exército e a armada acclamam republica · 2020. 2. 11. · tro, de nenhum directorio. livres...

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.Xl A N N O DOMINGO, 25 DE JTJKTIÍO DS 1911 N* 520 ÍEMANARÍO REPUBLICANO RADICAL Assigaaftura tÁooo réis: semestre, ioo reis. Pagamento adeantado. n iôra: £■ :\ono. 1S200: semestre, 6 oq; avuiso. 20 reis. para o B.razii: Anno. 2S000 reis imoeua rorte». D lR SCTOR-PROPBlETfiRlO — José Augusto Saloio M O . ADMÍMSTRACÃO E TYPOGRAPHIA $ (C’«íissp©slcã# e im pressão) í: RUA CANDiDO DOS HEIS — 136, í , ALUEGALLKGA yj Pubilca^ôes jl Annuncios— i.» pubiicação. 40 réis a linha» nas seguintes, A 2.0 réis. Annuncios na 4.» pagina, contracto especial. Os. auto- ^ graphos náo s© restituem quer sejam ou não publicadas.. EDITOR —’-José Cypriano Salgado Junior P R O C L A M A C Á O 1 f f i P M I C i P O R T U G U E Z A -------------------- 3* -------------------- 0 povo, 0 exército e a armada acclamam a Republica com delirio Està, {tnalmeníe, procíamaòa a, Hepublica Portuguesa, escolhida a sua bantkira, consagrado o seu Ivtjmno. © govêrno, que então era um Megaào òa Revolução, e r agora um òelegaòo 'òo pat£. À Republica entrou na sna noTmatiòai)e. Mão houve boatos, caíumnxas, iníâmias, nai)a, em- íim, que os mastins a soldo dos roupetas não inventassem para impedir qne se real is assem e confirmassem as aspirações que o nobre e heróica povo portuguez ha tantos annos. almejava. Q (ha de segunda feira foi gran- de e encantador. A Hcpublica està consolidada e e. bella e generosa- Sue todos, como um sò, saibamos tornar esta patria de heróis, numa patria. rica e livre. ¥ i v a 0 nosso sempre querido Portugal! \ iva. a nossa quertd a l e - 19 de Junho Fazemos votos sinceros, na companhia de todos os bons portuguezes, por que seja este dia o primeiro ciarão da alvorada revolu- cionaria de 4 doutubro. Tivemos até agora os raios vermelhos da aurora de sangue, qu.e expulsou a monarquia e baniu de Por- tugal o jesuitismo; segui- ram-se-lhes os raios ama- rdlos da Dictadura, com que o Govêrno Provisorio assegurou a ordem:, man- teve a divisão de trabalho social e pretendeu, com a melhor boa vontade, re- formar os serviços públicos e criar um novo. typo d is - tado. Venham agora,, já com 0 sol mais alto, os raios brancos da vida normal, os que verdadeiramente a]lu- raiam, os que realmente aquecem, os que positiva- mente deslumbram com a civilisação- no apogeu, cora Portugal livre!" Dia de íesta, evidente- mente, porque abre unia nova era legal, toda cheia de paz, desperança e de fé! Dia porém, de graves jesponsabilidades, porque inaugura o periodo cons- tniclivo. da nacionalidade, t)Ue tem de se sobrepor e d enobrecer ao período- de- molidor da phase revolu- cionária. Certos, estamos de. que 08 novos deputados com- P^hendem os. altos deve- res que lhe incumbem do simples facto de o serem em Côrtes Constituintes— isto é, de paz, sobre um período d’apaixonadas e sanguinárias contendas,'; de ordem, após a desorgani- sação falai a todas as re- voluções; de reforma, isto é, de fundição de um novo molde ou de refundição do velho,, para que nelle cai- ba á vontade, e á vontade, se possa desenvolver a j.o,- ven Republica portugueza. Nestas c ir c um-s ta ncias inútil é appellar á sua com- petencia, ao seu patriotis- mo e ao seu, desinteresse para que tudo sacrifiquem, ao desejo alto de bem ser- vir a patria,.isto é, de a col- .locar em, tais condições or- gânicas, políticas e jurídi- cas, que fique preparada a manter-se e a elevar-se. As condições orgânicas devem assegurar-lhe a vitalidade da raça, criar-lhe e-desen- volver-lhe a consciea-cia na- cional, para que o, Estado viva sem favor alheio e prospére como um ser in- dependente. As condições politicas tem que manter-lhe e asse- gurar-lhe o equilíbrio entre todos os orgãos— indivi- duos,. associações e conce- lhos —■*libertando-os d,a,s peias, tradicionais do pro- videocialismo religioso e do providencialismo politi- co. As condições jurídicas hão de garantir a todos a liberdade,, a igualdade e a justiça de tal modo que to- dos sejam iguais ante a lei, a lei se applique a todos, até ao proprio legislativo, e a ninguém seja dado uzar de privilegio ou de força para violar a justiça ou so- brepor-se ao, Direito. Preciso é que se tornem effectivas, sem nenhum so- fisma de nenhuma espécie, as normas de Liberdade, igualdade e Fraternidade, que herdámos de 1679, Ne- cessário é que não deshon- rêmos o. pátrio iemma de Ordem e Trabalho, que a-, dop t ámo s consc ienteme n- te á face da Europa, com- prehendida pela nossa re- volução moral. E’ urgente- ;qu.e não sepultemos a Re- publica nos escombros, do. Personalismo, erguendo a nossa pessoinha acima de- tudo,, ou criando leis espe- ciais para servir um homem ou para defender ura par- tido, inventando falsas con- veniencias do Estado ou sofismando o espirito- da própria Lei, Recordem-se os deputa- dos de que são-, os repre- sentantes do po.vo,. que é o verdadeiro senhor dos se- us destinos no regimen, de- mocrático, firmado com o seu sangue, jurado com a sua palavra, á face da C iv i- lisação. Como tais, como arvo- rados do povo na defeza da Patria e da Lei, não sois mandatários de nenhum cacique, de nenhum minis- tro, de nenhum directorio. Livres estais, é certo, por- que. ninguém vos impôz um, mandato imperativo. Mas não tendes liberdade senão dentro da lei, para o íim exclusivo de acomodar a nossa raça ás condições do Progresso, de amoldar o. nosso progresso, á evo- lução geral da Vida e de manter esta vida no molde jurídico de Liberdade e I- gualdade que a honre e a; eternise. A solidariedade social que a ferro e a fogo vos coilocou onde estais, facil- mente vos derrubará do. Personalismo,qu.e vos,com- prometer, mal se torne preciso, restabelecer a O r- dem ou libertar o Traba- lho Mais alto nos collocá,- mos para que melhor nos representásseis, graças, á vossa competencia, prova- da por obras ou garantida por promessas. Bem sabemos que não subiram até ahi todos os com pe:tentes. Fa1 1ara nas Constituintes Antonio Cla- ro, Basilio Telles, Cunha e Costa, João Bonança, José Caldas, Sampaio Bruno e outros. Mas não errámos sup- pondo que todos estes es.- tão vivos & são portugue- zes, de lei. Contámos pois — hoje mais que nua ca corn elles, porque mais. do que sempre a Nação,precisa, de elles.. Todas as competencias são necessarias no período grave de construcção o r- gânica e social, que hoje se inaugura. Todas. Não deve haver motivo algum que as desvie do cumprimento immediato do dever patriotico da co- operação no bem commum para que os de dentro não. acusem falta de vigilancia ou.de fiscalisação dos de/tí- ra, para que os governantes, não, justifiquem os seus er- ros com a indifferença dos governados, para que os dirigentes não cubram a sua inépcia- com, a inépcia de quem. os, elegeu. Cumpre-nos pois a to - dos,. á4 imprensa, ás acade- mias,. ao, professorado, a quem tenha uma especiali- dade, urna idéia, acompa- nhar com vigilancia e amor a obra constructiva das Côrtes republicanas, levan- do modestamente uma pe- dra. para o edificio novo e impedindo inergicamente que nenhum, material se estrague ouse colioque fó- ra. do seu, logar. Abaixo pois com vaida- des pessoaes e cubiças de raando ou de. posse. Vida nova. para novo. regimen. Como poréíTiP.Sacrificando no altar da Republica. Praticamente,, positiva- mente. Como?. 1 Preparando o suffra- gio- universal por todas as fórmas. compativ eis com o analfabetismo do povo por- taguez, que herdou, da mo- narquia uma ignorancia crassa, 2 , ' Gen era! isando, re- formando e impondo com, sevéras penalidades o en- sino primário obrigatorio, e tornando «real» o easiaa

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  • .Xl ANNO DOMINGO, 25 DE JTJKTIÍO DS 1911 N* 520

    Í E M A N A R Í O R E P U B L I C A N O R A D I C A L

    AssigaafturatÁooo réis: semestre, ioo reis. Pagamento adeantado.

    n i ô r a : £■: \ o n o . 1S200: semestre, 6 o q ; avuiso. 20 reis.para o B.razii: A nno . 2S000 reis im oeua rorte».

    DlR SCTOR-PROPBlETfiRlO— José Augusto Saloio

    M O . ADMÍ MS TR ACÃ O E TYPOGRAPHIA$ (C’«íissp©slcã# e im p re s s ã o )í:: RUA CA N D iD O DOS HEIS — 136,í , ALUEGALLKGA

    yj Pubilca^ôesj l A n n u n cio s— i.» pubiicação. 40 ré is a linha» nas seguintes,A 2.0 réis. A nnuncios na 4.» pagina, contracto especial. Os. auto- ^ graphos náo s© restituem quer sejam ou não publicadas..

    EDITOR—’-José Cypriano Salgado Jun ior

    P R O C L A M A C Á O 1 f f i P M I C i P O R T U G U E Z A

    -------------------- 3*--------------------0 p o v o , 0 e x é r c i t o e a a r m a d a a c c l a m a m a Republica c o m d e l i r io

    Està, {tnalmeníe, procíamaòa a, Hepublica Portuguesa, escolhida a sua bantkira, consagrado o seu Ivtjmno. © govêrno, que então era um Megaào òa Revolução, er agora um òelegaòo 'òo pat£. À Republica entrou na sna noTmatiòai)e. Mão houve boatos, caíumnxas, iníâmias, nai)a, em- íim, que os mastins a soldo dos roupetas não inventassem para impedir qne se real is assem e confirmassem as aspirações que o nobre e heróica

    povo portuguez ha tantos annos. almejava. Q (ha de segunda feira foi grande e encantador. A Hcpublica està consolidada e e. bella e generosa- Sue todos, como um sò, saibamos tornar esta patria de heróis, numa patria. rica e livre.

    ¥ iv a 0 nosso sempre querido Portugal! \ iva. a nossa quertd a l e -

    19 de JunhoFazemos votos sinceros,

    na companhia de todos os bons portuguezes, por que seja este dia o primeiro ciarão da alvorada revolucionaria de 4 doutubro.

    Tivemos até agora os raios vermelhos da aurora de sangue, qu.e expulsou a monarquia e baniu de Portugal o jesuitismo; seguiram-se-lhes os raios ama- rdlos da Dictadura, com que o Govêrno Provisorio assegurou a ordem:, manteve a divisão de trabalho social e pretendeu, com a melhor boa vontade, reformar os serviços públicos e criar um novo. typo d is tado.

    Venham agora,, já com 0 sol mais alto, os raios brancos da vida normal, os que verdadeiramente a]lura iam, os que realmente aquecem, os que positivamente deslumbram com a civilisação- no apogeu, cora Portugal livre!"

    Dia de íesta, evidentemente, porque abre unia nova era legal, toda cheia de paz, desperança e de fé! Dia porém, de graves jesponsabilidades, porque inaugura o periodo cons- tniclivo. da nacionalidade, t)Ue tem de se sobrepor e d enobrecer ao período- demolidor da phase revolucionária.

    Certos, estamos de. que 08 novos deputados com- P^hendem os. altos deve

    res que lhe incumbem do simples facto de o serem em Côrtes Constituintes— isto é, de paz, sobre um período d’apaixonadas e sanguinárias contendas,'; de ordem, após a desorgani- sação falai a todas as revoluções; de reforma, isto é, de fundição de um novo molde ou de refundição do velho,, para que nelle caiba á vontade, e á vontade, se possa desenvolver a j.o,- ven Republica portugueza.

    Nestas c ir c u m-s t a n c ias inútil é appellar á sua competencia, ao seu patriotismo e ao seu, desinteresse para que tudo sacrifiquem, ao desejo alto de bem servir a patria,.isto é, de a col-

    .locar em, tais condições orgânicas, políticas e jurídicas, que fique preparada a manter-se e a elevar-se. As condições orgânicas devem assegurar-lhe a vitalidade da raça, criar-lhe e-desenvolver-lhe a consciea-cia nacional, para que o, Estado viva sem favor alheio e prospére como um ser independente.

    As condições politicas tem que manter-lhe e assegurar-lhe o equilíbrio entre todos os orgãos— individuos,. associações e concelhos —■* libertando-os d,a,s peias, tradicionais do pro- videocialismo religioso e do providencialismo politico. As condições jurídicas hão de garantir a todos a liberdade,, a igualdade e a justiça de tal modo que todos sejam iguais ante a lei,

    a lei se applique a todos, até ao proprio legislativo, e a ninguém seja dado uzar de privilegio ou de força para violar a justiça ou sobrepor-se ao, Direito.

    Preciso é que se tornem effectivas, sem nenhum sofisma de nenhuma espécie, as normas de Liberdade, igualdade e Fraternidade, que herdámos de 1679, Necessário é que não deshon- rêmos o. pátrio iemma de Ordem e Trabalho, que a-, dop t ámo s c o n sc ie n t eme n- te á face da Europa, com- prehendida pela nossa revolução moral. E’ urgente-

    ;qu.e não sepultemos a Republica nos escombros, do. Personalismo, erguendo a nossa pessoinha acima de- tudo,, ou criando leis especiais para servir um homem ou para defender ura partido, inventando falsas conveniencias do Estado ou sofismando o espirito- da própria Lei,

    Recordem-se os deputados de que são-, os representantes do po.vo,. que é o verdadeiro senhor dos seus destinos no regimen, democrático, firmado com o seu sangue, jurado com a sua palavra, á face da Civilisação.

    Como tais, como arvorados do povo na defeza da Patria e da Lei, não sois mandatários de nenhum cacique, de nenhum ministro, de nenhum directorio. Livres estais, é certo, porque. ninguém vos impôz um, mandato imperativo.

    Mas não tendes liberdade senão dentro da lei, para o íim exclusivo de acomodar a nossa raça ás condições do Progresso, de amoldar o. nosso progresso, á evolução geral da Vida e de manter esta vida no molde jurídico de Liberdade e I- gualdade que a honre e a; eternise.

    A solidariedade social que a ferro e a fogo vos coilocou onde estais, facilmente vos derrubará do. Personalismo,qu.e vos,comprometer, mal se torne preciso, restabelecer a O rdem ou libertar o Trabalho Mais alto nos collocá,- mos para que melhor nos representásseis, graças, á vossa competencia, provada por obras ou garantida por promessas.

    Bem sabemos que não subiram até ahi todos os com pe:tentes. Fa11ara nas Constituintes Antonio Claro, Basilio Telles, Cunha e Costa, João Bonança, José Caldas, Sampaio Bruno e outros.

    Mas não errámos sup- pondo que todos estes es.- tão vivos & são portuguezes, de lei. Contámos pois — hoje mais que nua ca corn elles, porque mais. do que sempre a Nação,precisa, de elles..

    Todas as competencias são necessarias no período grave de construcção o rgânica e social, que hoje se inaugura. Todas.

    Não deve haver motivo algum que as desvie do

    cumprimento immediato do dever patriotico da cooperação no bem commum para que os de dentro não. acusem falta de vigilancia ou.de fiscalisação dos de/tí- ra, p ara que os governantes, não, justifiquem os seus erros com a indifferença dos governados, para que os dirigentes não cubram a sua inépcia- com, a inépcia de quem. os, elegeu.

    Cumpre-nos pois a todos,. á4 imprensa, ás academias,. ao, professorado, a quem tenha uma especialidade, urna idéia, acompanhar com vigilancia e amor a obra constructiva das Côrtes republicanas, levando modestamente uma pedra. para o edificio novo e impedindo inergicamente que nenhum, material se estrague ouse colioque fóra. do seu, logar.

    Abaixo pois com vaidades pessoaes e cubiças de raando ou de. posse. Vida nova. para novo. regimen. Como poréíTiP.Sacrificando no altar da Republica.

    Praticamente,, positivamente.

    Como?.1 Preparando o suffra-

    gio- universal por todas as fórmas. compativ eis com o analfabetismo do povo por- taguez, que herdou, da monarquia uma ignorancia crassa,

    2 , ' Gen era! isando, re- formando e impondo com, sevéras penalidades o ensino primário obrigatorio, e tornando «real» o easiaa

  • O D O M I N G O

    secundário, para acabar com este analfabetismo e transformar o povo, de carneiro em cidadão.

    3 .°— Estudando a fundo, artigo por artigo, todosos números da nova Constituição, para que todos os cidadãos tenham as maxi- rnas garantias no exercício da Liberdade o poder legislativo tenha a maxima m-

    > dependencia e o executivo a maxima responsabilida-

    • de criminal;4 ° — Rever toda a obra

    •dictatorial do Governo Provisorio de tal modo que as forças vivas da Nação, o solo, o clima e a raça, comecem a ser estudadas systematicarnente, para nos darem o maximo rendimento nasminas, na agricultura, na industria e no; commercio, livrando-nos ■do extrangeiro; e de modojj que a direcção dos servi-' cos públicos seja dada a pessoal competente;

    5 °— Emancipando a moral da politica tornando o poder judicial independente e inamovível; libertando a sciencia das peias administrativas e das tricas po-: liticas, tornando as academias independentes do Estado como expressão suprema da mentalidade nacional,

    (D '« 0 Paiz»).

    C O F R E B B P 1 M U , S

    Êotnmeníanos ■& NoticiasA cum ulações

    O iliustre deputado pelo circulo do Setúbal, sr, Jorge Nunes, propoz na pretérita quinta feira na Constituinte que Fosse nomeada uma commissão parlamentar, encarregada de elaborar um pro

    jec to de lei prohibindo a acumulação de empregos. Tem, pois, o sr. Sorge ífanes, © nosso absoluto aplaaso. A acumulação de empregos pagos pelo Estado é

    - uma immoralidade imprópria do regimen que ora nos rege.A «aatilba

    Por carta de Porto Alegre, estado do Pio Grande do Sul (Brazil), recebida na quinta feira pe lo nosso amigo e patricio, sr. Firmino José Rodrigues, sabe-se •que cor-re ali ter a monarquia em Portugal uma restaurarão certa, e andar o paiz de tal fórma em-

    ’ brulhado que as prisões e os fuzilamentos são coisa de todos os dias.

    E ’ assim. A matilha desnacio- nalisada, a soldo do jesuitismo, não deixa d-e Jatir contra nós, lá de longe, o sea envenenado e impotente odio.AcicíeBtes de trabalho

    Na .Constituinte, em sessão de quinta feira, o illustre deputado •e nosso' amigo, sr. dr. Estevam de Vasconcellos, propoz que fosse criada uma commissão permanente de legislação do trabalho. Já rrá ultima camara da monarquia apresentára um projecto de lei sobre acidentes de trabalho, tomando, ao mesmo tempo, o compromisso de o apresentar em todas onde tivesse assento, «fofeaí A lves

    Apresentou-nos no domingo passado o seu cartão de cumprimentos esta nosso coíiég», director de «Eacaudaio Taurino».

    S E L Y A G ISM QSNão vos parece impossível Que num mundo d ’ altruismos.,De famosos humanismês... .E p o r isso uitra sensível,Se toquem os barbarismos?

    Pois tocam-se! E tão sangrinos Que neste globo humanista Apenas ha quem re~ista A o punhal dos assassinos,Com m il sicários d vista!

    A ssim , os humanitarios. . .Mais féros.que as próprias féras, Matam cabras e pantheras,Javardas e dromedários,Carneiros, bois, porcos, mérasl

    Em innúfíieròs animais. . .Da terra como dos mares,Ea^em mortes aos milhares Esses Jéros cannibais.Que os di\em . . . bellos manjares1

    Verdadeiros sanguinários Que uns aos outros se devoram!E porque a fereza adoram,Sempre valetudinarios. ..Nem álém campa medioram!

    Bem hajam áquelles povos Que, cem ve%es mais humanos,Se dr-em «.vegetarianos»E só vivem de renovos,Como alguns americanos!

    N ão matam para viver,Porque matar é tirar O que só Deus póde dar!E matar para comer E de um faminto sem par!

    Ctbdaibn dílciel.

    RUDIMENTOS DE POLÍTICA E DE CIVISMOSer civico: E’ não se eximir aos direitos e deveres

    civis e politicos.Ter civismo é honrarmos-nos perante o extran

    geiro. Exemplos: ser eleitor, ser jurado, ser soldado, consagrar as glorias nacionaes, respeitar os sym bolos da Patria, associar-se para fins pátrio ticos e politicos, etc.— C. A, Fernandes.

    Um v id ® raro c p re ju dicial.Pelos commerciantes da capi

    tal foram importados de diversas fábricas extrangeiras, durante o pretérito mez de maio, charutos picados e cigarros que pagaram só de direitos aduaneiros a baga- tella de 21:967-5995 réis.

    Por aqui se póde avaliar qnan to se gasta com o maldito vicio do fumo, tão nocivo á saudei

    Sport ClubEsteve hontem em festa esta

    florescente associação onde se efectuou uma bella «soirée», ficando logo marcada outra para a próxima quinta feira.

    Agradecemos a gentileza do convite..4 proclam ação da Blepss-

    blâca.O povo d’esta villa, aquelle

    que mais denodadamente mostrou no extincto regimen das rouba iheiras -o seu entranhado amor pela Republica, não esqueceu mánifestar-se, com delirante enthusiasmo, mostrando mais uma vez, ao saber da proclamação oficial da Republica Portugueza, os

    seus sentimentos democráticos. A filarmónica 1.° de Dezembro, depois de ter dado brilho com o sen concurso ao imponentissimo cortejo em Lisbôa, percorreu as ruas d’esta villa tocando a «Por- tugueza» precedida d’uma brilhante marcha «aux flambeanx», ouvindo-se repetidos vivas á Patria, á Republica e á Liberdade. As associações tanto de recreio como de classe embandeiraram e illuminaram as suas fachadas. Os paços do concelho e a Relojoaria Garantida illuminaram as suas fachadas a electricidade, produ zindo magnifico efeito.ÍJaaaa iiaipe-za

    Na noite de terça feira passa da, em Braga, foi assaltada a casa onde se acham instalados o círculo catholico e o grupo Arnaldo Lamas, annexo á mesma associação. Depois de partirem o que ali havia deitaram tudo para o meio da rua.

    Foi uma limpeza.IS e p re s e »

    Representou este municipio nos festejos--da abertura das Constituintes o véreador, nosso amigo Jose Maria de Bastos Panelías.

    A saraaa saegra da batataA França prohibiu, por decre

    to de 1910, a importação de batatas atacadas pela sarna negra (Black Scab).

    Esta doença é ainda desconhecida em França, tendo sido descoberta na Hungria em 1896 e na Inglaterra -em 1902, onde é conhecida pelos nomes de Black Scab ou W art desease.

    Segundo Schilbersky, na Hungria, e Potter, na Inglaterra, esta doença é causada por uma chytridacea, a Chrysophlyctis endobiotica, que provoca a hy-, pertrofia dos tecidos superficiaes e a formação das verrugas características da doença.

    Esta doença causa, segundo mr. L. Mangin, enormes prejui zos em Inglaterra, -tendo se proposto como remedio o banhar os. tubérculos em calda bordeleza fraca, ou durante duas horas em formol a 3 por cento.

    Os esporos contaminam a terra em cultura, sendo indispensável abandonar os terrenos infectados.T r a b a lh a d o r e s r u r a is «Ia

    a rd ia .A associação dos Trabalhado

    res Rurais da Jardia inaugurou hontem a sua bandeira com as côres nacionais.®-reg’»rSo

  • O D O M I N G O

    REPUBLICA PORTUGUEZA---- OSO---- -

    D E C R E T OID A .

    ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUIU juA Assembléia Nacional Constituinte, confirmando

    o acto cie emancipação realizado peio povo e pelas f o r ças militares de terra e m ar, e reunida para definir e exercer a consciente soberania, tendo em vista manter a integridade de Portugal, consolidar a pa~ e a confiança na justiça, e o bem estar e progresso do Povo Portu- gue\— proclama e decreta:

    i.° Fica para sempre abolida a monarquia e banida a dynastia de Bragança.

    2.0 A jó rm a de Govêrno de Portugal é a de Republica Democrática.

    3 ° São declarados beneméritos da Patria todos a- quelles que para depor a monarquia heroicamente combateram até conquistar a victoria, consagrando-se para todo o sempre, com piedoso reconhecimento, a memória dos que morreram na. mesma gloriosa emprega.

    “ A V icío ría ,.Assim sr intitula um novo se-

    manario republicano radical que no domingo passado começou a publicar-se na briosa villa da Moita, e qne muito nos honrou com a sua visita. Apresenta-se muito bem feito, sem paixões pessoais de quem quer que seja e pronto, sem arrefecimentos, a -castigar os que erram. E ’ o que se deduz do seu número de apresentação e o que se deve esperar das verduras dos seus colla- h oradores.

    Agradecendo, fazemos votos para que com honra e independência viva e progrida, pois muito póde vir a dar aindu á terra onde nasceu.

    Mais se sen acto tle í»o;a fé!...— Ks.|>licaçôes ísmUís - jjeasaveSs.Depois das scenas edificantes

    exhibidas n'esta comédia-dramá, de que é auctor o senhor Antonio Luiz Ramos, com sur

    o produeto de- cacos, que espero de ser embolsado.

    Vou proseguir, pois, no desenvolvimento da minha árdua ta refa: Como dizia no número antecedente. procedeu-se a inven tario por obito de meu pai e no mesmo foi deseripta, cotrio divida passiva e approvada, a pensão vitalícia a favor dc D. Emilia Ritta de Jesus Caliado.

    Para caucionar a alludida pen são foi deduzida do monte com mum do casal, a quantia de réis 973j5>300, capital este, que foi calculado para, a juro de 5 dar a quantia: sufficiente . d’esta pensão, que é annualmente de reis 48$fooO.

    No mappa respectivo da par tilha procedeu-se á divisão da dita verba, a qual ficou consignada e partilhada, para ser recebida pelos herdeiros ou seus successores, por fallecimento da pensionista. Eis a lista dos nomes e quantias das pobres victimas que a partilharam, ficando assim distribuída: a Fernando

    preza deparei com outra não I dos Santos Caliado, 2 1 6 í>289 ré- menos edificante, no pretérito j is, como legatario de parte da

    terça e mais 108*5144 réis no seudomingo, 18 do corrente: Um papel de «côr verde», que foi distribuído profusamente por esta villa, no qual se annunciava 11111 leilão qne se devia effectuar n esse dia, ás 12 horas da manhã, no Largo da Calçada, 3 , d esta villa, constando de utensílios de adêga, toneis, prensa, maquina de distillação. etc.

    Qual será o fim visado pelo leiloeiro? Provavelmente o de embolsar os crédores familiares dos seus créditos, na importancia de réis 865$156. com o pro- dueto dos cacos manhosos postos agora em aimoeda, cacos qne ne-

    no Compos Valente e de Eulalia Gregorio Valente; Alzira Emilia da Silva e Antonio Manuel da Silva, filhos de Manuel Amancio da Silva e de Emilia Augusta da Silva; Henrique Paschoal, filho de José Paschoal e de Thereza de Jesus Branco; Silvino Moreira da Silva, filho illegitimo de José Moreira da Silva Junior e de Gertrudes Maria. Dia 14, José Constantino Mathias Junior e Mariã Palmyra Mathias, filhos illegitimos de Palmyra Maria. Dia 15, Emilia dos Santos, filha de Manuel Simplicio e de Mariana dos Santos. Dia 16, Bemvin- da de Jesus, filha illegitima de Anna Maria. Dia 17, Antonio Maria da Silva, filho de Custodio Maria da Silva e de Maria Candida da Silva; Custodia Azevedo Tavares, filha de João Ca simiro Tavares e de Maria José d’Azevedo.

    quinhão; ao senhor Antonio Vicente Nunes Marques, H)8;>l-l-l. tambem como legatario da terça; a I). Guilhermina dos Santos Caliado, 108$ 144; a D. Balbina dos Santos Caliado, 108$144; aD. Anna dos Santos Caliado, 108/5144 e ao senhor Francisco dos Santos Caliado, 108)5147, o que prefaz 865$156 réis, que junto á quantia de 108í| 144, da co-berdeira D. Maria Antonia dos Santos Caliado, esposa do senhor Antonio Luiz Ramos, monta á linda cifra de 973^300 réis, moeda corrente n’esta flo-

    nhutn outro crédor os quiz apro ■ resoente Republicaveitar, deviuo á sua msignifican- cia, e ao péssimo estado de deterioração em que se encontram.

    Até onde chegará tanto enre- nho?!

    Seria muito aceeitavel e até louvável se esse leilao se tivesse efiectuado, quando o leiloeiro en tao potsuia ute.nsilios de valor, tais como. toneis bons e grandes de madeiras de vinhático, de cai valho, de castanho, balseiros, tinas, etc., etc.

    Infelizmente nao jjuccedeu assim, pois que, foi tudo vendido com uma

    Esta quantia ficou arrecadada na Caixa Geral de Depósitos, para em occasião opportuna, se lhe dar a devida e segura aollo- caçào.

    F . S. Calhado.(Cont:nú.i).

    semcenmorna ponco vulgar em tais condições, e dispensado o tal annuncio prévio em papel de «côr verde».

    A «côr» do papel significa es-, perança, mas decerto não é com Valente, filha de Alvaro Zeferi-

    ___REGISTO CIVIL

    X ase in t e s to s . — Dia 12,Maria Ritta Marques, filha de José Gervasio Marques e de Carolina Julia Repas Marques. Dia13, Fernando Augusto da Silva, filho de João da Silva e de Maria Augusta Fernandes; Maria Marques e Manuel' Marques, filhos deJVlannel José Marques Ju nior e de Julia Maria; Ophelia

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    Hoj?, do meio dia á uma da tarde, será arrematada a quem mais der, a casa de i.° andar sita na praça -\gricola, n.° 10, d’esta vilia. A arrematação effe- ctuar-se-ha na mesma casa.

    BIBLIO THECAESB2 ÍS52 (psi P P 3 r a a ES! ^ *àsck ase «se sa

    inado, pertencente ao casal do fallecido Antonio Gomes Ferreira, morador que foi no logar da Barra Cheia, freguezia de Alhos Vedros, desta mesma comarca, o qual vae á praça em virtude de deliberação do conselho de familia e accordo dos interessados, para pagamento das custas e sellos em divida a este Juizo nos respectivos autos de inventario de menores, c é o seguinte:

    Uma propriedade rústica, formada por terras de semeadura, vinha e arvores de frueto, casas de habitação e dois bocados de pinhal, sita no sito da .Barra Cheia, freguezia de S. Lourenço de Alhos Vedros, foreira em 4'.g55 réis annuaes e 3 gallinha*, ou 400 reis por cada uma, aD. Antonio de Ca-tro Pinto Sanches de Chatillon, de Lisbôa.

    Para os devidos effeitos se declara que as despezas da praça e a respectiva contribuição de registo serão á custa do arrematante, e para eiia, pelo presente, são citados quaesquer crédores incetos, afim de deduzirem os seus direitos, querendo.

    Aldegallega, i 5 de Junho de 1911.V e rifiq u e i a exactidão

    O JU IZ D E D IR E IT O

    Antonio Jorge M a rça l

    O E S C R IV Á O

    Pedro José Bandeira.

    Âlutrjafana SÂM I 0SJosé Julio dos Santos

    pai ticipa a todos os seus amigos e freguezes que mudou o seu estabelecimento da rua da Cruz para a rua Theophilo Braga (antiga rua do Conde), n.° 22-A, i.° andar, recanto.

    Desde já agradece a todos que o procurarem.

    ANNUNCIO

    Í A E C A P S ALDEGALLEGA DD l l u . í T E J O

    (S3.a

    No dia 9 de Junho proximo, pelas 11 horas da manhã e ás portas do T ribunal Judicial desta comarca, se ha de arrematar, e entregar a quem maior lanço offerecer sobre a respectiva avaliação,0 predio abaixo mencionado, pertencente aos executados José Marques Mi- quelíno, o «Ferrugento», e muiher, da villa da Moita, e penhorada nos autos de acção executiva por fóros que contra os mesmos move Dona Germana Eliza Carvalho da Silva, solteira, maior, proprieta- ria, rezidente em Lisbôa, e é o seguinte:

    A raiz dum praso, que se compõe de: Casas de habitação, terras de semeadura, vinha, figueiras e pinhal, tudo situado no sito do Pinhal da Malhada ou Alto da Malhada, freguezia da Boa Viagem, do Concelho da Moita, praso este de que é senhoria directa a dita exequente. a quem paga o fôro de1 i$ooo réis annuaes, com laudémio de vintena, e foi avaliado na quantia de 799$ooo réis.

    Pelo presente são citados quaisquer crédores incertos, para comparecerem, querendo, no acto da praça, a deduzirem os seus direitos.

    Aldegallega, 8 de junho de 1911.V e rifiq u e i a exactidão:

    O JUIZ DE DIREITO,

    A. Marçal.

    O E S C R IV Á O ,

    Pedro José Bandeira.

    LUZ E L E U T R W Ã" 1 -A.

    G . G O N Z A L E Z & G .Esta casa é a que actualmente, nesta terra h z ins

    tallações mais baratas, mais perfeitas e de mais fácil comprehensão para o freguez acudir a qualquer irregularidade que porventura possa acontecer na luz, O material empregado é de superior qualidade como se póde prosar pelo avantajado número de installações já feitas. N’este estabelecimento está sempre em exposição todo o material para que o público o possa examinar.

    Péde-se a fineza de não fazerem installações sem que primeiro vêjam os orçamentos desta casa.

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