia, provenientes das

mudanças sociais que algumas vezes reduzem os momentos de permanência com

os filhos. Isto faz com que deixem a desejar em algumas das tarefas

correspondentes às crianças. Uma das mudanças durante a década de 90 foi à

flexibilidade de diálogo entre pais e filhos abandonando os modelos rígidos e

autoritários que eram evidenciados pelos pais que detinham todo o poder perante

seus filhos. A mudança ocorreu até mesmo com relação às esposas, usufruindo

mais do diálogo e pais cedendo mais espaço a esses filhos e os punindo menos

(WAGNER; PREDEBON; FALCKE, 2005).

Através dos períodos históricos, tornou-se possível entender algumas

oscilações que a sociedade passou. Ocorreu uma significativa mudança com relação

a forma de educar, do modelo antigo para os dias de hoje. O modo como pais foram

educados antigamente são considerados retrógrados por eles mesmos. Assim

mudanças são realizadas nesses padrões, onde atualmente deixam-se de lado

falhas passadas, criando estratégias para planejar uma nova forma de se transmitir

ensinamentos e “limites” (BRITO; HANNUM; MIRANDA, 2013). Alguns pais desejam

oferecer uma educação diferente da que lhes foi ofertada de uma forma mais

moderna, o que faz com que repense o modelo padrão de educação que foram

submetidos.

A hierarquia, entre pais e filhos, principalmente no que tange à autoridade

está enfraquecendo (TORRES; CASTRO, 2009). Os pais modernos tentam ser para

seus filhos o ideal de pais que não tiveram quando foram crianças e adolescentes,

tanto quanto uma educação menos autoritária. Acabam agindo mais como meros

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amigos de seus filhos, o que os leva a deixar de exercer a imposição de limites,

buscando minimizar atritos de gerações (BRITO; HANNUM; MIRANDA, 2013).

3.2 A criança e sua imponência

O sentido que a chegada de um filho representa para a família, o ideal e as

expectativas colocadas nesta criança, norteiam uma constante dedicação a ela. O

desejo de oferecer incondicionalmente o amor, carinho e não desejar que o filho se

frustre, pode influenciar na forma de ressignificar fronteiras que colaboram para o

bom desenvolvimento social da criança. Segundo Rogge (2006), impor limites é

parte da educação, juntamente com o processo de civilização humana, colaborando

para viver de modo adequado em sociedade, entretanto é natural encontrar crianças

e jovens sem limites.

A criança necessita saber introjetar a compreensão de que, ela pode fazer

apenas algumas das coisas que quer, pois nem sempre será possível realizar todos

os seus desejos. Ademais, existem outras pessoas ao seu redor, que poderão ser

afetadas se sempre fizer tudo aquilo que desejar. Se no ambiente familiar ela realiza

tudo o que quer, longe dele, a criança vai repetir este comportamento (FEIJÓ, 2010).

Conforme Souza (2009) entender que se devem respeitar as demais pessoas é

secundário, pois respeitar os pais é a primeira relação estabelecida que a criança

deva desenvolver. Deixar que as crianças tornem-se figuras imponentes na casa,

dando lhes liberdade como forma de poder sobre seus pais é, sobretudo, nocivo

para a educação das mesmas. A criança necessita passar por momentos de

frustração para se constituir como sujeito (SPITZ, 1998).

No contexto atual no qual se percebe a dificuldade dos pais de fazer

negações aos seus filhos, entende-se que futuramente, é provável que este

comportamento se intensifique e as crianças tornem-se cada vez mais intolerantes a

aceitação de regras e limites. Essa dificuldade poderá refletir em outros ambientes

em que a criança está inserida, especialmente na escola, por esta ser o primeiro

contato social. Atualmente surge um pluralismo de requisitos de como se deve

educar, valores e regras morais, evidenciando o grau de labor dos pais, para qual

caminho seguir e definir o que é correto ou incorreto a considerar na educação dos

filhos (SOUZA, 2009).

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Ceder a uma criança sempre que ela gritar, chutar ou berrar, irá fazer com

que a mesma adote esta técnica como modo de comunicação com o mundo, e

poderá ser a forma que utilizará para ter suas vontades atendidas (ZAGURY, 2003).

Ao se ter um filho, busca-se oferecer amor e carinho incondicional, porém a

dedicação com a criança, não deve sobrepor a imposição de limites. Os pais devem

ensiná-los conceitos básicos para que se possa conviver em sociedade. As

modificações ocorridas em torno da educação e a preocupação com a não

frustração do mesmo, de maneira que tenha o mínimo de desacordo entre pais e

filhos poderão fazer com que a criança pense que pode ultrapassar o limite do outro

(ZAGURY, 2003).

A autoridade que os pais têm em função dos filhos vem sendo confundida

com autoritarismo (VILHENA, 1998). Autoritário é quem usa do mesmo como fonte

de ser o único correto e desconsiderar o que os outros pensam e desejam, usar

deste autoritarismo na força física ou no artifício que lhe é destinado. Assim, um pai

autoritário é aquele que impede o filho de brincar próximo a ele, pois ele é incapaz

de aguentar baixos ruídos. No entanto o pai que possui autoridade é aquele que

estima o filho, mas quando inevitável usa de sua autoridade de forma precisa,

sempre com intenção de escutar e direcionar para as melhores condições de

cidadania (ZAGURY, 2003).

Impor “limites” é diferente de agredir ou gritar com os filhos para que eles

obedeçam às devidas regras e nem deixar de responder as necessidades básicas

da criança, como fome, sede e afeto (ZAGURY, 2003). Segundo Recktenvald

(2009), é primordial que os pais respeitem seus filhos e observem o seu

desenvolvimento. Desta forma podem impor limites de forma razoável e na medida

certa, sem o mesmo tornar-se uma espécie de obrigação ou submissão. Para tanto,

é necessário haver uma sintonia entre pais e filhos.

3.3 O divórcio

Em termos gerais, o divórcio é a separação matrimonial entre as pessoas,

referindo-se ao rompimento dos corpos e de bens. A Lei de nº 6.515 de 26 de

dezembro de 1977 estabelecida pela Emenda Constitucional nº 9, de 28 de junho de

1977 forneceu subsídios para o término dos casamentos que não davam mais certo

no Brasil, em nível de religião e civil (PASQUALI; MOURA, 2003). A ocorrência de

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um divórcio, não está associada à impossibilidade de um novo relacionamento

afetivo. Pelo contrário, os casais que se separam, buscam novamente a satisfação

conjugal, o companheirismo, a satisfação de necessidades bem como a

reciprocidade. A relação sadia entre um casal sobrevém em trocas afetivas,

similarmente no desenvolvimento pessoal dos cônjuges, desse modo aceitando um

ao outro em todas as suas diferenças e peculiaridades (NORGREN, 2004).

São inúmeros fatores que contribuem para o processo de divórcio. Um deles

é a independência financeira que a mulher constituiu e que tanto lutou com o passar

dos anos, podendo assim viver “sozinha” tendo seu sustento, sem precisar depender

do esposo. Outras questões auxiliaram na separação, como a extinção do

pensamento de ter que viver até os finais dos dias com uma pessoa indesejada

(NORGREN, 2004).

Em casos de divórcio que existam filhos envolvidos, sabe-se que

judicialmente dispõe diferentes guardas: a guarda compartilhada, em que os dois

cuidadores são responsáveis pelas obrigações, decisões e cuidados com os filhos; A

guarda unilateral na qual as crianças ficarão sobre os cuidados de um dos pais,

sendo que assim evite possíveis conflitos entre os pais, o acordo de quem vai ficar

com as crianças é feito por decisão dos cônjuges ou atribuída ao poder judicial

(CANEZIN, 2005). Quando os pais estão em consonância com a educação dos

filhos o estilo de guarda pode não influenciar na dinâmica educacional. O problema

se intensifica, quando os pais estão em desacordo com algumas regras, o que faz

com que dificilmente cheguem a um consenso a respeito das normas pré-

estabelecidas. Os pais que exercem uma relação de coparentalidade cooperativa,

definida pelo envolvimento dos mesmos em atividades do dia a dia da criança, de

forma recíproca nas resoluções dos cuidados (CRUZ et al., 2013). Os pais possuem

o mesmo nível de domínio em tomar decisões juntos de tamanha relevância, quanto

à disciplina e criação dos filhos (BARRETO, 2003).

Ademais, quando o filho reside com um genitor/cuidador, o outro que não

ficou com a guarda, pode sentir-se afastado da criança (MARGOLIN; GORDIS;

JOHN, 2001). Nesta configuração familiar o filho possivelmente terá duas casas para

frequentar. Ocorrerá uma alteração em sua rotina, cabendo aos pais evitarem que a

educação perante o estabelecimento de limites, regras e obrigações se modifique ou

deixe de existir. O diálogo e os modelos de transmitir disciplina aos filhos, não

devem se modificar com o distanciamento dos pais. Entretanto diante do assunto,

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divórcio dos pais no contexto social dos filhos, questiona-se: “Será que este fato é

tão impactante na instrução educacional dos filhos?” (CRUZ et al., 2013). É difícil

saber os resultados de um divórcio na vida das crianças, pois se torna impossível

prever o que teria acontecido se os pais tivessem optado por estarem juntos

(GIDDENS, 1999).

A separação poderá ocasionar inúmeras alterações no meio familiar, todavia

as crianças poderão estar bem adaptadas neste ambiente, se os pais souberem

assegurar-lhes um ambiente agradável, longe de situações perturbadoras, das quais

ocasionalmente eram geradas pela disfunção dos pais enquanto casal (CRUZ et al.,

2013). Nesse cenário, os filhos encontram-se expostos a um meio de conflito,

discussões e de insuficientes relações de bem-estar, proporcionados pelos próprios

pais, que em hostilidade um ao outro, causam stress e sobrecarga nas crianças. O

divórcio pode ser um indicativo de saúde mental, levando em conta o esgotamento

que pode proporcionar através de vínculos fracassados entre o casal (CRUZ et al.,

2013).

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4. MÉTODO

4.1 Procedimentos

Para o desenvolvimento deste Trabalho de Conclusão de Curso foi realizada

uma pesquisa bibliográfica, que se constitui em ser um levantamento de referências

bibliográficas, publicadas em meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos

científicos, páginas de web sites. Assim auxiliando o pesquisador conhecer o que já

se pesquisou sobre determinada temática (FONSECA, 2002).

4.2. Delineamento do estudo

Foi realizada uma pesquisa exploratória, não sistemática, com o objetivo de

proporcionar maior proximidade com o problema, buscando torná-lo mais claro para

construir hipóteses. Parte destas pesquisas envolve: levantamento bibliográfico e

análise de exemplos que estimulem a compreensão (GIL, 2007). A pesquisa

também é descritiva e explicativa, na qual se descreve os fatos e fenômenos de

determinado contexto e justifica os fatores que determinam ou que contribuem para

a ocorrência dos fenômenos (GIL, 2007).

4.3. Sistematização dos resultados

Este estudo foi realizado a partir de pesquisas em livros e bases de dados

eletrônico como SciELO, Lilacs e BVS. Buscaram-se artigos, teses, dissertações e

monografias, utilizando os seguintes termos de busca: “Educação dos filhos”,

“separação conjugal”, “dificuldade em dar limite aos filhos”. Optou-se por termos de

busca ao invés de palavras chaves ou descritores pelo fato deste assunto ser

abrangente e pelo direcionamento do trabalho. Foram recuperados materiais de

todos os períodos, por este ser um tema em constante atualização. Foram

encontrados sessenta e dois artigos nos quais se utilizou quarenta e oito para a

realização do estudo, sendo dezesseis deles para os resultados e discussões.

Como critérios de inclusão foram considerados: estar disposto na integra,

contemplar o objetivo proposto e serem gratuitos. Como critério de exclusão

desconsiderou-se artigos que continham apenas o resumo, artigos em língua

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18

estrangeira e que tivessem fora do objetivo do estudo em discutir aspectos que

envolvam a imposição de normas, regras e limites na infância.

Figura 1.

4.4. Análise de dados

Inicialmente foi realizada uma leitura exploratória a fim de ter proximidade

com os textos. Seguiu-se uma etapa seletiva, leitura analítica e crítica para ordenar

e sintetizar ideias, para posteriormente obter a interpretação do material coletado.

De acordo com Bardin (2009) a análise de conteúdo configura-se como um grupo

organizado de técnicas de análise das comunicações, no qual realiza procedimentos

sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo dos materiais escritos. A análise

de conteúdo diz respeito ao estudo tanto dos conteúdos nas figuras de linguagem,

reticências, entrelinhas, quanto dos manifestos, tornando-se um importante

instrumento na condução da análise dos dados qualitativos, mas deve ser valorizado

enquanto meio e de forma alguma pode ser confundido como finalidade em um

trabalho científico.

Scielo, LILA'S e BVS psi

Termos de busca “Educação dos filhos”, “separação conjugal”,

“dificuldade em dar limite aos filhos".

62 artigos recuperados

48 utilizados para realização do estudo e 16 upara os resultados

e discussões

Critério de inclusão estar disposto na integra, contemplar o objetivo

proposto e serem gratuitos.

Critérios de exclusão: artigos que contém apenas o resumo, artigos em

língua estrangeira e artgos fora do objetivo do estudo.

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19

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Consequêcias da falta de limites

Ao levar em consideração aspectos mencionados no estudo, percebe-se

algumas limitações que ampliam o estabelecimento dos impasses em oferecer

limites por parte dos pais. Pode-se citar o excesso de compromisso, empoderamento

da criança através da intensa vontade de ter um filho, além de eventos estressores

que poderão interferir na função da família (RODRIGUES; TEIXEIRA, 2011). Alguns

autores (RODRIGUES; TEIXEIRA, 2011, FEIJÓ, 2010, TIBA, 1996) concordam que

muitas das dificuldades na educação das crianças são provenientes de falhas

existentes por parte dos pais. Para Tiba (1996), os chamados delinquentes da

sociedade são os filhos que dentro de casa, nunca foram proibidos de nada e que

seus desejos sempre foram realizados, então deslocando as suas vontades para o

meio externo assim fazendo tudo o que querem. Para Feijó (2010) a decepção e

frustração das crianças podem ter conexão com a sua agressividade, pois

encontram fora de casa um mundo desigual ao que lhe foi fornecido pelos pais, em

que até então ela era a “majestade” do lar, tendo tudo o que quisesse sem

contradições.

Passar normas e regras tem relação direta com afeto e proteção para os

filhos, limitando-o de fazer determinadas coisas para o seu próprio bem. A omissão

destas lhes trará insegurança, fazendo com que inflijam regras sociais. Portanto os

indivíduos precisam viver uns com os outros, para que possam aceitar as limitações

de cada sujeito, bem como aceitar os limites (FRELLER, 2001). O esperado não é

que as demais pessoas do meio social coloquem a imposição de normas a sua

maneira nas crianças, mas sim que os pais forneçam. Pois o social vai impor de

forma que cumpra com sua necessidade, por vezes até usando de recursos

impróprios e hostis (FRELLER, 2001).

Outra compreensão dos resultados da pesquisa é o episódio de furto, que

uma criança ou adulto, podem vir a cometer para saciar suas necessidades. O

mundo não vai dar tudo o que o individuo quer, muito pelo contrário, vai apresentar-

lhe limites. Quando o sujeito não adquiriu as regras, este pode tomar outros

caminhos e formas de ter o seu desejo alcançado, usando do roubo para saturar sua

vontade (FRELLER, 2001). Se não aprendeu na infância por intermédio dos pais que

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roubar é errado, a não pegar os objetos dos outros, não irá saber no futuro que o

furto é algo grave e que vai contra aos princípios da ética social (FRELLER, 2001).

Dessa forma por menor que seja o ato de “negar” e “limitar” o filho, respectivamente,

vai ter um valor singular no futuro da criança e de sua ética humana.

Posteriormente os próprios pais poderão tornar-se vítimas dos filhos, quando

pretende de alguma forma transferir a educação que faltou na infância, assim sendo

agredidos fisicamente e verbalmente pelas suas crianças, bem como na pior das

hipóteses acontecerem até mesmo o homicídio (FEIJÓ, 2010). Conforme Silveira e

Wagner (2007), o indivíduo de baixa estima ou até mesmo anti-social, tem

associação com o desleixo dos pais perante erros em proporcionar a educação. A

falta da imposição de regras nas crianças manifestará reflexos em toda a sua vida

social, inclusive na escola. Este é o lugar onde ela vai estar por um longo tempo,

onde possivelmente irá prejudicar o prosseguimento da aula, bem como o seu

aprendizado e a convivência com os colegas, professores e todos os sujeitos

envolvidos. A carência de limites remete a uma demanda que é a desobediência das

regras empregadas pelo meio social, tanto quanto o desrespeito pela outra pessoa

(LA TAILLE, 1999).

Zagury (2003) apresenta alguns impasses e disfunções da ausência de

limites, sendo dentre elas: falta de controle emocional, ataques de raiva, negação da

aceitação dos limites, distúrbios de conduta, desrespeito aos pais, e as demais

pessoas, agressões físicas se não correspondido, até problemas psiquiátricos se há

predisposição.

Por vezes a falta de tempo com a criança, devido aos cuidadores terem que

trabalhar, levando-os a colocarem seus filhos na escola por longo período de tempo

durante o dia, provocando o sentimento de culpa, fazendo-os “compensar” esta

ausência com bens matérias, brinquedos entre outros objetos (RODRIGUES;

TEIXEIRA, 2011). Isto pode fazer com que cresça o padrão de superioridade desta

criança, em ter tudo o que almeja, quando ao mesmo tempo aumenta o grau de

permissividade dos pais em oferecer todas as exigências dos filhos, direcionando

mais uma vez para o problema da falta de limites (PAGGI; GUARESCHI, 2004).

Cabe ao profissional de saúde, auxiliar no tratamento de crianças

transgressoras, resultante de inadequada educação, todavia são mais corretas

disciplinas bem colocadas pelos seus responsáveis do que o esforço do profissional

de psicologia em entender os motivos de desorganização das crianças (FAIA, 2007).

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No ponto de vista de Aramis (2005), encontra-se o bullying como uma circunstância,

comum nestes casos onde as normas e regras falham, principalmente nas escolas.

A agressão é um meio de mostrar domínio interpessoal, entendida também como

qualquer atitude ofensiva, de uma ou mais pessoas para outra, sem motivo, de

forma repetida e proposicional, causando desconforto e sofrimento a quem é

atingido (ARAMIS, 2005). O autor destaca que a falta de limites e a desestrutura

familiar, são as principais causas de crianças que praticam o bullying. Em que

fatores como o não repreendimento em corrigir as crianças quando erradas e

também consequência do desequilíbrio dos pais por advento das condições

desagradáveis que estão expostos (ARAMIS, 2005). É importante ressaltar que a

negação ao cumprimento de normas e regras estabelecidas pela sociedade tem

relação direta com a distorção da realidade praticada pelo sujeito. Portanto a

alteração do meio em que se vive pode levar os futuros adultos a exercerem ações

contra ao que se acredita ser adequada a sociedade, tal como levar para a

marginalização até mesmo ao uso de drogas (FAIA, 2007).

Nessa perspectiva salienta-se o trabalho do profissional de psicologia ao

nortear possibilidades de trabalho junto aos pais e filhos, com ações para mudar os

obstáculos a cerca da educação. A psicoterapia com crianças auxilia na constituição

de bases sólidas e preventivas para a integração mental (MOTTA, 2008).

Similarmente em intervenções com os pais, o terapeuta trabalha em conter a

preocupação dos mesmos, a angústia dos filhos, bem como instruir esses

cuidadores (MOTTA, 2008). O psicólogo deve levar em conta todo o contexto da

criança, desde escola e histórico familiar, procurando estabelecer junto com os

responsáveis por ela, causas as quais desencadearam comportamentos que

levaram a criança ao atendimento psicológico.

5.2 Implicações do processo de separação

A separação conjugal poderá apresentar dificuldades ou contribuições em

promover a educação dos filhos. Os pais podem ficar alterados em seu humor,

devido ao fator de irritação e a série de sentimentos envolvidos no processo de

separação. O casal agora separado deve se adaptar ao novo modelo de família e

aos vestígios afetivos e lembranças associadas ao ex cônjuge. Além disso, habituar-

se ao curto período de tempo com os filhos, problemas financeiros e ao mesmo

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tempo perceber as questões que interferem no posicionamento da promoção de dar

educação, limites e regras para os filhos (CRUZ et al., 2013). Estas mudanças,

podem se manifestar em problemas referentes à educação dos filhos.

O divórcio é um evento que pode ter muitos resultados, dentre os negativos,

como aumento de sintomatologias psicológica, problemas de saúde ou grande

desgosto quando houver indício afetivo, até mesmo traição por parte de um dos

cônjuges (LAMELA; FIGUEIREDO; BASTOS, 2010). As crianças neste quadro de

desajustes, não apenas extorquirão a apreensão vivida pelos pais, como também

poderão ficar a mercê da falta de cobrança e tempo dos seus cuidadoes exaustos

com o desgaste da separação conjugal, afetando diretamente a qualidade e

dedicação associada ao transmitir disciplina, regras normas em geral (LAMELA;

FIGUEIREDO; BASTOS, 2010).

Por outro lado os efeitos positivos que podem surgir na dissociação de um

casal, como o bem estar pessoal, condições de conhecer novas pessoas para se

relacionar que lhes tragam satisfação. Trazendo agradáveis oportunidades de viver,

tanto para os pais divorciados, quanto para os filhos que, por conseguinte não

sofrerão os impactos prejudiciais de uma família nociva (LAMELA; FIGUEIREDO;

BASTOS, 2010).

De acordo com Cruz et al (2013), se a criança crescer em um ambiente

nocivo de constantes brigas entre o casal, ela estará passando pelo risco de subtrair

as angústias e desgostos dos pais. Esta ainda não tem maturidade para entender a

situação, manifestando assim problemas citados ao longo do estudo como

perturbações no desenvolvimento emocional e mental da criança, que trazem

consequência por toda a vida do individuo. Embora o casal continuasse forjando um

casamento por causa do filho seria impossível conservar um vínculo saudável com o

parceiro devido o enfraquecimento da relação conjugal (CRUZ at al., 2013).

No entanto, o divórcio deve ser visto por diferentes dimensões, pois nem

sempre irá causar danos aos filhos, mas sim pode ser um promotor de saúde mental

para os mesmos. Deste modo, esse fenômeno poderá até ser considerada a melhor

estratégia para os pais mudarem sua qualidade de vida em prol da satisfação dos

membros da família (CRUZ et al., 2013).

De acordo com Cruz et al (2013), quando as crianças mantém contato direto

com os seus pais divorciados, elas constituem um alto nível de compreensão e

adaptação, aprimorando a sua vida adulta mais cedo. Convivendo e participando do

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cotidiano dos pais, em casas separadas, faz com que elas não deixem de

estabelecer o grau de apego. Filhos em condições sadias de educação, fornecidas

pelos ex cônjuges, ajustar-se-ão bem a circunstâncias novas, podendo enfrentar,

decepções e lidar com limites (AGUIAR, 2009).

Neste cenário destaca-se a importância das relações que pais e filhos

constituíram com o tempo dentro do núcleo familiar, sobre os efeitos que eles

fornecem para o desenvolvimento nas fases das crianças nos contextos sociais dela,

dentro outros fatores do seu estabelecimento a psique (GRZYBOWSKI; WAGNER,

2010). Assim sendo, dependendo de como os pais exerciam suas funções com os

filhos, o divórcio poderá tornar-se apenas uma particularidade que não deu certo na

família, bem como outros problemas comuns do dia a dia (GRZYBOWSKI;

WAGNER, 2010). Para Grzybowski; Wagner (2010) os pais precisam usar o diálogo

e serem francos com os filhos, sobre a sua separação, para que, no entanto a

interação entre pais-filhos continue, e de maneira alguma percam o domínio de

educar e abandonar o paradigma de dar limites para as crianças na qualidade

anterior ao divórcio.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa trouxe um dos assuntos de evidência na atualidade, sendo ele

os obstáculos que os pais encontram em estabelecer educação aos filhos,

envolvendo a supressão de “limites”, bem como o enredo disposto na separação dos

cônjuges pertinente ao atribuir regras e normas, em síntese a educação para as

crianças. No decorrer deste estudo foi realizado um apanhado das mudanças

ocorridas na família, à criança que se torna a “figura imponente” da casa, bem como

o contexto dos pais divorciados. A partir do estudo, conceituou-se o quanto os pais

são significantes e tem valor singular na educação dos filhos, do quanto “normas” e

“limites” utilizados pelos pais são expressivos em muitas das fases e atividades na

vida da criança.

A debilidade por parte dos pais em retroceder a uma decisão tomada com

relação à disciplina dos filhos é um fator corriqueiro na família. Os achados deste

estudo vão ao encontro dos autores Faia, (2007) e Zagury (2003) que explanam que

o ideal seria que os pais se mantivessem “firmes”, sem alteração de comportamento

e de voz, se posicionando quando estão impondo regras aos filhos. Os pais devem

lembrar-se de cumprir os limites também, como por exemplo, o de respeitar os

próprios pais e ser capaz de compreender que não podem executar tudo o que

querem, sendo eles o espelho para seus herdeiros, assim poderão ter o respeito e

afeto dos mesmos.

As crianças levam para o externo as regras que aprendem na convivência do

lar, uma delas seria a falta da autonomia dos pais em colocar regras precisas.

Dentro de casa a criança visualiza a maneira de como vai portar-se fora dela com as

demais pessoas. Todo e qualquer aprendizado destinado aos filhos é de encargo

dos seus cuidadores. A maneira que se educa, constituirá futuramente parte do

caráter do indivíduo. Por vezes o que se recebe em abundância torna-se de alguma

forma nocivo, assim como oferecer aos filhos recursos desnecessários e sem

sentido, apenas por que elas os desejam.

A pesquisa mostrou o abundante cenário de adversidades e impasses dentro

de uma família em associação a algo tão intrínseco, bastante mencionado. Todo

indivíduo precisa de angústias e frustrações indispensável para conseguir sobreviver

no futuro, pois nem sempre vai dispor do “sim” que se ouve dos pais na sociedade.

O ambiente longe deles requer cautela e considerável restrição para tornar a sua

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convivência coerente com o exposto pelo corpo social. Este vem a apoiar na

construção da subjetividade e caráter civilizatória das crianças, futuros adultos,

resguardando, reduzindo os danos e hostilidades que poderão surgir pertinentes a

qualidade de dar educação e instruir uma criança. Não é considerado “anormal” pais

terem resistência em contrariar suas crianças, pois como destacado no transcorrer

do estudo encontram alguns impasses, que em muitos casos é laboroso demais

para sustentar o considerado “ideal” para a educação.

Por conseguinte o divórcio dos pais poderá trazer algumas dificuldades, na

vida dos filhos. Posteriormente influenciarão no âmbito educacional da criança,

ocasionando desajustes futuros na vida social. Os pais por apresentarem

conturbações devido o desprendimento do casamento, por vezes não saberão lidar

com o novo meio de relacionar-se separado do cônjuge. O efeito do divórcio pode

deixar marcas relativamente desorganizadoras nos pais, desconcertando o

procedimento em educar as crianças. Porém nem sempre o divórcio é algo

catastrófico, na pesquisa do estudo pode-se visualizar que em algumas situações

ele vem para colaborar com o bom andamento e considerável condição de vida.

Ninguém deseja que um filho seja uma criança infeliz, colecionadora de

aflições, principalmente um ser menosprezado pela sociedade pela condição de não

respeitar os limites e as normas expostas pela comunidade, ou um futuro

delinquente, proporcionador de furtos e agressões pelo ato de não ter herdado os

limites dos pais.

Pesquisar o tema, para a elaboração do estudo, foi de promoção e ampliação

de conhecimento da temática mencionada. Podem-se adquirir distintas formas de

pensar o porquê das consequências e implicações de uma questão que causa muito

desconforto a todos os envolvidos, quando se perdura erros na sua prática. Além de

dispor da certeza de que muitos dos pais precisam de apoio para enfrentar os

desajustes do sistema familiar ou refletir o dano que podem causar aos seus

herdeiros se continuarem seguindo sempre pelas mesmas circunstâncias em

ensinar.

Deste modo, indica-se, nestes casos, que a família busque assistência

psicológica, a qual fornecerá apoio ao cenário familiar. Um profissional é capaz de

trabalhar com estabelecida demanda correspondendo a alguém que observa as

disfunções da família de fora e por outro domínio. Construindo juntamente com eles

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meios, delineamentos e orientando como podem favorecer uma melhor relação,

resultando em pais preparados para exercer suas posições na educação dos filhos.

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