explorando a investigação para fins de prevenção
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Explorando a investigação para fins de
prevenção
Objetivos da prevenção
• Eliminar ou reduzir perigos, riscos ou fatores de risco de acidentes
• Eliminar ou reduzir intervenções e ou aspectos técnicos que fragilizem a segurança, a confiabilidade e ou os recursos de controle usados no sistema
AT
Bases para a prevenção de acidentes• Escolher abordagens preventivas
coerentes com as propostas de ampliação do perímetro das análises
• A prevenção centrada em recomendações como:– Prestar mais atenção, conscientizar– Treinar, disciplinar/punir– Recomendar uso de EPI
O que evitar? A concepção linear, a culpa e a inibição da prevenção
Visível
Invisível
IntençãoGest
o
Recursos de apoio à prevenção• Literatura, internet, consultorias ...
– Inventário de alternativas de estratégias e técnicas de prevenção
– “Sites” de consulta e ou busca especializada, listas de discussão•Bancos de dados de soluções•Legislação e recomendações
– Relatos de acidentes com aspectos assemelhados
– ...
Proteções de máquinas e dispositivos de Proteções de máquinas e dispositivos de proteçãoproteção
• 1) Proteções mecânicas• 1.1) Fixas• 1.2) Móveis
• 1.2.1) Com travamento• 1.2.2) Com intertravamento (1.2.1 mais
bloqueio mecânico ou por detectores)• 1.3) Proteções reguláveis
• 2) Dispositivos ou detectores de sensibilidade: parada de emergência• 2.1) Detecção mecânica• 2.2) Detecção não mecânica
Mauge 1995
Processo de construção das estratégias de prevenção
• Incentivo e liberdade para participação coletiva• “Tempestade de idéias” envolvendo todos os
participantes– incentivar criatividade na busca de soluções
para os problemas identificados– Checar se todos os problemas são explorados
• Aprofundar análise das alternativas:– Critérios de seleção (ver transparência)– Contribuições baseadas nas diversas escolas
de análise de acidentes
Exploração da árvore de causas para fins de prevenção
1 Eliminar diretamente um fator de acidente
2 Introduzir elemento que impeça sua origem
3 Eliminar fator necessário à sua origem
Outras formas de elaborar medidas de prevenção
• A contribuição de Haddon Jr. – A matriz de Haddon Jr.– As 10 (dez) estratégias de prevenção
de Haddon Jr.Completar a análise ADC
• A ampliação conceitual das análises e das estratégias de prevenção– Acidente psico-organizacional– Contribuições da sociologia, da
Ergonomia e da Psicologia
Aplicação da matriz de Haddon a acidentes com veículos
Fases Fatores
Humanos Veículos e Equipamentos
Ambiente
Pré evento
Educar o público no uso de cintos de segurança e assentos de segurança para crianças
Freios e pneus seguros
Melhorar o design de estradasRestringir venda de álcool em estradas
Evento
Prevenção de osteoporose para diminuir chance de fraturas
Equipar carros com “air bags” e design contra choques
Barreiras contra choques e “breakaway utility poles”
Pós evento
Tratamento de hemofilia e condições que dificultem a recuperação
Design seguro em tanques de combustível para evitar rupturas e incêndios
Instalar serviços de emergência e reabilitação adequados
As Estratégias de Haddon
• Exemplos de aplicação
Critérios de seleção de estratégias de prevenção
• Capacidade de eliminar ou reduzir acidentes (riscos) e lesões
• Estabilidade no tempo• Aplicabilidade em diferentes situações• Não deslocar ou criar novos riscos e não
aumentar exigências (custo) para o operador• Associar medidas ativas e passivas• Respeitar princípios da “falha segura” e da
“precaução”• Prazo de implantação compatível com o risco
Fases da Prevenção ou Organização da Exploração das Árvores
• Retomar fatores de risco e perigos identificados:– Lista de fatores– Árvore e problemas ou fatores potenciais de
acidentes • Elaborar lista de medidas de prevenção (MP)
(incentivar exemplos dos 3 tipos)• Selecionar MPs (usar critérios de seleção)• Definir cronograma, responsáveis e implantar
MPs• Avaliar processo de implantação, impacto das
MP adotadas, razões de atrasos e falhas e informar participantes (“feedback”)
Medidas de prevenção: formular e selecionar
Fatos do AT (árvore)
Medidas de prevenção
Possíveis Selecionadas
F1
F2
...
Fn
MP1
MP2
...
MPn
Fatos da árvore
Usar critérios
de seleção
Questões: eliminar fator? Introduzir
barreira? Eliminar fator da origem?
Medidas de prevenção: acompanhar a implantação
Medidas de
prevençãoResponsá
vel Cronogram
aOBS:
MP1
MP2 Ninguém
Todo mundo
Meio dia prá tarde, dia de São
NuncaIdem
Razões de atrasos, problemas não resolvidos, novas providências,
etc.
Sr X é ferido
Sr X é prensado entre a
carreta e o trator
O trator recua
O freio de mão está solto
O trator está ligado
O pátio é inclinado
Sr X coloca o corpo entre a
carreta e o trator
A conexão é difícil
As alturas do trator e da carreta
são diferentes
O trator usado é diferente
do habitual
O trator habitual
está quebrado
Árvore de causas de prensagem entre trator e carreta
Monteau, Enc. OIT
Exploração da árvoreFatores do acidente
Medidas de prevenção possíveis
Fatores potenciais de
acidente
Freio de mão solto
Motor ligado
O pátio é inclinado
Diferença de altura entre
carreta e tratorTrator habitual
fora de uso
Reconstruir o pátio
Estacionamento em área
inadequadaTreinar
motoristasInadequação
de treinamento de motoristas
Padronizar conexão de
equipamentos
Incompatibilidade técnica de
materiaisInspeção
preventiva de veículos
Quebra de equipamento
sMonteau, Enc. OIT
Construir a competência necessária para enfrentar a dimensão
organizacional dos acidentes• Como diminuir os riscos associados à co-
atividade e às interferências entre tarefas?
– Análises capazes de identificá-los
• Como diminuir os riscos associados à terceirização?
• Como diminuir os riscos associados às falhas na gestão de programas de manutenção?
– Ambiente de confiança para sua discussão
– Superar o “custo do silêncio” [...]
Conceitos a serem retomados na prevenção de acidentes
• Escolas “comportamental” e da psicologia social– Modelos de ação/representação do perigo– Cultura de segurança,– Alças de aprendizado organizacional– Reason e os “erros latentes”,
• Contribuiçães da Ergonomia e da psicopatologia– Saber fazer de prudência, regras de ofício,
defesas psicológicas face ao perigo ...– Estratégias de regulação individuais e
coletivas e as razões de seu fracasso– As percepções dos operadores
Elementos de uma cultura de segurança• Identificar riscos presentes em cada processo e
tarefas associadas• Avaliar sua probabilidade e danos potenciais para
pessoas, materiais e meio ambiente• Adotar as medidas de controle• Documentar todo o processo para cada um dos
riscos• Disponibilizar gratuitamente a documentação para
todos os interessados, revisar periodicamente e face as circunstâncias (mudanças de equipamento, níveis de manutenção etc)
• Cada membro da equipe realiza avaliação de risco antes de iniciar qualquer tarefa (identificar risco, adotar controles)
• Demais membros da organização conhecem, encorajam e dão suporte a essas medidas
Método INRS - vantagens• Dificultar transformação da AAT em discussão
de teses acerca da responsabilidade pelo AT• Visualizar dinâmica do AT, clarear e classificar
eventos vividos de modo confuso e passional– Ação simultânea de eventos (conjunção)– Possibilidade de medidas de prevenção
(versus fatalidade de sua conjunção)– Diálogo sobre fatos concretos e não
interpretações em termos de culpa• Alargar análise até fatores de início ignorados
ou negligenciados e sem limitar-se a lista pré-estabelecida
De Keyser 1979
Método ADC - vantagens e desvantagens
• Escolha de medidas de prevenção– Por negociação– Considerando todos os fatores da árvore, uso
de critérios de seleção e adaptação às especificidades da situação
• Dificuldades– Fatores evidenciados na análise necessitam
ser considerados nas intervenções de prevenção
– Necessidade de estrutura dinâmica que atue nesses fatores (investigador # decisor)
Melhoria da confiabilidade humana em sistemas complexos: Leplat,1985
• Melhorar conhecimento acerca da tarefa– determinar variáveis essenciais, melhorar
avisos sobre seu comportamento (evolução, valores críticos), alargar campos de controle
• Aprimorar de antecipação de problemas– aumentar tolerância e acesso a informações
acerca de estados intermediários• Melhorar concepção e diagnóstico de erros• Estabilizar funcionamento do sistema• Eliminar atribuição de culpa ao autor do erro
Redução de “erros humanos” segundo Reason, 1999
• Suprimir erros latentes associados ao seu desencadeamento
• Introduzir sistema de ajuda à tomada de decisões (próteses cognitivas), incluindo:– Meios de aviso à população, melhorias de
treinamento e suportes informatizados• Ajuda à memória de pessoal de manutenção• Incorporar meios de recuperação de erros já
ocorridos, como:– Envolvimento de coletivos de trabalho,
regulamentações, organização, gerenciamento
Controle de Erros
• Exemplo proposta Finlândia
Objetivos da prevenção• Deixar ao operador o controle da situação e
dos riscos a correr, favorecer a visibilidade de suas próprias ações e das do sistema
• Não privar o operador de suas defesas naturais e não contrariá-las (Amalberti 1996)
• Desenvolver o clima de confiança que favoreça as relações de solidariedade (Dejours 1993)
• Favorecer trocas de idéias entre operadores, decisões sobre como fazer a operação ...
• Desenvolver coordenação, cooperação, formas de entendimento e de ajuda mútua (Llory 1999)
A ocorrência de um acidente significa que as capacidades de controle do sistema foram excedidas. O elo final mais fraco
pode, frequentemente, ser um comportamento da vítima, mas o acidente torna-se previsível muito tempo antes que
este ponto seja atingido e essa última falha é, em geral, irrelevante para as
ações que precisam ser adotadas para prevenir a recorrência do AT.
Adaptado de Hale & Glendon, 1987
Prevenção sistêmica
Deve-se sempre perguntar se a prevenção das mudanças que ultrapassaram as
capacidades de controle do sistema era possível na vigência das exigências das condições de trabalho prevalentes, ou se mais atenção não se deveria ser dada à prevenção da origem de tais condições.
Adaptado de Hale & Glendon, 1987
Prevenção sistêmica