exemplo de estudo de caso

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EstudodecasoemEscritriodeArquiteturanoJapoCaseStudyinanArchitecturalOfficeinJapan ElzaLuliMIYASAKAArquiteta e Urbanista, Mestranda pela Escola de Engenharia de So Carlos Departamento de Arquitetura e UrbanismoEESCUSPcorreioeletrnico:[email protected]

MrcioMintoFABRCIO

EngenheiroCivil,ProfessorDoutorEscoladeEngenhariadeSoCarlosDepartamentodeArquiteturaeUrbanismo EESCUSPcorreioeletrnico:[email protected]

AnjaPRATSCHKEArquiteta DPLG, Mestre em Teoria da Arquitetura, Doutora em Cincia da Computao, Escola de Engenharia de SoCarlosDepartamentodeArquiteturaeUrbanismoEESCUSPcorreioeletrnico:[email protected]

RESUMOProposta: Este trabalho tem a finalidade de aproximarse da temtica da construo civil atravs do entendimentodoprocessodeprojetoutilizadoemumescritriodearquiteturalocalizadonacapitaldo estadodeYamagata,Japo.frutodeexperinciadeestgioemumescritriodearquitetura(juladez de 2005) atravs de bolsa de provncia, concedida pelo governo japons a descendentes. Mtodo de pesquisa/ Abordagens: Procurouse analisar a atividade projetual atravs das etapas de processo de projeto:1.Oclientecomsuasnecessidades(demandas);2.Oprograma(traduodasnecessidadesdo cliente);3.Oprojetodoproduto,queenvolveaarquiteturaeaengenharia;4.Oprojetoexecutivo;5.A Execuo e 6. O usurio que avaliar o desempenho do produto final. Concepo e Projeto do Empreendimentocompemasfasesdoprograma,projetodoprodutoeprojetoparaproduo. Resultados:Percebesequeagestodoprojetoemgrandeparterealizadapeloarquitetoresponsvel, que acompanhar praticamente todas as etapas do processo de planejamento; da sistematizao do programaasatisfaodousurioemanutenodoprodutofinalContribuies/Originalidade:Ofato do escritrio possuir os vrios segmentos de profissionais em um mesmo local (escritrio) facilita a interlocuoentreasdiversasinstanciasdoprojeto.Aelaboraocompletadosprojetosantesdoincio dasobraseasreuniesperidicasentrearquitetoresponsveleconstrutor,provavelmentediminuem aspossibilidadesdeproblemasmaioresnodecorrerdaexecuodoprojeto. Palavraschave:ProcessodeProjeto,Gestodeprojetodearquitetura,Japo.

ABSTRACTProposal:TheaimofthisarticleistoanalyzethedesignprocessofanArchitectureofficeinthecityof Yamagata,Japan.Theresultsarebasedonaninternshipinanarchitectureoffice(Julytodecemberof 2005), carried out with a local district fellowship. Methods:It aims to analyze the project activities through the different stages of its design process: 1. The customer with his needs; the program (translationofcustomer'sneeds);3.Theproductdesign,thatinvolvesArchitectureandEngineering;4. Theexecutivedesign;5.Theexecutionandfinally,6.TheUsersparticipationintheevaluationofthe finalproduct.Itisperceivedthatthedesignmanagementislargelyaccomplishedbytheresponsible architect,thatfollowspracticallyallstagesoftheplanningprocess;thesystemizationoftheprogramto theuser'ssatisfactionandmaintenanceofthefinalproduct.Contributions/Originality:Sincedifferent professionals, concerned with different activities are working together in the same office, the interaction between stakeholders is facilitaded. The complete elaboration of the design before the beginning of the construction and the periodic meetings among responsible and the constructor, probablyreducesthepossibilitiesoflargerproblemsduringtheexecutiononsites. Keywords:Designprocess,designmanagement,designofficeinJapan1

1.INTRODUOOcrescimentoedesenvolvimentoeconmicosdoJapoaconteceramapsasegundaguerra mundial.Dentrode30anos,opastornousedesenvolvido,modernoecompetitivo,estando aoladodedesenvolvimentosdepaseseuropeusenorteamericanos.(SAKURAI,2007)[...] No apenas planejaram, como construram e financiaram, com dinheiro do governo, as indstrias quejulgaramnecessrias.[...].Tcnicosestrangeirosforamimportadoseosjaponesesforamenviadosao exterior para aprender. Quando, ento, segundo eles, essas indstrias estavam bem organizadas e os negcios prosperaram, o governo alienouas para firmas particulares. Foram vendidas aos poucos, a preosridiculamentebaixosaumaoligarquiafinanceiraselecionada,afamosaZaibatsu,principalmente dasfamliasMitsuieMitsubishi.[...](BENEDICT,2007,p.82)

Em relao ao ramo da construo civil, acreditase que tenha acompanhado as transformaesdedesenvolvimentointernodopas,comprofundaspolticasdemodernizao einvestimentosdebase.Nessecontexto,opresentetrabalhotemoobjetivodeinvestigaro processo de projeto de um escritrio de arquitetura localizado na capital do estado de Yamagata, Japo. fruto de um estgio em um escritrio de arquitetura (entre julho e dezembrode2005).Oprocessodeprojetodoreferidoescritriofoianalisadoapartirdeum enfoque organizacional de gesto, utilizando a base conceitual de desenvolvimento de edifciosdesenvolvidoporFabrcio(2002). O mtodo de trabalho consiste na sistematizao dos contatos e dados colhidos durante o estgiodaautoraprincipaljuntoaoreferidoescritriodeprojeto,levantamentobibliogrfico relacionado problemtica tratada e a anlise do contedo atravs do recorte da gesto focadopelasinterfacesqueserotratadasaseguir. NaconcepoadotadaporFabrcio,fazpartedoprocessodeprojeto:1.oclientecomsuas necessidades(demandas),2.oprograma(traduodasnecessidadesdocliente),3.oprojeto doprodutoqueenvolvemarquiteturaeengenharias,4.oprojetoparaproduo,5.execuo e 6. o usurio que avaliar o desempenho do produto. Concepo e Projeto do Empreendimento compem as fases do programa, projeto do produto e projeto para produo.(FABRCIO,2002p.229) O mesmo autor descreve tambm, como ele mesmo denomina, interfaces do desenvolvimentodoprodutonaconstruodoedifcio,etapasquerelacionamosintegrantes noprocesso,soelas:1.entreomercadoeopromotor(agentequecolocaoempreendimento nomercado),2.entreostcnicosresponsveispeloprojeto,3.entreaelaboraodoprojeto para a produo e a construo, de forma a antecipar dificuldades na implementao, 4. acompanhamento da obra e elaborao retroalimentador de projetos futuros e 5. a avaliaodasatisfaodousurioparafuturosempreendimentos.(FABRICIO;MELHADO,2003 p.1)Como resultado, coabitam em um empreendimento de construo trs esferas de desenvolvimento, as da operao imobiliria, do projeto do produto e da construo, desenvolvidas quase que independentemente.

(FABRICIO, 2002 ) . Coloca ainda que o processo de projeto forma um ciclo que vai desde a estratgiaimobiliria,ataavaliaodoprodutopelosusurioscomocitadoanteriormente.Uma vez tomada a deciso de realizar um empreendimento imobilirio, o empreendedor responsvel contrata inicialmente uma empresa de projeto de arquitetura qual confiada a concepo inicial. Habitualmente,oempreendedoremquestoaindanocontratou,nessafase,osdemaisprojetistasea equipedaempresaconstrutoraqueserencarregadadeexecutarasobrasigualmentenoparticipaainda do processo. Muitas decises sobre o projeto sero ento tomadas, influenciando a qualidade do projeto(MELHADO,2006p.15).

Pdese perceber alguns tipos distintos de atuao na cidade, que compem o mercado na construocivil:1)grandesconstrutoras,2)grandesescritriosdearquitetura(casoanalisado) que trabalham em parceria com construtoras 3) pequenos escritrios de arquitetura e 4) companhias que comercializam edificaes por catlogo (principalmente residncias). Nesta oportunidadeserdiscutidooprocessodeprojetodeempreendimentosdepequenoportede2

um escritrio de arquitetura de Yamagata Japo, utilizandose como exemplos, residncias unifamiliares,restaurantes,escritrioseedifcioscomerciais.

2.CARACTERIZAODOCASOOreferidoescritriofoiconstitudoem1964,pelooarquitetoToshioHomma,possuimaisde 20arquitetos,distribudosem3grandesreas:PatrimnioHistricoeCultural,Urbanismoe ProjetosdeArquitetura. Infra EstruturaFsicaO Escritrioorganizadoemumedifciode3 pavimentos,contendo grandes salas com mesas individuais para os tcnicos. Faz parte da estrutura um setor de fotocpias,umamaquetaria,umabibliotecademateriais,arquivomortocomprojetosantigos, sala de reunies, biblioteca, sala de espera, administrao, sala de atendimento a clientes, cozinha,refeitrioedepsitodeequipamentoscomoteodolitos,trenas,etc.

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fig.1:Reunioentredesenhistaearquitetos,fig.2:SaladeMaquetes, fig.3:MaqueteTopogrficaeEdificao,fig.4:Escritrio

Recursos Humanos o setor de projetos de arquitetura tem aproximadamente vinte arquitetos, divididos entre desenhistas, equipe de documentao e divulgao, responsveis pela obra, oramentistas, arquiteto de estruturas, arquitetos de instalaes e arquitetos projetistas;osetordeurbanismopossuidoisarquitetoseareadePatrimnioHistricocinco arquitetos. Observamsealgunsaspectos:1)aespecializaodeprofissionaisdecorrentedoprocessode industrializao e modernizao tambm est presente na produo de projetos de arquitetura neste escritrio; essa forma de organizao tambm semelhante no Brasil comentadaporMelhado:Atualmente, dentro das funes de concepo, desenvolvimento e detalhamento, fica clara a enorme diversidade de profissionais que intervm no processo de projeto, demonstrando uma forte diviso de tarefas e de responsabilidades. Por exemplo, para um empreendimento residencial simples, caber ao promotor a definio do produto imobilirio. Aos arquitetos, a concepo do projeto e seu desenvolvimento, em vrios estgios, do estudo preliminar ao projeto detalhado. Aos engenheiros de projetoeconsultores,assoluestcnicaseodetalhamentodaproduo.Aoeconomistadaconstruo, ocontroledoscustosdoempreendimento.(MELHADO,2006p.5)

2)Dentre estas especializaes, vrias eram ocupadas por arquitetos, como: responsvel estrutural, de obras, oramentos, desenhistas, o que diferencia das configuraes apresentadasnomercadodenossopas,quedivideasresponsabilidadescomoengenheiro. Nessesentidocomocolocaomesmoautoracima,noBrasil:[...]osarquitetosperderammuitodasuaexperinciaemgestodeprojetosentreetambmconsiderandooenvolvimentocrescentedasempresas incorporadoras e construtoras nessa atividade de gesto, aps vrias dcadas, surgiu um grande afastamentoentreconcepoarquitetnicaecoordenaodeprojetos.Hoje,cadavezmaisraroqueas empresas de projeto de arquitetura estejam capacitadas a coordenarem os projetos, tanto que os contratosnoagregammaisessetipodeprestaodeservios.(MELHADO,2006p.15).

3) Em decorrncia desta configurao, as comunicaes entre as diferentes reas provavelmente acontecem com maior fluidez, o que facilita a soluo de problemas em reuniesinternasnomesmolocaldetrabalho.Diferentedomercadobrasileiro,comocolocao autor abaixo, o processo seccionado e executado por diferentes atores, engenheiros e arquitetos:[...] percebese uma tendncia em subdividir a elaborao do projeto do produto em duas etapas separadaseindependentes,sendoaprimeiradesempenhadaporescritriosdearquiteturaemaisvoltada3

concepo e formulao, e a segunda relacionada ao desenvolvimento tecnolgico das opes selecionadas, exercida pela engenharia da empresa construtora ou por escritrios independentes. (FABRICIO,2002p.84)

O setor administrativo, responsvel pela contabilidade e controle composto por 1 administrador, 1 economista e 2 secretrias. A rea administrativa responsvel por toda partedecontabilidade,recebimentosepagamentosdoescritrio.Osistemadecobranados encargos de projeto realizado com uma tabela que distribui entre 5 categorias: por complexidadedeconstruoereadaedificao,porexemplo,umaresidnciaunifamiliarde 200m2,entranacategoria4,oserviocustar16,09%dovalordaobra,jumestacionamento de 1.000 m2 sair por 9,11%. Estes valores so acertados de forma que 70% so pagos na entregadoprojeto(executivo)e30%naentregadoempreendimento. MelhadofalaarespeitodovalordosprojetosnoBrasilecomenta: Podesedizerquefaltam,emespecial,refernciasprecisasnoquedizrespeitoaoescopodosserviosdeprojeto.Conseqentemente,humatendnciaadistoresnoscontratosdeprojeto,oque,deumlado,estimula aconcorrnciaporpreossemquesejaestabelecidaclaramentearealprestaodeservioassociadaa estespreos e,por outro lado, desencadeia conflitos entre clientes eprojetistas durante oprocesso de projeto,oquerepresentaumaperdadequalidadeaomesmotempoparaosprocessoseparaoproduto final(empreendimento).(MELHADO,2006p.17)

Esta outra modalidade distinta no Brasil. Aqui, os escritrios esto focados no projeto, finalizandoseusserviosnaentregadoprojetoexecutivodearquitetura,reforandoaidiade ciso colocada acima por Fabrcio, o fato de prolongar os honorrios at a entrega do empreendimento,demonstraaresponsabilidadecomaconstruodomesmo. RelaesTrabalhistasAjornadadetrabalhode40horassemanais,porm,osprofissionais trabalhamhabitualmente60horas,chegandoat70horasporsemana.Osalriofixo,eno finaldoanohumbnusdependendodofaturamentoelucrosdaempresa.Osperodosde descansonoescritriosocondensadosnomeiodoanoenofinaldoano(umasemanaem cada).Todososmesestmferiados,institudospelogovernojaponsporexcessodetrabalho dapopulaojaponesa. A hierarquia claramente estabelecida. Dependendo do tempo de trabalho e do cargo ocupado,porexemplo,umdesenhista(arquitetoiniciante)subordinadoaumarquitetoque desenvolve projeto, e este s passar a desenvolver projeto no momento que o superior considerarqueestaptoparatal.[...]Aconfianajaponesanahierarquiabsica,dentrodasuanooglobaldarelaohomemcomo seusemelhante,darelaodohomemparacomoEstado,sendoquesomenteatravsdadescriode algumasdesuasinstituiesnacionaiscomoafamlia,oEstado,vidareligiosaeeconmica,quenosser possvelentenderasuavisodemundo.(BENEDICT,2007p.43)

Interfaces de desenvolvimento de produto: Relao de Demanda do Cliente A relao estabelecida entre o cliente e o arquiteto no Japo parece diferenciarse das brasileiras. Quandoumarquitetoassumearesponsabilidadesobreumservio,estassumindoumfavor aocliente.Oprojetoserdesignadopeloarquitetoprincipalaumprofissionalcontratadopelo escritrioquecoordenaroprocesso.Todafasedelevantamentodenecessidades,elaborao doprogramadestasedificaesficaraoencargodeste,quemantercontatocomocliente. Concepo e Projeto do Empreendimento Levantadas as necessidades do cliente, ser realizadoumprimeiroestudoporestearquitetoquetrabalharjuntocomumdesenhista,que deve digitalizar a elaborao inicial. Nesta etapa, sero realizadas maquetes fsicas e eletrnicas,pelosarquitetosmaisjovenseconversasinformaiscomoarquitetodeestruturas. Autilizaodemeioseletrnicosrealidadedonossocotidianoetambmnesteescritriode arquitetura a utilizao de ferramentas computacionais, alm de trocas de informao no formato email, de forma tradicional, como um programa que substitui os moldes das pranchetas,comelementosdelinhas,produzindoostradicionaisdesenhosdeplantas,cortes, elevaesefotografias,comodescreveZevi.(ZEVI,2002,p.30)4

Definido o estudo preliminar, nova reunio agendada com o arquiteto superior para definiodaedificao.Nestaparticipamodesenhista,oarquitetodeestruturaseoarquiteto responsvel pela obra, o arquiteto coordenador do projeto e o arquiteto responsvel pelas instalaes.Aparticipaodediferentesatoresdependedacomplexidadeeextensodaobra. Nos casos de uma residncia unifamiliar, as funes de superviso de obra e instalaes assumidapeloprprioarquitetoquedesenvolveoprojeto.Emoutroscasos,asupervisoda obrafeitaporagentesdistintos. Aprovadooestudo,odesenho,perspectivaseasmaquetespassaroporaprovaodocliente. Voltando ao escritrio, com o estudo do produto aprovado, este passar para fase de produo.Cadasegmentoseencarregardodetalhamentoeespecificaodoprojeto.Sero distribudos projetos para os devidos setores de estruturas, instalaes, arquitetura, oramentoseadministrao. ProjetodearquiteturaOmodelodeelaboraodeprojetossemelhanteaosdesenvolvidos em nosso territrio, como descrevem Silva e Novaes. Passam por vrias fases: 1. projeto conceitual, 2. anteprojeto, 3. projeto bsico e projeto executivo. No referido escritrio, o projeto de arquitetura era desenvolvido e detalhado pelo arquiteto responsvel e o desenhista.Nasobrasdepequenoporte(at500m2),oprojetodearquiteturahabitualmente eraconcludoantesdoinciodaconstruo,aocontrriodanossarealidade,jquenoBrasil comfrequnciainiciamseasatividadesnocanteirodeobrassemoprojetoexecutivoestar concludo. Projetodeestruturaselaboradopeloarquitetoespecialista,oudependendodoporteda obra,porumengenheirodeestruturas.Oprojetoestruturalcalculadoporesteprofissional, que acompanha todas as etapas, da elaborao a implantao final. No caso de estruturas metlicas,comoexemplo,oarquitetoelaboraoprojeto,encaminhafbrica,queexecutara confecodoselementosestruturais.Oarquitetoresponsvelverificaaqualidadedoao,das soldaseasmedidasdoscomponentes.Aimplantaonocanteirodeobrasfeitapelamesma companhiaqueconfeccionouoselementos,e novamenteoarquitetoresponsvelverifica a locaodeeixos,ferragemdaslajes,travamentoseestruturacomoumtodo.

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fig.5:Verificaodemedidasnafbrica,fig.6:Verificaodequalidadedesoldaeao,fig.7:Verificaodelocao depilares,fig.8:Verificaodelocaodepilares,fig.9:PerspectivadaEstrutura

ProjetodeInstalaesumarquitetoespecialistaeminstalaesassumeestesprojetos,que compreendemprojetosdehidrulica,eltrica,segurana,calefao,eoutroscasonecessrios.

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fig.10Conexodecontroledegs,fig.11:Tubulaohidrulica,fig.12:Continerdebanho,fig.13:Continerde banhointerior,fig.14:PerspectivadoProduto

Oramentos a partir do detalhamento do projeto de arquitetura, outros dois arquitetos realizam o oramento do empreendimento constitudo de trs levantamentos, pesquisados emguiasdeoramentosparaaconstruocivil.5

Oprocessodeoramentaoenvolvealocarasestimativasdecustosacadaitemdetrabalho,demodoa estabelecerumabasederefernciadecustosparamedirodesempenhodoprojeto.(ROMANO,2003 p.97)

Estesoramentosseroentreguesaopromotorclientequeterdetalhadamenteasetapase custos do processo, podendo programarse para cada um dos mesmos. L, os materiais no sofrem tantas alteraes de preos como no nosso pas, o que certamente facilita na programaoeplanejamentodoprocessodeprojeto. ProjetoscomplementareseExecuodoProdutoAempresaresponsvelpelaexecuodo empreendimento contratada diretamente pelo cliente, que assume a responsabilidade da execuo. A coordenao desta etapa fica a cargo de um profissional (mestredeobras) que, emprincipio,nonecessitadeformaosuperiornocasodeedificaesdepequenoporte. importanteressaltarqueoaprendizadodoofcioprovavelmenteocorrenaprticadetrabalho, e a mobilidade social neste pais pouco percebida. Quando um aprendiz aceito por um profissional,esteassumearesponsabilidadequasequepatriarcalcomoprincipiante,quepor suavez,terquehonrarseutrabalhoerespondercomrespeitoaoseueducador. Acontrataodosdiversosservioscomplementaresqueenvolvemoprocessodeprojetono Brasil,aparentementeassumidapelasconstrutoras,eostrabalhossosegmentados,como falaMelhado:A empresa construtora responsvel por um nmero cada vez maior de atividades com relao aos projetos, alm da coordenao da execuo e do seu controle. Tambm impressiona a subcontratao quase total das atividades de execuo (pelo menos no contexto de So Paulo), sendo que, freqentemente,ossubempreiteirosnotmoconhecimentotcnicoeaespecializaonecessrias,uma vez que a maioria deles originada de antigos trabalhadores da construo que se tornaram "empresrios" quando as construtoras reduziram seus contingentes de modeobra. (MELHADO, 2006 p.14)

Oarquitetoresponsvelpeloprojetoumsupervisordaobra.Emreuniesperidicastiraas dvidas decorrentes do projeto e resolve problemas e detalhamentos. Reunies de coordenao[...]temcomoprincipalobjetivoobteracompatibilizaoentresoluesafins, adotadas nos diversos projetos. Discutemse entre os participantes, questes referentes ao planejamento do projeto e aos controles de interfaces, dados de entrada, revises e pendncias.Duranteasreuniessoidentificadasinterfernciaseincompatibilidadesentreos projetos, alm de analisadas as solues propostas pelas diferentes especialidades (SILVA; NOVAES,2008P.66). NoBrasildesdeadcadade1970,comocitaoautoracima,oarquitetotemsedistanciadodos canteirosdeobras,dedicandoseaosprojetosdearquitetura,econseqentementeafastando sedoprocessodeexecuo. Emprojetosmaiores,oescritriodearquiteturamontaumescritriotemporrionocanteiro de obras para acompanhamento, e um outro arquiteto do escritrio trabalha permanentemente neste lugar. Nesses escritrios as construtoras possuem uma infra estruturadeimpressorasparaprojetos,telefone,vestiriosparafuncionrios,internet,dentre outros.

15 16 17 fig.15:EscritriodaConstrutoraSuperiorescritrio,InferiorVestirio fig.16:Fotointernadoescritrio,fig.17:Fotointernadoescritrio

OmaterialtradicionalutilizadonoJapoamadeiraeossistemasconstrutivosdasedificaes so semelhantes aos utilizados na Amrica do norte, com o uso intenso de madeira e gesso acartonado,destacandosequeacoberturacolocadaantesdasvedaesedivisrias,oque6

permite que boa parte do processo ocorra em ambiente coberto e protegido do sol e da chuva.

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fig.18:Tabeladelocaodepilaresparamontagememobradesenhofeitoporcarpinteiro, fig.19:Fotodeestruturaemmadeiradoesquemaaolado,fig.20:IniciodoFechamentodaedificao

Umacuriosidadeacondutadeentrarnascasassemossapatos,issoocorrejnoperododa construo, os profissionais possuem um calado prprio para os interiores, que no ser utilizado em ambientes externos, o que contribui para limpeza da obra e para proteo de pisoseacabamentos. Em relao a indstria da construo do Japo, provavelmente, os materiais sofrem menos manipulao do que no Brasil, caracterizando um canteiro seco, mas ainda assim num processodeproduomanufatureiro.Ashabitaestmaestruturaebasedeconcreto,oque fazcomqueacasasejasuspensadocho,acimadestabasesocolocadososelementosde proteo contra insetos e depois as madeiras. Toda parte de madeiramento adaptada na obra, os fechamentos o piso, a cobertura so cortados e montados no local; os caixilhos geralmente so comprados no comrcio especfico, assim como os conteiners de banho, cozinha,armrioselavatrios. Oaspectoseguranatalvezsejaumdositensobjetodemaiorrigornaconstruocivil.Pode seobservarqueosequipamentosdeseguranasocomunseaobrigatoriedadedosandaimes externos ao edifcio a partir da etapa de fechamento do prdio seguramente diminui a quantidadedeacidentesnocanteiro.

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fig.21:SistemadeAndaimesreaexternadaobra,fig.22:Sistemadesinalizaoemcasosdeacidentenaobra

AvaliaoFinaldoEscritrioAofinaldaetapadeexecuo,apsreuniesperidicasentreo arquitetoresponsvelpeloprojetoeaexecuo,oarquitetofazumaltimarevisonolocal, sugerindo detalhes, tais como colocao de toalheiros, reviso de limpeza, locao de elementosdepaisagismo,dentreoutros.Oarquitetocoordenadorgeraldoescritriotambm fazumavisitaobra,sugerindoerevisandooempreendimento.Essecoordenadoracompana o processo atravs de fotografias e reunies com o arquiteto responsvel pelo empreendimento.

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fig.23:Perspectivamodoempreendimento,fig.24:marceneironointeriordaobra, fig.25:pintorescurecimentodamadeira,fig.26:interiorfinalizado,fig27:objetoacabado

EntregaeAcompanhamentoAquiencerraocompromissoformalentreclienteeescritriode arquitetura.Normalmenteaentregaestassociadaaumfestejocomemorativo,sendoqueo proprietrio(cliente)eoarquitetoocupamumaposiodestacadanacomemorao,assim comooempreiteiroeosprincipaisfuncionrios.Oescritrio,quefoiresponsvelpeloprojeto ecoordenaodoprocessodeprojeto,tambmserchamadoarealizarpequenosreparosou7

reformasnoedifcio,abrindosenovocontratoparaamanuteno,portanto,retroalimentando tantoodesempenhodeutilizaocomodesempenhodemateriaiseprojeto.

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fig39:Entregadoempreendimentoinaugurao,fig40:Aberturadolocalcomencerramentodefita.

Emrelaoaotempodeelaboraoeentregadoproduto,observaseumaagilidademaiordo que as desempenhadas no Brasil..A ttulo de exemplo, uma residncia de 150m2, levou 4 meses para ser construda, j um restaurante de 500 m2 levou 5 meses para ser entregue. Possivelmente isso seja decorrncia da qualidade dos profissionais que atuam na rea da construocivileadisponibilidadedeequipamentosemateriaisindustrializadosqueagilizam oprocessodeproduo.

3.CONSIDERAESFINAISAssim como Fabrcio considerouse Processo de Projeto: [...]todas as decises e formulaes quevisam subsidiar a criao e a produo de um empreendimento, indo da montagem da operao imobiliria, passando pela formulao do programa de necessidades e do projeto do produto at o desenvolvimento da produo, o projeto as built e a avaliao da satisfao dos usurios com o produto.(FABRICIO2002P.75)

Percebese que a gesto do projeto do produto em grande parte realizada pelo arquiteto responsvel, que acompanhar praticamente todas as etapas do processo de projeto, da sistematizaodoprogramaasatisfaodousurioemanutenodoproduto.Ofatodehaver os vrios segmentos de profissionais em um mesmo local facilita a interlocuo entre as interfacesdeetapasdoprojeto.Aelaboraocompletadosprojetosantesdoinciodasobras easreuniesperidicasentrearquitetoresponsveleconstrutor,possivelmentediminuemas possibilidadesdeproblemasmaioresnodecorrerdaexecuodoprojeto. Cabe, no entanto, um estudo mais aprofundado sobre toda a constituio do processo de projeto que acontece naquele pas, tendo como base uma pesquisa metodologicamente sistematizada.

4.REFERNCIASBIBLIOGRFICASBENEDICT,R.OCrisntemoeaEspada:padresdaculturajaponesaTraduodeCsarTozzi. SoPaulo:Perspectiva,2007. FABRICIO,M.M.Projetosimultneonaconstruodeedifcios.2002.350p.Tese(Doutorado emEngenharia)EscolaPolitcnica,UniversidadedeSoPaulo,SoPaulo,2002. FABRICIO M.M.; MELHADO B.M., Gesto do Processo de Concepo e Projeto de Edifcios: Estudos de Caso em Empresas de Construo e Incorporao. CONGRESSO BRASILEIRO GESTOEDESENVOLVIMENTODEPRODUTOS,4,Gramado.2003Anais...Gramado,2003. FARAH, M.F.S. Processo de trabalho na construo habitacional: tradio e mudana. So Paulo:Annablume,1996. MELHADO, S. et. al. Uma perspectiva comparativa da gesto de projetos de edificaes no BrasilenaFranaGesto&TecnologiadeProjetosSoPaulo,v.1,n.1,Nov.2006. ROMANO,F.V.Modeloderefernciaparaogerenciamentodoprocessodeprojetointegrado deedificaes2003,326p.Tese(DoutoradoemEngenhariadeProduo)ProgramadePs GraduaoemEngenhariadeProduo,UniversidadeFederaldeSantaCatarina,Florianpolis, 2003. SILVA, M.V.F.P.; NOVAES, C.C. A coordenao de projetos de edificaes: estudos de caso, Gesto&TecnologiadeProjetosVol.3,n.1,p.4478,Maio2008.

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