experiências obtidas a partir da utilização de um terrário
TRANSCRIPT
eISSN 2179-426X
10.26843/rencima.v12n4a02
Recebido em 01/03/2021 | Aceito em 07/05/2021 | Publicado em 13/07/2021
Experiências obtidas a partir da utilização de um terrário de planárias durante monitoria de Zoologia
Manoel Celestino de Pontes Filho1
Jéssica Prata de Oliveira2
Resumo: O ensino de zoologia requer a aplicação de recursos didático-pedagógicos para manter os discentes interessados diante conteúdos extensos. Nesse contexto, este estudo relata a experiência da utilização de um terrário de planárias pelos monitores e discentes da disciplina Organismos Unicelulares e Metazoários Não Celomados, do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal da Paraíba, como recurso didático-pedagógico para favorecer o processo de ensino-aprendizagem. O terrário foi aplicado nas aulas práticas do Filo Platyhelminthes, durante os semestres letivos 2018.2 e 2019.1, para cinco turmas, tanto da modalidade bacharelado quanto licenciatura. Durante o monitoramento do terrário, foram observados diversos comportamentos das planárias, como a reprodução sexuada que possui relevância científica, apesar de pouco observada e descrita na literatura. A aplicação do terrário promoveu maior compreensão sobre os platelmintos por meio da observação, investigação e descrição de aspectos morfológicos e comportamentais desses animais, despertando a curiosidade científica nos discentes e contribuindo para a formação de futuros professores de Ciências e Biologia.
Palavras-chave: Biologia. Ensino-aprendizagem. Aula Prática. Invertebrados. Platyhelminthes.
Experiences obtained from the use of a planary terrary during Zoology monitoring
Abstract: Teaching zoology requires the application of didactic-pedagogical resources to keep the students interested in face of the extensive content. The study aimed to report the experience of using a planarian terrarium by the monitors and students of the Unicellular Organisms and Non-Coelomate Metazoans discipline of the Biological Sciences course of the Federal University of Paraíba, as a didactic-pedagogical resource to facilitate the teaching-learning process. The terrarium was applied in the practical classes on Phylum Platyhelminthes during the semesters 2018.2 and 2019.1, to five classes. During monitoring of the terrarium, different planarians behaviors were observed, such as sexual reproduction, which has scientific relevance, although little observed and described in the specialized literature. The application of the terrarium promoted a greater understanding about the flatworms by observing, investigating, and describing the morphological and the behavioral aspects of these animals, stimulating the scientific curiosity in students, and contributing to the training of future Sciences and Biology teachers.
1 Graduando em Ciências Biológicas. Estagiário do Laboratório de Invertebrados Paulo Young (LIPY). Departamento de
Sistemática e Ecologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Paraíba, Brasil. [email protected] https://orcid.org/0000-0002-1909-3273 2 Doutora em Ciências Biológicas (Zoologia). Técnica de laboratório do Departamento de Sistemática e Ecologia da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Paraíba, Brasil. [email protected] https://orcid.org/0000-0002-0954-5459
2 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
Keywords: Biology. Teaching-learning. Practical Class. Invertebrates. Platyhelminthes.
Experiencias obtenidas del uso de un terrario planario durante el seguimiento Zoologico
Resumen: La enseñanza de la zoología requiere aplicación de recursos didáctico-pedagógicos para mantener el interés de los estudiantes frente a un contenido extenso. En este contexto, este estudio reporta la experiencia del uso de un terrario de planarias por parte de monitores y estudiantes de la disciplina Organismos Unicelulares y Metazoos No-Coelomados del curso de Ciencias Biológicas, de la Universidade Federal de Paraíba, como recurso didáctico-pedagógico para favorecer el proceso de enseñanza-aprendizaje. El terrario se aplicó en las clases prácticas del Filo Platyhelminthes durante los semestres académicos 2018.2 y 2019.1, para cinco clases. Durante el seguimiento del terrário se observaron diferentes comportamientos de las planarias, como la reproducción sexual, que tiene relevancia científica, aunque poco observado y descrito en la literatura. La aplicación del terrario promovió una mayor comprensión de los gusanos planos a través de la observación, investigación y descripción de los aspectos morfológicos y de comportamiento de estos animales, estimulando la curiosidad científica en los estudiantes, y contribuyendo a la formación de los futuros profesores de Ciencias y Biologia.
Palabras clave: Biología. Enseñanza-aprendizaje. Clase Practica. Invertebrados. Platyhelminthes.
Introdução
A diversificação e a inovação das práticas pedagógicas aplicadas em sala de aula
são fundamentais no estímulo à participação dos alunos como sujeitos ativos no processo
de ensino-aprendizagem, assim como preconizado na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional Nº 9.394/96 (BRASIL, 1996). Tal afirmação abrange tanto a educação
básica quanto a superior, tendo em vista a necessidade de reestruturar o modelo de
educação, de modo que ele não seja maçante e improdutivo.
O processo de ensino e aprendizagem deve ser considerado uma prática pedagógica
que requer, acima de tudo, interação entre o docente e os discentes, já que a comunicação
entre ambos promove uma melhor compreensão por parte dos alunos quanto ao conteúdo
aplicado. Tais conteúdos precisam ser repassados de modo prático, didático e
esclarecedor; entretanto, muitas vezes isso não acontece, prevalecendo o ensino
essencialmente teórico, descontextualizado e baseado em memorização (SCHEID;
FERRARI, 2006). Contudo, Siqueira, Vilaça e Frenedozo (2018) asseveram que a
qualidade da educação está diretamente ligada ao processo de formação e educação dos
professores; ou seja, para que essa situação aconteça, os educadores devem ser bem-
preparados ao longo de sua formação (nesse caso, enquanto licenciandos).
3 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
O programa de monitoria na graduação é uma atividade voltada ao aperfeiçoamento
do processo de ensino e aprendizagem, bastante disseminada e dotada de um papel
relevante no ensino superior (ORTOLAN; ALTEFF; TIBURZIO, 2020). Nessa atividade,
discentes de graduação têm a oportunidade de participar ativamente no ensino de colegas
de turmas posteriores às suas como monitores, desenvolvendo atividades como elaboração
de questões, atendimento para tirar dúvidas e discussão sobre elementos próprios da
disciplina e do fazer pedagógico (ORTOLAN et al., 2019; LIRA et al., 2015).
A Zoologia é uma disciplina que apresenta uma carga de conteúdos bastante
densos, sendo considerada difícil devido à grande quantidade de “termos complicados” e a
somatória de assuntos a serem abordados. No curso de Ciências Biológicas da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Zoologia é dividida em três disciplinas, de modo
que cada uma seja aplicada no período subsequente, a fim de facilitar a compreensão por
parte dos alunos. Inicialmente, é abordada a disciplina “Organismos Unicelulares e
Metazoários Não Celomados” (na qual foi executado o presente trabalho); na sequência,
vem “Metazoários Celomados Não Deuterostomados”; em seguida, “Metazoários
Deuterostomados”, respectivamente.
A disciplina Organismos Unicelulares e Metazoários Não Celomados engloba os
conteúdos referentes aos grandes grupos dos seres vivos, sendo apresentados os
diferentes reinos existentes, a origem e evolução do grupo Archaea, Eubactéria, linhagens
de protistas e metazoários não celomados, sendo estes representados pelos organismos
dos filos Porifera, Cnidaria, Ctenophora, Platyhelminthes e Nematoda em uma abordagem
comparativa, apresentados na disciplina nesta mesma sequência em termos de estrutura
celular e/ou corpórea, elucidando os padrões estruturais estabelecidos e a diversidade
resultante.
Sobre o Filo Platyhelminthes, esta disciplina aborda suas classes, morfologia e
modos de vida dos seus representantes, sua diversidade e importância tanto ecológica
quanto médica, uma vez que alguns indivíduos podem ser vetores de doenças. As planárias
são fazem parte deste filo, inseridos na Classe Turbellaria (Ordem Tricladida); pela
etimologia da palavra (platy = “achatado”; helminth = “verme”) significa vermes com corpos
achatados. Os turbelários têm duas divisões: os macroturbelários, com 1cm a 30cm de
comprimento, e os microturbelários, menores que 1cm de comprimento (GIRIBET;
EDGECOMBE, 2020; BRUSCA et al., 2018).
4 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
No que diz respeito ao Bauplan dos Metazoários, as planárias são organismos
triblásticos e bilatérios, representando o plano corpóreo básico a partir do qual os
protostômios finalmente se originaram. Além disso, esses animais possuem um sistema
nervoso centralizado, formado por um gânglio cerebral na extremidade da região anterior,
e cordões nervosos longitudinais, com comissuras transversais (esquema semelhante a
uma escada), seguindo pelo restante do corpo; há tendências à cefalização, embora não
possuam uma ‘cabeça’ propriamente dita (GIRIBET; EDGECOMBE, 2020). Segundo
Brusca et al. (2018), a partir dessas características, surgiram algumas vantagens
evolutivas, como os movimentos unidirecionais e um estilo de vida mais ativo que o
demonstrado pelos animais com simetria radial (cnidários, por exemplo).
Além dessas características inovadoras, a presença da mesoderme permite a
formação de um mesênquima fibroso e muscular, oferecendo sustentação estrutural,
permitindo uma locomoção que não era possível aos animais diploblásticos radiados.
Sistemas reprodutivos sofisticados desenvolveram-se nos platelmintos, possibilitando a
fecundação interna e o aumento da produção de vitelo e ovos encapsulados (BRUSCA et
al., 2018). Externamente os turbelários são ciliados e o comprimento do corpo é diretamente
proporcional à quantidade de cílios presentes no animal, tendo em vista que os mesmos
entrarão em contato com o substrato, favorecendo a locomoção (PECHENIK, 2016); são
cilíndricos, mas há várias espécies com o corpo achatado, especialmente as que possuem
um maior tamanho; em relação à coloração, o dorso pode ser amarelado, acinzentado,
marrom ou preto na maioria dos microturbelários e nos tricladidos aquáticos, ao passo que
nos policlados e tricladidos terrestres, as cores podem ser vivas e/ou ter padrões mais
contrastantes (FRANSOZO, 2016).
A morfologia interna desses organismos é formada por um epitélio relativamente
simples, composto por células cilíndricas ou cúbicas ciliadas apoiadas sobre uma lâmina
basal. A epiderme recebe secreções produzidas por glândulas unicelulares localizadas no
mesênquima; essas secreções de composição variada podem auxiliar na locomoção, na
adesão, na homeostase e/ou na captura de presas, ou ainda atuar na defesa contra
predadores (FRANSOZO; NEGREIROS-FRANSOZO, 2018). Não possuem um sistema
circulatório nem respiratório e utilizam toda a superfície corporal para desempenhar esta
atividade metabólica, motivo este pelo qual esses organismos são encontrados apenas em
locais úmidos, quando terrestres (BRUSCA et al., 2018).
Apesar de as planárias serem pouco mencionadas na literatura quanto ao ensino de
5 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
Ciências e Biologia, por vezes lembradas como sendo apenas um mero representante do
Filo Platyhelminthes, elas devem ser levadas em consideração devido ao seu papel
ecológico, pois são organismos bioindicadores, tanto de ambientes aquáticos quanto
terrestres, além de muito sensíveis às mudanças no habitat (BOLL; MARQUES; LEAN-
ZANCHET, 2020). No ensino básico, o estudo dos platelmintos é abordado na disciplina de
ciências e abrange desde as características gerais dos vermes até a importância sanitária,
social e ambiental (JÚNIOR, 2018).
Ademais, a utilização de um terrário de planárias, além de favorecer a observação
de comportamentos, promove um ensino mais lúdico, criativo e investigativo, por ser um
recurso didático mais atrativo, como mencionado por Sena Silva (2014). Corroborando com
Magalhães e Pastorini (2016), essa metodologia possibilita uma aprendizagem mais
significativa, favorecendo a apreensão de conteúdos abordados de maneira satisfatória,
despertando nos discentes o interesse pelo aprender.
Utilizar atividades investigativas como ponto de partida para desenvolver
compreensão de conceitos é uma forma de levar o aluno a participar de seu processo de
aprendizagem, sair de uma postura passiva e começar a perceber e agir sobre o seu objeto
de estudo, relacionando o objeto com acontecimentos e buscando as causas da relação,
procurando, portanto, uma explicação causal para o resultado de suas ações e/ou
interações (CARVALHO, 2004).
Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo relatar a experiência da
construção, apresentação, monitoramento e manutenção de um terrário de planárias pelos
monitores e discentes da disciplina Organismos Unicelulares e Metazoários Não
Celomados, do curso de Ciências Biológicas da UFPB, a fim de favorecer o processo de
ensino-aprendizagem. Buscou-se ainda incentivar o interesse dos alunos, bem como dos
monitores da disciplina, pelo estudo desses organismos estimulando-os a compreender
conceitos básicos, incluindo aspectos morfológicos e ecológicos, sobre as planárias durante
as aulas práticas com base na observação, investigação e confirmação dos procedimentos
realizados. O uso desse tipo de ferramenta como recurso didático contribui para a formação
dos futuros professores de ciências e biologia que irão atuar na educação básica e/ou
superior, além de encorajar a pesquisa científica de grupos taxonômicos ainda
negligenciados, com poucos especialistas no Brasil, a exemplo do filo Platyhelminthes.
6 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
Procedimentos metodológicos
Durante os meses de abril a julho de 2019, foram realizadas, ao todo, seis coletas
de planárias terrestres em um fragmento de Mata Atlântica localizado dentro da
Universidade Federal da Paraíba, Campus I, João Pessoa-PB, pertencentes ao antigo
biotério do Departamento de Sistemática e Ecologia / CCEN / UFPB (Figuras 1, 2, 3 e 4).
Para isso, foram averiguados visualmente cupinzeiros, troncos de árvores caídas e
serrapilheira, locais onde possivelmente oferecessem fonte de alimentação às planárias.
Além disso, foram analisadas áreas bastante úmidas, pois são mais favoráveis para a
presença desses animais, devido às suas próprias limitações fisiológicas.
Figuras 1, 2, 3 e 4: Local da coleta
Fonte: Elaborado pelos Autores
As planárias foram coletadas com o auxílio de pinças, de modo que facilitasse a
coleta do animal; por serem organismos muito sensíveis ao toque, as planárias foram
7 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
retiradas de seu habitat natural da forma mais delicada possível. Foram utilizados potes de
plástico com as tampas perfuradas (viabilizando a entrada de ar no pote) para armazená-
las durante a coleta, até serem transportadas ao laboratório; esses recipientes também
contavam com a presença do substrato do local (terra e serrapilheira), para que os
organismos não fossem submetidos a uma mudança brusca de ambiente. Antes de
abandonar o local, todo o material virado foi retornado à posição original para diminuir o
impacto ocasionado (CARBAYO, 2005).
Os potes foram colocados dentro de bandejas plásticas, contendo também um pouco
mais do solo, folhas secas e rochas do local de coleta; tais bandejas possibilitaram um
melhor transporte do material até o Laboratório de Ambientes Recifais e Biotecnologia com
Microalgas (LARBIM/UFPB), onde as planárias foram transferidas para o interior de um
aquário de vidro – com dimensões aproximadas em 35cm de comprimento, 17cm de largura
e 20cm de altura, preenchido com os demais materiais coletados os quais foram
transportados nas bandejas plásticas – e posteriormente vedado com plástico filme com
algumas perfurações, para que houvesse troca de gases dentro do terrário (figura 5);
semanalmente, o terrário também era umidificado com água, preferencialmente da chuva,
de modo que evitasse prejuízos às planárias devido alterações no ph ambiente, tendo em
vista que água tratada da torneira contém cloro.
Figura 5: terrário de planárias finalizado
Fonte: Elaborado pelos Autores
Além das planárias, foram coletados semanal e quinzenalmente pequenos
gastrópodes (caracóis; figuras 6 e 7), isópteros (cupins) e oligoquetas (minhocas), no
mesmo fragmento de mata em que foram coletadas as planárias, esses organismos
serviram de alimento para as planárias. Foi criado um terrário à parte para manter os
caracóis vivos e para que se reproduzissem, não necessitando coletá-los com tanta
8 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
frequência; foram utilizadas cenouras cortadas em rodelas para a dieta, assim como terra,
folhas e rochas, proporcionando um ambiente semelhante ao das planárias, com condições
normais de temperatura e umidade favorável à sobrevivência de ambos. Minhocas e cupins
não foram armazenados em um terrário à parte, apenas coletados e colocados diretamente
no terrário das planárias para alimentação das mesmas.
Figuras 6 e 7: caracóis utilizados para alimentação das planárias
Fonte: Elaborado pelos Autores
Tanto o terrário de planárias quanto o de caracóis foram transportados para
residência após algumas semanas em que estavam mantidos no LARBIM, pois requeriam
mais tempo de observação e cuidados no geral enquanto estavam no laboratório. Somado
a isso, o ambiente climatizado poderia comprometer a sobrevida das planárias, tendo em
vista que estaria com um clima mais ameno do que o seu ambiente natural, as quais estão
adaptadas, além de que mantê-las em laboratório reduziria o quantitativo de estudos sobre
seus comportamentos (BOLL, 2019).
As planárias coletadas foram apresentadas durante as aulas práticas de laboratório
sobre o Filo Platyhelminthes, na disciplina Organismos Unicelulares e Metazoários Não
Celomados, com as turmas dos semestres 2018.2 e 2019.1 (tanto da modalidade
licenciatura quanto bacharelado), e mantidas no terrário por aproximadamente sete meses,
de modo que elas continuassem vivas até o semestre seguinte, para serem apresentadas
para as próximas turmas (nesse caso, as do semestre 2019.1).
Para a condução das aulas práticas, foram utilizadas placas de petri, pinças, pincetas
com água, e microscópios estereoscópicos (lupa). Em um primeiro momento, o monitor
explanou sobre a experiência de coleta e análise comportamental desses organismos até
momentos antes das aulas, assim como esclarecimentos acerca do grupo do qual as
planárias fazem parte, os turbelários (Classe Turbellaria), quanto à biodiversidade, habitats,
9 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
modos de vida (endo e ectoparasitas e organismos de vida livre) e reprodução.
Em um segundo momento, os discentes foram convidados a retirar do terrário alguns
exemplares de planária com auxílio de pinça. Os espécimes foram transferidos para placas
de petri com um pouco de água, para manter a umidade do tegumento, as quais foram
dispostas em microscópios estereoscópicos para serem analisadas. Os discentes foram
orientados a observar e descrever a morfologia externa do animal, bem como aspectos
comportamentais sempre que possível. Ao longo dessas etapas, os discentes foram
incentivados a aplicar a metodologia científica para posterior discussão do tema no final da
aula.
Resultados e discussão
Coleta, construção do terrário e observações comportamentais das planárias
As planárias foram coletadas com o intuito de serem apresentadas durante as aulas
práticas de laboratório sobre o Filo Platyhelminthes. As atividades de coleta e de
manutenção do terrário foram de grande importância para a formação dos monitores e para
a disciplina, sobretudo em relação à observação dos aspectos morfológicos e
comportamentais das planárias mantidas em cativeiro; corroborando com Sousa & Cesar
(2017), a construção do terrário amplia as possibilidades do processo de ensino-
aprendizagem. Ao todo, dentre os meses de abril a julho de 2019, foram coletadas 8
planárias, 3 no período com menos chuvas, entre abril e maio, e 5 no período mais
úmido/chuvoso, entre junho e julho (figuras 8 e 9).
Figuras 8 e 9: algumas planárias coletadas
Fonte: Elaborado pelos Autores
Segundo Andrade e Santos (2004), as planárias podem ser facilmente criadas e
armazenadas em larga escala em pequenas salas de criação. Entretanto, o terrário requer
10 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
uma demanda na manutenção por se tratar de um local úmido, o que torna propício o
crescimento de fungos e demais agentes possivelmente patogênicos tanto para planárias
quanto para os humanos. Dessa forma, foi necessário fazer a troca mensal da terra e da
serrapilheira, evitando possíveis prejuízos (figuras 10 e 11).
Figuras 10 e 11: terrário de planárias após manutenção, no Laboratório Didático de Zoologia do Departamento de Sistemática e Ecologia (UFPB)
Fonte: Elaborado pelos Autores
Em uma das coletas realizadas, duas planárias foram flagradas se reproduzindo
sexuadamente (reprodução cruzada; figuras 12 e 13). Esse comportamento é pouco
descrito na literatura, principalmente no ambiente natural. Os dois espécimes foram
coletados, de modo que pudessem ser acompanhados por mais tempo dentro do terrário.
Após algumas semanas, o surgimento de filhotes de planárias foi observado dentro do
terrário. Não foi assistido o evento de bipartição (reprodução assexuada), e esse
procedimento não foi realizado pela ação humana em nenhum momento. Dessa forma, os
filhotes nasceram a partir da reprodução sexuada (figuras 14 e 15).
A reprodução sexuada consiste na fecundação cruzada com troca mútua de esperma
de duas planárias e postura de casulos (RIBEIRO, 2012). Ao serem cultivados de forma
controlada em laboratório, os organismos chegam à fase adulta em aproximadamente três
meses após o nascimento. As planárias se reproduzem sexuadamente durante todo o ano,
gerando casulos com um curto período de incubação (BUENO-SILVA E FISCHER, 2005;
KNAKIEVICZ et al., 2006). A reprodução sexuada de planárias também foi observada e
descrita em trabalhos como os de Melo, Macedo e Andrade (1996), Bueno-Silva e Fischer
(2006), Ribeiro (2012) e Kobayashi et al. (2012).
11 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
Figuras 12 e 13: planárias se reproduzindo sexuadamente no local da coleta
Fonte: Elaborado pelos Autores
Figuras 14 e 15: filhotes de planárias
Fonte: Elaborado pelos Autores
Durante os meses em que as planárias se encontravam estabelecidas no terrário, foi
possível constatar alguns comportamentos expostos na literatura, possibilitando a
comparação dos aspectos observados com os dados da literatura. Segundo Boll e Leal-
Zanchet (2018), as planárias terrestres possuem uma anatomia simples e um conjunto de
comportamentos básicos em relação à maioria dos animais bilaterais, o que os torna
adequados para o estudo de processos biológicos.
Carbayo (2005) afirma que, durante o dia, as planárias permanecem em repouso sob
galhos caídos, troncos, pedras e no folhiço, enquanto à noite tornam-se ativas e saem dos
refúgios à procura de presas para se alimentarem. Isso pôde ser constatado,
acompanhando minuciosamente o terrário ao longo do dia; as planárias eram mais ativas
à noite. Carbayo (2005) também esclarece que algumas espécies podem ser canibais. Esse
12 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
comportamento, entretanto, não foi observado nos organismos monitorados neste trabalho.
As planárias são capazes de caçar aranhas, caracóis, lesmas, minhocas, cupins,
opiliões e isópodos, graças à ação combinada de um corpo musculoso, envolvido por uma
camada mucosa pegajosa, e uma faringe evaginante, provida de abundantes células
glandulares digestivas (CARBAYO, 2005). Brusca et al. (2018) resume a dieta apenas para
minhocas, caramujos terrestres e insetos.
Cseh, Carbayo e Froehlich (2017) afirmam que espécies de planárias podem ter uma
dieta generalista possuindo até 13 espécies como presas, distribuídas em 3 filos
(Platyhelminthes, Nemertea e Mollusca). Boll (2019) explicita que esse comportamento se
dá ao se alimentar de diversas presas (ou, ao menos duas, como foi o caso em seu estudo).
Foram ofertados caracóis, cupins, minhocas e isópodes às planárias; contudo, foi
observado que estas tinham preferência em consumir pequenos caracóis, seguido de
cupins (ofertado apenas duas vezes), mas não consumiram minhocas e isópodes. Os
espécimes coletados e mantidos no terrário podem ser considerados generalistas, por
terem consumido dois tipos de presas.
O comportamento de digestão observado nas planárias foi o mesmo descrito por Boll
e Leal-Zanchet (2018), denominado “prey crushing”, que significa “esmagamento de
presas” (figura 16), no qual a planária cobre totalmente a presa com o corpo; a faringe da
planária é então fixada na superfície da presa e a esmaga, transformando a presa em
fragmentos menores que podem ser sugados para o intestino. Esse comportamento é
frequentemente realizado para ingerir caracóis, lesmas grandes e minhocas grandes. Um
estudo focado na biologia e ecologia do animal poderia esclarecer essa relação bem como
fornecer a identificação da espécie. Atualmente, há poucos pesquisadores especialistas no
filo Platyhelminthes no Brasil.
13 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
Figura 16: planária, inserida no terrário, se alimentando de caracol a partir da técnica “prey crushing”
Fonte: Elaborado pelos Autores
As planárias sobreviveram, em condições de laboratório (com temperatura por volta
dos 20ºC), por aproximadamente um mês e cerca de 6 meses, albergadas em residência
com condições de temperatura ambiente (variando entre 28ºC a 32ºC, padrão para a região
litorânea do Nordeste brasileiro), totalizando cerca de 7 meses. É um tempo
consideravelmente longo, tendo em vista que Cseh, Carbayo e Froehlich (2017)
mantiveram planárias, apenas em condições de laboratório, por 150 dias. Além disso, Boll,
Marques e Leal-Zanchet (2020) afirmam que a alternância constante da dieta configura ter
efeitos adversos, talvez relacionados a alterações fisiológicas na digestão de diferentes
alimentos, incluindo a sobrevida das planárias.
Bueno-Silva e Fischer (2005), afirmam que o crescimento e a longevidade em
planárias mantidas aos pares ressaltam a importância da presença de um organismo
coespecífico para o desenvolvimento do animal. Um outro ponto interessante, abordado por
Boll (2019), é que algumas espécies de planárias, quando submetidas à uma dieta mista,
podem ter uma sobrevida menor do que as que se alimentam por apenas uma presa. Isso
evidencia o fato de as planárias terem sobrevivido, em média, sete meses, vivendo em
grupo num mesmo terrário, bem como se alimentando mais por caracóis.
As planárias apresentaram um outro comportamento interessante: algumas se
enterraram (figura 17). Apesar de elas possuírem essa capacidade, tal prática é pouco
observada. Geralmente esses animais permanecem sobre os folhiços e na superfície de
locais muito úmidos. Contudo, não foi possível aferir se esta ação foi uma resposta a algum
14 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
fator estressante. Inoue et al. (2015), em um estudo referente ao comportamento de
planárias frente aos estímulos externos, descreveram que as planárias exibem
comportamentos estereotipados em resposta a estímulos externos, por exemplo, exibem
fototaxia (referente à luz), quimiotaxia (referente a compostos químicos), termotaxia
(referente à temperatura) e timotaxia (preferência por uma superfície lisa ou evasão de uma
superfície texturizada), haja vista que são animais delicados em diversos aspectos.
Figura 17: planárias se enterrando, no fundo do terrário
Fonte: Elaborado pelos Autores
Uso do terrário de planárias em aulas práticas de laboratório
As aulas práticas e experimentais representam uma modalidade didática de grande
importância para o processo de assimilação e construção do conhecimento, seja no ensino
básico ou no ensino superior. De acordo com Krasilchik (2004), as aulas de laboratório têm
um lugar insubstituível no ensino da Biologia, pois desempenham funções únicas: permitem
que os alunos tenham contato direto com os fenômenos, manipulando os materiais e
equipamentos, observando organismos, despertando e mantendo o interesse dos alunos,
envolvendo os estudantes em investigações científicas, desenvolvendo a capacidade de
resolver problemas, compreendendo conceitos básicos e desenvolvendo habilidades.
Ao todo, 97 discentes se matricularam no componente curricular Organismos
Unicelulares e Metazoários Não Celomados, distribuídos em 5 turmas, nos semestres
2018.2 (sendo 3 turmas: uma da modalidade bacharelado/matutino e duas da licenciatura
– turno matutino e noturno) e 2019.1 (2 turmas: uma do bacharelado e outra da licenciatura,
ambas do turno matutino). Apesar de alguns alunos terem se evadido do curso devido a
problemas pessoais, as turmas continuaram com uma quantidade significativa de alunos.
15 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
Nesta fase do trabalho, o terrário de planárias vivas foi usado nas aulas práticas de
laboratório da disciplina Organismos Unicelulares e Metazoários Não Celomados. Sob
supervisão da professora e do monitor (figuras 18, 19 e 20), os alunos puderam retirar
cuidadosamente as planárias do terrário e colocá-las sobre as placas de petri, com um
pouco de água para evitar a desidratação do tegumento do organismo; os discentes
puderam observá-las com o auxílio de lupas, analisando sua forma de locomoção, o plano
corporal como um todo, assim como a região próxima da faringe, que por apresentar uma
coloração um pouco diferenciada, mais claro (figura 21), facilitava a visualização nas lupas.
Ainda sobre a faringe do animal, foram explanadas as formas de digestão, sendo possível
observar que as planárias do terrário eram capazes de utilizar a técnica “prey crushing”, na
qual ela esmaga suas presas para se alimentar. Uma outra técnica utilizada por esses
animais é a capacidade de everter a faringe para se alimentar. Tal ação, entretanto, não foi
observada nos espécimes monitorados.
Figuras 18, 19 e 20: registro das aulas práticas de laboratório
Fonte: Elaborado pelos Autores
16 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
Figura 21: região da faringe mais clara, localizada na região mais central do corpo da planária, indicada pela seta
Fonte: Elaborado pelos Autores
Por se tratar de uma atividade inovadora para a disciplina, os alunos ficaram
surpresos com a prática de laboratório, tendo em vista que nunca viram uma planária viva,
nem como elas se locomoviam. A confecção e apresentação do terrário para os alunos foi
fundamental para que compreendessem os aspectos locomotores, morfológicos e até
fisiológicos dos Platyhelminthes.
Ainda sobre o uso e a eficiência das aulas práticas, Krasilchik (2008) orienta que,
entre as modalidades didáticas existentes, tais como aulas expositivas, demonstrações,
excursões, discussões, aulas práticas e projetos, como forma de vivenciar o método
científico, as aulas práticas e projetos são mais adequados. Fortalecendo esta afirmação,
Bueno et al. (2018) afirma que aulas desenvolvidas sob propostas inovadoras que se
distanciem de um cunho tradicionalista podem acentuar o interesse pelo aprendizado e
dessa forma incentivar a busca pelo conhecimento científico. Sendo assim, infere-se que é
de fácil percepção compreender o quanto a utilização de uma didática que envolva mais
práticas é necessária na construção e assimilação do conhecimento.
Durante as aulas práticas, os discentes mencionaram o quão é parecida a
semelhança do plano corporal de uma planária com o de uma lesma; para tanto, foram
explicadas a eles algumas diferenças entre os dois organismos, tais como: (i) capacidade
de regeneração da planária a partir da reprodução assexuada (por meio da bipartição)
enquanto que as lesmas se reproduzem apenas sexuadamente; (ii) as planárias são
acelomadas, ou seja, desprovidas de uma cavidade que possa abrigar os órgãos internos
(que, por sinal, não possuem sistemas completos, e que sua “simplicidade” facilita o
17 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
processo de regeneração); já as lesmas são celomadas e possuem sistemas um pouco
mais integralizados, a exemplo do sistema digestório completo, e outras estruturas mais
complexas, como um par de tentáculos ópticos. Todavia, foi exposto aos alunos que ambos
os organismos são hermafroditas, ou seja, possuem a capacidade de produzir ambos
os gametas (femininos e masculinos).
Ademais, foi observado que, em todas as turmas, os alunos demonstraram interesse
pelas aulas práticas, de modo que fossem feitas as análises da morfologia externa das
planárias e apreensão do conhecimento acerca de alguns comportamentos delas, fazendo
questionamentos e discussões sobre o material e o conteúdo de forma crítica e reflexiva.
Além disso, a monitoria e as aulas práticas possibilitaram ao aluno monitor a oportunidade
de confeccionar o material a ser visto e estudado, além da liberdade de usufruir do recurso
utilizado, corroborando com os estudos de Camargo (2015), o qual afirma que as aulas
práticas precisam ser programadas e dar liberdade aos alunos para que sua criatividade
seja manifestada, de maneira que o aluno seja autor de seu próprio conhecimento.
Silva et al. (2015) evidenciaram que as aulas práticas estimulam o questionamento
e a participação ativa dos alunos, nas quais se tornam produtores do conhecimento e
sujeitos ativos do processo de ensino-aprendizagem. Os autores ressaltam, ainda, que as
aulas práticas precisam ter pontos a serem considerados sobre sua realização, como a
seleção da prática, preparação e a segurança do professor durante aplicação.
Consequentemente, atividades como a criação, monitoramento e aplicação de terrário de
planárias em sala de aula, envolvendo investigação aliada à ludicidade, além de beneficiar
os discentes estimulando-os à participação, provocam entusiasmo e encorajam futuros
monitores da disciplina a realizarem novamente esta prática com maior performance.
Considerações Finais
Todo o trabalho realizado, desde o momento da coleta de planárias até a finalização
das aulas práticas, foi extremamente significativo para incorporar a execução às
experiências adquiridas. O monitoramento do terrário possibilitou a observação de
comportamentos pouco descritos na literatura, fornecendo dados que ampliam o
conhecimento sobre a biologia das planárias terrestres e estimulando estudos científicos
sobre esse grupo.
Apesar de essas atividades terem sido realizadas no ensino superior, para uma
disciplina do curso de Ciências Biológicas, as mesmas poderiam ser aplicadas também no
18 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
ensino básico como estratégia para um ensino mais didático-metodológico na disciplina de
Ciências e/ou Biologia mudando apenas o contexto. O terrário é um material de fácil acesso
e baixo custo, que possibilita a interação de todos os alunos, trabalhando em equipe, do
mesmo modo que contribui para o desenvolvimento de competências e habilidades pelos
mesmos.
Em atividades como essa, o aluno monitor tem ainda a chance de se capacitar,
desenvolvendo e experimentando, a partir de erros e acertos, metodologias de trabalho que
possam se adequar e melhor responder às necessidades dos discentes envolvidos, assim
como vivenciar as dificuldades inerentes à docência, incluindo, eventualmente, o pouco
interesse dos discentes.
Dessa maneira, o presente trabalho promoveu um ensino mais didático-pedagógico
e, por parte dos alunos, mais participativo, estimulando-os a pesquisar e a investigar mais
acerca do comportamento e ecologia dos platelmintos, sobretudo as planárias, bem como
aplicar este conteúdo em sala de aula quando se tornarem futuros professores.
Referências
ANDRADE, C. F. S.; SANTOS, L. U. O uso de predadores no controle biológico de mosquitos, com destaque aos Aedes. Instituto de Biologia. Universidade Estadual de Campinas–UNICAMP. SP, 2004.
BOLL, P. K. Investigando a ecologia trófica de planárias terrestres neotropicais: ecomorfologia, desenvolvimento e comportamento. 2019. 90 f. Tese (Doutorado em Biologia). Programa de Pós-Graduação em Biologia, Universidade Federal do Rio dos Sinos, São Leopoldo-RS, 2019.
BOLL, P. K.; MARQUES, D.; LEAL-ZANCHET, A. M. Mind the food: Survival, growth and fecundity of a Neotropical land planarian (Platyhelminthes, Geoplanidae) under different diets. Zoology, v. 138, p. 125722, 2020.
BOLL, Piter Kehoma; LEAL-ZANCHET, Ana Maria. Diversity out of simplicity: interaction behavior of land planarians with co-occurring invertebrates. Zoology, v. 126, p. 110-118, 2018.
BRASIL, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário, 1996.
BRUSCA, R.C.; MOORE, W. & SHUSTER, S. M. Invertebrados. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2018.
BUENO, A. J. A. et al. Atividades práticas/experimentais para o Ensino de Ciências além das barreiras do laboratório desenvolvidas na Formação inicial de professores. Revista de Ensino de Ciências e Matemática, v. 9, n. 4, p. 94-109, 2018.
19 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
BUENO-SILVA, M.; FISCHER, M. L. Estudo da biologia de Girardia tigrina (Girard, 1850) (Platyhelminthes: Tricladida: Paludicola): análise do crescimento, reprodução e mortalidade em laboratório. Acta Biologica Leopoldensia, São Leopoldo, v. 27, n. 1, p. 11-18, 2005.
CAMARGO, G. F. de. Recursos e metodologias aplicados no ensino de botânica: uma revisão bibliográfica. Brasília, DF, 2015. Monografia (Licenciatura em Ciências Naturais) - Universidade de Brasília, Planaltina, DF, 2015.
CARBAYO, F. Procedimentos de campo e laboratório para a caracterização das planárias terrestres neotropicais (Platyhelminthes: Tricladida). Caderno La Salle XI, Canoas, v. 2, n. 1, p. 131-144, 2005.
CARVALHO, A. M. P. Ensino de ciências unindo a pesquisa e a prática. Cengage Learning Editores, 2004.
CSEH, Amanda; CARBAYO, Fernando; FROEHLICH, Eudóxia Maria. Observations on food preference of Neotropical land planarians (Platyhelminthes), with emphasis on Obama anthropophila, and their phylogenetic diversification. Zoologia (Curitiba), v. 34, 2017.
FRANSOZO, A.; NEGREIROS-FRANSOZO, M. L. Zoologia dos Invertebrados.1ª ed. Rio de Janeiro: Roca, 2018.
GIRIBET, Gonzalo; EDGECOMBE, Gregory D. The Invertebrate Tree of Life. 1. ed. New Jersey: Princeton University Press, 2020.
INOUE, T. et al. Planarian shows decision-making behavior in response to multiple stimuli by integrative brain function. Zoological letters, v. 1, n. 1, p. 1-15, 2015.
JÚNIOR, J. M. S. Jogos didáticos como instrumento de ensino-aprendizagem no ensino de ciências no ensino fundamental. Trabalho de Conclusão de Curso. 2017.
KNAKIEVICZ, T. et al. Reproductive modes and life cycles of freshwater planarians (Platyhelminthes, Tricladida, Paludicula) from southern Brazil. Invertebrate Biology, v. 125, n. 3, p. 212-221, 2006.
KOBAYASHI, Kazuya et al. Existence of two sexual races in the planarian species switching between asexual and sexual reproduction. Zoological science, v. 29, n. 4, p. 265-272, 2012.
KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. São Paulo: Edusp, 2008.
KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. São Paulo, SP: Ed. Universidade de São Paulo, 2004.
LIRA, M. O. et al. Contribuições da monitoria acadêmica para o processo de formação inicial docente de Licenciandos em Ciências Biológicas da UEPB. In: II Congresso Nacional (ISSN 2358-8829) – Campina Grande. 2015.
MAGALHÃES, V. A.; PASTORINI, L. H. EXPERIMENTAÇÃO: A construção de terrários como atividade prática investigativa no ensino de ciências da natureza. Os Desafios da Escola Pública Paranaense na perspectiva do Professor PDE, 2016.
20 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-20, jul./set. 2021
MELO, A.S., MACEDO, C.C. & ANDRADE, C.F.S.D. 1995. Eficiência de Dugesia tigrina (Girard) Turbellaria, Tricladida) como agente controlador de imaturos do mosquito Aedes albopictus (Skuse) em pneus armadilha. An. Soc. Entomol. Bras. 25(2):321-327.
ORTOLAN, L. S., ALTEFF, L. F., & TIBURZIO, V. L. B. A importância e os desafios da monitoria universitária na formação docente: um relato de experiência. Revista de Ensino de Biologia da SBEnBio, p. 289-308, 2020.
ORTOLAN, L. S.; PASSOS, M. P.; TIBURZIO, V. L. B. A monitoria discente como uma oportunidade de aprendizagem. Revista Iniciação & Formação Docente. Uberaba, v. 6, n. 1, p. 138-152, 2019.
PECHENIK, J. A. Biologia dos invertebrados. 7ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.
PENHA, B. R. Uma nova espécie de planária límnica identificada por DNA Barcoding: Girardia joseensis (Tricladida: Dugesiidae). 2016.
RIBEIRO, A. R. Potencial do uso de planárias na avaliação de contaminantes ambientais. 2012.
SCHEID, N. M. J.; FERRARI, N. A história da ciência como aliada no ensino de genética. Genética na escola, v. 1, n. 1, p. 17-18, 2006.
SENA SILVA, F. Um relato de experiência: terrário como recurso metodológico para se ensinar ciências numa perspectiva de investigação. Monografia. Universidade Federal de Minas Gerais. 2014.
SILVA, A. P. M. et al. Aulas práticas como estratégia para o conhecimento em Botânica no Ensino Fundamental. HOLOS, v. 8, dez. 2015.
SIQUEIRA, A. C.; VILAÇA, F. A.; FRENEDOZO, R. DE C. Concepção dos licenciandos em Ciências Biológicas sobre a influência dos fatores ambientais no aparecimento do Aedes Aegypti. Revista de Ensino de Ciências e Matemática, v. 9, n. 3, p. 70-86, 2018.
SOUSA, R. G.; CESAR, D. E. O ensino de ecologia e sua influência na percepção ambiental e no conhecimento ecológico de uma turma de 6º ano do ensino fundamental. Experiências em Ensino de Ciências. V.12, n.7, p. 48-68, 2017.