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Expandindo horizontes A AMAZÔNIA que não se vê nos postais Em campo para a COPA DE 2014 Revista do Grupo Cemig Ano 1 - N 0 1 - Maio - Junho / 2010 Aos 58 anos, o Grupo Cemig prepara-se para outro desafio: alcançar, em até 10 anos, a posição de segunda maior empresa do setor de energia das Américas

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Expandindo horizontes

a amazôniaque não se vê

nos postais

Em campo para a COPa

DE 2014

Revista do Grupo Cemig Ano 1 - N0 1 - Maio - Junho / 2010

Aos 58 anos, o Grupo Cemig prepara-se para outro desafio: alcançar, em até 10 anos, a posição de segunda maior empresa do setor de energia das Américas

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Copa 2014

Companhia já prepara projetos para

modernização do sistema elétrico da capital

mineira que vai receber um dos maiores eventos

esportivos do mundo

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ExpEdiENtE

Diretor-Presidente:djalma Bastos de MoraisDiretor Vice-Presidente:Arlindo porto NetoDiretor de Distribuição e Comercialização: Fernando Henrique Schuffner NetoDiretor de Finanças, Relações com Investidores e Controle de Participações:Luiz Fernando RollaDiretor de Geração e Transmissão:Luiz Henrique de Castro CarvalhoDiretor de Gestão Empresarial:Marco Antonio Rodrigues da CunhaDiretor de Desenvolvimento de Novos Negócios:José Carlos de MattosDiretor Comercial:Bernardo Afonso Salomão de AlvarengaDiretor de Gás:Márcio Augusto Vasconcelos Nunes

Revista institucional do Grupo CemigAno i – número 1Maio/Junho - 2010 Av. Barbacena, 1.200 - 19º andar tel.: (31) 3506-4949/3506-2052Caixa postal 992 Belo Horizonte/MGE-mail: [email protected]. internet: www.cemig.com.br

Editor responsável: Luiz Henrique Michalick - Reg. nº 2.211 SJpMGCoordenação de edição: João Batista Pereira e Carlos Henrique SantiagoApoio: Jonatas AndradeProjeto Gráfico: press Comunicação EmpresarialProdução, revisão e edição: Rede Comunicação de ResultadoRedação:Beatriz debiendanielle QueirozFlávio ViégasRodolpho SélosDiagramação: Obah designImpressão: Tamóios Editora GráficaTiragem: 22.500Filiado à:

Missão da Cemig: Atuar no setor de energia com rentabilidade, qualidade

e responsabilidade social

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Ano 1 - N0 1 - Maio - Junho / 2010 3

Expansão – Chile

Linhas de transmissão e subestações no Chile permanecem intactas após o tremor de 8,8 graus na escala Richter

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18 Capa – DNA da Cemig Grupo completa 58 anos e mostra que está preparado para expandir seus negócios no Brasil e no exterior

22 Gás Natural Gasmig investe na ampliação da rede de gasoduto para uso residencial em Minas Gerais

24 Foco Social Projetos da companhia distribuem eletrodomésticos novos, eficientes e mais econômicos para famílias de baixa renda

26 Regionalismos Conheça a diversidade cultural escondida nas cidades da região Amazônica do Maranhão e Pará

30 Vitrine Conheça os produtos distribuídos pelo Programa de Eficiência Energética que podem diminuir o valor da conta de luz

32 Dicas Culturais Cinema, música e literatura de Minas para o Brasil

34 Com a Palavra Natureza em fúria - Por Lars Grael Como a civilidade pode influenciar na postura da população e dos governantes na questão do lixo urbano

35 Retratos do Brasil A arte e a decoração das fazendas mineiras do período colonial

Meio Ambiente

Aquário do Zoológicode BH mostra um

pouco das riquezasdo Rio São Francisco com apoio da Cemig

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04 Editorial De Minas para o mundo

05 Nas pistas Com o apoio da Cemig, Raphael Matos chega em quarto lugar na São Paulo Indy 300

06 Nas pistas Cemig incentiva prática da corrida entre os empregados e leva seus melhores atletas à Meia Maratona de Miami

14 Fibra Óptica Cemig Telecom investe na disponibilização da internet banda larga via rede de eletricidade e gasodutos

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EditORiAL

uma revista não é novidade na Cemig. Nossa Co-municação já editou diversos números especiais nos aniversários da Empresa e sobre assuntos específicos, como tecnologia e uso eficiente de energia. Esta Universo Cemig, entretanto, é nova em sua proposta. pela primeira vez, teremos uma publicação periódica nesse formato.

O nome já entrega parte da linha editorial. Neste início de século, a Cemig expandiu sua atuação com rapidez, marcando presença em 19 Estados brasileiros e negociando ações nas maiores bol-sas de valores do mundo. Ou seja, tornou-se um grande competidor do mercado de energia com ampla demarcação territorial.

Mundo, grande, ampla. Esses termos servem para ilustrar o universo em que se transformou a Em-presa, pela grandeza dos números, pela complexa variedade das atividades e pelo envolvimento de novas e diferentes culturas. É, de fato, um Grupo, uma holding, como previu Juscelino Kubitscheck, naquele famoso bilhete, que determinou a criação da Cemig há 58 anos.

para esse novo mundo, e acompanhando essa nova realidade, nasce a Universo Cemig. uma re-vista com os objetivos e conceitos desse tipo de publicação: textos mais analíticos dos fatos, ativi-dades e realizações da Empresa, além de artigos e entrevistas sobre assuntos ligados, de alguma forma, aos negócios do Grupo e seus públicos de relacionamento.

Esse novo veículo substitui o Cemig Notícias, edi-tado há 38 anos e que fez história na comunicação empresarial brasileira, inclusive vencendo prê-mios da categoria. O CN abriu muitas portas e

manteve ligados, através de suas páginas, Em-presa e empregados, investidores e executivos, clientes e prestadora de serviços. Seu legado per-manece ainda nas páginas da UC, pois não se pode prescindir de tão rica experiência.

Começamos, então, nova era. Novos caminhos e novos desafios para a Empresa. Novos planos que levarão a outras realidades e a outras pro-postas. Como na canção de Milton e Brant, que situa uma mesa rodeada de outras mesas, que por sua vez estão numa rua que tem a cidade em sua volta, e, em volta da cidade...

Aqui começa esta nova revista, que vai trazer bimestralmente uma amostra das mesas, ruas, cidades e de tudo o mais que compõe o grande Universo Cemig.

Djalma Bastos de MoraisDiretor-Presidente

De Minas para o mundo

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NAS piStAS

A equipe Luczo Dragon Racing/De Ferran Motorsports e o Grupo Cemig mostraram a força dos mineiros na São Paulo Indy 300

Em um time de campeões

M inas Gerais foi bem representada e fez história na primeira edição da São paulo indy 300. Raphael

Matos, único piloto mineiro a participar da corrida, terminou o circuito em 4º lugar com o nome da Cemig estampada na asa di-anteira do carro de sua equipe Luczo dragon Racing/de Ferran Motorsports. Segundo o piloto, é motivo de grande orgulho ter uma empresa do porte da Cemig como parceira. “A Cemig reflete a imagem de tecnologia e inovação e é o que a indy busca. Esse apoio, ter essa corrida no Brasil e ser o único repre-sentante mineiro é algo muito significativo”, destaca Raphael Matos.

Gil de Ferran, sócio da equipe Luczo dragon Racing/de Ferran Motorsports, ressaltou o valor desse apoio do grupo mineiro. “O pa-

trocínio da Cemig foi importante em vários aspectos. ter uma companhia brasileira dando suporte a um piloto brasileiro em um evento de prestígio como a São Paulo Indy 300 certa-mente agregou ao nosso perfil”, acentuou.

A corrida levou cerca de 40 mil pessoas ao Circuito do Anhembi e foi transmitida para aproximadamente 200 países. para o presi-dente da Cemig, djalma Bastos de Morais, a parceria projetou a marca mundialmente, além de ser um marco na história da Empresa. “para a Cemig estar presente na indy Racing Series 2010 foi um momento mágico. trata-se de uma grande oportunidade para nossa Em-presa, que nasceu em Minas Gerais e que ago-ra projeta-se conforme o seu plano estratégico de negócios: rompendo as divisas do Estado e as fronteiras do Brasil e se apresentando como um novo player no setor de utilities”, afirma.

Ano 1 - N0 1 - Maio - Junho / 2010

Carro da equipe Luczon dragon Racing

/ de Ferran Motor-sports, com a marca da

Cemig, durante a São paulo indy 300

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NAS piStAS

Energia para superar desafiosEmpregados atletas recebem apoio para disputar a Meia Maratona de Miami

corrida nas primeiras caminhadas com os amigos. Com a empolgação e a superação das provas iniciais, vieram os eventos es-portivos patrocinados pelas empresas nas quais trabalham, que optam por promover o entretenimento, o lazer, o bem estar, a integração e a saúde entre seus emprega-dos. Essa é a filosofia da Cemig, que desde 2006, sempre no mês de dezembro, realiza a Corrida Cemig em Belo Horizonte.

Para qualquer atleta correr 1, 2, 5, 10, 21 quilômetros ou mesmo os 42 quilômetros da maratona é es-

sencial ter preparo físico apurado, boa alimentação, dedicação e disciplina, além de estímulo e apoio financeiro. É preciso, enfim, muita energia e uma “saúde de ferro”, como diriam nossos avós. Vários atletas que disputam provas de longa dis-tância, os chamados corredores fundistas, descobriram o gosto para esse tipo de

Empregados que venceram a Corrida da Cemig em 2009 e participaram da Meia Maratona de Miami 2010

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Em 2009, a quarta edição do evento contabilizou 2,2 mil inscritos das diversas unidades da própria Com-panhia, das empresas integrantes do Grupo Cemig e também atletas profissionais e amadores do Brasil. No ano passado, Adriana duarte Coelho, 31 anos, analista de desenvolvimento de Recursos Humanos, levantou o troféu de campeã da Corrida Cemig pela quarta vez consecutiva, na categoria empregados, sexo feminino.

Com o título, Adriana e outros sete atletas foram se-lecionados para correr os 21 quilômetros da Meia Maratona de Miami, uma das provas do calendário da Federação Internacional de Atletismo (FIA). A mara-tona deste ano, realizada nas ruas da cidade, a maior da Flórida (EuA), reuniu 11,5 mil corredores de todo o mundo. “Na Meia Maratona de Miami cheguei em 5º lugar, na categoria feminina de 30 a 34 anos, e con-segui o 13º melhor tempo no campeonato”, comemo-ra a fundista mineira, que conquistou a façanha entre seis mil mulheres de várias nacionalidades e, estimu-lada pelo excelente resultado internacional, já treina para as próximas corridas.

Empenho e superação

Em alguns casos, as corridas surgem na vida das pes-soas por caminhos, digamos, inesperados. por conta

de colesterol alto, a comunicadora social da Cemig Wil-ma Maria Alves, 53 anos, foi orientada pelos médicos a praticar atividade física e caminhadas. No início, ritmo lento e cauteloso. Mas agora, com passadas largas e firmes, o colesterol despencou, e Wilma já treina para correr os 21 quilômetros da Meia Maratona do Rio de Janeiro, em agosto, após a experiência em Miami.

Nessa prova, a Cemig participará com incentivos e ajuda de custos para os atletas da Companhia. “O evento terá uma tenda com assistência médica e fi-sioterapeuta para os corredores participantes”, conta Wilma, que atuou na organização da Corrida Cemig, em Belo Horizonte. de frente para o mar e na Cidade Maravilhosa, a corredora garante que tem gás sufi-ciente para deixar muita gente “comendo poeira” nas próximas competições nacionais e internacionais de que planeja participar.

Sentir-se como parte de um projeto saudável e bem sucedido também é a vontade da técnica de Gestão Administrativa Rosângela Simões, que trabalha há 23 anos na Cemig. “Por enquanto continuo com minhas caminhadas pela Lagoa da pampulha, mas tenho o desejo de participar das corridas. Estímulo da empre-sa eu já tenho, agora é preciso força de vontade da minha parte”, admite.

depois da experiência em Miami, Wilma treina para a Meia Maratona do Rio de Janeiro

Ano 1 - N0 1 - Maio - Junho / 2010

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Time da Cemig já entrou em campo, projetando a modernização do sistema de distribuição de energia para o maior evento esportivo do planeta

COpA 2014

A Copa 2014 já começou

sistema de distribuição de energia elétrica da capital mineira e de todo o Estado.

A Companhia trabalha em diversas frentes para implementar todo tipo de melhoria possível. Estão em desenvolvimento pro-jetos para implantação de pequenas Cen-trais Hidrelétricas (pCHs) em Minas Gerais, de eficientização energética da capital mi-neira e de energia solar para o Mineirão. O KFW (banco de fomento do Governo Alemão) será responsável pelo financia-mento desses empreendimentos.

Em parceria com a prefeitura de Belo Hori-zonte (pBH), a Cemig estuda a implemen-tação de projetos estruturantes não ape-nas para apoiar a realização dos jogos, mas

Do alto do Mirante das Mangabei-ras, na Serra do Curral, se avista boa parte da capital mineira. As-

sim como a montanha mais distante da paisagem, a Copa do Mundo de 2014 ainda parece um evento longe nesse Belo Horizonte, pois as atenções estão voltadas para o Campeonato Mundial de Futebol de 2010, que será realizado entre 11 de junho e 11 de julho, na áfrica do Sul.

Entretanto, do lado de cá do Atlântico, muitos brasileiros já pensam em abri-lhantar uma conquista inédita até mesmo para a seleção canarinho, única a se sagrar cinco vezes campeã mundial de futebol: vencer a Copa em casa, em 2014. A bola ainda não rolou no tapete verde do Está-dio Magalhães pinto, o Mineirão. porém, desde dezembro do ano passado o time da Cemig está em campo para elaborar, desenvolver e preparar a execução dos projetos de melhorias e modernização do

O Mineirão terá um novo projeto de ilumi-nação e fornecimento de energia elaborado pela Cemig

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também para inovar no fornecimento de ener-gia na cidade. dessa maneira, a Companhia vai garantir toda a infraestrutura necessária para receber turistas, dirigentes esportivos, joga-dores estrangeiros e a seleção brasileira. Ro-dolfo de Souza Monteiro, gestor da Cemig, diz que a Empresa está agindo de acordo com a filosofia da Federação Internacional de Futebol (Fifa), que estabelece que a Copa do Mundo garanta uma série de melhorias para a popula-ção dos locais onde os jogos serão realizados. “Os trabalhos visam a qualidade de vida e o turismo. Queremos fazer o possível para o visi-tante sair com a melhor impressão e também para deixar um legado de maior conforto e se-gurança na cidade”, esclarece Rodolfo.

Iluminação moderna para encantar

A Cemig também vai trabalhar na moderniza-ção e na estética do sistema elétrico da capital mineira, investindo em redes subterrâneas de distribuição de energia nas principais avenidas e corredores, que irão desobstruir e tornar mais bonito o espaço aéreo da cidade. Essas redes subterrâneas vão reduzir a quantidade

de interrupções de energia e preservar o meio ambiente. um dos projetos está voltado para o desenvolvimento de uma iluminação especial das avenidas Afonso pena e Agulhas Negras, que inclui a im-plantação de uma rede subterrânea entre o cruzamento da Avenida do Contorno e o da Bandeirantes.

Nos principais corredores de acesso da cidade, está prevista a substituição dos semáforos convencionais, que utilizam lâmpadas comuns, por semáforos a LED (sigla em inglês para emissão de luz por diodo), que é ativada por baixíssima cor-rente e possibilita economia de consumo energético, melhor visualização para os motoristas e menos manutenção. Esse projeto será executado até o final deste ano, transformando BH na primeira capital brasileira com todos os semáforos a LED.

Os principais pontos turísticos da capital também serão contemplados pelos pro-jetos estruturantes da Cemig. “A ideia é realçar a iluminação desses locais, con-

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A Avenida Afonso pena será uma das vias da capital mineira a contar com rede subterrânea de energia

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tribuindo para transformar a capital mineira em um grande pólo turístico e referência inter-nacional em segurança pública, qualidade da energia elétrica e preservação do meio ambi-ente”, explica o gestor Alexandre Heringer Lis-boa, da Cemig. A iluminação da Serra do Curral será uma das inovações do projeto para a Copa de 2014. A iniciativa vai tornar o seu entorno visível du-rante a noite, em qualquer ponto da capital.

Energia limpa para o templo mineiro do futebol

Além das melhorias programadas para a ci-dade, a Cemig participa do processo de revi-talização do complexo esportivo Mineirão/Mi-neirinho. O estádio de futebol, que vai receber os jogos disputados em Belo Horizonte, terá tratamento especial com relação à iluminação. A Empresa estuda a melhoria do fornecimen-

to de energia durante os jogos, por meio da implantação de rede subterrânea, ali-mentadores expressos e energia solar.

No estádio, a Companhia analisa a via-bilidade técnica para implantação de uma usina solar fotovoltaica (energia solar), em parceria com a Agência de Cooperação técnica Alemã (GtZ). O acordo, assinado em dezembro passado, visa a montagem, operação e manutenção dessas centrais de geração fotovoltaicas que serão conecta-das à rede de distribuição da Cemig. En-tre as alternativas estudadas estão o aproveitamento da cobertura de concreto do Mineirão para esse projeto ou da nova cobertura em policarbonato que pode ser construída. Nesse último caso, as placas fotovoltaicas ficaram embutidas.

Segundo Lisboa, a modernização do Mi-neirão e do Mineirinho será desenvolvida

A Serra do Curral vai re-ceber um projeto inova-dor de iluminação que vai deixar seu entorno visível de qualquer pon-to da cidade

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com base em uma consultoria técnica de acordo com os requisitos e créditos da Leed – Greenbuilding, certificação norte-ameri-cana de normas sustentáveis que exige a construção ecoeficiente de um empreendi-mento. “O projeto também será elaborado em conformidade com as rigorosas regras e exigências da Fifa”, acrescenta Lisboa.

Para conceder a mais alta certificação em eficiência energética, o projeto está pre-visto para ser concluído até dezembro de 2012, pois no ano seguinte o Mineirão já receberá algumas partidas da Copa das Confederações, torneio entre as seleções campeãs de seus continentes. Esse cam-peonato, também organizado pela Fifa, será a melhor oportunidade para o time da Cemig colocar à prova toda essa infraestru-tura, antes do mais popular evento fute-bolístico e, talvez, esportivo do mundo.

para receber os jogos da Copa 2014, a Companhia analisa a viabilidade téc-nica para implantação de uma usina solar fotovoltaica no Mineirão

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ExpANSãO

torre da Cemig no Chile suportou recente tre-mor de 8,8 graus na Es-cala Richter

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nou grande aprendizado para todos os técni-cos da Cemig envolvidos diretamente no pro-jeto, que até então não tinham tido oportuni-dade de atuar em áreas vulneráveis a abalos sísmicos. “Foi uma experiência que possi-bilitou bastante conhecimento prático, tanto para nós quanto para os chilenos. Apren-demos, principalmente, sobre a tecnologia de construção de torres, redes e subestações resistentes a terremotos. O barramento das linhas de alta tensão, por exemplo, é feito com cabos, enquanto aqui no Brasil realiza-mos esse procedimento com materiais rígi-dos”, salienta o engenheiro.

Além da experiência profissional e empre-sarial, confirmada e coroada com o êxito da obra, o consórcio brasileiro – denominado TransChile, com sede em Santiago – já se qualifica para participar de novas concorrên-cias no Chile. “Os representantes da empresa no país estão atentos a novas oportunidades de negócios, pois o governo chileno manifes-tou desejo de modernizar as demais linhas de transmissão. Esse será o maior plano de me-lhorias do país”, comenta Carlos Henrique.

uma novidade para os chilenos, levada pela Cemig, é a manutenção em linhas vivas (linhas energizadas, com carga) nas redes de trans-missão de alta tensão. As torres são erguidas de forma que a estrutura das construções possibilite aos técnicos a manutenção dessas estruturas e redes de alta tensão, mesmo nos pontos mais distantes do solo. “É um procedi-mento que desenvolvemos desde o projeto, mas lá no Chile eles não têm essa prática”, diz o engenheiro Carlos Henrique. Ele acredita que essa primeira obra internacional executa-da pelo Consórcio transChile, do qual a Ce-mig detém 49% do capital, é um bom cartão de visitas para que a holding mineira alcance sua meta de, em 2020, ser o segundo maior e mais importante grupo de energia do Brasil, com presença relevante nas Américas.

Sem fronteirasExperiência no Chile mostra o potencial da Companhia para executar projetos audaciosos e de alta complexidade também fora do Brasil

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Reconhecida mundialmente como uma Empresa sustentável sob o aspecto econômico financeiro e com larga ex-

periência no Brasil na construção de redes de alta tensão, a Cemig está ultrapassando as fronteiras brasileiras. desde 2005, a Com-panhia decidiu atuar no mercado internacio-nal e começou pelo Chile.

Em parceria com a Alupar – empresa brasileira sediada em São paulo, do ramo de construção civil –, a Cemig participou de uma licitação in-ternacional promovida pelo governo chileno para a construção de 204 quilômetros de li-nhas de transmissão de alta tensão (linhas de 220 kilovolts) ligando as cidades de Charrua e Nuevo temuco.

As obras consumiram 33 meses e a linha foi inaugurada em janeiro deste ano, semanas antes do terremoto que atingiu o Chile. Ape-sar de estarem a apenas 150 quilômetros do epicentro do abalo sísmico, localizado na região de Concepción, as torres de transmis-são construídas pelo consórcio brasileiro per-maneceram intactas e resistiram ao intenso tremor de 8,8 graus na escala Richter, o mais forte ocorrido no Chile nos últimos tempos. “As torres e as subestações suportaram bem o terremoto. Foi uma prova da qualidade do trabalho executado pela Cemig e pela Alu-par”, destaca Carlos Henrique Afonso, engen-heiro eletricista da Cemig que acompanhou as obras de execução no Chile, entre 2007 e 2010.

Segundo Afonso, que está há 21 anos na em-presa, a experiência internacional proporcio-

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Novos rumos para a inovação e o desenvolvimento

ACemig sempre se dedicou à geração, produção e distribuição de energia elétrica em Minas Gerais, afinal, esse é

o principal negócio da Companhia. Entretanto, diante do crescimento da população, com a evolução da sociedade e o natural surgimento de novas tecnologias e demandas, a Cemig também optou por acompanhar o ritmo in-tenso e cibernético do século 21. Dessa forma, no final dos anos 1990 a direção da Companhia vislumbrou uma boa possibili-dade para ampliação e diversificação dos negó-cios e decidiu participar do capital da Infovias, empresa constituída em parceria com a norte-americana AES e dedicada ao fornecimento e instalação de infraestrutura para empresas de telecomunicações.

Até 2002, a infovias contabilizava faturamento da ordem de R$ 450 mil por mês. uma receita baixa para o tamanho do investimento e tam-bém pelo aporte que a companhia deveria executar para manter o negócio e permanecer na sociedade com os norte-americanos. Após uma cuidadosa avaliação do mercado de tele-comunicações feita por empregados, a direção da Cemig concluiu pela compra de 50% do capital da infovias, em 2002. A aquisição apre-sentou resultados satisfatórios e, em janeiro deste ano, a nova empresa – batizada Cemig telecom – já registrava um faturamento 14 vezes maior, de R$ 11 milhões por mês.

Esse crescimento vertiginoso, argumenta o economista Sérgio Belizário, presidente da Ce-mig telecom, deve-se à expansão dos negócios em infraestrutura para operadoras de telefonia – fixa e móvel –, emissoras de rádio, TV, inter-net banda larga, transmissão de dados, de voz e de imagens em alta velocidade, cabeamento para tV a cabo e telefonia ip. “A Cemig reuniu um grupo de profissionais para transformar um negócio nada rentável em uma atividade lucrativa e autosustentável, sem a necessidade de aportes constantes para salvar o caixa da empresa”, conta Belizário. Atualmente, con-forme o Anuário de telecomunicações, elabora-do pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a Cemig telecom está entre as dez maiores empresas do segmento em rentabilidade. “É só uma questão de tempo para nos tornarmos uma potência internacional nesse setor”, afirma Belizário.

A explicação para tamanha crença está, certa-mente, no trabalho de parcerias, seja com em-presas do grupo ou não. É assim, por exemplo, com a Gasmig, que tem realizado investimen-tos importantes na expansão do gasoduto para diversas regiões de Minas Gerais. “Quando a Gasmig contrata as construtoras para a insta-lação dos dutos e da tubulação da rede de gás (industrial e residencial), nos associamos a eles e já construímos nossa rede de fibra óptica. O mais caro é abrir o chão para fazer a vala, co-locar os dutos e preparar a rede”, argumenta Belizário. também nas redes de alta tensão do

Cemig Telecom está entre as empresas do Grupo que busca expandir negócios e aumentar a presença no Brasil e no exterior

FiBRA ÓptiCA

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Grupo Cemig, presentes em todas as regiões do país, o presidente da Cemig telecom vê perspectivas de boas parcerias. Isso porque na mesma torre é possível e viável instalar os dutos com fibras ópticas para transmissão de dados e telefonia.

Segundo Belizário, por enquanto a Cemig tele-com mantém sua atuação dentro dos limites do território mineiro, mas o planejamento es-tratégico da empresa aponta para outros es-tados e, naturalmente, para terras bem mais distantes, dentro e fora do continente ameri-cano. um dos focos da empresa é a ampliação do relacionamento comercial com empresá-rios e a abertura de novas frentes de atuação

do outro lado do Atlântico, em especial nos países de língua portuguesa, como Angola, Moçambique, Luanda e timor Leste. “Os afri-canos conhecem, de longa data, a qualidade do trabalho que a Cemig realiza na área de ge-ração e transmissão de energia”, diz Belizário.

Já na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a empresa fortalece sua participa-ção no mercado mineiro com o projeto Con-domínio, uma iniciativa para levar rede de fibra óptica a 31 residenciais de alto luxo de Belo Horizonte e Nova Lima. A segunda etapa, programada para 2011, destina-se aos con-domínios verticais do bairro Belvedere.

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ominstalações da Cemig telecom, empresa do Grupo que se pre-para para expandir seus negó-cios em Minas e, futuramente, no Brasil e no exterior

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Preservando espécies do Velho ChicoCemig participa de trabalho de coleta, seleção e transporte de peixes nativos do Rio São Francisco para o aquário do Zoológico da capital mineira

Carinhosamente chamado de Velho Chico, o Rio São Francisco nas- ce a 1.200 metros de altitude, na Serra

da Canastra, município de São Roque de Minas, região Centro-Oeste de Minas. Após atravessar quatro estados brasileiros – Minas Gerais, Bahia, pernambuco, Alagoas e Sergipe –, deságua no Oceano Atlânti-co, a 1.371 quilômetros da sua nascente. Com toda essa dimensão, dá para imagi-nar as riquezas naturais que o rio esconde em seus leitos. uma pequena amostra do Velho Chico pode ser vista no aquário do Jardim Zoológico de Belo Horizonte. trata-se de uma boa oportunidade para conhecer a fauna do rio e saber como preservá-la.

devido à sua excelência e pioneirismo na pesquisa, criação e peixamento dos rios que cortam o Estado, a Cemig não poderia ficar de fora dessa iniciativa, participando com a coleta, seleção e transporte de al-gumas das 50 espécies de peixes que hoje

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podem ser vistas e admiradas também no aquário mineiro, a centenas de quilômetros de seu habitat original. Esse trabalho foi re-alizado pela companhia em parceria com a Fundação Zoo-Botânica, de Belo Horizonte. A captura dos espécimes nativos foi feita perto da confluência dos rios Abaeté com São Francisco, local conhecido como pontal do Abaeté, próximo à usina de três Marias, da Cemig.

Newton prado, gerente de Estudos e Manejo de Ictiofauna e Programas Espe-ciais da Cemig, explica que após a pesca os peixes permaneceram em quarentena nos aquários da Estação de Hidro-biologia e piscicultura da Companhia de desenvol-vimento dos Vales do São Francisco e par-naíba (Codevasf), no município de três Ma-rias (MG), que apoiou o trabalho de coleta junto com o Instituto Estadual de Florestas (iEF). Após esse período, os peixes foram transportados para o aquário da capital mi-neira. “A Cemig fez um trabalho minucioso e de grande responsabilidade, cujo objetivo é estimular a preservação do meio ambi-ente e o conhecimento da fauna”, destaca Newton. para auxiliar na implantação do aquário temático, a Cemig também custeou a vinda de duas especialistas do Vancouver Aquarium, importante centro de estudos marinhos que abriga o maior aquário do Canadá. Elas prestam consultoria técnica ao aquário do São Francisco e avaliam as

condições de funcionamento e manutenção do espaço.

Preservação ambiental gera cidadania

O cuidado com o meio ambiente também abre espaço para ações sociais. Na esteira de suas missões, a Cemig criou um espaço onde as pes-soas podem difundir políticas de preservação do meio ambiente e estimular a mudança social dos cidadãos. trata-se do Centro de Educação permanente Mário Bhering, inaugurado em abril, em três Marias, a 300 quilômetros de Belo Horizonte. O espaço visa a integração cultural e social da comunidade do município, onde a Cemig construiu, em 1955, a primeira usina hi-drelétrica de grande porte do Brasil.

O centro também integra o projeto Ver Sol, que contempla aulas de artesanato e de produções literárias, canoagem, natação e oficinas profis-sionalizantes, com 150 alunos já matriculados. “A meta é fomentar o turismo sustentável na cidade, gerando empregos e capacitação aos cidadãos, além de promover ferramentas de preservação da fauna a várias entidades e insti-tuições, centros de pesquisas e laboratórios da região”, explica Newton.

para 2011, a companhia prepara a inauguração do Centro de Excelência na Estação de piscicul-tura, em Conceição da Alagoas, no triângulo Mineiro, que promete fomentar o turismo na região e estará aberto às visitações do público, que poderá conferir as amostras de várias espé-cies nativas do Rio Grande.

O aquário do Jardim Zoológi-co de Belo Horizonte abriga amostras de 50 espécies do “Velho Chico”

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O DNA CemigAos 58 anos de existência, o Grupo Cemig se consolida como um dos maiores do país e mostra potencial para se destacar nas Américas

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Competência para planejar, empreender, operar e manter grandes obras de ge-ração, transmissão e distribuição, assim

como a excelência da equipe de engenharia e a capacidade de inovar permanentemente. Além dessas características que fazem parte do setor elétrico brasileiro como um todo, uma grande parte dos empreendimentos construí-dos nos últimos 58 anos tem uma caracterís-tica em comum: fazer parte do Grupo Cemig. Em Minas Gerais, construiu obras que reper-cutiram em todo o mundo, como as hidrelé-tricas de três Marias, São Simão e, mais re-centemente, irapé, premiada na Espanha por sua importância técnica e social. No século 21, agregou seu parque gerador e a maior rede de distribuição da América do Sul ao plano diretor que tem como meta a permanente expansão da Companhia. Assim, a acanhada Centrais Elétricas de Minas Gerais, planejada para administrar as usinas do Estado, transformou-se na holding Companhia Energética de Minas Gerais, que hoje reúne 59 empresas e 10 consórcios, com presença em 19 Estados brasileiros, além do distrito Federal e do Chile, e com ações nas bolsas de valores do Brasil, Estados unidos e Espanha. Só em Minas e no Estado do Rio, o Grupo atende um mercado de 10,7 milhões de clientes. Em 2009, a Companhia obteve lucro líquido ajustado de R$ 2 bilhões. Para o executivo Luiz Fernando Rolla, diretor de Finanças, Relações com Investidores e Con-

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trole de Participações, o sucesso da empre-sa, formalmente constituída em 1952 pelo então governador Juscelino Kubitschek, é resultado de um cuidadoso e detalhado plano diretor ancorado no relacionamento transparente com todos os seus públicos. “O modelo de governança corporativa da Cemig é baseado em princípios de trans-parência, equidade e prestação de contas, com a definição clara dos papéis e respon-sabilidades do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva na formulação, aprovação e execução das políticas e dire-trizes referentes à condução dos negócios”, destaca. Naturalmente, também há outras razões que colocam a Cemig no topo do ranking como um dos mais sólidos e importantes grupos da área de energia elétrica do Bra-sil. Entre elas, a competência técnica re-conhecida pela sua atuação sustentável. Em 2009, a companhia foi incluída, pela décima vez consecutiva, no Índice Dow

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Jones de Sustentabilidade, e pelo segundo ano como líder mundial do setor de utilities.

E sustentabilidade também está diretamente vinculada ao investimento na área de Pesqui-sa e desenvolvimento (p&d), para a busca de soluções inovadoras, criativas e com elevado grau de tecnologia. Nesse sentido, a Cemig está muito além de sua época, pois a tecnologia é um de seus pilares de sustentação, servindo de modelo a outras concessionárias do setor. O genoma da companhia

Quando as Centrais Elétricas de Minas Gerais entraram em operação, havia poucos profis-sionais no Brasil para o setor de energia e a Cemig ainda era uma promessa. Aos poucos, a Companhia conquistou a confiança das pes-soas e se mostrou ser um bom lugar para tra-balhar e crescer profissionalmente. O enge-nheiro eletricista Evandro Vasconcelos, diretor de Energia da Light, no Rio de Janeiro, chegou

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Subestação da tBE, uma das empresas do Grupo Cemig

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à Companhia em 1983, passou por várias áreas e fez diversos cursos, entre eles o mestrado em Planejamento Energético na Universidade Federal Fluminense (uFF/Cope). “A formação profissional é um dos pilares da Cemig”, enfatiza. Na sua avaliação, os investimentos na formação profis-sional – em todos os níveis – contribuíram para a criação de uma cultura fundamentada em ética, seriedade, eficiência, responsabilidade e quali-dade, reconhecida em todo o país e no exterior. “Esse é o dNA Cemig”, assinala.

para o mecânico de aeronaves Evanildo de Almeida Severino, o `tchê´, que ingressou na Cemig em 1989 como torneiro mecâni-co na praça da Cemig, em Contagem (MG), a companhia mudou bastante a sua forma de encarar a vida. ‘‘Entrei para a Cemig no último ano em que era possível ser sele-cionado sem concurso público. E de lá pra cá minha vida profissional deu um grande salto, para a frente e para o alto”, afirma o técnico de aeronaves, que após a con-

Com a aquisição de participação na Light, o Grupo Cemig ingressou no Rio de Janeiro

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clusão do curso, em 2006, foi transferido para o hangar da Cemig, no Aeroporto da pampulha, em Belo Horizonte (MG).

Já o engenheiro túlio Marcus Machado Al-ves, após 23 anos de Cemig foi convidado para ocupar o posto de gerente geral da Efficientia Energética S/A. Na nova em-presa e no novo cargo, ele e a equipe desenvolvem projetos para aprimorar a eficiência energética de grandes empre-sas estabelecidas em Minas Gerais. “Já trabalhei em outras organizações e posso dizer, com certeza, que a Cemig é a me-lhor empresa do setor elétrico para se tra-balhar”, declara.

Marcus Vinícius do Nascimento, gerente de Engenharia na transmissoras Brasilei-ras de Energia (tBE), chegou à Cemig em 1976, com 19 anos para o estágio orien-tado. Formado em Eletrotécnica, ele foi admitido na área de projetos de subesta-ções de transmissão e em seguida cursou Engenharia Elétrica, na puC Minas. Com o diploma nas mãos, Marcus andou por Minas como gerente das áreas de Ope-ração e Manutenção de Subestações de transmissão nas cidades de Barbacena, Caxambu e Juiz de Fora, passou pelo planejamento Elétrico do Sistema de transmissão da Cemig e, finalmente, foi superintendente de planejamento da Operação da Geração e da transmissão da Companhia até janeiro de 2005 – 30 anos depois de começar como estagiário.

De manuscritos a papéis valorizados em todo o mundo

Após assumir o Governo de Mi-nas Gerais, Juscelino Kubitschek iniciava a constituição da Cemig, planejada na administração do governador Milton Campos. para levar o projeto adiante, no dia 22 de fevereiro de 1951 escreveu uma carta ao então secretário de Obras, José Esteves Rodrigues, so-bre os planos que desejava colocar em prática a fim de “estabelecer uma holding que controle as ativi-dades das diversas centrais elé-tricas” em construção no Estado. A carta, manuscrita, tem lugar de honra ao lado da porta da diretoria de Finanças, par-ticipações e Relações com investidores, no 18º andar do edifício-sede da Cemig, em Belo Horizonte (MG). A partir dos pedaços de papel começou a vigorosa história de 58 anos da Empresa, que já atravessou as montanhas geladas da Cordilheira dos Andes, e hoje está presente no Chile e em quase todo o território brasile-iro. Se o reconhecido visionário e empreen-dedor JK pudesse constatar o atual cenário da Cemig hoje, certamente estaria orgulhoso e preparado para novos desafios. O próximo deles é alcançar, em 2020, o posto de segun-da maior empresa do setor de energia das Américas, conforme prevê seu plano diretor.

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Como governa-dor de Minas, o visionário JK já planejava fazer da Cemig uma holding

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Na porta de casaGasmig amplia fornecimento de gás natural para indústrias e prepara licitação para construção de redes de abastecimento residenciais em Minas

GáS NAtuRAL

Até o final de 2009, o plano de ação da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) fundamentou-se,

essencialmente, na expansão da rede de gás natural para atender a demanda da indústria, especialmente do segmento voltado para o grande consumidor de energia elétrica e de carvão vegetal. Com esse objetivo, a Gasmig contribuiu, por exemplo, para garantir a instalação da siderúrgica Vallourec & Sumitomo do Brasil (V&SB), no município de Jeceaba (MG), na região Metalúrgica. “A proximi-dade do gasoduto foi decisiva para o con-sórcio Vallourec & Sumitomo escolher essa região, onde foi realizado um investimento da ordem de R$ 1,2 bilhão”, comenta Már-cio Augusto Vasconcelos Nunes, presi-dente da Gasmig.

Se o gás natural já é um velho conhecido da indústria brasileira e de inúmeros pro-prietários de automóveis de Minas Gerais, somente a partir deste ano os proprietá-rios de casas e prédios residenciais poderão escolher entre Gás Liquefeito de petróleo (GLp), ou o gás de cozinha, e os benefícios e vantagens proporcionadas pelo gás natural. “Sem dúvida, trata-se de uma melhoria para a população de Minas Gerais, o último Estado brasileiro a investir na implantação de gasoduto para residên-cias”, conta Vasconcelos Nunes.

poços de Caldas, no Sul de Minas, a 468 quilômetros de Belo Horizonte, será a primeira cidade mineira a contar com gás natural residencial. Até julho deste ano, a Gasmig pretende licitar a obra

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para construção de nove quilômetros de gasoduto, cujo investimento será em torno de R$ 12 milhões. “Em seguida, e até 2014, a Gasmig vai levar gás natural a 200 mil famílias de Belo Horizonte. Ainda neste ano, vamos selecionar os bairros da capital mineira que serão contemplados com as redes de abastecimento”, comenta Vasconcelos Nunes. Ele acrescenta que no prazo de 15 anos, ou seja, até 2025, todos os bairros de Belo Horizonte terão gás natural para uso em casas e apartamentos.

Contudo, distribuição e comercialização de gás natural – industrial, veicular ou resi-dencial – são apenas dois dos negócios da Gasmig. O novo planejamento estratégico

do Grupo Cemig prevê a presença da com-panhia de gás em outras atividades e em parceria com empresas da holding, como na construção da rede de gasoduto de poços de Caldas. A Gasmig também é responsá-vel por contratar a obra para execução da rede de dutos de fibra óptica, em associa-ção com a Cemig telecom. “Cerca de 4,2% do total do investimento no gasoduto de poços de Caldas estão previstos para essa estrutura da Cemig telecom”, observa Vas-concelos Nunes. No futuro a própria Gas-mig poderá usufruir da rede de fibra óptica e da prestação de serviços oferecida pela Cemig telecom, como a leitura online e em tempo real dos medidores de gás em casas, lojas e prédios comerciais e residenciais.

Na porta de casa

Gasmig passará a fornecer gás natural às residências de Mi-nas Gerais

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Lâmpadas acesas nos cômo-dos vazios, chuveiro com mau contato na chave, geladeira

com porta aberta ou com a borra-cha sem pressão, interruptores es-tragados, roupas atrás da geladeira para secar e vários equipamentos ligados ao mesmo tempo nos ben-jamins. Esses detalhes provocam desconforto, aumento do consumo de eletricidade e levam o valor da conta de luz às alturas, estouran-do o orçamento e deixando muita gente de mau humor. para evitar tais transtornos a Cemig ampliou, a partir do ano passado, o Programa de Eficiência Energética, dando mais ênfase aos programas de substituição de equipamentos “esbanjadores” por outros mais econômicos.

Com o projeto Conviver, a Cemig troca os equipamentos usados (ge-ladeiras, chuveiros, lâmpadas incan-descentes) por outros novos e mais econômicos das casas das famílias

Energia eficiente, consumo

inteligente

FOCO SOCiAL técnico da Cemig faz a tro-ca de chuveiro em residên-cia pelo projeto Conviver

Programa Eficiência Energética beneficia famílias de baixa renda, asilos e creches com eletrodomésticos mais econômicos

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de menor poder aquisitivo (renda mensal de até um salário mínimo) que vivem nos bairros mais carentes das grandes cidades e nos municípios de menor Índice de desenvolvimento Humano (idH) de Minas Gerais. Outra ação do Programa de Eficiência Energética pro-move a mudança de equipamentos das instituições beneficentes (asilos, creches e berçários) cadastradas no Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas).

Na implementação das duas ações, estão previstos in-vestimentos da ordem de R$ 45 milhões para superar a meta de atendimento de 200 mil famílias de baixo poder aquisitivo da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e de outros 62 municípios mineiros. As visitas de técnicos especializados e a troca dos equipamentos podem representar uma redução de até 50% na conta do mês, segundo o gestor do programa de Eficiência Energética, Rodolfo Monteiro. “Em 2010, serão beneficiadas 4,2 mil famílias, 1,2 mil creches e 511 asilos, principalmente do Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas, além de municípios do Sul de Minas, triângulo Mineiro e região Central. Mais que a troca dos equipamentos, a Cemig orienta as famílias e insti-tuições para a importância do uso racional e da con-servação da energia elétrica”, salienta.

Famílias já recebem visitas técnicas

Várias famílias têm aprendido a economizar energia e, de fato, já sentem alívio no bolso. “Estamos felizes com a visita dos técnicos da Cemig. Em dezembro de 2009, cheguei a pagar R$ 95 na conta de luz. Mas no mês passado paguei R$ 70”, revela o pintor Wilson Ri-beiro, um dos beneficiados de Belo Horizonte. A eco-nomia de R$ 25 tem destino certo, diz Ribeiro, pai de duas filhas pequenas. “A mesa ficou mais farta e agora todos os dias tem frutas e verduras para minha famí-lia. Antes, sacolão era apenas duas vezes por mês, mas agora compramos toda semana”, conta, satisfeito.

Os gastos com alimentação são prioridade também para famílias como a do aposentado Hamilton Soares Rodrigues, de 72 anos, morador do bairro Alto Vera Cruz, em Belo Horizonte. Com a troca da geladeira an-tiga, que apresentava problemas na borracha da porta, além da tampa do congelador estragada e os vidros in-ternos quebrados, Hamilton já contabiliza a economia no bolso. “Acredito que nas próximas contas vamos gastar bem menos, talvez menos de R$ 40 por mês. Às vezes, a conta chegava a R$ 80, para desespero de minha mulher”, comenta.

Os adolescentes Wesley e Larissa, netos de Hamilton e também moradores da casa, receberam orientações dos técnicos da Cemig sobre conservação e uso racio-nal da energia elétrica. Com isso, mudaram os hábitos e agora não deixam a televisão ligada depois da parti-da de vídeo game. “É bom saber que eles aprenderam e estão preocupados com o orçamento doméstico. Assim, pouco a pouco despertam para a preservação do meio ambiente”, alegra-se o avô.

Essas medidas simples resultam em ganhos impor-tantes para as famílias e podem, ao mesmo tempo, incrementar a economia dos pequenos municípios mineiros. por exemplo, o consumo de eletricidade de uma geladeira nova representa R$ 14 a menos na despesa mensal da família. E com esse dinheiro é pos-sível comprar alimentos de primeira necessidade.

O aposentado Hamilton teve sua geladeira trocada e recebeu dicas dos técnicos do projeto Conviver, da Cemig, que contribuíram para a redução do consumo de energia

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A arte e a vida na Amazônia OrientalNa porta de entrada da Floresta Amazônica, o projeto Mestres do Futuro convida a conhecer a cultura e a arte dos pequenos municípios

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REGiONALiSMO

A 300 quilômetros da cidade de Belém (pA), em Goianésia do pará, comer tucunaré ou surubim ao som do carimbó faz parte do cotidiano da

pequena e “arretada” população de 29 mil habitantes. “Vários tipos de peixes são encontrados por aqui e a cul-tura é muito rica, muito diversificada”, anuncia o artesão Ananias dos Santos Cordeiro. Ele conta que o carimbó é um gênero musical de origem indígena que faz alusão ao tambor de mesmo nome, surgido na periferia da cidade de Belém, há centenas de anos. “Hoje, a dança tradicional ganhou um tom e um ritmo mais moderno, com um toque de lambada. Já está diferente daquela música tradicional considerada a preferida dos pesca-dores da ilha do Marajó”, lembra Cordeiro.

Natural de tucuruí (pA), o artesão, de 38 anos, é mo-rador de Goianésia há sete e divide seu tempo entre o cargo de funcionário da prefeitura e a arte em buriti, ofício que desenvolve no projeto “Mestres do Futuro”, patrocinado pelas transmissoras Brasileiras de Energia (tBE), uma das empresas do Grupo Cemig. “Vim pra cá por conta da nomeação no concurso. Estava na minha cidade natal e gostava de lá. Mas não imaginava que me apaixonaria por Goianésia do pará”, revela.

E não é para menos. O artesão conta que a cidade é calorosa, receptiva e o turista de primeira viagem tem surubim e tucunaré assados garantidos no prato. “A cidade é repleta de peculiaridades. Vários moradores de outros municípios do pará desembocam por aqui querendo uma qualidade de vida melhor, pois o mu-nicípio é pequeno. É o interior do interior”, diz. A

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Mas o forte da cidade, diz Cordeiro, continua sendo o artesanato. “Faço arte com as palmeiras de buriti. Além dessa matéria-prima, trabalho com reciclagem de jor-nais e papéis, assim posso contribuir também com o meio ambiente”, disse o artesão, que, experiente, foi escolhido para ser um dos professores do programa Mestres do Futuro. “Formei 15 jovens alunos em três meses de oficina. É bonito ver a cultura do Estado sen-do resgatada por quem ainda está começando a vida”, registra.

Fé preservada pelas raízes culturais

No Oeste do Maranhão, a 641 quilômetros da capital São Luiz, o pequeno município de São pedro da água Branca conta com apenas 12 mil habitantes. Esses personagens distantes da realidade dos grandes centros urbanos são célebres protagonistas do enredo enriquecedor da Flo-resta Amazônica e ícones reveladores de uma fé preser-vada pelas raízes culturais e religiosas.

“Rezava todo dia, meu deus me ajude! durante três meses estávamos reunidos no projeto. Hoje tenho uma casa simples, mas é minha.” O depoimento emocionado é de Maria Mundica, que ministra a oficina de arte em palha de tucum, do projeto Mestres do Futuro. A artesã

mudou de vida após começar a dar aulas de artesanato e a resgatar a cultura local.

O município tropical, aparentemente tímido pela de-marcação geográfica, se destaca economicamente, desde o início, pela produção de grãos. Oficialmente criada em 1994, quando foi desmembrada de imperatriz (MA), a cidade abriga também uma grande plantação de eucalipto, de onde se extrai a madeira para a produção de carvão que alimenta as siderúrgicas de Marabá (pA) e Açailândia (MA).

Mas a indústria siderúrgica não ceifou a cultura popular e a identidade regional de São Pedro da Água Branca. A perseverança, a religiosidade e a fé de um Brasil forte, sonhador e que tem sede de oportunidades dão força ao artesanato. O tucum, uma palmeira nativa do norte e oeste da região Amazônica, é a matéria-prima usada para a confecção de redes para dormir e pescar, linha de pesca, além de roupas e outros utensílios, como bol-sas e chapéus.

Maria Mundica, que há anos sustentava sua família de oito pessoas com a renda do artesanato, pôde final-mente passar seu conhecimento para a comunidade onde mora, por meio das oficinas. “Estou me sentindo

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importante. Não sabia que um dia eu mostraria o meu trabalho. Não só o Bra-sil, mas o mundo todo vai ver minha arte”, avisa a artesã.

No berço dos Guajajaras

No século passado, os índios guajajaras ainda habitavam o pequeno município maranhense de Buriticupu. A cidade, fun-dada por meio de um projeto de coloni-zação em 1973, é um dos berços da cu-linária e artesanato que caracterizam a região Norte do país. No vasto e saboroso cenário da gastronomia de Buriticupu, o visitante é surpreendido por uma rari-dade nos tempos modernos: a utilização do pilão para socar o alimento. Entre os pratos regionais que usam este recurso, a pedagoga Mirian da Silva Pereira, uma das coordenadoras de ofici-nas promovidas pelo Mestres do Futuro, aponta o cuxá. A moradora de São pedro

das águas Claras (MA), mas que realiza visitas frequentes a Buriticupu, conta que o curioso prato leva pimenta de cheiro, uma planta chamada vinagreira e camarão seco. “E ainda leva farinha de mandioca, registrada historicamente como a base da alimentação.

A comida retrata bem a diversidade cul-tural do Norte brasileiro, influenciado pelo processo de colonização, conta a pedago-ga. “O cuxá é um prato que traz hábitos das culinárias portuguesa e africana para os dias atuais. É a prova de que os cos-tumes e hábitos são preservados, mesmo com os processos de industrialização e globalização”, analisa.

do cuxá à arte da palha ou cerâmica, o Maranhão se revela como um Estado fiel à memória de suas raízes. “Nosso povo precisa apenas de oportunidades e mo-tivação. Somos empreendedores, temos garra e preservamos nossa identidade

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A mestre Maria Mundi-ca ensina a arte de fazer peças com palha de tucum, no projeto Mestres do Futuro

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cultural”, diz Mirian, que lembra que o artesanato tam-bém preserva a memória coletiva dos cidadãos ma-ranhenses nas cidades de Buriticupu e em São Pedro das águas Claras. Os artesãos Antônio Carlos e Fran-cisca dos Santos, mestres na arte da palha e cerâmica, respectivamente, ficam orgulhosos com os jovens alu-nos e futuros cidadãos maranhenses. “Os alunos são dedicados, obedientes. É muito bom passar o conheci-mento para as pessoas”, diz Francisca. Antônio também registra sua satisfação em perpetuar a sua arte. “A ex-periência é muito boa, na medida em que muita gente passou a viver e saber o que é arte”, diz.

Cidadania resgatada pela arte

“Quando chegamos à cidade de Tailândia (PA), flagra-mos crianças trabalhando com queima de carvão. O cenário assustou a equipe e, no princípio, não con-seguimos entrar na cidade. Há uma exploração tanto da riqueza natural quanto de seres humanos.” O pesado depoimento da coordenadora do projeto Mestres do Futuro, a socióloga e pedagoga paulista Sônia Kavan-tan, refere-se à prática de desmatamento e à triste reali-dade da exploração do trabalho infantil, que retratam a desigualdade social, econômica e cultural na Floresta Amazônica. Ações como resgatar a cultura popular, preservar a identidade regional, estimular a geração de renda são os objetivos do projeto Mestres do Futuro e visam,

principalmente, sensibilizar o poder público e a comu-nidade local para a importância do artesanato nessas regiões. Entre agosto de 2008 e junho do ano passado, 18 mestres artesãos orientados por 12 coordenadores ensinaram a arte do artesanato para 253 aprendizes. “Em algumas cidades tivemos dificuldades para levar o projeto adiante, pois a população, resignada pela dura realidade, se mostrava desconfiada das ações”, lembra Sônia Kabantan.

Há dois anos, o município foi palco de uma violenta manifestação em 2008 contra as forças de segurança que deram apoio ao instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (ibama) no combate às atividades de madeireiras ilegais na região. “No início, nos sentimos inseguros, mas tive-mos o apoio de entidades. A situação foi delicada, mas conseguimos formar 18 jovens artesãos com as aulas de esculturas em restos de madeiras, artesanato típico da cidade”, conta.

Marcado por duros conflitos de terras desde a década de 70, o município recebeu esse nome em função de uma comparação à guerra ocorrida em 1977 na Tailândia, País asiático. “Foi interessante resgatar a cultura do artesanato local e desenvolver ações sociais em uma cidade calejada por crises. Com o projeto, con-seguimos estimular a cultura e mobilizar movimentos sociais na cidade”, diz.

SAIBA MAIS SOBRE O PROJETO MESTRES DO FUTURO: O projeto “Mestres do Futuro”, patrocinado pe-las transmissoras Brasileiras de Energia (tBE), empresa do grupo Cemig, contou, no ano pas-sado, com a participação de 14 mestres, 255 aprendizes e 12 coordenadores de oficinas em seis cidades do interior do Maranhão e seis do pará. Entre as oficinas de arte, destacaram-se a técnica de escultura em miriti para a cria-ção de miniaturas de barcos, o tratamento e manuseio de cipó e a retirada de miolo de palha de tucum para confeccionar cestarias e objetos decorativos.

Alunos do projeto Mestres do Futuro: resgate da cida-dania e da cultura

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VitRiNE

FLuORESCENtES EM ALtA

A lâmpada fluorescente é hoje a melhor opção para minimizar impactos ambientais, diminuir gastos de energia em até 80% e a emissão de CO2. A alemã Osram lançou uma nova família de lâmpadas fluorescentes compactas eletrônicas Duluxstar que oferece alta eficiência energética, com vida útil aumentada em 33%, alcançando oito mil horas de uso. A embalagem do produto, a Eco Blister, também é uma alternativa sustentável, composta por 100% de papelão reciclável. disponível nas potências 10W, 15W, 20W e 22/23W e nas tensões 110/130V e 220/240V.

Eficiência energéticaVeja algumas dicas de produtos distribuídos em ações do Programa de Eficiência Energética da Cemig que podem agregar economia à conta de luz

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CONSuMO CONSCiENtE

Manter refrigeradores com mais de cinco anos de uso em casa há muito deixou de ser sinônimo de economia. Hoje, há uma grande variedade de opções no mercado de produtos com baixo valor de consumo. Os novos refrigeradores, por exemplo, possibilitam média de 30kWh/mês a menos de consumo contra 55kWh/mês das geladeiras antigas, segundo os técnicos da Cemig. para fabricantes, refrigeradores com cinco a dez anos de uso consomem cerca de 76kWh/mês, podendo chegar a até 95kWh/mês. por isso, investir em novos eletrodomésticos é uma iniciativa inteligente. uma dica é o refrigerador dako REdK-280, cuja média de consumo é de 24kWh/mês. trocar sua geladeira antiga por uma nova pode gerar uma economia média de 620 kWh ou cerca de R$ 350 por ano.

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BANHO QuENtE E ECONÔMiCO

Ele é um dos figurantes do quadro “Lar doce Lar” do programa global “Caldeirão do Huck”. trata-se do recuperador de calor para chuveiros da mineira Rewatt. Composto por uma base instalada no chão, abaixo do chuveiro, o equipamento recicla a energia térmica da água do banho. Sua função é pré-aquecer a água que sai da caixa antes de passar pelo chuveiro elétrico, gerando economia de energia. Com o recuperador, pode-se substituir chuveiros de 5.400W por um aparelho de 3.000W, sem perda de conforto, com uma economia de 2.400W e energia 10% mais limpa. Mais informações pelo telefone (31) 2555-0638 ou pelo site www.rewatt.com.br.

áGuA COM O CALOR dO SOL

Que tal utilizar a energia solar para esquentar a água? Essa é a função do aquecedor solar para água. São várias marcas existentes no mercado hoje. O importante é que o produto seja aprovado pelo inmetro. Basicamente são placas de aquecimento solar, com medidas que variam de 1,5 a 2,5 metros quadrados, para captação do calor do sol que vai para um reservatório térmico onde a água é conservada quente. A economia de energia pode variar entre 20% e 40% na conta, dependendo da classe de consumo. pode ser encontrado em lojas especializadas no aquecimento de água e ambientes.

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diCAS CuLtuRAiS

Para ler, ver e ouvir

Que o samba e o jazz são referências no cenário musical mundial, ninguém dis-cute. É misturando esses dois ritmos no disco “Samba e jazz – um século de música” (trem Mineiro) que Wagner tiso encerra a trilogia em que revisita sua memória musical, iniciada com os Cds “debussy e Fauré encontram Milton e tiso”, de 1997, e “tom Jobim Villa-Lobos”, de 2000. O novo Cd de tiso privilegia o perío-do de 1920 a 1960 desses dois gêneros marcados pelas harmonias inovadoras e pelos improvisos. Com 12 faixas, o disco homenageia os compositores de samba Sinhô, Ary Barroso, Nelson Cavaquinho, Zé Keti, Chico Buarque e paulinho da Vi-ola e os jazzistas Count Basie, John Coltrane, Bill Evans e Miles davis. produção independente do próprio selo do artista, o trem Mineiro, “Samba e Jazz” contou com patrocínio do programa Cemig Cultural, através da Lei Rouanet.

“Samba e jazz - um século de música”Wagner tisotrem Mineiro produções Artísticas Ltda.Onde encontrar: [email protected]

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Cd / COM HARMONiA E iMpROViSOS

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Para ler, ver e ouvir

LiVRO | VOZES dO VELHO CHiCO

Histórias, relatos e personagens se reúnem no livro “Rio São Francisco: Vapores e Vapozeiros”, que retrata um período em que dezenas de embarcações povoavam um dos mais importantes rios brasileiros, responsável por ligar o Norte de Minas ao Nordeste. A obra é um registro inédito da atividade dos vapores no Rio São Francisco, entre 1871 e 1970, com depoimentos de 27 vapozeiros e imagens de 45 vapores, além de descobertas de arquivos particulares. Os autores, naturais da região do Médio São Francisco, tiveram apoio do Programa Cemig Cultural para a edição do livro.

“Rio São Francisco: Vapores e Vapozeiros”domingos diniz, ivan passos Bandeira da Mota e Mariângela diniz355 páginasOnde encontrar: Quixote Livraria (Rua Fernandes tourinho, 274 , Savassi, Belo Horizonte, telefone 31 3227-3077)

CiNEMA | A tRAJEtÓRiA dE CHiCO xAViER

Baseado no livro “As Vidas de Chico xavier”, do jornalista Marcel Souto Maior, o filme “Chico Xavier” já é sucesso nos cinemas brasileiros. O longa descreve a trajetória de Chico xavier, que viveu 92 anos e se destacou na atividade mediúnica e filantrópica. Vida conturbada, marcada por lutas, amor e mais de 400 livros psicografados que consolaram os vivos, pregaram a paz e estimularam caridade. O filme foi um dos vencedores na categoria incentivo Minas Film Commission ao cinema nacional, da 4ª edição do programa Filme em Minas, parceria da Secretaria de Estado da Cultura e Cemig de incentivo às produções cinematográficas mineiras e de outros Estados que tenham locações em Minas.

“Chico xavier – O Filme”Direção: daniel FilhoElenco: Nelso xavier, Ângelo Antônio, Matheus Costa, Tony Ramos e Christiane Torloni Em exibição em cinemas de todo o país.Mais informações: www.chicoxavierofilme.com.br

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Natureza em fúria

No aspecto ambiental e social, a Cemig atua em diversos projetos em sua área de concessão. Re-centemente inovou ao estabelecer parceria com o Instituto Rumo Náutico (Projeto Grael), Gover-no do Estado de Minas Gerais e a prefeitura Mu-nicipal de três Marias para implantar um núcleo de ação sócio-ambiental para jovens da rede pública de ensino através de esportes náuticos como a canoagem e a vela.

Participei desta idéia desde o dia que fui aciona-do pelo presidente djalma Bastos de Morais e, ao longo do relacionamento com diversos níveis da administração, constatei o exercício dos va-lores da empresa: integridade, ética, riqueza, responsabilidade social, entusiasmo no tra-balho e espírito empreendedor.

A matriz energética do nosso país, assim como a da Cemig, está na geração hidroelétrica. A água é o maior valor que dispomos para a vida. Edu-car, conscientizar, prevenir, sanear e proteger a água é dever de todos nós e também missão da Cemig.

Como velejador, desenvolvemos paixão pela água e pelo vento. Encontrar empresas dispostas a preservar esta riqueza é acreditar no futuro da nação brasileira. A questão ambiental deixa de ser um discurso, passa a ser uma necessidade.

É hora de bater neste bumbo!

Lars GraelMedalhista olímpico e campeão mundial de vela, atua como Consultor da Light e membro do Conselho Diretor do Instituto Rumo Náutico

A o acompanhar a tragédia e o caos gerado pe-las fortes chuvas no estado do Rio de Janeiro, fiquei refletindo sobre as conseqüências e a

necessidade de pensarmos como evitar novas situa-ções semelhantes. É necessária uma mudança de postura da população e dos seus governantes quan-to à questão da civilidade. E esta envolve a consciên-cia da população e dos poderes públicos quanto ao lixo urbano, às construções irregulares nas encostas e áreas de proteção ambiental, à coleta de lixo e meios alternativos de transporte urbano.

Enchentes ocorrem várias vezes ao ano e com maior ou menor intensidade. No caso da futura cidade olímpica, que será o Rio de Janeiro em 2016, acho que se deveria copiar o modelo de outra cidade olímpica, Sidney, que também possui uma bela baía e sabe aproveitar e muito, o transporte aquaviário e marítimo.

Formalizar metrópoles que avançaram na infor-malidade há décadas é tarefa difícil. Só se dará por união e conscientização da sociedade e do Estado. Enfim: civilidade! No caso do Rio de Janeiro, a Cemig também está presente através da sua participação e controle operacional da centenária Light onde fui superintendente do público e, atualmente, consul-tor. Comprometer-se com a agenda do Rio Susten-tável torna-se fundamental!

A natureza está em fúria e as catástrofes não esco-lhem datas e local. dentro deste quadro de mudan-ças climáticas, valorizam-se empresas como a Cemig que há anos despontou com uma séria política de sustentabilidade que atua no tripé ambiental, social e econômico. Suas práticas foram precursoras no cenário das empresas do setor energético e atingi-ram reconhecimento internacional através do Índice dow Jones de Sustentabilidade.

COM A pALAVRA

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REtRAtOS dO BRASiL

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A história de Minas Gerais está preservada no interior de suas fazendas coloniais. Fazenda Rochedo, distrito de Glória, em Cataguases (MG)

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