evolução ou criação final

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    Introduo - O debate: Evoluo ou Criao?

    A Revista Veja no.6 de 11 de fevereiro de 2009 publica matria com o ttulo: Uma guerra de 150 anos em Caderno Especial referindo-se s idias revolucionrias do

    naturalista ingls Charles Darwin com um chavo em destaque entitulado: A Darwin o que

    de Darwin1 em referncia ao dito por Jesus Cristo: Da a Csar o que de Csar.

    A matria faz referncia tambm sobre a teoria evolucionista darwiana tornando

    pblico os trabalhos feitos por Darwin comemorando neste ano de 2009, 200 anos de seu

    nascimento em 20 pginas especiais enaltecendo os trabalhos revolucionrios de Darwin. Os

    trabalhos de Darwin so apresentados nesta importante revista de circulao nacional como os

    pilares da Biologia e da Gentica assim como em outras cincias modernas.

    Nesse Caderno Especial apresentada uma reportagem completa sobre evolucionismo

    dividindo-o em 5 pilares:

    1. a evoluo dos seres vivos;

    2. o ancestral comum;

    3. a multiplicao;

    4. o gradualismo;

    5. seleo natural.

    O mistrio, no entanto, buscar o por que tanta gente ainda reluta em aceitar que o ser

    humano o resultado da evoluo. Nesta reportagem a diretora do Colgio Presbiteriano

    Mackenzie, profa. Dbora Muniz, defenda a troca dos livros de cincias convencionais por

    apostilas de contedos criacionistas at a 4a. srie2. De acordo com esta proposta o

    evolucionismo deveria ser apresentado num momento certo, isto , a partir do ensino

    fundamental em diante.

    1 CARRELI, Gabriela, A Darwin o que de Darwin, Revista VEJA, edio 2009 ano 42 no. 6, 11 defevereiro de 2009, pp. 73 a 912 ibid., p. 84

    1

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    Nas escolas evanglicas os alunos aprendem que o evolucionismo existe mas que a

    razo est com a Bblia e Darwin apresentado apenas como mais uma teoria.3

    Em outro nmero da Revista Vera o jornalista vai qualificar como assustador a

    reao criacionista de setores das escolas confessionais no Brasil:

    assustador que, s vsperas do bicentenrio do nascimento de Charles Darwin,

    pai da teoria da evoluo, escolas brasileiras estejam ensinando criacionismo nas aulas de

    cincias. J se sabia que as escolas adventistas fazem isso. A novidade que o negcio est

    se propagando. Em instituies tradicionais de So Paulo, como o Mackenzie, inventou-se at

    um mtodo prprio para o ensino.4

    O jornalista e editor da Revista Adventista rebateu as crticas de que o que o relato

    bblico da Criao uma fbula encantadora, mas no cincia argumentando que:

    Algum precisa dizer para o Petry que seleo natural tem base factual e explicarelativamente bem a biodiversidade (microevoluo) em nosso planeta, mas a histria de que

    todos viemos de um ancestral comum (macroevoluo), essa, sim, uma fbula, e nem um

    pouco encantadora.5

    Em 2000 o ento governador do Rio de Janeiro Antony Garotinho sancionou uma lei

    que determina que o ensino religioso faa parte do currculo das escolas pblicas reacendendo

    o debate sobre cincia e religio de modo geral, e em particular os debates sobre criacionismo

    e evolucionismo.

    Segundo determinao da Secretaria de Estado da Educao do Rio de Janeiro, em

    2004 as escolas pblicas promoveriam "reflexes sobre a criao do mundo" por meio de

    uma "abordagem superficial do criacionismo". Porm, no foi explicado que metodologia os

    professores devero utilizar para isso.6

    O presidente da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Cincia (SBPC) se pronunciou

    sobre o assunto nos seguintes termos:

    3 ibid.,4 Andr Petry, Revista Veja 04/02/20095 Michelson Borges, Viso "Petryficada" da Veja, in: www.asm.org.br/noticias/ASM/2009/02_04_veja.php(acesso em 21/08/09)6 MARTINS, Maurcio Vieira, O criacionismo chega s escolas do Rio de Janeiro: uma abordagem sociolgica,in: http://www.comciencia.br/200407/reportagens/02.shtml(acesso em 21/08/09)

    2

    http://www.asm.org.br/noticias/ASM/2009/02_04_veja.phphttp://www.comciencia.br/200407/reportagens/02.shtmlhttp://www.comciencia.br/200407/reportagens/02.shtmlhttp://www.asm.org.br/noticias/ASM/2009/02_04_veja.phphttp://www.comciencia.br/200407/reportagens/02.shtml
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    desconcertante que em pleno 2009 existam pessoas que pensam que o mundo tenha

    essa idade s por constar numa leitura bblica quando toda evidncia cientfica demonstra o

    contrrio.10

    De acordo com o pesquisador os nmeros apontam para um crescimento do

    Criacionismo no Reino Unido nos ltimos anos tendo como causas principais:

    o aumento da populao de imigrantes islmicos;

    proliferao das igrejas pentecostais de africanos ou afrodescendentes;

    os ditos intelectuais neo-darwinistas que defendem o atesmo.

    Um dos autores mais polmicos neste debate Richard Dawkins. Para ele:

    A conquista de Darwin universal e atemporal. Os processos evolutivos descritos

    por ele devem acontecer em qualquer lugar do universo onde porventura exista vida. Quando

    releio Darwin, sempre me surpreendo com quo moderno ele soa. Considerando que suas

    concepes de gentica estavam erradas, impressionante como ele conseguiu acertar em

    todo o resto. 11

    Dawkins um famoso zologo, etlogo, evolucionista e escritor de divulgao

    cientfica na Inglaterra. Sua viso evolucionista centrada no gene foi exposta em seu livro O

    Gene Egosta, publicado em 1976. A partir de seu livroDeus, um Delrio, onde afirma que a

    explicao da vida no precisa do fator Deus para sua explicao, Dawkins acendeu a ira dos

    criacionistas.Este autor afirma que evolucionistas no deveriam participar de debates pblicos com

    partidrios do criacionismo:

    Os criacionistas buscam esse debate para conquistar um verniz de respeitabilidade

    intelectual. Eles no tm esperana de "vencer" a discusso: querem apenas ser reconhecidos

    no mesmo palanque ocupado por um cientista de verdade. Por isso devemos evitar esses

    encontros12.

    10 ALEXANDER, Denis, in COLOMBO, Silvia,Darwin nas mos de Deus, Caderno Especial, Folha de SoPaulo, 16 de Fevereiro de 2009, p.11 DAWKINS, Richard,A conquista de Darwin universal e atemporal, entrevista , Jornal da Cincias, maio de2005, http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=28483 (acesso em 14/08/09)12 ibid.,

    4

    http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=28483http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=28483
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    O Papa Pio XII em 1950 em sua encclica Omnis Generis reconhece que a evoluo

    biolgica compatvel com a f crist embora para a criao da alma seja necessria a

    interveno divina13.

    Joo Paulo II em discurso em 1981 na Academia Pontifcia de Cincias disse que um

    erro usar a Bblia como um tratado de astronomia, geologia e biologia: A Bblia no pretende

    ensinar como se formou o firmamento, mas sim como chegar ao cu., portanto espantoso e

    chega a ser ridculo esta discusso que ressurge em pleno sculo XXI. A essncia de Deus,

    no pode ser comparada, a sim como a vida aps a morte. Este o grande mistrio. Para

    crermos nisso temos que ter f. E este um dom divino.No cincia, religio.

    A reflexo a seguir apresentar o evolucionismo e o Criacionismo a partir da histria,

    idias principais e autores mais importantes. Logo depois sero apresentadas as propostas de

    Hans Kung e Leonardo Boff como possibilidades de dilogo entre cincias e teologia.

    13 citado em: SAMPAIO, Lenita, Criacionismo e Evolucionismo, emhttp://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=64(acesso em em 21/08/09)

    5

    http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=64http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=64http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=64http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=64http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=64http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=64
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    Captulo 1:

    Entendendo o debate: fundamentos do evolucionismo e criacionismo

    1 - Construo da Teoria da Evoluo

    1.1-o processo: A Teoria da Evoluo pela Seleo Natural, apesar de ser chamada de

    Darwinismo, o resultado de um processo lento de evoluo cientfica atravs de vrios

    autores O Evolucionismo no resultado do pensamento de uma s pessoa, e no foi

    desenvolvida unicamente por um ou poucos cientistas, mas sim o conjunto de idias e

    resultado de um processo complexo de estudos cientficos, levantamento de dados,

    observao sistemtica ao longo da histria.

    Aristteles foi o primeiro grande bilogo. Em sua reflexo acreditava que se

    podia encaixar os seres vivos em uma hierarquia que ficou conhecida Scala Naturae14,

    que quer dizer a escada da natureza. As criaturas mais simples tinham um princpio

    inferior; o ser humano ocupava o topo; os outros seres ocupavam um lugar apropriado

    entre as extremidades desta escala. Para Aristteles os organismos vivos sempre

    existiram e no adimitia que houvesse qualquer histrica entre uma espcie e outra e

    nem genealogia comum.A biologia evoluiu muito com as concluses que Aristteles chegou observando a

    natureza. A biologia de Aristteles teve influencia em seu pensamento metafsico: o

    filsofo afirmava que tudo movido por uma fora para se tornar algo maior, para

    evoluir15.

    Durante muito tempo as idias de Aristteles eram aceitas entre biologistas que

    adotaram a idia da escada da vida.

    Um dos primeiros cientistas a sugerir que as espcies podem modificar-se foi

    Georges-Louis Leclerc de Buffon, um francs que viveu entre 1707 a 1788 16. Buffon

    acreditava que as mudanas nas espcies ocorriam por um processo de degenerao. A

    14 CURTIS, Helena,Biologia, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1977, p.115 CONSCINCIA,Aristteles: biografia e pensamento, in:http://www.consciencia.org/aristoteles.shtml.(acesso em 27/08/09)16 CURTIS, op.cit., p.2

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    http://www.consciencia.org/aristoteles.shtmlhttp://www.consciencia.org/aristoteles.shtmlhttp://www.consciencia.org/aristoteles.shtml
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    partir de uma idia de forma ideal ou original, Buffon afirmava que as formas originais

    da Natureza podiam ser alteradas por aperfeioamento e degenerao, segundo ele, a

    mesma coisa, pois ambas implicam numa alterao da constituio original.

    Erasmo Darwin av de Charles Darwin foi mdico e naturalista no perodo de

    1731 a 1802. Estudioso de botncia e zoologia Erasmo Darwin foi um dos primeiros a

    questionar a fixidez das espcies afirmando que as espcies tinham ligaes histricas

    entre si e que a competio levava a um desenvolvimento de espcies diferentes e que os

    animais eram capazes de se modificar em resposta s condies ambientais.17

    A catalogao dos seres vivos num processo de classificao organizada chamada de

    Taxonomia Binominal, classificando os seres vivos por grupos de gnero e espcie. Este

    mtodo de classificao de plantas e animais desenvolvida pelo famoso bilogo sueco Carlos

    Lineu no sculo XVIII convivia, entretanto com a idia da imutabilidade das espcies.A partir destes trabalhos de classificao dos seres vivos, os naturalistas do sculo XIX

    perceberam que haviam caractersticas que convergiam para uma mesma tendncia, o que

    permitia agrupar as espcies numa rvore com sees e subsees obedecendo uma ordem e

    progresso evidentes.

    Os naturalistas perceberam atravs da observao sistemtica e da classificao que os

    seres vivos podem ser classificados e obedecem a uma ordem que os separa em diversos

    grupos parcialmente isolados, porm interligados por alguns animais que parecem fazer uma

    conexo entre os grupos.

    O prximo passo importante na observao dos naturalistas foi perceber que havia uma

    progresso: uma srie de troncos comuns surgiam de um tronco nico, o que sustentava a

    idia de ancestrais em comum. a partir destas observaes que as teorias posteriores vo ser

    desenvolvidas.

    17 CURTIS, ibid., p.2

    7

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    1.2- Autores da Evoluo

    Jean-Baptiste Lamarckfoi o responsvel pela primeira teoria aceitvel para explicar

    a progresso dos seres vivos observada ao longo dos anos pelos naturalistas. Ele era um

    botnico francs, pesquisador do Museu de Histria Natural de Paris18

    Lamarck foi bilogo alm de ter sido seminarista e militar. A partir de 1801 ele

    publicou artigos cientficos combatendo o que ele chamava de fixismo entendida como a

    doutrina na qual as espcies de seres vivos so imutveis e tambm combatia o

    catastrofismo - que acreditava que as catstrofes naturais (enchentes, dilvios, vulces,

    terremotos, etc) interferiam e determinavam o surgimento de variaes das espcies e tambm

    o desaparecimento de diversas espcies.Lamarck fundamentava sua teoria em duas hipteses:

    a lei do uso a desuso

    a lei dos caracteres adquiridos.

    Por exemplo, no caso da girafa, a necessidade de se alimentar dos brotos superiores

    das rvores altas fazia com que os animais cada vez mais esticassem o pescoo produzindo

    assim o alongamento progressivo do pescoo e transmitindo para a descendncia que j

    nasceriam com pescoos mais longos e, de gerao em gerao tornando vivel a vida daespcie. De acordo com Lamarck o surgimento de novas espcies se d por evoluo, devido a

    aquisio ou perda de caracteres.

    Para Lamarck, o uso repetido do rgo causaria um desenvolvimento, e seu desuso

    naturalmente uma atrofia, o que explicava o desaparecimento dos rgos que no mais

    tinham utilidade para a nova espcie .19

    As idias de Lamarck foram bem aceitas entre naturalistas e na sociedade em geral

    mas tambm despertaram um grande oposio por parte de religiosos a exemplo de Georges

    Leopold Cuvier que era protestante e um naturalista que aceitava o fixismo catastrofista a

    partir de uma apologia do relato bblico.

    18 LAMARCK, Portal Edcuao, in: http://www.portaleducacao.com.br/biologia/principal/conteudo.asp?id=7935(acesso em 14/09/2009)19 MARCUS VALRIO, Criao Evoluo, Teoria da Evoluo - de onde viemos? in:http://www.evo.bio.br/Layout/Teoria_Evolucao.html(acesso em 14/09/09)

    8

    http://www.portaleducacao.com.br/biologia/principal/conteudo.asp?id=7935http://www.evo.bio.br/Layout/Teoria_Evolucao.htmlhttp://www.evo.bio.br/Layout/Teoria_Evolucao.htmlhttp://www.portaleducacao.com.br/biologia/principal/conteudo.asp?id=7935http://www.evo.bio.br/Layout/Teoria_Evolucao.html
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    A resistncia de Lamarck contra os conservadores tornou a vida e o trabalho do

    naturalista muito difcil, inclusive de dar continuidade s suas pesquisas. Lamarck morreu na

    misria, em 1829 mas sua teoria sobreviveu inspirando outros naturalistas. Sua teoria s foi

    parcialmente criticada e superada algumas dcadas depois.

    A primeira suposio da Lamarck vlida: o uso a o desuso provocam alterao nos

    organismos. Assim, sabemos que os atletas desenvolvem seus msculos atravs do uso,

    enquanto que a paralisao das pernas, por exemplo, determina atrofia. A falha est na

    segunda hiptese: caracteres adquiridos por uso e desuso nunca so transmitidos aos seus

    descendentes.

    Gregor MENDEL

    Johan Mendel era austraco nascido no dia 20 de julho de 1822. Quando ingressou naordem religiosa dos Agostinianos mudou seu nome para Gregor Mendel. Estudou teologia e

    filosofia e foi ordenado padre em 1847.

    Vai estudar Histria Natural na Universidade de Viena durante 3 anos onde se

    interessou definitivamente pelo estudo dos seres vivos, principalmente botnica.

    O interesse pela botnica veio da observao dos conhecimentos de seu pai que era

    jardineiro. Mendel vai iniciar suas pesquisas com rvores frutferas e, mais tarde, no jardim

    do mosteiro, vai se dedicar ao estudo da ervilha por ser um vegetal de reproduo rpida20e de

    fcil visualizao.

    Sua observao levou identificao de que as caractersticas das plantas passavam de

    uma gerao a outra hoje conhecido como elementos hereditrios ou genes.

    Hoje, a pesquisa de Mendel, estudada a partir da apresentao de trs leis: Lei da

    Segregao, Lei da Uniformidade e Lei da Recombinao dos Genes.

    Absorvido pelo trabalho administrativo no mosteiro, Mendel no pode se dedicar s

    suas pesquisas de modo mais sistemtico. Mendel morreu em 6 de janeiro de 1884. Entretanto,

    seus escritos foram preservados e a importncia de sua pesquisa reconhecida um sculo

    depois. No sculo XX os pesquisadores reconheceram a importncia da pesquisa de Mendel

    para a gentica.

    Mendel considerado, com razo, o Pai da Gentica.

    20 SNUSTAD, Peter; SIMMONS, Michael J.,Fundamentos de Gentica,, So Paulo: GuanabaraKoogan, 2001,p.17

    9

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    Charles DARWIN - nasceu em 12 de fevereiro de 1809 na cidade de Shrewsbury,

    Inglaterra. Filho de Robert Darwin e Susamah Darwin. Seu av Erasmus Darwin, mdico e

    filsofo, j havia publicado em 1795 uma obra onde apresentava idias evolucionistas

    precursoras de Lamarck.

    Darwin desde a infncia se interessava em colecionar insetos e minerais. Quando

    entrou para a escola de medicina da Universidade de Edimburgo, em 1825, sentiu mais

    interesse por histria natural, que pela prtica da medicina, participando de vrias

    sociedades de naturalistas.21

    Estudante de medicina abandonou os estudos e dedicou-se cincia natural e tambm

    tornou-se clrigo da Igreja Anglicana.

    Dois anos depois, com 18 anos, seu pai, ao perceber seu desinteresse e inaptidopara o curso de medicina, matriculou-o na Escola de Artes de Cambridge, para que pudesse

    se ordenar padre. Um dos requisitos de um sacerdote era a capacidade de observar e

    reproduzir a criao de Deus, e seu ingresso no sacerdcio significaria um futuro

    estvel.22

    Durante seus estudos em Cambridge se inscreveu no curso de histria natural oferecido

    pelo reverendo John Stevens Henslow e se interessou pelas idias de William Paley sobre o

    projeto divino da natureza.

    Em dezembro de 1831 foi convidado para participar de uma expedio cientfica,

    tornando-se membro da mesma nas funes de gelogo, botnico, zologo e homem de

    cincias inclusive na rea mdica.

    Um dos marcos mais importantes da sua histria foi a viagem a bordo no navio

    Beagle entre 1831 e 1836, na qual visitou diversas regies do globo terrestre e teve condies

    de perceber uma interessante relao entre fsseis e espcies viventes na poca e mecanismos

    de adaptao de espcies relacionados ao ambiente e modo de vida destes. 23

    A expedio partiu a bordo do navio Beagle no dia 10 de dezembro de 1831 zarpando

    do porto de Plymouth na Inglaterra, iniciando desta forma a viagem cientfica atravs dos

    continentes.

    21 CAMINHOS DE DARWIN no Brasil, in: http://www.casadaciencia.ufrj.br/caminhosdedarwin/darwin.html(acesso em 14/09/09)22 ibid.,23 ibid.,

    10

    http://www.casadaciencia.ufrj.br/caminhosdedarwin/darwin.htmlhttp://www.casadaciencia.ufrj.br/caminhosdedarwin/darwin.html
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    Em janeiro de 183224 o navio chegou s Ilhas Canrias, mas no desembarcaram em

    virtude da regio estar contaminada por uma epidemia de clera, doena de alta letalidade. O

    Beagle segue viagem e em fevereiro de 1832 aportou aqui no Brasil na regio de Salvador,

    Bahia, onde ficou at maro do mesmo ano.

    Darwin toma contato pela primeira vez com a floresta tropical brasileira, em plena

    estao das chuvas, sendo esta a melhor poca para observao da floresta por ser mais

    acessvel o deslocamento pelos igaraps. Aqui Darwin fez uma observao interessante: o

    peixe Diodom Antenalus (peixe de pele flcida) com propriedade de destender o corpo numa

    forma esfrica. Ao retir-lo da gua observou que a quantidade considerada de gua e de ar

    entrava pela boca do peixe, o mesmo acontecendo provavelmente pelos orifcios branquiais

    segundo sua observao.

    Em 18 de maro o navio desloca-se da Bahia25 com destino ao Rio de Janeirochegando a 4 de abril onde aportou. Darwin em terra em suas andanas escalou o Corcovado e

    posteriormente foi at a cidade de Maca tendo como transporte o cavalo. Neste trajeto fez

    muitas anotaes, principalmente sobre botnica e zoologia. Dentro de suas observaes do

    Rio de Janeiro as mais relevantes esto no comportamento das formigas, sendo os primeiros

    insights sobre ecologia.

    Os animais que mais o interessaram e fascinaram foram os insetos. Darwin passava

    os dias coletando, observando e estudando o comportamento desses animais e suas anotaes

    foram importantes para a formulao da Teoria da Evoluo e o principio da seleo

    natural. 26

    Enquanto o Beagle retorna para a Bahia Darwin permanece no Rio de Janeiro

    fascinado com a diversidade da vida nas florestas. Encontrou seu primeiro macaco no Novo

    Mundo. Em seu Dirio pessoal Darwin anota:

    Qualquer naturalista capaz de lamber a sola do sapato de um brasileiro diante da

    perspectiva de ver florestas selvagens povoadas por belos pssaros, macacos e preguias e

    lagos com capivaras e jacars.27

    24 CURTIS, op.cit., p. 525 CURTIS, p.726 CAMINHOS DE DARWIN, op.cit27 ibid.,

    11

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    O que mais o excitava era a vida interiorana. Encontrou insetos nunca vistos na

    Europa, observou lagartos fugindo de formigas predadoras. Darwin famlia descrevendo

    como passava a ver as suas novas perspectivas sobre a histria natural que o fortalecer:

    A histria natural oferecer trabalho e diverso elo resto de sua vida Os trpicos

    so aparentemente o bero natural da raa humana, mas a mente, como muitos de seus

    frutos, parece atingir sua maior perfeio em um clima estrangeiro.28

    Darwin deixou o Rio, e o Brasil, em 5 de julho de 183229, viajando para Montevidu,

    dando continuidade a sua expedio. Darwin voltar ao Brasil em agosto de 1936 fazendo

    suas ltimas paradas em Salvador e Recife, para conferncia de clculos, antes de retornar

    definitivamente Europa.

    Seguiram para a Argentina30 onde visitaram a Bahia Blanca, Na praia de Punta Alta,

    em Bahia Blanca, Darwin encontrou o fssil de uma preguia e um tatu gigante. No Chile,Darwin subiu a cordilheira dos Andes onde encontrou fsseis de conchas, concluindo

    posteriormente que aquela regio, algum dia, j tinha sido mar; e numa fenda nas montanhas

    uma floresta petrificada.

    Do Chile, a expedio partiu para Galpagos31, onde passaram um ms. Nesse

    arquiplago, Darwin pode observar as tartarugas, iguanas e a enorme variedade de aves. E

    constatou que eram diferentes de ilha para ilha. Rumaram para o Taiti, Nova Zelndia,

    Austrlia, Ilhas Coco, retornaram a Brasil, aportando na Baia e em Recife. Por fim, voltaram

    para a Inglaterra.

    Os resultados imediatos da viagem foram o livro A Viagem do Beagle (1838), baseado

    nos dirios de Fitzroy, a transcrio do dirio de Darwin (1839) e os artigos sobre a geologia

    da Amrica do Sul, baseados em nas observaes de Darwin e no livro Princpios da

    Geologia, de Charles Lyell. Mas a maior obra publicada, de fundamental importncia para a

    cincia, tendo como base os espcimes encontrados durante a expedio do Beagle, foi A

    origem das espcies, de Darwin. Na obra, publicada em 1859, o naturalista descrevia sua

    teoria a cerca da evoluo dos seres vivos.32

    28 ibid.,29 COLOMBO, op.cit., 730 ibid.,. 731 ibid., 832 ibid., 8

    12

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    Durante toda a viagem Darwin coletava fsseis e espcimes da fauna da Amrica do

    Sul e enviava para a Inglaterra, para seu professor Henslow que comeou a divulgar os

    escritos e anlises de Darwin. Quando retorna a Europa, em 1836, Darwin aos 27 anos, j era

    bem conhecido como naturalista na comunidade cientfica.

    De volta Inglaterra Darwin se dedica pesquisa geolgica e sobre a fauna marinha

    estundando os fsseis e espcimes que trouxe da Amrica do Sul. Aps tomar contato com as

    idias de Lamarck e posteriormente as de Thomas Malthus, sobre a dinmica de crescimento

    populacional, Darwin finalmente concebeu o mecanismo evolutivo que seria a essncia de

    toda a sua teoria. A Seleo Natural33.

    1859, aos 50 anos de idade, Darwin publica seu livro A Origem das Espcies34 que

    prope a seleo natural como fator evolutivo das espcies. Este livro o projetou no meio

    cientfico causando polmica e sendo alvo de crticas em especial por parte dos criacionistasinclusive seu professor John Henslow.

    Darwin contraiu uma doena na Amrica do Sul que alguns pesquisadores

    identificaram como doena de Chagas35. Por isso sua A Teoria das Espcies foi defendida e

    apresentada por outros cientistas uma vez que Darwin morava no interior da Inglaterra com

    sua sade gravemente abalada.

    Faleceu em 19 de abril de 1889, aos 79 anos, em Downe, Inglaterra. Era casado com

    Emma Wedgwood com quem teve dez filhos. Trs deles morreram ainda durante a infncia36.

    A diferena essencial entre a proposio de Darwin e a de qualquer de seus

    predecessores o papel central que ele atribui ao processo da variao. Os outros

    consideraram as variaes distrbios no plano geral enquanto Darwin viu que elas so a

    tecitura mesma do processo evolutivo. 37

    33 ARAGUAIA, Mariana, Quem foi Charles Darwin?in: http://www.brasilescola.com/biologia/charles-darwin.htm (acesso em 21/9/09)34 CURTIS, op.cit. p. 735 COLOMBO, op.cit., p.836 ibid.,37 CURTIS, op.cit. p.7

    13

    http://www.brasilescola.com/biologia/charles-darwin.htmhttp://www.brasilescola.com/biologia/charles-darwin.htmhttp://www.brasilescola.com/biologia/charles-darwin.htmhttp://www.brasilescola.com/biologia/charles-darwin.htm
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    2- Criacionismo

    2.1- Conceito

    O criacionismo o conjunto de crenas que afirma um deus criador absoluto

    responsvel por tudo o que existe no universo por isso podem ser considerados testas. A

    divindade est permanentemente em relao com a sua criao, por isso "imanente", e pode

    intervir de forma atual no universo. Neste sentido, de modo geral, cristos, como judeus ou

    muulmanos so criacionistas. Tambm seria possvel apontar para outras formas de

    criacionismo que deveriam ser conceituados a partir de suas matrizes religiosas: criacionismohindu, criacionismo de Krishna, criacionismo vdico, criacionismo islmico,

    criacionistas turcos, criacionistas sulafricanos. 38

    O conceito vigente de criacionismo em toda essa discusso a crena crist

    segundo a qual Deus criou o mundo e todos os seres vivos conforme descrito no livro

    bblico do Gnese. Porm, existe uma variedade enorme de tipos de criacionismo cristo

    dentro deste quadro geral, mesmo que a maioria seja, de modo geral, tipos de criacionismo

    bblico39.

    O criacionismo toma a Bblia, em especial os primeiros captulos do Gnesis, como

    referncia genuna para a histria do universo e histria da vida, tambm dos seres humanos

    e da terra por esta razo so conhecidos como fundamentalistas ou literalistas bblicos.

    Partindo deste princpio os criacionistas de modo geral se opem ao evolucionismo, em

    especial recusam as idias de Charles Darwin no seu livro A Origem das Espcies.

    A teoria criacionista em geral afirma que todas as espcies vivas surgiram

    repentinamente, j diferenciadas e especializadas, que no houve evoluo e que tudo se deu

    num periodo muito curto de tempo. Apesar de ser especialmente defendida por setores do

    fundamentalismo cristo, basicamente evanglico o criacionismo pode ser identificado em

    muitas matrizes religiosas do mundo.

    38 ENGLER1, Steven, Tipos de Criacionismos Cristos, Revista de Estudos da Religio junho / 2007 / pp. 83-107, in: http://www.pucsp.br/rever/rv2_2007/t_engler.pdf(acesso em em 21/09/09)39 ibid.,

    14

    http://www.pucsp.br/rever/rv2_2007/t_engler.pdfhttp://www.pucsp.br/rever/rv2_2007/t_engler.pdf
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    2.2- Tipologia

    Existem trs tendncias40 criacionistas na atualidade: o criacionismo religioso puro, o

    criacionismo intermedirio e o criacionismo cientfico fundamentalista.

    1- O criacionismo religioso puro no tem pretenso cientfica e poderamos dizer que

    uma forma bsica de criacionismo tendo sua origem nos mitos primitivos que esto presentes

    no passado cultural de parte significativa da humanidade. O criacionismo religioso a opinio

    daqueles que esto satisfeitos com suas explicaes mticas e msticas do mundo e da origem

    da vida e no precisam de conhecimentos cientficos ou filosficos para fortalecimento de seu

    posicionamento. Os conflitos entre cincia e religio so descartados j no nvel pessoal e no

    se transformam num debate ampliado. Esta postura de uma viso de mundo mtica esta nabase de todos os demais criacionismos.

    2- o criacionismo intermedirio aquele que apresenta menos contedos religiosos e

    mais discusso filosfica e teolgica. Historicamente esta postura surge depois do

    estabelecimento de um pensamento cientfico a partir do sculo XIX e de modo especfico

    como resposta crtica ao Evolucionismo. Neste momento a resposta religiosa e teolgica no

    se mostrou capaz de restringir ou impedir o desenvolvimento do pensamento e das cincias

    evolucionistas. Filsofos e telogos se viram obrigados a lanar mo da cincia para defender

    a posio cricionistas. Esta forma de criacionismo se utiliza da Bblia somente no seu aspecto

    moral tratando d no expor o texto Bblico aos rigores da cincia. Apesar de ser uma postura

    mais flexvel que admite que o dilvio bblico no necessariamente foi um fenmeno de

    propores planetrias sustenta a superioridade da religio bblica revelada como acima dos

    interesses da cincia.

    Esta forma de criacionismo pode trabalhar com a idia da Teoria do Big Bang

    reinterpretando o Gnesis bblico de tal modo que a Bblia sempre tem razo e sempre j

    anunciava o que a cincia descobre em suas pesquisas. Esta atitude de ajuste vai, por exemplo,

    alegar que um dia nos relatos bblicos tem o mesmo valor de uma era ou de um perodo de

    40 ibid.,

    15

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    3. os seres humanos j foram criados nesta forma atual assim como todas as espcies; estas

    possveis adaptaes so climticas ou ambientais logo no existe um antepassado comum

    para os primatas ou qualquer outra espcie;

    4. os eventos catastrficos (dilvios, vulces, etc.) podem explicar as caractersticas

    geolgicas da Terra;

    5. entre estes eventos catastrficos o mais importante na histria foi o Dilvio bblico, narrado

    no livro do Gnesis, o que explicaria os fsseis e as camadas geolgicas.

    2.4- Crticas criacionistas

    Os Criacionistas afirmam que no so contra a Cincia, mas sim conta a Teoria daEvoluo. Ao apresentar as principais teses Criacionistas fica claro que este pensamento se

    organiza por oposio s teses evolucionistas. Para os Criacionistas a Teoria da Evoluo

    tambm religiosa porque no pode provar de modo absoluto suas teses.

    1. Para os criacionistas a teoria da evoluo uma teoria e no um fato e assim deve ser

    tratada recusando qualquer forma de considerar como verdade que pode ser ensinada

    nas escolas, por exemplo.

    2. Os criacionistas, afirmam que a hiptese da seleo natural, que seria uma idia central

    do moderno pensamento evolucionista, uma fraude. A afirmao sobre "a

    sobrevivncia dos mais capazes" contrastada com a pergunta "quem so os mais

    capazes?". Somente os que sobrevivem que podem fazer tal afirmao por isso a

    teoria da seleo natural consiste numa tautologia de que os que sobrevivem so os

    que sobrevivem nada cientfica afinal.

    3. Os criacionistas dizem que o sustentculo da moderna teoria evolucionista reside num

    mecanismo de mutaes genticas aleatrias, mas as hipteses de surgimento de

    organismos capazes e funcionais, com todas as suas peas no devido lugar, seriam

    pequenas sem a considerao de um princpio ordenador.

    4. Os criacionistas apontam para as omisses e falhas na aparente continuidade evolutiva

    do patrimnio fssil. Existem grandes contradies entre as diferentes formas

    17

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    encontradas e ainda no h uma teoria que oferea elos de ligao. A idia de

    continuidade e de ligao no efetivamente demonstrada pelo evolucionismo e por

    isso depende necessariamente um ato criador e ordenador da vida.

    5. Os criacionistas afirmam que a fsica moderna no sustenta a teoria da evoluo:

    A segunda lei da termodinmica determina que a desordem do universo

    inexoravelmente sempre maior. Em termos tcnicos, a entropia aumenta

    permanentemente e a desordem irreversvel. A energia consumida em calor no

    pode voltar a produzir o mesmo calor, no entanto, os organismos vivos

    aparentemente desafiam o disposto nesta lei. Isto mesmo incompatvel com uma

    teoria da evoluo a partir de uma matria inerte e sem qualquer vida. Como

    possvel conceber neste cenrio o aparecimento de seres to complexos como ns,seres humanos, a no ser por fora de uma vontade criadora?41

    6- Os criacionistas combatem a idia de evoluo a partir da simples constatao de que a

    complexidade humana no pode ser explicada por uma teoria. O ser humano dotado de

    esprito e conscincia no pode ter surgido de um mero acaso; tal complexidade exige

    um sistema explicativo criador e ordenador.

    41 RUSE, Michel, Criacionismo, Crtica: Revista de Filosofia, in:http://criticanarede.com/rel_criacionismo2.html# (acesso em em 16/10/2009)

    18

    http://criticanarede.com/rel_criacionismo2.html#http://criticanarede.com/rel_criacionismo2.html#
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    Captulo 2:

    Teologia como ponte entre criao e evoluo

    No livro Construindo Pontes entre Cincias e Religio42 apresenta-se o atual debate

    sobre Criao e Evoluo.

    A Teoria da Evoluo de Charles Darwin apresenta um dos desafios mais

    significativos para a Teologia, ao longo dos ltimos 140 anos.

    Esse desafio foi respondido de modo diverso por diferentes Telogos Cristos que

    buscam manter um dilogo criativo entre a teologia e a cincia: A Evoluo uma maneira de Deus, criar a vida, um enigma, frequentemente

    chamada pelos Teistas. Os estudiosos que abraam essa causa, geralmente empregam

    conceitos, tais como: Criao contnua (Creatiocontinua) e Pantesmo, ou seja, o Mundo est

    em Deus, mas Deus transcende o mundo .43

    Alguns telogos vm desenvolvendo uma teologia que cria uma ponte que interligue f e

    razo superando os problemas que foram apresentados aqui entre criao e evoluo. De

    modo especial na reflexo de Hans Kng e Leonardo Boffpodemos encontrar uma forma

    contempornea de discusso destas questes que apontam para alternativas tericas para o

    debate.

    42 PETERS, Ted; BENNETT, Gaynon, Construindo Pontes entre Cincias e Religio, So Paulo: Unesp/Loyola,200343 p. 94

    19

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    1- A proposta de Hans Kng

    Hans Kng nasceu em l929, em Sursse na Sua. O telogo professor Emrito de

    Teologia Ecumnica e presidente da fundao Ethos Mundial em Tbingen. Considerado no

    meio cientfico como um dos maiores pensadores de nosso tempo, sendo favorvel ao

    congraamento entre Razo e F Crist, fazendo uma ponte que interliga religio e cincias.

    Segundo ele, s com a unio entre estas duas vertentes, encontraremos respostas

    questo sobre o que mantm o mundo interiormente unido.

    O telogo tambm ressalta idias que buscam uma resposta urgente que supra esse

    conflito e que deixe de ser um belo sonho e que se torne realidade principalmente na

    passagem dos tempos modernos para a ps modernidade.44

    Hans Kng prope as seguintes questes:

    - Uma teoria unificada para tudo;

    - Deus como princpio unificador;

    - a superao da dicotomia entre Criao ou Evoluo;

    - compreenso integrada da Vida no Cosmo;

    - O comeo da humanidade como parte da teoria unificada para tudo.

    O autor faz uma retrospectiva, em seu livro O princpio de todas as coisa,s de como

    surgiram as teorias que criaram a moderna Cincia da natureza. A Teoria Unificada parte dos

    modelos apresentados ao longo da histria, segundo ele, dos trabalhos de Coprnico, Kepler e

    Galileu e que constituem a cincia na Era Moderna.45

    Nicolau Coprnico (1473-1543), Cnego catlico, de origem Polons/Alemo recorre

    a uma idia de Aristarco de Samos (III sculo a.C.), em suas idias astronmicas sobre o

    universo. Coprnico fala sobre os movimentos dos corpos celestes, prope o sistema

    heliocntrico do mundo em substituio ao modelo geocntrico46 de Cludio Ptolomeu. O

    modelo de Coprnico tem o Sol como centro do nosso sistema. Essa teoria aceita pelos

    astrnomos at os dias de hoje, sobretudo para os clculos das posies dos planetas, aps

    longos perodos de tempos.

    44 KNG, Hans. O princpio de todas as coisas. Petrpolis: Ed Vozes, 2005, p.45 ibid., p. 1546 ibid., p. 17

    20

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    A revoluo coperniana passou a ser a senha 47 para diversas mudanas

    revolucionrias constituindo a Era Moderna, alm de ser o exemplo mais simples e concreto

    que resulta em mudana de paradigma. Mais que uma mudana de padro de pensamento,

    caracterizando a viso de mundo de uma poca.

    O novo modelo de mundo, apresentado de forma terica por Coprnico, foi

    confirmado e corrigido48 por Johannes Kepler (1571-1630). Estudante de Teologia Evanglica,

    matemtica e astronomia em Tbingen, afirma que as rbitas dos planetas no so circulares,

    mas elpticas. Esses estudos sobre movimentos dos corpos celestes passam a ser as bases de

    uma Astronomia nova. O modelo de Kepler cultiva o modelo de pensamentos filosoficamente

    unificado e ecumnico49, isto de forma alguma exclui a f em Deus, como criador ou em uma

    harmonia divina.

    O novo modelo comeou a ameaar a imagem bblica, quando aparece o matemtico,fsico e filsofo italiano Galileu Galilei (1564-1642). Galileu descobre as fases de Vnus, as

    quatro luas de jpiter e os anis de saturno e constata que os cmulos estelares da via Lctea

    consistem estrelas individuais.50 Galileu confirma a teoria de Coprnico, segundo a qual a

    terra gira em torno do sol e com a introduo do experimento quantitativo torna-se o criador

    da Moderna Cincia da natureza.

    Com essa teoria, abrem-se as portas para a Cincia e para as ilimitadas pesquisas da

    natureza. O prprio Galileu reconhece que essas pesquisas representam uma ameaa imagem

    bblica do mundo.

    (Galileu) Construiu o primeiro culo e com isso efectuou extraordinrias

    descobertas de astronomia, entre as quais os satlites de Jpiter (planetas Mdicis), as fases

    de Vnus, os mares da Lua, as manchas do Sol. Defendeu as teorias de Coprnico pelo que

    incorreu na perseguio do Santo Ofcio, defensor do sistema ptolomaico.51

    A busca da cincia prover uma teoria unificada para todas as coisas e que possa

    descrever todo o universo inclusive incluiria o conceito de Deus. Stephen Hawking prope

    que se chame esta teoria de Theory Of Everything (Teoria para todas as coisas)52. Hans Kng

    47 ibid., p.1748 ibid., p.1649 ibid., p.1750 ibid., p.1751 COSTA, A.C., Galileu Galilei, in:http://www.ifi.unicamp.br/~accosta/galileu.html(acesso em em 27/10/09)52 DANILAS, Srgio, O Conceito de Tempo em Agostinho: Dilogo com a Cincia de Hoje, in: SANCHES, M.A. (Org.) Congresso de Teologia da PUCPR, 9., 2009, Curitiba. Anais eletrnicos, Curitiba: Champagnat, 2009.

    21

    http://www.ifi.unicamp.br/~accosta/galileu.htmlhttp://www.ifi.unicamp.br/~accosta/galileu.htmlhttp://www.ifi.unicamp.br/~accosta/galileu.htmlhttp://www.ifi.unicamp.br/~accosta/galileu.html
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    Na viso de Hans Kng a histria da humanidade no planeta Terra existe a cerca de 4,5

    bilhes de anos da criao at o surgimento do ser humano. A cerca de um bilho de anos

    surge um bpede erectus (homo erectus) e o Homo sapiens. O homem moderno surge a cerca

    de 6 mil anos. Observa-se que a humanidade produto de uma evoluo csmica,surgindo a

    muito pouco tempo57.

    A partir do sculo XIX a Biologia moderna desenvolve a cincia da vida (homens,

    animais e plantas). Natureza e histria passam a admitir a evoluo num processo histrico

    natural nico. Ao longo de enormes perodos de tempo, atravs de pequenos processos

    predominantes todas as riquezas do mundo e variedades de seres vivos. Para Kng o sbio que

    reuniu numa sntese possvel o principio da evoluo estabelecendo uma nova viso dos seres

    e dos homens, chama-se Charles Darwin.

    Para o autor pelo menos em um ponto a Bblia e cincias concordam: no incio dahistria do nosso planeta no existia vida. A terra era deserta e vazia, pouco antes de

    aparecerem os primeiros seres vivos, a cerca de 3,5 bilhes de anos, tornou-se evidente com a

    sonda espacial europia HUYGHENS que no dia 14 de janeiro de 2005, aterrissou com

    preciso na lua de Saturno Tit a nica lua a possuir uma atmosfera. Um triunfo para a

    cincia, reforando o questionamento: se pela teoria da evoluo a histria de nossa terra, teve

    do principio ao fim um desenvolvimento previsvel, coerente e necessrio, se tudo obedece a

    causa e efeito uma lei intramundana -, se cada passo resulta com naturalidade do passo

    anterior, onde que ainda existe um lugar para o intervir de Deus ?58

    O comeo da humanidade. Para o autor os seres humanos tiveram sua origem no

    continente africano59. A frica do ponto de vista geolgico a antigussima moradia dos seres

    humanos e bero da humanidade. O Ser humano evoluiu a partir de seus ancestrais mais

    antigos, tendo a frica como incio da humanidade.

    A cerca de 6 bilhes de anos, como se pode concluir dos achados mais recentes,

    ocorreu que o Gnero dos homindeos, homens primitivos, que levou ao tipo de homem

    moderno, comeou a distanciar-se do gnero de onde evoluram seus parentes mais prximos,

    os Antropides. verdade que o Genes do homem s se diferenciam-se dos chimpanzs em

    57 ibid., p.12358 ibid., p.17859 ibid., p. 219

    23

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    cerca de 1 por cento dos elementos da substncia gentica DNA 60. Na realidade essa diferena

    remonta em valor de 3 milhes de genes dentre os 3 bilhes de Genes do Genoma.

    A mais antiga espcie de homindeo conhecida com segurana so os Australopitecos-

    Antropides61 meridionais Africanos que se movimentavam em duas pernas e subiam em

    rvores, porm no desenvolveram nenhuma cultura de produo de utenslios. Viveram 2,5

    milhes de anos, antes de toda a cultura escrita. Aparece Homo habilis62 (Homem capaz) que

    iniciou a produo de utenslios, por ter habilidade com as mos.

    Na antiga e mdia idade da pedra, a frica e os demais continentes,

    desenvolveram-se deforma muito semelhante. Os utenslios e tmulos encontrados permitem

    que se acompanhe com clareza o desenvolvimento que levou o Homo habili63s at o nosso

    ancestral direto, o Homo sapiens. Entre 2 e l,5milhes de anos atrs surge o Homo erectus64 (o

    homem de andar ereto) muito semelhante ao homem atual na forma do corpo.Entre 200 mil e 35 mil anos atrs encontrado um estgio intermedirio conhecido

    comoHomem de Neandertal65 devido a diferena gentica de seu DNA, encontrados em seu

    Genoma, foi possvel estabelecer que no foi ele um ancestral direto doHomo sapiens. Muitos

    cientistas so de opinio que o Homo sapiens, o Homo erectus e Neandertal e o homem

    anatomicamente moderno, o homem de hoje, desenvolveu-se quase ao a mesmo tempo em

    vrios lugares do mundo.

    Com bases em recentes descobertas, a maioria dos pesquisadores est convencida de

    que o Homo sapiens provm de um grupo provavelmente no muito grande de homens

    primitivos, na trrida frica tropical e subtropical, uma rea rica em caa. Provavelmente a

    cerca de 200 mil anos, a leste da grande falha Siro-Africana ao norte de Zambezi66. 100 mil

    anos este Homo sapiens provavelmente em pequenas hordas, iniciou sua ampla caminhada

    pelo globo terrestre e desalojaram da Europa e de outras partes o Neandertalenses, que

    desapareceu a cerca de 30 mil anos.

    60 ibid., p. 22261 ibid., p .22262 ibid., p. 22363 ibid., p. 22264 ibid., p. 22365 ibid., p. 22366 ibid., p. 224

    24

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    Nunca se deve esquecer que os aborgenes, bosqumanos asiticos67, europeus ou

    americanos, no so espcies diferentes de homens, eles formam uma nica espcie que a

    mesma do gnero humano. E apesar de termos caracterstica externas muito diferentes

    (Fentipos) todos ns como demonstra a anlise gentica molecular temos origens biolgicas

    comuns. Por baixo da pele nos somos todos africanos.

    A proposta de Hans Kng evitar o confronto ou a integrao como nicas

    possibilidades para relao entre criao e evoluo, f e razo. A propsta apresentada pelo

    telogo de um modelo de interao crtico-construtiva de complementariedade68 entre

    cincia natural e religio

    ... onde as esferas prprias de cada uma sejam mantidas, as transies ilegtimas

    sejam evitadas e todas as absolutizaes rejeitadas, mas onde em mtua consulta e

    enriquecimento se procure considerar a realidade como um todo, em todas as suasdimenses.69

    67 ibid., p. 22468 ibid., p. 6769 ibid. p. 67

    25

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    2- Leonardo Boff:

    Leonardo Boff nasceu em 1938, formou-se em teologia e filosofia no Brasil e na

    Alemanha. Durante mais de 20 anos foi professor de teologia sistemtica no Instituto

    Teolgico Franciscano de Petrpolis esteve a frente do editorial religioso da Editora Vozes.

    Foi um dos formuladores da Teologia da Libertao. Foi professor de tica e Filosofia da

    Religio na Universidade do Rio de Janeiro (UERJ). membro da comisso da Carta da

    Terra. Em 2002 em Estocolmo ganhou o premio Nobel Alternativo para Paz.

    O livro rene as preocupaes do autor com as pesadas ameaas sobre a totalidade

    de nossa Terra 70 organizando reflexes no sentido de assegurar a persistncia do Planeta

    entendido com herana do universo e de Deus. Esta herana deve ser zelada e aperfeioada

    para garantir as condies fsico-qumicas e ecolgicas para a plena realizao da espciehumana e os demais seres.71

    No captulo entituladoA Biografia da Terra Boff articula os conhecimentos da cincia

    sobre origem e evoluo tambm a teoria do Big Bang72 - conhecimentos astrofsicos, fsico-

    qumicos, geolgicos e biolgicos em geral sem perder seu horizonte sobre a eco-diversidade

    tambm humana no que diz respeito s culturas, cincias, artes e religio. 73

    Preocupado em oferecer uma viso de conjunto sobre os processos totais do Planeta o

    autor articula tambm elementos da histria da humanidade e, concordando com Hans Kung,

    apresenta a teoria da grande disperso 74 a partir da frica reconhecendo que a 40 mil anos

    atrs os seres humanos j ocupavam todo o Planeta. Numa rpida sntese o autor combina bem

    a teoria da evoluo com a histria da humanidade criando uma lgica econmica e poltica

    que chega at os nossos dias.75

    Boff vai reconhecer diversos cientistas: dos conhecimentos da biologia o autor vai

    apresentar a Teoria Gaia de James Lovelock76 que apresenta que a Biosfera Terrestre uma

    criao da prpria vida; do cientista russo-Belga, ILYA PRIGOGINE, apresenta os estudos da

    70 BOFF, Leonardo,A opo Terra: a soluo para a Terra no cai do cu , Rio de Janeiro/So Paulo: Record,2009, p.1271 ibid., p.1372 ibid., p.2073 ibid., p. 2674 ibid., p. 3375 ibid., p. 3776 BOFF, Leonardo, Virtudes para um outro Mundo Possvel, Petrpolis:Vozes, 2005, p. 49

    26

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    termodinmica77 Boff reala a compreenso de que a vida emerge num estgio muito elevado

    de complexidade da matria e no contexto das turbulncias e das situaes caticas da prpria

    terra e muitos outros que contribuem para uma viso integrada do Planeta.

    Boff, nesse relato tem como pano de fundo, a terra e a humanidade, que segundo ele,

    esto indissoluvelmente unidas. A humanidade esta inserida num processo universal em curso

    por bilhes de anos e formando um todo orgnico e complexo que se complementam.

    Para o autor esta perspectiva cientfica no necessariamente exclui as experincias

    espirituais do Oriente e do Ocidente78. O processo atual de globalizao coloca em risco a vida

    do Planeta o que exige uma viso crtica da cincia e da tecnologia em busca de solues mais

    integradas no que estas experincias espirituais podem contribuir.

    Livres do constrangimento de nosso tipo de civilizao consumista e predatria,

    podemos conviver humanamente como irmos e irm , capazes de articular o local e o global,a parte e o todo, e de conjugar trabalho e poesia, eficincia com gratuidade,de religar

    subjetividades, sabendo brincar e louvar como filhos e filhas em Casa. 79

    Numa viso crtica da histria das cincias Boff vai apontar para a relao violenta que

    muitos cientistas prope para a relao com a natureza. Boff vai citar Francis Bacon que dizia

    que se deve tratar a natureza como o inquisidor trata o inquirido usando todos os mtodos

    disponveis para obrigar a natureza a revelar seus segredos e coloc-la a nosso servio. 80A

    Terra, reduzida a recuso natural e prestadora de servios na lgica do lucro, fruto da razo

    instrumental. Nesta compreenso o ser humano se sente independente da natureza:

    Ele no se sente junto com elas (as coisas), numa pertena mtua, como membros de

    um todo maior e da comunidade de vida.81

    Esta pretenso violenta da cincia e da tecnologia levou a Terra exausto e hoje

    sofremos as conseqncia de um Planeta degradado fruto de um processo reducionista e

    equivocado movido pelo lucro e o crescimento no sustentvel. Nas palavras de Boff a

    questo que se coloca para a humanidade hoje se podemos evitar a frustrao do futuro e a

    quebra dos sistemas ecolgicos que nos levariam ao desequilbrio e desaparecimento de

    formas de vida:Podemos levar adiante esta aventura como foi conduzida at hoje?82

    77 ibid., p.5078 ibid., p.3979 ibid., p.4180 BOFF, Opo Terra, op.cit.,p. 13281 ibid., p. 13282 ibid., p. 133

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