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FACULDADE IMED PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL NÍVEL MESTRADO JÚLIA HENRICH STEFENON CARACTERIZAÇÃO DOS EDIFÍCIOS E AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO TÉRMICO DE ESCOLAS DA REDE ESTADUAL DE PASSO FUNDO/RS PASSO FUNDO/RS 2019

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FACULDADE IMED

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

NÍVEL MESTRADO

JÚLIA HENRICH STEFENON

CARACTERIZAÇÃO DOS EDIFÍCIOS E AVALIAÇÃO DO

DESEMPENHO TÉRMICO DE ESCOLAS DA

REDE ESTADUAL DE PASSO FUNDO/RS

PASSO FUNDO/RS

2019

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JÚLIA HENRICH STEFENON

CARACTERIZAÇÃO DOS EDIFÍCIOS E AVALIAÇÃO DO

DESEMPENHO TÉRMICO DE ESCOLAS DA

REDE ESTADUAL DE PASSO FUNDO/RS

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil, pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Faculdade IMED

Orientador (a): Prof. Dr. Daniel Cóstola

Co-orientador (a): Prof. (a) Drª. Luciana Oliveira Fernandes

Passo Fundo/RS

2019

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CIP – Catalogação na Publicação

S816c STEFENON, Júlia Henrich

Caracterização dos edifícios e avaliação do desempenho térmico de escolas da rede estadual de Passo Fundo/RS / Júlia Henrich Stefenon. – 2019.

173 f., il.; 30 cm. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Faculdade IMED, Passo

Fundo, 2019. Orientador: Prof. Dr. Daniel Cóstola. Coorientador: Profª. Drª. Luciana Oliveira Fernandes.

1. Conforto térmico – Edifícios. 2. Edificios – Desempenho térmico em escolas. 3. Ambiente educacional – Arquitetura. I.CÓSTOLA, Daniel, orientador. II. FERNANDES, Luciana Oliveira, coorientadora. III. Título.

CDU: 697

Catalogação: Bibliotecária Angela Saadi Machado - CRB 10/1857

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Dedico esse trabalho a minha família! Ela é a raiz de

quem somos, representa o amor, proteção, força e

sabedoria!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me guiar e proteger em cada ida a Passo Fundo/RS no

primeiro semestre letivo do ano de 2017, quando estava carregando mais uma vida

em mim. Ao meu querido filho Francisco, que com menos de 30 dias teve de lidar com

minha ausência em algumas noites para que eu pudesse assistir às aulas, e

principalmente à minha família, que foi minha rede de apoio nesses momentos. Ao

meu querido marido, Manoel Osório Albuquerque Filho pelo amor e ajuda em muitos

momentos durante o mestrado. À bolsista Katiane Reis pelo auxílio na coleta de

dados. Aos queridos professores, pelos ensinamentos em cada disciplina. Aos meus

orientadores Daniel Cóstola e Luciana Oliveira Fernandes, pela paciência e ajuda para

conduzir esse projeto de mestrado com sabedoria.

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RESUMO

Os estudos sobre desempenho térmico em espaços escolares são importantes para

compreender o impacto da arquitetura nas atividades desenvolvidas nos ambientes

educacionais. Dessa forma, esta pesquisa teve o intuito de realizar um panorama geral

sobre o estoque de edificações escolares públicas de ensino médio de Passo Fundo/RS,

além de testar um novo indicador de desempenho, o Voto de Sensação Térmica

Sazonal (Seasonal Thermal Sensation Vote, ou S-TSV). O S-TSV avalia o desempenho

térmico de forma intuitiva, e através dele busca-se caracterizar a percepção dos

usuários em relação ao conforto térmico em salas de aula. Este estudo foi realizado por

meio de uma pesquisa de campo, com aplicação de questionários e participação

voluntária de 764 alunos, de 14 a 22 anos, além de alguns professores e diretores em

10 escolas de diferentes bairros do município. A coleta de dados teve enfoque em três

tipos de variáveis: caraterização das escolas; desempenho térmico (sala de aula e casa

dos alunos); e relação entre desempenho térmico e escolar. Após a coleta de dados, as

variáveis propostas na pesquisa foram correlacionadas com alguns parâmetros,

avaliados como: densidade por ocupação; área das salas de aula; área dos vãos de

aberturas para ventilação; dispositivos de sombreamento; posição solar; presença de ar

condicionado e ventiladores, entre outros. Os principais resultados obtidos

demonstraram que grande parte das escolas possui desempenho térmico insafisfatório.

O estudo também indicou que, dentro dessa mesma amostra, as casas dos alunos

apresentam um desempenho térmico melhor do que os edifícios escolares, ainda que

sujeitos às mesmas condições climáticas. Tal resultado indica que os ocupantes podem

ajustar suas roupas e atividades em resposta aos problemas de desempenho térmico,

considerando que na escola essa ação é, de certa forma, limitada. Foi identificado ainda

que, tanto no verão como no inverno, a melhoria no desempenho térmico em salas de

aula com ar-condicionado é pouco expressiva, ou seja, ter ar-condicionado nas salas de

aula não está melhorando significativamente a qualidade térmica do ambiente.

Referente ao desempenho escolar, foi possível identificar indícios de que os alunos em

maior desconforto, independentemente da estação, apresentam desempenho escolar

menor. Acredita-se que esses indícios devam ser investigados com maior profundidade

em futuros trabalhos.

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Palavras-chave: Desempenho Térmico. Desempenho Escolar. Conforto Térmico.

Instituições de Ensino. Voto de Sensação Térmica Sazonal.

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ABSTRACT

Studies on thermal performance in school spaces are important to understand the

impact of architecture on activities developed in educational environments. In this way,

this research had the intention to make a general panorama on the stock of high school

public buildings of Passo Fundo / RS, besides testing a new performance indicator, the

Seasonal Thermal Sensation Vote, or S-TSV). The S-TSV evaluates the thermal

performance in an intuitive way and through it it was aimed to characterize the

perception of the users in relation to the thermal comfort in classrooms. This study was

carried out through a field survey with application of questionnaires and with the

voluntary participation of 764 students from 14 to 22 years old, besides some teachers

and directors of 10 schools from different districts of the municipality. Data collection

focused on 3 types of variables: characterization of schools; thermal performance

(classroom and student home) and the relationship between thermal and school

performance. After data collection, the variables proposed in the research were

correlated with some parameters such as: density per occupation; classroom area;

area of vents of ventilation openings; shading devices; solar position; presence of air

conditioning and fans, among others. The main results show that most of the schools

have unstable thermal performance. The study also indicated that, within this same

sample, the homes of the students present a better thermal performance than the

school buildings, although under the same climatic conditions. This result indicates that

occupants can adjust their clothing and activities in response to thermal performance

problems, considering that in school this action is somewhat limited. It was also

identified that, in summer and winter, the improvement in thermal performance in air-

conditioned classrooms is not very expressive, that is, having air-conditioning in

classrooms is not significantly improving the thermal quality of the environment.

Regarding school performance, it was possible to identify indications that students in

greater discomfort, independently of the season, present lower school performance. It

is believed that these clues should be investigated further in future work.

Key-words: Thermal Performance. School performance. Public Institutions. Thermal

comfort. Seasonal Thermal Sensation Vote.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Representação esquemática das condições de conforto térmico em um

ambiente real. ............................................................................................................ 29

Figura 2 - Esquema de edificação com salas de aula distribuídas através de corredor

central. ...................................................................................................................... 35

Figura 3 - Esquema de edificação com salas de aula distribuídas através de corredor

lateral ........................................................................................................................ 35

Figura 4 - Esquema de edificação com laboratórios distribuídos através de corredor

lateral e centro de salas de aula em torno da biblioteca..............................................35

Figura 5 - Esquema de edificação escolar com salas de aula abertas em torno de

espaço multiuso ......................................................................................................... 35

Figura 6 - Esquema de edificação com salas de aula em espaço aberto com uso

flexível em torno de área de estudos individuais e centro de recursos didáticos....... 35

Figura 7 - Proposta de planta baixa para módulos de escolas de ensino médio

apresentando ambientes variados para acomodar a metodologia “team teaching”

(equipe de ensino). .................................................................................................... 36

Figura 8 - Apresentação dos resultados do S-TSV ................................................... 41

Figura 9 - Faixas de temperatura operativa aceitáveis para espaços naturalmente

ventilados (Ashare Standard 55-2010). ..................................................................... 44

Figura 10 – Mapa de Localização de Passo Fundo/RS ............................................. 53

Figura 11 – Imagem de satélite com localização das escolas ................................... 55

Figura 12 – Frequência de alturas de pé-direito nas salas de aula ........................... 68

Figura 13 – Imagens de uma sala de aula com PD baixo e outra PD alto ............... 69

Figura 14 – Ventilação Cruzada e Unilateral ............................................................. 70

Figura 15 – Salas de Aula com ventilação Cruzada e Ventilação Unilateral ............. 71

Figura 16 – Situação de abertura para ventilação obstruídas. .................................. 72

Figura 17 – Situação de ventilação unilateral ............................................................ 72

Figura 18 – Imagens onde as salas de aula possuem ventilação cruzada ................ 72

Figura 19 – Percentuais de aberturas dividido em 4 intervalos ................................. 74

Figura 20 – Distribuição da frequência dos pisos encontrada nas salas de aula. ..... 75

Figura 21 – Imagens das salas de aula com piso em parquet .................................. 75

Figura 22 – Imagens das salas de aula com piso em tábua de madeira e piso

cerâmico .................................................................................................................... 76

Figura 23 – Frequência dos tipos de teto e/ou revestimentos de forros encontrados

nas salas de aula ...................................................................................................... 77

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Figura 24 – Imagens das salas de aula com teto em laje. ......................................... 78

Figura 25 – Imagens das salas de aula com teto em laje. ......................................... 78

Figura 26- Imagens das salas de aula com forro em PVC. ....................................... 78

Figura 27 – Porcentagem de salas de aula com ar - condicionado, ventiladores e

sem equipamentos. ................................................................................................... 80

Figura 28 – Imagens com as posições dos equipamentos de ar-condicionado nas

salas de aula ............................................................................................................. 80

Figura 29 – Imagens das salas de aula com ventiladores de parede e teto .............. 80

Figura 30 – Imagens do fluxo de ar induzido por um ventilador ................................ 81

Figura 31 – Imagem demonstra a circulação de uma sala de aula com um único

ventilador ................................................................................................................... 82

Figura 32 – Dispositivos de Sombreamento Interno .................................................. 84

Figura 33 – Imagens das salas de aula com cortinas e persianas. ........................... 84

Figura 34 – Vidros pintados para bloquear o excesso de iluminação ........................ 85

Figura 35 – Imagens das venezianas internas e de uma sala de aula sem cortinas,

mas protegida do sol por uma camada arborizada .................................................... 85

Figura 36 - Salas de Aula e Posições Solares........................................................... 86

Figura 37- Frequência do uso de Ar-condicionado – VERÃO/ INVERNO ............... 106

Figura 38 – Frequência do uso do Ventilador – VERÃO/ INVERNO ....................... 107

Figura 39 - Eficiência da Ventilação na Sala de aula segundo os alunos para verão e

inverno .................................................................................................................... 111

Figura 40 – Operação das janelas. ......................................................................... 111

Figura 41 – Desempenho Escolar Geral ................................................................. 126

Figura 42 – Questionário Aplicado para os Alunos .................................................. 153

Figura 43 – Questionário Modelo 02 aplicado aos alunos (layout reformulado). ..... 154

Figura 44 – Questionário aplicado com os professores. .......................................... 155

Figura 45 – Questionário do Pesquisador. .............................................................. 156

Figura 46 – Imagens da Fachada Principal da Escola Protásio Alves ..................... 158

Figura 47 – Imagens Internas das Salas de aula .................................................... 158

Figura 48 – Fachada Principal Colégio Fagundes dos Reis .................................... 159

Figura 49 – Imagens internas das salas de aula. .................................................... 159

Figura 50 – Imagens do corredor e parte interna da sala onde demonstra as

venezianas. ............................................................................................................. 159

Figura 51 – Imagens da Fachada Principal do Colégio Tiradentes ......................... 160

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Figura 52 - Imagens das salas de aula e circulação de acesso as salas de aula ...161

Figura 53 – Imagem da Fachada Principal da Escola ENAV ................................... 162

Figura 54 – Imagens internas das salas de aula e circulação de acesso as salas. 162

Figura 55 – Imagens da Fachada principal da Escola Cecy Leite da Costa ............ 163

Figura 56 – Imagens das salas de aula e corredor de acesso as salas. ................. 163

Figura 57 – Imagem da Fachada Principal da Escola Maria Dolores e corredor de

acesso as salas de aula .......................................................................................... 164

Figura 58 – Imagens das salas de aula. .................................................................. 164

Figura 59 – Imagem da Casinha. Sala improvisada para abrigar os alunos do terceiro

ano. ......................................................................................................................... 165

Figura 60 – Imagens da Fachada Principal e lateral da Escola Maria Eulina .......... 166

Figura 61 – Imagens da entrada da escola e acesso as salas de aula ................... 166

Figura 62 – Imagem das salas de aula. ................................................................... 167

Figura 63 – Imagem do pátio central com acesso as salas de aula do Prédio 01

(mais antigo). ........................................................................................................... 168

Figura 64 – Imagens internas das salas de aula do Prédio 01 ................................ 168

Figura 65 – Imagens da fachada do Prédio 02 (mais recente). ............................... 168

Figura 66 – Imagens internas das salas de aula do Prédio 02 ................................ 169

Figura 67 – Imagens do corredor de acesso as salas, e as aberturas que fazem a

ventilação cruzada das salas de aula. ..................................................................... 169

Figura 68 – Fachada Principal da Escola Alberto Pasqualini .................................. 170

Figura 69- Imagens internas das salas de aula e corredor de acesso as salas ...... 171

Figura 70 – Imagem de um antigo depósito que foi adaptado para acolher os alunos

de terceiro ano ........................................................................................................ 171

Figura 71 – Imagens das Fachada Principal e Lateral da Escola Antonino Xavier. 172

Figura 72 – Imagem do acesso as salas a Leste e imagens internas da salas de

aula. ........................................................................................................................ 173

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Temperatura Média Anual (°C) ................................................................ 54

Gráfico 2 - Densidade por ocupação por escola. ...................................................... 67

Gráfico 3 – Votos de Sensação Térmica Sazonal: PD Alto x PD Baixo ..................... 69

Gráfico 4 - Panorama geral sobre S-TSV no verão nas salas de aula. ..................... 91

Gráfico 5 – Panorama geral sobre S-TSV no inverno na sala de aula ...................... 92

Gráfico 6 – Produtividade x Temperatura .................................................................. 92

Gráfico 7 – Panorama geral S-TSV no verão em casa .............................................. 94

Gráfico 8 - Panorama Geral S-TSV no inverno em Casa .......................................... 95

Gráfico 9 – S-TSV Verão - Por Escola ...................................................................... 97

Gráfico 10 - S-TSV Inverno - Por Escola ................................................................... 98

Gráfico 11 – Densidade por Ocupação x Votos de desconforto - Verão ................... 99

Gráfico 12 – Densidade por Ocupação x Votos de desconforto - Inverno ............... 100

Gráfico 13 - Densidade por ocupação x Votos de conforto- Verão.......................... 101

Gráfico 14 - Densidade por ocupação x Votos de conforto- Inverno ....................... 101

Gráfico 15 - Distribuição S-TSV verão em salas de aula com e sem equipamentos –

Verão ....................................................................................................................... 104

Gráfico 16 – Distribuição S- TSV inverno em salas de aula com e sem equipamentos

– Inverno ................................................................................................................. 105

Gráfico 17 – Ventilação e S-TSV no verão .............................................................. 109

Gráfico 18 – Ventilação e S-TSV no inverno ........................................................... 110

Gráfico 19 - Relação dos Voto de Sensação Térmica Sazonal e resistência térmica

da vestimenta- Verão ............................................................................................. 114

Gráfico 20 - Relação dos Voto de Sensação Térmica Sazonal e resistência térmica

da vestimenta - Inverno ........................................................................................... 115

Gráfico 21 – Votos de Muito Frio/Frio 3º e 4º Quartil ............................................... 116

Gráfico 22 - S-TSV e posição solar verão ............................................................... 117

Gráfico 23 – S-TSV e posição solar inverno ............................................................ 118

Gráfico 24- Área envidraçada x votos de desconforto – verão ................................ 119

Gráfico 25 - Área envidraçada x votos de desconforto – inverno ............................ 120

Gráfico 26 – Área envidraçada x votos de conforto – verão .................................... 121

Gráfico 27 – Área envidraçada x votos de conforto – inverno ................................. 121

Gráfico 28 – Desempenho Escolar por Escola ........................................................ 127

Gráfico 29 – Desempenho Escolar e S-TSV Verão ................................................. 128

Gráfico 30 – Desempenho Escolar e S-TSV Inverno .............................................. 129

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Gráfico 31 – Relação Desempenho Escolar e Equipamentos ................................. 130

Gráfico 32 – Relação Ventilação e Desempenho Escolar ....................................... 131

Gráfico 33 – Desempenho Escolar e resistência térmica da vestimenta - Verão .... 133

Gráfico 34 – Desempenho Escolar e resistência térmica da vestimenta - Inverno .. 134

Gráfico 35 – Desempenho Escolar por Posição Solar ............................................ 135

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Padronização de ambientes escolares determinados pela FDE ............. 37

Tabela 2 – Escala de sensação térmica utilizadas pelo método PMV/PPD .............. 43

Tabela 3 – Dados e Características das Escolas ...................................................... 66

Tabela 4 – Propriedade térmicas dos materiais utilizados para cobertura ................ 77

Tabela 5 – S-TSV Verão – Por escola ....................................................................... 96

Tabela 6 – S-TSV Inverno - Por escola ..................................................................... 97

Tabela 7 – Votos de desconforto para verão e inverno ........................................... 100

Tabela 8 – Votos de conforto para verão e inverno ................................................. 101

Tabela 9 – Distribuição dos percentuais de resistência térmica da vestimenta no

verão ....................................................................................................................... 113

Tabela 10 – Votos de desconforto para verão e inverno ......................................... 120

Tabela 11 – Votos de conforto ................................................................................ 121

Tabela 12 – Desempenho Escolar – Por Escola ..................................................... 127

Tabela 13 - Desempenho Escolar e S-TSV Verão .................................................. 128

Tabela 14 - Desempenho Escolar e S-TSV Inverno ................................................ 129

Tabela 15 – Relação do Desempenho Escolar e “clo” Verão .................................. 133

Tabela 16 - Relação do Desempenho Escolar e resistência térmica da vestimenta -

Inverno .................................................................................................................... 134

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LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AVAC Aquecimento, ventilação e Ar-condicionado

ASHARE American Society of Heating, Refrigerating and Ar-Conditioning

Engineers

CTBM Colégio Tiradentes da Brigada Militar

CRA Construção Restrita da Aprendizagem

CPA Construção Parcial da Aprendizagem

CSA Construção Satisfatória da aprendizagem

CLO Unidade da resistência térmica da vestimenta, em clo

EJA Ensino de Jovens e Adultos

ENAV Escola Nicolau Vergueiro

EN Norma Europeia

FDE Fundação de Desenvolvimento Escola

IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

INEP Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

ISO International Standard Organization

NBR Normas Brasileiras de Regulação

QIA Qualidade Ambiental Interna

PMV Voto Médio Estimado (Predicted Mean Vote)

PPD Porcentagem Estimada de Insatisfeitos (Predicted Percentage of

Dissatisfied)

PPDA Plano Pedagógico de Apoio Didático

PD Pé-direito

S-TSV Voto de Sensação Térmica Sazonal

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 20

1.1 Tema .......................................................................................................................... 21

1.2 Delimitação do Campo de Pesquisa ....................................................................... 21

1.3 Limitações do Trabalho ........................................................................................... 22

1.4 Objetivos ................................................................................................................... 22

1.5 Abordagem metodológica ....................................................................................... 23

1.6 Estrutura da Dissertação ......................................................................................... 23

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: REVISÃO DE LITERATURA ................................. 25

2.1 Conforto Térmico: Histórico .................................................................................... 25

2.2 Conforto Térmico: Conceito .................................................................................... 27

2.3 Arquitetura Escolar .................................................................................................. 32

2.4 Técnica de Medição de Desempenho Térmico: Método S-TSV (Votos de Sensação Térmica Sazonal) .................................................................................... 38

2.5 Descrição das Normas de Conforto Térmico ......................................................... 43

2.6 Conforto Térmico Segundo Modelos: Estático e Adaptativo ............................... 44

2.7 Estudos sobre Conforto Térmico e Produtividade ................................................ 46

2.8 Conclusões ............................................................................................................... 51

3 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................... 53

3.1 Localização dos edifícios estudados ..................................................................... 53

3.2 Objeto de Estudo (Escolas participantes da pesquisa) ........................................ 54

3.3 Método....................................................................................................................... 56

3.4 Experimento e Abordagem Metodológica .............................................................. 57

3.5 Variáveis Analisadas ................................................................................................ 59

3.6 Estudo de campo ..................................................................................................... 59

3.7 Organização dos Questionários ............................................................................. 60

3.8 Considerações Éticas e de Privacidade dos dados coletados ............................ 61

4 RESULTADOS: PANORAMA GERAL - CARACTERIZAÇÃO DAS ESCOLAS E SALAS DE AULA ...................................................................................................... 62

4.1 Caracterização Geral da Pesquisa .......................................................................... 62

4.2 Apresentação e Caracterização das Escolas e Salas de Aula ............................. 63

4.3 As Salas de Aula ...................................................................................................... 64

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4.4 Conclusões ............................................................................................................... 87

5 ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO ................................................................. 89

5.1 Análise do Desempenho Térmico - Voto de Sensação Térmica Sazonal (S- TSV) Geral - SALA DE AULA ............................................................................................ 89

5.2 Análise do Desempenho Térmico - Voto de Sensação Térmica Sazonal (S- TSV) Geral - CASA ............................................................................................................. 93

5.3 Análise do Desempenho Térmico - Voto de Sensação Térmica Sazonal (S- TSV) por Escola ................................................................................................................. 95

5.4 Relação entre Densidade de Ocupação e Desempenho Térmico ........................ 98

5.5 Relação entre salas com equipamentos e Desempenho Térmico ..................... 102

5.6 Relação entre Ventilação e Desempenho Térmico .............................................. 108

5.7 Relação entre a Vestimenta e Desempenho Térmico ......................................... 112

5.8 Relação entre a Posição Solar e Desempenho Térmico ..................................... 116

5.9 Relação entre Área Envidraçada e Desempenho Térmico ................................. 118

5.10 Conclusões ...................................................................................................... 122

6 ANÁLISE DO DESEMPENHO ESCOLAR .............................................................. 124

6.1 Desempenho Escolar Geral ................................................................................... 125

6.2 Desempenho Escolar por Escola .......................................................................... 126

6.3 Relação dos Votos de Sensação Térmica Sazonal e Desempenho Escolar ..... 127

6.4 Relação entre Salas com Equipamentos (ventilador, ar-condicionado e salas sem nenhum equipamento) e Desempenho Escolar ........................................... 129

6.5 Relação entre Ventilação e Desempenho Escolar ............................................... 130

6.6 Relação entre Vestimenta e Desempenho Escolar ............................................. 132

6.7 Relação entre a Posição Solar Geral e Desempenho Escolar Geral .................. 134

6.8 Conclusões ............................................................................................................. 135

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 137

7.1 Discussões ............................................................................................................. 137

7.2 Conclusões ............................................................................................................. 138

7.3 Direção para Próximas Pesquisas ........................................................................ 139

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 141

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIOS APLICADOS NA PESQUISA DE CAMPO ............ 152

APÊNDICE B - PANORAMA GERAL COM A CARACTERIZAÇÃO DAS ESCOLAS . 157

1 Escola Estadual De Ensino Médio Protásio Alves: ............................................. 157

2 Colégio Estadual Joaquim Fagundes Dos Reis: ................................................. 158

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3 Colégio Tiradentes Da Brigada Militar - Passo Fundo/RS: ................................. 160

4 Escola Estadual De Educação Básica Nicolau De Araújo Vergueiro (ENAV): .. 161

5 Instituto Estadual Cecy Leite Costa (CECY): ....................................................... 162

6 Escola Estadual De Ensino Médio Maria Dolores Freitas Barros: ..................... 163

7 Escola Estadual De Ensino Médio Professora Eulina Braga: ............................ 165

8 Escola Estadual De Ensino Médio Adelino Pereira Simões: .............................. 167

9 Escola Estadual De Ensino Médio Alberto Pasqualini: ....................................... 169

10 Escola Estadual De Ensino Médio Antonino Xavier E Oliveira: ......................... 171

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1 INTRODUÇÃO

Uma das funções dos espaços construídos é atender ao bem-estar do ser

humano, de modo que ele possa desenvolver suas atividades com conforto em todos

os aspectos sensoriais (LABAKI e BUENO-BARTHOLOMEI, 2001). Condições de

microclima saudáveis e confortáveis são essenciais para qualquer tipo de ambiente, e

em particular para as escolas. O espaço escolar, muitas vezes, compreende uma

categoria de edifícios em que um alto nível de qualidade ambiental pode melhorar

consideravelmente a atenção, concentração, aprendizado e performance dos usuários

(BRIGITTE et al., 2016).

Nesse sentido, as concepções modernas de organização e produção geradas

pela globalização trouxeram novas preocupações, que se transformaram em temas

de estudo relacionados ao conforto ambiental, como eficiência energética, saúde

ocupacional e produtividade (LAMBERTS, 2014). Tem-se observado que nos últimos

10 anos o tema ganhou força, e houve um aumento significativo de pesquisas nessa

área e em diferentes contextos, extrapolando os conceitos de engenharia e

arquitetura, e emergindo para campos como psicologia e sociologia. O Brasil

apresenta uma tendência crescente em estudos e pesquisas relacionadas ao conforto

ambiental, mas é em trabalhos realizados na China que se encontram um número

expressivo de publicações e produções científicas (ARENHARDT e WANDER, 2018).

O conforto térmico também tem efeito significativo no bem-estar das pessoas,

independentemente do local. Ao analisar um ambiente de trabalho, por exemplo,

verifica-se que uma situação de desconforto térmico pode afetar diretamente o

rendimento de um trabalhador (BARBHUIYA e BARBHUIYA, 2013). Da mesma forma,

o desconforto pode afetar o desempenho dos usuários em edificações de ensino, uma

vez que o espaço escolar se configura como elemento fundamental para a formação

do ser humano. A busca pela harmonia entre usuário e ambiente é uma questão que

deve ser cuidadosamente analisada, pois deve haver uma interação entre espaço

físico, atividades pedagógicas e comportamento humano (ELALI, 2003).

Ressalta-se que a edificação escolar é um equipamento importante no contexto

social, cultural e econômico de um país por proporcionar condições de ensino à

população. No Brasil, a escola tem sido não apenas uma fonte de ensino,

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mas transformou-se em um polo de assistência social. Nessas condições, o prédio

escolar abriga funções variadas, muitas vezes não contempladas no programa

arquitetônico original. A função principal é a formação básica da população futura do

país, porém essa função é ampliada e em muitos momentos substituída por funções

sociais e assistenciais, transmitindo conhecimentos socialmente importantes (LABAKI

e BUENO-BARTHOLOMEI, 2001).

A rede estadual de ensino médio participa com mais de 97% da matrícula na

rede pública, evidenciando que o ensino médio é predominantemente de

responsabilidade dos governos estaduais e do Distrito Federal (INEP, 2017). Além

disso, percebe-se a importância de estudar e compreender questões de conforto

ambiental dessas edificações a fim de contribuir com uma educação de qualidade.

Portanto, encontrar a relação entre conforto térmico, desempenho dos

ocupantes e produtividade no ensino-aprendizagem das escolas da rede pública é de

extrema importância para o avanço social e econômico. As reações fisiológicas

desses alunos podem ser afetadas quando expostos a ambientes não adequados ao

clima, o que pode prejudicar a qualidade do ensino (NOGUEIRA et al., 2005;

MENDELL e HEATH, 2002).

Considerando a importância da temática, este estudo irá investigar o

desempenho térmico em salas de aula sob o ponto de vista dos usuários,

correlacionando-o com o desempenho escolar em Instituições Públicas Estaduais de

Ensino Médio de Passo Fundo/RS, além de fazer um panorama geral do estoque de

edificações escolares.

1.1 Tema

Investigação do desempenho térmico de edificações escolares sob o ponto de

vista dos usuários a fim de analisar se as condições do ambiente refletem na

performance dos alunos.

1.2 Delimitação do Campo de Pesquisa

O presente trabalho estabelece e limita-se a avaliar aspectos de desempenho

térmico de edificações escolares sob ponto de vista do usuário em instituições

estaduais de ensino médio em atividade escolar. O trabalho também caracteriza as

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escolas estudadas no que tange os elementos que mais afetam o desempenho

térmico do ambiente construído.

1.3 Limitações do Trabalho

Tendo em vista a imensa gama de situações e características que podem ser

coletadas e o caráter multivariado que pode compor um trabalho como este, as

principais limitações são de caráter temporal e de infraestrutura. Temporal, pois

determinou-se fazer um panorama geral, ou seja, fazer a pesquisa em muitas escolas.

De infraestrutura, de equipamentos para medições (umidade, temperatura, velocidade

do ar), pois não se dispõe da quantidade necessária para a realização, deixando para

futuras pesquisas a base de dados e a incumbência desse trabalho. Portanto, não

foram realizadas medições in loco, uma vez que as mesmas seriam inviáveis

considerando a grande amostra adotada nesta pesquisa (em face das limitações de

tempo e recursos típicas de um projeto de mestrado).

1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivo Geral

Realizar um panorama geral sobre desempenho térmico oferecido por edifícios

escolares sob o ponto de vista dos usuários em um curto espaço de tempo e a

correlação com o desempenho escolar.

1.4.2 Objetivos Específicos

Caracterização e análise geral do estoque de edifícios escolares de 2º grau

de Passo Fundo/RS (10 escolas).

Testar um novo indicador, o S-TSV – Voto de Sensação Térmica Sazonal

(CÓSTOLA, 2019) e através dele:

o Analisar o desempenho térmico nas escolas e casas dos alunos;

o Analisar o desempenho escolar dos alunos em relação ao

desempenho térmico da sala.

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Observação: A caracterização e análise geral das escolas refere-se a uma visão global

dos objetos estudados nessa pesquisa. Não sendo investigadas a influência das

variáveis construtivas no desempenho térmico das salas de aula no que se refere a

propriedades térmicas e físicas dos materiais. O S-TSV avalia através do conforto

térmico dos alunos, o desempenho térmico do ambiente escolar de maneira geral sob

o ponto de vista dos usuários. E através desse panorama permite-se avaliar quais

escolas poderiam, por exemplo, ser melhor analisadas, ficando essa pesquisa como

uma base geral de dados para futuros estudos.

1.5 Abordagem metodológica

Um Projeto Piloto foi aplicado em Maio/2017 em uma turma da Escola Protásio

Alves com o intuito de coletar dados sobre o desempenho térmico, além de testar a

nova métrica, o S-TSV (Voto de Sensação Térmica Sazonal), indicador esse já

utilizado em uma investigação de campo em habitações no município de Campinas/SP

(CÓSTOLA et al., 2019). Após aplicação do Projeto Piloto a pesquisa foi estendida a

10 outras escolas.

A coleta de dados focou em 3 tipos de variáveis:

Caraterização das escolas;

Desempenho térmico;

Relação entre desempenho térmico e escolar.

Esse trabalho utiliza uma abordagem que pode ser replicado para outros

municípios.

1.6 Estrutura da Dissertação

Essa pesquisa é composta por 7 capítulos. O Capítulo 1 aborda o tema do

trabalho, a delimitação do campo de pesquisa, objetivos geral e específico, resultados

esperados e estrutura da dissertação.

O capítulo 2 traz a revisão de literatura, construída de forma a abranger os

assuntos necessários para o desenvolvimento do trabalho como: histórico do conforto

térmico, conceito de conforto térmico, arquitetura escolar, espaço escolar e avaliação

pós-ocupação, técnicas de medição de desempenho, descrição das

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normas de conforto, conforto térmico segundo modelos estáticos e adaptativos e

estudos sobre conforto térmico de maneira geral e conclusões.

No capítulo 3 apresentam-se os Materiais e Métodos: localização, objeto de

estudo, método, experimento e abordagem metodológica, variáveis analisadas,

explica-se sobre o estudo de campo e as considerações éticas e de privacidade,

Nos capítulos 4, 5 e 6 são analisados os resultados: no capítulo 4 é realizado

um panorama geral da amostra e caracterização das escolas e salas de aula. Nos

capítulos 5 e 6 são apresentados e discutidos os resultados do desempenho térmico

e do desempenho escolar e realizam-se as análises das correlações propostas na

pesquisa. Após cada capítulo são feitas as conclusões das seções anteriores.

No capítulo 7 são feitas as considerações finais, discussão dos resultados,

conclusões e sugestões para as próximas pesquisas.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Conforto Térmico: Histórico

Historicamente até a Revolução Industrial, não se teve preocupação com

estudos sobre conforto térmico, mas com o impulso da industrialização ocorrido no

início do século XX, e uma visão de que melhores condições ambientais para o

desenvolvimento do trabalho eram importantes para a saúde e a produtividade do

trabalhador, esses estudos começam a ser realizados (XAVIER, 2000). Os primeiros

estudos científicos sobre os efeitos da qualidade térmica do meio ambiente das salas

de aula começaram em meados de 1950.

Uma avaliação interessante dos resultados desses primeiros estudos de

campo, estão no trabalho de Peapler e Warner (1968), onde sugerem que alterações

moderadas na temperatura ambiente afetam a habilidade de crianças para realizar

tarefas mentais que exigem concentração e os impactos podem ser positivos e

negativos, levando, por exemplo, à redução na velocidade e aumento da precisão com

problemas de multiplicação eram realizados em temperaturas mais elevadas.

Após esse período, nos anos 1970, os estudos de Fanger sobre o conforto

térmico com base nos resultados de uma câmara climática totalmente controlada

alterou o desenvolvimento de novas pesquisas de campo. Tais estudos estabeleceram

o método Voto Médio Estimado (PMV) que permite prever a avaliação térmica do

ambiente baseado pelas pessoas na avaliação de seis fatores: temperatura do ar,

temperatura média radiante, velocidade do ar, umidade relativa do ar, vestimenta,

atividade e a PPD (Porcentagem de Pessoas Insatisfeitas) contidas na atual ISO 7730

que descreve o procedimento de aplicação desse método. Mas com o crescente

interesse nos últimos anos sobre a adaptação, a teoria do conforto térmico novamente

estimulou pesquisas por estudos de campo destinados a qualificar a ambiente tanto

objetivamente (por medidas) quanto subjetivamente (por julgamentos dos ocupantes)

(CORGNATI et al., 2007; TIBIRI, 2008).

As pesquisas de campo são realizadas em ambientes reais, com as pessoas

desempenhando atividades rotineiras e com vestimentas usuais. As pessoas são

solicitadas a fornecerem suas opiniões e preferências com relação ao ambiente

térmico, em votos anotados em escala sétima de sensações e preferências (ISO

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27

10551, 1995), somadas a isso são medidas as variáveis ambientais. Neste tipo de

pesquisa, não há interferência do pesquisador sobre o ambiente.

No final dos anos 70, Humphreys (1976), correlacionou os resultados de todas

as pesquisas de campo que haviam sido realizadas até aquele momento e concluiu

que a temperatura que as pessoas achavam confortáveis independentes de sexo,

idade ou raça, poderiam ser estimadas das temperaturas médias internas dos

ambientes que elas viviam, apresentando variação de mais ou menos 1k sobre essa

temperatura média. Finalizou o autor demonstrando que não há a necessidade de se

uniformizar as temperaturas internas dos ambientes em todo o mundo, pois cada

região pode adotar temperaturas próprias, prevalecendo variações climáticas

sazonais. Ainda no mesmo estudo, o autor realizou uma revisão dos parâmetros até

então existentes, e concluiu que os índices de conforto (temperatura de conforto)

variavam em relação à temperatura externa média mensal da região onde cada estudo

era desenvolvido, observando a importância da aclimatação, mostrando-se

contrariamente aos estudos de Fanger, que não sugerem que aclimatação afete os

requisitos de conforto térmico.

2.2 Conforto Térmico: Conceito

Os estudos sobre conforto ambiental são fundamentais para a saúde e bem-

estar das pessoas. Temperaturas fora dos limites geram estresse térmico e queda na

produção de trabalhos. Podendo ser analisado, sob dois aspectos: do ponto de vista

pessoal e do ponto de vista ambiental. O ponto de vista pessoal é aquele onde uma

determinada pessoa que se encontre em um determinado ambiente esteja em estado

confortável com relação à sua sensação térmica. Do ponto de vista ambiental, os

estudos de conforto propõem o estabelecimento de um estado térmico para

determinado ambiente, com relação às suas variáveis físicas, para que um menor

número de pessoas estejam insatisfeita com o mesmo (XAVIER, 2011).

O desconforto térmico é uma das maiores reclamações que compõem o

conforto ambiental e os primeiros trabalhos desenvolvidos em 1916, pela Comissão

Americana de Ventilação confirmaram que para trabalhos físicos o aumento da

temperatura de 20ºC para 24ºC diminui o rendimento e de 15% a 30ºC de temperatura

ambiente, com umidade de 80%, o rendimento cai 28% (FROTA e SCHIFFER, 2007).

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A avaliação do conforto térmico é um processo cognitivo que envolve muitos

dados influenciados por aspectos físicos, fisiologicos e psicologicos (ASHRAE, 2001).

Segundo a psicologia, o processo de conforto térmico é elucidado pelos conceitos de

sensação e percepção. A atenção é um processo mental que permite que as pessoas

se centrem em um determinado estímulo ou informação relevante. A atenção é um

pré-requisito para o funcionamento de processos cognitivos mais complexos. Já que

não é possível avaliar a percepção, a memória ou qualquer outra atividade mental,

sem considerá-la nos processos de atenção (CAMPOS e SANTACANA, 2008).

A insatisfação com o conforto térmico pode ser causada pela sensação de

desconforto de frio ou calor quando o balanço térmico não é estável (LAMBERTS et

al., 2005). Segundo Fanger (1970), para que uma pessoa esteja em conforto térmico,

o balanço térmico deve ser estável, isto é, que todo o calor gerado por seu organismo

seja transferido na mesma proporção ao ambiente, através de perdas por convecção,

radiação, evaporação e eventualmente também por condução através das roupas.

Segundo o autor, essa condição, embora necessária, não é suficiente, pois existem

muitas combinações de variáveis ambientais e pessoais que, mesmo satisfazendo a

situação de balanço térmico, não fornecem conforto à pessoa. Quando ocorre este

tipo de combinação, a pessoa está sujeita a algum tipo de desconforto localizado.

A ambiguidade existente na definição clássica de conforto térmico, condição

da mente e condição do corpo, fez com que surgisse a definição de Neutralidade

Térmica, referenciando a condição física do balanço térmico, a qual segundo Fanger

(1970), pode assim ser definida: “a situação onde uma pessoa não prefira nem mais

calor nem mais frio no ambiente ao seu redor”. Portanto, a neutralidade térmica é o

estado físico no qual todo o calor gerado pelo organismo através do metabolismo é

trocado na mesma proporção com o ambiente ao redor, não havendo nem acúmulo

de calor, nem perda excessiva do mesmo, mantendo a mesma temperatura

constante. A neutralidade térmica, é uma condição necessária, mas não suficiente

para que a pessoa esteja cm conforto térmico (LAMBERTS et al., 2005). Pode-se

representar esquematicamente conforme a Figura 1, as condições necessárias para

a obtenção de conforto térmico conforme esquema abaixo (LAMBERTS et al., 2011).

Quando as trocas de calor entre o corpo humano e o ambiente ocorrem sem

maior esforço, a sensação do indivíduo é de conforto térmico e sua capacidade de

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trabalho, desse ponto de vista é máxima. Se as condições térmicas ambientais

causam sensação de frio ou calor é porque nosso organismo está perdendo mais calor

ou menos calor que o necessário para homeotermia, que passa a ser conseguida com

esforço adicional que representa sobrecarga, com queda de rendimento do trabalho

até o limite, sob condições de rigor excepcionais, de perda total de capacidade de

trabalho e /ou problemas de saúde (FROTA e SCHIFFER, 2007).

Podemos definir ainda, que os estudos de conforto térmico apresentam caráter

multidisciplinar, possuindo ligação estreita com a área de Engenharia, em várias de

suas modalidades, de Arquitetura, das Ciências da Saúde e Ciências Humanas

(XAVIER, 2000).

Figura 1- Representação esquemática das condições de conforto térmico em um ambiente real.

Fonte: Lamberts, Xavier & Goulart, 2011

O mecanismo termorregulador do organismo que tem como objetivo a

manutenção da temperatura corporal constante. Assim sendo, um organismo

exposto por longo tempo à um ambiente térmico constante, moderado, tenderá há

um equilíbrio térmico com esse ambiente. A maioria dos modelos de trocas

térmicas entre o corpo e o ambiente, bem como as medições de sensações

térmicas, estão relacionadas com a clássica teoria de transferência de calor,

introduzindo equações empíricas que descrevem os efeitos de conhecidos

controles reguladores fisiológicos. O modelo utilizado na Norma Internacional ISO

7730, utiliza o “estado estacionário”, ou permanente, desenvolvido por Fanger, o

qual assume que o corpo, num ambiente, encontra-se em estado de

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equilíbrio, não ocorrendo, portanto, acúmulo de calor em seu interior. O corpo

assim modelado, encontra-se bem próximo à condição de neutralidade térmica

(LAMBERTS et al., 2011).

A expressão do balanço de energia entre o corpo e o ambiente, pode então

assim ser escrita da seguinte forma:

Equação 1 – Balanço de Energia entre corpo e ambiente

M – W= Qsk + Qres

As perdas de calor pela pele (Qsk) e respiração (Qres), também são expressas

em forma de mecanismos de perda de calor, como convecção, radiação e evaporação,

e assim atinge-se a expressão dupla que representa o balanço de calor para um corpo

em estado estacionário:

Equação 2 – Expressão Dupla: Balanço do calor para um corpo em estado

estacionário

M −W = Qsk + Qres = (C + R + Esk) + (Cres +Eres)

Onde:

M = Taxa metabólica de produção de calor (W/m²)

W = Trabalho mecânico desenvolvido pelo corpo (W/m²), sendo que para a

maioria das atividades humanas esse trabalho é nulo.

Qsk = Taxa total de perda de calor pela pele (W/m²). Igual a perda de calor pela

evaporação pela pele mais a condução de calor da pele até a superfície externa das

roupas, podendo ser escrita como: Qsk = Esk + KCl.

Qres = Taxa total de perda de calor pela respiração (W/m²)

C+R= Perda de calor sensível pela pele (W/m²) - Convecção e radiação. Seu

valor é igual a perda de calor por condução até a superfície externa das roupas.

Esk = Perda de calor latente pela pele, através da evaporação (W/m²)

Cres = Perda de calor sensível pela respiração, por convecção (W/m²)

Eres = Perda de calor latente pela respiração, por evaporação (W/m²)

Todos os termos da equação anterior, são dados em termos de energia por

unidade área, e os mesmos referem-se à área da superfície do corpo nú. Uma

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expressão convencional para o cálculo dessa área, é dada através da expressão da

área de DuBois (AD).

Conforme a ASHRAE 55 Fundamentals, cap. 8 apresenta que a perda latente

de calor, por evaporação do suor, em função da atividade sugere que existem 3

condições para que se possa atingir o conforto térmico segundo estudos de Fanger

(1970) realizadas em câmaras climatizadas:

a) que a pessoa se encontre em neutralidade térmica;

b) que a temperatura de sua pele, e sua taxa de secreção de suor

expressões, estejam dentro de certos limites compatíveis com sua atividade;

c) que a pessoa não esteja sujeita a desconforto localizado.

Sob esse enfoque estudos de campo de Nicol (1993), cita fatores e condições

que influenciam a obtenção do conforto térmico, os quais, segundo o autor, são de

ordem fisiológicos, psicofísicos, físicos e comportamentais. Que a interação entre

pessoa e ambiente é complexa e tem sido objeto de vários estudos. Desde os

processos internos pelos quais as pessoas produzem e respondem ao calor até os

processos de transferência de calor entre o homem e ambiente.

Desse modo, a adaptação térmica pode ser atribuída à três diferentes

processos - ajuste comportamental, aclimatação fisiológica e habitação psicológica ou

expectativa, onde ambos são evidenciadas em estudos de campo e indicam que o

processo mais lento de aclimatização não é a adaptação térmica nas condições

relativamente moderadas encontradas nos edifícios, mas sim ajustes e expectativas

têm uma influência muito maior (ARENS et al.,1998). Além disso, os estudos recentes

sobre a abordagem de conforto adaptativo qualificam o conforto térmico como não

somente um julgamento sobre a sensação térmica, mas também investigação da

aceitabilidade e preferência da condição térmica em relação às condições

correspondentes à neutralidade térmica (ANSALDI, CORGNATI e FILIPPI, 2007;

BRAGER e DEAR, 2000; CORGNATI et al., 2007), e seus impactos

sobre a atividade humana (MORS et al., 2011).

Portanto, estabelecer parâmetros relativos às condições de conforto requer

incorporar, além das variáveis climáticas, as temperaturas das superfícies presentes

no ambiente e as atividades desempenhadas pelas pessoas. O conhecimento das

exigências humanas de conforto térmico e clima, associadas ao das características

térmicas dos materiais e das premissas para o partido arquitetônico adequado a

climas particulares proporciona condições de projetar edifícios e espaços urbanos

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cuja resposta térmica atenda as exigências de conforto térmico (FROTA e

SCHIFFER, 2007).

Outro fator importante, é a qualidade ambiental do interior de um edifício que

deve proporcionar saúde, conforto e desempenho para os ocupantes, além de

conforto térmico, visual, acústico e Qualidade interna ambiental. Os altos níveis de

qualidade ambiental podem levar a efeitos positivos em termos de produtividade.

Iluminação inadequada, presença de brilho, ruído de fundo excessivo são apenas

alguns dos problemas que ocorrem, e que pode influenciar os alunos no Desempenho

escolar.

Logo, o conforto térmico é obtido por trocas térmicas que dependem de vários

fatores pessoais e ambientais conduzidos por processos físicos, como convecção,

radiação, evaporação e condução. Além do balanço de calor entre o corpo e o

ambiente. O presente trabalho focou em aspectos relacionados a parâmetros

subjetivos ligados ao conforto térmico.

2.3 Arquitetura Escolar

A arquitetura escolar é vista como uma das áreas do conhecimento que tem

muito a contribuir para que sejam superadas as fragilidades do sistema educacional

do Brasil (DELIBERADOR, 2016). Desse modo, iniciativas que busquem a

compreensão e a influência dos aspectos ambientais com o intuito de avaliar o impacto

nas atividades de ensino e aprendizagem são essenciais.

Entretanto, a edificação escolar apresenta na contemporaneidade uma grande

complexidade projetual para atender diversos integrantes e fatores, como alunos,

professores, espaços destinados a ministrar as aulas e locais adequados para práticas

de esporte, recreação, entre outros. Sabe-se que a arquitetura tem o dever de

conectar todos os usos e agentes envolvidos no ambiente, portanto, o objetivo deste

estudo é proporcionar espaços eficientes, que influenciem positivamente na qualidade

educacional e que atenda às necessidades dos usuários. Dessa forma, torna-se

essencial analisar o impacto da arquitetura escolar na qualidade do ensino e na

aprendizagem dos alunos (BRASIL e SILVA, 2018).

O ambiente e a percepção dos usuários têm influência imediata no seu

comportamento e uso, pois trata da maneira como as pessoas vivenciam os espaços

que as cercam, tanto em seus aspectos físicos sociais, culturais ou históricos

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(RAPOPORT, 1977; CAVALCANTI e ELALI, 2011). É fundamental compreender os

efeitos da arquitetura escolar, uma vez que a escola faz parte da vida dos indivíduos

durante um longo período de tempo e está relacionada ao desenvolvimento pessoal,

social e intelectual dos indivíduos. A qualidade do ambiente construído, portanto, pode

impactar positiva ou negativamente na saúde, interação social, agressividade, grau de

concentração, conforto físico e satisfação dos usuários. Essas questões também

podem interferir diretamente no andamento do método educativo, bem como na

redução dos custos de operação e nos impactos ambientais do edifício (AZEVEDO,

2002; MUELLER, 2007).

O ambiente escolar e o conforto ambiental podem ser estudados sob diferentes

abordagens, conforme estudos que constam na bibliografia sobre arquitetura escolar;

conforto ambiental; avaliação - pós ocupação; ambiente escolar e produtividade;

comportamento do usuário; psicologia ambiental, entre outros. Logo, trabalhar na

melhoria da qualidade da educação requer estudar não só formas de ensino e

aprendizagem, mas o ambiente físico onde as atividades acontecem. Essa abordagem

pode melhorar os indicadores da educação e contribuir positivamente nas questões

sociais e econômicas, como acredita Richard Daley, ex- prefeito de Chicago entre

1989 e 2011 (SOUZA, 2018).

Na história da arquitetura, existem várias expressões e esquemas que

incorporam o contexto do momento que é vivido. A arquitetura escolar no Brasil seguiu

um caminho muito similar a diversas partes do mundo, acompanhando as mudanças

históricas europeias. Há muito tempo são estudados e questionados os conceitos da

educação para desenvolver a melhor maneira de abrigar suas atividades (SOUZA,

2018). Os indivíduos agem sobre o ambiente, modificando-o, ajustando-o, mas o

ambiente também modifica os indivíduos, influenciando condutas, comportamentos e

ações pelos estímulos gerados a partir desse contato.

No Brasil, a partir da década de 1970, houve um aumento de construções de

caráter educacional, em especial as públicas. Segundo Tibiri (2008), essas edificações

foram concebidas sem o devido cuidado com o conforto térmico em função da grande

necessidade de expandir o número de salas de aula para atender a demanda. As

construções iniciaram em grande escala, sem levar em consideração as diferenças

regionais, abordagem considerada reducionista por prevalecer a padronização e a

valorização do número de salas de aula. Considerando que a construção desses

edifícios escolares teve o objetivo de atender a demanda

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crescente por vagas em salas de aulas, pode-se inferir que foi priorizada a Assim as

prioridades muitas vezes foram as quantidade, não a qualidade do espaço de ensino

(FERREIRA e MELLO, 2006).

Como é fundamental entender melhor esse cenário, as avaliações pós-

ocupações (APO’S) realizadas em edifícios escolares tem um papel importante, e

demonstram que existe uma série de problemas relacionados ao conforto ambiental.

Percebe-se a insatisfação dos usuários e a necessidade de melhorar a qualidade dos

ambientes de ensino por meio da melhoria da qualidade do espaço construído

(GRAÇA et al., 2004). As pesquisas em APO´S, no Brasil, ocorrem há mais de mais

de trinta anos, ainda há um conhecimento limitado mesmo com esse período de

estudos, principalmente sobre as bases conceituais, metodológicas e de instrumentos

para fazer as APO´S (ORSTEIN, 2016).

Os principais métodos utilizados para as APO’S são: observações, entrevistas,

questionários e medições (levantamentos físicos). O questionário é uma das

ferramentas que se mostra eficiente, já que é bastante conhecido pela população,

pode ser aplicado rapidamente e é de fácil compreensão – o que gera dados

essenciais para realização de análises. Trata-se, portanto, do principal método

utilizado para a pesquisa de campo, além do walkthrough de vivência. Destaca-se que

a confecção do questionário é trabalhosa, pois exige ajustes e fase de pré-testagem

para sua aplicação, o que demanda tempo e disposição (ELALI, 1997).

A arquitetura tem como uma de suas funções organizar e estruturar o espaço

(LAWSON, 2001), pensando e projetando de forma a abrigar pessoas e suas

atividades. As pesquisas em arquitetura escolar demonstram uma grande variedade

de partidos arquitetônicos, e mais comuns encontrados nas escolas são as edificações

em que a planta apresenta salas de aulas enfileiradas nos dois lados de um corredor

central, ou ainda salas abrindo a partir de um corredor lateral (Figuras 2 e 3). Muitos

trabalhos discutem o ensino do futuro e a configuração física apropriada para as novas

escolas: discute-se o formato e os arranjos ideais para aulas, conforme demonstram

os esquemas de edificações escolares nas Figuras 4, 5, 6, e 7 (KOWALTOWSKI et

al., 2001).

Cada um dos esquemas apresentados abaixo expõem uma possibilidade de

organização espacial. Para definir o modelo ideal, deve-se considerar as diferenças

regionais, as variações em relação à topografia, a morfologia e o clima. Assim,

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estabelecer padrões de projetos para as escolas não é a melhor solução de projeto,

pois o tratamento adequado do conforto térmico, lumínico e sonoro é fundamental.

Quando esses agentes ambientais não são tratados de maneira correta, pode

influenciar negativamente no ambiente escolar e no desempenho dos alunos,

professores e demais colaboradores.

Figura 2 - Esquema de edificação com salas de aula distribuídas através de corredor central.

Figura 3 - Esquema de edificação com salas de aula distribuídas através de corredor lateral

Figura 4 - Esquema de edificação com laboratórios distribuídos através de corredor lateral e centro de salas de aula em torno da biblioteca.

Figura 5 - Esquema de edificação escolar com salas de aula abertas em torno de espaço multiuso.

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Figura 6 - Esquema de edificação com salas de aula em espaço aberto com uso flexível em torno de área de estudos individuais e centro de recursos didáticos.

Figura 7 - Proposta de planta baixa para módulos de escolas de ensino médio apresentando ambientes variados para acomodar a metodologia “team teaching” (equipe de ensino).

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Legenda: c = salas de aula; a= administração; b = biblioteca, au = auditório; g = ginásio; l = laboratórios; ei = área de estudos individuais; r = recursos didáticos; h ou mf= sala multiuso; e = estacionamento; s = sanitários; p: sala de professores; cz = cozinha; ar = sala de artes, m = sala de música; ci = sala de ciências; m= sala multiuso.

Ainda segundo a pesquisa realizada por Kowaltowski, Labaki e Pina (2001) a

Fundação de Desenvolvimento Escola – FDE, apresenta algumas recomendações

mínimas referentes ao conforto para ambientes escolares. Documentos esses que

apresentam dados sobre dimensões dos ambientes, aberturas, circulação, escadas,

rampas, número de sanitários e alguns níveis de conforto luminoso, tipos de

organização espacial, entre outros. Observa-se a ausência de indicações referentes

ao conforto acústico, fator essencial no processo de aprendizagem. Na Tabela 1

apresentam-se as informações sobre a Padronização de Ambientes Escolares

determinados pela FDE.

Tabela 1 – Padronização de ambientes escolares determinados pela FDE.

Ambiente Pé-direito (m) Nível de iluminação (lux) Instalações

Administração 2,4 300 Interruptor, tomadas, luminárias, telefone.

Sala dos Professores

2,4 300 Interruptor, tomadas, luminárias.

Sala de Aula 3 300 Tomadas, luminárias

Sala de Leitura

3

500 Interruptor, tomadas, luminárias, telefone, FM/TV.

A capacidade do número de salas varia de 02 a 23 salas de aula.

Forro obrigatório (exceto no galpão).

Iluminação fluorescente.

Pintura semi- impermeável até a altura do peitoril.

Iluminação mínima = 1/5 da área do piso.

Ventilação mínima = 1/10 da área do piso.

Ventilação cruzada obrigatória nas áreas pedagógicas.

Fonte: Adaptado Kowaltowski,Labaki e Pina (2001).

Pesquisas em arquitetura escolar revelam uma grande variedade de partidos

que os projetos podem adotar. As características organizacionais afetam a coesão e

a participação dos alunos em de sala de aula, a orientação despendida

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individualmente a cada aluno influem no desenvolvimento e comportamento dos

usuários com o ambiente. A configuração do espaço da sala de aula adquire um papel

importante na formação do indivíduo, principalmente no que diz respeito à ordem e

imposições da sociedade e modo devida. Nesse sentido a sala de aula tem um papel

importante (KOWALTOWSKI et al., 2001).

2.4 Técnica de Medição de Desempenho Térmico: Método S-TSV (Votos de

Sensação Térmica Sazonal)

Este estudo testa um novo indicador de desempenho energético a longo prazo

baseado na percepção dos usários. Indicador esse proposto por Cóstola (2019)

chamado de Voto de Sensação Térmica Sazonal (Seasonal Thermal Sensation Vote,

ou S-TSV) para avaliar o desempenho térmico de edifícios sem HVAC. Este indicador

de desempenho apresenta uma compreensão global percebida como lembrança do

usuário, sobre o nível de conforto térmico e satisfação proporcionada pelos edifícios.

Essa métrica combina a escala de 7 pontos criada por Fanger (1970) para o Voto de

Sensação Térmica (TSV) e amplia seu escopo para cobrir períodos de tempo maiores.

A principal vantagem do S-TSV é a capacidade do usuário de informar sobre

sua lembrança de sensações de épocas anteriores, em vez de abordar apenas o

momento atual de conforto térmico. Através dessa abordagem, é possível coletar

dados sobre vários períodos do ano em um única e breve entrevista. Sendo adequado

para casos onde a frequência de avaliações de conforto térmico não são viáveis em

função do tempo, custo ou restrições logísticas. O autor menciona que estes dados

apresentam menor precisão em relação a dados coletados com maior frequência e

em tempo real, como é o caso do PMV e PPD, mas isso não reduz o valor e a

legitimidade dos mesmos. Deve-se ter em mente que os dados têm uma incerteza

inerente, pois a memória das pessoas é afetada por uma série de fatores.

Apesar de usar uma escala de conforto térmico, o S-TSV não deve ser

confundido com um indicador de conforto térmico, o S-TSV, é um indicador de

desempenho. Em princípio, usado para avaliar a percepção de desempenho para

diferentes escalas de tempo e estações. No entanto, devido a simplicidade do método,

deve ser aplicado apenas para os períodos de verão e inverno. Essas estações

representam situações extremas que podem conduzir medidas para

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atenuar possíveis problemas de conforto térmico e é suficiente para descrever o

desempenho global do edifício. Um nível adicional de detalhes poderia ser

acrescentado separando a coleta de dados para os períodos diurnos e noturnos, pois

a performance térmica pode variar ao longo do dia devido à interação entre a massa

térmica dos edifícios e a amplitude térmica. Essa separação permite um meio mais

eficaz dos usuários expressarem a percepção do desempenho do edifício sob

diferentes condições.

Outra vantagem do S-TSV é que ele pode ser facilmente aplicado para avaliar

o desempenho em grandes escalas e ser um meio de monitorar o desempenho em

relação ao ambiente construído. Pode ser uma ferramenta importante para aumentar

a conscientização sobre os problemas em relação à qualidade interna dos ambientes

construídos, destacando as implicações para a saúde, a produtividade e o bem-estar.

Para cumprir o proposto dessa nova métrica, quatro valores de S-TSV foram

sugeridos pelo autor para descrever o desempenho térmico anual dos edifícios sem

HVAC: S-TSV para dias de verão, para noites de verão, para dias de inverno e para

noites de inverno. Logo, este novo indicador de desempenho não se destina a

substituir, mas a complementar as abordagens atuais (CÓSTOLA et al., 2019). Abaixo

descreve-se o método de aplicação do S-TSV e o resultado de dois estudos já

utilizados.

2.4.1 Aplicação do S-TSV

Para aplicação do método foi realizado um estudo de campo em residências

unifamiliares na cidade de Campinas, SP. A pesquisa foi realizada por meio de

perguntas feitas oralmente pelo entrevistador, que também tomou nota das respostas.

As perguntas cobriram 3 tópicos principais: o S-TSV no momento da entrevista, o S-

TSV para toda a moradia e algumas variáveis de controle socioeconômicas e

comportamentais.

Segundo o autor, usando quatro perguntas simples e diretas citadas na seção

anterior sobre o S-TSV é possível obter uma ideia global sobre o conforto térmico

durante o ano todo, caracterizando os extremos das estações como inverno e verão.

Um exemplo de pergunta para coletar os dados do S-TSV é “Usando escala de

sensibilidade térmica (escala de sete pontos mostrada), como você classificaria o

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conforto térmico em sua habitação, como um todo, durante o dia no verão?”. É

possível ainda coletar os dados do S-TSV em cada ambiente de permanência

prolongada. O método de aplicação do indicador e alguns resultados obtidos na

primeira pesquisa utilizando o S-TSV serão descritos na próxima seção.

O voto de sensação térmica no momento da entrevista (TSV) foi utilizado como

meio para introduzir a escala de sensibilidade térmica de sete pontos. A escala foi

impressa em páginas A4 e apresentada aos entrevistados e somente a descrição de

cada voto foi apresentada: muito quente, quente, levemente quente, neutro, levemente

frio, frio e muito frio. A coleta de dados sobre o S-TSV foi seguida por questões de

controle que abordam variáveis comportamentais (operação de janelas, calçados,

satisfação geral com a residência e renda). Os resultados das questões de controle

demonstram a capacidade de abordagem do indicador S-TSV em desvendar o

comportamento dos usuários do edifício.

O autor destaca que esta abordagem facilita a coleta de dados sobre a

operação da janela, para cada estação (inverno e verão). Os usuários foram

perguntados se as janelas da casa, em geral, permanecem abertas em quatro

períodos do dia: manhã, tarde, vespertino e noite. Segundo revisão de literatura feita

por Cóstola (2019), os estudos sobre operação da janela são complexos uma vez que

dependem de narrações detalhadas sobre longos intervalos de tempo, usando diários

preenchidos por usuários e/ou sensores para monitorar o estado da janela e outras

variáveis de controle.

Outra situação investigada como variável controle foi o uso de calçados em

casa e seu potencial em relação à influência no conforto térmico. Os entrevistados

foram perguntados se eles estão sempre estavam com pés descalços,

frequentemente ou sempre calçados, para as estações de verão e inverno. As demais

variáveis de satisfação geral e renda seguem o mesmo padrão de perguntas e

posteriormente foi avaliando o grau de significância estatística dos resultados para as

variáveis de controle, através do teste de qui-quadrado com base no princípio de p-

valores de 0,05 (5%).

2.4.2 Resultados da aplicação do método S-TSV em moradias

A análise dos resultados da coleta de dados em residências em Campinas, SP

foram divididos em: desempenho global da amostra de residências, análise do

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desempenho energético durante o verão, análise do desempenho energético durante

o inverno, a relação entre desempenho energético e satisfação geral com a residência

e a relação entre o desempenho energético e renda. A análise do desempenho global

da amostra de residências, a partir do S-TSV, visa a caracterização do desempenho

energético para este grupo de residências. O autor enfatiza que a definição de política

energética não está ligada diretamente ao uso de energia, como eletricidade ou

combustíveis fósseis, mas sim aos níveis de conforto térmico dos usuários.

Subentende-se que quando há conforto dos habitantes nas residências, não é

necessário o uso de energia elétrica para condicionamento artificial.

Os resultados da frequência de S-TSV para a amostra analisada consideram o

dia e a noite no inverno e no verão, e são apresentados de forma colorida usando um

esquema que facilita a diferenciação de votos com a satisfação de conforto térmico

dos habitantes das residências.

Figura 8 - Apresentação dos resultados do S-TSV

Fonte: Adaptado de Cóstola (2019).

Os resultados encontrados podem ser úteis para identificar potenciais de

melhoria do desempenho térmico de residências sem HVAC. Em alguns casos, os

resultados apresentam-se opostos ao esperado e devem ser investigados em estudos

futuros para identificar as características de construção e operação destas

residências. Também deve ser avaliada a possibilidade de uma resposta térmica

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incomum desses habitantes devido a hábitos pessoais ou particularidades fisiológicas.

Quanto aos resultados da análise do desempenho energético durante o verão

e o inverno, foi feita uma caracterização do clima da cidade de Campinas. O autor

analisa a amplitude térmica e as temperaturas durante a noite, e verifica que os

edifícios abordados na pesquisa estão em locais ideais para o resfriamento através

da ventilação noturna, associada à ventilação seletiva e controle solar durante o dia.

No entanto o autor encontrou evidências que sugerem que os edifícios são operados

no caminho oposto, onde as janelas são geralmente abertas durante o dia, sugerindo

ganhos solares. À noite, as janelas são fechadas não fazendo uso de baixas

temperaturas do ar para resfriar o edifício usando a ventilação natural.

Apesar de um considerável conjunto de pesquisas de campo sobre operação

de janelas por habitantes de edifícios, o estudo do padrão de operação de janelas

associado ao voto de sensação térmica (S-TSV) pode identificar parte do mau

desempenho térmico durante o verão, o que não foi identificado em pesquisas

anteriores. Os estudos sobre operações de janelas em longos intervalos de tempo

utilizam diários preenchidos pelos usuários das habitações, sensores para monitorar

o estado atual da janela e hábitos diários dos ocupantes. Utilizando a mesma

abordagem adotada na coleta do S-TSV, as perguntas sobre o comportamento dos

usuários convidam os entrevistados a lembrar, no momento da entrevista, o padrão

geral do uso. Esta abordagem facilita a coleta de dados sobre a operação da janela.

A separação de dados sobre a operação de janela em horários diurno e noturno facilita

a compreensão do uso de ventilação em uma determinada cidade. O autor destaca

que a relação entre os grupos de variáveis de controle (operação de janelas, uso de

calçados, etc.) tem diferenças estatisticamente significativas nas respostas térmicas

através do teste de qui-quadrado detalhado no método.

Em relação ao desempenho energético e a satisfação gerada com a habitação,

o autor comenta que a regulamentação NBR 15220, baseada no desempenho térmico

no ambiente construído exige que as habitações brasileiras sem HVAC forneçam

temperatura do ar interior, pelo menos 3°C acima da temperatura externa mínima

durante o inverno. Mas segundo as análises do autor, o desempenho térmico da

habitação ficou abaixo do limite mínimo estabelecido pela norma. Mesmo assim, com

a aplicação do S-TSV o autor cita que a maioria dos

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usuários dos edifícios relataram estar satisfeitos ou levemente insatisfeitos com o

conforto térmico da habitação. Esse contraste entre o mau desempenho térmico e alta

satisfação geral requer uma melhor investigação.

Como última análise e para entender se as variações da renda desempenham

um papel significativo no desempenho térmico os resultados encontrados indicam que

os entrevistados de renda mais alta têm cerca de duas vezes maior probabilidade de

experimentar o conforto térmico aceitável. O teste de qui-quadrado indicou que as

diferenças de desempenho térmico encontrada entre os dois grupos (maior e menor

renda) é estatisticamente significativo. O autor afirma que tais variáveis de controle

(por exemplo renda), devem ser investigados em estudos futuros utilizando o S-TSV

para descobrir se as pessoas com maior renda (caracterizadas pelo tamanho da

habitação) realmente sentem-se mais confortáveis que as de menor renda em

edifícios sem HVAC.

Abaixo descreve-se as normas de conforto térmico, que apresentam as

técnicas de medição dos índices de conforto ao longo do tempo, técnicas essas não

aplicadas nesse estudo.

2.5 Descrição das Normas de Conforto Térmico

2.4.1 ISO 7730 - Conforto térmico calculado através da ISO 7730 baseada no método

de Fanger Voto médio previsto (PMV) que consiste em um valor numérico que traduz

a sensibilidade humana ao frio e ao calor. Calcula a combinação das variáveis

ambientais como: Temperatura média radiante; Velocidade do ar; Umidade relativa;

Temperatura do ar; Atividade física; Vestimenta. A Tabela 2 apresenta a escala de

sensações térmicas do método.

Tabela 2 – Escala de sensação térmica utilizadas pelo método PMV/PPD

Sensação Térmica Pontos

Muito Frio -3

Frio -2

Levemente Frio -1

Neutro 0

Levemente Quente 1

Quente 2

Muito Quente 3

Fonte: Ashare (2013).

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2.4.2 ASHRAE Standard 55-2013 (Thermal Environmental Conditions for Human

Occupancy) – a Figura 9 apresenta um método opcional que determina as condições

térmicas aceitáveis em espaços naturalmente ventilados

Figura 9 - Faixas de temperatura operativa aceitáveis para espaços naturalmente ventilados (Ashare Standard 55-2010).

Fonte: Ashare, 2010.

2.4.3 ISO 9920 / 2007 - Influência da vestimenta no conforto térmico, com a

especificação das resistências térmicas das roupas aos fluxos de calor e à

evaporação, baseado em valores de peças, conjuntos e tecidos conhecidos.

2.4.4 ASHRAE Fundamentals Handbook - cap. 8 Thermal Comfort – 1997 - Este guia

normativo da sociedade americana de aquecimento, refrigeração e ar condicionado,

apresenta os fundamentos de termo regulação humana e conforto em termos úteis

aos engenheiros para a operação de sistemas e preparação de projetos e aplicações

para o conforto dos ocupantes de edificações.

2.6 Conforto Térmico Segundo Modelos: Estático e Adaptativo

2.6.1 Modelo Estático:

Ao estudar os aspectos relativos ao conforto térmico, são encontradas duas

abordagens diferentes, a primeira, mais conhecida como estática, representa uma

linha analítica, ou racional da avaliação das sensações térmicas humanas e

considera o homem como um simples receptor passivo do ambiente térmico, sendo

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essa realizada em câmaras climatizadas e chamada de modelo estático. São

realizadas no interior de ambientes totalmente controlados pelo pesquisador, onde

tanto as variáveis ambientais como as variáveis pessoais ou subjetivas são

manipuladas afim de encontrar a melhor combinação possível (LAMBERTS et al.,

2011).

São seis as variáveis que influenciam na sensação de conforto térmico

baseados em estudos realizados em câmaras climatizadas:

Atividade desempenhada (W/m²);

Isolamento térmico das roupas utilizadas (Clo);

Temperatura do ar (C°);

Temperatura radiante média (C°);

Velocidade do ar (m/s);

Pressão parcial do vapor de água no ar ambiente (kPa).

As duas primeiras variáveis são chamadas “pessoais ou subjetivas”, por não

dependerem do ambiente, enquanto as outras são denominadas “ambientais”. As

respectivas caracterizações das variáveis ambientais, métodos e instrumentos de

medição estão contidas na ISO/DIS 7726/98 (LAMBERTS et al., 2011).

2.6.2 Método Adaptativo:

A segunda abordagem, conhecida como adaptativa considera o homem como

um agente ativo, que interage com o ambiente em resposta às suas sensações e

preferências térmicas. E proveniente de estudos de campo e é conhecida como

modelo adaptativo. São realizadas em ambientes reais, com pessoas

desempenhando suas atividades rotineiras. Neste tipo de pesquisa, o pesquisador

não interfere nas variáveis ambientais e pessoais, pois as pessoas expressam suas

sensações e preferências térmicas em escalas. Pode-se afirmar que a abordagem

adaptativa considera fatores físicos e psicológicos. Estes estudos têm como base os

conceitos de aclimatação, e os fatores considerados podem incluir características

inerentes à demografia como (gênero, idade, classe social), contexto (composição da

edificação, estação, clima) e cognição (atitudes, preferências e expectativas).

Pode-se descrever três mecanismos de adaptação utilizados pelo corpo humano

para se defender dos efeitos do clima:

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(a) Ajustes comportamentais: são as modificações conscientes ou

inconscientes das pessoas; Estes ajustes podem ainda ser ajustes pessoais (roupa,

atividade, postura), ajustes tecnológicos ou ambientais (abrir/fechar janelas, ligar

ventiladores, usar óculos escuros) e os ajustes culturais;

(b) Ajustes Fisiológicos: Mudanças nas respostas fisiológicas; Adaptações

genéticas: herança genética de um indivíduo ou grupo de pessoas; Aclimatação:

mudanças inerentes ao sistema termorregulador;

(c) Ajustes Psicológicos: Percepções e reações das informações sensoriais;

Habituação, exposição repetitiva ou crônica, que conduz a uma diminuição da

intensidade da sensação evocada anteriormente (LAMBERTS et al., 2011).

2.7 Estudos sobre Conforto Térmico e Produtividade

Muitos estudos têm demonstrado que se as pessoas trabalham em boas

condições ambientais a sua produtividade e bem-estar melhoram (PENNISI et al

2014). Desta forma existe uma extensa pesquisa sobre conforto térmico ao longo de

várias décadas e que nos trouxe duas abordagens principais, o termo fisiológico e do

conforto adaptativo. Ambas têm sido desenvolvidas a partir de estudos com indivíduos

adultos e formam a base para os padrões de conforto térmico, que incluem ISO 7730,

ASHRAE Standard-55 e a nível europeu a EN 15251 (TELI et al, 2012).

Mendell e Heath (2005) descobriram que as temperaturas mais quentes (acima

de 24 °C) tendem a reduzir o desempenho, enquanto as temperaturas mais frias

(abaixo de 22°C) reduzem a destreza e velocidade manual. No entanto, essas faixas

de temperatura podem ser dependentes das zonas climáticas em que o estudo é

sendo conduzido.

De acordo com Fanger (1972), a razão de criar-se condições de conforto

térmico, reside no "desejo do homem de sentir-se termicamente confortável". Além

disso, continua o autor, o conforto térmico pode ser justificado do ponto de vista da

"performance humana". Embora, a redução da performance humana com o calor ou o

frio seja, ainda uma questão pouco clara ou conclusiva, conforme pode-se notar no

estudo realizado por Woods e Winakor (1981), em uma lavanderia de um hospital nos

Estados Unidos, suspeita-se que a performance manual e intelectual é geralmente

maior na presença de conforto térmico.

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Estudos de laboratório, relativos à performance, também foram realizados por

Nelson et al. (1987). O estudo analisou a produtividade, fadiga e estado psicológico

(vigor, concentração, ativação e bom humor) de 144 pessoas (71 homens e 73

mulheres), em uma câmara de testes controlada em 13ºC, 23ºC e 30ºC de

temperatura e a umidade relativa constante de 40%. As pessoas escreviam estórias

relacionadas a figuras, e a produtividade era medida em termos de número de

palavras e número de temas desenvolvidos. O estudo indicou que o trabalho em

condições frias aumentou o vigor, a concentração, ativação e o bom humor. O autor

sugere que temperaturas consideravelmente mais baixas do que aquelas

recomendadas para conforto, podem trazer benefícios à produtividade (NELSON e et

al., 1987).

A tendência de preferir determinados ambientes térmicos foi discutida por

McIntryre (DJAMILA et al., 2014). Em seus estudos ele descobriu que as pessoas em

climas quentes podem preferir um ambiente ligeiramente frio e as pessoas em climas

frios podem preferir um ambiente ligeiramente quente e as pessoas em ambiente

interno naturalmente ventilado sentem-se mais confortáveis do que em um ambiente

interno totalmente condicionado. Estudos de campo recentes em salas de aula

confirmaram os resultados (WONG e KHOO, 2003) (CORGNATI et al., 2007).

Baker e Standeven (1996) relacionam a satisfação das pessoas com a

capacidade que elas possuem de se adaptar ao ambiente. Segundo os autores, todos

os organismos vivos possuem características de irritabilidade, que é a sensibilidade

às atividades de adaptação para promover trocas com o ambiente. Os autores

sugerem que quando a causa de um estímulo ambiental é conhecida e entendida,

como os efeitos da radiação solar ou do resfriamento localizado por correntes de ar

em dias com vento, as pessoas são mais tolerantes e a zona de conforto e satisfação

é ampliada. "Tolerância cognitiva", e exemplificam que a adaptação é fundamental à

sobrevivência. O exercício adaptativo é uma necessidade humana fundamental

(BAKER e STANDEVEN, 1996).

Um estudo realizado com 75 alunos universitários em Santa Catarina em 2009

utilizando modelos propostos por Batiz e Goedert, o teste das figuras de Rey e cálculo

de PMV e PPD pelas expressões de Fanger para medir rendimento da atenção e

memória dos alunos. Constatou-se que 70% dos avaliados obtiveram resultados

positivos no teste de memória e atenção. Concluiu-se que o ambiente

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térmico obtido na medição entre 18°C e 26°C não prejudicou a atenção e memória e

que todos os alunos que estavam em condição de conforto apresentaram resultados

positivos (CONCEPCI et al., 2009).

Santos, Coutinho e Araújo (2002) mencionam que um ambiente térmico de

ensino deva se adequar ao conforto térmico dos estudantes, para que estes possam

manter um certo equilíbrio, quer físico e/ou psíquico sem necessidade de esforço de

adaptação.

Corgnati e Filippi (2009) analisou duas salas de aulas em três diferentes locais

na região de Turim (Itália), caracterizado por inverno frio-seco e verão quente- úmido.

Neste estudo, a comparação entre os votos subjetivos e os votos previstos

decorrentes do acompanhamento objetivo de parâmetros térmicos, permite testes de

campo baseado numa abordagem racional e numa abordagem adaptativa. Os

resultados obtidos com as duas abordagens foram comparados com os votos

subjetivos dos alunos. E verificou-se uma tendência para a preferência térmica de

ambientes ligeiramente quentes no inverno para ambientes neutros na meia estação.

Isto sugeriu uma interessante hipótese de tendência da preferência térmica, em

função da estação. (CORGNATI et al., 2009).

Know e Shun (2003) analisam a relação do conforto em salas de aula ventiladas

naturalmente e com ar-condicionadas no Japão. As condições climáticas internas de

salas de aula naturalmente ventiladas em Tóquio e Yokohama não se enquadram nos

limites de conforto do ASHRAE 55-92. Ocupantes de salas de aula naturalmente

ventiladas responderam que prefeririam ser mais frias. Os comportamentos

adaptativos foram observados em salas de aula com ar- condicionado e em salas de

aula naturalmente ventiladas, porém existe pouca oportunidade de ajuste pois

estudantes usavam uniformes (KWOK e CHUN, 2003) .

Wong e Khoo (2003) ventilaram mecanicamente salas de aula em Singapura

para avaliar condições térmicas durante o período de aula e os dados demonstraram

que nenhuma sala de aula apresentou condições térmicas dentro da zona de conforto

do padrão ASHRAE 55. Os ocupantes encontraram uma faixa de temperatura além

da zona de conforto aceitável, geralmente aceitando sensações térmicas quentes. A

maioria das salas de aula dependiam de uma combinação de ventilação cruzada e

mecânica. Com base na escala de Bedford, os níveis de aceitabilidade de 75,5%

foram obtidos para este estudo. Isso indica que as condições de conforto térmico das

salas de aula estavam um pouco abaixo do nível

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recomendado de aceitabilidade de 80%. O estudo mostrou que quase metade dos

entrevistados queixou-se do calor radiante das janelas. Houve proposta para

condicionar as salas de aula em todas as escolas, porém o custo da energia para a

aplicação desta proposta deveria ser cuidadosamente considerado (WONG e KHOO,

2003).

Montazami et al. (2017) realizaram estudo no Reino Unido em 27 salas de aula

de oito escolas e entrevistaram 603 alunos com idades entre 8 e 11 anos sobre o

conforto térmico em casa e na escola. O comportamento foi estudado sob duas

categorias de comportamento pessoal (por exemplo, ajuste de roupas) e

comportamento ambiental (por exemplo, pedir aos professores para abrir janelas). O

contexto socioeconômico das crianças foi investigado através dos dados disponíveis.

Os resultados indicam que o comportamento das crianças difere dependendo do seu

contexto socioeconômico. Existe uma relação forte entre a percepção térmica das

crianças em casa e na escola entre aqueles que vêm de origens menos privilegiadas.

As experiências térmicas em casa provavelmente se refletirão na sala de aula além

da relação significativa entre a percepção das crianças do conforto térmico e sua

realização acadêmica. A pesquisa sugere que a percepção das crianças difere

significativamente de adultos no mesmo espaço.

Em estudos realizados por Wargocki et.al. (2005) em uma escola primária com

470 alunos de 6 a 16 anos em uma cidade na Dinamarca mede os efeitos da

temperatura do ar na sala de aula e da taxa de fornecimento de ar externo sobre o

desempenho do trabalho escolar. Os resultados mostraram que o aumento da taxa de

fornecimento de ar em salas de aula melhorou o desempenho de muitas tarefas.

Constataram que reduzir a temperatura de 25º C a 20º C gerou um efeito positivo

sobre o desempenho dos estudantes.

Na pesquisa de Mors em 2011, no qual fez isolamento médio da roupa de

crianças de 9 a 11 anos em uma sala de aula da escola primária. A diferença entre

homens e mulheres foi pequena, a maior diferença foi cerca de 0,1 clo e a partir dos

resultados obtidos para este pequeno grupo (n= 79), pode-se concluir que o método

PMV subestima as propriedades térmicas para crianças. Nestes resultados, o

metabolismo foi estimado usando dados de adultos conforme a área de superfície

corporal reduzida. Isso mostra que o método PMV não pode ser aplicado a crianças

em uma sala de aula e que o PMV com metabolismo corrigido da área superficial é

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melhor, mas ainda não resulta em previsões válidas da sensação térmica dessas

crianças (MORS, 2011).

Em um estudo realizado na Austrália em duas temporadas de verão com 4866

respostas coletadas em salas de aula de escolas primárias e secundárias teve como

objetivo compreender melhor a percepção do conforto térmico. Os alunos preferiam

as sensações "mais frias do que neutras". As crianças da escola indicaram o

condicionamento de ar como seu método de termo regulação, entre outras opções

adaptativas. Os resultados indicaram que os alunos já colocados em salas de aula de

ar condicionado eram mais propensos a preferir ar condicionado para a manutenção

do seu conforto, em comparação com os alunos acomodados em salas de aula sem

ar condicionado (DEAR e KIM, 2017).

Na França, foi realizado um estudo pós-ocupação em um prédio educacional

em conformidade com os padrões de Qualidade Ambiental Elevada (HQE®) utilizando

programa Building Management System (BMS) para analisar o consumo de energia

por três anos. A demanda de energia pós-ocupação excedeu a níveis de consumo

previstos. A qualidade do ar interior (IAQ) foi avaliada pelo monitoramento e análise

dos níveis de CO2 e foram satisfatórios em 95%. A avaliação subjetiva também foi

realizada de acordo com questionários preenchidos por 41 estudantes. Os resultados

indicam que o aumento da temperatura interna em 1°C pode melhorar a sensação

térmica interna, mas gera entorno de 12% de aumento no consumo de energia

(MERABTINE et al., 2018).

Muitos estudos apontam que produtividade e qualidade do trabalho realizado

por uma pessoa estão diretamente relacionadas com as condições do ambiente e que

as condições térmicas adequadas podem influenciar positivamente (ARENHARDT,

2017). Nesse sentido Coutinho Filho (2007) uma vez que exista essa relação direta

da qualidade e produtividade afirma que as salas de aula também precisam fornecer

a seus alunos e professores condições saudáveis afim de garantir qualidade em uma

das atividades mais importantes da sociedade

Salas de aula são exemplos de ambientes em que as oportunidades de

adaptação são bastante limitadas (Corgnati et al., 2009). A condição térmica nas salas

de aula deve ser considerada com cuidado, principalmente devido à sua alta

densidade de ocupantes e às influências negativas do ambiente térmico insatisfatório

tem sobre a aprendizagem dos alunos. Enquanto ocupantes de casas e escritórios

podem ajustar suas roupas e atividades em resposta a qualquer stress

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51

térmico a liberdade de estudantes de fazer o mesmo enquanto estão nas escolas é,

em certa forma limitada (WONG e KHOO, 2003).

Barbhuiya e Barbhuiya (2013) comentam que o conforto térmico em edifícios

destinados ao ensino, em particular, é de extrema importância. Isso porque o

desconforto térmico em tais construções pode criar condições insatisfatórias, tanto

para funcionários quanto para alunos, o que pode se tornar uma distração para os

ocupantes do ambiente, que ficam suscetíveis à redução de produtividade e de

desempenho.

Por fim, observa-se que existem muitos estudos com o intuito de encontrar

relação entre o conforto térmico, produtividade no ensino e aprendizagem de escolas

e ambientes de trabalho (HEATH e MENDELL, 2002). As salas de aula são ambientes

onde se deve ter atenção e cuidado com as condições térmicas e com a qualidade

ambiental interna (QAI), devido à alta densidade de ocupantes e devido as influências

negativas que um ambiente térmico insatisfatório exerce sobre aprendizagem e

desempenho dos ocupantes (WONG e KHOO, 2003).

Nota-se também que desde os primórdios da história sobre espaços destinados

à educação sempre houve a preocupação que esses favorecessem a aprendizagem.

O importante é adequar a prática educativa com o ambiente em que o aluno está

inserido Busca do equilíbrio e a ambientação adequada torna-se indispensável, desde

o local onde o prédio está inserido, posição das salas de aula até a disposição da

mobília deve estar em harmonia (ELALI, 2003).

2.8 Conclusões

Com base na revisão de literatura exposta acima, é possível fazer as seguintes

conclusões que:

Os estudos sobre conforto ambiental são fundamentais para a

produtividade e bem-estar das pessoas.

A adaptação térmica é atribuída a três processos: ajuste

comportamental, aclimatação fisiológica e habitação psicológica ou

expectativa.

A métrica descrita como S-TSV (Voto de Sensação Térmica Sazonal)

apresenta uma compreensão global, do ponto de vista do usuário sobre

o nível de conforto térmico e satisfação proporcionada pelos

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edifícios e deve ser utilizada apenas para as estações de verão e

inverno.

Para pesquisas de campo e de avaliação pós-ocupação os principais

métodos utilizados são: observações, entrevistas, questionários e

medições. O questionário se mostra eficiente por ser bastante conhecido

da população;

A abordagem adaptativa em pesquisas de campo são a chave para o

desenvolvimento de uma investigação de desempenho e conforto

térmico, pois permite um real entendimento da interação do usuário com

o seu ambiente;

Algumas pesquisas sugerem que a satisfação das pessoas está

relacionada a sua capacidade de se adaptar ao ambiente;

Estudos demonstram que o aumento da temperatura da sala de aula

pode ter um efeito negativo sobre o conforto térmico e desempenho

acadêmico. O desconforto diminui o tempo de atenção quando a

temperatura e a umidade excedem sua zona de conforto;

Usuários têm melhor performance em ambientes com temperaturas

reduzidas;

Aumentar as taxas de ar em salas de aula melhora o desempenho dos

alunos em muitas tarefas. Uma ressalva, referente a estação e o clima

onde as edificações estão inseridas;

A percepção térmica de casa se reflete na escola daqueles que vem de

origem menos privilegiada segundo estudos realizados em 2017 por

Montazami, Gaterell, Nicol, Lumley e Thoua;

Experimentos indicam que melhorar as condições da sala de aula pode

melhorar substancialmente a desempenho dos estudantes;

Existe uma demanda por estudos que sejam capazes de caracterizar

edifícios educacionais de forma confiável e simples, permitindo

identificar aqueles cujo desempenho é insatisfatório e onde medidas

corretivas se fazem necessárias.

O próximo capítulo descreve o processo de coleta de dados adotado nessa

pesquisa.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Localização dos edifícios estudados

A pesquisa foi realizada no município de Passo Fundo/RS, situado na região

norte do Rio Grande do Sul, distante aproximadamente 289 km da capital do estado,

conforme demonstra a Figura 10. Uma cidade de porte médio e afirmou-se nas últimas

décadas como a capital do Planalto Médio gaúcho. Possui um importante polo

universitário. É referência no atendimento em saúde e conta com dinâmica atividade

nos setores de serviços, comércio, indústria e agronegócio. Possui temperaturas

médias anuais de 17,5 °C e com máximas em torno de 28 °C em janeiro e 18 °C em

julho e mínimas de 17 °C em janeiro e 9 °C em julho e umidade relativa do ar com

média anual de 72% (Gráfico 1), segundo (EMBRAPA, 2019).

Figura 10 – Mapa de Localização de Passo Fundo/RS

Fonte: DreamsTime, 2019

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Gráfico 1 - Temperatura Média Anual (°C)

Fonte: Embrapa, 2019

3.2 Objeto de Estudo (Escolas participantes da pesquisa)

Para compor o objeto dessa pesquisa, foram selecionadas dez escolas públicas

administradas pelo governo do estado do Rio Grande do Sul, situadas no município

de Passo Fundo/RS. O município conta com 107 escolas públicas (sendo

38 estaduais, 68 municipais e uma federal) e 40 particulares. Para definir a quantidade

de salas de aula e de pessoas entrevistadas, foram utilizados registros do censo de

2016 disponibilizados pelo setor de estatística da Secretária Estadual de Educação.

No ano de 2016, havia 5.854 alunos matriculados, sem incluir alunos do EJA - Ensino

de Jovens e Adultos (SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO, 2016).

Assim, a fim de restringir o objeto, foi estabelecido o número de dez instituições

para realização do estudo sobre desempenho térmico. É uma amostra significativa,

capaz de oferecer um resultado expressivo em termos de pesquisa experimental, uma

vez que Passo Fundo possui 17 escolas de ensino médio estaduais, das quais 60%

participaram desta pesquisa. As instituições participantes foram escolhidas conforme

relevância, em termos de quantidade de alunos, tempo de existência e disponibilidade

de participação. Como um critério de seleção, foram escolhidas escolas em diferentes

bairros do município, conforme demonstra o mapa de localização da Figura 11. A

seguir, estarão listadas as escolas de acordo com a ordem em que foi realizada a

pesquisa.

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Figura 11 – Imagem de satélite com localização das escolas

Fonte: Google Maps (2018).

Escola Estadual De Ensino Médio Protásio Alves: Localiza-se na

Avenida Brasil s/n no centro da cidade.

Colégio Estadual Joaquim Fagundes Dos Reis: Localiza-se na Avenida

Brasil, 1241 no Bairro Boqueirão.

Colégio Tiradentes Da Brigada Militar - Passo Fundo: Localiza-se na

Rua Bento de Menezes, 583 no Bairro Vila Rodrigues.

Escola Estadual De Educação Básica Nicolau De Araújo Vergueiro

(ENAV): Localiza-se na Rua Paissandú, 1899 no centro da cidade.

Instituto Estadual Cecy Leite Costa (CECY): Localiza-se na Rua

Presidente Vargas, 1275 no Bairro Vila Rodrigues.

Escola Estadual De Ensino Médio Maria Dolores Freitas Barros:

Localiza-se na Rua João Catapan, no Bairro Santa Marta.

Escola Estadual De Ensino Médio Professora Eulina Braga: Localiza-se

na Rua Uruguai, 304 no Bairro Annes.

Escola Estadual De Ensino Médio Adelino Pereira Simões: Localiza-se

na Travessa André da Rocha, 235 no Bairro Nonoai.

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Escola Estadual De Ensino Médio Alberto Pasqualini: Localiza-se na

Av. Aspirante Jenner, 334 no Bairro Vila Santa Maria.

Escola Estadual De Ensino Médio Antonino Xavier E Oliveira: Localiza-

se na rua Cel. Gervásio Annes, 37 no Bairro Vila Luiza.

3.3 Método

O método utilizado para esse estudo é o S-TSV. O S-TSV (Voto de Sensação

Térmica Sazonal) é definido como a sensação térmica global percebida de maneira

geral em um edifício como lembrança (CÓSTOLA et al., 2019). Através desse

indicador é possível recolher dados sobre vários períodos do ano em uma única e

breve entrevista. O método apresenta uma compreensão global, do ponto de vista do

usuário, sobre o nível de conforto térmico e satisfação proporcionado pelos edifícios.

Os dados sobre os S-TSV podem, por exemplo, informar inconscientemente em uma

única coleta de dados geral para uma determinada época do ano a informação

suficiente para descrever o desempenho global do edifício de forma intuitiva. Portanto,

a principal diferença deste e de outros indicadores de conforto térmico utilizados em

levantamentos de campo é a capacidade do pesquisador de perguntar para os

usuários sobre suas lembranças de sensações de épocas anteriores, e não apenas

abordar o atual estado de conforto térmico.

Para realizar a pesquisa de campo em salas de aula, foram necessários alguns

ajustes em relação aos questionamentos propostos por Cóstola (2019), utilizados em

residências. Além de sua aplicação ser diferente, de maneira geral os alunos

permanecem apenas durante um turno em sala de aula, diferentemente do tempo que

se passa em residências. Na proposta de Cóstola (2019), as perguntas cobriram três

tópicos principais: o S-TSV no momento da entrevista; o S-TSV para toda a moradia

e algumas variáveis de controle socioeconômicas e comportamentais. Por outro lado,

nesta pesquisa foi solicitado aos alunos que informassem como se sentiam, de

maneira geral, para verão e inverno, mas sem coletar dados sobre o momento atual

do conforto térmico. Não foi possível considerar o padrão socioeconômico, pois havia

alunos menores de idade e seria necessária a autorização dos pais, o que inviabilizaria

a coleta de dados em um curto espaço de tempo.

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Ressalta-se que a pré-teste, ocorrido na Escola Protásio Alves em maio de

2017, foi essencial para melhor compreensão e desenvolvimento da pesquisa. Essa

pré-testagem foi realizada em uma turma de ensino médio, no turno da manhã, com

a participação voluntária de 21 alunos e um professor. Dessa maneira, foi possível

testar a aplicabilidade do método e das ferramentas para viabilizar a eficácia e o

sucesso na coleta de dados. Na visita, que aconteceu em dois momentos, foi possível

compreender como seriam realizadas as coletas de dados, quais parâmetros

deveriam ser coletados, quanto tempo necessitaria e qual a melhor forma de coletá-

los (questionário e registros fotográficos).

O primeiro momento foi para conhecer a escola e apresentar a proposta ao

diretor e à coordenação pedagógica, e o segundo momento ocorreu para fazer a

coleta de dados. Após essa coleta, foi possível realizar a validação do processo e

ajustar as ferramentas para o formato apresentado nas seções a seguir. Além da pré-

testagem, os dados gerais sobre as escolas de Passo Fundo, fornecidos pelo setor de

estatística da 7ª Coordenadoria de Educação, foram fundamentais para o

fornecimento de dados gerais do Censo 2016 e 2017. Assim, foi possível estimar

quantidade de escolas, localização, número de alunos e desempenho escolar geral

por meio de planilhas estatísticas. Maiores detalhes, explicações e aplicações sobre

método estão descritos na revisão de literatura, seção 2.4: Técnicas de medição de

desempenho: Método S-TSV (Voto de Sensação Térmica Sazonal).

3.4 Experimento e Abordagem Metodológica

O presente estudo testou um novo indicador, o S-TSV (Voto de Sensação

Térmica Sazonal) utilizado para avaliar os níveis de conforto em uma escala de 7

pontos. O indicador é definido como a sensação térmica global percebida em épocas

anteriores no verão ou inverno, que ao invés de investigar conforto térmico em um

conjunto de condições e estações traz uma abordagem da memória de sensação

térmica de maneira geral, conforme descrito na seção 2.5.

Na pesquisa de campo buscou-se caracterizar a percepção dos alunos em

relação ao conforto térmico e a correlação com o desempenho escolar. Este estudo

foi realizado em salas de aula ocupadas por alunos do ensino médio com idades que

variam de 14 a 25 anos e até o momento da entrevista desempenhavam suas

atividades de maneira regular, para assim manter o ambiente e a rotina de ensino o

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mais normal possível. Durante os experimentos os professores e os alunos podiam

abrir as janelas e as portas como de costume, em salas de aula climatizadas

artificialmente podia permanecer com equipamento ligado ou desligado, conforme

preferência dos alunos e professores. A pesquisa de campo seguiu os seguintes

passos:

Identificação das variáveis a serem pesquisadas;

Definição do método e confecção dos questionamentos a serem

aplicados no Projeto Piloto;

Após aplicação do Projeto Piloto foi realizada a readequação das

variáveis a serem investigadas;

Delimitação da amostra de campo (alunos de ensino médio da rede

estadual) e dimensionamento aproximado da amostra (quantidade de

escolas e alunos);

Escolha e preparo das ferramentas (questionário – papel);

Contato via telefone e/ou e-mail com administradores escolares

(diretores, vice-diretor ou coordenadores pedagógicos);

Apresentação e aplicação do questionário aos participantes (Professor

e alunos);

Coleta dos dados obtidos com a aplicação do questionário;

Organização dos dados;

Análise de dados;

Discussão dos resultados.

Observação referente a escolha da ferramenta para coleta de dados: o método

de coleta através do indicador criado por Cóstola (2019) permitiu uma avaliação geral

das escolas. Sua aplicação poderia ser facilitada pela inserção da tecnologia como

uso de tablets e/ou smartphone como utilizado na pesquisa realizada em residências

em Campinas/RS. Como não se tinham equipamentos em números suficientes, uma

vez que no espaço escolar em geral se tem um número significativos de alunos, foi

optado pelo uso de questionário em papel.

Caso esse processo de coleta de dados em grande escala fosse com o uso da

tecnologia garantiria registrar e contabilizar as informações de forma automática,

reduzindo o tempo de trabalho. Com aperfeiçoamento da ferramenta seria possível a

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replicação em outras tipologias arquitetônicas onde possuem grande população de

forma mais rápida, sem demandar tanto tempo de coleta e transcrição de dados.

3.5 Variáveis Analisadas

Avaliou-se os seguintes parâmetros na sala de aula:

Área e densidade por ocupação nas salas de aula;

Pé-direito;

Percentual de área de aberturas em relação as paredes;

Tipos de piso e teto nas salas de aula;

Presença de equipamentos como: ventiladores e ar-condicionado;

Presença de mecanismos e/ou dispositivos de sombreamento

(persianas, cortinas ou brises);

Identificação dos tipos de ventilação (cruzada ou unilateral);

Posição solar das salas de aula (leste, oeste, norte e sul).

3.6 Estudo de campo

O contexto adaptativo permite que pessoas mudem suas roupas, sua atividade,

sua postura e quando a edificação permite, a temperatura, o movimento do ar e até a

umidade podem ser alteradas (NICOL, 2004). Portanto, as pesquisas de campo

relatam os dados reais vivenciados pelos usuários. As sensações registradas são as

respostas obtidas nos questionários, com os quais são reunidas as variáveis

subjetivas e investigam-se as condições de conforto proporcionadas pelos ambientes

com perguntas e respostas. O questionário faz o usuário pensar sobre o ambiente

térmico que está sujeito diariamente.

O modelo de medição de desempenho térmico ao longo do tempo, utilizado

para essa pesquisa teve o intuito de testar a aplicabilidade da métrica S-TSV - Voto

de Sensação Térmica sazonal, (CÓSTOLA et al., 2019). A pesquisa foi realizada

usando perguntas fechadas feitas via questionário impresso pelo entrevistador que

também tomou nota das respostas, reações e observações relatadas pelos

participantes.

Na pesquisa de campo foram entrevistados professores, alunos e alguns

diretores. A pesquisa teve adesão voluntária e buscou-se caracterizar a percepção

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dos usuários em relação ao conforto térmico oferecido pelas salas de aula e

correlacioná-la com o desempenho escolar. As coletas de dados foram realizadas em

dois lotes, um nos meses de julho e agosto e outro entre setembro e início de outubro

de 2018. Dentre as informações gerais, foi pedido aos alunos para marcarem o que

eles vestiam de maneira geral nas estações (verão e inverno) por meio de uma lista

de verificação de vestuário para descobrir o nível de isolamento térmico proporcionado

pela vestimenta.

Salienta-se que antes dos alunos e professores responderem o questionário foi

realizada uma breve explicação sobre a pesquisa. Quando os questionários foram

entregues, os respondentes foram orientados sobre a importância e a

responsabilidade das respostas. Caso as respostas fossem forjadas, seriam

detectadas pelo cruzamento dos dados sendo esses questionários descartados,

diminuindo dessa maneira o número total da amostra. Na seção a seguir apresentam-

se e explicam-se sobre cada um dos questionários aplicados na pesquisa de campo.

3.7 Organização dos Questionários

Para cumprir o proposto na pesquisa foram elaborados três questionários: um

para os alunos, outro para professor e outro para pesquisador (sendo este último

relativo às propriedades construtivas da sala de aula e da escola).

O questionário dos alunos foi dividido em 5 partes: a primeira com dados

relativos a idade, sexo, série, sala e turno. A segunda parte sobre o seu vestuário de

maneira geral para verão e inverno. A terceira e quarta sobre seu conforto térmico de

maneira geral na sala de aula e em casa para verão e inverno utilizando a escala de

7 pontos. A quinta parte sobre desempenho escolar de maneira geral.

O questionário do professor foi dividido em 9 perguntas gerais sobre o ambiente

como: frequência do uso de ar-condicionado e ventilador no inverno e verão;

oportunidade de ajuste dos alunos, para ligar e desligar equipamentos, abrir e fechar

portas e janelas; operação das janelas durante a aula (se as janelas estavam sempre

abertas, abertas às vezes ou nunca abertas) e como última pergunta para obter

informação sobre a ventilação noturna da sala de aula, se ao chegar as janelas

estavam abertas. As informações coletadas nos questionários aplicados aos

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professores estão distribuídas ao longo das seções de resultados, conforme assunto

correlato.

Enquanto alunos e professores preenchiam seu questionário, o pesquisador

realizava as medições das salas de aula e anotações referentes ao ambiente como:

ventilação cruzada ou unilateral, presença de mecanismos e /ou dispositivos de

sombreamento, quantidade de alunos por sala, além de tomar nota das observações

feitas pelos alunos ou professores durante a aplicação dos questionários.

Observação: Os campos relativos à idade e ao gênero, dizem respeito a

caracterização e representatividade da amostra.

3.8 Considerações Éticas e de Privacidade dos dados coletados

Considerou-se a Resolução 196/96 (BRASIL, 1996) que define as diretrizes e

normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. A Resolução

incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades, quatro referenciais básicos da

bioética: autonomia, não-maleficência, beneficência e justiça. Visa assegurar os

direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da

pesquisa e ao estado. Além disso, a Resolução 196/96 descreve quais devem ser os

aspectos contemplados pelo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,

mecanismo pelo qual os sujeitos, indivíduos ou grupos que por si e/ou por seus

representantes legais, manifestarão a sua anuência à participação na pesquisa.

Por meio desse termo escrito no rodapé de cada questionário, “Trata-se de uma

pesquisa de adesão voluntária e os dados dos entrevistados serão mantidos em

sigilo”, o entrevistado declara estar de ciente e de acordo para preencher os dados da

pesquisa assegurando ao entrevistador a replicação dos dados coletados.

Havendo a liberdade da escola, alunos e professores em participar ou não, sem

quaisquer represálias atuais ou futuras. Existindo a segurança que se manterá a

proteção da imagem dos entrevistados, bem como liberdade de acesso aos dados

desse estudo.

Na próxima seção, nos capítulos 4, 5 e 6 inicia-se a apresentação e análise de

resultados.

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4 RESULTADOS: PANORAMA GERAL - CARACTERIZAÇÃO DAS ESCOLAS E

SALAS DE AULA

Os resultados estão divididos em 3 capítulos para análises. No Capítulo 4 estão

descritos os resultados gerais referente as características das salas de aula: área e

densidade; pé-direito; percentual de área de aberturas em relação a área de paredes;

tipos de piso e teto; presença de equipamentos de ar-condicionado; ventiladores ou

salas de aula sem equipamentos; dispositivos para proteção solar; posição solar das

salas de aula. No capítulo 5 é realizada análise do desempenho térmico geral para

verão e inverno na sala de aula e em casa. Ainda no Capítulo 5 é realizada a relação

de dados entre a densidade por ocupação, presença de equipamentos nas salas de

aula, tipos de ventilação, resistência da vestimenta, posição solar e área envidraçada

com o desempenho térmico. No capítulo 6 é realizada a análise do desempenho

escolar geral, por escola, além das relações entre desempenho escolar e: Votos de

Sensação Térmica Sazonal, salas com e sem equipamentos, ventilação, resistência

da vestimenta e posição solar. Após cada seção são apresentadas as conclusões.

A pesquisa coletou uma grande quantidade de dados, não somente pelo

tamanho da amostra como devido ao número de parâmetros cobertos no

levantamento. Observa-se que o trabalho possui três momentos distintos: a)

caraterização das escolas; b) a avaliação do desempenho térmico c) relação entre

desempenho térmico e desempenho escolar. Cada um destes elementos poderia

constituir por si só uma pesquisa independente. Contudo, tais elementos estão

intimamente ligados e optou-se, nesta pesquisa, por coletá-los de maneira unificada.

Diante de um trabalho de extensão, a análise de dados apresentada a seguir aborda

os elementos mais relevantes encontrados, porém não se aprofunda em diversas

relações e ferramentas estatísticas que poderiam ser exploradas na análise. A base

de dados coletados ficará à disposição da comunidade científica, caso outros

pesquisadores desejem conduzir análise de dados adicionais.

4.1 Caracterização Geral da Pesquisa

A pesquisa de campo foi realizada em 10 instituições de ensino com a

participação total de 764 alunos, sendo 397 mulheres (52%) e 367 homens (48%),

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além de 30 professores em 45 salas de aula. Os questionários foram aplicados em

duas etapas, sendo a primeira no mês de julho de 2018 em 5 instituições com a

participação voluntária de 427 alunos divididos em 21 salas de aula com idades entre

14 e 22 anos e além de 16 professores. Escolas participantes: Colégio Tiradentes da

Brigada Militar, Colégio Estadual Fagundes dos Reis, Instituto Estadual Cecy Leite da

Costa, Escola Estadual Protásio Alves e Escola Estadual de Educação Básica Nicolau

Araújo Vergueiro. A segunda etapa da pesquisa foi realizada no mês de setembro e

início de outubro de 2018 em mais 5 instituições com a participação voluntária de 338

alunos divididos em 24 salas de aula com idades entre 14 e 25 anos e 14 professores.

Escolas participantes: Escola Estadual de Ensino Médio Adelino Pereira Simões;

Escola Estadual Professora Eulina Braga; Escola Estadual de Ensino Médio Antonino

Xavier e Oliveira; Escola Estadual de Ensino Médio Maria Dolores Freitas Barros e

Escola Estadual Alberto Pasquilini.

Na aplicação dos questionários foi possível verificar o nível de satisfação dos

usuários em relação às edificações, bem como as aspirações e desejos em relação

ao ambiente escolar. Em alguns momentos explanaram pontos positivos e negativos

das salas de aula, sendo esses dados registrados pelo pesquisador. Observou-se em

algumas ocasiões limitações ou dificuldades de alguns estudantes em responder e

pensar o ambiente, com maior demora para responder os questionamentos e até

mesmo solicitando auxílio do pesquisador e/ou bolsista.

Observação: O número de professores entrevistados é inferior ao número de

salas de aula, pois os questionários muitas vezes eram aplicados no intervalo entre

períodos. Para obter as respostas do questionário aplicado aos professores, o

pesquisador fazia as perguntas em voz alta para os alunos responderem, sendo

possível essa alternativa, uma vez que se referiam a perguntas gerais sobre

funcionamento do espaço e oportunidades de ajuste.

4.2 Apresentação e Caracterização das Escolas e Salas de Aula

O panorama geral com a caracterização das escolas nos permite analisar

aspectos referentes ao ambiente como um todo. As edificações escolares, objeto

dessa pesquisa, possuem diferentes configurações de projetos e observou-se que ao

longo dos anos foram sofrendo ajustes e alterações em sua estrutura física conforme

demanda e necessidade. Em muitas escolas as salas de aula estão

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distribuídas em dois prédios de até 3 pavimentos de épocas e tipologias arquitetônicas

diferentes.

Em alguns prédios foram encontradas salas de aula distribuídas ao longo de

um corredor central, outras ao longo de um corredor lateral e outras distribuídas ao

redor de um pátio central.

No contexto construtivo, nota-se que as edificações são construídas no sistema

convencional, em alvenaria, compostas de pilares, vigas e algumas em laje de

concreto armado. Foi observado em uma das escolas o uso de bloco maciço e

aparente e em outras entende-se o uso de blocos de 6 furos, pois a estrutura é

aparente e a alvenaria utilizada nessas situações normalmente é de vedação, uma

vez que a função é de separar os ambientes. Não se pode afirmar que não se teve

cuidado com os materiais e projetos, uma vez que não se teve contato com os

profissionais responsáveis, mas segundo os dados da pesquisa há fortes evidências

de que as edificações foram concebidas priorizando fatores econômicos.

Em geral, as paredes são rebocadas e pintadas, predominantemente em tons

claros, branco, bege, verde e azul claro com alguns detalhes em tons mais escuros.

Em uma das escolas foi encontrado um verde mais intenso até metade da parede e

foi motivo de reclamação dos alunos por causar desconforto visual. Não há aplicação

de revestimentos tipo cerâmica, pastilha ou porcelanato nas envoltórias. Nas escolas

que possuem corredores laterais, esses têm grandes aberturas distribuídas ao longo

das fachadas, porém não foi encontrado nenhum mecanismo de proteção solar

externo como brises, por exemplo. O que foi encontrado, em algumas salas de aula

foram dispositivos internos para sombreamento como cortinas e persianas. Todas as

escolas possuem facilidade de acesso, em geral seu entorno é asfaltado e possuem

paradas de ônibus nas imediações.

No Apêndice B estão descritas as informações do panorama geral das escolas,

onde é realizado uma breve explicação e apresentadas imagens das fachadas, das

salas de aulas e corredores internos, para se obter um melhor entendimento dos

objetos estudados nessa pesquisa.

4.3 As Salas de Aula

As escolas visitadas têm diferentes configurações espaciais conforme descritos

na seção 4.2. As salas de aula têm dimensões entre 35,00m² e 68,00m² e

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segundo a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), o

dimensionamento baseia-se em uma modulação 90x90cm o que resulta em uma sala

de aula padrão com 51,84m². A escolas analisadas na pesquisa tem diferentes áreas

e nem todas seguem as recomendações propostas pela FDE. Pode-se notar ainda

que os ambientes são compostos por diferentes revestimentos e o piso predominante

é em parquet e o teto em laje. As aberturas em geral são em ferro e madeira e as

janelas em sua grande maioria são do modelo tipo báscula.

Na Tabela 3 estão os dados com as características gerais de cada sala de aula

como: nº sala de aula, nº de alunos presentes, área, a altura de pé-direito (PD),

percentual de vãos de abertura em relação a área de paredes, tipos de revestimentos

nos pisos, teto e esquadrias, presença de dispositivos de sombreamento, ventilador,

ar-condicionado (AC) e a presença de ventilação.

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Tabela 3 - Dados Escolas

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.3.1 Áreas e densidade:

A densidade de ocupação determina e indica a condição de desempenho

térmico ofertado pelos edifícios escolares em função da área versus a ocupação de

pessoas. Nas escolas visitadas foram encontradas variações significativas de área por

aluno, variando entre 1,17m² até 5,55m² dependendo da escola conforme dados do

Gráfico 2. Mas caso fossem analisados os dados de forma individual por sala de

ESCOLAS SALA Nº ALUNOS ÁREA PD (%)

ABERTURAPISO TETO ESQUADRIAS

DISPOSITIVOS

SOMBREAMENTOVENTILADOR AC VENTILAÇÃO

POSIÇÃO

SOLAR

A 17 48,54 12% 01 de teto Leste

B 15 51,09 19%01 de teto 01

de parede Leste

C 19 51,09 17%02 de teto 01

de parede Leste

D 19 48,54 12% 01 de teto Sul

A 20 02 de teto Leste

B 15 02 de teto Leste

C 24 02 de teto Leste

D 18 02 de teto Leste

Assoalho de

madeira

Forro de

madeiraMadeira Não

21% Ferro e madeiraLaje

3,85 Cruzada

42,16 3,08

PROTÁSIO ALVES

FAGUNDES DOS REIS

Não

NãoSimParquet

DADOS E CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS ESCOLAS

Unilateral

A 36 52,85 12% Norte

B 35 28,21 16% Sul

C 25 28,21 16% Sul

D 27 35,11 14% Norte

E 24 28,21 16% Sul

A 17 Norte

B 27 Norte

C 22 Norte

D 24 Norte

A 22 01 parede Leste

B 28 01 parede Leste

C 30 01 parede Leste

D 16 01 parede LesteAA 17 49,05 2,95 21% Não Sim Oeste

B 20 49,05 2,95 21% Não Sim Oeste

C 15 49,05 2,95 21% Não Sim Oeste

A- Bloco

Antigo12 57,64

2,95 e

4,5019% Não Não Norte

D 10 38,41 2,95 15% 01 Parede Sim Unilateral Oeste

B -

Noite

Bloco

Antigo

11 57,64 2,95 e

4,5019% Não Não Norte

C -

Noite

Bloco

Antigo

15 57,64 2,95 e

4,5019% Não Não Norte

D -

Noite

Bloco

Antigo

16 57,64 2,95 e

4,5019% Não Não Norte

A 14 48,09 16% Parquet Laje Não Norte

B 12 48,09 16% Parquet Laje Não Norte

C 19 48,09 16% Parquet Laje Não Norte

D 14 39,30 2,38 13%Parquet em

péssimas condições

Forro de

madeiraSim Norte

A 17 44,84 3,00 20% Parquet Laje 01 de teto Sul

B 20 44,84 3,00 20% Parquet Laje 01 de teto Sul

C11 - Tinham

20 presentes68,02 3,00 24% Parquet Laje 01 de teto Sul

D 12 35,77 2,47 19% Piso Vinílico antigoForro de

madeira

02 unidades de

paredeNorte

A 8 17% Oeste

B 14 17% Oeste

C 4 17% Oeste

A 16 11% Cerâmica Leste

B 17 11% Cerâmica Leste

C 22 6% Parquet Oeste

D 10 6% Parquet Oeste

A -

Noite 12 6%Parquet Oeste

2,84

SimFerro e madeiraForro PVCParquet

Não

ANTONINO XAVIER Forro PVC Ferro

Sim

MARIA DOLORES (Todas as

salas)

Sim Cruzada

ADELINO PEREIRA SIMÕES

(Todas as salas)Parquet

Unilateral

Cruzada

Unilateral

53,56

Parquet23%

2,84

2,90 SimNão

COLÉGIO MILITAR

Não Unilateral

SimNão

Sim

Não

CECY LEITE DA COSTA Não Unilateral

29,00 SimMadeiraLajeENAV

19%

Ferro e madeira

ALBERTO PASQUALINI

(Todas as salas)Ferro e madeira

2,95 Parquet Laje Ferro e madeira

Não

DADOS E CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS ESCOLAS

MARIA EULINA (Todas as

salas)Parquet Laje Ferro e madeira

Não - Os vidros são

pintados Não2,9748,09

Laje Ferro e madeira Sim

Sim Siim48,90 2,90

Cruzada

Unilateral

Cruzada

Cruzada

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aula, por exemplo, essas diferenças ganhariam proporções mais significativas

podendo variar de 0,81m² (Colégio Tiradentes) até 12,02m² (Eulina Braga). Uma

variação expressiva e não uniforme. Conforme o Art. 35 da Resolução 340 de 2018,

define como o número máximo de estudantes por turma deverá ser de 40 (quarenta),

respeitado o mínimo de 1,20m² por pessoa.

Densidade mais alta favorece no inverno por ter maior ganho de calor interno,

porém cria problemas por se fazer necessário maior renovação de ar. No verão, cria

problemas devido ao maior ganho interno. Um aluno traz 140W de energia para o

ambiente (ASHARE, 2005), por exemplo e o projeto é feito baseado na ocupação total

da sala em metro quadrado, portanto ocupações parciais podem fazer com que salas

idênticas, e cujo desempenho esperado seja adequado, na realidade se comportem

de maneira completamente distintas.

Densidade mais Baixa, no inverno o ganho de calor por ocupação é reduzido,

o que torna o ambiente mais frio, no verão, há menos ganho de calor, o que torna o

ambiente mais agradável. A qualidade do ar é melhor, uma vez que são menos

pessoas para dividir o mesmo espaço.

Gráfico 2 - Densidade por ocupação por escola.

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.3.2 Pé-direito:

A FDE recomenda que o pé-direito de uma sala de aula seja de 3,00m e que

todas tenham forro. Ao avaliar essa recomendação de altura, pode se dizer que 33%

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das salas de aula estão de acordo com esse parâmetro, se considerarmos pé-direito

de 2,95 a 3,08m, conforme dados da Figura 5.

Observa-se na Figura 12 que a maior frequência de pé-direito ocorre entre

2,85m e 2,90m (42%). O pé-direito mais baixo encontrado foi de 2,38m e o mais alto

foi aproximadamente 4,50m, conforme Figura 13.

De maneira geral, a altura de pé-direito influência na qualidade térmica do

ambiente, uma vez que, o pé-direito alto melhora o conforto térmico no verão, pois o

ar quente tende a subir e ar frio a descer. Ou seja, locais com pé-direito alto, em geral

são mais frescos no verão e com pé-direito baixo são mais confortáveis no inverno.

Como exemplo, foram comparados, de maneira aleatória a sensação térmica no

inverno em duas salas de aula dessa pesquisa, uma sala de aula com pé-direito de

2,47m e outra com 4,50m no ponto mais alto conforme Figura 6. O resultado

demonstrou que 21% dos usuários estão em conforto na sala de PD baixo, contra 8%

dos que estão na sala com PD alto, conforme dados do Gráfico 3.

Figura 12 – Frequência de alturas de pé-direito nas salas de aula

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Gráfico 3 – Votos de Sensação Térmica Sazonal: PD Alto x PD Baixo

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 13- Imagens de uma sala de aula com PD baixo e outra PD alto.

Fonte: Registradas pelo autor.

4.3.3 Ventilação

A ventilação é determinante e essencial para a qualidade do ar interno e do

conforto térmico e tem sido destacada em muitos estudos (ZAMORODIAM et al.,

2016). A utilização da ventilação natural como estratégica arquitetônica e bioclimática

é importante. Um projeto adequado de ventilação natural deve observar as condições

climáticas e condições de vento locais para se ter bons resultados.

Os controles térmicos naturais proporcionam a redução do excesso de calor

resultante no interior dos edifícios minimizando, muitas vezes os efeitos dos climas

excessivamente quentes. O conhecimento do clima aliado à troca de calor e do

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comportamento térmico dos materiais permite uma intervenção consciente da

arquitetura (FROTA e SCHIFFER, 2007).

Nas escolas visitadas foram encontradas as duas situações de ventilação, a

cruzada e a unilateral, conforme demonstra a Figura 14:

Ventilação cruzada: é caracterizada pelo escoamento de ar entre

aberturas localizadas em posições opostas ou adjacentes, podendo

ocorrer da forma horizontal ou vertical. Segundo Rodrigues (2008) a

circulação do ar é facilitada porque as aberturas de entrada de ar são

situadas em zonas de alta pressão e as aberturas de saída de ar

localizam-se em zonas de baixa pressão, portanto as aberturas de

entrada de ventilação devem ser locadas em um nível mais baixo que as

de saída.

Ventilação unilateral: é caracterizada por uma entrada de ar e só é

eficiente para um cômodo simples, caracterizando- se como uma

solução de ventilação local (RODRIGUES, 2008).

Figura 14 – Ventilação Cruzada e Unilateral

Fonte: Labeee, 2014.

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Figura 15 –Salas de Aula com ventilação Cruzada e Ventilação Unilateral

Fonte: Elaborado pelo autor

Referente a ventilação, das 45 salas de aulas visitadas, 56% possuem

ventilações unilateral e 44% cruzada, conforme dados da Figura 8. Para quantificar as

salas com ventilação cruzada observou-se caso a caso. Se fossem analisadas de

maneira genérica podia-se dizer que 91% do total das salas de aula foram projetadas

de forma a proporcionar ventilação cruzada. Porém, uma vez que as aberturas que

fariam o papel da ventilação em geral permanecem fechadas, assim como as

aberturas dos corredores e no caso de venezianas as aletas são tão próximas umas

das outras e/ou ainda existem obstruções não se considerou como ventilação cruzada.

Observa-se as situações relatadas nas Figuras 16 e 17. Figura 16, imagem interna e

externa de uma sala de aula, nota-se um obstáculo onde seriam as circulações de ar

foram fixados fechamentos em madeira. Na Figura 17, aberturas do corredor fechadas

e onde tem venezianas para ventilação, essas estão obstruídas, possuem quadros

fixados. Nas imagens da Figura 18 apresenta-se uma situação onde possui ventilação

cruzada.

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Figura 16 – Situação de abertura para ventilação obstruídas.

Fonte: Registradas pelo autor.

Figura 17 – Situação de ventilação unilateral

Fonte: Registradas pelo autor.

Figura 18 – Imagens onde as salas de aula possuem ventilação cruzada.

Fonte: Registrada pelo autor.

Imagem interna Imagem corredor

Imagem externa Imagem interna

Imagem interna Imagem externa

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4.3.4 Percentual de área de aberturas

A posição e as dimensões das janelas exercem grande influência na qualidade

e na quantidade de ventilação interna, umas funcionando como entrada e outras como

saída de ar. Assim, as aberturas devem ser dimensionadas e posicionadas de forma

a proporcionar um fluxo de ar adequado ao ambiente. Segundo Frota e Schiffer (2007)

a ventilação proporciona a renovação do ar do ambiente, sendo de grande importância

para higiene e para o conforto térmico.

A NBR 16401 -2 (2008) define como condições de conforto térmico:

Para verão: temperatura operativa de 22,5 °C a 25,5°C como base resistência

térmica da roupa de 0,5 “clo” e velocidade de ar inferior a 0,2m/s para sistemas de

deslocamentos normais de distribuição de ar e inferior a 0,25m/s para ventilação de

deslocamento.

Para o inverno: temperatura operativa de 21°C a 23,5°C para umidade de 60%

e 21,5 °C a 24 °C para umidade de 30%. Tais valores têm como base o “clo” 0,9 e

velocidade do ar inferior a 0,15m/s para sistemas de deslocamentos normais de

distribuição de ar e inferior a 0,2 m/s para ventilação de deslocamento.

Porém a NBR16401-2 (2008) não contempla o modelo adaptativo e limita-se a

condições de conforto para ambientes comerciais. Uma nova versão incorporando

esses conceitos foi elaborada por Lamberts et al. (2016) a partir do texto proposto pela

ASHRAE 55, na revisão de 2010. Segundo os autores, este documento já foi editado

e incorporado à parte 2 da ABNT NBR 16401 (2008) e atualmente aguarda a abertura

para consulta pública e posterior publicação. Nesta nova versão, além do método que

segue a fundamentação teórica de Fanger (1972) e do ASHRAE Handbook

Fundamentals (2005), foram incorporados o novo método proposto pela ASHRAE

55/2013 para ambientes condicionados e com valores mais altos de velocidade do ar,

além do método adaptativo para avaliação em espaços ventilados naturalmente.

Dada a importância, os dados sobre área de abertura versus área de parede

são fundamentais para qualidade do ar e desempenho térmico do ambiente. Afim de

avaliar os dados, os percentuais foram divididos em 4 intervalos sendo esses:

Até 6%

11% a 14%

15% a 19%

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20% a 24%

Conforme a Figura 19 nota-se que a maior frequência ocorreu entre 15% e 19%

de abertura em relação a área de paredes. Segundo a Fundação Desenvolvimento

Escola (FDA), as salas de aula são ambientes que devem ter área de ventilação

equivalente a 1/10 da área do piso. As salas de aula que não atingiram esse índice

representam 4% e pertencem a Escola Antonino Xavier.

Figura 19 – Percentuais de aberturas dividido em 4 intervalos

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.3.5 Tipos de Piso

Os pisos encontrados nas salas de aula foram: madeira (parquet e soalho),

vinílico e cerâmico (Figuras 20, 21 e 22). O que foi encontrado com maior frequência

foi o parquet em 78% das situações. O parquet além de ser boa alternativa entre os

pisos de madeira é uma opção por ser econômico. É composto por pequenas peças

de madeira que podem ter variações de tamanhos e cores em formato de mosaico.

Sua instalação se dá em cima do contra piso já nivelado e impermeabilizado. Ele

adapta-se a qualquer parte interna. Tem baixa condutividade, o que garante contato

agradável no verão e no inverno (MADIPÊ, 2019).

O soalho de madeira (tábua) é um tipo de revestimento que foi muito utilizado

principalmente em edifícios antigos devido ao conforto térmico que proporciona e

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sua elevada durabilidade. As tábuas de madeira maciças têm medidas variadas e são

encaixadas no sistema macho e fêmea (FREY AMON, 2019).

Já os pisos cerâmicos são altamente utilizados em edificações de maneira geral,

possuindo funções técnicas e estéticas. O vinílico, encontrado em apenas 2% dos

casos possui boas propriedades térmicas e acústicas, porém estava em péssimo

estado de conservação. É um revestimento produzido à base de PVC, cargas

minerais, plastificantes, pigmentos e aditivos. É leve e com baixa espessura (SBELLO

PISO, 2019).

Figura 20 –Distribuição da frequência dos pisos encontrada nas salas de aula.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 21 – Imagens das salas de aula com piso em parquet.

Fonte: Registradas pelo autor.

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Figura 22 – Imagens das salas de aula com piso em tábua de madeira e piso cerâmico.

Fonte: Registradas pelo autor.

4.3.6 Tipos de Teto

O forro constitui uma barreira que obstrui o fluxo térmico originado pela

insolação da cobertura e tende a uniformizar as condições de conforto térmico nos

ambientes, independentemente do tipo de cobertura (ETERNIT, 1981). Segundo Egan

e Olgyay (2002), o forro é a maior superficie de refletância da luz, pelo fato da maioria

das tarefas realizadas sofrer influência da luz refletida dela. Além de ser um importante

refletor de luz principalmente em salas de aulas amplas e profundas.

Das 45 salas de aula visitas, 64% possuem laje, 22% forro em PVC e 13%

forro em madeira conforme dados da Figura 23 e imagens das Figura 24, 25 e 26. Nos

casos onde possui forros em PVC e madeira não há presença de laje e os telhados

em geral são de fibrocimento. Baseado nas propriedades térmicas (Tabela

4) dos três diferentes materiais encontrados nas coberturas, pode-se definir que:

Madeira: apresenta um bom desempenho térmico, uma vez que tem seu calor

específico alto e baixa condutividade. Possui coeficiente de dilatação térmica

que representa a variação das dimensões influenciadas pela temperatura,

ocorrendo uma alteração no dimensionamento. Com o calor expande e com o

frio retrai. Tem boa capacidade de isolamento térmico.

Laje: tem calor específico alto, possui alta condutividade térmica, portanto a

transferência do fluxo de calor é alta. Todavia pode-se considerar a laje como

um bom material para as escolas em função do ciclo de vida.

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PVC (Policloreto de Vinil): um material de revestimento que tem sido bastante

utilizado nas construções modernas em função do custo benefício, possui boa

durabilidade, fácil instalação, resistência e baixo custo. É uma plástico

composto de um subproduto do petróleo e sal. É excelente para fazer

isolamento térmico e acústico dos ambientes. Por ser um material impermeável,

o PVC resiste a atmosferas salinas, umidade e cupim. Não requer pintura e é

auto extinguível (não propaga chamas). A norma vigente para forros de PVC é

ABNT NBR 14285-3 (2018), (Procedimentos para estocagem, manuseio,

instalação e operação, para forros de PVC), (ARCWEB, 2018).

Figura 23 – Frequência dos tipos de teto e/ou revestimentos de forros encontrados

nas salas de aula.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Tabela 4 – Propriedade térmicas dos materiais utilizados para cobertura

Fonte: ABNT (2005) e Labee (2013)

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Figura 24 – Imagens das salas de aula com teto em laje.

Fonte: Registradas pelo autor.

Figura 25 – Imagens das salas de aula com teto em laje.

Fonte: Registradas pelo autor.

Figura 26- Imagens das salas de aula com forro em PVC.

Fonte: Registradas pelo autor.

4.3.7 Equipamentos de ar- condicionados e ventiladores

O desempenho térmico de um edifício depende fundamentalmente das

decisões tomadas nas primeiras fases do projeto arquitetônico. Como volumetria,

orientação das fachadas, áreas, posicionamento e sombreamento das janelas,

sistemas construtivos de paredes e coberturas.

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Pode-se ainda dizer que se os espaços fossem idealizados de forma a obter

uma situação de conforto térmico, o uso de equipamentos como ar-condicionado e

ventiladores poderiam ser dispensados, e o consumo energético poderia ser

otimizado. A racionalização do uso de energia apresenta estreitos laços com a

adequação da arquitetura ao clima (FROTA e SCHIFFER, 2007;TIBIRI, 2008). O

conforto térmico está diretamente relacionado ao consumo de energia de uma

edificação e o setor de edificações por exemplo é responsável por aproximadamente

48% da energia elétrica consumida no Brasil (EPE, 2016).

A finalidade das instalações de Aquecimento, ventilação e ar-condicionado

(AVAC) para climatização de edifícios consiste fundamentalmente em criar nos

ambientes interiores condições mais satisfatórias para a permanência humana. Para

se poder determinar a influência dos fatores ambientais sobre o bem-estar das

pessoas é necessário estudar as relações que existem entre o ser humano, a sua

atividade e o ambiente em que vive. É sabido que o corpo humano reage aos

estímulos térmicos de modo a manter constante a temperatura média do seu

organismo aproximadamente em 37ºC (RUIVO et al., 2000).

É importante ressaltar que determinar uma faixa ideal de temperatura para

atender a todas as situações de um ambiente climatizado não é possível, uma vez

que não somente a temperatura do ambiente irá garantir o conforto térmico, mas uma

combinação de diferentes variáveis irão criar propriedades térmicas de conforto como:

umidade relativa do ar, velocidade do ar, temperatura do ar externo, vestimenta, tipo

de ocupação do local, entre outros fatores (FANGER, 1970).

Baseado nas coletas de dados da Figura 27 pode-se constatar que:

50% das escolas possuem ar-condicionado, porém não em todas as

salas de aula visitadas e 50% possuem ventiladores, e não em todas as

salas de aula.

Das 45 salas de aula visitadas, 47% (21) possuem ar-condicionado, 38%

(17) ventilador e 16% (7) nenhum equipamento.

Das 47% salas de aula que possuem ar-condicionado 14% (3) dos

equipamentos estão sem funcionamento por falta de manutenção e 19%

(4) tem seu funcionamento prejudicado por ocorrer oscilação da corrente

elétrica ao entrar em funcionamento.

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80

Figura 27 – Porcentagem de salas de aula com ar-condicionado, ventiladores e sem equipamentos.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nas imagens da Figura 28 observa-se os equipamentos de ar-condicionado. A

grande maioria deles posicionados em um dos cantos da sala de aula, em geral

próximo a uma parede externa. Nas imagens da Figura 29 os ventiladores,

posicionados na parede, no centro da sala de aula e de frente ou quando no teto, em

geral, uma unidade e posicionado no centro da sala de aula.

Em caso de ar –condicionado, as posições dos equipamentos influenciam

negativamente e/ou positivamente no desempenho, uma vez que a distribuição de ar

poderá ser otimizada ou prejudicada além de deixar em desconforto aqueles que

estarão à frente dos equipamentos.

Figura 28 – Imagens com as posições dos equipamentos de ar-condicionado nas salas de aula.

Fonte: Registradas pelo autor.

Figura 29 – Imagens das salas de aula com ventiladores de parede e teto.

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81

Fonte: Registradas pelo autor.

Na Figura 30 demonstra-se medições realizadas em alta resolução do fluxo de

ar induzido por um ventilador de teto em uma sala vazia. Os ventiladores de teto

podem resfriar os ocupantes com muita eficiência, mas as velocidades do ar

experimentadas na zona ocupada são não uniformes. Os profissionais da área devem

estar cientes dos vários padrões de fluxo genéricos ao posicionar ventiladores de teto

em um ambiente, sendo a chave para a eficiência o próprio jato do ventilador e o

espalhamento lateral perto do chão. A adição de mobília redireciona o fluxo de ar

lateralmente em uma zona de expansão mais profunda, tornando o ar ambiente mais

complexo, mas aumentando o resfriamento experimentado pelos ocupantes.

Figura 30 – Imagens do fluxo de ar induzido por um ventilador

Fonte: BOS Lab, 2018

A Figura 31 demonstra a circulação de ar em uma sala que possui um ventilador

único: visão frontal na distância mais longa (verde) e mais curta (azul) da

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82

parede (esquerda) e vista plana (direita). E pode se observar que quanto menor a

distância da parede (lado esquerdo) maior é a concentração de ar.

Figura 31 – Imagem demonstra a circulação de uma sala de aula com um único ventilador

Fonte: Liu, Lipczynska, Schiavons & Arens (2018)

Ventiladores elétricos podem ser usados em conjunto com ar-condicionado, por

exemplo, para compensar o impacto de temperaturas mais altas no conforto térmico.

Os ventiladores de teto são econômicos e eficientes em termos de consumo de

energia e são usados em países tropicais e subtropicais, principalmente em edifícios

residenciais e em espaços semi-externos. Tem comparação com o resfriamento

baseado em outros equipamentos, ventiladores de teto resfriam pessoas com menos

consumo de energia (SONNE e PARKER,1998). Estudos laboratoriais e de campo

anteriores em seres humanos mostraram que o uso de ventiladores de teto melhora a

qualidade do ar percebida, a sensação de conforto térmico e a produtividade (ARENS

et al., 1998; SCHIAVON et al., 2017). Estudos conduzidos por Liu et al. (2018)

mediram o perfil de velocidade do ar e levaram ao desenvolvimento de padrões gerais

de circulação do fluxo de ar ambiente e avaliaram o efeito de diferentes velocidades e

distâncias entre ventiladores em várias situações. Portanto, sugerem que para ser

eficientes deve-se observar a localização dos ventiladores, a diferença de velocidade,

a distância entre equipamentos, pois são situações que afetarão os perfis de fluxo de

ar um do outro e a eficiência.

4.3.8 Dispositivos de Sombreamento

A arquitetura do passado, de maneira notável, buscava a admissão de luz

somente onde era desejado: janelas e aberturas zenitais tinham importante

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83

destaque no conjunto da estrutura e proporcionavam, como resultado, mudanças,

constantes nos níveis de iluminação natural em uma edificação ou até mesmo em um

ambiente (MOORE, 1991). Pode-se concluir que a função das aberturas é garantir a

integração entre interior e exterior das edificações.

Diante da necessidade de se considerar o conforto dos usuários das

edificações como requisito fundamental, e com a disseminação da arquitetura

bioclimática, as aberturas passam a configurar sistemas mais complexos, com a

função de maximizar suas propriedades de ventilação e também de iluminação natural

(CARVALHO, 2018).

A função dos dispositivos de sombreamento vão muito além de excluir a luz

solar indesejada: esses elementos podem ser utilizados como por exemplo para

redirecionar a luz natural para áreas mais distantes das aberturas. Diversos estudos

tem investigado o desempenho de dispositivos de sombremaneto (KRUGER e

RODRIGO, 2018; FRANCO, 2007; SANTOS e SOUZA, 2012; DUBOIS, 2003).

Em linhas gerais os dispositivos de sombreamento têm como função melhorar

a ventilação, controlar, bloquear, redirecionar e minimizar a entrada de luz além de

contribuírem para minimizar os efeitos da radiação solar no aquecimento das

edificações.

Em geral o que se encontra nas salas de aula são janelas voltadas para a área

externa no meio da parede com peitoril entorno de 1,20m e as internas (venezianas

ou básculas), voltadas para corredor interno, com peitoril mais alto. Segundo Egan e

Olgyay (2002) nesse tipo de abertura pode incidir radiação solar difusa e direta,

causando ofuscamento e desconforto visual, podendo interferir na performance

térmica do ambiente, não sendo essa a melhor posição para distribuição de luz

natural, nem para dias de céu claro, nem para dias de céu nublado, entretanto é o

modelo mais utilizado em salas de aula. Conforme dados coletados e demonstrados

na Figura 25, cortinas são utilizadas em 76% das situações como dispositivo de

sombreamento interno.

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84

Figura 32 – Dispositivos de Sombreamento Interno

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nas imagens das Figuras 33, 34 e 35, apresentam-se as quatro situações

encontradas nas salas de aula: cortinas e persianas; vidros pintados; venezianas

internas; janela sem cortinas.

Figura 33 – Imagens das salas de aula com cortinas e persianas.

Fonte: Registradas pelo autor.

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85

Figura 34 – Vidros pintados para bloquear o excesso de iluminação.

Fonte: Registradas pelo autor

Figura 35 – Imagens das venezianas internas e de uma sala de aula sem cortinas, mas protegida do sol por uma camada arborizada.

Fonte: Registradas pelo autor.

4.3.9 Posição Solar

A incidência de sol nos ambientes influência o conforto, a saúde e a economia.

Devido ao movimento aparente do sol, a orientação solar muda conforme a região. O

planeta é inclinado e ficamos mais expostos ao sol em determinados períodos do ano.

Cada estado ter sua particularidade climática, conforme observa-se na disparidade de

estações entre regiões do país. Além da inadequada posição solar levar a ganhos

térmicos excessivos e ao aumento de consumo de energia.

No hemisfério sul, onde está localizado o Brasil a face Norte recebe maior

incidência solar durante todo o dia, logo a face Sul, quase não recebe. A orientação

Norte, apresenta vantagens, uma vez que permite maior incidência solar durante os

meses de inverno. No inverno o sol cria um ângulo baixo em relação à superfície

terrestre, assim os ambientes a Norte ficam ensolarados durante quase todo o dia. Na

região sul, onde encontra-se o município de Passo Fundo/RS, as temperaturas

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86

são mais baixas e tem as quatro estações do ano bem definidas. A posição Norte

favorece a entrada de incidência solar (luz e calor). Sabendo que o sol nasce a Leste,

esta face tem maior incidência do sol de manhã enquanto a Oeste recebe a tarde. A

carta solar auxilia a entender a trajetória do sol ao longo de todo o ano e pode ser

interpretada como a projeção das trajetórias solares ao longo da abóbada celeste

durante todo o ano (LAMBERTS, 2014).

Na Figura 36 demostra-se o percentual de salas de aula em cada posição solar.

Pode-se observar que a orientação de maior incidência se dá a Norte (33%), seguida

da Leste (29%), Oeste (22%) e Sul (16%). Na próxima seção serão analisados a

influência da posição solar no desempenho térmico das salas de aula e desempenho

escolar dos alunos.

A fachada Norte é a posição com maior ganho térmico à tarde, mas de maneira

geral as aulas acontecem no turno da manhã, sofrendo a incidência do sol a Leste. O

ideal é tirar o máximo de partido das condições naturais disponíveis em benefícios de

melhores condições de conforto, higiene e segurança. Não é possível conseguir um

ambiente térmico que atenda a totalidade de seus usuários ou seja que todos se

sintam termicamente confortáveis, mas criar condições de conforto para a maioria.

Figura 36 - Salas de Aula e Posições Solares.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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87

4.4 Conclusões

Após a realização do panorama geral com a caracterização e contextualização

das escolas pode-se concluir que:

No contexto construtivo as edificações são construídas no sistema

convencional, em alvenaria, compostas de pilares, vigas e algumas em

laje de concreto armado;

Muitas salas de aula estão divididas em dois prédios de até 3 pavimentos

de épocas e tipologias arquitetônicas diferentes e com diferentes

organizações espaciais;

Foram encontradas salas de aula com dimensões entre 35,00m² a

68,00m²;

Existe grande variação de densidade por ocupação nas escolas, de

maneira geral;

33% das salas de aula foram construídas de forma a seguir as

recomendações de altura de pé-direito pela FDE;

A ventilação ocorre predominantemente de forma unilateral, em 56% dos

casos;

O percentual de área de abertura em relação as paredes estão no

intervalo entre 15% a 19%, em 47% das salas de aula;

O piso recorrente foi o parquet em 78% das salas de aula, por ser uma

boa alternativa entre os pisos de madeira, tem baixa condutividade, o

que garante conforto no verão e no inverno;

O teto das escolas é predominantemente construído com Laje, em 64%

das edificações visitadas;

Equipamentos de ar-condicionado são encontrados em 64% das salas

de aula, ventiladores em 38% e em 16% das salas de aula não possuem

nenhum equipamento;

Um de cada três equipamentos de ar-condicionado apresenta problemas

de funcionamento ou operação;

Os equipamentos de ar-condicionado e ventiladores em geral estão

posicionados e/ou localizados de forma a não atender o espaço de

maneira eficiente. Em caso de ventiladores, esses estão em número

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88

inferior ao necessário em função da área. Em caso de ar-condicionado

não se pode afirmar, pois os dados sobre a potência e capacidade dos

equipamentos não foram coletados;

Em 76% dos ambientes foram encontradas cortinas como dispositivo de

sombreamento interno e em nenhuma das escolas foram encontrados

mecanismos externos para sombreamento;

A posição solar das salas de aula com maior frequência foi a Norte, em

33% dos casos.

O próximo capítulo descreve a análise do desempenho térmico geral das

escolas estudadas e demonstra os resultados das diversas relações propostas e

estudadas na pesquisa.

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5 ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO

Inúmeros fatores podem interferir no desempenho térmico de um ambiente

como a geometria da edificação, a posição solar, as dimensões (profundidade, altura

de pé-direito), as circulações, a ventilação natural, a disposição das aberturas bem

como dispositivos e mecanismos de sombreamento como vegetação e/ou cortinas,

entre outros. Fatores importantes e determinantes para o bom desempenho térmico

dos ambientes de maneira geral.

Nesta seção serão apresentados os Votos de Sensação Térmica Sazonal para

verão e inverno na escola e em casa de maneira geral para toda a amostra. Serão

correlacionados com os dados coletados: densidade por ocupação; salas com e sem

equipamentos de ar-condicionado e ventiladores; ventilação; vestimenta; posição

solar com o desempenho térmico.

5.1 Análise do Desempenho Térmico - Voto de Sensação Térmica Sazonal (S-

TSV) Geral - SALA DE AULA

O voto de Sensação Térmica Sazonal representa o desempenho térmico geral

dos ambientes. Essa nova métrica é definida como sensação térmica global,

percebida a qualquer tempo por usuários. Portanto, nesse tópico serão apresentados

aos dados coletados dos Votos de Sensação Térmica Sazonal (S- TSV) para verão e

inverno.

As respostas obtidas nos questionários se referem as variáveis subjetivas e às

condições de conforto proporcionadas pelas salas de aula. O questionário faz o aluno

pensar e refletir sobre a real percepção do ambiente interno a que está sujeito

diariamente.

Afim de ter um panorama geral, nessa seção foram somados todos os votos de

sensação térmica sazonal entre todas as escolas e salas de aula para ter uma análise

do comportamento e satisfação do usuário em relação ao ambiente escolar. Nos

gráficos 4 e 5 apresentam-se um panorama geral dos votos de sensação térmica para

verão e inverno e nos itens 5.1.1 e 5.1.2 são analisados por estação.

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90

5.1.1 No verão:

Os resultados demostram que existe um elevado nível de desconforto por calor,

com um total de 63% dos usuários sentindo-se muito quente ou quente nas salas de

aula, ou seja, 2/3 dos alunos está em uma situação associada a desconforto no verão

(Gráfico 4). Tal percentual representa um valor significativo e demonstra que as

edificações escolares não oferecerem um ambiente térmico adequado a seus

usuários.

O fator que pode estar levando a esses altos percentuais pode ser pelo fato da

maioria das escolas estarem situadas no meio urbano, circundadas de asfalto, com

alta densidade de construções e em geral circundadas por poucas áreas verdes.

Segundo estudo realizado na Grécia o contexto urbano pode interferir no clima interno

formando ilhas de calor urbanas e um ambiente urbano denso afeta os parâmetros do

microclima e o conforto térmico externo (KARAKOUNOS et al., 2018).

Entre outros fatores pode-se considerar:

A insolação durante o dia pode contribuir substancialmente para o alto índice

de desconforto pelas superfícies transparentes;

O calor interno gerado pelas pessoas;

As trocas térmicas das paredes de fora para dentro;

A taxa de ventilação insuficiente;

A ineficiência e inoperância de equipamentos de ar-condicionado e/ou

ventiladores;

A posição solar das as aulas de aula;

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91

Gráfico 4 - Panorama geral sobre S-TSV no verão nas salas de aula.

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.1.2 No inverno:

Ao avaliar os votos de Sensação Térmica Sazonal para inverno os dados

demonstram que 57% dos alunos estão sentindo-se com muito frio/ frio no inverno nas

salas de aula. Essa situação não é substancialmente diferente da encontrada em

casas em campinas usando o mesmo método (CÓSTOLA et al., 2019). O Gráfico 5

apresenta fortes indícios de que as condições térmicas das salas de aula estão longe

do ideal.

Os votos de conforto (levemente frio, neutro e levemente quente) estão com

percentual de 40%. Ou seja 40% dos alunos se sentem em conforto nas salas de aula

no inverno. Pode-se observar que os votos de conforto no inverno são ligeiramente

superiores aos de verão, que estão com percentual de 37%.

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Gráfico 5 – Panorama geral sobre S-TSV Inverno na sala de aula

Fonte: Elaborado pelo autor.

O Gráfico 6 mostra a relação da produtividade x temperatura. Neste caso pode

ser entendida como a capacidade de aprendizagem e repetição de exercícios

sem erro é afetada pela temperatura (PRODUCTIVITY-SCIENCE, 2008).

Pequenas variações de temperatura levam a variações de 10% a 15% na

produtividade. Considerando que o ano letivo tem 200 dias, isso indica que

cerca de 20 dias de aula por ano poderiam ser economizados se as condições

térmicas fossem adequadas.

Gráfico 6 – Produtividade x Temperatura

Fonte: Productivity- Science, 2008.

Em algumas escolas observa-se vegetação no entorno imediato funcionando

como um anteparo para ventos e fazendo o resfriamento de ar. Nota-se que nos

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93

votos de Sensação Térmica Sazonal dessas salas, há uma queixa em relação à

temperatura em dias de clima frio, principalmente na escola Adelino Pereira Simões

que além de ser circundada por vegetações um dos seus prédios possui uma área

aberta onde estão distribuídas as salas de aula.

5.2 Análise do Desempenho Térmico - Voto de Sensação Térmica Sazonal (S-

TSV) Geral - CASA

A mesma pergunta realizada aos alunos sobre sensação térmica na sala de

aula foi repetida para suas casas, afim de encontrar uma relação com os votos obtidos

no questionário sobre a sala da aula.

Esses dados foram coletados para encontrar relação entre sensação de

conforto na casa e escola. Eles poderão servir para trabalhos em outras áreas como

habitação de interesse social, por exemplo.

No verão, os alunos quando perguntados como se sentiam termicamente em

casa, 41% responderam que de maneira geral sentiam-se muito quente ou quente.

Percentual significativo, mas menor se comparado aos votos obtidos em sala de aula.

Já os índices de conforto levemente quente, neutro e levemente frio demonstram que

58% estão em conforto em suas residências.

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Gráfico 7 – Panorama geral S-TSV no verão em casa.

Fonte: Elaborado pelo autor.

No inverno, 60% dos alunos sentem-se em conforto em suas residências e 35%

sente-se com muito frio ou frio (Gráfico 8). Considerando que a casa e a escola estão

sujeitas ao mesmo clima, os dados das casas indicam que é possível uma melhoria

no desempenho das escolas se o edifício for construído e operado adequadamente.

Tomemos o caso do desempenho térmico no inverno, onde 52% dos ocupantes estão

com frio ou muito frio contra 33% dos votos das casas nesta mesma situação, o que

indica que muitas escolas podem ter seu desempenho melhorado.

Outra explicação é o fato dos ocupantes de casas e escritórios poderem ajustar

suas roupas e atividades em resposta a qualquer stress térmico. Alunos têm de passar

muito tempo ouvindo, entendendo lições e permanecendo sentados, portanto a

liberdade em modificar e ajustar seu nível de atividade de acordo com o ambiente

térmico é de certo modo limitado.

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Gráfico 8 - Panorama Geral S-TSV Inverno em Casa

Fonte: Elaborado pelo autor

Destaca-se também que os resultados encontrados nessa seção diferem dos

encontrados por Montazami et al. (2017). Os autores concluíram que existe uma

relação forte entre a percepção térmica das crianças em casa e na escola entre

aqueles que vêm de origens menos privilegiadas e as experiências térmicas em casa

provavelmente se refletirão na sala de aula. Nota-se que os dados obtidos referentes

ao conforto térmico nas casas dos alunos que participaram da pesquisa são melhores

do que os obtidos nas salas de aula, então sugere-se que as pessoas tenham maior

possibilidade de ajuste, ou mesmo que as condições térmicas das residências são

mais favoráveis.

Os resultados referentes à relação significativa entre a percepção de conforto

térmico e sua realização acadêmica (desempenho escolar), corroboram com a

pesquisa de Montazami et al. (2017), conforme será visto nas seções seguintes.

5.3 Análise do Desempenho Térmico - Voto de Sensação Térmica Sazonal (S-

TSV) por Escola

O conforto térmico remete a aspectos da percepção do usuário, sendo que

esses são sentidos de forma diferente entre cada aluno nas diferentes escolas e salas

de aula. Nas Tabelas 4 e 5 apresenta-se esse panorama com a distribuição dos Votos

de Sensação Térmica Sazonal para verão e inverno nas escolas.

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96

5.3.1 No verão:

Na Tabela 5 e Gráfico 9, apresentam-se os votos de sensação térmica sazonal

por escola para o verão. É possível analisar e visualizar as diferenças de votos entre

as instituições e pode-se observar que:

As escolas com os maiores percentuais de conforto são as

Escolas Nicolau Araújo Vergueiro (51%), seguida da Escola

Adelino Pereira Simões (39%). Ambas as escolas possuem

equipamentos de ar-condicionado, porém na Adelino Pereira

Simões, em somente 50% das salas de aula que participaram da

pesquisa. Ressalta-se que, apesar de ter equipamentos de ar-

condicionado não se pode considerar esse percentual de conforto

térmico adequado e diversos fatores podem estar interferindo,

conforme demonstra as análises nas seções seguintes.

Já os índices de desconforto muito quente ou quente foram

encontrados nas escolas Fagundes dos Reis (79%) e Alberto

Pasqualini (75%), ambas sem ar-condicionado. Porém não se

pode afirmar que os condicionadores de ar estão melhorando a

qualidade térmica, uma vez que os índices de desconforto são

altos.

Tabela 5 – S-TSV Verão – Por escola S-TSV VERÃO – Por Escola

Desconforto Conforto Desconforto

ESCOLAS 3 2 1 0 -1 -2 -3

Protásio Alves 33% 34% 24% 7% - 2% -

Nicolau Araújo Vergueiro 11% 39% 14% 34% 3% - -

Colégio Tiradentes 20% 42% 23% 13% 2% - -

Instituto Cecy Leite Costa 23% 43% 12% 22% - - -

Fagundes dos Reis 35% 44% 12% 9% - - -

Adelino Pereira Simões 19% 42% 23% 16% - - -

Maria Dolores 22% 47% 26% 5% - - -

Alberto Pasqualini 22% 53% 13% 12% - - -

Eulina Braga 19% 42% 15% 23% - - -

Antonino Xavier 19% 27% 31% 22% - - -

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Gráfico 9 – S-TSV Verão – Por Escola

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.3.2 No Inverno:

Na Tabela 6 apresentam-se os votos de cada escola para INVERNO, sendo

possível fazer um comparativo ao apresentar os dados desta forma. Observa-se que

alguns votos estão mais dispersos e/ou ora aleatórios. Mas, apesar dessa dispersão

de dados ainda assim os percentuais de Muito Frio (-3) e Frio (-2) são significativos

para todas as escolas, demonstrando confiabilidade nas respostas de maneira geral.

No Gráfico 10, afim de demostrar os Votos de Sensação Térmica Sazonal (S-TSV),

conforme a escala de votos.

Tabela 6 – S-TSV Inverno - Por escola

S-TSV INVERNO – Por Escola

Desconforto Conforto Desconforto

ESCOLAS 3 2 1 0 -1 -2 -3

Protásio Alves - 10% 2% 7% 22% 34% 24%

Nicolau Araújo Vergueiro - - 5% 28% 26% 30% 11%

Colégio Tiradentes 1% 5% 5% 13% 30% 38% 9%

Instituto Cecy Leite Costa - 2% 9% 16% 24% 29% 20%

Fagundes dos Reis - 1% 3% 16% 18% 35% 26%

Adelino Pereira Simões - 5% 1% 13% 15% 36% 30%

Maria Dolores - - - 7% 10% 48% 34%

Alberto Pasqualini - 2% - 17% 18% 40% 23%

Eulina Braga - - 4% 4% 27% 35% 31%

Antonino Xavier - - 1% 22% 27% 35% 14%

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Gráfico 10 - S-TSV Inverno - Por Escola

Fonte: Elaborada pelo autor

5.4 Relação entre Densidade de Ocupação e Desempenho Térmico

O Art. 35 da Resolução 340 de 2018, define as Diretrizes Curriculares para a

oferta do Ensino Médio no Sistema Estadual de Ensino e no inciso 2 diz: o número

máximo de estudantes por turma deverá ser de 40 (quarenta), respeitado o mínimo de

1,20m² por pessoa, considerando a dimensão espacial da sala, de modo a garantir a

circulação, a convivência e a efetivação dos processos de aprendizagem e

desenvolvimento.

Baseado nessa informação pode-se afirmar que as escolas de maneira geral

atendem a esse requisito, exceto o Colégio Tiradentes com área média de 1,17m² por

aluno. Caso as salas de aula fossem avaliadas de maneira individual esse percentual

chegaria 0,80m² por aluno em uma das salas de aula dessa escola.

Para avaliar a densidade de ocupação foram agrupados os votos de

desconforto e conforto. No item 5.4.1, serão avaliados os votos de desconforto (muito

frio e frio / muito quente e quente) e no item 5.4.2, os votos de conforto (levemente

quente/ neutro/ levemente frio) para verão e inverno. Assim, gerou-se gráficos de

dispersão para obter uma curva de tendência. Nas Tabelas 6 e 7 possuem o somatório

dos votos para melhor compreensão desses dados.

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5.4.1 Votos de conforto (Muito Frio e Frio/ Votos de Muito Quente e Quente)

Nos Gráficos 11 e 12, foram somados os votos de muito quente/quente e ao

analisá-los pode-se concluir que existe uma linha de tendência mais expressiva para

o inverno do que para verão.

No Gráfico 12 (Inverno) observa-se que quanto maior a área por aluno mais

tendência a sentir frio. Portanto, no inverno, as salas de aula com menor densidade

por ocupação têm maiores votos desconforto. As escolas Eulina Braga (66%), Maria

Dolores (82%) e Adelino Pereira (66%) apresentam os maiores percentuais para

inverno.

Conforme a Tabela 6, as escolas com menor área por alunos, Colégio

Tiradentes (1,17m²) e Escola Nicolau Vergueiro (1,29m²), apresentam os melhores

índices de conforto para Inverno.

Existe uma escola distante da curva de tendência, tanto no gráfico de verão

(Gráfico 11), quanto de inverno (Gráfico 12). Essa escola (Eulina Braga) possui 2

turmas com números de alunos significativamente inferiores à média geral, que é de

18 por turma, duas de suas turmas possuem 4 e 8 alunos o que aumenta

significativamente a área por aluno e poderia ser um fator que justificasse essa

disparidade. Caso essa escola fosse ocultada dos gráficos, faria com que a linha de

tendência ficasse levemente mais evidente no Gráfico 11 (Verão). Porém, não se vê

de forma coerente essa correlação. Portanto, nem no verão, nem no inverno se vê

uma correlação da relação de densidade por ocupação e votos de sensação térmica

sazonal, o que sugere que existem outros fatores que estão tornando os ambientes

desconfortáveis, não a densidade.

Gráfico 11 – Densidade por Ocupação x Votos de desconforto - Verão

Fonte: Elaborado pelo autor.

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100

Gráfico 12 – Densidade por Ocupação x Votos de desconforto - Inverno

Fonte: Elaborado pelo autor.

Tabela 7 – Votos de desconforto para verão e inverno

Escolas Verão Inverno Área por aluno (m²)

Colégio Tiradentes 62% 47% 1,17

Nicolau Araújo Vergueiro 50% 41% 1,29

Fagundes dos Reis 79% 49% 2,23

Instituto Cecy Leite Costa

66%

49%

2,19

Alberto Pasqualini 75% 63% 2,80

Protásio Alves 67% 58% 2,85

Maria Dolores 69% 66% 3,59

Antonino Xavier 46% 82% 3,11

Adelino Pereira Simões 61% 49% 3,18

Eulina Braga 61% 66% 5,55

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.4.2 Votos de conforto (Levemente Frio /Neutro/ Levemente Quente)

No inverno, pode-se notar que os alunos que estão em salas de aula com menor

área apresentam maiores percentuais de votos de conforto. Portanto, à medida que a

área por aluno diminui, melhor será a condição de conforto dos alunos, conforme

demonstra a linha de tendência do Gráfico 14.

No Gráfico 13 (Verão) a correlação entre votos de conforto e densidade por

ocupação não é tão evidente. Mas se analisar os dados da Tabela 7, as 4 últimas

escolas apresentam as maiores áreas por alunos que são Maria Dolores (3,59m²),

Antonino Xavier (3,11m²), Adelino Pereira Simões (3,18m²) e Eulina Braga (5,55m²)

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101

o que sugere que outros fatores estão influenciando o conforto dos ocupantes

desses espaços.

Gráfico 13 - Densidade por ocupação x Votos de conforto- Verão

Fonte: Elaborado pelo autor.

Gráfico 14 - Densidade por ocupação x Votos de conforto- Inverno

Fonte: Elaborado pelo autor.

Tabela 8 – Votos de conforto para verão e inverno

Escolas Verão Inverno Área por aluno (m²)

Colégio Tiradentes 38% 48% 1,17

Nicolau Araújo Vergueiro 51% 58% 1,29

Fagundes dos Reis 21% 37% 2,23

Instituto Cecy Leite Costa 34% 49% 2,19

Alberto Pasqualini 25% 35% 2,80

Protásio Alves 31% 31% 2,85

Maria Dolores 31% 17% 3,59

Antonino Xavier 53% 50% 3,11

Adelino Pereira Simões 39% 29% 3,18

Eulina Braga 38% 35% 5,55

Fonte: Elaborado pelo autor.

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102

5.5 Relação entre salas com equipamentos e Desempenho Térmico

Essa seção foi dividida em 3 grupos para análise: salas de aula com ar-

condicionado, salas de aula com ventiladores e salas de aula sem nenhum

equipamento (sem ar-condicionado ou ventiladores). Abaixo estão descritas as

escolas e sala de aula de cada grupo, seguidas por uma análise com tabelas e

gráficos.

Com ar-condicionado: Colégio Tiradentes Militar, Escola Nicolau

Vergueiro, Adelino Pereira Simões (4 salas de aula do prédio recente),

Maria Eulina e Antonino Xavier.

Com ventiladores: Protásio Alves, Fagundes dos Reis, Cecy Leite da

Costa, Alberto Pasqualini e uma sala da escola Maria Dolores. A sala,

denominada “casinha”, é um antigo depósito que foi adaptado para

receber os alunos de 3º ano.

Sem equipamentos: Adelino Pereira Simões os alunos de 2 turnos

participaram da pesquisa, algumas turmas da manhã e outras da noite.

As salas que não possuem equipamentos são as 4 turmas do prédio

antigo. Na Escola Maria Dolores as salas de aula que não possuem

equipamentos são 3 salas de aula, localizadas no prédio principal.

5.5.1 No verão

As salas de aula com ar-condicionado apresentam melhores índices de conforto

térmico conforme demonstra o Gráfico 15. Isso não significa que o desempenho é

bom, mas sim, menos ruim. O desempenho está longe do adequado, pois 52% dos

alunos em sala com ar condicionado ainda diz que se sente quente ou muito quente.

Nas salas sem ar o desconforto ainda é maior, 72%. Ou seja, a existência de

equipamento de ar condicionado não melhorou significativamente o ganho de

desempenho térmico devido ao ar-condicionado.

As salas com ventiladores ou sem equipamentos tem Votos de Sensação

Térmica Sazonal muito similares, ou seja, a presença de ventiladores não melhorou a

qualidade térmica do ambiente.

O fato dos ventiladores não melhorarem a qualidade térmica do ambiente pode

ser explicado pela falta de homogeneidade do fluxo de ar induzido por

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103

ventiladores de teto como demonstrado nas Figuras 23 e 24 no item 4.3.7 da seção

anterior, onde demonstra medições de alta resolução do fluxo de ar induzido por

ventilador de teto em uma sala vazia. Os ventiladores de teto podem resfriar os

ocupantes da sala com muita eficiência, porém deve-se observar os vários padrões

de fluxo genéricos de ar ao posicioná-los no teto, além da área de abrangência para

garantir a eficiência. Os ventiladores encontrados nas salas de aula, em geral estão

posicionados no centro das salas de aula e apenas uma unidade, ou seja insuficiente

para atender o espaço.

Nos itens 5.1.1 e 5.1.2 ao observar os votos de Sensação Térmica Sazonal de

maneira geral, os índices de desconforto no verão (63%) apresentam maiores

percentuais que do inverno (57%), ou seja, mesmo com equipamentos de ar-

condicionado, as salas de aula no verão são menos confortáveis do que no inverno.

Os relatos que os ventiladores funcionam com pouca eficiência está sendo

confirmado, conforme os dados da Tabela 6 e relatos dos alunos conforme citado

abaixo:

"Ligam, mas não funcionam" (aluno Escola Fagundes dos Reis). "Ventilador não dá conta" (aluno Escola Fagundes dos Reis). " Ventilador só faz barulho e quase nada de vento" (aluno Escola Alberto Pasqualini). " Nossa sala não tem ventilador, mas se teria, seria bom" (aluno Escola Alberto Pasqualini). " Não tem ar-condicionado na minha sala, no inverno sofremos muito" (alunos da Adelino Pereira Simões). “Sala muito fria no inverno. Não pega sol de manhã, apenas a tarde, no verão é mais confortável” (alunos da Adelino Pereira Simões).

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104

Gráfico 15 - Distribuição S-TSV verão em salas de aula com e sem equipamentos – Verão.

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.5.2 No inverno

Os votos de Sensação Térmica Sazonal “muito frio” para os ambientes que

possuem ar-condicionado estão com percentuais significativamente menores, ao

compará-los com os votos das salas que não possuem o equipamento. Não resolve,

mas ameniza a temperatura interna, conforme demonstram os dados do Gráfico 16.

As salas de aula sem ar-condicionado apresentam índices de desconforto

consideravelmente elevados ao compará-las com as que possuem. Os votos de “frio”

apresentaram percentuais similares e o “neutro” prevalece em salas com

equipamento. Baseado nesses dados pode-se afirmar que o nível de desconforto é

maior nas salas de aula sem ar-condicionado.

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Gráfico 16 – Distribuição S- TSV inverno em salas de aula com e sem equipamentos – Inverno.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Os resultados obtidos nessa seção corroboram com um experimento realizado

na Costa Rica que concluiu que os alunos quando sujeitos a um ambiente

condicionado por ar-condicionado se sentiam termicamente mais confortáveis.

Apresentaram melhora nas tarefas propostas em termos de velocidade quando

sujeitos a temperaturas mais baixa, além do aumento significativo dos que

classificaram as condições térmicas como aceitáveis. Os resultados desta pesquisa

confirmam resultados publicados para climas moderados e estendem sua validez aos

trópicos. Eles indicam que a aclimatização pode influenciar na temperatura ideal de

aprendizagem (SALAZAR et al., 2018).

Já em outro estudo realizado na Austrália com o objetivo de compreender

melhor a percepção do conforto térmico e características comportamentais de

estudantes, os resultados indicaram que os alunos já colocados em salas de aula com

ar-condicionado eram mais propensos a preferir o ar-condicionado para a manutenção

do seu conforto, em comparação com os alunos acomodados em salas de aula sem

equipamentos (DEAR e KIM, 2018).

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106

5.5.3 Frequência do uso de equipamentos de ar-condicionado e ventiladores

Com o intuito de verificar a frequência do uso dos equipamentos de ar-

condicionado e ventiladores em cada estação foi realizado esse questionamento aos

professores.

Ao analisar a Figura 37 sobre a frequência do uso do ar-condicionado pode- se

notar que o uso do ar-condicionado no verão ocorre com maior frequência uma vez

que as opções “Sempre” (20%) e “Frequentemente” (50%) ao serem somadas

apresentam um percentual de 70%. O uso do ar-condicionado “Frequentemente” no

verão e inverno tem percentuais próximos, 50% e 55%, ou seja, metade do período

se faz uso dos equipamentos em ambas as estações nas salas de aula.

A ocorrência de “Sempre” tem 20% no verão contra 5% no inverno confirmando

os relados dados por alunos que de maneira geral o uso do ar- condicionado ocorre

predominantemente no calor.

"No verão utilizamos mais o AC, e aí deixamos tudo fechado" – Relato Aluno

Escola Antonino Xavier.

A opção “Nunca” teve percentual igual nas duas estações com 10%, ou seja,

10% das salas de aula nunca usam no inverno e 10% nunca usam no verão, alguns

dos motivos pelo qual não usam conforme relatos: falta de manutenção e ao ligar

ocorre queda de energia.

Figura 37- Frequência do uso de Ar-condicionado – VERÃO/ INVERNO

Fonte: Elaborado pelo autor.

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107

Na Figura 38 consta a frequência do uso de ventiladores no verão e no inverno

e pode-se analisar que:

No verão o uso ocorre com maior frequência, uma vez que as

porcentagens de “Sempre” (29%) e “Frequentemente” (53%) quando

somadas representam 76%. Pode-se dizer que compatível com a

estação, uma vez que o verão tem dias de calor intenso e temperaturas

elevadas.

No inverno “Nunca” e o “Raramente”, estão entre as opções marcadas.

O nunca com percentuais mais expressivos, o que o pode-se dizer que

faz todo sentido, uma vez que o inverno é frio e não há necessidade do

uso de equipamento de ventiladores nas salas de aula.

Figura 38 – Frequência do uso do Ventilador – VERÃO/ INVERNO

Fonte: Elaborado pelo autor.

Referente a operação “Ligar e Desligar Equipamentos", os alunos que

participaram da pesquisa podem ligar e desligar quando a turma estiver de comum

acordo. Em caso de ar-condicionado os controles ficam aos cuidados da direção e

mediante autorização do professor podem se dirigir até lá e buscá-lo. Os ventiladores

como os comandos são dentro da sala de aula e havendo o aceite da maioria dos

colegas e professores os alunos podem ligá-lo.

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108

5.6 Relação entre Ventilação e Desempenho Térmico

A ventilação é uma estratégia de resfriamento ou perda de calor de um

ambiente por meio da renovação do ar, permitindo aos ocupantes de um espaço,

atingir a sensação de conforto, com o aumento das trocas de calor por convecção na

superfície do corpo. A obtenção de conforto por meio desta estratégia pode ser de

forma direta ou indireta, sua eficiência e importância dependem das condições

climáticas de cada região e deve obedecer ao tipo de ocupação das pessoas dentro

do ambiente (FROTA e SCHIFFER, 2007). A ventilação natural é o emprego do fluxo

normal do ar com o propósito de se obter um bom condicionamento térmico do

ambiente, proporcionando condições favoráveis de conforto aos ocupantes, além da

melhoria da qualidade do ar interno (RODRIGUES, 2008). Analisando os Gráficos 17

e 18 referente aos votos de sensação térmica sazonal e ventilação pode-se notar que:

No verão, a ventilação cruzada não melhorou a qualidade térmica do ambiente,

uma vez que os votos de desconforto (quente ou muito quente) para salas com

ventilação cruzada (67%) está maior do que em salas com ventilação unilateral (62%),

conforme demonstrado no Gráfico 17. Ao analisar os votos de conforto (levemente

quente, neutro e levemente frio) as salas com ventilação cruzada apresentaram

percentuais inferiores do que as com ventilação unilateral. Ou seja, no verão, a sala

possuir ventilação cruzada não está melhorando a qualidade térmica do ambiente.

Pode-se ainda comparar ao item 5.5, que demonstra que salas de aula com ar-

condicionado não tem um ganho de qualidade térmica tão expressivo em relação as

que não tem. Segundo relato de alguns alunos há problemas com a manutenção de

janelas ou referente ao barulho externo ao abrir, que seria um dos motivos da maioria

delas ficarem fechadas durante as aulas. Abaixo alguns relatos:

“Janelas estão emperradas, então a maioria não fica abertas, e caso abrimos as

janelas, vem muito barulho (aluno Colégio Cecy Leite de Castro).

" Abrimos janelas e porta no verão e inverno para ventilar um pouco" (aluno Escola

Protásio Alves).

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Gráfico 17 – Ventilação e S-TSV no verão.

Fonte: Elaborado pelo autor.

O Gráfico 18 demonstra que no inverno as salas de aula com ventilação

cruzada tem percentuais mais elevados dos votos de desconforto (muito frio ou frio),

ou seja, tem maior desconforto do que as que possuem ventilação unilateral. As salas

com ventilação unilateral apresentaram melhores índices de conforto (levemente

quente, neutro e levemente frio) 48%, contra as que tem ventilação cruzada 25%.

Segundo relatos dos alunos, esses reclamam do cheiro e da ventilação independente

se a sala possui ventilação cruzada ou unilateral:

“Abre a janela fica frio" (aluno Colégio Tiradentes da Brigada Militar).

" A sala de aula cheira ruim" (aluno Escola Adelino Pereira Simões).

" A sala tem cheiro de mofo" (aluno da Escola Alberto Pasqualini).

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110

Gráfico 18 – Ventilação e S-TSV no inverno.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Um dos questionamentos da pesquisa teve o intuito de saber a opinião

referente a ventilação da sala de aula e quando perguntado aos alunos de 24 das 45

salas de aula, sobre a eficiência da ventilação na sua sala de aula, 48% responderam

que “Sim” no verão e 32% no inverno (Figura 39). Já os percentuais de “Ás vezes” e

“Não” no verão aparecem com 39% e 13%, demonstrando que mais da metade das

salas de aula apresentam ventilação ineficiente. Dessas 24 salas, 67% tem Ventilação

Cruzada e 33% Unilateral, o que confirma que mesmo que o ambiente proporcione

ventilação cruzada, essa se mostra ineficiente (Figura 40).

Já no Inverno os percentuais de “Sim”, “Não” e “Ás vezes” estão próximos, ou

seja, o resultado está “pior”, uma justificativa seria pelo fato do ambiente permanecer

mais fechado, uma vez que as temperaturas no inverno são baixas o que faz com que

a renovação do ar fique comprometida. A Figura 33, demonstra que 40% das janelas

ficam “Aberta às vezes” durante a aula, um percentual elevado se tratando de um

espaço compartilhado por muitas pessoas.

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Figura 39 - Eficiência da Ventilação na Sala de aula segundo os alunos para verão e inverno.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Figura 40 – Operação das janelas.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Muitas pesquisas têm relacionado a ventilação e a qualidade do ar em seus

estudos de conforto térmico. De acordo com esses estudos, o aumento da taxa de

ventilação pode interferir no rendimento e bem-estar dos usuários.

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112

5.7 Relação entre a Vestimenta e Desempenho Térmico

A resistência térmica da roupa é de grande importância para o conforto térmico,

e é medida em “clo”. Quanto maior a resistência térmica das roupas, menor serão as

trocas de calor com o meio, representando uma barreira por convecção. A vestimenta

reduz as perdas em caso de baixo teor de umidade e reduz o ganho de calor relativo

à radiação solar direta. Além de reduzir a sensibilidade do corpo das variações de

temperatura e velocidade do ar, a resistência térmica depende do tecido (FROTA e

SCHIFFER, 2007).

No questionário aplicado fez-se um ajuste, pois os alunos, em alguns

momentos estavam marcando muitas opções, não apenas um conjunto de vestuário.

As amostras respondidas erradas ou não respondidas foram descartadas. Foi

aplicado o questionário com a alteração do layout nas últimas 5 instituições visitadas

permitindo obter respostas com mais êxito, sem necessidade de descartar amostras.

Salienta-se que os alunos tiveram dificuldade em pensar de maneira geral o

que vestiam, por isso foi realizado esse ajuste de forma a ficar mais didático e facilitar

o raciocínio na hora de responder. Observa-se que apenas uma instituição fazia uso

de uniformes, o Colégio Tiradentes da Brigada Militar, porém o uniforme continha

peças variadas o que gerou um “clo” não necessariamente igual entre os alunos que

participaram.

Para analisar os valores de “clo” foi utilizado a nomenclatura “Quartil, pois os

valores de “clo” apresentaram alto grau de incerteza, uma vez que foram os alunos

que anotaram suas vestimentas. Os quartis foram utilizados como um dado indicativo

e foram divididos em 4 intervalos, conforme listado abaixo:

1º Quartil: Roupa Leve

2º Quartil: Roupa Média

3º Quartil: Roupa Moderada

4º Quartil: Roupa Pesada

5.7.1 No verão

Os intervalos 1º Quartil e 2º Quartil concentram cada um deles 50% das

escolhas de vestuário. Apesar de cada intervalo contemplar metade das escolhas

nota-se que no intervalo no 1º quartil 12% dos usuários estão sentindo-se quente. Já

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113

os votos de quente ou muito quente quando somados ficaram com 31% (21%+10%).

Isso demostra que há influência da vestimenta no conforto dos usuários daqueles que

apontaram o intervalo 2º quartil (Gráfico 19).

Usar roupa pesada aumenta em 300% a chance de estar no grupo quente ou

muito quente. Nenhuma incidência de muito quente no grupo com roupa mais leve.

Aqueles que marcaram levemente frio, neutro e levemente quente para

intervalo 1º quartil” são 38%, contra 20% para aqueles que marcaram levemente frio/

neutro/ levemente quente no intervalo 2º Quartil. Ou seja, aqueles que estão com

roupas mais leves no verão estão se sentido confortáveis, confirmado a influência da

vestimenta no conforto térmico, conforme dados da Tabela 9 e do Gráfico 19. Para

essa variação de vestimenta no verão pode-se citar alguns fatores como: convenção

social, restrição financeira ou norma da escola.

Observação: Não aparecem dados no 3º e 4º quartil, pois a partir dos valores

obtidos de “clo”, optou-se em dividir em 4 intervalos, sendo, esses denominado de

quartis. Afim de uniformizar a forma de análise manteve-se essa nomenclatura,

mesmo que no verão apresentam-se dados apenas nos dois primeiros intervalos, ou

quartis.

Tabela 9 – Distribuição dos percentuais de resistência térmica da vestimenta no verão.

Resistência Térmica da Vestimenta - Sala de Aula Verão

Votos 1º quartil 2º quartil 3º quartil 4º quartil

Leve Média Moderada Pesada

Muito Frio

Frio

Levemente Frio 8% 1%

Neutro 10% 8%

Levemente Quente 20% 11%

Quente 12% 21%

Muito Quente 10%

Total 50% 50%

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Gráfico 19 - Relação dos Voto de Sensação Térmica Sazonal e resistência térmica da vestimenta- Verão

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.7.2 No inverno

Os valores da resistência térmica da roupa para o inverno estão concentrados

entre os intervalos 2º Quartil (13%), 3º Quartil (36%) e 4º Quartil (61%). Os percentuais

demostram que as salas de aula são frias e que é necessário compor um conjunto de

vestimentas com maior resistência térmica para os dias de clima frio (Gráfico 20).

Dos alunos que marcaram como seu vestuário no 2º Quartil, 52% estão

desconfortáveis (frio/muito frio), os que marcaram no 3º Quartil 67% e entre aqueles

que marcaram, 4º Quartil, 57% estão desconfortáveis.

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Gráfico 20 - Relação dos Voto de Sensação Térmica Sazonal e resistência térmica da vestimenta - Inverno

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota-se no Gráfico 20 que as pessoas com mais roupa (3º e 4º quartil) estão

com mais frio uma vez que os percentuais de votos de muito frio ou frio estão elevados.

Uma provável explicação é que um percentual significativo desses alunos estão nas

escolas mais frias ou a estimativa da vestimenta no inverno é mais complexa e envolve

mais peças o que aumenta a chance de erro na coleta. Observando esse grupo de

alunos com “clo” inverno mais elevado e em desconforto foi separado por escolas

conforme demonstra o Gráfico 21, para buscar uma explicação e tentar entender quem

são esses alunos e onde eles estão.

No gráfico 21 nota-se que esses alunos estão distribuídos nas escolas

Fagundes dos Reis, Cecy Leite da Costa e Colégio Tiradentes. As três escolas estão

com a maior densidade por ocupação conforme dados do item 5.4 e possuem Votos

de Sensação Térmica Sazonal de desconforto com 61%, 49% e 47%. O colégio

Fagundes dos Reis e Cecy Leite da Costa estão na posição leste, não possuem ar-

condicionado e o Colégio Tiradentes, com salas de aula nas posições norte e sul e

possuem ar-condicionado. Portanto não há uma correlação evidente entre “clo” e S-

TSV para essa amostra, sugere-se limitação na coleta de dados e/ou método.

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Gráfico 21 – Votos de Muito Frio/Frio 3º e 4º Quartil

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.8 Relação entre a Posição Solar e Desempenho Térmico

Com a arquitetura cada vez mais sensível ao clima, os critérios de projeto e

construção podem ajudar a minimizar os desconfortos, além de contribuir para

conservação e melhor eficiência energética das edificações. A construção de edifícios

com a ajuda da arquitetura solar, que utiliza princípios como localização geográfica,

condições climáticas, forma, orientação das aberturas, mecanismos de sobreamento

adequados, entre outros contribuem e reduzem as exigências de energia artificial para

alcançar o conforto térmico interno das edificações. Porém quando se trata de edifícios

escolares e públicos, estes inevitavelmente estão sujeitos a fatores funcionais e

econômicos que consequentemente influenciam nas tomadas de decisões de

projetos.

Nesta pesquisa não foram encontradas relações tão evidentes e diretas entre

a posição solar e conforto térmico utilizando o método S-TSV, podendo esse ser uma

das limitações dessa métrica. Existe uma sutil melhora da qualidade térmica nas salas

voltadas a leste no inverno e as salas voltadas a Oeste no verão. Como não ficou

evidente, tem que se avaliar outros parâmetros como por exemplo o contexto em que

as escolas estão inseridas. Assim, se tem um resultado mais conclusivo conforme é

sugerido para pesquisas futuras, uma vez que o os

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117

microclimas têm efeitos diretos e são fatores determinantes para o conforto térmico

das edificações (GAO et al., 2012).

5.8.1 No Verão

O Gráfico 22 demostra a distribuição os votos de Sensação Térmica Sazonal

por posição solar e pode-se observar que as posições que apresentam piores índices

de conforto quando são: Norte (68%), Leste (66%) e Sul com (64%), ou seja muito

similar. As posições Sul/Norte/Leste quando somados os votos de conforto estão com

percentuais também similares: Sul (36%), Norte (31%) e Leste (33%).

A posição que apresenta melhor índice de conforto é a Oeste (54%). As salas

de aula a Oeste apresentaram os votos de conforto e desconforto equilibrados. Uma

hipótese é que os alunos em geral têm aula no turno da manhã e a incidência solar

não estará presente no período de aula. Portanto os ganhos internos são

determinantes no desempenho, já que a densidade de ocupação tem um papel mais

claro no desempenho do que a orientação da sala de aula.

Gráfico 22 - S-TSV e posição solar verão.

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.8.2 No Inverno

No Gráfico 23, demonstram-se os Votos de Sensação Térmica Sazonal para o

inverno nas salas de aula por posição sola. Podemos observar que as posições

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Norte/ Sul apresentam os maiores índices de desconforto com percentuais de 60% e

57% seguida das posições Leste/ Oeste com 54%. As posições Leste/Oeste

apresentam uma sutil melhora nos índices de conforto 43% e 45% contra 37% e 38%

das posições Norte/Sul.

Gráfico 23 – S-TSV e posição solar inverno.

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.9 Relação entre Área Envidraçada e Desempenho Térmico

As áreas envidraçadas têm relação com os ganhos térmicos que irão incidir

sobre a edificação. No entanto, a quantidade de área e a posição solar podem

influenciar esses ganhos. As fachadas mais críticas para áreas envidraçadas sem

sombreamento são aquelas voltadas a Norte. Consequentemente existem possíveis

acréscimos com consumo de sistemas de ar-condicionado e /ou ventiladores uma vez

que o ambiente térmico se torna insatisfatório. Segundo Ralegaonkar e Gupta (2010),

áreas envidraçadas desempenham um papel vital para a incursão solar dentro dos

edifícios e devem ser sombreadas adequadamente para regular a entrada de luz e sol

por exigências sazonais do clima. Portanto, adequar a área envidraçada para que ela

esteja protegida nos períodos de maior ganho solar, principalmente no verão, é

fundamental para o bom desempenho térmico desses ambientes.

Para analisar a relação da área envidraçada e desempenho térmico, foram

agrupados os votos de desconforto e conforto. No item 5.9.1, são avaliados os votos

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de muito frio e frio / muito quente e quente e no item 5.9.2, os votos de levemente

quente, neutro e levemente frio para verão e inverno. Os dados são apresentados nos

Gráficos 24 e 25 e nas tabelas 9 e 10 com o somatório dos votos para melhor

compreensão e avaliação de dados.

5.9.1 Votos de desconforto para verão e inverno

Ao avaliar os votos de Sensação Térmica Sazonal para verão, quando somados

os votos de muito quente e quente pode-se notar que quanto maior a porcentagem de

área envidraçada maior são os votos de desconforto (muito quente/quente) conforme

demonstra o Gráfico 24 e a linha de tendência. O ganho térmico dos ambientes com

maior área envidraçada é maior.

Para inverno a correlação de Área Envidraçada e Votos de Sensação Térmica

Sazonal não é evidente como pode se observar no Gráfico 25 em relação ao Gráfico

24.

Na tabela 10 pode-se observar que no verão e inverno os votos de Sensação

Térmica Sazonal da escola que possui a menor percentual de abertura (6% - Antonino

Xavier) e a que possui maior (19% - Nicolau Araújo Vergueiro) estão com índices de

desconforto menores ao comparar com as demais escolas.

Gráfico 24- Área envidraçada x votos de desconforto – Verão.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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120

Gráfico 25 - Área envidraçada x votos de desconforto – Inverno.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Tabela 10 – Votos de desconforto para verão e inverno.

Votos de Muito Quente e Quente e de Muito Frio e Frio

Verão Inverno Área Envidraçada (m²)

Antonino Xavier 46% 49% 6%

Protásio Alves 67% 58% 11%

Colégio Tiradentes 62% 47% 12%

Maria Dolores 69% 82% 12%

Alberto Pasqualini 75% 63% 15%

Instituto Cecy Leite Costa 66% 49% 15%

Eulina Braga 61% 66% 15%

Adelino Pereira Simões 61% 66% 17%

Fagundes dos Reis 79% 61% 18%

Nicolau Araújo Vergueiro 50% 41% 19%

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.9.2 Votos de conforto (levemente frio/ neutro/ levemente quente)

Ao analisar o Gráfico 26, pode-se concluir que quanto menor a área

envidraçada maior os percentuais dos votos de conforto. Ou seja, as salas de aula

que possuem menos áreas envidraçadas estão em uma situação melhor de conforto

em relação aquelas com mais áreas, no verão.

No Gráfico 27, a correlação entre votos de sensação térmica sazonal dos

usuários que estão em conforto no inverno não está evidente e conclui-se que outros

fatores devem estar influenciando o desempenho dos ambientes.

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121

Gráfico 26 – Área envidraçada x Votos de conforto – Verão.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Gráfico 27 – Área envidraçada x Votos de conforto – Inverno.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Tabela 11 – Votos de conforto.

Votos de Levemente Frio, neutro e Levemente Quente

Escolas Verão Inverno Área Envidraçada (m²)

Antonino Xavier 53% 50% 6%

Protásio Alves 31% 31% 11%

Colégio Tiradentes 38% 48% 12%

Maria Dolores 31% 17% 12%

Instituto Cecy Leite Costa 34% 49% 15%

Alberto Pasqualini 25% 35% 15%

Eulina Braga 38% 35% 15%

Adelino Pereira Simões 39% 29% 17%

Fagundes dos Reis 21% 37% 18%

Nicolau Araújo Vergueiro 51% 58% 19%

Fonte: Elaborado pelo autor.

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122

5.10 Conclusões

Os resultados apresentados nesse capítulo permitem tecer as seguintes

conclusões:

Grande parte das escolas tem desempenho térmico insatisfatório, tanto

no verão quanto no inverno e muitos estudos tem defendido que os

alunos apresentam melhor desempenho quando os espaços são

adequados;

A resposta térmica varia significativamente entre escolas, salas de aula

e alunos, portanto há variações no conforto térmico dentro do mesmo

ambiente. Tal variação torna-se um tema a ser explorado em futuros

estudos;

Observa-se que apesar de algumas salas de aula possuírem ar-

condicionado, ventiladores, ventilação cruzada, arborização externa,

diferentes posições solares, esses elementos, muitas vezes não

amenizam ou melhoram a sensação térmica dos usuários de maneira

geral para verão e inverno;

Pode-se entender que espaço adequado é aquele em que o usuário se

sente em melhor conforto térmico, portanto essa hipótese é sugerida no

item 5.5. As salas de aula dessa pesquisa que possuem equipamentos

de ar-condicionado apresentam índices de desconforto menor em

relação aos ambientes que não possuem equipamentos;

A presente investigação demonstra que o desempenho térmico é menos

desconfortável em ambientes com ar-condicionado tanto no verão como

inverno;

Dentro desta amostra, as casas têm desempenho substancialmente

melhores que as escolas pesquisadas, mostrando que edifícios sujeitos

ao mesmo clima podem ter seu desempenho melhorado se construídos

e operados adequadamente;

Alunos com vestimentas mais leves no verão tendem a se sentir mais

confortáveis em relação aqueles que compõe um conjunto de vestimenta

mais pesada;

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123

O desempenho térmico do edifício escolar pode ser melhorado por meio

de políticas que incentivem os alunos a se vestirem adequadamente

conforme as estações do ano;

As salas de aula desta amostra no verão apresentam melhores índices

de conforto a Oeste e as voltadas para Leste apresentam pior índice de

conforto;

As salas de aula desta amostra no inverno nas posições Leste/Oeste

apresentam índices de conforto ligeiramente melhores que as salas a

Norte/Sul;

As salas de aula sem ventilação cruzada tendem a ser mais confortáveis

no inverno.

Observa-se, para essa pesquisa, que quanto maior a área por aluno

mais tendência a sentir frio no inverno. Portanto, as salas de aula com

menor densidade por ocupação têm maiores de desconforto;

No verão a correlação entre votos de conforto (Levemente Frio/Neutro/

Levemente Quente) e densidade por ocupação não é tão evidente

quanto no inverno;

O S-TSV tem um potencial para ampliar pesquisas de campo em

conforto térmico em edifícios escolares fornecendo uma métrica

significativa e simples para a avaliação do desempenho térmico;

A aplicação do S-TSV em grandes amostras pode ser eficiente para

desvendar relações de complexidade entre as diversas variáveis

analisadas e identificadas nos experimentos de campo de pequena

escala;

As informações obtidas com a aplicação do S-TSV podem ser usadas

para a compreensão global de conforto térmico e apoiar o

desenvolvimento de políticas para melhorar o desempenho térmico em

salas de aula. Essa métrica não substitui, mas complementa as já

existentes como o PMV, pois o conforto térmico é um fenômeno

complexo que requer avaliações utilizando vários instrumentos.

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124

6 ANÁLISE DO DESEMPENHO ESCOLAR

O ambiente interno em sala de aula é importante para a saúde e para o bom

desempenho escolar dos alunos. Constituir um espaço escolar agradável é de

extrema importância para avanço social e econômico do país. A palavra ambiente de

acordo com Miranda et. al (2015), expressa todo o conjunto de ações humanas e a

sua interação com o espaço físico que podem influir diretamente no ensino e

aprendizagem. Assim, os resultados dessa pesquisa além de avaliar a percepção

térmica sob o ponto de vista dos usuários busca a correlação do ambiente com o

desempenho escolar. As análises do desempenho escolar estão sendo feitas com

base nas respostas obtidas no questionário aplicado e comparadas com: votos de

sensação térmica sazonal, salas de sula com e sem equipamentos, ventilação

unilateral e cruzada, valores da resistência térmica do vestuário (medido em “clo”) e

posição solar.

Observou-se que existem dois padrões de avaliações nas escolas participantes

da pesquisa. Um dos métodos de avaliação é expresso por notas de 0 a 10 em cada

componente curricular (disciplina) e outro por conceitos divididos em 5 áreas do

conhecimento. Quando utilizado conceitos esses são: CRA (0- 49) Construção

Restrita da Aprendizagem; CPA (50-69) Construção Parcial da Aprendizagem; CSA

(70-100) Construção Satisfatória da Aprendizagem. A perspectiva é o educando como

construtor do seu saber enquanto o professor assume o papel de mediador, segundo

documento orientativo de reestruturação curricular disponível no site da Secretaria

Estadual de Educação do Estado do Rio Grande (2016).

No questionário aplicado aos alunos, foi solicitado que os alunos sinalizassem

o desempenho escolar através do método de notas, não de conceitos. Desse modo,

baseados em seu desempenho escolar, os próprios alunos marcaram a opção em que

se enquadravam. As visitas às escolas aconteceram após o recebimento das notas

do 2º bimestre, então já estavam cientes de seu desempenho quantitativo, e os

resultados apresentados deveriam ser vistos de maneira exploratória.

Para tecer conclusões mais assertivas, seria necessário empregar testes

hipotéticos que fossem capazes de quantificar o grau de diferença entre os grupos

retratados. Tais testes não foram empregados, e as comparações realizadas são

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125

baseadas apenas na distribuição geral dos dados, analisados por meio de gráficos

comparativos. Poderia ser feita uma comparação com os dados do Senso Escolar de

2018, porém estes são divulgados em meados de maio do ano subsequente, não

estando disponíveis em tempo hábil para acrescer a esta pesquisa.

6.1 Desempenho Escolar Geral

A avaliação é um meio no processo de aprendizagem e entende-se que através

dela se tem uma perspectiva das habilidades do educando. O desempenho escolar

atribuído nessa pesquisa refere-se e concentra-se em situações de interações com o

meio, não sendo uma avaliação sobre métodos didáticos de ensino e diferentes

métodos de avaliações. Nesse sentido essa pesquisa concentra-se no ambiente e nas

possíveis interações com este.

Caso fossem comparados os resultados dessa pesquisa com o indicador de

qualidade do ensino, medido pelo IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação

Básica) os dados diferem, uma vez que a média geral para o município de Passo

Fundo/RS apresenta um índice de 3,6, aquém da meta estabelecida, porém

compatível com a média nacional (INEP, 2012) e as médias desse estudo estão

superiores. Obviamente que o IDEB é uma forma de avaliação mais complexa e que

mede um conjunto de fatores e nessa pesquisa foi solicitado para os alunos indicarem

qual seu desempenho escolar de maneira genérica.

Portanto, referente ao desempenho escolar pode-se observar que os maiores

percentuais estão concentrados em 3 intervalos de notas, entre “5 e 6”, “6 e 7” e

“Acima de 7”. As notas entre “6 e 7” foram as que apareceram com maior frequência,

com 43% dos alunos marcando como esse o seu desempenho escolar. Observa-se

que de maneira geral as médias das escolas são entre 6 e/ou 7, ou seja, 43% dos

alunos estão na média ou acima dela, conforme dados da Figura 41.

Pode-se ainda dizer que o percentual “Acima de 7” apresenta um índice

relativamente elevado com 37% da amostra. Nota-se que muitos dos alunos que

marcaram como essa opção estão concentrados no Colégio Tiradentes da Brigada

Militar, escola essa que obteve o melhor desempenho do IDEB com índice 6 e

compatível com o resultado apresentado nessa pesquisa, pois foi a que obteve o

melhor desempenho escolar, conforme demonstrado na próxima seção.

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126

Figura 41 – Desempenho Escolar Geral

Fonte: Elaborada pelo autor.

6.2 Desempenho Escolar por Escola

A escola que apresentou o melhor desempenho escolar foi o Colégio Tiradentes

da Brigada Militar com notas predominantemente entre “6 e 7” e “Acima de 7”. Não se

pode afirmar que existe uma relação direta do ambiente no desempenho desses

alunos, pois apesar dos votos de sensação térmica sazonal apresentarem percentuais

de desconforto significativos no verão (62%) e no inverno (47%), pode-se concluir que

os alunos apresentam um bom desempenho. Portanto, entende-se que o método de

ensino, regras e normas da escola se mostram eficientes e mesmo que os alunos

estejam em desconforto por calor e/ou frio, seu desempenho escolar não é

prejudicado. A Tabela 12 e Gráfico 28 apresentam o desempenho geral por escola

com a distribuição dos percentuais das notas.

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Tabela 12 – Desempenho Escolar – Por Escola

DESEMPENHO ESCOLAR POR ESCOLA

ESCOLAS 1 a 3 3 a 5 5 a 6 6 e 7 Acima 7

Protásio Alves 3% 10% 17% 29% 40%

Nicolau Araújo Vergueiro 3% 5% 16% 55% 20%

Colégio Tiradentes da Brigada Militar - - 1% 23% 76%

Instituto Cecy Leite Costa 4% 4% 11% 44% 36%

Fagundes dos Reis 1% 6% 22% 34% 37%

Adelino Pereira Simões 2% 7% 25% 50% 17%

Maria Dolores - 5% 19% 43% 33%

Alberto Pasqualini - 7% 18% 57% 18%

Eulina Braga - - 27% 42% 31%

Antonino Xavier - - 12% 55% 34%

Fonte: Elaborado pelo autor.

Gráfico 28 – Desempenho Escolar por Escola

Fonte: Elaborado pelo autor.

6.3 Relação dos Votos de Sensação Térmica Sazonal e Desempenho Escolar

Buscando compreender a influência do ambiente no desempenho escolar,

foram comparados os Votos de Sensação Térmica Sazonal e Desempenho Escolar

nas duas estações analisadas, verão e inverno. Ao analisar os dados do Gráfico 29 e

30 da Tabela 13 e 14 nota-se que apesar de muitos alunos estarem em desconforto a

maioria apresenta bom desempenho escolar.

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128

Os alunos que apresentam maiores percentuais de conforto (levemente

frio/neutro/levemente quente), estão com seu desempenho melhor, com notas entre

“5 e 6”, “6 e 7” e “Acima de 7”.

Os alunos com desempenho “1 e 3” e “3 e 5” apresentam um elevado índice de

desconforto, chegando a 76% no verão e 67% no inverno. Ou seja, os alunos com

maior desconforto tanto no verão quanto no inverno estão com desempenho escolar

menor. E muitos estudos tem apontado que a produtividade está diretamente

relacionada com as condições do ambiente e que as condições térmicas adequadas

podem influenciar positivamente o desempenho dos alunos e ocupantes

(ARENHARDT, 2017; COUTINHO FILHO, 2007).

Gráfico 29 – Desempenho Escolar e S-TSV Verão

Fonte: Elaborado pelo autor.

Tabela 13 - Desempenho Escolar e S-TSV Verão

Desempenho Escolar e S-TSV Verão

Desempenho Escolar 3 2 1 0 -1 -2 -3

1 e 3 36% 36% 18% 9%

3 e 5 21% 55% 9% 15%

5 e 6 22% 41% 20% 16% 1%

6 e 7 21% 42% 19% 17% 1%

Acima de 7 23% 39% 22% 15% 1%

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Gráfico 30 – Desempenho Escolar e S-TSV Inverno

Fonte: Elaborado pelo autor.

Tabela 14 - Desempenho Escolar e S-TSV Inverno

Desempenho Escolar e S-TSV Inverno

Desempenho Escolar 3 2 1 0 -1 -2 -3

1 e 3 9% 18% 9% 36% 27%

3 e 5 0% 18% 15% 52% 15%

5 e 6 3% 3% 15% 17% 36% 26%

6 e 7 3% 3% 15% 22% 35% 21%

Acima de 7 0% 3% 4% 15% 25% 34% 19%

Fonte: Elaborado pelo autor.

6.4 Relação entre Salas com Equipamentos (ventilador, ar-condicionado e

salas sem nenhum equipamento) e Desempenho Escolar

Para minimizar o efeito das temperaturas elevadas em função das mudanças

climáticas e ambientais, se faz necessário o uso de equipamentos para alcançar o

conforto térmico dos seus ocupantes, uma vez que, muitos edifícios não foram

projetados de forma a otimizar as condicionantes locais.

Diante desse cenário, pode-se notar que os ambientes climatizados tem um

impacto sobre a produtividade dos ocupantes e os dados obtidos nesse estudo

demonstram que as salas de aula com ar-condicionado apresentam percentuais mais

elevados nas opções “6 e 7” e “Acima de 7” em relação as salas de aula com

ventiladores ou sem equipamentos.

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130

As salas de aula que não possuem nenhum equipamento estão com seu

desempenho menor, uma vez que estão com 33% entre “1 e 3”, “3 e 5” e “6 e 7”. Pode-

se afirmar que o resultado das avaliações dos estudantes é fortemente ligada a

sensação térmica registrada e que há influência da temperatura do ambiente no

desempenho dos alunos (Gráfico 31).

Gráfico 31 – Relação Desempenho Escolar e Equipamentos

Fonte: Elaborado pelo autor.

Estes dados corroboram com um estudo realizado na China, no qual constatou-

se que a influência da condição térmica nos testes de desempenho de aprendizagem.

Os resultados indicaram que o desconforto térmico causado por altas ou baixas

temperaturas influenciam negativamente o desempenho de aprendizagem dos alunos

(JIANG et al., 2018).

6.5 Relação entre Ventilação e Desempenho Escolar

A importância da ventilação adequada em edifícios é apoiada por uma série de

estudos que investigam a associação das taxas de ventilação e produtividade. O

Gráfico 32, apresenta dados de ventilação cruzada, unilateral e desempenho escolar.

Observa-se que não há uma correlação evidente, uma vez que, espera-se que o

resultado de desempenho escolar seja superior em salas de aula com ventilação

cruzada. O resultado que se tem é o oposto. As salas com ventilação unilateral

possuem desempenho escolar superior.

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131

Entende-se que é necessário avaliar outros parâmetros quando se trata de

desempenho escolar, mas para justificar o resultado dessa seção pode-se avaliar

alguns dados dessa própria pesquisa.

O que pode estar elevando o percentual de desempenho escolar em salas de

aula com ventilação unilateral é que 60% delas possuem ar-condicionado e 30% das

salas com ventilação cruzada. Conforme demonstram os resultados do item 5.5, as

salas de aula com ar-condicionado têm uma melhora na qualidade térmica e no item

6.4, demonstram que salas de aula com ar-condicionado possuem melhor

desempenho escolar. Portanto, esse pode ser um fator que responda porque as salas

com ventilação unilateral apresentaram um melhor desempenho escolar.

Gráfico 32 – Relação Ventilação e Desempenho Escolar

Fonte: Elaborada pelo autor.

Portanto, as pesquisas têm demostrado que as condições físicas do ambiente,

associadas a ventilação influenciam no ensino e aprendizagem Heath e Mendell

(2002) revisaram criticamente as evidências disponíveis sobre as relações entre

qualidade ambiental interna (QAI) nas escolas e desempenho dos alunos. Apesar de

limitadas, as evidências ficaram claras. A evidência mais persuasiva disponível sugere

que alguns aspectos da QAI incluindo baixa taxa de ventilação e luz do dia ou luz

artificial, podem reduzir o desempenho dos ocupantes. Não diferente dos resultados

encontrados em uma investigação realizada em 2012 na Inglaterra por Bakó-Biró,

Clement-Croome, Kochhar, Awbi e Williams em oito escolas primárias que concluiu

que baixas taxas de ventilação nas salas de aula reduzem significativamente a

atenção dos alunos e afetam negativamente a

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132

memória. E corroboram com estudos anteriores, onde o aumento das taxas de

ventilação e a redução das concentrações de dióxido de carbono em ambientes

fechados foram associados a melhorias na saúde no trabalho (SEPPANEN et al.,

1999). Em um estudo de 35 salas de aula norueguesas, concentrações mais altas de

CO2, que indicam menores taxas de ventilação externa por pessoa, foram associadas

a pior desempenho (p <0,01) em testes computadorizados de tempo de reação

(MYHRVOLD et. al., 1996).

6.6 Relação entre Vestimenta e Desempenho Escolar

Os valores da resistência térmica da vestimenta (“clo”) apresentados nessa

pesquisa são uma estimativa e pode-se dizer que a combinação de vários fatores

podem influenciar tanto o conforto térmico como o desempenho escolar. Nesse

sentido, os valores de “clo” demonstrados são o somatório de um conjunto de

vestuários informados por alunos e não foram realizados testes adicionais para

mensurar e testar o aprendizado nesses ambientes. Ao fazer uma análise geral entre

todas as escolas referente a influência da resistência térmica da vestimenta no

desempenho escolar, pode-se estimar que:

6.6.1 No Verão

Conforme dados do Gráfico 33 e Tabela 15, em 21% dos casos as notas estão

entre “1 e 3”; “3 e 5”; “5 e 6” e em 79% as notas se concentraram entre “6 e 7”

(42%) e “Acima de “7 (36%).

A ausência de influência da relação da vestimenta é notável considerando que

os alunos com vestimenta pesada no verão apresentam maior risco de estarem no

grupo quente/ muito quente. Isso indica que o desempenho térmico não é um fator

preponderante para o desempenho escolar, fazendo-se a ressalva quanto às

limitações do método de coleta de dado desta pesquisa. Este resultado não reflete

estudo anteriores que mostram que o desempenho térmico e o aprendizado estão

intimamente ligados, o que mostra que coleta de dados por estação não é capaz de

captar este fenômeno.

Um exemplo é o estudo desenvolvido por Faerevick e Reinsertsen (2003) que

investigaram o efeito da proteção da roupa em diferentes condições ambientais, no

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desempenho fisiológico e cognitivo de 8 indivíduos. Os indivíduos foram sujeitos a 3

diferentes condições de temperaturas 0°C, 23°C e 40°C. Os autores concluíram que

o aumento da temperatura indicou elevado nível de stress por calor. No que tange a

produtividade nos 2 testes realizados, os sujeitos quando em alta temperatura

apresentaram um número de reações incorretas significativamente maiores a 40°C do

que a 23°C. O que sugere que o stress por calor afeta o desenvolvimento cognitivo.

Os resultados obtidos corroborando com estudos realizados por Wargocki e Wyon em

2005 em uma escola primária onde constataram que reduzir a temperatura de 25º C

para 20º C gerou um efeito positivo sobre o desempenho dos estudantes.

Gráfico 33 – Desempenho Escolar e resistência térmica da vestimenta - Verão

Fonte: Elaborada pelo autor.

Tabela 15 – Relação do Desempenho Escolar e “clo” Verão

Desempenho escolar e resistência térmica da vestimenta - Verão

Clo 1 e 3 3 e 5 5 e 6 6 e 7 Acima de 7 Total

1º Quartil 1% 2% 8% 20% 19% 50%

2º Quartil 1% 2% 8% 22% 17% 50%

3º Quartil

4º Quartil

TOTAL 2% 4% 16% 42% 36% 100%

Fonte: Elaborada pelo autor.

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6.6.2 No Inverno

Ao fazer uma análise geral da resistência térmica da vestimenta no

desempenho escolar, pode-se observar que 21% dos usuários estão com notas entre

“1 e 3”, ”3 e 5”; “5 e 6” e os outros 79% não e as notas se concentraram entre “6 e 7”

e “Acima de 7”. O grupo com vestimenta mais pesada tem maior chance de ter melhor

desempenho acadêmico ao analisar os dados da Tabela 15 e Gráfico 34.

Tabela 16 - Relação do desempenho escolar e resistência térmica da vestimenta -

Inverno

Desempenho escolar e resistência térmica da vestimenta - Inverno

1 e 3 3 e 5 5 e 6 6 e 7 Acima de 7 Total

1º Quartil

2º Quartil 1% 4% 7% 1% 13%

3º Quartil 1% 5% 11% 8% 26%

4º Quartil 1% 2% 7% 24% 27% 61%

TOTAL 1% 4% 16% 43% 36% 100%

Fonte: Elaborada pelo autor.

Gráfico 34 – Desempenho Escolar e “clo” Inverno

Fonte: Elaborada pelo autor.

6.7 Relação entre a Posição Solar Geral e Desempenho Escolar Geral

Ao analisar os dados do Gráfico 35 pode-se concluir que as salas de aula

posicionadas a sul representam 16% e os alunos que estão nessa posição

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135

apresentaram desempenho escolar melhor em relação as outras posições, com notas

54% “Acima de 7”. O Colégio Tiradentes da Brigada Militar tem 3 de suas 5 salas

voltadas a sul e seu desempenho escolar foi o melhor da amostra, portanto elevando

esses percentuais.

As posições Norte, Leste e Oeste apresentam os percentuais de notas entre “1

e 3”; “3 e 5”; “5 e 6” bem próximas. Quando somadas apresentam um percentual

de 23% e 22%.

As posições Leste e Oeste ao somar as notas “6 e 7”; “Acima de 7”, estão com

percentuais iguais 78% e Norte 77%. Levando em consideração que em geral os

alunos têm aulas no turno da manhã não se estabelece uma relação evidente sobre a

posição solar e o desempenho escolar.

Gráfico 35 – Desempenho Escolar por Posição Solar

Fonte: Elaborada pelo autor.

6.8 Conclusões

Os resultados apresentados nesse capítulo, referentes ao Desempenho

Escolar e correlações, permitem concluir que:

O ambiente térmico de uma sala de aula tem impacto no desempenho de

aprendizado e nas percepções térmicas dos alunos;

O desempenho escolar geral dessa amostra foi satisfatório, com mais de 80%

dos alunos acima da média, ao somar as notas entre “6 e 7” e “Acima de 7”.

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A instituição que apresentou melhor desempenho escolar foi o Colégio

Tiradentes da Brigada Militar, os dados dessa pesquisa corroboram com o

índice do IDEB dessa escola;

Com base nos pressupostos apresentados nessa pesquisa é possível afirmar

que os alunos com maior desconforto tanto no verão quanto no inverno estão

com desempenho escolar menor, ou seja o desempenho escolar está ligado a

percepção térmica dos alunos e o ambiente físico escolar e sua qualidade são

indispensáveis no processo de aprendizagem;

As salas de aula que não possuem nenhum equipamento estão com seu

desempenho escolar menor;

As salas de aula com ar-condicionado têm maior incidência de notas entre “6 e

7” e “Acima de 7”;

Apesar de muitos estudos sugerirem que que baixas taxas de ventilação nas

salas de aula reduzem significativamente o desempenho escolar dos alunos,

as salas de aula dessa pesquisa com ventilação unilateral apresentaram

desempenho escolar superior em relação as com ventilação cruzada. Um fator

que possívelmente esteja elevando o desempenho, é o fato de 60% desses

ambientes possuirem ar-condiconado. E conforme demonstram os resultados

do Capítulo 5, os Votos de Sensação Térmica Sazonal em ambientes com ar-

condicionado apresentaram melhores índices de conforto;

Referente à vestimenta: não é possível afirmar que a vestimenta somente tenha

seu impacto no conforto térmico dos usuários, ou seja, não é a principal razão

para o melhor ou pior desempenho escolar;

A vestimenta pode, neste caso, ser um indicador de padrão sócio econômico

que afeta a vida do aluno como um todo e pode se refletir no seu desempenho

escolar. A relação entre vestimenta e desempenho escolar é clara e ações no

sentido de melhorar o acesso a vestimenta adequada podem ter impacto

positivo no desempenho dos alunos;

Não se estabelece uma relação evidente sobre a posição solar das salas de

aula e o desempenho escolar para essa amostra.

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137

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

7.1 Discussões

Este estudo promoveu uma discussão sobre o espaço escolar no que se refere

a desempenho térmico e desempenho escolar. Foi possível perceber que o ambiente

interno das salas de aula pode ter um grande efeito no conforto, saúde e na

aprendizagem, portanto, estudá-lo e entendê-lo é fundamental.

Ainda assim, a insatisfação dos usários com o ambiente térmico é expressiva.

Muitos estudos têm defendido que os estudantes apresentam melhor desempenho em

decorrência de uma qualidade educacional elevada, quando os espaços são

adequados às suas necessidades, ou seja, quando os edifícios proporcionam conforto

ambiental para os usuários.

O presente estudo sugere que o desconforto térmico causado por altas ou

baixas temperaturas possui um impacto no desempenho de aprendizagem, e que a

qualidade do ambiente térmico de uma sala de aula tem um papel importante na vida

do aluno. Dentro desta amostra, um dos questionários aplicados teve o intuito de

perguntar sobre a qualidade térmica nas casas dos alunos, e os resultados

apresentaram que as casas possuíam um desempenho substancialmente melhor que

as escolas. Isso demonstra que edifícios sujeitos ao mesmo clima podem ter seu

desempenho melhorado, se construídos e operados adequadamente.

Apesar de muitos estudos indicarem que baixas taxas de ventilação reduzem o

desempenho escolar, as salas de aula dessa pesquisa, com ventilação unilateral,

apresentaram desempenho escolar superior em relação às salas com ventilação

cruzada. Uma justificativa é que, nesta investigação, o desempenho térmico foi mais

satisfatório em ambientes com ar-condicionado, tanto no verão como inverno, e em

60% das salas de aula com ventilação unilateral possuem equipamentos de ar-

condicionado.

Este estudo também pode abrir um novo viés para pesquisas sobre a

morfologia urbana. Mais que apenas entender o ambiente em si, deve-se analisar o

contexto. Tais considerações fornecem uma base para a definição de questões- chave

para pesquisas futuras, pois sugerem que estudos bem projetados têm boas

perspectivas de documentar as relações entre desempenho térmico e desempenho

por aprendizagem. Entretanto, como o objetivo primário foi investigar desempenho

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térmico e escolar sob o ponto de vista dos usuários, esses dados não foram coletados.

Portanto, entende-se que há evidências suficientes para justificar pesquisas

focadas em ajudar e a orientar futuras políticas públicas e ações referentes a

Desempenho Térmico e Produtividade, além de contribuir para a melhoria da

qualidade térmica dos ambientes educacionais.

7.2 Conclusões

Compreendeu-se que a relação estabelecida entre a sensação térmica e o

desempenho da aprendizagem pode fornecer aos profissionais da área diretrizes úteis

durante a fase de projeto e operação de edifícios com salas de aula. Essa descoberta

mostra que o desempenho escolar é significativamente relacionado com a percepção

do usuário com o ambiente térmico, conforme demonstram as análises realizadas

nesta pesquisa.

A partir dos resultados e discussões levantadas sobre panorama geral com a

caracterização das escolas, foi possível concluir que não existe um padrão de

edificações, e as tipologias objetos desta pesquisa diferem umas das outras. O

ambiente que envolve as edificações deve ser cuidadosamente analisado, já que

entender seus efeitos são fundamentais para obter a melhor situação de conforto

térmico e eficiência energética, conforme sugere a pesquisa conduzida por

Ralegaonkar e Gupta (2010). Porém, não se pode afirmar que os ambientes não foram

cuidadosamente analisados e que as escolas não foram cuidadosamente projetadas,

uma vez que não houve contato com os profissionais que desenvolveram os projetos.

Segundo os dados da pesquisa dos autores, há fortes evidências que as edificações

foram concebidas priorizando fatores econômicos, o que compromete o desempenho

térmico, de acordo com os Votos de Sensação Térmica Sazonal.

Espera-se que este estudo forneça uma nova ferramenta para pesquisas, pois

a métrica S-TSV, definida como a sensação térmica global percebida de maneira geral

em um edifício (CÓSTOLA et al., 2019), mostra-se eficiente em vários aspectos

pesquisados. Há uma ressalva quanto a limitação do método, referente à influência

do vestuário no desempenho térmico e escolar, principalmente no verão, o que não

reflete nos estudos anteriores.

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139

Os resultados dessa pesquisa enfatizam e evidenciam a importância sobre o

conhecimento de dados, uma vez que muitos estudos têm demonstrado que grande

parte dos usuários está insatisfeita com o ambiente escolar. São nesses espaços que

ocorrem os processos de ensino e aprendizagem, tão importantes para avanços

sociais e econômicos do país e, portanto, devem receber a devida atenção.

7.3 Direção para Próximas Pesquisas

Durante a elaboração dos resultados dessa pesquisa, foram observadas

algumas limitações. A partir disso, serão apresentadas algumas sugestões e direções

para próximas pesquisas, utilizando o método S-TSV:

7.3.1 Repetição da coleta de dados com medições físicas com o intuito

de obter um melhor entendimento das interações dos diversos

componentes pesquisados nesse estudo;

7.3.2 Avaliação do contexto urbano, pois, segundo IBGE (2002), 80% da

população ocupa áreas urbanas, e essa aglomeração altera as

condições climáticas locais. Os microclimas têm efeitos diretos e são

fatores determinantes para o conforto térmico das edificações. Conforme

estudos demonstram, o fluxo de ar através dos ambientes urbanos é um

dos fatores mais importantes que afetam a saúde humana, o conforto

térmico externo e interno, a qualidade do ar e o desempenho energético

dos edifícios (GAO et al., 2012 e KARAKOUNOS et al., 2018);

7.3.3 No que tange o vestuário, observa-se que muitos alunos apesar de

um alto valor de resistência térmica da vestimenta, ainda apresentavam

desconforto por frio. Portanto, uma das sugestões é estudar o

isolamento térmico das roupas, uma vez que é um mecanismo

adaptativo, e pessoas vestidas com mesmo valor de resistência térmica

da vestimenta podem sentir-se termicamente diferentes em um mesmo

espaço;

7.3.4 No que se refere ao desempenho escolar, muitas pesquisas têm

focado em encontrar a relação entre desempenho térmico e

produtividade. Portanto, sugere-se fazer levantamento das diferentes

condições de temperaturas, metabolismo em função gênero e idade e

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ver o impacto dessas variáveis na produtividade e/ou desempenho

escolar.

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152

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIOS APLICADOS NA PESQUISA DE CAMPO

Nas Figuras 42, 43, 44 e 45 estão os questionários aplicados nessa pesquisa

de campo. Pode-se observar que possui 2 para alunos, o que difere é o layout, os

outros são, um para professor e outro para o pesquisador, no qual utilizou para coleta

de dados e as anotações das informações referente aos ambientes estudados.

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153

Figura 42 – Questionário Aplicado para os Alunos

Avaliação do Conforto Térmico

Data da aplicação do questionário: / / Turno:

Escola:

Série e Sala:

Gênero:□ Mas cul i n□o Feminino Idade:

1. Assinale a vestimenta

que você utiliza no INVERNO e VERÃO de

maneira geral:

VERÃO INVERNO

Calçado Aberto □ □ Calçado Fechado □ □

Meia □ □ Meia Calça □ □

Camiseta Manga Curta □ □ Camiseta Manga Longa □ □

Calça Jeans □ □ Moleton ou Blusa de Lã □ □

Jaqueta Leve □ □ Jaqueta Pesada □ □

Bermuda □ □ □ □ □ □

2. De maneira geral qual sua sensação

térmica na SALA DE AULA, assinale ao

lado:

VERÃO INVERNO

Muito Quente □ □ Quente □ □

Levemente Quente □ □ Neutro □ □

Levemente Frio □ □ Frio □ □

Muito Frio □ □

3. De maneira geral qual sua sensação

térmica em CASA, assinale ao lado:

VERÃO INVERNO

Muito Quente □ □ Quente □ □

Levemente Quente □ □ Neutro □ □

Levemente Frio □ □ Frio □ □

Muito Frio □ □

4. Referente ao Desempenho Escolar até o momento, assinale abaixo:

1 e 3

3 e 5

5 e 6

6 e 7

Acima de 7

Trata-se de uma pesquisa de adesão voluntária e os dados dos entrevistados serão mantidos em sigilo, conforme a

Resolução 196/96 (BRASIL, 1996).

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154

Figura 43 – Questionário Modelo 02 aplicado aos alunos (layout reformulado).

Fonte: Elaborado pelo autor.

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155

Figura 44 – Questionário aplicado com os professores.

Avaliação do Conforto Térmico

Data da aplicação do questionário: / / Turno:

Escola:

Série e sala:

1. Sua sala de aula possui ar condicionado e /ou ventilador?

Sim □ Não □ Os dois □

2. No verão se utiliza o Ar condicionado ?

□ Nunca

□ Raramente

□ Frequentemente

□ Sempre

3. No inverno se utiliza o Ar condicionado ?

□ Nunca

□ Raramente

□ Frequentemente

□ Sempre

4. No verão utiliza ventilador ?

□ Nunca

□ Raramente

□ Frequentemente

□ Sempre

5. No inverno se utiliza ventilador ?

□ Nunca

□ Raramente

□ Frequentemente

□ Sempre

6. Os alunos podem l igar e desligar o Ar condicionado e ventilador?

Sim □ Não □

7. Os alunos podem abrir portas e janelas?

Sim □ Não □

8. Durante a aula as janelas estão:

Sempre abertas □ Abertas as vezes □ Nunca abertas □

9. Ao chegar na sala de aula as janelas estão:

Sempre abertas □ Abertas as vezes □ Nunca abertas □

Trata-se de uma pesquisa de adesão voluntária e os dados dos entrevistados serão mantidos em sigilo, conforme a

Resolução 196/96 (BRASIL, 1996).

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura 45 – Questionário do Pesquisador.

Avaliação do Conforto Térmico

Data da aplicação do questionário: / / Turno:

Escola:

Série:

1. Sala de aula possui ventilação cruzada?

Sim □ Não □ 2. Mecanismos de sombreamento (cortinas, árvores, brises, persianas).

4. Quantidade de aluno na sala de aula:

5. Planta Baixa/ Posição solar /Dados relevantes:

Fonte: Elaborado pelo autor.

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157

APÊNDICE B - PANORAMA GERAL COM A CARACTERIZAÇÃO DAS ESCOLAS

Abaixo, apresenta-se o panorama geral das escolas objetos dessa pesquisa. A

ordem disposta nesse documento é conforme a ordem da coleta de dados da pesquisa

de campo.

1 Escola Estadual De Ensino Médio Protásio Alves:

Localizada no centro da cidade, entre avenidas de grande fluxo, possui o total

de 17 salas de aula e 98 funcionários segundo o Censo (2017). A distribuição das

salas acontecem com um corredor central e salas ora dos dois lados, ora de um lado

só, com dimensões entre 48,54m² e 51,09m² com pé-direito, pode-se dizer elevado,

de 3,85m, esquadrias, forro e piso em madeira, na Figura 47 demonstra-se as imagens

internas das salas de aula. As salas de aula possuem ventiladores e as esquadrias

estão dispostas em 2 e até 3 posições possibilitando a ventilação cruzada, no qual

ocorre sobre fachadas (Figura 46). O prédio é circundado por grandes avenidas e a

escola ocupa o espaço de um quarteirão, portanto, boa parte das salas de aula estão

posicionadas de forma relativamente afastadas das vias de grande fluxo, exceto as

que estão voltadas para a fachada principal, no qual o recuo frontal é pequeno. Pode-

se observar pouca área de vegetação no entorno imediato, bem como na fachada

principal (Figura 46). Participaram da pesquisa 4 turmas de ensino médio e nessa

escola foi aplicado o programa experimental em maio de 2017.

A escola foi criada em 1911 denominado como Colégio Elementar, hoje Escola

de Ensino Médio Protásio Alves e no ano de 1939 passou a ocupar as atuais

instalações na Avenida Brasil, no centro da cidade (HISTÓRIA UPF, 2011). Tem seu

prédio tombado pelo patrimônio histórico para preservação das características

arquitetônicas, volumetrias e fachadas, bem como sua integridade externa,

observando o seu aspecto original conforme a Lei nº 2.997/95 e Decreto 22/2012

(PMPF, 2012).

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158

Figura 46 – Imagens da Fachada Principal da Escola Protásio Alves

Fonte: Registrada pelo autor.

Figura 47 – Imagens Internas das Salas de aula

Fonte: Registrada pelo autor.

2 Colégio Estadual Joaquim Fagundes Dos Reis:

Localiza-se no Bairro Boqueirão, a frente tem uma avenida com fluxo intenso

de veículos, possui 21 salas de aula e 105 funcionários, segundo Censo (2017). O

Colégio Fagundes dos Reis foi fundado em 1928, com ensino regular e médio.

Destaca-se pelas atividades inclusivas de acessibilidade escolas, com curso de

Libras, da língua escrita para alunos com deficiência.

A distribuição das salas de aula se dão por um corredor central e estão

posicionadas de um lado, no lado oposto do corredor possui grandes aberturas em

toda sua extensão conforme demonstrado na Figura 48. As salas possuem 42,00m² e

3,08m de pé-direito, tem ventiladores de teto e a ventilação é unilateral. Tem piso em

parquet, teto em laje, esquadrias em ferro e madeira, na Figura 49 tem-se as imagens

de uma das salas de aula. Há presença de vegetações nas fachadas lateral direita e

frontal, bem como no pátio interno da escola, mas é lateral direita que se

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159

encontra a maior área arborizada (Figura 48), essa permite e auxilia em parte no

sombreamento do prédio quando o sol a leste incide sobre as salas de aula.

Participaram da pesquisa 4 turmas do primeiro ano do ensino médio.

Figura 48 – Fachada Principal Colégio Fagundes dos Reis

Fonte: Google Maps, 2019

Figura 49 – Imagens internas das salas de aula.

Fonte: Registrada pelo autor.

Figura 50 – Imagens do corredor e parte interna da sala onde demonstra as

venezianas.

Fonte: Registrada pelo autor.

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3 Colégio Tiradentes Da Brigada Militar - Passo Fundo/RS:

Localizado no Bairro Vila Rodrigues, ocupando uma área de 2.950m² e com área

física construída de 1.142m² próxima a corporação da Brigada Militar e Corpo de

Bombeiros. Essa escola tem configuração de pátio central coberto, com salas de aula

distribuídas dos dois lados e variando entre 28,21m² e 52,85m², pé-direito de 2,84m,

piso em parquet, esquadrias em ferro e madeira e forro em PVC (Figuras 51 e 52).

Possui ar-condicionado em todas suas salas de aula e a ventilação é unilateral além

de não haver incidência de ventilação e iluminação direta, as janelas estão voltadas

parte para a área interna onde possui um pátio central e do outro lado possui um

corredor coberto e estreito e do outro um ginásio para atividades físicas. Apesar dessa

conformação há estudos que defendem e acham que a escola que apresenta esse

tipo de configuração oferece continuidade sendo ponto positivo de acordo com Nair,

Fielding & Lackney (2013). Essa escola possui a maior densidade por ocupação dessa

pesquisa e participaram da pesquisa 5 turmas de ensino médio. A Criação do Colégio

Tiradentes em Passo Fundo foi vislumbrada por um dos coronéis e no ano de 2006

conforme decreto estadual assinado pelo governo S.r. Germano Rigotto o Colégio

Tiradentes foi instituído. Atualmente o Colégio Tiradentes é regido pela Lei da Ensino

da Brigada Militar, Lei 12.396/05, permanecendo quadro de professores ligados a

Secretária de Educação, os quais são cedidos através de convênio (COLÉGIO

TIRADENTES- BLOGSPOT, 2012).

Figura 51 – Imagens da Fachada Principal do Colégio Tiradentes

Fonte: Registradas pelo autor.

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161

Figura 52 - Imagens das salas de aula e circulação de acesso as salas de aula

Fonte: Registradas pelo autor.

4 Escola Estadual De Educação Básica Nicolau De Araújo Vergueiro (ENAV):

Localizado no centro da cidade, em uma rua de fluxo intenso de veículos

durante todo o dia e próxima a uma importante área médica do município. Possui 25

salas de aula e 97 funcionários segundo Censo (2017). O prédio possui 3 pavimentos

e as salas de aula são distribuída através de corredor lateral, e nesse corredor há

presença de aberturas em toda a extensão (Figura 53 e 54). É uma escola de grandes

proporções e grandes áreas comuns. Participaram da pesquisa 4 turmas de primeiro

ano de ensino médio distribuídas em salas de aula com 29,00m², pé-direito de 2,90m,

piso parquet, possui teto de laje e esquadrias em madeira (Figura 54). As salas de

aula possuem ar-condicionado e a ventilação ocorre de forma unilateral. Sobre o uso

do ar-condicionado, os relatos de alunos e professores, são que ao ligar muitos

equipamentos ao mesmo tempo ocorre queda de energia, prejudicado o uso. Possui

vegetação de médio porte alto e médio no entorno, porém nem todas chegam a

sombrear as salas de aula, por estarem dispostas no passeio.

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Figura 53 – Imagem da Fachada Principal da Escola ENAV

Fonte: Google Maps, 2019

Figura 54 – Imagens internas das salas de aula e circulação de acesso as salas.

Fonte: Registrada pelo autor.

5 Instituto Estadual Cecy Leite Costa (CECY):

Localiza-se no Bairro Vila Rodrigues, em uma avenida de grande fluxo de

veículos durante o dia todo. Possui 22 salas de aula e 79 funcionários segundo Censo

(2017). As salas de aula são distribuídas através de um corredor lateral, em uma face

estão posicionadas as salas de aula e outras muitas aberturas (Figura 56). As salas

participantes da pesquisa possuem 53,56m² e 2,95m de pé-direito, piso em parquet,

teto em laje, esquadrias de ferro e madeira, possui um ventilador de parede em cada

sala e possui venezianas no lado oposto as janelas para ventilação, porém essas

estão obstruídas. Possui árvores de grande porte próximas, mas não chegam a

proteger a fachada principal pois estão dispostas na calçada e no canteiro central

(Figura 55). Participaram da pesquisa 4 turmas do primeiro ano do ensino médio.

O prédio onde está instalado o Instituto Cecy Leite da Costa hoje, foi inaugurado

no ano de 1966, inicialmente com cursos técnicos e em 1976 passou a

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denominar-se Escola Estadual de 1º e 2° Graus. No ano de 2000, passou a ser

chamado Instituto Estadual Cecy Leite da Costa a oferecer além de ensino médio,

cursos técnicos profissionalizantes (CECYLEITEDACOSTA -BLOGSPOT, 2018).

Figura 55 – Imagens da Fachada principal da Escola Cecy Leite da Costa

Fonte: Registradas pelo autor.

Figura 56 – Imagens das salas de aula e corredor de acesso as salas.

Fonte: Registradas pelo autor.

6 Escola Estadual De Ensino Médio Maria Dolores Freitas Barros:

Localiza-se no Bairro Santa Marta. Possui 9 salas de aula e 53 funcionários

segundo Censo (2017). O prédio principal com um pavimento e possui prédios anexos

conforme observa-se nas imagens da Figura 57. As salas de aula são distribuídas

através de um corredor lateral e possuem 48,09m² com 2,84m de pé- direito, piso em

parquet, teto de laje na edificação principal e a sala “D” (edificação separada - antigo

depósito) com forro em madeira e pé-direito 2,47m tem 39,30m² (Figuras 57 e 58).

Não possuem equipamento de ar-condicionado e ventiladores e a ventilação cruzada

existe em todas as salas de aula através de esquadrias de lados apostos. As

esquadrias da fachada externa estão voltadas para um “descampado” e as internas

para um corredor central com grandes vãos abertos, sem esquadrias e com um gradil

em ferro. A fachada principal é em tom claro e está protegida do sol

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por uma árvore de grande porte (Figura 50). O entorno é arborizado e as salas do

prédio principal estão protegidas do sol por uma cortina de vegetação próximas as

janelas. Nessa escola participaram da pesquisa 4 turmas, e uma sala denominada

“casinha” pelos alunos e professores, em um prédio anexo. Esse espaço era utilizado

como um depósito e foi improvisado para abrigar os alunos de terceiro ano. Alunos e

professores estão visivelmente descontentes com o espaço destinado para suas

aulas.

Figura 57 – Imagem da Fachada Principal da Escola Maria Dolores e corredor de acesso as salas de aula.

Fonte: Registrada pelo autor

Figura 58 – Imagens das salas de aula.

Fonte: Registrada pelo autor.

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Figura 59 – Imagem da Casinha. Sala improvisada para abrigar os alunos do terceiro ano.

Fonte: Registrada pelo autor.

7 Escola Estadual De Ensino Médio Professora Eulina Braga:

A escola possui um pavimento e é circundada com um muro elevado na fachada

principal conforme pode se observar nas imagens da Figura 60. Não há presença de

arborização externa e interna no entorno imediato para proteger contra incidência

solar direta. Sua configuração é em forma de pátio central e a partir do centro são

distribuídas as salas de apoio e as salas de aula, dos dois lados (Figura 61). Segundo

o Censo (2017) a escola possui 8 salas de aula e 41 funcionários. Essa é a escola

com menor número de alunos e a menor densidade por ocupação entre todas as

escolas que participaram da pesquisa. Possui ar-condicionado nas salas de aula de

ensino médio, porém não estavam operando no momento por falta de manutenção.

As salas de aula participantes da pesquisa tem 48,09m² e 2,97m de pé-direito,

piso em parquet, teto em laje, esquadrias em ferro e madeira, com vidros pintados

para bloquear a entrada de luz direta, uma vez que não tem dispositivos de

sombreamento internos, nem externos (Figura 62). A ventilação cruzada ocorre entre

janelas de posições opostas, um lado é a fachada lateral da edificação e o outro um

corredor aberto posicionado para um pátio central não coberto. Participaram da

pesquisa as 3 turmas de ensino médio.

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Figura 60 – Imagens da Fachada Principal e lateral da Escola Maria Eulina

Fonte: Registradas pelo autor.

Figura 61 – Imagens da entrada da escola e acesso as salas de aula.

Fonte: Registradas pelo autor.

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Figura 62 – Imagem das salas de aula.

Fonte: Registradas pelo autor.

8 Escola Estadual De Ensino Médio Adelino Pereira Simões:

Localizada no bairro Nonoai, com entorno predominantemente residencial e

circundado por vias de baixo fluxo de veículos. A escola possui 21 salas de aula

utilizadas e 67 funcionários segundo o Censo (2017). As salas de aula são distribuídas

em dois prédios com tipologias e épocas de construção diferentes. Todas as salas são

em piso parquet, teto em laje, esquadrias em ferro e madeira e a ventilação cruzada

ocorre entre esquadrias de lados opostos em 88% dos casos.

O prédio mais antigo possui uma configuração de pátio central e salas de aula

distribuídas no entorno, não possui ar-condicionado, nem ventiladores, tem área de

57,64m² e 4,50m de pé-direito no ponto mais elevado. Uma face das janelas está

voltada para uma área arborizada, e segundo relatos as salas de aula são confortáveis

no verão e frias no inverno (Figuras 63 e 64)

O mais recente as salas de aula são distribuídas em um prédio de 3

pavimentos, possui sistema de ar –condicionado em todas as salas de aula, com áreas

entre 38,41m² e 49,05m² e 2,95m de pé-direito (Figuras 65, 66 e 67).

Participaram da pesquisa alunos distribuídos em 4 salas do prédio antigo e 4

do prédio mais recente. Todo entorno da escola de maneira geral é arborizado e

possui vegetação densa em boa parte do terreno que pertence a escola.

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Figura 63 – Imagem do pátio central com acesso as salas de aula do Prédio 01 (mais antigo).

Fonte: Registrada pelo autor.

Figura 64 – Imagens internas das salas de aula do Prédio 01.

Fonte: Registrada pelo autor.

Figura 65 – Imagens da fachada do Prédio 02 (mais recente).

Fonte: Registrada pelo autor.

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Figura 66 – Imagens internas das salas de aula do Prédio 02.

Fonte: Registrada pelo autor.

Figura 67 – Imagens do corredor de acesso as salas, e as aberturas que fazem a ventilação cruzada das salas de aula.

Fonte: Registradas pelo autor.

9 Escola Estadual De Ensino Médio Alberto Pasqualini:

Localizada no Bairro Santa Maria, possui 12 salas de aula e 45 funcionários

segundo o Censo (2017) e participaram da pesquisa 4 turmas do ensino médio. Possui

dois prédios separados por um pátio central e unidos por uma passarela, o prédio da

frente possui as salas de direção, professores, pedagógica entre outras e é de um

único pavimento (Figura 68) já o prédio ao fundo localizam-se as salas de aula e é de

3 pavimentos. Na imagem onde aparece uma construção isolada (Figura 70), esse

espaço era utilizado como depósito, mas hoje está abrigando uma turma de 3º ano.

As condições físicas não são desejáveis para um ambiente escolar, uma

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vez que o ambiente foi improvisado para o uso e os alunos estão visivelmente

descontentes com esse espaço, bem como com o conforto térmico do mesmo. Metade

das salas de aula possibilitam a ventilação cruzada entre esquadrias de lados opostos

e observa-se que existe pouca arborização no entorno da escola. As salas de aula do

prédio principal têm 68,00m² e 3,00m de pé-direito e o piso é em parquet, teto em laje,

esquadrias em ferro e madeira (Imagens Figura 69), já a sala improvisada tem 35,67m²

e 2,47m de pé-direito, piso vinílico antigo bastante danificado e forro em madeira

conforme imagens da Figura 70.

Figura 68 – Fachada Principal da Escola Alberto Pasqualini

Fonte: Google Maps,2019.

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Figura 69- Imagens internas das salas de aula e corredor de acesso as salas.

Fonte: Registradas pelo autor.

Figura 70 – Imagem de um antigo depósito que foi adaptado para acolher os alunos de terceiro ano.

Fonte: Registrada pelo autor

10 Escola Estadual De Ensino Médio Antonino Xavier E Oliveira:

Localizada no bairro Vila Luiza, um bairro residencial, possui 9 salas de aula e

42 funcionários segundo o Censo (2017). Atende à demanda de três Bairros, Vila

Luíza, Tupinambá e Vila Jardim (alunos que vem da Vila Jardim são de uma mais

classe baixa e com problemas de pobreza). Diretora informou que maior problema

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são com as turmas do noturno, principalmente em função da evasão. E os alunos que

vem da rede municipal de ensino vem com desempenho menor e os terceiros anos

são turmas pequenas, pois ocorre desistência uma vez que os alunos precisam

trabalhar.

A escola é circundada com um muro alto e sua configuração é em forma de

pátio central com salas de aula distribuídas dos dois lados (Figura 71). Nota-se que a

escola foi projetada de forma a possibilitar a ventilação cruzada, porém foi instalado

uma cobertura para unir dois blocos ficando apenas uma face aberta, a da fachada

principal. Em 2 salas onde possuem cobogós, que fariam a função da ventilação

cruzada, foram tapados com painel em madeira. Portanto, nessa escola foi

considerado como ventilação unilateral, uma vez que foram adicionados esses

elementos. Também foram encontradas salas de aula com blocos maciços aparentes

e a pintura verde até metade da parede, o que foi motivo de reclamação de uma das

turmas, uma vez que, causa desconforto visual. Não há presença de arborização na

escola nem no entorno imediato.

Todas as salas de aula possuem ar-condicionado, e informaram que fazem

mais uso dos equipamentos no verão. As salas de aula possuem 48,90m² e 2,90m de

pé-direito, com piso cerâmico e parquet, forro em Pvc e esquadrias em ferro (Figura

72).

Figura 71 – Imagens das Fachada Principal e Lateral da Escola Antonino Xavier.

Fonte: Registradas pelo autor.

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Figura 72 – Imagem do acesso as salas a Leste e imagens internas das salas de aula.

Fonte: Registradas pelo autor.