exposição e método dialético em o capital - marcos lutz müller

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0 caminho a"ui proposto é antes um atalhoB ele mantém na lembrança, como uma espécie de bastidor, os avatares dessa história da atuação do conceito da dialética, para abordar com mais justiça o intrincado problema da incorporação por +ar da dialética como método de eposiçãocr8tica dos resultados de uma ci$ncia social emergente, a economia* .uais os aspectos da dialéticahegeliana da 1i$ncia da ?ógica "ue foram paradigm!ticos para o projeto mariano de

transformação materialista da dialética na reconstrução sistem!tica e cr8tica da economia pol8tica burguesa, apresentada n/O Capital C)-* .uais as transformações "ue o caroço racionalD da dialéticahegeliana sofre na tentativa mariana de desvincul!#la dos pressupostos idealistas da metaf8sica doconceito da 1i$ncia da ?ógica e de vir!#la materialistamente ao avesso, tornando#a, assim invertida,numa fonte de inteligibilidade das estruturas econ=micas da sociedade capitalistaC .ual aimportância do conceito hegeliano de eposiçãoD para o método d/0 1apital e "ual o sentido daretomada deste conceito numa dialética "ue se "uer materialistaC

As duas primeiras "uestões serão abordadas na medida em "ue elas incidem sobre este elementoconstitutivo ou dimensão do método dialético designada pelo conceito de eposiçãoD* Per4uta-seo 9ue é a dialética e9uato método de exposição d<O CapitalF%G&. * a=orda4em restrita a este

aspecto' se isere cotudo o 9uadro mais amplo de uma tetati6a de aalisar' a partir de umcofroto etre certas caracter+sticas metodol84icas 4lo=ais da Ci#cia da L84ica e d´O

Capital ' 9uatro caracter+sticas ou' mel5or' dimes7es pricipais do método dialético d<OCapital ' 9ue poderiam ser cocisamete desi4adas pelos coceitos deH exposição'procedimeto pro4ressi6o-re4ressi6o' cotradição e cr+tica. O método d<O Capital secaracterizaria por ser uma exposição cr+tica' pro4ressi6o-re4ressi6a das cotradiç7es docapital a partir de sua cotradição fudametal.

*****

Dialética si4iIca n'O Capital  primeiramete e' tam=ém' predomiatemete' o:métodoJmodo de exposição; cr+tica%2& das cate4orias da ecoomia pol+tica' o método de:dese6ol6imeto do coceito de capital;%1& a partir do 6alor' presete a mercadoria'e9uato ela é a cate4oria elemetar da produção capitalista 9ue cotém o :4erme; dascate4orias mais complexas. O coceito fudametal' a9ui' para o Marx cr+tico da ecoomiapol+tica' é o de :exposição;' :método de exposição;' 9ue desi4a o modo como o o=>eto'suIcietemete apreedido e aalisado' se desdo=ra em suas articulaç7es pr8prias e como opesameto as dese6ol6e em suas determiaç7es coceituais correspodetes' or4aizadoum discurso met8dico.

%posiçãoD é, também, um conceito central da dialética especulativa de :egel* A 1iência da

 Lógica se apresenta como a eposição sistem!tica das categorias do pensamento puro en"uantoformas de concepção da realidade, com o intuito de fundar o próprio conceito de ci$ncia filosófica-e de método&E-* %la pretende, assim, justificar o seu >nico pressuposto, o de "ue a razão,especificamente, o conceito en"uanto idéia, tem em si a força infinita de sua auto#realização&&-* 0conceito de eposiçãoD na Ciência da Lógica est!, assim, vinculado intimamente a um projeto deautofundação da razão e do próprio método, en"uanto este nada mais é do "ue a forma doautomovimento do conte>do en"uanto ela tem consci$ncia de si&3-* Fialética designa, a"ui,genericamente, a eposição do movimento lógico do conte>do da coisa concebida, 7acheD-en"uanto é este movimento "ue preside ao desdobramento das determinações do conte>do e seconstitui, desta maneira, como o seu método* % o próprio :egel "uem d! ao conceito deeposiçãoD a conotação metaf8sica da eplicatio FeiD para acentuar o aspecto simultaneamente

subjetivo e objetivo da eposição&G-* +ais especificamente, a dialética designa o princ8pio motordo conceitoD&;-, o princ8pio do movimento "ue preside à eposição das determinações, "ue se produzem a partir do universal e nele se dissolvem* %stritamente falando, apenas o segundo dos tr$s

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momentos em "ue se articula, conforme a Enciclopédia, a dimensão lógica, o momento negativo#racional é "ualificado de dialético&(-*

0 conceito de método de eposiçãoD em +ar guardar! não só reminisc$ncias do conceitohegeliano de eposição, mas um dos seus elementos essenciais* .uando +ar, em &H(I, se lança às

 primeiras tentativas de uma cr8tica sistem!tica da economia pol8tica, "ue vão resultar nos

Jrundrisse, e se põe a "uestão de como organizar sistematicamente os resultados de suasinvestigações cr8ticas dos teoremas e das categorias da economia pol8tica burguesa, ele recorreeplicitamente ao conceito hegeliano de dialética en"uanto método de eposição&)-* * dialéticae9uato método caracteriza um procedimeto 9ue pretede expor costruti6amete o:dese6ol6imeto coceitual do capital;%K' & e9uato :capital em 4eral; %K' /0G&' o:capital e9uato tal' isto é' o capital social total; %K' //& a partir de sua :forma elemetar;%N' !' 1&' a mercadoria %e9uato o=>eto imediato da circulação e forma ecomica dosprodutos do tra=al5o 5umao&' e das determiaç7es pro4ressi6as das formas de maifestaçãodo 6alor' presete a mercadoriaH forma-6alor simples' forma-6alor total' forma-6alorui6ersal' di5eiro em suas determiaç7es fudametais. Ela reproduz' assim' idealmete' omo6imeto sistemAtico %l84ico& atra6és do 9ual o capital se costitui a9uilo 9ue é'

auto6alorização do 6alor. +as en"uanto na 1i$ncia da ?ógica a eposição das determinações progressivas do pensamento puro, en"uanto conceito, é simultaneamente o processo de suaautodeterminação e de sua auto#realização, até ele emergir como sujeito >ltimo e atividade puraidéia- "ue perpassa todo o processo como o seu método K?, LL, ;H; e ;H)-, n/0 1apital, "uetematiza uma relação social inserida na materialidade da produção, a eposição en"uanto métodonão é ela mesma, simultaneamente, nem o processo de constituição histórica dessa relação, nem o

 processo de sua reprodução en"uanto sistema de produção capitalista* 2or isso, a exposiçãomarxiaa recostr8i' o plao ideal' o mo6imeto sistemAtico do capital e9uato diferete'lo4icamete' de sua emer4#cia e ui6ersalização 5ist8ricas e diferete' como método' de suareprodução real sist#mica&I-* * exposição dialética ão é' portato' em o processodiacrico atra6és do 9ual o capital se costitui em totalidade' su=ordiado a si todas asrelaç7es sociais de produção %K.' !21&' em o processo sicrico de sua reprodução comosistema. Por isso o dese6ol6imeto coceitual do capital em 4eral' o método dialético' ãoe4edra o capital o setido em 9ue o coceito 5e4eliao se autodetermia criado a esferade sua realização e maifestação' mas ele é' primeiro' a codição de compreesão ade9uadado de6ir 5ist8rico do capital e da sua costituição em totalidade' e se4udo' ele pretede serapeas' isto é' tão s8 e ca=almete' a exposição das articulaç7es sistemAticas de todas asrelaç7es ecomicas 9ue se implicam reciprocamete uma sociedade su=metida @ domiaçãodo capital%&H-* 1omo método de eposição dialética, portanto, distinto do movimento efetivoD, elesupõe a apropriação anal8tica prévia do material econ=mico pes"uisado, a investigação das suasformas de desenvolvimentoD e da sua coneão internaD, para então reconstruir discursivamente

en"uanto procedimento do epositor- a lógica objetiva do material* +as en"uanto eposiçãodialética, ela epressa, reproduz, apenas tão só e cabalmente-, em conformidade com a apropriaçãoanal8tica, o movimento efetivoD do material, de modo "ue este se espelhe idealmenteD nométodo&'-*

1om o recurso à dialética como método de eposição, no sentido indicado, +ar procura integrarno seu programa de transformação materialista da dialética especulativa hegeliana, "ue se realizaatravés da cr8tica à economia pol8tica, o elemento especificamente dialético na"uela presente, e "ueele julga racional, desde "ue desvinculado dos seus compromissos idealistas com a especulação3E-,en"uanto unidade resolutiva das contradições e integradora do negativo e do positivo K?, L, GH-*

O 9ue caracteriza o co5ecimeto dialético é' primeiramete' 9ue o 6erdadeiro %$e4el&' oracioal e o cocreto %$e4el' Marx&' ão são de acesso imediato a 9ual9uer tipo de ituiçãoitelectual ou experi#cia direta' 9ue ituiria ou tomaria o o=>eto o seu ser dado imediato'

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mas 9ue eles são o resultado de um mo6imeto de pesameto' do 9ue $e4el c5ama de:tra=al5o do coceito;' 9ue exp7e pro4ressi6amete' a partir das determiaç7es mais simplese a=stratas do cotedo' suas determiaç7es cada 6ez mais ricas' complexas e itesas' até opoto de sua uidade' 9ue ão é uma uidade formal' mas uma uidade sitética de mltiplasdetermiaç7es%/0&. Esta caracterização 6ale' em pric+pio' tato para $e4el' como para Marx.Coforme a esta exi4#cia' o 6erdadeiro cocreto da realidade capitalista ão é dado pela'

experi#cia direta da circulação de mercadorias e pelo mo6imeto dos preços' isto é' pelascate4orias da circulação' mas é o resultado de um processo de pesameto 9ue recostr8i acostituição sistemAtica do capital a partir das determiaç7es mais simples' a=stratas eaparetes da produção capitalista %mercadoria' 6alor' di5eiro' circulação&' para c5e4ar asmais ricas cocretas e esseciais' atra6és da explicitação das cate4orias da produção a partirda lei da 6alorização %mais-6alia' exploração' tempo de tra=al5o' tra=al5o ecessArio eexcedete' mais-6alia a=soluta e relati6a' cooperação' di6isão do tra=al5o' ma9uiaria'tra=al5o assalariado' reprodução e acumulação' para idicar al4umas das pricipaiscate4orias do Li6ro ! dO Capital&.

% uma das cr8ticas principais e constantes de +ar ao método da economia pol8tica burguesa,

inclusive a 7mith e Micardo, a de "ue ela permanece eterior ao seu objeto por ser incapaz dedesenvolver as suas determinações categoriais a partir do seu movimento essencial, a lei do valor,en"uanto determinações cada vez mais compleas do trabalho abstrato objetivado* Não sabendoutilizar o método genético, a ecoomia pol+tica =ur4uesa toma as suas cate4orias diretameteda empiria e as empre4a como coceitos descriti6os%//& das formas ecomicas em suaapar#cia imediata' sem cose4uir peetrar em suas relaç7es esseciais. 2or isso ela terminaepondo o processo de reprodução global do capital na Otica do capitalista individual e nãosabendo conectar esta descrição, feita da perspectiva do agente econ=mico individual, com aeplicação do processo global a partir de sua lei essencial* Lsso vai rePetir#se na ar"uitet=nicaerr=neaD da obra de 7mith e Micardo, "ue são incapazes de revelar a articulação das categorias no

 próprio movimento do valor* Além disso, ela ão cose4ue explicitar as cate4orias de mediaçãoetre a lei do 6alor e os femeos da esfera da cocorr#cia etre os capitais idi6iduais' porexemplo' a formação da taxa 4eral de lucro e dos preços de mercado %em Qicardo por causaidetificação etre 6alor e preço de custo&' limitado-se' etão' a su=sumir diretamete osfemeos da cocorr#cia so= a lei do 6alor ou a a=adoa-la para sal6ar os femeos.

O método dialético 9uer superar essa exterioridade do co5ecimeto em relação ao o=>eto e acocepção istrumetal de método ai presete. Ele exi4e 9ue o co5ecimeto apreeda asdetermiaç7es do cotedo o pr8prio mo6imeto pelo 9ual elas se desdo=ram' esta=elecedoa coexão ecessAria e imaete etre elas%/?&. Ele é este setido apeas ex-posicao da l84icao=>eti6a da coisa' exprimido tão s8 e ca=almete a9uele mo6imeto. Além disso, a dialética é

concebida por :egel como o princ8pio ativo do desenvolvimento das determinações e como o seuvinculo necess!rio* %sta dialética não é um fazer eterno de um pensamento subjetivo, mas a própria alma do conte>do, "ue faz brotar organicamente seus ramos e seus f&utos*D3;-* %la não é oinstrumento de um conhecimento "ue busca, mas o ser determinado em si e para si do conceitoD noconhecimento verdadeiro K?, LL, ;HI-* 2or isso ela é, para :egel, não só o conhecimento doabsoluto, mas o conhecimento de si do próprio absoluto no processo de sua determinaçãoparticularização e ju8zo, partição, QUrteil R- e de superação e dissolução das determinações opostasnuma unidade integradora* %ste é o sentido da especulação na dialética especulativaBautoconhecimento do absoluto na oposição das suas determinações e na unidade Qpositivo#racionalR"ue integra o negativo e o positivo*

A"ui surge a "uestão crucial do projeto mariano de transformação materialista da dialéticaespeculativaB como retomar a idéia de conhecimento dialético sem comprometer#se com acomponente especulativa da eposição dialética e sem romper com a cr8tica do jovem +ar aos

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seus aspectos mistificadores e harmonizantesC A "uestão se impõe de maneira tanto mais aporética"uanto Marx partil5a positi6amete com $e4el o Resforço do coceitoS' isto é' o esforço de umpesameto 9ue de6e se despo>ar de suas opii7es' precoceitos e 5ip8teses exteras ao o=>eto'e 9ue de6e a=dicar' como diz $e4el' da9uela dese6oltura :9ue paira 6aidosamete acima docotedo;' para mer4ul5ar decididamete o o=>eto e :cosiderar apeas o mo6imetopr8prio do cotedo;%/& e :apeas trazer @ cosci#cia este tra=al5o pr8prio da razão da

coisa;%/3&. e a dialética' tam=ém para Marx' ão é uma técica de iter6eção extera oo=>eto' um sa=er metodol84ico 9ue o maipularia coforme 5ip8teses 9ue o aalista trazcosi4o' como coser6ar a sua compoete autoexpositi6a' o Rtra=al5o da razão da coisaS'apreedido por uma 6isão pura %teoria& o setido literal da especulação e9uatoRespel5ametoS' sem comprometer-se com a sua compoete propriamete especulati6a%6iculada ao RsistemaS&' de um autoco5ecimeto do a=soluto a superação positi6a dascotradiç7es em uma uidade ite4radora e sistemAticaF Numa palavraB como no Qmétodo deeposiçãoR não se desfazer da dialética ao rejeitar a especulaçãoC 1omo epor a logica do capitalno sentido do QespelhamentoR, da QtransposiçãoStraduçãoR ideal do Qmovimento efetivoR T, L, 3I-sem o acesso a um e"uivalente do saber absoluto, "ue deiaria o conte>do mover#se segundo a sua

 própria natureza, ou seja, por meio de 7i como 7i do mesmo conte>doD e apenas contemplaria esse

movimento3I-C Como coce=er uma Rdialética realS do capital sem a explicitação pré6ia dasestruturas racioais do real a Ci#cia da L84icaF 1omo compreender, para formular "uaseabsurdamente, "ue o "ue é resultado do pensamento, o verdadeiro concreto, possa impor seumovimento próprio a um esforço conceitual "ue deve tão só QconsiderarR, QcontemplarR estemovimentoC

1omo evitar o duplo escolho de uma dialética materialista, tributaria em sua inteligibilidade dadialética hegeliana, a >nica a possuir inteligibilidade própria e aut=noma, graças ao seu idealismoconse"Uente3H-, e o do achatamento vulgar#materialista da dialética em termos de QespelhamentoVQKiderspiegelungR-, este bastardo positivista da especulação hegeliana, "ue assolou a tradiçãomarista fazendo#a regredir a uma posição pré#WantianaC O 9ue si4ifica 9ue a dialética 5e4eliaaesta de pota-ca=eça e como eteder ade9uadamete o pro4rama marxiao do RumstülpeS%i6erter e 6irar ao a6esso& da dialética especulati6aF

+ar o legitima, num primeiro momento, ao afirmar a possibilidade de uma distinção de princ8pioentre o potencial critico3'- e de inteligibilidade da dialética hegeliana e as implicações idealistas"ue a falseiam e a mistificam* Mas o a=uso da metAfora da extração do <caroço racioal< do seu:e6olt8rio m+stico;' como ico esclarecimeto @ 9uestão posta' aca=ou por exauri-la etomA-la um expediete. E associada @ outra metAfora da <Umstülpung <' traduzidaisuIcietemete por :i6ersão;' ela termia por torar a9uela extração uma operação demA4ica tri6ial' como se =astasse por' o6amete' a dialética 5e4eliaa de pé' resta=elecedo os

direitos do realismo da cosci#cia atural face ao idealismo de especulação' para 9ue apérola sa+sse sozi5a da ostra. )ão =asta i6erter' uma se4uda 6ez' a9uilo 9ue a especulação >A i6erteu' com a iteção de fazer a dialética 5e4eliaa adar com os pr8prios pés' para 9ueela re6ele um potecial de racioalidade 9ue a pro>ete além de seus limites idealistas. Epreciso' além de i6ert#-la' 6irA-la ao a6esso' como exi4e a outra si4ificação presete apala6ra alemã :umstülpenD' mostrado 9ue as cotradiç7es presetes os femeos ão sãoa apar#cia de uma uidade essecial' mas a ess#cia 6erdadeira de uma :o=>eti6idadealieada; %e ão da :o=>eti6idade e9uato tal;&%?&' e 9ue a sua resolução especulati6a auidade do coceito é 9ue represeta o lado aparete' mistificador' de uma realidadecotradit8ria. Tirado ao a6esso a realidade i6ertida' alieada pelo capital' :e9uato fi4urao=>eti6a cosumada da propriedade pri6ada; %?0&' a cotradição' 9ue esta6a do lado de fora'

trasforma-se o seu 6erdadeiro iterior' a pérola racioal desta realidade' e o 9ue esta6apor detro' a uidade resoluti6a e ite4radora das cotradiç7es' re6ela-se como o seu exterioraparete' o seu e6olt8rio ão s8 m+stico' mas mistificadorG3-* Fa8 a importância de reler 0

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<enomenologia do %sp8rito a partir do seu conceito de trabalhoB depois de ter elogiado a grandezaDda obra "ue apreendeu o auto#engendramento do homem como um processoD, "ue é a ess$ncia dotrabalhoD, cujo resultado é homem objetivoD, Marx cesura a $e4el o co5ecer apeas o :ladopositi6o do tra=al5o;' o :tra=al5o espiritual; e o cose9üete desco5ecimeto do :ladoe4ati6o do tra=al5o;' e o tra=al5o de trasformação da atureza so= as codiç7es dapropriedade pri6ada %' 3-33&. e esta é a determiação 5ist8rica fudametal da

ati6idade 5umaa' etão a pretesão otol84ica da dialética especulati6a' 9ue :cotém opesameto e9uato ele é i4ualmete a coisa em si mesma' ou' a coisa em si mesma'e9uato ela é' i4ualmete' o pesameto puro;%&' ão pode ser assumida. Marx marca asua difereça fudametal face a $e4el disti4uido a exposição dialética e9uato métodoatra6és do 9ual o pesameto se ele6a do a=strato ao cocreto e o exp7e como resultado%:cocreto de pesameto;& e a exposição dialética e9uato seu :processo de sur4imeto;%K.' //& como maifestação de uma razão 9ue se realiza' isto é' para Marx' como :ato deprodução real; %K.'//&. udo se passa para $e4el' diz Marx' como se o pr8prio real fosse o:resultado do pesameto 9ue sitetiza e se aprofuda em si e 9ue se mo6imeta a partir de simesmo; %K.' //&. O 9ue para a dialética especulati6a é a auto-exposição do mo6imetoimaete do cotedo' a forma desse mo6imeto e9uato ela tem cosci#cia de si a idéia

%XL' !' ?&' método o setido su=>eti6o e o=>eti6o %:alma e su=stWcia;' XL' !!' 23&' tora-se para Marx' de um lado' :método de reprodução do cocreto;' :mo6imeto das cate4orias;'e de outro' 4#ese real' :ato de produção efeti6o;H :para a cosci#cia - e a cosci#ciaIlos8Ica é determiada de tal modo 9ue' para ela' o pesameto 9ue coce=e é o 5omemefeti6o' e o mudo coce=ido como tal' o ico efeti6o' o mo6imeto das cate4orias aparece'portato' como o ato de produção efeti6oD;&-* Fonde a cr8tica frontal de +ar, segundo a "ual:egel confunde o processo lógico com o processo real, transformando este em fen=meno da"uele,escamoteando, assim, as contradições reais através da sua resolução especulativa numa ess$nciaaparenteD <7, )((-* 1ontra esta confusãoD, "ue é apenas o resultado conse"Uente e inevit!vel do"ue para :egel é insepar!vel, e "ue representa o ponto em "ue o método se amplia num sistemaK?, LL, (EE-, Marx faz 6aler' o setido do realismo aristotélico' a prioridade otol84ica dococreto emp+rico' imediato' face ao cocreto reproduzido dialeticamete o pesameto.*9uele costitui ão s8 o poto de partida' mas permaece o pressuposto da exposição%/&. Eo cocreto 6erdadeiro' 9ue resulta da exposição' :ão é de modo e5um o produto dococeito 9ue pesa separado e acima da ituição e da represetação' e 9ue se e4edra a simesmo' mas da ela=oração da ituição e da represetação em coceitos.; J*, 33X trad* loc*cit*p* &&I-* A ressoWcia Yatiaa da li4ua4em faz Colletti dizer 9ue Marx retoma aococeito 4oseol84ico' e ão otol84ico' de :coceito; e @ aIrmação do papel costituti6o epermaete da multiplicidade da experi#cia para a ela=oração do coceito;G-* Neste sentido,o método de +ar é não só diverso, mas o oposto diretoD T, L, 3I- do método de :egel;;-* A

 própria terminologia de +ar acusa este deslocamento realista, /materialista/, da dialética en"uanto

método, revelando uma certa oscilação entre epressões "ue indicam antes o car!ter reconstrutivoda dialética como procedimento /subjetivo/, e epressões "ue traem a sua proveni$ncia especulativacomo forma de autoeposição do conte>doB a dialética é um modo de apropriação do concreto pelo

 pensamentoD J* 33-, um método de elaboraçãoD;(- "ue reproduzD J* 33- o concreto "ue asci$ncias emp8ricas analisaram e prepararam para a eposição, "ue então transpõeD, traduzD,epressaD idealmente o movimento efetivo do conte>do e espelha idealmente a vida do materialDT, L, 3I-* 7e algumas epressões marcam a diferença irredut8vel entre a dialética en"uanto métodode eposição e o movimento efetivo do conte>do, outras acentuam a pretensão propriamentedialética de uma forma de eposição "ue epresse integralmente e eclusivamente o movimentoefetivo do material, desde "ue este tenha sido analiticamente investigado e a sua maturaçãohistórica o tenha levado a um ponto de diferenciação e organicidade suficientes para a

eposição;)-* Dialética trasforma-se' assim' em método o setido su=>eti6o de umprocedimeto de recostrução cate4orial' em oposição ao método e9uato :ati6idadeui6ersal a=soluta;' e9uato su>eito da pr8pria forma de mo6imeto %idéia& %XL' !!' 23&. O

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método ão é mais a forma do automo6imeto do cotedo 9ue se exp7e' mas umprocedimeto de recostrução cate4orial 9ue pressup7e o tra=al5o pré6io de i6esti4ação dasci#cias emp+ricas e a maturação 5ist8rica do o=>eto para etão expor a sua l84ica itera deacordo com os exos 9ue a aAlise apreedeu etre suas determiaç7es.

1omo lembra <ulda;I-, também :egel conhece este conceito /subjetivo/ de método e dele trata no

in8cio da <iloso4a da Natureza a propósito da relação entre a <8sica como ci$ncia emp8rica e a<iloso4a da Natureza como modo de eposição 4losó4coD* %sta, en"uanto consideraçãoconceptivaD da natureza, pressupõe as investigações da ci$ncia f8sica e seus resultados comocondição, embora estes não devam aparecer como fundamento, pois nela deve impor#seeclusivamente a necessidade do conceito, para a "ual não h! apelação/ para a eperi$ncia;H-* %steconceito de método, observa <ulda, "ue pressupõe a apropriação anal8tica do objeto prévia à suaeposição em suas articulações necess!rias, toma#se para +ar o conceito determinante e central dedialética*

Z a9ui 9ue se re6ela pleamete o setido e a importWcia da distição de Marx etre:métodoJmodo de exposição; e :métodoJmodo de pes9uisa; %N'!' /J/G&. * dialética pode ser o

modo de exposição racioal de um o=>eto depois 9ue a i6esti4ação o coduziu pela aAlise epela cr+tica ao poto sem 9ue ele este>a maduro para a exposição. Em carta a E4els' de 0 defe6ereiro de 022' Marx critica a i4euidade te8rica da Lassalle ao preteder :expor aecoomia pol+tica 5e4eliaamete;' aplicado diretamete a l84ica 5e4eliaa aos coceitosecomicos. :Ele tomarA co5ecimeto' para seu pr8prio dao' 9ue é uma coisa totalmetediferete coduzir uma ci#cia' atra6és da cr+tica' ao poto em 9ue ela pode ser expostadialeticamete' e aplicar um sistema da l84ica a=strato e aca=ado a pressetimetos de um talsistema;;'-* A função paradigm!tica da dialética hegeliana para +ar não consistiu em põr àdisposição uma caia de ferramentas polivalentes, prontas a serem utilizadas para organizar osresultados de uma ci$ncia social, tomada no seu estado atual, mas em antecipar em sua lógicaespeculativa estruturas racionais "ue +ar, em sua an!lise do capitalismo, reconheceu comoeprimindo de maneira cr8ptica algumas dimensões econ=nricas fundamentais da sociedade

 burguesa dominada pela relação capitalista de produção* 2ara eemplificar, menciono tr$s dessasestruturas, cuja atuação n/0 1apital deveria ser objeto de an!lises espec8ficasB &*- o j! citadoconceito de atividade en"uanto #eteriorização e retorno a si este redefinido por +ar comoreapropriaçãoD com todas as conse"U$ncias nisso impl8citas-, decisivo para compreender a teoriado valorX 3*- o conceito de sujeito como auto#relação, não mais de uma atividade pura e absoluta,mas de um substrato, o valor, "ue na sua relação consigo se torna processo de autovalorização,capitalX G*- a dialética da dominação presente na lógica das determinações da refleãoD, relaçõesem "ue um pólo contém em si o outro pólo e o rebaia a momento de si mesmo, tornando#se o tododa relação, estrutura paradigm!tica para a ,concepção da pretensão de dominação do capital sobre o

trabalho assalariado, como mostrou Yheunissen(E-* +as esta decifragem das estruturas econ=micasda sociedade burguesa nas relações conceituais da lógica hegeliana só ocorreu através de longotrabalho de apropriação e cr8tica do pensamento econõmico burgu$s, "ue transformou

 profundamente a economia pol8tica como ci$ncia ao mostrar os v8nculos de classe em sua estruturacategorial, permitindo, por um lado, uma compreensão sistem!tica dos fen=menos econ=micos a

 partir de sua lei essencial, a lei do valor e da valorização do capital e possibilitando, por outro, ainteira reconstrução do sistema categorial da economia pol8tica conforme um determinado

 paradigma de dialética, cuja força heur8stica só foi tão avassaladora, por"ue +ar viu antecipadasem certas relações conceituais da 1i$ncia da ?ógica estruturas econ=micas "ue seu diagnóstico docapitalismo j! reconhecera como determinantes da anatomia da sociedade burguesaD* @ preciso,

 portanto, uma apropriação cr8tica prévia dos resultados da economia pol8tica como ci$ncia social

 para "ue a sua reconstrução categorial seja efetivamente uma eposição do desenvolvimentoconceitual J, ;E(- do material pes"uisado, isto é, uma apresentação discursiva da"uelaorganização das suas determinações "ue resultam do movimento do seu conceito, do trabalho

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 próprio da razão da coisaD cf*nota 3;-* 7ó "ue em +ar este movimento imanente do conceito decapital é a lógica contraditória da sua valorização, cuja eposição implicar! na tematização dascontradições da produção capitalista e caracterizar! a"uela como uma eposição cr8tica da realidadeecon=mica* Da+ por9ue a dialética :materialista a dialética e9uato método de recostruçãocate4orial de uma ci#cia social com 6+culos de classe' como a ecoomia pol+tica' ão édiretamete um procedimeto de desco=erta' uma l84ica da i6eção. Em $e4el a dialética

e9uato forma de automo6imeto do coceito é o :método a=soluto; %XL' !!' 1&' 9uecotém em si toda ri9ueza das determiaç7es do coceito %os coceitos e9uato :sistema dedetermiaç7es do pesameto puro;' XL' !' 3& e pricipio da sua desco=erta%l&. E sedo ométodo a forma imaete da coisa em seu mo6imeto' o seu começo' o simples e o ui6ersalimediato' >A é coce=ido como car#cia do seu dese6ol6imeto ulterior e como :aimadopela pulsão; %XL' !!' 21& de se autodetermiar. )este setido pode dizer-se 9ue a l84icaespeculati6a é uma l84ica 5eur+stica. Em Marx a situação é outra. Como o método ão é aforma de auto-exposição da coisa' mas o modo de exposição critica de uma ci#cia social e'atra6és dela' de uma realidade %ecomica& cu>a determiação ltima é uma cotradição reale ão a automaifestação da razão' ele pressup7e um tra=al5o aterior de i6esti4ação ecritica 9ue asse4ure a peetração racioal do o=>eto em suas determiaç7es esseciais. E

preciso' assim' 9ue o :método de pes9uisa; %N' !' /& assuma o us idealista da l84icaespeculati6a apropriado-se aal+tica e criticamete do cotedo' ates 9ue a exposição possaexprimir seu :dese6ol6imeto coceitual;' prescidido de 5ip8teses 9ue o aalista ou ocr+tico trariam cosi4o' e :espel5ar; exclusi6amete o seu :mo6imeto efeti6o;.

A"ui surge mais uma vez e inadiavelmente a "uestão da legitimidade de uma dialética não idealista,materialista/, para assumir o, conceito e a dicotomia consagrados* 1omo se mantém, se é "ue semantém, o elemento especificamente dialético da eposição em face desta transformação dadialética em método no sentido subjetivo/, en"uanto procedimento reconstrutivo de um epositorCQuid juris de um método "ue pretende ser teoria stricto sensu, ci$ncia, não só no sentido do

 paradigma moderno de ci$ncia, mas também no sentido hegeliano, dentro do pressupostomaterialista de uma realidade prévia e irredut8vel à sua reconstrução lógica no pensamentoC 0 "uelegitima uma dialética materialista "ue não pode ser mais a eposição de uma realidade "ue seria a

 própria manifestação e auto#realização da razãoC

O 9ue a le4itima e toma' assim' em ltima aAlise' 6Alida a des6iculação' rei6idicada porMarx' etre o cleo racioal da dialética e seus compromissos com a metaf+sica 5e4eliaa dococeito' é o dia48stico 5ist8rico do capitalismo como modo de produção domiado pelaa=stração real do 6alor e do seu fudameto' o tra=al5o a=strato capitalizado. E o dia48stico5ist8rico de uma sociedade cu>as relaç7es sociais de produção estão domiadas por umui6ersal 9ue se auto-ad>udica uma su=>eti6idade pseudo-cocreta @s expesas da ati6idade

cocreta dos idi6+duos reaisH o capital e9uato 6alor 9ue se auto6aloriza' pric+piodetermiate da reprodução material de uma sociedade 9ue rep7e todas as suas codiç7es5ist8ricas e l84icas como mometos iteros da sua reprodução.

* exposição cr+tica da ecoomia pol+tica <O Capital cotém um dia48stico 5ist8rico dasociedade capitalista 9ue a situa como a :ltima fase opositi6a do processo social deprodução;%/&' por9ue ela le6a @s ltimas cose9ü#cias a separação etre o tra=al5o e assuas codiç7es o=>eti6as de realização %K.' ?G&' o ata4oismo de classes' como pressuposto eistrumeto 5ist8ricos do dese6ol6imeto da produti6idade do tra=al5o social' isto é' daplea socialização do tra=al5o e da completa domiação da atureza. Esta separação' a maisradical 5istoricamete' a 9ual as codiç7es de efeti6ação do tra=al5o se defrotam

opositi6amete ao tra=al5ador' >uridicamete li6re e ão mais proprietArio%?&' como capital'cosolida a dissolução dos laços or4Wicos do idi6+duo tra=al5ador com a comuidade a9ual ele se iseria como proprietArio e istaura a sua idi6idualidade ua' despo>ada da

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propriedade. %K. ?G& * dupla costituição 5ist8rica do idi6iduo' e9uato li6re daapropriação al5eia%& e li6re da propriedade' trasforma-o' etão' em :pura capacidade detra=al5o su=>eti6a;' 9ue 6ai se defrotar com as codiç7es de produção :como sua ão-propriedade' como propriedade al5eia' como 6alor existete para si' como capital; %K' ?1GV/?&. * emer4#cia 5ist8rica do tra=al5ador assalariado e a trasformação da sua capacidadede tra=al5o em mercadoria o decorrer do processo de acumulação ori4iAria tora-se assim

o pressuposto 5ist8rico e sistemAtico da autoomização dos meios de produção de propriedadeal5eia em capital' em pricipio de su=>u4ação do tra=al5o 6i6o para os fis da 6alorização docapital. E a pro4ressi6a su=sução do processo de tra=al5o so= o processo de 6alorização' e asua trasformação sistemAtica pelos diferetes métodos de o=teção de mais-6alia relati6a'asse4uram a redução pro4ressi6a do tra=al5o 6i6o e cocreto a tra=al5o a=strato' isto é' atra=al5o cosiderado apeas e9uato disp#dio de uma ati6idade' medida9uatitati6amete pelo tempo crool84ico' e 9ue se tomou idiferete ao seu su>eito. Estaredução >A estA lo4icamete pré-defiida a costituição do tra=al5o assalariado.

Assiste#se, assim, à emerg$ncia e à epansão históricas de um tipo de sociedade em "ue atua um processo de redução da atividade concreta dos indiv8duos a uma atividade abstrata e indiferente a

eles e, conse"Uentemente, como outra face, um processo de autonomização das condições objetivasde efetivação do trabalho en"uanto capital* %sta redução de atividade concreta de atividade concretado trabalho, a uma atividade abstrata e universal, geradora de ri"ueza abstrata, o valor, "ue vaiassumir uma autonomia real e oposta aos sujeitos do trabalho, é o "ue define a dinâmica da relaçãocapitalista* Zma relação em "ue um etremo, o capital, pretende, subjugando o outro e contendo emsi como momento o trabalho, constituir#se como o todo da relação, a "ual se transforma, assim,en"uanto tal, num sujeito aut=nomo, cuja dinâmica aparece como propriedade imanente e natural dosubstrato material desta relação, agora dotada de vida própriaB a propriedade privada alheia dosmeios de produção en"uanto valor, "ue entra em relação consigo mesmo como mais#valia e se

 propulsiona através da dominação e absorção do trabalho vivo reduzido a atividade formadora devalor* T, L, &)'-* % a relação de produção capitalista transformada no verdadeiro sujeito social da

 produção e no princ8pio determinante de todas as estruturas econ=micas da sociedade* * descriçãometaf8rica do capital como um 6ampiro 9ue su4a' e9uato tra=al5o morto' o tra=al5o 6i6odo tra=al5ador' ressalta estes dois aspectos da relação capitalistaH l.& redução da ati6idadecocreta do tra=al5o @ ati6idade formadora de 6alorV /.& a sua pseudo-su=>eti6ação umsu=strato al5eio' 9ue domia a9uela pelo poder de domiação 9ue resulta do tra=al5o6i6o%&. Costitui-se um su>eito 9ue' pela sua pretesão de tomar-se o todo da relação'icorpora e trasforma em sua autoati6idade o tra=al5o 6i6o pre6iamete reduzido atra=al5o a=strato' fazedo aparecer como propriedades suas' imaetes e aturais' todas asdimes7es técicas e sociais do processo de tra=al5o. O cotedo social desta relação5ipostasiada e das formas em 9ue ela articula a sua reprodução e se or4aiza como sistema de

produção é o 6alor e9uato tra=al5o a=strato o=>eti6ado' 9ue se toma' pela ui6ersalizaçãodesta relação' a :su=stWcia social comum; %K' 02?& das mercadorias e das relaç7es etre osa4etes da produção. Costitui-se' desse modo' uma sociedade perpassada em sua =aseecomica pela ui6ersalidade real do tra=al5o a=strato' :forma imediatamete social dostra=al5os pri6ados; %N' !' 10& e' e9uato capitalizado' cotedo de todas as relaç7es sociaisde produção capitalistas. Estas relaç7es são 6erdadeiros ui6ersais reais' ão cocretos' 9ue s8mediatizam os a4etes idi6iduais su=ordiado-os a estas relaç7es autoomizadas. E9uatoformas de maifestação do tra=al5o a=strato elas e4am o seu carAter relacioal para seaIrmarem como :relaç7es 9ue repousar em si mesmas; %K' 20& e 9ue se op7em aosidi6+duos elas implicados a 9ualidade de :pot#cias coisais;%3&. Por isto' ates de serema=straç7es te8ricas do aalista' as cate4orias da ecoomia pol+tica são pesadas por Marx

como express7es te8ricas da a=stração real presete estas relaç7es' 9ue se op7em aosidi6+duos como um poder de domiação. O fetic5e das cate4orias da ecoomia pol+tica' 9ueexprimem a a=stração real destas relaç7es' implica dois mometos 9ue cosolidam a sua falsa

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imediatidadeH primeiro' sua autoomização face aos idi6+duos e sua trasformação em:a=straç7es; %K' 2/& 9ue os domiam' e' se4udo' a sua icorporação' assim su=>eti6adas'como propriedades o=>eti6as %:coisais;& dos su=stratos ecomicos materiais % o 6alor comopropriedade atural da mercadoria' a comesura=ilidade das mercadorias como resultate daação mediadora do di5eiro' a produti6idade como 9ualidade ierete ao capital&. Ofudameto dessas relaç7es coisiIcadas e da sua expressão te8rica as cate4orias da ecoomia

pol+tica é o mo6imeto de auto6alorização do capital %para as cate4orias de produçãoimediata' ates de tudo&V mas seu cotedo comum é o tra=al5o a=strato o=>eti6ado 9ue setoma' assim' o pr8prio cotedo l84ico da exposição dialética e o resposA6el pelo exoimaete etre as cate4orias da exposição%G&. *s cate4orias são compreedidas como formasde exposição do tra=al5o a=strato o=>eti6ado e como formas de articulação do seu mo6imetoautomo e9uato auto6alorização.

Portato' a capitalização pro4ressi6a do tra=al5o %a costituição 5ist8rica do tra=al5oassalariado e a sua redução a tra=al5o a=strato&' desecadeada pela separação 5ist8rica maisradical etre o tra=al5o e as codiç7es o=>eti6as de sua efeti6ação' costitui a 6alorização docapital' em fialidade ão s8 do processo de produção' mas de toda reprodução material da

sociedade. E a trasformação da 6alorização em fialidade do sistema acarreta um:dese6ol6imeto icodicioado; da produti6idade do tra=al5o social 9ue 6ai implicar umaapropriação pro4ressi6amete total da atureza por uma produção co6ertida em f+m de simesma' e uma domiação' tam=ém tedecialmete e total' dos idi6+duos e da suasocialização pela 6alorização do capital. Zma produção auto4nalizada pela epansão do valorconverte#se, por sua vez, na finalidade e no conte>do >nicos do trabalho, reduzindo a atividadeformadora do valor* %sta a condição histórica objetiva para a apreensão ade"uada da própria /razãodo capital/(H- e da sua eposição efetivamente dialética "ue, primeiro, espelha('- tão só ecabalmente a estrutura econ=mica da sociedade en"uanto ela est!, em princ8pio, eaustivamentedeterminada e dominada pela lei da valorização do capital aspecto mimético da eposição, oriundoda componente auto#epositiva da dialética especulativa, cf* p* ll-, segundo, reconstrói a lógicaobjetiva do modo de produção capitalista a partir do conceito de capital, mas en"uanto método,distinto da sua reprodução eSou destruição en"uanto sistema real aspecto propriamente dialético, etambém cr8tico, da eposição-* 0 diagnóstico histórico do capitalismo en"uanto sistema total nasua pretensão- de apropriação da natureza e de dominação social pela lógica de valorização,

 possibilita uma reconstrução categorial de uma ci$ncia social, a economia pol8tica, "ue preenche,metodicamente, a eig$ncia de considerar apenas eclusivarnente e integralmente- odesenvolvimento do conceito de capitalD, isto é, de organizar sistematicamente, sem hipóteseseteriores a ele, todas as categorias da economia politica en"uanto determinidades formaisecon=micasD)E-, do capital e do seu movimento de autovalorização* %sta reconstrução categorialepõe as estruturas econ=micas da reprodução da sociedade capitalista en"uanto elas são, em seu

conte>do, constitu8das por essas determinidades formais econ=micasD capitalista* 2reenche#se,assim, na eposição da estrutura econ=mica da sociedade capitalista, a eig$ncia da dialéticaespeculativa hegelianaB assim como as categorias da 1i$ncia da ?ógica, en"uanto formas de

 pensamento puro, são, simultaneamente, o conte>do real do pensamento, analogamente asdeterminidades formais econ=micas do capital, epressas nas categorias d/O Capital , constituem,assintoticamente, na medida do poder do capital, sobre a sociedade, o próprio conte>do real dasrelações sociais de produção* e para $e4el a dialética especulati6a da Ci#cia da L84ica s8 époss+6el 9uado a cosumação 5ist8rica do esp+rito permite 9ue a cosci#cia' atra6és dopercurso ite4ral de todas as formas opositi6as a eomeolo4ia' se alce ao patamar dopesameto puro' o 9ual o ser-si-mesmo do o=>eto ão se diferecia mas do si-mesmo dopesar % Phãn.' 2V trad. loc.cit.' ?2&' para Marx a dialética materialista d<O Capital tora-se

5istoricamete poss+6el 9uado o capital torou-se :a pot#cia ecomica da sociedade=ur4uesa' 9ue domia tudo;' seu :poto de partida e o seu poto de c5e4ada; %K' /GV rad.loc. cit.' 0//& e 9uado a apropriação cr+tica da ecoomia pol+tica a ti6er coduzido ao poto

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cr8tica, "ue epõe, através da reconstrução sistem!tica da economia pol8tica, o movimentoautodestrutivo da contradição presente nesse poder de dominação*

Mespondendo à "uestão sobre a legitimidade de uma dialética materialista* # mais precisamente,sobre a possibilidade de uma eposição dialética no sentido preciso desses conceitos- dareprodução material de uma sociedade dominada pelo poder do capital a sociedade burguesa-,

através da reconstrução sistem!tica da ci$ncia social "ue tem por objeto o movimento econ=micodessa sociedade # apontou#se para o diagnóstico histórico dessa sociedade como condição de possibilidade e de legitimação* +as se a teoria d<O Capital. - e9uato exposição dialética %ecr+tica& do mo6imeto efeti6o do capital atra6és da recostrução cate4orial da ecoomiapol+tica como ci#cia' - tem o pric+pio de sua le4itimação apeas um determiadodia48stico 5ist8rico do presete' isto é' do modo de produção capitalista como sistema deprodução domiado pelo tra=al5o a=strato' poderia o=>etar-se 9ue a teoria se fuda' emltima aAlise' do4maticamete' pelo recurso @ 5ist8ria. O 9ue desarma esta o=>eção é 9ueeste dia48stico se isere' por sua 6ez' o 9uadro de uma teoria 4eral da 5ist8ria' 9ue OCapital es=oça' e4ati6amete %<ecreux<&' a partir e detro dos limites do pr8prio dia48sticodo presete cotido a cr+tica @ ecoomia pol+tica' cu>o 5orizote é a teoria da re6olução%3&.

edo a recostrução cate4orial de uma ci#cia social 9ue aalisa a estrutura ecomica da:or4aização 5ist8rica mais dese6ol6ida e difereciada da produção; %K' /V trad. loc. cit.'lU/&' a teoria d<O Capital desempe5a uma fução paradi4mAtica para a compreesão dassociedades pré-capitalistas%3& e cotém' essa medida' o seu =o>o' uma teoria da 5ist8ria %omaterialismo 5ist8rico& 9ue recostr8i @s codiç7es de 4#ese e apota as codiç7es desuperação do modo de produção capitalista a partir do dia48stico do presete impl+cito acr+tica @ ecoomia pol+tica. A lógica das relações sociais capitalistas funciona, assim, como umapriori interpretativo das sociedades pré#capitalistas e como um 4o condutor regressivo dareconstrução histórica* A teoria do materialismo histórico # en"uanto reconstrução lógica dodesenvolvimento histórico#social, em termos de uma se"U$ncia de modos de produção, a partir da"uestão da g$nese histórica do capitalismo na separação entre o trabalho livre e as condiçõesobjetivas de sua efetivação # fornece, por sua vez, o horizonte de legitimação do próprio diagnósticohistórico* :averia uma mediação rec8proca entre dialética en"uanto teoria e história, em "uenenhuma seria pressuposto >ltimo da outra* A legitimação de uma dialética materialista pelodiagnóstico histórico da sociedade capitalista # "ue reconhece nas suas estruturas econ=micas,en"uanto dominadas pela abstração real do valor, an!logos reais de algumas relações conceituaiseplicitadas por :egel na 1i$ncia da ?ógica # se insere, portanto, numa teoria mais ampla, "ueresulta da reconstrução regressiva das condições históricas do surgimento de um sistema de

 produção, "ue termina por tornar praticamente verdadeiroD o realismo ontológico de :egel,en"uanto instrumento de detectação do universal real do trabalho abstrato))-* * exposiçãodialética das cate4orias da ecoomia pol+tica e9uato :formas de maifestação; das relaç7es

sociais domiadas pelo ui6erso real do 6alor' pode coicidir' assim' com o mo6imeto efeti6odo capital e9uato :a=stração i actu;. :*9ueles 9ue cosideram a a=stração do 6alor comouma mera a=stração es9uecem 9ue o mo6imeto do capital é esta a=stração i actu;%N' !!'01&. )este setido pode-se dizer' pro6ocati6amete' 9ue a su=>eti6ação do 6alor como capitale a sua expasão 5ist8rica e sistemAtica toraram o realismo otol84ico de $e4el um sistemacifrado das relaç7es sociais capitalistas' permitido a Marx :extrair; da metaf+sica dococerto 5e4eliaa o :caroço racioal; de uma dialética materialista. :O idealismo de $e4el éa sociedade =ur4uesa e9uato otolo4ia.;%3G& . Portato o recurso a um dia48stico 5ist8ricopara le4itimar a dialética dO Capital ão é a i6ocação do4mAtica de um fato' de umadetermiada compreesão do presete o 9uadro de uma teoria da 5ist8ria' 9ue pretede serapeas a recostrução l84ica das etapas e modos de or4aização ecomico-social 9ue

coduziram a este presete' e 9ue tem ele o seu 5orizote [ a resolução re6olucioAria e ãoespeculati6a da cotradição real da relação de produção =ur4uesa [' o seu paradi4ma deiteli4i=ilidade.

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)otas

&- A eig$ncia de "ue a eposição, 4el à natureza da especulação, deve manter a forma dialética esó incluir nela o "ue foi concebido e en"uanto é conceito, foi formulada no 2ref!cio à

<enomenologia do %spiritoB <iel à visão "ue atinge a natureza do especulativo, a eposição dever!manter a forma dialética e nada incluir nela senão na medida em "ue é concebido e é conceito*D:%J%?, 2h\nomenologie des Jeistes, %d* l#loffmeister, +einer, :amburg, &'(3, p* (;X trad* ?irna]az, emB :egel, 0s 2ensadores, Abril, 7ão 2aulo, &'I(, p* ;3* A seguir citado como 2h\n*3- +AM^, Fas Tapital, l* 5and, Fietz, 5erlim, &')H, p* 3(* A seguir citado como T,L*G- T,L,p* 3(*;- 0 "ue h! de mais f!cil é julgar o "ue possui conte>do e densidade* +ais dif8cil é apreend$#lo eo mais dif8cil é produzir a sua eposição, "ue unifica a ambos*D 2h\n*, p* &lXtrad* loc* cit*, p* &G*(- T, &, p* 3I* /)- Não é só a dialética lógica, própria da eposição do auto#movimento do conceito na 1i$ncia da?ógica, "ue atua no teto e na ar"uitet=nica dV0 1apital, mas, também, a dialética fenomenológica,

eposta por :%J%? na <enomenologia do %sp8rito, como por eemplo no ?ivro L, cap8tulo &, dV01apital, a propósito da dedução da forma valor e do ponto de partida com a mercadoria, como umimediato também fenomenológico, e não só lógico, e, principalmente, no movimento geral daeposição do ?ivro LLL dV0 1apital, "ue conduz à reconstituição da g$nese necess!ria das categoriasimediatas da esfera da circulação as formas de rendimento- a partir do movimento do capital socialtotal* A"ui a contraposição se limitar! à 1i$ncia da ?ógica*I- 1f* o t8tulo de um artigo de :*<*<Z?FA, Dialektik als Darstellungsmethode im “apital! "on

 #ar$, inB Ajatus GI, _earbooW of the 2hilosophical 7ociet` of <inland, &'IH* 0 presente trabalhodeve muito a este artigo, embora não concorde com ele em todos os pontos* H- Darstellu4smet5ode;' :Darstellu4s\eise; N' !' p. / e /G. * aAlise do elemeto:exposição; o método dialético d<O Capital ão pode' em e5um mometo le6ar aoes9uecimeto de 9ue a exposição das cate4orias da ecoomia pol+tica estA idissocia6elmeteuida @ cr+tica' e 9ue é este um dos aspectos em 9ue a exposição dialética de Marx se disti4ueda de $e4el. * exposição é essecialmete cr+tica por9ue ela s8 recostitui a totalidadesistemAtica das determiaç7es do capital' atra6és da tematização da sua estrutura e do seumo6imeto cotradit8rios' a partir da pretesão de domiação total do capital so=re otra=al5o e do seu malo4ro sist#mico %crise&' 6isto 9ue o capital depede do tra=al5o'formalmete' e9uato tra=al5o assalariado' e materialmete' e9uato o tra=al5oo=>eti6ado' morto' costitui o ico cotedo social do ]capital. E9uato exposição dascotradiç7es do capital ela é essecialmete cr+tica' em=ora a cr+tica se exerça exatamete eapeas %e9uato teoria& atra6és da exposição sistemAtica da sua ista=ilidade estrutural e da

ecessidade da sua superação. '- +AM^, %rundrisse der riük der politischen &konomie, Fietz, 5erlin, &'I;, 2#;E(* A seguircitado como na eposição do conceito de capital, diz +ar, não se trata de uma forma particular docapital, nem do capital individual entre outros capitais individuais, mas do capital em geralD comoo conjunto de determinações "ue distinguem o valor, en"uanto capital, de si mesmo como merovalor ou dinheiroD* J*, p* 3&I* As reações posteriores devem ser consideradas comodesenvolvimento a partir deste germe*D Lbid* # As traduções, "uando não houver indicação contr!ria,são do autor*&E- :%J%?, 'issenscha(t der Logik , %d* ?asson, +einer, :amburg, &')G, vol* L, p* 3G e G&* Aseguir citada como K?, L e LL*&&- K?,LL, p* ;H)#;HI* ;

&3- K?, L, p* G(B A eposição do "ue somente pode ser o método da ci$ncia filosófica pertence ao próprio tratado da ?ógica, pois o método é a consci$ncia sob a forma do movimento interno do próprio conte>do*D

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&G- K?, L, p* G&B A ?ógica deve ser tomada, portanto, como o sistema da razão pura, como oreino do pensamento puro* %ste reino é verdade, como ela é em si e para si mesma sem véu* 2ode#se, por isso, dizer, "ue este conte>do é a eposição de Feus, como ele é em sua ess$ncia eternaantes da criação da natureza e de um esp8rito finito*D ,&;- :%J%?, )echtsphilosophie, G&* AnmerWung, Yheorie KerWausgabe 7uhrWamp ]erlag, I, p*H;* /

&(- :%J%?, En*+kloplidie der philosophischen 'issenchscha(ten, I' e H&, YheorieKerWausgabe 7urhWamp ]erlag, H, p* &)H, &I3#&I)*&)- Em carta a E4els de 0 de >aeiro de 022' Marx se refere ao :acaso; 9ue o le6ou a:fol5ear o6amete a L84ica de $e4el;' por rece=er de presete de reili4rat5 os exemplares9ue perteceram a ,aYui' e mecioa o :4rade préstimo; 9ue ela l5e trouxe o :métodode ela=oração; da cr+tica da ecoomia pol+tica. )este cotexto ele exprime seu 4rade dese>ode' futuramete' se ti6er tempo' :tomar acess+6el ao etedimeto comum; :o 9ue 5A deracioal o método 9ue $e4el desco=riu' mas simultaeamete mistiIcou.;. Marx-E4els'

 Briefe über 'Das Kapital <' Dietz' ,erlim' 01' p. G1. e foi o acaso 9ue de6ol6eu as suas mãos aL84ica' ão é mero acaso 9ue a sua releitura te5a atuado em aspecto tão decisi6o da suateoria. Buato W expressão <método dialético;' relem=ra $.. ulda %art. cit. a ota %G&'

*>atus' ?G' p. 01/' ota %?3&&' ela ão existe em $e4el e seria mesmo impr8pria para desi4aro 9ue ele compreedia como seu :método especulati6o". * expressão <método dialético< foipro6a6elmete. formulada pela primeira 6ez' Cf. ulda' em 02' por redelem=ur4' emsuas !6esti4aç7es L84icas' o cotexto da cr+tica ao <método especulati6o< de $e4el.&I- Meu método dialético é' 9uato ao seu fudameto' ão s8 di6erso do de $e4el' mas oseu oposto direto. Para $e4el' o processo de pesameto' 9ue ele co6erte' iclusi6e' so= oome de idéia' um su>eito automo' é o demiur4o do real efeti6o' 9ue costitui apeas a suamaifestação extera. Para mim' i6ersamete' o ideal ada mais é do 9ue o materialtrasposto e traduzido a ca=eça 5umaa.; T, L, 3I*&H- )este setido é le4+timo dizer 9ue o coceito de capital precede' lo4icamete' o capitalcomo processo 5ist8rico e como sistema 9ue se reproduz. :e o sistema =ur4u#s completocada relação ecomica pressup7e a outra a forma ecomica =ur4uesa e assim tudo o 4ue éposto é simultaeamete pressuposto' o mesmo acotece com todo sistema or4Wico. Estesistema or4Wico tem seus pressupostos mesmo e9uato totalidade' e seu dese6ol6imetopara a totalidade cosiste em su=ordiar a si todos os elemetos da sociedade' ou em criar apartir da totalidade os 8r4ãos 9ue aida l5e faltam. Ele tora-se' assim' 5istoricamete umatotalidade. O de6ir para esta totalidade costitui um mometo do seu processo' do seudese6ol6imeto.; J*, p* &H'*&'- * pes9uisa de6e apropriar-se detal5adamete do seu material' aalisar as suas di6ersasformas de dese6ol6imeto e rastrear o seu exo itero. omete ap8s cosumado estetra=allio pode ser ade9uadamete exposto o mo6imeto efeti6amete real. Cose4uido isso' e

se a 6ida do material se espel5a idealmete' pode parecer 9ue se tem a 6er com umacostrução apriori.; T, L, p* 3I*3E- rata-se da co5ecida distição' afirmada por Marx' etre o <e6olt8rio m+stico< e o:caroço racioal< da dialética 5e4eliaa. N' !' /G :ato é 6erdade 9ue esta dialética é a ltimapala6ra de toda a filosofia' 9uato é ecessArio li=erta-la da apar#cia m+stica 9ue ela possuiem $e4el.; 1arta de +ar a ?assalle, de G& de maio de &H(H, #ar$,Engels 'erke, Fietz, 5erlim,&'IG, vol* 3', p* ()&*3&- &* A dialética tem um resultado positivo por"ue ela possui um conte>do determinado ou

 por"ue o seu resultado é, verdadeiramente, não o nada vazio, abstrato, mas a negação de certasdeterminações, "ue estão contidas no resultado eatamente por"ue este não é um nada imediato,mas um resultado* 3* %ste racional é, por isso, embora algo pensado e também abstrato,

simultaneamente um concreto, por"ue ele não é a unidade formal, simples, mas a unidade dedeterminações diferentes*D :%J%?, En*+klop-die  H3, 7uhrWamp, H, p* &I)#&II* 0 concreto éconcreto por"ue é s8ntese de muitas determinações, isto é, unidade do diverso* 2or isso o concreto

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aparece no pensamento como processo de s8ntese como resultado, não como ponto de partida, ainda"ue seja o ponto de partida efetivo e, portanto, o ponto de partida também da intuição e darepresentação*D J*, p* 3&#33* Yrad* JiannottiS+alagodi emB +ar, 0s 2ensadores, Abril, 7ão 2aulo,&'IH, p* &&)*33- /.erstandes/egri((e/, conceitos do entendimentoD, como diz +ar, aludindo à diferença entreentendimento e razão, nas Yeorias sobre a +ais#]alia* +ar#%ngels KerWe, vol* 3)S3, p* &()* *

3G- 0 dialético constitui, por isso, a alma motora do avançar cientifico e é o princ8pio pelo "ual,unicamente, advém ao conte>do da ci$ncia coneão imanente e necessidade, assim como noelemento dialético em geral esta a elevação verdadeira e não eterior sobre o infinito*D

 En*+klopkidie, HlA, 7uhrWamp, H, p* &IG*3;- :%J%?, Mechtsphilosophie, G&A, 7urhWamp, I, p* H; e H(* O pesameto e9uatosu=>eti6o apeas ol5a este dese6ol6imeto da idéia e9uato dese6ol6imeto da pr8priaati6idade da sua razão. Cosiderar al4o racioalmete ão si4itica trazer de fora ao o=>etouma razão 9ue se l5e acresceta e tra=al5a-lo por ela' mas' sim' 9ue o o=>eto é racioal parasi. *9ui é o esp+rito' em sua li=erdade' a pota extrema da razão autocosciete' 9ue se da arealidade efeti6a e se produz como mudo existete. * ci#cia tem apeas a tarefa de trazer acosci#cia este tra=al5o pr8prio da razão da coisa*D Lbid*

3(- :%J%?, 0h-n*, ;H* Yrad* ?ima ]az, loc* cit*, p* GH* 1ompare#se 2h\n*, p* ;(*3)- :%J%?, )echtsphilosophie, G&A, 7uhrWamp, I*, p* H(*3I- :%J%?, 0h-n*, p* ;H* Yrad* ?ima ]az, loc* cit*, p* GH*3H- 2osição defendida com solidez e espirito de sistema por Tlaus :artmann, Fie +arscheYheorie, Fe Jru`ter, 5erlim, &'IE, embora não irretor"uivelmente*3'- ato a critica de Marx @ ilosofia do Direito de $e4el 9uato a cr+tica a eomeolo4iado Espirito do terceiro mauscrito dos Mauscritos Ecomico-ilos8ficos destacam opotecial critico da filosofia 5e4eliaa' o primeiro caso' o da Ci#cia da L84ica' o se4udo'o da eomeolo4ia' mostrado 9ue apesar da Rmistificação idealistaS' a filosofia de $e4el ãose limita a trasfi4uração do real e a resolução ideol84ica das cotradiç7es* 1f* +ar,

 1riihschri(ten, %d* <urthS?ieber, 1ota 7tuttgart, &')3, vol* L, p* );;*GE- +AM^, 1rühschri(ten, vol* L, )(;* A seguir abreviado <7*G&- +AM^, <7,p*(H'*G3- Fevo a :*<* <ulda, ao artigo citado na nota I-, p* &H)#&HI, a an!lise do duplo signi4cado da/Umstülpung / e das suas implicações cr8ticas*GG- +AM^, <7,p*);;*G;- +AM^, <7,p* )(;*G(- +AM^, <7, p* GE)* Nesta passagem +ar menciona, como tema a ser mais detalhadamenteabordado, esta inversãoSpassagem necess!ria da empiria em especulação e da especulação emempiriaD*G)- )o PosfAcio @ se4uda edição d<O Capital' Marx mecioa' a prop8sito dos ciclos

peri8dicos em 9ue o mo6imeto cotradit8rio da sociedade capitalista se maifesta ao=ur4u#s prAtico' a :crise 4eral; 9ue :o6amete se aproxima; e 9ue pela sua ui6ersalidade eitesidade :irA iculcar dialética mesmo aos felizardos do o6o sacro império prussiao-alemão;. N' <l' p. /2. E aalisado :a ted#cia 5ist8rica da acumulação capitalista;' o cap./ do Li6ro ! d<O Capital, Marx fudameta sua teoria da re6olução como uma :e4ação dae4ação;' 9ue atua o processo 5ist8rico :com a ecessidade de um processo atural; paradestruir o capitalismo e 9ue resta=elecerA ão a prioridade pri6ada' :mas a propriedadeidi6idual so=re a =ase das co9uistas da era capitalista; %N' !' p. G10&.GI- :%J%?, 2h\n*, p* &'* Yrad* ?ima ]az, Loc* cit*, p* &H*GH- Y:%ZNL77%N, +*, 7ein und 7chein* Fie Writische <unWtion der :egelschen ?ogiW, 7urhWamp,<ranWfurtS+*, &'IH, p* ;HG*

G'- +AM^, <7*, p* )(EB %le o ser objetivo- cria, põe apenas objetos, por"ue ele é posto porobjetos, por"ue ele é originariamente natureza* No ato de p=r não cai, pois, de sua atividade puraDem uma criação do objeto, senão "ue seu produto objetivo apenas confirma sua atividade objetiva,

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sua atividade de um ser natural e objetivo*D Yrad* 5runi cmB +ar, 0s 2ensadores, Abril, 7ão 2aulo,&'IH, p* ;E*;E- :%J%?, K?* &, p* GE*;&- +AM^, J, p* 33* Yrad*, loc* cit*, p* &&I*;3- 0 sujeito real permanece subsistindo, agora como antes, em sua autonomia, fora do cérebro,isto é, na medida em "ue o cérebro não se comporta senão especulativamente, teoricamente* 2or

isso, também, no método teórico da economia pol8ticaD trad*-, o sujeito # a sociedade # devefigurar sempre na representação como pressuposição* Lbid*-;G- % interessante ter presente, como contraponto, a posição oposta de :egel a propósito dascondições emp8ricas do conceitoB A 4loso4a, entretanto, d! a visão conceitual sobre o "ue se passaefetivamente com a realidade do ser sens8vel e faz as etapas do sentimento, da intuição, daconsci$ncia sens8vel, etc*, preceder ao entendimento, na medida em "ue elas são as condições dodevir do conceito, mas são condições somente en"uanto ele emerge da sua delas- dialética e da suanadidade NichtigWeit/- como o fundamento delas, mas não como se ele fosse condicionado pelarealidade da"uelas*D :egel, K?, LL, 33(#33)* +as basta ler a se"U$ncia imediata do teto de :egel #tendo presente a an!lise mariana do fen=meno da troca e"uivalente na esfera da circulação, e a suaredução a mera apar$ncia formal de um conte>do diferente na passagem à an!lise da produção, e

en4m, ao seu desvendamento tem!tico como apar$ncia na reprodução, "uando se toma clara a lei daapropriação capitalista, para perceber a maneira sutil e astuciosa como +ar utilizou a doutrina doconceito hegeliana, transformando#a em regra metódicaB 0 pensamento abstrato não deve serconsiderado como um mero p=r de lado o material sens8vel, "ue desse modo não sofreria nenhumdano, mas ele é antes a supressão e a redução do mesmo, como mera apar$ncia, ao essencial, "ue semanifesta só no conceito*D Lbid*-;;- 0utro sentido, talvez mais espec8fico, desta oposição frontal a :egel é a cr8tica, j! mencionada,ao aspecto mistificador da resolução especulativa da contradição, "ue se toma em +ar a fontegeradora de toda dialéticaD T, L, )3G-*;(-1arta de +ar a %ngels de &; de janeiro de &H(H, em 2rie(e u/er 3Das apital /, ed* cit*, p* I'*;)- %ste >ltimo aspecto aparece na Lntrodução aos Jrundrisse, a propósito da função estratégica"ue +ar atribui à sociedade capitalista como chaveD da interpretação das formações /pré#capitalistas/* J*, p* 3(#3)X Yrad* loc* cit*, p* &3E-, e nas Yeorias sobre a +ais#]alia , em relação ao

 pleno desenvolvimento das pot$ncias sociais do trabalhoD cooperação, divisão do trabalho e produção por m!"uinas, até a realização tendencial da plena automação- en"uanto ele ) a condiçãoobjetiva* do ponto de vista da maturação histórica de uma produção plenamente socializada* # deuma correspond$ncia ade"uada entre método dialético e processo real*;I- Artigo citado na nota I-, p* &'G*;G- Não só a 4loso4a deve concordar com a eperi$ncia da natureza, mas também o surgimento ea formação da ci$ncia 4losó4ca da natureza, +?+- tem a f8sica emp8rica como pressuposto econdição* Zma coisa, entretanto, é E caminho de surgimento da ci$ncia e seus trabalhos

 preparatórios, outra, é a própria ci$nciaX nesta a"ueles não mais podem aparecer como base, a "ual,só mais tarde pode ser a necessidade de conceito*D 4egel5 En*+klop6die, 3;), 7uhrWamp, ', p* &(,;'- +ar#%ngels KerWe, vol*, 3', p* 3I(*(E- Y:%ZNL77%N, +*, Trise der +acht, 7hesen *ur 7heorie des dialektischen 'iderspruchs, inB:egel 9ahrbuch, &'I;, 2ahl#Mugenstein ]erlag, Tln, &'I;*(&- 0 método absoluto não se comporta como uma refleão eterior, mas toma o determinado doseu próprio objeto "ue o próprio método é seu principio imanente e sua alma*D K?, LL, ;'&-*(3- #ar$,Engels 'erker , ]ol* ^LLL, p* 'X Yrad* inB 0s 2ensadores , p* &GE*(G- 2ropriet!rio nem da terra, nem dos instrumentos do trabalho, nem do próprio fundo deconsumo*(;- .uer dizer, livre da subsunção imediata sob as condições objetivas de produção* J* p* G'I*

((- 0 capital é traballio morto "ue só se anima como um vampiro sugando o trabalho vivo, e elevive tanto mais "uanto mais suga trabalho vivo*D T, L, p* 3;I-* 1f também J*, p* G(I*()-  sachliclie #-chteD* Estas relaç7es de deped#cia coisais' em oposição @s relaç7es

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pessoais' aparecem tam=ém de tal maeira 9ue os idi6+duos são a4ora domiados pora=straç7es' e9uato ates depediam us dos outros. %* relação de deped#cia coisacosiste tão s8 as relaç7es sociais 9ue se defrotam' e9uato automatizadas' com osidi6+duos aparetemete idepedetes' isto é' suas relaç7es de produção rec+procasautoomizadas face a eles.&; J, p* H& e H&*(I- Este exo em sempre é imaete' pois a pr8pria exposição dialética s8 é 6erdadeira

9uado co5ece os seus limites %K']?3' 1& e apota para os pressupostos 5ist8ricos a 9ueela de6e recorrer. De resto' @ medida 9ue a exposição d<O Capital  a6aça' ela recorre sempremais' ao i6és da exposição l84ica de $e4el' a determiaç7es 9ue ão são o resultado imaetee ecessArio da explicitação das cate4orias ateriores. *lém disso' a medida em 9ue aexposição é sistemAtica e recostr8i a totalidade cotradit8ria da reprodução capitalista'peetrado o fudameto da redução do tra=al5o e da autoomização do 6alor' ela é'simultaeamete' cr+tica' e tem a fução de de6ol6er @s cate4orias o seu 6erdadeiro estatutol84ico' 9ue é o de serem express7es de relaç7es sociais' em=ora ela ão coicida' comoexposição cr+tica' com o pr8prio processo real de descoisificação das relaç7es sociais e de sera=ordada especificamete a prop8sito -da aAlise temAtica da dialetica e9uato cr+tica.(H- (ma razão e6idetemete cotradit8ria para Marx' por9ue etre a fialidade da

produção capitalista %4aratir a mauteção e expasão do 6alor e das relaç7es sociaisco4ruetes a ela& e os meios a 9ue ela recorre para isso' :o dese6ol6imeto icodicioadodas forças produti6as sociais do tra=al5o; %N' !!!' /1-/3& com as cose9ü#cias ecomicasie6itA6eis e idese>A6eis a+ impl+citas %9ueda da taxa de lucro' des6alorização do capital<existete e dese6ol6imeto das forças produti6as do tra=al5o @s custas das forças produti6as

 >A dese6ol6idas' l=id.&' istaura-se uma cotradição isol6el detro da pretesão dedomiação do capital. Esta cotradição frustra recursi6amete a sua pretesão de domiação'su=metedo a reprodução social a uma ista=ilidade essecial 9ue toma a plea ade9uação darealidade capitalista ao seu coceito ialcaçA6el.('- !troduzido por Marx o cotexto da reflexão metodol84ica do PosfAcio @ se4uda ediçãod<O Capital ' o coceito de <espel5ameto< %<Widerspiegelung <& ão estA iseto de am=i4üidades'pricipalmete a 6izi5aça em=araçosa de metAforas 9ue descre6em o pesameto comotrasposição e tradução o cére=ro do 9ue é material" %N' !' /G& e 9ue auciam a futurali4ua4em do materialismo 6ul4ar' 9ue cosa4rarA o positi6ismo impl+cito a especulação' >Adeuciada pelo >o6em Marx. O coceito de :espel5ameto; foi posteriormete caoizadoa tradição marxista por E4els e Lei para su=li5ar o carAter materialista da teoria doco5ecimeto marxista. )<O Capital  ele s8 pode ser etedido ade9uadamete a partir de suaori4em a dialética especulati6a 5e4eliaa' e da sua deped#cia da cocepção tradicioal deteoria o seu setido etimol84ico de 6isão. Ele ão 6isa tato su=li5ar o aspecto realista dateoria do co5ecimeto de Marx' a 6ersão tri6ial de mera c8pia de um real' 9ue em suafacticidade imediata coteria em si as articulaç7es e os exos 9ue o co5ecimeto ele

desco=re e apeas refletiria' o setido' portato' da :teoria do reflexo; do materialismo6ul4ar %mera trasposição acr+tica e pré-cr+tica de uma posição idealista&' mas o aspectopropriamete dialético do método' 9ue exp7e a l84ica o=>eti6a e pr8pria da coisa semiterfer#cias su=>eti6as pré6ias do aalista e exteras ao mo6imeto do coceito da coisa. )aiterpretação marxista ortodoxa da dialética a partir de E4els' 9ue tede a trasformA-la emmétodo ui6ersal' iclusi6e do co5ecimeto da atureza' e mesmo a pr8pria estruturao=>eti6a da realidade coce=ida como processualidade total' a Umstülpung  marxiaa é4eralmete iterpretada o setido mais ou meos tri6ial de 9ue o método dialético espel5a asestruturas dialéticas do processo o=>eti6o' sem 9ue se sai=a exatamete por 9ue o real édialético' e' muito meos' por9ue o espel5ameto seria tal. (m testemu5o claro dessatri6ialização da dialética como espal5ameto os oferece uma passa4em de uma carta de

E4els a c5midt' de 0 de o6em=ro de 0210H :... a i6ersão da dialética em $e4el cosiste em9ue ela de6e ser o :autodese6ol6imeto do pesameto< e 9ue' portato' a dialética dos fatosé apeas o seu re^exo %< Abgan! <&' e9uato 9ue a dialética a ossa ca=eça é' certamete'

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apeas o espel5ameto %'Widerspiegelung U& do dese6ol6imeto factual o mudo da aturezae o mudo 5ist8rico-5umao 9ue o=edece a formas dialéticas. Compare uma 6ez odese6ol6imeto da mercadoria ao capital em Marx com o do ser @ ess#cia em $e4el' e 6oc#terA um =om paraleloH a9ui o dese6ol6imeto do cocreto' tal como ele resulta dos fatos' lA acostrução a=strata...; % "ar#$%ngels Wer&e' 6ol. ?2' p. /&. Co6ém o=ser6ar 9ue o :apeas;9ue fazia setido o sistema 5e4eliao 9uado se trata6a :em trazer apeas a cosci#cia o

tra=al5o da pr8pria razão da coisa; % e(htsphil)s)phie' _ ?l*&' tora-se o idicador de umrealismo i4#uo e pré-Yatiao 9uado referido ao mero :espel5ameto do dese6ol6imetofactual.; O 6erdadeiro cocreto' 9ue era' para Marx' o resultado de sua recostrução sitéticao pesameto' tede a ser cofudido com uma imediatidade factual' com o :cocretoemp+rico e imediato; de Marx' e a dialética como método parece reduzir-se @ duplicação deuma dialética dos fatos sem pesameto' e o caso de $e4el' a uma :costrução a=strata;cotraposta W positi6idade dos fatos. al redução da dialética ao espel5ameto s8 é aidaiteli4+6el o 9uadro de uma otolo4ia do real' trasformado metafisicamete emprocessualidade ui6ersal' 9ue se imporia ao pesameto com a positi6idade de um fato. Z oresultado Ial da dialética materialista co6ertida em :materialismo dialético.;)E- 8konomische 1orm/estimmtheit D*

)l- )a teoria pressup7e-se 9ue as leis do modo de produção capitalista se dese6ol6em demaeira pura. )a realidade efeti6a existe apeas a aproximaçãoV mas esta aproximação etato maior 9uato mais dese6ol6ido estA o modo de produção capitalista e 9uato maisesti6er elimiado o seu etrelaçameto e sua cotamiação com restos de situaç7esecomicas ateriores.; T, LLL, p* &H;-*)3- 0 método emergiu disso como o conceito "ue se sabe como absoluto, tanto subjetivo "uantoobjetivo, e se tem a si mesmo como objeto, por conseguinte, como a pura correspond$ncia entre oconceito e a sua realidade, como uma eist$ncia, "ue é ele mesmo o conceito-*D K?, LL, p* ;H)-*)G- Em tal i6esti4ação ui6ersal pressup7e-se sempre' em pric+pio' 9ue as relaç7esefeti6as correspodam ao seu coceito ou' o 9ue e9ui6ale' 9ue as relaç7es efeti6as s8 se>amexpostas e9uato elas exprimem o seu pr8prio tipo ui6ersal.; T, LLL, p* &(3-* ,);- Y:%ZNL77%N +*, 7ein und 7chein* Die kritische 1unktion der 4ergelschen Logik ,7uhrWamp, <ranWfutS+*, &'IH, p* H)#HI*)(- *s cate4orias 9ue exprimem suas relaç7es %da sociedade =ur4uesa&' a compreesão desua pr8pria articulação' permitem peetrar a articulação e as relaç7es de produção detodas as formas de sociedade desaparecidas.D J, p* 3(#3)X trad* loc*cit*, p* &3E-*))- *ssim como a ui6ersalização do tra=al5o assalariado trasforma o tra=al5o' e9uatoati6idade cocreta' em ati6idade idiferete ao tra=al5ador' torado :praticamete6erdadeira; a :a=stração da cate4oria tra=al5o em 4eral.; J, p* 3(X trad* loc*,cit*, p* &3E-*)I- Meichelt, :*, 9ur logischen :truktur des apital/egri((s /ei ; #ar$, %urop\ischc]erlaganstalt, <ranWfurtS+*, &'IE, p* HE*