evidÊncias de validade de um questionÁrio para … · 2019-01-30 · marcello barbosa otoni...

77
MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO SOCIAL INFORMAL PARA IDOSOS NATAL/RN 2017 www.posgraduacao.ufrn.br/ppgscol [email protected] 55-84-3342-2338 CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

Upload: others

Post on 28-Jun-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES

EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO

APOIO SOCIAL INFORMAL PARA IDOSOS

NATAL/RN

2017

www.posgraduacao.ufrn.br/ppgscol [email protected] 55-84-3342-2338

CENTRODECIÊNCIASDASAÚDEPROGRAMADEPÓS-GRADUAÇÃOEMSAÚDECOLETIVA

Page 2: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES

EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO

APOIO SOCIAL INFORMAL PARA IDOSOS

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Saúde Coletiva, Centro de Ciências da Saúde

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

como requisito para a obtenção do título de

Doutor em Saúde Coletiva.

Orientador: Prof. Dr. Kenio Costa Lima

Natal/RN

2017

Page 3: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

Ficha Catalográfica

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Alberto Moreira Campos - ­Departamento de

Odontologia

Guedes, Marcello Barbosa Otoni Goncalves.

Evidências de validade de um questionário para avaliação do

apoio social informal para idosos / Marcello Barbosa Otoni

Goncalves Guedes. - 2018.

76f.: il.

Tese (Doutorado em Saúde Coletiva)- Universidade Federal do Rio

Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós

Graduação em Saúde Coletiva, Natal, 2018.

Orientador: kenio Costa de Lima.

1. Idosos - Tese. 2. Apoio social - Tese. 3. Inquéritos e

questionários - Tese. 4. Estudos de validação - Tese. 5. Análise

fatorial - Tese. I. Lima, kenio Costa. II. Título.

RN/UF/BSOI BLACK D56

Page 4: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha esposa, por sua compreensão e apoio nos momentos

difíceis de estudo, escrita e trabalho com o projeto. A meus pais e irmãos, por sempre estarem

a meu lado.

Page 5: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por me proporcionar saúde e a possibilidade de ter desenvolvido

este projeto. A minha esposa Thais, pelo companheirismo e apoio que tornaram esta

caminhada mais branda. Aos meus pais Marcelo Neto e Marilande, que sempre me

direcionaram para um caminho correto. A meu orientador, professor Kenio, por uma

orientação irretocável e de excelência acadêmica. A meus irmãos, todos os familiares e

amigos que participaram um pouco deste momento, o meu muito obrigado por acreditarem

sempre no meu potêncial.

Page 6: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

Todas as vitórias ocultam uma abdicação.

Simone de Beauvoir

Page 7: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

RESUMO

O envelhecimento populacional é uma realidade no Brasil e no mundo, evidenciando além de

uma transição demográfica, uma transição epidemiológica. Novas demandas para o cuidado

integral da pessoa idosa se fazem presentes e, para que seja contemplada, a

multidimensionalidade da saúde, seus aspectos sociais também devem ser considerados na

avaliação em saúde. Dentre fatores sociais importantes para a avaliação do idoso, merece

destaque o Apoio Social, sobretudo o informal. Assim, os objetivos deste trabalho foram

construir e validar um questionário para avaliação do apoio social informal para idosos. Trata-

se de uma pesquisa descritiva, observacional, do tipo quantitativa. O projeto foi aprovado pelo

comitê de ética em pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes, sendo executado entre

os meses de janeiro a dezembro de 2016 no município do Natal-RN e em outras localidades

do Brasil por entrevistas presenciais com os idosos e questionário autorrespondido

virtualmente com os especialistas. Os critérios de inclusão foram: experiência comprovada na

área de apoio social (para especialistas) ou ter 60 anos ou mais e ter capacidade cognitiva

preservada (para os idosos). Na etapa de Validade de Conteúdo (VC), avaliou-se a relevância

dos itens segundo Índice de Validade de Conteúdo (IVC) geral e por item e montagem de

painel com as observações feitas pelos especialistas. Na etapa de Validade do Processo de

Respostas (VPR), avaliou-se o entendimento referente aos itens pelo público alvo. Para

validade fatorial procedeu-se com Análise Fatorial Exploratória (AFE). Para realização da

AFE foi usado o programa estatístico M PLUS Versão 7®. Foi realizado agrupamento de

variáveis (tipo R) e extração de fatores com análise de fatores comuns, a partir de rotação

oblíqua Geomin. Como critério de exclusão dos itens foi adotado o valor de referência maior

ou igual a 0,35 de carga fatorial e maior ou igual a 0,5 de comunalidade por item. Para

determinação da quantidade de fatores retidos, foram observados os critérios de valores

próprios >1, variância explicada acumulada mínima de 60% e análise paralela de Horn. Na

etapa de VC com especialistas, obteve-se um total de 40 entrevistados, 90% eram Doutores,

7,5% Mestres e 2,5% Especialistas. O IVC geral foi de 0,88 e apenas um item teve IVC

considerado pobre. Após avaliação do painel, dois itens foram incluídos e os demais

aprimorados. Na etapa de VPR com os idosos, obteve-se um total de 41 entrevistados. Após

análise do painel de observações feitas pelos idosos, as questões passaram por modificações

para seu aperfeiçoamento. 259 idosos, das cinco regiões do Brasil responderam ao

questionário. Após AFE, 4 itens foram excluídos devido a pobreza de suas cargas fatoriais e 4

Page 8: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

fatores foram identificados: “composição e extensão da rede social”, “ apoio instrumental e

disponibilidade”, “reciprocidade e longitudinalidade” e “apoio emocional e participação

social”. O questionário demonstrou uma boa relevância dos itens propostos e as observações

feitas pelos entrevistados permitiram uma aproximação da linguagem utilizada no

instrumento, à linguagem usada pelos idosos. O instrumento com 20 itens e 4 fatores retidos,

apresentou boas propriedades psicométricas, tais como: cargas fatoriais aceitáveis e

comunalidades excelentes. Sugere-se 42 como pontuação geral de corte ótima.

Palavras-chave: Apoio Social. Idosos. Inquéritos e Questionários. Estudos de Validação.

Análise Fatorial.

Page 9: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

ABSTRACT

Population aging is a reality in Brazil and in the world, evidencing, besides a demographic

transition, an epidemiological transition. New demands for the integral care of the elderly are

present and to be considered, the multidimensionality of health, its social aspects should also

be considered in health assessment. Among important social factors for the assessment of the

elderly, Social Support, especially the informal one, deserves special mention. Thus, the

objectives of this study were to construct and validate a questionnaire to evaluate informal

social support for the elderly. It is a descriptive, observational and quantitative research. The

project was approved by the research ethics committee of the Onofre Lopes University

Hospital, and was performed between January and December 2016 in the city of Natal-RN

and other locations in Brazil through face-to-face interviews with the elderly and a

questionnaire virtually answered by the specialists. Inclusion criteria were: proven experience

in the social support area (for specialists) or 60 years of age or older and have preserved

cognitive ability (for the elderly). In the Content Validity (CV) stage, was evaluated by

relevance of the items according to the General Content Validity Index (CVI) and per item

and panel assembly were evaluated with the observations made by the specialists. In the

Validity of Process Responses (VPR) stage, the understanding of the items by the target

audience was evaluated. For factorial validity we proceeded with Exploratory Factor Analysis

(EFA). Using the statistical program M PLUS Version 7® was used. Variable grouping (type

R) and factor extraction were performed with analysis of common factors, using oblique

rotation Geomin. As exclusion criterion of the items was adopted a reference value greater

than or equal to 0.35 of factorial load and greater or equal to 0.5 of commonality per item. To

determine the amount of retained factors, the criteria of own values> 1, minimum cumulative

explained variance of 60% and parallel Horn analysis were observed. In the CV stage with

specialists, a total of 40 interviewees were obtained, 90% were PhD, 7.5% Masters and 2.5%

Specialists. The general CVI was 0.88 and only one item had considered poor. After panel

evaluation, two items were included and the others modified. In the VPR stage with the

elderly, a total of 41 interviewees were obtained. After analyzing the panel of observations

made by the elderly, the issues went through modifications for their improvement. A sample

of 259 elderly people from the five regions of Brazil answered the questionnaire. After EFA,

4 items were excluded due to the poverty of their factorial loads and 4 factors were identified:

"composition and extension of the social network", "support instrumental and availability",

Page 10: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

"reciprocity and longitudinality" and "support emotional support and social participation".

The questionnaire showed a good relevance of the proposed items and the observations made

by the interviewees allowed an approximation of the language used in the instrument, to the

language used by the elderly. The instrument with 20 items and 4 retained factors presented

good psychometric properties, such as: acceptable factor loads and excellent commonalities.

We suggest 42 as the overall optimal cut score.

Keywoods: Social Support. Aged. Surveys and Questionnaires. Validation Studies. Factor

Analysis, Statistical.

Page 11: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 - Critérios de busca e inclusão de artigos científicos referente ao Apoio

Social, Natal-RN, Brasil, 2017.

16

Quadro 2 - Instrumentos para avaliação do Apoio Social, ano de publicação e

abordagem da pesquisa. Natal-RN, 2017 20

Quadro 3 - Primeira versão do instrumento após revisão da literatura e consenso

dos juízes para avaliação de especialistas, Natal-RN, Brasil, 2017. 32

Quadro 4 - Observações para alterações e sugestões de inclusão de itens dos

especialistas aceitas pelos juízes. Natal-RN, Brasil, 2017. 34

Quadro 5 - Itens sem e com alterações, após sugestões específicas dos especialistas

aceitas pelos juízes. Natal-RN, Brasil. 2017

34

Quadro 6 - Itens Sem e com alterações após sugestões do público-alvo aceitas

pelos juízes. Natal-RN, Brasil. 2017 35

Quadro 7 - Questionário de Apoio Social Informal para Idosos após etapas de

validação baseada no conteúdo e no processo de respostas. Natal-RN,

Brasil, 2017 35

Figura 1 - Gráfico de autovalor e simulação de fatores para critério de Análise

Paralela de Horn do Questionário de Apoio Social Informal para

Idosos 39

Page 12: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Índice de Validade de Conteúdo (IVC) por item e geral, segundo julgamento

de relevância por especialistas, Natal-RN, Brasil, 2017 34

Tabela 2 - Cargas Fatoriais dos 24 itens originais do Questionário de Apoio Social

Informal para Idosos, considerando apenas 1 Fator extraído. Natal-RN,

Brasil. 2017

36

Tabela 3 - Número de Fatores extraídos, seus valores próprios, porcentagem explicada

pela variância comum para cada fator possível e porcentagem da variância

comum acumulada do Questionário de Apoio Social Informal para Idosos.

Natal-RN, Brasil. 2017

37

Tabela 4 - Matriz de cargas fatoriais rotacionadas com 4 Fatores Extraídos, 20 itens e

suas respectivas comunalidades do Questionário de Apoio Social Informal

para Idosos. Natal-RN, Brasil. 2017

39

Tabela 5 - Valores atribuídos aos itens e ao instrumento. Médias aritméticas e desvio

padrão por item. Médias por Fatores. Média geral e Mediana do instrumento,

após entrevistas com idosos. Natal-RN, Brasil, 2017. 40

Page 13: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 12

2 REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................... 16

2.1 O PAPEL DO APOIO SOCIAL E DAS REDES MICROSSOCIAIS NA

SAÚDE DO IDOSO............................................................................................

16

2.2 AVALIAÇÃO DO APOIO SOCIAL E DA REDE SOCIAL............................. 19

2.3 APOIO SOCIAL E O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: UM PONTO PARA

REFLEXÃO..........................................................................................................

21

2.4 O MANEJO DO APOIO SOCIAL: ESTRATÉGIAS E FERRAMENTAS

BASEADAS EM EVIDÊNCIA............................................................................

23

3 OBJETIVOS........................................................................................................ 27

3.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................. 27

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................... 27

4 MÉTODO............................................................................................................ 28

4.1 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA............................................................... 28

4.2 COLETA DOS DADOS E PLANO AMOSTRAL.............................................. 28

4.3 ANÁLISE DOS DADOS...................................................................................... 30

4.4 ASPECTOS ÉTICOS .......................................................................................... 31

5 RESULTADOS................................................................................................... 32

6 DISCUSSÃO........................................................................................................ 42

7 CONCLUSÕES................................................................................................... 50

REFERÊNCIAS.................................................................................................. 51

APÊNDICES....................................................................................................... 59

Page 14: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

12

1 INTRODUÇÃO

Investigações vêm mostrando que a pobreza de relações sociais constitui fator de risco

à saúde, comparável a outros que são comprovadamente nocivos, tais como o fumo, a pressão

arterial elevada, a obesidade e a ausência de atividade física, os quais acarretam implicações

clínicas para Saúde Pública (ANDRADE; VAITSMAN, 2002). O Apoio Social (AS) parece

ter um amplo impacto em muitos aspectos da vida das pessoas, sobretudo em população sob

vulnerabilidade social, psicológica e de saúde, como é o caso dos idosos (JOHNSON et al.,

2014).

O envelhecimento populacional é realidade mundial e o Brasil acompanha esta

mudança demográfica e epidemiológica de forma acelerada. Em 2050 teremos mais de 30

milhões de idosos (FURTADO et al., 2012; VERAS, 2009; LEBRÃO, 2009). Juntamente

com estas mudanças, fazem-se presentes novas demandas no cuidado com a pessoa idosa,

diante de um olhar mais amplo relacionado às questões de saúde. Entender o cuidado ao idoso

considerando apenas os aspectos relativos à doença e negligenciando aspectos importantes,

tais como os sociais e os psicológicos, poderá prejudicar ações integrais e efetivas a esta

população (PAIM; ALMEIDA FILHO, 2014; BACKES et al., 2009; SCILIAR, 2007;

SEGRE; FERRAZ, 1997).

Na direção da complexidade da compreensão do processo saúde-doença do idoso, o

Ministério da Saúde brasileiro em 2006, determinou como formas de ações prioritárias para

esta população, a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) que destaca, dentre

outros fundamentos, a participação ativa dos idosos na sociedade, incluindo participação

contínua nas questões sociais e fomento a recursos socioeducativos e de saúde direcionados a

esse grupo (BRASIL, 2006).

Pesquisas descrevem que condições sociais inadequadas estão diretamente associadas

a indicadores de doenças ou condições adversas de vida, influenciando também o bem estar

emocional das pessoas (FÉLIX et al., 2016; JOHNSON et al., 2014; MELCHIORRE et al.,

2013; BOEN; DALGADO; BJERTNESS, 2012; EISELE et al. 2012). Nesta perspectiva, o

Apoio Social (AS), em especial o informal, tem papel importante como ferramenta de suporte

à atenção à saúde das pessoas com 60 anos ou mais (MAIA et al., 2016; LUCHESI et al.,

2015).

Page 15: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

13

García-Martín et al. (2016) conceituam o AS como o suporte acessível a um indivíduo

através de laços sociais com outros indivíduos, grupos e a comunidade. Griep e colaboradores

(2005) destacam o apoio social como qualquer ajuda que o indivíduo posso receber em caso

de necessidade. Squassoni, Matkusara e Panúncio-Pinto (2016) destacam o apoio social como

uma informação que leva o indivíduo a acreditar que é amado, que existem pessoas que se

preocupam com ele, que é apreciado, valorizado, e que está afiliado a grupos com

responsabilidades mútuas.

A diferenciação das relações de apoio social de acordo com seu conteúdo, processo e

desenvolvimento podem impactar diretamente na adaptação dos indivíduos ao seu meio

social. Nesta perspectiva, o AS deve ser avaliado distinguindo-se seus tipos segundo as

relações que lhe dão origem (ORNELAS, 1994). É comum observar na literatura científica a

diferenciação entre Apoio Social Formal (ASF), onde incluem-se os serviços estatais, de

segurança social, organizações diversas, tais como grupos de igrejas, profissionais da saúde,

dentre outros e Apoio Social Informal (ASI), onde inclui-se a rede de familiares, amigos e

vizinhos, por exemplo (MARTINS, 2005; CHATTERS; TAYLOR; JACKSON, 1985). O

isolamento e a quebra dos vínculos com a rede de ASI poderiam aumentar a vulnerabilidade

dos indivíduos ao adoecimento, tornando-se uma barreira para o alcance do envelhecimento

ativo (MAIA et al., 2016; SQUASSONI; MATSUKURA; PANÚNCIO-PINTO, 2014).

A importância do AS é destacada por Maia et al. (2016) que reiteram que a existência

de redes de apoio informal é um componente essencial para assegurar a autonomia, uma

autoavaliação positiva, uma maior saúde mental e satisfação de vida. Félix et al. (2016) em

revisão integrativa da literatura, identificaram a falta de apoio social como um dos fatores

preponderantes para a tentativa de suicídio em grupos vulneráveis no Brasil, o que corrobora

achados de outro país (KLEIMAN; LIU, 2014).

O AS compõe os recursos sociais e individuais de enfrentamento nos quais as pessoas

baseiam suas respostas a necessidades cotidianas e situações estressantes (GONÇALVES et

al., 2011). A avaliação do indivíduo sobre o AS bem sucedido tem sido relacionada a diversos

desfechos positivos na saúde física e mental, influenciando a maneira de perceber situações

estressantes, o bem-estar emocional e psicológico e até a longevidade dos indivíduos

(MELCHIORRE et al., 2013; BOEN; DALGADO; BJERTNESS, 2012; GONÇALVES et al.,

2011).

Page 16: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

14

A validade se refere a capacidade de um instrumento medir com precisão o fenômeno

a ser estudado, ou seja, quando ele consegue avaliar realmente seu objetivo (ALEXANDRE;

COLUCI, 2011). Para a construção e validação de um questionário fazem-se necessárias,

dentre outras, as etapas de “validade baseada no conteúdo”, “validade baseada no processo de

respostas” e a “validade fatorial”, que poderão ser desenvolvidas por procedimentos

qualitativos e quantitativos, de acordo com a metodologia proposta (AERA, 2014;

ALEXANDRE; COLUCI, 2011; VIEIRA, 2009; PASQUALI, 2007).

A validade baseada no conteúdo avalia o grau em que cada elemento de um

instrumento de medida é relevante e representativo de um específico construto com um

propósito particular de avaliação e é usualmente desenvolvida a partir de abrangente revisão

da literatura, consulta a especialistas através de entrevistas, discussão em grupo (grupos

focais) ou construção de painel, seguida de julgamento por juízes (PINHEIRO; FARIAS;

ABE-LIMA, 2013; VIEIRA, 2009). Já a validade baseada no processo de respostas engloba a

análise de entrevistas a pessoas leigas potencialmente relacionadas com a população do

estudo e posterior avaliação de juízes. (AERA, 2014; PINHEIRO; FARIAS; ABE-LIMA,

2013; ALEXANDRE; COLUCI, 2011). Infelizmente, a maior parte dos autores não

descrevem em detalhes estas etapas.

A validação fatorial é definida como o grau em que um instrumento mede o construto

que pretende medir e somente será aceita se os itens do instrumento estiverem relacionados

com os conceitos teóricos e sua operacionalização (CRONBACH; MEEHL, 1955). Esta etapa

tem o objetivo de validar a teoria em que se apoiou a construção do instrumento, tendo

portanto relação direta com as etapas anteriores (DEVON et al., 2007; SHULTZ; WHITNEY,

2005). A Análise Fatorial, em especial a exploratória, se baseia na definição de uma estrutura

por domínios com a criação de um conjunto menor de variáveis, comparando-se ao conjunto

original e diferentemente da análise fatorial confirmatória, o pesquisador tem pouco ou

nenhum conhecimento acerca da estrutura dos fatores (DAMÁSIO, 2012; VIEIRA & RIBAS,

2011; HAIR JÚNIOR et al., 2009; FÁVERO, 2009).

Dentro da lógica da sistematização do processo de avaliação, faz-se necessário que os

instrumentos obedeçam o rigor metodológico das etapas do processo de validação (AERA,

2014; LUCAS et al., 2010). A avaliação criteriosa do ASI pode se tornar complexa,

demasiadamente abstrata e subjetiva, caso não sejam utilizados instrumentos de avaliação

Page 17: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

15

validados no processo de investigação. As variáveis de observação são múltiplas, o que pode

trazer dificuldade para uma observação exclusivamente subjetiva.

Para uma intervenção eficiente no Apoio Social Informal (ASI) é importante que seu

processo de avaliação utilize instrumentos de reconhecida validade. No entanto, a medição do

construto permanece uma questão que tem sido abordada a partir de perspectivas diferentes

por muitos pesquisadores, utilizando diferentes instrumentos de avaliação e que muitas vezes

não contemplam requisitos mínimos de validação (GOMIDE; SCHUTZ, 2015;

GONÇALVES et al., 2011). Somando-se a esta falta ou redução da utilização de instrumentos

adequados, a multidimensionalidade do construto apoio social e a falta de distinção entre o

Apoio Formal (ASF) e o ASI, têm contribuído para a adversidade na construção de

instrumentos apropriados, tornando-se excessivamente genéricos, o que dificulta a

comparação de resultados entre as pesquisas, podendo também levar a uma avaliação

imprudente ou incompleta (GONÇALVES et al., 2011).

Diante do exposto até aqui e de outros pressupostos de evidências científicas para o

processo de avaliação (SALMOND, 2008), percebe-se a importância de utilizar instrumentos

construídos e validados para análise do ASI, mediante a escassez de recursos de avaliação na

literatura para este construto específico (GONÇALVES et al., 2011), considerando ainda que

a maior parte dos instrumentos abordam o Apoio Social Formal ou mesmo não diferem os

construtos um do outro para a população idosa (SQUASSONI; MATSUKURA; PANÚNCIO-

PINTO, 2016; DOMINGUES et al., 2011; GRIEP et al., 2005).

2 REVISÃO DA LITERATURA

Para atender aos propósitos do estudo, procedemos com um levantamento

bibliográfico. A revisão da literatura foi do tipo narrativa, com pesquisa na internet entre os

meses de outubro e dezembro de 2016, os critérios de busca e inclusão dos artigos estão

descritos no quadro 1. Os cruzamentos entre os descritores eram sempre realizados entre

“social support” e um segundo descritor, utilizando o operador boleano “and”. Em seguida as

informações foram compiladas em formato de temáticas para facilitação do entendimento.

Page 18: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

16

Quadro 1 – Critérios de busca e inclusão de artigos científicos referente ao Apoio Social, Natal-RN,

Brasil, 2017.

Período da publicação 1996 a 2016

Base de dados PubMed/MedLine/; Cochrane; Scopus; Busca

ativa nas referências dos artigos encontrados

Descritores Social Support; Aged; Handling; Evaluation;

Social Networking; Public Health

Operador boleano “and”

Restritores Seres humanos com 60 anos ou mais

Idiomas Inglês, Português, Espanhol

Total de Artigos incluídos 60

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2017)

2.1 O PAPEL DO APOIO SOCIAL E DAS REDES MICROSSOCIAIS NA SAÚDE DO

IDOSO

Geib (2012) destacam as redes sociais e comunitárias como determinantes sociais

definitivos para a saúde dos idosos, definindo-as como capital social formado por relações

fortalecidas por confiança, cooperação e reciprocidade. Portanto, redes sociais são fortalecidas

quando existe reciprocidade nas relações interpessoais. Quando não existe reciprocidade, a

interação social se desequilibra, enfraquecendo os laços da coesão social e consequentemente

das relações sociais, formando assim um ciclo prejudicial para a vida das pessoas em fase de

vida mais avançada.

Para muitas pessoas idosas, as redes constituem o único recurso disponível para aliviar

as cargas da vida cotidiana e aquelas que provêm da enfermidade (GEIB., 2012), trazendo

suporte emocional e uma percepção sobre si mesmo mais positiva (GONÇALVES, 2011),

numa concepção que vai muito além do simples fato de ir à farmácia ou a padaria como forma

de ajudar, mas sim de se fazer o idoso efetiva e afetivamente envolvido num ambiente

positivo e acolhedor.

Destacados alguns pontos sobre o papel da rede e do apoio social para os idosos, é

importante a discussão sobre as seguintes questões: como são constituídas as redes

microssociais? Quem seriam os atores sociais envolvidos e que poderiam dar suporte à

Page 19: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

17

construção desta rede? Serão destacados os seguintes entendimentos: a) existem pessoas mais

próximas, com contatos sociais frequentes, por exemplo, uma vez na semana ou algumas

vezes no mês e normalmente estão presentes em situações de necessidade. Esses atores

sociais, formam nossa rede microssocial (MAIA et al., 2016; AMARAL et al., 2013); b) esta

rede pode também ser composta por profissionais qualificados, como os da saúde, por

exemplo, ou serviços estatais, os quais poderão fornecer apoio social, neste caso, do tipo

formal, ou por amigos, parentes, vizinhos, que também poderão fornecer um suporte social,

neste caso, do tipo informal (MAIA et al., 2016; MARTINS, 2005). É interessante reiterar

que a rede microssocial pode ser composta hora por apoio formal, hora por apoio informal.

Alvarenga et al., (2011), estudando uma população de 503 idosos da cidade de

Dourados no Mato Grosso do Sul, encontraram que a rede mais próxima de contatos sociais

para o grupo, era constituída em importância decrescente principalmente por filhos, vizinhos,

netos e amigos. Neste mesmo estudo, outros atores também foram citados, como agentes

comunitários de saúde e irmãos. Maia et. al (2016) em estudo desenvolvido com 306 idosos

em Portugal identificou os familiares e rede de amigos como os maiores preditores para o

envelhecimento ativo.

Um importante aspecto destacado por Gardner (2011) no que diz respeito ao suporte

informal é a constituição das redes naturais de vizinhança (Natural Neighborhood Networks-

NNN) que compreendem três tipos de relações. Relações de proximidade (vizinhos), relações

de serviço (motoristas de táxi, funcionários de lojas, dentre outros) e relações com pessoas

que não residem no bairro. Tais redes melhorariam sobremaneira o suporte oferecido pela

família e amigos e não substituiria o suporte formal, mas o complementaria.

Barker (2002) destaca que a relação existente entre os cuidadores informais sem

parentesco com o idoso caracteriza um cuidado casual, limitado, cuja relação é comprometida.

Tais relações sofrem variação de acordo com o grau de afetividade entre os cuidadores e

idosos. Ainda assim, o autor ressalta que essas relações são benéficas, podendo reduzir o grau

de ansiedade dos idosos fragilizados e evitar a institucionalização.

Sabe-se, no entanto, que existe certa complexidade na avaliação das redes

microssociais, já que elas vão além de simplesmente identificar quem poderiam ser as pessoas

envolvidas, fazendo-se necessário o entendimento de aspectos importantes como a extensão

da rede e a qualidade do apoio recebido pelos atores nela envolvidos. A relação social de

Page 20: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

18

cuidado desenvolvida pelo idoso com a família, amigos ou até mesmo outros idosos se torna

algo benéfico a partir do momento em que existe o bem estar do idoso, o qual se configura por

meio do bom relacionamento com a família, amigos e vizinhos (GOUVEIA et al., 2016;

GRIEP et al., 2005).

O papel da rede de suporte ofertada por amigos, família e vizinhos para idosos

canadenses frágeis foi avaliado por Fast et al., (2004). Segundo os autores, as redes de

cuidados podem variar muito em função do tamanho, da composição da relação, gênero, idade

e proximidade. Portanto, as características da rede podem vir a expor os idosos a riscos de

receber suporte inadequado. Destacam-se aqui alguns fatores como, por exemplo, pequeno

tamanho da rede, altas proporções de cuidadores não-parentes, homens e membros distante

geograficamente e falta de cônjuge ou companheiro(a) em casa, como possíveis fatores

associados ao suporte inadequado.

Efeitos negativos do suporte social na saúde e bem estar também são descritos. Ramos

(2002) cita que pode haver efeito negativo na auto-estima do idoso que recebe suporte,

quando este o reconhece como dependência e falta de autonomia, e, mais ainda, quando existe

falta de capacidade de retribuir o auxílio recebido. Muitos indivíduos podem deprimir diante

de uma troca não balanceada. Relações descompassadas entre os atores envolvidos no suporte

ofertado e recebido, também podem gerar efeito negativo.

Questões relacionadas a gênero sempre permeiam a discussão do suporte informal. Em

vários estudos (BOURQUE et al., 2005; BARRETT; LYNCH, 1999; BARKER, MORROW;

MITTENESS, 1998) as mulheres apresentam mais cuidados informais que os homens. A

figura da filha adulta é o elemento chave no cuidado informal às mulheres. Quanto aos

homens, especialmente aqueles casados com mulheres que não são as mães dos seus filhos,

tendem a ter redes de apoio pequenas e vulneráveis (BARKER; MORROW; MITTENESS,

1998). Larsson e Thorslund (2002), no entanto, afirmam que os homens são mais propensos a

receberem cuidado informal através de suas esposas. Segundo eles, as mulheres, por sua vez,

recebem mais cuidados do tipo formal. Para eles, é muito mais comum as mulheres viverem

sozinhas. Os homens moram com a esposa ou outro familiar, o que implica em uma maior

prevalência de recebimento de cuidados pelos homens. No estudo de Larsson e Thorslund

(2002), 54% dos homens recebiam cuidado informal de um morador do mesmo domicílio.

Para as mulheres, esse valor era de 13%. Segundo eles, não houve diferença no recebimento

de cuidado informal entre pessoas de nível educacional diferente.

Page 21: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

19

O suporte para idosos não-casados e sem filhos foi estudado por Wu e Pollard (1998).

Uma vez que existem funções sociais específicas de filhos, nestes idosos estas costumam ser

realizadas pelos irmãos, que podem ter senso de compromisso similar ao existente na relação

entre pais e filhos. O subgrupo dos viúvos e divorciados parece estar sob maior risco de falta

de suporte. Os solteiros, ao contrário, tendem a cultivar mais amizades de maneira mais ativa

ao longo da vida, e estas poderão funcionar como rede de suporte no envelhecimento.

Segundo os autores, o suporte oferecido pelos vizinhos está mais relacionado a situações

emergenciais, tendo em vista a proximidade geográfica. Por outro lado, o apoio prolongado é

provido por parentes.

2.2 AVALIAÇÃO DO APOIO SOCIAL E DA REDE SOCIAL

Para avaliação do apoio social, uma série de questões são propostas em vários estudos.

Os aspectos mais relevantes nesse sentido englobam uma avaliação da composição e tamanho

da rede social, a durabilidade, a proximidade geográfica, a frequência do contato social, a

intimidade e a reciprocidade, a qualidade do suporte social recebido, o suporte instrumental e

emocional e a ajuda aos outros (GOMIDE; SCHÜTZ, 2015; THANAKWANG et al., 2011;

WALTER-GINZBURG et al., 2002; CHI; CHOU, 2001).

Algumas ferramentas específicas podem ser usadas para avaliar o suporte informal e,

consequentemente, analisar a rede em que o idoso está inserido, mostrando-se instrumentos

importantes para pesquisas e avaliação da situação de saúde para intervenções que venham a

contemplar os diversos aspectos de saúde do idoso, incluindo os sociais. O objetivo aqui não é

aprofundar esforços no entendimento desses instrumentos, mas citá-los brevemente para uma

posterior análise sobre a escolha mais do instrumento mais adequado a depender do contexto.

É prudente dizer ainda que necessita-se de instrumentos com critérios de construção e

validação mais cuidadosos (AERA, 2014) e que acolham a população brasileira nos seus

aspectos culturais e sociais específicos. Ademais, poucos foram os instrumentos direcionados

a população idosa e nenhum deles abordou o apoio social, especificamente o informal, para

idosos. No quadro abaixo (Quadro 2) segue um resumo com alguns instrumentos.

Quadro 2 - Instrumentos para avaliação do Apoio Social, ano de publicação e abordagem da pesquisa.

Natal-RN, 2017

Page 22: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

20

Instrumento/Autor Ano Abordagem

Escala de apoio social

para hábitos alimentares

saudáveis. (PESSINI et

al.)

2016

Avaliou a equivalência transcultural e as propriedades

psicométricas em pessoas com pessoas de 24 a 86 anos. O

instrumento apresentou equivalência transcultural e propriedades

psicométricas adequadas para aplicação em adultos e idosos

Mapa Mínimo de

Relações do Idoso:

análise de

reprodutibilidade

(MMRI) (DOMINGUES

et al.)

2011

Apresenta a reprodutibilidade do MMRI (versão de adaptação

transcultural de 2000 do mesmo autor) que é constituído por quatro

quadrantes que representam família, amigos, comunidade e relações

com os serviços sociais ou de saúde. Sobre esses quadrantes

inscrevem-se três áreas, ou seja, um círculo interno de relações

mais próximas, um intermediário e outro de contatos ocasionais.

Escala de percepção de

suporte social (EPSS)

(SIQUEIRA)

2008

Aplicada a pessoas com média de idade de 23,93 anos. A partir de

análise fatorial obteve relevantes índices psicométricos.

Escala de apoio social

para a prática de

atividades físicas (Easaf)

(REIS et al.)

2011

Avalia a validade e a fidedignidade da versão brasileira da escala de

apoio social para a prática de atividades físicas em adultos

brasileiros.

Escala de Suporte Social

para Pessoas Vivendo

com HIV/ Aids (SEIDL;

TRÓCCOLI)

2006

A análise fatorial exploratória indicou a existência de dois fatores

de primeira ordem: suporte social emocional e suporte social

instrumental.

Escala de Apoio Social

do Estudo Pró-Saúde,

adaptada de Social

SupportSurveyofthe

Medical OutcomesStudy

(MOS) (GRIEP et al.)

2005

Composta por itens que abrange cinco dimensões funcionais de

apoio social: “material”, “afetivo”, “emocional”, “informação” e

“interação social positiva”.

Escala de Apoio Social

de Bille-Brahe(EAS/BB)

(GASPARI; BOTEGA)

2002

Questões que avaliam nível de demanda do indivíduo por apoio e

de obtenção do auxílio de sua família e amigos.

Escala de Suporte Social

e Estresse na Infância e

Adolescência

2001 Os autores estudaram o efeito do suporte social na infância e

adolescência sobre o estado depressivo de idosos

Page 23: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

21

(CUPERTINO)

Questionário de Suporte

Social de Norbeck

(NSSQ)

(ANDRIOLA;

TROCCOLI,; DIAS)

1990

Avalia as múltiplas fontes de apoio social percebidas através de três

componentes funcionais (afeto, afirmação e ajuda) e de três

propriedades da rede social do sujeito (número de pessoas

componentes da rede, duração dos relacionamentos e frequência de

contato com os membros da rede)

Fonte: Elaborado pelo Autor (2017).

2.3 APOIO SOCIAL E O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: UM PONTO PARA REFLEXÃO

Um ponto que merece reflexão, refere-se a como as redes sociais estão inseridas no

sistema de saúde público vigente no Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS). Considerando a

integralidade como um dos princípios finalísticos do nosso sistema de saúde, onde uma de

suas dimensões é a observância do conceito ampliado em saúde, que deve dar atenção não só

aos aspectos de doença, mas também aos sociais e psicológicos (PAIM; ALMEIDA FILHO,

2014), o que se vê muitas vezes é que nossos serviços estão preparados para atenderem a uma

demanda somente a doenças, sobretudo as condições agudas, de forma fragmentada e que não

considera o protagonismo e autonomia do usuário. Isso gera limitações no atendimento,

redução de eficácia e incremento nos gastos, sobretudo com aqueles que apresentam

condições crônicas, sejam patológicas ou de fatores de risco (MENDES, 2010), como é o caso

da presença de uma rede microssocial desarranjada. Considera-se esta como uma condição de

risco crônica, por se tratar de uma condição que afeta a vida de muitos idosos de forma

continuada e prolongada. Neste contexto adverso, as redes sociais bem arranjadas favoreceria

o suporte social e, consequentemente, levariam a uma redução de demanda nas redes de

atenção à saúde.

No documento, “Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas nas redes

de atenção à saúde e nas linhas de cuidado prioritárias”, elaborado pelo Ministério da Saúde

(BRASIL, 2013), são preconizadas ações voltadas para os determinantes sociais, lançando

mão de ferramentas que sejam capazes de avaliar o processo saúde de forma completa,

considerando a complexidade e singularidade de cada um e o meio onde ele está inserido. Em

alguns momentos, aquele indivíduo mesmo medicado, continua com seus níveis de pressão

arterial elevados e alguns profissionais atuando na atenção primária em saúde, ainda com uma

Page 24: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

22

visão hospitalocêntrica e meramente prescritiva, não entendem que podem existir diversos

fatores, incluindo os sociais, que poderiam estar prejudicando a evolução do processo de

tratamento, como é o caso das redes sociais. São sugeridas ainda neste documento,

instrumentos e ações atuais e integrativas para o sistema e para o sujeito, como, o projeto

terapêutico singular, a clínica ampliada, a atenção multiprofissional, o apoio matricial, o

cuidado coletivo, o cuidado apoiado por leigos, o acompanhamento à distância e o

autocuidado apoiado (BRASIL, 2013), que na prática não ocorrem nem com as condições

patológicas mais corriqueiras, tampouco com as condições sociais.

Introduzir novas ideias de atenção à saúde requer um esforço extra não somente das

autoridades políticas, dos gestores dos serviços e profissionais envolvidos, mas também um

esforço dos próprios usuários por uma responsabilidade compartilhada no cuidado de sua

saúde ou das pessoas próximas, proporcionando o empoderamento e autonomia popular para

as questões de saúde e bem estar do dia-a-dia deles mesmos. Este esforço deve ainda se

desenvolver com ações intersetoriais envolvendo os diversos setores da sociedade, sejam eles,

da saúde, da educação, do meio ambiente, da segurança pública, do transporte, dentre outros.

Como estas ações não ocorrem com a devida frequência, percebemos então um discurso do

século XXI e as ações propriamente ditas com o cuidado à saúde do século XIX, afastando-se

portanto da integralidade objetivada pelo SUS. Assim sendo, além desta nova visão,

discutiremos também a seguir algumas sugestões específicas para o manejo do suporte social

e construção das redes microssociais, como alternativas de cuidado e forma de apoio às redes

de atenção à saúde, que poderão ser inseridas nos diversos níveis dos serviços de saúde.

2.4 O MANEJO DO APOIO SOCIAL: ESTRATÉGIAS E FERRAMENTAS BASEADAS

EM EVIDÊNCIA

O manejo do apoio social pode também apresentar efeito reverso positivo, ou seja,

promover benefício aos que o executam. Estratégias como o autocuidado apoiado, a gestão de

cuidado por pares, os grupos operativos presenciais e não presenciais de idosos e o uso de

ferramentas interativas via internet, como as redes sociais e aplicativos de conversas com

smartphones podem se mostrar importantes instrumentos multiplicadores do AS na

comunidade e fortalecedores das redes microssociais. Citaremos nos próximos parágrafos,

Page 25: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

23

algumas experiências exitosas em pesquisas e relatos com ações promotoras de apoio social

formal e informal.

O manejo do apoio social por parte dos profissionais de saúde é incipiente. Em geral,

os profissionais lançam mão do suporte formal. Muitas são as iniciativas de capacitação dos

próprios idosos como multiplicadores em programas de prevenção de doenças crônicas,

através das comunidades ou instituições religiosas. Destaca-se aqui o papel das “Promotoras

de Saúde”, mulheres idosas, identificadas por diversas instituições religiosas e que foram

capacitadas para atuarem em suas comunidades levando à população conhecimentos, atitudes

e formas de prevenção de vários tipos de cânceres. Entretanto, no que diz respeito a aspectos

sociais, como é o caso do AS, essas ações são ainda limitadas.

Davis et al., (1998) avaliaram tais benefícios sobre idosos livres de doenças terminais

ou transtornos cognitivos que receberam ou não suporte ao cuidado por um ano, prestado por

mentores voluntários idosos (mais jovens e mais saudáveis que os participantes do programa).

Estes foram treinados durante 12 sessões de duas horas, duas vezes na semana por seis

semanas em relação a exercício, nutrição, segurança doméstica, fumo, uso do álcool e

medicações. Ao final do estudo, observou-se que os voluntários não só prestaram serviços de

apoio a outros, como também se beneficiaram (melhorias na saúde e função), indicando uma

importância para a reciprocidade no Apoio Social para a saúde.

Barr e Russell (2007) documentaram as características das redes sociais de idosos

residentes de um resort costeiro, como parte de um estudo qualitativo do seu capital social.

Os autores destacaram que para a maioria dos respondentes, a aposentadoria foi o tempo de

transição em que eles se mudaram para o resort costeiro, o que significou uma quebra dos

padrões de conexão social. As famílias estavam geograficamente distantes e novas amizades

necessitaram ser estabelecidas na área. A filiação a clubes ou associações pode ser um dos

caminhos nos quais as conexões são feitas.

Outra forma proposta de manejo do suporte informal por parte dos idosos se dá através

da participação desse idoso em programas sociais, incluindo-os nas escolas, por exemplo, a

fim de que os mesmos possam contribuir na educação infantil (FRIED et al., 1997). Seguindo

essa mesma linha de raciocínio, Frick et al., (2004) avaliam o custo-efetividade da experiência

“CORPS” desenvolvida em Baltimore – EUA, onde os idosos têm a oportunidade de

contribuir com seu trabalho “voluntário” nas escolas públicas, desenvolvendo atividades de

Page 26: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

24

moderado envolvimento físico, emocional e cognitivo. Os resultados demonstram uma

melhoria na saúde e qualidade de vida dos tais “voluntários” a partir do conceito de suporte

fornecido como ferramenta de valorização do próprio apoio social e, consequentemente,

redução dos gastos médicos.

A participação de idosos em grupos, ou seja, a sua própria mobilização da rede

informal tem sido vista em várias experiências exitosas. Um dos bons exemplos é a

participação dos idosos cubanos no que Fernández–Alfonso, Pérez e Rodriguez (2007)

denominam de “Círculo de Abuelos” amigos do esporte. Trata-se de uma organização

comunitária que incentiva a participação em atividades físicas e que tem trazido melhorias nas

atividades diárias dos idosos que participam do mesmo.

A formação de “pontes” entre idosos através dos recursos da informática também é

uma das experiências que demonstram como o próprio idoso pode mobilizar a rede de suporte

informal. Segundo Cornwell (2009), uma boa saúde física e principalmente cognitiva está

relacionada com a formação de pontes sociais que proporcionem um envolvimento em um

ambiente social refletido como uma ação positiva para a saúde integral dos idosos. Esta ação

independe da idade dos idosos, mas sofre influência da experiência de vida, como o luto

(positivamente) e problemas com a aposentadoria e saúde (negativamente). Hobbs et al.,

(2016) perceberam um risco de mortalidade reduzido entre idosos que realizam uma maior

integração social em redes sociais como o Facebook.

Uma forma muito interessante de potencializar o AS por parte dos idosos é a descrita

por Letcher e Perlow (2009). Trata-se do que eles denominam de “Community Exchange” ou

comunidade de troca. A comunidade de troca usa a lógica do banco de horas (“time bank”)

onde os indivíduos recebem créditos pelo tempo dedicado ao serviço de apoio. O suporte

informal é constituído por variados tipos de ações de acordo com as necessidades de quem vai

recebê-las e com o conhecimento de quem vai ofertá-las, como ensinar a tocar um

instrumento, conversar por telefone com quem não pode sair de casa, entre outras. Para quem

oferta o seu tempo, a participação nesse tipo de atividade aumenta o bem-estar e a auto-estima

e para quem a recebe há uma contribuição com a promoção da saúde. Em nível coletivo, este

modelo de suporte social baseado em parcerias contribui para o estabelecimento do respeito

ao outro e redução de iniquidades. A reciprocidade é a palavra chave desse trabalho

voluntário.

Page 27: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

25

Seguindo a linha de criação de grupos comunitários para o Apoio Social, Hale (2011)

descreve em seu trabalho a prática da jardinagem comunitária, o significado e a história dos

jardins, os aspectos sociais da jardinagem em comunidade e os relacionamentos estabelecidos

com essa atividade. Segundo os autores, os indivíduos que participam das hortas comunitárias

trabalham em todo o processo de plantação (preparo do solo à colheita), favorecendo o

contato social, a aquisição de novos conhecimentos e as condições de saúde, uma vez que eles

se alimentam dos vegetais que cultivam.

A mobilização da rede de suporte informal deve transcender aspectos meramente de

“uso” do suporte familiar, de vizinhos ou amigos e permitir o envolvimento dos idosos em

atividades sociais que os conectem com a rede social de forma que ocorra uma interação

recíproca. Nesta perspectiva, um aspecto importante ressaltado por Ashida e Heaney (2008) é

que suporte social e conexão social devem ser considerados construtos diferentes. Eles

afirmam que indivíduos podem receber suporte social e apresentar sentimento de solidão.

Portanto, eles sugerem que se deve associar o suporte informal à conexão social, garantindo

assim o bem-estar do indivíduo. Tal ideia é reforçada por James et al. (2011), que defende que

a falta de interação social está associada à incapacidade. O mecanismo subjacente a essa

relação é pouco conhecido.

Na atualidade, as exigências pessoais sobre as necessidades do cuidado com a saúde se

transformaram. A disponibilidade e o acesso a novas tecnologias e ações para a saúde

modificaram a percepção das pessoas e sociedade sobre como os serviços e os profissionais

da saúde e de outras áreas se organizam e atuam. Entretanto, novas atitudes compatíveis com

estas transformações, são necessárias. As novas demandas e anseios da população, sobretudo

a idosa, só serão atendidas com uma mudança no olhar para um cuidar humanizado, efetivo,

para e com estas pessoas.

Os desafios são enormes, dentre eles, fazer perceber o Apoio Social como

determinante importante da saúde das pessoas não somente nos serviços de saúde (seja este

serviço inserido em qualquer nível de complexidade ou tecnológico), mas também na

comunidade, como instrumento transformador do processo saúde-doença do idoso, devendo

ser realizado pelos diversos atores sociais envolvidos, incluindo-se o próprio idoso e demais

membros da sociedade (familiares, amigos, vizinhos, grupos religiosos, profissionais de saúde

e do serviço social, estudantes, dentre outros).

Page 28: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

26

O apoio social é apenas uma das multifacetas que devem ser consideradas nesta nova

perspectiva da atenção à saúde e não mais somente da atenção à doença. Mesmo sendo apenas

parte de uma atenção integral, as redes microssociais podem ter um efeito multiplicador, nos

aspectos sociais, psicossomáticos e porque não dizer biológicos das pessoas, proporcionando

maior interação, reduzindo efeitos danosos à saúde e favorecendo o bem-estar dos idosos e

daqueles que os rodeiam.

Page 29: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

27

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Construir e validar um instrumento que avalie o apoio social informal para idosos

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Elaborar itens para o questionário a partir de revisão da literatura

• Avaliar a evidência de validade de conteúdo dos itens propostos

• Avaliar a evidência de validade baseada nas respostas dos itens propostos

• Avaliar a evidência de validade fatorial dos itens propostos a partir de Análise Fatorial

Exploratória

Page 30: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

28

4 MÉTODO

4.1 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA

Trata-se de uma pesquisa de processo de validação. O presente estudo ocorreu no

período de janeiro a dezembro de 2016, como parte do projeto “Construção e validação de

uma escala de apoio social para idosos”. Esta pesquisa contemplou as etapas do processo de

construção e validação de questionário: validade baseada no conteúdo, validade baseada no

processo de respostas e validade fatorial à partir de Análise Fatorial Exploratória (AERA,

2014; VIEIRA, 2009).

4.2 COLETA DOS DADOS E PLANO AMOSTRAL

A primeira etapa se referiu à validade baseada no conteúdo, onde procedeu-se com a

escolha dos itens pelos juízes, após abrangente revisão da literatura para elaboração da

primeira versão do instrumento. Em sequência, seguiu de julgamento da relevância dos itens

por especialistas. Então, a construção inicial das questões referentes ao primeiro modelo do

questionário foi realizada por dois juízes estudiosos da temática Apoio Social e a escolha de

cada item ocorreu sempre de maneira consensual dialogada após revisão da literatura. Em

seguida, realizou-se a aplicação do questionário por internet para especialistas, tendo como

critérios de inclusão: autores de artigos científicos na área, docentes dos cursos de Psicologia

e Serviço Social (professores formadores de profissionais mais próximos na avaliação e

manejo do apoio social entre idosos) e profissionais que trabalhassem diretamente com a

temática.

A amostra nesta etapa foi por conveniência e totalizou 40 especialistas. O contato foi

feito após montagem de banco de dados de e-mail dos autores responsáveis pela publicação

dos artigos disponíveis na rede virtual de computadores e contato dos docentes disponíveis

nas páginas da web das suas respectivas instituições de ensino superior ou convite presencial

de profissionais da área. O convite foi enviado simultaneamente para todos os especialistas

através da ferramenta de pesquisa SurveyMonkey®. A carta convite continha os seguintes

dizeres: “O Apoio Social é um determinante importante para a saúde de diversas pessoas

idosas. Esse estudo tem como objetivo construir e validar um questionário para avaliação do

Apoio Social Informal para idosos. Esta é uma etapa inicial da pesquisa, na qual participam

pesquisadores e especialistas na temática de Apoio Social Informal, para avaliarem a

relevância dos itens propostos e possíveis alterações ou inclusões de novos itens. Sua

Page 31: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

29

participação é voluntária e se dará por meio das respostas realizadas neste questionário. Caso

o senhor(a) se sinta a vontade em responder as questões estará dando relevante contribuição à

nossa pesquisa.” Todos os participantes aceitaram o termo de consentimento livre e

esclarecido.

A segunda etapa de validade baseada no processo de respostas foi realizada também

com amostra por conveniência, totalizando 41 pessoas (público alvo), em entrevistas

presenciais, selecionados em uma instituição de longa permanência, uma associação de idosos

e um centro de consultas do sistema único de saúde, todos localizados na cidade do Natal-RN.

Os critérios de inclusão foram: ter 60 anos ou mais e ter capacidade cognitiva preservada (não

possuir diagnóstico clínico de déficit cognitivo). Todos os participantes assinaram o termo de

consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE A). Além das questões referentes ao ASI, os

entrevistados eram perguntados sobre sua idade, gênero, escolaridade e renda. Nesta etapa, os

participantes eram questionados sobre o entendimento ou não de cada item, eram solicitados

para repetir as questões e encorajados a sugerir alterações. Além disso, eram observados

reações não verbais dos entrevistados durante as perguntas (expressões faciais de dúvida ou

estranhamento, por exemplo) e o tempo elevado de resposta (AERA, 2014; PADILHA;

BENÍTEZ, 2014; CANZONIERI, 2011; VIEIRA, 2009). A manutenção, alteração ou

exclusão dos itens se deu por decisão consensual dialogada dos mesmos juízes da etapa

anterior, após construção de um painel com as informações fornecidas pelos entrevistados

(ALEXANDRE; COLUCI, 2011; GIBBS, 2009).

Para validade fatorial, a coleta de dados ocorreu de forma presencial ou virtual com

população de 60 anos ou mais da cidade do Natal, em uma associação de idosos, um centro de

consultas público e um parque municipal ou em demais localizações do Brasil por contato via

e-mail, obtidos em banco de dados de universaidades abertas da terceira idade ou a partir de

divulgação em redes sociais, com a ferramenta Survey Monkey®. Quando presencial, os

participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE A), quando

virtual, os participantes concordaram em participar do estudo, clicando na opção “eu

concordo” do questionário.

Os critérios de inclusão dos participantes do estudo foram ter 60 anos ou mais, com

níveis cognitivos preservados, capazes de responder às questões propostas. Sempre que o

respondente não possuía nenhum grau de instrução escolar a entrevista era obrigatoriamente

presencial. O número total de indivíduos respondentes obedeceu uma proporção mínima de 10

Page 32: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

30

para cada variável incluída no instrumento (24 itens), totalizando 259 indivíduos, seguindo

critérios orientados por Hair Júnior et al. (2009).

4.3 ANÁLISE DOS DADOS

O questionário dirigido aos especialistas solicitava respostas quanto ao nível de

escolaridade, bem como questões de múltipla escolha e abertas referentes aos itens propostos

com os seguintes dizeres: “1- Classifique cada questão abaixo segundo grau de relevância

para avaliação do Apoio Social para idosos” (Respostas desta questão estruturadas em Escala

Likert: 1- Irrelevante; 2- Pouco Relevante; 3- Relevante; 4- Muito Relevante; 5-

Extremamente Relevante); 2- “Caso o (a) senhor (a) queira sugerir a inclusão de algum item,

o faça na caixa de texto abaixo”; “3- Caso o (a) senhor (a) queira sugerir a alteração de algum

item, descreva o número correspondente e como gostaria que fosse alterado na caixa de texto

abaixo” (VIEIRA, 2009).

Para se determinar o grau de relevância dos itens e relevância geral do instrumento foi

utilizado o Índice de Validade de Conteúdo (IVC) (POLIT; BECK, 2006) que mede a

proporção de relevância de cada item, baseada nas respostas dos juízes, (respostas 3, 4 ou 5

foram consideradas adequadas), onde: IVC por item = Número de julgamentos adequados

(respostas 3+4+5) / Número total de julgamentos. Itens com IVC maior ou igual a 0,78 foram

mantidos (POLIT; BECK, 2006). O IVC geral indica a proporção de relevância da média de

todo o instrumento, onde IVC Geral= Média Geral de todas as Respostas Adequadas / número

total de julgamentos. A manutenção, alteração ou exclusão dos itens se deu por decisão

consensual dialogada dos dois juízes após construção de um painel com as informações

fornecidas pelos entrevistados e análise do IVC dos itens (PINHEIRO, FARIAS, ABE-LIMA,

2013; GIBBS, 2009; POLIT; BECK, 2006).

Procedeu-se com a Análise Fatorial Exploratória, com uso do programa estatístico M

PLUS Versão 7®. Foi realizado agrupamento de variáveis (tipo R) e extração de fatores com

análise de fatores comuns, a partir de rotação oblíqua Geomin. A matriz tetracórica/policórica

foi rodada inicialmente com apenas um fator e todos os 24 itens originais. Para interpretação

da matriz fatorial rotacionada adotou-se alguns critérios para avaliação da manutenção dos

itens. O critério de exclusão inicial do item baseou-se nas diretrizes para identificação de

cargas fatoriais significantes com base no tamanho da amostra, sendo 0,35 para amostra entre

250 e 349 sujeitos, segundo Hair Júnior et al. (2009), com significância baseada em um nível

Page 33: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

31

de significância (α) de 0,05 e um poder de 80%, e erros-padrão considerados como o dobro

daqueles de coeficientes de correlação convencionais. Destaque em negrito para a análise

fatorial com significância de p<0,05 para a amostra da pesquisa. Itens com cargas fatoriais

inferiores a 0,35 foram excluídos.

As comunalidades menores que 0,50, em sua maior parte, foram consideradas como não

tendo explicação suficiente e esses itens eram avaliados caso a caso (após determinação dos

fatores). Variáveis com cargas significantes em mais de um fator (cargas cruzadas), foram

avaliadas por sua inclusão em determinado fator, mediante sua intensidade de significância e

representação conceitual sobre o determinado domínio (após determinação dos fatores).

O próximo passo foi determinar o número de fatores. Para isso, alguns critérios foram

adotados. Devem ser extraídos apenas os fatores com valores próprios (eigenvalues) acima de

1. Variância acumulada deverá ser igual ou maior a 60% para a quantidade de Fatores

possíveis. Critério de Análise Paralela de Horn para extração de Fatores: análise gráfica da

curva da variância com observação do início da sua horizontalização ou queda brusca.

Como primeira proposta de valores de referência para o instrumento, serão atribuídos

valores aos itens proporcionais à variância comum explicada para seu fator. Às respostas

“sim” serão atribuídos os valores máximos (2 ou 4, considerando a proporção de variância

explicada do fator a que o item pertence) referentes ao item e às respostas “não” será atribuída

nota zero. Os valores de referência do instrumento geral e das dimensões serão determinados

pela média, em caso de distribuição normal, ou pela mediana, caso a distribuição da amostra

não seja considerada normal. A amostra total de 259 sujeitos será considerada para definição

das médias e medianas.

4.4 ASPECTOS ÉTICOS

Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário

Onofre Lopes, sob parecer número 1.644.533 e CAAE 54608616.8.0000.5292 (APÊNDICE

B). Este estudo está de acordo com o que preconizam as Resoluções nº 196/96 e nº 466/2012,

do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Page 34: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

32

5 RESULTADOS

Quanto à análise descritiva, na etapa de validade baseada no conteúdo com

especialistas, de um total de 40 entrevistados, 90% eram doutores, 7,5% eram mestres e 2,5%

especialistas. Na etapa de validade baseada no processo de respostas com os idosos, de um

total de 41 entrevistados, 17 (41,5%) eram do gênero masculino, 24 (58,5%) eram mulheres.

A idade média foi de 70,87 anos (±8,01), a maior parte (39%) possuía ensino fundamental,

seguido de ensino médio (26,8%), superior (22%), sem instrução (7,3%) e pós-graduação

(4,9%). A renda média foi de: 2439,02 reais (±2792,86).

A primeira versão dos itens propostos foi realizada a partir de revisão da literatura e

decisão consensual dos dois juízes participantes da pesquisa para sua inclusão ou não no

instrumento. Esta versão constou de 22 itens descritos do Quadro 3. Na tabela 1 apresentamos

os resultados de IVC geral e por item, onde apenas o item 22 teve desempenho insatisfatório e

foi alterado pelos juízes.

Quadro 3- Primeira versão do instrumento após revisão da literatura e consenso dos juízes para

avaliação de especialistas, Natal-RN, Brasil, 2017.

MARQUE A ALTERNATIVA QUE O(A) SENHOR(A) JULGUE MAIS APROPRIADA PARA CADA

ITEM REFERENTE AO APOIO SOCIAL PARA IDOSOS

1.O senhor(a) pode contar com muitas pessoas próximas?

2.O senhor(a) mora com muitas pessoas?

3.O senhor(a) possui amigos próximos?

4. O senhor(a) tem um parente próximo que more perto?

5. O senhor(a) tem um amigo que more perto?

6. O senhor(a) tem um vizinho presente?

7.O senhor(a) realiza visitas a outras pessoas com frequência?

8.O senhor(a) recebe visitas de outras pessoas com frequência?

9.O senhor(a) tem alguém com quem conversar?

10.O senhor(a) tem alguém para ajudar nas tarefas de casa?

11.O senhor(a) tem alguém para ajudar a sair de casa quando precisa?

12.O senhor(a) tem alguém para ajudar quando está de cama ou doente?

13.O senhor(a) tem alguém para ajudar quando tem dificuldade financeira?

14.O senhor(a) participa das discussões para uma decisão familiar?

15.O senhor(a) participa das discussões para uma decisão entre amigos?

16.O senhor(a) participa das discussões para uma decisão da comunidade?

17.O senhor(a) escuta o problema dos outros quando solicitado?

18.O senhor(a) conforta a tristeza dos outros quando solicitado?

19.O senhor(a) compartilha momentos de lazer com alguém?

20.O contato social com outras pessoas é duradouro?

21.A ajuda que o senhor teve ou teria de alguém nos últimos 30 dias foi adequada?

22. Quando jovem, o senhor recebia ajuda adequada de outras pessoas?

Fonte: Elaborado pelo Autor (2017).

Page 35: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

33

Tabela 1- Índice de Validade de Conteúdo (IVC) por item e geral, segundo julgamento de relevância

por especialistas, Natal-RN, Brasil, 2017.

Item Índice de

Validade de

Conteúdo

por item

1.O senhor(a) pode contar com muitas pessoas próximas? 0,92

2.O senhor(a) mora com muitas pessoas? 0,82

3.O senhor(a) possui amigos próximos? 0,90

4. O senhor(a) tem um parente próximo que more perto? 0,90

5. O senhor(a) tem um amigo que more perto? 0,92

6. O senhor(a) tem um vizinho presente? 0,88

7.O senhor(a) realiza visitas a outras pessoas com frequência? 0,88

8.O senhor(a) recebe visitas de outras pessoas com frequência? 0,90

9.O senhor(a) tem alguém com quem conversar? 0,92

10.O senhor(a) tem alguém para ajudar nas tarefas de casa? 0,92

11.O senhor(a) tem alguém para ajudar a sair de casa quando

precisa?

0,92

12.O senhor(a) tem alguém para ajudar quando está de cama ou

doente?

0,95

13.O senhor(a) tem alguém para ajudar quando tem dificuldade

financeira?

0,95

14.O senhor(a) participa das discussões para uma decisão familiar? 0,90

15.O senhor(a) participa das discussões para uma decisão entre

amigos?

0,82

16.O senhor(a) participa das discussões para uma decisão da

comunidade?

0,82

17.O senhor(a) escuta o problema dos outros quando solicitado? 0,90

18.O senhor(a) conforta a tristeza dos outros quando solicitado? 0,88

19.O senhor(a) compartilha momentos de lazer com alguém? 0,95

20.O contato social com outras pessoas é duradouro? 0,88

21.A ajuda que o senhor teve ou teria de alguém nos últimos 30 dias

foi adequada?

0,82

22. Quando jovem, o senhor recebia ajuda adequada de outras

pessoas?

0,65*

IVC – Geral 0,88

Legenda: * valor inferior ao valor de referência de 0,78 (POLIT; BECK, 2006)

Fonte: Elaborado pelo Autor (2017).

No Quadro 4 encontra-se dispostas as sugestões para alterações e inclusões de novos

itens feitas pelos especialistas. Os paineis completos estão disponíveis nos Apêndices C e D.

No quadro 5 faz-se uma comparação de antes e depois das alterações dos itens após sugestões

dos especialistas. No quadro 6 faz-se uma comparação de antes e depois das alterações dos

itens após sugestões dos idosos, seu painel completo encontra-se disponível no Apêndice E,

seu painel completo encontra-se disponível no Apêndice F. O quadro 7 apresenta proposta do

questionário após etapas de validade baseada no conteúdo e no processo de respostas.

Page 36: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

34

Quadro 4- Observações para alterações e sugestões de inclusão de itens dos especialistas aceitas pelos

juízes. Natal-RN, Brasil, 2017.

Observações dos especialistas aceitas

Restrição para Apoio Social Informal no cabeçalho

Uso do singular para facilitar o entendimento

Redução do número de palavras em algumas frases

Pronome de tratamento “você” ao invés de “senhor”

Sugestões de inclusões de itens pelos especialistas aceitas

Quando você está triste ou com saudades de alguém você tem com quem falar sobre isso?

Você possui parentes próximos que ajudem nos seus cuidados quando precisa?

Fonte: Elaborado pelo Autor (2017).

Quadro 5- Item Original e com alterações, após sugestões específicas dos especialistas aceitas pelos

juízes. Natal-RN, Brasil. 2017

Item Original Item Reformulado

Quando jovem, o senhor(a) recebia ajuda adequada

de outras pessoas?

Quando jovem, você recebia ajuda adequada de

outras pessoas?

O senhor(a) participa das discussões para uma

decisão familiar?

Você participa de uma decisão familiar?

O senhor(a) participa das discussões para uma

decisão entre amigos?

Você participa das decisões entre amigos?

O senhor(a) escuta o problema dos outros quando

solicitado?

Você escuta o problema dos outros quando

solicitado?

O senhor(a) recebe visitas de outras pessoas com

frequência?

Você recebe visitas com frequência?

O senhor(a) tem um amigo que more perto? Você possui algum amigo que veja

frequentemente?

A ajuda que o senhor teve ou teria nos últimos 30

dias foi adequada?

A ajuda que o você teve ou teria nos últimos 30

dias foi satisfatória?

O senhor(a) tem um vizinho presente? Você tem um vizinho com quem possa contar em

caso de necessidade?

O senhor(a) tem um parente próximo que more

perto?

Você tem um parente com quem possa contar e

more perto?

O contato social com outras pessoas é duradouro? O seu contato social com outras pessoas é

duradouro?

Fonte: Elaborado pelo Autor (2017).

Page 37: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

35

Quadro 6 - Itens original e com alterações após sugestões do público-alvo aceitas pelos juízes. Natal-

RN, Brasil. 2017

Item Original Item Reformulado

Você tem um parente com quem possa contar e

more perto?

Você tem alguém da família com que possa contar

e more perto?

Você realiza visitas com frequência? Você visitou outras pessoas com frequência?

Você tem alguém para ajudar a sair de casa quando

precisa?

Você tem alguém para ajudar a sair de casa caso

precise?

Você tem alguém para ajudar quando está de cama

ou doente?

Você tem alguém para ajudar caso esteja de cama

ou doente?

Você tem alguém para ajudar quando tem

dificuldade financeira?

Caso você tenha dificuldade financeira tem alguém

para lhe ajudar?

Você participa de uma decisão familiar? Você participa de alguma decisão familiar?

Você escuta o problema dos outros quando

solicitado?

Você ajuda outras pessoas quando solicitado?

Você conforta a tristeza dos outros quando

solicitado?

Você consola as pessoas quando elas estão tristes?

O seu contato social com outras pessoas é

duradouro?

O seu contato social com outras pessoas é

permanente?

A ajuda que você teve ou teria nos últimos 30 dias

foi satisfatória?

A ajuda que você teve ou teria nos últimos 30 dias

foi ou seria satisfatória?

Fonte: Elaborado pelo Autor (2017).

Quadro 7- Questionário de Apoio Social Informal para Idosos após etapas de validação baseada no

conteúdo e no processo de respostas. Natal-RN, Brasil, 2017.

O Apoio Social Informal trata-se de todo suporte emocional, financeiro, material ou para atividades diárias do

dia-a-dia, recebida por uma rede de pessoas (parentes, amigos, vizinhos, dentre outros).

MARQUE A ALTERNATIVA QUE O(A) SENHOR(A) JULGUE MAIS APROPRIADA PARA CADA ITEM

REFERENTE AO APOIO SOCIAL INFORMAL ENTRE IDOSOS

Item/Alternativas de resposta SIM NÃO

1.Você pode contar com pessoas próximas?

2. Você mora com muitas pessoas?

3.Você possui um amigo que veja frequentemente?

4. Você tem alguém da família com que possa contar e more perto?

5. Você tem um amigo que more perto?

6. Você tem um vizinho com quem possa contar em caso de

necessidade?

7. Você visita outras pessoas com frequência?

8. Você recebe visitas com frequência?

9. Você tem alguém com quem conversar?

10. Você tem alguém para ajudar nas tarefas de casa?

11. Você tem alguém para ajudar a sair de casa caso precise?

12. Você tem alguém para ajudar caso esteja de cama ou doente?

13. Caso você tenha dificuldade financeira tem alguém para lhe ajudar?

14. Você participa de alguma decisão familiar?

15. Você participa das decisões entre amigos?

16. Você participa de alguma decisão da comunidade?

17. Você ajuda outras pessoas quando solicitado?

18. Você consola as pessoas quando elas estão tristes?

Page 38: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

36

19. Você compartilha momentos de lazer com alguém?

20. O seu contato social com outras pessoas é permanente?

21. A ajuda que você teve ou teria nos últimos 30 dias foi ou seria

satisfatória?

22. Ao longo da vida, você recebeu ajuda adequada de outras pessoas?

23. Quando você está triste ou com saudades tem com quem falar sobre

isso?

24. Você possui algum familiar que ajude nos seus cuidados caso

precise?

Fonte: Elaborado pelo Autor (2017).

Quanto à análise descritiva, a amostra total correspondeu a 259 respondentes, sendo

73,15% mulheres e 26,85% homens. A proporção do nível de escolaridade foi 34,75%

possuíam ensino fundamental, 23,17% ensino médio, seguido de 22,01% com ensino

superior, 11,58% sem instrução e 8,49% com pós-graduação. Obtivemos respostas das cinco

regiões do Brasil, sendo a maior parte do Nordeste (85,33%) e Sudeste (12,36%), seguido de

outras regiões (2,32%).

Com relação à determinação dos valores de referência para o instrumento, com base na

variância comum explicada de cada fator, foi atribuído à dimensão 1, 20 pontos possíveis; à

dimensão 2, 14 pontos possíveis; a dimensão 3, 6 pontos possíveis; e à dimensão 4, 10 pontos

possíveis. A média geral entre os respondentes foi de 40,01 e a mediana geral foi de 42; do

fator um 20; do fator dois 10; do fator três, 6; e do fator quatro 8 pontos. Na tabela 2,

apresenta-se todos os itens com suas respectivas cargas fatoriais considerando um fator

extraído. Na tabela 3, encontram-se as variâncias comum explicada para os fatores possíveis e

suas porcentagens de variância comum acumuladas.

Tabela 2 - Cargas Fatoriais dos 24 itens originais do Questionário de Apoio Social Informal para

Idosos, considerando apenas 1 Fator extraído. Natal-RN, Brasil. 2017.

Itens Cargas Fatoriais

1 0.746*

2 0.425*

3 0.576*

4 0.718*

5 0.603*

6 0.587*

7 0.314

8 0.480*

9 0.725*

10 0.447*

11 0.661*

12 0.744*

13 0.693*

14 0.591*

15 0.487*

Page 39: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

37

16 0.312

17 0.292

18 0.270

19 0.620*

20 0.624*

21 0.452*

22 0.628*

23 0.691*

24 0.743*

Legenda: Itens e valores com cargas fatoriais inferiores a 0,35 em destaque. *Significante para p<0,05

Fonte: Elaborado pelo Autor (2017).

Tabela 3 - Número de Fatores extraídos, seus valores próprios, porcentagem explicada pela variância

comum para cada fator possível e porcentagem da variância comum acumulada do Questionário de

Apoio Social Informal para Idosos. Natal-RN, Brasil. 2017

Fator Extraído Valores próprios Porcentagem explicada pela

variância comum

Porcentagem da variância

comum acumulada

1 7.816 38,7% 38,7%

2 2.374 11,8% 50,5%

3 1.621 8,0% 58,5%

4 1.368 6,8% 65,3%

5 1.121 5,6% 70,9%

6 0.943 4,7% 75,6%

7 0.794 3,9% 79,5%

8 0.777 3,8% 83,3%

9 0.754 3,7% 87,0%

10 0.599 3,0% 90,0%

11 0.563 2,8% 92,8%

12 0.449 2,2% 95,0%

13 0.367 1,8% 96,8%

14 0.341 1,7% 98,5%

15 0.188 0,9% 99,4%

16 0.128 0,6% 100%

Page 40: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

38

17 0,000 0,00%

18 -0.017

19 -0.086

20 -0.100

Valor Próprio Total 20,203

Legenda: Em destaque número de fatores extraídos e porcentagem de variância comum acumulada mínima

aceitável e com valores próprios > 1.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2017).

Na figura 1 apresenta-se o gráfico de autovalor e Horn com simulação para critério de

análise paralela. Observa-se nesta figura um início da horizontalização da linha entre os

fatores 4 e 5, apresentados com o símbolo “x”, pontos estes sugestivos sobre a escolha o

número de fatores ideal. Na tabela 4, segue-se a distribuição das cargas fatoriais e

comunalidades com 4 fatores retidos, sendo que o item foi atribuído a determinado fator de

acordo com seu grau de significância estatística de maior carga fatorial. Na tabela 5 apresenta-

se os resultados de medianas e médias para os 4 fatores e geral.

Figura 1: Gráfico de autovalor e simulação de fatores para critério de Análise Paralela de

Horn do Questionário de Apoio Social Informal para Idosos. Natal-RN, Brasil. 2017.

.

Page 41: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

39

Fonte: Elaborado pelo Autor (2017).

Tabela 4 - Matriz de cargas fatoriais rotacionadas com 4 Fatores Extraídos, 20 itens e suas respectivas

comunalidades do Questionário de Apoio Social Informal para Idosos. Natal-RN, Brasil. 2017.

Fatores/Cargas

Fatoriais dos

Itens

FATOR 1 FATOR 2 FATOR 3 FATOR 4 Comunalidades

1 0.571* 0.038 0.499* -0.013 0,842

2 0.041 0.653* -0.046 0.028 0,903

3 0.650* -0.054 -0.235 0.239 0,878

4 0.495* 0.239 0.385 -0.065 0,891

5 0.978* -0.379 -0.012 0.056 0,838

6 0.584* -0.009 0.041 0.135 0,892

8 0.224 0.351* 0.039 0.093 0,920

9 0.442 0.100 -0.042 0.500* 0,872

10 -0.088 0.886* -0.196 0.036 0,851

11 0.316 0.547* 0.144 -0.040 0,873

12 0.453* 0.484* 0.167 -0.079 0,881

13 0.386* 0.526* 0.029 0.060 0,903

14 0.035 -0.068 0.817* 0.428 0,851

15 0.111 -0.163 0.265 0.511* 0,902

19 0.044 0.332* -0.012 0.679* 0,852

20 0.124 -0.018 0.110 0.703* 0,877

21 0.254 0.100 0.353* -0.005 0,848

22 0.014 0.109 0.585* 0.460* 0,885

23 0.309 0.208 -0.045 0.518* 0,901

24 0.059 0.681* 0.351 0.078 0,862

Legenda: Destaques em negrito das cargas fatoriais para determinação do Fator em que o item foi

atribuído. *Significante para p<0,05

Fonte: Elaborado pelo Autor (2017).

Tabela 5 – Valores atribuídos aos itens e ao instrumento. Médias aritméticas e desvio padrão por item.

Médias por Fatores. Média geral e Mediana do instrumento, após entrevistas com idosos. Natal-RN,

Brasil, 2017.

Itens e Fatores Valor atribuido ao item Média

Aritmética

Obtida

Desvio Padrão

COMPOSIÇÃO E EXTENSÃO DA REDE SOCIAL

1.Você pode contar com pessoas

próximas?

4 3,86 ±0,73

Page 42: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

40

3.Você possui um amigo que veja

frequentemente?

4 3,32 ±1,50

4. Você tem alguém da família com que

possa contar e more perto?

4 3,42 ±1,40

5. Você tem um amigo que more perto? 4 3,29 ±1,53

6. Você tem um vizinho com quem

possa contar em caso de necessidade?

4 3,14 ±1,64

Mediana do Fator 1 20 pontos

APOIO INSTRUMENTAL E DISPONIBILIDADE

2. Você mora com muitas pessoas? 2 0,55 ±0,89

8. Você recebe visitas com frequência? 2 1,19 ±0,98

10. Você tem alguém para ajudar nas

tarefas de casa?

2 1,44 ±0,90

11. Você tem alguém para ajudar a sair

de casa caso precise?

2 1,75 ±0,65

12. Você tem alguém para ajudar caso

esteja de cama ou doente?

2 1,79 ±0,61

13. Caso você tenha dificuldade

financeira tem alguém para lhe ajudar?

2 1,59 ±0,80

24. Você possui algum familiar que

ajude nos seus cuidados caso precise?

2 1,85 ±0,52

Mediana do Fator 2 10 pontos

RECIPROCIDADE E LONGITUDINALIDADE

14. Você participa de alguma decisão

familiar?

2 1,40 ±0,91

21. A ajuda que você teve ou teria nos

últimos 30 dias foi ou seria satisfatória?

2 1,86 ±0,51

22. Ao longo da vida, você recebeu

ajuda adequada de outras pessoas?

2 1,59 ±0,80

Mediana do Fator 3 6 pontos

APOIO EMOCIONAL E PARTICIPAÇÃO SOCIAL

9. Você tem alguém com quem

conversar?

2 1,83 ±0,55

15. Você participa das decisões entre

amigos?

2 0,89 ±0,99

19. Você compartilha momentos de

lazer com alguém?

2 1,70 ±0,69

20. O seu contato social com outras

pessoas é permanente?

2 1,62 ±0,78

23. Quando você está triste ou com

saudades tem com quem falar sobre

isso?

2 1,54 ±0,84

Média Geral do Fator 4 8 pontos

Média Total obtida nas entrevistas 40,01 ±8,20

Mediana 42 pontos (IC=95%)

Valor total atribuído ao instrumento 50 pontos

Legenda: IC = intervalo de confiança

Fonte: Elaborada pelo Autor (2017)

Page 43: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

41

6 DISCUSSÃO

Para a construção e validação de instrumentos é importante destacar alguns pontos

para reflexão. Referente a validação de instrumentos é importante entendê-la como uma

reunião de recursos e procedimentos que se organizam como um processo e não como um

produto concluído. As etapas do processo de validação devem se complementar e o nível de

evidência alcançado pelo instrumento para medir determinado construto ou fenômeno deverá

estar em constante evolução (AERA, 2014; RIOS; WELLS, 2014; SIRECI; PADILLA,

BENÍTEZ 2014).

Quanto à análise descritiva, no que diz respeito à amostra da etapa de validade

baseada no conteúdo, observou-se um alto grau de instrução dos participantes especialistas, o

que poderia reduzir vícios de resposta por incompreensão das perguntas ou do objetivo do

estudo. Sobre os respondentes da etapa de validade baseada no processo de respostas, é

importante ressaltar que tivemos respondentes de todos os níveis de escolaridade, desde “sem

instrução” por educação formal a pós-graduados, com um equilíbrio no quantitativo entre os

gêneros masculino e feminino. Ademais, a coleta foi realizada tanto em instituição de longa

permanência, quanto em locais públicos. Esses aspectos reforçam a aplicabilidade do

questionário em uma população institucionalizada ou não.

A validade baseada no conteúdo foi medida através de um painel de especialistas

(ALEXANDRE; COLUCI, 2011). Esta ferramenta se integrou à pesquisa como parte de uma

fase preliminar, contribuindo para o estabelecimento de bases para a investigação. Esta fase

foi importante para apoiar o rompimento com preconceitos e falsas evidências sobre o

construto estudado (DAVIDSON, KEATING, 2014; PINHEIRO, FARIAS, ABE-LIMA,

2013; ALEXANDRE; COLUCI, 2011).

Com relação às observações gerais feitas pelos especialistas referentes ao instrumento,

as que foram acatadas resultaram em redução do tamanho de frases, tornando-as mais

objetivas, o que poderá reduzir o tempo final de aplicação do questionário (VIERA, 2009). As

frases tiveram também uma linguagem aperfeiçoada, o que poderia fortalecer o vínculo entre

o respondente e o processo de aplicação do instrumento e assim aumentaria a adesão para a

conclusão de todas as respostas e também facilitaria o entendimento do entrevistado,

reduzindo o viés de resposta (AMATUZZI et al., 2006). Foi sugerido que no cabeçalho do

Page 44: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

42

questionário se restringisse o objeto de estudo para “Apoio Social Informal”, o que não estava

claro na primeira versão e foi também acatado pelos juízes.

Os especialistas sugeriram ainda a inclusão de alguns itens. As sugestões aceitas

abrangeram questões importantes que contemplam variáveis que influenciam diretamente no

apoio social informal percebido, sendo apresentadas como parte de dimensões importantes

para a avaliação do construto estudado. São elas: o apoio emocional e apoio instrumental ou

de auxílio funcional (RATH; PANIGRAHI, 20017, SHUMAKER et al., 2017, GARCÍA-

MARTÍN et al., 2016).

Quanto ao IVC, o índice geral foi satisfatório, demonstrando a pertinência geral dos

itens incluídos inicialmente no instrumento (POLIT; BECK, 2006). O item vinte e dois,

“Quando jovem, você recebia ajuda adequada de outras pessoas?”, foi o único a ter um

desempenho insatisfatório segundo IVC por item (POLIT; BECK, 2006) e foi reestruturado

de forma que facilitasse o entendimento e desse uma noção referente ao apoio social informal

percebido ao longo da vida (FECHINE; TROMPIERI, 2012). A solução encontrada para este

item foi reestruturá-lo da seguinte forma: “ao longo da vida, você recebeu ajuda adequada de

outras pessoas?”.

Em algumas ocasiões, os especialistas podem dominar a temática estudada, mas ao

sugerir questões pertinentes ao tema, podem fazê-lo numa linguagem de compreensão

discutível para o público-alvo. Daí a importância da etapa de validade baseada no processo de

respostas, que objetiva aproximar a linguagem usada no instrumento, da linguagem usual do

público-alvo, tornando-a potencialmente mais compreensível (AERA, 2014; PADILLA;

BENÍTEZ, 2014).

Foi importante nesta etapa de entrevistas com os idosos, a coleta de indicadores diretos

e indiretos, tais como as respostas sobre o entendimento de cada questão e a reação dos

entrevistados a cada pergunta, respectivamente (PADILLA; BENÍTEZ, 2014). A

documentação das reações e percepções sobre o entendimento das perguntas pela população-

alvo, com posterior montagem do painel para este público, permitiu capturar especificidades

deste grupo, que somente através de entrevista face-a-face seria possível.

A escolha do formato de respostas para os idosos relativa ao entendimento ou não de

cada questão foi dicotômica ao invés de uma escala tipo Likert, por exemplo. Este formato de

respostas poderia facilitar o entendimento do entrevistado e reduzir a quantidade de respostas

Page 45: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

43

aleatórias (VIEIRA, 2009). Com relação à análise das respostas da populção-alvo, referente

ao entendimento de cada item, a análise foi específica item a item, na direção de potencializar

o entendimento da frase segundo o objetivo de avaliação proposto pela questão e na tentativa

de reduzir a possibilidade de respostas do tipo “não se aplica” (GIBBS, 2009). Desta forma,

para análise sobre o aceite ou rejeição de propostas de mudanças, foi levado em consideração

as especificidades da população estudada.

As perguntas tiveram uma linguagem aproximada daquela falada mais comumente

pelos idosos, de forma que mantivesse ainda os princípios básicos de norma culta da língua

portuguesa e que o entendimento fosse potencializado (VIEIRA, 2009). Por exemplo, na

pergunta “Você escuta o problema dos outros quando solicitado?”, muitos idosos entendiam

“escutar o problema dos outros” como algo negativo, desta forma, a solução encontrada foi

reformular a pergunta para “Você ajuda outras pessoas quando solicitado?”.

A palavra “caso” foi usada para aperfeiçoar algumas perguntas, no sentido de reduzir a

possibilidade de respostas “não se aplica”. Por exemplo, na pergunta “Você tem alguém para

ajudar quando tem dificuldade financeira?”, existia a possibilidade de algumas pessoas nunca

terem tido dificuldade financeira. Assim sendo, a frase foi reformulada para “Caso você tenha

dificuldade financeira tem alguém para lhe ajudar?”. Situação similar ocorreu na frase que foi

reformulada para “Você tem alguém para ajudar a sair de casa caso precise?”.

Em alguns momentos, termos relativamente simples geraram confusão para o

respondente. Por exemplo, muitos idosos confundiam “receber visitas” com “realizar visitas”,

desta forma, o termo foi reestruturado para “Você visitou outras pessoas com frequência?”. O

termo “duradouro” era pouco usual para este público e foi alterado para “permanente”. Tal

qual ocorreu com o termo “confortar”, que foi modificado para “consolar”.

De modo geral, o construto Apoio Social Informal foi familiar e de fácil entendimento

para os idosos entrevistados, principalmente pelo fato das perguntas serem comuns e com

poucos termos técnicos ou científicos. Entretanto, a anotação de algumas reações de surpresa

ou demora na resposta ou resposta negativa de entendimento ou dificuldade em repetir a

pergunta que acabara de ser lida ou ainda a sugestão de alteração dada pelo entrevistado, dava

um direcionamento sobre perguntas que tinham determinado problema com muita frequência

e necessitavam serem reformuladas.

Page 46: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

44

Entendendo a validação de questionários como um processo sistematizado e

continuado de ações, percebe-se a validação fatorial como etapa importante deste processo

(AERA, 2014; STREINER; KOTTNER, 2014; DAVIDSON; KEATING, 2014). A análise

fatorial é importante ferramenta para avaliar a estrutura de correlações entre variáveis. Estas

variáveis podem se agrupar em fatores quando estão fortemente correlacionadas, formando

assim dimensões latentes (identificadas nesta pesquisa pela análise fatorial tipo R) que

facilitam o entendimento do construto (FIGUEIREDO FILHO; SILVA JÚNIOR, 2010;

PASQUALI, 2009; HAIR JÚNIOR et al., 2009).

Quanto à análise descritiva, a amostra teve boa variabilidade dos sujeitos. Houve

representantes dos níveis de instrução formal fundamental a pós-graduados, com predomínio

de idosos da classe fundamental. Obteve-se respondentes das cinco regiões do Brasil, mas a

maior parte foi do Nordeste. Isto ocorreu, em parte, por terem sido somados os dados de

entrevistas presenciais que ocorreram no município do Natal. O genêro predominante foi

feminino, mas com uma amostra absoluta considerável de homens.

Quanto à escolha de ferramentas para a análise fatorial, a rotação de fatores permitiu

atingir um padrão mais simples, do ponto de vista interpretativo e teoricamente significativo.

A escolha da rotação do tipo oblíqua se deu pela necessidade em se permitir que os fatores

referentes ao apoio social informal se correlacionassem, considerando as variáveis escolhidas

(DAMÁSIO, 2012; HAIR JÚNIOR, et al., 2009).

Com relação à exclusão de itens, quatro questões tiveram cargas fatoriais muito pobres

e foram eliminadas após rotação, considerando um fator retido. Possivelmente, falhas de

compreensão no significado destas perguntas pelos entrevistados levaram a uma quantidade

de respostas aleatórias indesejável, interferindo no seu poder de explicação do construto e na

sua correlação com outras variáveis. Outra possibilidade, é a de que estas questões tenham

uma relevância discutível para a explicação geral do apoio social informal, levando-se em

conta que outras questões poderiam já estar explicando-as.

Um ponto de desafio em pesquisas com método de análise fatorial é a escolha do

número de fatores. Buscamos um equilíbrio entre a parcimônia e a significância de

informação. A superestimação na quantidade de fatores pode levar a produção de um número

exagerado de construtos, com um número de dimensões excessivas e supérfluas, com

reduzido poder explicativo. Em contrapartida, um número muito pequeno de fatores retidos

Page 47: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

45

poderá resultar em perda significativa de informação (DAMÁSIO, 2012; HAIR JÚNIOR et

al., 2009; COSTELLO; OSBORNE, 2005; FAVA; VELICER, 1992).

Analisando um dos parâmetros adotados nesta pesquisa, o “critério da raiz latente”

(eigenvalues>1), Costello e Osborne (2005) demonstraram que ele tende a superestimar o

número de fatores retidos. Somando-se a isso, Fava e Velicer (1992) demonstraram que tal

superestimação tende a ocorrer principalmente quando as cargas fatoriais dos itens são baixas.

As cargas fatoriais dos itens desta pesquisa atenderam aos requisitos aceitáveis para o

tamanho da amostra de respondentes. Entretanto, o baixo número de cargas fatoriais ótimas

(acima de 0,70) e a presença de cargas fatoriais próximas do limite mínimo desejável (HAIR

JÚNIOR et al., 2009) foram indicativos para escolha de um número reduzido de fatores.

Diante das informações supracitadas, entendemos que a opção pelos quatro fatores

atenderam um percentual razoável de variância acumulada explicada e minimizou o risco de

superestimação de fatores, trazendo um equilíbrio entre parcimônia e significância de

informação. Esta escolha foi também apoiada pelos achados da Análise Paralela de Horn

(DAMÁSIO, 2012).

Após a opção de exclusão de quatro itens e determinação dos quatro fatores, a matriz

foi novamente rotacionada. Todas as cargas fatoriais se apresentaram significativas e

aceitáveis para os parâmetros pré-determinados. Cargas fatoriais significativas demonstram

uma correlação entre os itens e seus fatores. Além disso, as comunalidades dos itens,

considerando quatro fatores, foram excelentes (menor comunalidade de 0,838). As

comunalidades representam a quantia de variância explicada por cada variável. Isto demonstra

boa correlação de uma variável com as demais (variância compartilhada). Quanto à presença

de cargas fatoriais cruzadas, estas ocorreram em pequeno número e sempre foi escolhida a

inclusão em determinado fator, baseado no nível de significância, sem a necessidade de

justificativas conceituais. (HAIR JUNIOR et al., 2009; FÁVERO, 2009).

Avaliadas as significâncias das cargas fatoriais de cada item para seu devido

agrupamento, o próximo passo foi rotular os fatores, ou seja, determinar as dimensões latentes

de cada fator. Esta etapa não é determinada pelo programa de computador e sim pelos

pesquisadores envolvidos. Daí a importância de boa fundamentação teórica no entendimento

do construto estudado e dos reais aspectos que o definem (HAIR JUNIOR et al., 2009, 2009).

Page 48: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

46

Para escolha dos rótulos, foram considerados os itens com cargas fatoriais maiores

como tendo importância maior na definição dos nomes, somado às abordagens teórico-

metodológicas que vêm sendo abordadas em pesquisas anteriores. Assim sendo, foram

determinadas as dimensões de: “Composição e Extensão da Rede Social”; “Apoio

Instrumental e Disponibilidade”; “Reciprocidade e Longitudinalidade”; “Apoio Emocional e

Participação Social”.

Algumas dimensões específicas do apoio social são discutidas na literatura e apoiam

as classificações escolhidas para as dimensões latentes deste estudo. Pesquisas apontam a

importância em se avaliar a composição da rede social para o ASI e destacam alguns

componentes importantes, dentre eles, a família e os amigos (SHUMAKER et al., 2017;

GOUVEIA et al.; SQUASSONI, MATSUKURA, PANÚNCIO-PINTO., 2016; ANTUNES;

FONTAINE, 2005). Domingues et al. (2011) em uma análise de reprodutibilidade do

instrumento “Mapa Mínimo de Relações do Idoso”, apontaram para a importância em se

avaliar a extensão da rede de apoio social para idosos.

A categoria “instrumental” como parte integrante do AS, é alvo de estudos, tanto em

pesquisas descritivas (RATH; PANIGRAHI, 2017), quanto em estudos de validação de

instrumentos (FREITAS et al., 2017; ZANINI; PEIXOTO, 2016; GRIEP et al., 2005).

Perceber a disponibilidade de pessoas próximas, inclusive para tarefas do dia-a-dia, pode

fazer com que o idoso se sinta valorizado e com laços sociais fortes com sua rede de apoio

(SQUASSONI, MATSUKURA, PANÚNCIO-PINTO 2016)

A reciprocidade pode levar a um sentimento de solidariedade (CANESQUI;

BARSAGLINI, 2012), o engajamento em decisões da família, por exemplo, pode ser fonte

deste sentimento. Quanto à longitudinalidade, esta questão ainda é pouco estudada no que se

refere ao apoio social informal. Entretanto, os aspectos referentes à continuidade do cuidado

se mostram positivos para modelos de redes de atenção bem sucedidos (VERAS et al., 2014)

e em desfechos de saúde (CUNHA; GIOVANELLA, 2011). Esses fatores valorizam a

importância da longitudinalidade como componente para se avaliar o apoio social informal

para idosos.

Os aspectos emocionais estão intimamente ligados à interação e participação social,

sendo portanto partes integrantes de um ASI bem sucedido e são dimensões constantemente

referidas em estudos para esta temática (PINTO; NERI, 2017; VIEIRA, 2013; ZANINI;

Page 49: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

47

PEIXOTO, 2016, GRIEP et al., 2005). A Organização Mundial de Saúde (OMS), propõe na

Classificação Internacional de Funcionalidade (OMS, 2003) a avaliação da participação social

para o apoio e relacionamentos.

Sobre a determinação dos valores para cada dimensão, o fator 1 foi o único em que

seus itens foram mais pontuados, sendo atribuído a ele um total de 20 pontos, ou seja, 40% do

valor do instrumento. Esse valor foi muito próximo da porcentagem da variância explicada

para este fator, justificando assim uma graduação consideravelmente maior que as demais.

Com relação à determinação do valor de referência geral e por dimensões, os valores

sugeridos são apenas uma primeira proposta. Como a amostra não teve uma distribuição

normal, optou-se por usar as medianas geral e dos fatores como pontos de referência. É

importante que estudos com um delineamento mais refinado, no que se refere à acurácia

(MEDRONHO; PEREZ, 2009; JONES et al., 2010), delimitem pontos de corte mais precisos

para este instrumento, avaliando critérios como sensibilidade e especificidade, por exemplo.

Ainda que boa parte dos itens se empregam com maior magnitude à população idosa,

não se pode descartar a aplicação deste instrumento em outras populações, considerando a sua

ampla abordagem em dimensões que são comuns a diversos grupos sob vulnerabilidade.

Desta forma, este instrumento pode ser importante ferramenta de rastreio de apoio social

informal mal sucedido, podendo ser aplicado em diversos serviços de saúde, sobretudo na

atenção primária, em busca do apoio da rede social ao cuidado integral das pessoas,

potencializando assim os resultados almejados.

Como limitações do estudo, pode-se citar que as respostas com especialistas foram

coletadas completamente em formato online, isto dificultou o profissional respondente em

esclarecer dúvidas sobre os itens, o que poderá favorecer o surgimento de viés de resposta em

alguns casos. A amostra obtida para as entrevistas presenciais com o público-alvo foi de

apenas uma cidade. O ideal é que fosse de cidades e regiões diferentes do Brasil, para se

contemplar uma desejável variedade cultural entre os entrevistados. É válido destacar a

importância de outras etapas de validação para este instrumento, tais como a Análise Fatorial

Confirmatória, análise de acurácia e reprodutibilidade, adaptação transcultural para outros

idiomas, dentre outras.

Ainda sobre as limitações do estudo podemos citar que, mesmo tendo respondentes de

todas as regiões do país, a amostra foi concentrada em sua maior parte nas regiões Nordeste e

Page 50: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

48

Sudeste, reduzindo assim a desejável variabilidade cultural. Parte dos entrevistados,

responderam ao questionário à distância, isso poderia favorecer um número maior de

respostas aleatórias, potencializando a possibilidade de viés de resposta (AMATUZZI et al.,

2006).

Entendendo o apoio social informal como um construto multidimensional, seria difícil

mensurar todos os seus aspectos e determinantes. Entretanto, o apoio social de informação é

reiteradas vezes destaque na literatura (ZANINI, PEIXOTO, 2016; JOHN et al., 2016;

HOBBS et al., 2016; GRIEP et al., 2005) e não foi contemplado neste instrumento. É

prudente lembrar ainda da importância em se certificar das qualidades psicométricas deste

instrumento em outras populações, além de se confirmar seus fatores ou dimensões latentes

através de uma Análise Fatorial Confirmatória.

Page 51: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

49

7 CONCLUSÕES

A etapa de validade baseada no conteúdo demonstrou uma boa relevância dos itens

propostos mediante bons indicadores do índice de validade de conteúdo geral e por item.

Algumas sugestões indicadas pelos especialistas possibilitaram a inclusão de dois itens e

aperfeiçoamento das demais questões inicialmente propostas. A validade baseada no processo

de respostas permitiu uma aproximação da linguagem utilizada no instrumento, à linguagem

usada pelos idosos. Um melhor entendimento das questões pela população-alvo poderá

resultar em respostas mais fidedignas e num processo de aplicação do instrumento facilitado.

A partir da avaliação dos resultados da Análise Fatorial Exploratória, o Questionário

de Apoio Social Informal para Idosos apresentou boas propriedades psicométricas, tais como:

cargas fatoriais aceitáveis e comunalidades excelentes. Os vinte itens que compõem o

instrumento, se distribuíram em quatro fatores retidos: “Composição e Extensão da Rede

Social”; “Apoio Instrumental e Disponibilidade”; “Reciprocidade e Longitudinalidade”; e

“Apoio Emocional e Participação Social”.

O valor de referência sugerido para um apoio social informal para idosos bem

sucedido, foi de 42 pontos. Estudos de validação para o aperfeiçoamento deste questionário,

em novas populações e com técnica de Análise Fatorial Confirmatória e de acurácia, se fazem

importantes.

Page 52: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

50

REFERÊNCIAS

ALEXANDRE N.M.C., COLUCI M.Z.O. Validade de conteúdo nos processos de construção

e adaptação de instrumentos de medidas. Ciência & Saúde Coletiva, 16(7):3061-3068, 2011.

ALVARENGA, M. R. M. et al. Rede de suporte social do idoso atendido por equipes de

Saúde da Família. Cienc. Saúde Coletiva, v. 16, n. 5, p. 2603-2611, 2011.

AMATUZZI M.L.L. et al. LINGUAGEM METODOLÓGICA. ACTA ORTOP BRAS 14(2)

– 2006.

AMARAL, F. L. J. S., GUERRA RO, NASCIMENTO AFF, MACIEL ACC. Apoio social e

síndrome da fragilidade em idosos residentes na comunidade. Ciência & Saúde Coletiva;

18(6):1835-1846, 2013.

AMERICAN EDUCATIONAL RESEARCH ASSOCIATION (AERA). American

PsychologicalAssociation (APA). National Councilon Measurement in Education (NCME).

The standards for educational and psychological testing. New York: American Educational

Research Association, 2014.

ANDRADE G. R. B., VAITSMAN J. Apoio social e redes: conectando solidariedade e saúde.

Ciência & Saúde Coletiva. 7(4):925-934; 2002.

ANDRIOLA, W. B.; TROCCOLI, B. T.; DIAS, M. R. Caracterização do apoio social em

estudantes universitários brasileiros. Rev Psicol. 7/8:61-78, 1990.

ANTUNES C., FONTAINE A.M. Percepção de apoio social na adolescência: análise fatorial

confirmatória da escala Social Support Appraisals. Paidéia, 15(32), 355-66, 2005.

ASHIDA, S.; HEANEY, C. A. Differential associations of social support and social

connectedness with structural features of social networks and the health status of older adults.

J. Aging Health, v. 20, n. 7, p. 872-893, 2008.

BACKES M. T. S. et al. Conceitos de saúde e doença ao longo da história sob o olhar

epidemiológico e antropológico. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2009.

BAKER, J. C.; MORROW, J.; MITTENESS, L. S. Gender, informal social support networks,

and elderly urban African Americans. J. Aging Stud., v. 12, n. 2, p. 199-222, 1998.

BARR, F.; RUSSELL, C. Social capital among older residents of a coastal resort: A survey of

social resources and vulnerabilities. Australas. J. Ageing, v. 26, n. 2, p. 94-96, 2007.

BARRETT, A. E.; LYNCH, S. M. Caregiving networks of elderly persons: variation by

marital status. Gerontologist, v. 39, n. 6, p. 695-704, 1999.

BARKER, J. C. Neighbors, friends, and other nonkin caregivers of community-living

dependent elders. J. Gerontol. Ser. B, Psychol. Sci. Soc. Sci., v. 57, n. 3, p. S158-167, 2002.

Page 53: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

51

BRASIL. Portaria 2.528, de 19 de outubro de 2006. Aprova a Política Nacional de Saúde da

Pessoa Idosa. Brasília: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 2006.

BOEN H., DALGARD O. S., BJERTNESS E. The importance of social support in the

associations between psychological distress and somatic health problems and socio-economic

factors among older adults living at home: a cross sectional study. BMC Geriatrics12:27,

2012.

BOURQUE, P. et al. Contextual effects on life satisfaction of older men and women. Can. J.

Aging, v. 24, n. 1, p. 31-44, 2005.

CANESQUI A.M., BARSAGLINI R.A. Social support and health: standpoints from the

social and human sciences. Ciência & Saúde Coletiva, 17(5):1103-1114, 2012.

CANZONIERI A. M. Metodologia da pesquisa qualitativa na saúde. 2 ed. Petrópolis-RJ. Ed.

Vozes. 2011.

CHATTERS, L. M., TAYLOR, R. J., JACKSON, J. S. Sizeand Compositions of the Informal

Helper Networks of Elderly Blacks. JournalofGerontology, (40): 605-14. 1985.

CHI, I.; CHOU, K. L. Social support and depression among elderly chinese people in Hong

Kong. Int. J. Aging Hum. Dev., v. 52, n. 3, p. 231-252, 2001.

COLVEZ A, GARDENT H. Les indicateurs d'incapacité fonctionnelle en gérontologie.

Information, Validation, Utilisation. Groupe de recherche sur le besoin et les indicateurs en

gerontologie, Paris, França: Ed CTNERHI; 1990.

CORNWELL, B. Network Bridging Potential in Later Life Life-Course Experiences and

Social Network Position. J. Aging Health., v. 21, n. 1 , p. 129-154, 2009.

COSTELLO A.B., OSBORNE J.W. Best Practices in Exploratory Factor Analysis: Four

Recommendations for Getting the Most From Your Analysis. Volume 10 Number 7, July

2005.

CUPERTINO, A. P. Tradução da escala do inglês para o português: estudo dos processos de

envelhecimento saudável [resumo]. Juiz de Fora (MG): Editora da Universidade Federal de

Juiz de Fora; 2001.

CRONBACH, L.J., MEEHL, P.E. Construct validity in psychological tests. Psychol Bull,

v.52, n.4, p.281-302. 1955.

CUNHA E.M., GIOVANELLA L. Longitudinality/continuity of care: identifying dimensions

and variables to the evaluation of Primary Health Care in the context of the Brazilian public

health system. Ciência & Saúde Coletiva, 16(Supl. 1):1029-1042, 2011.

DAMÁSIO B. F. Uso da análise fatorial exploratória em psicologia. Avaliação Psicológica.

11(2), p. 213-28, 2012.

Page 54: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

52

DAVIDSON M., KEATING J. Patient-reported outcome measures (PROMs): how should I

interpret reports of measurement properties? A practical guide for clinicians and researchers

who are not biostatisticians. Br J Sports Med;48:792–796, 2014.

DAVIS, C. et al. Benefits to volunteers in a community-based health promotion and chronic

illness self-management program for the elderly. J. Gerontol. Nurs., v. 24, n. 10, p. 16-23.

1998.

DEVON, H.A., BLOCK, M.E., MOYLE-WRIGHT, P. et al. A Psychometric Toolbox for

Testing Validity and Reliability. Journal of Nursing Scholarship, v.39, n.2, p.155-164, 2007.

DOMINGUES, M. A. R. Mapa Mínimo de Relações do Idoso: análise de reprodutibilidade.

Revista Kairós Gerontologia. São Paulo (SP), Brasil, 14(6): 153-166. Dez, 2011.

EISELE M. et al. Influence of social support on cognitive change and mortality in old age:

results from the prospective multicentre cohort study AgeCoDe. BMC Geriatrics, 12:9, 2012.

FAST, J. et al. Characteristics of family/friend care networks of frail seniors. Can. J. Aging.,

v. 23, n. 1, p. 5-19, 2004.

FAVA J.L.,VELICER W.F. The effects of overxtraction on factor and component analysis.

Multivariate behavioral Reseach. 1992.

FÁVERO L. P. Análise de daos: modelagem multivariada para tomada de decisões. Ed.

Elsevier. Rio de Janeiro-RJ. 2009.

FERNÁNDEZ -ALFONSO, J. M. F.; PÉREZ, L. D.; RODRIGUEZ, B. B. Life quality

associated with health in the Elder's Club Sports Friends. Municipality of Matanzas 2006.

Rev. Medica Eléctron. v. 29, n. 6, 2007.

FÉLIX, T. A. Fatores de risco para tentativa de suicídio: produção de conhecimento no Brasil.

Editora Unijuí – Revista Contexto & Saúde, v.16, n. 31, 172-85, 2016.

FILHO D. B. F., JÚNIOR J. A. S. Visão além do alcance: uma introdução à análise fatorial.

OPINIÃO PÚBLICA, Campinas, vol. 16, nº 1, p. 160-185Junho, 2010.

FREITAS, R. P. A. et al. Impacto do apoio social sobre os sintomas de mulheres brasileiras

com fibromialgia. Rev Bras Reumatol. 2 0 1 6.

FRICK, K. D. et al. Modeled cost-effectiveness of the experience corps Baltimore based on a

pilot randomized trial. J. Urban Health, v. 81, n. 1, p. 106-117, 2004.

FRIED, L.P. et al. Building communities that promote successful aging. West. J. Med., v.

167, n. 4, p. 216-219, 1997.

Page 55: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

53

FECHINE B.R.A., TROMPIERE N. O processo de envelhecimento: as principais alterações

que acontecem com o idoso com o passar dos anos.Iterscienceplace. Ed. 20, vol 1, nº 7,

Janeiro/Março 2012.

FURTADO L. F. V. et al. Epidemiologia do envelhecimento: dinamização, problemas e

consequências. Revista Kairós Gerontologia, São Paulo (SP), Brasil,15(2): 55-69; março,

2012.

GARCÍA-MARTÍN M.A.et al. A Multidimensional Approach to Social Support:

The Questionnaire on the Frequency of and Satisfaction with Social Support (QFSSS). Anales

de Psicología, vol. 32, nº 2 , 501-515; mayo, 2016.

GARDNER, P. J. Natural neighborhood networks: important social networks in the lives of

older adults aging in place. J. Aging Stud., v. 25, n. 3, p. 263-271, 2011.

GASPARI, V. P.; BOTEGA N. J. Rede de apoio social e tentative de suicídio. J Bras

Psiquiatr. 51: 233-240, 2002.

GEIB, L. T. C. Determinantes sociais da saúde do idoso. Ciência & Saúde Coletiva,

17(1):123-133, 2012.

GIBBS G. Análise de dados qualitativos. Porto Alegre. Ed. Art Med. 2009.

GOMIDE M., SCHUTZ G. E. Análise de Redes Sociais e práticas avaliativas: desafios à

vista. Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 25 (3): 819-42, 2015.

GONÇALVES T. R., PAWLOWSKI J., BANDEIRA D. R., PICCININI C. A. Avaliação de

apoio social em estudos brasileiros: aspectos conceituais e instrumentos. Ciência & Saúde

Coletiva. 16(3):1755-1769, 2011.

GOUVEIA O.M.R. et al. Redes sociais e qualidade de vida dos idosos: uma revisão e análise

crítica da literatura. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro; 19(6): 1030-1040, 2016.

GRIEP R. H.; CHOR D.; FAERSTEIN E.; WERNECK G. L.; LOPES C. S. Validade de

construto de escala de apoio social do Medical OutcomesStudy adaptada para o português no

Estudo Pró-Saúde. Cad Saude Publica 21:703-714, 2005.

HAIR et al. Análise multivariada de dados. 6 ed. São Paulo: Editora Bookman. 2009.

HALE, J. Connecting food environments and health through the relational nature of

aesthetics: gaining insight through the community gardening experience. Soc. Sci. Med., v.

72, n. 11, p. 1853-1863, 2011.

HOBBS W.R. et al. Online social integration is associated with reduced mortality risk. PNAS,

2016.

Page 56: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

54

JAMES, B. D. et al. A. Relation of Late-Life Social Activity With Incident Disability Among

Community-Dwelling Older Adults. J. Gerontol., v. 66, n. 4, p. 467-473, 2011.

JOHN A. et al. Online Social Support to University Students: Does Lecturer’s Popularity

Matter? Scientific Journal of PPI-UKM. Vol. 3, No. 5

No. 2356 – 2536, 2016.

JOHNSON E. R. et al. Relationship Between Social Support and Body Mass Index Among

Overweight and Obese African American Women in theRural Deep South, 2011–2013.

Preventing Chronic Disease: Public Health Research, Practice, and Policy. V 11, E224 dez,

2014.

JONES C.M. et al., Diagnostic accuracy meta-analysis: A review of the basic principles of

interpretation and application. International Journal of Cardiology 140, 138–144, 2010.

KIM, S. H. Effects of a Volunteer-Run Peer Support Program on Health and Satisfaction with

Social Support of Older Adults Living Alone. J Korean Acad Nurs Vol.42 No.4, 525-536.

2012.

KLEIMAN, E.; M. LIU, R. T. Social support as a protective factor in suicide: Findings from

two nationally representative samples. J Affect Disord. 150(2): 540–545, 2014.

LARSSON, K.; THORSLUND, M. Does gender matter? Differences in patterns of informal

support and formal services in a swedish urban elderly population. Res. Aging., v. 24, n. 3, p.

308-336, 2002.

LEBRÃO M. L. Epidemiologia do Envelhecimento. Boletim do Instituto de Saúde. V 47.

2009.

LETCHER, A. S.; PERLOW, K. M. Community-Based Participatory Research Shows How a

Community Initiative Creates Networks to Improve Well-Being. Am. J. Prev. Med., v. 37, n.

6, p. S292-299, 2009. Suplemento 1.

LUCASN. P., MACASKILL P., IRWIG L., BOGDUK N. The development of a quality

appraisal tool for studies of diagnostic reliability (QAREL). Journal of Clinical Epidemiology

(63) 854-861, 2010.

LUCHESI M. B. et al. Suporte social e contato intergeracional: estudando idosos com

alterações cognitivas. Rev. Eletr. Enf. 17(3). Jul/set, 2015.

MAIA C. M. L et al. Redes de apoio social e de suporte social e envelhecimentoativo.

International Journal of Developmental and Educational Psychology INFAD. Revista de

Psicología, 1(1), 293-303. 2016.

MARQUES, C. A. et al. Associação entre depressão, níveis de dor e falta de apoio social em

pacientes internados em enfermarias de clínica médica. J Bras Psiquiatr; 62(1):1-7. 2013.

Page 57: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

55

MARTINS R.M.L. A relevância do apoio social na velhice. Educação, Ciência e Tecnologia.

2005.

MCDOWELL, I. Measuring health: a guide to rating scales and questionnaires. 3a ed. Oxford

University Press, NY, p.765, 2006.

MEDRONHO R.A., PEREZ M.A. Testes diagnósticos. In: Medronho RA, Carvalho DM.

Epidemiologia. 2 ed. São Paulo: Atheneu. p. 389-402, 2009.

MELCHIORRE M. G., CHIATTI C., LAMURA G., TORRES-GONZALES

F.,STANKUNAS M., LINDER J. et al. Social Support, Socio-Economic Status, Health and

Abuse among Older People in Seven European Countries. January; Volume 8, Issue 1: 548-

56, 2013.

MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 15(5):2297-2305,

2010.

MUI, A. C. Depression among elderly chinese inmigrants: an exploratory study. Soc. Work.,

v. 41, n. 6, p. 633-645, 1996a.

NERI, A. L.; VIEIRA L.A.M. Envolvimento social e suporte social percebido na velhice.

Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 16(3):419-432. 2013.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Preventing suicide: a global imperative. Geneva,

2014.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). Classificação Internacional de

Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. 2003.

ORNELAS J. Suporte Social: Origens, Conceitos e Áreas de Investigacão. Análise

Psicológica, 2-3 (12): 333-339. 1994.

PADILHA, J. L.; BENÍTEZ, I. Validity evidence basedo n response processes. Psicothema, v.

26, n. 1, p. 136-144, 2014.

PAIM J. S.; ALMEIDA FILHO N. Conceitos de Saúde: atualização de debate

teórico´metodológico. In: Saúde Coletiva: teoria e prática. Cap. 2. p. 203-09. Rio de Janeiro;

MedBook; 2014.

PASQUALI L. Psicometria. Rev Esc Enferm USP. 43(Esp):992-9.2009.

PASQUALI L. Validade dos Testes Psicológicos: Será Possível Reencontrar o Caminho?.

Psicologia: Teoria e Pesquisa. 23 (esp): 099-107, 2007.

PAZIN, J. et al. Atividade física no lazer, deslocamento, apoio social e percepção do ambiente

urbano em homens e mulheres de Florianópolis/SC. Rev Bras Educ Fís Esporte, São Paulo.

30(3):743-55. Jul-Set, 2016.

Page 58: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

56

PESSINI, J. et al. Avaliação da equivalência transcultural e de propriedades psicométricas da

escala de apoio social para hábitos alimentares saudáveis. Rev. Nutr., Campinas, 29(6):797-

807, nov./dez., 2016.

PINTO J.M., NERI A.L. Trajetórias da participação social na velhice: uma revisão sistemática

da literatura. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro. 20(2): 260-273, 2017.

PINHEIRO J.Q., FARIAS T.M., ABE-LIMA J.Y.Painel de Especialistas e Estratégia

Multimétodos: Reflexões, Exemplos, Perspectivas, Psico. v. 44, n. 2, pp. 184-192, abr./jun.

2013.

POLIT D. F., BECK C. T. The content validity index: are you sure you know what’s being

reported? Critique and recomendationas. Res Nurs Health. 29:489-497 2006.

RAMOS, M. P. Apoio social e saúde entre idosos. Sociologias, v. 4, n. 7, p. 156-175, 2002.

RATH T., PANIGRAHI D. Instrumental social support for the rural elderly: study of a rural

block of a costal district of Odisha. Int J Community Med Public Health. 4(7):2320-2326; jul,

2017.

REIS, M. S. et al. Validade e fi dedignidade de uma escala de avaliação do apoio social para a

atividade física. Rev Saúde Pública. 45(2):294-301, 2011.

RIOS J., WELLES C. Validity evidence based on internal structure. Psicothema. Vol. 26, No.

1, 108-116, 2014.

RODRIGUES, A. G.; SILVA A. A. A rede social e os tipos de apoio recebidos por idosos

institucionalizados. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro; 16(1):159-170, 2013.

SALMOND S. S. Evaluating the reliability and validity of measurement instruments. Orthop

Nurs 27(1):28-30; 2008.

SCILIAR M. História do Conceito de Saúde. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro,

17(1):29-41, 2007.

SEGRE M.; FERRAS F. C. O Conceito de Saúde. Rev. Saúde Pública, 31 538 (5): 538-42,

1997.

SEIDL, E. M.; TRÓCCOLI, B. T. Desenvolvimento de escala para avaliação do suporte

social em HIV/Aids. Psicol Teor Pesqui. 22:317-326; 2006.

SEHLO, M. G.; KAMFAR, H. Z. Depression and quality of life in children with sickle cell

disease: the effect of social support. BMC Psychiatry. 15:78; 2015.

SHULTZ, K.S., WHITNEY, D.J. Measurement Theory in Action: Case Studies and

Exercises. 2nd ed., Sage Publications, London, UK, p.436, 2005.

Page 59: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

57

SIQUEIRA, M. M. M. Construção e validação da escala de percepção de suporte social.

Psicologia em Estudo, Maringá, v. 13, n. 2, p. 381-388, abr./jun. 2008.

SIRECI S., PADILLA J.L. Validating assessments: Introduction to the Special Section.

Psicothema. Vol. 26, No. 1, 97-99, 2014.

SQUASSONI1 C.E., MATSUKURA T.S., PANÚNCIO-PINTO M.P. Versão brasileira do

Social Support Appraisals: estudos de confiabilidade e validade. Rev Ter Ocup Univ São

Paulo. jan./abr.;27(1):1-11. 2016.

SQUASSONI1 C. E., MATSUKURA T. S., PANÚNCIO-PINTO M. P. Apoio social e

desenvolvimento socioemocional infanto-juvenil. Rev Ter Ocup Univ São Paulo.

jan./abr.,25(1);27-35. 2014.

STREINER L.D., KOTTNER J. Recommendations for reporting the results of studies of

instrument and scale development and testing. Journal of Advanced Nursing. 2014.

SHUMAKER S.C. et al. Psychometric Properties of the Multidimensional Scale of Perceived

Social Support in Patients With Heart Failure. Journal of Nursing Measurement, Vol 25, N. 1,

2017.

THANAKWANG, K. et al. Mechanisms by which social support networks influence healthy

aging among thai community-dwelling elderly. J. Aging Health, v. 23, n. 8, p. 1352-1378,

2011.

WALTER-GINZBURG, A. Social factors and mortality in the old-old in Israel: the CALAS

study. J. Gerontol. Ser. B, Psychol. Sci. Soc. Sci., v. 57, n. 5, p. S308-S318, 2002.

WU, Z.; POLLARD, M. S. Social support among unmarried childless elderly persons. J.

Gerontol. Ser. B, Psychol. Sci. Soc. Sci., v.53, n. 6, p. S324-S335, 1998.

VERAS R.P. et al. Integration and continuity of care in health care network models for frail

older adults. Rev Saúde Pública;48(2):357-365, 2014.

VERAS R. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações.

Rev Saúde Pública.43(3):548-54, 2009.

VIERA P. R. C.; RIBAS J. R. Análise Multivariada com uso do SPSS. Ed. Ciência Moderna.

Rio de Janeiro-RJ. 2011.

VIEIRA S. Como elaborar questionários. São Paulo-SP. Ed. Atlas. 2009.

ZANINI D.S., PEIXOTO E.M. Social Support Scale (MOS-SSS): Analysis of the

Psychometric Properties via Item Response Theory. Paidéia, Vol. 26, No. 65, 359-368, sep-

dec. 2016.

Page 60: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

58

Apêndice A – TERMO DE CONSETIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

O título desta pesquisa é “Construção e validação de uma escala de apoio social para idoso” O Suporte

Social é um determinante importante para a saúde de diversas pessoas idosas. Esse estudo tem como

objetivo construir e validar um questionário para avaliação do Suporte Social para idosos. Esta

pesquisa está sendo desenvolvida para o doutoramento do pesquisador Marcello Barbosa Otoni

Gonçalves Guedes, orientada pelo professor Kenio Costa Lima, sendo vinculada ao Programa de Pós-

Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Sua participação é voluntária e se dará por meio das respostas realizadas neste questionário. Caso

aceite, mas, depois o Sr (a) desista de sua participação, terá o direito e a liberdade de retirar seu

consentimento durante a coleta dos dados, independente do motivo e sem nenhum prejuízo a sua

pessoa. Se você aceitar participar, estará contribuindo para geração de instrumento de avaliação do

suporte social para a população idosa brasileira.

Os benefícios da pesquisa se referem à construção de um instrumento de avaliação do Apoio Social

que poderá ser útil, com aplicação simples e prática para pesquisadores e profissionais, na sua

aplicação na prática clínica e em outras pesquisas, fornecendo uma avaliação e/ou reavaliação mais

criteriosa do Apoio Social entre idosos, o que favorecerá toda sociedade.

Nesta pesquisa não ocorrerá qualquer intervenção clínica ou procedimento de avaliação que possa

prejudicar sua integridade física. Sua participação se resumi na resposta ao questionário, sem custos

financeiros advindos da pesquisa aos mesmos, descarta-se também riscos físicos relevantes.

Entretanto, agravos psicológicos advindos das respostas ao questionário poderão ocorrer. Caso o

senhor(a) se sinta emocionalmente afetado, lhe encaminharemos para atendimento psicológico no

Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sem custos adicionais.

O tempo médio de realização do questionário é de 5 minutos. Ressaltamos que os dados coletados

serão mantidos em absoluto sigilo, de acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Saúde

(CNS/MS) 466/12.Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital

Universitário Onofre Lopes, com número de parecer 1644533.

Para qualquer outra informação, o (a) Sr (a) poderá entrar em contato com o pesquisador Marcello

Barbosa Otoni Gonçalves Guedes pelo telefone (84) 998168693 ou ainda procurar o Comitê de Ética

em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes Endereço: Av. Nilo Peçanha, 620, Bairro

Petrópolis, Espaço João Machado - 1º Andar - Prédio Administrativo - CEP 59.012-300 - Natal/Rn,

telefone: 3342-5003, E-mail: [email protected]

Page 61: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

59

Eu, ________________________________________________ (paciente ou responsável), fui

informado dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada. Recebi informação a respeito

do método que será utilizado.

Sei que em qualquer momento poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão se assim

eu desejar. Fui igualmente informado da garantia de receber resposta a qualquer dúvida acerca dos

procedimentos, da liberdade de tirar meu consentimento, a qualquer momento, e da garantia de que

não serei identificado quando da divulgação dos resultados e que as informações obtidas serão

utilizadas apenas para fins científicos vinculados ao presente projeto de pesquisa.

______________________________________________________________________

Assinatura do Entrevistado

______________________________________________________________________

Nome

Data: ___/____/__________

______________________________________________________________________

Impressão Datiloscópica

___________________________________________________________________________

Assinatura do Pesquisador

______________________________________________________________________

Nome

Data: ____/___/________

Page 62: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

60

Apêndice B – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

Page 63: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

61

Page 64: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

62

Page 65: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

63

Apêndice C - Painel completo com análise das observações gerais referentes ao instrumento feitas pelos

especialistas, decisão e justificativas dos juízes. Natal-RN, Brasil, 2017

Observações gerais relativas ao

instrumento Decisão: aceitar/

aceitar

parcialmente/rej

eitar

Justificativa

Recomendo trocar "o senhor" por

você. Aceitar O pronome de tratamento “você” poderá

melhorar o vínculo entre o entrevistado e o

entrevistador e favorecer a adesão quando o

questionário for auto aplicado. Dependendo do público sugiro a

palavra “você” Aceitar O pronome de tratamento “você” poderá

melhorar o vínculo entre o entrevistado e o

entrevistador e favorecer a adesão quando o

questionário for auto aplicado. Sugiro retirar o "muitas" das

questões. Aceitar

parcialmente A redução da extensão da frase poderá

favorecer no entendimento em alguns itens. Penso que o questionário cobre

apenas parte do construto

proposto. Seria bom compreender

o que está sendo entendido por

apoio social, pois há, por

exemplo, recursos institucionais

que não foram considerados...

Aceitar Mediante a observação o questionário será

restringido a análise do Apoio Social

Informal.

Acho que a ideia presente de

apoio social está muito restrita,

seria importante, salvo melhor

juízo, também inserir a questão

do "apoio" institucional. Pois se

alguém idoso tem acesso à

direitos, algumas questões acima

listadas deixam de receber a

mesma importância. O

questionário para reforçar a ideia

que apoio social é somente aquele

advindo da família e de amigos.

Aceitar Mediante a observação o questionário será

restringido a análise do Apoio Social

Informal.

Todos os itens são relevantes!

Porém não comungo com a

perspectiva adotada para

dimensionar Índice de Apoio

Social. Entendo ser tb

responsabilidade do Estado,

através de Políticas públicas -

equipamentos sociais e recursos

humanos - ofertar proteção social

aos idosos/as. A perspectiva

adotada pelo pesquisador é de

absoluta responsabilização das

famílias e das redes de

solidariedade (amigos,

conhecidos, etc). Todos são

importantes, mas jamais devem

ser os exclusivos responsáveis!

Não se trata de "ajuda" e sim de

"direitos" ao bem estar e a

proteção social.

Aceitar Mediante a observação o questionário será

restringido a análise do Apoio Social

Informal.

Penso que o estudo deveria

incorporar o que já tivemos de

avanços no campo da Seguridade

Rejeitar A observação extrapola os objetivos da

construção do Painel por especialistas

propostos para esta etapa.

Page 66: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

64

Social neste país! Em sendo

professor da UFRN - sugiro

procurar o Departamento de

Serviço Social desta importante

Universidade. Tenho certeza que

receberá necessárias orientações

para este estudo. Nas primeiras perguntas não

entendi o motivo do plural.

Poderia ser no singular, pois

facilitaria o entendimento

Aceita

Parcialmente Frases no singular poderão favorecer no

entendimento em alguns itens.

Sugiro introduzir o item idade,

por exemplo, estou respondendo

e não sou identificada pela minha

idade 56 anos como idosa, e

também não há um recorte de

gênero, se quem responde é

homem, mulher, gay, “trans”,

lésbica etc.

Rejeitar A observação extrapola os objetivos da

construção do Painel por especialistas.

Alguns destes itens poderão ser introduzidos

em etapa posterior na aplicação entre os

idosos.

Seria importante esclarecer o que

a pesquisa considera por apoio

social. No questionário final é

importante deixar um contato de

e-mail de um dos pesquisadores

responsáveis. Sobre as categorias

de análise não pareceram muito

adequadas (Irrelevante; Pouco

Relevante; Relevante Muito

Relevante; Extremamente

Relevante). Sugestão: Não, Sim,

Pouco Frequente, Muito

Frequente, Sempre

Rejeitar A observação extrapola os objetivos da

construção do Painel por especialistas

propostos para esta etapa. O grau de

relevância é característica essencial para o

desenvolvimento do estudo.

O instrumento precisa de

instruções de aplicação que

contemplem a especificidade dos

idosos. Acho desaconselhável

fazer o instrumento de modo auto

aplicado para essa população.

Melhor fazer em forma de

entrevista, pois eles se sentem

mais a vontade, mais acolhido e

até para o entrevistador dar

exemplos sobre os itens caso não

entendam

Rejeitar A observação extrapola os objetivos da

construção do Painel por

especialistaspropostos para esta etapa.

Page 67: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

65

Apêndice D - Painel com sugestões de inclusão de novos itens pelos especialistas, decisão e justificativas

dos juízes. Natal-RN, Brasil, 2017

Sugestões de novos itens Decisão: aceitar/

aceitar

parcialmente/reje

itar

Versão do novo item Justificativa

Acho importante avaliar a

percepção do idoso também no

que diz respeito ao apoio

emocional. Por exemplo, quando

o senhor está triste ou com

saudades de alguém o senhor tem

com quem falar sobre isso?

Aceitar Quando você está

triste ou com

saudades de alguém

o senhor tem com

quem falar sobre

isso?

É importante a

avaliação do

aspecto emocional

no Apoio Social

Informal para

idosos.

Quais os serviços de que o senhor

dispõe na sua comunidade:

serviços médicos, apoio e

orientação psicológica, lazer,

acompanhamento.

Rejeitar - Extrapola o

conceito de Apoio

Social Informal

Acesso a benefícios

previdenciários e assistenciais; Rejeitar - Extrapola o

conceito de Apoio

Social Informal Oportunidades de reinserção no

mercado de trabalho Rejeitar - Extrapola o

conceito de Apoio

Social Informal Vida afetiva e sexual Rejeitar - Extrapola o

conceito de Apoio

Social Informal Itens relativos a estrutura

familiar: filhos e outros entes

próximos que efetivamente

ajudem nos cuidados dos idosos.

Aceitar Você possui parentes

próximos que

ajudem nos seus

cuidados quando

precisa?

Suporte de

familiares

próximos é

importante para

avaliação do Apoio

Social Informal. Acho que é importante considerar

também apoio para utilizar

remédios, para acompanhar em

exames médicos, se na casa há

adaptações para auxiliar na

locomoção/segurança...

Rejeita - Extrapola o

conceito de Apoio

Social Informal

Verifique sobre afetividade

(romance sexo etc) Rejeitar - Extrapola o

conceito de Apoio

Social Informal Se nos últimos 30 teve situações

de vulnerabilidade social (assalto,

medo etc)

Rejeitar - Extrapola o

conceito de Apoio

Social Informal O senhor(a) continua decidindo

sobre a sua vida? Muito relevante Rejeitar - Extrapola o

conceito de Apoio

Social Informal

Page 68: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

66

Apêndice E - Painel com observações e sugestões para alteração de cada item realizadas pelos especialistas,

decisão, nova versão do item e justificativas dos juízes. Natal-RN, Brasil, 2017

Observações por itens

/sugestões Decisão: alterar,

manter, excluir Nova versão Justificativa

ITEM 22-Quando jovem, o

senhor recebia ajuda adequada

de outras pessoas?

- Quando jovem, você

recebia ajuda

adequada de outras

pessoas?

O pronome de

tratamento “você”

poderá melhorar o

vínculo entre o

entrevistado e o

entrevistador e

favorecer a adesão

e entendimento

sobre o

questionário Observação: Pra mim não ficou

clara, ou melhor não vai ao

encontro da situação presente de

apoio social.

Rejeitar - Este item pretende

avaliar o nível de

Apoio Social

recebido em outras

fases da vida. Observação: Acho desnecessária

a pergunta 22 Rejeitar - Este item pretende

avaliar o nível de

Apoio Social

recebido em outras

fases da vida. Sugestão: Quando jovem, você

recebia apoio de outras pessoas?

Recomendo trocar "o senhor" por

você

Aceitar - O pronome de

tratamento “você”

poderá melhorar o

vínculo entre o

entrevistado e o

entrevistador e

favorecer a adesão

e o entendimento

sobre o

questionário. ITEM 14- O senhor(a)

participa das discussões para

uma decisão familiar?

- Você participa de

uma decisão

familiar?

O pronome de

tratamento “você”

poderá melhorar o

vínculo entre o

entrevistado e o

entrevistador e

favorecer a adesão

e entendimento

sobre o

questionário Sugestão: É necessário? ou pode

mudar..." participa de decisões....

A palavra discussão pode suscitar

dúvidas. Pode ser entendido

como “brigar”

Aceitar - Entendemos que

participar das

decisões familiares

é um indicativo de

que o idoso

também fornece

suporte. A palavra

“discussão” foi

retirada para evitar

se confundir com

“brigas”,

“desentendimento”

Page 69: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

67

ITEM 15- O senhor(a)

participa das discussões para

uma decisão entre amigos?

- Você participa das

decisões entre

amigos?

O pronome de

tratamento “você”

poderá melhorar o

vínculo entre o

entrevistado e o

entrevistador e

favorecer a adesão

e entendimento

sobre o

questionário Observação: A questão 15

também é incompreensível. O

que quer dizer?

Aceitar

parcialmente - A inclusão do

pronome “você”

no lugar de

“senhor” e a

retirada da palavra

“discussões”

poderá melhorar o

sentido da

pergunta. ITEM 2- O senhor(a) mora com

muitas pessoas? - -

Sugestão: você pode contar com

as pessoas que moram com o

senhor? (avaliar melhor a

percepção do apoio...do que

somente a indicação do número

de pessoas)

Rejeitar - Além da qualidade,

um dos aspectos

importantes para se

avaliar o Apoio

Social Informal é a

extensão da rede

social. Sugestão: Você mora com outras

pessoas? (comentário: o fato de

ter muitas pessoas não garante o

apoio ao idoso)

Rejeitar - Além da qualidade,

um dos aspectos

importantes para se

avaliar o Apoio

Social Informal é a

extensão da rede

social. Sugestão: Você mora sozinho? Rejeitar - Além da qualidade,

um dos aspectos

importantes para se

avaliar o Apoio

Social Informal é a

extensão da rede

social. Sugestão: Excluir Rejeitar - Além da qualidade,

um dos aspectos

importantes para se

avaliar o Apoio

Social Informal é a

extensão da rede

social. ITEM 17- O senhor(a) escuta o

problema dos outros quando

solicitado?

- Você escuta o

problema dos outros

quando solicitado?

O pronome de

tratamento “você”

poderá melhorar o

vínculo entre o

entrevistado e o

entrevistador e

favorecer a adesão

e entendimento

sobre o

questionário

Page 70: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

68

Sugestão: Você escuta os

problemas dos outros quando

solicitado?

Aceitar - -

Sugestão: Itens 17 e 18 - Não

consegui entender o

objetivo.Sugiro Excluir

Rejeitar - Fornecer suporte

emocional é um

aspecto importante

do Apoio Social

Informal para

idosos ITEM 8- O senhor(a) recebe

visitas de outras pessoas com

frequência?

- Você recebe visitas

com frequência? -

Sugestão: O senhor(a) recebe

visitas com frequência? Aceitar - A redução da

extensão da frase

poderá favorecer

no entendimento

deste item. Você recebe visitas de familiares? Rejeitar - Especificar muito

algumas questões

poderia tornar o

questionário

excessivamente

extenso. ITEM 5- O senhor(a) tem um

amigo que more perto? - Você possui algum

amigo que veja

frequentemente?

-

Sugestão: poderia ser diferente -

perguntar sobre o amigo e além

de morar perto, se eles tem

contato frequente

Aceitar

parcialmente,

alteração item 3

- A sugestão foi

acolhida para

modificação do

item 3, por

favorecer um

melhor

entendimento da

frase. ITEM 21- A ajuda que o senhor

teve ou teria nos últimos 30 dias

foi adequada?

- A ajuda que o você

teve ou teria nos

últimos 30 dias foi

satisfatória?

-

Sugestão: A ajuda que você teve

nos últimos 30 dias foi

satisfatória?

Aceitar - O pronome de

tratamento “você”

poderá melhorar o

vínculo entre o

entrevistado e o

entrevistador e

favorecer a adesão

e o entendimento

sobre o

questionário for

auto aplicado. A

palavra

“satisfatória”

poderá favorecer

um melhor

entendimento da

frase. Sugestão: o senhor se sente

satisfeito com a ajuda que

recebeu nos últimos 30 dias?

Aceitar

parcialmente - A palavra

“satisfatória”

poderá favorecer

um melhor

Page 71: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

69

entendimento da

frase. Observação: qual seria o tipo de

ajuda? Dependendo desta

classificação, encaixaria ou não

no item apoio social

Rejeitar - Especificar muito

algumas questões

poderia tornar o

questionário

excessivamente

extenso. ITEM 6- O senhor(a) tem um

vizinho presente? - Você tem um vizinho

com quem possa

contar em caso de

necessidade?

-

Observação: A questão 6 também

é problemática. O que seria um

vizinho "presente"?

Aceitar - A adequação da

frase poderá

favorecer o seu

entendimento. Sugestão: O senhor(a) tem um

vizinho presente, com quem

possa contar em caso de

necessidade?

Aceitar

Parcialmente - A adequação da

frase poderá

favorecer o seu

entendimento. Sugestão: "Vizinho presente"

pode não ser claro para todas as

pessoas. Quem sabe "um vizinho

amigável, disponível quando

precisa de alguma ajuda"?

Aceitar

parcialmente - A adequação da

frase poderá

favorecer o seu

entendimento.

Sugestão: O senhor(a) tem um

vizinho presente? Rejeitar - Estar presente, não

significa o mesmo

de poder contar. ITEM 4- O senhor(a) tem um

parente próximo que more

perto?

- Você tem um parente

com quem possa

contar e more perto?

-

Sugestão: Excluir ou definir o

que é próximo (irmão, filho...) Aceitar

parcialmente - A adequação da

frase poderá

favorecer o seu

entendimento.

Entretanto,

especificar cada

membro próximo

poderia deixar o

questionário

excessivamente

extenso. ITEM 1: - O senhor(a) pode

contar com muitas pessoas

próximas?

- - -

Sugestão: Você pode contar com

pessoas muito próximas? Rejeitar Além da qualidade,

um dos aspectos

importantes para se

avaliar o Apoio

Social Informal é a

extensão da rede

social. Observação: Por exemplo, o item

1 é "O senhor(a) pode contar com

muitas pessoas próximas?". As

evidências científicas revelam

que o número de pessoas na rede

não está diretamente relacionado

à trocas de apoio satisfatórias.

Rejeitar - Além da qualidade,

um dos aspectos

importantes para se

avaliar o Apoio

Social Informal é a

extensão da rede

social.

Page 72: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

70

Um idoso com uma rede pequena

pode se sentir mais satisfeito com

as trocas que estabelece com sua

rede do que um idoso que tem

uma rede muito grande, mas que

nem todos os membros são

mobilizados. Observação: nas primeiras

perguntas não entendi o motivo

do plural. Poderia ser no singular,

pois facilitaria o entendimento

Rejeitar - Além da qualidade,

um dos aspectos

importantes para se

avaliar o Apoio

Social Informal é a

extensão da rede

social. ITEM 20- O contato social com

outras pessoas é duradouro? - O seu contato social

com outras pessoas é

duradouro?

-

Observação: A questão 20 é

incompreensível. O que é contato

duradouro? A questão 15 também

é incompreensível. O que quer

dizer?

Aceitar

parcialmente - A adequação da

frase poderá

favorecer o seu

entendimento.

Sugestão: O seu contato social

com outras pessoas é duradouro? Aceitar - A adequação da

frase poderá

favorecer o seu

entendimento.

Page 73: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

71

Apêndice F – Painel com observações, sugestões dos idosos, decisões e justificativas dos juízes referentes

aos itens do Questionário de Apoio Social Informal para Idosos. Natal-RN, Brasil, 2017

Item Observações e percepções Decisão dos Juízes e

Justificativa 1.Você pode contar com pessoas

próximas?

Necessitou de repetição para

entender; Necessitou de repetição para

entender; Hesitou ao responder e relacionou

pessoas próximas a amigos;

Manter item. As reações

foram relativas à

percepção do

entrevistado e não

ocorreram em grande

número.

2. Você mora com muitas

pessoas? Mora com mais 4 pessoas mas não

julga ser muitas; Relatou morar com mais 3 pessoas e

julgou ser pouco; Diz morar com mais 3 pessoas, mas

não sabe informar se é muito ou

pouco; Diz morar com 4 pessoas, mas não

achou muito; Relatou morar com mais 3 pessoas e

julgou ser muitas

Manter Item O objetivo deste item é

avaliar a concepção do

próprio entrevistado em

determinar o que é muito

ou pouco e não ter um

parâmetro quantificável

específico.

3.Você possui um amigo que

veja frequentemente?

Necessitou de repetição para

entender; Relatou entender, mas relacionou

“ver amigo frequentemente” a ajuda

que lhe é dada por alguém quando

está doente;

Manter Item. O objetivo deste item é

avaliar a concepção do

próprio entrevistado em

determinar o que é muito

ou pouco e não ter um

parâmetro quantificável

específico. 4. Você tem um parente com

quem possa contar e more

perto?

Esqueceu parte da pergunta e

necessitou de repetição para

responder; Exclui filho como parente, mesmo

tendo um que more perto, não

entendeu ele como parente;

Alterar item para Você

tem alguém da família

com que possa contar e

more perto? Muitos entrevistados

atribuíam “parentes

próximos” apenas aos

familiares mais distantes,

e excluíam irmãos, pais e

filhos do grupo. 5. Você tem um amigo que more

perto? Sem observações relevantes Manter item

6. Você tem um vizinho com

quem possa contar em caso de

necessidade?

Necessitou de repetição para

entender; Relatou entender, mas associou

“vizinho” a uma pessoa que mora na

cidade e não muito próximo de sua

casa; Necessitou de repetição para

entender;

Manter item. As reações

foram relativas à

percepção do

entrevistado e não

ocorreram em grande

número.

7. Você realiza visitas com

frequência? Gerou dúvida em relação ao grau de

frequência; Entendeu como receber visitas, mas

ao ser questionado na pergunta

posterior entendeu o significado

desta; Relatou que a pergunta seria melhor

Alterar item para “Você

visitou outras pessoas

com frequência?”.

Espera-se que neste

formato a linguagem

esteja mais próxima da

usado pelo público alvo,

Page 74: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

72

compreendida falando da seguinte

forma: “Você faz visitas com

frequência?”; Necessitou de repetição para

entender;

facilitando seu

entendimento.

8. Você recebe visitas com

frequência?

Confundiu “realizar” com “receber”

da pergunta anterior;

Manter item. As reações

foram relativas à

percepção do

entrevistado e não

ocorreram em grande

número. 9. Você tem alguém com quem

conversar? Sem observações relevantes Manter Item

10. Você tem alguém para

ajudar nas tarefas de casa? Demonstrou dúvida por não ter

empregada, mas entendeu a pergunta;

Manter item. As reações

foram relativas à

percepção do

entrevistado e não

ocorreram em grande

número. 11. Você tem alguém para

ajudar a sair de casa quando

precisa?

Necessitou de repetição para

entender; Necessitou de repetição para

entender; Relatou não se aplicar a ele, mas

entendeu bem a pergunta;

Alterar item para: “Você

tem alguém para ajudar a

sair de casa caso

precise?” A palavra “caso” ajuda a

eliminar muitas respostas

“não se aplica”. 12. Você tem alguém para

ajudar quando está de cama ou

doente?

Hesitou ao responder por ter ficado

emocionada; Relatou não se aplicar a ele, mas

entendeu bem a pergunta;

Alterar item para “Você

tem alguém para ajudar

caso esteja de cama ou

doente?”. A palavra

“caso” ajuda a eliminar

muitas respostas “não se

aplica”. 13. Você tem alguém para

ajudar quando tem dificuldade

financeira?

Sem Observações relevantes. Alterar item para “Caso

você tenha dificuldade

financeira tem alguém

para lhe ajudar?”A

palavra “caso” ajuda a

eliminar muitas respostas

“não se aplica”. 14. Você participa de uma

decisão familiar?

Demonstrou certa hesitação mas

explicou bem o significado do item; Demonstrou certa hesitação

Alterar item para “Você

participa de alguma

decisão familiar?” A

palavra “alguma” deixou

a questão mais

abrangente. 15. Você participa das decisões

entre amigos?

Entendeu como interação entre

amigos; Confundiu com “ pedir ajuda”;

Manter item. As reações

foram relativas à

percepção do

entrevistado e não

ocorreram em grande

número. 16. Você participa de alguma

decisão da comunidade?

Sem observações relevantes Manter Item

17. Você escuta o problema dos

outros quando solicitado?

Relacionou problemas com

necessidades que outras pessoas

possam ter;

Alterar item para “Você

ajuda outras pessoas

quando solicitado?”.

Page 75: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

73

Hesitou ao explicar a pergunta, mas

conseguiu compreender o significado

do item; Entendeu “escutar problemas” como

algo negativo, relacionando com

intrigas sobre a vida dos outros que

algumas pessoas possam vir falar

para ele, por exemplo; Entendeu “escutar problemas” como

algo negativo.

Escutar o problema, no

entendimento dos juízes

seria uma forma de ajuda

emocional fornecida, o

que não foi entendido

desta forma pelos

entrevistados, diante do

problema decidiu-se

alterar a pergunta.

18. Você conforta a tristeza dos

outros quando solicitado?

Entendeu “confortar tristeza” como

algo negativo; Necessitou de repetição para

entender; Pareceu não entender bem a palavra

“conforto”, mas soube explicar o

item; Julgou a pergunta ser muito

semelhante à pergunta anterior;

Alterar item para “Você

consola as pessoas

quando elas estão

tristes?”. Confortar a

tristeza no entendimento

dos juízes seria uma

forma de ajuda

emocional fornecida, o

que não foi entendido

desta forma pelos

entrevistados, diante do

problema decidiu-se

alterar a pergunta. 19. Você compartilha momentos

de lazer com alguém? Sem observações relevantes Manter Item

20. O seu contato social com

outras pessoas é duradouro?

Durante explicação do que se tratava,

restringiu contato social apenas à

“conversa”; Destacou a expressão “permanente”.

Alterar item para “O seu

contato social com outras

pessoas é permanente?”.

A substituição da palavra

duradouro poderá

aproximar a linguagem

do instrumento da

linguagem usada pela

população alvo,

facilitando o

entendimento. 21. A ajuda que você teve ou

teria nos últimos 30 dias foi

satisfatória?

Perguntou qual tipo de ajuda; Perguntou que tipo de ajuda; Necessitou de repetição para

responder; Perguntou que tipo de ajuda;

Restringiu a “ajuda” a apenas

familiares, excluindo outras pessoas; Relacionou à ajuda financeira que o

filho fornece todo mês.

Alterar item para “A

ajuda que você teve ou

teria nos últimos 30 dias

foi ou seria satisfatória?”

A inclusão da palavra

seria” reduz o número de

respostas “não se aplica”

22. Quando jovem, você recebia

ajuda adequada de outras

pessoas?

Entendeu, mas não se lembra; Relacionou a juventude apenas à

idade adulta e a independência com

seu próprio trabalho; Restringiu “outras pessoas” apenas a

amigos e conhecidos, não incluindo

familiares neste grupo; Relacionou ao sofrimento da

juventude por condições precárias da

família; Perguntou que tipo de ajuda.

Alterar item para “Ao

longo da vida, você

recebeu ajuda adequada

de outras pessoas?”. A

alteração deixou o

questionamento mais

abrangente.

23. Quando você está triste ou Sem observações relevantes Manter Item

Page 76: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

74

com saudades de alguém tem

com quem falar sobre isso? 24. Você possui parentes

próximos que ajudem nos seus

cuidados quando precisa?

Relacionou mais a “atenção afetiva”

que outros tipos de cuidados; Tende a excluir parentes muito

próximos como filhos;

Alterar item para: “Você

possui algum familiar

que ajude nos seus

cuidados caso

precise?”.A palavra

“caso” possivelmente

ajudará a minimizar as

respostas “não se aplica”

Page 77: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA … · 2019-01-30 · MARCELLO BARBOSA OTONI GONÇALVES GUEDES EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO APOIO

75

Apêndice G - Questionário de Apoio Social Informal para Idosos após Análise Fatorial Exploratória e extração

dos 4 fatores. Natal-RN, Brasil. 2017

GÊNERO: ( ) Masculino ( ) Feminino IDADE: ESCOLARIDADE: ( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior ( ) Pós Graduação O Apoio Social Informal trata-se de todo suporte emocional, financeiro, material ou para atividades do dia-a-dia,

recebida por uma rede de pessoas (parentes, amigos, vizinhos, dentre outros). MARQUE A ALTERNATIVA QUE O(A) SENHOR(A) JULGUE MAIS APROPRIADA PARA CADA ITEM

REFERENTE AO APOIO SOCIAL INFORMAL PARA IDOSOS Itens e Fatores SIM NÃO

COMPOSIÇÃO E EXTENSÃO DA REDE SOCIAL 1.Você pode contar com pessoas próximas?

3.Você possui um amigo que veja frequentemente?

4. Você tem alguém da família com que possa contar e more perto?

5. Você tem um amigo que more perto?

6. Você tem um vizinho com quem possa contar em caso de

necessidade?

INSTRUMENTAL E DISPONIBILIDADE 2. Você mora com muitas pessoas?

8. Você recebe visitas com frequência?

10. Você tem alguém para ajudar nas tarefas de casa?

11. Você tem alguém para ajudar a sair de casa caso precise?

12. Você tem alguém para ajudar caso esteja de cama ou doente?

13. Caso você tenha dificuldade financeira tem alguém para lhe

ajudar?

24. Você possui algum familiar que ajude nos seus cuidados caso

precise?

RECIPROCIDADE E LONGITUDINALIDADE 14. Você participa de alguma decisão familiar?

21. A ajuda que você teve ou teria nos últimos 30 dias foi ou seria

satisfatória?

22. Ao longo da vida, você recebeu ajuda adequada de outras

pessoas?

EMOCIONAL E PARTICIPAÇÃO SOCIAL

9. Você tem alguém com quem conversar?

15. Você participa das decisões entre amigos?

19. Você compartilha momentos de lazer com alguém?

20. O seu contato social com outras pessoas é permanente?

23. Quando você está triste ou com saudades tem com quem falar

sobre isso?

Fonte: Elabora pelo Autor (2017).