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Faculdade de Ciências da Educação e da Saúde – FACES Curso de Tecnologia em Gastronomia – Turma UN Antonio Vieira Ervei Pierre Lincoln Vicente Hênio Delfino Ramon Ribeiro CHOCOLATE: HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS Brasília 2014

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Faculdade de Ciências da Educação e da Saúde – FACES

Curso de Tecnologia em Gastronomia – Turma UN

Antonio Vieira Ervei Pierre

Lincoln Vicente Hênio Delfino

Ramon Ribeiro

CHOCOLATE: HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS

Brasília 2014

O trabalho apresentado é referente à avaliação parcial da disciplina de, Panificação e Confeitaria do Curso de Tecnologia em Gastronomia do UNICEUB.

Orientador: Anna Caribé

Brasília 2014

Índice INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 4

A HISTÓRIA DO CHOCOLATE ................................................................................................ 5

O CHOCOLATE NO BRASIL ......................................................................................................... 7

A PALAVRA CHOCOLATE ................................................................................................................ 8

A COMPOSIÇÃO DO CHOCOLATE .................................................................................................. 8

TIPOS DE CHOCOLATES ................................................................................................................. 9

CACAU EM PÓ ............................................................................................................................... 9

TEMPERAGEM DO CHOCOLATE .................................................................................................. 10

FÁBRICAS DE CHOCOLATE ........................................................................................................... 10

AS 5 MAIORES EMPRESAS DE CHOCOLATE DO BRASIL ............................................................... 11

BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 13

Fonte das imagens ...................................................................................................................... 13

Chocolate

INTRODUÇÃO O chocolate, um produto nobre, se tornou cada vez mais popular no mundo,

porem sua nobreza ainda se faz presente e provavelmente sempre estará. O chocolate sozinho e como o conhecemos atualmente é autossuficiente, não há quem possa reclamar que uma pequena porção de chocolate esteja necessitando de complemento, que esteja sem graça. Ele tem essa característica que versa o campo místico, porem é apenas um produto que agrada muito e durante sua longa história pode se adaptar, evoluir, atualmente se mostra em diferentes vertentes, para diferentes públicos. Como no caso do chocolate branco, o menos chocolate de todos os chocolates cobertura.

Pensar em chocolate, logo, é pensar em países como França, Suíça e Bélgica, entretanto o trabalho seguinte vai além, por isso recomenda-se sua leitura atenta e o aprofundamento pelas referências adotadas, depois disso, pensar em chocolate será pensar em Espanha, Brasil e África. Mais justo.

A HISTÓRIA DO CHOCOLATE

A origem de tudo é certamente a planta chamada Teobroma Cacao, a partir dela e mais especificamente de suas sementes, tem-se a origem do cacau e enfim o chocolate.

A história do chocolate é muito antiga e interessante, pois mostra o quanto esse produto gerou e continua gerando fascínio aos paladares humanos. Baseando na pesquisa Felipe Valentini Toscani (UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul), que fez um estudo completo do potencial de mercado de bombons e tabletes de chocolate por regiões do rio grande do sul, foi possível aprofundar na história do chocolate de maneira ampla sendo no Mundo e em países considerados mais importantes na evolução e popularização deste produto, como o Brasil, como será apresentação nos dois próximos tópicos. • Eram nas florestas quentes e úmidas do México, onde os primeiros cacaueiros

foram cultivados pelos olmecas (1200 a.C.), porem sobraram pouquíssimos vestígios arqueológicos do consumo do cacau. O que restou foi a tradição oral reunida e veiculada pela civilização maia, herdeira das plantações olmecas da costa do golfo do México.

• As bebidas achocolatadas já existiam pelo menos desde o século VI a.C., fato comprovado pela descoberta em Belize (América Central) de um pote com vestígios de chocolate.

• O cacau, produto nativo da região amazônica, se espalhou pelas florestas tropicais da América, sendo consumido pelas populações indígenas do continente.

• Os maias que viveram entre os séculos III–X foram os primeiros a cultivar o fruto de forma sistemática: usavam as favas como moeda e descobriram que as secando, moendo e misturando com água se obtinha uma bebida fria e espumante, muito semelhante ao chocolate atual denominada "tchocolath".

• O cultivo do cacau passou ao povo Toltec aproximadamente nos séculos X–XII e, posteriormente, aos astecas nos séculos XII–XVI.

• Quando os colonizadores espanhóis chegaram à região que hoje é o México, além da abundancia de metais preciosos que acentuaram a cobiça dos europeus, se depararam com um novo alimento que se transformaria em ouro negro para seus produtores: o chocolate.

• Em 1502, na sua quarta e última viagem à América, Colombo surpreendeu uma grande embarcação que transportava produtos agrícolas, incluindo grãos de cacau.

• Ao lado do Café e do Chá, o consumo de chocolate com o passar do tempo tornou-se um hábito cultural. Durante a Idade Moderna, foi transposto das colônias da América e da Ásia para o restante do mundo, em um intercâmbio de espécies animais e vegetais, além do vai e vêm de pessoas e costumes.

• Na Espanha do século XVI, havia uma série de leis que dificultavam e até impediam a venda do cacau para segmentos mais inferiores da sociedade.

• O consumo do chocolate chegou à França no século XVII e se tornou uma das bebidas reconfortantes mais apreciadas pela nobreza.

• Theobroma Cacao foi a denominação científica dada ao cacau pelo cientista Lineu, no século XVIII.

• Tomar chocolate tornou-se um hábito da nobreza, em virtude do alto custo do produto no período. Durante todo o século XVI, os espanhóis conservaram para si esta preciosa iguaria, não querendo compartilhá-la com outros países. Durante o período em que os espanhóis monopolizaram o comércio do cacau, a cultura foi implantada em várias regiões da América, notadamente na Venezuela, Equador e

São Domingos, contudo, os franceses e ingleses, que também dominavam territórios tropicais, logo se tornaram concorrentes.

• A partir da Revolução Industrial no século XVIII, o ritmo de vida das pessoas nos centros urbanos tendeu a acompanhar a aceleração rápida dos avanços tecnológicos.

• O novo ritmo de vida criou uma grande procura por bebidas estimulantes que permitissem conservar-se trabalhando e acordado por longos períodos, iniciando assim, a popularização do chocolate e do chá, acompanhados, pouco depois, pelo café.

• O casamento, em 25 de outubro de 1615, do rei Luís XIII, da França, com a infanta da Espanha, Ana da Áustria, selou a conquista do chocolate pela França. A pequena rainha, de apenas 14 anos, adorava chocolate e trouxera da Espanha tudo o que era necessário à sua preparação. Os cortesãos, para ganhar a sua simpatia, adotaram a sua bebida preferida. Ela passou a fazer parte da corte. Tanto é que um dos convites mais requisitados em Paris era para o chocolate de Sua Alteza Real. Em 1660, o filho de Ana da Áustria, Luís XIV, que subira ao trono, casou-se com outra princesa espanhola, Maria Teresa. Esta segunda união ibérica acabou firmando de vez o domínio do chocolate na França.

• Somente na virada do século XVII, o consumo de chocolate começou a ser democratizado, rivalizando com os cafés, apareceram em Londres às casas de chocolate. Elas o tornam um artigo relativamente barato na Inglaterra.

• Para possibilitar a manutenção do novo hábito, outros países europeus começaram a plantar cacau.

• Acredita-se que o chocolate chegou ao Reino Unido na segunda metade do século XVII, sendo que a primeira fábrica de chocolate inglesa surgiu em 1657. Pouco à pouco, a produção artesanal deu lugar à produção em massa, e por volta de 1730 seu preço já era acessível a boa parte da população.

• A invenção da prensa de cacau em 1828 diminuiu ainda mais os custos de produção.

• Em 1765, um médico, James Barker de Dorchester, se associou a um fabricante de chocolate recém-chegado da Irlanda, John Honnon, fundando a primeira fábrica de chocolate dos EUA: a Companhia Barker. Naquela época, o chocolate já podia ser consumido temperado com cravo ou almíscar, dissolvido em vinho ou leite quente. “Os espanhóis, por acharem a bebida indígena muito amarga, substituíram a

pimenta pelo açúcar. Por quase um século eles guardaram esse segredo.”

• No final do século XIX, depois da transformação do chocolate em barra ou tabletes, sendo antes consumido apenas em estado liquido, hospitais e sanatórios se interessaram por seus supostos benefícios para a saúde, alardeados pelos golpistas, comprando os chamados chocolates medicinais em larga escala para distribuí-los aos doentes.

• Em 1914, com a Primeira Guerra Mundial, aconteceu o fim da expansão das indústrias de chocolate. Foram feitas restrições às exportações do produto. Tabletes de chocolate passaram a fazer parte da ração de emergência dos soldados americanos em serviço.

• “O chocolate circulou por todas as partes, nas frentes de batalha e dentro dos

lares, sendo recomendado como um fortificante incomparável na reposição de

energia”. • Em 1945, terminada a guerra e as barreiras ao desenvolvimento das indústrias

chocolateiras. Os fabricantes, libertos dos racionamentos impostos pela guerra e das

restrições feitas às exportações, aumentam a produção, tornando o chocolate um dos produtos mais populares em todo o mundo.

• Na segunda metade do século XX, o chocolate ganhou sabores especiais, de acordo com a cultura local, originando o que hoje conhecemos como “chocolates clássicos”.

• No final do século XX, o chocolate já havia percorrido o globo terrestre, chegando ao Oriente Médio e ao Extremo Oriente. A China foi um dos últimos redutos do mundo a se render à receita à base de cacau.

O CHOCOLATE NO BRASIL Ainda baseando na pesquisa de Felipe Valentini, pode-se perceber não só a origem do chocolate brasileiro, mas também o que fez com que o Brasil se tornasse o maior produtor de chocolate no mundo e sua perda de mercado, mas ainda assim sendo uma referência quando se fala neste produto. • No Brasil, o cacau já existia em estado nativo na Amazônia quando os portugueses

chegaram a América, sendo considerado pelos primeiros colonizadores como uma das drogas do sertão.

• Os portugueses, já firmemente no controle do Brasil, plantaram seus cacaueiros inicialmente em São Tomé e Príncipe, duas ilhas na costa oeste da África.

• Os jesuítas instalados no norte do Brasil, por exemplo, iniciaram a formação de riquezas consideráveis em função da extração e comercialização do cacau, embora, posteriormente, o cacau tenha sido relegado a um plano secundário em função de atividades extrativistas como a borracha e castanha-do-Pará, devido aos lucros mais acentuados. Hoje, a produção amazônica não representa mais que 2% do total do cacau brasileiro.

• O inicio da Primeira Guerra Mundial transformou o chocolate em ração militar de emergência entre os norte-americanos, mas o chocolate era demasiado irresistível para ser guardado sem ser comido. Afinal, ele fora aprimorado para se tornar o mais saboroso possível. Os soldados raramente guardavam seus tabletes para uma crise futura, devoravam tudo rapidamente ao menor sinal de fome, o que inspirou, em 1934, o capitão Paul Logan a inventar uma fórmula de ração à base de chocolate, muito energética e, o mais importante, pouco atrativa ao paladar. Era uma mistura de chocolate, açúcar, leite em pó desnatado, manteiga de cacau, vanilina, aveia e vitamina B1, foi batizada de "Ração D".

• Aproveitando-se das necessidades dos norte-americanos, na década de 1920, os baianos chegaram a produzir 60 mil toneladas de cacau por ano, ampliando a safra para 105 mil toneladas, em 1940, graças à eclosão da Segunda Guerra Mundial, e 180 mil uma década depois, colocando o Brasil entre os maiores produtores, correspondente a 40% da produção mundial da época.

• Em 1819, François Louis Cailler abriu a primeira fábrica de chocolates suíços. Sete anos depois, em 1826, Philipp Suchard começou a fazer chocolate misturado com avelãs moídas. Depois que, em 1828, o químico holandês Coenraad van Houten inventou uma prensa de parafuso que permitia obter o pó do chocolate, iniciando também o comercio da manteiga de cacau. Em 1875, Daniel Peter e Henri Nestlé inventaram o chocolate ao leite na Suíça. Em 1891 surge a primeira fábrica de chocolates do Brasil, a Neugebauer, fundada por imigrantes alemães no Rio Grande do Sul.

• Entretanto, somente no final do século XIX a produção se ampliou definitivamente, ocasionando o tempo do chocolate entre os brasileiros, um período em que grandes fazendeiros baianos enriqueceram e tornaram-se poderosos coronéis. No restante do mundo, os séculos XVIII e XIX foram marcados pelos constantes aprimoramentos na composição do chocolate.

• Ouve uma brusca decadência da produção, pois a maioria das lavouras, localizadas no Sul da Bahia, nas regiões de Ilhéus e Itabuna, foram atacadas pela Vassoura-de-bruxa, praga resistente a qualquer tipo de defensivo. O fungo Crinipellis perniciosa ataca os frutos, as folhas e os brotos de cacaueiro. Essa praga chegou à região em 1989 e já infectou 95% das lavouras.

• Embora a produção cacaueira brasileira tenha alavancado todo um contexto sociocultural e econômico até hoje ainda presente nas regiões produtoras, gradualmente, perdeu espaço para a África, apesar do Brasil ainda ocupar um lugar importante no cenário mundial, sendo o único país produtor de cacau a industrializá-lo.

A PALAVRA CHOCOLATE Segundo Existe certa confusão sobre a origem da palavra chocolate. Alguns

dicionários afirmam que a palavra vem do Asteca, ou mais precisamente, do Nahuatl, a língua dos astecas. Segundo o filólogo mexicano Ignacio Davila Garibi, os espanhóis construíram a palavra usando o termo Maia chocol juntado com o termo asteca atl.

Outra opinião é que chocolate vem da palavra Maia chokola’j, que significa “beber chocolate junto” 4. “A palavra Theobroma, em grego, quer dizer alimento dos

deuses. Um nome bem adequado. Afinal o cacau, fruto dessa árvore, é a principal

matéria-prima na fabricação do chocolate”.5 Já para a civilização Maia do México e da América Central,” os deuses foram os primeiros a consumir o cacau, um estímulo

para que os homens seguissem esse exemplo”.

A COMPOSIÇÃO DO CHOCOLATE

Uma massa geralmente escura com cheiro característico e sabor em escala de doçura, que agrada muita gente no mundo todo é chamada de chocolate, mas em

linguagem química o chocolate é, segundo Richter e Lannes (2007), o produto obtido a partir da mistura de derivados de cacau (Theobroma cacao L.), que são eles: a massa (ou pasta ou liquor) de cacau, o cacau em pó e/ou manteiga de cacau, com outros ingredientes, contendo, no mínimo, 25 % (g/100 g) de sólidos totais de cacau. Entretanto o chocolate branco é o produto obtido a partir da mistura de manteiga de cacau com outros ingredientes, contendo, no mínimo, 20% (g/100 g) de sólidos totais de manteiga de cacau.

TIPOS DE CHOCOLATES De maneira simplificada o chocolate é um mistura de pasta de cacau em pó,

manteiga de cacau em pó e açúcar e a variação da proporção desses ingredientes (PIA, FENDRIK p.3, 2008) afirma que “obtêm-se diferentes qualidades, texturas e aromas ... chocolate com maior porcentagem de manteiga de cacau em pó são aqueles gordurosos e que derretem melhor na boca ... com maior quantidade de pasta de cacau em pó são de sabor e aroma mais intensos.”. Pia, Fendrik em seu livro chamado Chocolate classifica em três tipos os chocolates:

Chocolate cobertura possui alta porcentagem de cacau em pó, de manteiga de cacau em pó e uma baixa quantidade de açúcar este tipo de chocolate é o mais conhecido quando se pensa em chocolate e também o mais utilizado na confeitaria, encontrado em vários tipos: chocolate amargo, meio amargo, ao leite e branco. O chocolate cobertura ao leite tem, incorporado aos ingredientes básicos, leite em uma porcentagem de 20%. O chocolate cobertura branco não contem pasta de cacau em pó. É composto por manteiga de cacau em pó, leite e açúcar.

Há também o chocolate em pó que tem grande quantidade de açúcar e pouca manteiga de cacau em pó. É usado para bebida chocolate quente.

O chocolate hidrogenado é um produto que se vende já preparado e que não derrete à temperatura ambiente, pois possui gordura vegetal hidrogenada. É utilizado em coberturas de doces, biscoitos, e outras receitas, ou para fazer decorações.

CACAU EM PÓ Segundo (PIA, FENDRIK 2008) assim como o chocolate o cacau em pó também

apresenta diferentes variedades e qualidade, possuindo sempre uma cor intensa, bem como seu aroma. É um produto muito adstringente e não é agradável para comer puro quando se trata do cacau em pó amargo que nada mais é que a pasta de cacau moída sem nenhum acréscimo, e como se espera é muito intenso em suas características, entretanto o cacau em pó meio amargo, contem uma baixa proporção de açúcar e é muito utilizado em confeitaria, mas o pó de cacau doce tem uma alta concentração de açúcar e é utilizado para fabricar bebidas e produtos industriais.

TEMPERAGEM DO CHOCOLATE Quando utilizamos o chocolate cobertura, comercializado em barras e para a

manipulação deste é necessário o seu derretimento e isso ocorre graças à manteiga de cacau presente em sua composição, esta segundo Bouzas, Brown (1999 apud RICHTER E LANNES 2007) possui formas cristalinas distintas (polimorfismo), sendo que cada uma delas possui pontos de fusão diferentes.

Das formas cristalinas, a mais estável às oscilações da temperatura ambiente é a forma β(VI), enquanto as demais sofrem transições e se fundem. Para se obter um produto à base de manteiga de cacau com boas características de qualidade (textura, cor e brilho), após o completo derretimento sem nenhuma forma cristalina presente (temperatura entre 45 °C e 50 °C), inicia-se o processo de pré-cristalização (temperagem) com resfriamento lento e gradual, com movimentação constante, induzindo a formação dos cristais β(VI) estáveis de maneira homogênea (McGauley,Marangoni, 2002; Schenk, Peschar, 2004 apud RICHTER E LANNES ).

Depois de derretido o chocolate que simplesmente for enformado e deixado resfriar não apresentará a mesma característica física de anteriormente, como sua estabilidade, como por exemplo, derreter pelo simples toque, apresentar resistência para desenformar já que seu tamanho não compactou como se esperava, para que esse inconveniente não ocorra há a necessidade da pré-cristalização que ocorre em 2 a 4% da manteiga de cacau, causando aumento da viscosidade. No final da temperagem, o chocolate apresenta viscosidade duas vezes maior quando comparada com o chocolate derretido inicialmente. A temperatura adequada para o final de temperagem varia de acordo com o tipo de chocolate, sendo por volta de 28 °C, 29 °C e 31 °C, para os chocolates branco, ao leite e meio amargo, respectivamente (Schenk, Peschar, 2004 apud RICHTER E LANNES 2007). No resfriamento (após a modelagem), acelera-se a multiplicação dos cristais.

Segundo Martin (1994 apud RICHTER E LANNES 2007) o β (VI), formando uma rede cristalina compacta e estável. Entre a temperatura de resfriamento (túnel ou geladeira, de 8 a 10 °C) e o ambiente de trabalho (20 a 22 °C) não deve haver uma diferença superior a 10 °C, para evitar a condensação de umidade sobre o produto (Stapley et al.,1999; Mcgauley, Marangoni, 2002). Uma temperagem correta garante que a manteiga de cacau irá se contrair no molde e o chocolate saíra facilmente.

FÁBRICAS DE CHOCOLATE Foi somente partir da segunda metade do século XIX que algumas fábricas de chocolate foram instaladas no Brasil. Existem hoje 38 grandes indústrias no Brasil, que exportam seus produtos para 174 países. 44 Abaixo pode acompanhar um pouco a história das seis principais indústrias atuantes no Brasil.

• LACTA - 21 de janeiro de 1912 • NESTLÉ – 1867. NESTLÉ S.A. em 1977

Recentemente, a empresa inaugurou, ao custou de aproximadamente US$ 46 milhões, o Centro de Excelência em Chocolate em Broc, na Suíça. Esse foi o primeiro centro de pesquisa e desenvolvimento da NESTLÉ inteiramente dedicado ao desenvolvimento de chocolates finos e premium.

• GAROTO -16 de agosto de 1929. • ARCOR - 5 de julho de 1951.

• NEUGEBAUER (atual VONPAR ALIMENTOS) A mais antiga fábrica de chocolates do Brasil foi fundada pelos irmãos imigrantes alemães Franz, Ernest e Max Neugebauer, e o sócio Fritz Gerhardt, em setembro de 1891.

• HERSHEY´S – 1876.

AS 5 MAIORES EMPRESAS DE CHOCOLATE DO BRASIL No Brasil as maiores empresas na indústria de chocolate que disputam no mercado brasileiro são classificadas segundo o artigo da LAFIS que se baseou nos dados da Euromonitor (publica relatórios sobre indústrias, consumidores e mercado) de 2010. 1. Nestlé Marcas conhecidas: Alpino, Baton, Charge, Chokito, Garoto, Kit Kat, Prestígio, Sensação, Suflair, Serenata de Amor e Talento. Maior empresa de alimentos do mundo, a suíça Nestlé lidera a primeira posição do ranking com uma participação de 44,1% no mercado de chocolates, segundo a Euromonitor. É verdade que a gorda fatia lhe rende uma certa folga em relação às concorrentes. Mas esse número já foi maior no passado: em decisão de 2004, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) entendeu que a compra da Garoto pela empresa teria incrementado em excesso a presença da Nestlé nas prateleiras. O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) recomendou a venda da Garoto para outra companhia, de olho na parcela de 58% que a Nestlé teria abocanhado no mercado. A empresa contestou a decisão na Justiça. Completados dez anos da aquisição, o desenrolar do caso aguarda um parecer do Tribunal Regional Federal, que poderá aprovar o negócio, vetá-lo ou ainda solicitar a realização de um novo julgamento no Cade. Enquanto aguarda uma decisão, a Nestlé segue injetando dinheiro na Garoto. Entre 2008 e 2011, foram 250 milhões de reais em investimentos. Os pontos de venda da marca já somam 400.000 estabelecimentos. 2. Kraft Foods Marcas conhecidas: Amandita, Bis, Confeti, Diamanete Negro, Lacta, Laka, Sonho de Valsa, Ouro Branco, Milka e Toblerone Enquanto não muda o nome para Mondelez, como anunciado em meados de março, a americana Kraft Foods celebra a chegada da Páscoa. De agosto a março, a empresa contratou 1,2 mil temporários para trabalhar na unidade de Curitiba, maior fábrica da empresa no mundo. O motivo foi um só: turbinar a produção de chocolate para consolidar a liderança em ovos, mantida pela Kraft há 15 anos. Em 2012, serão cerca de 27 milhões de unidades comercializadas. Considerado todos os formatos de chocolate e para além dessa época do ano, a Kraft desce para a segunda posição na lista das empresas que mais vendem chocolate. Segundo dados da Euromonitor de 2010, a participação da empresa é de 32,5% no mercado brasileiro. Apesar de ter chegado no país em 1993 com a compra da empresa de bebidas em pó Q-Resfresko, a Kraft só passou a carimbar seu nome nos bombons e barras depois de fechar a compra da centenária Lacta, em 1996.

3. Arcor Marcas conhecidas: Samba, Ben 10, Moranguinho, Rocklets, Tortuguita e Twister. O grupo argentino Arcor também estreou no Brasil depois de fechar uma aquisição. Em 1981, a companhia comprou a Nechar Alimentos, fabricante de balas de Rio das Pedras, no interior de São Paulo. De lá para cá, investiu na instalação de outras fábricas e no lançamento de produtos. Inaugurada em 99, a unidade de Bragança Paulista é responsável pela produção de chocolates da empresa. Para colocá-la de pé, foram investidos 40 milhões de dólares. Hoje, a Arcor ocupa o terceiro lugar no pódio da Euromonitor. Mas a distância em relação à segunda colocada é abissal: com 3,6% do mercado de chocolates, a empresa está quase 30 pontos atrás da Kraft. Apesar de exportar balas e guloseimas para outros países, praticamente toda a produção de chocolate é destinada ao Brasil. Segundo a empresa, o volume produzido para a Páscoa este ano foi 20% maior que o registrado em 2011. Comemorando o aumento, a Arcor enfrenta, por outro lado, um recall de 545.000 unidades do ovo Rapunzel. O produto será retirado do mercado em função de uma falha na confecção do brinde, que acabou contaminando o gosto e o aroma do chocolate. 4. Hershey's Marcas conhecidas: barras Hershey's e Kisses Depois de estrear no Brasil com a importação de chocolates americanos em 1998, a Hershey's iniciou sua primeira linha de produção no país em 2002. Seis anos depois, foi a vez da empresa se associar à Pandurata Alimentos, dona da Bauducco e da Visconti. A parceria aumentou a distribuição dos produtos da marca, que viu sua participação no mercado engordar desde então. Ainda que pareça modesta, a fatia de 2,9% em vendas, apontada no levantamento da Euromonitor, foi conseguida com pouco investimento em marketing: 2010 foi o ano da primeira campanha publicitária da empresa, mais de uma década depois da sua entrada no país. Daqui para frente, a ideia é mudar esse quadro. A Hershey's já anunciou a intenção de investir 25 milhões de dólares para expandir sua produção por aqui. A verba destinada à divulgação também deverá crescer 25% em 2012. 5. Mars Marcas conhecidas: M&M, Twix e Snickers. A americana Mars fecha o ranking das cinco maiores empresas com uma participação de 2,4% no mercado de chocolates no Brasil. A chegada no país aconteceu em 1978, depois da empresa comprar um moinho de arroz em Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul. Mas foi apenas no fim dos anos 90, depois já ter se estabelecido no segmento de rações, que a companhia iniciou a produção de chocolate. Bastante lembradas pelo maciço investimento em publicidade, M&M e Twix são as maiores expoentes da marca no Brasil e no mundo.

BIBLIOGRAFIA Pia, Fendrik. Chocolate. Coleção: prático e saboroso. Ed 1ª. Ed. Vergara & Riba. 2008. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences vol. 43, n. 3, jul./set., 2007. BATISTA, Ana Paula Sabbag Amaral. Chocolate: sua história e principais características. Monografia de pós- graduação latu sensu. Universidade de Brasília. 2008. p.13-15. A história do chocolate. Disponível em <http://www.ufrgs.br/alimentus/ita02014/arquivos/chocolate.pdf> Acesso em 11-05-2014. Toscani, Felipe Valentini. Estudo do potencial de mercado de bombons e tabletes de chocolate por regiões do Rio Grande Do Sul. Disponível em <http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/1006/Felipe%20Valentini%20Toscani.pdf?sequence=1> Acesso em 11-05-2014. As 5 maiores empresas de chocolate do Brasil <http://www.lafis.com.br/institucional/releases/06-04-2012_-_Exame.pdf> Acesso em 12-05-2014.

Fonte das imagens Teobroma Cacao 1 http://en.wikipedia.org/wiki/Theobroma_cacao Theobroma cacao 2 http://en.wikipedia.org/wiki/Theobroma_cacao Cacao Nibs http://www.herbalfire.com/cacao-nibs-theobroma-cacao.html cacau - http://ultradownloads.com.br/busca/fotos-de-bolo-chocolate-resolucao-alta/2,,,,,11,2,.html Tchocolath - http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2010/08/chocolate-tambem-e-historia.html Vassoura-de-bruxa1 - http://prosaepolitica.com.br/2012/07/page/4/ Vassoura-de-bruxa2 - http://meioambiente.culturamix.com/noticias/historia-do-cacau-no-brasil Vassoura-de-bruxa3 - http://www.brasilatualidades.com.br/2011/09/pesquisadores-realizam-estudos-sobre.html Cacau áfrica 1 - http://paulinhistory.blogspot.com.br/2010/06/te-gusta-el-chocolate-mira-antes-nestle.html Cacau áfrica 2 - http://discoverybrasil.uol.com.br/imagens/galleries/curiosidades-sobre-o-chocolate/ Cacau áfrica 3 - http://www.quo.es/ser-humano/el-chocolate-se-acaba