experiência de gestão euma visão do instituto nacional ... · orçamento da instituição,...

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Experiência de Gestão e uma Visão do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais Horizonte 2010/2014 I.A. de Freitas Pacheco 1. Experiência Prévia de Gestão Apresentando minha candidatura ao cargo de Diretor Geral do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) é natural que descreva de forma suscinta minha experiência na gestão de instituições científicas. No Brasil, tive a oportunidade de dirigir o Observatório Nacional (1979/1981), atendendo a um convite do então presidente do Conselho Nacional de Pesquisas, Mauricio Mattos Peixoto, assim como o Instituto de Astronomia e Ciências Atmosféricas da Universidade de S. Paulo (1989/1993). Durante meu mandato como diretor do ON, a instalação no Pico dos Dias (MG) do Observatório Astrofisico Brasileiro (hoje Laboratório Nacional de Astrofisica - LNA) foi completada e sua instrumentação foi colocada a serviço da comunidade. Neste mesmo período, um intenso programa de desenvolvimento de equipamentos astronômicos foi realizado no ON, como consequência da vinda de pesquisadores e técnicos instrumentalistas para a instituição. Tal como o INPE, o Observatório Nacional possui atividades fora de sua sede, caso das estações geomagnéticas de Vassouras (RJ) e de Tatuoca (PA), além de um extenso programa de campo relacionado com o levantamento da carta gravirnétrica nacional e outros serviços de interesse público, como a manutenção e difusão da hora legal brasileira. Pude, como diretor, desenvolver consideravelmente o quadro de pesquisadores, não somente na área de Astronomia mas também na área de Geofisica e aumentar de forma consequente o orçamento da instituição, através de contratos com empresas públicas e/ou privadas, em particular com a Petrobras. Por outro lado, na direção do IAGUSP, minha gestão esteve voltada principalmente para a transferência dos departamento de Geofisica e de Ciências Atmosféricas para a nova sede, situada na Cidade Universitária Armando Sal1es de Oliveira. Promovi, na época, o projeto do Laboratório de Tratamento de Imagens e Dados do IAGUSP, baseado num sistema de computação financiado pela FAPESP, que propiciou um grande desenvolvimento dos programas observacionais do departamento de Astronomia. Em 1994 assumi a direção do Observatório da "Côte d'Azur" (OCA), tendo sido escolhido pelo Conselho de Administração daquele estabelecimento entre cinco candidatos externos e com nacionalidades diversas. O OCA é o segundo instituto de pesquisas em Ciências da Terra e do Universo da França (logo após o Observatório de Paris-Meudon) e, além de sua sede na cidade de Nice, o OCA conta com uma sede secundária na cidade de Grasse e um observatório de montanha no plateau de Calem. O OCA assemelha-se ao INPE não somente por ser um laboratório espacial e com multi-sítios mas também por contar com uma razão engenheiro/pesquisador bem superior a unidade, o que indica a importância dada ao 1

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Experiência de Gestão e uma Visão do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

Horizonte 2010/2014

I.A. de Freitas Pacheco

1. Experiência Prévia de Gestão

Apresentando minha candidatura ao cargo de Diretor Geral do Instituto Nacional de PesquisasEspaciais (INPE) é natural que descreva de forma suscinta minha experiência na gestão deinstituições científicas.

No Brasil, tive a oportunidade de dirigir o Observatório Nacional (1979/1981), atendendo aum convite do então presidente do Conselho Nacional de Pesquisas, Mauricio Mattos Peixoto,assim como o Instituto de Astronomia e Ciências Atmosféricas da Universidade de S. Paulo(1989/1993). Durante meu mandato como diretor do ON, a instalação no Pico dos Dias (MG)do Observatório Astrofisico Brasileiro (hoje Laboratório Nacional de Astrofisica - LNA) foicompletada e sua instrumentação foi colocada a serviço da comunidade. Neste mesmoperíodo, um intenso programa de desenvolvimento de equipamentos astronômicos foirealizado no ON, como consequência da vinda de pesquisadores e técnicos instrumentalistaspara a instituição. Tal como o INPE, o Observatório Nacional possui atividades fora de suasede, caso das estações geomagnéticas de Vassouras (RJ) e de Tatuoca (PA), além de umextenso programa de campo relacionado com o levantamento da carta gravirnétrica nacional eoutros serviços de interesse público, como a manutenção e difusão da hora legal brasileira.Pude, como diretor, desenvolver consideravelmente o quadro de pesquisadores, não somentena área de Astronomia mas também na área de Geofisica e aumentar de forma consequente oorçamento da instituição, através de contratos com empresas públicas e/ou privadas, emparticular com a Petrobras. Por outro lado, na direção do IAGUSP, minha gestão estevevoltada principalmente para a transferência dos departamento de Geofisica e de CiênciasAtmosféricas para a nova sede, situada na Cidade Universitária Armando Sal1es de Oliveira.Promovi, na época, o projeto do Laboratório de Tratamento de Imagens e Dados do IAGUSP,baseado num sistema de computação financiado pela FAPESP, que propiciou um grandedesenvolvimento dos programas observacionais do departamento de Astronomia.

Em 1994 assumi a direção do Observatório da "Côte d'Azur" (OCA), tendo sido escolhidopelo Conselho de Administração daquele estabelecimento entre cinco candidatos externos ecom nacionalidades diversas. O OCA é o segundo instituto de pesquisas em Ciências da Terrae do Universo da França (logo após o Observatório de Paris-Meudon) e, além de sua sede nacidade de Nice, o OCA conta com uma sede secundária na cidade de Grasse e umobservatório de montanha no plateau de Calem. O OCA assemelha-se ao INPE não somentepor ser um laboratório espacial e com multi-sítios mas também por contar com uma razãoengenheiro/pesquisador bem superior a unidade, o que indica a importância dada ao

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desenvolvimento instrumental. A título de exemplo, o projeto Hipparcus originou-se no OCA,um dos centros europeus de tratamento e de armazenamento de dados desta missão, situado nasede de Grasse. Hoje, o OCA conta não somente com um dos pesquisadores principais damissão GAlA, que sucede Hipparcus, mas também com um número considerável depesquisadores e técnicos que participam do projeto do espectrógrafo embarcado bem como dotratamento de dados de diversos instrumentos. Além disso, através dos lasers de alta potenciausados para tiros na Lua ou em satélites, o OCA desenvolve um programa de geofisicaespacial que, durante minha gestão, efetuou um levantamento detalhado das variações donível do mar Mediterrâneo, usando satélites da série TOPEX-POSEIDON. Com o lançamentopróximo do micro-satélite PICARD, destinado a medir variações do diâmetro solar no espaço,o contrôle de medidas no solo, onde intervêm efeitos atmosféricos, será feito com uminstrumento idêntico (PICARD solo), instalado no Observatório do Calem, projeto iniciadoainda durante meu mandato. Como diretor do OCA fui responsável por várias iniciativas,entre as quais posso mencionar: i) trouxe para Nice uma equipe de 15 pessoas (pesquisadorese técnicos) do laboratório do acelerador linear de Orsay, responsável pelo sistema óptico epelo sistema laser do detetor interferométrico de ondas gravitacionais VIRGO, o quepropiciou a integração do OCA neste projeto. Obtive, junto as administrações locais, recursosextra-orçamentários necessários para o novo laboratório de óptica e para a instalação dopessoal da equipe VIRGO; ii) obtive, igualmente, recursos extra-orçamentários para iniciar edesenvolver um projeto de óptica adaptativa; iii) participação e qualificação final nasconcorrências abertas pelo ESO (European Southern Observatory) para desenvolvimento econstrução de uma "linha de atraso óptica" e para desenvolvimento e construção de um"seguidor de franjas", ambos equipamentos fazendo parte do VLTI (Very Large TelescopeInterferometer). Além disso, organizei um consórcio nacional que desenvolveu o projetoAMBER, idealizado em Nice e sendo hoje um dos principais instrumentos do VLTI; iv)modernização do sistema de computação do OCA, que possui atualmente um dos melhorescentros de informática da Europa; vi) criação de um grupo de trabalho entre o OCA e aAeroespatiale-Cannes (hoje A1catel Espace) destinado a pensar projetos futuros, que tevegrande impacto em propostas de missões espaciais feitas ao CNES e a ESA.

O objetivo do texto acima é mostrar que tenho atuado em áreas que cobrem perfeitamente asatividades de um instituto complexo e rnulti-sitio como o INPE. Lembro que mesmo após otérmino de meu mandato em Nice, continuei como membro do Cansei! de Ia ValorisationScientifique et Technique da região PACA (Provence - Alpes - Côte d' Azur), orgão comresponsabilidade de planejar e financiar o desenvolvimento científico e tecnológico regional,com o qual o Estado de S. Paulo mantém um acôrdo bi-lateral de cooperação.

2. Uma visão do INPE

2.1 Plano Diretor

Um aspecto extremamente importante é o fato que a instituição dotou-se de um plano diretor(PD), que define as metas prioritárias a serem a1cançadas, as diferentes estratégias de ação eos recursos necessários, tanto humanos como financeiros. Tal documento deve servir dereferência para as futuras administrações da instituição, que deverão não somente aperfeiçoarmas também adequar o texto, conforme a evolução das metas e dos recursos.

A elaboração de tal plano diretor foi feita de forma similar ao chamado plano quadrienal dosinstitutos de pesquisa e das universidades francesas. Na França, tal plano deve ser aprovado

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pelos organismos de tutela, isto é, pelo Ministério da Educação Nacional e pelo Consei!National de Ia Recherche Scientifique (CNRS) e dele dependem os recursos da instituiçãodurante os 4 anos de validade do plano/contrato.

A eficiência de um PD passa necessariamente por um processo de avaliação, que não deve serinterno a instituição. Somente com uma avaliação externa pode-se esperar um exame isentodos objetivos, do impacto alcançado pelos resultados científicos e tecnológicos obtidos, bemcomo recomendações que possam contribuir a melhorar estratégias e/ou métodos empregados.

Dentro das metas fixadas pelo PD 2007/2011, parece-me fundamental: a) prosseguir com umaestratégia que amplie e consolide as ações do INPE nas áreas espacial e do ambiente terrestre,bem como no estudo das mudanças climáticas globais; b) fortalecer o relacionamento doINPE no âmbito nacional e internacional através de programas de colaboração; c) fortaleceruma política de recursos humanos que propicie a formação de especialistas de alto nível nasáreas de competência da instituição, bem como promover uma política de formação contínuaque mantenha a excelência de seu pessoal, tanto técnico como administrativo.

2.2 Programa Nacional de Atividades Espaciais

Dentro do PNAE, a responsabilidade do INPE engloba o desenvolvimento de satélites que, namedida do possivel, vem capacitando não somente a instituição mas também a indústrianacional no desenvolvimento de tecnologias de vanguarda e de carácter estratégico para opaís. Estas plataformas espaciais tem como objetivos monitorar o meio ambiente, avaliarrecursos naturais, efetuar missões científicas destinadas a estudar a alta atmosfera, o meiointerplanetario e objetos astrofisicos energéticos, como fontes de ráios-X.

Neste sentido, diversos projetos encontram-se em andamento e devem ser fortementeapoiados. Em particular, pode-se mencionar a colaboração com a China, que data de 1988 ecujos primeiros dois satélites foram lançados respectivamente em 1999 e 2003. Dois satélitesestão atualmente em desenvolvimento e, embora existam atrasos no cronograma, as previsõesindicam um lançamento entre 2010-2011. A colaboração Brasil-China faz parte do Plano dePrioridades Estratégicas do MCT (ítem 17.4).

Vários projetos deverão utilisar a Plataforma Multimissão (PMM) como, por exemplo, ossatélites Amazônia-I, MAPSAR, Lattes e GPM-Br. A PMM permitirá o acoplamento devárias missões distintas, reduzindo o custo de lançamento. O seu desenvolvimento bem comoo dos satélites mencionados é, igualmente, uma dos objetivos do Plano de PrioridadesEstratégicas do MCT (ítem 17.3). Amazônia-I é destinado principalmente ao monitoramentoda região tropical equatorial, conta com uma participação inglesa e tem seu lançamentoprevisto para 2012. O programa de múltiplas aplicações radar (satélite MAPSAR) édesenvolvido com a Agência Espacial Alemã (DLR), com a qual já tive a ocasião decolaborar, quando diretor do OCA, em um programa de deteção de "lixo espacial" na zonageo-estacionária, usando o telescópio Schmidt do plateau de Calem. Ainda no domínio domeio ambiente, deve-se mencionar o programa internacional de medidas de precipitação, queprevê uma constelação de nove satélites dos quais o GPM (Global PrecipitationMeasurement) faz parte. Esta plataforma espacial é destinada ao monitoramento das chuvas,visando principalmente alertas de inundações e apoio a agricultura. A missão do satéliteLattes deverá combinar através da PMM os objetivos dos projetos MIRAX e EQUARS. Oprimeiro é destinado a imagear fontes cósmicas extensas de raios-X, usando técnicas demáscaras codificadas enquanto o segundo visa estudo de processos dinâmicos e fotoquírnicosna alta atmosfera.

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A comunidade nacional, como consequência do perfil de seus pesquisadores tem,historicamente, se dedicado a investigação astronômica utilisando essencialmenteinstrumentos no solo no domínio óptico, centimétrico e milimétrico. Mais recentemente,várias instituições (USP e UFRN principalmente) através do INPE participaram da missãoespacial COROT (atualmente em andamento), visando a deteção por trânsito de exo-planetase modos de oscilações estelares. O sucesso desta operação despertou um maior interesse dacomunidade na utilização de plataformas espaciais e uma oficina de trabalho neste sentido foirealizada recentemente no lAG. O INPE deve assumir um papel preponderante nesseprocesso, favorecendo e estimulando uma maior colaboração entre as instituições nacionaisinteressadas em satélites científicos e agindo como coordenador, a exemplo do papel exercidopelo Laboratório Nacional de Astrofisica no desenvolvimento de equipamentos instalados nosolo. Face a esta nova postura da comunidade, uma reflexão deve ser feita no que concerne aobjetivos possíveis. A investigação de processos no universo que ocorrem a grande "redshift"é certamente uma pista a ser investigada, bem como a procura de vida extra-terrestre. Nesteúltimo caso, vôos em formação são necessários, uma vez que se requer o uso de técnicasinterferométricas, abrindo um campo extenso de pesquisas, como por exemplo, nas áreas decontrole orbital e sincronização de sinais. É importante mencionar que vôos em formação sãoigualmente importantes para um eventual projeto de deteção de ondas gravitacionais noespaço, num domínio de frequências distinto daquele planejado para a missão LISA.

2.3 Programa de Meteoro/agia e Estudos Ambientais

Atualmente o INPE representa uma referencia nacional e internacional em estudosmeteorológicos e ambientais. Em particular, com a criação do Centro de Previsão de Tempo eEstudos Climáticos (CPTEC), notou-se um desenvolvimento importante na modelagem defenômenos atmosféricos bem como numa previsão fiável em escalas de dias. Uma melhoriada fiabilidade e da ampliação do intervalo das previsões passa necessariamente por uma maiorresolução dos modelos, bem como no processamento de um volume mais importante demedidas dos parâmetros fisicos da atmosfera, seja in situ seja através de plataformasespaciais. Tais metas enquadram-se nos objetivos do Plano de Prioridades Estratégicas doMCT (ítem 16.2) e devem ser estimuladas.

Como parte das Prioridades Estratégicas do MCT (ítem 15.1), o INPE deve procurar fomentarações que coordenem os projetos das diferentes instituições que atuam na região. Emparticular, a implantação do Centro Regional da Amazônia (CRA) em Belém é um passo paraalcançar alguns dos objetivos fixados pelo govêrno, uma vez que o CRA deverá abrigar oLaboratório de Monitoramento Global de Florestas Tropicais, previsto no plano estratégico doMCT. Ta1laboratório terá por missão monitorar a evolução das florestas tropicais em todoplaneta, baseada em informações coletadas pelos satélites do programa Brasil-China eAmazônia-I. Estas ações devem ser consideradas como prioritárias e fortemente apoiadas.

Por outro lado, face as consequências do aquecimento global do clima, um dos grandesdesafios para a sobrevivência da humanidade, a comunidade internacional procura ampliarnosso conhecimento deste processo extremamente complexo. O entendimento doaquecimento global não é apenas um fenômeno de natureza meteorológica ou climática, massim multidisciplinar. Por exemplo, a pesca descontrolada nas costas da Namibia levou a umaumento do planeto da plataforma continental que, uma vez depositado no fundo do oceano,decompõe-se produzindo metano, que contribui de forma mais severa que o gas carbônico

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para o efeito estufa. A criação do Centro de Ciências do Sistema Terrestre, previsto no Planode Prioridades Estratégicas do MCT (ítem 16.1), representa uma contribuição brasileira desuma importância, pois permitirá o desenvolvimento de cenários ambientais em diferentesescalas de tempo, que poderão permitir ações de anticipação aos impactos esperados. Asiniciativas feitas para o desenvolvimento deste programa devem prossegui e, se possivel,serem ampliadas no sentido de coordenar os esforços dos atores agindo em áreascomplementares.

2.4 Relações Solares- Terrestres e Clima Espacial

Nestes últimos anos, o INPE assumiu um papel de liderança nos estudos do meiointerplanetário. Sobre o território nacional ocorrem fenômenos únicos tais como a AnomaliaGeomagnética do Atlântico Sul, a Anomalia Equatorial de Ionização (Anomalia de Appleton)e ''bolhas ionosféricas", cujas intensidades são as maiores já registradas em relação aobservações feitas em outras partes do mundo. Em particular, o estudo deste fenômeno é degrande interesse, pois tais ''bolhas'' interferem no sistema de telecomunicações do país, comconsequências eventualmente graves. Neste sentido, a implantação da infra-estruturanecessária para o Sistema Brasileiro de Previsão do Clima Espacial deve ser consideradacomo uma prioridade e seu desenvolvimento deverá prosseguir.

2.5 Educação em Ciência e Tecnologia Espacial

A formação proposta pelo Centro Regional de Educação em Ciência e Tecnologia Espacialpara a América Latina e Caribe é um exemplo a ser seguido e desenvolvido. Na minhaopinião, o INPE deve procurar e facilitar a vinda de estudantes de países do terceiro mundo,não se restringindo apenas aos da América Latina mas abrindo espaço a estudantes africanos,em particular aos de lingua portuguesa, nos moldes da International Space University (ISU)situada em Strasburgo (França). A formação de especialistas cria, em geral, colaboraçõesfuturas, estreita laços com países que o Brasil tem ou poderá ter interesses estratégicos,representando ainda um fator de visibilidade internacional a mais para a instituição.

2.6 Ações Inovadoras

A exemplo do que ocorre na NASA, o desenvolvimento de tecnologias do futuro deve serfortemente estimulado como, por exemplo, os estudos sobre propulsão iônica atualmentefeitos na instituição. O INPE deve ter um grupo de pesquisadores, engenheiros e técnicos quetenham toda liberdade de pensar o futuro, quer seja em termos de missões espaciais futurasquer seja em termos de novas tecnologias. A título de exemplo, menciono que do grupo detrabalho entre o OCA e a Aerospatiale, referido anteriormente, nasceu o conceito de "null-inter ferometry" , técnica que poderá permitir o estudo de exo-planetas a partir deinterferômetros instalados na Lua ou no espaço. Também deste grupo de trabalho surgirampropostas para a construção de uma gigantesca estação espacial capaz de convertir a radiaçãosolar e gerar entre 200-500 MW de potência, transmitida a Terra por micro-ondas,diretamente numa região pré-determinada. Um projeto desta natureza, gerando 1 GW depotência, foi proposto recentemente pela agência espacial japonesa.

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