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FACULDADE CENTRO MATO-GROSSENSE CURSO DE AGRONOMIA AVALIAÇÃO AGRONÔMICA E SENSORIAL DE DIFERENTES CULTIVARES DE MELANCIA (Citrullus lanatus) NAS CONDIÇÕES DA REGIÃO DE SORRISO-MT SILVANA MARIA RIFFEL SORRISO MT JULHO DE 2013

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  • 1

    FACULDADE CENTRO MATO-GROSSENSE

    CURSO DE AGRONOMIA

    AVALIAÇÃO AGRONÔMICA E SENSORIAL DE DIFERENTES CULTIVARES DE MELANCIA (Citrullus lanatus) NAS CONDIÇÕES

    DA REGIÃO DE SORRISO-MT

    SILVANA MARIA RIFFEL

    SORRISO – MT

    JULHO DE 2013

  • 2

    FACULDADE CENTRO MATO-GROSSENSE

    CURSO DE AGRONOMIA

    AVALIAÇÃO AGRONÔMICA E SENSORIAL DE DIFERENTES CULTIVARES DE MELANCIA (Citrullus lanatus) NAS CONDIÇÕES

    DA REGIÃO DE SORRISO-MT

    SILVANA MARIA RIFFEL

    Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Graduação em Agronomia da Faculdade Centro Mato-grossense como requisito para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo sob orientação da professora MSc. Jacqueline Enéquio de Souza.

    SORRISO- MT

    JULHO DE 2013

  • 3

    FACULDADE CENTRO MATO GROSSENSE CURSO DE AGRONOMIA

    FOLHA DE APROVAÇÃO

    AVALIAÇÃO AGRONÔMICA E SENSORIAL DE DIFERENTES CULTIVARES DE MELANCIA (Citrullus lanatus) NAS CONDIÇÕES DA REGIÃO DE SORRISO-MT

    SILVANA MARIA RIFFEL

    Monografia defendida e aprovada em 12 de julho de 2013 pela banca avaliadora:

    ________________________________ Orientadora

    Jacqueline Enéquio de Souza.

    _________________________________ Professor

    Kater Jacomasso

    __________________________________ Professora

    Josiane Marochio Schwantes

    __________________________________ Coordenador:

    Eder Novaes Moreira

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente, agradeço a Deus por ter me dado forças e iluminado meu caminho

    para que pudesse concluir mais uma etapa da minha vida.

    Ao meu esposo Aldo, pelo companheirismo e paciência, nos momentos difíceis que

    passamos juntos nessa caminhada.

    Aos meus dois filhos, Camily Vitória e Thiago por compreenderem as minhas

    ausências, que servirão de escudo para eles.

    A minha sogra, Maria Lourdes, por acreditar no meu potencial e pelo incentivo de

    todas as formas.

    Aos meus pais, que foram o instrumento para concretizar o precioso dom que recebi:

    A VIDA.

    Aos meus irmãos, Maico e Bruno, pelo carrinho que sempre tiveram comigo.

    Aos meus amigos e colegas do curso pela cumplicidade ajuda e amizade.

    Em especial, o meu agradecimento de coração a minha professora, orientadora e

    amiga JACQUELINE, por sua dedicação, força e disponibilidade.

    A todos os professores e coordenação que dedicaram seu tempo e sabedoria para

    que minha formação acadêmica acontecesse: MUITO OBRIGADO.

  • 5

    SUMÁRIO

    LISTA DE FIGURAS .................................................................................. i

    LISTA DE TABELAS ................................................................................. ii

    RESUMO .................................................................................................. iii

    ABSTRACT .............................................................................................. iv

    1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 1

    2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................. 2

    2.1 TRATOS CULTURAIS ........................................................................ 2

    2.2 CULTIVARES ...................................................................................... 4

    2.3 ENSAIOS DE COMPETIÇÃO ............................................................. 5

    2.4 TESTE SENSORIAL ........................................................................... 6

    3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................... 7

    3.1 CROQUI DA ÁREA ............................................................................. 8

    3.2 ANÁLISES ESTATÍSTICAS................................................................ 9

    4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................... 11

    5 CONCLUSÃO ....................................................................................... 15

    6 ANEXO ................................................................................................. 16

    7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 17

  • i

    LISTA DE FIGURAS

    Figura1. Resultado da avaliação do perfil dos provadores referentes à faixa

    etária (A), ocupação (B), escolaridade (C), e frequência de consumo

    (D).SORRISO-MT, 20013.------------------------------------------------------------------------ 11

    Figura 2. Valores hedônicos médios para os atributos de cor, aroma, sabor, e

    textura obtidos no teste de aceitação das amostras. SORRISO-MT, 2013-------- 12

  • ii

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1. Resumo da análise de variância com os quadrados médios de

    tratamento, bloco e erro; médias; estimativa de coeficiente de variação (CV%).

    Médias dos tratamentos para número de frutos por planta (NFP) e produtividade

    em kg/planta (PROD). FACEM, Sorriso-.MT----------------------------------------------- 10

  • iii

    RESUMO

    RIFFEL, S. M. AVALIAÇÃO AGRONÔMICA E SENSORIAL DE DIFERENTES CULTIVARES DE MELANCIA (Citrullus lanatus) NA REGIÃO DE SORRISO-MT.

    Sorriso, 2013. P.27 Trabalho de conclusão do curso de agronomia– Faculdade Centro Mato-grossense.

    Atualmente no mercado de melancia existe um grande número de cultivares

    disponíveis ao produtor. Assim, o objetivo do trabalho foi comparar o desempenho

    produtivo de sete diferentes ultivares de melancia: Charleston, Fairfax, Top gan,

    Baby, Omaru, Crimson Sweet, Crimson Select, e identificar as que possuem melhor

    pontencial produtivo aos agricultores da região de Sorriso-MT. O experimento foi

    desenvolvido na chácara Vovolho, localizada na BR 163 sentido Cuiabá-MT, no

    período de abril a junho de 2013. Utilizou-se o delineamento experimental de blocos

    casualizados, com cinco repetições. O espaçamento utilizado de 1m x 1m. Na

    colheita foi determinado o número de frutos e o peso de cada fruto por tratamento.

    Após a colheita foi realizado um teste sensorial degustativo com cinquenta

    convidados que avaliaram os atributos de: cor, aroma, sabor, textura e aspectos

    gerais, com questionário ,usando uma escala hedônica de cinco pontos. Quanto as

    características agronômicas, foi observado diferença significativa para número de

    frutos por planta e não significativa para produtividade entre as cultivares pelo teste

    estatístico de Tukey a 5% de probabilidade. No quesito de aceitabilidade entre os

    avaliadores a cultivar Omaru apresentou melhor aceitação.

    Palavras chave: Ensaio de competição, desempenho produtivo, degustativa.

  • iv

    ABSTRACT

    RIFFEL, S. M. AGRONOMIC AND SENSORY EVALUATION OF DIFFERENT VARIETY OF WATERMELON (Citrullus lanatus) IN THE REGION OF SMILE-MT.

    Sorriso, 2013. P. 27 Work completion agronomy course-Faculty Center Mato Grosso.

    Currently on the market there are a great watermelon varieties number available to

    the grower. The objective of this study was to compare the performance of seven

    different cultivars of watermelon: Charleston, Fairfax, Top gan, Baby, Omaru,

    Crimson Sweet, Crimson Select and identify the ones with better pontencial

    productive farmers in the region of Sorriso-MT. The experiment was conducted at the

    farm Vovolho, located on Highway 163 towards Cuiabá, in the period April-June

    2013. We used a randomized complete block design with five replications. The

    spacing used 1m x 1m. Was determined at harvest fruit number and weight of each

    fruit per treatment. After harvesting a test was performed sensory taste buds with fifty

    guests who evaluated attributes: color, aroma, flavor, texture and general aspects, a

    questionnaire, using a five-point hedonic scale. As the agronomic characteristics,

    significant difference was observed for number of fruits per plant and not significant

    for yield among cultivars by Tukey statistical test at 5% probability. In terms of

    acceptability among evaluators to cultivate Omaru was better accepted.

    Keywords: Test Competition, productive performance, Taste.

  • 1

    1 INTRODUÇÃO

    Segundo o Instituto brasileiro de geografia e estatística-IBGE (2010), o Brasil

    possui uma área plantada de 96.477ha e uma produção de 2.052.928t. A região

    Centro-Oeste apresenta a terceira maior produção de melancia com 312.126t, sendo

    a região Nordeste e Sul, com 701.213t e 505.782t, respectivamente, a primeira e a

    segunda maior produtora. Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás e São Paulo são os

    maiores produtores, com 55% da produção.

    Já é possível realizar, de maneira objetiva e transparente, o grupo varietal, o

    tamanho e a qualidade da melancia no momento da sua comercialização. A

    atividade produtiva de melancia no Brasil apresenta um perfil predominante pela

    produção familiar por sua rusticidade, pelo menor investimento de capital e retorno

    em torno de 85 dias em relação às outras oleráceas. Seus frutos são utilizados tanto

    na alimentação humana como animal. Em algumas regiões, as sementes são

    consumidas tostadas e dessas pode-se extrair um óleo de boa qualidade, cujo

    conteúdo varia de 20 a 45%. A casca do fruto também pode ser utilizada na

    fabricação de doces (MIRANDA, et al ,apud COSTA & LEITE, 2007).

    Algumas cultivares com destaque no mercado brasileiro podem ser citadas

    como: Crimson Sweet, Pérola, Sugar Baby, Charleston Gray, Jubille, Fair fax, e

    outras cultivares híbridas, tais como: Crimson Tide, Rubi Ag.-08, Verona, Madera,

    Mirage, Savana, Emperor e Tiffany (sem sementes) (JÚNIOR, et al., 2007).

    Para comparar e identificar o desempenho produtivo das diversas cultivares,

    uma das estratégias utilizadas pelos melhoristas é a realização dos ensaios de

    competição. Através destas pesquisas, o agricultor e o melhorista podem realizar

    estudos de interação entre genótipos e ambientes de maneira a selecionar as

    melhores cultivares para cada ambiente adequadamente.

    Desta forma, este trabalho teve como objetivo comparar o desempenho

    produtivo e agronômico de sete cultivares de melancia na região de Sorriso-MT,

    quantificando massa de frutos e o número de frutos por planta, assim como, avaliar

    a aceitabilidade dos consumidores por meio de avaliação sensorial de algumas

    cultivares de melancia.

  • 2

    2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

    Segundo Almeida (2003), a melancia é uma planta herbácea, com ciclo

    vegetativo anual, apresentando sistema radicular extenso, porém superficial, com

    predomínio de raízes nos primeiros 0,60 cm do solo. Os caules são rasteiros,

    estriados, com gavinhas ramificadas e folhas profundamente lobadas. As flores são

    de corola amarela, pequenas e isoladas, permanecendo abertas durante menos de

    24 horas. A polinização é principalmente entomófila (por insetos). O fruto pode ser

    redondo, alongado, podendo atingir 0,60 cm de comprimento. A casca é espessa,

    pode ter a cor verde claro ou escuro, de tonalidade única, rajado ou com manchas. A

    polpa no geral, vermelha, podendo também ser amarela, laranja, branca ou verde,

    apresentando um mínimo de parte branca.

    Resende (2006) descreve que a melancia é uma das espécies intolerante as

    baixas temperaturas, principalmente durante a germinação e emergência, sendo

    uma cultura tipicamente de clima quente. Esta é uma das razões pela qual a região

    de Mato Grosso se destaca, e a cultura encontra um clima favorável ao seu

    desenvolvimento.

    A melancia se desenvolve nos locais onde o período de crescimento das

    plantas e da maturação dos frutos coincide com dias longos e noites quentes, e

    temperaturas médias na faixa de 23ºC a 28ºC. Ela é sensível a geadas e o seu

    crescimento vegetativo é paralisado com temperaturas abaixo de 12ºC. A Umidade

    alta prejudica os frutos, e temperaturas superiores a 35ºC prejudicam a floração e a

    frutificação (FELTRIN SEMENTES, 2011).

    2.1 TRATOS CULTURAIS

    O plantio da melancia em semente deve ser primeiramente realizado em

    bandejas, contendo de preferência substrato comercial à base de vermiculita e

    cinzas vegetais, ou fibra de casca de coco, ou também solo e mais esterco. Em

    copos de papel jornal é usado uma profundidade de cerca de 2 cm a 4 cm, cobrindo-

    a com uma camada de 0,5 cm a 0,7 cm do próprio substrato, recomenda também,

    colocar uma semente em cada célula ou copo, para evitar-se o desbaste, pois exige

    muita mão de obra e, também, como forma de reduzir o gasto com sementes,

    principalmente quando se utiliza sementes híbridas, que, geralmente, têm valor mais

  • 3

    elevado. O gasto com as sementes varia de acordo com a cultivar de melancia

    utilizada, e o espaçamento adotado (DIAS, 2010).

    Para Resende (2006), o transplante de mudas (principalmente de sementes

    de maior valor), é outra forma de cultivo da melancia, onde são primeiramente

    produzidas em recipientes próprios, como: bandejas de isopor, sacos plásticos ou

    copinhos de jornal. No geral, as cucurbitáceas não toleram a formação de mudas de

    “raízes nuas”. O cuidado é importante para não passar do momento exato do

    transplante, que não deve exceder o período da emissão da primeira folha definitiva

    ao início da segunda.

    A transferência das mudas do local aonde foram produzidas, no caso das

    bandejas, para a área de cultivo definitivo, é uma etapa importante para o

    desenvolvimento da muda. Para isso, alguns cuidados devem ser tomados para

    evitar ou reduzir o estresse hídrico, nutricional ou físico durante e após essa

    operação. As mudas devem ser transplantadas cerca de 11 a 13 dias após, ou

    quando as plantas tiverem no início da emergência da primeira, folha definitiva, de

    preferência, ao final da tarde, quando a transpiração é menor (DIAS et al., 2010).

    Costa (2007) descreve que o plantio da cultura da melancia pode ser

    estabelecido por semeadura direta também. Neste caso usa-se duas sementes por

    cova como garantia, a uma profundidade de 2-3 cm. A quantidade de sementes por

    hectare, da cultivar Crimson Sweet ou outra semente de tamanho similar é de 0,80 a

    1,0 kg. Para acelerar e uniformizar a germinação pode-se fazer a embebição prévia

    das sementes em água, por quatro horas. O semeio deve ser feito em solo

    previamente úmido, para evitar que as sementes se desidratem.

    Segundo Filgueira (2008), quando se realiza a semeadura direta é

    necessário o desbaste das plantas em excesso, que pode ser feito em duas etapas,

    iniciando ao apresentarem 2-3 folhas definitivas. Já para Costa (2007), o desbaste

    pode ser realizado quando as plantas apresentarem três a quatro folhas definitivas,

    deixando-se apenas uma planta por cova, mantendo a mais vigorosa.

    Recomenda-se cortar com tesoura para evitar que prejudique a raiz da

    planta que vai ficar. A condução das ramas consiste em afastar as ramas para fora

    dos sulcos de irrigação e das faixas do terreno reservados ao trânsito, além de

    facilitar as capinas as pulverizações e a colheita, evita o apodrecimento dos frutos

    causados pelo contato com água ou pelos danos mecânicos.

  • 4

    Após realizado o plantio da melancia, a frequência das irrigações e o volume

    de água aplicado por irrigação variam de acordo com o tipo de solo, as condições

    climáticas e o estádio de desenvolvimento da cultura. Da semeadura até o início do

    crescimento das ramas, o fornecimento de água deve ser moderado, do início do

    desenvolvimento das ramas até o florescimento, há um aumento gradual do

    consumo de água pela cultura, entre o florescimento e o início da maturação dos

    frutos, a cultura atinge o consumo máximo de água e as irrigações devem ser mais

    frequentes (COSTA, 2007).

    Para Filgueira (2008), o processo de irrigação da melancia pode ser no

    sulco, por aspersão ou por gotejamento. As capinas podem ser por meios

    mecânicos, ou manuais, evitando danos às raízes. É importante manter a cultura

    livre de plantas invasoras até o fechamento das ramas em crescimento.

    A flor da melancia permanece aberta por apenas um dia, a abertura ocorre

    de uma a duas horas, após o sol aparecer, e o fechamento ocorre à tarde. A

    polinização é realizada pelas abelhas, normalmente pela manhã. A presença de

    abelhas durante a fase de florescimento é fundamental para aumentar o pegamento

    dos frutos e a produtividade e para diminuir o número de frutos defeituosos.

    Recomenda-se evitar pulverizações com inseticidas durante a fase de florescimento,

    principalmente pela manhã, e instalar colméias próximo à cultura, quando houver

    poucas abelhas no local (FELTRIN SEMENTES, 2011).

    Para Almeida (2003), as flores femininas da melancia abrem após o nascer

    do sol e permanecem abertas apenas durante algumas horas, menos de um dia e

    são predominantemente polinizadas por abelhas. A atividade das abelhas inicia-se

    umas duas horas após o nascer do sol e prolonga-se até meio da tarde, podendo

    declinar nas horas de maior calor. As aplicações de pesticidas devem ser efetuadas

    no final da tarde, quando a atividade das abelhas já é reduzida.

    2.2 CULTIVARES

    Atualmente no mercado brasileiro algumas cultivares vem ganhando

    destaque comercialmente, dentre elas podemos citar: Crimson Sweet, Pérola,

    Sunshade, Charleston Gray, Jubille, Fairfax, e outras cultivares híbridas, tais como:

    Crimson Tide, Rubi Ag.-08, Verona, Madera, Mirage, Savana, Emperor e Tiffany

    (sem sementes). A Crimson Sweet é citada como uma das cultivares mais plantada

  • 5

    no Brasil, do Nordeste ao Sul do País. Ela apresenta frutos grandes, redondos, com

    peso médio entre 11 kg e 14 kg com boa resistência ao transporte, em função da

    firmeza da casca. Sua casca é rajada, com largas faixas longitudinais verde-escuras

    e verde-claras alternadas. Destaca-se pela excelente qualidade da polpa, de sabor

    muito doce. Apresenta resistência à antracnose, à murcha de Fusarium e baixa

    incidência de podridão-apical (JÚNIOR et al., 2007).

    Segundo Ribeiro (2012), das variedades de melancia encontradas na região

    Norte, nem todas apresentam adaptação às condições regionais. Além da

    adaptação ao clima e ao solo, outros aspectos devem ser observados na escolha da

    cultivar: precocidade, tolerância a doenças e distúrbios fisiológicos, tipo do fruto

    quanto à preferência no mercado, resistência ao transporte e ao empilhamento,

    entre outros.

    Para Gutierrez (2012), a classificação e a diferenciação das variedades pode

    ser pela cor da polpa, ausência ou presença de sementes, formato, tamanho

    varietal, desenho da casca, lisa, com estrias, estreitas ou largas, cor de fundo da

    casca, cor das estrias. Foram criados cinco grupos que unem tamanho varietal e

    presença de sementes e subgrupos que caracterizam na coloração de fundo da

    casca e a coloração da polpa. Os grupos varietais são Personal (1 a 2 kg, sem

    semente), Mini (2 a 3 kg, sem semente), Caçula (3 a 5 kg, sem semente), Icebox (5

    a 6 kg, sem semente) e Comum (maior que 5 kg, com semente). Os subgrupos

    varietais são definidos pela coloração de fundo da casca – amarela e verde e pela

    coloração da polpa – amarela, rosa e vermelha.

    2.3 ENSAIOS DE COMPETIÇÃO

    Um dos problemas enfrentado pelo melhorista é a dificuldade de identificar o

    comportamento dos genótipos superiores quando avaliado em vários ambientes. A

    alternância no desempenho dos genótipos quando cultivados em ambiente distintos

    gera a interação genótipo por ambiente. A interação evidencia a necessidade de

    avaliação dos genótipos em vários ambientes para que se tenha maior segurança na

    recomendação dos melhores genótipos. A interação genótipo x ambiente tem um

    papel relevante no fenótipo, de modo que devem ser realizados estudos para

    quantificar sua magnitude e a participação de seus componentes, pois tais

  • 6

    informações auxiliam os pesquisadores nas tomadas de decisão (NUNES et al.,

    2006).

    Para Carlos et al (2002), o objetivo principal em um programa de

    melhoramento é identificar um ou mais genótipos que possam substituir com

    sucesso a cultivar utilizada pelos produtores. No caso da melancia, a cultivar mais

    utilizada no Rio Grande do Norte e Mato Grosso é a Crimson Sweet. Essa cultivar é

    um híbrido simples com frutos arredondados, de tamanho grande, com polpa de cor

    vermelho intenso e muito doce, características que a tornam atrativa para os

    consumidores. Em razão disso, tal híbrido deve ser utilizado sempre como

    testemunha em experimentos de avaliação.

    2.4 TESTE SENSORIAL

    Mesmo com a evolução tecnológica, alguns estímulos apenas são

    identificados pelos sentidos. E a análise sensorial visa o desenvolvimento de

    produtos, controle de qualidade da matéria-prima, testes de mercado, entre outros. A

    percepção sensorial dos alimentos esta intimamente relacionada com as

    características organolépticas (odor, sabor, cor). Esta percepção ocorre da seguinte

    forma: primeiramente a aparência através da visão, em seguida, odor, aroma ou

    fragrância, obtido pelo olfato, na sequência a consistência e a textura relacionadas

    ao tato, e por fim o sabor percebido pelo olfato e paladar (ESTEVES, 2009).

    Os métodos afetivos compreendem área muito útil para a análise sensorial,

    sendo realizados (geralmente) em sequência aos testes discriminativos e descritivos.

    Esses métodos permitem medir o grau que os consumidores gostam ou desgostam

    de determinados produtos (testes de aceitação) e sua preferência entre produtos

    (testes de preferência) ( TORREZAN et al, 2004).

    Oliveira (2010) descreve que pela análise sensorial é possível determinar a

    aceitabilidade e a qualidade dos alimentos pelos avaliadores, com o auxilio dos

    sentidos. Para testes de diferenciação é recomendado servir as amostras puras em

    sua forma de preparo o mais simples possível, evitando o uso de ingredientes que

    possam afetar a distinção sensorial.

  • 7

    3. MATERIAIS E MÉTODOS

    O experimento foi desenvolvido no Vale do Teles Pires, chácara Vovolho do

    proprietário Marcos Raicik, localizada na BR 163 sentido Cuiabá-MT, a esquerda 5

    km. A economia da propriedade baseia-se na horticultura.

    A semeadura das cultivares foi dia 12 de março, em bandejas de polietireno

    expandido de 165 células, preenchidas com substrato comercial Plantmax HT, para

    a obtenção das mudas.

    As mudas foram transplantadas, dia 03 de abril em covas de 30 cm x 30 cm

    ,apresentando 3 folhas.

    A adubação pré-plantio foi com adubo químico FH-O4-04-04 e orgânico

    (carroço de algodão) na quantidade necessária. A parcela foi composta de quatro

    linhas sendo utilizadas apenas as duas linhas centrais. As demais em torno foram

    utilizadas como bordadura.

    Os tratos culturais foram: controle de ervas daninha, aplicação de defensivos

    agrícolas (fungicida e inseticida), e irrigação por aspersão.

    O experimento foi instalado em blocos casualizados contendo 7 tratamentos e

    5 repetições.

  • 8

    3.1 CROQUI DA ÁREA

    Tratamentos Cultivares

    1 Charleston Gray

    2 Fair Fax

    3 Top Gan

    4 Sugar Baby

    5 Omaru

    6 Crimson Sweet

    7 Crimson Select

    1° Bloco

    2° Bloco

    3° Bloco

    1 2 3 4 5 6 7 1 3 6 5 2 7 4 2 3 5 7 4 6 1 5 7 1 4 3 6 2 6 3 2 7 1 5 4

    5° Bloco

    4° Bloco

  • 9

    As cultivares de melancia utilizadas no ensaio de competição foram:

    Charleston Gray

    Fair fax

    Top gan

    Baby

    Omaru

    Crimson Sweet

    Crimson select

    O ponto de avaliação das cultivares foi determinado pelo amadurecimento

    do fruto, e foi usado como referência o ressecamento da gavinha inserida na axila da

    folha com o pedúnculo do fruto. As características quantitativas avaliadas foram:

    número de frutos por planta (NFP) e massa dos frutos em kg/planta (PROD).

    Após a colheita dos frutos, um teste sensorial foi realizado no laboratório da

    Faculdade Centro Mato-grossense (FACEM). Para a avaliação do perfil de cada

    julgador do teste sensorial, foi aplicado um questionário a um grupo de 50 indivíduos

    (não treinados), constituído de alunos, professores e funcionários da FACEM, neste

    questionário, foram avaliadas a faixa etária e a escolaridade dos entrevistados, a

    preferência e a frequência do consumo de melancia.

    O teste de aceitação foi realizado individualmente avaliando os atributos cor,

    aroma, sabor, textura e aspectos gerais das amostras de melancia, usando-se uma

    escala de 5 pontos, para indicar o quanto gostou e desgostou em cada uma das

    quatro amostras, ancorada entre os pontos de mínimo e máximo: não gostei (1) e

    gostei muitíssimo (5).

    As amostras foram servidas em pratos plásticos, cada julgador recebeu, em

    ordem as 4 amostras enumeradas. Água potável foi servida para a limpeza da boca

    antes e entre as avaliações das amostras de melancia.

    3.2 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

    Inicialmente foi realizadas análises de variância individuais em níveis de

    média utilizando o seguinte modelo estatístico:

    Yijk = µ + ti + bj + eij , onde:

  • 10

    Yij = observação do tratamento i no bloco j;

    µ = média geral dos tratamentos no experimento;

    ti = efeito do tratamento i;

    bj = efeito do bloco k;

    eij = erro experimental associado a observação Yij.

    Para comparar e testar as médias dos tratamentos foi utilizado o teste de

    Tukey a 5% de probabilidade. O programa estatístico utilizado foi o GENES.

  • 11

    4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

    Para a variável NFP foi observada diferença significativa pelo teste F a 5% de

    probabilidade de erro para o efeito de tratamento, indicando que pelo menos dois

    tratamentos diferem entre si. Já para PROD não foi verificado diferença significativa

    entre as cultivares nas condições deste experimento. Os blocos, de ambas as

    características, foram não significativos, indicando semelhança entre eles (Tabela 1).

    O coeficiente de variação foi de: 25,83% e 34,30% para as características,

    NFP e PROD, respectivamente. Leonel et.al. (2000) ao avaliarem sete genótipos de

    melancia encontram resultados semelhantes de CV%, para estas duas

    características, iguais a 25,59% e 28,15%.

    Os valores mínimos e máximos encontrados para NFP foram: 1,0 e 4,5 frutos,

    com amplitude de 3,5 frutos. Para a característica PROD os valores mínimo e

    máximo encontrados foram: 3,175 e 17,788 kg/planta, respectivamente, com uma

    amplitude de 14,61 kg/planta.

    As comparações de médias para as cultivares encontram-se na sequência,

    ainda na Tabela 1. As cultivares Top Gan, Charleston Gray, Sugar Baby, Omaru e

    Crimson Sweet apresentaram maiores médias para o número de frutos por planta

    quando comparado com a Fair Fax e Crimson Select. A diferença média entre estes

    dois grupos foi de 0,9 frutos.

    Durante o ciclo da melancia a relação fonte/dreno sofre alterações através de

    períodos de desenvolvimento onde nos primeiros dias a um crescimento acentuado

    da parte vegetativa representada por folhas, ramos e raiz, e como observado, na

    medida em que se aumenta a dose de nitrogênio aumenta o comprimento do ramo

    em resposta quadrática, sendo que nas doses mais baixas, houve diminuição do

    crescimento do ramo nos períodos finais de avaliação (BARROS, 2011).

  • 12

    Tabela 1. Resumo da análise de variância com os quadrados médios de tratamento,

    bloco e erro; médias; estimativa de coeficiente de variação (CV%). Médias dos

    tratamentos para número de frutos por planta (NFP) e produtividade em kg/planta

    (PROD). FACEM, Sorriso-MT.

    Quadrado médio

    Fonte de variação GL NFP PROD (kg/planta)

    Tratamento 6 1,6892 * 13,391 ns

    Bloco 4 1,2143 ns 11,335 ns

    Erro 24 0,4981 9,885

    Mínimo 1,0 3,175

    Média

    2,7 9,165

    Máximo

    4,5 17,788

    CV% 25,83 34,30

    Médias

    Cultivares NFP PROD

    Charleston Gray

    2,5 ab 7,633 a

    Fair fax

    2,1 b 6,538 a

    Top gan

    2,9 ab 9,887 a

    Sugar baby

    3,1 ab 9,470 a

    Omaru

    2,8 ab 10,070 a

    Crimson sweet

    3,7 a 11,483 a

    Crimson select 2,1 b 9,075 a ns e *: não significativo e significativo a 5% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F. Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

    Com o aumento do estoque de nitrogênio, a produção da área foliar aumenta

    mais que a taxa fotossintética por unidade de folhas. A produção de novas folhas

    cria uma nova demanda por nitrogênio; novas folhas tendem a maximizar o

    crescimento, porque estão produzindo novos tecido fotossintético. Com o aumento

    do estoque de nitrogênio e a concentração interna de nitrogênio na planta, alguns

    indicativos de crescimento vegetativo aumentam. Resultando em maior taxa de

    crescimento relativo. A concentração de nitrogênio interno na planta torna-se um

    eficaz preditor da taxa de crescimento da planta e da produtividade inicial.

    (LOUSTAU et al. apud BARROS, 2011).

    Na análise sensorial os resultados da avaliação do perfil dos julgadores

    referentes a faixa etária, ocupação, escolaridade e frequência de consumo estão

    apresentados na Figura 1. Quanto ao sexo, 72% dos entrevistados eram homens e

  • 13

    28% mulheres. A faixa etária predominante entre os provadores ficou de 15 e 25

    anos de idade, quanto à ocupação e escolaridade, predominaram alunos

    principalmente de terceiro grau. Quanto ao se gostam ou não de melancia todos os

    que foram avaliados disseram que sim. Para a frequência de consumo de melancia

    entre os avaliadores permaneceu em moderadamente por mês.

    Figura1. Resultado da avaliação do perfil dos avaliadores referentes à faixa etária

    (A), ocupação (B), escolaridade (C), e frequência de consumo (D).SORRISO-MT,

    20013.

    Faixa etária

  • 14

    Para todos os atributos de cor, aroma, sabor, textura e aspectos gerais da

    melancia a aceitação prevaleceu para a cultivar Omaru (Figura 2).

    Figura 2 Valores hedônicos médios para os atributos de cor, aroma, sabor, e textura

    obtidos no teste de aceitação das amostras de melancia. SORRISO-MT, 2013.

    Aroma

  • 15

    5 CONCLUSÃO

    Não houve diferença significativa de produção entre as cultivares analisadas.

    Houve diferença significativa para número de frutos, sendo as cultivares Top Gan,

    Charleston Gray, Sugar Baby, Omaru e Crimson Sweet ás que apresentaram as

    maiores médias.

    Na análise sensorial a cultivar Omaru apresentou melhor aceitabilidade entre os

    julgadores nos diversos quesitos avaliados.

  • 16

    6 ANEXO

    Avaliação para Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Curso de Agronomia

    Dados pessoais:

    Nome: ___________________________________________________________ Telefone: ____________________ e-mail:_______________________________ Faixa etária: ( ) 15-25 anos ( ) 25-30 anos ( ) 30-35 anos ( ) 35-50 anos ( ) acima de 50 anos Ocupação: ( ) aluno ( ) funcionário ( ) professor ( ) outro Gosta de melancia? ( ) Sim ( ) Não Sexo: ( ) masculino ( ) feminino Escolaridade: ( ) 1º grau ( ) 2º grau ( ) 3º grau ( ) outro Frequência com que consome melancia: ( ) nunca ( ) ocasionalmente: ___ vezes por ano
 ( ) moderadamente: ___ vezes por mês ( ) frequentemente: ___vezes por semana Avalie cada uma das amostras codificadas Use a escala (1; 2; 3; 4 ou 5) abaixo para indicar o quanto você gostou ou desgostou de cada atributo em cada amostra. 5 – gostei muito 4 - 3 – gostei 2 – 1 – não gostei Questionário e ficha de avaliação usada para o teste de aceitação das amostras de

    melancia.

    Amostra Nº Nº Nº Nº

    Cor

    Aroma

    Sabor

    Textura

    Aspectos Gerais

    Comentários:

    __________________________________________________________________

  • 17

    7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, D. P. F.; Melancia, Faculdade de ciências, universidade do porto, 2003.

    Disponível em< http://dalmeida.com/hortnet/Melancia.pdf.-Acesso em 02/11/2012. BARROS, M. M.; Crescimento, produção e qualidade de melancia em função de diferentes doses de nitrogênio na savana de Roraima. Universidade federal de

    Roraima, BOA VISTA 2011. Disponível em < http://www.bdtd.ufrr.br/tde_arquivos/2/TDE-2011-09-13T115557Z-59/Publico/MarcioMesquitaBarros.pdf /Acesso em 05/07/2013. CARLOS, A.L.X. ; MENEZES, J.B.; ROCHA, R. H. C. NUNES, G. H. S; SILVA, G.G.; Vida útil pós-colheita de Melancia Submetida a diferentes temperaturas de armazenamento. Revista brasileira de produtos agroindustriais, Campina Grande v. 4, n. 41, p. 29-35, 2002.Disponível em < http://www.deag.ufcg.edu.br/rbpa/rev41/Art415.pdf- Acesso em 02/11/2012. COSTA, N. D, LEITE, W. de M. Manejo e conservação do solo e da água-Potencial agrícola do solo para o cultivo da Melancia. Embrapa semi- árido:

    Barreiras-BA, maio 2007.Disponível em< http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CPATSA/35797/1/OPB1322.pdf-Acesso em 05/07/2013. DIAS, R. de C. S, SOUZA,R. N.C, SOUZA, F. de F, BARBOSA,G. de F, DAMACENO ,L. de S.; Sistema de produção de melancia, versão eletrônica

    Ago/2010- Embrapa. Disponível em

  • 18

    IBGE; Produção Agrícola Municipal. Culturas temporária permanentes. Vol. 37, 2010. Disponível em:< http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pam/2010/PAM2010_Publicacao_completa. Acesso em 07/07/2013. JÚNIOR, A. S. de A., RODRIGUES, B. H. N, SOBRINHO, C. A., BASTOS, E. A., MELO, F. de B., CARDOSO, M. J., SILVA, P. H. S., DUARTE, R. L. R. Cultura da Melancia, coleção, plantar melancia, embrapa informação tecnológica,2 edição

    revista ampliada, Brasília, DF 2007. LEONEL, L. A. K.; ZÁRATE, N. A. H.; VIEIRA, M. C.; MARCHETTI, M. E. Produtividade de sete genótipos de melancia em dourados. Dourados – MS,2000.Disponível em