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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ FAESPI CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA KAREN RAQUEL MUNIZ DE LIMA UM ESTUDO SOBRE DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA E O RISCO DE SUICÍDIO TERESINA PI 2017

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ – FAESPI

CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA

KAREN RAQUEL MUNIZ DE LIMA

UM ESTUDO SOBRE DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA E O RISCO DE

SUICÍDIO

TERESINA – PI

2017

1

KAREN RAQUEL MUNIZ DE LIMA

UM ESTUDO SOBRE DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA E O RISCO DE

SUICÍDIO

Monografia apresentada a Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharelado em Psicologia. Orientadora: Profª. Me. Myrla Sirqueira Soares.

TERESINA – PI

2017

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KAREN RAQUEL MUNIZ DE LIMA

UM ESTUDO SOBRE DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA E O RISCO DE SUICÍDIO

Monografia apresentada a Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharelado em Psicologia.

Aprovado em: _____ / _____ / 2017.

BANCA EXAMINADORA

Profª. Me. Myrla Sirqueira Soares Orientadora

Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI

Profº. Esp. Alexandre Henrique de Melo Azevedo 1ª Examinador

Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI

Profª. Esp. Lígia Damasceno Cronemberger Neiva 2ª Examinadora

Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI

3

AGRADECIMENTOS

Eu agradeço por todos os obstáculos que Deus coloca em meu caminho.

Nos momentos de dificuldades posso não compreender, mas quando chego ao topo

da montanha, reconheço na paisagem a lição que Ele me deu.

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RESUMO

Nos dias de hoje, a depressão em adolescentes é considerada comum, debilitante e recorrente, envolvendo um alto grau de morbidade e mortalidade, e muitas vezes são levadas com um problema sem importância, representando um sério problema de saúde pública, mesmo sendo bastante recente o interesse científico pela depressão neste período da vida, onde antes esse problema não era levado a sério e a partir do ano de 2000 começou o maior interesse. Os diagnósticos atuais definem que os sintomas básicos de depressão são os mesmos em adolescentes e adultos, entretanto, os pesquisadores destacam a importância do processo de maturação na apresentação sintomatológica da depressão, com características predominantes em cada fase do desenvolvimento. Este artigo visa apresentar uma revisão sobre as características de modo geral da depressão na adolescência e a prevalência da ideação suicida com o objetivo de contribuir com o esclarecimento desta patologia grave, comum e ainda pouco reconhecida e que ainda hoje é considerada como uma fase do adolescente. Palavras-chave: Depressão. Adolescência. Características.

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ABSTRACT

Today, depression in adolescents is considered to be common, debilitating and recurrent, involving a high degree of morbidity and mortality, and is often taken with an unimportant problem, representing a serious public health problem, even though the scientific interest in depression at the time of life, where before this problem was not taken seriously and from 2000 began the greatest interest. Current diagnostic systems define that the basic symptoms of depression and are the same in adolescents and adults, among, the researchers highlight an important maturation process in the symptomatological presentation of depression, with predominant characteristics at each stage of development. This article aims to present a review of the general characteristics of depression in adolescence and the prevalence of suicidal ideation in order to contribute to the clarification of this serious, common and still little recognized pathology and is still a phase of adolescence. Keywords: Depression. Adolescence. Characteristics.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 7

2 DEPRESSÃO .............................................................................................. 10

2.1 CONCEITO ................................................................................................. 10 2.2 DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA ........................................................... 11 2.3 FATORES DE RISCO ................................................................................. 13 2.4 DADOS DEMOGRÁFICOS ......................................................................... 14

3 SUICÍDIO .................................................................................................... 15 3.1 CONCEITO ................................................................................................. 15 3.2 FATORES DE RISCO DO SUICÍDIO .......................................................... 17 3.3 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO .............................................................. 18 3.4 ÌNDICE DE SUICÍDIO NO BRASIL ............................................................. 19

4 RELAÇÃO ENTRE SUICÍDIO E DEPRESSÃO ......................................... 21

4.1 DADOS ........................................................................................................ 23

5 METODOLOGIA ......................................................................................... 25

6 DISCUSSÃO ............................................................................................... 26

7 CONCLUSÃO ............................................................................................. 29

REFERÊNCIAS ........................................................................................... 31

7

1 INTRODUÇÃO

A depressão constitui num desvio mental interligado ao afeto e ao humor

bastante comum em toda a comunidade mundial. Vem sendo caracterizada com

episódios onde se percebe a perda de prazer, de interesse e até de apetite,

incorrendo em falta de energia e consequente pensamento de morte. Todos esses

fatores sempre ligados à uma tristeza profunda. (FONSECA, 2011).

Cordeiro (2002) coloca que há possibilidade de especificar um grupo de

fatores ligados a depressão, dentre os quais se pode citar: acometimento maior em

mulheres, geralmente casadas; indivíduos do sexo masculino morando sozinhos,

com idade entre 20 e 40 anos; perda de parentes antes do período adolescente,

depressão no histórico familiar, dentre outros.

Os sintomas da depressão nos adolescentes apresentam semelhança com

os de um adulto: fadiga, ansiedade ou agitação, sentimentos de inutilidade ou culpa,

desesperança, expressões de desamparo, encolhimento social, dificuldade em

tomar decisões e desejo suicida, dentre outros. Divergentemente da pessoa adulta,

que manifesta tristeza ou solidão, o indivíduo adolescente manifesta, em maior grau,

que está sempre irritado, com comportamento explosivo. (RUDOLPH, 2009).

A relevância do problema da depressão nesta fase da vida vem tendo

reconhecimento pelo fato de os casos clínicos estarem sofrendo constantes

aumentos, com frequência apontada pelos profissionais da saúde mental. (LEVISKY,

2002).

Segundo Schneider e Ramires (2007), a partir da adolescência, a

sintomatologia depressiva passa a ser responsável por cerca de 75% das

internações psiquiátricas. Diante desta realidade, torna-se urgente a necessidade de

estudos com foco nesta situação clínica e em métodos de intervenção apropriado.

A adolescência se configura numa fase de muitas transformações no

desenvolvimento do indivíduo em que acontecem modificações biológicas tanto na

puberdade como no amadurecimento biopsicossocial e muitos conflitos internos

desenvolvidos pelos próprios adolescentes. As modificações no comportamento se

confundem com as doenças mentais, sendo até mesmo denominada de “frescura”

ou fase passageira. (FONSECA, 2011).

Indivíduos na fase da adolescência que têm depressão desenvolvem mais

sintomas instáveis e irritáveis e muitas vezes demonstrações de fúria, em vez de se

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queixarem ou demonstrarem tristeza, tendo a possibilidade de acontecer crises

constantes de descontrole e raiva. Estima-se que aproximadamente 80% dos jovens

com depressão tem humor seguido de irritação. (KAZDIN; MARCIANO, 1998).

Dessa forma, a depressão na adolescência, decorrente dessas mudanças

de comportamento, vem sendo um problema preocupante de saúde pública devido

muitos dos casos acabarem em suicídio. Assim, observa-se que a depressão na

adolescência a uma incidência de ansiedade. (SOUZA,1999).

O portador de sintomas depressivos está presente nos diversos lugares da

comunidade: nas clínicas, nos hospitais, além dos centros de saúde mental que

cada vez mais estão ficando lotados. Diante deste panorama, onde o suicídio ainda

é tratado como tabu, surge à necessidade de desmistificar o tema, levando em

consideração o trauma que o suicídio acarreta ao meio social. Como se trata de um

assunto polêmico, gerador de muita angústia e disparador de fantasias, é preciso

sensibilizar a sociedade para a importância de um olhar menos amedrontado e mais

acolhedor, onde o sofrimento do outro possa ser mais escutado, possibilitando

intervenções. (BARBOSA et al, 2011).

Nesse contexto, o seguinte trabalho tem por objetivo realizar revisão de

literatura sobre a depressão na adolescência e o risco de suicídio, como objetivo

geral analisar o desenvolvimento da depressão na adolescência e o risco de suicídio

e também Investigar os fatores de risco, apontar os índices de suicídio relacionado a

depressão na adolescência e por fim verificar a influência do contexto social nesse

processo da depressão na adolescência.

O primeiro capítulo traz uma abordagem da depressão em si, ressaltando

sua definição sob a ótica de alguns autores, assim como a depressão na

adolescência propriamente dita, os fatores de risco que podem desencadear e

agravar a depressão, assim como os dados demográficos para analisar a evolução

de casos da mesma ao longo dos anos.

O segundo capítulo aborda a questão do suicídio, trazendo também alguns

conceitos de alguns estudiosos sobre o tema, os fatores de risco que devem ser

observados para que o ato seja cometido, como diagnosticar e tratar a tempo e

também dados sobre o número de casos no Brasil.

O terceiro capítulo vem fazer uma relação entre suicídio e depressão,

buscando enfatizar que, ainda que o suicídio esteja ligado a vários fatores, a

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depressão em maior grau é o fator que mais está relacionado com esta prática cada

vez mais comuns entre adolescentes e jovens adultos.

O quarto capítulo traz a discussão do tema entre alguns autores, onde os

mesmos farão análises que estarão em acordo ou em desacordo uns com os outros,

contudo procurando destacar possíveis soluções.

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2 DEPRESSÃO 2.1 CONCEITO

Conforme Teodoro e Wagner (2010), a depressão passou a ser vista como

um distúrbio mental, provocado por uma interação complexa entre elementos

psicológicos, orgânicos, espirituais e ambientais, com características de angústia,

diminuição do humor e falta de interesse pelas coisas, assim como a falta de energia

e prazer frente a vida.

A depressão era frequentemente comparada a melancolia durante muito

tempo. A expressão "depressão" já tinha uso nos dicionários da medicina em 1860,

fazendo referência ao fenômeno abaixamento de ânimo que atingia indivíduos que

sofriam com alguma patologia. Ao fim do século passado, a depressão virou

sinônimo de melancolia, contudo o significado dessa palavra era confuso e

praticamente nada tinha a ver com a psicologia do atual século. (BARBOSA ET AL,

2011). Ainda de acordo com Barbosa et al (2011, p. 11):

A melancolia era atribuída ao rompimento da harmonia entre os quatro humores do organismo (bile negra, bile amarela, catarro e sangue) que em seu equilíbrio no organismo indicavam o estado de saúde, com predomínio da bílis negra. (melanio chole).

Essa patologia silenciosa pode ser considerada como algo ruim que cria

raízes no eu do ser humano, impedindo suas vontades e atuando de maneira

negativa no caminho dos seus pensamentos, causando prejuízos ao indivíduo tanto

no âmbito psicossocial como no individual, fazendo com que a pessoa fique na

extrema tristeza e sofrimento. (COUTINHO, 2006).

A Depressão é apontada nos dias de hoje pela OMS como a quarta doença

mais presente no mundo. Estima-se que a doença afete 300 milhões de pessoas, e

menos de 25% dos deprimidos tem acesso ao tratamento. Calcula-se que 5 a 10%

da população mundial sofrerão ao menos um episódio de depressão ao longo da

vida. (BARBOSA et al, 2011). A depressão atualmente pode ser considerada um dos

problemas mais comuns encontrados pelos profissionais na área de saúde mental

ao diagnosticar e tratar seus pacientes. Os transtornos mentais e de comportamento

correspondem a 12% das doenças mundiais. (BAPTISTA, OLIVEIRA;2002).

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A depressão também pode afetar as funções do corpo além de efeitos sobre

o comportamento como mudanças de humor varias vezes durante o dia, alguns dos

quais são, interferência nas chances de sucesso no aprendizado com a falta de

interesse e atenção e no trabalho, aumento da possibilidade de ter filhos

problemáticos, dependência nicotínica, alcoolismo e suicídio e outros fatores.

(NEDLEY, 2010).

A depressão além de ser uma doença que cresce a cada dia tem pessoas

que confundem depressão e tristeza que são totalmente diferentes. A tristeza é um

sentimento momentâneo, é uma reação a alguma situação que aconteceu. A

depressão é uma doença e pode trazer sérios problemas na vida da pessoa, ela

sofre a maior parte do tempo e perde o interesse por coisas simples do seu

cotidiano.

2.2 DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA

A adolescência deve ser encarada como uma etapa crucial, sem limites

rígidos, do processo de crescimento e desenvolvimento, que se foi delineando

através do tempo. É um período extremamente relevante para a construção do

indivíduo, quer a nível físico quer a nível psicossocial. Nesta fase, ocorrem

mudanças que têm um papel fundamental na explicação da adolescência como um

período de crise, caracterizado por uma ambivalência de sentimentos e

transformações na saúde mental do indivíduo, podendo induzir perturbações do

humor. Desta forma, a adolescência é muitas vezes considerada como um período

naturalmente depressivo, devido à correspondência que existe entre as alterações

de humor e esta fase de desenvolvimento. (JOAO, et al,). A adolescência pode ser

considerada como o período da vida humana que sucede à infância, quando ocorre

uma série de mudanças corporais, físicas, hormonais e psicológicas, podendo se

tornar um processo conflituoso na medida em que se caracteriza por uma fase de

auto-afirmação, absorção dos valores culturais e elaboração de projetos para

inserção da integração social. (BAPTISTA, OLIVEIRA;2002).

Talvez seja porque o mundo moderno esteja se tornando cada vez mais

complexo, onde cada vez mais são cobrados pelos seus pais e sociedade, um

mundo mais competitivo, exigente, e muitos adolescentes têm dificuldades para lidar

com as necessidades de adaptação que se deparam diariamente e durante toda sua

vida. (BALLONE, 2008).

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Se os conflitos próprios dessa fase da adolescência forem mal conduzidos

ou ate mesmo tratados como algo sem importância ou banal pela família e amigos,

podem contribuir para o surgimento de transtornos do humor e, em particular, da

depressão. (RANÑA, 2001).

A depressão em adolescente é difícil de ser diagnosticada, devido muitos

adolescentes viverem em seus quartos em mundos digitais e vínculos virtuais,

porém quando se torna prolongada e incapacitante, a intervenção e o tratamento

tornam-se necessários. (SILVA, 2010).

Os adolescentes se deparam com várias situações novas todos os dias no

seu meio social e problemas gerados por eles mesmos e pressões sociais,

favorecendo condições próprias para que apresentem flutuações do humor e

mudanças expressivas no comportamento e até mesmo isolamento total. Alguns

mais sensíveis, e sentimentos podem desenvolver quadros depressivos. (BALLONE,

2008).

Os adolescentes tendem a considerar como depressão o sintoma, mas não

tem conhecimento do por que dos sintomas ou o que ele pode gerar e ate que ponto

pode ser prejudicial. A desinformação é um fator que influencia na adesão do

tratamento e sem conhecimento pode agravar o quadro clínico até o ponto mais

critico o suicídio (STUART, 2001). Conforme Bahls (2003, p. 30):

[...] em jovens depressivos o índice de suicídio é maior do que em adultos. Esses dados confirmam que a adolescência é considerada um fator de risco, principalmente se o jovem estiver em um quadro depressivo. Não desconsiderando outras etapas da vida, como o infante, o adulto e o idoso, que também estão sujeitos à depressão e a riscos de suicídio.

O adolescente não costuma ser a melhor fonte de informação quanto ao seu

sofrimento depressivo, seus colegas, amigos, são os que mais facilmente reparam

as modificações ocasionadas pela patologia observando as mudanças de humor e

isolamentos ou ataque de raiva. (SADLER, 1991).

Muitos dos problemas familiares ocorrem porque a família acredita que as

atitudes do adolescente de rebeldia e indisciplina, não percebem que este

comportamento decorre da oposição aos princípios de vida respeitados no grupo.

(KOLB,1996).

A ocorrência dos transtornos depressivos é discutível, havendo grandes

variações quanto a possível porcentagem de prevalência na população, bem como

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entre os sexos. Em relação a estas variações, pode-se citar também a diversificação

de metodologia aplicada às pesquisas, bem como a dificuldade de padronização dos

vários tipos de transtornos depressivos, além disto, a existência de diversas

nomenclaturas (transtorno depressivo maior, transtorno distímico, episódio

depressivo maior etc.) e graus (depressão leve, moderada e grave) acabam por

dificultar números mais exatos em relação à prevalência de depressão na população

em geral. (NUNES, SAID,RIGHETTO;2001).

2.3 FATORES DE RISCO

A maioria dos jovens que estão inseridos num determinado grupo de

amigos, com os quais estabelecem uma relação de proximidade e de apoio mútuo,

podem apresentar uma menor probabilidade de desenvolver depressão

relativamente às pessoas que não têm suporte social por parte dos membros do seu

grupo. (JOAO, et al,).

Estudos afirmam que fatos traumáticos ocorridos na infância, como perda de

vínculos afetivos devido a morte, separação dos pais, abandono são fatores pré

disponentes a depressão e também ligados ao suicídio. (ZAVASCHI et al., 2002).

Os fatores de risco para depressão em adolescentes, no qual, podem ser

levados em consideração como mais importante é a presença de depressão em um

dos pais, sendo que a existência de histórico familiar para depressão aumenta o

risco em pelo menos três vezes, seguido por estressores ambientais, como abuso

físico e sexual e perda de um dos pais, irmão ou amigo íntimo, a família está ligada

diretamente aos fatores de risco da depressão na adolescência. (ANDRIOLA;

CAVALCANTE, 1999). Segundo Cruvinel (2003);

[...] alguns fatores são indicadores de que o adolescente está manifestando uma depressão, e o principal é quando seu rendimento escolar cai, passando a não apresentar resultados satisfatórios dentro da sala de aula, a disciplina que em geral que o adolescente tende a apresentar mais dificuldade é a matemática, pois ela exige do aluno concentração, atenção e memorização, justamente os processos cognitivos mais prejudicados na depressão. Os pais e professores devem estar atentos ao comportamento do adolescente, principalmente, como citado acima, se o rendimento caiu nos últimos tempos e se o adolescente está apresentando os sintomas que descrevem o quadro depressivo.

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2.4 DADOS DEMOGRÁFICOS

De fato, observou-se nas duas últimas décadas um aumento muito grande

do número de casos de Depressão com início na adolescência e na infância, onde

antes na infância pensava-se não existir essa doença. Algumas pesquisas também

mostram que cerca de 20% dos estudantes do ensino médio sentem-se

profundamente infelizes ou têm algum tipo de problema emocional devido varias

decepções ou frustrações no processo de aprendizagem.

Calcula-se que 5 a 10% da população mundial sofrerão ao menos um

episódio de depressão ao longo da vida. As mulheres apresentam chances maiores

de deprimir (10 a 20%) do que os homens (5 a 12%). Cerca de 15% dos deprimidos

graves se suicidam (OMS, 2001).

A saúde mental dos jovens vem preocupando muitos especialistas por todo

o mundo. Jovens sócio economicamente desfavorecidos representam, geralmente,

um risco mais elevado devido o índice de frustração e preocupação serem mais

elevados. Cerca de 4% dos jovens com idades compreendidas entre os 12 e os 17

anos e cerca de 9% dos jovens com 18 anos sofrem de depressão e muitas vezes

não é identificado pelos responsáveis. Nos jovens a depressão encontra-se

associada ao suicídio um problema maior em muitos países e a segunda causa de

morte entre os jovens, podendo ser uma falta de acompanhamento mais

aprofundado dos pais ou até mesmo descaso das autoridades responsáveis pela

saúde publica.

Estima-se que entre 10% e 20% dos adolescentes da região da Europa

venha a desenvolver um ou mais problemas mentais ou de comportamento, e a

porcentagem de transtornos mentais é normalmente subestimada. (OMS, 2009).

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3 SUICÍDIO 3.1 CONCEITO

Suicídio (do latim sui, "próprio", e caedere, "matar") é o ato intencional de

matar a si mesmo. Pensar em Suicídio é se entregar a uma busca incansável dos

porquês. É refletir sobre quais sentimentos, faltas, lacunas ou mistérios rondavam

aquela existência. Muitos questionamentos surgem, como por exemplo, por que as

pessoas se matam, o que aconteceu com aquela pessoa para desistir de viver e se

matar, etc. Isto consequentemente nos leva a uma busca por respostas no sentido

de aliviar o sofrimento e a sensação de indignação e inconformismo, por alguém ter

decidido acabar com sua própria vida. (BARBOSA et al, 2011).

A tentativa de suicídio tem as mesmas características fenomenológicas do

suicídio, diferindo deste apenas quanto ao desfecho, que não é fatal; neste sentido,

deve-se diferenciá-la de outros comportamentos autodestrutivos, nos quais não

existe uma intenção de pôr fim à vida, embora elementos exteriores possam ser

comuns a ambos. (MANOEL, MELLO, JOSE; 2010).

A ideia do suicídio como um aparente desfecho para uma história de muito sofrimento, de um quadro depressivo, um ato de desespero ou insanidade, reacende uma discussão sobre a dificuldade que é a compreensão e a abordagem destas pessoas no desenrolar de suas tramas pessoais, além das dificuldades de detecção de sinais de desesperança, dos pedidos de ajuda, verbais e não verbais comuns frente ao surgimento do desejo de morte e da própria ideação suicida. Lidar com a morte nos remete a nossa própria finitude, que atormenta e ameaça. A morte voluntária (suicídio) assusta ainda mais, pois contraria, inquieta e deixa um incômodo no ambiente onde é revelada, suscitando ideias, sentimentos e fantasias de conteúdo terrorífico. (BARBOSA, et al, 2011)

O suicídio refere-se ao desejo consciente de morrer e á noção clara do que

o ato executado pode gerar. (ARAUJO et al., 2010). O comportamento suicida pode

ser dividido em três categorias: ideação suicida (pensamento, ideias, planejamento e

desejo de se matar), tentativa de suicídio e suicídio consumado. A ideação suicida é

um importante preditor de risco para o suicídio, sendo considerada o primeiro

“passo” para sua efetivação. (WERLANG et al., 2005).

Segundo Werlang (2005), a causa do suicídio está associada a dificuldade

que o indivíduo tem de achar alternativas para seus problemas.

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O suicídio na adolescência torna-se singular, na medida em que,

geralmente, nesta fase do desenvolvimento, aparecem sentimentos intensos de

baixa auto-estima e mesmo quadros psiquiátricos de grande risco.

(SUKIENNIK,200).

Não podemos esquecer que há uma coexistência de desejos e atitudes

antagônicas que capturam a indecisão do indivíduo frente à vida. Ele deseja morrer

e, simultaneamente, deseja ser resgatado ou salvo. Atos estereotipados de tomar

psicotrópicos e telefonar em seguida para conhecidos solicitando ajuda expressam

ambas as faces do ato. A maioria dos pacientes suicidas é ambivalente, incorpora

uma batalha interna entre o desejo de viver e o desejo de morrer. (MANOEL,

MELLO, JOSE; 2010).

Baggio et al. (2009) investigaram a prevalência de planejamento suicida e

fatores associados em adolescentes escolares da região metropolitana de Porto

Alegre. Foi encontrada uma prevalência de 6,3% de planejamento suicida entre

esses adolescentes, com taxas maiores de planejamento entre as meninas. Com

relação aos fatores associados ao planejamento, os adolescentes que relataram

sentimentos de solidão e tristeza apresentaram prevalência mais alta de

planejamento suicida do que adolescentes sem esses sentimentos.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2010), a

vulnerabilidade associada a doença mental, á depressão, a desordens relacionadas

ao álcool (alcoolismo), ao abuso, á violência, a perdas, á história de tentativas de

suicídio, bem como á “bagagem” cultural e social representam os maiores fatores de

risco ao suicídio.

O comportamento suicida deveria ser abordado pelos profissionais de saúde de acordo com a presença de determinadas características de personalidade como agressividade, impulsividade ambivalência e retraimento; a relevância da presença de antecedentes familiares, indicação de sinais de alerta e presença de ideação suicida. Nos aspectos interpessoais e vinculares levantamse, aspectos destrutivos presentes nas relações, funcionamento da dinâmica familiar muitas vezes conturbada, as dificuldades de comunicação durante uma crise depressiva e finalmente os tipos de despedidas utilizadas mais comumente pelos suicidas. No âmbito social, ressalta-se o medo da hereditariedade que assombra os familiares do suicida, por representar um conflito de difícil elaboração, experiência esta geradora de sentimentos ambivalentes, ora por culpa e ora por raiva; as fases do luto e a importância da criação de serviços de assistência psicológica aos enlutados e a disseminação das orientações aos sobreviventes. (BARBOSA, et al, 2011)

17

Ressalta-se que para cada caso de suicídio consumado existam entre 10 e

20 tentativas, o que reforça a tese da importância da detecção precoce dos riscos

presentes nos casos dos deprimidos suicidas. (BARBOSA, et al, 2011)

A mortalidade por suicídio tem aumentado progressivamente, em números absolutos, embora as variações das taxas de suicídio aumentem ou diminuam, conforme a região geográfica. Atualmente, registram-se mais de 870.000 óbitos por suicídio em todo o mundo, o que representa 49% de todas as mortes por causas externas. Infelizmente, não dispomos de registros mundiais equivalentes para as tentativas de suicídio; sabe-se, no entanto, a partir de estudos localizados, que as taxas de tentativas de suicídio podem ser de 10 a 40 vezes mais elevadas que as de suicídio.( MANOEL, MELLO, JOSE; 2010)

3.2 FATORES DE RISCO DO SUICÍDIO

Usualmente, o risco de um comportamento suicida é dado por indicadores

de natureza sociodemográfica e de natureza clínica; há também fatores genéticos

cuja precisão direta é ainda objeto de especulações, mas que pode ser inferida a

partir da história familiar do indivíduo. (MANOEL, MELLO, JOSE; 2010). De acordo

com Barbosa et al (2011, p. 46):

A falta de informação e esclarecimento sobre os riscos dos comportamentos autodestrutivos, por parte dos familiares e dos próprios profissionais de saúde, acarreta grande descompasso entre as necessidades daquele que apresenta a ideação suicida e a tomada de atitudes das pessoas de seu convívio, fator que ampliaria as possibilidades de se evitar o ato suicida. Alterações de comportamento, isolamento social, ideias de autopunição, verbalizações de conteúdo pessimista ou de desistência da vida, e comportamentos de risco podem sinalizar um pedido de ajuda. O comportamento suicida está frequentemente associado com a impossibilidade do indivíduo de identificar alternativas viáveis para a solução de seus conflitos, optando pela morte como resposta de fuga da situação estressante. Detectar e tratar adequadamente a depressão reduz as taxas de suicídio.

Contudo, devemos distinguir entre fatores predisponentes, ou seja, aqueles

remotos, distais, que criam o terreno no qual eclodem os comportamentos suicidas,

e os fatores precipitantes, proximais, que os desencadeiam, os quais são chamados

também de estressores associados ao risco de comportamentos suicidas. Os fatores

precipitantes (estressores) de comportamentos suicidas estão associados uma série

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de situações que implicam perdas, reais ou simbólicas, ou mudanças de status, no

geral, para pior. (MANOEL, MELLO, JOSE; 2010).

Os fatores de risco mais enumerados para o suicídio na adolescência são os

fatores culturais e sociodemográficos (problemas financeiros, desemprego) ; familiar,

perdas, conflitos interpessoais, etc. Os casos de suicídio vem aumentando a cada

dia, ainda existe a falta de consciência sobre o suicídio, as pessoas não falam

abertamente sobre o assunto e há uma deficiência em relação aos programas de

prevenção sobre o suicídio.

3.3 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais IV(DSM

IV,2000), a classificação dos tipos de depressão é: depressão reativa ou secundária,

depressão menor ou distinta, depressão maior ou unipolar e depressão maior ou

psicose maníaco- depressivo.

Segundo o DSM-5 o transtorno depressivo maior é caracterizado por

episódios distintos de pelo menos duas semanas de duração (embora a maioria dos

episódios dure um tempo consideravelmente maior) envolvendo alterações nítidas

no afeto, na cognição e em funções neurovegetativas, e remissões interepisódicas.

O diagnóstico baseado em um único episódio é possível, embora o transtorno seja

recorrente na maioria dos casos. Atenção especial é dada á diferenciação da tristeza

e do luto normais em relação a um episódio depressivo maior. O luto pode induzir

grande sofrimento, mas não costuma provocar um episódio de transtorno depressivo

maior. Quando ocorrem em conjunto, os sintomas depressivos e o prejuízo funcional

tendem a ser mais graves, e o prognóstico é pior comparado com o luto que não é

acompanhado de transtorno depressivo maior. A depressão relacionada ao luto

tende a ocorrer em pessoas com outras vulnerabilidades a transtornos depressivos,

e a recuperação pode ser facilitada pelo tratamento com antidepressivos.

E, como formas de tratamento, a literatura (BAHLS, 2003; KAPLAN et al

1997; RUBIO, 2002) apresenta as mais conhecidas: a utilização de medicações, a

psicoterapia e a associação das duas formas anteriores.

Os antidepressivos tricíclicos (imipramina, desipramina, amitriptilina e

nortriptilina) são os fármacos mais frequentemente utilizados na depressão e

geralmente receitados por psiquiatras. Para os pacientes que apresentam sintomas

19

de agitação e ansiedade, os anti-depressivos sedativos, como a imipramina,

parecem ser mais adequados e utilizados nesse tratamento. (WENDER;MAGNO,

2002).

Nos transtornos do ajustamento com humor depressivo, distimia e

depressão maior, pode-se usar antidepressivos como os tricíclicos: imipramina,

clomipramina, amitriptina ou nortriptilina. Essas drogas são as mais antigas e as

mais usadas em crianças e adolescentes, mesmo todos os dias tendo testes com

novas drogas esses sempre são utilizadas pela sua confiabilidade.

A posologia e a duração do tratamento devem ser adequadas para as

necessidades de cada paciente. De forma geral, a indicação para o uso de

psicofármacos irá depender do diagnóstico, considerando fatores como o tipo de

droga, a dosagem, a farmacocinética e a sensibilidade individual que pode ser

consultada nas bulas ou com seu medico. (ARNOLD,1999).

Mudanças no estilo de vida deverão ser debatidas com cada paciente,

objetivando uma melhor qualidade de vida. Os antidepressivos produzem, em

média, uma melhora dos sintomas depressivos de 60% a 70% no prazo de um mês

(THASE, 1995).

Podemos perceber quanto é difícil o tratamento e complexo as formas de

identificar e administrar as drogas corretas, isso precisa ser bem estudado e

analisado cada caso com muito cuidado para não ocorrer nenhum erro.

3.4 ÍNDICE DE SUICÍDIO NO BRASIL

No Brasil, as chamadas causas externas são as mais apontadas entre a

mortalidade de jovens, sendo o suicídio a sexta maior causa entre os óbitos

relacionados à violência (Barros, Oliveira, & Marin-Leon, 2004; Souza, Minayo, &

Malaquias, 2002). Considerando as diversas faixas etárias, os índices de suicídio no

Brasil não são tão alarmantes como nos países da Europa oriental (Estônia, Letônia,

Lituânia, Finlândia, Hungria, Rússia) e da Ásia (China e Japão), mas, em relação à

adolescência as taxas deste tipo de morte vêm, também, aumentando (De Leo,

2004; De Leo, Bertolote, & Lester, 2003; WHO, 2001). As taxas de mortalidade por

suicídio, no Brasil, oscilaram entre 3,5 e 4,6 óbitos em 100.000 habitantes no

período compreendido entre os anos de 1980 e 2000.

20

Ressalta-se que para cada caso de suicídio consumado existam entre 10 e

20 tentativas, o que reforça a tese da importância da detecção precoce dos riscos

presentes nos casos dos deprimidos suicidas. Os dados oficiais relativos a tentativas

de suicídio são mais falhos do que os de mortalidade por suicídio. (BARBOSA, et al,

2011).

No Brasil, 24 pessoas morrem diariamente por suicídio, sendo que esta

informação acaba por não ser divulgada. (BARBOSA, et al, 2011).

No Brasil, a taxa de suicídio também aumenta progressivamente, 21% em

um intervalo de 20 anos. As taxas aumentaram com a idade, principalmente para o

sexo masculino. A proporção de homens que se suicidaram é sempre maior que a

das mulheres, em todas as faixas etárias. Considerando-se as taxas totais, os

homens brasileiros se suicidaram de duas a quatro vezes mais que as mulheres.

Segundo a faixa etária, as pessoas com mais de 65 anos constituem o estrato com

as maiores taxas de suicídio. O efeito da idade é uma tendência crescente a partir

da faixa dos 45-54 anos, aumentando rapidamente até o estrato dos indivíduos com

mais de 75 anos. O suicídio de indivíduos entre 5-14 anos é uma condição pouco

frequente; entretanto, houve um aumento de 10 vezes na faixa etária de 15-24 anos

nos últimos anos. (MANOEL, MELLO, JOSE; 2010).

21

4 RELAÇÃO ENTRE SUICÍDIO E DEPRESSÃO

De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS),

acredita-se que até 2020, aproximadamente 1,6 milhão de indivíduos no mundo

virão a óbito por suicídio. Uma quantidade de dez a vinte vezes maior irá tentar esta

prática. Isso significa um caso de morte a cada 20 segundos e uma tentativa a cada

2 segundos. (BOTEGA, 2002).

A reflexão acerca do suicídio é também uma análise sobre o motivo deste

fenômeno ter sido encoberto com o passar dos anos pela sociedade, profissionais

da saúde, autoridades responsáveis e instituições familiares, silenciando, dessa

forma, um problema sério de saúde pública no país e no mundo. O que ocorre é que

esta camuflagem não é viável, e é preciso que se abordar o suicídio de maneira

realista e responsável, para que se promova a prevenção. (BOTEGA, 2002).

A literatura sobre o assunto ressalta que a ligação entre o suicídio e os

transtornos da mente está acima de 90%. Dentre estes transtornos que apresentam

associação com o ato suicida, o que se destaca é a depressão em grande nível.

Outros que ainda aparecem nos estudos associados são o abuso de bebidas

alcoólicas, transtornos bipolares relacionados ao humor, transtorno de personalidade

e esquizofrenia. (MELEIRO, 2004).

A mortalidade a nível global através do suicídio evoluiu em mais de 60% nos

últimos 50 anos, principalmente entre os jovens adultos. Atualmente o suicídio

corresponde ao terceiro motivo de morte entre indivíduos de 15 a 45 anos. Alerta-se

que para cada episódio em que houve consumação do suicídio, pode haver um

número de até 20 tentativas, em média, o que mostra o quanto é importante detectar

cedo os riscos existentes nos deprimidos suicidas, por exemplo (CHAHAMOVICK,

2009).

As informações oficiais relativas às tentativas de cometer ato suicida

apresentam mais falhas do que os de mortalidade suicida. Os dados disponibilizados

pela Organização Mundial da Saúde se encontram subestimados, visto que nele

todas as nações enviam seus respectivos dados para a atualização (MELEIRO,

2004).

No que diz respeito à identificação para uma tentativa de suicídio, a

característica fundamental que um indivíduo com depressão maior pode apresentar

para este ato consta de um período de, pelo menos, duas semanas nas quais se

22

identifica um humor deprimido ou falta de prazer ou interesse por praticamente todas

as atividades.

Em relação ao quadro de sinais ou sintomas que o adolescente pode

manifestar que tendem ao suicídio, Fontenelle (2008, p. 38) coloca o seguinte:

Em crianças e adolescentes o humor pode ser irritável ao invés de triste. O indivíduo também deve experimentar pelo menos quatro sintomas adicionais, extraídos de uma lista que incluí: alterações no apetite ou peso, sono e atividade psicomotora; diminuição da energia; sentimentos de desvalia ou culpa; dificuldades para pensar, concentrar-se ou tomar decisões; pensamentos recorrentes sobre morte ou ideação suicida, planos ou tentativas de suicídio. A Depressão é classificada segundo os critérios: leve, moderada e grave. Nos quadros moderados e graves sempre há necessidade de se mapear se há presença de ideias de morte ou ideação suicida.

Dessa forma, infere-se afirmar que os sinais que levam ao suicídio

decorrem, em grande parte, em pessoas com depressão. Em complemento a

Fontenelle, em relação a depressão grave, Cunha (2013) ressalta que, tanto em

adolescentes como em adultos jovens, o quadro de sinais são diversas vezes

acompanhados por mudanças no sono, não interesse nas questões sociais,

desespero, apatia, sensação de estar desamparado, exaustão, tanto física quanto

psicológica. Desta forma, ainda segundo a autora, estas perturbações ou sinais

depressivos poderão constituir apontadores de conduta suicida.

Pesquisas deixaram evidentes que quanto menos a família der o suporte

necessário para o indivíduo, ainda mais na fase da adolescência, os sintomas da

depressão incidirão com maior intensidade, assim como seu grau de manifestação.

(SCHNEIDER & RAMIRES, 2007).

Ainda no que se refere à questão da sintomatologia, porém àqueles que são

mais comuns em adolescentes do que em adultos, Crivelati et al (2006) destaca

apetite ampliado, choro fácil, falta de vontade de querer estudar ou ir à escola,

hipersonia, nervosismo, irritação e condutas agressivas. Fontenelle (ano, p. 23)

observa que:

Além do choro, os sujeitos com sintomatologia depressiva demonstraram ideação suicida/morte, insônia, insegurança, sentimento de incapacidade e culpa, desobediência, percepção negativa de si mesmo e isolamento, adotando comportamento solitário, com contato social limitado, além das inadequações nas relações psicoafetivas e psicossociais, por vezes relacionados, ao contexto e exigências sociais do próprio adolescente.

23

Numa comparação entre crianças e adolescentes, Fontenele (2008) afirma

que ambos desenvolvem basicamente uma sintomatologia idêntica, contudo alguns

se mostram mais evidentes na fase da adolescência, como o humor com irritação

em vez de humor com tristeza e queda no nível de rendimento da escola, decorrente

da frágil concentração para estudar.

Esses fatores, alerta ainda Fontenele (2008), se combinados entre si

acabam sendo potenciais geradores para começar a se pensar em suicídio no

adolescente, visto que o mesmo como a se ver sem perspectiva nos estudos, o que

o irrita constantemente e o pode levar a fazer algo ruim consigo mesmo.

No que diz respeito à dificuldade no diagnóstico da sintomatologia, Barros

(2006) afirma que a depressão pode impor obstáculos que podem levar a sequelas e

provações da sociedade, levando o adolescente a estipular a morte como única

alternativa. Desta forma, ainda segundo o autor, é preciso que haja uma delimitação

do que seja uma característica própria da adolescência e aquilo que vai além desta

condição.

4.1 DADOS

Estudos recentes apontaram que aproximadamente 60% dos indivíduos na

fase de adolescência desenvolveram algum sintoma relacionado a depressão, onde

7% deles apresentaram graves quadros e aproximadamente 15% apresentaram

sintomas moderados. De maneira surpreendente, 36% deram referência a tentativa

ou conduta suicida, se mostrando mais constante entre as adolescentes.

(VALVERDE ET AL, 2012).

De maneira geral, aqueles adolescentes que moravam em ambientes

familiares que não seguiam a tradição (a citar, como exemplo, moradia só com o pai

ou só com a mãe), apontaram sintomatologia depressiva com maior frequência,

ainda que a diferença não tenha ficado esclarecida, contudo deixou claro que o

arranjo familiar pode, sim, exercer uma influência. Dessa forma, também tem

precisão de ser melhor avaliada, visto que a desestruturação familiar pode vir a ter

efeitos negativos. (MELO; MOREIRA, 2008).

As tentativas que dizem respeito ao ato suicida e o suicídio propriamente

dito constituem no segundo motivo de internação no Sistema Único de Saúde (SUS),

primordialmente em indivíduos do sexo feminino na faixa etária dos 10 aos 19 anos.

24

Esses eventos devem ser bem maiores do que o descrito pelo serviço básico de

saúde, pelo fato de as famílias, geralmente, não reportarem o acontecimento (OMS,

2001).

Em complemento a esses aspectos, características psicológicas e sócio

culturais também se mostram importantes para o ideário suicida, porém os

adolescentes depressivos têm mais acometimento, onde quase sempre encaram a

situação como uma tentativa para aliviar seus sofrimentos e dores (BORGES;

WERLANG, 2006).

De acordo com diferentes autores, essas estatísticas não são confiáveis e

podem vir a ser subestimadas, não correspondendo à realidade, já que o número

que consta nas estatísticas oficiais provém das causas de morte registradas nos

atestados de óbitos, sendo que, em muitos casos, a família e a própria sociedade

pressionam para que a causa da morte seja falsificada (Araújo et al., 2010; Cassorla,

1991; Dutra, 2002).

Em outras pesquisas realizadas mais recentemente, constatou-se que entre

um e dois terços dos suicídios em jovens acontece em indivíduos na fase da

adolescência com depressão clínica diagnosticada. O fato de que adolescentes tem

a possibilidade de desencadear depressão data da década de 1970. Posteriormente,

esse quadro clínico de depressão na adolescência passou a ser levada em conta

como comum, podendo propagar-se por longos espaços de tempo, além de atingir

várias funções e provocar inúmeros danos psicossociais. (BAPTISTA, 2004).

Dessa forma, a maior parte das pesquisas acerca do suicídio cita a

depressão como um dos fatores risco primordiais ao suicídio, não somente na

adolescência, mas em todas as idades. Assim sendo, a análise sobre a depressão

na fase da adolescência torna-se importante fundamentalmente ao se levar em

conta que esse transtorno desempenha um papel importante mediante aos atos

suicidas, constituindo num dos fatores de maior relação com suicídio nesta fase da

vida. (TORO ET AL, 2009).

25

5 METODOLOGIA

Para poder citar e gerar conhecimentos acerca do tema escolhido, o

presente estudo foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica, no qual tem por

finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição científica que se realizaram

sobre um determinado assunto.

Este estudo foi realizado por meio de revisão de literatura, que segundo Gil

(2007), tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição científica

que se realizaram sobre um determinado assunto com a ajuda de vários autores.

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, onde foram incluídos artigos

indexados, publicados desde 2004 a 2016, escritos em português, que estudaram a

depressão em crianças, adolescentes e jovens-adultos, pois não se pode descrever

a depressão em adolescentes sem entender todo o processo de origem.

O levantamento foi realizado diante do emprego das palavra-chave:

depressão, adolescência, depressão em crianças, adolescentes, ideação suicida,

suicídio e com isso obteve-se êxito e um rico material para consulta.

26

6 DISCUSSÃO E RESULTADOS

A seleção ou escolha dos artigos e livros para discorrer acerca da temática

se deu maneira arbitrária, destacando inúmeros dados concernentes à pesquisa que

posteriormente foram sujeitos a seleção, baseado na percepção já existente sobre o

tema e também com relação ao aprendido na área.

O estudo em si constituiu de uma revisão bibliográfica da literatura que,

diferentemente da sistemática, que busca uma investigação mais científica, tem uma

maior abertura por poder ser realizada buscando diversas fontes e materiais

importantes para o seu estudo, não segue um padrão rígido para que seja

elaborada.

A presente pesquisa tem como objetivo primordial promover análise de

diversas obras ou artigos acerca do tema Depressão na adolescência e o risco de

suicídio em publicações compreendidas no período de 2004 a 2016, onde foi feito

uso de sítios eletrônicos como Lilacs e Scielo, além do uso de livros e outros

materiais atinentes ao tema.

A revisão de literatura busca não apenas citar os diversos estudos já feitos

sobre o tema, mas também relacioná-los e comentá-los. Nos sites eletrônicos Lilacs

e Scielo, existem inúmeros artigos e trabalhos de conclusão de curso com o grupo

de palavras "depressão e suicídio na adolescência". No arquivo do Scielo foram

identificados aproximadamente 320 (trezentos e vinte) artigos, enquanto que no

Lilacs foram identificados aproximadamente 280 (duzentos e oitenta).

Logo após esta busca com o grupo de palavras referente ao tema principal,

foi utilizado um filtro no campo de pesquisa avançada, realizando a combinações de

palavras como depressão e adolescente, suicídio e adolescente, depressão e

suicídio. O que se observou, de fato, foi uma ampla gama de arquivos referentes ao

tema em questão.

Autores encontrados nesses artigos, como Barbosa et al (2011) e Teodoro;

Wagner (2010) concordam ao afirmarem que a depressão constitui num transtorno

mental que é decorrente de um conjunto de fatores que estão rodeando e

interagindo com o indivíduo para o lado ruim.

No que se refere à depressão direcionada a adolescência, Stuart (2001) e

Ballone (2014) citam e concordam que o adolescente está diante de várias situações

no dia-a-dia, além da pressão e cobrança diária dos pais por rendimento na escola,

27

e isso acaba deixando-o um pouco perturbado e com tendência a se isolar e

desenvolver quadros depressivos.

Com relação aos dados demográficos acerca da depressão, a Organização

Mundial da Saúde (OMS) ressaltou que 5 a 10% da população mundial sofrerão ao

menos um episódio de depressão ao longo da vida. As mulheres apresentam

chances maiores de deprimir (10 a 20%) do que os homens (5 a 12%). Cerca de

15% dos deprimidos graves se suicidam.

No que concerne ao suicídio em si praticado pelo adolescente, Baggio et al

(2009) e Manoel et al concordam que o suicídio nessa fase torna-se singular, na

medida em que, geralmente, nesta fase do desenvolvimento, aparecem sentimentos

intensos de baixa auto-estima e mesmo quadros psiquiátricos de grande risco,

seguidos de sentimento de solidão e tristeza.

Quanto aos fatores de risco para a prática do suicídio, Barbosa et al (2011) e

Manoel et al (2009) citaram, de maneira unânime, que os fatores indicadores de

alerta mais ressaltados são os sociodemográficos e culturais (falta de emprego,

problemas financeiros), problemas com a família, conflitos internos, dentre outros.

No que diz respeito às taxas de suicídio no país, Barbosa et al (2011) e

Manoel et al (2009) afirmam que os números do suicídio cresceram de maneira

progressiva, 21% num período de 20 anos, principalmente em indivíduos homens,

em todas as faixas de idade.

Para abordar a relação existente entre depressão e suicídio na

adolescência, Cunha (2013) e Schneider e Ramires (2007) concordam que, tanto em

adolescentes como em adultos jovens, o quadro de sinais são diversas vezes

acompanhados por mudanças no sono, não interesse nas questões sociais,

desespero, apatia, sensação de estar desamparado, exaustão, tanto física quanto

psicológica. Desta forma, estas perturbações ou sinais depressivos poderão

constituir apontadores de conduta suicida. E, se a família não intervir, procurando

saber como está o indivíduo e encaminhá-lo também para uma especializada, o ato

suicida pode vir a se concretizar.

Dessa forma, pelos resultados apontados pelo presente estudo, infere-se

afirmar que a depressão na adolescência e sua ligação com o suicídio está, cada

vez mais, se tornando parte das sociedades no mundo inteiro, mas principalmente

nos países já mencionados, entre eles o Brasil, com uma taxa muito alta. Destarte, é

28

conveniente afirmar que este quadro precisa ser revertido, com o apoio da família e

dos profissionais especializados que podem ajudar.

29

7 CONCLUSÃO

A depressão é grave e pode levar os adolescentes ao isolamento, baixo

rendimento escolar, uso de drogas como tentativa de se sentir melhor e até mesmo

sair de orbita como eles falam, baixa autoestima ou lentificação das ideias.

Devido a uma fase de crescimento, os adolescentes não tem a capacidade

de observar o que está acontecendo internamente e ao seu redor. A depressão na

adolescência pode proceder a episódios de depressão maior na idade adulta.

O suicídio constitui num fenômeno difícil de ser entendido e pode apresentar

várias dimensões para a sua causa, podendo estar atrelado a fatores psicológicos,

biológicos, conscientes e não conscientes, que dizem respeito à relação com

consigo mesmo, com a sociedade, a cultura e a existência.

Uma gama de elementos estão ligados ao risco do ato suicida, que pode

incluir o uso de álcool e drogas, transtorno mental e também circunstâncias

socioeconômicas. Fatores externos, como traumas de separação, perda, falência,

luto podem desenvolver a conduta suicida, contudo não aparenta ser um motivo

independente, tendo significado de crise individual de complexa elaboração.

Assim, nota-se que o quadro depressivo associado a uma tendência suicida

apresentado pelas crianças e adolescentes pode causar efeitos de danos no

desenvolvimento, portanto a importância de acompanhamento e de apoio

psicológico ao adolescente que apresentam sintomas depressivos e com isso

prevenir casos mais graves na vida adulta.

É preciso que as ações realizadas pelos psicólogos tenham função

preventiva e que possibilitem cuidadosa intervenção para que esses adolescentes

realmente sejam adolescentes e consigam se desenvolver corretamente. A

participação da família no tratamento dos distúrbios afetivos, e muito significativa no

envolvimento do adolescente na vida da família para ele sentir- se amado e

valorizado e caso isso não ocorra pode gerar consequências que podem ser

irreparáveis como o suicídio. À medida que se trabalha a autoestima do adolescente,

melhores condições ele tem de ser ajustado e a melhoria é notória.

A rapidez no diagnóstico é de fundamental importância para poder começar

o tratamento no adolescente, principalmente pelo fato de essa ser a fase da vida em

que o indivíduo está exposto a vários dilemas da existência, para que isso não gere

30

problemas na sua vida profissional e até mesmo na formação de sua família e filhos

futuros.

31

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