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FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO RIBEIRÃO PRETO 2018 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA, SAÚDE COLETIVA E ODONTOLOGIA LEGAL KELLY FERNANDA MOLENA Caracterização Imunoistoquímica da Expressão dos Marcadores CD80 (B7-1) e CD86 (B7-2) em Carcinomas Espinocelulares Orais e Orofaríngeos

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2018

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO

DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA, SAÚDE COLETIVA E

ODONTOLOGIA LEGAL

KELLY FERNANDA MOLENA

Caracterização Imunoistoquímica da Expressão dos Marcadores CD80

(B7-1) e CD86 (B7-2) em Carcinomas Espinocelulares Orais e

Orofaríngeos

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO

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RIBEIRÃO PRETO

2018

KELLY FERNANDA MOLENA

Caracterização Imunoistoquímica da Expressão dos Marcadores CD80

(B7-1) e CD86 (B7-2) em Carcinomas Espinocelulares Orais e

Orofaríngeos

Orientador: Prof. Dr. Jorge Esquiche León

Professor Doutor do Departamento de Estomatologia, Saúde Coletiva e Odontologia Legal

(DESCOL) – Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP-USP)

Trabalho de Conclusão de Curso

submetido à Universidade de São Paulo,

como parte dos requisitos necessarios

para obtençao do grau de Cirurgiã-

Dentista pela Faculdade de Odontologia

de Ribeirão Preto.

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Primeiramente, agradeço a Deus que me guiou e continua me

guiando em todos os passos de minha vida.

A minha família pelo suporte, amor e incentivo em todas as

situações.

A Faculdade de Odontologia De Ribeirão Preto por todos os

ensinamentos.

A Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo

(FAPESP) pelo apoio financeiro.

Meu Professor Orientador por toda paciência, parceria e por

acreditar em mim e em meu trabalho nesses anos.

A todos do Laboratório de Patologia Oral que de alguma forma

possibilitaram a realização desse trabalho.

A meus amigos que foram minha família em Ribeirão Preto, e

estiveram ao meu lado nos momentos bons e ruins.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha

formação, о meu muito obrigada.

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RESUMO

Mais de 95% das neoplasias malignas da cavidade oral são carcinomas espinocelulares

(CECs). Apesar dos avanços no tratamento do CEC oral (CECO), a sobrevida após 5 anos tem

permanecido em menos de 50% nos últimos 40 anos. Recentes estudos mostram que o CEC

orofaríngeo (CECorof) teve uma mudança no seu perfil clinicopatológico, estando

frequentemente associado com infecção pelo papilomavírus humano (HPV), tipicamente

afetando pacientes jovens. Interessantemente, em contraste com o CECO, o CECorof possui

um melhor prognóstico. Recentes estudos ressaltam o papel das proteínas de superfície celular

CD80 (B7-1) e CD86 (B7-2) na tumorigênese, os quais podem agir regulando a resposta

imune e proporcionando sinais estimulatórios ou inibitórios através de seus ligantes, alterando

assim o reconhecimento imunológico e, consequentemente, a proliferação de células tumorais.

Considerando que, os marcadores CD80 e CD86 auxiliam na resposta imune do hospedeiro,

podendo ser expressas nas células imunes HLA-DR+, bem como nas células tumorais, é

relevante uma detalhada análise desses marcadores no CECO e CECorof. Assim, este estudo

tem por objetivo caracterizar os imunomarcadores CD80 e CD86 com a finalidade de

compreender melhor o papel dessas moléculas nos mecanismos tumorais do CECO (n=20) e

CECorof (n=18), e determinar a taxa de infecção pelo HPV em biópsias de CECO e CECOrof

visando estabelecer protocolos imunoterapêuticos e definir um perfil prognóstico nestes

pacientes. O trabalho foi realizado nos Laboratórios de Microscopia e Histopatologia da

FORP-USP. Foi realizada análise imunoistoquímica para avaliar os anticorpos CD80 e CD86

e hibridização in situ (HIS) para identificar infecção pelo HPV (amplo espectro). Os dados

obtidos foram submetidos à analise estatística. Do CECO, 17 eram homens e 03 eram

mulheres (média de idade, 60 anos). Já do CECOrof 16 eram homens e 02 eram mulheres

(média de idade, 60 anos). Em relação à infecção pelo HPV, 7/20 CECO e 11/18 CECOrof

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mostraram resultados positivos. Em relação à expressão de CD80, 18/20 CECO e 18/18

CECOrof foram positivos. Em relação à expressão de CD86, 19/20 CECO e 17/18 CECorof

mostraram positividade. Não houve diferenças significativas quando comparados com as

variáveis clinicopatológicas. Assim, nossos resultados mostram maior prevalência de infecção

pelo HPV no CECOrof do que no CECO e a similar expressão de CD80 e CD86 suporta a

participação dessas moléculas na patogênese do CECO e CECOrof.

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ABSTRACT

More than 95% of malignancies of the oral cavity are squamous cell carcinomas (SCC).

Despite advances in the treatment of oral SCC (OSCC), survival after 5 years has remained at

less than 50% in the last 40 years. Recent studies show that oropharyngeal SCC (OPSCC) has

changed in its clinicopathological profile, and is frequently associated with human

papillomavirus (HPV) infection, typically affecting young patients. Interestingly, in contrast to

OSCC, OPSCC has a better prognosis. Recent studies have highlighted the role of CD80 (B7-

1) and CD86 (B7-2) cell surface proteins in tumorigenesis, which may act to regulate the

immune response and provide stimulatory or inhibitory signals through their ligands, thereby

altering immunological recognition and, consequently, the proliferation of tumor cells.

Considering that the CD80 and CD86 markers assist in the immune response of the host,

which can be expressed in HLA-DR+ immune cells, as well as in tumor cells, a detailed

analysis of these markers in OSCC and OPSCC is relevant. The aim of this study was to

characterize CD80 and CD86 immunomarkers in order to better understand the role of these

molecules in the OSCC (n= 20) and OPSCC (n= 18) tumor mechanisms and determine its rate

of HPV infection, aimed at establishing immunotherapeutic protocols and defining a

prognostic profile in these patients. The work was carried out at the microscopy and

histopathology laboratories, FORP-USP. Immunohistochemical analysis was performed to

evaluate CD80 and CD86 antibodies and in situ hybridization (HIS) to identify HPV infection

(wide spectrum). The data were submitted to statistical analysis. Of the OSCC, 17 were men

and 03 were women (mean age, 60 years). Of the OPSCC, 16 were men and 02 were women

(average age, 60 years). Regarding HPV infection, 7/20 OSCC and 11/18 OPSCC showed

positive results. Regarding the expression of CD80, 18/20 OSCC and 18/18 OPSCC were

positive. Regarding the expression of CD86, 19/20 OSCC and 17/18 OPSCC showed

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positivity. There were no significant differences when compared with clinicopathological

variables. Thus, our results show a higher prevalence of HPV infection in OPSCC than in

OSCC and the similar expression of CD80 and CD86 support the participation of these

molecules in the pathogenesis of OSCC and OPSCC.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..... .............................................................................................. ..............09

2. PROPOSIÇÃO.....................................................................................................................13

3. MATERIAL E MÉTODO..................................................................................................14

4. RESULTADOS ..................................................................................................... ..............18

5. DISCUSSÃO.........................................................................................................................25

6. CONCLUSÕES .................................................................................................................. 27

7. DESCRIÇÃO E AVALIAÇÃO DO APOIO INSTITUCIONAL NO PERÍODO ........ 28

8. APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA ........................................................................ 29

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 30

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1. INTRODUÇÃO

Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de boca que inclui lábio e

cavidade oral (gengiva, palato duro, mucosa bucal, soalho e língua) resultou na morte de 5,401

pessoas em 2017 (4,223 homens e 1,178 mulheres), além da estimativa de 14,700 novos casos

para 2018 (sendo 11,200 homens e 3,500 mulheres), só no Brasil. Além disso, o câncer de

boca é a sexta neoplasia maligna mais comum no mundo (MÜLLER, 2017; OLAVARRIA et

al., 2016). O CECO é uma neoplasia de origem epitelial e corresponde a mais de 95% das

neoplasias malignas da cavidade bucal. A maioria dos pacientes tem idade superior a 40 anos

(MÜLLER, 2017), sendo seu principal tratamento a remoção cirúrgica completa, podendo ser

complementada por quimioterapia e/ou radioterapia (VAN DIJK et al., 2016,). O prognóstico

vai depender do estagio da doença e durante a sua evolução pode invadir órgãos adjacentes e

provocar metástases regionais ou distantes (OLAVARRIA et al., 2016).

Interessantemente, o declínio na incidência do CECO nos países desenvolvidos

coincidiu com a redução do uso do tabaco; em contraste, o aumento dos casos de CECorof,

atribuído à mudança biológica dos CEC da região de cabeça e pescoço (CECCP) foi associada

com infecção pelo HPV de alto risco, especialmente os tipos HPV-16 e HPV-18, envolvendo

sítios anatômicos específicos, que incluem a base da língua, tonsilas e paredes laterais da

orofaringe (TANAKA & ALAWI, 2018; INCA, 2016; VIGNESWARAN & WILLIAMS,

2014; LAMBERT et al., 2011; PATEL et al., 2011; SANTOS-SILVA et al., 2011).

Vários estudos mostram que os CECorofs associados ao HPV (>75% dos CECorofs)

tem um melhor prognóstico quando comparado aos CECorofs HPV negativos. Clinicamente, a

maioria dos pacientes são assintomáticos, a não ser que o sítio primário do tumor mostre uma

massa tumoral exuberante, infiltração de tecidos adjacentes ou ocorra metástase regional. A

caracterização histopatológica do CECorof segue os mesmos padrões do CECO (MOURAD et

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al., 2014). No entanto, quando comparado com o CECO, o CECorof mostra um melhor

prognóstico, e nesse sentido, estudos que envolvam o melhor entendimento dos seus

mecanismos tumorigênicos, especialmente considerando a resposta imune intratumoral, é

relevante.

Diversos estudos têm demonstrado um efeito dual do sistema imune denominado

“imunoedição do câncer”, em que o sistema imune não somente pode proteger o hospedeiro

contra o desenvolvimento tumoral, mas também tem a capacidade de promover o crescimento

de células neoplásicas (KUSAMA et al., 2005).

A família de moléculas B7 consiste em um grupo de proteínas de superfície celular que

regula a resposta imune proporcionando sinais estimulatórios ou inibitórios através de seus

respectivos ligantes, conforme mostra a Figura 01. Os ligantes da família de moléculas B7 são

expressos tanto em células do tecido linfoide e não linfoide, sendo importantes na regulação

de resposta imune, além de mostrar grande potencial no tratamento do câncer (incluindo

leucemias, linfomas e carcinomas) e na regulação da resposta halogênica de células T após

transplante de células ou tecidos. As moléculas em questão, B7-1 (CD80) e B7-2 (CD86), são

amplamente expressas no microambiente imune do tumor, sendo que um desequilíbrio da sua

expressão pode contribuir com falhas nas respostas imunes antitumorais (GREAVES &

GRIBBEN, 2013; THOMAS et al., 1999). As moléculas CD80 e CD86 podem fornecer sinais

co-estimulatórios favorecendo a proliferação de células T, produção de citocinas e geração de

diferentes respostas imunes funcionais. Estas moléculas, juntamente com citocinas derivadas

de células apresentadoras de antígeno (APC) e o complexo de histocompatibilidade II (MHC

II), podem determinar a evolução de respostas imunes mediadas por linfócitos Th1 ou Th2

(KUCHROO et al., 1995). Alguns estudos indicam que a expressão endógena de CD80 por

células tumorais está associada com a regressão precoce do tumor e um melhor prognóstico

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(THOMAS & WEN, 2006). Assim, promovendo a expressão de CD80 em células humanas se

facilitaria uma resposta de linfócitos T e células natural killer (NK), resultando em

reconhecimento imunológico e destruição de tumores (CHEN et al., 1996; YEH et al., 1995).

Thomas et al. (1999) ainda comentam que a ausência ou perda da expressão de CD80 e CD86

pode contribuir para a falta de resposta do hospedeiro e promover a tumorigênese. No entanto,

ainda precisam ser esclarecidos os mecanismos inibitórios através da interação CD80/CD86 e

CTLA-4 (CD152). Notavelmente, a literatura carece de trabalhos analisando

comparativamente a imunoexpressão de CD80 e CD86 no CECO e CECorof, impossibilitando

avaliar os padrões de expressão destas moléculas nestes tumores e no microambiente imune

intratumoral, o qual poderia ter impacto nos protocolos imunoterapêuticos e no prognóstico

destes pacientes.

Figura 01. As células tumorais e células apresentadoras de antígeno (APC) podem expressar as moléculas CD80

e CD86 na superfície celular, bem como o complexo principal de histocompatibilidade II (MHC II). Quando as

moléculas CD80/CD86 interagem com a molécula CTLA-4 (CD152) proporcionam sinais inibitórios para a

ativação de células T (vermelho), já quando interagem com a molécula CD28 proporcionam sinais estimulatórios

para a ativação de células T (verde). Ritprajak & Azuma 2015.

As evidências de que o sistema imunológico influencia a progressão do CEC são

baseadas no fato de que pacientes com imunodeficiências primárias ou secundárias possuem

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uma alta taxa de incidência de tumores malignos. A resposta do sistema imune no

microambiente tumoral vem sendo muito investigada, porém é ainda pouco compreendida

devido a sua alta complexidade e natureza multifatorial. Interessantemente, tumores malignos

vêm sendo associados a respostas imunes mediadas por moléculas expressas em células

dendríticas/APC. Esses estudos mostram que a presença de subgrupos de células

dendríticas/APC no tumor primário mostra correlação com uma melhor taxa de sobrevida dos

pacientes em diferentes sítios, a exemplo dos tumores esofágicos e nasofaríngeos

(UPADHYAY et al., 2012; KUSAMA et al., 2005).

Devido ao significativo número de casos de CEC e sua baixa sobrevida ao longo dos

anos, faz-se necessario novos estudos, para entender melhor o microambiente tumoral e assim

estabelecer correlações clinicopatológicas e definir protocolos terapêuticos.

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2. PROPOSIÇÃO

Caracterizar e localizar os marcadores CD80 e CD86 em biópsias de CECO e

CECOrof, por meio de análise imunoistoquímica, bem como determinar a infecção pelo

papilomavírus humano (HPV) por hibridização in situ, e estabelecer correlações

clinicopatológicas.

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3. MATERIAL E MÉTODO

3.1. Seleção de casos, confirmação do diagnóstico e dados epidemiológicos.

Em conjunto com o professor orientador, fizemos a seleção dos casos

diagnosticados com CECO e CECorof, bem como foi realizado a avaliação histopatológica

dos mesmos em lâminas coradas com hematoxilina e eosina (H&E).

Foram obtidos os prontuários clínicos, nos quais foram identificadas as fichas de

encaminhamento das biópsias ao Laboratório de Patologia da Faculdade de Medicina de

Ribeirão Preto- Universidade de São Paulo (FMRP-USP) dos 38 casos selecionados

(blocos de parafina de biopsia de CECO, n=20, e CECorof, n=18) os quais foram

avaliados nos Laboratórios de Microscopia e Histopatologia (DESCOL, FORP- USP).

Dentro dos critérios de inclusão, foram selecionados casos que apresentaram

informações clínicas completas, com disponibilidade de tecido em parafina para as reações

de imunistoquímica; sendo critérios de exclusão eventuais casos com alterações na fixação

e/ou processamento do tecido, bem como qualquer caso com falta de informações clínicas.

Segue os dados (idade, gênero, raça, localização, tabagismo e etilismo) dos 20

casos de CECO selecionados para o estudo (Organograma 01) e dos 18 casos de CECorof

(Organograma 02).

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.

Gênero

.

Idade Raça

.

CECO

.

Tabagismo Etilismo Sim: 15 (75%)

Não: 03 (15%)

Não Informado: 02 (10%)

Sim: 13 (65%)

Não: 06 (30%)

Não Informado: 01 (5%)

<60 anos: 10 (50%)

>60 anos: 10 (50%)

Leucoderma: 15 (75%)

Melanoderma: 03 (15%)

Feoderma: 01 (5%)

Não Informado: 01 (5%)

Masculino: 17 (85,5%)

Feminino: 03 (15%)

Organograma 01. Dados epidemiológicos dos casos diagnosticados com CECO.

Fonte: Arquivo de fichas de requisição de exame anatomopatológico e blocos de parafina de biópsia

(FMRP/USP).

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.

Gênero

. <60 anos: 09 (50%)

Idade >60 anos: 09 (50%)

Raça

.

CECOrof

.

Tabagismo Etilismo Sim: 11 (61,1%)

Não: 06 (33,3%)

Não Informado: 01 (5,5%)

Sim: 08 (44,4%)

Não: 09 (50%)

Não Informado: 01 (5,5%)

Leucoderma: 14 (77,7%)

Melanoderma: 02 (11,1%)

Feoderma: 01 (5,5%)

Não Informado: 01 (5,5%)

Masculino: 16 (88,8%)

Feminino: 02 (11,1%)

Organograma 02. Dados epidemiológicos dos casos diagnosticados com CECOrof.

Fonte: Arquivo de fichas de requisição de exame anatomopatológico e blocos de parafina de biópsia

(FMRP/USP).

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3.2. Revisão histopatológica.

Dentre todos os casos, foi realizada a revisão histopatológica das lâminas coradas com

hematoxilina e eosina (HE), de modo a confirmar o diagnóstico dos casos incluídos na

presente pesquisa.

O grau de diferenciação celular no CECO e CECorof foi estabelecido de acordo com

os critérios propostos pela OMS (LOURENÇO et al., 2007, EL-NAGGAR et al., 2017),

podendo o CEC ser classificado como bem diferenciado, moderadamente diferenciado e

pobremente diferenciado. O CEC bem diferenciado se apresenta com intensa ceratinização ao

passo que CEC moderadamente diferenciado exibe pleomorfismo nuclear, atividade mitótica,

incluindo mitoses atípicas, além de menor ceratinização. No CEC pobremente diferenciado,

células imaturas predominam, com numerosas mitoses típicas e atípicas, com ceratinização

ausente. Os casos de CECOrof foram classificados como queratinizantes, não queratinizantes

e híbridos.

Foram selecionados 20 casos diagnosticados como CECO (blocos de parafina de

biópsia, n=20) e 18 casos diagnosticados como CECorof (blocos de parafina de biópsia,

n=18), bem como avaliado histopatologicamente os mesmos em lâminas coradas com

hematoxilina e eosina (H&E) e feito um estudo retrospectivo dos casos.

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4. RESULTADOS

Do CECO, 17 eram homens e 03 eram mulheres (média de idade, 60 anos) e para o

CECOrof, 16 eram homens e 02 eram mulheres (média de idade, 60 anos).

Na Tabela 01 podemos encontrar os dados dos pacientes de CECO e CECOrof relativos à

Situação, onde 19 pacientes foram a óbito e 19 estão ativos; o Estadiamento, que é a avaliação

da extensão da doença que varia de I a IV, sendo que os tumores mais iniciais são classificados

como estádio clínico I; os que se encontram em fase intermediária vão para os estádios II e III;

e os casos mais avançados, geralmente com disseminação à distância, pertencem ao estádio

clínico IV. Dos dados em questão, 14 pacientes estão em estádio IV, 01 em estádio III, 01 em

estádio II, 02 em estádio I e 20 não apresentaram informações.

Ao observar o TNM, Tumor, Nodo e Metástase, temos que 09 pacientes estão em estádio

T4, 04 pacientes em T3, 02 pacientes em T2, 03 pacientes em T1 e 20 não apresentaram

informações. Referente aos linfonodos temos 06 pacientes N2, 02 pacientes N1, 08 pacientes

N0, 02 pacientes sem possibilidade de ser avaliada e 20 sem informações. Ao se observar a

metástase temos 05 pacientes M0, 12 pacientes onde não foi possível avaliar a metástase e 21

pacientes sem informações sobre esse dado.

A Taxa de sobrevida global para os pacientes em questão é de 1 ano para 10

pacientes, 2 anos para 01 paciente, 19 pacientes estão ativos e 08 não apresentam informações

sobre esses dados.

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Tabela 01. Dados de Situação, Estadiamento, TNM e Sobrevida Global dos casos diagnosticados com

CECO e CECorof.

4.1. Análise imunoistoquímica e registro fotográfico.

Os cortes obtidos sobre lâminas revestidas com organo-silano (Sigma-Aldrich, St

Louis, MO, EUA) foram submetidos à técnica imunoistoquímica pelo método da

estreptavidina-biotina-peroxidase (Universal LSAB™+ Kit/HRP, Rb/Mo/Goat, K0690, Dako)

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para avaliar o anticorpo individual CD80 (B7-1) e CD86 (B7-2).

Previamente a isso foi realizado registro dos controles positivos em tonsila palatina

(Figura 02-03).

Figuras 02-A e 02-B. Imagens microscópicas de fragmentos de tonsila palatina usado como controle positivo

para detectar células linfoides e epiteliais positivas para CD80 (cor marrom).

Figuras 03-A e 03-B. Imagens microscópicas de fragmentos de tonsila palatina usado como controle positivo

para detectar células linfoides e epiteliais positivas para CD86 (cor marrom).

Após isso, foi realizado mapeamento e registro fotográfico das lâminas de imunoistoquímica

nos casos diagnosticados com CECO e CECorof e as áreas com maior densidade de

imunomarcação foram selecionadas e a densidade e porcentual de células positivas registradas

em x400 (0,785mm2) (células positivas/mm

2). Contagens independentes de 10 campos

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separados para cada marcador e para cada caso foi feito, sendo a média ± desvio padrão destes

valores registrados.

A seguir mostramos alguns registros fotográficos realizados de imagens microscópicas

de biópsias de CECO e CECorof com os imunomarcadores CD80 e CD86 mostrando cor

amarronzada nos infiltrados inflamatórios, além de marcação estromal e tumoral (Figura 04-

07).

Figuras 04-A e 04-B. Imagens microscópicas de biópsia de CECO imunomarcadas com CD80 (cor

marrom).

Figuras 05-A e 05-B. Imagens microscópicas de biópsia de CECO imunomarcadas com CD86 (cor marrom),

com uma porcentagem de imunomarcação de 100% e intensidade intermediária no tumor.

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Figuras 06-A e 06-B. Imagens microscópicas de biópsia de CECorof imunomarcadas com CD86 (cor marrom)

e com uma porcentagem de imunomarcação de 100%% e intensidade forte no tumor.

Figuras 07-A e 07-B. Imagens microscópicas de biópsia de CECorof imunomarcadas com CD80 (cor marrom) e

com uma porcentagem de imunomarcação de 100% e intensidade forte no tumor.

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Além disso, foi feito hibridização in situ (HIS) de amplo espectro, em que é capaz de

detectar positividade para qualquer tipo de HPV e assim determinar a presença ou ausência de

infecção pelo HPV nos indivíduos com CECO e CECOrof (Figura 08).

Figuras 08-A e 08-B. CECOrof mostrando positividade para HPV-WS em padrão integrado (HIS, x400;

x1000).

Dos casos analisados de CECO, para o marcador CD80, 90% (18/20 casos) foram

imunopositivos nas células tumorais (0%-100%), preferencialmente nas camadas basais e

cordões tumorais, e notavelmente em áreas pouco diferenciadas, com prevalência de

intensidade fraca.

Dos casos analisados de CECO, para o marcador CD86, 95% (19/20 casos) foram

imunopositivos nas células tumorais (0%-100%), preferencialmente nas camadas basais e

cordões tumorais, e notavelmente em áreas pouco diferenciadas, com prevalência de

intensidade intermediária.

Dos casos analisados de CECOrof, para o marcador CD80, 100% (18/18 casos) foram

imunopositivos nas células tumorais (5%-100%), preferencialmente nas camadas basais e

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cordões tumorais, e notavelmente em áreas pouco diferenciadas, com prevalência de

intensidade intermediária.

Dos casos analisados de CECOrof, para o marcador CD86, 94,4% (17/18 casos) foram

imunopositivos nas células tumorais (0%-100%), preferencialmente nas camadas basais e

cordões tumorais, e notavelmente em áreas pouco diferenciadas, com prevalência de

intensidade intermediária.

Em relação à infecção pelo HPV temos que, 7/20 CECO e 11/18 CECOrof mostraram

resultados positivos para HPV amplo espectro por HIS.

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5. DISCUSSÃO

Segundo Olavarria (2017), o câncer de boca é a sexta neoplasia maligna mais comum e

uma das causas de maior morbidade e mortalidade no mundo e conforme dados do INCA há

uma estimativa de 14,700 novos casos para 2018.

O CECO é uma neoplasia de origem epitelial e corresponde a mais de 95% das neoplasias

malignas da cavidade bucal e é o tipo de cancer bucal que mais mata no mundo atualmente

(MÜLLER et al., 2017)

Somado a isso, o aumento dos casos de CECorof, atribuído à mudança biológica dos CEC

da região de cabeça e pescoço, em estudos da literatura, foi associada com a infecção pelo

HPV de alto risco. Esses estudos mostram que os CECorof associados ao HPV (>75% dos

CECorof) tem um melhor prognóstico quando comparado aos CECorof HPV negativos e sao

altamente curáveis quando detectados cedo e podem ter um mau prognóstico no estágio

avançado (LAMBERT R. et al., 2011).

A ligação entre a infecção pelo HPV e o CEC foi descrita pela primeira vez por

Syrjanen et al. (1983). Está agora bem estabelecido que a infecção por HPV é um fator de risco

significativo para o desenvolvimento de CECorof. Estima-se que aproximadamente 70% de

todos os CECorof estejam ligados à infecção pelo HPV. Em contraste, o HPV não é

considerado um importante fator de risco para o desenvolvimento do CECO (TANAKA T.I. et

al., 2018).

Nossos resultados mostram , em concordancia com a literatura, que a caracterização

histopatológica do CECorof e prevalência de infecção pelo HPV não seguem os mesmos

padrões descritos no CECO (MOURAD et al., 2014). No entanto, quando comparado com o

CECO, o CECorof mostra um melhor prognóstico (TANAKA & ALAWI, 2018; INCA, 2016;

VIGNESWARAN & WILLIAMS, 2014; LAMBERT et al., 2011; PATEL et al., 2011;

Tabela 03. Resultado da analise imunoistoquímica dos casos de CECO para o marcador CD86. Tabela 04. Resultado da analise imunoistoquímica dos casos de CECOrof para o marcador CD80.

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SANTOS-SILVA et al., 2011), embora em nosso trabalho, pelas características da população,

não conseguimos observar este perfil amplamente descrito.

Além disso, atualmente é estudado a “imunoedição do câncer”, em que o sistema imune

não somente pode proteger o hospedeiro contra o desenvolvimento tumoral, mas também tem a

capacidade de promover o crescimento de células neoplásicas (KUSAMA et al., 2005). As

evidências de que o sistema imunológico influencia a progressão do CEC são baseadas no fato

de que pacientes com imunodeficiências primárias ou secundárias possuem uma alta taxa de

incidência de tumores malignos (UPADHYAY et al., 2012; KUSAMA et al., 2005). Foi

demonstrado em pacientes com câncer que as próprias células tumorais produzem e secretam

citocinas imunossupressoras, como a interleucina (IL)-10, fator de crescimento transformador-

β1 (TGF-β1) e fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), que induzem função celular

imune defeituosa e uma resposta imunológica deficiente do hospedeiro (KUSAMA et al.,

2005).

Pensando nisso, as moléculas B7-1 (CD80) e B7-2 (CD86), que são proteinas de

superficie celular e são amplamente expressas no microambiente imune do tumor, podem

promover um desequilíbrio da sua expressão e assim contribuir com falhas nas respostas

imunes antitumorais. Assim, a ausência ou perda da expressão de CD80 e CD86 poderia

contribuir para a falta de resposta do hospedeiro e promover a tumorigênese (THOMAS et al

1999). Os ligandos B7 são expressos em tecidos linfóides e não linfóides. Ambas as moléculas

são amplamente expressas no microambiente imune do tumor, e a perda de expressão pode

contribuir para as respostas antitumorais fracassadas (GREAVES et. al., 2013). Nossos

resultados, avaliando os marcadores CD80 e CD86 mostraram um perfil imunoistoquímico

similar no CECO e CECOrof. No entanto, são necessarios outros estudos que avaliem esses

imunomarcadores no microambiente tumoral, visando aperfeiçoar imunoterapias antitumorais

(VIGNESWARAN N et. al., 2014).

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6. CONCLUSÕES

6.1. Segundo levantamento de dados dos prontuários, o CECO e CECorof possui predileção por

pacientes do sexo masculino (33 casos), leucoderma (29 casos), tabagistas (26 casos) e etilistas

(21 casos).

6.2. Em relação à infecçao pelo HPV podemos ver através da análise por hibridização in situ,

que pacientes com CECOrof tiveram maior prevalência de infecção quando comparados com

CECO.

6.3. Segundo nosso trabalho, o similar perfil imunoistoquímico de CD80 e CD86 no CECO e

CECOrof suporta a participação destas moléculas na patogênese desses tumores.

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7. DESCRIÇÃO E AVALIAÇÃO DO APOIO INSTITUCIONAL NO PERÍODO

Para a realização das atividades deste projeto foram utilizados os espaços do

Laboratório de Histopatologia e Imunopatologia e Análise Genética (DESCOL, FORP-

USP), onde foram realizados os procedimentos laboratoriais para a padronização das

reações de imunoistoquímica, e do Laboratório de Microscopia (DESCOL, FORP-USP)

onde foram feitas as revisões histopatológicas dos casos selecionados e início do

registro fotográfico das lâminas de imunoistoquímica. Tivemos suporte por parte do

pessoal técnico de laboratório bem como de funcionários e pessoal administrativo,

supervisados pelo professor orientador.

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8. APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA

Este trabalho, o qual faz parte do projeto de pesquisa “Correlação clinicopatológica do grau de

diferenciação, expressão de tetraspaninas, agentes virais e proliferação celular em uma ampla

série de carcinomas espinocelulares da região de cabeça e pescoço” CAAE:

60786216.8.0000.5440), está sendo realizado nos Laboratórios de Microscopia e

Histopatologia (DESCOL, FORP-USP).

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9. REFERÊNCIAS

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