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ISBN 978-85-87977-67-0

expedIeNte geral

reitorPaulo Ivo Koehntopp

Vice-reitoraSandra Aparecida Furlan

pró-reitora de ensinoIlanil Coelho

pró-reitora de pesquisa e pós-graduaçãoTherezinha Maria Novais de Oliveira

pró-reitora de extensão e assuntos ComunitáriosBerenice Rocha Zabbot Garcia

pró-reitor de administraçãoRaul Landmann

Zanotelli, Cladir Teresinha

Conhecendo a bacia hidrográfica do rio Cubatão do Norte / Cladir Teresinha Zanotelli, Ana Paula Marotto Homrich, Fabiano Antonio de Oliveira. – Joinville, SC : Editora da Univille, 2009.

50 p. : il. ; 24 cm.

1. Bacia hidrográfica. 2. Cubatão. I. Homrich, Ana Paula Marotto. II. Oliveira, Fabiano Antonio de. II. Título.

CDD 616.16

Z33

Conhecendo a bacia hidrográfica do rio Cubatão do norte

Conhecendo a bacia hidrográfica do rio Cubatão do norte

Cladir teresinha Zanotelliana paula Marotto HomrichFabiano antonio de Oliveira

prOdUÇÃO edItOrIal

editora Univille

Coordenação geralReny Hernandes

revisãoViviane Rodrigues

Marília Garcia Boldorini

projeto gráfico e diagramaçãoRafael Sell da Silva

ImpressãoNova Letra Gráfica e Editora

tiragem3.000 exemplares

Todas as informações contidas nesta obra são de total responsabilidade dos autores.Reservados todos os direitos de publicação em língua portuguesa à EDITORA UNIVILLE.

Campus Universitário, s/n.º – Bairro Bom RetiroCEP 89219-905 – Joinville – SC – Brasil

Telefones: (47) 3461-9110 / 3461-9141 – Fax: (47) 3461-9027e-mail: [email protected]

sumáriosumário

Apresentação

INTRODUÇÃO

ALGUMAS INFORMAÇÕES PARA QUE VOCÊ COMPREENDA MELHOR O QUE VEREMOS ADIANTE

O QUE É HIDROGRAFIA?O QUE É UMA BACIA HIDROGRÁFICA?

E O QUE É UM RIO? COMO ELE NASCE?

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CUBATÃO DO NORTE

AFLUENTES DO RIO E SUAS CARACTERÍSTICAS FÍSICASO que são afluentes?

Afluentes do rio Cubatão do norte

VEJA COMO OCORREU A OCUPAÇÃO DA BACIA DO RIO CUBATÃO do norte

O MEIO NATURALSAMBAQUI - VOCÊ SABE O QUE É UM SAMBAQUI?

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MEANDROS ABANDONADOS

O USO DA TERRAIMPACTOS OCASIONADOS

PELAS ATIVIDADES ANTRÓPICASIMPACTOS AMBIENTAIS

USO DA ÁGUA DO RIO

REFERÊNCIAS

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�Conhecendo a bacia hidrográfica do rio Cubatão do Norte

APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃOEste livro surgiu de duas situações distintas, que envolvem pessoas com rotinas

diárias bastante diferentes, mas que têm o mesmo ideal e sentimento de ensinar com o intuito de preservar.

Os professores Cladir Teresinha Zanotelli e Fabiano Antonio de Oliveira, que trabalharam na Assessoria Técnico-científica ao Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Cubatão do Norte, identificaram a importância de efetuar um diagnóstico com informações em escala real sobre os sistemas naturais e antropogênicos existentes ao longo do curso do rio Cubatão do Norte, pormenorizando a realidade local, as atividades humanas e os sistemas naturais que impactaram ou impactam as margens e o leito do rio.

Já a professora da 3.ª série do ensino fundamental do Colégio da Univille, Ana Paula Marotto Homrich, procurava material referente aos aspectos da região de Joinville para enriquecer o trabalho que desenvolve com suas turmas.

A interação dessas pessoas resultou nesta obra, que tem o propósito de servir como material de apoio ao ensino dos alunos de escolas públicas e particulares de Joinville e região.

Agradecimentos

Agradecemos à Fundação O Boticário de Proteção à Natureza e também à Universidade da Região de Joinville (Univille) o apoio financeiro;Ao Sr. José Mário Ribeiro o empréstimo de equipamentos e o auxílio nas expedições;A Celso Voos Vieira e Éder Demarchi a colaboração nos trabalhos de campo.

Currículo dos autoresCladir Teresinha Zanotelli – Doutora em Engenharia de Produção. Professora dos Mestrados de Saúde e Meio Ambiente e de Engenharia de Processos e do curso de Educação Física da Univille.

Fabiano Antonio de Oliveira – Doutor em Geografia Física. Professor do Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade e dos cursos de Geografia e Engenharia Ambiental da Univille.

Ana Paula Marotto Homrich – Especialista em Práticas Pedagógicas da Educação Básica. Professora do ensino fundamental do Colégio da Univille.

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�Conhecendo a bacia hidrográfica do rio Cubatão do Norte

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOA bacia hidrográfica do rio Cubatão do Norte é considerada uma das mais

importantes bacias hidrográficas da região nordeste de Santa Catarina. O interesse despertado por ela está relacionado à grande diversidade de ambientes naturais e antropizados, encontrados dentro de seus limites, e pelo fato de o rio Cubatão do Norte ser o principal manancial dos municípios de Joinville e Araquari. Cerca de 75% da área total da bacia está localizada em Joinville e 25% em Garuva.

ambiente antropizado é aquele que resulta basicamente da ação

humana.

Manancial é uma fonte ou nascente de água.

10 Conhecendo a bacia hidrográfica do rio Cubatão do Norte



O QUE É HIDROGRAFIA?

Hidrografia é uma parte da geografia física que classifica e estuda as águas do planeta. Seu objeto de estudo é a água da Terra, portanto abrange oceanos, mares, geleiras, subsolos, lagos, atmosfera e rios (WIKIPÉDIA, 2008).

O QUE É UMA BACIA HIDROGRÁFICA?

Bacia hidrográfica é o conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus afluentes. Veja o exemplo das figuras 1 e 2.

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11Conhecendo a bacia hidrográfica do rio Cubatão do Norte

Figura 1 – Representação de uma bacia hidrográfica Fonte: Zuccari (2008)


Figura 2 – Fluxos de água em bacias hidrográficasFonte: Fabiano Antonio de Oliveira (2008)

E O QUE É UM RIO? COMO ELE NASCE?

Os rios são cursos de água natural que correm de sua nascente (localizada em partes altas) para partes mais baixas da área em que se encontram. Eles deságuam no mar, em um lago ou em outro rio. Podem ser grandes ou pequenos, estar sempre cheios de água ou quase desaparecer quando é época de seca, por exemplo.

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Os rios podem surgir de uma fonte, de um lago ou do derretimento de geleiras continentais, e a maioria deles se origina principalmente da ação das águas da chuva. Parte dessas águas se infiltra pelas áreas mais permeáveis do solo, e a outra parte escorre pela superfície em direção aos terrenos mais baixos, formando filetes que, à medida que se juntam, criam fios maiores, pequenos riachos e, finalmente, rios (TIMBÓ, 2007).

Observe o exemplo de percurso de um rio (figura 3):

Figura 3 – Percurso de um rioFonte: Gonçalves; Zanotelli; Oliveira (2006)




A área total da bacia hidrográfica do rio Cubatão do Norte é de 492 km2, com a extensão do canal principal de 88 km. Suas nascentes estão situadas na serra Queimada, a altitudes próximas a 1.200 m, e sua foz fica na baía da Babitonga.

Em sua margem direita, o rio Cubatão do Norte recebe contribuição dos seguintes afluentes: Tigre, Jerônimo Coelho, Seco, Isaac, Prata, Fleith, Kundt, Lindo, Alandf, do Braço e Mississípi. Já sua margem esquerda possui os afluentes Campinas, Vermelho, Rolando, do Meio e Quiriri, sendo este o maior contribuinte. Todos esses afluentes têm suas nascentes na serra do mar (figuras 4 e 5).


Figura 4 – Localização da bacia hidrográfica do rio Cubatão do NorteFonte: Fabiano Antonio de Oliveira (2008)


Figura 5 – Rio Cubatão do Norte e seus principais afluentesFonte: Fabiano Antonio de Oliveira (2008)

1�Conhecendo a bacia hidrográfica do rio Cubatão do Norte

AFLUENTES DO RIO ESUAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

AFLUENTES DO RIO ESUAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

O que são afluentes?

São rios menores que deságuam nos rios principais.

Afluentes do rio Cubatão do norte

Os quatro principais afluentes do rio Cubatão do Norte são os rios Campinas, Quiriri, da Prata e do Braço.

O rio Campinas tem suas nascentes na serra Queimada, próximas às nascentes do rio Cubatão do Norte, mas segue outra direção: o sul. Após percorrer um trecho de planalto, encontra-se com o rio Cubatão do Norte.

O rio Quiriri é o maior e mais importante afluente do rio Cubatão do Norte. Suas nascentes localizam-se em áreas elevadas, com altitudes superiores a 1.300 m. Após correr um trecho com grandes declividades e vegetação densa, junta-se ao rio Cubatão do Norte a cerca de 100 m de altura.

O rio da Prata tem suas nascentes em altitudes de aproximadamente 700 m e encontra-se com o rio Cubatão do Norte no seu curso médio, próximo à comunidade Rio da Prata.

O rio do Braço é um típico curso d’água de planície, que percorre áreas com altitudes inferiores a 20 m. Como o nome diz, é historicamente um braço do rio Cubatão do Norte no seu baixo curso, ou seja, uma espécie de desvio de água que sai e volta para o mesmo rio. A isso se deve o nome da estrada da Ilha, pois o trecho por onde ela passa era uma espécie de ilha formada pelo rio do Braço. O rio Mississípi é seu principal afluente.

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VEJA COMO OCORREU A OCUPAÇÃO DABACIA DO RIO CUBATÃO do norte

VEJA COMO OCORREU A OCUPAÇÃO DABACIA DO RIO Cubatão do Norte

A ocupação da bacia hidrográfica do rio Cubatão do Norte (BHRCN) teve início no ano de 1852, quando houve a expansão da colônia Dona Francisca (figuras 6 a 8). A partir daí, novos usos foram agregados à terra, gerando grandes modificações na dinâmica natural. Atualmente a BHRCN apresenta usos e ocupações distintos, como reflorestamento de espécies exóticas, mineração em canais fluviais e em pedreiras, agricultura, pecuária, piscicultura, áreas de proteção ambiental (APAs), rodovias públicas, estradas vicinais, pontes e travessias, barragens, canal de derivação, poliduto que transporta combustíveis, estação de captação de água, redes de transmissão de energia, aeroporto, aterros sanitário, industrial e doméstico e núcleos habitacionais rurais e urbanos pertencentes ao distrito de Pirabeiraba. Encontram-se na área da bacia vilas e bairros, tanto pequenos como muito populosos, situados no baixo curso do rio Cubatão do Norte, representados pelos bairros Jardim Paraíso, Jardim Sofia e Jardim Kelly, além de escolas, áreas de comércio e zona industrial.


Figura 6 – Ilustração do início da colônia Dona FranciscaFonte: Arquivo pessoal de Dalmazio Conrado Miranda

Figura 7 – Meio de transporte utilizado na época da ocupação da BHRCNFonte: Arquivo pessoal de Dalmazio Conrado Miranda


Figura 8 – Banhistas do rio Cubatão do Norte na década de 1940Fonte: Arquivo pessoal de Anne-Lore Schmalz

Figura 9 – Destroços de uma ponte baixa do rio Cubatão do Norte, quando ela foi levada por uma das muitas enchentesFonte: Arquivo pessoal de Anne-Lore Schmalz


O MEIO NATURALO MEIO NATURAL

A bacia hidrográfica abrange três unidades distintas: o planalto, as escarpas da serra do mar e a planície costeira. O rio Cubatão do Norte tem suas nascentes em áreas de campo de altitude, apresentando um desnível total de 1.140 m em um percurso de aproximadamente 88 km até sua foz, na baía da Babitonga. É possível encontrar ao longo de seu trajeto diferentes ecossistemas, desde campos de altitude e florestas de araucária a restingas e manguezais (figuras 10 e 11).

Figura 10 – Bacia do rio Cubatão do Norte em imagem 3D, com destaque para seus compartimentos naturais: planalto, escarpas e planície

Fonte: Fabiano Antonio de Oliveira (2008)


Figura 11 – Bacia do rio Cubatão do Norte com a divisão dos seus compartimentos naturais: planalto, escarpas e planícieFonte: Fabiano Antonio de Oliveira (2008)

As áreas de campo de altitude são caracterizadas por uma vegetação do tipo arbustiva e herbácea, com ausência de árvores. Nesses locais encontram-se as nascentes dos principais rios da região (figura 12).


Figura 12 – Nascente do rio Cubatão do Norte em área de campos de altitude, na serra QueimadaFoto: Reginaldo Carvalho (saída de campo, 2003)


As florestas de araucária localizam-se no extremo oeste da bacia, em áreas com altitudes superiores a 800 m. Trata-se de vegetação de grande porte, hoje rara e protegida por lei (figura 13).

Figura 13 – Floresta de araucáriaFoto: Cladir T. Zanotelli (saída de campo, 2008)

a vegetação herbácea é composta por gramíneas, geralmente rasteiras.

a vegetação arbustiva é constituída de arbustos dispersos, isolados por vegetação rasteira.


As áreas de manguezal situam-se na foz do rio Cubatão do Norte e constituem um conjunto formado por vegetação, depósitos de sedimentos e animais que lá habitam. O manguezal da região da baía da Babitonga é composto por somente três espécies de árvores: Laguncularia racemosa, Avicennia schaueriana e Rhizophora mangle. Há também um tipo de gramínea que ocorre em alguns pontos das margens do manguezal, chamado Spartina alterniflora. Uma das principais características da vegetação do manguezal é a sua adaptação à alta concentração de sal no ambiente e à inundação diária por conta da variação do nível de maré (figuras 14 a 16).

Figura 14 – Laguncularia racemosa: espécie de árvore do manguezal, com destaque para o tipo de folhaFotos: Fabiano Antonio de Oliveira e Uwe Treter (saída de campo, 2006)


Figura 15 – Avicennia schaueriana: espécie de árvore do manguezal, com destaque para o tipo de folhaFotos: Fabiano Antonio de Oliveira e Uwe Treter (saída de campo, 2006)

Figura 16 – Rhizophora mangle: espécie de árvore do manguezal, com destaque para o tipo de folhaFotos: Fabiano Antonio de Oliveira e Uwe Treter (saída de campo, 2006)


O manguezal do bairro Vila Cubatão, assim como outros distribuídos pelo estado de Santa Catarina, oferece como recursos naturais e de subsistência a pesca de peixes, camarões, moluscos e crustáceos como o caranguejo (figura 17). Parte da população comercializa produtos extraídos desse ecossistema.

Figura 17 – Caranguejo típico das áreas de manguezal da foz do rio Cubatão do NorteFoto: Uwe Treter (saída de campo, 2006)


O manguezal tem características peculiares, como águas de cor escura e odor forte, este muitas vezes desagradável por causa da presença de material orgânico em decomposição proveniente da vegetação. Tais características são reconhecidas pela maioria da população como algo incômodo, porém sem importância, o que favorece o depósito de lixo e o despejo de esgotos.

A maior parte da bacia hidrográfica do rio Cubatão do Norte é coberta por densa e rica vegetação conhecida como floresta ombrófila, em que ocorrem inúmeros tipos de árvores e animais (figura 18).

Figura 18 – Floresta do tipo alto-montana na borda das áreas de planalto da bacia do rio Cubatão do NorteFoto: Fabiano Antonio de Oliveira (saída de campo, 2008)


SAMBAQUI -VOCÊ SABE O QUE É UM SAMBAQUI?

SAMBAQUI - VOCÊ SABE O QUE É UM SAMBAQUI?

Sambaquis são grandes montes de conchas criados há milhares de anos por antigos habitantes das áreas costeiras, os sambaquianos ou sambaquieiros. Essa população desapareceu muito antes da chegada dos primeiros colonizadores europeus na América.

Os sambaquis encontram-se em vários locais do mundo, mas na costa de Santa Catarina estão os maiores já vistos. Há na baía da Babitonga mais de 150 deles, alguns com idade superior a 5.000 anos.

Não se conhece ainda ao certo o motivo exato da construção dos sambaquis, mas sabe-se que possuíam várias funções, como habitação e local para enterrar os mortos, entre outras.

O principal sambaqui da bacia do rio Cubatão do Norte fica na sua foz e se chama Cubatão 1. Ele atualmente passa por um processo de erosão em função do movimento das correntes do rio, que desgastam um de seus lados (figura 19).


Figura 19 – Sambaqui Cubatão 1, em processo de erosão fluvialFoto: Fabiano Antonio de Oliveira (saída de campo, 2008)


MEANDROS ABANDONADOSMEANDROS ABANDONADOS

Muitos rios desenvolvem um percurso sinuoso nas áreas de planície. Tais curvas, muitas vezes em formato de ferradura, se chamam meandros. Por causa da dinâmica natural dessas áreas, as correntes do rio podem promover nos setores curvos a erosão de uma de suas margens e o depósito de sedimentos na outra. Com o passar do tempo a forma do meandro se altera e pode até mesmo chegar a se separar do canal do rio, dando origem a um meandro abandonado. Esses meandros abandonados são pouco a pouco preenchidos por sedimentos até não terem mais características de leito fluvial.

Nas áreas de planície da bacia do rio Cubatão do Norte há inúmeros meandros abandonados, que são mais bem visualizados do alto ou por meio de fotografias aéreas (figura 20).

Figura 20 – Meandros abandonados no baixo vale do rio Cubatão do Norte, próximo ao aeroporto (área circulada) Fonte: Prefeitura Municipal de Joinville (1989)


O USO DA TERRAO USO DA TERRA

Há na bacia do rio Cubatão do Norte diversos tipos de uso da terra. Algumas áreas são urbanizadas, outras são utilizadas pela agricultura e pecuária, e grande parte é ocupada por florestas. Em menor proporção ocorrem campos de altitude, áreas de rizicultura e manguezais (figura 21).

Figura 21 – Principais tipos de uso da terra na bacia do rio Cubatão do NorteFonte: Fabiano Antonio de Oliveira (2008)

rizicultura é o cultivo do arroz


Apesar de aparecerem em menor proporção, as áreas urbanizadas são importantes para determinar a má qualidade da água no baixo curso da bacia hidrográfica do rio Cubatão do Norte.

Verifica-se nesse trecho, especialmente no rio do Braço, a maior concentração de áreas urbanizadas de toda a bacia. Situam-se aí o Distrito Industrial de Joinville e áreas residenciais, que são responsáveis por um grande fornecimento de sedimentos e poluentes para os rios. Em função desses fatores, o rio do Braço apresenta comprometimento da qualidade de suas águas (figura 22).

Figura 22 – Encontro das águas do rio Cubatão do Norte com as do rio do Braço, na altura do cartódromo de JoinvilleFoto: Fabiano Antonio de Oliveira (saída de campo, 2007)

as águas turvas do rio do Braço

as águas maislimpas dorio Cubatão


IMPACTOS OCASIONADOS PELAS ATIVIDADES ANTRÓPICAS

As áreas planas da bacia, ocupadas pela população, têm sofrido fortes impactos ao longo das últimas décadas, os quais podem ser positivos ou negativos ao meio ambiente, como ilustram as imagens feitas em uma expedição de barco pelo percurso do rio (figuras 23 a 36).

IMPACTOS AMBIENTAIS

Constatou-se a presença de um sambaqui nas margens do rio. Esse sambaqui está sendo destruído pelo impacto da água, por ondas formadas pelo vento ou por embarcações de pescadores, barcos de passeio e jet skis utilizados por pessoas nos fins de semana ou época de férias (figura 23).

Figura 23 – Sambaqui localizado na foz do rio Cubatão do NorteFoto: Cladir Teresinha Zanotelli (saída de campo, 2007)

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Nas áreas urbanizadas verificou-se a presença de redes de esgoto residencial e comercial que deságuam sem tratamento nos rios da BHRCN. Soares, Nunes e Libânio (2005) apresentaram um estudo referente à bacia do rio São Francisco, no qual ficou claro que os esgotos sanitários são uma das principais fontes de poluição hídrica da bacia.

Figura 24 – Lançamento de esgoto no Cubatão do Norte e canalização do rioFoto: Glaucia B. Bertolli (saída de campo, 2007)

Foi evidenciado o lançamento de esgoto oriundo das proximidades do bairro Jardim Paraíso (figura 25).

Existem posto de combustível, lojas comerciais, supermercados, farmácia e verdureira localizados próximo ao ponto de lançamento de esgoto no rio, o que torna a água completamente turva.


Figura 25 – Coloração da água do rioFoto: Cladir Teresinha Zanotelli (saída de campo, 2007)

Observaram-se lavouras, pastagens e criação de animais que avançam até as margens do Cubatão do Norte, permitindo que agrotóxicos e dejetos escoem diretamente para o rio com a ação da chuva (figura 26).


Figura 26 – Criação de animais nas margens do Cubatão do NorteFoto: Cladir Teresinha Zanotelli (saída de campo, 2007)

Foram também observadas práticas de mineração que são realizadas com uma draga (figura 27).


Figura 27 – Draga da mineradoraFoto: Cladir Teresinha Zanotelli (saída de campo, 2007)

A companhia mineradora retira a areia do rio e forma o porto de areia (figura 28).

assoreamento é o acúmulo de diversos materiais no rio, o

que pode alterar sua correnteza.


Figura 28 – Porto de areia no Cubatão do NorteFoto: Cladir Teresinha Zanotelli (saída de campo, 2007)

Atualmente a vegetação da região está bastante descaracterizada, principalmente pelo intenso uso agrícola e urbano. Há longos trechos sem mata ciliar, que foi removida para dar lugar a plantações de banana, lagoas para atividades de piscicultura e urbanização (figuras 29 e 30).


Figura 29 – Margens do rio sem mata ciliarFoto: Cladir Teresinha Zanotelli (saída de campo, 2007)


Figura 30 – Margens do rio urbanizadasFoto: Cladir Teresinha Zanotelli (saída de campo, 2007)


Encontra-se mata ciliar em apenas alguns pontos do rio (figuras 31 e 32).

Figura 31 – Margens do rio com mata ciliarFoto: Cladir Teresinha Zanotelli (saída de campo, 2007)


Figura 32 – Margens do rio com mata ciliarFoto: Cladir Teresinha Zanotelli (saída de campo, 2007)


No lugar da mata ciliar, foram vistas palmeiras plantadas (figura 33).

Figura 33 – Margens do rio com palmeirasFoto: Cladir Teresinha Zanotelli (saída de campo, 2007)


Muitas árvores estão caindo dentro do rio por conta do desmoronamento de sua barranca (figura 34).

Figura 34 – Árvore caída nas margens do rioFoto: Cladir Teresinha Zanotelli (saída de campo, 2007)

O baixo curso do rio Cubatão do Norte é caracterizado pela existência de um canal artificial de derivação com pouco menos de 12 km de extensão, construído na década de 1950 como forma de diminuir os constantes transtornos ocasionados pelas cheias do rio (figura 35). Desse modo, a configuração da BHRCN em seu baixo curso foi alterada.


Figura 35 – Canal de derivação do rio Cubatão do NorteFoto: Fabiano Antonio de Oliveira (saída de campo, 2007)

Canal de derivação

leito naturaldo rio


USO DA ÁGUA DO RIO

galvanotécnica é o método de revestimento de superfícies metálicas

com outros metais.

USO DA ÁGUA DO RIO

Além do abastecimento, as águas do rio Cubatão do Norte são utilizadas para fins industriais, domésticos, agropecuários e de recreação.

O uso da água na indústria é importante no desenvolvimento dos diferentes processos industriais. No setor têxtil, ela é empregada em grande quantidade nas etapas de preparação e fiação, tingimento e lavagem do tingimento. Para as indústrias químicas, pode ser aplicada como solvente de líquidos, sólidos e gases ou como reagente. Já nas indústrias do ramo metal-mecânico a água serve para a refrigeração de metais e como solvente nos processos de galvanotécnica (GONÇALVES; ZANOTELLI; OLIVEIRA, 2006).

Atualmente a empresa pública responsável pela captação, pelo tratamento e pela distribuição de água é a Companhia Águas de Joinville (figura 36).


Figura 36 – Captação de água na estação de tratamento de água do rio Cubatão do NorteFoto: Fabiano Antonio de Oliveira (saída de campo, 2003)

Nas residências a água é fundamental não só para a sobrevivência como para a limpeza das roupas e das dependências das casas, para o cozimento dos alimentos e a higiene pessoal.

A utilização da água também se faz presente na recreação e no lazer das pessoas, ou seja, nas piscinas das casas e clubes, em balneários, pesque-pagues, parques aquáticos e até na prática de esportes, como por exemplo natação e hidroginástica.


REFERÊNCIASREFERÊNCIAS

GONÇALVES, Mônica Lopes; ZANOTELLI, Cladir Teresinha; OLIVEIRA, Fabiano Antonio de. diagnóstico e prognóstico das disponibilidades e demandas hídricas do rio Cubatão do Norte – Joinville – Santa Catarina. Joinville: Editora Univille, 2006.

PREFEITURA MUNICIPAL DE JOINVILLE. aerolevantamento. Joinville, 1989. Foto 6, faixa 8. Escala 1:8.000.

SOARES, Sérgio Rodrigues Ayrimoraes; NUNES, Carlos Motta; LIBÂNIO, Paulo Augusto Cunha. Análise dos efeitos da implementação de instrumentos de gestão de recursos hídricos sobre o setor de saneamento. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 23., 2005. anais eletrônicos... Campo Grande: Abes, 2005.

TIMBÓ, André Alves. Coleção “Hoje é dia de geografia”. Curitiba: Positivo, 2007.

WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Hidrografia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Hidrografia>. Acesso em: 11 ago. 2008.

ZUCCARI, Maria Lucia. A bacia hidrográfica como unidade de gerenciamento e planejamento. Disponível em: <http://www.abagrp.org.br/monitoramento/areas/hidrografia.htm>. Acesso em: 11 ago. 2008.

Campus JoinvilleCampus Universitário, s/n.º – Bairro Bom RetiroCEP 89219-905 Joinville/SCTel.: (47) 3461-9000 – Fax: (47) 3473-0131e-mail: [email protected]

Unidade Centro – JoinvilleRua Ministro Calógeras, 437 – CentroCEP 89202-207 – Joinville/SCTel.: (47) 3422-3021

Campus São Bento do SulRua Norberto Eduardo Weihermann, 230 Bairro Colonial – Cx. Postal 41CEP 89290-000 – São Bento do Sul/SCTel./Fax: (47) 3631-9100e-mail: [email protected]

Unidade São Francisco do SulRodovia Duque de Caxias, s/n.º – Poste 128 – km 8Bairro Iperoba – CEP 89240-000São Francisco do Sul/SCTel.: (47) 3442-2577e-mail: [email protected]

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