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8 Exigências de proteína para bovinos de corte Polyana Pizzi Rotta, Ana Clara Baião Menezes, Luiz Fernando Costa e Silva, Sebastião de Campos Valadares Filho, Laura Franco Prados, Marcos Inácio Marcondes INTRODUÇÃO As proteínas são macromoléculas que desempenham inúmeras funções no organismo animal, como a composição de tecidos estruturais, enzimas, hormônios, receptores hormonais e composição de material genético (Boye et al., 2012). A proteína fornecida nas rações pode ser dividida em duas principais porções, proteína degradável no rúmen (PDR) e proteína não- degradável no rúmen (PNDR; NRC, 1985). A soma da PDR, originada principalmente a partir da síntese de proteína microbiana, com a PNDR resulta na proteína metabolizável (PM), definida como a quantidade de aminoácidos que é absorvida no intestino delgado (Cervieri et al., 2001; Sinclair et al., 2014). Sendo assim, a nutrição proteica é um dos principais fatores que afetam o desempenho animal. De acordo com Oliveira e Millen (2014), confinamentos comerciais utilizam altos teores de proteína bruta (PB) nas dietas de animais em terminação (em alguns casos até 16,6% de PB) como estratégia para estimular o consumo de matéria seca e reduzir o período de confinamento. Porém, existe uma forte correlação entre o consumo de proteína e a excreção de nitrogênio pelas fezes e urina (Sinclair et al., 2014), contribuindo para a contaminação ambiental. Menezes et al. (2016) demonstraram que é possível reduzir o nível de PB em dietas de bovinos em terminação sem afetar o desempenho, além de reduzir a excreção de N para o meio ambiente. Além disso, o desbalanceamento das rações também representa perda econômica decorrente dos custos com alimentação (Appuhamy et al., 2014), sendo a proteína, considerada o nutriente mais caro da dieta (Russel et al., 1992). Adicionalmente, a queda da fertilidade em bovinos pode ser relacionada aos efeitos tóxicos de compostos nitrogenados (Rhoads et al., 2006). Assim, a busca e a adoção de medidas mais racionais no manejo alimentar podem reduzir o impacto ambiental e as perdas econômicas, além de influenciar positivamente a qualidade do produto nos sistemas de produção de carne. Para tanto, é necessário o conhecimento das exigências de proteína para mantença e ganho de peso de bovinos em crescimento e/ou terminação, otimizando o ciclo produtivo. EXIGÊNCIAS DE PROTEÍNA O atendimento das exigências de proteína para ruminantes é obtido pela absorção, a nível de intestino delgado, dos produtos finais resultantes dos processos digestivos dos compostos nitrogenados, em especial ao montante de aminoácidos disponibilizado para absorção. As fontes de proteína que chegam ao intestino de ruminantes são a proteína microbiana, a proteína dietética que não sofreu ação da microbiota ruminal e a proteína endógena; assim, ruminantes apresentam peculiaridades em sua nutrição proteica (Bach et al., 2005). À quantidade de aminoácidos provenientes dessas fontes e absorvidos no intestino dá-se o nome de PM (ARC, 1980). Trabalhar com o consumo de PB pode proporcionar diversos erros de estimação, uma vez que o mesmo não considera o valor biológico da PB, bem como a eficiência de produção de proteína bruta microbiana (PBmic) por kilograma de matéria orgânica digestível. Com isso, os atuais sistemas de predição de exigências nutricionais para bovinos evoluíram e trabalham com o consumo de PM, contabilizando, assim, a proteína disponível para ser absorvida na forma de aminoácidos no intestino. De acordo com Santos (2008), o uso da PM tem estimulado e permitido avanços no

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8

Exigências de proteína para bovinos de corte

Polyana Pizzi Rotta, Ana Clara Baião Menezes, Luiz Fernando Costa e Silva, Sebastião de Campos

Valadares Filho, Laura Franco Prados, Marcos Inácio Marcondes

INTRODUÇÃO

As proteínas são macromoléculas que

desempenham inúmeras funções no

organismo animal, como a composição de

tecidos estruturais, enzimas, hormônios,

receptores hormonais e composição de

material genético (Boye et al., 2012). A

proteína fornecida nas rações pode ser

dividida em duas principais porções, proteína

degradável no rúmen (PDR) e proteína não-

degradável no rúmen (PNDR; NRC, 1985). A

soma da PDR, originada principalmente a

partir da síntese de proteína microbiana, com

a PNDR resulta na proteína metabolizável

(PM), definida como a quantidade de

aminoácidos que é absorvida no intestino

delgado (Cervieri et al., 2001; Sinclair et al.,

2014). Sendo assim, a nutrição proteica é um

dos principais fatores que afetam o

desempenho animal.

De acordo com Oliveira e Millen

(2014), confinamentos comerciais utilizam

altos teores de proteína bruta (PB) nas dietas

de animais em terminação (em alguns casos

até 16,6% de PB) como estratégia para

estimular o consumo de matéria seca e reduzir

o período de confinamento. Porém, existe

uma forte correlação entre o consumo de

proteína e a excreção de nitrogênio pelas

fezes e urina (Sinclair et al., 2014),

contribuindo para a contaminação ambiental.

Menezes et al. (2016) demonstraram que é

possível reduzir o nível de PB em dietas de

bovinos em terminação sem afetar o

desempenho, além de reduzir a excreção de N

para o meio ambiente. Além disso, o

desbalanceamento das rações também

representa perda econômica decorrente dos

custos com alimentação (Appuhamy et al.,

2014), sendo a proteína, considerada o

nutriente mais caro da dieta (Russel et al.,

1992). Adicionalmente, a queda da fertilidade

em bovinos pode ser relacionada aos efeitos

tóxicos de compostos nitrogenados (Rhoads et

al., 2006). Assim, a busca e a adoção de

medidas mais racionais no manejo alimentar

podem reduzir o impacto ambiental e as

perdas econômicas, além de influenciar

positivamente a qualidade do produto nos

sistemas de produção de carne. Para tanto, é

necessário o conhecimento das exigências de

proteína para mantença e ganho de peso de

bovinos em crescimento e/ou terminação,

otimizando o ciclo produtivo.

EXIGÊNCIAS DE PROTEÍNA

O atendimento das exigências de

proteína para ruminantes é obtido pela

absorção, a nível de intestino delgado, dos

produtos finais resultantes dos processos

digestivos dos compostos nitrogenados, em

especial ao montante de aminoácidos

disponibilizado para absorção. As fontes de

proteína que chegam ao intestino de

ruminantes são a proteína microbiana, a

proteína dietética que não sofreu ação da

microbiota ruminal e a proteína endógena;

assim, ruminantes apresentam peculiaridades

em sua nutrição proteica (Bach et al., 2005).

À quantidade de aminoácidos provenientes

dessas fontes e absorvidos no intestino dá-se o

nome de PM (ARC, 1980).

Trabalhar com o consumo de PB pode

proporcionar diversos erros de estimação,

uma vez que o mesmo não considera o valor

biológico da PB, bem como a eficiência de

produção de proteína bruta microbiana

(PBmic) por kilograma de matéria orgânica

digestível. Com isso, os atuais sistemas de

predição de exigências nutricionais para

bovinos evoluíram e trabalham com o

consumo de PM, contabilizando, assim, a

proteína disponível para ser absorvida na

forma de aminoácidos no intestino.

De acordo com Santos (2008), o uso

da PM tem estimulado e permitido avanços no

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Exigências Nutricionais de Zebuínos Puros e Cruzados – BR-CORTE

192

conhecimento das exigências nutricionais,

possibilitando ganhos de produtividade

animal por meio da otimização da síntese de

proteína microbiana no rúmen, adequação dos

teores de PNDR e da quantidade e qualidade

da PM suprida pelo animal, redução nas

perdas de compostos nitrogenados e redução

do impacto negativo da liberação desses

compostos para o meio ambiente.

Portanto, as exigências de proteína

podem ser divididas em exigências de

proteína para mantença (que incluem as

perdas endógenas de compostos nitrogenados

pelas fezes, urina e descamação da pele) e

produção (compostos nitrogenados utilizados

para deposição de tecidos corporais ou

secretados no leite), que serão discutidas

separadamente nas demais seções desse

capítulo, permitindo melhor visualização e

entendimento dos resultados obtidos.

AVALIAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DE

PROTEÍNA BRUTA UTILIZANDO O

BR-CORTE (2010)

Essa edição do BR-CORTE foi

desenvolvida com o intuito de melhorar e

ratificar as exigências de proteína. De acordo

com Galyean (2014), mudanças nas

exigências nutricionais associadas com a

classe sexual, grupo genético, estado

fisiológico e meio ambiente tornam o

estabelecimento das exigências mais

complexas, e isso é um desafio para os

comitês que tentam estabelecer as exigências

nutricionais. Por isso, é importante a

constante atualização do banco de dados e o

uso de condições ambientais e de manejo

condizentes com a realidade de regiões

tropicais.

Menezes et al. (2016) observaram uma

superestimação das exigências de PB,

calculadas pelo BR-CORTE (2010), em

relação aos valores observados de 45,2, 23,5 e

11,2% para machos Nelore não castrados em

terminação submetidos a dietas contendo 10,

12 e 14% PB, respectivamente. Prados et al.

(2015) trabalharam com bovinos cruzados

(Holandês × Zebu) em fase de crescimento e

observaram superestimativas de 17,2% no

consumo de PB, sendo o valor estimado de

1200 g/dia para as exigências de PB em

relação ao consumo de PB observado de 870

g/dia. Adicionalmente, Amaral et al. (2014)

observaram o consumo de PB estimado (1580

g/dia) superior em 17% ao observado (1348

g/dia) para bovinos cruzados (Holandês ×

Zebu) em terminação, enquanto que Costa e

Silva et al. (2013) encontraram valores de

consumo de PB superestimados em 16,8% em

relação à média dos valores observados para

Nelore em terminação. Assim, antes de gerar

novas equações, a predição do consumo de

PB pelo BR-CORTE (2010) foi testada a

partir de trabalhos desenvolvidos após a

última edição do BR-CORTE. Para isso, 271

dados individuais de bovinos de 8 estudos

foram coletados: Costa e Silva (2011), Souza

(2013), Rufino (2014), Silva (2014), Menezes

(2016), Prados (2016), Amaral (dados não

publicados) e Zanetti (dados não publicados).

O banco de dados incluiu dissertações e teses

que foram concluídas a partir de 2010 e não

fizeram parte do banco de dados da última

edição do BR-CORTE.

A estatística descritiva dos dados de

consumo de PB referentes aos valores

observados nos estudos e os valores preditos

pelo BR-CORTE encontram-se na Tabela 8.1,

sendo esses dados avaliados pelo programa

Model Evaluation System (MES; Tedeschi,

2006). A partir do coeficiente de correlação e

concordância (CCC) foi possível obter a

acurácia e a precisão das estimativas, uma vez

que quanto mais próximo ao valor de 1,0,

mais precisas e acuradas foram as estimativas.

O quadrado médio do erro de predição

(QMEP) leva em consideração a magnitude

dos erros associados às estimativas, sendo que

quanto menor, melhor são as estimativas.

Além disso, a partir da decomposição do

QMEP, pode-se avaliar se os erros das

estimativas estão associados ao vício, erros

sistemáticos e erros aleatórios, sendo que

quanto maior for a porcentagem dos erros

aleatórios, melhor é a estimativa.

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Exigências de proteína para bovinos de corte

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Tabela 8.1 - Análise de regressão e estatística descritiva dos valores observados e preditos pelo BR-

CORTE (2010) para consumo de proteína bruta

Itens Consumo de proteína bruta

Observado Predito

Média 1,01 1,13

Desvio-padrão 0,20 0,16

Máximo 1,74 1,67

Mínimo 0,50 0,67

% superestimação 12,24

P-valor (a = 0 e b = 1) <0,01

CCC 0,61

Cb 0,80

Quadrado médio do erro de predição 0,0324

Vício médio (%) 0,0153 (47,22%)

Erro sistemático (%) 0,0001 (0,31%)

Erro aleatório (%) 0,0170 (52,47%)

A partir dessa estimativa, percebe-se

que a equação para estimar o consumo de PB

foi significativa (P < 0,01), demonstrando que

o intercepto e a inclinação diferiram de zero e

um, respectivamente, indicando que as

estimativas não foram adequadas para o

consumo desse nutriente em bovinos de corte

(Figura 8.1). Além disso, as exigências de PB

foram 12,24% superestimadas em relação ao

consumo de PB. Na decomposição dos erros,

pode-se observar que grande parte dos erros

não é de ordem aleatória, mostrando que

existe uma tendência de superestimação da

equação. Dietas com excesso de PB resultarão

em maiores custos com alimentação, além do

aumento na excreção de N. Isto demonstra

que novos ajustes nas estimativas das

exigências de PB devem ser realizados.

Figura 8.1 - Relação entre os valores observados e preditos pela equação proposta pelo BR-

CORTE (2010) para o consumo de proteína bruta.

Dietas com teor de PB abaixo das

exigências dos animais podem afetar a

produtividade. Por outro lado, dietas com

excesso de PB resultam em maiores custos

com alimentação além do aumento na

excreção de compostos nitrogenados,

contribuindo negativamente com o meio

ambiente. Sendo assim, o conhecimento das

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Exigências Nutricionais de Zebuínos Puros e Cruzados – BR-CORTE

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exigências nutricionais de bovinos de corte

auxilia na formulação adequada de dietas,

contribuindo com o ambiente e preconizando

o máximo desempenho do animal.

Diante dos resultados para a predição

do consumo de PB para bovinos de corte, faz-

se necessário adequar essas equações aos

fatores genéticos, fisiológicos e ambientais do

Brasil. Dessa forma, observa-se que as

estimativas das exigências de PB do BR-

CORTE (2010) necessitam de ajustes para a

utilização em todos os sistemas de produção

de bovinos de corte, fato evidenciado pela

superestimativa do consumo de PB. Por isso,

essa edição do BR-CORTE propõe algumas

alterações nas exigências de PB com inclusão

de novas variáveis e dados de animais de

diferentes pesos, classes sexuais e grupos

genéticos.

BANCO DE DADOS

Nessa edição do BR-CORTE, um

banco de dados foi desenvolvido, sendo o

mesmo composto por 32 estudos realizados

em condições brasileiras de 1991 a 2016:

Galvão (1991), Jorge (1993), Paulino (1996),

Ferreira (1997), Veras (2000), Silva (2001),

Veloso (2001), Putrino (2002), Tedeschi et al.

(2002), Paulino (2002), Backes (2003),

Leonel (2003), Martins (2003), Chizzotti

(2004), Moraes (2006), Paulino (2006),

Marcondes (2007), Paixão (2008), Sales

(2008), Porto (2009), Machado (2009),

Marcondes (2011), Souza (2011), Costa e

Silva (2011), Paula (2012), Rotta (2012),

Amaral (2012), Prados (2012), Rodrigues

(2014), Costa e Silva (2015), Silva (2015),

Menezes (2016). Dentre os dados

apresentados, 767 animais foram utilizados

em condições de confinamento e 148 em

pastejo. Com relação ao grupo genético,

foram 406 zebuínos, 212 cruzados de corte e

149 cruzados de leite (Tabelas 8.2; 8.3 e 8.4,

respectivamente). Para os dados de animais

criados a pasto, a estatística descritiva pode

ser visualizada na Tabela 8.5.

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Exigências de proteína para bovinos de corte

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8.2 - Estatística descritiva dos dados de zebuínos terminados em confinamento e utilizados para a

estimação das exigências de proteína

Itens N1 Média DP2 Máximo Mínimo

Machos não castrados

Peso corporal em jejum inicial (kg) 214 290 58,3 438 151

Peso corporal em jejum final (kg) 227 408 73,1 592 215

Peso de corpo vazio inicial (kg) 215 257 52,5 358 130

Peso de corpo vazio final (kg) 227 366 66,7 549 191

Ganho médio diário (kg/dia) 162 0,99 0,40 2,66 -0,04

Ganho de peso de corpo vazio (kg/dia) 214 0,99 0,40 1,87 -0,01

Energia retida (Mcal/dia) 207 4,28 2,44 14,2 -0,58

Proteína retida (g/dia) 207 177 76,9 412 -29,1

Consumo de proteína metabolizável (g/dia) 159 700 213 1263 195

Machos castrados

Peso corporal em jejum inicial (kg) 123 287 57,1 399 110

Peso corporal em jejum final (kg) 123 367 80,1 520 125

Peso de corpo vazio inicial (kg) 123 253 51,9 352 95,2

Peso de corpo vazio final (kg) 123 331 74,2 469 113

Ganho médio diário (kg/dia) 110 0,71 0,40 1,41 -0,18

Ganho de peso de corpo vazio (kg/dia) 123 0,67 0,37 1,32 -0,21

Energia retida (Mcal/dia) 123 3,62 2,07 7,47 -0,02

Proteína retida (g/dia) 123 93,1 64,1 242 -122

Consumo de proteína metabolizável (g/dia) 48 651 255 1143 159

Fêmeas

Peso corporal em jejum inicial (kg) 82 218 53,1 342 129

Peso corporal em jejum final (kg) 82 273 73,1 437 131

Peso de corpo vazio inicial (kg) 82 192 50,1 297 111

Peso de corpo vazio final (kg) 82 247 70,2 397 115

Ganho médio diário (kg/dia) 53 0,67 0,42 1,27 -0,12

Ganho de peso de corpo vazio (kg/dia) 82 0,54 0,37 1,25 -0,13

Energia retida (Mcal/dia) 82 2,49 2,02 8,22 -0,21

Proteína retida (g/dia) 81 74,0 62,3 196 -35,6

Consumo de proteína metabolizável (g/dia) 69 470 158 741 151 1N = número de dados utilizados; 2DP = desvio padrão.

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Exigências Nutricionais de Zebuínos Puros e Cruzados – BR-CORTE

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Tabela 8.3 - Estatística descritiva dos dados de bovinos cruzados de corte terminados em

confinamento e utilizados para estimação das exigências de proteína

Itens N1 Média DP2 Máximo Mínimo

Machos não castrados

Peso corporal em jejum inicial (kg) 133 313 47,4 435 198

Peso corporal em jejum final (kg) 145 460 73,6 585 248

Peso de corpo vazio inicial (kg) 133 264 37,9 366 173

Peso de corpo vazio final (kg) 145 404 68,4 499 222

Ganho médio diário (kg/dia) 133 1,10 0,37 1,93 -0,08

Ganho de peso de corpo vazio (kg/dia) 131 1,05 0,36 1,98 -0,05

Energia retida (Mcal/dia) 133 3,89 1,70 8,76 -0,41

Proteína retida (g/dia) 133 156 69,7 384 -90,8

Consumo de proteína metabolizável (g/dia) 108 738 221 1409 428

Machos castrados

Peso corporal em jejum inicial (kg) 41 355 41,4 434 260

Peso corporal em jejum final (kg) 41 447 73,7 552 265

Peso de corpo vazio inicial (kg) 41 312 48,8 385 205

Peso de corpo vazio final (kg) 41 409 70,2 506 238

Ganho médio diário (kg/dia) 41 0,93 0,62 1,72 -0,36

Ganho de peso de corpo vazio (kg/dia) 41 0,99 0,58 1,64 -0,09

Energia retida (Mcal/dia) 41 5,41 2,74 9,53 0,75

Proteína retida (g/dia) 41 139 96,3 276 -49,3

Consumo de proteína metabolizável (g/dia) 35 704 200 918 272

Fêmeas

Peso corporal em jejum inicial (kg) 38 271 33,5 331 194

Peso corporal em jejum final (kg) 38 364 85,2 494 187

Peso de corpo vazio inicial (kg) 38 241 36,8 311 150

Peso de corpo vazio final (kg) 38 327 74,0 443 175

Ganho médio diário (kg/dia) 38 0,86 0,66 1,75 -0,31

Ganho de peso de corpo vazio (kg/dia) 38 0,80 0,58 1,73 -0,18

Energia retida (Mcal/dia) 38 4,00 2,61 7,65 -0,48

Proteína retida (g/dia) 37 125 92,2 297 -69,7

Consumo de proteína metabolizável (g/dia) 33 623 233 985 213 1N = número de dados utilizados; 2DP = desvio padrão.

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Exigências de proteína para bovinos de corte

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Tabela 8.4 - Estatística descritiva dos dados de bovinos cruzados de leite terminados em

confinamento e utilizados para estimação das exigências de proteína

Itens N1 Média DP2 Máximo Mínimo

Machos não castrados

Peso corporal em jejum inicial (kg) 81 297 103 494 150

Peso corporal em jejum final (kg) 93 412 126 661 169

Peso de corpo vazio inicial (kg) 123 263 70,7 415 131

Peso de corpo vazio final (kg) 135 379 103 600 150

Ganho médio diário (kg/dia) 81 1,34 0,64 2,64 0,02

Ganho de peso de corpo vazio (kg/dia) 120 1,32 0,62 2,74 0,05

Energia retida (Mcal/dia) 120 5,33 2,96 12,7 -0,67

Proteína retida (g/dia) 120 188 118 414 -181

Consumo de proteína metabolizável (g/dia) 125 698 271 1417 118

Machos castrados

Peso corporal em jejum inicial (kg) 48 325 34,7 453 216

Peso corporal em jejum final (kg) 48 388 53,1 575 254

Peso de corpo vazio inicial (kg) 48 268 29,1 363 185

Peso de corpo vazio final (kg) 48 342 48,3 510 247

Ganho médio diário (kg/dia) 48 0,77 0,55 1,70 -0,21

Ganho de peso de corpo vazio (kg/dia) 48 0,93 0,38 2,00 0,02

Energia retida (Mcal/dia) 48 3,93 1,63 9,00 0,51

Proteína retida (g/dia) 20 78,3 73,5 210 -110

Consumo de proteína metabolizável (g/dia) 28 920 255 1410 458

Fêmeas

Peso corporal em jejum inicial (kg) 20 258 38,6 347 196

Peso corporal em jejum final (kg) 36 311 56,7 431 215

Peso de corpo vazio inicial (kg) 36 195 43,3 298 115

Peso de corpo vazio final (kg) 36 276 54,2 403 192

Ganho médio diário (kg/dia) 20 0,68 0,36 1,23 -0,04

Ganho de peso de corpo vazio (kg/dia) 36 0,87 0,38 1,67 0,05

Energia retida (Mcal/dia) 36 3,98 1,74 7,79 0,73

Proteína retida (g/dia) 36 100 70,4 240 -52,9

Consumo de proteína metabolizável (g/dia) 15 853 186 1155 570 1N = número de dados utilizados; 2DP = desvio padrão.

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Exigências Nutricionais de Zebuínos Puros e Cruzados – BR-CORTE

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Tabela 8.5 - Estatística descritiva dos dados de zebuínos terminados a pasto e utilizados para

estimação das exigências de proteína

Itens N1 Média DP3 Máximo Mínimo

Machos não castrados

Peso corporal em jejum inicial (kg) 128 190 87,4 409 74,0

Peso corporal em jejum final (kg) 128 335 84,6 519 140

Peso de corpo vazio inicial (kg) 128 163 72,0 337 63,3

Peso de corpo vazio final (kg) 128 292 75,6 463 118

Ganho médio diário (kg/dia) 128 0,56 0,19 0,95 -0,15

Ganho de peso de corpo vazio (kg/dia) 128 0,45 0,19 0,90 -0,10

Energia retida (Mcal/dia) 127 1,12 1,01 4,14 -0,83

Proteína retida (g/dia) 108 87,0 32,4 156 14,5

Consumo de proteína metabolizável (g/dia) 84 459 163 893 189

Machos castrados

Peso corporal em jejum inicial (kg) 20 317 59,8 409 226

Peso corporal em jejum final (kg) 20 363 66,9 484 243

Peso de corpo vazio inicial (kg) 20 261 49,3 337 186

Peso de corpo vazio final (kg) 20 299 57,5 405 193

Ganho médio diário (kg/dia) 20 0,57 0,33 0,95 -0,15

Ganho de peso de corpo vazio (kg/dia) 20 0,47 0,29 0,90 -0,10

Energia retida (Mcal/dia) 20 1,15 1,07 2,35 -0,83

Proteína retida (g/dia) 18 65,4 37,1 134 14,5

Consumo de proteína metabolizável (g/dia) - - - - - 1n = número de dados utilizados; 2DP = desvio padrão.

EXIGÊNCIAS DE PROTEÍNA PARA

MANTENÇA

A demanda de proteína para

mantença para um bovino é igual às perdas

endógenas de nitrogênio pelas fezes, urina

e descamação (NRC, 2000). Na primeira

edição do BR-CORTE foi adotado o valor

de exigência líquida de proteína para

mantença de 2,69 g/PC0,75 obtido por Véras

(2006). Este autor avaliou machos não

castrados, machos castrados e fêmeas

alimentados com quatro níveis de PB (7,

10, 13 e 15%) e não verificou efeito de

classe sexual sobre as exigências (Figura

8.2). As exigências líquidas de proteína

para mantença (2,69 g/PC0,75) foram

obtidas multiplicando o intercepto da

regressão entre o nitrogênio retido e o

consumo de nitrogênio (0,4313) por 6,25.

Já o AFRC (1993) adota o valor de

2,30 g/PC0,75 obtido pelo somatório das

exigencias basais de nitrogênio endógeno e

perdas por descamação e pêlos, enquanto o

INRA (1988) e Smuts (1935) adotaram os

valores de 3,25 g/PCVZ0,75/dia e 3,52

g/PC0,75/dia, respectivamente, obtidos por

experimentos envolvendo balanço de

nitrogênio.

Neste sentido, Ezequiel (1987)

obteve exigências diárias de PM para

mantença de 1,72 e 4,28 g/PC0,75 para

novilhos Nelore e Holandês,

respectivamente. Valadares et al. (1997),

considerando a soma das perdas endógenas

fecais, estimadas pela regressão entre o

nitrogênio absorvido e o consumo de

nitrogênio e as perdas endógenas urinárias,

obtidas pela regressão entre a excreção de

nitrogênio urinário e o consumo de

nitrogênio, calcularam as exigências diárias

de PM para mantença em 4,13 g/PC0,75.

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Exigências de proteína para bovinos de corte

199

Figura 8.2 - Relação entre o nitrogênio retido e o consumo de nitrogênio , expressos em (g/PC0,75).

Adaptada de Véras (2006).

Para converter as exigências líquidas

de proteína em exigências de PM para

mantença, o BR-CORTE (2006) utilizou o

fator de 0,667, obtido pela relação entre

nitrogênio retido e nitrogênio absorvido

(Figura 8.3), sendo este valor muito próximo

à recomendação do NRC (1985) de 0,67.

Utilizando-se essa eficiência e considerando-

se as exigências líquidas de proteína para

mantença de 2,69 g/PC0,75, foi obtida a

exigência diária de PM de 4,03 g/PC0,75,

próxima ao valor recomendado pelo NRC

(2000), de 3,8 g/PC0,75. Dessa forma, o BR-

CORTE (2006) recomendou o uso do valor de

4 g/PC0,75 como as exigências de PM para

mantença.

Figura 8.3 - Relação entre o nitrogênio retido e o nitrogênio absorvido. Adaptado de Véras (2006).

O NRC (2000) adotou o valor de 3,8

g/PC0,75 obtido por Wilkerson et al. (1993) como

valor diário das exigências de PM. Tal valor foi

obtido pela divisão do intercepto (242) da equação

de regressão do consumo de PM (g/dia) em

função do ganho de peso (kg/dia) dos animais,

pelo peso corporal médio metabólico dos animais

(63,44) pertencentes ao banco de dados utilizado.

Foram consideradas 45 diferentes fontes

proteicas, com número de animais variando entre

3 e 30 por fonte proteica. Um valor semelhante foi

obtido por Susmel et al. (1993) avaliando

experimentos envolvendo balanço de nitrogênio.

Da mesma forma, o BCNRM (2016)

N retido = 0,6671 × N Absorvido

r² = 0,7419

-400

0

400

800

1200

1600

0 500 1000 1500 2000

Nitrogênio absorvido (mg/kg PC0,75

)

Nit

rog

ênio

ret

ido

(m

g/k

g P

C0,7

5)

Nitrogênio absorvido (mg/PC0,75)

Nit

rog

ênio

ret

ido

(m

g/P

C 0

,75)

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Exigências Nutricionais de Zebuínos Puros e Cruzados – BR-CORTE

200

recomenda o mesmo valor apresentado no

NRC (2000) de 3,8 g/PCJ0,75.

Enquanto isso, a segunda edição do BR-

CORTE correlacionou o consumo de PM ao

ganho médio diário e ao ganho de peso de corpo

vazio para estimar as exigências de proteína para

mantença. As duas equações geradas para estimar

a PM para mantença produziram valores muito

próximos àquele proposto na primeira edição do

BR-CORTE: 4,0 g/PC0,75, sendo este valor, o

adotado pela edição do BR-CORTE, em 2010.

Inicialmente, para converter o consumo

de PB do banco de dados em consumo de PM,

deve-se estimar síntese de proteína microbiana

(PBmic) utilizando a equação proposta no

capítulo 3 (PBmic = -53,07 + 304,9 × CPB + 90,8

× CNDT – 3,13 × CNDT2). A partir da PBmic,

estima-se as exigências PDR. Além disso, o BR-

CORTE, em 2010, considerou uma eficiência de

conversão de N degradado em N microbiano de

90%, ou seja, considerou 10% de perdas líquidas

de N no rúmen. Assim as exigências de PDR

(g/dia) foram calculadas como 1,11 × PBmic. Na

atual edição, a ineficiência do processo,

representada pelo coeficiente 1,11, foi ignorada;

assim, as exigências de PDR foram consideradas

iguais à síntese de PBmic. Com isso, o consumo

de PNDR foi estimado pela diferença entre o

consumo de PB e o consumo de PDR. Assim, o

consumo de PM foi obtido pela seguinte equação:

CPM = (PBmic × 0,64) + (CPNDR/0,80).

Nessa edição do BR-CORTE, adotou-se a

mesma técnica da última edição para estimar as

exigências de PM para mantença, correlacionando

o consumo de PM ao ganho de peso de corpo

vazio. A partir das avaliações, foi observado efeito

de sistema de produção quanto às exigências de

PM para mantença, sugerindo estimar as

exigências de PM para mantença separadamente.

Além disso, os efeitos de grupo genético e classe

sexual foram testados para os animais criados em

confinamento, não sendo observado efeito

significativo, o que permitiu a elaboração de uma

única equação para os animais criados em

confinamento (Figuras 8.4 e 8.5; Tabela 8.5).

Figura 8.4 - Relação entre o consumo de proteína metabolizável e o ganho de peso de corpo vazio

de animais criados em confinamento. Os símbolos representam dados de zebuínos (○),

cruzados de corte (□) e cruzados de leite (×).

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Exigências de proteína para bovinos de corte

201

Figura 8.5 - Relação entre o consumo de proteína metabolizável e o ganho de peso de corpo vazio

de animais criados em sistema de pastejo.

Tabela 8.5 - Exigências de proteína metabolizável para mantença de bovinos de corte criados a

pasto ou em confinamento

Sistema Equação PCVZ0,75 PMm

Confinamento CPM = 285,35 + 400,05 × GPCVZ 72,0 3,96

Pasto CPM = 270,53 + 532,46 × GPCVZ 62,7 4,31 CPM = consumo de proteina metabolizável (g/dia); GPCVZ = ganho de peso de corpo vazio (kg/dia); PCVZ0,75 = peso

de corpo vazio metabólico (kg); PMm = exigências de proteína metabolizável de mantença (g/PCVZ0,75).

Na edição anterior do BR CORTE, ao

se estimar as exigências de PM para mantença,

o valor médio obtido para animais zebuínos e

cruzados foi de 3,91 g/PCVZ0,75, valor próximo

ao obtido nesta edição, 3,96 g/PCVZ0,75 para

bovinos criados em confinamento. Para animais

mantidos a pasto, na última edição do BR-

CORTE, estimou-se o valor de 4,87 g/PCVZ0,75

sendo este valor maior do as estimativas da

edição atual do BR-CORTE de 4,31

g/PCVZ0,75.

Em ambos os casos, convertendo esses

valores para peso corporal em jejum, obtêm-se

as estimativas de 3,6 e 3,9 g/PCJ0,75 para

animais criados em confinamento e a pasto,

respectivamente. O valor obtido para animais

em confinamento foi inferior ao valor de 3,8

g/PCJ0,75 (BCNRM, 2016) e a 4,0 g/PC0,75 usado

na última edição do BR-CORTE.

Comparando as exigências de PM de

animais terminados em confinamento e animais

terminados a pasto, percebe-se que estes

últimos foram mais exigentes em relação os

animais terminados em confinamento. Assim as

exigências de PM de animais terminados a

ponto foram 8% maiores do que daqueles em

confinamento

EXIGÊNCIAS DE PROTEÍNA PARA

GANHO DE PESO

A estimação da composição corporal

dos animais é fundamental para a avaliação do

valor nutricional dos alimentos e para estudos

do crescimento animal (Boin et al., 1994), pois

possibilita a estimativa das exigências de

proteína para o ganho de peso dos animais. Os

principais componentes químicos do corpo de

um bovino são: água, gordura, proteína e

minerais. De acordo com Ferreira et al. (1998),

a maturidade do animal é caracterizada pelo

aumento na proporção de gordura no corpo.

Animais mais jovens têm maior proporção de

água e proteína e menor proporção de gordura,

de modo que as concentrações de proteína,

cinzas e água decrescem com a idade e com a

terminação dos animais. O NRC (2000) relatou

que os teores de gordura e proteína corporal

apresentam comportamento quadrático em

relação ao peso corporal, com relações inversas:

quanto maior o peso corporal, maior o teor de

gordura e menor o de proteína.

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Exigências Nutricionais de Zebuínos Puros e Cruzados – BR-CORTE

202

A proporção e a velocidade com que os

tecidos se acumulam no corpo influencia o

ganho de peso e a composição corporal, bem

como a eficiência alimentar (Shahin et al.,

1993) e, conseqüentemente, as exigências

nutricionais. As proporções dos tecidos e sua

composição química são influenciadas por

vários fatores, destacando-se o peso corporal, a

idade, o grupo genético, o nível de consumo de

energia e o sexo (Ferreira et al., 1998). Segundo

Garret (1980), o grupo genético teria maior

influência sobre a composição corporal, a um

mesmo peso corporal, do que o nível

nutricional.

As diferenças nas exigências de proteína

para ganho de peso são atribuídas às variações

na composição do ganho de peso (Garret et al.,

1959; Geay, 1984). As exigências protéicas para

ganho de peso são maiores para machos não

castrados de maturidade tardia que nos machos

castrados de maturidade precoce (Geay, 1984).

Boin (1995) observou maior concentração de

proteína por quilo de ganho de peso do corpo

vazio em machos Nelore não castrados em

relação aos machos castrados. Segundo Geay

(1984), as exigências líquidas de proteína

tendem a ser menos importantes que as de

energia para bovinos em crescimento com

maturação precoce, como os das raças Angus e

Hereford, pois ocorre menor retenção de

energia na forma de proteína (12 a 15%). Esse

tipo de animal preenche suas exigências

protéicas utilizando principalmente os

aminoácidos provenientes da fermentação

microbiana (Geay, 1984). A maioria dos

estudos indica a redução das exigências líquidas

de proteína para ganho de peso à medida que o

peso corporal aumenta (Lana et al., 1992; Pires

et al.; 1993; Fontes, 1995; Paulino, 1999,

Cavalcante et al., 2005, Amaral et al., 2014).

Na primeira edição do BR-CORTE, em

2006, as exigências líquidas de proteína para

ganho de peso (ou proteina retida) foram

estimadas a partir de equações de regressão da

proteína retida (PR) em função da energia retida

(ER) e do ganho médio diário (GMD), sendo

obtidas três equações em função da classe

sexual para animais zebuínos terminados em

confinamento. Já na segunda edição do BR-

CORTE, em 2010, foi utilizado um modelo

semelhante ao proposto pelo NRC (2000), em

que a PR é correlacionada com a ER e com o

ganho de peso de corpo vazio.

Na atual edição do BR-CORTE, foi

utilizado o mesmo modelo da edição anterior,

sendo que as equações de exigência líquida de

proteína para ganho (Tabela 8.6) foram obtidas

em função do sistema de produção

(confinamento e pasto), grupo genético

(zebuínos, cruzados de corte e cruzados de leite)

e classe sexual (machos não castrados, machos

castrados e fêmeas).

Semelhante ao obtido na segunda

edição do BR-CORTE, as equações indicam

maiores coeficientes do GPCVZ para machos

não castrados em relação à machos castrados e

fêmeas, evidenciando efeito do nível de

testosterona circulante sobre a deposição de

proteína no ganho, ou seja, machos não

castrados apresentam maior potencial de

crescimento, mas também maiores exigências

de PL para ganho. Para zebuínos, observa-se

menores valores de PL para ganho para machos

castrados em relação a fêmeas provavelmente

devido ao menor peso de corpo vazio e

conteúdo de gordura corporal das fêmeas.

Animais em pastejo apresentaram

menores estimativas de PL para ganho,

considerando-se um mesmo GPCVZ e ER em

comparação a animais terminados em

confinamento de mesma classe sexual e grupo

genético (machos não castrados e zebuínos).

Além disso, no banco de dados dessa edição do

BR-CORTE, os animais criados a pasto foram

abatidos com peso corporal menor, uma vez que

a média do peso corporal metabólico foi de 53,9

kg, enquanto que para animais criados em

confinamentos foi de 71,9 kg, demonstrando

que existe a necessidade de mais estudos com

animais criados a pasto que sejam abatidos com

pesos corporais maiores.

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Exigências de proteína para bovinos de corte

203

Tabela 8.6 - Equações obtidas para estimar as exigências líquidas de proteína para ganho de animais

criados a pasto ou em confinamento de diferentes grupos genéticos e classes sexuais

Sistema Grupo genético Classe sexual Equação

Confinamento

Zebuínos

Machos não castrados PLg = 210,09 × GPCVZ – 10,01 × ER

Machos castrados PLg = 153,13 × GPCVZ – 2,53 × ER

Fêmeas PLg = 193,90 × GPCVZ – 12,16 × ER

Cruzados de

corte

Machos não castrados PLg = 281,77 × GPCVZ – 27,66 × ER

Machos castrados PLg = 219,94 × GPCVZ – 12,04 × ER

Fêmea PLg = 174,65 × GPCVZ – 3,14 × ER

Cruzados de leite

Machos não castrados PLg = 171,43 × GPCVZ – 3,08 × ER

Machos castrados PLg = 236,36 × GPCVZ – 19,84 × ER

Fêmea PLg = 206,58 × GPCVZ – 15,39 × ER

Pasto Zebuínos Machos não castrados PLg = 181,43 × GPCVZ – 2,88 × ER

PLg = exigência líquida de proteína para ganho (g/dia); GPCVZ = ganho de peso de corpo vazio (kg/dia); ER = energia retida

(Mcal/dia).

Eficiência de utilização da proteína

metabolizável

Para que as exigências líquidas de

proteína sejam convertidas em exigência de PM

é preciso estimar a eficiência parcial de

utilização da PM para ganho (k). A PM contêm a

PNDR digestível e a proteína microbiana

verdadeira digestível, sendo que esta representa a

quantidade de aminoácidos absorvidos no

intestino delgado.

Dentre os sistemas internacionais de

predição das exigências nutricionais de bovinos

de corte, o NRC (1984) relatou que a média do

valor biológico de aminoácidos absorvidos por

bovinos é 66%, valor obtido por Zinn e Owens

(1983). Assim, baseando-se neste e e em outros

estudos, o NRC (1985) adotou valores de 50 e

65% para eficiência de utilização da PM para

ganho (k), sendo esses valores baseados no valor

biológico da proteína e no valor de uma mistura

ideal de aminoacidos (Oldham, 1987). Oldham

(1987) sugeriu, ainda, uma eficiência de 85%

para todas as funções fisiológicas, como um

valor referente a eficiência de conversão de uma

mistura ideal de aminoácidos. Como na prática

isso não acontece, a eficiência real normalmente

encontra-se abaixo deste valor.

De acordo com o sistema britânico

(AFRC, 1993), a eficiência de utilização de uma

mistura ideal de aminoacidos é denominada de

kaai, sendo que esta característica é inerente ao

animal. Entretanto, esse sistema reconheceu que,

na prática, valores mais baixos do que a

eficiência ideal tem sido encontrados, sendo estes

valores dependentes basicamente da qualidade

da mistura de aminoácidos na PNDR digestível

e da proporção entre PNDR digestível e da

proteína microbiana verdadeira digestível no

intestino delgado. Assim, o AFRC (1993)

considera valores fixos para eficiência de

utilização da PM de 100% para mantença, 59%

para ganho, 85% para gestação e 68% para

lactação.

Devido à elevada qualidade da mistura

de aminoácidos da proteína microbiana, o valor

biológico da proteína microbiana é alto, fazendo

com que a proporção de proteína microbiana na

proteína total que chega ao intestino possa alterar

a eficiência de utilização da PM (NRC, 2000).

Enquanto isso, o sistema francês (INRA, 1988)

considerou uma k variável à medida que se

aumenta o peso corporal. Essa eficiência

decrescente foi confirmada por Ainslie et al.

(1993) e Wilkerson et al. (1993). Tais autores

obtiveram os dados à partir de animais com

pesos corporais variando entre 150 e 300 kg,

fazendo com que o NRC (2000) adotasse a

equação desenvolvida por Ainslie et al. (1993)

para estimar o valor k para animais de 150 a 300

kg, como sendo:

k = 83,4 – (0,114 × PCVZeq).

Assim, um bovino com 150 kg de

PCVZeq terá um valor de k igual de 66,3,

enquanto que um bovino com 300 kg terá uma

eficiência de 49,2. O NRC (2000) utiliza a

equação acima somente para animais com

PCVZeq menor que 300 kg; enquanto que para

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Exigências Nutricionais de Zebuínos Puros e Cruzados – BR-CORTE

204

pesos superiores, o NRC (2000) recomendou o

valor fixo de 49,2, oriundo das versões anteriores

(NRC, 1984). Vale ressaltar que as exigências de

proteína para ganho de peso são relativamente

baixas quando os animais atingem pesos

corporais em torno de 400 kg.

Dados da literatura nacional reportam

valores de eficiência de uso da PM para ganho de

33,3% (Costa e Silva et al., 2013) e 34,4%

(Menezes et al., 2016) para bovinos Nelore nas

fases de crescimento e terminação,

respectivamente. Enquanto isso, Zanetti (2014) e

Silva (2015) obtiveram valores de k iguais a 29,7

e 25,2% para machos castrados e fêmeas

Holandês × Zebu, respectivamente. Muitos

fatores como idade, composição ou condição de

alimentação podem afetar a eficiência de uso da

proteína para ganho (Blaxter et al., 1966; Garrett,

1980; Gionbelli et al., 2012, Marcondes et al.,

2013).

A primeira versão do BR-CORTE

utilizou as recomendações preconizadas pelo

NRC (2000) para a k, em que o valor de k foi

considerado como o coeficiente de inclinação

obtido da regressão entre a proteína retida e o

consumo de PM. Por outro lado, o BR-CORTE

(2010), avaliando a proteína retida (PR) em

função do consumo de PM (Figura 8.6), não

encontrou efeito de grupo genético ou condição

sexual sobre a k, sendo a equação final adotada

igual a:

PR = – 2,223 + 0,4691 × CPM,

em que PR é a proteína retida (g/PCVZ0,75) e

CPM e o consumo de proteína metabolizável

(g/PCVZ0,75).

A partir dessa equação, a eficiência de

utilização da PM para ganho de peso foi de

46,9% para animais zebuínos e cruzados de

corte, sendo este valor próximo ao preconizado

pelo NRC (2000), de 49,2%. Na edição anterior

do BR-CORTE, as mesmas eficiências

preconizadas para animais terminados em

confinamento foram adotadas para animais

criados em pastejo devido à pequena quantidade

de dados disponíveis.

Na atual edição do BR-CORTE, uma

equação semelhante foi novamente ajustada e o

valor obtido foi de 47,4% (Figura 8.7) para

animais criados a pasto e em confinamento.

Ainda, a quantidade de dados oriundos de

experimentos a pasto foi pequena, o que

impossibilitou a avaliação do efeito de sistema

de produção para k.

Figura 8.6 - Relação entre a proteína retida e o consumo de proteína metabolizável. Os

símbolos representam dados de machos não castrados (▲, Δ), machos castrados

(◊,♦), e fêmeas (○, ●). Pontos sólidos representam animais Nelore e pontos vazios

representam animais cruzados Bos indicus × Bos taurus (BR-CORTE, 2010)

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Exigências de proteína para bovinos de corte

205

Figura 8.7 - Relação entre a proteína retida (PR) e o consumo de proteína metabolizável (CPM) de

animais terminados em sistema de confinamento. Os símbolos representam dados de

zebuínos (×), cruzados de corte (○) e cruzados de leite (□).

A maioria dos sistemas de exigências

nutricionais (INRA, 1988; AFRC, 1993;

NRC, 2000; CSIRO, 2007) relatam que o uso

de uma eficiência constante não representa a

real eficiência dos animais. A eficiência de

utilização da PM para ganho de peso parece

estar mais relacionada com a composição da

PM que chega ao intestino delgado do que

com o PCVZeq (Oldham, 1987), como

sugerido pelo INRA (1988).

Na segunda edição do BR-CORTE,

em 2010, estimou-se a eficiência média de

cada experimento e esses valores foram

correlacionados com o PCVZeq médio de

cada experimento para gerar a equação para

estimar a eficiência de utilização da PM

para ganho de peso (k):

k = 84,665 – 0,1179 × PCVZeq,

em que PCVZeq é o peso de corpo vazio

equivalente.

Essa equação recomendada na edição

anterior foi mantida para a atual edição.

Contudo, na última edição, a recomendação

era para que esta equação fosse utilizada para

animais que apresentassem PCJ < 350 kg.

Como a eficiência de utilização de PM para

ganho de peso aumentou para animais adultos

(46,9 para 47,4%), a nova recomendação seria

o uso dessa equação para animais com PCJ <

340 kg. Assim, considerando animal de 150

kg PCJ, com o uso da equação acima, a

eficiência seria de 67%, sendo que esse valor

é próximo do sugerido pela equação do NRC

(2000) de 66%. Adicionalmente, observa-se

que a medida que o animal cresce, ou seja,

tem seu peso corporal aumentado, a k diminui

até o PCJ igual a 340 kg. A partir desse peso,

a eficiência deve ser constante e igual a

47,4%. O NRC (2000) considerou o valor de

49,2 como essa eficiência para animais com

peso corporal superior a 300 kg, sendo essa

mesma eficiência mantida pelo BCNRM

(2016).

A produção de PBmic foi calculada

considerando a recomendação apresentada no

capítulo 3 em que a síntese microbiana foi

calculada em função do consumo de PB e dos

nutrientes digestíveis totais (CNDT) como

apresentado a seguir:

PBmic (g/dia) = -53,07 + 304,9 × CPB + 90,8

× CNDT – 3,13 × CNDT2,

em que CPB = consumo de proteína bruta

(kg/dia) e CNDT = consumo de nutrientes

digestíveis totais (kg/dia). Assim, as

exigências de PDR foram calculadas a partir

das recomendações dessa edição em que a

síntese de proteína microbiana iguala-se às

exigências de PDR (para maiores detalhes,

ver capítulo 3):

PDR = PBmic,

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Exigências Nutricionais de Zebuínos Puros e Cruzados – BR-CORTE

206

enquanto que as exigências de PNDR foram

obtidas a partir da equação:

PNDR = (proteína metabolizável total –

(PBmic × 0,64))/0,80.

Para se obter as exigências de PB,

deve-se proceder à soma das exigências de

PDR e PNDR.

Observa-se que o valor usado para a

digestibilidade verdadeira da PB microbiana e

da PNDR no intestino delgado foi

recentemente confirmado na pesquisa de

Mariz (2016, dados não publicados), que

trabalhando com bovinos Nelore e cruzados

Angus × Nelore, fistulados no rúmen e no

íleo, estimou a digestibilidade verdadeira da

PBmic e da PNDR média de

aproximadamente 80%.

CONSIDERAÇÕES SOBRE A

RECICLAGEM DE COMPOSTOS

NITROGENADOS

A reciclagem da uréia no fígado para o

rúmen e glândulas salivares é uma das

particularidades que envolve a fisiologia e a

nutrição dos ruminantes e que representa uma

vantagem evolutiva para estes animais,

permitindo sua sobrevivência em períodos nos

quais o teor de proteína da dieta é inferior a 7%

(Lazzarini et al., 2009; Sampaio et al., 2010). De

acordo com Batista et al. (2016), ao providenciar

amônia para os microrganismos ruminais, a

reciclagem da ureia afeta a quantidade de N

disponível no rúmen que deve ser fornecida

diretamente a partir da dieta. Portanto, os

sistemas nutricionais devem considerar o N

reciclado para estimar as exigências de proteína

dos animais. Considerando tais aspectos, a atual

edição do sistema americano (BCNRM, 2016)

considera a reciclagem de uréia para o rúmen

como sendo o valor obtido pela seguinte

equação:

N uréia = (-0,1113 + 0,996 × exp(– 0,0616 × PB)) ×

(0,745 × CN – 11,98),

em que, N uréia = N reciclado para o rúmen na

forma de uréia (g/dia); PB = teor de proteína

bruta da dieta (% MS); CN = consumo de

nitrogênio (g/dia). Com isso, o BCNRM (2016)

espera que com o uso da reciclagem de N nos

cálculos, os valores das exigências de PB estejam

mais próximos do real, permitindo a formulação

de dietas que otimizem o desempenho animal,

reduzam perdas econômicas e evitem

contaminação ambiental.

Até a edição anterior do BR-CORTE, a

reciclagem de nitrogênio não foi considerada nos

cálculos de exigências de proteína, o que

possivelmente contribuiu para a superestimação

das recomendações de PB na dieta de bovinos.

Contudo, Batista et al. (2016), avaliando

forragem de baixa qualidade (5,0% PB na base

da MS) ou dietas contendo infusão ruminal de

proteína para atender 100% das exigências de

PDR e de 0 a 150% das exigências de PNDR,

encontraram que 22% do total de N microbiano

na dieta controle foi derivado da reciclagem de

uréia, enquanto nas dietas suplementadas, essa

incorporação foi de 10%. Além disso, avaliando

dietas com diferentes teores de PB (9, 11, 13 e

15% na base da MS) e considerando o teor de

PDR, a quantidade de N ingerido e a produção

de nitrogênio microbiano obtidos em cada nível

dietético de PB, Prates (2015) verificou que a

eficiência de captação de N ingerido degradado

no rúmen em nitrogênio microbiano variou de

120 a 90,28%, entre as dietas de 9 e 15% de PB,

respectivamente. Assim na dieta com 9% de PB

a quantidade de N reciclado incorporado ao N

microbiano foi de aproximadamente 20%,

reduzindo para próximo de 10% na dieta

contendo 11% de PB, para aproximadamente

zero na dieta com 13% de PB. Ainda, para a

dieta com 15% de PB, foi observada uma perda

líquida de N no rúmen próxima de 10%. Com

isso, considerando os dados descritos acima,

observa-se que a reciclagem de N para o rúmen

parece contribuir com 10 a 20% do N

microbiano, considerando dietas variando de 5 a

13% de PB. Esses valores são levemente

menores que os calculados pela equação sugerida

pelo BCNRM (2016).

Dessa forma, o BR-CORTE (2016) não

recomenda nenhum valor para a reciclagem de

N, apesar de reconhecer a importância da

reciclagem de N, mas considerando que apenas

Batista et al. (2016) mediram efetivamente a

reciclagem de uréia, utilizando animais

alimentados com forragem de baixa qualidade e

com infusão de N em condições tropicais.

Assim, o BR-CORTE considera que a

quantidade reciclada pode ser compensada pela

ineficiência de captação de N degradado no

rúmen para N microbiano

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Exigências de proteína para bovinos de corte

207

AVALIAÇÃO PRÁTICA DE NÍVEIS DE

PROTEÍNA BRUTA NA DIETA DE

BOVINOS DE CORTE

Dois estudos foram desenvolvidos para

avaliar o efeito da redução de níveis de PB na

dieta de bovinos de corte, sendo utilizados

animais contemporâneos em ambos estudos. No

estudo 1 (Amaral, dados não publicados), os

animais foram desmamados e destinados para

recria/terminação em confinamento, enquanto

que no estudo 2 (Menezes et al., 2016), os

animais foram desmamados, recriados somente a

pasto por um ano e submetidos a terminação em

confinamento. Em ambos os experimentos foram

utilizados os níveis de 10, 12 e 14% PB com

base na matéria seca total das dietas.

Estudo 1

Este estudo foi constituído por três

períodos experimentais, tendo os dois primeiros

períodos duração de 84 dias cada (representando

a fase de crescimento/recria), e o terceiro período

com duração de 56 dias (representando a fase de

terminação). Os bovinos de dois grupos

genéticos ( Nelore e Angus × Nelore) foram

divididos em três grupos, recebendo dietas com

10, 12 e 14% PB. Os animais alimentados com

10 e 12% PB apresentaram maior consumo de

matéria seca nos períodos avaliados (Figura 8.8).

Já os animais alimentados com 14% PB tiveram

GMD igual aos animais alimentados com 12%

PB nos dois primeiros períodos de avaliação

(Figura 8.9) e superior aos de 10% PB, enquanto

que no último período, todos os animais

apresentaram o mesmo GMD.

Considerando todo o período

experimental, o teor de PB da dieta não afetou

(P>0,05) o peso corporal final dos animais e o

teor de gordura subcutânea, mas influenciou o

ganho diário de carcaça que foi menor

(P<0,05) para a dieta com 10% de PB. Houve

diferença entre os grupos genéticos para o

peso corporal em jejum e para o peso de

corpo vazio, e para o ganho diário de carcaça

e o teor de gordura subcutânea que foram

maiores (P<0,05) para os animais cruzados. O

maior peso final dos animais cruzados pode

ser explicado pelo maior peso inicial e maior

ganho diário de carcaça.

Figura 8.8 - Consumo de matéria seca (g/kg peso corporal) em função dos nível de proteína bruta

na dieta e dos períodos de avaliação. Adaptada de Amaral (dados não publicados).

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Exigências Nutricionais de Zebuínos Puros e Cruzados – BR-CORTE

208

Figura 8.9 - Ganho médio diário (kg/dia) em função do nível de proteína bruta na dieta e dos

períodos de avaliação. Adaptado de Amaral (dados não publicados).

Table 8.8 - Características de carcaça (PC = peso corporal, PVCZ = peso de corpo vazio, GDC = ganho

de carcaça e G = gordura subcutânea) de bovinos Nelore e cruzados Angus × Nelore

obtidos com dietas contendo diferentes teores de proteína bruta

Item Nível de PB Grupo genético p-value

10% 12% 14% N A×N CPL GG CPL×GG

PC inicial (kg) 218 214 226 213 226 0,08 <0,01 0,89

PC final (kg) 441 461 472 418 498 0,15 <0,01 0,20

PCVZ (kg) 408 429 433 388 459 0,17 <0,01 0,22

GDC (kg/d) 0,61b 0,70a 0,70a 0,58 0,76 0,02 <0,01 0,16

G (mm) 5,84 6,71 5,89 4,86 7,43 0,60 <0,01 0,51

Adaptado de Amaral (dados não publicados).

Isso demonstra que bezerros que são

desmamados e logo em seguida destinados

para a terminação em confinamento

devem receber uma dieta com níveis de PB

em torno de 12% na fase inicial do

crescimento, enquanto que ao final desse

período, ou seja, na terminação, o teor de

PB na dieta poderia ser reduzido para 10%

sem causar efeito no desempenho dos

animais nessa fase.

Estudo 2

Neste experimento, foram utilizados

animais contemporâneos do estudo anterior

porém somente na fase de terminação, sendo

confinados durante 112 dias, divididos nas

mesmas dietas do estudo anterior. Contudo,

Menezes et al. (2016) não observaram efeito dos

níveis de PB no desempenho e características de

carcaça destes animais durante o período de

avaliação (Tabela 8.9).

Tabela 8.9 - Desempenho e características de carcaça de bovinos Nelore na fase de terminação

alimentados com 3 diferentes níveis de proteína bruta

Item

Níveis de proteína bruta

EPM

Contraste

10% 12% 14% Linear Quadrático

Peso corporal inicial (kg) 324 325 329

Peso corporal final (kg) 470 479 477 9,13 0,57 0,64

Ganho médio diário (kg) 1,30 1,50 1,50 0,06 0,64 0,53

Peso de carcaça quente (kg) 286 288 285 6,42 0,90 0,72

Espessura de gordura (mm) 5,00 5,60 4,40 0,72 0,59 0,30

Rendimento de carcaça quente 60,9 60,1 59,6 0,58 0,14 0,90

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Exigências de proteína para bovinos de corte

209

De acordo com Winschester et al.

(1957), os níveis de proteína da dieta

influenciam o ganho médio diário de animais

na fase de crescimento, porém o mesmo

comportamento não é observado em animais

na fase de terminação. Isto ocorre porque as

exigências de proteína dos animais reduzem à

medida que estes alcançam a maturidade

(NRC, 1996), e passam a depositar mais

gordura, aumentando a razão

gordura:músculo na carcaça animal.

Entretanto, os confinamentos

brasileiros normalmente adotam níveis de PB

entre 9,3 e 16,6%, com valores médios de

13,5% (Oliveira e Millen, 2014), pois

acredita-se que níveis mais elevados de PB

estimulariam o consumo de matéria seca e

estariam relacionados a elevados ganhos de

peso (Véras et al., 2007). Porém, Menezes et

al. (2016) mostraram que o consumo de

matéria seca não é afetado pelo nível proteico

da dieta, e que a redução dos níveis de PB na

fase de terminação contribui para a redução

dos custos com alimentação. De acordo com

estes autores, o excesso de consumo de PB na

dieta de 14% PB em relação à dieta 10% PB

foi de 330 g/dia, o equivalente a 733 g de

farelo de soja que poderiam ser economizados

por animal por dia. Assim, a redução nos

níveis de PB dietéticos é possível e viável,

principalmente na fase de terminação, o que

gera redução dos custos com alimentação,

visto que a proteína é o nutriente mais caro da

dieta dos animais.

Com base nestes experimentos, o BR-

CORTE sugere que se o objetivo for produzir

animais superprecoces, a adoção de diferentes

teores de PB na recria e terminação pode

reduzir os custos de produção e aumentar a

lucratividade do sistema. Já na fase de

terminação, que no experimento avaliado

iniciou com animais em torno de 11 arrobas

ou 330 kg de PC, não foi encontrada diferença

no desempenho de bovinos Nelore terminados

com dietas contendo 10, 12 ou 14% de PB.

TABELAS DE EXIGÊNCIAS

NUTRICIONAIS DE PROTEÍNA

Nas Tabelas 8.10 e 8.11, são

apresentadas as equações que foram utilizadas

para estimar as exigências de proteína para

animais zebuínos, cruzados de corte e

cruzados de leite de diferentes classes sexuais,

terminados em condição de confinamento ou

pasto.

Nas Tabelas 8.12, 8.13 e 8.14, as

exigências de proteína são apresentadas para

animais zebuínos, cruzados de corte e

cruzados de leite, respectivamente, em função

das classes sexuais e para diferentes pesos

corporais e taxas de ganho de peso. Além

disso, na Tabela 8.15, as exigências de

proteína estão apresentadas para zebuínos

criados a pasto para diferentes pesos corporais

e taxas de ganho de peso.

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Exigências Nutricionais de Zebuínos Puros e Cruzados – BR-CORTE

210

Tabela 8.10 - Resumo das equações utilizadas para converter o peso corporal e o ganho médio

diário para peso de corpo vazio e o ganho de peso de corpo vazio para animais

zebuínos, cruzados de corte e cruzados de leite de três condições sexuais, terminados

em confinamento ou em sistema de pastejo

Item Sistema Grupo genético Classe sexual Equações Unidade

PCJ Zebuínos 0,88 × PC1,0175

kg Cruzados 0,9664 × PC1,0017

PCVZ Confinamento

Zebuínos

Machos não castrados 0,8126 × PCJ1,0134

kg

Machos castrados 0,6240 × PCJ1,0608

Fêmeas 0,6110 × PCJ1,0667

Cruzados

Machos não castrados 0,7248 × PCJ1,0314

Machos castrados 0,6586 × PCJ1,0499

Fêmeas 0,6314 × PCJ1,0602

Pasto - - 0,8507 × PCJ1,0002

GPCVZ 0,963 × GMD1,0151 kg/dia

PCVZeq

Zebuínos

Machos não castrados (PCVZ/517) × 517

kg

Machos castrados (PCVZ/433) × 517

Fêmeas (PCVZ/402) × 517

Cruzados de corte

Machos não castrados (PCVZ/560) × 517

Machos castrados (PCVZ/482) × 517

Fêmeas (PCVZ/417) × 517

Cruzados de leite

Machos não castrados (PCVZ/616) × 517

Machos castrados (PCVZ/532) × 517

Fêmeas (PCVZ/493) × 517

Tabela 8.11 - Resumo das equações utilizadas para estimar de exigências de proteína para animais

zebuínos, cruzados de corte e cruzados de leite de três condições sexuais, terminados

em confinamento ou em sistema de pastejo

Item Sistema Grupo

genético

Classe sexual Equações Unidade

PMm Confinamento 3,6 × PCJ0,75

g/dia Pasto 3,9 × PCJ0,75

ER 0,061 × PCVZeq0,75 × GPCVZ1,035 Mcal/dia

PLg Confinamento

Zebuínos

Machos não castrados 210,09 × GPCVZ – 10,01 × ER

g/dia

Machos castrados 153,13 × GPCVZ – 2,53 × ER

Fêmeas 193,90 × GPCVZ – 12,16 × ER

Cruzados

de Corte

Machos não castrados 281,77 × GPCVZ – 27,66 × ER

Machos castrados 219,94 × GPCVZ – 12,04 × ER

Fêmeas 174,65 × GPCVZ – 3,14 × ER

Cruzados

de Leite

Machos não castrados 171,43 × GPCVZ – 3,08 × ER

Machos castrados 236,36 × GPCVZ – 19,84 × ER

Fêmeas 206,58 × GPCVZ – 15,39 × ER

Pasto - - 181,43 × GPCVZ – 2,88 × ER

k

PCJ < 340 kg: 84,665 – 0,1179 x

PCVZeq %

PCJ > 340 kg: 47,4

PMg PLg/k g/dia

PM total PMm + PMg g/dia

PBmic - 53,07 + 304,9 × CPB + 90,8 ×

CNDT – 3,13 × CNDT2 g/dia

PDR PBmic g/dia

PNDR (PMt - (PBmic × 0,64))/0,80 g/dia

PB PDR + PNDR g/dia

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Exigências de proteína para bovinos de corte

211

Dessa forma, considerando um macho Nelore não castrado de 400 kg, ganhando 1 kg/dia, em

confinamento, tem-se:

• PCJ = 0,88 × PC1,0175 = 0,88 × 4001,0175 = 390,9 kg

• PCVZ = 0,8126 × PCJ1,0134 = 0,8126 × 390,91,0134 = 344,1 kg

• GPCVZ = 0,963 × GMD1,0151 = 0,963 × 11,0151 = 0,96 kg/dia

• PCVZeq = (PCVZ/517) × 517 = (344,1/517) × 517 = 344,1 kg

• PMm = 3,6 × PCJ0,75 = 3,6 × 390,90,75 = 316 g/dia

• ELg = 0,061 × PCVZeq0,75 × GPCVZ1,035 = 0,061 × 344,10,75 × 0,961,035 = 4,69 Mcal/dia

• PLg = 210,09 × GPCVZ – 10,01 × ER = 210,09 × 0,96 – 10,01 × 4,69 = 155,4 g/dia

• k = 47,4%

• PMg = PLg/k = 155,4/0,474= 328g/dia

• PM total = PMm + PMg = 316 + 328 = 644 g/dia

• PBmic = - 53,07 + 304,9 × CPB + 90,8 × CNDT – 3,13 × CNDT2 = - 53,07 + 304,9 × 0,929 +

90,8 × 5,21 – 3,13 × 5,212 = 618 g/dia

• PDR = PBmic = 618 g/dia

• PNDR = [PMt – (PBmic × 0,64)]/0,80 = [644 – (618 × 0,64)]/0,80 = 311 g/dia

• PB = PDR + PNDR = 618 + 311 = 929 g/dia

Para cruzados de corte, considerando um macho não castrado de 400 kg, ganhando 1 kg/dia, em

confinamento, têm-se:

• PCJ = 0,9664 × PC1,0017 = 0,9664 × 4001,0017 = 390,5 kg

• PCVZ = 0,7248 × PCJ1,0314 = 0,7248 × 390,51,0314 = 341,4 kg

• GPCVZ = 0,963 × GMD1,0151 = 0,963 × 11,0151 = 0,96 kg/dia

• PCVZeq = (PCVZ/560) × 517 = (341,4/560) × 517 = 315,2 kg

• PMm = 3,6 × PCJ0,75 = 3,6 × 390,50,75 = 316,3 g/dia

• ELg = 0,061 × PCVZeq0,75 × GPCVZ1,035 = 0,061 × 315,20,75 × 0,961,035 = 4,39 Mcal/dia

• PLg = 281,77 × GPCVZ – 27,66 × ER = 281,77 × 0,96 – 27,66 × 4,39 = 150 g/dia

• k = 47,4%

• PMg = PLg/k = 150/0,474 = 316.4 g/dia

• PM total = PMm + PMg = 316.3 + 316.4 = 633 g/dia

• PBmic = - 53,07 + 304,89 × CPB + 90,79 × CNDT – 3,13 × CNDT2 = - 53,07 + 304,9 × 0,912 +

90,8 × 5,10 – 3,13 × 5,10 2 = 606 g/dia

• PDR = PBmic = 606 g/dia

• PNDR = [PMt – (PBmic × 0,64)]/0,80 = [633 – (606 × 0,64)]/0,80 = 306 g/dia

• PB = PDR + PNDR = 606 + 306 = 912 g/dia

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Exigências Nutricionais de Zebuínos Puros e Cruzados – BR-CORTE

212

Tabela 8.12 - Exigências de proteína para zebuínos de diferentes classes sexuais, pesos corporais e

taxas de ganho de peso

Exigências Peso corporal (kg)

300 350 400 450

GMD (kg/dia) 0,50 1,00 1,50 0,50 1,00 1,50 0,50 1,00 1,50 0,50 1,00 1,50

CMS (kg/dia) 5,61 6,96 7,86 6,30 7,65 8,54 6,96 8,31 9,21 7,60 8,95 9,85

Machos não castrados

PMm (g/dia) 254 286 316 346

PLg (g/dia) 82.0 165 248 79,7 160 241 77,5 155 234 75,3 151 227

PMg (g/dia) 150 302 455 168 338 508 163 328 493 159 318 478

PMt (g/dia) 405 556 709 454 623 793 480 644 809 505 665 824

PDR (g/dia) 389 527 658 435 583 723 471 618 757 504 651 788

PNDR (g/dia) 194 274 359 219 313 413 223 311 406 228 310 400

PB (g/dia) 583 801 1018 654 896 1136 694 929 1163 732 961 1188

Machos castrados

PMm (g/dia) 254 286 316 346

PLg (g/dia) 67,7 137 206 67,0 135 204 66,3 134 202 65,7 132 199

PMg (g/dia) 140 282 425 141 285 430 140 282 425 139 279 421

PMt (g/dia) 394 536 679 427 571 716 456 599 742 485 625 767

PDR (g/dia) 392 532 665 434 578 712 472 618 753 508 656 790

PNDR (g/dia) 179 244 317 187 251 324 193 254 325 199 257 326

PB (g/dia) 571 776 982 621 829 1037 665 872 1078 708 913 1117

Fêmeas

PMm (g/dia) 254 286 316 346

PLg (g/dia) 65,4 131 196 61,8 123 185 58,3 116 174 54,9 109 163

PMg (g/dia) 145 290 434 130 260 390 123 245 367 116 230 344

PMt (g/dia) 399 544 688 416 546 676 440 562 683 462 576 690

PDR (g/dia) 399 544 679 435 577 707 471 612 741 506 646 771

PNDR (g/dia) 180 245 318 173 222 279 173 212 261 173 204 246

PB (g/dia) 578 788 996 607 798 986 644 824 1002 679 850 1017

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Exigências de proteína para bovinos de corte

213

Tabela 8.13 - Exigências de proteína para cruzados de corte de diferentes classes sexuais, pesos

corporais e taxas de ganho de peso

Exigências

Peso corporal (kg)

300 350 400 450

GMD

(kg/dia) 0,50 1,00 1,50 0,50 1,00 1,50 0,50 1,00 1,50 0,50 1,00 1,50

CMS (kg/dia) 5,81 7,28 8,45 6,38 7,85 9,02 6,93 8,40 9,57 7,46 8,93 10,1

Machos não castrados

PMm (g/dia) 255 286 316 346

PLg (g/dia) 87,4 174 261 81,4 162 242 75,7 150 224 70,1 138 206

PMg (g/dia) 153 305 457 172 342 510 160 316 472 148 292 434

PMt (g/dia) 408 560 712 458 628 796 476 633 788 493 637 780

PDR (g/dia) 390 528 658 436 583 722 467 611 746 497 637 767

PNDR (g/dia) 197 278 363 223 318 418 221 302 389 219 287 361

PB (g/dia) 588 806 1022 660 901 1140 688 913 1134 716 924 1128

Machos castrados

PMm (g/dia) 255 286 316 346

PLg (g/dia) 81,8 164 247 78,8 158 237 75,9 152 228 73,1 146 219

PMg (g/dia) 156 314 472 166 333 501 160 321 481 154 308 462

PMt (g/dia) 411 569 727 452 619 787 476 637 798 500 654 808

PDR (g/dia) 398 543 680 441 593 735 476 627 768 509 659 798

PNDR (g/dia) 196 277 364 212 300 395 215 294 383 218 290 372

PB (g/dia) 594 819 1044 654 893 1130 691 922 1150 727 949 1170

Fêmeas

PMm (g/dia) 255 286 316 346

PLg (g/dia) 76,4 154 232 75,6 152 230 74,7 151 227 73,9 149 224

PMg (g/dia) 164 331 498 159 321 484 158 318 479 156 314 473

PMt (g/dia) 419 585 753 445 607 770 474 634 795 501 659 818

PDR (g/dia) 409 563 708 447 603 748 485 642 787 520 679 823

PNDR (g/dia) 196 281 375 199 277 365 204 279 364 210 281 365

PB (g/dia) 605 844 1083 646 880 1112 689 921 1151 731 960 1188

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Exigências Nutricionais de Zebuínos Puros e Cruzados – BR-CORTE

214

Tabela 8.14 - Exigências de proteína para cruzados de leite de diferentes classes sexuais, pesos

corporais e taxas de ganho de peso

Exigências

Peso corporal (kg)

300 350 400 450

GMD (kg/dia) 0,50 1,00 1,50 0,50 1,00 1,50 0,50 1,00 1,50 0,50 1,00 1,50

CMS (kg/dia) 5,21 6,75 7,80 5,96 7,49 8,55 6,68 8,21 9,27 7,37 8,91 9,96

Machos não castrados

PMm (g/dia) 255 286 316 346

PLg (g/dia) 76,8 155 234 76,2 154 232 75,6 153 230 75,0 151 228

PMg (g/dia) 129 260 392 161 324 489 160 322 485 158 319 481

PMt (g/dia) 384 515 647 447 610 775 476 638 801 504 665 827

PDR (g/dia) 393 535 668 436 583 720 473 621 759 508 657 795

PNDR (g/dia) 165 216 275 210 297 393 216 301 395 223 305 398

PB (g/dia) 558 751 942 646 880 1113 689 922 1153 731 962 1192

Machos castrados

PMm (g/dia) 255 286 316 346

PLg (g/dia) 77,4 155 232 72,9 145 217 68,5 136 203 64,2 127 190

PMg (g/dia) 140 280 419 154 307 459 144 287 429 135 268 400

PMt (g/dia) 395 534 674 440 593 745 461 603 745 481 614 746

PDR (g/dia) 393 533 662 438 585 721 472 618 750 505 648 777

PNDR (g/dia) 179 242 312 200 273 354 198 260 332 197 249 311

PB (g/dia) 572 775 975 637 858 1075 670 878 1082 702 897 1088

Fêmeas

PMm (g/dia) 255 286 316 346

PLg (g/dia) 69,2 138 207 65,3 130 195 61,6 123 184 58,0 115 172

PMg (g/dia) 132 263 395 138 275 412 130 259 287 122 243 363

PMt (g/dia) 387 518 650 424 561 698 446 575 703 468 589 708

PDR (g/dia) 399 546 682 446 601 745 484 641 784 521 678 821

PNDR (g/dia) 164 211 267 173 220 277 170 206 252 168 193 229

PB (g/dia) 563 757 949 619 822 1022 655 847 1036 689 871 1050

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Exigências de proteína para bovinos de corte

215

Tabela 8.15 - Exigências de proteína para bovinos criados a pasto de diferentes classes sexuais,

pesos corporais e taxas de ganho de peso

Exigências Peso corporal (kg)

300 350 400 450

GMD (kg/dia) 0,50 1,00 1,50 0,50 1,00 1,50 0,50 1,00 1,50 0,50 1,00 1,50

CMS (kg/dia) 5,61 6,96 7,86 6,30 7,65 8,54 6,96 8,31 9,21 7,60 8,95 9,85

PMm (g/dia) 275 310 343 375

PLg (g/dia) 82,2 166 250 81,7 165 248 81,1 164 246 80,6 162 245

PMg (g/dia) 148 299 451 172 347 523 171 345 520 170 343 516

PMt (g/dia) 424 575 726 482 657 833 514 688 863 545 718 891

PDR (g/dia) 388 515 638 436 574 709 472 612 746 506 647 781

PNDR (g/dia) 220 306 397 254 362 474 265 371 481 277 380 489

PB (g/dia) 607 821 1035 690 936 1183 737 982 1227 783 1027 1270

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