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1 Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto Contributo para o estudo dos aparelhos intra-orais no tratamento da roncopatia e da apneia obstrutiva do sono Orientador: Professor Doutor João Carlos Pinho Co-Orientador: Professor Doutor João Carlos Winck

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1

Faculdade de Medicina Dentária da

Universidade do Porto

Contributo para o estudo dos aparelhos

intra-orais no tratamento da roncopatia e da

apneia obstrutiva do sono

Orientador: Professor Doutor João Carlos Pinho

Co-Orientador: Professor Doutor João Carlos Winck

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Dissertação de candidatura ao grau de doutor apresentada

à

Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

Tiago Luís Costa Morais Caldas

Porto 2007

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3

Conselho Científico da Faculdade de Medicina Dentária

da Universidade do Porto

Presidente

Prof. Doutor António Cabral Campos Felino

Vice-Presidente

Prof. Doutor João Carlos Antunes Sampaio Fernandes

Vogais

Prof. Doutor Acácio Eduardo Soares Couto Jorge

Prof. Doutor Afonso Pinhão Ferreira

Prof. Doutor Américo dos Santos Afonso

Prof. Doutor António Duarte Sola Pereira da Mata

Prof. Doutor António Manuel Guerra Capelas

Prof. Doutor António Marcelo Azevedo Miranda

Prof. Doutor César Fernando Coelho Leal Silva

Prof. Doutor David José Casimiro Andrade

Prof. Doutor Fernando Jorge Morais Branco

Prof. Doutor Filipe Poças Almeida Coimbra

Prof. Doutor Francisco António Rebelo Morais Caldas

Prof. Doutor Germano Neves Pinto Rocha

Prof. Doutora Irene Graça Azevedo Pina Vaz

Prof. Doutor João Carlos Gonçalves Ferreira de Pinho

Prof. Doutor João Fernando Costa Carvalho

Prof. Doutor Jorge Manuel Carvalho Dias Lopes

Prof. Doutor José Albertino Cruz Lordelo

Prof. Doutor José Albino Teixeira Koch

Prof. Doutor José António Macedo Carvalho Capelas

Prof. Doutor José Carlos Reis Campos

Prof. Doutor José Mário Castro Rocha

Prof. Doutor Manuel José Fontes de Carvalho

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4

Prof. Doutor Manuel Pedro Fonseca Paulo

Prof. Doutora Maria Adelaide Macedo Carvalho Capelas

Prof. Doutora Maria Cristina P. C. M. F. Pollmann

Prof. Doutora Maria Helena Guimarães Figueiral da Silva

Prof. Doutora Maria Helena Raposo Fernandes

Prof. Doutora Maria Purificação Valenzuela Sampaio Tavares

Prof. Doutora Maria Teresa Pinheiro O. Rodrigues Carvalho

Prof. Doutor Mário Jorge Rebolho da Silva

Prof. Doutor Mário Ramalho Vasconcelos

Prof. Doutor Miguel Fernando Silva Gonçalves Pinto

Prof. Doutor Paulo Rui Galrão Ribeiro Melo

Professores Jubilados

Prof. Doutor Adão Fernando Pereira

Prof. Doutor Fernando José Brandão Martins Peres

Prof. Doutor José Carlos Pina de Almeida Rebelo

Prof. Doutor José Serra Silva Campos Neves

Prof. Doutor Rogério Serapião Martins de Aguiar Branco

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5

Agradecimentos

Ao Professor Doutor João Carlos Pinho, meu orientador, devo

agradecer os seus ensinamentos, a sua presença e apoio nos

momentos decisivos e sobre tudo, a sua amizade.

Ao Professor Doutor João Carlos WInck, meu co-orientador,

agradeço-lhe o tempo que me dispensou com os seus ensinamentos,

ter-me facultado o acesso aos seus doentes, e a sua permanente

disponibilidade.

Ao Dr. José António Pereira, meu amigo e colega, agradeço-lhe a

sua amizade. A sua permanente presença, muitas vezes com sacrifício

pessoal, o seu contributo na análise estatistica e a sua visão crítica,

foram aspectos fundamentais para levar por diante este projecto.

Ao Professor Doutor Francisco Morais Caldas, meu pai e meu

mentor, devo-lhe agradecer a existência deste projecto.

Ao técnico de prótese Sr. Carlos Costa, que mesmo com prejuízo

pessoal, foi sempre capaz de me prestar todo o auxílio necessário.

À Dra. Inês Morais Caldas, minha irmã, devo agradecer pela sua

preciosa ajuda na análise cefalométrica.

À Dra. Florinda Morais Caldas, minha mãe, agradeço a exemplar

colaboração na correcção ortográfica.

À minha mulher Patrícia e ao meu filho Miguel, agradeço a

paciência infinita, a compreensão e o enorme apoio.

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Abreviaturas utilizadas (abreviaturas em Inglês)

ATM Articulação Temporomandibular

BiPAP Bi level positive airway pressure (Aparelho de pressão aérea

postiva variável)

CPAP Continous Positive Airway Pressure (Aparelho de pressão aérea

postiva contínua)

DAM Dispositivo de Avanço Mandibular

DL Diminuição da Líbido

DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica

ED Disfunção Erectil

EEG Electroencefalograma

EPAP Pressão expiratória

FP Fossa Pterigoide

(FP-OH e PM) º Ângulo formado pela intercepção da recta FP-OH

com a recta MP

(GoMeN) º Ângulo formado pela intercepção da recta Gonion-Mento com

a recta Mento-Nasion

HGH Human Growth Hormone (Hormona de Crescimento Humano)

IAH Índice de Apneia/Hipopneia

IAHf Índice de Apneia/Hipopneia final

IAHi Índice de Apneia/Hipopneia inicial

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IC Intervalo de confiança

ICC Insuficiência Cardíaca Congestiva

IL-6 Interleucina 6

IMC Índice de Massa Corporal

IPAP Pressão inspiratória

HTA Hipertensão Arterial Sistémica

HTP Hipertensão Pulmonar

HVE Hipertrofia Ventricular Esquerda

LAUP Laseruvulopalatoplastia

MP Masseter Profundo

MS Masseter Superficial

NO Óxido Nítrico

NPT Tumescência Peniana Nocturna

NREM Non REM (fase não REM)

OH Osso Hióide

OH-PM Distância entre o ponto OH e o PM, ao longo da recta que

intercepciona os pontos OH e FP

PaCO2 Pressão Parcial de Dióxido de Carbono

PaO2 Pressão Parcial de Oxigénio

PM Plano Mandibular

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PAP Pressão da Artéria Pulmonar

PLI Pterigoideu Lateral Inferior

PLS Pterigoideu Lateral Superior

O2 Oxigénio

OMS Organização Mundial de Saúde

REM Rapid Eyes Movement (Movimento Rápido dos Olhos)

SAOS Síndroma da Apneia Obstrutiva do Sono

Sa O2 Saturação de oxigénio

Sa O2f Saturação de oxigénio final mínima nocturna

Sa O2i Saturação de oxigénio inicial mínima nocturna

SRAVAS Sindroma da Resistência Aumentada da Via Aérea Superior

TA Temporal Anterior

TM Temporal Médio

TP Temporal Posterior

TNF-α Tumoral Necrose Factor α (Factor de Necrose tumoral α)

UPPP Uvulopalatopharyngoplasty (Uvulopalatofaringoplastia)

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Índice

1. Introdução 12

1.1. Revisão bibliográfica 18

1.2. SAOS 20

1.3. Diagnóstico da SAOS 24

1.3.1. Escala de Epworth 24

1.3.2. Exame Polissonográfico 24

1.4. Epidemiologia 21

1.5. Factores de risco 22

1.6. Roncopatia e SAOS 24

1.7. Relação do SAOS com outras patologias 26

1.7.1. Hipertensão 26

1.7.2. Patologia pulmonar 28

1.7.3. Patologia cardiovascular 31

1.7.4. Disfunção eréctil e diminuição da líbido 35

1.7.5. Patologia endocrinológica 36

1.8. Terapêutica da SAOS 38

1.8.1. Medidas gerais 38

1.8.2. Terapêutica farmacológica 41

1.8.3. Aparelhos intra-orais 42

1.8.4. Aparelhos de pressão de ar positiva 44

1.8.5. Radiofrequência 46

1.8.6. Terapêutica cirurgica 46

1.9. Justificação e objectivos da tese 50

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2. Materiais e métodos 52

2.1. Materiais 53

2.1.1. Caracterização do grupo de estudo 53

2.1.2. Caracterização do estudo polissonográfico 54

2.1.3. Descrição dos materiais utilizados 55

2.1.4. Descrição da confecção do DAM 58

2.2. Métodos 63

2.2.1. Métodologia experimental 63

2.2.2. Métodologia estatística 77

3. Resultados 79

3.1. Caracterização dos doentes participantes no estudo 80

3.1.1. Sexo 80

3.1.2. Idade 81

3.1.3. IMC 81

3.1.4. Ângulo GoMeN 81

3.1.5. Ângulo FP-OH e PM 81

3.1.6. OH-PM 82

3.1.7. Indíce de Apneia/Hipopneia inicial (IAHi) 82

3.1.8. Saturação de Oxigénio Inicial Mínima 82

Nocturna (SO2i)

3.1.9. Associações entre os parâmetros constantes

e variáveis no início do estudo 82

3.1.10. Caracterização dos participantes

no fim do estudo 84

3.1.11. Resultados do estudo 84

3.1.12. Comparação entre T+ e T- 85

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11

4. Discussão 91

4.1. Discussão do método 91

4.2. Discussão dos resultados 92

4.2.1. Discussão de sucesso terapêutico 92

4.2.2. Eficácia dos DAM 92

4.2.3. Predictibilidade terapêutica utilizando

o ângulo (GoMeN)º 93

4.2.4. Predictibilidade terapêutica utilizando o

ângulo (FP-OH e PM) º e distância OH-PM 94

5. Conclusões 97

6. Resumo 98

7. Bibliografia 103

8. Anexos 124

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Capítulo 1 - Introdução

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“...40% dos indivíduos com um Índice de Apneia-Hipopneia superior a

20 e não tratados, morreram num período de 8 anos.”(1)

1. Introdução

1.1. Revisão bibliográfica

A respiração foi estudada e descrita, desde sempre, de forma

muito exaustiva. Em 570 AC, o médico e filósofo Anaximenes de Miletus

escreveu “Exactamente como a nossa alma, o ar mantem-nos juntos,

de forma que o sopro e o ar abraçam o mundo inteiro”. Em 157 DC,

Cláudio Galeno, enquanto médico da escola de gladiadores de

Pérgamo, estudou a respiração em modelos animais e em gladiadores

feridos, verificando que quando as lesões dos gladiadores estavam

localizadas no pescoço (numa posição inferior à segunda vértebra), a

respiração parava imediatamente. Por outro lado, quando estes eram

feridos em zonas mais baixas, especificamente localizadas abaixo da

sexta vértebra, mantinham-se os movimentos diafragmáticos,

subsequentes à respiração(2).

Actualmente, sabemos que a respiração é regulada e modulada,

de uma forma complexa, pelo centro respiratório localizado no bolbo

raquidiano (3). Uma das patologias, que frequentemente afectam a

respiração, é a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) (4). A

SAOS pode ser definida como uma patologia, na qual ocorrem

episódios de obstrução parcial ou completa da via aérea superior, por

um período superior a 10 segundos, durante o sono (5-7). Considera-se

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que se está perante uma apneia quando temos uma obstrução

completa da via aérea, superior a 10 segundos. Se a obstrução não for

completa, mas superior a 50% do lúmen da via aérea, com uma

duração superior a 10 segundos e com uma diminuição da saturação

de oxigénio (SaO2) de pelo menos 4%, estaremos, então, perante uma

hipopneia (8;9) (imagem 1). O somatório do número de apneias e de

hipopneias que ocorrem durante uma hora, define-se como Índice de

Apneia/Hipopneia, ou IAH (10).

Imagem 1 – Ressonância Magnética, onde se pode observar (seta) a obstrução

da via aérea pela língua.

O IAH é um dos índices mais frequentemente utilizados para

quantificar a SAOS.

SAOS leve IAH entre 5 e 15

SAOS moderada IAH entre 15 e 30

SAOS grave IAH superior a 30

Tabela 1 – Classificação da SAOS (11)

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Estes episódios são frequentemente acompanhados por ressonar

exuberante e por hipoxémia, terminando com despertares rápidos e

transitórios (microdespertares), que resultam numa fragmentação do

sono(12;13).

Quando Hans Berger publicou o seu trabalho sobre

Eletroencefalografia, demonstrando a existência de diferentes padrões

eletroencefalográficos durante o sono e a vigília, foi dado um passo

fundametal para a comprensão da SAOS, enquanto entidade clínica

com características próprias (14). Um aspecto muito importante na

compreensão da SAOS, foi o reconhecimento dos Movimentos Rápidos

dos Olhos (REM) durante o sono. Com o recurso a um electro-

-oculograma, Nathaniel Kleitman e Eugene Aserinsky, estudaram os

movimentos dos olhos durante o sono (15). Esta descoberta foi o ponto

de partida para o entendimento das diversas fases do sono, bem como

para as variações respiratórias ocorridas durante o mesmo período. A

respiração foi estudada com particular interesse, uma vez que durante

a fase REM do sono existe uma diminuição marcada do tónus muscular.

A diminuição do tónus muscular durante a fase REM do sono acarreta

um maior risco de aparecimento de alterações respiratórias(16;17).

Assim, o recurso ao eletroencefalograma (EEG) e à observação dos

movimentos dos olhos durante o sono foi fundamental para o

entendimento das diferentes fases do sono, que hoje são conhecidas

por fase I, II, III e IV (fases não REM) e fase REM(18).

O ciclo normal do sono é composto por duas fases, fase NREM

(non rapid eye movement) e fase REM (rapid eye movement) (imagem

2).

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Imagem 2 – Hipnograma, com a representação das diferentes fases do sono.

A fase NREM é composta por 4 níveis. No 1º nível da fase NREM,

temos um período de transição entre o estado de vigília e o sono.

Surgem ondas alfa com uma frequência de 7 a 15Hz. São ondas

sincronizadas e rítmicas, que se encontram também no estado de

vigília. Com o aprofundar do sono estas ondas, desparecem por

completo. Neste nível aparecem também algumas ondas beta. Este

nível também é conhecido por fase da sonolência e ocupa cerca de

5% da duração total do sono. No nível seguinte, nível 2 da fase NREM,

temos um sono ainda superficial, sendo, no entanto, mais profundo que

o encontrado no nível 1 onde surgem ondas alfa com uma frequência

de 15 a 30Hz e algumas ondas beta. Este nível ocupa cerca de 50% do

sono total. Os níveis 1 e 2 são englobados no chamado sono superficial.

Nas fases seguintes, níveis 3 e 4 da fase NREM, os músculos estão

mais relaxados e a respiração torna-se regular. Começam a surgir as

ondas delta (características das fases profundas do sono), com uma

frequência de 1 a 3Hz. As fases 3 e 4 são mais frequentes nas primeiras

horas do sono, diminuindo na metade final do sono. As fases 3 e 4

ocupam cerca de 20% do sono total, diminuindo este valor com o

avançar da idade. O sono delta é um importante mecanismo de

recuperação das funções corporais, surgindo aí um aumento da síntese

proteica. Alguns autores relacionam a falta de sono delta com a dor

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muscular crónica. Os níveis 3 e 4 são denominados por sono delta ou

sono lento.

A outra fase do sono, é a fase REM. Nesta fase, verifica-se o

aparecimento dos movimentos oculares rápidos, frequência cardíaca

irregular, variabilidade da pressão arterial bem como respiração rápida

e irregular. Surgem ondas beta, semelhantes às que aparecem durante

o estado de vigília. O sono REM é também conhecido por sono

Paradoxal, devido ao facto da actividade cerebral ser semelhante à

actividade durante o estado de vigília. Actualmente, pensa-se que o

sono REM tem um papel importante no repouso psíquico,

restabelecendo as funções do cortéx cerebral e tronco encefálico. No

entanto, há neste sono períodos de tranquilidade, que podem ser de

natureza restauradora a nível proteico.

Durante esta fase, a probabilidade de ocorrerem fenómenos de

apneia está aumentada devido à perda de tónus muscular

generalizada. Após terminar a fase REM, pode ocorrer o despertar ou

reiniciar-se uma nova fase NREM, dando origem a um novo ciclo de

sono. Durante o sono, a fase REM ocupa cerca de 25% da sua

totalidade, mantendo-se com a idade. A fase REM, ao contrário da

NREM, tem uma duração menor no início da noite, tornando-se

progressivamente mais prolongada à medida que o sono se aproxima

do fim. Devido à diminuição marcada da hipertonia muscular durante o

sono REM, a probabilidade de ocorrência de apneias obstructivas está

aumentada.

Os doentes com SAOS, tem um sono delta mais reduzido devido

aos microdespertares, que não permitem alcançar as fase profundas do

sono(8;19-21).

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1.2. SAOS

Só muito recentemente é que a SAOS foi identificada como uma

patologia com características próprias. De facto, durante muitos anos,

patologias de índoles diversas foram classificadas erradamente como

SAOS. É exemplo dessa situação a respiração de Cheyne-Stokes,

Apneia Central do Sono e a Apneia Mista(22;23).

A respiração de Cheyne-Stokes, é também conhecida como

respiração periódica ou cíclica. O padrão respiratório da respiração

Cheyne-Stokes caracteriza-se pela redução da sensibilidade do centro

respiratório à pressão do dióxido carbono (CO2) arterial, havendo uma

fase de apneia, durante a qual a pressão de O2 arterial diminui e a

pressão de CO2 arterial aumenta (22-25).

A apneia central do sono é caracterizada por uma falha do

centro respiratório. Pode ter várias etiologias, sendo uma das mais

vulgares a redução de sensibilidade dos recepetores de CO2, originada

frequentemente por insuficiência cardíaca(26;27).

A apneia mista caracteriza-se por uma associaçãos de apneias

de origem central, com apneias obstrutivas.

Vários autores associaram à SAOS sintomatologia diversa

podendo esta ser dividida em manifestações diurnas (tabela 2) e

nocturnas (tabela 3) (11).

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19

Sintomatologia com manifestação diurna

Sonolência

Astenia

Cefaleias matinais

Falta de concentração

Diminuição da libido e/ou disfunção eréctil

Diminuição da atenção

Depressão

Diminuição da destreza manual

Alterações da personalidade

Tabela 2 - Sintomatologia com manifestação diurna(8).

Sintomatologia com manifestação nocturna

Roncopatia

Pausas respiratórias com crises de sufocação

Dispneia

Sono agitado com despertares frequentes

Enurese

Nicturia

Diaforese

Doença do refluxo gastro esofágico

Tabela 3 - Sintomatologia com manifestação nocturna(8).

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1.3. Diagnóstico da SAOS

O diagnóstico da SAOS pode ser feito de várias formas. Os

métodos mais utilizados são os questionários e os estudos do sono

nocturno.

1.3.1. Questionários – A Escala de Epworth

A Escala de Epworth é um questionário, respondido

pelo doente, no qual se determina o grau de sonolência do

indivíduo, em diferentes situações, ao longo de um dia

normal. Os resultados obtidos permitem identificar indivíduos

sem patologia, com SAOS, com narcolépsia e com insónia

idiopática(28).

1.3.2. Estudo do sono nocturno – Exame Polissonográfico

A polissonografia é um exame multi-variável, utilizado

no estudo do sono. Este exame faz o registo das

modificações fisiológicas ocorridas durante o sono.

Dependendo do aparelho utilizado, poderão ser

monitorizados diferentes aspectos, tais como: actividade

cerebral, actividade cardíaca, actividade muscular,

actividade respiratória. É realizado, na maioria das vezes,

durante a noite(29-31).

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21

1.4. Epidemiologia

Os estudos epidemiológicos apontam para uma prevalência da

SAOS de 2%-5% da população geral (32-35).

Em 2004, Ferini-Strambi et al, concluiram que a SAOS afecta entre

9 a 15% da população adulta de meia-idade. Verificaram também, que

a patologia tem uma maior incidência nos indivíduos de sexo

masculino. Nos estudos clínicos realizados, o rácio homem/mulher foi de

8:1, ao passo que nos estudos comunitários, apesar de se manter a

maior incidência junto do sexo masculino, o rácio diminui para 3:1 (36).

Em 2006, Susan Redline, após revisão dos dados epidemiológicos

recolhidos até 2006, conclui que a SAOS afecta entre 1 a 4% das

crianças (37). A prevalência da SAOS é maior em duas fases etárias. Por

norma, o primeiro pico ocorre entre os 2 e os 6 anos, coincidindo com a

fase de hipertrofia linfoide. O segundo pico, ocorre durante a

adolescência e parece estar relacionado com o aumento de peso

corporal. As diferenças entre sexos estão mais atenuadas na criança do

que no adulto. No entanto, os adolescentes do sexo masculino

apresentaram uma maior prevalência da SAOS, quando comparados

com adolescentes do sexo feminino. Entre as crianças, o factor de risco

mais importante para a manifestação da SAOS será a hipertrofia das

adenoides e amígdalas (38-40).

Estudos mais recentes apontam para uma prevalência na

população adulta de, aproximadamente, 5% (41).

No entanto, os autores acreditam que existe uma tendência para

o aumento da prevalência da doença, acompanhando o aumento da

obesidade da população (42).

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1.5. Factores de Risco

Actualmente encontram-se identificados diversos factores de risco

para a presença de SAOS, sendo a obesidade considerada um dos

factores mais importantes.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade

pode ser classificada através de um índice, o índice de massa corporal

(IMC) (4). Este índice relaciona a altura do indivíduo com o seu peso,

através da seguinte fórmula:

IMC = Altura (m)/Peso2 (kg)

Tabela 4 – Classificação do IMC, para adultos (adaptado da OMS) (4)

Classificação IMC(kg/m²)

Peso diminuído <18,50

Magreza grave <16,00

Magreza moderada 16,00 – 16,99

Magreza leve 17,00 – 18,49

Valores normais 18,50 – 24,99

Excesso de peso ≥25,00

Pré-obeso 25,00 – 29,99

Obeso ≥30,00

Obeso classe I 30,00 – 34,99

Obeso classe II 35,00 – 39,99

Obeso classe III ≥40,00

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23

O perímetro do pescoço é também um factor que deve ser

estudado. Acredita-se que homens com perímetros do pescoço

superiores a 42,5cm e mulheres com perímetros superiores a 39cm, têm

um maior risco de doença (43).

Numa investigação com carácter prospectivo realizada

recentemente, foi estudado, durante 4 anos, um grupo de doentes com

SAOS, tendo-se verificado que a um aumento do peso corporal de 10%,

correspondia um aumento de 32% no IAH. Quando os doentes perdiam

peso ocorria, igualmente, uma diminuição do IAH (36).

A presença de uma história familiar de SAOS é também

considerada um factor de risco(44). Alguns estudos demonstram que o

risco de um indivíduo desenvolver a patologia aumenta entre 2 a 4

vezes, quando existe história familiar de SAOS (45;46). Noutros estudos,

verificou-se que os factores familiares poderão ser responsáveis por

cerca de 40% da variação do IAH. Pensa-se que os factores genéticos

associados à estrutura craniofacial, distribuição da adiposidade e ao

controlo neurológico dos músculos da via aérea superior, poderão estar

organizados, em determinados indivíduos, de forma a facilitarem a

manifestação das características fenotípicas dos doentes com

SAOS(38).

O médico dentista tem um papel importante na detecção

precoce da patologia, na medida em que os indivíduos com

macroglossía, retrognatias e/ou mandíbulas estreitas, têm um risco

elevado de desenvolverem a SAOS (47-51). Desta forma, sendo o

médico dentista o profissional de saúde que mais frequentemente tem

a oportunidade de examinar a cavidade oral e todos os seus

componentes, deverá estar sensibilizado para investigar, de forma mais

pormenorizada, os indivíduos com características morfológicas

consideradas como factor de risco para a SAOS.

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1.6. Roncopatia e SAOS

Durante o sono, quando a permeabilidade da via aérea diminui,

a velociade com que o ar é aspirado aumenta, fazendo vibrar as

estruturas mais instáveis, tais como a úvula, o palato mole e as paredes

da faringe, originando o ressonar (52). A roncopatia é considerada um

dos sinais cardinais da SAOS. Evidentemente que, embora a roncopatia

seja o aspecto mais notório da SAOS, tal não significa que todos os

indivíduos com roncopatia tenham SAOS (53;54). A quantificação de

forma objectiva da intensidade e duração da roncopatia é um

processo muito complexo, existindo ainda, actualmente, muita falta de

padronização no que concerne a este aspecto (55). O recurso a

microfones ou a dispositivos aptos a detectarem vibrações é prática

frequente, mas estes nem sempre são capazes de quantificar, com

precisão, a roncopatia. Outra forma de avaliar a intensidade e duração

de uma roncopatia é a utilização de questionários, distribuídos pelos

familiares, em várias alturas.

O indivíduo com roncopatia simples apresenta um IAH inferior a 5,

sem fragmentação do sono e sem sonolência diurna, ou seja, não tem

SAOS.

A Síndrome da Resistência Aumentada da Via Aérea Superior

(SRAVAS) é outro exemplo de um distúrbio respiratório que partilha

aspectos comuns com a SAOS. Os doentes com esta patologia, durante

o sono, ressonam de modo crescente, até que acabam por acordar

com o ruído. Em seguida, voltam a adormecer, reiniciando o ressonar,

para voltar a acordar novamente. Este fenómeno poder-se-à repetir

durante toda a noite. Esta patologia, à semelhança da SAOS, provoca

fragmentação do sono devido aos microdespertares. No entanto, estes

indivíduos não fazem apneias. Os níveis de sonolência em doentes com

SRAVAS e com SAOS, são idênticos. Nos dois casos, há mais sono no

nível I e II, e menos, nos níveis III e IV. Este sono, com pouca qualidade,

está directamente associado à frequência dos microdespertares. No

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25

exame polissonográfico, estes indivíduos apresentam pouco sono delta,

com registo de apneias/hipopneias inferior a 5 (56;57).

Os doentes com SRAVAS, apresentam os seguintes sintomas

(tabela 6):

Insónia

Sonolência diurna frequente

Fadiga

Roncopatia

Ansiedade

Extremidades frias

Sono fragmentado

Hipotensão ortostática

Tabela 6 – Sintomas da SRAVAS (8;56;57)

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26

1.7. Relação do SAOS com outras patologias

1.7.1. Hipertensão arterial sistémica

A associação entre hipertensão e obesidade

tem sido estudada desde a década de 70, altura em

que foram publicadas as primeiras descrições clínicas

desta síndrome (58-62). Recentemente, o “The

Seventh Report of the Joint National Committee on

Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of

High Blood Pressure” (JNC 7) incluíu o SAOS na lista de

causas identificáveis de hipertensão arterial sistémica

(HTA) (63).

O “Winsconsin Sleep Cohort” foi um dos estudos

mais vastos realizados, relativamente à identificação

de associação entre SAOS e risco para desenvolver

hipertensão arterial. Este estudo demonstrou a

existência de uma relação dose-resposta entre SAOS

e HTA e encontrou uma associação independente

entre SAOS e doença cardiovascular (64).

A etiologia da HTA, em doentes com SAOS, é

complexa e multifactorial (65). Foi demonstrada

nestes doentes o aumento da actividade simpática

nocturna e diurna. A hipertonia simpática aumenta a

resistência vascular periférica, a frequência cardíaca,

o débito cardíaco e a reabsorção renal de sódio,

contribuindo todos estes factores para a elevação da

pressão arterial. Desta forma, os doentes com SAOS

apresentam frequência cardíaca mais alta,

diminuição da variabilidade da frequência cardíaca

e aumento da variabilidade da pressão arterial,

relativamente a doentes sem esta patologia. Os

mecanismos responsáveis pelas alterações do sistema

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27

nervoso autónomo (SNA) não estão bem definidos,

mas poderão estar relacionados com disfunção dos

quimioreceptores e diminuição da sensibilidade dos

baroreceptores. Estas alterações do SNA estão

associadas a maior risco cardiovascular, estando

também directamente relacionadas com a

gravidade da obstrução das vias aérias superiores.

A associação entre SAOS e HTA é atenuada

pela idade (66). A análise do “Sleep Heart Health

Study” revelou uma relação independente entre HTA

e SAOS, mas, apenas, no grupo de doentes de meia-

idade. Esta correlação não foi encontrada em

doentes com idade superior a 60 anos.

A avaliação da pressão arterial em doentes

com SAOS, deve ser cautelosa, tendo em conta que

os episódios repetitivos de apneias durante o sono

resultam em episódios hipertensivos, mesmo em

doentes com pressões arteriais diurnas normais.

Barguet et al. demonstraram que o papel da

avaliação ambulatória da pressão arterial nestes

doentes é fundamental, no diagnóstico de HTA(67).

Cerca de 42% dos doentes com SAOS, avaliados

neste estudo, apresentaram HTA diagnosticada

através de medições casuais da pressão arterial e

cerca de 76% tinham HTA nocturna. A ausência da

diminuição nocturna da pressão arterial (padrão

circadiano do tipo “non-dipping”) foi associada a

mau prognóstico cardiovascular (68).

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28

1.7.2. Patologia pulmonar

• Hipertensão arterial pulmonar

O “Cor pulmonale” representa um componente

da descrição clássica de Sindrome de Pickwick, o

qual foi descrito há 40 anos por Burwell et al, e

representa o extremo de um espectro amplo de

alterações cardiopulmonares no SAOS.

Vários estudos confirmam um aumento da

prevalência de hipertensão pulmonar (HTP) nestes

doentes (69-71). A pressão da artéria pulmonar (PAP)

aumenta durante os episódios de apneia, como

resposta a hipoxia, mas não existe consenso

relativamente à persistência de hipertensão pulmonar

durante o dia, em doentes que apresentaram

episódios nocturnos de hipóxia, isto é, a dessaturação

e hipoxia nocturna poderá induzir HTP durante o dia,

altura em que os valores dos gases arteriais é normal.

A hipertensão diurna está mais relacionada com

valores baixos da pressão parcial de oxigénio (PaO2)

e valores altos da pressão parcial de dióxido de

carbono (PaCO2) durante o dia, do que com a

gravidade da obstrução durante a noite (65).

Teoricamente, o aumento recorrente da pressão da

artéria pulmonar durante as apneias poderia estar

associado a lesão endotelial e remodelagem

endotelial, que, posteriormente, poderia causar

aumento da pressão na artéria pulmonar. Vários

estudos foram realizados nestes doentes, de forma a

avaliar a resposta hemodinâmica pulmonar à

terapêutica com CPAP, tendo estes revelado

diminuição da pressão na PAP, diminuição da PAP em

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29

resposta a hipoxemia e redução da resistência

vascular pulmonar (72).

• Asma

A SAOS está relacionada com o agravamento de

patologia pulmonar, devido à existência de

hipertensão pulmonar e aumento da actividade pró-

-inflamatória nesta patologia. A asma é uma

patologia inflamatória, na qual ocorre uma activação

inapropriada da resposta inflamatória a nível

pulmonar (73). Do ponto de vista clínico, a

associação entre estas duas patologias é importante,

porque a sua existência pode complicar a evolução

e tratamento destas doenças, principalmente

quando uma delas não é diagnosticada. Existem

vários casos clínicos relatados de doentes com asma

brônquica refractária à terapêutica, nos quais foram

diagnosticadas apneias durante o sono. Nestes

doentes, após o tratamento da SAOS, a resposta à

terapêutica melhorou consideravelmente.

Na obesidade existe aumento da incidência de

asma e de SAOS, sendo que o reconhecimento

destas duas entidades é também fundamental para a

orientação terapêutica destes doentes(74). Nestes

casos, a coexistência de outros factores de risco

cardiovasculares, como hipertensão, cardiopatia

isquémica e doença cerebrovascular, torna ainda

mais imperativo o diagnóstico e a terapêutica destas

patologias.

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30

• Doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC)

Hipoxemia nocturna e hipoventilação coexistem

em doentes com DPOC grave, mas estas alterações

são, geralmente, mais pronunciadas quando existe

SAOS e obesidade. Estes casos foram denominados

“Overlap Syndrome” por Flenley (73;75). Em cerca de

20% dos doentes com DPOC coexiste SAOs e cerca

de 10% dos doentes com SAOS apresentam DPOC. O

reconhecimento clínico destas duas entidades é

fundamental, pois o prognóstico dos doentes com

“Overlap Syndrome” é mais reservado do que

quando existe SAOS isoladamente. Do ponto de vista

hemodinâmico, as consequências da coexistência

destas duas patologias é catastrófica, sendo o

espectro mais grave destas patologias, do ponto de

vista cardio-respiratório, a existência de “Cor

pulmonale” (disfunção ventricular direita com

dilatação e hipertrofia ventricular direita secundárias

a patologia pulmonar)(76). Neste sentido o

diagnóstico e tratamento destas duas patologias é de

grande importância.

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31

1.7.3. Patologia cardiovascular

• Cardiopatia

A SAOS aumenta a prevalência de lesões

cardíacas. Experiências em animais estabeleceram

uma relação directa entre episódios de apneia e

disfunção ventricular esquerda. Embora o efeito da

SAOS, na função ventricular em humanos, seja

controversa, existe uma grande evidência que esta

relação existe. Doentes com apneia obstrutiva, sem

história de insuficiência cardíaca, apresentam

alterações do relaxamento ventricular com disfunção

diastólica (77). Alguns estudos referem também a

associação de disfunção sistólica na ausência de

doença cardiovascular (78).

Os doentes com SAOS apresentam um risco

maior para desenvolverem hipertrofia ventricular

esquerda (HVE). A HVE pode ter origem multifactorial,

sendo frequentemente associada à hipertensão

arterial sistémica, a qual tem uma incidência

aumentada neste doentes.

Existe uma associação positiva entre SAOS e

cardiopatia isquémica (79). O “Sleep Heart Health

Study” revelou um aumento da probabilidade de

existir doença coronária em doentes com SAOS (80).

Doentes com angina nocturna e cardiopatia

isquémica apresentam frequentemente SAOS. A

isquemia miocárdica de aparecimento nocturno tem

uma correlação directa com dessaturação da

oxihemoglobina e gravidade das apneias. O

mecanismo de isquemia miocárdica está,

provavelmente, relacionado com aumento das

necessidades de oxigénio no miocárdio, durante os

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32

episódios de obstrução das vias aéreas. Não foi,

contudo, estabelecido, se a isquemia nocturna

poderá ocorrer na ausência de doença coronária. No

entanto, sabe-se que a SAOS afecta negativamente

o prognóstico de doentes com cardiopatia

isquémica, principalmente quando não tratada.

A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e

SAOS coexistem, frequentemente, no mesmo doente

(81-84). As alterações do padrão respiratório em

doentes com ICC podem ser primárias, do ponto de

vista respiratório, devido ao colapso das vias aéreas,

ou podem ter origem central (respiração de Cheyne-

Stokes, apneia do sono central). Pode ainda resultar

de uma combinação de ambas.

O elo de ligação entre ICC e SAOS é,

provavelmente, a hipertensão arterial, com os seus

efeitos nefastos na função ventricular. O aumento da

pós-carga ventricular tem como consequência o

aparecimento de hipertrofia ventricular esquerda,

inicialmente como um mecanismo adaptativo para

diminuição da tensão da parede ventricular, mas,

assim como outros mecanismos compensatórios na

ICC, acarreta efeitos deletérios a longo prazo. A HVE

é um factor de risco cardiovascular independente,

excepto na única situação em que tal não ocorre,

isto é, na hipertrofia ventricular esquerda fisiológica do

atleta. A disautonomia, com aumento do tónus

simpático, o stress oxidativo, as alterações

metabólicas e o aumento da actividade pró-

-inflamatória, podem contribuir também para a

deterioração da função. Existe evidência que o

tratamento da SAOS nestes doentes pode melhorar a

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33

fracção de ejecção do ventrículo esquerdo,

(medição da função do ventrículo esquerdo)(85;86).

• Arritmia

Vários estudos demonstraram uma maior

incidência de arritmias em doentes com SAOS (87;88).

No “Sleep Heart Health Study” foi encontrado um risco

para desenvolver fibrilação auricular em doentes com

SAOS grave, 4 vezes superior, relativamente a doentes

sem SAOS (88;89). Os doentes com fibrilação auricular,

tratados com cardioversão e com SAOS não tratado

eficazmente, apresentam uma taxa de recorrência

duas vezes superior, relativamente aos doentes com

bons resultados terapêuticos.

A incidência de bradiarritmias graves e bloqueio

auriculoventricular está aumentada em doentes com

SAOS. Estas arritmias, provavelmente, resultam de

hipertonia vagal associada aos episódios de apneia.

O aumento do tónus vagal provoca diminuição da

condução auriculoventricular e diminuição da

frequência cardíaca. O aparecimento de

bradiarritmias está relacionado com a gravidade dos

episódios de apneia e geralmente são reversíveis com

a terapêutica (90). Em casos extremos, foram descritos

episódios de assistolia ventricular, com duração

superior a 10 segundos.

Desconhece-se se a SAOS é responsável pelas

bradiarritmias que ocorrem durante as horas do

despertar.

A existência de alterações do ritmo em doentes

com SAOS, embora acarrete morbilidade acrescida

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34

para estes doentes, raramente é causa de morte

súbita (88).

• Doença cerebrovascular

Foi demonstrada a existência de alterações de

fluxo, em artérias cerebrais de grande calibre, em

doentes com SAOS. Durante os episódios de apneia,

ocorre aumento significativo da velocidade do fluxo

cerebral, com retorno a um fluxo basal, após

resolução do episódio (91). Estas alterações do fluxo

cerebral resultam na perda do mecanismo de

autoregulação cerebral, contribuindo para o

aumento de acidentes vasculares cerebrais em

doentes com SAOS (92;93). A disfunção da actividade

plaquetária tem um papel importante na incidência

de eventos cardiovasculares nestes doentes (94),

assim como a existência de outras anomalias da

coagulação, como aumento da viscosidade

sanguínea e dos níveis totais de fibrinogénio (95) e

diminuição da actividade fibrinolítica (96).

A existência de actividade pró-inflamatória está

intimamente relacionada com a patogénese da

aterosclerose e disfunção endotelial. Foram descritos

nestes doentes aumento de marcadores inflamatórios,

como o aumento de proteina C-Reactiva (97-100),

moléculas de adesão (ICAM-1) (101-103), interleucina

8 (102;104), interleucina 6 (IL-6) e factor de necrose

tumoral alfa (TNF-α) (105). Estes factores inflamatórios

aceleram o processo de aterosclerose.

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35

1.7.4. Disfunção eréctil e diminuição da líbido

A relação entre SAOS e Disfunção Eréctil (ED) e

Diminuição da Líbido (DL) encontra-se descrita em

diversos estudos(106). Vários autores verificaram a

existência de elevadas prevalências de ED e de DL

em doentes com SAOS, podendo estas atingir os

40% (8;107;108). Em alguns estudos, encontrou-se

uma disfunção hipotálamo-hipofisária, com

redução dos níveis de testosterona, secundários às

dessaturações de O2.

Em 2005, Gonçalves et al, verificaram que os

doentes com ED e com SAOS, frequentemente,

apresentavam saturações de O2 inferiores a 80%

(109).

Os mecanismos responsáveis pela ED, em

doentes com SAOS, ainda não são claros. Pensa-se

que a disfunção endotelial, presente em indivíduos

com SAOS, torna difícil a produção e a libertação

de óxido nítrico (NO), resultando em lesões no

relaxamento do músculo liso trabéculado, do

Corpus Cavernosum (110). Quanto maior for a

concentração de oxigénio local, mais eficaz será o

mecanismo de relaxamento, na presença de NO.

Desta forma, para que as propriedades da

musculatura lisa do Corpus Cavernosum não se

modifiquem, será necessário que o meio seja rico

em O2, sendo esta condição obtida apenas

durante o estado erecto. É este o mecanismo que

explica a tumescência peniana nocturna (NPT).

Karakan et al trataram com CPAP doentes com

SAOS e com ED. Verificaram uma melhoria da ED

muito significativa, rondando os 40% (111).

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36

1.7.5. Patologia endocrinológica

• Hipotiroidismo

O hipotiroidismo é uma doença causada pela

insuficiente produção de hormona tiroidea, por parte

da tiróide. Actualmente, afecta cerca de 5% da

população do Reino Unido, com mais de 60 anos.

Durante o ano de 2006, cerca de 1% da população

do Reino Unido foi medicada com Tiroxina, como

terapia de substituição para o hipotiroidismo. Existe

uma associação entre doentes com SAOS e doentes

com hipotiroidismo não tratado. Vários autores

verificaram que a terapia com Tiroxina é eficaz na

redução, de forma significativa, do IAH (112-115).

• Acromegalia

A acromegalia é uma patologia, na qual há um

distúrbio hormonal, resultante de uma produção

anormal de HGH (hormona de crescimento humano)

por parte da glândula pituitária. Alguns autores

descreveram casos de indíviduos com macroglossia

originada por acromegalia. Por norma, nestas

situações, a terapêutica de eleição é cirúrgica,

passando por uma redução da língua (114;116).

• Diabetes

Os doentes diabéticos com SAOS apresentam

uma maior resistência à insulina. Verificou-se que,

após o tratamento bem sucedido da SAOS, os

doentes diabéticos apresentavam melhorias, no que

respeita à sensibilidade à insulina. Os mecanismos

patofisiológicos associados a este fenómeno ainda

não são completamente conhecidos, pensando-se,

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37

no entanto, que a hipoxémia, a hipercápnia, os

múltiplos despertares, acompanhados pela

consequente activação crónica do sistema nervoso

simpático, influenciam de forma negativa o sistema

metabólico (54;117-120).

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38

1.8. Terapêutica da SAOS

A terapêutica da SAOS é multidisciplinar. O doente com SAOS,

idealmente, deverá ser acompanhado por uma equipa multidisciplinar,

tendo como elemento central e coordenador da abordagem

terapêutica, o médico pneumologista. De forma a satisfazer as diversas

opções terapêuticas, o recurso às valências de endocrinologia,

otorrinolaringologia, cirurgia maxilo-facial e medicina dentária, são

fundamentais.

Vários estudos apresentam múltiplas abordagens no que diz

respeito à terapêutica da SAOS. As diversas opções terapêuticas

poderão ser agrupadas em:

1.8.1. Medidas gerais

• Perda de peso.

A perda de peso pode originar resultados

muito significativos, em doentes com SAOS leve

e moderado. Vários autores afirmam que a

perda de peso conduz a uma maior saturação

de O2, motivada pela diminuição de peso a

nível do tórax e do abdomén, conseguindo-se,

desta forma, uma maior eficácia respiratória, do

ponto de vista muscular. A perda de peso

poderá originar também uma menor infiltração

de tecido adiposo, ao nível da orofarínge.

Desta forma, será normal encontrar um lúmen

da via aérea aumentado e uma língua de

menor volume(121-125).

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39

• Diminuição do consumo de álcool.

O consumo de álcool provoca, numa

primeira fase, uma supressão do sono REM, mas

devido ao efeito rebound, irá provocar, numa

segunda fase, um aumento do sono REM. O

álcool origina também vasodilatação

periférica. Este fenómeno, conduzirá ao

aumento do volume dos tecidos da orofaringe,

diminuindo desta forma, o lúmen da mesma.

Por fim, o álcool, para além de motivar o

relaxamento muscular generalizado, induz,

igualmente a depressão respiratória, a nível

central (126-128).

• Controlo dos fármacos com efeito mio-

-relaxante.

O consumo de fármacos, com efeito mio-

-relaxante, pode provocar dimimuição do tónus

da musculatura da orofaringe, aumentando,

desta forma, a possibilidade de surgirem

colapsos dos tecidos moles, obstruindo a via

aérea. Por outro lado, as benzodiazepinas

aumentam o sono REM, o que dará origem a

um relaxamento geral e uma diminuição da

actividade do genioglosso, hipoglosso e

palatoglosso(128-130).

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40

• Melhorar a postura corporal durante o sono.

Vários autores sugerem que a mudança

da postura durante o sono, de supino para

decúbito lateral, pode diminuir a tendência

para a via aérea colapsar. Na posição de

supino, em particular durante a fase REM, a

diminuição da tonicidade muscular do

genioglosso e a força da gravidade aumentam

o risco de apneias (131;132).

• Melhorar a permeabilidade nasal

A permeabilidade nasal diminuída

acarreta um aumento da resistência à

passagem do ar através do nariz. A existência

de infecções respiratórias altas, fenómenos de

carácter alérgico, ou obstruções mecânicas da

via aérea, irão condicionar, de forma muito

importante, a permeabilidade da via,

aumentando, desta forma, a maior tendência

para a colapsibilidade da via aérea(133-135).

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41

1.8.2. Terapêutica farmacológica

• Amitriptilina

A amitriptilina é um fármaco anti-

-depressivo tricíclico que aumenta o tónus dos

músculos da orofaringe e diminui o sono REM

(136). Este aspecto é bastante importante, uma

vez que durante o sono REM, a hipotonia

muscular característica desta fase origina uma

diminuição do avanço da língua, durante a

inspiração, diminuindo, desta forma, o lúmen da

via aérea.

• Progesterona.

A progesterona estimula a respiração,

actuando ao nível da via aérea, diafragma e

músculos intercostais. O seu sucesso é inferior a

50%, e como as doses necessárias são elevadas,

o seu custo torna-se bastante dispendioso. Para

além dissoi, pode, ainda, produzir efeitos

secundários feminilizantes, no homem

(121;137;138).

• Protriptilina.

É um anti-depressivo, não sedativo. Reduz

os sintomas de sonolência diurna excessiva e as

apneias nocturnas. Pensa-se, que as alterações

da sintomatologia, poderão estar relacionadas

com uma diminuição do período REM.

Apresenta diversos efeitos secundários,

nomeadamente, efeitos anticolinérgicos, que

afectam entre 60% a 100% dos doentes

estudados (139).

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42

1.8.3. Aparelhos intra-orais

• Tubos nasofaríngeos

Os tubos nasofaríngeos têm demonstrado

um efeito muito positivo na terapia da

SAOS(140). No entanto, a longo prazo, a maioria

dos doentes abandona esta terapia, devido a

inflamações crónicas, dor, ou hiperplasia dos

tecidos da mucosa, que dificultam a

colocação dos tubos (121).

• Aparelhos que protruem a língua

Estes dispositivos mantêm a língua numa

posição avançada, devido à sucção. Durante

a noite, a pressão negativa criada pelo

dispositivo desaparece de forma gradual,

permitindo que a língua se desloque para uma

posição mais posterior, podendo, desta forma,

diminuir a permeabilidade da via aérea. Estes

dispositivos são pouco utilizados, uma vez que é

muito frequente os doentes apresentarem

glossodínia. Além disso, têm uma eficácia

reduzida, devido à perda de aderência da

língua, ao longo da noite(121;141).

• Dispositivos de Avanço Mandibular (DAM).

Estes dispositivos podem ser uni ou bi-

-maxilares, promovendo o avanço da

mandíbula, de forma a aumentar o diâmetro

da orofaringe. Estão indicados nos casos de

SAOS leve ou moderado, podendo também ser

utilizados no tratamento da roncopatia simples

e na SRAVAS. A sua colocação exige um

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exame prévio aos dentes, tecidos periodontais

e articulação temporomandibular (ATM). Os

seus efeitos secundários mais frequentes são a

hipersalivação, hipersensibilidade dentária e dor

na zona da ATM (142-155).

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1.8.4. Aparelhos de pressão de ar positiva

• Aparelhos de pressão de ar positiva contínua

(CPAP).

O CPAP é considerado o método mais

eficaz no tratamento da SAOS. Estes dispositvos

aplicam uma pressão de ar positiva contínua,

durante todo o ciclo respiratório (inspiração e

expiração) (156;157).

• Aparelhos de pressão de ar positiva intermitente

(BiPAP).

Estes dispositivos, à semelhança dos CPAP,

aplicam uma pressão de ar na via aérea superior.

Esta pressão positiva não é contínua, variando os

valores da mesma, consoante os ciclos

respiratórios. Durante a inspiração, a pressão será

mais elevada (IPAP – pressão inspiratória), ao

passo que, durante a expiração, a pressão será

mais baixa (EPAP – pressão expiratória) (158;159).

• Aparelhos de pressão de ar positiva automático

(Auto-CPAP)

Este aparelho aplica uma pressão de ar

positiva na via aérea superior, permitindo, no

entanto, o ajuste automático da pressão, durante

o sono. A avaliação permanente da morfologia da

onda respiratória e/ou dos ruídos respiratórios

determina a maior ou menor pressão com a qual o

ar é injectado(160).

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45

• Efeitos secundários da utilização de aparelhos

de ventilação mecânica.

A utilização prolongada de sistemas de

ventilação poderá originar alguns efeitos

secundários. A irritação cutânea e o desconforto

facial são queixas muito frequentes, sendo que

cerca de 70% dos doentes que recorrem a esta

terapia apresentam queixas desse tipo. Contudo,

por norma, com a utilização continuada, as

queixas desaparecem.

Outra situação, igualmente frequente, é o

aparecimento de conjuntivites e de edemas

perioculares(161). Este fenómeno está associado à

utilização de máscaras nasais mal adaptadas, que

permitem fugas de ar, durante o sono. Alguns

doentes, apresentam, ainda, queixas nasais. Estas

explicam-se pela agressão que o ar seco e frio

exerce sobre a mucosa nasal.

Vários autores têm estudado os problemas

associados à falta de adesão à terapêutica com

CPAP(162). Winck et al, por exemplo, descobriram

muitos benefícios na utilização de ar aquecido e

humidificado, sobre a mucosa nasal (163;164).

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46

1.8.5. Radiofrequência

Esta terapêutica é feita com recurso à anestesia local.

Nela, utilizam-se eléctrodos, tipo agulha, sendo por norma,

necessário efectuar 6 tratamentos, intervalados de 1 mês.

Esta intervenção origina a formação de um tecido de

cicatrização na língua, conseguindo-se desta forma,

diminuições do volume total, na ordem dos 17% (165-170).

Quando utilizada no palato mole, diminui a sua vibração,

por fibrose tecidular(171-173).

1.8.6. Terapêutica cirúrgica

• Uvulopalatofaringoplastia (UPPP)

A UPPP é efectuada com anestesia geral.

Este procedimento consiste na ressecção da

úvula, palato mole, amígdalas, pilar posterior da

loca da amígdala e plastia das paredes laterais

da faringe. Tem uma eficácia de cerca de 50%.

A efectividade do procedimento tende a

diminuir com o passar do tempo. Este

procedimento pode originar diversas

complicações, tais como:

- Insuficiência velofaríngea

- Alteração da voz

- Infecção

- Dor crónica

- Perda do reflexo do vómito (174-179).

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47

• Laseruvulopalatoplastia (LAUP)

A LAUP, pode ser efectuada com

anestesia local e consiste na plastia do palato e

da úvula, com recurso a laser. Pode originar

várias complicações, nomeadamente, o

aparecimento de dor crónica, alterações da

voz e insuficiência velofaríngea (180-185).

• Amigdalectomia e Adenoidectomia

É a terapêutica de eleição nas crianças,

tendo elevado grau de sucesso. Nos adultos

não deve ser realizada, na terapia da SAOS,

uma vez que na maioria das situações, não é

eficaz (186-188).

• Traqueostomia

Utiliza-se nos casos muito graves, em

particular, nos doentes com patologia cardíaca

grave. É a solução cirúrgica mais eficaz, uma

vez que a abertura é feita a um nível inferior à

obstrução. Geralmente, durante o dia, os

doentes têm a cânula de traqueostomia

encerrada, abrindo-a à noite. Apresenta uma

taxa de complicações elevada, com grande

impacto psicológico (189-191).

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48

• Osteotomia sagital

É um método eficaz, mas devido à sua

complexidade e agressividade, não se

apresenta , como uma primeira opção. Permite

o avanço da mandíbula, com inclusão ou não

do osso hióide, provocando desta forma o

deslocamento anterior da língua. Em

determinadas situações, poderá ser também

efectuada uma osteotomia maxilo-mandibular.

Neste procedimento, os tecidos da faringe são

mantidos intactos, fazendo-se a desobstrução

ao nível da hipofaringe(121;192).

• Miotomia e suspensão do osso hióide

É uma cirurgia com uma taxa de sucesso

superior a 60%. A maioria dos estudos

demonstra uma relação entre o sucesso

terapêutico, idades jovens e valores de IMC

baixos(193-196).

• Glossectomia parcial

É uma cirurgia de 2ª escolha. Este

procedimento está indicado para os indivíduos

com macroglossia responsável pela obstrução

da via aérea. Tem elevada morbilidade e

necessita de um 1º tempo cirurgíco, no qual se

realiza uma traquetosmia (8;197;198).

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49

• Mentoplastia com avanço das apófises géni

Este procedimento consiste na realização

de uma janela óssea na mandíbula, na zona

do mento. Procura fazer o deslocamento

anterior das apófises géni, de forma a

traccionar anteriormente os músculos

genioglosso e geni- -hioideu(199).

• Cirurgia nasal

Procura estabelecer ou melhorar a

permeabilidade nasal. Nos doentes com SAOS,

apresenta uma taxa de sucesso baixa, não

ultrapassando os 20%, quando utilizada como

medida única. Alguns autores afirmam que

poderá ser um procedimento importante,

quando a terapêutica passe pela utilização de

um CPAP (135;200;201).

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1.9. Justificação e objectivos da tese

A justificação deste trabalho prende-se com a necessidade de

contribuir para a elaboração de um protocolo terapêutico para

doentes com SAOS, que contemple, do ponto de vista terapêutico, a

utilização de DAM.

Este propósito surgiu da necessidade de preencher o actual vazio

existente, em termos de protocolo terapêutico, para estes doentes.

Efectivamente, embora se verifique grande aceitação, por parte da

comunidade científica, de que o diagnóstico da SAOS deverá ser feito

através de um estudo polissonográfico, no que diz respeito à

terapêutica, existe tudo, menos consenso.

Nos últimos anos, as opções terapêuticas não cirúrgicas e em

particular, aquelas que recorrem à ventilação mecânica, têm vindo a

ganhar a preferência da maioria dos clínicos. Sendo uma opção

terapêutica de aplicação rápida, reversível e, sobretudo, muito eficaz,

facilmente se compreende o protagonismo alcançado. Em termos

protocolares, sabemos que quase todos os doentes com SAOS, são

potenciais candidatos à utilização de um CPAP ou de outro dispositivo

semelhante. Esta conclusão deve-se à elevada predictibilidade

terapêutica do CPAP (202;203), cuja utilização, de uma forma geral,

independentemente da gravidade da SAOS, consegue garantir e

manter a permeabilidade da via aérea superior (202). Esta constatação

justifica-se pela possibilidade de se poder variar a intensidade com que

se faz a injecção do ar, através da via aérea superior. No entanto, nem

todos os doentes conseguem aderir a esta terapêutica, sendo os

motivos variados, e encontram-se amplamente documentados

(200;204-209).

No que diz respeito aos DAM, ainda não existem muitas certezas.

Sendo uma terapia relativamente recente, as suas implicações a longo

prazo ainda não estão suficientemente estudadas. Por outro lado, o

processo mecânico, através do qual ocorre a protrusão da mandíbula,

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de forma a aumentar o lúmen faríngeo, encontra-se já bem

documentado. Foram realizados vários estudos, nos quais, através do

recurso a ressonância magnética, foi possível confirmar o aumento do

lúmen faríngeo, enquanto o doente utilizava um DAM. Sabe-se também

que estes dispositivos são muito eficazes no tratamento da roncopatia e

da SAOS. No entanto, ainda não existe qualquer protocolo, que, de

uma forma inequívoca, nos permita seleccionar os candidatos ideais

para esta terapia. Actualmente, a maioria dos doentes tratados com

DAM são aqueles que não conseguiram aderir à terapêutica com

ventilação mecânica, ou seja, não existe, efectivamente um real

protocolo, mas antes uma alternativa a outra terapêutica.

Assim, depois do exposto, os objectivos específicos do nosso

estudo são:

1. Estudar, numa população, o grau de sucesso da terapia com

DAM;

2. Avaliar de que forma uma análise cefalométrica inicial, poderá

constituir um exame importante, na determinação da

predictibilidade da terapia com DAM.

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Capítulo 2 – Materiais e Métodos

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2. Materiais e Métodos

2.1. Materiais

2.1.1. Caracterização do grupo de estudo

O grupo de estudo avaliado neste ensaio clínico, foi observado

na clínica da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do

Porto, no período compreendido entre Janeiro de 2006 e Março de

2007. Inicialmente, o grupo de estudo foi composto por 72 indivíduos.

Preferencialmente, foram seleccionados doentes com apresentações

leves da doença ou, ainda, todos aqueles que não conseguiram aderir

ao CPAP. O grupo de estudo foi então avaliado segundo os seguintes

critérios de inclusão:

• Diagnóstico prévio de SAOS, através de exame

polissonográfico realizado no laboratório de sono

do serviço de Pneumologia do Hospital de São

João do Porto.

• Sem destruição periodontal relevante.

• Ausência de anteposição discal sem redução, uni

ou bilateral, da articulação temporomandibular

(ATM).

• Ausência de luxação recidivante da mandíbula.

• Ausência de cárie dentária.

• Existência dos dentes 3.3, 3.2, 3.1, 4.1, 4.2 e 4.3.

• Presença mínima de 3 dentes, em cada hemi-

-arcada maxilar.

Verificou-se, então, que doze indivíduos não preencheram os

critérios supra referidos (tabela 3.1), tendo sido assim, excluídos do

estudo. Nenhum doente foi preterido por razões de idade ou sexo.

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Tabela 3.1 – Critérios de exclusão

O estudo decorreu durante quinze meses. No decorrer desse

período não se verificou qualquer desistência.

Todos os doentes que participaram no estudo foram informados e

esclarecidos sobre os objectivos do mesmo, tendo, em seguida,

assinado uma declaração de consentimento informado, conforme a

“Declaração de Helsínquia” da Associação Médica Mundial (Helsínquia

1964; Tóquio 1975; Veneza 1983; Somerset West 1996).

2.1.2. Caracterização do estudo polissonográfico

O estudo do sono nocturno foi realizado utilizando um dispositivo

de registo com 5 canais (Alphascreen; Vyasis). Este dispositivo produz um

registo informático das variações do fluxo aéreo oro-nasal, da posição

corporal, da actimetria do pulso, da frequência cardíaca e da

saturação oxigénio arterial. Para além destes aspectos, o dispositivo

regista também o tempo total de sono, eliminando os periodos de

elevada actividade, calcula a quantidade de apneias e de hiponeias,

fornece informação sobre dessaturações de O2 superiores a 4%/hora e

indica ainda as percentagens cumulativas do sono, com saturações de

O2 inferiores a 90%.

Em todos os doentes estudados é efectuada uma análise manual

dos registos, realizada por técnicos treinados.

Homem Mulher Total

Edentulação 4 0 4

Doença Periodontal 1 4 5

Desordem temporomandibular 2 0 2

Cárie dentária 1 0 1

Total 8 4 12

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2.1.3. Descrição dos materiais utilizados

• Alginato Orthoprint® fast setting, Tampa, FL,

E.U.A.

• Gesso tipo III Crystacal® D, Lane-Newark, Reino

Unido

• Gesso Paris, Dias Pereira®, Porto, Portugal

• Régua de plástico, com 15 centímetros

• Lápis de carvão

• Acrílico autopolimerizável Orthocryl® Rapid,

Dentaurum Pforzheim, Alemanha, (imagem 2.1)

• Placa de acetato termoformada com 1,5

milímetros Denta Flux® 060 Clear, Madrid,

Espanha (imagem 2.2)

• Cera Morsa Bissnehmewachs, Wachwarenfabric

Sallinger GmbH, Alemanha (imagem 2.3)

• Oclusor ASA Dental®, Bozzano, Itália,

(imagem.2.4)

• Máquina de vácuo Biostar®, Irvine, CA, E.U.A.

(imagem 2.5)

Imagem 2.1 – Acrílico autopolimerizável.

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Imagem 2.2 – Placa de acetato com 1,5 milímetros

Imagem 2.3 – Cera Morsa

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Imagem 2.4 – Oclusor

Imagem 2.5 – Máquina de Vácuo

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2.1.4. Descrição da confecção do DAM

O DAM foi confeccionado no laboratório de prótese

da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto,

sempre pelo mesmo técnico. A confecção do nosso DAM,

foi feita seguindo o seguinte protocolo:

a. Obtenção de 2 moldes em alginato da arcada

maxilar e 1 molde em alginato (Alginato

Orthoprint® fast setting) da arcada mandibular.

b. Os moldes foram vazados com gesso tipo III

(Crystacal® D).

c. Foram estudados os eixos de inserção no

modelo maxilar para se proceder aos

respectivos alívios, com gesso, das zonas

retentivas.

d. Utilizando uma máquina de vácuo Biostar®,

confeccionou-se a placa de acetato

termoformada, com 1.5mm de espessura, sobre

o modelo maxilar.

e. Após se ter cortado os excessos na placa de

acetato, foi construído um cubo em acrílico

(1cm x 1cm x 1cm). Este cubo foi aderido, com

acrílico, à placa de acetato, sob os dentes 1.1

e 2.1, tendo o cuidado de deixar a placa

exactamente a meio do cubo (imagem 2.9 e

2.10).

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Imagem 2.9 – Placa de acetato, com cubo acrílico sobre os dentes

1.1 e 2.1

Imagem 2.10 - Placa de acetato, com cubo acrílico sobre os

dentes 1.1 e 2.1

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f. Após se ter obtido o registo inter-maxilar, na

posição desejada (75% da protrusão máxima),

o modelo superior foi montado num oclusor. Foi

utilizada a placa de acetato, e os respectivos

registos em cera, para montar o modelo

mandibular no oclusor.

g. Os modelos foram unidos ao oclusor com gesso

Paris.

h. A placa de acetato foi coberta com acrílico,

de forma a garantir contactos uniformes com o

modelo antagonista, havendo também o

cuidado de reforçar a zona do palato,

prevenindo, desta forma, o aparecimento de

algum tipo de fractura.

i. Foi confeccionada uma rampa em acrílico,

com 3 milímetros de espessura, na zona interna

da placa, em íntimo contacto com os dentes

3.3, 3.2, 3.1, 4.1, 4.2 e 4.3. O comprimento da

rampa foi idêntico ao comprimento das coroas

clínicas dos dentes supra referenciados

(imagem 2.11).

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Imagem 2.11 – DAM no oclusor.

j. Após terminada a fase de acrilização do

aparelho, foram feitos 3 orifícios na zona

anterior do mesmo. Estes orifícios têm um

diâmetro de 7 milímetros (Imagem 2.12). A

existência destes orifícios é fundamental para

equalizar a pressão durante a inspiração. Desta

forma, a probabilidade de existir colapso de

tecidos moles, para o lúmen faríngeo, fica

diminuída.

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Imagem 2.12 – DAM com os orifícios para equalização da pressão

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2.2. Métodos

2.2.1. Metodologia experimental

• 1ª Consulta

Os doentes foram submetidos a um exame anamnésico e a

um exame clínico (anexo II). A equipa examinadora era

constituída pelo autor e por outro examinador.

o Exame anamnésico

Este exame constou de uma história clínica

pormenorizada, com especial incidência na

caracterização dos sintomas das desarmonias

temporomandibulares.

o Exame clínico

Neste exame foram abordados os seguintes

parâmetros:

� Notação dentária

Foram registados os dentes presentes, os

dentes ausentes e os dentes de prótese, quer

fixa quer móvel, utilizando para o efeito o

diagrama idealizado por Riedel, Zsigmondy-

Hillischer, Port e Euler que é dos mais

universalizados.

D. E.

8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8

8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8

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� Estudo periodontal

Efectuámos o estudo periodontal quer

clínica, quer radiologicamente. O exame

periodontal clínico incidiu sobre a mobilidade

dentária, o número de bolsas periodontais

superiores a 3 mm e a recessão gengival. O

exame radiográfico centrou-se na destruição

óssea quer horizontal quer vertical (210).

� Estudo da palpação muscular

A palpação muscular é um método

aceite pela generalidade dos autores, para

avaliar o tónus muscular dos músculos do

sistema estomatognático. É também consensual

que os músculos saudáveis não referem dor à

palpação e que a sensibilidade dolorosa e o

desconforto muscular são característicos do

comprometimento muscular, quer por trauma

quer por fadiga (211-214). A palpação muscular

foi efectuada bilateralmente, com a polpa dos

dedos e exercendo uma pressão suave. Só

foram incluídos no estudo, doentes com

palpação muscular negativa.

• Palpação do músculo temporal

O músculo temporal encontra-se em três

zonas funcionais: Temporal Anterior (TA),

com fibras com uma direcção,

praticamente, vertical; Temporal Médio

(TM), com fibras predominantemente

oblíquas e Temporal Posterior (TP), cujas

fibras têm uma direcção horizontal (215).

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Neste estudo, a palpação foi realizada

apenas no TA e no TP, na expectativa de se

obter uma separação clara entre estas 2

áreas funcionais, uma vez que as fibras do

TM se entrecruzam com as fibras das outras

porções. O TA palpou-se na região do arco

zigomático e superiormente à ATM. O TP

palpou-se por cima e atrás do pavilhão

auditivo. A palpação destas zonas

funcionais do músculo temporal foi extra-

-oral, bilateral e simultânea.

• Palpação do tendão do músculo

temporal

A palpação deste tendão foi efectuada

intra-oralmente. Colocámos um dedo, intra-

-oralmente, no bordo anterior do ramo

montante da mandíbula, fazendo-o deslizar

até junto da apófise coronoide, exercendo

uma pressão suave.

• Palpação do músculo masseter

O músculo masseter é, normalmente,

dividido em duas zonas funcionais: o

Masseter Superficial (MS) e o Masseter

Profundo (MP) (215). O MS palpou-se

bilateralmente, no seu bordo anterior,

enquanto que o MP se palpou, também

bilateralmente, na sua inserção na arcada

zigomática, cerca de 12mm à frente da

ATM. Para efectuar a palpação destes

músculos, pedimos ao doente para apertar

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os dentes, para assim se obter, uma melhor

localização. Depois, com o doente

relaxado, palpámos os músculos, exercendo

uma pressão suave. A palpação foi extra-

oral, bilateral e simultânea.

• Palpação dos músculos supra-hioideus

Esta palpação foi efectuada intra e

extra-oralmente, e os músculos foram

palpados em conjunto. Com os dedos de

uma das mãos, palpámos intra-oralmente o

soalho da boca, enquanto que, com os

dedos da outra mão, palpámos, extra-

-oralmente, a região situada entre a

mandíbula e o osso hióide, exercendo uma

pressão suave.

• Estudo da manipulação funcional

muscular

Os músculos pterigoideu lateral

superior (PLS) e pterigoideu lateral inferior

(PLI) são músculos que têm uma acção

fundamental na dinâmica mandibular.

Como estes músculos não podem ser

palpados directamente, por se encontrarem

em zonas inacessíveis à palpação, surgiu a

manipulação funcional muscular (216),

como forma de avaliar o grau de

comprometimento destes tecidos

musculares. Esta técnica foi desenvolvida

partindo do postulado que um músculo que

está em sofrimento, manifesta dor quando é

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sujeito a actividade (216). No entanto, há

que ter em conta duas situações

perfeitamente distintas, relacionadas com a

dor, quando se efectua a manipulação

funcional muscular:

- O músculo é a causa da dor - a

manipulação funcional identifica o músculo

em sofrimento;

- A dor provocada durante a

manipulação funcional é de origem reflexa.

Neste caso, o que é identificado é o local

da dor e não a sua origem. Nesta situação,

é por vezes necessário recorrer a um

bloqueio anestésico para clarificar a

situação.

• Manipulação funcional do músculo

pterigoideu lateral superior (PLS)

Este músculo contrai-se sinergicamente

com os músculos elevadores, durante o

fecho. Para efectuar a manipulação

funcional deste músculo colocámos um

separador de mordida, a nível dos dentes

posteriores, e pedimos ao doente para

apertar os dentes contra o separador.

Efectuámos este procedimento, primeiro

unilateral e depois bilateralmente. Se houver

dor, esta tanto pode ter origem nos músculos

elevadores como no PLS. Neste caso, a

palpação dos músculos elevadores, permite

clarificar a situação.

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• Manipulação funcional do músculo

pterigoideu lateral inferior (PLI)

Quando este músculo se contrai,

provoca a protrusão ou a abertura

mandibular. Executámos a manipulação

funcional deste músculo instruindo o doente

para efectuar o movimento de abertura

contra a pressão que exercemos no seu

queixo. Caso o músculo esteja doloroso, esta

manobra vai aumentando a dor.

� Estudo da ATM

O estudo da ATM incidiu em três partes

distintas: estudo da sintomatologia da ATM,

palpação da ATM e cinemática da ATM.

• Estudo da sintomatologia da ATM

Este estudo englobou os seguintes

sintomas: estalido de abertura, estalido de

fecho, estalido recíproco, crepitação, dor

espontânea, dor nocturna, dor à

mastigação e limitação de abertura.

• Palpação da ATM

A palpação da ATM consistiu na

palpação do pólo lateral do côndilo

mandibular e da parede posterior da

articulação.

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• Palpação do pólo lateral do côndilo

Esta palpação foi efectuada

bilateralmente, com a polpa dos dedos

indicadores colocados sobre a parte lateral

da articulação. Foi pedido ao doente, que

se encontrava com a cabeça erecta, para

abrir a boca. Nesta fase, a polpa dos dedos

manteve-se sobre o côndilo sem

deslizamento. Depois, já com o doente

relaxado, exercemos uma pressão firme, no

pólo lateral da articulação.

• Palpação da zona retrodiscal

Esta palpação foi também bilateral.

No doente, com a cabeça erecta e na

posição de abertura máxima, colocámos os

dedos mínimos nos orifícios do ouvido

externo, contactando com a parede

posterior da articulação, exercendo nesta

uma pequena pressão, com a polpa dos

dedos. Em seguida, pedimos ao doente

para fechar a boca.

Após concluído o exame clínico ao doente, e tendo este

apresentado condições para se manter no nosso estudo, foi efectuada

uma telerradiografia (imagem 2.7), tendo sido esta realizada pelo

mesmo técnico, com o mesmo aparelho.

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Imagem 2.7 – Telerradiografia

Foi realizada uma análise cefalométrica, na qual se mediu o

ângulo formado pelos pontos Gonion-Mento-Nasion

(GoMenN)º(imagem 2.8). Foi também medido o ângulo formado pela

intercepção do plano mandibular, com a recta que passa pela fossa

pterigoide (ponto mais posterior) e pelo osso hióide (ponto mais antero-

superior) (FP-OH e PM)º(imagem 2.9). Sobre essa recta, foi também

medida a distância entre o osso hioide e o plano mandibular (OH-

PM)(imagem 2.10). Para tal, fez-se a digitalização do traçado

cefalométrico, e a medição foi realizada com o auxílio do programa

informático Adobe Acrobat Profissional 6.0® (imagem 2.8). Este processo

foi realizado sempre pelo autor, e repetido num intervalo de 24 horas.

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Imagem 2.8 – Cálculo do ângulo(GoMenN)º

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Imagem 2.9 – Cálculo do ângulo(FP-OH e PM)º

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Imagem 2.10 – Cálculo da distância (OH-PM)

Todos os doentes observados, tinham efectuado um exame

polissonográfico nos últimos 3 meses. Esse exame foi realizado no

laboratório do sono, do serviço de Pneumologia do Hospital de São

João, no Porto.

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Foram feitos 2 moldes em alginato da arcada maxilar e 1 da

arcada mandibular, utilizando para tal, alginato Orthoprint® fast setting

e moldeiras standard em aço.

• 2ª Consulta

Na consulta seguinte, foi colocada, na maxila do

doente, a placa de acetato termoformada, com um cubo em

acrílico, aderido à placa de acetato. Foram registados, no

referido cubo, as posições de maior retrusão e maior protrusão

da mandíbula. O processo foi repetido por 3 vezes, de forma a

conseguir-se um maior rigor. Com o auxílio de uma régua,

registou-se a posição de protrusão equivalente a 75% da

protrusão máxima. Em seguida, com o auxílio de uma broca

laminada, montada em peça de mão, foi criado um sulco

sobre a marca correspondente a 75% da protrusão máxima. Foi

pedido ao doente para ocluir nessa posição, de forma a

familiarizar-se com a edentação. Quando o doente foi capaz

de repetir o movimento de fecho, ocluindo na posição

desejada, foi efectuado um registo inter-maxilar, com a cera

Morsa aquecida na posição de protrusão a 75%.

• 3ª Consulta

Após o DAM estar confeccionado (imagem 2.13), foi

provado no doente (imagem 2.14 e 2.15), e seguidamente,

entregue. O doente foi então instruído no sentido de utilizar

diariamente o aparelho de avanço mandibular, durante o

sono. Foi também alertado para o facto imperioso de não

poder dormir em decúbito dorsal. O doente ficou com

consulta marcada a 30 dias, tendo-lhe sido pedido para

comunicar qualquer tipo de sintomatologia dolorosa, quer a

nível dentário, quer muscular, quer articular.

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Imagem 2.13 – DAM

Imagem 2.14 – Doente com DAM colocado – boca aberta

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Imagem 2.15 – Doente com DAM colocado – boca fechada

• 4ª Consulta

Após 30 dias, o doente foi reavaliado, e nos casos em

que a adaptação ao DAM, foi bem conseguida, tendo

também havido eliminação ou diminuição significativa da

roncopatia, o doente foi reencaminhado para o Serviço de

Pneumologia do Hospital de São João, a fim de ser

submetido a novo exame polissonográfico, utilizando o

aparelho de avanço mandibular. Com o resultado deste

último exame concluímos o estudo clínico do nosso doente.

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77

2.3. Metodologia estatística

Os dados recolhidos foram estudados quanto à normalidade da

sua distribuição pela distância Kolmogorov Smirnov (KS), assim como

pela análise gráfica dos valores (observação da simetria e

achatamento da curva). Após o estudo da normalidade, foi feita a

selecção de um parâmetro estatístico que melhor representou a

variável, obedecendo ao princípio da mínima variância. Nas situações

em que a distribuição da variável se revelou normal, o parâmetro

utilizado foi a média.

Nos casos em que a distribuição da variável não foi normal,

optamos por utilizar a mediana. Quando a distribuição de ambas as

variáveis a comparar foi normal, utilizamos testes paramétricos.

Os testes paramétricos utilizados para comparar a média de duas

variáveis foram os seguintes:

- t de Student, quando as variâncias são iguais,

- t de Student adaptado por Welch, quando as duas distribuições

apresentavam diferentes variâncias,

- t de Student para variáveis emparelhadas, para comparar a

média da mesma variável, no início e no fim do tratamento.

Quando se estudou a força de associação entre duas variáveis,

determinamos o r de Pearson, quando as variáveis foram contínuas, e o

odds ratio teste exacto de Fischer quando as variáveis foram binárias.

Aos resultados obtidos por estes testes paramétricos, foi associado

um intervalo de confiança a 95%, e um valor de p.

Quando a distribuição de ambas as variáveis a comparar foi não

normal, utilizamos testes não paramétricos. Os testes não paramétricos

utilizados para comparar as medianas de duas variáveis foram os

seguintes:

- Teste de Mann-Whitney, foi utilizado para comparar as medianas

de variáveis não emparelhadas,

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78

- Teste de Wilcoxon, foi utilizado para comparar a mediana da

mesma variável, no início e no fim do tratamento.

Quando se estudou a força da associação entre duas variáveis,

determinamos o r de Spearman.

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79

Capítulo 3 - Resultados

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80

3. Resultados

3.1. Caracterização dos doentes participantes no estudo

Antes de procedermos à análise da variação dos indicadores que

definem o resultado do tratamento, passamos a descrever a amostra,

na sua totalidade, antes do tratamento.

No início do estudo, os participantes foram caracterizados em

relação aos parâmetros fixos e aos variáveis.

Segundo os critérios adoptados neste estudo, foram considerados

parâmetros constantes o sexo (que se mantêm inalterado ao longo da

vida), os ângulos (FP-OH e PM)º e (GoMeN)º, o plano PM e a distância

(OH-PM) (que se mantêm praticamente inalterados durante a duração

do estudo). Outros, como a idade, que obviamente varia ao longo da

vida e o IMC que pode variar de forma considerável em intervalos

relativamente curtos de tempo, também foram considerados, para

efeitos práticos, constantes, dada a limitada duração do nosso estudo

(4 semanas). Assim, não será estudada a variação destes parâmetros

ao longo do nosso estudo, mas apenas as suas inter-relações. Estes

parâmetros serão designados como constantes.

Outros parâmetros, como o IAH, definido como o número de

episódios de apneia e hipopneia por 1 hora de sono e a SO2, definida

como a percentagem de hemoglobina saturada de oxigénio, foram, no

início do estudo, considerados potencialmente variáveis, pois

constituíram as variáveis dependentes do nosso ensaio clínico, medindo

o resultado terapêutico.

3.1.1. Sexo

Relativamente à distribuição por sexo, verificamos que

participaram no nosso estudo 10 mulheres (16,6%) e 50 homens

(83,4%).

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81

3.1.2. Idade

A idade dos 60 indivíduos incluídos no nosso estudo variou

entre 22 e 61 anos, sendo a média de 41 anos (IC: 41-46) e a

mediana de 43 anos, o erro padrão da amostra de 1,2, a

dispersão das idades em relação à média dada foi 9,2. A

distribuição da variável foi normal (KS= 0,120; p > 0,100) e o

coeficiente de variação foi de 21,40%.

3.1.3. IMC

O índice de massa corporal dos participantes no nosso

estudo variou entre 25 e 35 kg/m2, sendo a média de 29 kg/m2 (IC:

28-29) e a mediana de 28 kg/m2, o erro padrão da amostra de

0,3, a dispersão dos BMI em relação à média dada foi 2. A

distribuição da variável foi normal (KS= 0,07; p > 0,100) e o

coeficiente de variação foi de 8,70%.

3.1.4. Ângulo GoMeN

O ângulo GoMeN dos participantes no nosso estudo variou

entre 60º e 80º, sendo a média de 70º (IC: 69º-72º) e a mediana de

70º, o erro padrão da amostra de 0,77, a dispersão dos valores de

GoMeN em relação à média dada foi 6. A distribuição da variável

foi normal (KS= 0,100; p > 0,010) e o coeficiente de variação foi de

8,53%.

3.1.5. Ângulo FP-OH e PM

O ângulo FP-OH e PM dos participantes no nosso estudo

variou entre 102º e 118º, sendo a média de 110º (IC: 109º-111º) e a

mediana de 110º, o erro padrão da amostra de 0,6, a dispersão

dos valores de FP-OH e PM em relação à média dada foi 4,6. A

distribuição da variável foi normal (KS= 0,086; p > 0,100) e o

coeficiente de variação foi de 4,21%.

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3.1.6. OH-PM

A dimensão de OH-PM dos participantes no nosso estudo

variou entre 16 e 20 mm, sendo a média de 18 (IC: 18-19) e a

mediana de 19, o erro padrão da amostra de 0,2, a dispersão dos

valores de OH-PM em relação à média dada foi 1. A distribuição

da variável foi não normal (KS= 0,200; p > 0,0182) e o coeficiente

de variação foi de 6,92%.

3.1.7. Indíce de Apneia/Hipopneia inicial (IAHi)

Os participantes no nosso estudo apresentaram, antes de

iniciar o tratamento, um IAH que variou entre 5,9 e 85, sendo a

média de 21 (IC: 16-27) e a mediana de 15, o erro padrão da

amostra de 2,6 e a dispersão dos valores de IAHi em relação à

média dada foi 20. A distribuição da variável foi não normal (KS=

0,320; p < 0,0001) e o coeficiente de variação foi de 94,98%.

3.1.8. Saturação de Oxigénio Inicial Mínima Nocturna (SO2i)

Os participantes no nosso estudo apresentaram, antes de

iniciar o tratamento, uma percentagem SO2i que variou entre 66%

e 90%, sendo a média de 84% (IC: 82-85) e a mediana de 85%, o

erro padrão da amostra de 0,69, a dispersão dos valores de SO2i

em relação à média dada foi 5,4. A distribuição da variável foi

não normal (KS= 0,190; p= 0,0219) e o coeficiente de variação foi

de 6,40%.

3.1.9. Associações entre os parâmetros constantes e variáveis no

início do estudo

No início do nosso ensaio clínico, foram avaliadas as

associações que entendemos pertinentes entre os diferentes

parâmetros, para podermos estudar as eventuais alterações das

relações inter-variáveis que ocorreram como resultado do

tratamento implementado.

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83

• Idade

A idade dos nossos doentes não foi associada com o

IMC (rp= -0,038; IC: -0,29 – 0,22), nem com o IAHi (rs= -0,079;

IC: -0,33 – 0,19) nem com a SO2i (rs= -0,12; IC: -0,37 – 0,14).

• IMC

O IMC dos nossos doentes não foi associada com o

IAHi (rs= -0,14; IC: -0,39 – 0,13) nem com a SO2i (rs= 0,083; IC: -

0,18 – 0,34).

• (FP-OH e PM)º

O ângulo (FP-OH e PM)º dos nossos doentes não foi

associada com o IAHi (rs= -0,16; IC: -0,41 – 0,10) nem com a

SO2i (rs= -0,0074; IC: -0,27 – 0,25).

• IAHi

A associação do IAHi com a SO2i (rs= -0,26) revelou-se

controversa, pois o intervalo de confiança (-0,49 – 0,0033),

não demonstrou significância estatística, ao contrário do

valor de p (0,0465). Mas como o valor de rs foi substancial (-

0,26) e a relação biológica entre as duas variáveis

relevante, consideramos esta associação significativa.

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84

3.1.10. Caracterização dos participantes no fim do estudo

No fim do estudo, apenas caracterizamos os parâmetros

variáveis que, como já foi referido caracterizaram o resultado

clínico do tratamento .

• Indíce de Apneia/Hipopneia Final (IAHf)

Os participantes apresentaram, no fim do tratamento,

um valor de IAH que variou entre 1,6 e 23, sendo a média

de 6,8 (IC: 5,7-7,9) e a mediana de 4,9, o erro padrão da

amostra de 2,6 e a dispersão dos valores de IAH em relação

à média dada foi 20. A distribuição da variável foi não

normal (KS= 0,370; p< 0,0001) e o coeficiente de variação foi

de 63,77%.

• Saturação de Oxigénio Final Mínima Nocturna(SO2f)

Os participantes apresentaram, no fim do ensaio, uma

percentagem de SO2f que variou entre 81% e 99%, sendo a

média de 94% (IC: 93-95) e a mediana de 96%, o erro

padrão da amostra de 0,63, a dispersão dos valores de IAHf

em relação à média foi de 4,9. A distribuição da variável foi

não normal (KS= 0,340; p< 0,0001) e o coeficiente de

variação foi de 5,18%.

3.1.11. Resultados do Estudo

Os nossos resultados mostraram que a prevalência de

resultados clínicos favoráveis na nossa amostra foi de 75% (45 dos

60 doentes). Esta taxa de sucesso foi igual, quer quando se definiu

sucesso como sendo o número máximo de episódios de apneia

ou de hipopneia por hora igual ou inferior a 5, ou quando a

percentagem de saturação sanguínea de oxigénio foi superior a

95%. O grupo de doentes que respondeu positivamente à nossa

terapia, foi designado por T+, enaquanto que o grupo de doentes

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85

que não respondeu positivamente à nossa terapia, foi designado

por T-. Deste facto, no momento 0 do nosso estudo, o valor das

medianas de IAHi e de SO2i dos 60 indivíduos sujeitos a tratamento

foi de 15 e de 45% respectivamente, enquanto que no final do

tratamento os 45 participantes que obtiveram resultados clínicos

positivos apresentaram valores de 4,8 e 96% para as medianas de

IAHf e de SO2f.

3.1.12. Comparação entre T+ e T-

Quando comparados os diferentes parâmetros e variáveis

estudadas dos 60 doentes que obtiveram sucesso no tratamento

com os 15 que não apresentaram valores de IAHf e de SO2f

indicadores de sucesso terapêutico, obtivemos os seguintes

resultados:

• Sexo

A diferença de percentagem (OR= 0,53), avaliada

pelo teste exacto de Fisher, de mulheres com resposta

positiva ou negativa ao tratamento foi não significativa (IC:

0,13 – 2,1). Idêntico resultado foi observado em relação aos

homens (OR=1,2; IC: 0,49 – 2,7).

• Idade

A média etária dos grupos T+ e T- foram de 44 e 40

anos sendo os erros padrões 1,2 e 3,0, respectivamente. O

valor da diferença das médias foi de 4,8 e o seu erro

padrão de 3,2, sendo esta diferença, estatisticamente, não

significativa (IC: -2,0 – 12). Dadas as variâncias dos dois

grupos terem sido diferentes (p=0,0121), usamos o teste t

modificado por Welch, para comparar as médias.

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86

• IMC

A média do IMC dos grupos T+ e T- foram ambas de

29Kg/m2, porém tiveram diferentes erros padrão que foram

0,41 e 0,47, respectivamente. O valor da diferença das

médias foi de 0,11 e o seu erro padrão de 1,6, sendo esta

diferença estatisticamente, não significativa (IC: -1,4 – 1,6).

Dado que as variâncias dos dois grupos não foram

diferentes (p=0,0121), usamos o teste t para amostras não

emparelhadas.

• (FP-OH e PM) º

O valor médio do ângulo (FP-OH e PM) º dos grupos T+

e T- foram ambos de 110º, porém tiveram diferentes erros

padrão, que foram 0,64 e 0,79, respectivamente. O valor da

diferença das médias foi de 5,40 e o seu erro padrão de 1,2,

sendo esta diferença, estatisticamente significativa (p<0,05

e IC: 3,1 – 7,7).

• (GoMeN)º

O valor médio do ângulo (GoMeN)º dos grupos T+ e T-

foram ambos de 70º, porém tiveram diferentes erros padrão

que foram 0,84 e 1,80, respectivamente. O valor da

diferença das médias foi de 0,18 e o seu erro padrão de 1,8,

sendo esta diferença, estatisticamente, não significativa (IC:

-3,4 – 3,7). Dado que as variâncias dos dois grupos não

foram diferentes (p=0,0875) usamos o teste t para amostras

não emparelhadas.

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87

• OH-PM

O valor médio da distância (OH-PM) dos grupos T+ e T-

foram de 18mm e 19mm, sendo os erros padrão 0,19 e 0,28,

respectivamente. O valor da diferença das médias foi de -

0,87 e o seu erro padrão de 0,36, sendo esta diferença,

estatisticamente, significativa (p<0,05 e IC: -1,60 – -0,15).

• IAHi

O valor da mediana do IAHi dos grupos T+ e T- foram

ambas de 15, sendo esta diferença, estatisticamente, não

significativa (p=0,8345).

• SO2i

A média de SO2i dos grupos T+ e T- foram de 83% e

85% sendo os erros padrões 0,87 e 0,91, respectivamente. O

valor da diferença das médias foi de -2,0 e o seu erro

padrão de 1,3, sendo esta diferença, estatisticamente, não

significativa (IC: -4,6 – 0,51). Dado que as variâncias dos dois

grupos foram diferentes (p=0,026) usamos o teste t

modificado por Welch, para comparar as médias.

• IAHf

O valor da mediana do IAHf dos grupos T+ e T- foram

de 96 e 87, respectivamente, sendo esta diferença (9),

estatisticamente, significativa (p<0,0001).

• SO2f

O valor da mediana do SO2f dos grupos T+ e T- foram

de 4,8 e 12, respectivamente, sendo esta diferença (7,2),

estatisticamente, significativa (p<0,0001).

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88

Comparação dos grupos T+/T-, quanto às variáveis

indicadoras de sucesso

Legenda: * medianas, W Teste de Wilcoxon, MW Teste de Mann Withney, tp Teste de t de Student

para dados emparelhados, t Teste de t de Student, a< 0,05

Caracterização dos parâmetros Idade, IMC, (FP-OH e PM)º,

OH-PM e (GoMeN)º, no grupo T, T+ e T-

Legenda: * medianas, IC intervalo de confiança

T T+ T- dif T+/T-

IAHi 15* 15* 15* 0*; p= 0,8345MW

dif -11,1; p<0,0001W -10,2; p<0,0001W -3; p=0,118W

IAHf 4,9* 4,8* 12* -7,2*; p< 0,0001MW

SO2i 85%* 85%* 85% ± 0,91ep -2,0; p= 0,114t

dif 11%; p<0,0001W 11%; p<0,0001W 1,8%; p=0,2028tp

SO2f 96%* 96%* 87% ± 1,1ep -7,2*; p< 0,0001MW

Idade (anos) IMC (Kg/m2) (FP-OH e PM)º OH-PM (mm) (GoMeN)º

T

43 ± 1,2 (IC: 41,0 –

46,0)

29 ± 0,33 (IC: 28,0 -

30,0)

110 ± 0,60 (IC: 109,0 -

111,0) 19*

70 ± 0,77 (IC: 69,0 -

72,0)

T+

44 ± 1,2 (IC: 42,0 –

47,0)

29 ± 0,41 (IC: 28,0 -

30,0)

111 ± 0,60 (IC: 110 -

113) 18 ± 0,19 (IC: 18 - 19)

72 ± 0,77 (IC: 69,0 -

72,0)

T+/T-

4,8 ± 3,2 (IC: -2,0 -

12,0) e p=0,1511

0,11 ± 0,74 (IC: -1,4 -

1,6) e p=0,8853

5,4 ± 1,2 (IC: 3,1 - 7,7)

e p<0,0001

-0,87 ± 0,36 (IC: -1,6 - -

0,15) e p=0,0398

0,18 ± (-3,4 - 3,7)

p=0,919

T-

40 ± 3 (IC: 33,0 -

46,0)

29 ± 0,47 (IC: 28,0 -

30,0)

106 ± 0,79 (IC: 104,0 -

108,0) 19 ± 0,28 (IC: 18 - 20)

70 ± 1,80 (IC: 66,0 -

74,0)

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Tabela de correlações

Idade (anos) IMC (Kg/m2) (FP-OH e PM)º

T SO2i rs= -0,12; IC:-0,33 - 0,17 rs= 0,08; IC:-0,18 - 0,34 rs= -0,01; IC:-0,27 - 0,25

SO2f rs= 0,19; IC:-0,07 - 0,43 rs= -0,05; IC:-0,31 - 0,21 rs= 0,45; IC:-0,21 - 0,63

IAHi rs= -0,08; IC:-0,33 - 0,19 rs= -0,14; IC:-0,39 - 0,13 rs= -0,16; IC:-0,41 - 0,10

IAHf rs= -0,07; IC:-0,33 - 0,19 rs= 0,16; IC:-0,10 - 0,41 rs= -0,46; IC:-0,64 - -0,22

T+ SO2i rp= 0,07; IC:-0,24 - 0,35; CD=0,00 rp= -0,19; IC:-0,33 - 0,26; CD=0,00 rp= 0,04; IC:-0,26 - 0,33; CD=0,00

SO2f rs= 0,02; IC:-0,29 - 0,32 rs= 0,03; IC:-0,28 - 0,33 rs= 0,17; IC:-0,14 - 0,45

IAHi rs= -0,15; IC:-0,44 - 0,16 rs= 0,04; IC:-0,34 - 0,27 rs= -0,32; IC:-0,57 - -0,01

IAHf rs= 0,12; IC:-0,19 - 0,41 rs= 0,23; IC:-0,09 - 0,50 rs= -0,10; IC:-0,39 - 0,21

T- SO2i rp= -0,62; IC:-0,85 - -0,17; CD=0,38 rp= 0,53; IC: 0,05 - 0,81; CD=0,28 rp= 0,41; IC:-0,11 - 0,75; CD=0,16

SO2f rp= -0,02; IC:-0,51 - 0,48; CD=0,00 rp= -0,17; IC:-0,61 - 0,36; CD=0,03 rp= 0,19; IC:-0,35 - 0,64

IAHi rs= 0,10; IC:-0,43 - 0,58 rs= -0,47; IC:-0,79 - 0,05 rs= 0,19; IC:-0,07 - 0,43; CD=0,05

IAHf rp= -0,02; IC:-0,51 - 0,48; CD=0,00 rp= 0,15; IC:-0,38 - 0,60; CD=0,021 rp= 0,32; IC:-0,21 - 0,70; CD=0,10

OH-PM (mm) (GoMeN)º

T SO2i rs= 0,01; IC:-0,27 - 0,25 rs= -0,13; IC:-0,38 - 0,14

SO2f rs= -0,07; IC:-0,32 - 0,20 rs= 0,03; IC:-0,23 - 0,29

IAHi rs= -0,16; IC:-0,41 - 0,10 rs= 0,08; IC:-0,19 - 0,33

IAHf rs= -0,46; IC:-0,64 - -0,22 rs= 0,19; IC:-0,07 - 0,43

T+ SO2i rp= 0,28; IC:-0,01 - 0,54; CD=0,08 rp= -0,28; IC:-0,53 - 0,02; CD=0,08

SO2f rs= -0,08; IC:-0,37 - 0,23 rs= 0,11; IC:-0,20 - 0,40

IAHi rs= 0,5; IC:-0,26 - 0,35 rs= 0,02; IC:-0,29 - 0,32

IAHf rs= -0,21; IC:-0,49 - 0,10 rs= 0,14; IC:-0,17 - 0,43

T- SO2i rp= -0,35; IC:-0,72 - 0,18; CD=0,12 rp= -0,08; IC:-0,56 - 0,43; CD=0,01

SO2f rp= 0,21; IC:-0,32 - 0,64; CD=0,04 rp= -0,13; IC:-0,59 - 0,39; CD=0,02

IAHi rs= -0,10; IC:-0,58 - 0,43 rs= 0,46; IC:-0,06 - 0,79

IAHf rp= -0,60; IC:-0,84 - -0,15; CD=0,36 rp= 0,23; IC:-0,30 - 0,65; CD=0,05

Legenda: a negrito encontram-se os valores estatisticamente significativos, rp r de Pearson, rs r de

Spearman, CD coeficiente de determinação.

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Capítulo 4 -Discussão

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91

4. Discussão

4.1. Discussão do método

A metodologia estatística adoptada esteve de acordo com

os propósitos do nosso ensaio clínico, ou seja, estudar, nos doentes

com SAOS, o grau de sucesso da terapia com DAM e avaliar a

importância da análise cefalométrica na predictibilidade deste

tratamento.

A dimensão do grupo estudado foi escolhida de acordo

com estudos prévios, nos quais os critérios de sucesso (IAH e SO2)

(155;217)e os parâmetros cefalométricos e

antropométricos(218;219) coincidiram com os do nosso.

Verificamos, ainda, que o número de participantes se revelou

suficiente, uma vez que a taxa de sucesso obtida nesses estudos,

(que está relacionada com os mecanismos biomecânicos do

aparelho aplicado), foi elevada (75%).

Os resultados obtidos com a análise bivariada, permitiram-

nos observar que, entre o grupo T+ e T-, os parâmetros como o

IMC, a idade , o sexo e o ângulo GoMeNº, não apresentaram

diferenças estatisticamente significativas, não parecendo ser

factores determinantes na diferença dos resultados clínicos

obtidos entre os grupos T+ e T-. Por outro lado, os parâmetros (FP-

OH e PM)ºe (OH-PM) foram significativamente diferentes entre os

dois grupos com p<0,0001 e p= 0,0137, respectivamente, sendo o

ângulo (FP-OH e PM)º mais importante no resultado clínico. Tendo

em conta tais resultados do estudo comparativo, não

entendemos necessário realizar uma análise multivariada, pois o

modelo estatístico daí resultante permitiria chegar a conclusões

idênticas à da análise bivariada. No estudo das associações entre

variáveis, dada a dimensão da amostra, apenas encontramos

correlações significativas para valores de r elevados (r>0,32) o que

constituiu uma limitação neste tipo de estudo. Por este motivo, os

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testes rp e rs foram considerados pontualmente para a

intrepretação dos resultados.

4.2. Discussão dos resultados

4.2.1. Discussão do sucesso terapêutico

No nosso estudo, optamos por definir sucesso

terapêutico, como a ausência de doença. Desta forma,

todos os doentes que, após utilização do DAM, registaram

IAH iguais ou inferiores a 5, foram considerados tratados

com sucesso. Esta nossa definição de sucesso, é mais

rigorosa, do que a utilizada por grande parte dos autores,

que estudam este tema. De facto, a definição de sucesso

terapêutico, para grande parte dos autores, passa por uma

diminuição do IAH, sem necessariamente implicar, uma

diminuição do índice para valores iguais ou inferiores a 5.

4.2.2. Eficácia dos DAM

Os dados obtidos no nosso estudo, relativamente à

eficácia dos DAM, são semelhantes (porventura superiores)

aos publicados anteriormente, por outros autores

(48;148;220-227). Os nossos dados, apresentam uma taxa de

sucesso elevada (75%), correspondendo este sucesso,

conforme já referido anteriormente, a um IAH igual ou

inferior a 5. Este aspecto mostra a necessidade de se

conseguir identificar, precocemente, de forma eficaz, os

doentes que não irão responder positivamente à

terapêutica com DAM.

Outro aspecto importante é o facto de, durante todo

o estudo, não ter havido nenhum abandono por parte dos

doentes. Este dado merece especial destaque, levando-nos

a reflectir sobre o impacto que a SAOS e, principalmente, a

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falta de terapêuticas adequadas, tem sobre a qualidade

de vida dos doentes (228-232). Sem dúvida que este

aspecto estará directamente relacionado com a

motivação dos doentes(233).

O nosso estudo veio, mais uma vez, demonstrar que

uso de DAM é uma opção válida na terapia da SAOS,

como demonstra a nossa taxa de sucesso elevada (75%). O

mecanismo através do qual o nosso DAM funciona assenta

nos seguintes pontos:

- O aumento da dimensão vertical de oclusão (DVO)

provoca hipertonia muscular dos músculos da orofaringe

(215).

- O avanço mandibular promove o aumento do

lúmen faríngeo. Este fenómeno explica-se pelo facto da

língua se inserir nas apófises géni da mandíbula, por

intermédio do seu músculo, genioglosso (215;234).

- A hipertonia do palato mole deve-se à sua relação

com língua, por intermédio do músculo palatoglosso

(49;234).

- A redução da pressão negativa na cavidade oral

(equalização da pressão atmosférica através dos orifícios),

durante a inspiração. (49)

- A facilitação da respiração bucal, nos doentes em

que o fluxo nasal está comprometido. (49)

4.2.3. Predictibilidade terapêutica utilizando o ângulo

(GoMeN)º

No estudo de Yu, X. et al, de 2003 (235), verificámos

que o valor médio do ângulo (GoMeN)º (67,8º (4,72)) foi

idêntico ao nosso (67,82º (4,11)). O valor médio do ângulo

(GoMeN)º foi obtido numa amostra de 62 adultos, de

dimensão semelhante à nossa (60 doentes). Contudo, os

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autores não fazem qualquer alusão ao sexo dos doentes,

nem, tão pouco, à sua idade. Este estudo não teve como

objectivo a avaliação de resultados terapêuticos. Quando

comparámos os valores dos ângulos (GoMeN)º, nos doentes

que responderam positivamente à terapia, com os que

tiveram uma resposta negativa, verificámos que não

existem diferenças significativas (p=0,5641). Este facto

demonstra que o sucesso terapêutico não está relacionado

com o valor do ângulo.

4.2.4. Predictibilidade terapêutica utilizando o ângulo

(FP-OH e PM)º e a distância OH-PM

Os estudos com carácter cefalométrico, que

procuram identificar referências esqueléticas que de

alguma forma condicionem a manifestação da SAOS,

estudam, de uma forma geral, referênciais ósseos a nível da

faringe e a nível cervical. A nossa opção em estudar este

ângulo, sendo um estudo original, não foi feita de forma

aleatória. A importância do posicionamento espacial do

OH tem sido estudada de forma atenta. Actualmente,

muitas das opções cirúrgicas bem sucedidas, na terapia da

SAOS, passam, forçosamente, por reposicionamento do OH.

Desta forma, pareceu-nos importante averiguar de que

modo o poscionamento espacial do OH poderá

condicionar o sucesso terapêutico com DAM.

Quando comparámos, os valores do ângulo (FP-OH e

PM)º nos doentes que responderam positivamente à

terapêutica, com os que tiveram uma resposta negativa,

verificámos que existem diferenças significativas (5,4 ±1,2

com p<0.0001). Podemos, portanto afirmar que para valores

do ângulo (FP-OH e PM)º, superiores a 110º, obtivemos uma

taxa de sucesso de 90%.

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Relativamente aos valores obtidos na distância OH-

PM, encontrámos uma diferença de (-0,70 ±0,33) que foi

considerada significativa e com p=0.0398. Assim, podemos

afirmar que para distâncias OH-PM compreendidas entre 16

mm e 18,5 mm, obtivemos uma taxa de sucesso de 92%,

correspondendo a 23 casos com sucesso, em 25 casos

possíveis.

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Capítulo 5 -Conclusões

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5. Conclusões

Dentro das limitações do estudo efectuado, podemos concluir

que:

• A utilização de DAM, na terapêutica de doentes com

SAOS, revela-se bastante eficaz, tendo, no nosso estudo,

alcançado uma taxa de sucesso de 75%, com um

periodo de seguimento de 14 meses.

• A distância OH-PM e o ângulo (FP-OH e PM)º podem ser

utilizados como factores de prognóstico de sucesso

terapêutico, com DAM.

• O ângulo (GoMeN)º não pode ser utilizado como um

factor de prognóstico de sucesso terapêutico, com DAM,

nos doentes com SAOS.

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Capítulo 6 - Resumo

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6 - Resumo

A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), é uma

patologia respiratória do sono frequente, caracterizada por roncopatia

e obstrução repetida da via aérea superior. As consequências

neurológicas e comportamentais desta patologia poderão ser as

seguintes:

- sonolência diurna,

- aumento do risco de acidentes de viação e

de trabalho,entre outros.

- diminuição da qualidade de vida.

As consequências cardiovasculares poderão ser as seguintes:

- hipertensão,

- risco aumentado de doença cardíaca

isquémica,

- insuficiência cardíaca congestiva,

- acidente vascular cerebral.

Na terapia da SAOS, os clínicos deverão considerar as

terapêuticas conservadoras, não invasivas e cirúrgicas. As medidas

conservadoras e a correcção de alterações morfológicas da via aérea

deverão ser as primeiras a aplicar. Caso estas medidas não sejam

eficazes ou não sejam passíveis de serem aplicadas, o recurso aos

Ventiladores de Pressão Positiva Contínua (CPAP) deverá ser a opção

de eleição, especialmente em situações de SAOS moderado ou grave.

No entanto, devido à sua forma protrusa, o CPAP poderá ter uma baixa

aderência e, consequentemente, uma baixa eficácia. Os

procedimentos cirúrgicos na terapia da SAOS poderão ser classificados

como procedimentos de ablação de tecidos moles e como

procedimentos que visam o reposicionamento de tecidos moles,

através de modificações esqueléticas.

Baseados nos actuais níveis de evidência, poder-se-à, porventura,

afirmar que os procedimentos cirúrgicos deverão estar reservados para

os doentes que não aderem à terapia com CPAP. O recurso à terapia

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farmacológica do doente com SAOS, deverá ser encarada como uma

medida suplementar, a ser instituída em casos específicos. Durante a

última década, o recurso aos aparelhos intra-orais, para tratar doentes

com SAOS, revelou-se uma medida popular. No entanto, os estudos até

hoje realizados apresentaram diversas limitações, em termos de

método, tornando ambíguas as indicações desta terapêutica.

No nosso estudo, utilizamos um grupo de 60 doentes, com

diagnóstico de SAOS (obtido através de polissonograma), e que por

motivos vários, não aderiram à terapêutica com CPAP. Realizamos

telerrediografias iniciais, fazendo em seguida a medição dos ângulos

(GoMenN)º, (FP-OH e PM)º e medimos a distância (OH-PM).

Seguidamente, os doentes começaram a utilizar dispositivos de avanço

mandibular (DAM), confeccionados por nós. Numa fase seguinte,

quando a adaptação aos DAM foi alcançada, os doentes foram

submetidos a novo exame polissonográfico, de forma a avaliar a

eficácia da terapêutica com o DAM. Os dados obtidos foram então

relacionados com as variáveis cefalométricas obtidas inicialmente.

Podemos concluir que a utilização de DAM, na terapêutica de

doentes com SAOS, revelou-se bastante eficaz (75% de sucesso) e que a

distância OH-PM e o ângulo (FP-OH e PM)º podem ser utilizados como

factores de prognóstico de sucesso terapêutico, com DAM.

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Abstract

Obstructive sleep apnoea syndrome (OSAS) is a common sleep

related breathing disorder characterized by snoring and repetitive upper

airway obstructions. Its neurobehavioral consequences may include:

- excessive sleepiness,

- an increased risk of accidents traffic or

work-related,

- an impaired quality of life.

Cardiovascular consequences may include:

- hypertension,

- increased risk of ischemic heart

disease,

- congestive heart failure,

- stroke.

In the management of OSAS, clinicians may consider various

treatment modalities, either conservative and non-invasive or surgical.

Conservative measures and the correction of morphological airway

abnormalities should be considered first. If these measures are not

effective or not applicable, continuous positive airway pressure (CPAP) is

currently regarded as the treatment of choice for, especially, moderate

to severe OSAS. However, due to the obtrusive nature of CPAP, the

effectiveness may be compromised by poor therapeutic compliance

and adherence. Surgical interventions for OSAS may roughly be

classified as ablative soft tissue surgery and surgical interventions that

aim at soft tissue repositioning by means of skeletal modifications. Based

on the current level of evidence, most surgical interventions in OSAS

should generally be reserved for patients failing CPAP therapy.

Pharmacological management of OSAS is only warranted as

supplementary treatment in specific patients. Over the past decade,

oral-appliance therapy has emerged as a popular alternative to CPAP.

However, methodological limitations of most trials studying this dental

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treatment modality make the precise indication for oral appliances

indistinct.

In our study, we used a group of 60 patients, with previous

diagnose of OSAS (diagnosed by polysonmography), with a low CPAP

compliance. A cephalometric study was made, and recorded the

angles Gonion-Menton-Nasion (GoMenN)º, Pterigoide clef- Hyoid bone-

mandibular plane (FP-OH-PM)º and the distance between Hyoid Bone-

Mandibular plane(OH-PM).

After this, the patients were instructed to use the oral appliance

every night (the oral appliance were build by us). On a second stage,

when full adaptation to the oral appliance was achieved, the patients

were submitted to a new polysonmography, using the oral appliance.

The data obtained was then correlated with the initial cephalometric

study.

Conclusions: the oral appliances has a high efficacy, when used to

treat patients with OSAS (75% success), the distance between OH-PM

and the angle (FP-OH-PM)º, can be used as prognostic factor, when

treating OSAS’s patients, with oral appliances.

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Capítulo 7 - Bibliografia

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Capítulo 8 - Anexos

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A Escala de Epworth

A Escala de Epworth, foi desenvolvida pelo Dr. Murray Johns, do hospital de Epworth, em Melbourne, Austrália. É um dos exames mais generalizados e de mais simples execução.

____________________________________________________________________________

Qual a probabilidade de se sentir sonolento ou de adormecer nas seguintes situações, em contraste com o cansaço normal? Isto refere-se a seu estilo de vida normal, nos tempos actuais. Mesmo que tenha tenha passado por alguma destas situações, tente imaginar como elas o poderão afectar.

Use a escala seguinte, escolhendo o número mais apropriado para cada situação:

• 0 = sem possibilidade de adormecer • 1 = ligeira probabilidade de adormecer • 2 = probabilidade moderada de adormecer • 3 = probabilidade elevada de adormecer

Situação Probabilidade de adormecer Sentado a ler

A ver televisão

Sentado inactivo num local público (i.e. teatro, reunião)

Como passageiro num automóvel, durante uma hora sem paragens

Deitado, a descançar, de tarde, quando as circunstâncias o permite

Sentado a conversar com alguém

Sentado, sossegado, depois de um almoço sem álcool

No carro, enquanto parado, por alguns minutos, no tráfego

Para ver a sua pontuação, some os resultados,

• 1 – 6: Parabéns, dorme o suficiente! • 7 – 8: O seu resultado é mediano. • 9 ou mais: Procure ajuda, junto de um especialista do sono,

rapidamente.

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Faculdade de Medicina Dentária Universidade do Porto

DISCIPLINA DE OCLUSÃO, ATM E DOR OROFACIAL Ficha Clínica da Consulta de S.A.O.S.

1. Dados Pessoais Nome:___________________________________________ Data:___/___/___ Idade:____ Sexo:______ Profissão:____________ Enviado por:____________ Peso:____ Altura:_____ IMC:_________ Com o diagnóstico de: _____________________________________________ 2. Motivo da Consulta __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3. História Clínica

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4. Cinemática mandibular

Abertura máxima:_____mm Lateralidade direita:_____mm Lateralidade esquerda:_____mm Protrusão:_____mm

Linha média interincisiva inferior desviada: Não �

Sim � Dir._____mm Esq._____mm

Sobremordida horizontal: _____mm

Sobremordida vertical: _____mm

Classe de Angle: Dir._____ Esq._____

Classe canina: Dir_____ Esq._____

Mordida aberta anterior Sim � Não �

Mordida aberta posterior Sim � Não �

Mordida cruzada anterior Sim � Não �

Mordida cruzada posterior Sim � Não �

Apinhamento Sim � Não �

4.1) Mão directora Direita � Esquerda �

5. Mastigação Habitual

Direita Esquerda

Anamnese

Teste da goma

0 5 10 15

15

30

45

5 10 15

60

Lat. direita Lat. esquerda

Abertura Máxima

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6. Articulação Temporomandibular

Ausência de dor / normal ( - ) Dor ligeira ( + ) Dor mediana (++) Dor intensa (+++)

7. Palpação Muscular

Ausência de dor / normal ( - ) Dor ligeira ( + ) Dor mediana (++) Dor intensa (+++)

ATM Direita Esquerda

Normal

Estalido de abertura

Estalido de fecho

Estalido recíproco

Crepitação

Dor espontânea

Dor nocturna

Dor à mastigação

Bloqueio em meia abertura

Limitação de abertura

Sub-luxação

Luxação

Polo lateral

Parede posterior

Músculos Direita Esquerda

Temporal anterior

Temporal posterior

Masseter superficial

Masseter profundo

Pterigoideu medial

Tendão do temporal

Supra-hioideus

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8. Meios Auxiliares de diagnóstico ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8.1 Dados relevantes obtidos através dos meios auxiliares de

diagnóstico:__________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

___________________________________

9. Diagnóstico ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 10. Plano de Tratamento ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 11. Tratamentos Efectuados ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Exemplo de estudo polissonográfico

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