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FÁBIO DA SILVA MATUDA AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE REPARAÇÃO DOS TECIDOS APÓS A TREPANAÇÃO DE FURCAS DE CÃES, UTILIZANDO-SE PLASMA RICO EM PLAQUETAS, PROTEÍNA DERIVADA DO ÓRGÃO DO ESMALTE E HIDRÓXIDO DE CÁLCIO. Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de São José dos Campos Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para a obtenção do título de DOUTOR, pelo programa de Pós-Graduação em Odontologia Restauradora, Especialidade em Dentística. Orientadora: Prof a Adj o Marcia Carneiro Valera São José dos Campos 2005

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FÁBIO DA SILVA MATUDA

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE REPARAÇÃO DOS TECIDOS APÓS A TREPANAÇÃO DE FURCAS DE CÃES, UTILIZANDO-SE

PLASMA RICO EM PLAQUETAS, PROTEÍNA DERIVADA DO ÓRGÃO DO ESMALTE E HIDRÓXIDO DE CÁLCIO.

Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de São José dos Campos

Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para a

obtenção do título de DOUTOR, pelo programa de Pós-Graduação em

Odontologia Restauradora, Especialidade em Dentística.

Orientadora: ProfaAdjo Marcia Carneiro Valera

São José dos Campos

2005

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2

Obrigado meu Deus,

Por nunca ter me desamparado mesmo em momentos em que falhei

diante de ti.

“Procurei o Senhor e ele me atendeu;

Feliz o homem que se refugia junto dele.”

Sal 33 5a e 9b.

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Aos meus pais, Joaquim e Diva

Minha eterna admiração, amor e orgulho de tê-los como pais e pelo

carinho e proteção que sempre me deram.

A minha irmã Tangryani

Pela amizade, amor e carinho que sempre teve por mim.

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4

À Minha Orientadora, que teve muita compreensão e paciência durante as

etapas finais deste trabalho, sempre me apoiando e incentivando em

todos os aspectos da minha vida pessoal e profissional.

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AGRADECIMENTOS À Profa Adjo Marcia Carneiro Valera, minha orientadora, pela orientação,

participação ativa e ajuda na realização deste trabalho. Sem a sua

participação e seu profissionalismo este trabalho não seria possível. Sua

dedicação pelo ensino é uma lição para todos aqueles estão a sua volta.

Ao Prof. Adjo. Clovis Pagani, Coordenador do Programa de Pós-

Graduação em Odontologia Restauradora, pela ajuda, compreensão,

amizade e esforço durante a minha formação nesta etapa tão importante

da minha vida.

À Profa. Titular Maria Amélia Máximo de Araújo, pela determinação e

empenho em ensinar a todos nós, minha gratidão e admiração pelo

exemplo de profissionalismo e seriedade.

A Profa. Dra. Yasmin Rodarte Carvalho, pela disposição, pelo convívio e

ajuda na execução da leitura, interpretação e fotografia dos cortes

histológicos não somente deste trabalho, mas de muitos outros.

Ao grande Amigo, Dr. Luis Henrique Cardoso Cipolloti, médico-veterinário

do canil da UNISA, pela paciência, participação e colaboração na

execução dos experimentos com os animais deste trabalho.

A grande amiga Carolina Baptista Miranda, pela participação, ajuda no

desenvolvimento deste trabalho. Convivendo, me apoiando e me

incentivando não somente nos momentos fáceis, mas também nas horas

de maior aflição e tristeza.

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6

Ao Prof. Dr. José Antonio Silveira Neves, agradeço o apoio, a amizade e a

colaboração no desenvolvimento deste trabalho, sem o qual não

conseguiria realizá-lo.

Ao Prof. Dr. Nelson Luiz de Macedo, difícil são as palavras para descrever

a admiração, o carinho e a eterna gratidão que tenho por este amigo e

mestre que me ensinou a ser uma pessoa sincera e digna, muitas vezes

evidenciando meus erros, mas para que com eles eu aprendesse.

Ao meu grande amigo Carlos Magno Goshi, agradeço por ter me ajudado

nos momentos mais difíceis que passei na minha profissão. Obrigado pela

amizade, pelo carinho e pela força que hoje me inspira e que tenho como

exemplo de pessoa e profissional.

Ao amigo Luis Guilherme Scavonne de Macedo, agradeço o

companheirismo e convívio. Sua dedicação profissional é digna de

admiração e inspiração.

À amiga Adriana Monteiro, obrigado pelo convívio alegre, pela paciência,

e pela ajuda em todos os momentos. Agradeço o companheirismo e o

apoio na vida profissional e pessoal.

À amiga Marianne Spalding, agradeço o apoio, a paciência e o incentivo.

Ao Professor Lafayette Nogueira Júnior, pela participação e convívio

profissional, e pela amizade e apoio que me dispõe.

Ao Professor Dr. Eduardo Miyashita, pelo incentivo profissional, amizade

e confiança em minha pessoa.

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Ao Prof. Ivan Balducci, pela paciência e empenho na análise estatística

dos resultados deste trabalho.

Aos companheiros do curso de Doutorado, Ricardo, Alexandre Resende,

Alexandre Borges, Élson Mello, Neuza, Luzia, Andréia, Cláudio Kubo e

Marcelo, agradeço o companheirismo e apoio.

Ao amigo Carlos Henrique Ribeiro Camargo, agradeço o convívio, o apoio

e a ajuda em todos os momentos.

À UNISA – Universidade Santo Amaro, por me permitirem utilizar suas

dependências e pelo apoio técnico na execução deste trabalho.

À Profa. Dra. Ingrid Dragan Taricano, responsável pelo Laboratório Unitox

e pelo Canil da UNISA, por ceder gentilmente os serviços do Laboratório e

animais do canil.

Aos Alunos dos 20 e 30 anos da faculdade de veterinária da UNISA, pela

paciência e ajuda na execução da parte experimental.

À Coordenadoria de Aperfeiçoamento de pessoal de Nível Superior

(CAPES) pelo apoio financeiro durante o curso de Doutorado.

À Fundação de Amparo á Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

pelo financiamento desta pesquisa.

A todos os professores e funcionários do departamento de odontologia

Restauradora da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos -

UNESP, por terem me recebido com carinho e disposição e pela atenção

que me deram nestes três anos de convivência.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS........................................................................... 10

LISTA DE TABELAS E QUADROS.................................................... 15

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.............................................. 17

RESUMO............................................................................................ 18

1 INTRODUÇÃO................................................................................. 19

2 REVISÃO DA LITERATURA............................................................

2.1 Tratamento com Hidróxido de Cálcio (Ca(OH)2............................

2.2 Mineral Trióxido Agregado............................................................

2.3 Proteína derivada do órgão do esmalte - EMDOGAIN (EMD)......

2.4 Plasma rico em plaquetas...........................................................

23

23

32

51

68

3 PROPOSIÇÃO................................................................................. 76

4 MATERIAL E MÉTODO...................................................................

4.1 Procedimentos pré-operatórios e operatórios...............................

4.2 Eutanásia dos animais..................................................................

4.3 Preparo dos espécimes................................................................

4.4 Análise dos espécimes.................................................................

4.5 Análise estatística.........................................................................

77

77

92

93

94

94

5 RESULTADOS.................................................................................

5.1 Análise descritiva..........................................................................

5.1.1 Grupo Ca(OH)2/ 30 dias.............................................................

5.1.2 Grupo Ca(OH)2/ 60 dias.............................................................

5.1.3 Grupo Emdogain/ 30 dias..........................................................

5.1.4 Grupo Emdogain/ 60 dias..........................................................

5.1.5 Grupo PRP/ 30 dias...................................................................

5.1.6 Grupo PRP/ 60 dias...................................................................

5.2 Análise descritiva dos resultados..................................................

96

96

96

99

102

107

112

119

124

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9

6 DISCUSSÃO....................................................................................

6.1 Da metodologia.............................................................................

6.2 Dos resultados..............................................................................

135

135

142

7 CONCLUSÃO.................................................................................. 148

8 BIBLIOGRAFIA................................................................................ 149

ANEXO A............................................................................................ 167

ABSTRACT......................................................................................... 168

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LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Início do acesso a câmara pulpar. 80

FIGURA 2 – Obturação dos canais pela técnica da condensação

lateral. 80

FIGURA 3 – Trepanação da furca executada com broca 2137F (KG

Sorensen- São Paulo). 81

FIGURA 4 – Vista oclusal da trepanação realizada no assoalho da

câmara pulpar. 81

FIGURA 5 – Kit Emdogain gel (BioraR- Espanha). 84

FIGURA 6 – Aplicação do Emdogain. 85

FIGURA 7 – Câmara pulpar preenchida com Emdogain. 85

FIGURA 8 – Coleta de sangue do animal pelo médico veterinário. 87

FIGURA 9 – Sangue do animal em tubo anticoagulante. 88

FIGURA 10 – Centrífuga para obtenção do PRP. 88

FIGURA 11 – Sangue após a primeira centrifugação. 89

FIGURA 12 – Plasma após a segunda centrifugação. 89

FIGURA 13 – Tromboplastina e cloreto de cálcio. 90

FIGURA 14 – Gel de PRP. 90

FIGURA 15 – Irrigação do plasma rico em plaquetas líquido (PRP). 91

FIGURA 16 – Gel de PRP sendo aplicado na trepanação. 91

FIGURA 17 – Gel de PRP extravasado sobre o assoalho da câmara

pulpar. 92

FIGURA 18 – Radiografia após obtenção do espécime. 95FIGURA 19 – Grupo Ca(OH)2 - 30 dias: Defeito ósseo provocado

pela broca. (Tricômico de Masson - Aumento de 25x).

(P= perfuração; D= defeito ósseo; I= infiltrado

inflamatório intenso). 97

FIGURA 20a – Grupo Ca(OH)2 - 30 dias: Infiltrado inflamatório

intenso (I). (Tricômico de Masson - Aumento de

100x).

97

FIGURA 20b – Grupo Ca(OH)2 - 30 dias: Detalhe do infiltrado

inflamatório. (Tricômico de Masson - Aumento de

400x). (→ = neutrófilos; ♦ = Macrófagos espumosos). 98

FIGURA 21 – Grupo Ca(OH)2 - 30 dias: Fragmentos ósseos no

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interior do defeito. H.E. Aumento de 100x. (*=

necrose; = fragmentos ósseos; = infiltrado

inflamatório). 98

FIGURA 22 – Grupo Ca(OH)2 - 30 dias: Infiltrado inflamatório com

predominância neutrofílica. Tricômico de Masson.

Aumento de 200x. ( = infiltrado inflamatório com

predominância de neutrófilos). 99

FIGURA 23a – Grupo Ca(OH)2 - 60 dias: Infiltrado Inflamatório

moderado a intenso. Tricômico Masson. 100x. ( =

infiltrado inflamatório moderado). 101

FIGURA 23b – Grupo Ca(OH)2 - 60 dias: Detalhe da região do

defeito ósseo. Tricômico de Masson. 200x. (*=

fibroblastos; = células gigantes mutinucleadas; =

material matriz). 101

FIGURA 24a – Grupo EMD - 30 dias: Tecido conjuntivo com

numerosos fibroblastos jovens. Tricômico de Masson.

100x. (*= fragmentos ósseos com células

multinucleadas gigantes; = fibroblastos jovens e

volumosos; = infiltrado inflamatório discreto). 102

FIGURA 24b – Grupo EMD - 30 dias: Detalhe dos Fibroblastos (*) e

vasos sanguíneos congestos ( ). Tricômico de Masson. 200x. 103

FIGURA 25 – Grupo EMD - 30 dias: Defeito preenchido com tecido

conjuntivo. Tricômico de Masson. 25x. (*= tecido

conjuntivo; = tecido de granulação bem

vascularizado). 104

FIGURA 26 – Grupo EMD - 30 dias: Indícios da formação de matriz

óssea. Tricômico de Masson. 100x. ( =

osteoblastos jovens e volumosos; = osteócitos). 105

FIGURA 27 – Grupo EMD - 30 dias: Início do processo de reparo

ósseo na margem do defeito. Tricômico de Masson.

200x. ( = osteoblastos jovens e volumosos). 105

FIGURA 28 – Grupo EMD - 30 dias: Detalhe dos osteoblastos e da

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matriz óssea em formação. Tricômico de Masson.

200x. ( = osteoblastos jovens e volumosos; =

matriz óssea). 106

FIGURA 29 – Grupo EMD - 30 dias: Infiltrado inflamatório moderado

mais superficial. H.E. 100x. ( = neutrófilos). 106

FIGURA 30 – Grupo EMD - 60 dias: Defeito ósseo preenchido com

tecido conjuntivo. Tricômico de Masson. 25x. (*=

tecido conjuntivo; = defeito ósseo). 108

FIGURA 31a – Grupo EMD - 60 dias: Tecido conjuntivo com grande

número de fibroblastos jovens e volumosos, e

discreto infiltrado inflamatório. Tricômico de Masson.

100x. (*= discreto infiltrado inflamatório; =

fibroblastos). 108

FIGURA 31b – Grupo EMD - 60 dias: Osteoblastos na margem do

defeito indicando neoformação óssea. Tricômico de Masson. 100x. ( = osteoblasto). 109

FIGURA 32 – Grupo EMD - 60 dias: Presença de MTA fagocitado

por células gigantes multinucleadas ( ). H.E. 100x. 109

FIGURA 33 – Grupo EMD - 60 dias: Trabéculas ósseas circundadas

por osteoblastos ( ). Tricômico de Masson. 100x. 110

FIGURA 34 – Grupo EMD - 60 dias: Presença de linhas reversas no

osso remanescente ( ). H.E. 100x. 110

FIGURA 35 – Grupo EMD - 60 dias: Indícios de reparação do topo

da crista óssea ( ). Tricômico de Masson. 100x. 111

FIGURA 36 – Grupo EMD - 60 dias: Tecido ósseo circundando

fragmentos de MTA ( ). H.E. 100x. 111

FIGURA 37 – Grupo PRP - 30 dias: Região da perfuração (*)

demonstrando o edema local ( ). H.E. 25X. 112

FIGURA 38 – Grupo PRP - 30 dias: Osso remanescente circundado

por osteoblastos ( ). H.E. 200x. 113

FIGURA 39 – Grupo PRP - 30 dias: Edema separando as fibras do

tecido conjuntivo ( ). H.E. 100x. 114

FIGURA 40 – Grupo PRP - 30 dias: Detalhe da reabsorção ( ) do

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topo da crista óssea. Tricômico de Masson. 100x. 114

FIGURA 41 – Grupo PRP - 30 dias: Discreto infiltrado inflamatório.

H.E. 200x. ( = células mononucleadas). 116

FIGURA 42 – Grupo PRP - 30 dias: Reabsorção das paredes

internas do defeito. H.E. 200x. ( = osteoclastos). 116

FIGURA 43 – Grupo PRP - 30 dias: Neoformação óssea nas

extremidades do defeito. Tricômico de Masson. 200x.

( = osteoblastos). 117

FIGURA 44a – Grupo PRP - 30 dias: Detalhe do infiltrado

inflamatório na área da perfuração ( ). H.E. 100x.

117

FIGURA 44b – Grupo PRP - 30 dias: Tecido conjuntivo próximo a

perfuração ( ). H.E. 100x. 118

FIGURA 45 – Grupo PRP - 30 dias: Aspecto de vitalidade do osso

remanescente. Tricômico de Masson. 200x. ( =

osteoblasto, *= osteócitos). 118

FIGURA 46 – Grupo PRP - 60 dias: Crista óssea aplainada com a

presença de discreto infiltrado inflamatório. Tricômico

de Masson. 25x. 120

FIGURA 47a – Grupo PRP - 60 dias: Espaços medulares. H.E.

200x. ( = osteoblasto, *= vasos sanguíneos). 121

FIGURA 47b – Grupo PRP - 60 dias: Detalhe dos espaços

medulares com osteoclastos e grande quantidade de

vasos sanguíneos. H.E. 200x. ( = osteoclasto). 121

FIGURA 48 – Grupo PRP 60 dias: Região da perfuração. (H.E.-

100X).

122

FIGURA 49 – Grupo PRP - 60 dias: Osteoblastos ( ) circundando

as trabéculas ósseas. H.E. 200x. 122

FIGURA 50 – Grupo PRP - 60 dias: Detalhe dos osteoblastos ( ) e

osteócitos (*) das trabéculas ósseas. Tricômico de

Masson. 200x. 123

FIGURA 51 – Representação gráfica dos escores da intensidade

infiltrado inflamatório. 126

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14

FIGURA 52 – Representação gráfica dos escores da reparação

óssea. 127

FIGURA 53 – Representação gráfica dos escores da reabsorção

radicular. 128

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15

LISTA DE TABELAS E QUADROS

QUADRO 1 – Divisão dos grupos experimentais. 83

QUADRO 2 – Escores dos parâmetros avaliados. 95

TABELA 1 – Escores da intensidade do infiltrado inflamatório nos

diferentes espécimes dos grupos avaliados. 124

TABELA 2 – Escores da reparação óssea nos diferentes espécimes

dos grupos avaliados. 124

TABELA 3 – Escores da reabsorção radicular nos diferentes

espécimes dos grupos avaliados. 125

TABELA 4 – Teste de Dunn (5%) da comparação entre tratamentos

quanto a reparação óssea- 30 dias. 129

TABELA 5 – Teste de Dunn (5%) da comparação entre tratamentos

quanto a intensidade do Infiltrado inflamatório- 30

dias. 130

TABELA 6 – Teste de Dunn (5%) da comparação entre tratamentos

quanto a reparação óssea- 60 dias. 131

TABELA 7 – Teste de Dunn (5%) da comparação entre tratamentos

quanto a intensidade do Infiltrado inflamatório- 60

dias. 131

TABELA 8 – Teste de Dunn (5%) da comparação entre tratamentos

quanto a reabsorção radicular- 60 dias. 132

TABELA 9 – Reparação óssea. Estatística descritiva e resultado do

teste de permutação (p-valor) para comparação de

tempos. 132

TABELA 10 – Infiltrado inflamatório. Estatística descritiva e

resultado do teste de permutação (p-valor) para

comparação de tempos. 133

TABELA 11 – Reabsorção radicular. Estatística descritiva e

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16

resultado do teste de permutação (p-valor) para

comparação de tempos. 133

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17

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

PDGF= Fator de Crescimento Derivado de Plaquetas

TGF-β= Fator de Crescimento de Transformação Beta

Emdogain= Proteína Derivada do Órgão do Esmalte

Emdogain = EMD

PGA= Alginato de proprileno glicol

RTD= Regeneração tecidual dirigida

PRP= Plasma Rico em Plaquetas

Ca(OH)2= Hidróxido de Cálcio

MTA= Mineral Trióxido Agregado

IL-1α= Interleucina 1 Alfa

IL-1β= Interleucina 1 Beta

PPP= Plasma Pobre em Plaquetas

µg/mL= micro gramas por mililitros

EDTA= Etileno diamino tetra acético

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18

MATUDA, F.S. Avaliação da capacidade de reparação dos tecidos após a trepanação de furcas de cães, utilizando-se plasma rico em plaquetas e proteína derivada do órgão do esmalte. 2005. 167 f. Tese

(Doutorado em Odontologia Restauradora, Especialidade em Dentística) -

Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade

Estadual Paulista, São José dos Campos, 2005.

RESUMO O Objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade de reparação dos tecidos após

a trepanação de furca de cães, utilizando-se como materiais matrizes o hidróxido

de cálcio pró-análise, o plasma rico em plaquetas e a proteína derivada do órgão

do esmalte. Para tanto, utilizamos 48 dentes, terceiros e quartos premolares

superiores e inferiores de seis cães saudáveis da raça beagle. Os dentes

receberam isolamento absoluto, foi realizado o acesso à câmara pulpar,

tratamento endodôntico e a perfuração na região central da furca. Foi realizada

avaliação nos períodos trinta e sessenta dias. Após a eutanásia dos animais, os

dentes foram removidos com o tecido ósseo adjacente, sendo então preparados

para serem submetidos à análise histológica, após a descalcificação com

solução de ácido Plank e coloração de H.E. e tricômico de Masson. Empregou-

se para obter os resultados quanto a reparação óssea, intensidade do infiltrado

inflamatório e reabsorção radicular, as análises estatísticas de Kruskal-Wallis,

teste de permutação e teste de Dunn (5%). Pode-se concluir que os grupos

tratados com EMD e PRP apresentaram melhores resultados do que o grupo

tratado com Ca(OH)2, com relação a reparação óssea nos dois períodos

observados. Quanto a intensidade do infiltrado inflamatório foi notada somente

diferença estatística no período de 60 dias, sendo o grupo EMD e PRP melhores

que o Ca(OH)2.

PALAVRAS-CHAVE: Trepanação; endodontia; plasma; plaquetas; animal;

in vitro; proteínas do esmalte dentário; hidróxido de cálcio.

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19

1 INTRODUÇÃO

Os dentes quando acometidos por alterações patológicas podem

ter como conseqüências, alterações irreversíveis dos tecidos pulpares,

necessitando de intervenções endodônticas a fim de eliminar o efeito

destas alterações sobre o remanescente pulpar e tecidos periapicais ou

até mesmo para impedir a difusão deste processo inflamatório que pode

levar a danos de várias extensões ao ligamento periodontal, cemento

radicular e osso alveolar.

Ao realizar o tratamento endodôntico, alguns fatores como falta de

habilidade do operador, desconhecimento ou variações da anatomia do

dente, dificuldade de acesso à câmara pulpar e canais radiculares,

utilização de instrumental impróprio, podem favorecer a ocorrência de

erros como a perfuração de furcas de dentes multirradiculados.

A trepanação de furca ou perfuração radicular pode ser causada

por reabsorções externas e internas da raíz (NICHOLLS88, 1962;

AGUIRRE et al.1, 1986), lesões cariosas no assoalho da câmara pulpar

(AUSLANDER & WEINBERG7, 1969), ou por iatrogenia (AGUIRRE et al.1,

1986; AUSLANDER & WEINBERG7, 1969).

Estas perfurações podem ter como conseqüências clínicas o

comprometimento da longevidade do dente, e levar a alterações no plano

de tratamento de reabilitação dental (CATHEY14, 1974).

A necessidade de solucionar este tipo de acidente tem levado

pesquisadores e clínicos a estudarem materiais e várias alternativas de

tratamento a fim de se obter a obliteração destas perfurações. Dentre os

materiais aplicados diretamente sobre a perfuração, também

denominados de matriz, podemos citar o hidróxido de cálcio (HIMEL et

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al.43, 1985), Cavit (HIMEL et al.43, 1985; JEW et al.59, 1982), fosfato

tricálcio (HIMEL et al.43, 1985), hidroxiapatita (LEMOM70, 1992) e o

mineral trióxido agregado (LEE et al.68, 1993). Sobre estes materiais são

aplicados os materiais de preenchimento, como o cimento de ionômero de

vidro, amálgama e resina composta, para promover a obliteração

mecânica da perfuração. Entretanto, avaliações clínicas, radiográficas e

histológicas demonstraram que nenhum destes materiais foi capaz de

promover a regeneração dos tecidos traumatizados.

O hidróxido de cálcio puro foi introduzido por Hermann em 1920,

com o a finalidade de agir como um anti-séptico biológico forte e, para o

tratamento dos tecidos pulpares e para obturação dos canais, sem causar

efeitos prejudiciais (LEONARDO71, 1998).

Desde então o hidróxido de cálcio têm sido aplicado em forma de

pó, principalmente em casos de tratamento conservador da polpa, ou na

consistência de pasta misturada a vários tipos de veículos, como

medicação de demora, e como material obturador para estimular o

fechamento de ápices abertos (NICHOLLS89, 1981). Segundo Anthony4,

(1982), a alcalinidade do pH do hidróxido de cálcio, que possui função de

neutralizadora do pH em processos inflamatórios, pode sofrer alterações

dependendo do tipo de veículo que é utilizado para se obter a pasta, e

que isto pode interferir na dissociação dos íons de cálcio e hidroxilas nas

suas propriedades indutoras de formação de tecido mineralizado,

compatibilidade tecidual e anti-séptica (BINNIE & ROWE10, 1973;

JAVELET et al.58, 1985). A alcalinidade excessiva do hidróxido de cálcio

em muitas ocasiões pode levar a formação de áreas de reabsorção e

exposição de dentina (TRONSTAD et al.117, 1981).

A capacidade antibacteriana do hidróxido de cálcio o elege como

um excelente material de descontaminação em casos de canais

radiculares contaminados, acelerando as funções normais de cicatrização

nos tecidos periapicais (MATSUMITA & KITAMURA79, 1960).

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Inúmeros estudos comprovaram a efetividade deste material devido

ao seu alto poder de induzir a formação de tecido mineralizado quando

utilizado como material de obturação em casos de dentes sem vitalidade e

com ápice aberto. (HEITHERSAY41, 1970; HOLLAND et al.44, 1973;

GUTMANN & HEATON31, 1981; GHOSE et al.28, 1983).

A eficiência na utilização do hidróxido de cálcio em perfurações nas

regiões de furca pode ser comprovada, sendo caracterizada pela

estimulação de formação de cemento hiperplásico e algumas áreas de

necrose. (BRAMANTE & BERBET11, 1987).

Atualmente, materiais vêm recebendo destaque em pesquisas

devido às suas características de utilização e capacidade de induzir a

regeneração, dentre eles, a proteína derivada do órgão de esmalte e o

plasma rico em plaquetas. A proteína derivada do órgão do esmalte,

comercializada com o nome de Emdogain R (Biora Inc.) têm sido utilizada

com sucesso no tratamento de defeitos periodontais (ZETTERSTRÖM et

al.124, 1997; HIROOKA51, 1998; ROBINSON, et al.99, 1998; MELLONIG81,

1999; PONTORIERO et al.95, 1999; SCULEAN et al.106, 1999; SILVESTRI

et al.111, 1999). O Emdogain provou ser capaz de regenerar a maior parte

dos componentes teciduais da inserção periodontal (HAMMARSTRÖM et

al.35, 1997) e promover a verdadeira regeneração periodontal dos tecidos

de suporte perdidos, como novo cemento acelular, ligamento periodontal

e osso alveolar (HEIJL39, 1997).

O plasma rico em plaquetas é um material indicado para ser

utilizado, principalmente no campo da regeneração óssea guiada e é

obtido do sangue do próprio indivíduo durante a intervenção cirúrgica de

tratamento. O plasma possui fatores de crescimento, como o fator de

crescimento derivado de plaquetas (PDGF), o fator de crescimento de

transformação β (TGF-β), e outros que têm a capacidade de intensificar a

osteocondução, aumentar a adesão de células migratórias à medula

óssea durante o enxerto e aumentar a quantidade e a velocidade do novo

osso a ser formado. Esses fatores resultam da degranulação das

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plaquetas (MARX et al.76, 1998). O plasma rico em plaquetas tem sido

utilizado com sucesso em sítios que necessitam de aumento no volume

do tecido ósseo em defeitos horizontais e verticais (SHANAMAN et al.110,

2001; ROBIONY et al.100, 2002) e do tecido mole (TISCHLER et al.114,

2002).

Diversos trabalhos mostraram a capacidade de regeneração

tecidual do Emdogain (EMD) e dos fatores de crescimento presentes no

plasma rico em plaquetas (PRP), despertando interesse estudá-los em

perfurações de furca.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

A revisão da literatura foi dividida em tópicos de acordo com os materiais

utilizados na pesquisa.

2.1 Tratamento com Hidróxido de Cálcio (Ca(OH)2)

Matsumita & Kimura79 (1960) avaliaram a capacidade do hidróxido

de cálcio e outros quatro tipos de desinfetantes na descontaminação de

dentes de cães. Foi induzida experimentalmente a contaminação de 215

raízes de 17 cães, por meio de exposição dos canais por um período de

vinte a 83 dias, sendo que em 172 casos foi aplicado fenol canforado com

terramicina, em 21 casos foi aplicado soro fisiológico e em 22 casos não

se aplicou nenhum material. Todos os canais foram preenchidos com

hidróxido de cálcio, e os dentes foram observados imediatamente após o

preenchimento com a pasta (58 casos), 25 dias após (setenta casos) e

após cinqüenta dias (44 casos). Todos os dentes foram removidos e

preparados para análise histopatológica e histobacteriológica em

microscopia. Os autores observaram que os métodos de esterilização

usados agiram superficialmente e por pouco tempo, permitindo a

permanência de bactérias não somente nas ramificações apicais, mas

também nas lacunas de cemento e túbulos dentinários. Também

observaram que o hidróxido de cálcio agiu como um excelente material de

preenchimento, acelerando a cicatrização dos tecidos periapicais e

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auxiliou na descontaminação de canais; e a presença de bactérias mesmo

em regiões mais profundas, diminuiu e finalmente desapareceu no

decorrer do tratamento.

Segundo Auslander & Weinberg7 (1969) as perfurações nas furcas

de dentes podem ocorrer como resultado de lesões de cáries no assoalho

da câmara pulpar ou adjacente a ele ou iatrogenicamente durante a

instrumentação endodôntica ou preparação do canal radicular para

colocação de pinos.

Heithersay41 (1970) em estudo clínico com 17 pacientes avaliou

clinica e histologicamente a estimulação da formação radicular em dentes

com ápice incompleto após o tratamento com hidróxido de cálcio. Vinte e

um dentes foram submetidos ao tratamento endodôntico, preenchidos

com hidróxido de cálcio e acompanhados por um período de 14 a 75

meses. Um dente com fratura vertical foi extraído e submetido a análise

histológica. Durante o período de observação 14 dentes apresentaram

desenvolvimento completo da raiz, cinco desenvolvimento parcial e dois

nenhum desenvolvimento. A reparação periapical foi observada em vinte

dos 21 dentes. Histologicamente não foi observada a deposição da

barreira no terço cervical do canal, mas houve a presença de uma fina

camada de cemento celular e acelular recobrindo não somente o novo

tecido formado, mas também a junção com a raiz remanescente. O autor

evidencia a importância da ausência do trauma durante o tratamento

endodôntico.

Seltzer et al.108 (1970) relataram que a comunicação dos tecidos de

suporte com o sulco gengival na área com perfuração resultaram em

lesões irreversíveis do periodonto iniciado pelo trauma da perfuração

resultando numa lesão crônica.

Binnie & Rowe10 (1973) realizaram um estudo histológico da

influência do Ca(OH)2 nos tecidos periapicais de dentes de cães com as

raízes incompletas. Dentes premolares tiveram suas polpas removidas e

foram submetidos aos seguintes tratamentos: 37 canais preenchidos com

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hidróxido de cálcio com água destilada; 19 canais com hidróxido de cálcio

mais um composto de sais; 12 canais preenchidos com cimento

endodôntico convencional, e dez canais permaneceram abertos sem

preenchimento. Após o sacrifício dos animais, os espécimes foram

submetidos a análise histológica e os autores observaram que o hidróxido

de cálcio apresentou efeito biológico satisfatório, não interrompeu o

processo de formação de cemento e levou ao fechamento dos ápices,

produzindo menor resposta inflamatória do que o composto de sais

associado ao hidróxido de cálcio. Observaram também, que mesmo nos

casos de extravasamento para o ligamento periodontal o hidróxido de

cálcio com água destilada provocava uma mínima resposta inflamatória.

Holland et al.44 (1973) realizaram um estudo em humanos para

comprovar histologicamente as alterações que ocorrem na terapia de

indução do fechamento de ápices de raízes incompletas preenchidas com

hidróxido de cálcio. Foram tratados 16 canais de dentes de pacientes com

idade entre oito e treze anos, onde após o preparo mecânico, os canais

foram preenchidos com hidróxido de cálcio e iodofórmio. Dez dentes

apresentavam lesão periapical crônica e foram acompanhados

radiograficamente; seis dentes estavam intactos e indicados para

extração com finalidade ortodôntica. Os dentes foram extraídos trinta dias

após o tratamento. A análise radiográfica demonstrou que somente em

um dente a lesão não desapareceu. Cinco dentes, com exceção de um,

apresentava lesão, exibiram imagem de estrutura radiopaca na região do

ápice radicular preenchendo todo o espaço não ocupado pela pasta de

hidróxido de cálcio. Histologicamente, os autores observaram a deposição

de tecido mineralizado no nível do forame apical, ou um pouco aquém

dessa região e que quando a barreira de tecido mineralizado se localizava

aquém do ápice, sua estrutura se assemelhava a do cemento e o forame

apical permanecia aberto. Quando a morfologia da barreira de tecido

mineralizado assemelhava-se a da dentina, o selamento apical se dava

pela deposição de cemento. Com bases nestas observações, os autores

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concluíram que o material estudado parecia contribuir favoravelmente à

obtenção do reparo desejado.

Holland et al.45 (1980) comprovaram histologicamente a deposição

de tecido mineralizado no ápice radicular de dentes de macacos após o

preenchimento dos canais com hidróxido de cálcio. Neste estudo, foram

utilizados quarenta dentes, onde vinte raízes foram instrumentadas até

1mm do forame apical e vinte raízes instrumentadas 1mm além do forame

apical, sendo todos canais preenchidos com hidróxido de cálcio e as

aberturas coronárias fechadas com amálgama. Os animais foram

sacrificados após noventa dias e os espécimes desmineralizados em

ácido fórmico, incluídos em parafina, seccionados com 6µm de espessura

e corados com hematoxilina/eosina para permitir a avaliação histológica.

Nos dentes nos quais os canais preenchidos com hidróxido de cálcio

foram instrumentados 1mm aquém do forame apical, 16 das vinte raízes

demonstraram fechamento completo do ápice pela deposição de tecido

mineralizado morfologicamente similar ao cemento, sendo que em todas

estas raízes, o ligamento periodontal apresentava-se com espessura

normal e livre de células inflamatórias sem áreas de reabsorção óssea ou

do cemento. Nos canais instrumentados 1mm além do ápice, a maioria

dos espécimes (n=12) não apresentou fechamento biológico do ápice,

sendo que em oito espécimes ocorreu a invaginação de tecido conjuntivo.

O ligamento periodontal dos espécimes que não tiveram seus ápices

fechados apresentou moderado infiltrado inflamatório crônico, com

algumas áreas de reabsorção óssea ou do cemento. Baseados nestes

resultados, os autores comprovaram o fechamento biológico dos canais

após o tratamento com Ca(OH)2 e que o sucesso deste fechamento

dependia da não sobre instrumentação dos canais, que poderia levar a

presença de fragmentos e coágulo, e da ausência da infiltração marginal

do fechamento coronário.

Gutmann & Heaton31 (1981) relataram, em estudo clínico, a

capacidade de indução de fechamento do ápice de dentes não vitais

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preenchidos com hidróxido de cálcio. Segundo os autores esta

capacidade de promover a reparação é devido a concentração de íons

hidroxilas, alto pH, ao estímulo da coagulação sangüínea pelo contato

com o hidróxido de cálcio e ação enzimática nos processos de formação

de colágeno.

Nicholls89 (1981) demonstrou em estudos clínicos a eficiência do

hidróxido de cálcio em estimular o fechamento de ápice de raízes

incompletas. O autor informa o cuidado na instrumentação dos canais, na

descontaminação e remoção dos tecidos necróticos e evidencia o poder

anti-séptico do hidróxido de cálcio. Também relata e eficiência do

hidróxido de cálcio no tratamento de capeamento pulpar indireto, devido

ao seu efeito anti-séptico, induzindo a formação de dentina mineralizada

no local da exposição e sucesso no tratamento endodôntico.

Tronstad et al.117 (1981) estudaram as alterações do pH dos

tecidos dentais após o preenchimento do canal com hidróxido de cálcio.

Foram selecionados, em macacos, incisivos decíduos com ápices

abertos, caninos em esfoliação, incisivos permanentes e caninos nos

estágios iniciais de erupção. Foi provocada a necrose em alguns dentes

com instrumentação e outros com extração e re-implatação, e após quatro

semanas os dentes foram submetidos ao tratamento endodôntico, com

exceção de oito incisivos, e executado preenchimento dos canais com

hidróxido de cálcio nos dentes re-implatados ou não. Como controle

permaneceram cinco dentes vitais. Após quatro semanas os animais

foram sacrificados e os espécimes preparados para avaliação

microscópica e indicadores de pH. Os autores concluíram que em dentes

com necrose pulpar sem tratamento endodôntico o pH era de 6.0 a 7.4, na

polpa, dentina, cemento e ligamento periodontal. Dentes re-implantados

ou não com completa formação da raiz e tratados com hidróxido de cálcio

apresentavam na dentina próxima a polpa o pH entre 8.0 a 11.0, e na

dentina mais superficial o pH de 7.4 a 9.6. Em todos os dentes com raízes

incompletas, a dentina apresentava pH de 8.0 a 10.0. Também

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observaram que o pH do cemento não era afetado pelo hidróxido de

cálcio e que nas áreas de reabsorção com dentina exposta o pH

apresentava-se alcalino.

ElDeeb et al.21 (1982) compararam alterações clínicas,

radiográficas e histológicas de três materiais mais comumente usados

para reparar perfurações de furcas. Foram utilizados 64 dentes

premolares e molares de quatro cães adultos, onde foram realizadas as

perfurações com uma broca esférica no 4 após a remoção da polpa e o

preparo dos canais. Os animais foram, então, submetidos aos seguintes

tratamentos: em cada quadrante um dente foi preenchido com amálgama,

outro com Cavit e um outro dente com hidróxido de cálcio, tendo um

quarto dente usado como controle, ou seja, sem aplicação de nenhum

material. Em todos os dentes foi utilizado o amálgama como material

restaurador final. Durante um período de três meses os dentes foram

avaliados clinica e radiograficamente, sendo que após este período, os

animais foram sacrificados, e os dentes e as estruturas adjacentes

removidas para serem processadas e avaliadas em microscopia óptica.

Foram avaliadas histologicamente, a presença do infiltrado inflamatório e

sua intensidade, a reabsorção óssea, a neoformação óssea, presença de

epitélio e a reabsorção de cemento ou dentina. Os autores concluíram

que as perfurações nas furcas possuem pobre prognóstico e que algum

grau de inflamação e reabsorção óssea deva ser esperado por causa do

trauma da perfuração e dos materiais usados para o selamento.

Observaram também que o amálgama possuía a melhor capacidade de

selamento das perfurações.

Javelet et al.58 (1985) avaliaram a capacidade do hidróxido de

cálcio de promover a formação de barreira calcificada apical em dentes de

macacos que foram submetidos ao tratamento endodôntico após a

indução experimental de lesão periapical. Foram utilizados incisivos

superiores e inferiores com ápice aberto, nos quais foi induzida a lesão

periapical por meio da inoculação repetitiva de S. aureus. Após a

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comprovação radiográfica das lesões os dentes foram submetidos ao

tratamento endodôntico e preenchidos com hidróxido de cálcio (grupo-

teste 1), ou cloreto de cálcio (grupo-teste 2) ou mantidos sem

preenchimento (grupo-controle). Após três e seis meses os animais foram

sacrificados e foi realizada a análise histológica para verificar a formação

de barreira no ápice. Os resultados demonstraram que somente os dentes

preenchidos com hidróxido de cálcio por um período de três meses

tiveram os ápices fechados. Os autores concluíram que a alcalinidade do

hidróxido de cálcio é um fator significante na indução de formação de

tecido mineralizado.

Himel et al.43 (1985) para o fechamento de perfurações na furca

utilizaram materiais como, hidróxido de cálcio, Cavit, fosfato tricálcio e

plugs de politetrafluoretileno. De acordo com os resultados obtidos

mediante avaliações clínicas, radiográficas e histológicas, nenhum destes

materiais demonstrou bom prognóstico quanto ao preenchimento das

perfurações de furcas. Neste estudo os autores verificaram melhores

resultados com a utilização de plugs de politetrafluoretileno.

Bramante & Berbet11 (1987) realizaram um estudo experimental

comparando a resposta inflamatória e a reabsorção óssea após o

fechamento de perfurações na furca de dentes de cães com pasta de

hidróxido de cálcio, pasta de óxido de zinco e eugenol, tendo como grupo-

controle perfurações de furcas mantidas sem o fechamento com material.

Foram utilizados 15 dentes premolares de quatro cães adultos que após

os procedimentos de anestesia, receberam tratamento endodôntico com

isolamento absoluto dos dentes e tiveram suas furcas perfuradas com

brocas de 0,7mm de diâmetro e 2,0mm de extensão. Após o controle da

hemorragia local com irrigação com solução salina e secagem, os animais

foram divididos da seguinte forma, a) grupo 1 – aplicação de pasta de

hidróxido de cálcio mais iodofórmio na proporção de 2:1; b) grupo 2 –

aplicação de cimento de óxido de zinco e eugenol; c) grupo 3 – furcas

mantidas abertas. Em cada animal foram utilizados dois dentes para os

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grupos-teste e dois dentes para o grupo-controle. Os animais foram

sacrificados após noventa dias, e os espécimes contendo os dentes e

ossos adjacentes foram removidos e processados para análise

histopatológica. Para permitir a comparação das respostas aos materiais

foram observadas as presenças de células inflamatórias, reabsorção

óssea e do cemento, sendo classificada em não significante, média,

moderada ou severa, ou a aposição de osso e cemento selando a

perfuração. Os autores concluíram que o hidróxido de cálcio foi

considerado o melhor material para o fechamento das perfurações, sendo

reabsorvido rapidamente quando extravasado no ligamento periodontal, e

que gerava uma necrose local com diferentes níveis de hiperplasia do

cemento. Já o cimento de óxido de zinco e eugenol causou uma severa

resposta inflamatória com formação de abscesso e reabsorção da crista

alveolar.

Ghose et al.28 (1987) avaliaram radiograficamente o efeito do

tratamento com hidróxido de cálcio e do diâmetro apical na formação de

tecido mineralizado. Verificaram ainda o tipo de tecido mineralizado

formado. Foram tratados 51 dentes permanentes imaturos despolpados

com abertura de ápice em torno de 2mm a 3,5mm de diâmetro. Os dentes

foram instrumentados e preenchidos com hidróxido de cálcio e os

pacientes foram acompanhados mensalmente. Foi possível observar no

período de três a dez meses que em 96% dos dentes houve o

desenvolvimento de uma barreira de tecido mineralizado, sendo que

nestes dentes 78% desenvolveram a barreira apical no período de cinco a

seis meses. Os autores concluíram que o hidróxido de cálcio favorece a

deposição de tecido mineralizado em ápices abertos e que o diâmetro

desta abertura não influencia no tipo de barreira formada, mas que a

infecção pode atrasar o processo de fechamento do ápice necessitando

de aplicações adicionais de hidróxido de cálcio.

Mackie et al.75 (1998) demonstraram, em estudo clínico, a alta taxa

de sucesso no tratamento com hidróxido de cálcio em induzir o

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fechamento do ápice de incisivos não vitais. Neste trabalho os autores

obtiveram uma taxa de sucesso de 96%. O insucesso de três dos quatro

dentes que obtiveram insucesso foram associados à re-implantação

destes dentes após terem sofrido avulsão. O tratamento realizado em

todos os casos consistia na instrumentação 1mm aquém do forame apical

e preenchimento dos canais com hidróxido de cálcio. Os autores

evidenciaram ainda a influência do fator idade no fechamento de ápices

abertos; segundo eles, este fechamento foi mais rápido nos dentes de

pacientes jovens com idade de 11 a 15 anos do que nos pacientes com

idades mais inferiores.

Imura et al.56 (1998) avaliaram a capacidade de selamento de

vários materiais em perfurações de furca de dentes molares. Foram

utilizados noventa dentes extraídos, que foram incluídos em gesso paris,

tendo suas raízes envolvidas por silicone simulando o ligamento

periodontal. Em todos os dentes foi realizada a abertura coronária e, após

a localização dos canais radiculares, foi executada a perfuração no

assoalho da câmara pulpar. As perfurações foram preenchidas com

amálgama, resina composta, sulfato de cálcio sob resina composta e

hidróxido de cálcio sob resina composta. Para avaliar a infiltração nestes

espécimes, os dentes foram recobertos com duas camadas de esmalte

para unhas deixando a área do acesso da perfuração descoberto para,

então, serem imersos em tinta por quatro dias a 37oC. Os dentes foram

seccionados longitudinalmente e a mensuração da infiltração foi realizada

do nível coronário do material de reparação até o término apical da

perfuração. Os autores puderam concluir, com este estudo, que todos os

grupos experimentais apresentaram infiltração em variados graus, sem

diferenças estatisticamente significantes entre eles. Também observaram

que tanto o hidróxido de cálcio quanto o sulfato de cálcio evitavam

extravasamento da resina composta para a região do ligamento

periodontal.

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Bryan et al.12 (1999) num trabalho de revisão da literatura relataram

que o melhor prognóstico para o tratamento não-cirúrgico das perfurações

de furca ocorre quando a intervenção ocorre o mais precoce possível,

evitando a contaminação bacteriana e que o material utilizado para o

fechamento da perfuração é o mais biocompatível e que possui boas

propriedades de selamento. Segundo os autores, o amálgama, o cavit,

hidróxido de cálcio, cimento de ionômero de vidro, fosfato tri-cálcio e o

osso desmineralizado congelado desidratado, não oferecem resultados

consistentes como materiais seladores das perfurações, e que o mineral

trióxido agregado surge como um material promissor para esta finalidade.

2.2 Mineral trióxido agregado

Lee et al.68 (1993) desenvolveram um composto de mineral trióxido

agregado (MTA). Segundo os autores este material toma presa na

presença de umidade, possui radiopacidade, é biocompatível e devido ao

seu alto pH (10,2 a 12,5) possui alta capacidade de provocar a formação

de tecido duro de reparação sendo indicado como material obturador em

cirurgias parendodônticas e em trepanações.

Alhadainy & Himel2 (1994) utilizaram no fechamento de

trepanações do assoalho pulpar de sessenta dentes, o amálgama e o

ionômero de vidro. O gesso paris foi usado como base dos materiais

restauradores, devido as suas propriedades de provocar a reparação

óssea. Foi avaliada a capacidade de selamento destes materiais ao teste

de infiltração com imersão dos espécimes em eritrozina B a 2% por duas

semanas em temperatura ambiente. As avaliações dos cortes

histológicos foram feitas em estéreomicroscópio com aumentos de

quarenta vezes utilizando uma escala graduada de décimos de

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milímetros. Os autores concluíram que o ionômero de vidro apresentou

maior capacidade de selamento que o amálgama, devido a sua

capacidade de fluir e selar a parte mais apical da perfuração e a sua

adesividade a dentina. Também observaram que o gesso paris atuava

como uma eficiente barreira ao extravasamento dos materiais na região

da furca, mas não melhorava a capacidade de selamento dos materiais.

Ford et al.25 (1995) avaliaram a resposta histológica do tratamento

de perfurações intencionais em furcas de 28 premolares inferiores de

cães. Neste trabalho, metade dos dentes perfurados foi tratada com

amálgama ou MTA e o restante dos dentes foi deixado aberto permitindo

a contaminação salivar antes de serem reparados. O tempo de reparação

antes do sacrifício dos animais foi de quatro meses, para então submeter

os espécimes a avaliação histológica. Os autores observaram que todos

espécimes do grupo tratado com amálgama imediatamente após a

perfuração apresentavam resposta inflamatória no sítio da perfuração,

enquanto que somente um dos seis espécimes do grupo que utilizou MTA

imediatamente após a perfuração apresentava resposta inflamatória. Além

disso, estes cinco espécimes apresentavam deposição de cemento sobre

o material reparador. Nos grupos que foi permitido a contaminação

salivar, todos os espécimes tratados com amálgama apresentavam

resposta inflamatória e o grupo tratado com MTA, de sete espécimes,

quatro apresentavam resposta inflamatória. Os autores concluíram que o

MTA é mais apropriado como material reparador do que o amálgama

principalmente se for utilizado logo após a perfuração.

Arens & Torabinejad6 (1996) relataram, num estudo clínico, a

utilização do MTA como material obturador de perfurações em furcas de

dentes multirradiculares, devido às suas propriedades físicas e biológicas,

tornando-o um material apropriado para obliteração de perfurações.

Também relataram que as perfurações são acidentes que podem ocorrer

durante o tratamento endodôntico e que o pobre prognóstico desses

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acidentes é devido a infiltração bacteriana e ausência da

biocompatibilidade dos materiais obliteradores.

Bates et al.9 (1996) avaliaram em períodos de 24h, 72h, duas

semanas, quatro semanas, oito semanas e doze semanas, a habilidade

de selamento do MTA como material retrobturador. Neste estudo foram

utilizados 76 dentes unirradiculares humanos extraídos, que após serem

limpos e instrumentados, tiveram seus ápices seccionados, preparados

com ultra-som e preenchidos com amálgama, Super-EBA ou MTA, para

então os grupos serem submetidos aos teste de infiltração pelo sistema

de mensuração com fluído de infiltração. Os autores observaram que nos

períodos de 24h, 72h e duas semanas os grupos tratados com MTA e

Super-EBA apresentavam microinfiltração menor do que o grupo tratado

com amálgama. Também concluíram que o MTA foi superior ao

amálgama e comparável com o Super-EBA em prevenir a microinfiltração

como material retrobturador.

Ford et al.26 (1996) compararam a resposta do tecido pulpar de

macacos, utilizando como material para capeamento direto o MTA e uma

preparação de hidróxido de cálcio. Foram utilizados 12 incisivos inferiores,

os quais tiveram suas polpas expostas intencionalmente com brocas

esféricas número um para então serem tratados com MTA ou hidróxido de

cálcio. Após cinco meses os autores observaram que em cinco das seis

amostras que utilizaram como material de capeamento direto o MTA, não

houve resposta inflamatória, e que as seis polpas capeadas com este

material apresentaram formação de ponte dentinária. No grupo tratado

com o hidróxido de cálcio todos os espécimes apresentavam inflamação

pulpar e somente dois apresentavam formação de ponte dentinária.

Concluíram que a alta biocompatibilidade do MTA permitia seu uso como

material de capeamento direto.

Koh et al.65 (1997) estudaram a capacidade do MTA em estimular a

produção de citocinas por osteoblastos humanos e a aderência destas

células a este material obliterador. Foram utilizadas culturas de

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osteoblastos (MG-63) com a presença de MTA avaliando o

comportamento destas células quanto à produção de citocinas e

osteocalcina e atividade da fosfatase alcalina. Para determinar a presença

de interleucinas e osteocalcina foi empregado o teste ELISA. Os autores

observaram que as amostras com MTA apresentavam aderência celular,

crescimento mais intenso, maior produção de citocinas como, as

interleucinas IL-1α, IL-1β e IL-6, e também maior produção de

osteocalcina. Também observaram que as células em contato com o MTA

apresentavam altos níveis de fosfatase alcalina.

Torabinejad et al.115 (1997) examinaram, em macacos, a resposta

tecidual perirradicular ao MTA e amálgama como materiais

retrobturadores. Após a remoção da polpa de todos incisivos superiores

de três macacos, instrumentação e obturação dos dentes, um retalho

mucoperiosteal foi elevado e os ápices das raízes seccionadas e

preparadas para receberem os materiais retrobturadores. Após 5 meses

as respostas teciduais foram avaliadas histologicamente e os autores

observaram que 5 de 6 raízes tratados com MTA não apresentavam

inflamação perirradicular e que em todas as amostras havia a deposição

de uma completa camada de cemento sobre o material retro-obturador,

sendo que o mesmo não fora observado no grupo tratado com amálgama.

Os autores evidenciam ainda que o MTA é um material indicado para uso

em humanos.

Fischer et al.24 (1998) compararam a microinfiltração bacteriana do

MTA, amálgama sem zinco, IRM e Super-EBA como materiais

retrobturadores. Utilizaram 56 dentes humanos extraídos, os quais foram

preparados com instrumentos rotatórios e tiveram seus ápices

seccionados, sendo que em 48 dentes as cavidades apicais foram

preparadas com ultra-som numa profundidade de 3mm, para então serem

esterilizados. Os materiais foram então aplicados num ambiente asséptico

criado por uma câmara de fluxo laminar, sendo que quatro raízes foram

obturadas somente com guta-percha plastificada servindo como grupo

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controle positivo e outras quatro raízes apenas cobertas com cera

servindo como controle negativo. Em cada raiz foi aplicado 10µl de

Serratia marcescens para verificar a microinfiltração bacteriana e seu

crescimento em meio de cultura de fenol vermelho. Os autores puderam

concluir, após 49 dias, que o MTA não apresentava microinfiltração e

como material retrobturador foi o mais efetivo contra a microinfiltração

bacteriana.

Koh et al.66 (1998) investigaram comparativamente em cultura de

osteoblastos (MG-63) a resposta celular ao MTA e ao IRM. Através do

teste Elisa os autores observaram que a cultura com a presença de MTA

apresentava altos níveis de interleucinas produzidas pelos osteoblastos.

Concluíram que o MTA oferece um substrato biologicamente ativo para os

osteoblastos e estimula a produção de interleucinas.

Nakata et al.86 (1998) estudaram a habilidade do MTA e do

amálgama como materiais seladores em molares humanos extraídos

utilizando um modelo de infiltração bacteriana anaeróbica. Foram

realizadas perfurações nas furcas de 39 dentes com brocas em alta-

rotação, obtendo-se dois grupos de estudos (n=18) e três dentes foram

utilizados como controle positivo. No grupo-teste 1 foi utilizado o MTA

enquanto que no grupo-teste 2 foi utilizado o amálgama. Três dentes

adicionais foram utilizados como controle negativo. Uma câmara dupla

para o modelo de infiltração de bactérias anaeróbicas foi desenvolvida.

Um meio de cultura foi utilizado para permitir o desenvolvimento de

Fusobacterium nucleatum. Das 18 amostras tratadas com o amálgama

oito apresentaram infiltrações bacterianas, enquanto que no grupo tratado

com MTA não foram observadas infiltrações. Os autores concluíram que o

MTA foi significantemente melhor do que o amálgama para prevenir a

infiltração de Fusobacterium nucleatum em perfurações de furcas.

Sluyk et al.112 (1998) avaliaram a propriedades físicas e as

características de retenção do MTA como material reparador de

perfurações em furcas. Foram utilizados 32 molares humanos extraídos

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que tiveram suas furcas perfuradas seguindo o longo eixo do dente e a

colocação, abaixo das perfurações, de uma matriz de Gelfoam para

simular as condições clínicas. Os dentes foram divididos em quatro

grupos e as perfurações foram preenchidas com MTA e então

acomodadas com cotonetes secos ou úmidos por 24h a 72h. Para avaliar

a força necessária para deslocar o material da perfuração, uma máquina

de testes Instron foi utilizada, demonstrando que a resistência de

deslocamento do MTA era maior no período de 72 horas do que no

período de 24 horas. Também foi observado que quando um leve

deslocamento ocorria no período de 24 horas, o material demonstrava a

habilidade de restabelecer a resistência ao deslocamento das paredes de

dentina. A presença de umidade pareceu não interferir na resistência ao

deslocamento do MTA.

Holland et al.46 (1999) conduziram um estudo para observar a

reação do tecido conjuntivo subcutâneo de ratos à implantação de tubos

contendo MTA ou hidróxido de cálcio. Foram utilizados quarenta ratos,

onde para cada grupo de vinte animais foram implantados tubos de

dentina humanas preparados, autoclavados e preenchidos com MTA e

hidróxido de cálcio, utilizando como grupo-controle doze ratos com

implantação dos tubos dentinários sem preenchimento de nenhum

material. Os animais foram sacrificados sete e trinta dias após a

implantação dos tubos e os espécimes foram preparados para análise

histológica com luz polarizada e técnica de Von Kossa. No grupo-controle,

após sete dias da implantação foi observado ao redor dos tubos uma

camada de exsudato de neutrófilos, com a presença de uma população

de fibroblastos jovens e células inflamatórias crônicas. Após trinta dias, as

amostras apresentaram crescimento de tecido conjuntivo contendo

algumas células inflamatórias, em alguns casos preenchendo todos os

tubos. Por outro lado, algumas amostras exibiram os tubos rodeados por

uma fina cápsula fibrosa caracterizando uma moderada reação

inflamatória crônica. No grupo tratado com hidróxido de cálcio, nas

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amostras não descalcificadas foram observadas, a luz polarizada,

numerosas granulações birrefringentes e positivas à técnica de Von

Kossa e estavam localizadas próximas as aberturas e no interior dos

tubos. As amostras descalcificadas também apresentaram área irregular

basofílica altamente positiva à técnica de Von Kossa. Circundando esta

área havia um tecido conjuntivo com moderado infiltrado inflamatório e

células gigantes. No período de trinta dias, foram observadas, as mesmas

alterações que no período de sete dias. No grupo tratado com MTA as

alterações observadas foram similares ao grupo tratado com hidróxido de

cálcio. Os autores observaram que as respostas teciduais eram similares

para os dois materiais estudados, sugerindo que o mecanismo de ação

dos dois materiais é semelhante, e que apesar de suas constituições

serem diferentes, os óxidos de cálcio presente no MTA reage com os

tecidos formando um subproduto que é o hidróxido de cálcio.

Holland et al.47 (1999) avaliaram a resposta dos tecidos apicais de

cães após o preenchimento com guta-percha e MTA ou ionômero de

vidro. Os canais dos dentes dos animais foram instrumentados e

obturados com os materiais propostos no estudo. Os animais foram

sacrificados seis meses após, e os espécimes foram processados para

permitir a análise histológica. O resultado observado foi que nenhum

dente do grupo que utilizou o MTA apresentou reação inflamatória nos

tecidos apicais, em contraste, o grupo que foi tratado com o ionômero de

vidro apresentou dois casos de fechamento parcial e diferentes graus de

reação inflamatória crônica.

Mitchell et al.82 (1999) estudaram a biocompatibilidade de

variações de MTA com células Humanas de osteosarcoma. Após analisar,

pelo teste Elisa, o crescimento celular e as expressões de interleucinas,

os autores observaram que o MTA apresentava bom crescimento celular

e evidente expressão de IL-6 e IL-8, tornando-o o MTA um material

biocompatível e adequado para o uso clínico.

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Salman et al.102 (1999) estudaram a influência da utilização de

membranas absorvíveis na trepanação da câmara pulpar em dentes de

cães como base para o cimento de ionômero de vidro modificado por

resina. Neste estudo foram realizadas perfurações com 1mm de diâmetro

no assoalho da câmara pulpar dos segundos, terceiros e quartos

premolares. As perfurações foram tratadas com cimento de ionômero de

vidro modificado com resina e com o mesmo cimento sobre uma barreira

absorvível. Os animais foram sacrificados após três meses e os

espécimes foram processados para avaliação em microscopia óptica e

histomorfometria. Avaliando os parâmetros, extensão do processo

inflamatório, reabsorção do cemento, reabsorção da dentina, presença de

epitélio e altura óssea, os autores concluíram que a utilização de barreira

absorvível não obteve resultados melhores do que as perfurações

tratadas somente com o cimento de ionômero de vidro.

Shabahang et al.109 (1999) realizaram um estudo comparativo

sobre a indução de apicificação de dentes de cães, utilizando a proteína

osteogênica-1, o MTA e o hidróxido de cálcio. Foram utilizadas 64 raízes

de premolares, as quais após a indução de lesão perirradicular tiveram

seus canais debridados e preenchidos com hidróxido de cálcio por uma

semana. Após este procedimento, o hidróxido de cálcio foi removido e os

canais preenchidos com os materiais propostos. Os animais foram

sacrificados após 12 semanas para permitir a análise histomorfológica

quanto ao grau de tecido duro formado e a quantidade de inflamação

presente. Os autores puderam observar que o grupo tratado com o MTA

apresentou formação apical de tecido duro com maior consistência em

comparação aos outros grupos.

Schwartz et al.104 (1999) afirmaram que o MTA é um material

significantemente melhor do que outros materiais para procedimentos em

osso, pois permite o sobre crescimento de cemento e pode facilitar a

regeneração do ligamento periodontal. Também relatam a utilização do

MTA em diferentes aplicações clínicas para resolução de problemas

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como: fratura vertical da raiz, apicificação, reparação de perfuração e de

defeito de reabsorção, onde obtiveram a eliminação dos sintomas clínicos

e cicatrização óssea. Evidenciaram que outros materiais como a resina e

o óxido de zinco eugenol, usados no passado levavam a formação de

tecido conjuntivo fibroso adjacente ao osso.

Torabinejad & Chivian116 (1999) relataram após os estudos iniciais

com o MTA, um protocolo de aplicação clínica deste material no

capeamento pulpar de dentes com pulpites reversíveis, apicificações,

reparação cirúrgica ou não cirúrgica, perfurações de raízes e como

material de preenchimento de ápices radiculares. Neste trabalho, os

autores recomendam que para as perfurações radiculares o tratamento

deve seguir uma seqüência de tratamento que será: anestesia; isolamento

absoluto; localização da perfuração e irrigação com hipoclorito de sódio

diluído; se o dente apresentar contaminações ou perfuração por longo

período, o agente irrigador é deixado por alguns minutos; instrumentação

completa e obturação com cones de guta-percha. O selamento da

perfuração é executado misturando-se o MTA com água estéril e colocado

por meio de um porta-amálgama na perfuração e condensado com um

cotonete úmido para então proceder a obturação do acesso cavitário com

material temporário por 3 a 4 horas e um material permanente.

Estrela et al.22 (2000) investigaram a ação antimicrobiana e

química do MTA e cimento de Portland, pasta de hidróxido de cálcio,

Sealapex e Dycal. Para analisar a atividade antibacteriana foram

utilizadas amostras dos seguintes microorganismos: Staphylococcus

aureus, Enterococcus faecalis, Pseudomonas aeruginosa, Bacillus

subtilis, Candida albicans e uma mistura de todos microrganismos. Trinta

placas de Petri com 20mL de ágar BHI foram inoculadas com 0,1mL das

suspensões de microrganismos, sendo que em cada placa foram

realizadas três cavidades que foram preenchidas com os materiais testes.

As placas foram então incubadas a 370 C por 48 horas para permitir a

avaliação da inibição microbiana por halo. Para analisar a composição

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química do MTA e do cimento de Portland foi utilizado um raio-X de

espectrometria fluorescente. Os autores concluíram que a pasta de

hidróxido de cálcio apresentava maior inibição microbiana e que o cimento

de Portland possuía a mesma constituição que o MTA.

Keiser et al.63 (2000) propuseram estudar a citotoxidade do MTA a

outros materiais retrobturadores como o amálgama e o Super-EBA. Para

permitir esta comparação foi utilizado um meio celular viável para

atividade de-hidrogenase mitocondrial em fibroblastos do ligamento

periodontal de humanos. Os autores puderam concluir, após um período

de exposição de 24 horas, que o MTA pode ser empregado como material

retrobturador.

Moretton et al.84 (2000) avaliaram a biocompatibilidade da

implantação subcutânea e intra-óssea em ratos do MTA e do cimento de

ácido etóxibenzóico. As reações teciduais foram estudadas nos períodos

de 15, trinta e sessenta dias após a implantação. O MTA causou

inicialmente severas reações como necrose de coagulação e calcificação

distrófica, mas que diminuíram com o tempo. Os autores concluíram que

as duas substâncias causavam menor resposta à implantação óssea do

que a subcutânea, evidenciando assim, as características

osteocondutivas destes materiais.

Zhu et al.125 (2000) observaram mediante microscopia eletrônica de

varredura, a adesão de osteoblastos humanos ao MTA, IRM, resina

composta e amálgama. Após a obtenção de espécimes dos materiais com

1mm de espessura e manutenção destes discos por um dia na cultura

celular, os autores observaram osteoblastos aderidos e espalhados nos

espécimes de MTA e resina formando uma mono camada. Já no grupo

teste que utilizou o amálgama havia adesão celular, mas em menor

quantidade, em contraste com o grupo do IRM que não apresentava

adesão celular.

Faraco Junior & Holland23 (2001) estudaram a resposta pulpar em

cães, após o capeamento pulpar direto com o MTA e o hidróxido de

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cálcio. Após a exposição pulpar intencional de trinta dentes, foi realizado o

capeamento pulpar com os dois materiais testes. A análise histológica foi

feita dois meses após o tratamento. Nas exposições pulpares capeadas

com MTA não havia presença de inflamação e todas as amostras

apresentavam completa formação de ponte de dentina. No grupo tratado

com hidróxido de cálcio apesar da formação da ponte de dentina, algumas

amostras apresentavam inflamação pulpar. Os autores concluíram que o

MTA apresentava resultados melhores do que o hidróxido de cálcio em

capeamento pulpar de cães.

Holland et al.48 (2001) compararam o efeito do cimento de Portland

e do MTA no processo de cicatrização da polpa dental de cães após a

pulpotomia e capeamento pulpar direto. Foram utilizadas 26 raízes de

cães que após a pulpotomia, tiveram as entradas da polpa radicular

protegida com os dois cimentos citados. Sessenta dias após o tratamento

os animais foram sacrificados e as amostras obtidas para a análise

histomorfológica. Os autores puderam concluir que tanto o MTA quanto o

cimento de Portland apresentavam resultados similares quando utilizados

como material de proteção direta após a pulpotomia.

Holland et al.49 (2001) realizaram um estudo para observar o

processo de cicatrização na reparação de perfuração intencional lateral de

raízes com a aplicação do MTA. Os autores induziram a perfuração lateral

de raízes de 48 dentes de cães beagle, para então repará-las com o MTA

ou cimento Seaplex (grupo controle). Após trinta e 180 dias os espécimes

obtidos foram submetidos à análise histológica e foi observado que o MTA

apresentou melhores resultados quanto à cicatrização em relação ao

grupo tratado com Sealapex.

Holland et al.50 (2001) realizaram um estudo comparativo para

avaliar a reação do tecido conjuntivo subcutâneo de ratos à implantação

de tubos dentinários preenchidos com MTA, cimento de Portland (PC) e

hidróxido de cálcio (CH). Tubos dentinários de humanos foram

preparados a partir de canais radiculares dilatados acima da lima número

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35 com a sobre instrumentação do forame apical em 2mm, os túbulos

obtidos apresentavam comprimento de 7mm e espessura de paredes de

0,5mm. Os tubos eram então, irrigados por completo, com hipoclorito de

sódio e EDTA e posteriormente lavados em água destilada antes de

serem autoclavados. Após a esterilização os tubos foram preenchidos, na

presença de água destilada, com MTA, com cimento de Portland e com

hidróxido de cálcio, para serem imediatamente inseridos em subcutâneo

do dorso de trinta ratos. Como grupo-controle foram implantados tubos de

dentina sem material no dorso de dez ratos. Os animais foram

sacrificados após sete e trinta dias do pós-operatório. Foi realizado

coloração de Von Kossa, sendo que, algumas secções não receberam

coloração para poderem ser examinadas em microscópio de luz

polarizada, para localizar a presença de material birrefringente. Também

foi realizado, em algumas amostras, coloração de hematoxilina e eosina.

Os autores observaram resultados semelhantes e que na abertura dos

túbulos dentinários foram observadas granulações de Von Kossa positivas

e birrefringentes à luz polarizada. Também observaram que próximo

dessas granulações havia a presença de um tecido irregular na forma de

uma ponte, também positiva a coloração de Von Kossa, e as paredes e no

interior dos tubos apresentavam uma estrutura altamente birrefringente. A

partir desses dados observados, os autores puderam concluir que os

mecanismos dos materiais estudados são similares. Assim, o MTA e o

cimento de Portland estimulam a deposição de tecido duro similarmente à

ação do hidróxido de cálcio.

Schmitt et al.103 (2001), num artigo de revisão, concluíram que o

MTA possui biocompatibilidade e capacidade de selamento superior, e

menor citotoxidade que os outros materiais usados na terapia pulpar.

Também relatam que o MTA é aceito pela FDA e que pode ser

empregado no capeamento pulpar direto, apicificação e casos de falha

com o uso do hidróxido de cálcio.

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Daoudi & Saunders19 (2002) avaliaram in vitro as vantagens do uso

do microscópio operatório no selamento de perfurações de furcas usando

o Vitrebond ou o MTA. Quarenta e seis molares humanos foram

montados num jig simulando uma mandíbula, e divididos aleatoriamente

em quatro grupos (n=10), sendo que seis dentes serviram como grupo

controle. As perfurações das furcas foram executadas utilizando brocas

diamantadas esféricas ISO 012 em baixa rotação. Cada material foi

empregado nos grupos utilizando ou não o microscópio operatório. Todos

os grupos foram armazenados num ambiente de 100% de umidade por

72h em temperatura ambiente, antes da determinação da qualidade da

inserção sob uma magnificação de 26 vezes. Para avaliar a infiltração foi

utilizado tinta da Índia, para então submeter os dentes a

desmineralização, desidratação em álcool e inclusão. Os autores

concluíram que a utilização do microscópio não interferiu na qualidade do

selamento dos materiais, mas o emprego do MTA resultou em menor

infiltração do que os grupos reparados com o Vitrebond.

Regan et al.97 (2002) avaliaram o potencial do MTA e do Diaket em

promover a regeneração de tecidos perirradiculares. Foram utilizados

dentes premolares inferiores de sete cães que, após a anestesia, realizou-

se o tratamento endodôntico, o acesso cirúrgico e os ápices foram

seccionados e preparados com ultra-som permitindo assim a colocação

dos materiais a serem avaliados. Sessenta dias após a cirurgia os animais

foram sacrificados e amostras dos terceiros e quartos premolares foram

imersas em formalina neutra a 10% para confecção dos blocos seriados.

Após a obtenção dos espécimes pela coloração de hematoxilina/eosina e

tricômico de Gomori as lâminas foram avaliadas por dois examinadores

calibrados em microscópio de luz polarizada. Para análise estatística dos

resultados foi utilizado o teste ANOVA. Os autores concluíram que os dois

materiais estimularam quase a completa regeneração do periodonto

perirradicular na ausência de infecção.

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Weldon Junior et al.120 (2002) num estudo longitudinal avaliaram

a capacidade de selamento do MTA e Super-EBA em perfurações de

furcas. Neste estudo foram utilizados 51 dentes humanos extraídos, os

quais tiveram suas raízes seccionadas 3mm abaixo da região da furca,

sendo então perfurados no centro da furca com brocas esféricas nº2 em

alta-rotação. Após a perfuração, os dentes foram obturados e as

extremidades radiculares seladas com C&B Metabond. Do total de 51

dentes, 15 dentes foram restaurados com MTA, 15 com Super-EBA, 15

combinação dos dois produtos e seis serviram como grupo controle,

sendo três sem nenhum tratamento e três selados com o cimento C&B

Metabond. Para avaliar a integridade do selamento, os dentes foram

submetidos a um dispositivo com fluído de infiltração com pressão de

20cm H2O por 30 minutos, 4 horas, 24 horas, uma semana e um mês.

Após a coleta de dados e análise estatística dos resultados os autores

observaram que todos os materiais utilizados nos grupos testes

apresentaram uma boa capacidade de selamento, com infiltração máxima

de menos de 0.007µl min-1 cm H2O não ocorrendo diferença

estatisticamente significante entre eles ao longo do período observado.

Al-Nazhan & Al-Judai3 (2003) investigaram o efeito antifúngico in

vitro do MTA através do teste de diluição em tubos. Para a análise, o MTA

foi avaliado em dois períodos: logo após sua mistura (fresco) e 24 horas

após sua presa. O MTA foi colocado em contato com C. albicans por uma

hora, 24 horas e três dias para permitir a observação de turbidez nos

tubos. Os autores observaram que o MTA fresco foi mais efetivo contra os

fungos após o primeiro dia de contato, enquanto que o MTA que tinha

esperado sua presa por 24 horas foi mais efetivo após três dias de

incubação. Concluíram então que o MTA foi efetivo contra C. albicans,

independente da fase que era empregado.

Duarte et al.20 (2003) avaliaram o pH e a liberação de íons cálcio

de dois materiais retro-obturadores, o Pro-Root (Dentsply) e o MTA-

Angelus (Ângelus). Para esta análise os materiais foram colocados em

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tubos plásticos e imersos e frascos de vidro contendo água deionizada.

Após 3h, 24h, 72h e 168h a água de cada recipiente em que estavam as

amostras foi retirada e analisada para determinar se apresentava

alterações de pH e liberação de cálcio. Os autores puderam observar que

a água que estava nos recipientes das amostras do MTA-Angelus possuía

um pH e liberação de cálcio levemente maior que a do outro grupo.

Apesar disto, concluíram que os dois materiais liberavam cálcio e

promoviam um pH alcalino.

Haglund et al.33 (2003) investigaram os efeitos de quatro materiais

retrobturadores sobre o crescimento celular, morfologia celular e produção

de citocinas em macrófagos e fibroblastos de ratos. Os materiais

retrobturadores utilizados foram MTA, IRM, amálgama e Retroplast.

Foram aplicadas nas placas de culturas de células de fibroblastos e

macrófagos amostras de Millipore com os materiais permanecendo

incubados por três dias. Como controle foram utilizadas amostras de

Millipore sem nenhum material. A morfologia celular foi avaliada e o

número total de células foi contado e analisado pelo teste de uma

variância. Para a determinação das citocinas, macrófagos dos ratos foram

incubados em 24 placas com discos dos materiais teste. Neste caso

culturas celulares sem os discos serviram como controle negativo e

culturas de células com lipopolissacarídeos serviram como controle

positivo; estas amostras foram então incubadas por 24 horas e analisadas

pelo ensaio enzimático de imunoabsorção. Os autores observaram que

morfologicamente o grupo do MTA estava caracterizado por desnaturação

média de proteínas e presença de células mortas adjacentes ao material.

Também concluíram que nenhum grupo apresentou produção de citocina

e que todos os grupos inibiram o crescimento celular.

Hembrough et al.42 (2003) relataram que, clinicamente, o MTA

parece ser o melhor material para ser utilizado em procedimentos que

envolvem reparação radicular, cicatrização óssea e regeneração dos

tecidos periodontais perirradiculares. Também evidenciaram o sucesso

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clínico do MTA sem intervenção cirúrgica no tratamento de perfurações

iatrogênicas.

Hsien et al.53 (2003) observaram o sucesso do tratamento de

reabsorção interna de um incisivo central, que apresentava extensa lesão

e exsudação. Após o acesso cirúrgico, o terço apical foi obturado com

guta-percha e a perfuração fechada com MTA. Os autores afirmam que

após um ano de acompanhamento, os sintomas e sinais desapareceram e

o resultado foi considerado satisfatório.

Pistorius et al.94 (2003) realizaram um estudo para determinar a

influência de materiais retrobturadores nas respostas celulares

específicas de fibroblastos gengivais. Como materiais testes foram

utilizados o MTA, o amálgama e liga de titânio inerte sendo então avaliada

a reação celular a estes materiais pela produção de prostaglandina E-2,

liberada com ou sem a estimulação do ácido araquidônico, síntese

protéica e de lactato e proliferação tecidual. Como grupo-controle foram

utilizadas culturas celulares sem a presença dos materiais testes. No

grupo em que utilizou-se o amálgama como material teste, houve uma

grande diminuição da síntese protéica (61,8 +/- 13,6%) pelos fibroblastos;

ao contrário dos grupos do MTA (91,2+/- 5,9%) e do titânio (92,4+/- 4,7%)

que apresentaram menores efeitos. A velocidade de proliferação celular

foi levemente influenciada nos grupos do MTA (98,0+/- 1,6%) e titânio

(97,9+/- 7,4%) e apresentou valores semelhantes ao grupo controle após

96 horas de incubação. No grupo do amálgama ocorreu uma significante

e contínua redução na velocidade de proliferação celular (61,0+/- 2,5%).

Nenhum aumento na produção de lactato foi observado nos três grupos-

testes. Quanto à produção de prostaglandina E-2 houve uma significante

diminuição no grupo do amálgama (85,2+/- 3,5%). Já em relação ao grupo

controle os grupos do MTA (147,3+/- 18.9%) e titânio (131,6+/- 19,1%),

apresentaram um elevado nível de prostaglandina E-2. As culturas

celulares estimuladas com ácido araquidônico não apresentaram

nenhuma diferença para os três materiais testados. Os autores

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concluíram então, que o amálgama desenvolve maior irritação tecidual do

que o MTA e o titânio e que estes dois materiais apresentam

comportamento de resposta celular similares.

Saidon et al.101 (2003) avaliaram o efeito citotóxico in vitro e a

reação tecidual na implantação óssea dos cimentos de Portland e do MTA

em porcos da Índia. Neste estudo foram utilizadas culturas de células L

929 que já se apresentavam aderidas a placas de culturas aonde foram

inseridas amostras de Millipore com os materiais a serem testados. Após

um período de incubação de três dias a morfologia celular e a contagem

foram realizadas. Para execução do estudo da reação tecidual, os animais

foram anestesiados e por meio de uma incisão submandibular a sínfise foi

exposta e nela foram produzidas duas cavidades ósseas bilaterais para

receber os materiais. Os animais foram sacrificados após duas e 12

semanas e os tecidos processados para permitir a avaliação por meio de

microscopia óptica. Os autores observaram que não havia diferenças nas

reações celulares in vitro, e que os dois materiais apresentavam uma

resposta inflamatória mínima e biocompatibilidade comprovada pela

formação óssea.

Balto8 (2004) estudou por meio de microscopia eletrônica de

varredura a capacidade de adesão e a morfologia de fibroblastos do

ligamento periodontal humano em contato com o MTA. O material foi

colocado na cavidade apical de trinta dentes unirradiculares de humanos

formando dois grupos de estudo, 15 raízes para aplicação do MTA fresco

e 15 raízes para aplicação do MTA após sua presa. Cada grupo foi

avaliado em três períodos, 4h, 8h e 24h. Como grupo-controle duas partes

de cada espécime foram utilizadas em cada período. Para o controle

positivo 0,5 mL de metilmetacrilato a 2% foram adicionados a suspensão

das células antes de serem dispensadas no meio. Os experimentos foram

realizados num meio de cultura tecidual e 1mL de suspensão de células

de fibroblastos do ligamento periodontal de humanos foi colocado sobre o

MTA e o grupo-controle. Os resultados mostraram uma morfologia celular

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normal nos controles negativos. No controle positivo puderam observar

poucas células com superfícies irregulares sem qualquer adesão ao

substrato. Este fato também pode ser observado no grupo do MTA fresco.

Já no grupo do MTA endurecido, os autores observaram células redondas

e edemaciadas com superfície lisa e fortemente aderidas ao MTA.

Concluíram que a qualidade e quantidade da adesão celular ao material

retrobturador podem ser indicativa da toxidade do material.

Hayashi et al.36 (2004) demonstraram clinicamente o sucesso do

emprego do MTA na cicatrização periapical do retratamento endodôntico

de canais com ápices abertos. Os autores relataram que a aplicação do

MTA como material obturador do canal, estimulou a formação de plugs

apicais artificiais conferindo ao dente ausência de sintomatologia e

aparente reparação radiográfica dos tecidos perirradiculares por dois anos

após a obturação. Enfatizam ainda que o MTA pode ser considerado um

material muito efetivo em promover a regeneração dos tecidos apicais,

mesmo em casos de ápices muito abertos.

Lee et al.69 (2004) avaliaram a influência de vários meios

fisiológicos que afetam a hidratação e propriedades físicas do MTA. Como

métodos de avaliação foram utilizados a microscopia eletrônica de

varredura, difração de raios-X e testes de microdureza. Sabendo que a

estrutura do MTA hidratado apresentava-se na forma de cristais

agulhados cúbicos, o MTA foi hidratado em água destilada, solução

salina, pH 7 e pH 5. Os autores observaram que a estrutura agulhada não

se apresentava mais nas amostras com pH 5 e havia a presença de

erosão da superfície dos cristais. A difração de raios-X demonstrou que o

grupo com o pH 5 apresentava um pico de difração reduzido e o teste de

microdureza evidenciou uma piora no grupo que possuía pH 5. Os autores

concluíram que o pH do meio interfere na formação do MTA e que um

meio ácido afeta prejudicialmente a propriedades físicas e o

comportamento de hidratação do MTA.

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Main et al.74 (2004) avaliaram a porcentagem de sucesso em

reparação de raízes perfuradas. Uma listagem de todas perfurações

tratadas com MTA de um programa de residência em Endodontia foi

obtida, totalizando 16 casos. Radiografias pré e pós-tratamento e após um

ano de acompanhamento foram avaliadas por examinadores sem

conhecer a identificação das radiografias para determinar a presença ou

ausência de patologia adjacente ao sítio da perfuração. Os resultados

demonstraram que todos 16 casos nas visitas de retorno apresentavam

arquitetura normal na área adjacente à perfuração. Os dentes que

apresentavam lesões demonstraram a resolução do processo patológico e

os dentes que no pré-operatório não apresentavam lesões permaneceram

neste estado nas visitas de controle. Baseados nestes resultados os

autores concluíram que o MTA providencia um efetivo selamento das

perfurações radiculares e melhora o prognóstico de dentes com

perfurações que antes eram condenados.

Yaltirik et al.121 (2004) estudaram as reações do tecido conjuntivo

subcutâneo de ratos ao Pro-Root (MTA, Dentsply) e ao Oralloy

(amálgama, Coltene). Os materiais contidos em tubos de polietileno foram

colocados no dorso dos animais e permaneceram no tecido subcutâneo

por períodos de sete, 15, trinta, sessenta e noventa dias. Foram

registradas a presença de inflamação, tipo celular predominante,

calcificação e espessura do tecido conjuntivo fibroso. Para registrar as

alterações foram criados os seguintes escores: 0- nenhuma ou poucas

células inflamatórias e nenhuma reação; 1- menos que 25 células e

reação média; 2- de 25 a 125 células e reação moderada; e 3- mais do

que 125 células e severa reação. A cápsula fibrosa era classificada como

fina quando sua espessura era menor que 150µm ou espessa quando era

maior que 150µm. Também foram registradas as presenças de necrose e

formação de calcificação. Os autores observaram que os dois materiais

foram bem tolerados pelos tecidos durante os noventa dias de observação

e que o tecido conjuntivo adjacente ao MTA apresentava a presença de

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calcificação distrófica, sugerindo a hipótese de estimulação de formação

de tecido duro pelo MTA.

2.3 Proteína derivada do órgão do esmalte - EMDOGAIN (EMD)

A verdadeira regeneração dos tecidos periodontais após tratamento

periodontal significa um novo ganho das estruturas de suporte perdidas

incluindo novo cemento acelular aderido à dentina radicular, novo

ligamento periodontal com fibras colágenas orientadas funcionalmente e

inseridas no novo cemento e novo osso alveolar.

Os primeiros estudos de Regeneração Tecidual Dirigida (R.T.D.)

baseavam-se na utilização de uma barreira física que tinha por finalidade

isolar a área da ferida cirúrgica permitindo que somente as células do

ligamento periodontal repovoassem a área para promover a regeneração,

isolando assim células epiteliais e conjuntivas (Gottlow et al.29, 1986;

Karring et al.60, 1993).

Gestrelius et al.27 (1997) num estudo in vitro determinaram a

habilidade dos derivados da matriz do esmalte em influenciar as

propriedades específicas das células do ligamento periodontal. Foram

avaliadas as propriedades das células como migração, inserção,

proliferação, atividade biosintética e formação mineral de nódulos.

Concluíram que as proteínas derivadas do órgão do esmalte (EMD)

formavam um agregado de proteínas que funcionava como um meio único

de interação célula-matriz durante o processo regenerativo, explicando

que a real regeneração era produzida pelas células remanescentes

interagidas com essa matriz e não pela ação direta das EMD. Também

observaram que as EMD intensificavam a proliferação das células do

ligamento periodontal, mas não das células epiteliais, aumentavam a

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produção total de proteínas pelas células do ligamento periodontal,

promoviam a formação de nódulos minerais e que não tinham efeito

significante na migração ou inserção e agregação de células.

Hammarström34 (1997) estudou a influência da aplicação de

proteínas derivadas da matriz do esmalte de suínos em cavidades

experimentais em raízes de incisivos de macacos e observou que ocorreu

a formação de cemento acelular e que este estava bem aderido à dentina.

Evidenciou como a mais importante proteína, a amelogenina, com baixo

peso molecular, hidrofóbica, e que o cemento acelular era formado na

superfície da matriz do esmalte quando este era exposto às células

mesenquimais do folículo justificando a formação de novo cemento

acelular nos defeitos experimentais.

Hammarström et al.35 (1997) comprovaram que a aplicação de

matriz de esmalte homogeneizada e um extrato ácido da matriz contendo

amelogenina resultavam na quase completa regeneração do cemento

acelular aderido à dentina, nova inserção de fibras colágenas e novo osso

alveolar. Também observaram que o melhor veículo para servir como

carregador para as preparações de matriz de esmalte era o alginato de

propilenoglicol (PGA).

Heijl39 (1997) com o objetivo de comprovar a ação das proteínas

derivadas do esmalte na regeneração dos tecidos periodontais, avaliou

histologicamente seu efeito em defeito experimental em humanos. Após

quatro meses da aplicação das EMD, foi comprovado por meio de

microscopia a formação de novo cemento acelular que estava firmemente

aderido a dentina subjacente, nova inserção de fibras do ligamento

orientadas funcionalmente em associação ao osso alveolar. Observou

também um ganho ósseo de 65% em relação à altura óssea pré-cirúrgica

e um recobrimento de 73% do novo cemento em relação ao defeito

original. Estes resultados serviram para comprovar que as EMD possuem

potencial para promover a real regeneração periodontal.

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Heijl et al.40 (1997) compararam o efeito à longo prazo do

EMDOGAINR usado conjuntamente com retalho de Widman modificado

no tratamento de defeitos ósseos periodontais, com o tratamento cirúrgico

sem aplicação do EMDOGAINR. Foram avaliados 34 sítios pareados em

sítios testes e controles, sendo que eles possuíam profundidades de

sondagem de bolsa ≥ 6mm associadas a defeitos infra-ósseos com

profundidade ≥ 4mm e largura ≥ 2mm. Somente defeitos de uma ou duas

paredes foram incluídos neste estudo. Os parâmetros utilizados para

comparar a regeneração foram o ganho de inserção clínica e ganho ósseo

radiográfico que foram determinados antes do início do teste, após oito,

16 e 36 meses. Em todos os períodos do estudo o tratamento com

EMDOGAINR mostrou-se estatisticamente superior ao grupo-controle com

relação aos parâmetros avaliados. O ganho ósseo radiográfico após 36

meses no grupo-teste de 2.6mm correspondeu a 36% de ganho do osso

inicialmente perdido ou 66% de preenchimento ósseo. Assim,

comprovaram que o EMDOGAINR, aplicado em conjunção com cirurgia de

retalho de Widmam modificado, promoveu ganho ósseo radiográfico e

ganho de inserção clínica e que não houve evidencia de qualquer reação

clínica adversa devido à aplicação do EMDOGAINR.

Zetterström et al.124 (1997) testaram a segurança clínica na

aplicação de uma fórmula comercial das proteínas derivadas do órgão do

esmalte conhecida por EMDOGAINR (EMD) no tratamento de defeitos

periodontais. Neste estudo, 107 pacientes foram tratados com o

EMDOGAINR em conjunção com cirurgias periodontais e amostras do

soro foram obtidas dos pacientes do grupo-teste para analisar os níveis

totais e específicos de anticorpos. Após as análises sorológicas

evidenciaram que o EMDOGAINR possuía um potencial imunogênico

extremamente baixo, mesmo em casos de pacientes que apresentavam

predisposição alérgica, comprovando assim a segurança na utilização

deste produto. Observaram que mesmo após três anos os sítios tratados

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com EMDOGAINR apresentavam ganho do nível de inserção clínica

significantemente superior aos grupos-controles.

Araújo & Lindhe5 (1998) avaliaram o efeito do EMDOGAINR no

tratamento de defeitos de furca grau III criados experimentalmente em

cães. Os defeitos foram criados cirurgicamente e submetidos a tratamento

reconstrutivo. No grupo-teste foi aplicado EMDOGAINR após o

condicionamento ácido por 15 segundos com ácido fosfórico para

remoção do smear layer e colocação de membrana absorvível, enquanto

no grupo-controle foi colocada somente a membrana. Após quatro meses

os animais foram sacrificados e procedeu-se a análise histológica dos

sítios tratados. Ambos os grupos apresentavam os defeitos clinicamente

fechados e com a presença de osso e ligamento periodontal em

continuidade com o novo cemento formado. Entretanto, somente no

grupo-teste houve a formação de cemento acelular localizado na porção

apical do defeito, enquanto que na porção coronária e no grupo-controle

houve somente a formação de cemento celular.

Hirooka51 (1998) numa revisão dos resultados clínicos e

experimentais do EMDOGAINR, concluiu que este produto foi capaz de

induzir a real regeneração periodontal. Também descreve o procedimento

para aplicação do EMDOGAINR em defeitos infra-ósseos periodontais. O

EMDOGAINR consiste em proteínas derivadas do esmalte desidratadas e

congeladas que devem ser armazenadas a uma temperatura de 2ºC a

8ºC e misturado ao alginato de propilenoglicol ± 15 minutos antes da

aplicação, sendo que a superfície radicular deve estar previamente

condicionada por ácido fosfórico para remoção do smear layer. O autor

relatou que após oito meses da aplicação do EMDOGAINR a profundidade

de sondagem de bolsa diminui de 7mm para menos que 3mm e que o

defeito de furca grau II havia fechado.

Heden et al.38 (1999) estudaram a previsibilidade no tratamento de

defeitos ósseos angulares profundos após a aplicação de EMDOGAIMR

quanto ao ganho de inserção clínica e redução de profundidade de bolsa.

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Foram utilizados 108 pacientes com periodontite, sendo que cada

paciente apresentava pelo menos um defeito interproximal infra-ósseo

profundo e possuíam os seguintes critérios para inclusão: profundidade de

sondagem de bolsa ≥ 5mm, perda de inserção ≥ 6mm, evidência

radiográfica de defeito infra-ósseo ≥ 3mm, totalizando assim 145 defeitos.

Os pacientes foram inicialmente submetidos a terapia convencional e

após 6 meses foram registrados os parâmetros clínicos para então

executar as cirurgias a retalho e aplicação no grupo-teste de

EMDOGAINR. Após 12 meses os pacientes foram novamente examinados

e puderam concluir uma média de ganho de inserção de 4.6mm e redução

de sondagem de bolsa de 5.2mm. Redução no tamanho do defeito

correspondia a um preenchimento ósseo de 69% do defeito original e em

43% desses defeitos o preenchimento ósseo era ≥80%. Estes resultados

foram similares aos resultados de várias técnicas de regeneração tecidual

guiada.

Mellonig81 (1999) descreveu a técnica passo a passo para a

aplicação do EMDOGAINR em cirurgia periodontal reconstrutiva. Avaliou

clinicamente e histologicamente os efeitos da aplicação do EMDOGAINR,

após o condicionamento ácido da raiz com ácido cítrico pH 1 ou EDTA a

24% em pH 6.7 em defeito periodontal com 8mm de profundidade de

sondagem, devidamente raspado e aplainado após exposição cirúrgica

mediante o uso de retalho. Concluiu que houve a formação de novo osso,

cemento e ligamento periodontal. Observou, após seis meses da

aplicação que houve redução da profundidade de sondagem de bolsa de

5mm e ganho de inserção clínica de 4mm. Histologicamente, verificou-se

a presença de uma fina camada de cemento acelular recobrindo a

superfície radicular e fibras periodontais paralelas à superfície radicular.

Esta orientação das fibras foi devido ao fato da necessidade de um tempo

maior para que as fibras se orientem apropriadamente.

Pontoriero et al.95 (1999) em um estudo clínico controlado,

avaliaram o efeito dos procedimentos regenerativos utilizando-se

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EMDOGAINR e /ou membranas (GuidorR, ResolutR e e-PTFE). Foram

avaliados 40 pacientes que apresentavam destruição avançada dos

tecidos periodontais, presença de dois defeitos ósseos angulares

similares e lados opostos, profundidade de sondagem de bolsa ≥ 6mm,

sondagem de nível de inserção ≥ 7mm e profundidade do defeito

infraósseo ≥ 3mm. Todos pacientes antes do início do estudo receberam

tratamento periodontal não-cirúrgico e possuíam boa higiene oral. Após 6

meses da terapia inicial, os pacientes foram avaliados quanto à sondagem

do nível de inserção, profundidade de bolsa, recessão, índice de placa e

gengivite. Os pacientes foram divididos em quatro grupos e tratados com

cirurgias na mesma sessão sendo que um grupo foi submetido à

aplicação de EMDOGAINR e os outros três grupos à colocação de

membranas. Concluíram que as quatro modalidades testadas pareciam

ser igualmente eficazes na redução de sondagem de profundidade de

bolsa e ganho de sondagem de inserção e superiores ao tratamento

cirúrgico convencional a retalho.

Sculean et al.105 (1999) avaliaram histologicamente o tratamento de

defeitos infra-ósseos avançados após o tratamento com EMDOGAINR e

com regeneração tecidual guiada através de membranas absorvíveis

ResolutR. Após seis meses do tratamento, ambos os tipos de tratamento

demonstraram a formação de novo cemento com características de

cemento celular e nova inserção conjuntiva, sendo que no grupo que

utilizou a aplicação de EMD, nem sempre a formação de nova inserção

conjuntiva era seguida de formação de novo osso.

Sculean et al.106 (1999) avaliaram a aplicabilidade clínica e

terapêutica do EMDOGAINR no tratamento de defeitos periodontais infra-

ósseos. Neste estudo foram avaliados 28 pacientes, com defeitos infra-

ósseos de duas e três paredes, quanto à profundidade de sondagem de

bolsa, recessão gengival e nível de inserção clínica. Após oito meses da

aplicação do EMDOGAINR, observaram uma redução em média da

profundidade de sondagem de bolsa de 8.7mm ± 1.5mm para 4.3mm ±

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1.6mm, aumento da recessão gengival de 1.8mm ± 1.2mm para 3.3mm ±

0.9mm e uma alteração de nível de inserção clínica de 10.6mm ± 1.9mm

para 7.6mm ±1.8mm. Também observaram que de 32 defeitos 26

apresentavam radiograficamente formação de novo tecido ósseo.

Concluíram que a utilização do EMDOGAINR no tratamento de defeitos

infra-ósseos pode levar a melhora significante de todos estes parâmetros

clínicos avaliados.

Greenstein30 (2000) num artigo de revisão relata que o uso do EMD

melhora a regeneração do periodonto, pois induz a cementogênese

comprovada por achados histológicos em humanos e animais. Afirma

também que o EMD pode ser utilizado como coadjuvante de terapias

cirúrgicas e de regenerações teciduais dirigidas com o uso de membranas

absorvíveis, apresentando resultados melhores, do que quando não

empregados.

Haase & Bartold32 (2001) investigaram o efeito in vitro do EMD

sobre a síntese de matriz em cultura de fibroblastos periodontais. Para

avaliar a síntese de matriz foram determinadas às expressões de síntese

de proteoglicanas totais, perfil de glicosaminasglicanas e a síntese de

hialuronina pelos precursores radioidentificadores. Também foi utilizado o

teste de Northern blot para determinar as respostas individuais de

proteoglicanas e outras substâncias. Os resultados obtidos indicaram que

o EMD possui um potencial de modular significantemente a síntese de

matriz numa maneira consistente com os eventos iniciais dos processos

reparativos.

Iqbal & Bamaas55 (2001) determinaram num estudo histológico o

efeito da matriz derivada do esmalte (EMDOGAINR) no reparo periodontal

de dentes reimplantados de cães. Foram utilizados nove cães da raça

beagle, que tiveram seus incisivos despolpados reimplantados após 15,

30 e 60 minutos de armazenamento sem umidade, com aplicação de

EMDOGAINR (grupo-teste) nos dentes extraídos de um lado, e sem

aplicação de EMDOGAINR, nos dentes extraídos do outro lado (grupo-

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controle). Os dentes foram então divididos em três grupos, nos grupos 1 e

2, os dentes foram ferulizados e os cães sacrificados após oito e doze

semanas, respectivamente. No grupo 3 os dentes não foram ferulizados e

os cães sacrificados após 12 semanas. Na análise histológica foram

estudados os seguintes parâmetros: ligamento periodontal cicatrizado,

superfície e reabsorção substitutiva e inflamatória. Os resultados foram

examinados por análise de multivariáveis e de uma variável. Os autores

observaram que a quantidade de ligamento periodontal reparado era

inversamente proporcional ao tempo de permanência extra-alveolar, e que

a ferulização não interferia nos resultados dos grupos estudados.

Também observaram que o grupo tratado com EMDOGAINR mostrava

uma alta incidência de reparo do ligamento periodontal principalmente

após 12 semanas, enquanto que no grupo-controle foi observada uma alta

incidência de anquilose.

Nakamura et al.85 (2001) exploraram os efeitos do EMD na

cicatrização de injúria pulpar de mini porcos. Neste trabalho as polpas de

dentes dos animais foram expostas por meio de cavidades classe V e

capeadas com EMD, sendo que o lado contra lateral foi capeado com

hidróxido de cálcio servindo como grupo-controle. Todas as cavidades

foram restauradas com ionômero de vidro e após duas e quatro semanas

os dentes foram avaliados histologicamente. No grupo tratado com EMD,

observaram-se grandes quantidades de novos tecidos formados

semelhantes à dentina com células formadoras associativas separando a

área da cavidade do tecido pulpar remanescente. Também ocorreu a

presença de células inflamatórias no tecido remanescente, mas não no

tecido duro neoformado. A análise morfométrica demonstrou uma

quantidade de tecido duro neoformado no grupo EMD duas vezes maior

do que o grupo-controle, sugerindo que o EMD é capaz de promover o

processo reparativo na cicatrização pulpar de forma mais intensa que o

hidróxido de cálcio.

Watanabe et al.118 (2001) estudaram a eficácia da proteína da

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matriz do esmalte (EMP) na regeneração periodontal após apicetomia em

dentes de cães com lesão periapical. As raízes dos caninos superiores e

raízes mesiais dos premolares superiores de cães beagle foram expostas,

apicectomizadas e receberam a aplicação do EMP sobre a dentina

exposta. Após 12 semanas os animais foram sacrificados e os dentes

com os tecidos circunvizinhos foram coletados e submetidos para análise

de microscopia óptica. No grupo tratado com EMP o defeito

remanescente era menor que o defeito do grupo-controle, também se

observou que a quantidade de cemento neoformado era maior no grupo-

teste. Além disso, somente no grupo-teste foi observada a presença de

novas fibras colágenas que ligavam o novo cemento ao novo osso

formado, evidenciando o efeito regenerativo nos tecidos periapicais

periodontais dos cães. Os resultados sugeriram que o EMP pode

efetivamente induzir a regeneração de estruturas periodontais em cães

apicectomizados.

Oringer92 (2002) num artigo de revisão relata que nos últimos 25

anos, significantes avanços têm ocorrido na área da regeneração

periodontal e óssea e que novas terapias regenerativas têm se baseado

no aumento do entendimento do desenvolvimento embrionário e

cicatrização celular e molecular. Segundo o autor, atualmente duas

substâncias têm demonstrado um significante potencial regenerativo, o

EMD e os fatores de crescimento e diferenciação. O autor também afirma

que as pesquisas atuais comprovam a efetividade e a segurança do uso

do EMD em animais e humanos e que as utilizações dessas substâncias

com materiais de suporte estimulam os processos necessários para a

regeneração periodontal, substituindo as terapias convencionais no

tratamento periodontal regenerativo.

Cattaneo et al.13 (2003) verificaram o efeito in vitro do EMD na

proliferação, diferenciação e colonização de fibroblastos do ligamento

periodontal de humanos em contato com raízes dentais extraídas. Para

avaliar o efeito do EMD, fibroblastos foram semeados em placas de Petri,

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contendo raízes dentais extraídas, na presença ou não do EMD e foram

realizadas a contagens do crescimento celular após um, três e oito dias

de cultura. Após três e oito dias, foi detectada uma significante influência

do EMD sobre a proliferação celular, e quando as células do ligamento

periodontal permaneceram na presença do EMD unidas à superfície

radicular por 12 dias, verificou-se alteração na morfologia celular. A

análise por microscopia eletrônica de varredura revelou que as células

que cresceram nas superfícies radiculares tratadas com EMD

apresentavam uma superfície achatada fortemente aderida ao substrato e

uma superfície externa lisa. Também foi observado que da superfície

achatada havia processos celulares alongados e finos conectando com o

substrato. Como conclusão, os autores afirmaram que o EMD aumenta a

proliferação de fibroblastos do ligamento periodontal de humanos, e que

as células na presença do EMD adquirem uma morfologia mais similar a

cementoblastos do que de fibroblastos, indicando que o processo de

diferenciação celular é essencial no processo de reparação periodontal.

Cochran et al.17 (2003) avaliaram a regeneração de defeitos infra-

ósseos em babuínos de vários tamanhos tratados com proteína da matriz

do esmalte. Foram criados defeitos periodontais bilaterais com 1 a 6mm

de profundidade ao redor de três dentes. Foi permitido, durante dois

meses, o acúmulo de placa ao redor de ligaduras colocadas no interior

dos defeitos. Após dois meses as ligaduras foram removidas, os dentes

raspados e aplainados e realizada uma marca na base do defeito. No

grupo teste, de um lado da mandíbula, foi aplicada sobre as raízes uma

solução de ácido de etilenodiamino tetracético neutro e proteínas da

matriz do esmalte. No lado controle, foi realizado somente a raspagem e o

aplainamento e a aplicação da solução ácida. Após cinco meses os

animais foram sacrificados e os dentes e os tecidos circunvizinhos foram

removidos e processados para análise histológica. A regeneração

periodontal ocorreu em todos os defeitos periodontais. Foram observadas

qualitativamente, novo cemento, novo ligamento com fibras de Sharpey e

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novo osso. No geral, o tratamento com a proteína da matriz do esmalte

induziu a uma formação de tecido maior do que a observada nos grupos

controles. Em muitas ocasiões, ocorreu uma dramática formação de

tecido da base à parte coronária do defeito. Além disso, o preenchimento

ósseo horizontal ocorreu nos defeitos que tinham inicialmente de 4 a 6mm

de extensão. O ligamento periodontal resultante era semelhante em todos

os defeitos sem considerar a largura do defeito original. A altura do novo

cemento formado era 45% maior no grupo-teste do que no grupo-controle

no tratamento de defeitos estreitos, 1 a 2mm; a altura de novo osso

formado era 31% maior no grupo-teste do que no grupo-controle. Já nos

defeitos combinados amplos, a altura de novo tecido era similar nos dois

grupos. Os autores justificam este resultado, devido ao acúmulo de placa

que limita o potencial de regeneração. Os autores concluíram que o

tratamento de defeitos de vários tamanhos com a proteína da matriz do

esmalte estimulam substancialmente a regeneração periodontal, havendo

uma grande quantidade de formação de novo tecido ósseo, ligamento

periodontal com fibras de Sharpey e cemento coronariamente a marca

realizada nas raízes, sem a necessidade do uso de membranas ou

enxertos ósseos.

Igarashi et al.54 (2003) avaliaram os efeitos biológicos do EMD na

formação de dentina reparativa e pontes dentinárias após a amputação

pulpar de molares de ratos. Neste trabalho foi realizado o capeamento

pulpar direto com o EMD no grupo-teste e como grupo-controle foi

utilizado apenas o capeamento direto com o veículo carregador do EMD,

um alginato de propileno glicol (PGA). Sobre o capeamento foram

realizadas restaurações das cavidades com cimento de ionômero de

vidro. Os animais foram sacrificados nos períodos de quatro a trinta dias

para permitir a análise histológica em microscópios óptico e eletrônico. As

polpas capeadas com o PGA apresentaram no dia sete a formação de

dentina reparativa sobre as paredes de dentina abaixo da cavidade

preparada e sua espessura estendeu-se até o dia trinta. No dia trinta,

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formação de dentina reparativa e calcificação difusa tinham ocorrido

abaixo da ferida, e a formação da ponte de dentina foi observada em

18,2% das polpas amputadas. No grupo tratado com o EMD, já após

quatro dias da amputação pulpar verificava-se a formação de dentina

reparativa por células semelhantes aos osteoblastos e a espessura desta

dentina permaneceu até o dia trinta. Quanto aos níveis de cálcio e fósforo,

não houve alterações dos grupos testados com os valores iniciais da

matriz dentinária pré-existente. Após trinta dias da amputação pulpar, as

formações de pontes dentinárias puderam ser observadas em 27,3% das

polpas tratadas com EMD. Os autores concluíram que o EMD intensifica a

formação de dentina reparativa e de pontes dentinárias durante a

cicatrização de polpas amputadas de ratos.

Ishizaki et al.57 (2003) examinaram a resposta histopatológica do

tecido pulpar ao capeamento direto com EMD. Trinta e dois dentes de

cães foram divididos em quatro grupos (n=8), sendo um grupo controle e

três grupos experimentais que receberam preparos cavitários classe V

profundos para permitir o capeamento pulpar direto. Os dentes foram

extraídos após uma, quatro e oito semanas, e preparados para a análise

histopatológica por microscopia óptica. Todos os dentes preparados após

quatro e oito semanas da aplicação do EMD demonstraram um aumento

da dentina terciária, sugerindo que o EMD exerce um efeito considerável

sobre as células odontoblásticas e endoteliais dos capilares do tecido

pulpar. Os autores confirmam que o EMD desempenha um papel

importante na calcificação do tecido pulpar, quando utilizado como

material de capeamento direto.

Okubo et al.91 (2003) realizaram um estudo para determinar os

efeitos do EMD no crescimento celular, diferenciação osteoblástica e

produção de fatores de crescimento semelhante a insulina (IGF-I) e

fatores de crescimento de transformação beta 1 (TGF-β 1) nas células do

ligamento periodontal de humanos (HPLC). Neste estudo também foi

avaliada a participação do IGF-I e TGF-β 1 endógenos com a estimulação

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do crescimento celular pelo EMD. Células do ligamento periodontal

humano foram tratadas somente com o EMD, ou em combinação com

anticorpo anti-humano IGF-I (anti-hIGF-I) ou anti-hTGF-β 1, proteína

óssea morfogenética 2 humana recombinante (rhBMP-2), 1,25-

dihidroxivitamina D3 (1,25(OH)2D3), rhTGF-β 1 ou rhIGF-I. Após cada

tratamento, o crescimento celular, a produção de IGF-I e TGF-β 1, e a

expressão dos fenótipos osteoblásticos foram determinados. Os autores

observaram que: a estimulação do crescimento celular era dose-

dependente e que o EMD estimulou em níveis protéicos e mRNA a

expressão de IGF-I e TGF-β 1. Verificaram que o estímulo de crescimento

celular pelo EMD foi parcialmente suprimido com o tratamento de anti-

hIGF-I ou anti-hTGF-β 1, mas o crescimento também foi estimulado pelo

tratamento com rhTGF-β 1 ou rhIGF-I. A rhBMP-2 estimulou a atividade

da fosfatase alcalina e a sua expressão de mRNA. Já a 1,25(OH)2D3

estimulou a atividade da fosfatase alcalina e a expressão mRNA da

osteocalcina. Contrariamente, o EMD não demonstrou efeito na

expressão dos fenótipos osteoblásticos. Segundo os autores, o EMD não

desempenhou um papel na diferenciação osteoblástica, mas, no entanto,

estimulou o crescimento celular, a produção de IGF-I e TGF-beta1 nas

células do ligamento periodontal de humanos.

Rincon et al.98 (2003) avaliaram a influência do EMD na cultura de

fibroblastos gengivais, fibroblastos periodontais e fibroblastos dérmicos de

humanos. Neste estudo as culturas celulares foram estimuladas com

diferentes concentrações de EMD (10, 50, 100 e 150 µg/mL) por 24 horas,

sendo que os grupos-controles negativo e positivo eram de culturas de

células contendo em média 0,2% e 10% de soro fetal de bezerro (FCS).

Para mensurar a síntese de DNA foi realizado um levantamento celular

com timedina (3H). Para avaliar a cicatrização in vitro, as células foram

cultivadas e estimuladas com 0,2% FCS, 10% FCS e aplicação de EMD a

20 µm/mL, e a porcentagem de preenchimento da ferida avaliada após 1,

4, 6, 12 e 16 dias. A proliferação celular também pode ser calculada pela

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extensão de incorporação de violeta cristal. Os resultados demonstraram

in vitro que as células preenchem os espaços vazios por uma combinação

de proliferação e migração. O fechamento mais rápido da ferida ocorreu

onde a proliferação e a migração se assemelhavam com a cicatrização

das culturas mantidas a 10% FCS ou nas culturas com aplicação de EMD

a 20 µm/mL. Concluíram que o EMD exerce influência nas células

compatível com uma melhor cicatrização.

Sculean et al.107 (2003) comprovaram por meio de avaliação

imunohistoquímica a influência do EMD na regeneração de tecidos

periodontais de humanos. Os autores analisaram a expressão de

moléculas matrizes associadas com os tecidos periodontais neoformados

após o tratamento cirúrgico com EMD de oito pacientes com defeitos

infra-ósseos, sendo que após seis meses do tratamento, os dentes com

os tecidos circundantes foram removidos para análise imunohistoquímica.

Os tecidos após a remoção foram fixados em formalina diluída,

descalcificados em EDTA e incluídos em parafina, para permitir a

confecção de cortes seriados com 6µm de espessura no sentido mésio-

distal. A análise imunohistoquímica foi realizada por meio de anticorpos

policlonais contra a osteopontina, colágeno tipo I e colágeno tipo III. Como

grupo-controle foram utilizadas as regiões do periodonto não tratadas. Os

autores observaram que houve a formação de variadas extensões de

cemento, ligamento periodontal e osso alveolar para todos os espécimes

do grupo-teste. Também observaram, no grupo que utilizou o EMD, uma

forte expressão das moléculas matrizes investigadas. A expressão de

osteopontina era mais intensa na borda do novo cemento e osso formado.

A presença de colágeno tipo I e III foi comprovada por todo ligamento

periodontal regenerado, sendo que a coloração da análise

imunohistoquímica evidenciou mais o colágeno tipo III. A partir destes

dados, os autores concluíram que o tratamento de defeitos periodontais

com EMD cria um ambiente favorável para a regeneração periodontal.

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Yoneda et al.122 (2003) confirmaram o efeito do EMD sobre as

células osteoblásticas e a regeneração óssea. Para esta confirmação os

autores utilizaram como cultura células osteoblásticas de camundongos

(ST2 e KUSA/A1), que foram tratadas com EMD e avaliadas quanto ao

seu crescimento com mensurações de DNA e teste de incorporação de 5-

bromo-2’-deoxiuridina (BrdU). Também foram realizados testes de

atividade de fosfatase alcalina (ALP), de formação de nódulos

mineralizados (MN) e análise de Nothern blotting e enzimografia. Além

disso, foram criados defeitos nos crânios dos camundongos e aplicado

EMD, para permitir a análise radiográfica e histológica após duas

semanas. Os autores observaram que o EMD não interferiu no

crescimento celular de ST2, mas intensificou a proliferação celular de

KUSA/A1, e embora o EMD tenha estimulado a atividade de ALP, esta era

mais evidente nas células KUSA/A1, as quais apresentavam também

maior formação de MN. Também observaram que o EMD estimulava a

expressão do fenótipo osteoblástico nas células KUSA/A1 tais como,

colágeno tipo I, osteopontina, fator de transformação de crescimento I α

(TGF-Iβ), osteocalcina e a produção de matriz de metaloproteinase.

Quanto aos defeitos ósseos criados nos crânios, o EMD acelerou a

neoformação óssea. Concluíram que o EMD estimula os osteoblastos e

possuem grande potencial como material para cicatrização óssea.

Craig et al.18 (2004) avaliaram a capacidade do EMD em induzir in

vivo a formação de tecido conjuntivo na interface entre materiais

obturadores e ligamento periodontal. Para este estudo foram utilizados

mini porcos Yucatan que tiveram suas mandíbulas expostas, e execução

de osteotomias bilaterais nas regiões dos quatro premolares. Cada defeito

foi preenchido com hidróxido de cálcio, guta-percha, MTA e sem nenhum

material. No lado oposto antes do fechamento do retalho foi aplicado

sobre os defeitos o EMD. Sobre os defeitos de ambos os lados também

foi colocada uma membrana bioabsorvível para impedir o colapso do

tecido mole após seu reposicionamento e sutura. Os animais foram

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sacrificados após dez semanas da intervenção cirúrgica, blocos de cortes

seriados foram obtidos e preparados para análise em microscópio óptico.

Os resultados demonstraram que houve a completa regeneração do osso

alveolar e do ligamento periodontal nos quatro dentes do lado que foi

aplicado o EMD, o que foi comprovado pela presença de fibras do

ligamento periodontal inserindo-se numa matriz mineralizada consistente

com o cemento. Pelo contrário, uma extensa reabsorção sem a

regeneração do osso alveolar foi encontrada em todos os dentes que não

receberam a aplicação do gel de EMD. Os autores concluíram que a

aplicação do gel de EMD sobre as superfícies de materiais, que

normalmente não suportam a inserção do tecido conjuntivo do ligamento

periodontal, pode alterar o tipo de interface de união do tecido conjuntivo

do ligamento com estes materiais.

He et al.37 (2004) investigaram os efeitos do EMD no crescimento e

diferenciação de células osteoblásticas (MC3T3-E1) e na expressão de

osteoprotegerina (OPG). Para o teste as células (MC3T3-E1) foram

tratadas com 100 µm/mL de EMD num meio livre de soro por um, dois,

três, cinco, e sete dias, ou por três semanas num meio de soro fetal

bovino (FBS). Como grupo-controle negativo as células foram incubadas

sem a adição de EMD. Ao final de cada período de incubação, o número

de células era contado e era procedido a extração de mRNA celular total.

Para analisar os níveis do mRNA foi utilizado o teste de Nothern blot e

RT-PCR, determinando os níveis de fator de união nuclear α (Cbfa1),

colágeno α1 (1), sialoproteína óssea (BSP), osteocalcina (OC), fator de

crescimento semelhante a insulina I (IGF-I) e a OPG. Também foi

determinada nos grupos controle e teste a atividade da fosfatase alcalina

(ALP). Como resultados houve um evidente aumento no número de

células nos grupos tratados com EMD nos períodos do dia dois ao dia

sete. A expressão de colágeno α 1, BSP, OC, OPG e IGF-I estavam

altamente controladas no grupo tratado com o EMD. Sob diferentes

condições, a atividade da fosfatase alcalina estava aumentada

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significantemente pela aplicação do EMD após três semanas no meio de

cultura. Os níveis de fator de união nuclear α não sofreram alterações nos

períodos do dia 1 a dia 5 no grupo que recebeu o EMD, mas

apresentavam-se elevados após três semanas de cultura. Os autores

concluíram que o EMD promove a diferenciação e a proliferação de

células osteoblástica (MC3T3-E1) e inibe a osteoclastogêneses e a

função osteoclástica devido à estimulação da expressão da

osteoprotegerina.

Keila et al.62 (2004) avaliaram os efeitos in vitro do EMD nas

células óssea medulares suporte (BMSC) e fibroblastos gengivais (GF).

Os autores observaram que a aplicação do EMD, 25 µm/mL, aumentou a

capacidade osteogênica do osso medular, proveniente do aumento em

até três vezes do número de células BMSC e de até duas vezes da

atividade de fosfatase alcalina e formação de nódulos mineralizados. Para

que este efeito ocorresse a presença do EMD no meio de cultura nas

primeiras 48 horas foi essencial. Ao contrário, o EMD não induziu a

diferenciação osteoblástica dos fibroblastos gengivais, evidenciada pela

ausência de mineralização ou atividade de fosfatase alcalina, mas,

aumentou em até duas vezes o número e a quantidade de matriz

formada. Estes dados levaram a acreditar que o EMD desempenha um

efeito de promoção na formação óssea e regeneração do tecido

conjuntivo.

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2.4 Plasma rico em plaquetas

Lynch et al.73 (1991) testaram os possíveis efeitos da aplicação em

curto tempo de uma mistura de fatores derivados de plaquetas e

semelhante à insulina na cicatrização do ligamento periodontal,

intensificando a regeneração dos tecidos moles e duros do periodonto.

Para comprovar esta hipótese foram realizadas cirurgias periodontais nos

quatro quadrantes de 13 cães beagle com história de doença periodontal.

Após a abertura do retalho, debridamento da superfície radicular, foram

utilizadas marcas nas raízes ou a extensão apical da raspagem como

marcadores histológicos para facilitar a avaliação. Em dois quadrantes de

cada animal foi aplicado na superfície radicular dos premolares e na crista

óssea alveolar uma mistura com 3µg de PDGF- β recombinante purificada

e 3µg de IGF-I com 80µl de gel de metilcelulose a 4% (grupo-teste). Nos

dentes contralaterias, grupo-controle, foi aplicado somente o gel. Foram

feitas avaliações da altura da nova crista óssea, área da crista do novo

osso, comprimento coronário do novo cemento, proporção de anquilose e

porcentagem do preenchimento do defeito. Os autores observaram que a

quantidade de novo osso e cemento formado era de cinco a dez no grupo-

teste em relação ao grupo-controle, e que a altura e a área total de novo

osso continuava a aumentar no grupo-teste. Observaram também, que o

novo osso formado seguia um processo normal de reparação e que havia

a presença de um espaço do ligamento periodontal fisiológico entre esse

novo osso e cemento, sem levar ao aparecimento de anquilose. Com isso

puderam concluir que a aplicação por um curto período de tempo de uma

mistura de PDGF-β e IGF-I podem aumentar significantemente a

formação do aparato de inserção do ligamento durante as fases iniciais da

cicatrização periodontal após cirurgia.

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Matsuda et al.78 (1992) estudaram as respostas mitogênica,

quimiotática e de síntese das células do ligamento periodontal de ratos

obtidas do coágulo e alvéolos em cicatrização, aos fatores de crescimento

epidermal, de transformação de crescimento beta (TGF-β), derivados de

plaquetas recombinantes e semelhante a insulina (IGF-I). Neste estudo,

os autores determinaram o efeito mitogênico dos fatores de crescimento

pela mensuração de timidina H incorporada durante a proliferação das

células fibroblásticas do ligamento. Os autores concluíram que o IGF-I e o

PDGF-β recombinante apresentavam grande potencial mitogênico e

quimiotático nas células do ligamento periodontal, e que o PDGF

recombinante intensifica a síntese de colágeno pelas células do ligamento

desempenhando um importante papel na promoção da cicatrização

destas células. Os autores ainda sugerem que a utilização clínica destes

fatores de crescimento favorece a regeneração periodontal.

Oates et al.90 (1993) estudaram os possíveis efeitos dos fatores de

crescimento derivado de plaquetas (PDGF), de transformação de

crescimento beta (TGF-β) e interleucina 1 (IL-1) na mitogênese de células

do ligamento periodontal, e a influência reguladora do TGF-β na resposta

ao PDGF e IL-1. Neste estudo células do ligamento periodontal humano

foram cultivadas e tratadas com os fatores de crescimento e a atividade

mitogênica foi determinada pela quantificação da incorporação de timidina

H durante a síntese de DNA, determinada por um contador LKB Mini Beta.

Os autores concluíram que o PDGF-α e o PDGF-β são os principais

mitógenos para as células do ligamento periodontal humano e que o TGF-

β atua como um regulador na resposta mitogênica das células do

ligamento periodontal ao PDGF.

Cho et al.15 (1995) obtiveram, com a utilização de fator de

crescimento derivado de plaquetas (PDGF-β), a regeneração periodontal

de furcas grau III em cães Beagle sem a presença significante de

anquilose ou reabsorção radicular. O PDGF-β atuou como um potente

quimiotático e com efeitos mitogênicos para os fibroblastos do ligamento

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periodontal facilitando a migração destas células na raiz do dente levando

a uma completa regeneração dos tecidos periodontais e a utilização

conjunta com membrana favoreceu o preenchimento do defeito com 80%

de novo osso formado e 20% de ligamento periodontal.

Howell et al.52 (1997) utilizaram o fator de crescimento derivado de

plaquetas β (PDGF-β) recombinante e o fator de crescimento semelhante

à insulina (IGF-I) em defeitos ósseos periodontais em humanos. Neste

estudo foram avaliados 38 indivíduos com lesões de furca tipo II bilaterais

que foram submetidos à cirurgia a retalho para acesso e aplicação dos

materiais. Os resultados demonstraram que ambos os materiais possuíam

segurança quanto à sua utilização e aumentavam significantemente a

regeneração óssea do defeito.

Marx et al.76 (1998) demonstraram o modo de obtenção de PRP

durante a cirurgia de enxerto ósseo em reconstruções maxilares de

pacientes submetidos a cirurgias de remoção de tumores malígnos. A

utilização do plasma rico em plaquetas demonstraram um aumento na

formação óssea do enxerto e intensificação da densidade óssea.

Zaman et al.123 (1999) observaram que a utilização de fator de

crescimento derivado de plaquetas β e proteína óssea morfogenética 2

induziram a um aumento da proliferação e diferenciação celular das

células do ligamento.

Kim et al.64 (2001) investigaram o efeito da adição de fatores

derivados de plaquetas β e fator de crescimento semelhante à insulina I

com o hidróxido de cálcio na reparação de perfurações apicais em raízes

de cães da raça beagle. Neste estudo foram utilizados 51 dentes

premolares, submetidos ao desenvolvimento de lesões periapicais e

perfurações artificiais dos ápices. Para avaliação foram criados três

grupos: grupo 1, sem selamento apical; grupo 2, selamento com hidróxido

de cálcio e grupo 3, hidróxido de cálcio mais os fatores de crescimento.

Após o sacrifício dos animais na 12ª semana, os dentes foram removidos,

corados com coloração de Hematoxilina/eosina e para imunoensaio para

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serem submetidos a análise histológica e obtenção dos resultados. Os

autores observaram que no grupo 1 não houve cicatrização apical; no

grupo 2 ocorreu moderada cicatrização do ápice, enquanto que o grupo 3

apresentou uma melhor cicatrização das perfurações.

Petrungaro93 (2001) relatou numa série de casos clínicos em que o

PRP era efetivo na prevenção de complicações pós-operatórias de

procedimentos cirúrgicos com finalidades estéticas, como, o aumento de

zona de tecido gengival queratinizado e recobrimento radicular. Este

efeito era causado devido à aceleração dos processos de cicatrização nos

estágios iniciais do reparo da ferida.

Kawase et al.61 (2003) investigaram a ação do PRP na produção

de matriz extracelular no ligamento periodontal e em cultura de células

osteoblásticas (MG 63). Para o estudo, o PRP foi preparado do plasma

obtido de vinte voluntários e armazenado a -200C até o momento da

aplicação. As células tratadas com o PRP (0,5% a 2%) foram coradas

imunohistoquimicamente para colágeno do tipo I e fibrina, e a viscosidade

média da cultura foi avaliada visualmente. O fibrinogênio do PRP e a

trombina endógena também foram detectados para os ensaios

laboratoriais. Os resultados evidenciaram que houve a formação de um

gel celular nas culturas de ligamento periodontal e células MG 63 após a

adição de PRP. O PRP alterou a forma celular e sobre-regulou o colágeno

tipo I em 24 horas. Também foi observado que a ação do PRP na síntese

de colágeno poderia ser minimizada pela presença de fibrinogênio

purificado ou pelo inibidor de trombina. Os autores concluíram que o gel

de material formado nas culturas de células consiste num coágulo de

fibrina que é capaz de sobre-regular a síntese de colágeno da matriz

extracelular. Também sugerem que o fibrinogênio convertido em fibrina

em combinação com os fatores de crescimento presentes no PRP,

promoverem efetivamente a cicatrização de feridas em sítios com injúria

dos tecidos periodontais.

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Kovacs et al.67 (2003) procuraram determinar a ação do PRP na

reabsorção de fosfato tricálcio β (beta-TCP) e a formação de novo osso

em cães da raça beagle após a exodontia. Neste estudo 12 cães tiveram

cada um, dois dentes extraídos de cada lado da mandíbula e os defeitos

foram então, preenchidos com o beta-TCP puro ou PRP mais o beta-TCP.

A qualidade do novo osso formado, e os efeitos do PRP foram estudados

por análises histológicas e histomorfométricas. Após 6 semanas, a

formação óssea do grupo com PRP era mais efetiva e na 12a semana o

crescimento ósseo era significantemente maior. Concluíram assim que o

uso do PRP acelera os processos de remodelação óssea criados pelo

beta-TCP.

Lucarelli et al.72 (2003) estudaram o efeito do PRP na proliferação

e diferenciação de células-tronco de humanos (SSC). O teste MTT para

investigar os efeitos do PRP na proliferação confirmou a indução sobre as

SSC. Observou-se também que o efeito era dose dependente e que 10%

de PRP eram suficientes para induzir um evidente aumento na

proliferação celular em crescimentos logarítmicos e poderia mineralizar a

matriz extracelular das células.

Cicha et al.16 (2004) estudaram a liberação de fator de crescimento

do tecido conjuntivo (CTGF) pelas plaquetas humanas ativas. Neste

trabalho, plaquetas humanas foram separadas e estimuladas com

trombina e ADP. Após a estimulação das plaquetas pode-se observar um

aumento de CTGF que age na cicatrização de feridas, mas,

desempenham um papel prejudicial em lesões de arteriosclerose

avançada. Também relatam que em casos de doenças das artérias a

administração de drogas como a aspirina pode evitar danos inibindo a

ativação das plaquetas.

Mazor et al.80 (2004) em estudos clínicos avaliaram a utilização do

PRP em cirurgias de levantamento de seio maxilar com colocação

simultânea de enxerto ósseo autógeno e alógeno e dos implantes

osseointegráveis. A técnica cirúrgica foi executada em 105 pacientes que

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necessitaram da coleta individual de 50mL de sangue para obtenção de

10mL de PRP. As misturas enxertos ósseos e PRP foram ativadas pelo

uso de trombina humana. Após seis meses da execução dos

procedimentos operatórios, os implantes foram expostos e não havia

indícios clínico e radiográfico de perda na crista óssea ao redor dos

implantes. Todos implantes foram considerados osseointegrados e

restaurados com as próteses sobre implantes. Os autores concluíram que

a utilização do PRP no aumento de maxilas posteriores severamente

atrofiadas, leva a claros benefícios clínicos como redução no tempo de

cicatrização e da maturação óssea, possibilita melhor manuseio do

enxerto e acelerar a cicatrização dos tecidos moles.

Pontual et al.96 (2004) descreveram o protocolo de obtenção de

PRP adotado no centro de estudo e pesquisa em implantes dentários

(CEPID), da Universidade Federal de Santa Catarina. Este protocolo

adota duas centrifugações com a finalidade de concentrar as plaquetas do

PRP. A obtenção se inicia pela coleta sanguínea de 30 a 60mL de sangue

em tubos estéreis com pressão negativa para 5mL, com 0,5mL de citrato

de sódio para evitar a coagulação. Logo após a coleta, os tubos são

agitados para homogeneizar o conteúdo. Procede-se então a primeira

centrifugação a 1.200 rpm por 10 minutos, onde o sangue contido no tubo

apresentará duas porções distintas, uma vermelha, que contém as

hemácias e se deposita na parte inferior e uma amarela que consiste do

plasma. Com o auxílio de micropipetas todo o plasma é removido até as

proximidades das hemácias, e colocado em tubos de ensaio estéreis para

permitir a segunda centrifugação também a 1.200 rpm por 10 minutos.

Assim, poderá se observar um líquido amarelo claro com um concentrado

de plaquetas formando um botão no fundo do tubo. Com a segunda

centrifugação, 50% do sobrenadante do conteúdo do tubo é removido,

pois consiste no plasma pobre em plaquetas (PPP), que é rico em

fibronectina e poderá ser usado como membrana sobre enxertos. O

restante do conteúdo do tubo é agitado para fazer uma suspensão. Esta

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suspensão é então colocada num recipiente metálico estéril em banho-

maria a 370C, sendo ativado para forma de gel com a adição de cloreto de

cálcio estéril a 10%. A quantidade de cloreto a ser adicionada será na

proporção de oito partes de PRP para uma de cloreto. Os autores relatam

que não é estritamente necessária a adição de trombina bovina e que

somente o cloreto consegue induzir a geleificação. Ao utilizar o PRP com

enxerto incorporado, este deve ser misturado após a adição do cloreto ao

PRP.

Weibrich et al.119 (2005) compararam a quantidade de fatores de

crescimento presentes no plasma rico em plaquetas obtidos por dois

diferentes métodos, método PCCS (platelet concentrate collection system)

e método PRGF (Anitua Kit). Foi coletado sangue de 51 pacientes, sendo

que todos doadores apresentavam contagem de plaquetas acima de

130.000 µl. O método semi-fechado PCCS consiste na coleta do sangue

do paciente com uma seringa especial do kit, que é transferido para uma

bolsa de coleta conectada ao dispositivo de centrifugação pela válvula

número 1 do sistema, sendo centrifugado por 3,75 minutos a 3.000

r.p.m.. Para transferir o plasma para seção oposta da bolsa de coleta,

abre-se a válvula e automaticamente o conteúdo passa através da válvula

dois até transferir conjuntamente 1mm3 de células vermelhas, isto garante

que todas plaquetas sejam capturadas. É realizada a segunda

centrifugação, concentrando as plaquetas. Injetando-se 35mm3 de ar

dentro da válvula 3 após a reabertura do grampo, o plasma pobre em

plaquetas retorna para a seção 1. O plasma rico em plaquetas então é

transferido para seringas de 10mL via a válvula 4, estando pronto para ser

utilizado. O método PRGF consiste no método tradicional de coleta com

tubos contendo citrato, centrifugação em centrífuga de laboratório,

pipetagem para separar os constituintes do sangue e separar o plasma

rico em plaquetas do plasma pobre. Os plasmas obtidos nos dois

métodos foram submetidos ao teste de imunoabsorção pelo Quantikine

Elisa Kit, para mensurar a quantidade de fatores de crescimento

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presentes (TGF-β1, PDGF-AB, IGF-I). Com base nos resultados obtidos

os autores observaram que o método de coleta e obtenção do PRP, pelo

método PCCS é muito superior ao método PRGF em relação a

quantidade de plaquetas e leucócitos coletados. Também concluíram que

a quantidade de fatores de crescimento presentes no PRP obtido pelo

método PCSS é maior que no método PRGF

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3 PROPOSIÇÃO

A proposta deste trabalho foi avaliar a capacidade da proteína

derivada do órgão do esmalte (Emdogain®), do plasma rico em plaquetas

e do hidróxido de cálcio em promover a reparação tecidual em

trepanações de furca em dentes de cães.

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4 MATERIAL E MÉTODO

Para a execução deste trabalho foram utilizados 48 dentes,

terceiros e quartos premolares de seis cães machos Cannis domesticus

(raça Beagle) com idade média de 18 meses.

Os cães foram provenientes do laboratório UNITOX (Laboratório

Universitário de Análises Toxicológicas, da Universidade de Santo Amaro-

S.P.) que faz parte da Universidade de Santo Amaro (registro no Kenel

Club Paulista nº RC/SP01/02791 – 23/06/1997 - Associação Cinológica do

Brasil). Todos procedimentos que foram executados seguiram as normas

operacionais-padrão das “Boas Práticas de Laboratório”, exigidas pelo

INMETRO, para obtenção do certificado de qualidade. Também foi

autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FOSJC- UNESP (Anexo

A).*

4.1 Procedimentos pré-operatórios e operatórios Os procedimentos pré-operatórios e operatórios necessitaram de

acompanhamento e orientação de um médico veterinário∗∗.

Foram executados exames laboratoriais nos animais para

comprovação da saúde, antes dos mesmos serem submetidos aos

procedimentos cirúrgicos desta pesquisa. Os exames foram executados

quatro dias antes da experimentação e compreenderam: hemograma

completo, urina do tipo I e coproparasitológico. Nesta mesma data foi

* Protocolo n0053/2002-PA/CEP ∗∗ Dr. Luís Henrique Cipolloti

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realizado, pelo médico veterinário, um exame clínico, seguindo os

procedimentos operatórios do canil.

Os animais foram isolados, em baias individuais, e considerados

em fase experimental e cada animal foi identificado eletronicamente por

meio de um microchip.

Para os procedimentos cirúrgicos, os animais foram anestesiados

de acordo com o proposto por Massone77, 1988. Para pré-anestesia foi

utilizada a injeção endovenosa de atropina (sulfato de atropina -

Laboratório Vitex do Brasil), que é um anticolinérgico, na dosagem de

0,044 mg/kg, associada a um tranqüilizante, o Amplictil (cloridrato de

clorpromazina - Rhodia, Brasil), também via endovenosa na dosagem de

1 a 2mg/kg. Em seguida os animais foram anestesiados com injeção

endovenosa de Ketamina 50 (cloridrato de ketamina – Holliday- Scott S.

A.- Beunos Aires, Argentina), na dosagem de 0,1mg/kg, associado ao

Diazepan N. Q. (Novaquímica Laboratórios- São Bernardo do Campo-

São Paulo, Brasil), na dosagem de 1 a 2mg/kg.

Durante os procedimentos operatórios os animais foram mantidos

através de administração endovenosa com solução Ringer/lactato de

sódio (JP Indústria Farmacêutica S.A.- Ribeirão Preto- São Paulo, Brasil).

Por meio de um posicionador para tomadas radiográficas para

cães, desenvolvido por Cordeiro et al.∗, em 1993, foram executadas

tomadas radiográficas em várias fases do experimento: antes do início do

tratamento, após execução do tratamento endodôntico, após a trepanação

da furca, após o fechamento da trepanação e antes da eutanásia dos

animais.

A profilaxia dental foi realizada com taças de borrachas em baixa

rotação com pedra-pomes e água para posteriormente se executar o

isolamento absoluto com dique de borracha e selamento com cianocrilato

(Loctite - 3M - Brasil) dos dentes envolvidos no experimento.

∗ LEONARDO, M.R. et al. (Faculdade de Odontologia de Arararquara- UNESP). Comunicação pessoal, 1993.

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Após o isolamento, foi feita a assepsia do campo operatório com

álcool iodado 0,3%. Para realização da abertura coronária, primeiramente

procedeu-se o desgaste oclusal com pontas diamantadas cilíndricas 1092

– ISO 012 (KG Sorensen- Barueri, São Paulo) em alta-rotação e sob

refrigeração constante de spray de ar-água. Após, com pontas

diamantadas esféricas 1013 (KG Sorensen- Barueri, São Paulo), realizou-

se o acesso à câmara pulpar nas regiões mesiais das faces oclusais, até

que ocorressem as exposições pulpares (Figura 1). Estes procedimentos

foram realizados com pressão intermitente para evitar concentração do

calor no órgão pulpar. Com pontas diamantadas cônicas 3083 (KG

Sorensen- Barueri, São Paulo), complementou-se a abertura, tracionando

as pontas diamantadas para distal até expor toda a câmara pulpar,

especialmente o assoalho. A polpa coronária da câmara foi então

curetada com curetas novas e afiadas (Duflex nº14) e o controle do

sangramento foi realizado com irrigações com soro fisiológico (JP

Indústria Farmacêutica S.A. - Ribeirão Preto- Brasil), utilizando-se para

isso, uma seringa tipo Luer de 20mL e uma cânula 30X7, seguido da

compressão leve com bolinhas de algodão esterilizadas embebidas em

soro. Após o controle do sangramento, foi executada a odontometria com

uma lima tipo Kerr no 30 (Maillefer, Dentsply, Suíça), até o limite do delta

apical de cada um dos canais, mesial e distal, e os canais preparados até

a lima tipo Kerr no 60 (Maillefer, Dentsply, Suíça), intercalando com

irrigação de 5mL de hipoclorito de sódio 0,5% (Iodontec, Brasil) a cada

troca de instrumento. Os canais foram secos com cones de papéis

estéreis (Tanari, Brasil), e foi realizado a seleção do cone de guta-percha

principal, a partir do cone no 60. Os canais foram obturados com cones de

guta-percha e cimento Endofill (Dentsply, Brasil) pela técnica da

condensação lateral (Figura 2), seguido de tomada radiográfica para

constatação da qualidade das obturações. Executadas as obturações, as

trepanações foram realizadas com pontas diamantadas cilíndricas 2137F

ISO 806 (KG Sorensen- Barueri, São Paulo), acopladas a turbinas de alta-

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rotação, sob irrigação constante com soro fisiológico estéril, para evitar

superaquecimento e necrose dos tecidos periodontais adjacentes. As

trepanações respeitaram um diâmetro crítico de 1mm (Figuras 3 e 4).

FIGURA 1 - Início do acesso à câmara pulpar.

FIGURA 2 - Obturação dos canais pela técnica de condensação lateral.

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FIGURA 3 - Trepanação da furca executada com broca 2137 F (KG Sorensen-

São Paulo).

FIGURA 4 - Vista oclusal da trepanação realizada no assoalho da câmara

pulpar.

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Após as perfurações serem executadas, e realizado o controle do

sangramento, os dentes foram divididos em grupos de acordo com os

materiais a serem utilizados nas perfurações (Quadro 1):

a) grupo EMD: Foi executado o preenchimento da trepanação com

Emdogain (Biora Inc., Espanha) e fechamento com mineral

trióxido agregado (MTA - Mineral Trioxide Agregatte, Ângelus,

Brasil);

b) grupo PRP: Foi executado o preenchimento da trepanação com

PRP (plasma rico em plaquetas) e MTA;

c) grupo Ca(OH)2: foi realizado o fechamento com hidróxido de

cálcio P.A. (Iodontec, Brasil) e MTA;

Para melhor padronização e evitar variações quanto a resposta

orgânica de cada animal, realizou-se a divisão em grupos em sistema de

rodízio. Desta forma, todos animais apresentaram os três grupos

analisados.

Os animais foram operados em dois períodos. A primeira

intervenção foi realizada sessenta dias antes da data da eutanásia, e a

segunda intervenção trinta dias antes. Este método foi adotado, pois

permitiu a avaliação num mesmo animal de diferentes produtos em

tempos diferentes, diminuindo os riscos de morte do animal.

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QUADRO 1 – Divisão dos grupos experimentais

Grupo 1

(EMD)*

Grupo 2 (PRP)**

Grupo 3

(Ca(OH)2)

Tempo de avaliação A

30 dias

B

60 dias

A

30 dias

B

60 dias

A

30 dias

B

60 dias

Nº de dentes 8 8 8 8 8

8

*EMD - EMDOGAIN; **PRP - plasma rico em plaquetas.

A aplicação dos materiais nas perfurações foi realizada da seguinte

forma:

Grupo 1: o material matriz Emdogain (EMD), que entrou em contato

com os tecidos na região da trepanação, foi aplicado através da seringa

do gel de Emdogain até promover o extravasamento no assoalho da

câmara pulpar; sobre este foi aplicado como selador o MTA.

O gel de Emdogain foi utilizado segundo as normas de aplicação

do fabricante BIORAR. Cada jogo do produto contendo uma seringa com o

gel já preparado, foi posicionado na luz da perfuração, extravasando-o

para o ligamento periodontal (Figuras 5, 6 e 7). Logo após a aplicação do

gel, o excesso extravasado no interior da câmara pulpar foi removido com

bolinhas de algodão estéreis e a perfuração obliterada com MTA.

Os fechamentos das perfurações foram executados com MTA

(Mineral Trioxide Agregatte), marca comercial Ângelus, Brasil. O MTA foi

colocado sobre a perfuração tomando-se o cuidado para não levá-lo em

contato com o ligamento periodontal, apenas selando a cavidade, fato que

foi confirmado através de tomada radiográfica da região.

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Posteriormente, as cavidades de acesso foram seladas com

cimento de ionômero de vidro, Vitremer (3M Dental Products, Estados

Unidos).

FIGURA 5 - Kit Emdogain gel (BioraR-Espanha).

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FIGURA 6 - Aplicação do EMDOGAIN.

FIGURA 7 - Câmara pulpar preenchida com EMDOGAIN.

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Grupo 2: como material matriz, em contato com os tecidos na

região da perfuração, foi aplicado através de uma seringa o plasma rico

em plaquetas (PRP), também até ser extravasado para o ligamento

periodontal; sobre este, como material selador, foi aplicado o MTA.

Para obtenção do plasma rico em plaquetas seguiu-se a

metodologia proposta por Marx et al.76 (1988) e Pontual et al.96 (2004). Foi

feita a coleta de 20mL de sangue do animal com o dispositivo de coleta

com tubos a vácuo, contendo no interior citrato de sódio que é uma

substância anticoagulante (Figuras 8 e 9). As amostras sangüíneas

contidas nos tubos foram colocadas numa centrífuga (SIN - Sistema

Nacional de Implantes, São Paulo, Brasil) a 1200 rpm por 10 minutos,

para que se promovesse a separação dos constituintes do sangue em

plasma rico em plaquetas (PRP), plasma pobre em plaquetas (PPP) e

células vermelhas (Figuras 10 e 11). Como o plasma rico em plaquetas se

localiza na camada intermediária, foi necessária a separação incremental

das camadas do constituinte menos denso para o mais denso pelo

separador de células. Para a realização da separação do PRP, do PPP e

das células vermelhas, foi utilizada uma micropipeta automática de 100

microlitros (Biohit, Finlândia), realizando a pipetagem cuidadosa do

plasma, que foi colocado em tubos de ensaio estéreis. Após, foi realizado

a segunda centrifugação, 1200 rpm por 10 minutos para obter-se a

concentração do PRP. Assim foi obtido no tubo de ensaio, traçando uma

linha imaginária separando seu conteúdo em partes iguais, a parte

superior correspondente ao PPP e a parte inferior correspondente ao PRP

(Figura 12). Para aplicação do PRP, o mesmo foi removido do tubo de

ensaio e adicionado a uma mistura de 8:1 de cloreto de cálcio 10% com

uma solução de trombina bovina tópica (Soluplastin - Werner Labs)

(Figura 13) e dois mililitros de água estéril, numa cubeta metálica

esterilizada, promovendo o início do processo de coagulação, permitindo

a aplicação do PRP na forma de gel (Figura 14). Foi reservada parte do

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PRP na forma líquida, que foi utilizado para irrigar a perfuração antes da

aplicação do gel.

Antes da colocação do gel, o PRP líquido foi injetado no interior da

perfuração, e em seguida colocado o gel de PRP introduzindo-o no

interior da perfuração com a ajuda de uma sonda periodontal,

extravasando-o para o interior do ligamento periodontal e recobrindo todo

o assoalho da câmara pulpar (Figuras 15,16 e 17). Logo após a aplicação

do gel, a perfuração foi fechada com MTA. Posteriormente, as cavidades

de acesso foram seladas com cimento de ionômero de vidro, Vitremer (3M

Dental Products, Estados Unidos).

FIGURA 8 - Coleta de sangue do animal pelo médico veterinário.

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FIGURA 9 - Sangue do animal em tubo com anticoagulante.

FIGURA 10 – Centrífuga utilizada para obtenção do PRP.

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FIGURA 11 - Sangue após a primeira centrifugação.

FIGURA 12 - Plasma após a segunda centrifugação.

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FIGURA 13 - Tromboplastina e cloreto de cálcio.

FIGURA 14 - Gel de PRP.

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FIGURA 15 - Irrigação do plasma rico em plaquetas líquido (PRP).

FIGURA 16 - Gel de PRP sendo aplicado na trepanação.

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FIGURA 17 - Gel de PRP extravasado sobre o assoalho da câmara pulpar.

Grupo III: Foi aplicado como matriz, diretamente sobre a

trepanação, hidróxido de cálcio P.A., com o auxílio de um porta-

amálgama. Logo após a aplicação do hidróxido de cálcio P. A., a luz da

perfuração foi selada com MTA. Posteriormente, os dentes foram selados

com cimento de ionômero de vidro, Vitremer (3M - Dental Products,

Estados Unidos).

4.2 Eutanásia dos animais

Quatro dias antes da eutanásia dos animais, novos exames

laboratoriais foram realizados: hemograma completo, urina tipo I e

coproparasitológico.

Estes exames foram executados pelo médico veterinário, de acordo

com a técnica de Massone77, 1988. Os animais receberam por via

endovenosa Ketamina 50 (cloridrato de ketamina – Holliday - Scott S. A. -

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Beunos Aires - Argentina), na dosagem de 2mg/kg, seguida de uma

injeção endovenosa rápida de Thionembutal (tiopental sódico - Abbott

Laboratories Norths Chicagos- Illinois- USA), na dosagem de 0,5g.

4.3 Preparo dos espécimes

Após a eutanásia dos animais, as mandíbulas e as maxilas foram

separadas dos corpos dos mesmos no menor tempo possível através da

utilização de uma serra elétrica (serra elétrica para cortar gesso - Darvas

Indústruia de Aparelhos Eletro-Médicos LTDA). Foram confeccionados

blocos com os dentes e o tecido ósseo subjacente, com o auxílio de uma

serra manual, e então realizadas as respectivas radiografias dos

espécimes (Figura 18). Os blocos obtidos foram imersos em solução de

formalina 10%, tamponada em pH neutro, permanecendo por no mínimo

72 horas.

Depois da fixação, os espécimes foram colocados em solução

desmineralizadora de ácido Plank, trocando a solução a cada três dias,

onde permaneceram até a completa desmineralização, para então, serem

lavados em água corrente por um período de 24 horas. O período para

realização da desmineralização foi de aproximadamente oito meses.

Seguindo-se os procedimentos histotécnicos de rotina, as peças

foram submetidas à desidratação por álcoois de concentrações

crescentes, diafanização (xilol) e inclusão em parafina.

Os cortes dos blocos de parafina foram realizados de forma semi-

seriada em micrótomo numa espessura de 4µm. Os cortes foram

realizados no plano áxio-mésio-distal dos dentes, sendo um total de oito

cortes para cada dente. Para possibilitar a análise dos espécimes em

microscópio foram utilizadas técnicas de coloração de hematoxilina-

eosina e tricrômico de Masson.

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4.4 Análise dos espécimes

Foram feitas avaliações microscópicas qualitativas das reações

ocorridas no tecido ao redor das trepanações e do fechamento das

mesmas, procurando observar as seguintes alterações:

a) processo inflamatório

b) formação de cemento

c) formação de ligamento periodontal

d) formação de osso alveolar

e) reabsorção óssea

f) reabsorção radicular

4.5 Análise estatística

Para permitir a avaliação estatística não-paramétrica dos dados

obtidos na avaliação qualitativa dos espécimes histológicos, utilizou-se

escores quanto à reparação óssea, reabsorção radicular e intensidade do

infiltrado inflamatório (Quadro 2). Estes dados foram submetidos ao teste

Statistix (versão 8.0, ano de 2003, Analytical Software, Inc.). Os testes

empregados para permitir a comparação entre grupos foram Kruskal-

Wallis (One-Way) e Teste de Dunn (5%). Para analisar a comparação

entre períodos de observação (trinta e sessenta dias) foi utilizado o teste

de permutação (Wilcoxon Rank Sum Test).

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QUADRO 2 – Índices dos parâmetros avaliados

Escores

Infiltrado inflamatório

Reparação

óssea

Reabsorção Radicular

0 Ausência do

infiltrado

Ausência de

reparação

Ausência de

reabsorção

1 Discreto Minima reparação Minima

reabsorção

2 Moderado Moderada Moderada

3 Intenso Evidente Intensa

FIGURA 18 – Radiografia após obtenção do espécime.

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5 RESULTADOS 5.1 Análise descritiva 5.1.1 Grupo Ca(OH)2/ trinta dias.

Neste grupo pode-se observar as seguintes características: no local

onde a broca perfurou a furca, verificou-se a presença de uma perfuração

na crista óssea. Esta perfuração apresentava-se como um espaço vazio,

circundado por osso, sendo que na área acima deste defeito havia a

presença de infiltrado inflamatório intenso que muitas vezes se estendeu

para áreas vizinhas ao local da perfuração (Figura 19).

No tecido conjuntivo da região do ligamento periodontal vizinho a

região da perfuração observou-se grande congestão vascular, um

infiltrado inflamatório com características mistas, predominando células

polimorfonucleadas e, em menor número, mononucleadas. As células

inflamatórias mais evidentes foram os neutrófilos e os macrófagos

(Figuras 20a e 20b).

Por vezes, em alguns espécimes observou-se no interior dos

defeitos ósseos causados pela ação da trepanação, fragmentos ósseos

com características necróticas e circundado por intenso infiltrado

inflamatório com características predominantemente neutrofílico (Figura

21).

Em nenhum dos espécimes observou-se qualquer processo que

indicasse a neoformação óssea na região do defeito, ou no topo da crista

do osso alveolar.

A característica mais comum encontrada em todos os espécimes

foi a presença do intenso infiltrado inflamatório com predominância de

células neutrofílicas na região próxima a perfuração (Figura 22).

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97

ID P

FIGURA 19 – Grupo Ca(OH)2 - 30 dias: Defeito ósseo provocado pela broca.

(Tricômico de Masson - Aumento de 25x). (P= perfuração; D=

defeito ósseo; I= infiltrado inflamatório intenso).

I

FIGURA 20a – Grupo Ca(OH)2 - 30 dias: Infiltrado inflamatório intenso (I).

(Tricômico de Masson - Aumento de 100x).

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98

Figura 20b – Grupo Ca(OH)2 - 30 dias: Detalhe do infiltrado inflamatório.

(Tricômico de Masson - Aumento de 400x). (→ = neutrófilos; ♦ =

macrófagos espumosos).

*

FIGURA 21 – Grupo Ca(OH)2 - 30 dias: Fragmentos ósseos no interior do

defeito. (H.E. - Aumento de 100x). (*= necrose; = fragmentos

ósseos; = infiltrado inflamatório).

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99

FIGURA 22 – Grupo Ca(OH)2 - 30 dias: Infiltrado inflamatório com

predominância neutrofílica. (Tricômico de Masson - Aumento de

200x). ( = infiltrado inflamatório com predominância de

neutrófilos).

5.1.2 Grupo Ca(OH)2/ sessenta dias

Neste grupo houve diferença entre alguns espécimes quanto a

intensidade do processo inflamatório que variou de infiltrado inflamatório

moderado a intenso (Figura 23a).

Nos espécimes onde o processo inflamatório era moderado pode-

se observar presença de tecido conjuntivo ocupando o espaço da

perfuração, com inúmeros fibroblastos e células inflamatórias, mas com

poucas fibras. Havia a presença de células gigantes multinucleadas

próximas as espículas ósseas que estavam presentes no interior do

defeito ósseo provocado pela perfuração da furca. Também se observou

grande quantidade de vasos sangüíneos congestos no tecido conjuntivo

do defeito, e em alguns espécimes certa quantidade de material matriz

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100

apresentando uma coloração basofílica com características morfológicas

irregulares e anguladas sugerindo a presença de cristais de hidroxiapatita

(Figura 23b).

Em alguns espécimes pode-se observar infiltrado inflamatório

intenso e difuso, sendo que na área mais próxima da região da perfuração

da furca este infiltrado encontrava-se bem mais intenso e com

predominâncias de células neutrofílicas. No tecido conjuntivo presente no

interior do defeito, havia a presença de espículas ósseas com

características necróticas. Também se observou a presença de

reabsorção radicular nas regiões mais próximas dos locais das

perfurações.

As características observadas nos espécimes foi a presença de

tecido conjuntivo com infiltrado inflamatório moderado com características

de células polimorfonucleadas. A extremidade da crista óssea da região

da furca apresentou-se com característica aplainada sob um tecido

conjuntivo fibroso. Nenhum dos espécimes apresentou indícios de

possível neoformação óssea na região dos defeitos provocados.

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101

FIGURA 23a – Grupo Ca(OH)2 - 60 dias: Infiltrado Inflamatório moderado a

intenso. (Tricômico Masson -100x). ( = infiltrado inflamatório

moderado).

*

FIGURA 23b – Grupo Ca(OH)2 - 60 dias: Detalhe da região do defeito ósseo.

(Tricômico de Masson - 200x). (*= fibroblastos; = células

gigantes mutinucleadas; → = material matriz).

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102

5.1.3 Grupo Emdogain/ trinta dias

Neste grupo observou-se que na região do defeito ocorreu o

preenchimento com tecido conjuntivo fibroso com presença de infiltrado

inflamatório discreto e grande número de vasos sanguíneos dilatados e

congestos. O tecido conjuntivo apresentava grande quantidade de

fibroblastos jovens e volumosos. Também nestes espécimes observou-se

a presença de fragmentos ósseos com características necróticas,

cemento e dentina no interior do defeito ósseo provocados pela

perfuração da furca. Havia a presença de células gigantes multinucleadas

próximas a estes fragmentos (Figuras 24a e 24b).

*

FIGURA 24a – Grupo Emdogain - 30 dias: Tecido conjuntivo com numerosos

fibroblastos jovens. (Tricômico de Masson - 100x). (*=

fragmentos ósseos com células multinucleadas gigantes; =

fibroblastos jovens e volumosos; = infiltrado inflamatório

discreto).

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103

*

FIGURA 24b – Grupo Emdogain - 30 dias: Detalhe dos fibroblastos (*) e vasos

sanguíneos congestos ( ). (Tricômico de Masson -200x).

As características mais comuns observadas nos espécimes foram o

preenchimento do defeito ósseo por tecido conjuntivo fibroso, acima e

mais próximo da perfuração, a presença de um tecido de granulação bem

vascularizado e a presença de muitos fibroblastos jovens e bem

volumosos (Figura 25).

Também se observou o início de formação de matriz óssea no

interior do tecido conjuntivo que preenchia o defeito ósseo, com grande

quantidade de osteoblastos volumosos e osteócitos também volumosos

no interior da nova matriz óssea formada (Figuras 26, 27 e 28).

Somente em um espécime observou-se a presença de infiltrado

inflamatório moderado mais superficial e próximo à área da perfuração

com predominância de células inflamatórias polimorfonucleadas (Figura

29).

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104

*

FIGURA 25 – Grupo Emdogain - 30 dias: Defeito preenchido com tecido

conjuntivo. (Tricômico de Masson -25x). (*= tecido conjuntivo;

= tecido de granulação bem vascularizado).

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105

FIGURA 26 – Grupo Emdogain - 30 dias:Indícios da formação de matriz óssea.

(Tricômico de Masson - 100x). ( = osteoblastos jovens e

volumosos; = osteócitos).

FIGURA 27 – Grupo Emdogain - 30 dias: Início do processo de reparo ósseo na

margem do defeito. (Tricômico de Masson - 200x). ( =

osteoblastos jovens e volumosos).

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106

FIGURA 28 – Grupo Emdogain - 30 dias: Detalhe dos osteoblastos e da matriz

óssea em formação. (Tricômico de Masson - 200x). ( =

osteoblastos jovens e volumosos; = matriz óssea).

FIGURA 29 – Grupo Emdogain - 30 dias: Infiltrado inflamatório moderado mais

superficial. (H.E. - 100x). ( = neutrófilos).

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107

5.1.4 Grupo Emdogain/ sessenta dias

No grupo tratado com Emdogain® aos sessenta dias observou-se a

presença de tecido conjuntivo com fibras e grande número de fibroblastos

jovens e volumosos; muitos vasos sangüíneos, infiltrado inflamatório

discreto com predominância de células inflamatórias mononucleadas,

próximas a área da perfuração e localizado acima da crista óssea que

apresentava característica de reparação (Figuras 30, 31a e 31b).

Em um espécime pode-se observar o extravasamento de MTA para

a região do ligamento gerando uma reação de corpo estranho

caracterizando um processo inflamatório moderado com muitas células

gigantes multinucleadas (Figura 32). Neste mesmo espécime notou-se a

presença de defeito ósseo residual sendo que o osso remanescente, no

local do defeito causado pela perfuração, apresentava características de

vitalidade e com sinais de remodelação, com presença das trabéculas

ósseas circundadas por osteoblastos volumosos e osteoclastos no interior

de espaços medulares (Figura 33). O processo de remodelação óssea

ficou mais evidente através da presença de linhas reversas no tecido

ósseo (Figura 34).

As características mais observadas foram: a reparação do topo da

crista óssea com a presença de trabéculas ósseas mais superficiais e

reabsorção por células gigantes, osteoclastos e grande quantidade de

osteoblastos circundando estas trabéculas (Figura 35).

Uma observação importante foi a presença de tecido ósseo

circundando o MTA que extravasou para a área do ligamento periodontal

(Figura 36).

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108

*

FIGURA 30 – Grupo Emdogain - 60 dias: Defeito ósseo preenchido com tecido

conjuntivo. (Tricômico de Masson - 25x). (*= tecido conjuntivo;

= defeito ósseo).

*

FIGURA 31a – Grupo Emdogain - 60 dias: Tecido conjuntivo com grande número

de fibroblastos jovens e volumosos, e discreto infiltrado

inflamatório. (Tricômico de Masson - 100x). (*= discreto infiltrado

inflamatório; = fibroblastos).

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109

FIGURA 31b – Grupo Emdogain - 60 dias: Osteoblastos na margem do defeito

indicando neoformação óssea. (Tricômico de Masson - 100x).

( = osteoblasto).

FIGURA 32 – Grupo Emdogain - 60 dias: Presença de MTA fagocitado por

células gigantes multinucleadas ( ). (H.E. - 100x).

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110

FIGURA 33 – Grupo Emdogain - 60 dias: Trabéculas ósseas circundadas por

osteoblastos ( ). (Tricômico de Masson - 100x).

FIGURA 34 – Grupo Emdogain - 60 dias: Presença de linhas reversas no osso

remanescente ( ). (H.E. -100x).

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111

FIGURA 35 – Grupo Emdogain - 60 dias: Indícios de reparação do topo da crista

óssea ( ). (Tricômico de Masson - 100x).

FIGURA 36 – Grupo Emdogain - 60 dias: Tecido ósseo circundando fragmentos

de MTA ( ). (H.E. - 100x).

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112

5.1.5 Grupo PRP/ trinta dias

Foi possível observar em um espécime, na abertura da perfuração

da furca, a presença de um tecido conjuntivo frouxo com muitos vasos

sanguíneos e a predominância de infiltrado inflamatório mononucleado,

mas com algumas células polimorfonucleadas localizadas mais próximas

da abertura. Acima da crista óssea, havia a presença de infiltrado

inflamatório moderado para intenso, com a presença de macrófagos

espumosos e bastante edema local (Figura 37). O osso residual da crista

apresentava características de vitalidade com a presença de trabéculas

ósseas delgadas circundadas por osteoblastos jovens e volumosos

(Figura 38).

*

FIGURA 37 – Grupo PRP - 30 dias: Região da perfuração (*) demonstrando o

edema local ( ). (H.E. - 25X).

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113

FIGURA 38 – Grupo PRP - 30 dias: Osso remanescente circundado por

osteoblastos ( ). (H.E. - 200x).

Em um outro espécime observou-se, no tecido conjuntivo próximo

a abertura da perfuração, grande quantidade de vasos sanguíneos

dilatados e congestos com fibras conjuntivas, e infiltrado inflamatório

misto, polimorfonucleado e mononucleado, mais concentrado no centro do

tecido logo abaixo da perfuração. Havia grande quantidade de edema

separando as fibras e as células do tecido conjuntivo (Figura 39), sendo

que na região mais próxima ao osso da crista, que se apresentava

reabsorvida, havia a presença de um tecido conjuntivo fibroso (Figura 40).

Embora o osso da crista tenha sofrido reabsorção, este se apresentava

com características de vitalidade, devido a presença do grande número de

osteoblastos circundado as trabéculas ósseas. Em algumas regiões foi

possível notar a presença de fragmentos de dentina circundados por

células gigantes.

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114

FIGURA 39 – Grupo PRP - 30 dias: Edema separando as fibras do tecido

conjuntivo ( ). (H.E. - 100x).

FIGURA 40 – Grupo PRP - 30 dias: Detalhe da reabsorção ( ) do topo da crista

óssea. (Tricômico de Masson - 100x).

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115

O osso remanescente da crista apresentava-se bem preservado,

com osteoblastos volumosos circundando as trabéculas sendo indicativo

da vitalidade óssea. O interior do defeito ósseo estava preenchido com

um infiltrado inflamatório discreto com predominância de células

mononucleadas (Figura 41). As paredes internas do defeito apresentavam

reabsorções ósseas, havendo nesta área grande presença de

osteoclastos (Figura 42). Nas extremidades do defeito ósseo foi possível

observar áreas de neoformação óssea (Figura 43). Em um espécime

observou-se pouco infiltrado inflamatório no tecido conjuntivo que no

interior da perfuração (Figura 44a). Verificou-se a presença de focos de

formação de tecido ósseo circundado por osteoblastos jovens e

volumosos que também estavam presentes no topo da crista óssea.

No geral podem-se observar características comuns nos espécimes

como: tecido conjuntivo próximo à abertura da perfuração (Figura 44b); na

região do defeito verificou-se a presença de tecido conjuntivo bem

vascularizado com pouco infiltrado inflamatório; osso residual da crista

bem vital caracterizado pela presença de osteoblastos na periferia;

presença de ilhotas de formação óssea, sendo que nas regiões de

formação óssea, nas paredes laterais internas dos defeitos ósseos, havia

a presença de osteoblastos e osteócitos volumosos (Figura 45). Neste

grupo pode-se evidenciar a presença da neoformação óssea na região

próxima a perfuração.

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116

FIGURA 41 – Grupo PRP - 30 dias: Discreto infiltrado inflamatório. (H.E. - 200x).

( = células mononucleadas).

FIGURA 42 – Grupo PRP - 30 dias: Reabsorção das paredes internas do defeito.

(H.E. - 200x). ( = osteoclastos).

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117

FIGURA 43 – Grupo PRP - 30 dias: Neoformação óssea nas extremidades do

defeito. (Tricômico de Masson - 200x). ( = osteoblastos).

FIGURA 44a – Grupo PRP - 30 dias: Detalhe do infiltrado inflamatório na área da

perfuração ( ). (H.E. - 100x).

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118

FIGURA 44b – Grupo PRP - 30 dias: Tecido conjuntivo próximo a perfuração

( ). (H.E. - 100x).

*

*

FIGURA 45 – Grupo PRP - 30 dias: Aspecto de vitalidade do osso

remanescente. (Tricômico de Masson - 200x). ( = osteoblasto,

*= osteócitos).

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119

5.1.6 Grupo PRP/ sessenta dias Neste grupo observou-se presença de infiltrado inflamatório

discreto com predominância de células mononucleadas contidas em um

tecido conjuntivo fibroso. Nas margens do defeito ósseo havia grande

quantidade de osteoblastos volumosos e jovens. A crista óssea

apresentava-se com a forma aplainada (Figura 46) e com a presença de

osteoclastos. Em outros locais observou-se grande quantidade de

fibroblastos e osteoblastos bem volumosos nas margens do defeito ósseo

residual, com a presença de tecido conjuntivo fibroso no interior do

defeito. O osso interproximal apresentava amplos espaços medulares, e

na porção mais superficial da crista notou-se a presença de trabéculas

ósseas delgadas com características imaturas circundadas por

osteoblastos volumosos. Também se observou a presença de

osteoclastos e a grande quantidade de vasos nos espaços medulares

(Figuras 47a e 47b).

Em todos espécimes foi possível observar características comuns

como, presença de neoformação de trabéculas ósseas delgadas

circundadas por osteoblastos volumosos e também osteoclastos,

evidenciando o novo osso neoformado. Também se notou a presença de

osteócitos no interior das trabéculas ósseas, sendo estes bem volumosos

sugerindo o processo de neoformação óssea e os espaços medulares

estavam preenchidos por tecido conjuntivo fibroso (Figuras 48, 49 e 50).

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120

FIGURA 46 – Grupo PRP - 60 dias: Crista óssea com a presença de discreto

infiltrado inflamatório. (Tricômico de Masson - 25x).

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121

FIGURA 47a – Grupo PRP - 60 dias: Espaços medulares. (H.E. - 200x). ( =

osteoblasto, *= vasos sanguíneos).

*

FIGURA 47b – Grupo PRP - 60 dias: Espaços medulares com osteoclastos ( )

e grande quantidade de vasos sanguíneos. (H.E. - 200x).

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122

FIGURA 48 – Grupo PRP - 60 dias: Região da perfuração. (H.E. - 100x).

FIGURA 49 – Grupo PRP - 60 dias: Osteoblastos ( ) circundando as trabéculas

ósseas. (H.E. - 200x).

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123

*

FIGURA 50 – Detalhe dos osteoblastos ( ) e osteócitos (*) das trabéculas

ósseas. (Tricômico de Masson - 200x).

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124

5.2 Análise estatísticas dos resultados

Os escores obtidos da avaliação da intensidade do infiltrado

inflamatório, da reparação óssea e da reabsorção radicular, encontram-se

nas Tabelas 1, 2 e 3 e Figuras 51, 52 e 53.

Tabela 1 - Escores da intensidade do infiltrado inflamatório nos diferentes

espécimes dos grupos avaliados

Ca(OH)2= hidróxido de cálcio; EMD= Emdogain; PRP= Plasma rico em

plaquetas.

Tabela 2 - Escores da reparação óssea nos diferentes espécimes dos grupos

avaliados

Ca(OH)2= hidróxido de cálcio; EMD= Emdogain; PRP= Plasma rico em

plaquetas.

Ca(OH)2 30 dias

Ca(OH)2 60 dias

EMD 30 dias

EMD 60 dias

PRP 30 dias

PRP 60 dias

3 3 1 1 2 1 3 3 1 1 3 1 3 2 1 1 2 1 3 2 2 2 1 1 3 2 1 1 1 1 3 2 1 1 1 1 2 3 1 1 2 1 2 2 1 1 2 1

Ca(OH)2 30 dias

Ca(OH)2 60 dias

EMD 30 dias

EMD 60 dias

PRP 30 dias

PRP 60 dias

0 0 1 3 1 2 0 0 1 3 1 2 0 0 1 3 1 2 0 0 1 2 2 2 0 0 2 2 1 3 0 0 2 2 2 3 0 0 1 3 1 2 0 0 1 1 1 3

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125

Tabela 3 - Escores da reabsorção radicular nos diferentes espécimes dos grupos

avaliados

Ca(OH)2= hidróxido de cálcio; EMD= Emdogain; PRP= Plasma rico em

plaquetas.

Ca(OH)2 30 dias

Ca(OH)260 dias

EMD 30 dias

EMD 60 dias

PRP 30 dias

PRP 60 dias

0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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126

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

HC/30d HC/60d EMD/30d EMD/60d PRP/30d PRP/60d

Tratamentos

0 1 2 3

FIGURA 51 - Representação gráfica dos escores da intensidade infiltrado

inflamatório.

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127

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

HC/30d HC/60d EMD/30d EMD/60d PRP/30d PRP/60d

Tratamentos

0 1 2 3

FIGURA 52 – Representação gráfica dos escores da reparação óssea.

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128

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

HC/30d HC/60d EMD/30d EMD/60d PRP/30d PRP/60d

Tratamentos

0 1 2 3

FIGURA 53 – Representação gráfica dos escores da reabsorção radicular.

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129

Foi aplicado o teste Kruskal-Wallis para realizar a comparação

entre os tratamentos no período de avaliação de trinta dias em relação a

reparação óssea (kw= 18,40; gl= 2; p-valor= 0,05) e intensidade do

infiltrado inflamatório (kw=14,82; gl= 2; p-valor= 0,05). Para a reabsorção

radicular não foi possível aplicar o teste devido a não presença deste fator

nos grupos estudados. Baseado no teste estatístico de kw, pode-se

observar que aos trinta dias, quanto a reparação óssea houve diferença

estatística entre os grupos (p= 0,0001) e quanto a intensidade do infiltrado

inflamatório também houve diferenças significativas (p= 0,0006).

Aplicou-se o teste de comparação múltipla de Dunn para verificar

quais grupos que diferiram no período de trinta dias para, reparação

óssea (5%) e intensidade do infiltrado inflamatório (5%). Verificou-se que

em relação à reparação óssea, o grupo Ca(OH)2 foi diferente dos grupos

EMD e PRP. Em relação ao infiltrado inflamatório, observou-se que os

grupos diferiram estatisticamente (Tabelas 4 e 5).

Tabela 4 – Teste de Dunn (5%) da comparação entre tratamentos quanto a

reparação óssea - trinta dias

Variáveis Mediana Grupos homogêneos* Hidróxido de Cálcio 4,500 A

Emdogain 16,500 B

PRP 16,500 B

*Letras iguais= não difere estatisticamente; letras diferentes= há diferenças

estatísticas significantes.

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130

Tabela 5 – Teste de Dunn (5%) da comparação entre tratamentos quanto a

intensidade do Infiltrado inflamatório - trinta dias

Variáveis Mediana Grupos homogêneos* Hidróxido de Cálcio 19,250 A

Emdogain 6,5625 B

PRP 11,688 A B

*Letras iguais= não difere estatisticamente; letras diferentes= há diferenças

estatísticas significantes.

Também foi aplicado o teste Kruskal-Wallis para realizar a

comparação entre os tratamentos no período de avaliação de sessenta

dias em relação a reparação óssea (kw= 18,40; gl= 2; p-valor= 0,05),

intensidade do infiltrado inflamatório (kw=14,82; gl= 2; p-valor= 0,05), e

para a reabsorção radicular (k=12,10; gl= 2; p- valor= 0,05). Pode-se

observar que houve diferenças estatísticas quanto a reparação óssea (p=

0,0002), intensidade do infiltrado inflamatório (p= 0,0001) e em relação à

reabsorção radicular (p= 0,0024).

Aplicou-se o teste de comparação múltipla de Dunn para verificar

quais os grupos que diferiram no período de sessenta dias para,

reparação óssea (5%), intensidade do infiltrado inflamatório (5%) e

reabsorção radicular (5%). Verificou-se que em relação à reparação óssea

o grupo Ca(OH)2 foi diferente dos grupos EMD e PRP. Em relação à

intensidade do infiltrado inflamatório o grupo do Ca(OH)2 diferiu

estatisticamente dos outros grupos. Quanto à reabsorção radicular

observou-se diferença estatística entre o grupo do Ca(OH)2 e dos demais

grupos (Tabelas 6, 7 e 8).

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131

Tabela 6 – Teste de Dunn (5%) da comparação entre tratamentos quanto a

reparação óssea - sessenta dias

Variáveis Mediana Grupos homogêneos* Hidróxido de Cálcio 4,500 B

Emdogain 16,688 A

PRP 16,313 A

*Letras iguais= não difere estatisticamente; letras diferentes= há diferenças

estatísticas significantes.

Tabela 7 – Teste de Dunn (5%) da comparação entre tratamentos quanto a

intensidade do Infiltrado inflamatório - sessenta dias

Variáveis Mediana Grupos homogêneos* Hidróxido de Cálcio 20,187 A

Emdogain 9,3125 B

PRP 8,000 B

*Letras iguais= não difere estatisticamente; letras diferentes= há diferenças

estatísticas significantes.

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132

Tabela 8 – Teste de Dunn (5%) da comparação entre tratamentos quanto a

reabsorção radicular - sessenta dias

Variáveis Mediana Grupos homogêneos* Hidróxido de Cálcio 17,500 A

Emdogain 10,000 B

PRP 10,000 B

* Letras iguais= não difere estatisticamente; letras diferentes= há diferenças

estatísticas significantes.

Para permitir a comparação entre períodos de observação (trinta e

sessenta dias) foi aplicado o teste de Permutação em cada grupo

(Tabelas 9, 10 e 11).

Tabela 9 – Reparação óssea. Estatística descritiva e resultado do teste de

permutação (p-valor) para comparação de tempos

30 dias

60 dias

p-

valor

Materiais

N Min Max Mediana N Min Max Mediana

Ca(OH)2

8

0,00

0,00

0,00

8

0,00

0,00

0,00

1,00

EMD

8

1,00

2,00

1,00

8

1,00

3,00

2,50

0,012

PRP

8

1,00

2,00

1,00

8

2,00

3,00

2,00

0,003

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133

Tabela 10 – Infiltrado inflamatório. Estatística descritiva e resultado do teste de

permutação (p-valor) para comparação de tempos

30 dias

60 dias

p-

valor

Materiais

N Min Max Mediana N Min Max Mediana

Ca(OH)2

8

2,00

3,00

3,00

8

2,00

3,00

2,00

0,314

EMD

8

1,00

2,00

1,00

8

1,00

2,00

1,00

1,00

PRP

8

1,00

3,00

2,00

8

1,00

1,00

1,00

0,025

Tabela 11 – Reabsorção radicular. Estatística descritiva e resultado do teste de

permutação (p-valor) para comparação de tempos

30 dias

60 dias

p-

valor

Materiais

N Min Max Mediana N Min Max Mediana

Ca(OH)2

8

0,00

0,00

0,00

8

0,00

1,00

1,00

0,025

6

EMD

8

0,00

0,00

0,00

8

0,00

0,00

0,00

1,000

PRP

8

0,00

0,00

0,00

8

0,00

0,00

0,00

1,000

Com base nos dados obtidos no teste de permutação observou-se

que ao realizar a comparação entre os tempos trinta e sessenta dias no

grupo tratado com Ca(OH)2, quanto a reparação óssea e quanto à

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intensidade do infiltrado inflamatório, não houve diferença estatística entre

os períodos. Em relação a reabsorção óssea observou-se diferença

estatística entre os períodos de trinta e sessenta dias (p-valor= 0,0256).

Comparando-se os períodos trinta e sessenta dias no grupo tratado

com EMD, observou-se com relação a reparação óssea que houve

diferença estatística entre os períodos (p-valor= 0,0123); com relação a

intensidade do infiltrado inflamatório e quanto a reabsorção radicular não

houve diferença estatística.

No grupo tratado com PRP observou-se, na comparação entre

períodos, com relação a reparação óssea houve diferença estatística (p-

valor= 0,0033); também sendo observada diferença estatística com

relação a intensidade do infiltrado inflamatório (p-valor= 0,0256); com

relação a reabsorção radicular, não houve diferença estatística entre os

períodos.

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135

6 DISCUSSÃO Será realizada a discussão em dois segmentos, a da metodologia e

a dos resultados obtidos.

6.1 Da metodologia Na atualidade inúmeras pesquisas na área da odontologia têm

utilizado animais, principalmente cães e macacos, nos chamados testes

convencionais para avaliar a resposta do tecido pulpar e dos tecidos

periapicais aos materiais endodônticos ou testes de materiais com

capacidade de induzir a reparação ou até mesmo a regeneração dos

tecidos (MATSUMITA & KIMURA79, 1960; BINNIE & ROWIE10, 1973;

HOLLAND et al.45, 1980; BRAMANTE & BERBET11, 1987; FORD et al.25,

1995; TORABINEJAD et al.115, 1997; ARAÚJO & LINDHE5, 1998).

A escolha de cães como modelo experimental é sustentada por

vários pesquisadores que relatam que os resultados obtidos neste tipo de

animal podem ser extrapolados para humanos (NEVES87, 2001). Vários

autores verificaram semelhanças no processo reparativo entre dentes de

cães e de humanos (SOUZA & HOLLAND113, 1974; SALMAN et al.102,

1999; SHABAHANG et al.109, 1999; HOLLAND et al.48, 2001), e no

processo de reparação das estruturas do periodonto de sustentação, isto

é, ligamento periodontal, osso alveolar e cemento radicular (CHO et al.15,

1995; IQBAL & BAMAAS55, 2001; WATANABE et al.118, 2001).

Os dentes selecionados foram os terceiros e quartos premolares

(ELDEEB et al.21, 1982; BRAMANTE & BERBET11, 1987, FORD et al.25,

1995), pois, em muitos cães notamos a ausência de alguns segundos e

primeiros premolares e os dentes molares possuíam acesso dificultado

pela abertura de boca.

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136

Para permitir a execução das perfurações, os dentes selecionados

foram submetidos ao isolamento absoluto e anti-sepsia do campo

operatório, evitando assim a contaminação do campo operatório,

melhorando a visibilidade da área e o acesso ao dente a ser tratado.

Devido a anatomia dos dentes e da arcada dos cães, este procedimento é

de difícil execução, sendo necessária a adaptação dos grampos de

isolamento convencionais e emprego de cianocrilato, para manutenção do

lençol de borracha adaptado aos dentes (NEVES87, 2001). Para facilitar e

manter abertura de boca dos animais foi adaptado entre os dentes

caninos superior e inferior do lado oposto ao operado, um tubete de

anestésico vazio.

Para permitir o acesso à região da furca, foi realizado um corte na

coroa 1,0mm acima da margem gengival com broca cilíndrica em alta-

rotação no sentido horizontal na direção mésio-distal com a finalidade de

expor a câmara pulpar e executar a perfuração no centro da furca

conforme executado por Imura et al.56 (1998) e Sluyk et al.112 (1998). Esta

perfuração difere da preconizada por Bramante & Berbet11 (1987), aonde

os autores realizaram a perfuração, penetrando com a broca no terço

mesial da coroa.

Em todos os dentes foi realizada a instrumentação dos canais e

obturação com cones de guta-percha e cimento endodôntico convencional

com a finalidade de evitar dor pós-operatória, contaminação da região

periapical ou inflamação no local de acordo com os trabalhos de ElDeeb

et al.21 (1982); Bramante & Berbet11 (1987). Ainda segundo Ghose et al.28

(1987), a infecção poderia retardar o processo de reparação.

Provavelmente, a manutenção da polpa radicular teria evoluído para

necrose com infecção e processo inflamatório na região apical.

O diâmetro da perfuração foi estabelecido em 1,0mm, sendo

executado com broca nova em alta-rotação, uma broca para cada

perfuração. Este tamanho de perfuração seguiu o trabalho de Salman et

al.102 (1999). Entretanto, Bramante & Berbet11 (1987), utilizaram um

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diâmetro de perfuração da furca em torno de 0,7mm; e ElDeeb et al.21

(1982) utilizaram broca esférica n04, e Weldon et al.125, 2002, que

utilizaram brocas esféricas n02 em alta-rotação. Durante todo

procedimento de perfuração da furca a extremidade da broca era irrigada

com soro fisiológico estéril para evitar o superaquecimento da região.

A escolha de não induzir lesão na região da furca segue o relato de

Bryan et al.12 (1999), que afirmam que o melhor prognóstico para o

tratamento não-cirúrgico das perfurações de furca ocorre quando a

intervenção ocorre o mais precoce possível, evitando-se assim a

contaminação bacteriana que segundo Arens & Torabinejad6 (1996), leva

a um pobre prognóstico no tratamento das perfurações em furcas. Além

disso, optou-se como primeiro trabalho avaliar apenas a capacidade dos

materiais, sem a interferência de infecção, que poderia levar a respostas

diferentes nesta região, inclusive com o comprometimento de bolsas

periodontais, freqüentes nestas condições em dentes de cães.

Com a finalidade de promover a reparação na região da perfuração

utilizou-se materiais altamente biocompatíveis e com algum potencial de

induzir a reparação ou a possível regeneração das perfurações. Vários

autores já comprovaram que o não preenchimento da perfuração da furca

com algum material matriz que induza a reparação, leva a um prognóstico

ruim e duvidoso, gerando reabsorção óssea e processos inflamatórios

intensos com possível formação de abscessos (ELDEEB et al.21, 1982;

FORD et al.25, 1995). Por este motivo não optou-se por trabalhar com um

grupo controle sem nenhum material, o que se costuma chamar de grupo

controle negativo.

O hidróxido de cálcio vem sendo aplicado na Odontologia em

várias situações: na indução do fechamento de ápices em raízes

incompletas com a formação de uma barreira de tecido mineralizado

(HEITHERSAY41, 1970, BINNIE & ROWE10, 1973; HOLLAND et al.44,

1973, HOLLAND et al.45, 1980; GUTMANN & HEATON31, 1981;

NICHOLLS89, 1981; GHOSE et al.28, 1983; JAVELET et al.58, 1985;

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138

MACKIE et al.75, 1988); no capeamento pulpar direto, pela necrose

superficial da polpa e indução na aposição de dentina reparadora (FORD

et al.26,1996; FARACO JUNIOR & HOLLAND23, 2001; HOLLAND et

al.48,2001); atividade antibacteriana (MATSUMITA & KITAMURA79, 1960;

ESTRELA et al.22, 2000); e em perfurações de furcas (ELDEEB et al.21,

1982; HIMEL et al.43, 1985; BRAMANTE & BERBET11, 1987; IMURA et

al.56, 1988).

Optamos pela aplicação do hidróxido de cálcio pró-análise em pó

sobre a região da perfuração. O material na sua forma de pó forma um

tampão na região da perfuração, é de fácil aplicação e não sofre

alterações do seu pH original pela adição de veículos que são utilizados

para se obter a consistência de pasta (ANTHONY4, 1982).

Outro material matriz por nós estudado foi a aplicação na

perfuração da furca, da proteína derivada do órgão do esmalte, conhecida

comercialmente por Emdogain® (EMD). O propósito da utilização deste

material na perfuração da furca é devido a sua alta capacidade de induzir

as células do ligamento periodontal a regenerarem as estruturas perdidas

(HAMMARSTRÖM34, 1997; HEIJL39, 1997) até mesmo em casos de

superfícies que estavam contaminadas pelo processo da doença

periodontal (HEIJL et al.40, 1997; ZETTERSTRÖM et al.124, 1997;

HIROOKA51, 1998; HEDEN et al.38, 1999; MELLONIG81, 1999; SCULEAN

et al.105-6, 1999). A capacidade do Emdogain® em induzir a regeneração é

tão evidente que Araújo & Lindhe5 (1998) alcançaram sucesso no

tratamento de defeitos de furcas grau III criados experimentalmente. Outra

comprovação da aplicabilidade do EMD são as recentes pesquisas

indicando sua utilização em capeamento pulpar direto. Nakamura et al.85

(2001) demonstraram que o EMD induziu a formação de tecido

mineralizado duas vezes mais do que o hidróxido de cálcio e sugeriram

que o EMD tinha a capacidade de promover o processo reparativo dos

tecidos pulpares melhor que o hidróxido de cálcio. Igarashi et al.54 (2003),

e Ishizaki et al.57 (2003) também relataram sucesso em suas pesquisas

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139

utilizando o EMD como material de capeamento pulpar direto, obtendo

baixa resposta inflamatória ao produto e formação de dentina reparativa.

O Emdogain® é constituído em sua maior parte por amelogenina, uma

proteína de baixo peso molecular obtida do esmalte de suínos, hidrofóbica

que possui um veículo de alginato de propilenoglicol (PGA) dando a

consistência de gel ao produto facilitando sua aplicação

(HAMMARSTRÖM34, 1997; HAMMARSTRÖM et al.35, 1997). Gestrelius et

al.27 (1997), concluíram que a ação do EMD ocorre não somente pela

ação da amelogenina, mas também pelo agregado de proteínas formado

pelo contato com as estruturas periodontais remanescentes, funcionando

como um meio único de interação célula-matriz, atuando como um

arcabouço para as células remanescentes.

Também aplicou-se nas perfurações o plasma rico em plaquetas

obtido do próprio animal, tornando-se um material autógeno, por isso,

mais seguro (HOWELL et al.52, 1997). Sabe-se que durante a

degranulação de grânulos α das plaquetas, presentes neste plasma,

ocorre a liberação de vários fatores de crescimento, entre eles, fator de

crescimento derivado de plaquetas, fator de crescimento de

transformação, fator de crescimento semelhante a insulina e outros. Estes

fatores agem nos processos reparativos dos tecidos duros e moles. A

indicação da utilização deste material é comprovada em vários trabalhos

que demonstraram após sua aplicação, os fatores de crescimento atuam

na estimulação da regeneração de tecidos duros e moles (LYNCH et al.73,

1991); no grande potencial mitogênico e quimiotático para células do

ligamento, intensificando a síntese de colágeno (MATSUDA et al.78,

1992); aumento na neoformação óssea (MARX et al.76, 1998); e estes

fatores também atuam no controle da síntese de colágeno, promovendo a

cicatrização de tecidos periodontais (KAWASE et al.61, 2003).

O protocolo de obtenção do PRP utilizado neste estudo baseia-se

no protocolo utilizado por Pontual et al.96 (2004), que consiste em duas

centrifugações. A primeira, para separar os constituintes vermelhos do

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140

plasma; e a segunda, para concentrar as plaquetas e permitir a separação

do plasma em um plasma rico em plaquetas e num plasma pobre em

plaquetas.

A coleta ocorre por meio de punção da jugular do animal

(MASSONE77, 1988) em tubos de ensaio estéreis contendo citrato de

sódio, para então serem centrifugados numa centrífuga de bancada

(PONTUAL et al.96, 2004). Embora existam estudos relatando que este

método de obtenção do PRP não seja o mais ideal devido a um menor

número de plaquetas obtidas, estes estudos também não desprezam este

método (WEIBRICH et al.119, 2005).

Sabe-se que os fatores estão contidos no plasma rico em

plaquetas, independentemente da forma com que este plasma se

apresenta, líquido ou coagulado (LYNCH et al.73, 1991; OATES et al.90,

1993; MARX et al.76, 1998; KIM et al.64, 2001). Por este motivo, e para

poder assegurar que o plasma rico em plaquetas entrasse em contato

com a região do ligamento periodontal, resolveu-se separar uma

quantidade de PRP líquido para injetar na região da perfuração. O PRP

remanescente foi geleificado pela adição do cloreto de cálcio que

neutraliza o efeito do citrato de sódio. Também se optou pela adição de

trombina bovina para acelerar o processo de coagulação (MARX et al.76,

1998; MAZOR et al.80, 2004), embora alguns pesquisadores acreditem ser

desnecessário (PONTUAL et al.96, 2004).

Em todos os espécimes independentemente do tratamento

aplicado na região da perfuração, optou-se pelo selamento da câmara

pulpar com MTA, com a finalidade de selar a região da perfuração,

evitando-se uma possível contaminação bacteriana por infiltração (BATES

et al.9, 1996; FISCHER et al.24, 1998, NAKATA et al.86, 1998; DAOUDI &

SANDERS19, 2002) e para obliterar a luz do defeito causado pela

perfuração (ARENS & TORABINEJAD6, 1996; BATES et al.9, 1996). Este

material possui características peculiares como tomar presa na presença

de umidade, ser radiopaco, biocompatível, pH alcalino (10,2 a 12,5), alta

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141

capacidade de induzir a formação de tecido duro (LEE et al.68, 1993;

HOLLAND et al.47, 1999; TORABINEJAD & CHIVIAN116, 1999, SCHMITT

et al.103, 2001; DUARTE et al.20, 2003) e ação antibacteriana (AL-

NAZHAN & AL-JUDAI3, 2003). Devido a essas propriedades, o MTA

tornou-se um excelente material para ser empregado em: cirurgias

parendodônticas como material retrobturador (TORABINEJAD et al.115,

1997; HOLLAND et al.47, 1999); em regiões de perfuração de furca como

selador das perfurações, visto que toma presa em contato com umidade

não sofrendo interferência dos fluídos do sulco gengival ou do ligamento

periodontal (FORD et al.25, 1995; ARENS & TORABINEJAD6, 1996;

SLUYK et al.112, 1998; SALMAN et al.102, 1999; SCHWARTZ et al.104,

1999; HOLLAND et al.49, 2001; WELDON et al.120, 2002; MAIN et al.74,

2004); em casos de apicificação (SHABANANG et al., 1999; SCHWARTZ

et al.104, 1999); e até mesmo para capeamento pulpar direto (FORD et

al.26, 1996; HOLLAND et al.48, 2001; FARACO JUNIOR & HOLLAND23,

2001). A maior característica deste material é a sua alta

biocompatibilidade (HOLLAND et al.49, 2001; PISTORIUS et al.94, 2003;

BALTO8, 2004, YALTIRIK et al.121, 2004), permitindo o crescimento de

osteoblastos em contato com o material, produção de osteocalcina e

interleucinas (KOH et al.65, 1997; KOH et al.66, 1998; MITCHELL et al.82,

1998; MORETTON et al.84, 2000; ZHU et al.125, 2000; SAIDON et al.101,

2003) e de cemento (TORABINEJAD et al.115, 1997; SCHWARTZ et al.104,

1999), sugerindo uma possível regeneração dos tecidos do ligamento na

ausência de infecção (REGAN et al.97, 2002). A aplicação do MTA em

todos os dentes seguiu o protocolo clínico estabelecido por Torabinejad &

Chivian116 (1999).

Acima do MTA optou-se pelo fechamento das cavidades com

cimento de ionônero de vidro. A utilização deste material, além de selar as

cavidades, visa proteger o deslocamento do MTA nas primeiras 24 horas

que segundo Sluyk et al.112 (1998) a maior resistência somente é obtida

após um período de 72 horas.

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142

Quanto aos períodos de observações de trinta e sessenta dias,

levou-se em conta os períodos iniciais dos processos cicatriciais e do

tempo de ação dos materiais matrizes utilizados.

Para permitir a análise microscópica por luz, optou-se pela

descalcificação dos espécimes com solução de ácido Plank que segundo

Monteiro83 (2004) acelera o processo de descalcificação mantendo a

integridade das estruturas celulares.

Como coloração utilizou-se o tricrômico de Masson, pela afinidade

química deste corante pelos tecidos mineralizados e o

hematoxilina/eosina, pela sua afinidade por tecido conjuntivo. Estes

corantes também foram utilizados por Bramante & Berbet11 (1987) em

estudo semelhante.

6.2 Dos resultados No Grupo hidróxido de cálcio independentemente do período,

observou-se em todos os espécimes, infiltrado inflamatório com grande

congestão vascular. Estes resultados estão em concordância com os de

outros pesquisadores que aconselharam o não extravasamento do

hidróxido de cálcio no ligamento periodontal até mesmo em tratamento de

apicificação (HOLLAND et al.45, 1980; MACKIE et al.75, 1998), mas,

discordam dos resultados obtidos por Binnie & Rowe10 (1973) que

relataram que mesmo quando o hidróxido de cálcio, em casos de

apicificação, extravasava para o ligamento periodontal ocorria mínima

resposta inflamatória.

Resposta inflamatória extensa e presença de reabsorção radicular

também foram notada por Holland et al.45 (1980), após noventa dias do

tratamento de apicificação. Os autores verificaram presença de

reabsorção óssea e de cemento onde o hidróxido de cálcio extravasou

para o ligamento periodontal. A reabsorção radicular também foi relatada

por Tronstad et al.117 (1981), que observaram em seus estudos áreas de

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reabsorção e regiões de dentina exposta em dentes onde o pH eleva-se

demasiadamente após o preenchimento com hidróxido de cálcio. No

presente estudo também observou-se a presença de reabsorções

radiculares após sessenta dias do preenchimento das perfurações com

hidróxido de cálcio, entretanto podem ser resultantes do trauma mecânico

da perfuração.

ElDeeb et al.21 (1982) também verificaram que o hidróxido de

cálcio, no tratamento de perfurações de furcas, gerou reabsorção de osso,

cemento, dentina e intenso infiltrado inflamatório. Segundo os autores, o

hidróxido de cálcio não age como um bom material para o selamento das

perfurações. Himel et al.43 (1985) também relataram falha na tentativa do

fechamento de perfurações de furcas utilizando o hidróxido de cálcio,

resultando em intenso processo inflamatório crônico no local da

perfuração e presença de osso necrótico em casos onde o defeito da

perfuração da furca acometeu o osso subjacente, causada pela toxicidade

deste material ao tecido ósseo, proveniente do elevado pH. Estas

características também foram observadas neste trabalho. Já Bramante &

Berbet11 (1987), comparando tratamento de perfurações de furcas

tratadas com hidróxido de cálcio, hidróxido de cálcio com iodofórmio e

óxido de zinco, observaram que o hidróxido de cálcio apresentava os

melhores resultados, mas, mesmo assim, o hidróxido de cálcio gerava

necrose local.

Vários autores evidenciam as desvantagens da utilização do

hidróxido de cálcio nas perfurações radiculares, sejam elas por motivo de

respostas biológicas desfavoráveis, como descrito acima, ou por falhas no

selamento marginal (IMURA et al.56, 1998). Segundo Holland et al.45

(1980), a presença de detritos e coágulo sanguíneo podem provocar

alterações no hidróxido de cálcio gerando resultados desfavoráveis. Já

nos casos em que o hidróxido de cálcio entra em contato com o tecido

pulpar, ocorre a deposição de cristais de apatita e uma rede extracelular

de fibronectina (HOLLAND et al.49, 2001). No presente estudo também

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observou-se rede de fibrina na região próxima a perfuração dos dentes

tratados com hidróxido de cálcio. Segundo Holland et al.49 (2001) a

presença da rede de fibrina e dos cristais de apatita são essenciais para

permitir a adesão celular e diferenciação dos odontoblastos no tecido

pulpar e cementoblastos no ligamento periodontal.

Quanto à proteína derivada do órgão do esmalte, embora não

existam relatos da utilização do Emdogain em perfurações de furcas, sua

aceitabilidade biológica já está bem comprovada e seu potencial

regenerativo é excelente até em casos de capeamentos pulpares diretos

(NAKAMURA et al.85, 2001; IGARASHI et al.54, 2003; ISHIZAKI et al.57,

2003).

A proteína amelogenina, presente no Emdogain, constitui cerca de

90% da matriz do esmalte e é responsável pela formação de cemento.

Segundo Hammarström34 (1997), em humanos, a amelogenina está

presente em áreas de cementogênese e induz a formação de um tecido

semelhante ao cemento. Segundo este autor, a amelogenina é depositada

sobre a dentina estimulando a deposição de cemento sobre esta

superfície. Afirmam ainda que a formação do cemento acelular ocorre

quando as células do folículo dental são expostas às proteínas do órgão

do esmalte, sejam elas de origem endógena ou exógena.

Segundo Araújo & Lindhe5 (1998), o Emdogain® têm a capacidade

de induzir a formação de novo osso, cemento e ligamento periodontal, em

regiões em que foram criados intencionalmente defeitos periodontais de

furca grau III. No presente estudo verificou-se que nos grupos tratados

com Emdogain® (período de trinta e sessenta dias) houve indícios de

neoformação óssea, com a presença de ilhotas de novo osso formado e

grande quantidade de osteoblastos jovens e volumosos. Ficou evidente,

tanto histologicamente quanto pela análise estatística, que havia maior

quantidade de osso neoformado após sessenta dias do que após trinta

dias. Em nenhum espécime conseguiu-se determinar se houve a

completa neoformação da crista óssea, pois o período necessário para

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esta confirmação seria de quatro meses (ARAÚJO & LINDHE5, 1998).

Também se observou a grande quantidade de fibroblastos jovens e

volumosos, indicando a capacidade de estimulação da síntese do

colágeno pelo Emdogain. Esta atividade também foi comprovada por

Haase & Bartold32, 2001, onde comprovaram a capacidade do Emdogaim

em modular significantemente a síntese de matriz colágena nos eventos

iniciais dos processos reparativos, estimulando a produção do colágeno,

intensificando a proliferação de fibrobalstos e estimulando a

mineralização. Segundo estes autores, o EMD cria um ambiente

apropriado a proliferação celular, diferenciação e síntese de matriz. Esta

matriz intensifica a síntese proteoglicanas, sendo responsáveis pelo

recrutamento e indução da proliferação e organização da estrutura

tecidual, fato essencial na cicatrização dos processos regenerativos do

periodonto. Esta característica tornou-se evidente histologicamente, pois

mesmo no grupo com período de avaliação de trinta dias o defeito ósseo

causado pela broca estava preenchido por tecido conjuntivo com grande

quantidade de fibroblastos jovens e volumosos. Já no grupo em que foi

empregado o hidróxido de cálcio não foi observada esta característica.

A biocompatibilidade do Emdogain® com os tecidos do ligamento

periodontal foi comprovada principalmente por Zetterström et al.124 (1997),

que observaram que este material apresentava um potencial imunogênico

extremamente baixo. Independente do período avaliado, no presente

estudo a resposta inflamatória ao Emdogain® foi a menos intensa de

todos os grupos, embora estatisticamente só houve diferença com os

outros grupos após sessenta dias. A presença de células gigantes

observadas no grupo com trinta dias foi devido aos fragmentos de dentina

e osso que estavam no interior do defeito ou no espaço do ligamento

periodontal, possivelmente provenientes do ato da perfuração.

A presença acidental de MTA no interior do defeito provocado levou

a deposição de osso sobre este material. Conseguiu-se observar em um

espécime a presença deste material no interior do defeito criado, pelo seu

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aspecto birrefringente, como o observado por Holland et al.50 (2001).

Vários autores relatam a capacidade de adesão de osteoblastos ao MTA

(KOH et al.65, 1997; KOH et al.66, 1998, ZHU et al.125, 2000), capacidade

osteocondutiva (MORETTON et al.84, 2000), e de cicatrização óssea

(SCHWARTZ et al.104, 1999).

Quanto ao emprego do plasma rico em plaquetas, apesar de sua

comprovada ação na estimulação dos estágios iniciais dos processos

reparativos dos tecidos moles e duros (LYNCH et al.73, 1991;

PETRUNGARO93, 2001), não se verificou trabalhos deste material em

perfurações de furca.

Neste estudo observou-se grande quantidade de tecido conjuntivo

frouxo com muitos vasos sangüíneos nos defeitos em que o PRP foi

utilizado. Este fato pode ser justificado devido a capacidade de

estimulação, dos fatores de crescimento presentes no PRP, em

intensificar a síntese de colágeno pelas células do ligamento (MATSUDA

et al.78, 1992), na mitogênese das células do ligamento (OATES et al.90,

1993) e no aumento da proliferação e da diferenciação celular (ZAMAN et

al.123, 1999).

Observaram-se indícios de neoformação óssea em ambos os

períodos de observação (trinta e sessenta dias), sendo mais evidente

para o período de sessenta dias. Esta capacidade de promover a

reparação óssea também foi encontrada por vários pesquisadores (CHO

et al.15, 1995; HOWELL et al.52, 1997; MARX et al.76, 1998). Embora sem

diferença estatística entre os grupos PRP e EMD, no período de sessenta

dias, histologicamente, o osso neoformado do grupo PRP apresentou-se

mais organizado; este fato pode ser sustentado por Kovacs et al.67 (2003)

e Mazor et al.80 (2004).

Também observou-se através da análise histológica que a

utilização do plasma rico em plaquetas foi melhor do que o emprego de

hidróxido de cálcio. Estes achados concordam com o trabalho de Kim et

al.64, 2001, que observaram em seus estudos sobre o fechamento de

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perfurações apicais, que os dentes tratados com hidróxido de cálcio mais

fatores de crescimentos presentes no PRP apresentavam resultados

melhores do que o não emprego de nenhum material ou na utilização

somente de hidróxido de cálcio.

Apesar de não existir diferença estatística quanto à intensidade do

infiltrado inflamatório entre o três grupos no período de trinta dias,

histologicamente encontrou-se maior intensidade no grupo hidróxido de

cálcio, seguido pelos grupos PRP e EMD. No período de sessenta dias a

intensidade do infiltrado foi evidente e maior estatisticamente no grupo do

hidróxido de cálcio do que nos grupos PRP e EMD.

Os resultados obtidos nesta pesquisa mostram que a proteína

derivada do órgão do esmalte é um material alternativo para resolução

dos casos de perfurações radiculares e de furca. Entretanto, devem-se

realizar estudos, principalmente com períodos maiores de observação,

para afirmar se este material é capaz de induzir a regeneração dos

tecidos envolvidos na perfuração dentária.

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7 CONCLUSÕES

a) Quanto a reparação óssea, o grupo tratado com Ca(OH)2

apresentou os piores resultados nos dois períodos de observação e

os grupos EMD e PRP foram semelhantes aos trinta e sessenta

dias, apresentando melhores resultados aos sessenta dias.

b) Quanto ao infiltrado inflamatório o grupo tratado com Ca(OH)2

apresentou os piores resultados nos dois períodos avaliados,

sendo diferente do PRP apenas aos sessenta dias e diferente do

EMD, que apresentou melhores resultados aos trinta e sessenta

dias.

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Anexo A - Parecer do Comitê de Bioética

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MATUDA, F.S. Evaluation of periodontal tissue reparation capacity after of furcation teeth perforation in dogs, using platelet rich plasma, enamel matrix derivative and calcium hydroxide. 2005. 169

f. Tese (Doutorado em Odontologia Restauradora, Especialidade em

Dentística) - Faculdade de Odontologia de São José dos Campos,

Universidade Estadual Paulista, São José dos Campos, 2005.

ABSTRACT

The objective of this study was to evaluate the tissues’s reparation capacity after

furcation perforation in beagle dog’s, using calcium hydroxide Ca(OH)2, platelet

rich plasma (PRP) and enamel derivative protein (EMD). Were utilized 48 teeth

third and fourth, upper and lower premolars. The teeth were isolated, than were

performed the endodontic treatment and the furcation’s perforation at the central

area. The evaluation was performed after 30 and 60 days. Post-mortem, the

teeth and the bone surrounding were removed and submitted to the histological

analysis, after Plank acid solution descalcified and stainig with H.E and Masson’s

tricromy. To evaluate the inflamatory infiltrate intensity, bone reparation and the

root resorption were utilized non- parametric statistical analysis, Kruskal-Wallis,

permutation test and Dunn’s test (5%). Were conclued that EMD and PRP groups

presented better results than Ca(OH)2 group, regardlless the periods. Regard the

inflamatory infiltrate intensity were noted some statistical diference in the period

60 days, with EMD and PRP groups better than Ca(OH)2 group.

KEYORDS: Perforation; endodontic; blood platelets plasma; dental enamel

proteins; animal; in vitro; calcium hydroxide.

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169

Autorizo a reprodução xerográfica deste trabalho

São José dos Campos, 28 de julho de 2005

Nome e assinatura

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