excelentÍssimo senhor doutor juiz de direito da vara da ... · indenizar pelo valor da doação...
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO E SOCIAL DA CAPITAL
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DA
FAZENDA PÚBLICA DA CAPITAL DE SÃO PAULO
Ementa: Vereador municipal e empresa privada. Doação ilegal para
campanha eleitoral. Vantagem indevida sem contabilização formal, caixa
dois. Enriquecimento ilícito. Uso pessoal sem prestação de contas
eleitoral. Ferimento aos princípios de legalidade, moralidade,
impessoalidade e eficiência. Improbidade administrativa. Autocomposição
em relação à empresa (art. 36, §4º, Lei 13.140/2015).
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO
PAULO, CNPJ 01.468.760/0001-90, representado pelos Promotores de Justiça
ao final assinado, com endereço na Rua Riachuelo n. 115, 7o andar, Centro, São
Paulo – SP, CEP 01007-904, representado pelos Promotores de Justiça infra-
assinados, nos termos do art. 129, II e III, da Constituição Federal, Leis
7.347/1985 e 8.429/1992 e outros dispositivos constitucionais e legais, com base
no procedimento investigatório 0695.0000446/2017 (em anexo), vem
promover a presente AÇÃO CIVIL DE RESPONSABILIDADE POR
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA em face de FRANCISCO DAS CHAGAS
FRANCILINO, brasileiro, casado, sociólogo e assessor parlamentar, ex-
vereador municipal, RG n. 9.506.147-2 e CPF n. 765.552.838-15, residente na
Rua José Getúlio, 474, apto. 141, Aclimação, nesta Capital, CEP 01509-000, e
de ODEBRECHT S.A., sociedade empresária por ações, inscrita no CNPJ sob
n. 05.144.757/0001-72, com sede na Avenida Luís Viana n. 2.841, Edifício
Odebrecht, Paralela, Salvador - BA, CEP 41730-900, expondo e requerendo o
seguinte:
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PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO E SOCIAL DA CAPITAL
DOS FATOS
O réu FRANCISCO DAS CHAGAS FRANCILINO foi
vereador municipal desta Capital, mandato de 2008 a 2012 (fls. 77/79 do IC,
doc. 6). Em 2012, ele candidatou-se a deputado federal, ficando suplente,
mas assumiu mandato em 2013 e 2014 (fls. 77/79, doc. 6, e 106/107, doc. 7
deste IC).
Em 2010, durante a campanha eleitoral para
deputado federal, os réus ODEBRECHT e FRANCISCO avençaram doação
eleitoral no valor de R$30.000,00. A empresa doou o referido valor ao
vereador municipal, o réu FRANCISCO, em 18 de agosto de 2010 ou data
próxima. A doação não foi registrada e contabilizada regularmente,
originária de recursos financeiros sem contabilização formal, o chamado
caixa dois, constante de sistema Drousys da empresa, usado para
contribuição ilícita a políticos, candidatos e servidores públicos em geral,
em sistema oculto e sigiloso (fls. 84/86, 95/99 e 102/107 do IC, DOC. 7).
O pagamento foi feito pela empresa ré em
dinheiro. O procedimento interno da empresa para sistema de pagamento
paralelo da empresa consistia em pedido de alguém, neste caso por meio do
funcionário da empresa ALEXANDRINO DE SALLES RAMOS DE ALENCAR
(fls. 95/99 do IC). A empresa encaminhou a autorização de CARLOS
ARMANDO ao setor de operações estruturadas da empresa, foi dado o
codinome “Campinas” a FRANCISCO. O valor foi disponibilizado, fixada a
senha “CAMBUI”, que foi fornecida a FRANCISCO e por ocasião da entrega
do valor ocorreu a sua confirmação, por contrassenha (fls. 103, 104 e 107
do IC). Os documentos da contabilidade paralela, Drousys, estão
representados por extratos, ordens de programação, ordem de pagamento
por senha e planilha (fls. 102/107 do IC, DOC. 7).
Os réus FRANCISCO e ODEBRECHT agiram ilícita
e indevidamente, em ação dolosa, na solicitação, promessa, pagamento e
recebimento de vantagem indevida a servidor público, o vereador
municipal FRANCISCO, para doação em auxílio a campanha eleitoral a
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deputado federal de 2010 de FRANCISCO, no valor de R$30.000,00, em
dinheiro.
As condutas dos réus configuram ferimento aos
princípios de legalidade, moralidade, impessoalidade, eficiência,
importando em improbidade administrativa. Também a obrigação de
indenizar pelo valor da doação ilegal e multa civil.
A conduta dolosa de FRANCISCO tipifica
improbidade administrativa, por enriquecimento ilícito, ação dolosa, por
auferir vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de mandato
como vereador, em dinheiro (art. 9º, caput e I, da Lei 8.429/1992), e também
violação de princípios da administração pública, no tocante aos deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições (art. 11,
da mesma lei), de natureza exemplificativa, além de ferimento à moralidade,
impessoalidade e eficiência atinentes à atuação da Administração pública (art.
37, da Constituição Federal), com destaque para prática de ato visando fim
proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de
competência (I) do mesmo art. 11, da Lei 8.492/1992, por recebimento pelo
servidor público de doação ou contribuição para campanha eleitoral sem o
registro formal perante a Justiça Eleitoral para controle e fiscalização de
gastos de candidatos a mandato público. Ele fez uso pessoal do valor sem
prestação de contas eleitoral, em proveito próprio.
O dolo da conduta do servidor público está bem
evidenciado nos autos, notadamente por receber valor para campanha
eleitoral, em dinheiro, sem registrar a contribuição, de valor originário de
contabilidade paralela e irregular de empresa privada.
Os fatos indicam enriquecimento ilícito e violação
de princípios, em situação de ausência de interesse público, com evidências de
mero interesse pessoal, com caracterização de improbidade administrativa
(art. 9º e 11, da Lei 8.429/1992), respondendo o agente público e o terceiro
partícipe e beneficiário (arts. 1º, 3º e 5º, da Lei 8.429/1992).
A avença entre os réus representa ato abusivo e
imoral, por doação eleitoral oculta e antidemocrática, com fuga do sistema
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de controle e fiscalização e contrária ao interesse público e social, em
mecanismo de incorporação ao patrimônio pessoal do vereador municipal,
porque FRANCISCO informou que não constou da sua prestação de contas
eleitoral, por negativa de recebimento de doação alguma da empresa (fls.
100/101 do IC).
O Ministério Público do Estado instaurou
inquérito civil (portaria de fls. 2-A/2C1, doc. 1, e aditamento de fls. 80/81 do IC,
doc. 6), com objeto de apuração de eventual irregularidade em alegado
pagamento de vantagem indevida, no valor de R$30.000,00, em espécie,
feita pelo Grupo Odebrecht ao candidato FRANCISCO DAS CHAGAS
FRANCILINO, a pretexto de auxílio em campanha eleitoral, no ano de 2010,
em São Paulo, constante da planilha Drousys, do sistema de contabilidade
paralela da Odebrecht, para campanha eleitoral a deputado federal de
FRANCISCO, então vereador municipal de São Paulo, sem formal registro
contábil, em sistema paralelo de registro e pagamento, sistema Drousys da
empresa. A atuação da promotoria foi de ofício (fls. 2D1/13 do IC, docs. 1 e
2), em razão de notícia de pagamento de valor a político foi objeto de
procedimento perante o E. Supremo Tribunal Federal (Petição 6705),
iniciado por pedido da E. Procuradoria Geral da República, com sigilo
levantado por despacho do Sr. Min. Edson Fachin em 04.04.2017, contendo
depoimento de CARLOS ARMANDO GUEDES PASCHOAL (termo de
depoimento n. 28) e BENEDICTO BARBOSA DA SILVA JUNIOR (termo de
depoimento n. 52), em acordo de colaboração premiada (fls. 4/13 do IC, doc.
2). Há inquérito policial federal para apuração dos fatos no âmbito criminal
(JF/SP 0006365-39.2017.403.6181, fls. 33/34 do IC, doc. 4). A Construtora
Norberto Odebrecht teve conhecimento e passou a atuar no inquérito civil
(fls. 31, 37, 61, 63/64, 73/74, 84/86, 95/99 e 100/101 do IC), em colaboração
para a investigação, decorrente de avença anteriormente com o Ministério
Público Federal, inclusive apresentando colaboradores premiados, os seus
funcionários Benedicto Barbosa da Silva Junior E Carlos Armando Guedes
Paschoal (fls. 84/86 e 95/99 do IC, doc. 7) e documentos do sistema Drousys
(fls. 102/107 do IC, doc. 7). O nome de FRANCISCO foi retificado, de
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FRANCISCO CHAVES para o nome correto FRANCISCO DAS CHAGAS
FRANCILINO (fls. 77/81 do IC, doc. 6). Os colaboradores premiados
BENEDICTO e CARLOS ARMANDO confirmaram a doação para campanha
eleitoral de FRANCISCO, no valor de R$30.000,00, por meio de “Caixa 2”,
em 2010 (fls. 84/86 e 95/99 do IC), sendo que CARLOS ARMANDO esclareceu
que FRANCISCO possuía o codinome “Campinas” e para o pagamento era
usada senha transmitida a Carlos pelo setor de pagamento, quem
retransmitia ao beneficiário, no caso FRANCISCO, para confronto com a
contrassenha do portador do dinheiro, sem constar reclamação por
eventual falta de entrega do valor prometido, a pedido inicial do outro
funcionário da empresa ALEXANDRINO DE SALLES RAMOS DE ALENCAR
(fls. 95/99 do IC). A SENHA para o CODINOME “Campinas” foi “CAMBUI”
(103, 104 e 107 do IC). FRANCISCO negou o recebimento de doação eleitoral
(fls. 100/101 do IC).
O Município instaurou procedimento TID n.
17191860 da Procuradoria-Geral do Município de São Paulo, na forma da
Lei 13.140/2015 para a verificação da possibilidade de autocomposição em
relação ao objeto mencionado.
RESPONSABILIDADE CIVIL E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
A responsabilidade civil é evidente. Os réus
FRANCISCO e ODEBRECHT agiram em concurso de pessoas, em todas as
fases de indevida doação de valor, de forma ilícita, ilegítima, irregular e
inadequada.
A responsabilidade civil decorre da prática de ato
ilícito, por provocação de dano a outrem (art. 927, do Código Civil), que pode
decorrer de ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
consistente na violação a direito e dano a outrem, material e moral (art. 186,
CC), mesmo que por exercício de direito, em situação de excesso manifesto
dos limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes (art. 187, CC).
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O dolo da conduta do servidor público está bem
evidenciado nos autos. A solicitação, aceitação de proposta e recebimento
de valor de doação de empresa privada, durante o mandato de vereador
municipal, sem contabilização, registro e comunicação a quem de direito,
em entrega informal de R$30.000,00, não deixa margem a dúvidas, pois o
simples o ato de receber valor de empresa privada durante o mandato, sem
negócio lícito e subjacente, mesmo a pretexto de contribuição para
campanha eleitoral, já denota ilicitude, por falta de autorização legal para
tanto.
Ao doar valor a vereador para campanha eleitoral,
sem o registro e forma legal para tanto, a empresa praticou conduta dolosa
ilícita, observando que a holding ODEBRECHT possuía o domínio sobre
todas as empresas do grupo empresarial, incluída a Construtora Norberto
Odebrecht, com montagem de estrutura para pagamentos ilegais, o
chamado Setor de Operações Estruturadas.
Assim, além da eventual sanção penal e
administrativa, também é pertinente a reprovação por improbidade
administrativa, devendo o Juízo amoldar a conduta à norma de reprovação de
improbidade administrativa e aplicar a sanção respectiva.
A ação de improbidade administrativa é
perfeitamente pertinente para o deslinde da causa e reprovação da
conduta, com a adequada dosagem da sanção no caso concreto.
AUTOCOMPOSIÇÃO
O MINISTÉRIO PÚBLICO e o MUNICÍPIO DE SÃO
PAULO firmaram com a ODEBRECHT S/A termo de AUTOCOMPOSIÇÃO
(doc. 8, fls. 108/seguintes do IC), com reconhecimento da responsabilidade
pela empresa, compromisso de colaboração própria e por seus
funcionários, em cooperação espontânea, apresentação de documentos dos
fatos e de implementação de sistema de controle interno (compliance e
governança corporativa), e ao pagamento de multa de R$30.000,00, acrescida
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de juros e correção monetária, a título de multa por improbidade
administrativa (art. 12, I, da Lei 8.429/1992), dependente de apreciação
judicial (art. 36, §4, da Lei 13.140/2015).
Para a avença, como base jurídica, foram
considerados os arts. 37 §4º e 129, I, da Constituição Federal de 1988, no art.
1º, V, da Lei 7.347/1985, os arts. 3º, 9º, 10, 11 e 12 da Lei federal n. 8.429/1992,
o art. 37 da Convenção das Nações Unidas contra a corrupção - Convenção de
Mérida (decreto federal n. 5.687/2006), o art. 3o, §§2o e 3o e o art. 725, VIII, do
Código de processo civil de 2015, a Resolução n. 179/2017 do Conselho
Nacional do Ministério Público, a Portaria interministerial CGU/AGU n. 2.278 de
15 de dezembro de 2016 e, notadamente, os princípios recentes de
composição consensual em caso de improbidade administrativa, previstos
no art. 2º e o art. 36 §4º da Lei 13.140/2015, segundo o qual “nas hipóteses em
que a matéria objeto do litígio esteja sendo discutida em ação de improbidade
administrativa ou sobre ela haja decisão do Tribunal de Contas da União, a
conciliação de que trata o caput dependerá da anuência expressa do juiz da
causa ou do Ministro Relator”.
Foram levadas em consideração a intenção de
cooperação estabelecida pela Colaboradora ODEBRECHT em relação ao
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO e ao MUNICÍPIO DE
SÃO PAULO, mediante fornecimento de elementos e meios para a resolução de
questões que configuram enriquecimento ilegal de agentes públicos, prejuízo ao
erário ou violação a princípios administrativos, o que já fizera com o
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por acordos de leniência e de colaboração
premiada (“Operação Lava Jato”), além de que é parte integrante de conjunto
de acordos celebrados, simultânea ou subsequentemente, entre a
COLABORADORA e autoridades estaduais e municipais de São Paulo
relativamente a fatos conexos, correlatos, similares ou complementares.
Também o princípio de manutenção empresarial, visando a “permitir a
manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses
dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social
e o estímulo à atividade econômica” (art. 47 da Lei 11.101/2005).
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O valor global de R$ 30.0000,00, acrescido de
juros e correção monetária desde 12 de agosto de 2010 (data do
pagamento) corresponde à doação ilegal, a título de multa por improbidade
administrativa (art. 12, I, da Lei 8.429/1992 c.c. 9º, I, da mesma lei), em 22
(vinte e duas) parcelas anuais corrigidas monetariamente conforme Tabela
Prática do Tribunal de Justiça de São Paulo, a partir do desembolso feito pela
COLABORADORA, a RÉ ODEBRECHT, cabendo 90% do total ao
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, 5% ao FUNDO ESTADUAL DE INTERESSES
DIFUSOS DO ESTADO DE SÃO PAULO e 5% ao FUNDO ESTADUAL DE
PERÍCIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (em fase de implementação por lei
estadual).
O valor de R$ 30.000,00 reflete a avaliação
específica e concreta sobre a gravidade dos atos ilícitos relatados
(pagamento de valor em doação de campanha a vereador municipal de São
Paulo), assim como a valoração da conduta cooperativa e das informações
trazidas pela COLABORADORA, respeitados os princípios da
proporcionalidade e razoabilidade, e abrange a totalidade dos valores
devidos a título de sanções, inclusive a multa por improbidade
administrativa e de indenizações por danos de qualquer natureza, materiais
ou morais, decorrentes do objeto por ele abrangido. Após a homologação do
termo de colaboração, a COLABORADORA efetuará o pagamento da
primeira parcela anual no dia 31/7/2018, nas contas indicadas nos autos do
pedido de homologação pelo MSP e pelo MPSP, este no que concerne ao Fundo
de Interesses Difusos e ao Fundo Estadual de Perícias.
Em contrapartida, pelo termo de autocomposição,
o MPSP e o MSP obrigam-se a solicitar a exclusão da COLABORADORA ou
de seus prepostos e ex-prepostos da COLABORADORA, do polo passivo
imediatamente após o trânsito em julgado da decisão ou sentença de
homologação da autocomposição, solicitar oportunamente a exclusão da
COLABORADORA, prepostos e ex-prepostos do polo passivo da relação
jurídica processual principal, caso sejam incluídos por decisão inicial do
magistrado competente, considerando as obrigações assumidas e seu
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PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO E SOCIAL DA CAPITAL
cumprimento no que concerne ao objeto supramencionado. Também a não
demandar a COLABORADORA, prepostos e ex-prepostos, ou apoiar ações
civis de terceiros, quanto ao pagamento de outros valores ou a aplicação
de outras cominações por improbidade administrativa (Lei 8.429/1992), de
reparações e sanções previstas na legislação relativa à licitação e contratos
públicos (Lei 8.666/1993 e similares) ou de reparações e sanções previstas na
legislação especial que trata dos atos lesivos ao erário e demais normas
regentes de licitações, contratos e financiamento com a Administração Pública,
considerando as obrigações assumidas, inclusive o efetivo pagamento do valor
fixado (item 2.1, “h”, do termo de autocomposição, doc. 8), no que concerne ao
objeto do inquérito civil e procedimento do MSP mencionados.
Em suma, por conta da colaboração da empresa
demandada e da impossibilidade do retorno ao status quo ante
(notadamente a inviabilidade da devolução ou exclusão de provas já
produzidas), os autores não demandarão a aplicação de outras
cominações que não sejam aquelas do próprio termo, no caso o pagamento
do valor já mencionado e prática de atos materiais de cooperação processual,
como o ressarcimento de despesas pelo deslocamento de prepostos, ex-
prepostos, empregados e ex-empregados para prestarem depoimentos.
Convém acentuar que a transação, acordo ou
conciliação não eram possíveis, segundo o art. 17 §1º da Lei 8.429/1992.
Todavia, com entrada em vigor da nova Lei 13.140/2015, tal proibição foi
mitigada ou relativizada. A solução consensual de conflitos, aliás, é
incentivada pelo novo Código de processo civil, em seus artigos 3º §2º,
174, 190 e 515, inciso III. O próprio Conselho Nacional do Ministério Público
passou a incentivar Promotores e Procuradores a subscreverem termos de
ajustamento de conduta em casos relativos a atos de improbidade
administrativa, na forma da Resolução 179, de 26 de julho de 2017, desde
que sejam previstos o ressarcimento do prejuízo ao erário e a aplicação de
pelo menos uma das cominações legais, bem a homologação do instrumento
pelo Conselho Superior do respectivo ramo do Parquet:
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO E SOCIAL DA CAPITAL
“Art. 1º O compromisso de ajustamento de conduta e instrumento de
garantia dos direitos e interesses difusos e coletivos, individuais
homogêneos e outros direitos de cuja defesa esta incumbido o
Ministério Público, com natureza de negócio jurídico que tem por
finalidade a adequação da conduta às exigências legais e
constitucionais, com eficácia de título executivo extrajudicial a partir da
celebração (...)
§ 2º E cabível o compromisso de ajustamento de conduta nas
hipóteses configuradoras de improbidade administrativa, sem prejuízo
do ressarcimento ao erário e da aplicação de uma ou algumas das
sanções previstas em lei, de acordo com a conduta ou o ato praticado.
§ 3º A celebração do compromisso de ajustamento de conduta com o
Ministério Público não afasta, necessariamente, a eventual
responsabilidade administrativa ou penal pelo mesmo fato, nem
importa, automaticamente, no reconhecimento de responsabilidade
para outros fins que não os estabelecidos expressamente no
compromisso”.
No caso em exame, os dois únicos legitimados ativos
para a propositura de ação civil de improbidade administrativa
subscreveram o Termo de autocomposição. Não houve prejuízo ao erário,
de sorte que a homologação judicial da autocomposição é claramente vantajosa
ao interesse público (primário e secundário). A vantajosidade do acordo de
autocomposição para o Município aumenta ainda mais porque receberá
parte maior de multa civil da empresa RÉ, correspondente ao valor da
doação ilegal, além de se beneficiar do mesmo valor como indenização ou
perda de valor pelo réu FRANCISCO e também nova multa civil.
PEDIDO
Assim, o Ministério Público requer a Vossa
Excelência:
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PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO E SOCIAL DA CAPITAL
a) NOTIFICAÇÃO do MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
(PREFEITURA), para compor o polo ativo ou outra posição processual, e dos
RÉUS, para DEFESA PRÉVIA (art. 17, §7º, da Lei 8.429/1992), e da posterior
CITAÇÃO, a fim de responder aos termos desta ação, no prazo de 15 dias, sob
pena de revelia;
b) Produção de PROVA documental, testemunhal,
pericial, depoimentos pessoais dos réus, sob pena de confesso, e outras
permitidas em direito, requisição dos últimos salários ou subsídios do
servidor na Câmara em 2010, juntando desde já em anexo o procedimento
investigatório 0695.0000446/2017, com DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA DA
PROVA, em razão de imputação de participação nas irregularidades e a maior
possibilidade de esclarecimento sobre os motivos da omissão no cumprimento
da obrigação legal, pelo desatendimento de princípios legais e constitucionais;
c) PROCEDÊNCIA da ação, para DECLARAR a
prática de improbidade administrativa pelos réus FRANCISCO e
ODEBRECHT, por participação em processo de DOAÇÃO ILEGAL DE
R$30.000,00, a pretexto de contribuição para campanha eleitoral de
deputado federal em 2010, sem registro ou comunicação formal;
d) A CONDENAÇÃO do réu FRANCISCO às
sanções previstas no art. 12, da Lei 8.429/1992, ressarcimento ou perda de
bens e valores acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio, por
enriquecimento ilícito durante o mandato de vereador municipal, no valor
de R$30.000,00, com juros e correção monetária desde 18 de agosto de 2010
ou data próxima, perda da função pública, suspensão dos direitos
políticos, pagamento de multa civil sobre o valor do dano, proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica
da qual seja sócio majoritário, pelos prazos legais, pedindo que a multa civil
seja carreada aos cofres do Município (90%) e dos Fundos Estaduais de
reparação de danos coletivos (5%) e de Perícias (este a ser criado, 5%);
e) A CONDENAÇÃO da ré ODEBRECHT por
infração à Lei 8.429/1992, com aplicação somente de uma única sanção,
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PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO E SOCIAL DA CAPITAL
MULTA no valor de R$30.000,00, correspondente a uma vez o valor da
doação ilegal, com juros e correção monetária desde 18 de agosto de 2010
ou data próxima, pedindo que a multa civil seja carreada aos cofres do
Município (90%) e dos Fundos Estaduais de reparação de danos coletivos
(5%) e de Perícias (este a ser criado, 5%), conforme acordo de
autocomposição (doc. 8), ou a própria HOMOLOGAÇÃO DO ACORDO DE
AUTOCOMPOSIÇÃO, em anexo (doc. 8), que corresponde à mesma
finalidade e tem o mesmo efeito jurídico, em termos de obrigação e
responsabilidade da ré ODEBRECHT;
f) A CONDENAÇÃO aos ônus da sucumbência,
custas processuais e outras verbas pertinentes à espécie e à posição jurídico-
institucional das partes;
g) a INTIMAÇÃO PESSOAL do 2º Promotor de
Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital, para acompanhamento do
feito em todos os seus trâmites legais e processuais, pelo E-SAJ.
Dá-se à causa o valor de R$60.000,00, para efeitos
fiscais.
São Paulo, 19 de dezembro de 2017.
VALTER FOLETO SANTIN
2º Promotor de Justiça do Patrimônio Público e Social de São Paulo
SILVIO ANTONIO MARQUES JOSÉ CARLOS GUILLEM BLAT KARYNA MORI CHRISTIANO JORGE SANTOS THOMAS MOHYICO YABIKU
4º, 10º, 6º, 7º e 9º Promotores de Justiça do Patrimônio Público
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULO
Inquérito civil n. 0695.0000446/2017 (MPSP)
Procedimento TIO n. 17191860 (MSP)
TERMO DE AUTOCOMPOSICÃO
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
("MPSP"), com sede na Rua Riachuelo n. 115, CEP 01007-904, São Paulo- SP,
representado pelos Promotores de Justiça do Patrimônio Público e Social da
Capital infra-assinados, e o MUNiCíPIO DE SÃO PAULO ("MSP"), pessoa
jurldica de direito público interno, com sede no Viaduto do Chá n.15, Centro, São
Paulo - SP, CEP 01020-900, São Paulo - SP, devidamente representado por seu l0Procurador-Geral, de um lado, e a ODEBRECHT S.A. ("COLABORADORA")
pessoa juridica de direito privado, inscrita no CNPJ n. 05.144.757/0001-72, com "
sede na Avenida Luis Viana n. 2841, Edificio Odebrecht, Paralela, Salvador/BA,
neste ato representada por seus representantes legais que esta subscrevem
(procuração anexa), na qualidade de controladora das empresas pertencentes
ao seu grupo econômico, do outro lado:
Considerando os arts. 3794' e 129, I, da Constituição Federal de
1988, no art. 1', V, da Lei 7.347/1985, os arts. 3', 9', 10, 11 e 12 da Lei federal,tn. 8.429/1992, o art. 37 da Convenção das Nações Unidas contra a corrupção-
Convenção de Mérida (decreto federal n. 5.687/2006), o art. 3', 992' e 3' e o art.
725, VIII, do Côdigo de processo civil de 2015, a Resolução n. 179/2017 d
Conselho Nacional do Ministério Público, a Portaria interministerial CGU/AG
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PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULO
2.278 de 15 de dezembro de 2016 e, notadamente, os principias de composição
consensual previstos no art. 2' e o art. 3694' da Lei 13.140/2015, segundo o
qual "nas hipóteses em que a matéria objeto do litigio esteja sendo discutida em
ação de improbidade administrativa ou sobre ela haja decisão do Tribunal de
Contas da União, a conciliação de que trata o caput dependerá da anuência
expressa do jutz da causa ou do Ministro Relator' (g.n.);
Considerando o constante nos autos do inquérito civil n.
0695.0000446/2017, vinculado ao cargo do 2' Promotor de Justiça do Patrimônio
Público e Social de São Paulo - SP, cujo objeto consiste na apuração de
eventual irregularidade em alegado pagamento de vantagem indevida, no
valor de R$30.000,OO,em espécie, feita pelo Grupo Odebrecht ao candidato
FRANCISCO DAS CHAGAS FRANCILlNO, a pretexto de auxilio em
campanha eleitoral, no ano de 2010, em São Paulo, constante da planilha
Drousys, do sistema de contabilidade paralela da Odebrecht;
Considerando que, de acordo com informaçôes produzidas pela ~Procuradoria-Geral da República (Operação Lava Jato), a COLABORADORA
efetuou em 12 de agosto de 2010 a doação de R$30.000,00 para campanha
eleitoral a deputado federal de FRANCISCO DAS CHAGAS FRANCILlNO,
então vereador municipal de São Paulo, sem formal registro contábil, em
sistema paralelo de registro e pagamento, sistema Drousys da empresa;
Considerando o constante nos autos do procedimento TIO n,
17191860 da Procuradoria-Gerai do Municipio de São Paulo, instaurado na
forma da Lei 13.140/2015 para a verificação da possibilidade de autocomposição
em relação ao objeto supramencionado;
Considerando a intenção de cooperação estabelecida pela
COLABORADORA em relação ao MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO
SÃO PAULO e ao MUNIClplO DE SÃO PAULO, mediante fornecimento d
elementos e meios para a resolução de questões que COnfigU~m
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PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULOenriquecimento ilegal de agentes públicos, prejuízo ao erário ou violação a
princípios administrativos;
Considerando o princípio que visa a "permitir a manutenção da
fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores,
promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímuloà atividade econômica" (art. 47 da Lei 11.10112005);
Considerando que este instrumento é parte integrante de conjunto
de acordos celebrados, simultânea ou subsequentemente, entre a
COLABORADORA e autoridades estaduais e municipais de São Paulo
relativamente a fatos conexos, correlatos, similares ou complementares;
Considerando os acordos de leniência e de colaboração premiada
firmados entre o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (MPF) e a
COLABORADORA e seus prepostos, no âmbito da "Operação Lava Jato", que
não serão alterados pelo presente termo e pelos quais a empresa se
comprometeu a cooperar com os demais órgãos competentes federais,
estaduais e municipais a respeito de eventuais irregularidades;
Celebram este termo de autocomposição, mediante as seguintescondições:
1 - OBJETO
1.1 A presente autocomposição visa exclusivamente a resoluçãoconsensual do objeto do inquérito civil PJPP-CAP n. 0695.000044612017
(MPSP) da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital
(MPSP), e do procedimento TID n. 17191860 da Procuradoria-Geral do
Municlpio de São Paulo (MSP), em relação às irre9ularidades descobertas até a
presente data.
1.2 - O objeto da presente autocomposição serà detalhado em termo
declarações dos representantes, prepostos, ex-prepostos, colaboradores,
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PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULOempregados ou ex-empregados da COLABORADORA, bem como mediante
documentos que serão entregues pelos depoentes, ou até o encerramento das
investigações ou dos processos judiciais decorrentes.
•1.3 - Caso sejam identificados atos ilicitos praticados por representantes,
colaboradores, empregados ou ex-empregados da COLABORADORA, não
constantes nos termos de declarações e nos documentos entregues, relativos àsirregularidades tratadas no inquérito civil n. 446/2017 (MPSP) e no procedimento
TID n. 17191860 o MPSP e o MSP, em conjunto, aditarão a presente
autocomposição ou, em caso de dolo comprovado da COLABORADORA na
sonegação de provas, rescindi-Ia, submetendo sua decisão, em qualquer caso,ao juizo civil da homologação.
•
1.3.1 - Independentemente de terem sido admitidos ou não pela
COLABORADORA e seus prepostos e ex-prepostos, o presente instrumento
abrange desde já eventuais atos de improbidade administrativa, enriquecimentoilícito, favorecimento, conexos, correlatos e complementares àqueles narrados,
não implicando em rescisão sua posterior revelação.
1.3.2 - Nos termos do acordo de leniência celebrado com o MPF, a
COLABORADORA assumiu o ônus de realizar investigações internas com a
finalidade de identificar atos ilícitos que tenham sido praticados no passado,
assim como o levantamento de informações adicionais e de elementos de
comprovação relacionados aos fatos narrados ("investigações internas").
4~Termod~compOSiçãO MPSP
1.3.3 - Caso sejam definitivamente apurados, nas investigações
internas, atos ilicitospraticados por representantes, colaboradores, empregados
ou ex-empregados da COLABORADORA que ainda não tenham sido relatados,
relativos às irregularidades tratadas no inquérito civil n. 0695.0000446/2017
(MPSP) e no procedimento TID n. 17191860 (MSP), que fundamentam
presente Termo, a COLABORADORA se compromete a, prontamente, informar'
o seu teor ao MPSP e ao MSP para fins de aditamento.
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•
1.4 - Eventual rescisão ou anulação do presente termo, por culpa
exclusiva da COLABORADORA, a qual será sempre precedida de apuração
especifica pelo MPSP e MSP e de decisão judicial, não implica em nulidade ou
irregularidade da prova produzida e nem obrigação de sua retirada ou exclusão
dos autos dos procedimentos investigatórios ou processos judiciais civis e
criminais .
1.5. - A COLABORADORA representará todas as demais empresas
do grupo ODEBRECHT relacionadas no Anexo 1 para os fins deste Termo,
declarando ter plena prerrogativa para exercer o poder de controle para
determinar o cumprimento desta autocomposição a todas as empresas do grupo,
incluindo as sociedades que, direta ou indiretamente, sejam por ela controladas
ou estejam sob controle comum, exceto a Braskem S/A.
2 - CONDiÇÕES DA AUTOCOMPOSiÇÃO
2.1 - Mediante este termo de autocomposição, a COLABORADORA se
obriga a:
A) reconhecer sua responsabilidade e esclarecer, por meto de seus
representantes, colaboradores, empregados s, quando a eles tiver acesso, ex-
empregados, espontaneamente ou quando notificados, todos os atos ilícitos
relacionados ao objeto dos procedimentos supra mencionados, fornecendo
informações e evidências que estejam ao seu alcance, bem como indicando
provas potencialmente passiveis de obtenção pelo MPSP e MSP, notadamente
para: I) identificação dos autores, coautores, partícipes e testemunhas dos fatos;
11) revelação de eventual estrutura hierárquica ou divisão de tarefas dos
envolvidos; 111) recuperação dos valores pagos ilegalmente a qualquer titulo aos
investigados.
B) instar seus representantes, colaboradores, empregados e, quando a
eles tiver acesso, ex-empregados a falarem a verdade incondicionalmente em/
todos os procedimentos investigatórios e processos judiciais, nacionais ou . Q....--"'-"Pj--" .."'7];;i::-;I" ( '-'\
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PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULO
estrangeiros, relativos ao objeto supramencionado, especialmente em
depoimentos formais que serão reduzidos a termo e gravados em vídeo ou
áudio.
C) cooperar espontaneamente ou sempre que solicitado, mediante o
comparecimento pessoal de seus representantes, colaboradores, empregados
ou, quando a eles tiver acesso, ex-empregados, sob suas expensas, às sedes
do MPSP, do MSP, do Poder Judiciário, da Policia, dos Tribunais de Contas ou
de qualquer órgão oficial nacional que esteja tratando do objeto
supramencionado, desde que respeitadas integralmente as proteções
estabelecidas no presente Termo de autocomposição e no Acordo de leniência
celebrado com o MPF.
D) entregar cópias fiéis de lodos os documentos fisicos ou digitais,
inclusive eventuais vídeos, gravações de áudio, comunicações telemáticas,
fotografias, extratos e outros papéis bancários ou fiscais, senhas de acesso e
quaisquer elementos de prova relacionados ao objeto dos procedimentos
investigatórios e processos judiciais decorrentes do objeto deste Termo queestejam a seu alcance.
E) não impugnar, por qualquer meiO, o presente Termo de
autocomposição em quaisquer procedimentos ou processos judiciais, salvo porfato superveniente á homologação.
F) indicar espontaneamente ou sempre que for solicitado o
endereço completo, inclusive eletrônico, dos seus representantes,
colaboradores, empregados e, quando a eles tiver acesso, ex-empregados, bem
como de seus advogados, nos autos dos procedimentos ou processos judicia'decorrentes deste termo.
. .. G) demonstrarmediante documentos hábeis, após a homologaçã0YJudicial, que Implementou sistema de controle Interno, em especial eqUipe de
compliance e de governança corporativa, para evitar novas ilegalidades,
Termo de A"{l)POS;ÇãO M1ps"MChl-IC 0695.00004.46/2017
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•
•
H) pagar o valor global de R$ 30.0000,00, acrescido de juros e
correção monetária desde 12 de agosto de 2010 (data do pagamento)
correspondente à doação ilegal a título de multa por improbidade administrativa
(art. 12, I, da Lei 8.429/1992 c.c. 9', I, da mesma lei), em 22 (vinte e duas)
parcelas anuais corrigidas monetariamente conforme Tabela Prática do Tribunal
de Justiça de São Paulo, a partir do desembolso feito pela COLABORADORA
(Anexo 2), cabendo 90% do total ao MUNIClplO DE sAo PAULO, 5% ao
FUNDO ESTADUAL DE INTERESSES DIFUSOS DO ESTADO DE sAo PAULO
e 5% ao FUNDO ESTADUAL DE PERlclAS DO ESTADO DE sAo PAULO (em
fase de implementação por lei estadual). O valor global de R$ 30.000,00 referido
neste item reflete a avaliação específica e concreta sobre a gravidade dos atosilicitos relatados (pagamento de valor em doação de campanha a vereador
municipal de São Paulo), assim como a valoração da conduta cooperativa e das
informações trazidas pela COLABORADORA, respeitados os princlpios da
proporcionalidade e razoabilidade, e abrange a totalidade dos valores devidos a
titulo de sanções, inclusive a multa por improbidade administrativa e de
indenizações por danos de qualquer natureza, materiais ou morais, decorrentesdo objeto por ele abran9ido.
J) após a homologaçãodeste Termo, a COLABORADORA efetuará
o pagamento da primeira parcela anual no dia 31n/2018, nas contas indicadas
nos autos do pedido de homologação pelo MSP e pelo MPSP, este no que
concerne ao Fundo de Interesses Difusos e ao Fundo Estadual de Perícias.
A) nos processos das ações de improbidade administrativa (
8.429/1992), ações civis públicas (Lei 7.347/1985) ou de outras ações civis,
curso ou que vierem a ser propostas, que tratem do objeto supramencionado,
solicitar a exclusão da COLABORADORA ou prepostos e ex-prepost S--dá?,,~.tj-'.'"l"'" .'';b'"'- ".~'..•••..'" ~
2.2 - Mediante este Termo de autocomposição, o MPSP e o MSP seobrigam a:
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•
COLABORADORA, do polo passivo imediatamente após o trânsito em julgado
da decisão ou sentença de homologação da presente autocomposição, ou, se
por necessidade de interromper a prescrição, propor as ações apenas para fins
declaratórios ou para a formação do litisconsórcio, caso em que, em seguida à
propositura, far-s8-á requerimento de suspensão de seu trâmite e, uma vez
cumpridos seus termos, sua extinçâo definitiva em relação à COLABORADORA
e seus prepostos e ex-prepostos .
B) não propor qualquer ação de natureza cível, administrativa ou
sancionatória, pelos fatos ou condutas revelados em decorrência deste Termo,
contra a COLABORADORA, empresas de seu grupo econômico, prepostos e ex-
prepostos envolvidos, enquanto cumpridas integralmente as cláusulas
estabelecidas neste Acordo, ressalvado o disposto no item 2.2, "A", supra, e no
item 1.3.3.
•C) demandar oportunamente, após o trânsito em julgado da sentença ou
decisâo que homologar o presente Termo, a exclusâo da COLABORADORA,
prepostos e ex-prepostos do polo passivo da relação juridica processual
principal, caso sejam incluídos por decisão inicial do magistrado competente,
considerando as obrigações assumidas e seu cumprimento no que concerne ao
objeto supramencionado.
D) não demandar a COLABORADORA, prepostos e ex-prepostos, ou
apoiar ações civis de terceiros, quanto ao pagamento de outros valores ou a
aplicação de outras cominações por improbidade administrativa (Lei
8.429/1992), de reparações e sançôes previstas na legislação relativa à licitação
e contratos públicos (Lei 8.666/1993 e similares) ou de reparaçôes e sançôes
previstas na legislação especial que trata dos atos lesivos ao erário e demai
normas regentes de licitações, contratos e financiamento com a Administraç
Pública, considerando as obrigações assumidas, inclusive o efetivo pagamen
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PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULOdo valor fixado (item 2.1, "h" supra), no que concerne ao objeto do inquérito civii
e procedimento do MSP supramencionados.
•E) prestar informações a terceiros e autoridades, quando solicitado pela
COLABORADORA, atestando o conteúdo ou cumprimento dos compromissos
assumidos pela COLABORADORA, quando necessárias para permitir a
celebração ou manutenção de contratos com a Administração Pública direta ou
indireta, inclusive entidades financeiras ou seguradoras controladas pelo Estado .
F) a defender perante terceiros e autoridades, na forma da Lei, a validade
e eficácia dos termos e condições desta autocomposição, para todos os fins.
3 • HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL
•3.1 - O presente Termo será levado pelo MPSP e MSP a
homologação pelo magistrado competente da Vara da Fazenda Pública da
Comarca de São Paulo - SP, na forma do art. 725, VIII, do Código de processo
civil de 2015 e da Resolução CNMP 179/2017 do Conselho Nacional do
Ministério Público.
3.2 - Caso não seja homologado o presente Termo por
circunstâncias alheias à vontade das partes, o MPSP e o MSP apresentarão os
recursos e a ação civil pública ou ação civil de improbidade administrativa
cabíveis, bem como pugnarão, na fase processual oportuna, pela aplicação das
obrigações constantes neste Termo, considerando, em qualquer
cooperação prestada pela COLABORADORA na obtenção de provas.
3.3 - As partes poderão, em caso de não homologação p r
qualquer motivo do presente Termo, aditar o instrumento inicial, observada a
decisão judicial respectiva.
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4 - COMPARTILHAMENTO DE PROVAS
•
4.1 - O MPSP, o MSP e o juizo da homologação ou do processo da
ação civil poderão compartilhar todos os elementos de prova obtidos mediante a
presente autocomposição para instrução de quaisquer procedimentos
administrativos ou judiciais nacionais relacionados aos fatos que constituem
objeto deste Termo, desde que respeitadas integralmente todas as condições e
proteções previstas no presente Termo e no Acordo de leniência celebrado com
o MPF.
Parágrafo único - caso haja compartilhamento de documentos
bancários ou fiscais, deverá ser mantido o sigilo respectivo pela autoridade que
os receber.
•
4.2 - Se houver necessidade de cooperação jurídica internacional, ~'
os elementos de prova serão disponibilizados às autoridades estrangeiras
mediante compromisso de sua não utilização contra a COLABORADORA e seus
prepostos e ex-prepostos e respeito ao principio do ne bis in idem.
5 - SIGILO DOS DOCUMENTOS
5.1 - As partes manterão sob sigilo os documentos bancários e fiscaisentregues para fins de comprovação de atos ilícitos.
5.2 - Considerando o principio da publicidade (art. 37 caput da
Constituição Federal), o sigilo sobre este Termo e sobre os documentos ou
informações não referidos no item anterior apenas será mantido enquanto
necessário à obtenção de outras provas e para a efetividade das medidas
administrativas ou judiciais tomadas, a critério do MPSP e do MSP, e observadasas regras de sigilo determinadas judicialmente.
5.3 - Enquanto não homologado, apenas terão acesso ao presente
instrumento e aos documentos dele decorrentes os advogados
COLABORADORA, devidamente indicados em procuração específica.
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Parágrafo único - o MPSP e o MSP manterão o sigilo do Termo e
dos documentos dele decorrentes, na forma referida no capuf deste item.
6 - EFEITOS DO DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
6.1 - A presente autocomposição será denunciada pelo MPSP e
MSP, após a homologação judicial, nas seguintes hipóteses:
A) se a COLABORADORA descumprir substancialmente, sem
justificativa apresentada em até 30 dias após sua notificação pelo MPSP ou
MSP, a qualquer cláusula principal do presente Termo.
B) se a COLABORADORA mentir ou sonegar dolosamente fatos
relevantes e não apresentar retificação em até 10 dias contados da notificação
efetuada pelo MPSP ou pelo MSP.
C) se a COLABORADORA se negar a entregar documentos fisicos ou
digitais ou senhas necessárias de que disponha á abertura de eventuais arquivos
magnéticos.
D) se ficar provado, após celebração da presente autocomposição ou de
sua homologação judicial, que houve adulteração ou destruição de provas
relacionadas ao objeto supra mencionado.
E) se o sigilo for quebrado pelos representantes da COLABORADORA,
fora das hipóteses supramencionadas.
F) se houver inadimplemento no pagamento de, pelo menos, duas
parcelas do valor estipulado a título de multa por improbidade administrativa e
danos materiais e morais (item 2.1, "h") ou no pagamento da correção monetária
e juros moratórios devidos, observada a possibilidade de execução parcia
prevista no item 7.2.
6.2 - Em caso de denúncia, rescisão ou anulação do presente Termo, por
culpa exclusiva da COLABORADORA, a qual será sempre precedida de
processo tdtiít~istrativo espe~fico e de decisão judicial, as provas Produzidas\
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serão consideradas válidas e poderão ser utilizadas em procedimentos
investigatórios e processos civis ou criminais.
7 - EFEITOS DA AUTOCOMPOSiÇÃO
7.1 - O presente Termo de autocomposição vincula as partes a partir de
sua assinatura, independentemente de homologação judicial. O presente Termo
de autocomposição somente produzirá efeitos como título executivo para fins de
pagamento do valor referido no item 2.1 "h" depois de homologado pelo
magistrado competente da Vara da Fazenda Pública da Comarca de Capital do
Estado de São Pau ia.
Parágrafo único - os depoimentos dos representantes, colaboradores,
empregados ou ex-empregados da COLABORADORA e a entrega de
documentos referidos no item 2.1 serão efetivados a partir da data da assinatura
do presente Termo.
7.2 - Caso ocorra o pagamento de pelo menos metade das
parcelas do total referido no item 2.1 "h", o MPSP e o MSP poderão, em conjunto,
optar pela execução judicial do presente Termo, incidindo-se correção
monetária, juros e multa compensatória de 10% sobre o valor restante corrigido,
sem prejuízo dos honorários, multas processuais e despesas fixados pelo
magistrado competente.
7.3 - Os beneficios atribuidos à COLABORADORA se estendem
às suas empresas do grupo econômico descritas no Anexo 1, assim como
representantes, colaboradores, empregados e ex-empregados, salvo, em
relação a tais representantes, colaboradores, empregados e ex-empregados, se
se recusarem a cooperar efetivamente com as investigações e processos
judiciais decorrentes do objeto supra mencionado.
Parágrafo único - as obrigações e efeitos constantes no item 2.Mrelacionados à COLABORADORA, prepostos e ex-prepostos, somente poderãl(
"~Pi.-í"'7f;"'j;;"":?%
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PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULOse estender a terceiros considerados autores, caautares ou partícipes dos atos
ilícitos, caso subscrevam com o MPSP e com MSP Termo de autocomposiçãodistinto, o qual também será levado á homologação pelo juizo competente.
7.4 - Em nenhuma hipótese as informações e dados de
corroboração abrangidos por este Termo de autocomposição poderão ser
usados, em qualquer instância, administrativa ou judicial, direta ou
indiretamente, em desfavor da COLABORADORA, das empresas de seu grupo
econômico relacionados no Anexo 1, e seus prepostos e ex-prepostos
envolvidos, a qualquer título.
7.5 - A homologação desta autocomposição exime a
COLABORADORA, prepostos e ex-prepostos de imposição de sanção ou dever
de reparação adicional em razão dos fatos abrangidos por este Termo.
7.6 - O MPSP e o MSP reconhecem não existir motivos para
manutenção de bloqueios, restrições ou impedimentos para a
COLABORADORA se relacionar, de qualquer forma com a Administração
Pública direta e indireta (inclusive sociedades de economia mista), incluindo orecebimento de valores devidos, a obtenção de créditos, a participação em
procedimentos licitatórios, concorrenciais, contratuais ou de qualquer outra
espécie perante a Administração Pública, em face dos fatos abrangidos pelo
presente Termo, para todos os fins, inclusive quanto ao disposto na Lei
8.429/1992, na Lei 8.666/1993, na Lei 12.846/2013 e demais normas regentes
de licitações, contratos e financiamento com a Administração Pública.7.7-Em caso de alienação de ativos pelo grupo econômico difCOLABORADORA, incluindo bens, participações societárias ou cessões d
posições contratuais, em que o negócio seja ajustado entre partes nã
relacionadas ao grupo econômico da COLABORADORA, em condições
compatíveis com o valor de mercado ou, quando indisponível, com o vaiá?
econômico do ativo, o MP},'P e o MSP prestarão, mediante SOlicitaç~~aj)/'-~-_.~.~t~1S'''7'(~
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULOCOLABORADORA, declarações a terceiros formalizando o seu compromisso de
não propor medidas sancionatórias e reparatórias contra os adquirentes dos
ativos, pelos fatos ilicitos de qualquer natureza porventura abrangidos pelopresente Termo.
Parágrafo único - Para fins desta cláusula 7.7, o MPSP e o MSP
pOderão solicitar á COLABORADORA que forneça laudo de auditoria externa
independente confirmando que o negócio de que trata atende às condições ali
previstas e que não representa diminuição da garantia ao pagamento das
parcelas referidas no item 2.1 "h".
7.8. - A COLABORADORA reconhece a impossibilidade de
inclusão dos créditos decorrentes do presente acordo em plano de recuperação
judicial, sob pena de caracterização de fraude, nos termos da lei.
8 - QUITAÇÃO DO VALOR E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
8.1 - O vaior referido no item 2.1 "h" será considerado quitado pelo
MPSP e pelo MSP após pagamento pela COLABORADORA ou por outra
empresa GRUPO econômico da última parcela e de eventuais acréscimos peloatraso no adimplemento de uma ou mais prestações .
8.1.1 - O pagamento das parcelas será provado pela
COLABORADORA mediante a juntada de cópia dos recibos de depósito
bancário nos autos do processo judicial onde ocorrer a homologação judicial.
8.1.2 - A COLABORADORA e o MSP poderão, por critérios
definidos futuramente, se for o caso, antecipar o pagamento, compensar o valor
com eventuais créditos da empresa ou converter a quantia referida no item 2.1
"h", total ou parcialmente, em serviços ou obras em favor da Municipalidad
paulistana, observando-se o orçamento dos setores técnicos das secretarias
municipais ou os valores contratados em atas de registro de preços, com
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULO
prestação de contas nos autos do processo da homologação judicial em até 60
dias contados da execução dos trabalhos.
•8.2 - O MPSP e MSP poderão declarar o cumprimento total ou
parcial das demais obrigações da COLABORADORA, a cada etapa de sua
execução e, especialmente, após a homologação judicial e o término de suas
respectivas investigações ou dos processos judiciais decorrentes do presente
termo.
Parágrafo único - a COLABORADORA poderá requerer ao juizo
competente a declaração da extinção de suas obrigações nos autos do processo
da ação ou das ações civis propostas.
Por estarem de acordo, assinam o presente Termo de autocomposição,
em trés vias de igual teor, para que produza todos os efeitos legais.
São Paulo, 18 de dezembro de 2017.
VALTER FOLETO SANTIN
Pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
HRISTIANO JD
~~KAR¥NAMORI
JOSÉ CARLOS QUI
•
Promotores de Justiça do Património Público e Social da Capital
Term~ocompOSiçãO MPSP,MPSe Odebrecht -te 0695.0000446/2017 15
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO (1\PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULO ~ \
Pelo MUNiCíPIO DE SÃO PAULO
•DO FERRARI NOGUEIRA
Procurador-Geral do Município
Pela ODEBRECHT S.A
Ex-~)\R OVINrCrO PETRELLUZZI
Advogado - OAB/SP 367,086
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•Advogado - OAB/SP 55.352
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE SÃO PAULOFORO CENTRAL - FAZENDA PÚBLICA/ACIDENTES15ª VARA DA FAZENDA PÚBLICAViaduto Dona Paulina,80, 14º Andar, Centro - CEP 01501-020, Fone: 3242-2333, São Paulo-SP - E-mail: [email protected]ário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
DECISÃO
Processo Digital nº: 1062179-95.2017.8.26.0053
Classe - Assunto Ação Civil de Improbidade Administrativa - Enriquecimento ilícito
Requerente: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Requerido: Francisco das Chagas Francilino e outro
Juiz(a) de Direito: Dr(a). Simone Viegas de Moraes Leme
Vistos.
Trata-se de ação de improbidade administrativa promovida pelo Ministério
Público do Estado de São Paulo em face de Francisco das Chagas Francilino e Odebrecht
S.A., objetivando, com base nos documentos acostados com a inicial, especialmente o apurado no
Inquérito Civil nº 446/2017 (fls. 13/164): a) a declaração de prática de improbidade administrativa
pelos réus, por participação em processo de doação ilegal de R$ 30.000,00, a pretexto de
contribuição para campanha eleitoral de deputado federal em 2010, sem registro ou comunicação
verbal; b) a condenação do corréu Francisco nas sanções previstas no art. 12, da Lei 8.429/1992,
ressarcimento ou perda de bens e valores acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio, por
enriquecimento ilícito durante o mandato de vereador municipal, no valor de R$30.000,00, com
juros e correção monetária desde 18 de agosto de 2010 ou data próxima, perda da função pública,
suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa civil sobre o valor do dano, proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelos
prazos legais, pedindo que a multa civil seja carreada aos cofres do Município (90%) e dos
Fundos Estaduais de reparação de danos coletivos (5%) e de Perícias (este a ser criado, 5%); c) a
condenação da corré Odebrecht por infração à Lei 8.429/1992, com aplicação somente de uma
única sanção, MULTA no valor de R$30.000,00, correspondente a uma vez o valor da doação
ilegal, com juros e correção monetária desde 18 de agosto de 2010 ou data próxima, pedindo que
a multa civil seja carreada aos cofres do Município (90%) e dos Fundos Estaduais de reparação
de danos coletivos (5%) e de Perícias (este a ser criado, 5%), conforme acordo de autocomposição
(doc. 8), ou a própria HOMOLOGAÇÃO DO ACORDO DE AUTOCOMPOSIÇÃO, em anexo (doc.
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8), que corresponde à mesma finalidade e tem o mesmo efeito jurídico, em termos de obrigação e
responsabilidade da ré ODEBRECHT.
A decisão de fl. 165, determinou a notificação do Município de São Paulo para
que, querendo, viesse a integrar o polo ativo da ação.
A Odebrecht S.A., registrando o conhecimento da propositura da presente ação,
reiterou os termos do acordo celebrado em 18/12/2017, junto à 2ª Promotoria do Patrimônio
Público e Social do Estado de São Paulo, no âmbito do Inquérito Civil nº 446/2017, requerendo a
sua homologação (fls. 177/178). Juntou documentos (fls. 179/206).
A Municipalidade de São Paulo, notificada (fl. 171), não se manifestou (fl. 207).
Em face do decurso de prazo para a manifestação da Municipalidade de São Paulo,
foi determinada a intimação pessoal dos requeridos para apresentação de defesa prévia (fl. 208).
O Município de São Paulo informou que não se manifestaria, sem prejuízo de
eventual intervenção em fase de cumprimento de sentença (fl. 217).
O corréu Francisco das Chagas Francilino apresentou defesa prévia (fls. 232/266).
Em cumprimento à decisão de fl. 267, o corréu Francisco regularizou a sua
representação processual (fls. 269/270).
A corré Odebrecht S.A., informando que, em 15/02/2018, já havia se dado por
citada, reiterando o pedido de homologação do acordo (fl. 277).
É o relatório. Decido.
Entendo, diante dos fatos narrados na inicial bem como da documentação existente
que é caso de recebimento da inicial, por haver indícios de improbidade administrativa.
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Por oportuno, tendo em vista que o Ministério Público Estadual e o Município de
São Paulo firmaram Termo de Autocomposição com a corré Odebrecht S.A (fls. 139/164), bem
como em face do requerido pelas partes (item "e" da inicial e manifestação de fls. 177/178),
homologo o acordo formulado para que produza os seus jurídicos e legais efeitos.
Consequentemente, julgo extinta a ação em relação à Odebrecht S.A., nos termos do art. 487, III,
"b", do Código de Processo Civil. Isento de pagamento das custas, despesas processuais e
honorários advocatícios, nos termos do art. 18 da Lei nº 7.347/85.
No mais, cite-se o réu, Francisco das Chagas Francilino, para apresentação de
contestação.
Com a vinda da contestação, e certificada sua tempestividade, intime-se o autor a
manifestar-se, nos termos dos artigos 350 e 351, ambos do Código de Processo Civil
Intime-se.
São Paulo, 24 de julho de 2018.
DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA
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