exercício 4 determinação de preços numa economia de mercado · fruta e peixe com a mesma...

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Economia com dois agentes económicos (os Flinstones e os Rollingstones), dois bens (Peixe e Frutos) e um factor produtivo (Trabalho). Exercício 4 Determinação de Preços numa Economia de Mercado Peixe Frutos Flinstones 20 min. 30 min. Rollingstones 40 min. 80 min. Os Flinstones apresentam vantagem absoluta na recolha de peixe e de frutos, uma vez que conseguem produzir / recolher cada um destes dois bens com menos horas de trabalho do que os Rollingstones (i.e., o coeficiente técnico associado à recolha de peixe e de frutos é menor no caso dos Flinstones do que no caso dos Rollingstones). A vantagem absoluta é determinada pela comparação dos coeficientes técnicos . A tecnologia é representada pela seguinte matriz de coeficientes técnicos , a qual identifica, para cada agente económico e para cada bem, a quantidade de recursos necessários à produção / recolha de uma unidade do bem:

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Economia com dois agentes económicos (os Flinstones e os Rollingstones), dois bens (Peixe e

Frutos) e um factor produtivo (Trabalho).

Exercício 4 – Determinação de Preços numa Economia de

Mercado

Peixe Frutos

Flinstones 20 min. 30 min.

Rollingstones 40 min. 80 min.

Os Flinstones apresentam vantagem absoluta na recolha de peixe e de frutos, uma vez que

conseguem produzir / recolher cada um destes dois bens com menos horas de trabalho do que os

Rollingstones (i.e., o coeficiente técnico associado à recolha de peixe e de frutos é menor no caso

dos Flinstones do que no caso dos Rollingstones).

A vantagem absoluta é determinada pela comparação dos coeficientes técnicos.

A tecnologia é representada pela seguinte matriz de coeficientes técnicos, a qual identifica, para

cada agente económico e para cada bem, a quantidade de recursos necessários à produção /

recolha de uma unidade do bem:

Exercício 4 – Determinação de Preços numa Economia de

Mercado

Os Flinstones apresentam uma vantagem comparativa na recolha de frutos, na medida em que

têm um custo de oportunidade associado à recolha de frutos mais baixo do que os Rollinstones

(ou seja, os Flinstones “sacrificam” menos peixes para recolher um kg de frutos, do que aquilo que

aconteceria no caso dos Rollingstones). Já os Rollingstones têm uma vantagem comparativa na

recolha de peixe, uma vez que apresentam um custo de oportunidade associado à recolha de

peixe mais baixo do que os Flinstones.

COF,P

COP,F

Flinstones 30 min./20 min. = 1,5 20 min./30 min. = 0,66

Rollingstones 80 min./40 min. = 2 40 min./80 min. = 0,5

O custo de oportunidade é calculado a partir dos coeficientes técnicos:

COF,P

= aF

/ aP

COP,F

= aP

/ aF

Em termos de análise normativa, cada agente económico deverá especializar-se na recolha do

bem em que apresenta vantagem comparativa. Ou seja, os Flinstones e os Rollingstones deverão

especializar-se na recolha de frutos e de peixe, respectivamente.

Exercício 4 – Determinação de Preços numa Economia de

Mercado

Frutos Peixe

Rollingstones - 1kg de frutos ↔ libertação de

80 minutos de tempo

+ 80 minutos de tempo a

recolher peixe ↔ + 2kg de peixe

Flinstones + 1kg de frutos ↔ + 30 minutos

de tempo a recolher frutos

- 30 minutos de tempo a recolher

peixe ↔ - 1,5kg de peixe

Produção total da Economia

(Flinstones+Rollingnstones)Quantidade total de frutos

recolhida não se altera

Quantidade total de peixe

recolhido aumenta 0,5kg

Partindo de um determinado cabaz de produção, uma diminuição da quantidade de frutos

recolhida pelos Rollingstones, compensada por idêntico aumento de recolha de frutos por parte

dos Flinstones, resulta no aumento da quantidade de peixe disponível, sem que a quantidade

de frutos recolhida se tenha alterado;

P

36

F24

FPP dos Flinstones

20 x P + 30 x F = 720 ↔

↔ P = 36 – 1,5 x F

P

18

F9

FPP dos Rollingstones

40 x P + 80 x F = 720 ↔

↔ P = 18 – 2 x F

3324

18

P

54

F

FPP dos Flinstones +

Rollingstones

Exercício 4 – Determinação de Preços numa Economia de

Mercado

Em termos de análise positiva, os Flinstones e os Rollingstones especializar-se-ão na recolha de

frutos e de peixe, respectivamente.

Exercício 4 – Determinação de Preços numa Economia de

Mercado

P

36

F24

Problema dos Flinstones P

18

F9

Problema dos Rollingstones

Ou seja, o padrão de especialização que resulta de uma economia de mercado, com

comércio livre entre as duas famílias, coincide com o padrão de especialização que resulta da

análise normativa.

O preço relativo da fruta será superior a 1,5 (i.e., custo de oportunidade da fruta dos

Flinstones) e inferior a 2 (i.e., custo de oportunidade da fruta dos Rollingstones).

Uma alteração de recursos ou número de horas de trabalho disponíveis, por parte dos Flinstones,

não altera os padrões de especialização e de troca identificados.

Exercício 4 – Determinação de Preços numa Economia de

Mercado

De facto, estes padrões são determinados em função das vantagens comparativas, e estas, por sua vez,

resultam da comparação dos custos de oportunidade suportados pelas duas famílias, os quais não dependem

da quantidade de recursos disponíveis mas antes dos coeficientes técnicos (ou tecnologia) da economia.

Se a alteração no coeficientes técnico associado à recolha de peixe, por parte dos Flinstones,

for significativa, ao ponto de alterar a relação entre os custos de oportunidade dos Flinstones e dos

Rollingstones, então esta alteração tecnológica terá implicações sobre os padrões de

especialização e de troca.

Por exemplo, se os Flinstones passarem a recolher um kg de peixe em menos de 15 minutos – ou seja, o

coeficiente técnico associado à recolha de peixe, por parte dos Flinstones, passa a ser inferior a 15 –, então o

custo de oportunidade dos Flinstones associado à recolha de fruta passará a ser superior a 2 (i.e., superior ao

custo de oportunidade de recolha de frutos dos Rollingstones) e, nestes termos, as famílias dos Flinstones e

dos Rollingstones especializar-se-iam na recolha de peixe e de frutos, respectivamente, invertendo os padrões

de especialização e de troca que foram identificados nas alíneas anteriores.

Qualquer outra alteração no coeficiente técnico associado à recolha de peixe, por parte dos Flinstones – i.e.,

se este coeficiente técnico assumisse qualquer valor superior a 15 –, não teria implicações sobre os padrões

de especialização e de troca que foram identificados nas alíneas anteriores.

O casamento da filha mais velha dos Flinstones com o filho mais velho dos Rollingstones, e a

consequente transferência de tecnologia (ou segredos de pesca e recolha de frutos dos

Flinstones) para os Rollingstones, altera a matriz de coeficientes técnicos da economia:

Exercício 4 – Determinação de Preços numa Economia de

Mercado

Peixe Frutos

Flinstones 20 min. 30 min.

Rollingstones 20 min. 30 min.

Assumindo, como simplificação, que, do casamento, não resulta qualquer alteração na

quantidade de recursos disponíveis para cada uma das famílias, mas tão somente uma

alteração nos coeficientes técnicos dos Rollingstones, a Fronteira de Possibilidade de Produção

dos Rollingstones expande-se (já a FPP dos Flinstones não se altera).

P

36

F24

FPP dos Flinstones

20 x P + 30 x F = 720 ↔

↔ P = 36 – 1,5 x F

24

36

P

18

F9

FPP dos Rollingstones

20 x P + 30 x F = 720 ↔

↔ P = 36 – 1,5 x F

No modelo Ricardiano de troca, as trocas entre agentes económicos e, consequentemente, os

ganhos de especialização e de troca, apenas existem quando os diferentes agentes têm

acesso a tecnologias e custos de oportunidade distintos. Assim, em resultado da transferência

para os Rollingstones dos segredos associados à tecnologia de recolha de frutos e peixe dos

Flinstones, deixa de haver trocas entre estes dois agentes económicos e, consequentemente, o

espaço de possibilidades de consumo de cada família passa a coincidir com o respectivo

espaço de possibilidades de produção.

Exercício 4 – Determinação de Preços numa Economia de

Mercado

24

36

P

18

F9

Espaço de Possibilidades de

Consumo dos Rollingstones

Em termos de bem-estar, há uma expansão do espaço de possibilidades de consumo dos

Rollingstones e, consequentemente, um aumento do bem-estar desta família.

Já relativamente aos Flinstones, o seu espaço de possibilidades de consumo contrai-se, deixando

de ser delimitado pela recta de preços e passando a coincidir com o espaço delimitado pela

respectiva FPP. Nestes termos, e face à contracção do espaço de possibilidades de consumo dos

Flinstones, o seu bem-estar diminui em resultado do casamento.

Exercício 4 – Determinação de Preços numa Economia de

Mercado

P

36

F24

Espaço de Possibilidades de

Consumo dos Flinstones

O pagamento de dote de casamento, por parte dos Rollingstones aos Flinstones, poderia fazer

aumentar o bem-estar de cada uma das famílias.

A transferência de tecnologia, ao permitir aos Rollingstones uma maior possibilidade de recolha de

fruta e peixe com a mesma quantidade de recursos, traduz-se no aumento das possibilidades de

produção conjunta das duas famílias. Ora, ao aumentar-se a “dimensão do bolo”, será possível,

através de um determinado dote de casamento a pagar pelos Rollingstones aos Flinstones, proceder

a uma “divisão do bolo” que resulte em maiores níveis de consumo e de bem-estar por parte de

cada uma das famílias.

Economia com dois agentes económicos (Ilha das Tartarugas e Ilha das Conchas), dois bens

(Bananas e Peixe) e um factor produtivo (Trabalho). A tecnologia é representada pela seguinte

matriz de coeficientes técnicos:

Exercício 5 – Impacto dos custos de transporte

Bananas Peixe

Ilha das Tartarugas 8 4

Ilha dos Papagaios 16 4

Da comparação dos custos de oportunidade, conclui-se que a ilha das tartarugas tem um custo

de oportunidade de recolha de bananas (igual a 2) mais baixo do que o da ilha dos Papagaios

(igual a 4), pelo que a ilha das Tartarugas e a ilha dos Papagaios apresentam vantagem

comparativa na recolha de Bananas e de Peixe, respectivamente.

P

B

Ilha das Tartarugas P

B

Ilha dos Papagaios

Exercício 5 – Impacto dos custos de transporte

Já a vizinha ilha das iguanas tem um custo de oportunidade associado à recolha de bananas igual

ao da ilha das tartarugas (i.e., igual a 2), apesar de apresentar coeficientes técnicos distintos.

Atendendo a que os custos de oportunidade da ilha das tartarugas e da ilha das iguanas são

idênticos, não haverá qualquer ganho associado às trocas entre esas duas ilhas;

Assim, recomendaria que a ilha das tartarugas escolhesse a ilha dos papagaios para parceiro

comercial.

Ou seja, as trocas entre dois países ou agentes económicos geram ganhos de troca e de

especialização, na estrita medida em que existem diferenças (em termos de recursos,

capacidades ou tecnologias, interesses ou preferências) entre os referidos países ou agentes

económicos.

Qual o impacto dos custos de transporte – reflectidos na perda de metade da carga em cada

viagem, devido às fortes correntes de inverno –, nas trocas entre a ilha das tartarugas e a ilha dos

papagaios?

Exercício 5 – Impacto dos custos de transporte

Peixe Bananas

Ilha das Tartarugas - 1kg de peixe ↔ libertação de 4

trabalhadores

+ 4 trabalhadores ↔ + 0,5kg de

bananas

Ilha dos Papagaios + 1kg de peixe ↔ + 4

trabalhadores

- 4 trabalhadores ↔ - 0,25kg de

bananas

Custo de Transporte + 0,5kg de peixe + 0,25kg de bananas

Produção total menos

custos de transporte- 0,5kg de peixe + 0 kg de bananas

Os ganhos de troca são anulados pelos custos de transporte (i.e., pela perda de carga

motivada pelas fortes correntes), pelo que as trocas não se justificam no inverno.

O conceito de Benefício Marginal mede o acréscimo de benefício que resulta da utilização de

mais uma hora na preparação do caso em causa.

Exercício 8 – Conceitos de Benefício Marginal e de Custo

Marginal

Horas de Preparação Caso I Caso II Caso III

Benefício

Total

Benefício

Marginal

Benefício

Total

Benefício

Marginal

Benefício

Total

Benefício

Marginal

0 100 --- 0 --- 0 ---

1 120 20 40 40 70 70

2 130 10 70 30 120 50

3 135 5 90 20 150 30

4 137 2 105 15 175 25

5 138 1 115 10 195 20

6 138 0 120 5 210 15

7 136 -2 127 7 220 10

8 132 -4 128 1 228 8

9 125 -7 128 0 232 4

10 110 -15 127 -1 233 1

O custo de oportunidade é definido como sendo o valor da melhor alternativa sacrificada quando

fazemos uma determinada opção.

Exercício 8 – Conceitos de Benefício Marginal e de Custo

Marginal

Neste caso, o jovem advogado deverá, em alternativa, reduzir em uma hora o tempo de

preparação do caso I ou do caso II, se pretender afectar uma hora adicional à preparação do caso

III – tal acontece porque os recursos são limitados e, consequentemente, o reforço dos recursos

afectos a uma das opções obrigará a reduzir os recursos aplicados numa das outras opções.

Neste caso, o jovem advogado deverá sacrificar uma hora na preparação do caso I, porque esta é

a alternativa que apresenta um benefício marginal mais reduzido.

O custo de oportunidade associado a gastar uma hora adicional na preparação do 3º caso, face

à afectação inicial de tempos de preparação dos vários julgamentos que se encontravam previstas,

é igual a 1, ou seja, corresponde ao benefício marginal da alternativa “sacrificada”.

Na medida em que o benefício marginal é superior ao custo de oportunidade, então será

benéfico, para o jovem advogado, afectar a 5º hora de trabalho na preparação do caso III e, nesta

medida, a afectação de tempos de preparação que foi proposta inicialmente não será a mais

adequada ou eficiente.

Em resultado das reafectações de tempos de preparação, o jovem advogado aplicará 2 horas na

preparação do 1º caso, 5 horas na preparação do 2º caso e 7 horas na preparação do 3º

caso.

Exercício 8 – Conceitos de Benefício Marginal e de Custo

Marginal

Neste cenário, o benefício marginal da última hora aplicada é igual a 10, para qualquer um

dos casos em julgamento, pelo que será esta a afectação óptima dos tempos de preparação do

jovem advogado.

Ou seja, na afectação óptima dos tempos de preparação:

Benefício Marginal dos vários casos deve ser semelhante; ou, de forma equivalente,

Benefício Marginal de um determinado caso = Custo Marginal desse mesmo caso.

Outras aplicações do mesmo princípio económico:

O consumidor deverá reafectar as suas despesas entre dois bens se a Utilidade Marginal de

um daqueles bens (ajustada pelo respectivo preço) for superior à Utilidade Marginal do outro

bem (ajustada pelo respectivo preço), transferindo despesa do 2º para o 1º bem;

A afectação óptima das despesas do consumidor é aquela que torna a Utilidade

Marginal (ajustada pelo preço do bem) igual para todos os bens de consumo.

Exercício 8 – Conceitos de Benefício Marginal e de Custo

Marginal

Reafectar a produção entre duas fábricas, por forma a transferir produção da fábrica com

maior Custo Marginal de produção para a fábrica com menor Custo Marginal de produção;

Na afectação óptima, a produção deve ser reafectada entre as duas fábricas por

forma as que estas apresentem o mesmo Custo Marginal.

Devo aumentar a produção enquanto a Receita Marginal for superior ao Custo Marginal;

A quantidade óptima a produzir e a comercializar, por um qualquer produtor, é aquela

que torna a Receita Marginal igual ao Custo Marginal.

Modelo de Procura e Oferta – importância de perceber os

factores que determinam os preços

Análise de preços na operação de concentração Sonaecom/PT:

Operação implica, de certa forma, a reversão à estrutura de mercado duopolista existente até

à entrada da Optimus no mercado (1998);

Como Advogado, como argumentaria no sentido de defender que os preços não voltariam a

subir para os níveis verificados antes da entrada da Optimus no mercado?

Relevância do Modelo de Procura e Oferta para compreender a forma como alterações nos

custos da tecnologia se reflectem no preço de mercado.

Modelo de Procura e Oferta – conceitos de Preços de

Reserva, Preços de Mercado e Ganhos de Troca

XP

XC

Q*

P*

Preço de Reserva do Vendedor

Preço de Reserva do Comprador

Excedente Total

Excedente do Comprador

Excedente do Vendedor

Preço de Reserva do Vendedor (€ 6900)

Preço de Reserva do Comprador (€ 9000)

Preço de Mercado

Exercício 10 (Estática Comparada)

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

S

Aumento da população na sequência de um fluxo migratório

P

P1

P2

QQ1 Q2

D

S2

S1

Diminuição do preço da energia utilizada pelo produtor

Exercício 10 (Estática Comparada)

P

P1

P2

QQ1Q2

D2

D1

S

Diminuição do rendimento disponível dos consumidores

P

P1

P2

QQ1Q2

D

S1

S2

Mau ano agrícola devido a condições climatéricas

Exercício 10 (Estática Comparada)

P

P1

P2

QQ1 Q2

D

S2

S1

Melhorias nos processos produtivos devido a progresso tecnológico

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

S

Aumento do preço de um bem substituto

Exercício 10 (Estática Comparada)

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

S

Diminuição do preço de um bem complementar

P

P1

P2

QQ1Q2

D2

D1

S

Criação de expectativas de crise económica

Exercício 11 – Mercado de Computadores

P

P1

P2

QQ1 Q2

D

S2

S1

Descida do preço dos microchips

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

S

Redução do tarifário de acesso à internet de banda larga

Exercício 12 – Efeitos de uma Extensão de Garantia

Q2

D2

P

P2

P1

QQ1

D1

S1

S2

Q2

D2

P

P2

P1

QQ1

D1

S1S2

D2

P

P2

P1

QQ

D1

S1

S2

Exercício 13 – Quantificação dos Efeitos de uma Extensão

de Garantia

Q2

D2

P

P2

P1

QQ1

D1

S1S2

Probabilidade de avaria

ocorrer no 2º ano x custo do

arranjo = 0,2 x 100 = 20

Probabilidade de

avaria ocorrer no 2º

ano x custo do arranjo

= 0,2 x 50 = 10

O preço de equilíbrio aumentará num valor compreendido entre 10 e 20.

Exercício 14 – preços de reserva dos consumidores

marginais vs consumidores infra-marginais

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

S

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

S

Serão os preços de reserva dos consumidores marginais, assim como a forma como estes

reagem a alterações na qualidade do bem, a determinar os preços de equilíbrio do mercado.

O bem-estar dos produtores aumenta nos dois cenários alternativos.

No 2º cenário, o bem-estar dos consumidores poderá diminuir, dado que o acréscimo do preço

de reserva de alguns dos consumidores infra-marginais é inferior ao acréscimo de preço de

equilíbrio. No 1º cenário, o bem-estar dos consumidores aumenta.

Exercício 16 – Intervenção do Estado no sistema de preços

As obras na auto-estrada reduzem a capacidade da mesma, o que se traduz numa contracção da oferta e,

consequentemente, num aumento do preço de equilíbrio.

P3

Q2

P

P1

P2

QQ1Q2

S1S2

D

Excesso de Procura

Mercado de viagens em auto-estrada

Ao obrigar as concessionárias a reduzir o preço em períodos de obras, através de descontos nas

portagens, a legislação em causa dá origem a um excesso de procura (i.e., congestionamento na auto-

estrada). Quais as consequências ao nível do bem-estar?

Exercício 16 – Intervenção do Estado no sistema de preços

Face à expansão da procura de materiais de construção, em resposta à necessidade de reconstrução das

habitações devastadas pelo furacão, o preço de equilíbrio tenderia a aumentar (o que seria acompanhado

por um aumento da quantidade oferecida – movimento ao longo da curva de oferta –, em resultado,

nomeadamente, de um aumento da produção de materiais de construção e/ou aumento da “importação”

de materiais de construção de outros Estados ou Países que não tenham sido afectados pelo furacão).

D2D1

Q2

P

P1

P2

QQ3Q1

S

Excesso de Procura

Mercado de materiais de construção civil

A fixação de um preço máximo, com o intuito de evitar a especulação, resulta num excesso de procura e

tem consequências ao nível do bem-estar. Quais as consequências ao nível do bem-estar?

Exercício 17 – Mercado de Máquinas de Café

Q2

D2

P

P2

P1

QQ1

D1 S

Redução da quantidade de café por bica, sem alterar a qualidade da mesma

Q2

D2

P

P2

P1

QQ1

D1

S1

S2

Diminuição dos custos marginais de produção das máquinas de café

O aumento do preço de reserva do consumidor é igual ao valor monetário da poupança de café

permitido pelo novo modelo de máquina, face ao modelo antigo, durante a sua vida útil (i.e., preço do

café x poupança de café por bica x número de bicas produzidas por uma máquina de café ao longo da

sua vida útil). O bem-estar dos consumidores e dos produtores aumenta.

Exercício 18 – Mercado de Computadores

P

P1

P2

QQ1 Q2

D

S2

S1

Diminuição de preços terá resultado do progresso tecnológico

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

S

Impacto do crescimento de utilização da internet

Exercício 19 – Mercado das ligações aéreas

P

P2

P1

QQ2 Q1

D2

D1

S

Diminuição do preço de um bem substituto do Avião

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

S

Voos inter-continentais “alimentam” os voos entre as duas cidades europeias

Exercício 19 – Mercado das ligações aéreas

∆XP >0*

∆XC >0 e

∆XP <0∆XC >0

CMg

P

P2

P1

QQ2Q1

S2S1

D

* No caso de se criar o mercado de slots, parte

deste ganho será transferido para as companhias

que vendem os slots (i.e., será o preço dos slots).

A alteração da regra administrativa de atribuição de slots ou a criação de um mercado

secundário de slots aumenta o número de slots efectivamente utilizados (em aeroportos

anteriormente congestionados), traduzindo-se, assim, na expansão da oferta de voos e no

aumento da eficiência de economia.

A alteração proposta elimina dois tipos de ineficiência que resultavam da regra anterior: (i)

Slots que não eram totalmente utilizados (sem que a companhia aérea em causa o perdesse a

favor de uma outra companhia que o pretendesse utilizar); (ii) slot poderá ter sido utilizado em voos

pouco valorizados, quando, ao mesmo tempo, outras companhias deixaram de realizar voos muito

valorizados, por falta de slots disponíveis.

O Preço de Reserva da Maria, ao negociar a venda do carro com o António, corresponde

ao valor da “melhor alternativa sacrificada” ou custo de oportunidade associado a esta

opção.

Exercício 20 – Quantificação dos Preços de Reserva

A “melhor alternativa sacrificada” pela Maria, ao vender o carro ao António, corresponde

à proposta do stand que propôs a aquisição do carro por 6.900 euros.

Assim, o preço mínimo que a Maria exige para vender o seu carro ao António corresponde

a, pelo menos, 6.900 euros.

Já no caso do António, este tem várias alternativas à aquisição do carro da Maria, que não

são directamente comparáveis, sem antes exigirem a avaliação de trade-offs entre os

vários critérios de escolha relevantes para o António.

Para resolver este problema de escolha do António, e os respectivos trade-offs que resultam

de se estar na presença de um problema de escolha com múltiplos critérios, iremos

recorrer à metodologia que foi apresentada no exercício 9 do Caderno de Exercícios.

Aconselharia à Maria a revelar informações sobre o seu preço de reserva? Qual o preço

que o António ofereceria se conhecesse o preço de reserva da Maria (e sabendo que esta

terá de vender o carro em 5 dias)? Gestão de informação / percepções e trade-off criação

de valor / distribuição de valor.

Em alternativa a adquirir o carro à Maria, o António pode adquirir um dos automóveis que

encontrou em 3 stands distintos.

Exercício 20 – Quantificação dos Preços de Reserva

Critérios Automóvel

do 1º Stand

Automóvel

do 2º Stand

Automóvel

do 3º Stand

Idade do Automóvel 6 7 6

Quilometragem do Automóvel 40.000 kms 70.000 kms 70.000 kms

Preço do Automóvel € 11.500 € 6.750 € 6.500

O automóvel do 2º Stand é estritamente dominado pelo automóvel do 3º stand; o problema do

António poderá ser simplificado eliminando a alternativa estritamente dominada.

Critérios Automóvel

do 1º Stand

Automóvel

do 3º Stand

Quilometragem do Automóvel 40.000 kms 70.000 kms

Preço do Automóvel € 11.500 € 6.500

Atendendo a que os dois automóveis “restantes” apresentam a mesma idade, o problema de

escolha do António poderá ser simplificado, em resultado da eliminação do critério da idade.

Nesta fase do problema, terá de se proceder a trade-offs entre os dois objectivos restantes, os

quais apenas poderão ser feitos pelo António por envolverem uma avaliação subjectiva. Nestes

termos, não se consegue determinar qual a “melhor alternativa sacrificada” pelo António, quanto

este decide adquirir o automóvel da Maria e, consequentemente, também não se consegue

determinar o seu preço de reserva.

Exercício 20 – Quantificação dos Preços de Reserva

Critérios Automóvel

do 1º Stand

Hipotético automóvel

alternativo ao do 3º Stand

Quilometragem

do Automóvel

40.000 kms 40.000 kms

Preço do

Automóvel

€ 11.500 € 12.000

Conclui-se que o António prefere o automóvel proposto pelo 1º Stand. Ou seja, a “melhor

alternativa sacrificada” pelo António, se este adquirir o carro da Maria, é o automóvel proposto

pelo 1º Stand.

Para podermos concluir o exercício, iremos fazer algumas hipóteses adicionais. Suponha que, na

perspectiva do António, ele estaria indiferente entre adquirir o automóvel proposto pelo 3º Stand,

ou adquirir um automóvel alternativo, com menos 30.000 kms e com um preço de 12.000 euros.

Nestes termos, o problema do António passaria a ser o seguinte:

Tendo-se determinado a “melhor alternativa sacrificada”, importa agora determinar o preço

máximo que o António está disposto a pagar pelo automóvel da Maria (isto é, o seu preço de

reserva). Ora, o problema do António passa por comparar as características (em termos de preço,

idade e quilometragem) do carro da Maria, com as características do automóvel que corresponde à

“melhor alternativa sacrificada”.

Exercício 20 – Quantificação dos Preços de Reserva

Critérios Automóvel

da Maria

Automóvel

do 1º Stand

Idade do Automóvel 6 6

Quilometragem do Automóvel 60.000 kms 40.000 kms

Preço do Automóvel Preço? € 11.500

O critério “idade do automóvel” pode ser eliminado do problema, uma vez que a carro da Maria e o

carro correspondente à “melhor alternativa sacrificada” apresentam a mesma idade.

Critérios Automóvel

da Maria

Automóvel

do 1º Stand

Quilometragem do Automóvel 60.000 kms 40.000 kms

Preço do Automóvel Preço? € 11.500

Para determinar o preço de reserva que o António atribui ao automóvel da Maria, este teria de

determinar o preço que o deixaria indiferente entre a aquisição do automóvel da Maria e a

aquisição do automóvel correspondente à “melhor alternativa sacrificada”.

Exercício 20 – Quantificação dos Preços de Reserva

Tal preço apresentará um valor subjectivo, que apenas o António poderia determinar.

Naturalmente, teria de ser um preço inferior a 11.500 euros, uma vez que a “melhor alternativa

sacrificada” tem menor quilometragem do que o automóvel da Maria.

Assuma-se, por exemplo, que o António estaria indiferente entre adquirir o Automóvel da Maria e o

automóvel correspondente à “melhor alternativa sacrificada”, se o carro da Maria apresentasse um

preço de 8.000 euros. Nesse caso, o preço de reserva do António seria igual a 8.000 euros, sendo

este o preço máximo que ele estaria disposto a pagar pelo automóvel da Maria.

Sendo os preços de reserva da Maria e do António iguais a 6.900 euros e 8.000 euros,

respectivamente, então os ganhos de troca que resultariam da compra, pelo António, do carro da

Maria, seriam iguais a 1.100 euros, ou seja, a diferença entre o preço de reserva do comprador

e o preço de reserva do vendedor.

Exercício 20 – Quantificação dos Preços de Reserva

Excedente Total

Excedente do Comprador

Excedente do Vendedor

Preço de Reserva do Vendedor (€ 6900)

Preço de Reserva do Comprador (€ 8000)

Preço de Mercado

A forma como estes ganhos de troca seriam divididos entre o António e a Maria, dependeria do

preço de mercado que fosse fixado para o carro, não sendo possível, no presente cenário,

determinar este preço (dependeria da maior ou menor capacidade negocial e poder de persuasão

de cada uma das partes, bem como da informação e percepções que cada um dos agentes teria

sobre o preço de reserva do outro agente). Apenas se poderá concluir que seria um preço entre

6.900 euros e 8.000 euros, isto é, entre o preço de reserva do vendedor e o preço de reserva do

comprador.

As trocas entre agentes económicos são a principal fonte de criação de valor, numa

economia de mercado. De facto, sendo as trocas entre agentes económicos realizadas de forma

voluntária, as mesmas apenas ocorrem na exacta medida em que são mutuamente vantajosas

para todas as partes envolvidas na transacção, e, consequentemente, são criadoras de valor.

Criação e Distribuição de Valor

Exemplificando, suponha que a Maria tem um automóvel para vender, ao qual atribui uma

valorização ou preço de reserva igual a 10.000€. Já o António pretende adquirir um automóvel

com as características do automóvel da Maria, sendo o seu preço de reserva igual a 12.000€.

Neste cenário, a venda do automóvel da Maria ao António resultaria na criação de um valor igual

a 2.000€, correspondendo à diferença entre as valorizações ou preços de reserva que cada

um daqueles agentes económicos atribui ao bem em causa.

A forma como o valor criado seria distribuído entre os dois agentes económicos envolvidos na

transacção dependeria do preço de venda do automóvel, devendo este preço ser inferior ao preço

de reserva do comprador e superior ao preço de reserva do vendedor.

Ou seja, uma determinada transacção apenas ocorrerá se o bem em causa for mais valorizado

pelo comprador do que pelo vendedor.

Criação e Distribuição de Valor

A diferença entre o preço de reserva do comprador e o preço de reserva do vendedor será o

Excedente Total, correspondendo ao valor criado com a transacção.

A forma como o valor criado é distribuído pelas partes envolvidas na transacção é determinado

pelo preço a que o bem será transaccionado.

O Excedente do Comprador corresponde à parcela do valor criado que é apropriada por este

agente económico, sendo medida pela diferença entre o respectivo preço de reserva e o preço de

mercado.

O Excedente do Vendedor corresponde à parcela do valor criado que é apropriada por este

agente económico, sendo medida pela diferença entre o preço de mercado e o respectivo preço de

reserva.

Ilustrando, de forma genérica, a criação e distribuição de valor que resulta de uma transacção entre

agentes económicos:

Excedente Total

Excedente do Comprador

Excedente do Vendedor

Preço de Reserva do Vendedor

Preço de Reserva do Comprador

Preço de Mercado

Criação e Distribuição de Valor

XP

XC

Q*

P*

Preço de Reserva do Vendedor

Preço de Reserva do Comprador

Estes conceitos de Excedente do Consumidor e de Excedente do Produtor podem ser

identificados a partir do Modelo de Procura e Oferta.

Em determinadas circunstâncias, a transacção poderá não se realizar, ainda que o preço de

reserva do comprador seja superior ao preço de reserva do vendedor, estando-se, nestes casos,

na presença de uma falha de mercado;

Informação assimétrica e selecção adversa;

Monopólios e Poder de Mercado;

Gestão estratégica da informação / percepções e trade-off criação de valor / distribuição de

valor.

Diferenças ao nível das dotações de recursos, tecnologias e preferências dos agentes

económicos (vd. Modelo Ricardiano de Troca);

Fontes de Criação de Valor

Diferenças ao nível das valorizações relativas ou preços de reserva dos agentes económicos (vd.

Modelo de Procura e Oferta);

Diferentes expectativas dos agentes económicos relativamente a determinados eventos;

Diferentes comportamentos ou preferências dos agentes económicos perante o risco (vd.

Modelo de Escolha em contexto de Incerteza e Aversão ao Risco);

Diferentes taxas de desconto inter-temporal ou preferências dos agentes económicos perante o

tempo (vd. capitalização e actualização de fluxos monetários);

A Criação de Valor é potenciada pelas diferenças entre os agentes económicos envolvidos.

Ou seja, numa determinada negociação, aquilo que frequentemente leva os agentes

envolvidos a chegar a um acordo são precisamente as diferenças entre estes agentes (ao nível

dos recursos, tecnologias, preços de reserva, etc).

Aproveitamento das Economias de Escala e Economias de Gama (vd. Teoria do Produtor);

Redução dos Custos de Transacção e Comportamentos Oportunisticos ex-post.

Exercício 21 – Mercado de Produtos Agrícolas

Produtos necessários e com poucos substitutos tendem a ter uma procura rígida (o consumidor não

pode diminuir “significativamente” o consumo destes produtos, em resposta a um aumento de preços – ex.

procura de combustíveis, tabaco, produtos agrícolas, medicamentos, viagens de transporte público, etc.)

Nestes casos, uma contracção da oferta traduz-se no aumento da receita dos produtores.

Perda de Receita

Ganho de Receita

P

P1

P2

QQ1Q2

S1S2

D

Perda de Receita

Ganho de Receita

P

P1

P2

QQ1Q2

S1

S2

D

A necessidade de compensar os agricultores, em anos de más condições meteorológicas, depende da

elasticidade da procura de produtos agrícolas. Depende igualmente de estarmos num cenário de trocas

comerciais entre diferentes regiões, sendo estas afectadas por condições meteorológicas distintas.

Exercício 22 – Elasticidade da Procura

Neste caso, deve-se distinguir entre a procura de tabaco (em geral) e a procura dirigida à marca de

tabaco em causa / empresa XPTO.

Procura de Tabaco da marca XPTO

P

Q

Procura de Tabaco

A procura de tabaco tenda a ser uma procura rígida – alterações no preço do tabaco não tem um

impacto significativo sobre a quantidade procurada de tabaco, na medida em que estamos na presença

de um produto que se torna necessário (após criar habituação) e que tem poucos/nenhuns

substitutos.

A procura de tabaco da marca XPTO é menos inclinada do que a procura de tabaco (na medida em que

os tabacos das outras marcas são produtos substitutos do tabaco da marca XPTO.

Ou seja, se o preço de tabaco da marca XPTO aumentar, sem que aumente o preço das outras marcas

de tabaco, há uma diminuição “significativa” do consumo do tabaco da marca XPTO, em resultado do

desvio de consumidores que passam a consumir tabaco de outras marcas.

Exercício 23 – Elasticidade da Procura e Receita dos Produtores

A procura de transportes públicos tende a ser uma procura rígida (procura muito inclinada), por se

tratar de um bem necessário e com poucos substitutos relevantes. A procura de teatro tende a ser

elástica (procura pouco inclinada), por se tratar de um bem não necessário e com muitos substitutos

(ex. cinema, televisão, jogos de futebol, leitura, etc).

Perda de Receita

Ganho de Receita

P

P2

P1

QQ1 Q2

Procura de Teatro

Perda de

Receita

Ganho de Receita

P

P1

P2

QQ1Q2

Procura de Transportes

Públicos

No caso de mercados com procura rígida, a receita do produtor aumenta em resultado do aumento do

preço. No caso de mercados com procura elástica, a receita do produtor aumenta em resultado da

diminuição de preço.

Nestes termos, sugere-se o aumento do preço dos transportes públicos (bem com procura rígida ou

muito inclinada), e a diminuição do preço do teatro (bem com procura elástica ou pouco inclinada).

A elasticidade da procura relaciona a variação percentual na quantidade consumida com a variação

percentual do preço, ao longo da curva de procura (i.e., ∆%Q/∆%P).

Uma elasticidade da procura (de teatro) igual a 1,5 é interpretada da seguinte forma:

∆%Q/∆%P=1,5↔∆%Q=1,5∆%P.

Ou seja, face a um aumento do preço do teatro em 10%, a quantidade procurada diminui 15% (i.e.,

1,5 vezes o aumento percentual de preços).

Mercado de Transp. Públicos Preço Quantidade Receita

Situação Inicial € 1 10.000 € 10.000

Situação Final € 1,1 9.500 € 10.450

Mercado de Teatro Preço Quantidade Receita

Situação Inicial € 20 200 € 4.000

Situação Final € 22 170 € 3.740

Uma elasticidade da procura (de transportes públicos) igual a 0,5 é interpretada da seguinte forma:

∆%Q/∆%P=0,5↔∆%Q=0,5∆%P.

Ou seja, face a um aumento do preço dos transportes públicos em 10%, a quantidade procurada

diminui 5% (i.e., 0,5 vezes o aumento percentual de preços).

Exercício 23 – Elasticidade da Procura e Receita dos Produtores

Exercício 24 – Elasticidade directa vs Elasticidade Cruzada

A redução de portagens na A8 resulta em 3 efeitos: (i) efeito de desvio de tráfego da A1 para a A8; (ii)

efeito de desvio de tráfego de outras vias para a A8; (iii) efeito de geração de novas viagens.

O exercício apresenta o conceito de elasticidade cruzada entre as auto-estradas A1 e A8, que

permite quantificar o primeiro daqueles efeitos.

Ou seja, face a uma diminuição do preço da A8 em cerca de 10%, assistir-se-ia a uma redução do

tráfego da A1 em cerca de 7%, o qual seria desviado para a auto-estrada cujo preço diminuiu;

Ora, 7% do actual tráfego da A1 corresponde a 140 mil veículos/km (i.e., 7% de 2 milhões de

veículos/km que actualmente circulam na A1). Estes 140 mil veículos/km adicionais que se

transfeririam da A1 para a A8 corresponderiam a 10% do actual tráfego da A8.

Para além do tráfego que se transfere da A1 para a A8, em resultado da diminuição das portagens da

A8, deverá ainda somar-se o efeito de desvio de tráfego de outras vias (que não a A1) para a A8 e o

efeito de geração de novas viagens;

Somando os três efeitos, conclui-se que uma diminuição das portagens da A8 em 10% resultaria

num crescimento de tráfego nesta auto-estrada superior a 10%, pelo que a elasticidade da

procura dirigida à A8 seria superior a 1 (ou seja, estaríamos perante uma procura elástica);

Estando-se perante uma procura elástica, conclui-se que a diminuição da portagem da A8

resultaria no aumento da receita total da concessionária desta auto-estrada. Nestes termos,

propor-se-ia a diminuição da portagem da auto-estrada A8.

Exercício 25 – Mercado de Electricidade

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

S

Inverno rigoroso ao nível das temperaturas

P

P1

P2

QQ1Q2

D

S1

S2

Diminuição dos níveis de pluviosidade

Exercício 25 – Mercado de Electricidade

P

P2

P1

QQ2Q1

D

S2

S1

Acordo com Espanha para a gestão do caudal do rio Douro

P

P1

P2

QQ1Q2

D

S1

S2

Aumento das taxas de utilização da Rede Eléctrica Nacional

Exercício 25 – Mercado de Electricidade

Q2

D1

P

P2

P1

QQ1

D2

S2S1

Diminuição do preço do gás natural

Q2

D1

P

P2

P1

QQ1

D2

S2

S1

Diminuição do preço do gás natural

O gás natural tem dois tipos de utilização:

(i) é um produto substituto da electricidade, para o consumidor final, e, nestes termos, está-se

perante uma diminuição do preço de um bem substituto da electricidade, o que se reflecte no

deslocamento da curva de procura de electricidade;

(ii) é transformado em electricidade nas centrais de ciclo combinado, e, nestes termos, está-se

perante uma diminuição dos custos marginais de produção de electricidade, o que se reflecte

no deslocamento da curva de oferta de electricidade.

Exercício 25 – Mercado de Electricidade

No caso da procura ser elástica, uma diminuição do preço traduz-se num aumento da receita. Já no caso

da procura ser rígida, uma diminuição do preço da electricidade traduz-se numa diminuição da receita.

Perda de Receita

Ganho de Receita

P

P2

P1

QQ1 Q2

Procura Elástica

P2

Ganho de

Receita

Perda de Receita

P

P1

QQ1 Q2

Procura Rigida

Exercício 26 – Mercado de Viagens Aéreas entre Lisboa e o

Rio de Janeiro

Igualando a procura à oferta, obtêm-se a

quantidade de equilíbrio:

100 – Q = 20 + Q ↔ 2 Q = 80 ↔ Q* = 40

P

60

Q40

D

S

Por substituição daquela quantidade na curva

de procura ou na curva de oferta, determina-

se o preço de equilíbrio:

P* = 100 – Q* = 100 – 40 = 60

P* = 20 + Q* = 20 + 40 = 60

Exercício 26 – Mercado de Viagens Aéreas entre Lisboa e o

Rio de Janeiro

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

S

Programa de Passageiro Frequente sem impacto nos custos marginais da

Companhia Aérea

S2

S1

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

Programa de Passageiro Frequente com impacto nos custos marginais da

Companhia Aérea

Exercício 26 – Mercado de Viagens Aéreas

P

P1

QQ2 Q1

D2

D1

S

P2

Voos de longo curso (Lisboa / Rio de Janeiro)

S2

S1

P

P1

P2

QQ1Q2

D

Voos de curto curso (Lisboa / Porto)

As restrições à capacidade do aeroporto de Lisboa, ao restringirem a oferta de voos entre Lisboa e Porto,

aumentam os preços deste tipo de ligações e restringem a respectiva quantidade de equilíbrio.

Sendo as ligações entre Lisboa e o Rio de Janeiro complementares das ligações entre Lisboa e o

Porto, o aumento do preço das ligações entre Lisboa e o Porto terá, como efeito no mercado das ligações

entre Lisboa e o Rio de Janeiro, uma contracção da curva de procura e, consequentemente, uma

diminuição do preço e da quantidade de equilíbrio neste mercado dos voos de longo curso entre Lisboa e

o Rio de Janeiro.

Exercício 26 – Mercado de Viagens Aéreas

P

P1

QQ2 Q1

D2

D1

S

P2

Voos de longo curso (Lisboa / Rio de Janeiro)

Os voos Porto / Rio de Janeiro são substitutos dos voos Lisboa / Rio de Janeiro, pelo que a

criação de voos directos Porto / Rio de Janeiro resultam na contracção da procura de voos Lisboa / Rio

de Janeiro e, consequentemente, na redução dos preços e quantidades de equilíbrio no mercado dos

voos directos Lisboa / Rio de Janeiro.

P

P1

QQ2 Q1

D2

D1

S

P2

Voos de curto curso (Lisboa / Porto)

A criação de voos directos Porto / Rio de Janeiro resultam na contracção da procura de voos Lisboa /

Porto, nomeadamente em resultado dos passageiros que, anteriormente, recorriam às ligações Lisboa /

Porto nas suas viagens entre Portugal e o Rio de Janeiro. A contracção da procura de voos Lisboa /

Porto resulta na redução dos preços e quantidades de equilíbrio no mercado dos voos directos Lisboa /

Porto.

Exercício 27 – Efeitos de um Imposto

Para determinar o equilíbrio de mercado antes da criação do imposto, iguale a procura à oferta (determinando,

assim, a quantidade de equilíbrio; para determinar o preço, substitua esta quantidade na procura ou na oferta):

120 – Q = 20 + Q ↔ 120 – 20 = Q + Q ↔ 2Q = 100 ↔ Q* = 50

(imposto sobre o consumidor)

Pc=P2+T

P

P1

QQ2 Q1

D2

D1

S

Pp=P2

Mercado de Combustíveis

(imposto sobre o produtor)

PP=P2-T

S1

P

P1

QQ2 Q1

S2

D

Pc=P2

Mercado de Combustíveis

No equilíbrio de mercado depois da criação do imposto (com incidência legal sobre o consumidor), note que o

preço pago pelo consumidor (PC = 120 – Q) é igual ao preço de mercado acrescido do valor do imposto, ou seja:

PC = P + T ↔ 120 – Q = (20 + Q) + 10 ↔ 120 – 20 – 10 = Q + Q ↔ 2Q = 90 ↔ Q* = 45

P* = 20 + Q* = 20 + 45 = 65

Se a incidência legal do imposto fosse sobre o produtor, então o preço efectivamente recebido pelo produtor (PP

= 20 + Q) seria igual ao preço de mercado menos o valor do imposto, ou seja:

PP = P – T ↔ 20 + Q = (120 – Q) – 10 ↔ Q* = 45 e P* = 120 – Q* = 75

P

P1

QQ1

D1

S

Mercado de Combustíveis

P* = 120 – Q* = 120 – 50 = 70 ou P* = 20 + Q* = 20 + 50 = 70

Exercício 27 – Efeitos de um Imposto

f

ed

cb

a

Pc=P2+T

P

P1

QQ2 Q1

D1

S

Pp=P2

Mercado de Combustíveis A variação nos excedentes resulta de

dois efeitos: (i) efeito preço; (ii) efeito

quantidade.

Antes do

Imposto

Depois do

Imposto

Variação

Excedente do Consumidor a + b + c a - b – c

Excedente do Produtor d + e + f f - d – e

Receita do Estado --- b + d + b + d

Excedente Total - c - e

O efeito preço resulta numa

redistribuição de excedente (neste

caso, dos consumidores e dos

produtores para o Estado).

O efeito quantidade resulta numa

perda de excedente total (i.e., a carga

excedente do imposto);

As unidades entre Q2 e Q1 são

mais valorizadas pelo

consumidor do que custam ao

produtor, pelo que a transacção

destas unidades resultaria em

criação de valor adicional.

Exercício 27 – Análise custo-benefício na avaliação de um

investimento público

f

ed

cb

a

Pc=P2+T

P

P1

QQ2 Q1

D1

S

Pp=P2

Mercado de Combustíveis

XTscut

Consumo de serviçosde auto-estrada

P

Q

50

Procura dirigida à auto-estrada

50

Em termos de análise custo-benefício, conclui-se que:

Custos associados à construção da auto-estrada – áreas (b + d + c + e), ou seja, a receita do imposto que

vai financiar a construção da auto-estrada e a respectiva carga excedente;

Benefícios associados à SCUT – área identificada por XTSCUT;

A construção da auto-estrada justifica-se se e só se os benefícios superarem os custos, i.e., se a área

XTSCUT for superior ás áreas (b + d + c + e).

Exercício 27 – Análise custo-benefício na avaliação de um

investimento público

f

ed

cb

a

Pc=P2+T

P

P1

QQ2 Q1

D1

S

Pp=P2

Mercado de Combustíveis

Consumo de serviçosde auto-estrada SCUT

P

Q

50

Procura dirigida à auto-estrada

50

Consumo de serviçosde auto-estrada com

portagens

P*

Q*

g

h i

A alteração da forma de financiamento da auto-estrada, de um regime de financiamento através de impostos para

um regime de financiamento através de portagens, resulta em:

diminuição do número de viagens em auto-estrada, gerando uma ineficiência ou perda de excedente social

medida pela área (i);

eliminação da carga excedente do imposto sobre o mercado de combustíveis, medido pelas áreas (c+ e);

deverá optar-se por alterar o regime de financiamento da auto-estrada se e só se as áreas (c + e) forem

superiores à área (i).

Exercício 29 – Análise custo-benefício na avaliação de um

investimento público

f

ed

cb

a

P

140

Q25 30

D1

S

Mercado em que é lançado o imposto

150

120

g

94

Procura do bem de fornecimento público

Quantidade fornecida do bem

P

Q

100

1006

h

Em termos de análise custo-benefício, conclui-se que:

Custos associados às seis unidades do bem de fornecimento público – áreas (b + d + c + e), ou seja, a

receita do imposto que vai financiar a construção da auto-estrada e a respectiva carga excedente;

Benefícios associados às seis unidades do bem de fornecimento público – áreas (g + h);

Apoiaria este projecto se e só se os benefícios superarem os custos, i.e., se as áreas (g + h) forem

superiores ás áreas (b + d + c + e).

Exercício 31 – Preços máximos e subsídios à produção

(subsídio à produção)

PP=P2+S S2

P

P1

QQ1 Q2

S1

D

Pc=P2

Mercado de Electricidade

QD

(fixação de preço máximo)P

P1

QQ1QS

S

D

PMax

Mercado de Electricidade

Carga

Excedente

Carga

Excedente

Exercício 32 – Preços máximos e subsídios à produção

60

P

85

Q30

D

PMax=70

Impacto da fixação de rendas no curto prazo

40

S

60

P

80

Q20

D

PMax=70

Impacto da fixação de rendas no longo prazo

Efeito de

redistribuição do

senhorio para o

inquilino

Carga

Excedente

Exercício 32 – Preços máximos e subsídios à produção

40

S

60

P

80

Q20

D

PMax=70

Impacto da fixação de rendas no longo prazo

Carga

Excedente S2

S1

40 60

P

80

Q20

D

PMax=70

Impacto do subsidio aos senhorios

Carga

Excedente

Exercício 33 – Preços não lineares (tarifas 2 partes)

220

15

P

1

Q210 216

D

S

0,4

Número de minutos

de chamadas a

efectuar (caso adira

à Pessimus)

Adere à Pessimus se o excedente do consumidor for superior à parte fixa da tarifa, i.e., se a área vermelha

do gráfico for superior a 12,5 (parte fixa da tarifa cobrada pela Pessimus.

Exercício 34 – Preços não lineares (tarifas 2 partes)

100

P

7,5

Q200 Q*

D

S5

a

b

c

d

O Excedente do Consumidr aumenta num montante equivalente às áreas (b + c + d) = 500 + 500 + d = =

1000 + d, valor que é claramente superior ao acréscimo da tarifa fixa, que passará de 5 euros para 15 euros, ou

seja, aumentará 10 euros ou 1000 cêntimos.

A receita da empresa passará de 500 + 7,5 x 200 = 2000 cêntimos para 1500 + 0 x 100 + 5 x 100 + 5 x (Q* -

200) = 2000 + 5 x (Q* - 200), aumentando, assim, num montante correspondente a 5 x (Q* - 200).

Com o novo tarifário, quer o excedente do consumidor quer a receita da empresa aumentaram.

Exercício 35 – Quotas e Tarifas sobre as Importações

600

P

300

Q300 500

D

S

PInt.=200

Produção

DomésticaConsumo

Doméstico

Sem comércio

internacional

Com comércio

internacional

Variação

Excedente do Consumidor a a + b + c + d + b + c + d

Exc. do Produtor doméstico b + e e - b

Excedente Total + c + d

600

e

cb d

a

P

300

Q300 500

D

S

PInt.=200

Produção

DomésticaConsumo

Doméstico

Exercício 35 – Tarifas sobre as Importações

400 550 600

P

Q300

D

S

PInt.+T=250

Produção

Doméstica

Consumo

Doméstico

PInt.=200

Comércio livre Com tarifa Variação

Excedente do Consumidor a + b + c + d + e + f a + e - b - c - d - f

Exc. do Produtor doméstico e b + e + b

Receita do Estado --- f + f

Excedente Total - c - d

f

e

400 550 600

e

cb d

a

P

Q300

D

S

PInt.+T=250

Produção

Doméstica

Consumo

Doméstico

PInt.=200

Exercício 35 – Quotas sobre as Importações

f

e

400 550 600

e

cb d

a

P

Q300

D

S

PInt.+T=250

Produção

Doméstica

Consumo

Doméstico

PInt.=200

Comércio livre Com quota Variação

Excedente do Consumidor a + b + c + d + e + f a + e - b - c - d - f

Exc. do Produtor doméstico e b + e + b

Receita dos importadores /

Estado--- f + f

Excedente Total - c - d

Exercício 37 – Capacidade de interligação entre duas redes

eléctricas

Q1DQ2

S Q2D

S1

Q1S

P

Q

D

S2

PInt.

P1

P2

Q0S Q0

D

Exercício 38 – Tarifas sobre as Exportações

250 325 350

P

Q200

D

S

PInt.- T=750

PInt.=800

Comércio livre Com tarifa Variação

Excedente do Consumidor a a + b +c + b + c

Exc. do Produtor doméstico b + c + j + d + e + f+ g+ h + i f + g + h + i - b - c - j – d - e

Receita do Estado --- d + d

Excedente Total - j - e

ej

ihf

250 325 350

g

cbd

a

P

Q200

D

S

PInt.- T=750

PInt.=800