excelentÍssima senhora doutora juÍza de direito da vara cÍvel da comarca de … ·...
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2ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE PALMAS
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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA VARA
CÍVEL DA COMARCA DE PALMAS
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ, por seus
agentes adiante assinado, no uso de suas atribuições legais junto à 2ª PROMOTORIA
DE JUSTIÇA DA COMARCA DE PALMAS/PR, com base no Inquérito Civil n.º
MPPR-0097.10.000001-3, que tramitou nesta 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de
Palmas-PR, vem, perante Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 129, inciso
III, 37, caput e § 4º, e 15, inciso V, todos da Constituição Federal; artigo 25, inciso IV,
alíneas "a" e "b", da Lei n.º 8.625/93; artigos 1º e 5º, da Lei n.º 7.347/85 e artigos 5º, 10,
incisos I, VIII, XI e XII, e 11, todos da Lei n.º 8.429/92, ajuizar a presente
AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATO DE IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA em face de:
1) JOÃO DE OLIVEIRA, brasileiro, casado, empresário, inscrito sob o
RG nº 1.182.439-09 (SSP/PR), nascido em 14/11/1938, natural de
Tijuca/SC, filho de Teotonia Pereira de Oliveira e de Osvaldo Manoel
de Oliveira, residente e domiciliado na rua Pedro de Souza Vieira, nº
136, bairro Centro, nesta cidade e Comarca de Palmas/PR;
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2) ELIZANGELA BARP, brasileira, solteira, inscrita sob o RG nº
17.287.349-6 (SSP/SC), nascida em 01/06/1972, natural de Palmas/PR,
filha de Carmen Barp e de Vital Barp, residente e domiciliada na rua
Camarista Jacob Mazalotti, nº 803, bairro Santa Cruz, Palmas/PR;
3) FRANCISCO ADÃO REIS SONZA, brasileiro, advogado, inscrito
sob o RG nº 6.041.001-1/PR, CPF nº 028.179.439-10, nascido em
10/04/1984, natural de Pato Branco/PR, filho de Neuza Vargas Reis e
de Selso Natalin Sonza, residente e domiciliado na rua Elpídio de
Araújo Perpétuo, nº 765, bairro Centro, Palmas;
4) JOSÉ AUGUSTINHO HILÁRIO, brasileiro, separado, empresário,
inscrito sob o RG nº 457.012 I.I/SC e CPF nº 214.278.879-34, nascido em
20/04/1954, natural de Xanxerê, filho de Graciolina das Dores e de
Pedro Hilário Bueno, residente e domiciliado na rua João Gualberto,
nº 56, Edifício Portal do Sol, bairro Centro, Palmas;
5) J.A HILÁRIO & CIA LTDA – EPP, Sociedade Empresária
Limitada, inscrita sob o CNPJ nº 75.667.261/0001-69, registrada na
Junta Comercial do Paraná sob o nº 412.0028649-1, com sede na rua
José Joaquim Balhs, nº 1019, Chácara São Pedro, bairro Alto da Glória,
Palmas/PR, representada por seus administradores José De
Augustinho Hilário e Juciely Hilário De Camargo,
pelos fundamentos de fato e de direito que passa a expor:
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1 – DO OBJETO DA AÇÃO: A presente ação civil pública de improbidade administrativa tem por
objetivo a condenação dos réus nas sanções previstas no artigo 37, § 4º, da
Constituição Federal e na Lei nº 8.429/92, em razão da prática de atos de improbidade
administrativa, tipificados nos artigos 10 e 11 da Lei 8429/92.
Os atos de improbidade a serem apurados são: (a) a contratação pelo
MUNICÍPIO DE PALMAS sem o devido procedimento licitatório ou
dispensa/inexigibilidade de licitação da empresa J.A HILÁRIO & CIA LTDA - EPP,
bem como (b) fraude na elaboração e montagem de processo licitatório, a fim de dar
aparência de licitude ao procedimento de contratação da empresa J.A HILÁRIO &
CIA LTDA - EPP.
2 – DA LEGITIMIDADE ATIVA Quanto à legitimidade do MINISTÉRIO PÚBLICO na promoção de
Ação Civil Pública, trata-se de questão bastante sedimentada na doutrina e na
jurisprudência. Senão vejamos: Súmula nº. 329 (STJ): O Ministério Público tem
legitimidade para propor ação civil pública em defesa do patrimônio público.
Portanto, a matéria não guarda segredos, o que torna prescindível
tecer outros comentários a respeito.
3 – DA LEGITIMIDADE PASSIVA Os art. 1º e 2º, da Lei nº. 8.429/92 estão assim redigidos:
Art. 1º - Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes
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da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de 50% (cinquenta por cento) do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta Lei. Art. 2º - Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Da mesma forma, tem-se que a pessoa jurídica J.A HILÁRIO & CIA
LTDA – EPP., representada por seu administrador, bem como seu sócio majoritário
JOSÉ AUGUSTINHO HILÁRIO ao contratar de forma irregular com o
MUNICÍPIO DE PALMAS estão sujeitos às sanções da Lei de Improbidade
Administrativa, conforme leitura dos art. 3º e 5º deste diploma legal, que preceitua:
Art. 3º. As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Art. 5º. Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
4 – DOS FATOS: No mês de dezembro de 2006, o MUNICÍPIO DE PALMAS,
representado pelo então Prefeito JOÃO DE OLIVEIRA, efetuou a contratação da
Sociedade Empresária J.A HILÁRIO & CIA LTDA – EPP., deixando de observar as
formalidades pertinentes ao procedimento de licitação.
Consta dos autos do Inquérito Civil nº MPPR-0097.10.1-3 (instaurado
em 22 de fevereiro de 2010) que, em 19 de outubro de 2006, o MUNICÍPIO DE
PALMAS abriu processo licitatório que tinha como objeto Fornecimento de Materiais
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e Mão-De-Obra nas Unidades Básicas de Saúde dos bairros Klubegi e São Sebastião,
totalizando o valor de R$ 47.148,92 (quarenta e sete mil, cento e quarenta e oito reais
e noventa e dois centavos) – (Doc. 01):
- Empreitada Global para fornecimento de Materiais e Mão-De-Obra para a construção de 01 Ampliação de Unidade Básica de Saúde, em alvenaria de tijolos cerâmicos, área de 46,43m2, com localização a Rua São Paulo – bairro Klubegi – Palmas – Paraná. - Empreitada Global para fornecimento de Materiais e Mão-De-Obra para a construção de 01 Ampliação de Unidade Básica de Saúde, em alvenaria de tijolos cerâmicos, área de 35,75m2, com localização a Rua Arnaldo Busato– bairro São Sebastião – Palmas – Paraná.
O processo licitatório recebeu o nº 106/2006, Modalidade Convite nº
57/2006, sendo encaminhado convite às empresas interessadas.
Essa situação pode ser confirmada com base na relação de
procedimentos licitatórios, em que possível verificar que o Processo Licitatório
106/2006, Modalidade Convite nº 57/2006, com objeto “Ampliação Posto Saúde
Klubegi – SS”, edital de 27/10/2006, abertura em 21/11/2006.
No dia 21 de novembro de 2006 foi realizada sessão para recebimento
das propostas das empresas convidadas, ocasião em que “das empresas convidadas,
nenhuma manifestou interesse em participar do certame, sendo que a comissão considerou o
presente processo modalidade convite DESERTA”, situação que foi corroborada pelo pela
Assessoria Jurídica do Município e homologado pelo Chefe do Poder Executivo (Doc.
02).
Não obstante o reconhecimento de licitação deserta, o MUNICÍPIO
DE PALMAS, fazendo uso da numeração existente do processo licitatório 106/2006,
Modalidade Convite 57/2006, contratou, diretamente, sem que tenha sido realizado o
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devido processo licitatório ou de procedimento de dispensa/inexigibilidade de
licitação a sociedade empresária J.A HILÁRIO & CIA LTDA – EPP, para a realização
de “prestação de serviço para Empleitada (sic) Global de mão-de-obra e materiais conforme
projeto básico de compras em anexo, para manutenção das Escolas Municipais”.
Com a finalidade de dar “aparência” de licitude na contratação, foi
realizada montagem do processo licitatório, com a elaboração de documento de
“aviso de licitação” e “convite” utilizando a numeração 106/2006, modalidade
Convite 57/2006, já existente e que restou deserta.
Entretanto, neste caso, não houve convite às empresas interessadas,
nem publicação do edital ou do contrato (Doc. 03).
Ainda, o Contrato firmado recebeu a numeração 262/2006, e tinha
como valor o montante de R$ 147.000,00 (cento e quarenta e sete mil reais), sendo
firmado em 05 de dezembro de 2006 (Doc. 04).
Ocorre que a mesma numeração também foi utilizada nos autos do
Processo Licitatório nº 117, modalidade Convite nº 63/2006, firmado entre o
MUNICÍPIO DE PALMAS e a sociedade empresária ANDRADE, SOARES &
BENDLIN LTDA, firmado em 18 de dezembro de 2006 (Doc. 05), tendo como objeto
a “prestação de serviços em comunicação social e pesquisa destinados a divulgação dos atos e
ações do município, bem como, orientação social, educacional e informativo de seus
munícipes”.
E firmado o “contrato” em 05 de dezembro de 2006, A empresária J.A
HILÁRIO & CIA LTDA – EPP apresentou notas fiscais de realização de serviço nº
0696 (emitida em 18/12/2006), nº 0697 (emitida em 21/12/2006) e nº 699 (emitida em
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26/12/2006), tendo sido realizados os empenhos em 15/12/2006, antes mesmos da
apresentação das notas fiscais (Doc. 06).
Em 06 de março de 2007, o Departamento de Compras e Licitações,
através da então Diretora ELIZANGELA BARP, solicitou o ajuste de 4,21% sobre o
processo licitatório, o que contou com parecer favorável do Assessor Jurídico
FRANCISCO ADÃO REIS SONZA, mesmo não existindo qualquer procedimento
licitatório anterior. Em razão disso, foi firmado “Termo Aditivo”, autorizando um
aumento no valor de R$ 6.186,00 (seis mil, cento e oitenta e seis reais) – (Doc. 07).
Registre-se que, quando da solicitação de ajuste, o “contrato” já havia
esgotado seu objeto.
Muito embora o “Termo Aditivo” seja restrito ao valor de R$ 6.186,00
(seis mil, cento e oitenta e seis reais), a sociedade empresária J.A HILÁRIO & CIA
LTDA – EPP apresentou, em março e abril de 2007, duas notas fiscais, nº 702 e 712,
no valor de R$ 6.186,00 cada, o que totaliza R$ 12.378,00.
Por fim, cabe referir que o Engenheiro Civil FERNANDO CESAR
BELLAN, quando ouvido pela Comissão Permanente de Sindicância e Processo
Administrativo Disciplinar afirmou desconhecer os “Laudos Técnicos de Serviços”,
em que atestada a execução e conclusão dos serviços em conformidade com o
expresso e determinado no edital de licitação, autorizando o pagamento de valores
(Doc. 08).
Ressalte-se que os laudos acostados para atestar a realização do
serviço sequer continham a assinatura do Engenheiro Civil.
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Durante o período de “contratação” irregular, foram pagos à
sociedade empresária J.A HILÁRIO & CIA LTDA – EPP o montante de R$
159.372,00 (cento e cinquenta e nove mil, trezentos e setenta e dois reais).
5. DA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: No presente caso, é indiscutível a contratação direta pelo
MUNICÍPIO DE PALMAS da sociedade empresária J.A HILÁRIO & CIA LTDA –
EPP para a prestação de serviços com inobservância das formalidades pertinentes
licitação ou à sua dispensa ou à inexigibilidade, violando os princípios elementares
que devem pautar a Administração Pública, em especial o art. 37 da Constituição da
República e as disposições tocantes à lei de Licitações.
Ainda, a Administração Pública, ao burlar a exigência de realização de
procedimento licitatório, bem como, “montar” um processo para tentar legitimar sua
conduta, violou frontal e diretamente os princípios previstos na Constituição Federal,
bem como dispositivos da legislação infraconstitucional.
O artigo 26 da Lei 8.666/93 exige que os procedimentos de dispensa ou
inexigibilidade sejam devidamente justificados:
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8º desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos.
Assim, mesmo para os casos de dispensa/inexigibilidade de licitação, a
Lei 8.666/93 impõe um procedimento a ser observado, apresentando a devida
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fundamentação, impondo-se a ratificação do ato pela autoridade superior. Essa
formalidade, porém, não existiu no caso em análise.
Sobre o tema, tem-se os ensinamentos de Marçal Justen Filho:
(...) A contratação direta não significa que são inaplicáveis os princípios
básicos que orientam a atuação administrativa. Nem se caracteriza por uma livre atuação administrativa. O administrador está obrigado a seguir um procedimento administrativo determinado, destinado a assegurar (ainda nesses casos) a prevalência dos princípios jurídicos fundamentais. Permanece o dever de realizar melhor contratação possível, dando tratamento igualitário a todos os possíveis contratantes.
Portanto, a contratação direta não significa eliminação de dois postulados consagrados a propósito da licitação. O primeiro é a existência de um procedimento administrativo. O segundo é a vinculação estatal à realização de suas funções1.
(...) Tal como afirmado várias vezes, é incorreto dizer que a contratação direta
exclui um ‘procedimento licitatório’. Os casos de dispensa e inexigibilidade de licitação envolvem, na verdade, um procedimento especial e simplificado para seleção do contrato mais vantajoso para a Administração Pública. Há uma série ordenada de atos, colimando selecionar a melhor proposta e o contratante mais adequado. ‘Ausência de licitação’ não significa desnecessidade de observar formalidades prévias (tais como a verificação da necessidade e conveniência da contratação, a disponibilidade de recursos, etc.). Devem ser observados os princípios fundamentais da atividade administrativa, buscando selecionar a melhor contratação possível, segundo os princípios da licitação2.
O administrador público não pode simplesmente ignorar os princípios
que norteiam os procedimentos licitatórios ou de dispensa ou inexigibilidade de
licitação, uma vez que o fim precípuo da licitação é a obtenção de negócios mais
vantajosos para a Administração e assegurar obediência aos princípios da isonomia e
da indisponibilidade do interesse público.
1 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 15. ed., São Paulo, Dialética, 2012, p. 329. 2 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 15. ed., São Paulo, Dialética, 2012, p. 442.
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A Constituição Federal estabelece que a Administração Pública direta,
indireta ou fundacional, de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, obedecerá aos princípios da legalidade (o qual estabelece
que na lei está o fundamento e o limite das ações da administração), impessoalidade
(segundo o qual devem ser evitados quaisquer favoritismos ou discriminações
impertinentes), moralidade (que exige do administrador comportamento escorreito e
honesto), publicidade (impondo que os atos e termos emanados do Poder Público
sejam efetivamente expostos ao conhecimento de quaisquer interessados) e eficiência
(o qual obriga a Administração Pública a realizar todos os seus atos com o objetivo
de promover o bem comum, de maneira eficaz e qualitativa, evitando esbanjamento e
prejuízos ao erário e garantindo maior e melhor rentabilidade social).
Infere-se, pois, que o procedimento licitatório é preceito
constitucional de caráter indeclinável para o gestor público, admitindo-se apenas as
ressalvas disciplinadas pelo ordenamento jurídico. A regra mãe nos contratos da
Administração Pública é a realização da competição, sendo que os casos de dispensa
e inexigibilidade devem ser interpretados de forma restritiva.
A Administração Pública não pode se afastar dos princípios
constitucionais (principalmente os da legalidade, isonomia, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência) e infraconstitucionais (em especial aqueles
elencados na Lei n.º 8.666/93) que devem, obrigatoriamente, reger sua atuação, sob
pena de emergirem nulos os atos e contratos dela decorrentes.
Deve-se concluir, portanto, que não havendo obediência ao
procedimento previsto em lei para contratação de prestação de serviços, a
contratação direta é nula, conforme assenta a jurisprudência:
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ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DOS ARTS. 458 E 535 DO CPC. CONTRATO ADMINISTRATIVO NULO. AUSÊNCIA DE LICITAÇÃO. OBRIGAÇÃO DE O ENTE PÚBLICO EFETUAR O PAGAMENTO PELOS SERVIÇOS EFETIVAMENTE PRESTADOS. VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. (...) 2. Nos termos da jurisprudência pacífica do STJ, "ainda que o contrato realizado com a Administração Pública seja nulo, por ausência de prévia licitação, o ente público não poderá deixar de efetuar o pagamento pelos serviços prestados ou pelos prejuízos decorrentes da administração, desde que comprovados, ressalvada a hipótese de má-fé ou de ter o contratado concorrido para a nulidade" (AgRg no Ag 1056922/RS, Relator Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJ de 11 de março de 2009). (...) Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1383177/MA, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/08/2013, DJe 26/08/2013)
E como consequência da nulidade da contratação realizada, tem-se a
necessidade de ressarcimento de danos, uma vez que, consoante posição do Superior
Tribunal de Justiça acima apontada, “não poderá o ente público deixar de efetuar o
pagamento pelos serviços prestados (...) ressalvada a hipótese de má-fé ou de ter o contratado
concorrido para a nulidade”.
Dessa forma, o parágrafo único do artigo 59 da Lei nº. 8.666/933, apesar
de proteger a boa-fé do contratado, expressamente, determina a promoção da
responsabilidade de quem deu causa à nulidade.
Assim, os atos imputados aos demandados caracterizam atos de
improbidade administrativa e dão ensejo à aplicação das sanções previstas na Lei n.º
8.429/92, bem como indenização pelos prejuízos causados ao erário.
3 Art. 59. (...). Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.
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Assim dispõe a Lei nº 8.429/92:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: (...) VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente; (...)
Segundo Waldo Fazzio Júnior4: “Frustrar a licitude de processo licitatório
é fraudá-lo. Fraudar licitação é distrair procedimento licitatório. Consiste em subtrair ao
domínio da lei o que lhe deveria estar sujeito”.
Assim, os demandados JOÃO DE OLIVEIRA, ELIZANGELA BARP,
FRANCISCO ADÃO REIS SONZA, JOSÉ AUGUSTINHO HILÁRIO, J.A.
HILÁRIO & CIA LTDA – EPP devem ser condenados às sanções previstas no art. 12,
inciso II, da Lei nº 8.429/92, em razão da celebração de contrato sem a observância
das formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade de licitação.
Todavia, hipoteticamente, caso se entenda que as condutas dos
demandados não se enquadram nos referidos atos de improbidade administrativa
previstos no artigo 10 da Lei nº 8.429/1992, ainda assim, verifica-se o enquadramento
nas disposições do art. 11 da referida lei, em razão da violação aos princípios da
administração pública.
Segundo Waldo Fazzio Júnior5:
4 FAZZIO JÚNIOR, Waldo. Improbidade administrativa e crimes de prefeitos: de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal. 2ª. ed. São Paulo: Atlas, 2001, p. 132. 5 FAZZIO JÚNIOR, Waldo. Improbidade Administrativa e crimes de prefeitos: de acordo com a lei de responsabilidade fiscal. 2ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2001, pp. 180-181.
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O ato que agride os princípios administrativos não é simplesmente ilegal, mas o que carrega a substância intrínseca da imoralidade. É o ato desonesto, não o produto de peculiaridades pessoais negativas, como a inabilidade e o despreparo cultural, que não objetivam enfrentar a lei. A improbidade administrativa, mais que um ato contra a legalidade, deve traduzir, necessariamente, a falta de boa-fé. É a conduta que “destoa nítida e manifestamente das pautas morais básicas transgredindo, assim, os deveres de retidão e de lealdade ao interesse público”.
No caso em questão, houve violação ao princípio da legalidade, pois
não foram obedecidas as formalidades previstas na lei; impessoalidade, decorrente
da ausência de procedimento licitatório; moralidade, uma vez que contratando
diretamente, houve violação ao comportamento escorreito e honesto; publicidade, já
que não houve qualquer publicidade da contratação da empresa.
A dispensa licitação sem a observância das formalidades legais causa
aversão a qualquer cidadão, ferindo o conceito de probidade e honestidade, os bons
costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e equidade, e a
ideia comum de decoro.
Saliente-se que não é necessário que a conduta se enquadre
perfeitamente em qualquer dos incisos do art. 11 da Lei nº 8.429/92, visto que são eles
penas exemplificativos6 de condutas que violam os princípios da administração
pública.
Portanto, em razão da ilicitude da contratação direta, sem a
observância das formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade de
licitação, bem como a montagem de procedimento licitatório, a fim de dar aparência
lícita à contratação, tem-se como presente a nulidade da contratação, o dano ao
6 PAZZAGLINI FILHO, Marino. Lei de Improbidade Administrativa: aspectos constitucionais, administrativos, civis, criminais, processuais e de responsabilidade fiscal; legislação e jurisprudência atualizadas. 3ª. ed. São Paulo: Atlas, 2007, p. 114.
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patrimônio público e a prática de atos de improbidade administrativa previstos no
artigo 10, caput, e inciso VIII, e, artigo 11, caput, e inciso I, todos da Lei nº. 8.429/92.
6. DA INDIVIDUALIZAÇÃO DAS CONDUTAS O demandado JOÃO DE OLIVEIRA concorreu para o ato de
improbidade na medida em que, na condição de Prefeito do Município de Palmas no
período de 2005-2008, contratou a empresa J.A. HILÁRIO & CIA LTDA – EPP, sem
observar as formalidades pertinentes ao procedimento de licitação, bem como
autorizando e efetuando o pagamento de valores à empresa indicada.
A demanda ELIZANGELA BARP concorreu para o ato de
improbidade na medida em que, na condição integrante da Comissão Permanente de
Licitações do Município de Palmas/PR, ciente da irregularidade no procedimento,
contratou a empresa J.A. HILÁRIO & CIA LTDA – EPP, autorizando o pagamento
de valores, sem que realizasse o devido processo de licitação, bem como auxiliou na
elaboração da montagem do procedimento, firmando o aviso de licitação, o convite,
além de solicitar o ajuste do contrato, ciente da inexistência do procedimento.
O demando FRANCISCO ADÃO REIS SONZA concorreu para o ato
de improbidade na medida em que, na condição de Assessor Jurídico do Município
de Palmas/PR, ciente das irregularidades no procedimento, emitiu parecer favorável
à ampliação do objeto do contrato firmado com a empresa J.A. HILÁRIO & CIA
LTDA – EPP, auxiliando na elaboração da montagem do procedimento, ciente da
inexistência do procedimento.
Certo, assim, que as condutas por eles praticadas deram causa a
prejuízos ao erário municipal, violando uma ampla gama de princípios norteadores
2ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE PALMAS
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da Administração Pública, tais como o da legalidade, impessoalidade, moralidade,
lealdade e honestidade.
Assim, incorreram os requeridos em ato de improbidade
administrativa previsto no art. 10 da Lei nº 8.429/92, ou, subsidiariamente, no art. 11,
I, da mesma lei.
Quanto à requerida J.A. HILÁRIO & CIA LTDA – EPP, nos termos
do artigo 3º da Lei 8.429/92, também deve ser responsabilizada pela prática de atos
de improbidade, na medida em que aceitou contratação sem a realização do
procedimento licitatório devido.
Quanto ao requerido JOSÉ AUGUSTINHO HILÁRIO, atuou como
sócio-gerente da empresa J.A. HILÁRIO & CIA LTDA – EPP., e, da mesma forma,
também deve ser responsabilizado pela prática de atos de improbidade, na medida
em que aceitou prestar serviços ao MUNICÍPIO DE PALMAS sem a realização do
procedimento licitatório devido.
Assim, devem a J.A. HILÁRIO & CIA LTDA – EPP, bem como o
requerido JOSÉ AUGUSTINHO HILÁRIO responder por ato de improbidade
administrativa previsto no art. 10 da Lei nº 8.429/92, ou, subsidiariamente, no art. 11
da mesma lei, visto que concorreram para a prática dos atos de improbidade ao
participarem e se beneficiarem do direcionamento na licitação, frustrando a licitude
do certame.
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7. DA INDISPONIBILIDADE DE BENS A cautelar de indisponibilidade de bens é perfeitamente cabível
quando houver indícios da prática de ato de improbidade administrativa. Tal medida
é prevista expressamente nos artigos 7° e 16 da Lei nº 8.429/92, in verbis:
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. – sem o destaque no original. Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público. § 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. § 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. Assim leciona Marino Pazzaglini Filho:
Assim, nos casos da improbidade administrativa, tipificados no art. 9º da LIA, dos quais resulta enriquecimento ilícito do agente público ou de terceiro conluiado, e no art. 10 da LIA, que causam dano patrimonial concreto ao Erário, o provimento cautelar tem a natureza assecuratória da efetividade da futura sentença de ação de improbidade administrativa na qual o autor pleiteia, quanto a improbidade administrativa que acarreta enriquecimento ilícito, a perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio do agente público e/ou de terceiro e, quando houver, ressarcimento integral do dano (art. 12, I), e, no tocante a improbidade administrativa lesiva ao Erário, o ressarcimento integral do dano patrimonial concretamente ocasionado por aquele7 – sem o destaque no original.
7 PAZZAGLINI FILHO, Marino. Lei de improbidade administrativa comentada: aspectos constitucionais, administrativos, civis, criminais, processuais e de responsabilidade fiscal; legislação e jurisprudência atualizadas. 3ª. ed. São Paulo: Atlas, 2007, p. 190.
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A medida cautelar de sequestro e de indisponibilidade de bens
configura meio hábil a assegurar a restituição ao ente público do dano causado ao
erário, sobretudo considerando que a demora na conclusão do feito possa inviabilizar
futuramente o ressarcimento.
Vale dizer que a decretação do sequestro e da indisponibilidade não
equivale à perda sumária dos bens, mas corresponde a mera medida judicial que
tende a garantir a recomposição do prejuízo suportado pelo patrimônio público.
No presente caso, não restam dúvidas de que as condutas amoldam-se
em hipóteses elencadas como ato de improbidade administrativa, conforme previsto
no art. 10 da Lei 8.429/92.
As condutas feriram a moralidade administrativa e causaram prejuízo
aos cofres públicos, sendo essencial, no presente momento, o deferimento de medida
liminar de indisponibilidade dos bens.
O prejuízo inicial sofrido pelo patrimônio público é de R$ 159.372,00
(cento e cinquenta e nove mil, trezentos e setenta e dois reais), sem o cômputo dos
juros de mora e da correção monetária. Assim, o bloqueio imediato dos bens dos
demandados é medida legítima para assegurar o ressarcimento do dano causado ao
erário.
8. DOS PEDIDOS Diante de todo o exposto e por tudo mais que dos autos consta, o
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ requer:
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1 – a decretação de medida cautelar de sequestro e de
indisponibilidade, a recair sobre bens e valores dos demandados, em montante
equivalente a R$ 159.372,00 (cento e cinquenta e nove mil, trezentos e setenta e dois
reais), referente ao dano ao patrimônio público;
2 – a expedição de ofícios à Secretaria da Receita Federal do Brasil, ao
DETRAN/PR, Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
Cartórios de Registro de Imóveis de domicílio dos demandados, requisitando, no
interesse da identificação dos bens sobre os quais há de recair o sequestro postulado
e a indisponibilidade, informações sobre a movimentação financeira e existência de
bens em nome dos demandados;
3 – seja a presente registrada e autuada (juntamente com os
documentos que a acompanham – (documentos extraídos do Inquérito Civil n.º
MPPR-0097.10.000011-2) e recebida como AÇÃO CIVIL PÚBLICA DE
RESSARCIMENTO DE DANO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO E IMPOSIÇÃO DE
SANÇÕES POR ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, notificando-se
previamente os requeridos para se manifestar sobre a inicial antes do seu
recebimento (art. 17, §§ 7º e 8º da Lei n.º 8.429/92), processando-se o presente feito,
sob o rito ordinário.
4 – com o recebimento da inicial, a citação dos demandados para que
ofereçam resposta à presente ação, com as cautelas dos artigos 285 e 172, § 2º, do
Código de Processo Civil, sob pena de revelia.
5 – a notificação do MUNICÍPIO DE PALMAS para integrar a lide (17,
§ 3º, da Lei n° 8.429/92 c/c art. 6º, § 3º da Lei n° 4.717/65).
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6 – A produção de todas as provas permitidas, especialmente
documentais, periciais, testemunhais, cujo rol será oportunamente apresentado e os
depoimentos pessoais dos requeridos na audiência de instrução e julgamento, sob
pena de confissão.
7 – seja JULGADA PROCEDENTE a presente demanda, a fim de
condenar os requeridos JOÃO DE OLIVEIRA, ELIZANGELA BARP, FRANCISCO
ADÃO REIS SONZA, JOSÉ AUGUSTINHO HILÁRIO, J.A. HILÁRIO & CIA
LTDA – EPP nas sanções do artigo 12, incisos II, ou, subsidiariamente, nas sanções
do artigo 12, inciso III, da Lei de Improbidade Administrativa, por terem cometido os
atos ímprobos supramencionados, os quais subsumem-se nas figuras descritas nos
artigos 10 e 11, da Lei 8.429/92, bem como ao ressarcimento integral do dano;
8 – A produção de todas as provas permitidas, especialmente
documentais, periciais, testemunhais, cujo rol será oportunamente apresentado e os
depoimentos pessoais dos requeridos na audiência de instrução e julgamento, sob
pena de confissão.
9 – Sejam os requeridos condenados ao ônus de sucumbência e demais
cominações legais.
Dá-se à causa o valor de R$ 159.372,00 (cento e cinquenta e nove mil,
trezentos e setenta e dois reais).
Palmas, ..... de março de 2014.
JULIANA MITSUE BOTOMÉ, DAVID KERBER DE AGUIAR, Promotora de Justiça. Promotor de Justiça.
FELIPE LISBOA BARCELOS, Promotor de Justiça.
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ROL DE TESTEMUNHAS
1) HILÁRIO ANDRASCHKO, atual Prefeito de Palmas, responsável pela instalação
da Comissão Permanente de Sindicância e Processo Administrativo Disciplinar –
CPAD, podendo ser localizado junto à Prefeitura de Palmas/PR;
2) ANTÔNIO CARLOS HOLUB TAVARES, assistente administrativo, inscrito sob
o RG nº 55659494, Presidente da Comissão Permanente de Sindicância e Processo
Administrativo Disciplinar, podendo ser localizado junto à Prefeitura de Palmas/PR
3) ERENILDA PELENTIL DE OLIVEIRA, professora, inscrita sob o RG nº 4245320-
0, integrante da Comissão Permanente de Sindicância e Processo Administrativo
Disciplinar, podendo ser localizado junto à Prefeitura de Palmas/PR;
4) AGNALDO MELO GUIMARÃES, auxiliar administrativo, inscrito sob o RG nº
50347168, integrante da Comissão Permanente de Sindicância e Processo
Administrativo Disciplinar, podendo ser localizado junto à Prefeitura de Palmas/PR
5) ANTÔNIO CARLOS SIQUEIRA TAQUES, assistente administrativo, inscrito
sob o RG nº 5270417-0, integrante da Comissão Permanente de Sindicância e Processo
Administrativo Disciplinar, podendo ser localizado junto à Prefeitura de Palmas/PR
6) ANGELA MARIA LISOSKI, técnica administrativa, inscrita sob o RG nº
7.918.871-9, integrante da Comissão Permanente de Sindicância e Processo
Administrativo Disciplinar, podendo ser localizado junto à Prefeitura de Palmas/PR
7) FERNANDO CESAR BELLAN, Engenheiro Civil, residente na rua Treze, nº 420,
bairro Centro, Palmas/PR, podendo ser localizado junto à Prefeitura de Palmas/PR;
8) JOSÉ SALVADOR DRUSINA, membro da Comissão Permanente de Licitação do
Processo Licitatório 106/2006 – Modalidade Convite 57/2006, podendo ser localizado
junto à Prefeitura de Palmas/PR.