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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO PATRÍCIA MOREIRA GONÇALVES INDENIZAÇÃO DOS DANOS MORAIS: REPARAÇÃO OU SANÇÃO JOÃO PESSOA 2014

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA – FESP

CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

PATRÍCIA MOREIRA GONÇALVES

INDENIZAÇÃO DOS DANOS MORAIS: REPARAÇÃO OU SANÇÃO

JOÃO PESSOA

2014

PATRÍCIA MOREIRA GONÇALVES

INDENIZAÇÃO DOS DANOS MORAIS: REPARAÇÃO OU SANÇÃO

Trabalho de conclusão de curso em forma de Artigo Científico apresentado à Coordenação do Curso de

Bacharelado em Direito, pela Faculdade de Ensino

Superior da Paraíba – Fesp, como requisito parcial para

obtenção do título de Bacharelado em Direito.

Área: Direito Civil

Orientadora: Prof. Esp. Moisés Coelho de Sousa Neto

JOÃO PESSOA

2014

PATRÍCIA MOREIRA GNÇALVES

INDENIZAÇÃO DOS DANOS MORAIS: REPARAÇÃO OU SANÇÃO

Artigo Científico apresentado à Banca Examinadora da

Faculdade de Ensino Superior da Paraíba FESP, como

exigência para obtenção do grau de Bacharel em

Direito.

APROVADO EM _ /___/2014

BANCA EXAMINADORA

Prof. Esp. Moisés de Sousa Coelho Neto

ORIENTADOR – FESP

Profº.

MEMBRO – FESP

Profº.

MEMBRO – FESP

À minha família, que me apoiou nessa jornada,

e que motivaram desde sempre.

Dedico.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, meu agradecimento maior vai para Deus, que sem Ele nada

aconteceria na minha vida, quem me deu forças até chegar onde estou agora, concretizando

mais um sonho.

Aos meus pais, que me incentivaram nos estudos desde criança, e que acreditaram

em mim e na meta de minhas conquistas. Ao meu marido e filhos, que são fontes inesgotáveis

de amor e carinho, principalmente nas horas em que estive cansada de batalhar nessa jornada

acadêmica, e pelas ausências nos momentos de lazer.

Aos meus mestres, que influenciaram de maneira positiva, pela busca incessante por

conhecimentos, que me guiaram para a carreira profissional do Direito. Agradeço também, e

especificamente, a minha professora orientadora do Projeto Socorro Menezes, ao meu

professor e orientador deste trabalho Moisés de Sousa Coelho Neto e aos membros da banca

examinadora, pela oportunidade de mostrar, os conhecimentos que colhi ao longo do curso.

“A justiça tem numa das mãos a balança em

que pesa o direito, e na outra a espada de que

se serve para o defender. A espada sem a

balança é a força brutal, a balança sem a

espada é a impotência do direito.”

RUDOLF VON IHERING (1694-1778).

SUMÁRIO

RESUMO ........................................................................................................................... 07

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...................................................................................... 07

2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DANO MORAL.......................................................... 09

2.1 DA ORIGEM AOS DIAS ATUAIS ............................................................................... 09

3 DANO MORAL .............................................................................................................. 11

3.1 DEFINIÇÕES ................................................................................................................ 11

3.2 NATUREZA JURÍDICA DO DANO MORAL .............................................................. 13

3.3 TIPOS DE DANO MORAL ........................................................................................... 13

4 RESPONSABILIDADE CIVIL ...................................................................................... 14

4.1 FUNÇÕES DA RESPONSABILIDADE CIVIL ............................................................ 14

4.2 RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA ................................................................ 15

4.3 RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA .................................................................. 16

5 INDENIZAÇÃO .............................................................................................................. 17

5.1 NATUREZA JURÍDICA DA INDENIZAÇÃO ............................................................. 17

5.2 OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR .................................................................................... 18

5.3 PREOCUPAÇÃO DA INDENIZAÇÃO POR ENRIQUECIMENTO ILÍCITO .............. 19

6 DILEMA ENTRE REPARAÇÃO E SANÇÃO DOS DANOS MORAIS ..................... 20

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 23

RESÚMÉ ............................................................................................................................ 24

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 24

7

INDENIZAÇÃO DOS DANOS MORAIS: REPARAÇÃO OU SANÇÃO

PATRÍCIA MOREIRA GONÇALVES1*

MOISÉS DE SOUSA COELHO NETO**

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo analisar, de forma sintetizada, utilizando a metodologia

aplicada a partir de um estudo bibliográfico, se a indenização aos danos morais consistiria em

uma sanção ou uma reparação, tentando discutir os aspectos históricos, conceituais,

jurisprudenciais, no cenário da Constituição Federal e também no Código Civil, além do

Código do Consumidor, envolvendo os assuntos relacionados a esta modalidade, seus tipos e

natureza jurídica, e com importante relevância no campo da responsabilidade civil, tanto

objetiva, como a subjetiva, com o intuito de restabelecer o estado anterior ao dano, ou seja, o

equilíbrio emocional e patrimonial que fora violado pelo prejuízo efetuado pelo agente,

gerando o dever de indenizar, preocupando com soluções para seus conflitos de ordem civil,

verificando o seu contexto nos pedidos de ações voltados para esse tema, cabendo a sua

reparação, agindo de cunho educativo, ou como uma sanção, de ordem punitiva, pela seqüela

do dano causado. Ainda no âmbito da indenização, o trabalho visa abordar a sua

obrigatoriedade, sua natureza jurídica e a ótica da jurisprudência. Após fazer uma explanação

sobre a problemática nos casos de enriquecimento ilícito, dos quais pessoas usam o benefício

da indenização, para obter vantagens, além do que já fora acordado em juízo, impondo

recursos para tal feito. E por fim, e não menos importante, mostrar a questão do dilema entre

doutrinários, sobre a questão da reparação e da sanção sobre a indenização dos danos morais.

Esse tema é relevante, para entendermos as conseqüências que podem trazer os prejuízos

extrapatrimoniais.

PALAVRAS-CHAVE: Dano Moral. Responsabilidade. Reparação. Sanção.

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O presente trabalho se destina a um estudo teórico com o intuito de fazer uma

reflexão no universo do Direito Civil, no âmbito dos Danos Morais, enfatizando-se e

debatendo-se, se estes se constituiriam de uma reparação ou de uma sanção civil, a fim de

avaliar no contexto jurídico, aspectos da responsabilidade civil nesse campo.

Devido às profundas transformações da sociedade no que cerne à busca pelos seus

direitos, do qual o indivíduo hoje, muito mais consciente que pode emergir soluções para seus

conflitos de ordem civil, verifica-se no contexto dos danos morais, certa angústia, cabendo a

* A autora é Pós Graduada em Gestão Empresarial e de Pessoas, pela Universidade Potiguar, do Centro de

Ensino e Pesquisa, em João Pessoa; Psicóloga formada pelo Centro de Ensino - Unipê. Aluno concluinte do

Curso de Direito da FESP Faculdades. E-mail: [email protected]

** Professor da FESP Faculdades. Advogado e Consultor Jurídico, Especialista em Direito do Consumidor pela

Universidade de Coimbra – Portugal. Doutorando em Direito. Atuou como orientador desse Trabalho de

Conclusão de Curso. E-mail: [email protected]

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sua reparação, agindo de cunho educativo, ou como uma sanção, sendo de ordem punitiva,

pela seqüela do dano causado. Nesse argumento há divergências doutrinárias, quanto às

posições, que serão abordadas no desenvolver desse conteúdo. O que se sabe atualmente, é

que nas varas cíveis, e também em outros tipos de jurisdição no Brasil, encontra-se uma

enorme quantidade de ações, e dessa forma, tal situação provoca uma lentidão na resolução

desses conflitos, abarrotando com questões que poderiam ser facilmente resolvidas, por meio

de uma simples negociação entre a parte lesada e o causador de dano, assumindo a

responsabilidade de seus atos, sem que houvesse implicações mais sérias.

O dano moral refere-se à ofensa ao patrimônio subjetivo inerente a pessoa, ou seja, a

ofensa recai sob direitos de personalidade, desta forma o dano parte do pressuposto da lesão, à

honra, à dignidade etc., em suma é aquilo que pode afetar o emocional e psicológico das

pessoas. A caracterização da ocorrência dos danos morais depende da culpa (na modalidade

subjetiva), do nexo de causalidade, entre outro fato gerador do dano, e suas conseqüências

nocivas à moral do ofendido. A prova nesse sentido, não é questão de primeira ordem, visto

que podem ocorrer casos em que o dano é presumido. É importante ressaltar que às vezes, se

torna um tanto difícil a comprovação do dano, ou seja, demonstrar em que situação houve de

fato, as condições nas quais ocorreram às ofensas, à moral, boa-fé ou dignidade da vítima

Nota-se um grande aumento nas demandas que visam indenização por dano moral,

tal crescimento pode ser explicado a partir da globalização, da era digital, onde as pessoas

passaram a ter amplo acesso as informações que chegam em tempo real, isto somado ao

amparo legal, e as facilidades que o próprio sistema judiciário oferece, com base na Lei n.º

1.060/50 que trata da Assistência Judiciária Gratuita e ainda com a Lei dos Juizados Especiais

(Lei n.º 9.099/95), que oferecem amparo legal, fazendo com que o grande número de pessoas,

adentrem ações de indenizações com mais freqüência, achando elas em obter vantagens

pecuniárias com mais facilidade.

A importância desse tema inserido na ótica da responsabilidade civil está respaldado

no campo do Direito Civil, enfatizando o dano moral, com toda a sua complexidade e

subjetividade, consubstanciando pela ofensa, vexame, sofrimento psicológico ou humilhação,

refutando algo além do que interesses não-patrimoniais reconhecidos pela Constituição

Federal, em seu artigo 5º, nos incisos, V e X.

Nesse cerne, esta pesquisa bibliográfica aborda a questão da responsabilidade civil,

diante da obrigação de indenização, sendo caráter reparatório ou sancionador, dos pedidos

relacionados a dano moral, de maneira sucinta e com arcabouço de doutrinadores renomados

nesse campo da esfera civil, como também a visão do tema na Constituição Federal, Código

9

Civil, Código de Defesa do Consumidor e Jurisprudências.

Diante da importância desse tema na visão atual, o dano moral, vai depender do caso

concreto, e de como o julgador vai avaliar tais conseqüências, no que pese a fixação de

valores cabidos na indenização, para que não restem dúvidas sobre os direitos violados, e

também sobre a responsabilidade do agente, evitando-se, sobretudo, que dita indenização

possa figurar como enriquecimento sem causa.

2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DANO MORAL

2.1 DA ORIGEM AOS DIAS ATUAIS

Há de falar neste instante sobre a evolução em que se deu o instituto do dano moral,

e suas conseqüências ao longo do tempo, antes de se adentrar nas questões teóricas e

conceituais, a que o tema faz relevância para os dias atuais. Nos primórdios da civilização, o

ser humano já tinha a característica de se defender de agressões físicas e morais, com suas

próprias forças, sob a ótica de se resguardar das ameaças, com muitas vezes, a ajuda de seu

grupo social. Dessa forma, a cada agressão sofrida, crescia em si o sentimento de vingança,

sem regras e limitações pela ofensa a um de seus agressores.

Posteriormente, a vingança, não era mais coletiva, evoluiu para uma reação

individual, onde os homens faziam justiça pelas próprias mãos, sob o amparo da Lei de

Talião, a mais conhecida legislação de vingança privada dos tempos de outrora dizia: “o lho

por olho, dente por dente” (GLAGLIANO; PLAMPONA FILHO, 2014).

Não se sabe ao certo em que período da humanidade teria surgido a Lei de Talião, no

entanto, há informações de que os primeiros indícios de sua existência foram encontrados no

Código de Hamurabi, que foi elaborada por volta de 1730-1700 a.C., rei babilônico da antiga

Mesopotâmia. Este foi o primeiro registro, do que poderia ser um sistema codificado de leis,

para tratar da reparação de danos, mediante ofensa igual a ser dirigida ao ofensor, em

paralelo, esta reparação também poderia ser feita por prestação pecuniária, como foi o Código

de Manu, que impunha as penalidades previstas no mesmo. O exemplo dado por Gagliano e

Pamplona Filho (2014) fala: “o rei poderia aplicar penas severas, a quem desse em casamento

uma donzela com defeitos, sem antes haver prevenido o interessado”.

Os autores acima ainda afirmam que além das leis acima citadas, o Código de Ur –

Nammu exprimia preocupações em coibir a vingança pessoal, substituindo esse poder ao

Estado, representado por um monarca.

10

Continuando sua argumentação, os referidos autores introduzem na sua literatura,

conceitos mais elaborados acerca dos danos morais, que ocorriam na Grécia, que além de

ensinamentos políticos, humanísticos e filosóficos, também teve um sistema jurídico de

grande evolução, referente à reparação do dano, pela Lei Aquiliana e pela Legislação

Justiniana. Sua grande virtude foi defender a substituição das multas fixas por uma pena

proporcional ao dano causado. Regulava ela o Damnum injuria datum, que consistia na

destruição ou deterioração da coisa alheia por fato ativo, que tivesse atingido coisa corpórea

ou incorpórea, sem justificativa legal. Embora sua finalidade original fosse limitada ao

proprietário de coisa lesada, a influência da jurisprudência e as extensões concedidas pelo

pretor (magistrado que, na Roma Antiga, distribuía a justiça) fizeram com que se construísse

uma efetiva doutrina romana de responsabilidade civil.

Outros princípios importantes foram surgindo, tais como a reparação, sempre que

houvesse culpa, ainda que sem muita gravidade, apartando a responsabilidade civil da

responsabilidade penal; além da existência da culpa contratual, da qual não tem ligação com

crimes e nem com delitos, tendo por origem a negligência ou a imprudência. O Código Civil

de Napoleão, que influenciou diversas legislações pelo mundo, trouxe a noção da culpa in

abstrato, a distinção entre culpa delituosa e culpa contratual e enfatizou que a

responsabilidade civil se funda na culpa.

No Brasil, o dano moral sofreu muita resistência para ser incluído no ordenamento

jurídico. Durante muito tempo, discutiu-se se o dano exclusivamente moral deveria ser

indenizado. Nessa questão, havia um aspecto relevante: a doutrina nacional majoritária,

acompanhando o direito comparado, defendia a indenização do dano moral, com inúmeros

seguidores, enquanto a jurisprudência, a contrário senso, inclusive o Supremo Tribunal

Federal, negava essa possibilidade.

Na Constituição Política de 1988 a aceitação da reparação do dano moral foi plena,

até mesmo porque a Carta Magna trouxe no seu corpo, expressamente a possibilidade da

reparação do dano moral. Essa manifestação está prevista no art. 5º, incisos V e X, da

Constituição Federal, que estabelecem:

Art. 5º, V: é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da

indenização por dano material, moral ou à imagem

[...]

X são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,

assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua

violação (BRASIL, 1988).

11

Na mesma forma, o Código Civil de 2002 ressalta, em seu artigo 186, sua autonomia,

conferindo ao ofendido a possibilidade de pleitear ação de reparação exclusivamente por

danos morais. O citado artigo estabelece que: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária,

negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente

moral, comete ato ilícito” (BRASIL, 2002).

O instituto está presente hoje também no Código de Defesa do Consumidor, que, no

artigo 6º, nos seus incisos VI e VII, garantindo aos consumidores, como direito básico, “a

efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais” e “o acesso aos órgãos

judiciários e administrativos com vista à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e

morais”, respectivamente (BRASIL, 1990).

Atualmente, na evolução periódica do tema da reparação do dano moral, a presente

fase é de superação das antinomias anteriores, com sua consagração definitiva, em texto

constitucional e enunciado sumular que a asseguram. Notamos que a fase de discussão sobre

reparabilidade já foi superada, o instituto atinge agora a sua maturidade e afirma a sua

relevância, esmaecida de vez a relutância daqueles juízes e doutrinadores então vinculados ao

equivocado preconceito de não ser possível compensar a dor moral com dinheiro.

3 DANO MORAL

3.1 DEFINIÇÕES

Pode-se encontrar o conceito de dano moral por algumas definições teóricas e

doutrinárias, mesmo que de maneira pródiga, visto que pese de certas nuances quanto a sua

classificação sobre as lesões e suas reparações, pois destas resultam a ofensa que abala todo o

emocional e psicológico do indivíduo, cabível então a indenização para compensar o

ofendido, pelas aflições sofridas e amenizar assim, a sua vontade pela vingança.

Para Gonçalves (2013, p.359), esse conceito releva que:

Dano moral é o que atinge o ofendido como pessoa, não lesando seu patrimônio. É

lesão de bem que integra os direitos da personalidade, como a honra, a dignidade, a

intimidade, a imagem, o bom nome etc. como se infere dos arts. 1º, III, e 5º, V, e X,

da Constituição Federal, e que acarreta ao lesado dor, sofrimento, tristeza, vexame e

humilhação.

Na visão de Melo (2011, p.6), o dano moral é: “[...] lesão que possa autorizar a

indenização por danos morais como aquela que atinge o âmago do indivíduo causando-lhe dor

12

(incluindo-se aí a incolumidade física), sofrimento, angústia, vexame ou humilhação [...]”.

Por fim e não menos importante Oliveira (2011, p.31) fala que:

Dano, portanto, é prejuízo. É o menoscabo que se opera nos bens materiais ou

imateriais de alguém... É um mal que provoca padecimento com dor e desgosto

capazes de ferir o homem no mais profundo do seu ser, ferindo a sua integridade

psíquica ou física, causando modificações no estado anímico (dano moral) ou

provocando prejuízo material (dano patrimonial).

O dano moral caracteriza-se como a ofensa ou violação dos bens de ordem moral de

uma pessoa, tais sejam o que se referem à sua liberdade, à sua honra, à sua saúde (mental ou

física), à sua imagem. Note-se que quando são mencionados na legislação os termos

intimidade, vida privada e honra, a referência é à vida particular do indivíduo (que somente a

ele lhe diz respeito), e a ele é garantido o direito de tornar público ou não suas informações ou

acontecimentos ocorridos (CAHALI, 2011).

A oportunidade da reparação do prejuízo por dano moral é uma das hipóteses de o

indivíduo entender que foi lesado a sua privacidade, pelo fato de suas informações ou

acontecimentos terem sido tornadas públicas por conta de terceiros. No art. 932, inciso III, do

Código Civil, dispõe que o empregador também é responsável pela reparação civil, por seus

empregados, quando no exercício do trabalho que lhes competir ou em razão dele.

Pode-se tomar como exemplo, uma colisão, onde o motorista teria ingerido álcool, e

pôs em risco, a sua vida e de outras pessoas, pela imprudência, de estar dirigindo o seu

veículo, sem mostrar que o risco pela sua conduta, poderia causar um dano irreparável A

responsabilidade que decorreu o fato, é exclusivamente do motorista embriagado, que agiu no

mínimo com imprudência, imperícia e total insensibilidade para com os demais, conduzir seu

automóvel em estado de embriaguês, carente da atenção necessária, colidindo com o veículo

da vítima, tendo efeito para si a responsabilidade e o dever de indenizar, reparar os danos que

ocasionou.

Prevê também no art. 927 que aquele que comete ato ilícito, segundo o que preconiza

nos artigos art. 186 e 187 do CC, ficará obrigado a repará-lo, independentemente de culpa,

nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor

do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem, caracterizando assim, a

responsabilidade objetiva do agente, exceção à regra no direito comum.

13

3.2 NATUREZA JURÍDICA DO DANO MORAL

A conduta humana é o principal elemento que dá subsídios para o ato ilícito, pois é

de modo voluntário que faz insurgir atitudes que vão contra o ordenamento jurídico, causando

conseqüências de ordem moral nas vítimas desse ato. Como diz Venosa (apud GAGLIANO ;

PAMPLONA FILHO, 2014, p.77):

O ato de vontade, contudo, no campo da responsabilidade deve revestir-se de

ilicitude. Melhor diremos que na ilicitude há, geralmente, uma cadeia de atos

ilícitos, uma conduta culposa. Raramente, a ilicitude ocorrerá com um único ato. O

ato ilícito traduz-se em um comportamento voluntário que transgride um dever.

Assim, pode-se dizer que o dano moral, é causado não só pelas conseqüências de

uma lesão material, como também é resultado de todo o comportamento figurado no ato

ilícito, pela conduta volitiva do agente. A regra geral, que tem no ordenamento jurídico, é o de

não cometer ilícitos, ou seja, de não causar dano.

O surgimento do dano moral ocorre de uma relação extra patrimonial, configurando

pelo simples evento de violação do direito da personalidade, e este independe das

conseqüências que tal dano porventura possa causar. No sentido mais amplo, o dano moral é

qualquer lesão, que venha trazer prejuízos à vítima, numa ótica mais subjetiva, causando

desconforto emocional ou psíquico, sendo violado o seu direito, à honra, à saúde, à vida, que

são protegidas em nossa Constituição Federal, e também pelo Código Civil e do Consumidor.

É certo dizer que o dano constitui em uma “diminuição do patrimônio”, pois há uma

redução de um bem jurídico, mesmo ele sendo algo inerente a pessoa, como a sua dignidade.

Para tanto é passível de uma compensação, pois se busca retomar aquilo que fora perdido,

antes da lesão, numa tentativa de restituir (GONÇALVES, 2014).

3.3 TIPOS DE DANO MORAL

Os danos morais podem ser classificados em diretos e indiretos, com os acordo dos

interesses jurídicos atingidos (SAMY, 2011). É importante fazer esta distinção, pois que se

constituem em classificações provenientes do requisito causalidade entre o dano e o fato,

imperativo para a configuração do dano indenizável. Desse modo pode-se dizer que segundo a

Constituição de 1988, art. 1, III, diz:

14

O dano moral direto consiste na lesão a um interesse que visa à satisfação ou o gozo

de um bem jurídico extrapatrimonial contido nos direitos da personalidade (como a

vida, a integridade corporal e psíquica, a liberdade, a honra, o decoro, a intimidade,

os sentimentos afetivos, a própria imagem) ou nos atributos da pessoa (como o

nome, a capacidade, o estado de família). Abrange, ainda, a lesão à dignidade da

pessoa humana (BRASIL, 1988).

Em conformidade com o pensamento de Diniz (2013), a título de exemplo, quando

alguém é injuriado em público ou tem seu nome lançado em cadastros de maus pagadores,

trata-se do dano moral direto, pois são exemplos de violação à honra e à imagem da pessoa. Já

o dano moral indireto, ocorre quando há lesão a um bem ou interesse de natureza patrimonial,

mas que de modo reflexo, produz um prejuízo a um bem de natureza extrapatrimonial.

A respeito ainda do dano moral indireto, o Código Civil, traz no seu contexto, o

artigo 952, parágrafo único: “Artigo. 952. Parágrafo único. Para se restituir o equivalente,

quando não exista a própria coisa, estimar-se-á ela pelo preço ordinário e pelo de afeição,

contanto que este não se avantaje àquele” (BRASIL, 2002).

É necessário diferenciar o dano moral indireto com o dano moral reflexo. Conforme

mencionado anteriormente, no indireto existe uma violação a um direito extrapatrimonial de

alguém, em função de um dano material. No reflexo, tem-se um dano moral sofrido por um

sujeito, em função de um prejuízo de que foi vítima outra pessoa ligada a ele, pouco

importando se esse dano era de natureza material ou moral (DINIZ, 2013).

4 RESPONSABILIDADE CIVIL

4.1 FUNÇÕES DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Segundo Cavalieri Filho (2012, p.28), a Responsabilidade Civil: “É um dever

jurídico sucessivo que surge para recompor o dano decorrente da violação de um dever

jurídico originário”. Na ótica jurídica, o principal objetivo da responsabilidade civil, é a de

reprimir o ato ilícito e proteger o ato lícito. Dessa forma, há uma preocupação em tutelar as

atividades do indivíduo que tem o comportamento de acordo com o Direito, e coibir atitudes

que vão contra as normas.

Para que esse objetivo de reparação seja alcançado, há de se impor deveres, os quais

correspondam aos atos positivos, como fazer ou dar; como também quanto aos atos negativos,

deixar de fazer ou deixar de dar. Assim, pode-se ressaltar, que alguns desses deveres, têm

efeito erga omnes (atingem a todos sem distinção) – direitos absolutos; e também deveres,

15

que apenas atingem pessoas específicas, ou seja, direitos relativos. Há então, uma cláusula

geral de não causar danos, como aparece nos artigos 186 e 927 do Código Civil.

Em suma, Cavalieri Filho (2012), diz que pode se entender como dever jurídico, o

comportamento de uma pessoa conferido pelo Direito Positivo por cobrança da coexistência

social. Verifica-se assim que não se trata de simples recomendação, ameaça ou sugestão, e

sim de uma imposição ou comando dirigido à agudeza e à ambição dos indivíduos, de fato

que fixar deveres jurídicos tem como conseqüência, mencionar obrigações.

4.2 RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA

Para Código Civil, no artigo 186 c/c. 927, caput, a responsabilidade subjetiva está

atrelada ao fator culpa, visto como regra, muito embora, adote também, que há a possibilidade

de forma subsidiária, a responsabilidade ser independente de que haja a culpa, ocorrendo em

casos específicos em lei, ou ainda, quando a atividade regularmente desenvolvida provoque

riscos para os direitos de outrem, como também em atividades de ordem empresarial no

fornecimento de produtos (MELLO, 2011).

Para Cavalieri Filho (2012), o âmbito dessa subjetividade, há de se observar a

qualificação de uma atitude como sendo ilícito, o que está associada ao fazer um julgamento

de valor a seu respeito, e essa atitude, é que pode levar ao ato do indivíduo consciente e livre.

Assim, nesse aspecto subjetivo, a ilicitude atingirá a sua plenitude quando a atitude e o

comportamento quando opositor ao valor do que já é previsto por norma alcançada (ilicitude

objetiva), da qual resulta da vontade do agente, ou seja, quando o comportamento objetivo

ilícito consistir em culpabilidade.

Sendo assim, se observa que a subjetividade dos atos ilícitos, são resultados, da

volitividade de seus agentes, assumindo o risco por causar danos reparáveis ou não, na ótica

das conseqüências em que consiste o comportamento inadequado, podendo trazer traumas

emocionais e psicológicos a outrem.Há de mencionar, na questão da responsabilidade civil

subjetiva os elementos que vão além da conduta ilícita, como também a culpa, o dano e o

nexo de causalidade. Pois o agrupamento desses fatores, é que pode pedir reparação através

de indenização sobre o fato que lesionou o indivíduo.

A culpa tem aspecto fundamental, para entender que houve o ato ilícito que lhe deu

causa. O ato ilícito, em sentindo amplo, indica que a conduta foi contra os princípios do

Direito, ou seja, antijuridicidade subjetiva. Quando se estabelece o nexo causal, entre o fato e

16

o dano, há de levar em conta, se a culpa está caracterizada, sem que torne necessário verificar

se houve imprudência ou imperícia.

4.3 RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA

Na visão objetiva, observa-se que para caracterizar a ilicitude apenas da conduta ou

fato, na sua complexidade, materialidade ou exterioridade, examina-se o desequilíbrio com as

normas de Direito. Assim, a atitude oposta à norma jurídica, em sim, merece a qualificação de

ilícita, mesmo que não tem surgido com a vontade consciente e livre. Por esse aspecto

objetivo, o ato ilícito aponta para a antijuridicidade da conduta, ou seja, uma desconformidade

entre esta e a ordem jurídica (dever jurídico). É um ponto que não há divergência. Todos estão

de acordo em que no que tange a ilicitude, consiste, especificamente, em ser um fato contrário

ao Direito, quando retrata a negação dos valores e fins a que se destina a ordem jurídica.

Dessa forma, é que o legislador, ao impor determinada conduta, o permite fazer por que, em

momento prévio, valorou positivamente o fim que essa conduta visa atingir (CAVALIERI

FILHO, 2012).

Argumentando a esse respeito, Melo (2011) relata a importância, ainda nesse aspecto

objetivo, a relevância da Teoria do Risco, que é advindo dos problemas que eram decorrentes

de acidentes de trabalho e da complexidade em provar a culpa do empregador. E a partir desse

embate foi que surgiu essa teoria:

Essa teoria se justifica plenamente, porquanto a ordem jurídica não pode conformar-

se com a injusta situação daquele que tendo sofrido um dano, em razão de atividade

previsivelmente perigosa, fique na miséria em face de sua impossibilidade de fazer a

prova contra o agente responsável pela atividade que, em última análise, foi a

causadora da lesão (MELO, 2011).

A teoria do risco, sob a ótica da responsabilidade civil objetiva, pressupõe que a

conduta de terceiros, que visam atividade com fins lucrativos, é que deve assumir, por algum

dano, que sejam decorrentes dessa atividade, como os fabricantes e fornecedores de produtos

e serviços, onde tem respaldo nos artigos 12 e 14 Código do Direito do Consumidor (CDC),

podendo estes atuar de maneira ilícita, causando danos materiais, e em decorrência os danos

morais.

O fato dessa responsabilidade ser socializada ou seja, ambos tem concorrência na

culpa, cabendo uma reparação de cunho pecuniário não apenas com o fornecedor, como

também o fabricante, para arcar com possíveis conseqüências danosas ao indivíduo, arcando

com as conseqüências de sua conduta, independe se houve a culpa, excluindo-a somente se

17

tiver excludentes de ilicitude, que são previstos na lei do consumidor que descaracterizam a

autoria, fazendo com que o mesmo seja incomprovável.

5 INDENIZAÇÃO

5.1 NATUREZA JURÍDICA DA INDENIZAÇÃO

A indenização recai sobre a intenção de reparar, através de valores, a compensação

de um dano que lhe fora causado, podendo ser cumulativo o material e o moral, conforme

Súmula 37 do Superior Tribunal de Justiça: “São cumuláveis as indenizações por dano

material e dano moral oriundos do mesmo fato”. Ou seja, deve haver correlação entre os fatos,

para que enseje a devida indenização, como o exemplo de um acidente de trânsito, que ocorre

prejuízos de ordem material (o veículo), que dão suporte para as conseqüências de ordem

moral (desgaste emocional, mudança da rotina de vida da vítima etc.). Essa indenização é

dada de maneira que atenda a necessidade da vítima, no que cerne a valoração pecuniária

nessa reparação:

ACIDENTE DE TRÂNSITO. DANO MATERIAL. AUSÊNCIA DE CAUTELAS

NECESSÁRIAS. QUANTUM INDENIZATÓRIO. DEPRECIAÇÃO DO

VEÍCULO. 1. RESPONDE PELO DANO QUE CAUSAR AQUELE QUE, POR

NEGLIGÊNCIA, SEM AS CAUTELAS NECESSÁRIAS, DESCONSIDERA O

SINAL VERMELHO, INVADE A ÁREA DE CRUZAMENTO E COLIDE COM

OUTROS VEÍCULOS QUE DETÊM PREFERÊNCIA NO MOMENTO DO

SINISTRO. 2. LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO O VALOR DO VEÍCULO,

NOS TERMOS DOS ORÇAMENTOS APRESENTADOS, HÁ QUE SE

TEMPERAR O VALOR DA DEPRECIAÇÃO QUE EM MÉDIA REPRESENTA 25% DO PREÇO ESTIMADO PARA O AUTOMÓVEL. CORRETO, O

QUANTUM INDENIZATÓRIO (R$ 8.059,68) SE SITUA EM PATAMAR

RAZOÁVEL, TENDO EM VISTA O PAGAMENTO DA FRANQUIA NO

VALOR DE R$ 959,84 E REPARAÇÃO DECORRENTE DA DEPRECIAÇÃO

QUE REPRESENTA CERCA DE 25% DO PREÇO ESTIMADO PARA O

AUTOMÓVEL. 3. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.

(TJ-DF - AC: 20040110281475 DF , Relator: HERMENEGILDO GONÇALVES,

Data de Julgamento: 03/10/2005, 1ª Turma Cível, Data de Publicação: DJU

17/11/2005 , p.68)

Há dessa maneira, uma violação do bem material, como também do bem imaterial,

pois um decorre do outro, ainda que mesmo que essa indenização seja satisfeita, pode resultar

desconforto pela parte da vítima, sobre as conseqüências que esse dano lhe causará

futuramente. O valor da indenização irá corresponder com o dano material, no entanto, no

julgado acima, em nenhum momento se falou do dano moral, e quanto poderia ser arbitrado

pelo juiz, a quantia que lhe fosse favorável para satisfazer também, o lado emocional que fora

desgastado no momento da colisão.

18

De acordo com outros doutrinadores, a respeito da indenização, Melo (2011, p.106)

fala:

[...] somos todos favoráveis a teoria pela qual e somente e prudente arbítrio do juiz é

que será eficaz como critério para a fixação do valor indenizatório a título de dano

moral, tendo em vista que cada caso apresentará peculiaridades próprias, de sorte

que, em duas situações aparentemente iguais, as soluções podem ser completamente

diferentes, dependendo da análise no tocante às partes e quanto as posições sociais, políticas e econômicas, além dos outros critérios de avaliação do dano.

A indenização dos danos morais, nem sempre vai reestruturar o estado coante da

vítima, a depender da gravidade de cada caso. Pois de certo, que há o respaldo jurídico de

cumulação. E mais a condenação penal, como resultante do dano material.

5.2 OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR

Em tempos remotos, existia um dilema doutrinário e jurisprudencial, sobre a

concordância no que se refere à teoria da indenização por danos morais (extrapatrimoniais).

Tal oposição se dava quando retratava a dor e o sofrimento, resultados da violação do direito

da personalidade, não ser instrumento de indenização pecuniária, visto que nesse aspecto, a

subjetividade inerente a dor e o sofrimento, acima citados, não se valiam de preços, como

mercadorias. Ou seja, não poderia atribuir valor aos danos morais. Pois é impossível criar uma

espécie de tabela, em que referenciaria cada dano, um valor fixo.

Mas há de se ter uma reparação a vítima, para assegurar o seu direito, como pessoa.

E assim, há de se obrigar ao responsável, o pagamento da indenização, de maneira a não mais

causar danos a outrem, tal artigo abaixo mencionado, ressalta a preocupação no que tange a

quantificação do dano: Artigo 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo

único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz

reduzir, equitativamente, a indenização (BRASIL, 2002).

Na maioria das vezes, infelizmente, a vítima não sabe avaliar o valor que deve ser

repassado pelo prejuízo acarretado, e assim pede sempre perdas e danos para compensar a

lesão. No entanto de certo que todo ato ilícito que acarreta eventos danosos, são cabíveis de

reparação. Pede-se então, que essa compensação seja para amenizar as suas conseqüências, a

fim de satisfazer a vítima com uma quantia, da qual servirá de alívio.

Há casos graves, em que a indenização não serve como reparação, e sim como

punição, por exemplo, no homicídio, pois não há como se restituir ao estado anterior ao ato

ilícito. Nesse ensejo, onde não há mais vítimas, e sim a família que receberá todo um auxilio

19

do responsável:

Artigo 948: No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras

reparações:

I –no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da

família;

II –na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima (BRASIL, 2002).

Pela corrente que apóia os direitos do nascituro, tem também prevalecido no recente

acórdão do Superior Tribunal de Justiça. De início, em evidente julgado foi apreciado o dano

moral ao nascituro, pela morte de seu pai, que havia morrido antes da chegada do nascimento

do seu filho:

EMENTA: Direito civil. Danos morais. Morte. Atropelamento. Composição férrea.

Ação ajuizada 23 anos após o evento. Prescrição inexistente. Influência na

quantificação do quantum. Precedentes da turma. Nascituro. Direito aos danos

morais. Doutrina. Atenuação. Fixação nesta instância. Possibilidade. Recurso parcialmente provido. I – Nos termos da orientação da Turma, o direito à

indenização por dano moral não desaparece com o decurso de tempo (desde que não

transcorrido o lapso prescricional), mas é fato a ser considerado na fixação do

quantum. II – O nascituro também tem direito aos danos morais pela morte do pai,

mas a circunstância de não tê-lo conhecido em vida tem influência na fixação do

quantum. III – Recomenda-se que o valor do dano moral seja fixado desde logo,

inclusive nesta instância, buscando dar solução definitiva ao caso e evitando

inconvenientes e retardamento da solução jurisdicional” (STJ, REsp 399.028/SP,

Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, 4.ª Turma, j.26.02.2002, DJ 15.04.2002, p.

232).

Em instâncias ordinárias, entende-se que não caberia cumulação de indenização, pois

a reparação do dano moral, já compreenderia que estaria também restituído a de danos

materiais, quando estes são cessantes. No entanto a súmula 37 do STF, fala que pode haver

cumulação na indenização para o dano material, e as suas conseqüências (dano moral). Sendo

assim, os danos morais, seriam frutos de indenização quando estes configurados com a

caracterização própria e independente, nas hipóteses trazidas no Código Civil.

5.3 PREOCUPAÇÃO DA INDENIZAÇÃO POR ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

Quando se fala em indenização, já se remete na fixação de valores, quantias, que a

vítima irá receber, pelo dano sofrido. No entanto, de certo modo, muitas pessoas, se valendo

desse direito de ressarcimento, criam oportunidades, em ser favorecer desse “privilégio”,

apontando para o enriquecimento ilícito. Pois o dano, já foi sanado, e pela ótica do agente,

20

não lhe deve mais nenhuma obrigação em pagar. Fato este, que resulta na banalização dos

pedidos de indenização por danos morais, que abarrotam o sistema judiciário.

Deve haver uma razoabilidade entre o pedido pelo autor da demanda, com o que se

pede, e com o que realmente pode ser indenizado, ou seja, o ordenamento jurídico deve

equilibrar os fatos, que incorreram o dano, com o direito realmente dito. De modo geral as

pessoas são incentivadas a buscar seus direitos, para a reparação de supostos danos morais

percebidos de uma razão qualquer, ao invés de recorrerem ao litígio processual quando de fato

viverem situações que ensejam dano moral.

Por isso, muito se fala em “indústria do dano moral”, na qual as ditas vítimas buscam

o Judiciário como se fosse um jogo de loteria, numa ânsia desenfreada por auferir ganhos

fáceis. Tal facilidade dar-se-á mediante o acesso nos os Juizados Especiais, dos quais não

precisa de advogado, e também pelo fato da obtenção da Justiça Gratuita.

6 DILEMA ENTRE A REPARAÇÃO E SANÇÃO DOS DANOS MORAIS

De acordo com preceitos descritos no Código Civil, em seus artigos já mencionados

neste trabalho, vislumbra então a capacidade de caracterizar a reparação e a sanção de que se

respalda a vítima sob a violação de seus direitos extrapatrimoniais. A sanção seria observada

na ótica da pessoa lesionada, como meio de castigo, e de vingança. Na visão do agente, seria

uma reparação, de cunho compensatório, amenizando as conseqüências do dano causado,

restituído com valor pecuniário, a fim de não mais causar o mesmo prejuízo a outrem,

ressaltando então, o aspecto pedagógico da indenização, no intuito de prevenir que o agente

cometa novas lesões.

Segundo Gomes (apud GAGLIANO; PAMPLONA FILHO 2014, p.102.) quanto à

reparação: “reposição natural quando o bem é restituído ao estado em que se encontrava antes

do fato danoso. Constitui a mais adequada forma de reparação, mas nem sempre é possível, e

muito pelo contrário”.

Há se concordar com a citação acima no que diz que não caberia reparação para

todos os casos, pois no caso já mencionado nesse trabalho, sobre a morte de um provedor

familiar, não poderia se voltar ao estado anterior o dano, mas restaria resquícios de que o

dano, serviria como sanção nesse caso específico, pois jamais aquele pai voltaria ao seu lar,

sendo assim, a família que ficaria com essa reparação pecuniária, da qual não teria valor para

amenizar a dor. Ou seja, seria um dano não indenizável, na sua totalidade.

21

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA

DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO

POR DANOS MORAIS. IMPUGNAÇÃO AOS SERVIÇOS DE

TELEFONIA NÃO CONTRATADOS, INCIDE O CÓDIGO DE DEFESA DO

CONSUMIDOR. REPETIÇÃO DE VALORESINDEVIDAMENTE PAGOS. A

DEVOLUÇÃO DE VALORES INDEVIDAMENTE PAGOS, EM DOBRO, DEVE

SE DAR EM LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA E CONSIDERAR TODAS AS

COBRANÇAS INDEVIDAS, SOB PENA DEENRIQUECIMENTO ILÍCITO DA

PARTE REQUERIDA. DANOS MORAIS NÃOCAACTERIZADOS, NA

HIPÓTESE. INDENIZAÇÃO INDEVIDA. NÃO EFETIVADA A INSCRIÇÃO

EM CADASTROS RESTRITIVOS DE CRÉDITO E NÃOCONFIGURADO O DANO "IN RE IPSA". O PEDIDO DE REPARAÇÃO

POR DANOSMORAIS NÃO PODE SER BANALIZADO, IMPONDO-SE

RESERVÁ-LO ÀS OCORRÊNCIAS QUE REALMENTE EXACERBEM A

NATURALIDADE DOS FATOS DA VIDA, CAUSANDO FUNDADAS

AFLIÇÕES OU ANGÚSTIAS. PARA FAZER JUS À REPARAÇÃO

POR DANO MORAL NÃO BASTA ALEGAR PREJUÍZOS ALEATÓRIOS OU

EM POTENCIAL, É NECESSÁRIA A COMPROVAÇÃO DO DANOEFETIVO

SOFRIDO PELA PARTE. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. CONDENAÇÃO

AFASTADA. NÃO VERIFICADA A DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO.

DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO APELO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº

70059336040, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Otávio Augusto de Freitas Barcellos, Julgado em 02/07/2014).

Para Melo (2011, p.119) a indenização apresenta-se sob três aspectos: “o caráter

compensatório para a vítima, o caráter punitivo para o causador do ano e o caráter exemplar

para a sociedade como um tudo”.

No caráter compensatório, a indenização serviria apenas como refutada em valores,

que seriam capazes de satisfazer o ego da vítima, dando-lhe o sentimento de justiça. Na visão

de punição, a reparação indenizatória, seria para o agente, como uma espécie de castigo, pelo

dano que causou. E por fim, o caráter exemplar para a sociedade, como algo que vai além da

simples punição, teria agora o caráter pedagógico, fazendo com que haja uma prevenção

quanto ao ato do agente, ou seja, o mesmo não mais proporcionaria danos a outrem.

Reis (apud MELO 2011, p. 108), chama atenção sobre um binômio entre a

compensação e a punição, sendo fundamentado juridicamente para estabelecer valores

indenizatórios, e afirma que:

A incompatibilidade entre esses princípios é notória, considerando cada um deles

desempenha funções distintas e, ainda, que os princípios punitivo e preventivo não

se encontram expressamente previstos em nosso ordenamento jurídico. Ademais, o

sistema de punição pessoal do ofensor não mais se amolda aos princípios gerais da responsabilidade civil, cuja a preocupação reside na satisfação integral dos prejuízos

da vítima.

O referido autor vislumbra que o princípio fundamental da indenização tem base na

plena satisfação da vítima em obter justiça, pelo prejuízo resultante da ilicitude do ato. Essa

problemática sobre a subjetividade da reparação dá lugar a várias interpretações jurídicas, há

22

uma impossibilidade física por parte dos magistrados, de analisar profundamente cada um dos

casos, ponderando os valores a serem atribuídos, de acordo com o grau do dano.

Maria Helena Diniz (apud MELO, 2011, p. 110), também apóia o fato da

indenização ter dois aspectos: punitiva, que ela chama de penal, e a compensatória ou

satisfatória, não vislumbra, no entanto, o caráter preventivo, como fora mencionado acima. O

que faz entender, que essa troca entre a reparação e a compensação, caberia pra que fossem

satisfeitas as partes envolvidas, tanto o ofensor como a vítima. Mas apenas esse binômio não

acabaria com as ações de pedidos de indenização dos danos morais. Teria que ter providencia

mais severas a fim de realmente sanar esse tipo de demanda.

Sobre essa questão Cahali (2011, p. 35) menciona que:

O direito moderno sublimou, assim, aquele caráter aflitivo da obrigação de reparar

os danos causados a terceiros, sob a forma de sanção legal que já não mais se

confunde – embora conserve certos resquícios- com o rigoroso caráter de pena

contra o delito ou contra a injúria, que lhe empresta o antigo direito, apresentando-o agora como conseqüência civil da infração de conduta exigível, que tiver causado

prejuízo a outrem.

Ainda sobre o referido autor, relata que há autores brasileiros, que defendem a teoria

positiva e outros apóiam a teoria negativa da indenização dos danos morais. Explicando

melhor, a teoria positiva, considera que há sim uma valoração para a reparação do dano

moral, enquanto a outra corrente, negativa, afirma que nos casos de anos extra patrimoniais,

não caberia indenização pecuniária, pois haveria uma subjetividade para a reparação, que não

está prevista em lei.

Para Laurent (apud CAHALI, 2011, p 39), em alguns casos do dano moral, não ter

relação direta com o patrimônio do ofendido, não caberia indenização por dano moral, pois

não atingiu os bens imateriais, como a honra, por assim dizer, que fosse de tamanha

relevância, sendo a indenização, um exagero por ordem do magistrado. Esse apontamento do

autor nos remete a corrente negativa da reparação.

Em contraponto a essa corrente, Clovis (apud CAHALI, 2012, p.40), diz que:

Se o interesse moral justifica a ação para defendê-lo ou restaurá-lo, é claro que tal

interesse é indenizável, ainda que o bem moral se não exprima em dinheiro...O

interesse de agir é o mesmo conteúdo do direito subjetivo considerado no momento, em que reage contra a lesão ou ameaça. E, se o dano moral é uma lesão do direito,

forçosamente provoca a reação, cria a ration agendi.

O fato de que o ofensor e a vítima estarem de diferentes espaços não condizem que

cada um possa fazer o que quer, sem que haja uma transformação de atitudes e sentimentos,

23

onde convivem a reparação e a compensação, apenas esses dois institutos não fariam

minimizar a dor e o sofrimento, de quem foi vítima do dano moral.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho, foi só possível observar, mesmo de maneira sucinta, o arcabouço

jurídico sobre o dano moral, suas conseqüências e a ordem em que pese a responsabilidade

civil, como fator gerador da indenização, objetivando os fundamentos legais contidos na

Constituição Federal, Código Civil e Código do Consumidor, que serviu de amparo para

proteger os direitos dos bens extra patrimoniais, quando ocorrido o lesão de ordem moral a

vítima. Visou atender o aspecto da reparação, como busca de uma compensação de cunho

pecuniário, tentando minimizar a dor e o sofrimento.

Cabe também mencionar, que o fato de haver indenização, não obrigaria ao lesado,

em aumentar o valor da reparação, como ocorre em alguns casos, pois é a maneira em que a

vítima se apóia no seu direito, a fim de se obter vantagens, já mesmo sabendo que tal valor,

pode satisfação a sua necessidade de ressarcimento.

Hoje, a questão do dano moral tornou realidade na maioria dos sistemas jurídicos

evoluídos e atualizados, onde as pessoas não respeito pelas outras, algumas, são conscientes

ou não, que seus atos podem causar algum, constrangimento, humilhação ou dor psicológica a

outrem, e também não atentam para os limites da responsabilidade e obrigação, assim, ignorar

o instituto do dano mora, seria um retrocesso, haja vista as transformações que a área jurídica

tem alcançado.

O tema em questão é de extrema relevância, pois no contexto jurídico, está

incorporado a outros tipos de direitos, sejam eles fundamentais ou consumeiristas. Apesar de

todo um aspecto subjetivo do dano, cabe ainda ressaltar que algumas juristas e doutrinadores,

vêem o valor da indenização em desacordo com as conseqüências que o dano possa acarretar.

Ou seja, não há uma fixação específica que possa reparar o prejuízo.

A sanção ou a reparação, depende do ponto de vistas opostos, como a ótica da

vítima, que prontamente se respalda na vingança, e com isso pode-se chegar ate a um

enriquecimento ilícito com justa causa; que mesmo tendo sida satisfeita a sua reparação ainda

busca em recurso, obter vantagens pecuniárias; e a ótica do agente, que cumpriu a sua

reparação de forma compensatória, agindo conforme previsto em lei, sobre a sua

responsabilidade.

24

O campo da indenização de danos morais pressupõe aspectos que englobam às suas

conseqüências, ou seja, o sofrimento causado pela violação dos direitos inerentes a dignidade

da pessoa humana, como o direito a liberdade, a igualdade, a solidariedade e o direito a sua

integridade psicofísica. Dessa forma, entende-se que tal reparação, não caberia de certo modo,

para voltar ao estado inicial da vítima, antes do fato em que surgiu o dano.

INDEMNISATION DE DOMMAGES MOURAUX: RÉPARATION OU SANCTION

RÉSUMÉ

Ce travail vise à analyser , synthétiser, en utilisant la méthodologie appliquée à partir d'une

étude bibliographique , l'indemnisation des dommages moraux consisterait en une peine ou

d'une réparation , d'essayer de discuter les aspects jurisprudentiels historiques , conceptuels du

scénario Constitution fédérale et également le code civil , en plus de code de la

consommation, portant sur des questions liées à cette modalité , leurs types et la nature

juridique , et avec une grande pertinence dans le domaine de la fois objective et subjective

comme la responsabilité civile , afin de restaurer dommages à l'état précédent , à savoir ,

l'équilibre émotionnel et d'équité qui ont été violés par le préjudice causé par l'agent , générant

une obligation d'indemniser soucier des solutions à leurs conflits d' ordre civil , la vérification

de son contexte afin d'actions visant à ce thème , adaptée à leur réparation , agissant avec une

base d'éducation , ou à titre de pénalité , afin punitive , la suite de dommages . Toujours dans

le cadre de la rémunération , le travail vise à répondre à son obligation , le statut juridique et

la perspective de la jurisprudence . Après avoir fait une explication du problème dans le cas

de l'enrichissement illicite , que les gens utilisent le bénéfice de l'indemnité , pour obtenir des

avantages , au-delà de ce qui a déjà été convenu au tribunal , imposant de fonctionnalités pour

un tel exploit . Et last but not least , la question de montrer dilemme doctrinal entre , sur la

question des réparations et des sanctions en matière d'indemnisation du dommage moral. Ce

sujet est pertinent pour comprendre les conséquences que peuvent apporter les dommages .

MOTZ-CLÉS : Dommages Mouraux. Responsabilité . Réparation . Sanction

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25f. Orientador: Profº. Esp. Moisés de Sousa Coelho Neto Artigo Científico (Graduação em Direito) Faculdade de Ensino Superior

da Paraiba.

1. Dano Moral. 2. Responsabilidade. 3. Reparação. 4. Sanção.I. Título

BC/Fesp CDU:347(043)