eugen gomringer

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Eugen Gomringer Poeta e crítico literário 1925 - Cachuela Esperanza, Bolívia Vive e trabalha na Alemanha. escreve em alemão, suíço-alemão, espanhol, francês e Inglês.

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Page 1: Eugen Gomringer

Eugen Gomringer

Poeta e crítico literário

1925 - Cachuela Esperanza, Bolívia

Vive e trabalha na Alemanha.

escreve em alemão, suíço-alemão, espanhol, francês e Inglês.

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Biografia de Eugen Gomringer

por Philadelpho Menezes no livro 31 Poemas

• Eugen Gomringer nasceu a 20 de janeiro de 1925, em Cachuela

Esperanza, Bolívia. De nacionalidade suíça, Gomringer estudou

Economia em Berna, Suíça, e História da Arte em Roma, Itália, entre

1946 e 1950.

• Em 1953 publica seu primeiro livro de poemas, “Konstellationen”,

considerado por estudiosos como Emmet Williams e Milton Klonsky o

marco inicial da “poesia concreta”, ainda que esse nome não tenha

surgido aí, mas sim no “Manifesto da Poesia Concreta”, do sueco-

brasileiro Öyvind Fahlström, também de 1953.

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• O “movimento”da poesia concreta, no entanto, parece só ter se

configurado como tal com as exposições que se espalharam pelo

mundo na segunda metade da década de 50, entre elas, de modo

pioneiro, a Exposição Nacional de Arte Concreta (1956/57), realizada

em São Paulo e Rio de Janeiro, onde é fundada a poesia concreta

brasileira pelos três poetas paulistas do grupo “Noigandres”( Augusto

de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari) e os três “cariocas”

(Ferreira Gullar, Ronaldo Azeredo e Wlademir Dias-Pino).

Philadelpho Menezes

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• Em novembro de 1955, Décio Pignatari encontrou-se na “escola

Superior da Forma”(Hochschule für Gestaltung), Ulm, Alemanha, com

o poeta suíço-boliviano Eugen Gomringer, então secretário de Max

Bill. Sem qualquer contacto prévio com o grupo brasileiro, Gomringer

vinha realizando pesquisas em certa medida semelhantes,

denominando “constelações” aos seus novos poemas. Empregava

ele uma técnica combinatória e uma espécie de língua básica,

reduzida a um mínimo de elementos, o que lhe possibilitava um

controle bastante rigoroso da composição.

Eugen Gonringer e o grupo Noigrandes

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• Já o grupo NOIGANDRES trabalhava com elementos mais complexos e

menos facilmente controláveis (problemas estruturais postos pela

música pós-weberniana não entravam, por exemplo, nas cogitações do

poeta de Ulm). Encaminhavam-se os brasileiros para uma ordenação

não linear do poema, com valorização integral do branco da página e

uma possibilidade aberta de leitura múltipla, dando importância tanto

aos elementos visuais como aos sonoros.

• Gomringer, de seu lado, caracterizava-se sobretudo pela ortogonalidade

e pela distribuição quase sempre sentido de leitura linear dos elementos

em jogo. Pode-se dizer que, embora a influência do concretismo plástico

se fizesse presente em ambos os casos, Gomringer estava mais preso à

disciplina ascética da escola de Zurique (formas puras e estáticas),

enquanto o grupo brasileiro se inclinava para estruturas dinâmicas,

tirando partido de ambivalências-acústico-semânticas...

Page 8: Eugen Gomringer

• ...o contato foi proveitoso para ambas as partes, tendo Gomringer adotado o

nome POESIA CONCRETA, criado e divulgado pelo grupo brasileiro, como

designação geral do movimento, embora ele próprio continuasse a chamar

seus poemas de “constelações”.

• A partir deste encontro, a poesia concreta divulgou-se por vários países, do

Japão à Tchecoslováquia , de Portugal à Itália, do México aos Estados Unidos,

assumindo um caráter de nova poesia internacional, com ramificações e

manifestações as mais diversas.

 

O GRUPO CONCRETISTA

Haroldo de Campos e Augusto de Campos

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• Convém referir aqui um trecho relevante da carta dirigida por Eugen

Gomringer a Décio Pignatari em 30 de agosto de 1956:

“Vosso título POESIA CONCRETA me agrada bastante. Antes

de chamar meus “poemas” de constelações, eu havia

pensado em denominá-los “concretos”. No que me toca,

poder-se-á adotar para o todo da Antologia o nome Poesia

Concreta”. (Tratava-se do projeto comum de uma Antologia

Internacional da nova poesia, que só veio a ser lançada em

outubro de 1960.

(plano piloto)

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Gomringer e a formulação da poesia concreta

Trechos do livro da Mary Ellen Solt – Concrete Poetry: A World ViewSOLT, Mary Ellen – Concrete Poetry: A Worl View, 1968, Indiana University Press

• Sobre o início da Poesia Concreta: “...o que se disseminou no movimento

mundial foi fundado na Europa por um único poeta, Eugen Gomringer da

Suíça, que adere à mais rigorosa prática concreta, e quase simultaneamente

no Brasil pelo grupo Noigandres - Haroldo de CAMPOS, Décio Pignatari e

Augusto CAMPOS - que derivaram seu novo conceito de forma do estudo

mais aprofundado de poetas que os precederam. na ocasião os brasileiros

abandonaram palavras, mas deixaram signos ou objetos nas funções

 semânticas.”

• O contexto na Europa: “...outros poetas após a Segunda Guerra Mundial

começavam a fazer tentativas similares ou correlatas. Carlo Belloli da Itália

havia feito e exibido o  "mural de texto-poemas", já em 1944. Oyvind

Fahlström da Suécia vinha escrevendo poemas concretos em 1952.

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Gomringer e a formulação da poesia concreta

Trechos do livro da Mary Ellen Solt – Concrete Poetry: A World ViewSOLT, Mary Ellen – Concrete Poetry: A Worl View, 1968, Indiana University Press

• 3) Trajetória de Gomringer: Quando  Gomringer publicou suas primeiras

"constelações", em 1953 e seu primeiro manifesto "da linha para

constelação ", em 1954, ele não tinha conhecimento da existência de outros

poetas e que compartilhavam suas preocupações ou que  Fahlström havia

publicado um "Manifesto para Poesia Concreta " na Suécia em 1953.

Gomringer chegou à poesia concreta por meio da arte concreta e, como

resultado da insatisfação com a antiga maneira de escrever poemas. Como

estudante em Berna,  negando-se a seguir os passos de T. S. Eliot e Gottfried

Benn, como era a moda depois a guerra, ele tomou conhecimento de Arno

Holz, um poeta do leste da Prússia (1863-1929) - que tinha tentado achar

um ritmo natural divorciado de métrica tradicional - e dos simbolistas,

particularmente Mallarmé.”

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Gomringer e a formulação da poesia concreta

Trechos do livro da Mary Ellen Solt – Concrete Poetry: A World ViewSOLT, Mary Ellen – Concrete Poetry: A Worl View, 1968, Indiana University Press

• 4) Trajetória de Gomringer: O próprio trabalho de Gomringer "

tinha atingido o estágio do soneto. "Ele continuou a escrever sonetos

até 1950 quando ele chegou a um beco sem saída. Percebeu que

necessário era dar inicio a algo novo, mas não conseguiu  escrever por

dois anos. Durante este tempo, Gomringer enquanto estudante em

Berna, entrou em contato com pintores envolvidos com arte concreta

(Antes disso, em 1942, quando criança em Zurique ele já havia tido

conhecimento da arte concreta mas não tinha entendido o que viu). O

que tornou-se "cada vez mais evidente" era a “discordância” de seus

sonetos o “método direto da Arte Concreta”, que oferecia uma solução

para os problemas inequívocos da linha de superfície e cor ".

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Gomringer e a formulação da poesia concreta

Trechos do livro da Mary Ellen Solt – Concrete Poetry: A World ViewSOLT, Mary Ellen – Concrete Poetry: A Worl View, 1968, Indiana University Press

• 5) Trajetória de Gomringer:  Gomringer escreveu uma crítica

favorável para uma exposição de pintura de concreta em Berna em

1947;  ele viu a exposição internacional de arte concreta em Basileia,

organizada por Max Bill em 1944; e em 1944-45 ele fez o

conhecimento de Bill, Lohse e Graeser na Galerie des Eaux Vives, em

Zurique, uma galeria especial para pinturas concretas. no entanto,

 como dissemos ele não desistiu de escrever sonetos até 1950.

Felizmente, durante o período improdutivo que se seguiu, dois amigos

de Gomringer, em Berna, Diter Rot e Marcel Wyss, ambos artistas

gráficos, haviam chegado a aproximadamente ao mesmo ponto. Mas

eles estavam "certos de que algo estava para acontecer." A partir de

1951 os três amigos mantiam contato diáriamente.

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Gomringer e a formulação da poesia concreta

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• Eles decidiram publicar uma revista que se chamaria Spirale, cujo conteúdo

iria "abranger a poesia, as artes plásticas, gráficas, arquitetura e desenho

industrial." Gomringer era o editor literário. "Foi a minha tarefa", ele escreve,

"achar  uma forma de poesia que se adequasse a nossa revista, ou eu

mesmo a conceberia e  a produziria". Esta não foi uma atribuição fácil

considerando-se o fato de que ele tinha sido incapaz de escrever por dois

anos. Ele começou por fazer "uma longa investigação para a apresentação

de diagramação da página." Quando a primeira edição saiu em 1953, ele

"desejou desenvolver parâmetros para um novo tipo de poesia."

• 6) Trajetória de Gomringer: Em parte por causa da força de seu livro,

KONSTELLATIONS  de 1953, foi oferecido a Gomringer o cargo de secretário

de Max Bill na Hochschule für Gestaltung em Ulm, em 1954. Naquele ano,

ele também publicou seu primeiro manifesto: "da linha para constelação".

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Gomringer e a formulação da poesia concreta

Trechos do livro da Mary Ellen Solt – Concrete Poetry: A World ViewSOLT, Mary Ellen – Concrete Poetry: A Worl View, 1968, Indiana University Press

• 7) Sobre antecedentes de seu livro “Constelações”: Em 1951

Gomringer havia tentado escrever alguns poemas do tipo que ele

chamaria mais tarde "Constelações".  Sua primeira constelação,

"avenidas" foi escrita em 1952, um poema feito com três palavras, a

conjunção "e" e o artigo indefinido. Gomringer escolheu o nome

"Constelações" ao invés de "poesia concreta" para esse novo tipo de

poema porque ele estava pensando em termos de grupos de palavras

que se juntavam, em resposta a um impulso criativo particular. O

conceito de linha requer palavras desnecessárias para preencher o

padrão. Nomeando  "avenidas", "flores" e "mujeres" ("ruas", "flores" e

"mulheres"),  as palavras tornam-se bonitas, simplesmente porque

elas são o que são. Qualquer coisa a mais seria supérfluo e insultante.

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Gomringer e a formulação da poesia concreta

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• 8) A razão de esccrever em espanhol: Gomringer considera o fato de

que ele escreveu sua primeira constelação  em espanhol de extrema

importância, pois nasceu na Bolívia e espanhol é sua língua nativa:

“. . . Palavras  em espanhol vem continuamente à minha cabeça. Mais tarde,

eu determinei a mim mesmo que era decisivo que meu recomeço na poesia

fosse baseado no espanhol. Ainda hoje isto parece-me uma prova de que era

uma questão de realmente chegar ao confronto com a linguagem no nível mais

básico .... Poesia Concreta definitivamente é como um teste de caráter. É

relativamente fácil experimentar com letras e alguns arranjos de palavras. . .

Mas poesia Concreta exige uma profunda fundamentação.

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Gomringer e a formulação da poesia concreta

Trechos do livro da Mary Ellen Solt – Concrete Poetry: A World ViewSOLT, Mary Ellen – Concrete Poetry: A Worl View, 1968, Indiana University Press

• 9) Sobre seu livro “Constelações”: Um ano mais tarde, em 1953,

Gomringer publicou seu primeiro livro Constelações. Nesse momentos

ele já fazia poemas usando apenas uma palavra. Ele descobriu que era

 "maravilhoso" poder "dizer muito com uma única palavra ", uma vez

que tinha sido sua inclinação" expressar todos os pensamentos em

uma forma curta" e ele "sempre gostou de equações algébricas."

Também começava a usar o espaço gráfico como um elemento de

estrutura (sentido). "Silencio", "vento" e "o" são poemas estruturados

espacialmente.

 

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Gomringer e a formulação da poesia concreta

Trechos do livro da Mary Ellen Solt – Concrete Poetry: A World ViewSOLT, Mary Ellen – Concrete Poetry: A Worl View, 1968, Indiana University Press

• 10) Sobre ler os poemas de trás para frente: Gomringer percebeu que esses

poemas quase podem ser lidos de trás para frente. " Eu considero a inversão como

minha contribuição mais importante para Poesia Concreta ", afirma Gomringer. Ele

chegou a esta nova possibilidade de tensão para o poema quando descobriu que a

mensagem transmitida por uma só palavra  não parecia  sempre suficiente

sobretudo porque temos o hábito de ler apenas em uma direção, da esquerda para

a direita. "Se ele simplesmente tivesse impresso a palavra" vento "no centro da

página, ela simplesmente ficUm ano mais tarde, em 1953, Gomringer publicou seu

primeiro livro Constelações. Nesse momentos ele já fazia poemas usando apenas

uma palavra. Ele descobriu que era  "maravilhoso" poder "dizer muito com uma

única palavra ", uma vez que tinha sido sua inclinação" expressar todos os

pensamentos em uma forma curta" e ele "sempre gostou de equações algébricas."

Também começava a usar o espaço gráfico como um elemento de estrutura

(sentido). "Silencio", "vento" e "o" são poemas estruturados espacialmente.

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Gomringer e a formulação da poesia concreta

Trechos do livro da Mary Ellen Solt – Concrete Poetry: A World ViewSOLT, Mary Ellen – Concrete Poetry: A Worl View, 1968, Indiana University Press

• 11) Sobre a estrutura espacial dos poemas e sobre a inversão: Arranjando-

a espacialmente para ser lida em quatro direções, ele introduziu o elemento de

jogo para a "leitura" do poema que captura a natureza do vento muito mais

verdadeiramente do que uma longa declaração poética com muitas palavras.

As letras realmente parecem flutuar como se o vento estivesse agindo sobre elas.

(A sutileza da tipografia é, evidentemente, um fator que contribui para isso). A

inversão para Gomringer "sugere que cada mensagem, seja sempre tão leve,  e

alinhada numa só direção, ainda que examinada num sentido inverso. E ele"

relacionou este fenômeno  da inversão a um dos princípios intelectuais de

existência tese- antítese. O princípio tese-antítese é particularmente claro em"

ping pong " no qual vemos não apenas a inversão, mas um movimento de

alternância nas sílabas da palavra. A essência do jogo  pingue-pongue está

expressa pela palavra. O agrupamento espacial da sílabas, que  lembra

interrupções da linha em poesia mais tradicional, é de extrema importância.

• 12)Usando palavras com o máximo de precisão, sutileza e contenção, Gomringer

atinge a simplicidade e pureza da arte concreta.

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Análises de Philadelpho sobre a obra de Gomringer

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Poesia concreta de Gomringer

Características:

• Aspecto temático marcado pela observação das coisas exteriores e da natureza

• Simplicidade quase zen

• Exige uma leitura ativa e co-criadora do leitor

• Palavras são pequenos dados de uma montagem a ser concluída na mente do observador

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CONSTELAÇÕES

“Konstellationen” - 1953

Elementos de uma poética que viria a distinguir o concretismo

de outras formas de poesia contemporânea:

• Poemas com poucas palavras

• Substantivos ou verbos no infinitivo

• Palavras organizadas fora da sintaxe linear da frase

• Palavras alheias à formação versificada

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CONSTELAÇÕES

“Konstellationen” - 1953

• Os poemas lançam mão de processos racionais de

composição semelhantes aos da arte concreta de Max Bill

• Poemas baseados numa matemática do texto, à mostra já

no primeiro poema do livro (baum, kind, hund, haus)

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árvore criança cão casa

árvoreárvore criança

criançacriança cão

cãocão casa

casacasa árvore

árvore criança cão casa

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Como Philadelpho analisa esse primeiro poema:

• Quatro palavras:

baum kind hund haus

• Quatro blocos

• Ligação por associação semântica ou por semelhança sonora

(paronomásia*)

• Utilização de jogos combinatórios que concluem com uma informação

imprevisível gerada pela própria articulação de inversões e troca de

posição entre as palavras

*paronomásia: semelhança de sons entre palavras (ou numa mesma palavra). semelhança de significantes. Décio Pignatari em Comunicação Poética (1978), p.13

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CONSTELAÇÕES

- Constelações visuais -

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CONSTELAÇÕES

- Constelações audiovisuais -

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CONSTELAÇÕES

- Constelações em espanhol, francês, inglês, alemão e suíço-alemão -

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Irlanda

pasto eovelha

ovelha egado

gado e pasto

pasto e gado

gado eovelha

ovelha epasto

olhar gasto

http://lyrikline.org/index.php?id=162&L=0&author=eg03&show=Poems&poemId=2914&cHash=13fb5b3b70

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IDEOGRAMAS

“Ideogramme” - 1960

• A matemática do texto linear transforma-se em geometria do espaço

• Arranjo das palavras e letras pela página

• Esquemas composicionais mais típicos da poesia concreta

• Incorporação definitiva e programática da visualidade ao poema (derivada do próprio signo verbal)

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silenciar silenciar silenciarsilenciar silenciar silenciarsilenciar silenciarsilenciar silenciar silenciarsilenciar silenciar silenciar

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O LIVRO DAS HORAS“DAS STUDENBUCH” - 1965

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EVOLUÇÃO DE FORMAS: POESIA CONCRETA

Haroldo de Campos (trecho retirado do livro Teoria da Poesia Concreta)

• Eugen Gonringer, em Ulm, no centro de uma tradição artística

viva, cujo antecedente imediato era o Bauhaus, empenhou-se

em construir uma nova realidade poética, em fixar um elenco

de autores básicos para uma arte da poesia verdadeiramente

criativa e consequente em nossos dias, oposta ao banho-maria

vigente após meio século de modernismo: isolou Mallarmé ( Un

Coup de Dés), Apollinaire (Calligrammes), Cummings, William

Carlos Williams (dos poemas curtos), Joyce (Ulysses); referiu-se

aos dadaístas e futuristas, além de citar Arno Holz por suas

experiências tipográfico-espaciais (Phantasusgedichte, de

1898).

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EVOLUÇÃO DE FORMAS: POESIA CONCRETA

Haroldo de Campos (trecho retirado do livro Teoria da Poesia Concreta)

• Denominou seus poemas “constelações”(à maneira mallarmaica), obtendo, nas

melhores peças, efeitos surpreendentes de organização ortogonal do espaço com

palavras curtas, uma espécie de linguagem poética elementar e direta, que se

pode situar na órbita de trabalho da poesia concreta.

• O encontro de Décio Pignatari com Gomringer, no momento em que, em

contemporaneidade cronológica, alguns poetas brasileiros preocupavam-se com

idênticos problemas e traçavam um quase idêntico paideuma * (com a inclusão de

Ezra Pound, de “Os Cantos” e sua estrutura ideogrâmica), é uma demonstração

de como o processo cultural morfológico opera no domínio artístico: objetivando

sua própria evolução, exigindo-se a si mesmo, dialeticamente, independente de

longitude, latitude e língua, não como uma cerebrina mitologia do espírito,

destituída de conteúdo material, mas, no plano real e factivo, como uma crítica

impessoal de formas.

Page 48: Eugen Gomringer

• http://www.youtube.com/watch?v=wPQpyuA0Rjc Gomringer recitando poesia em um festival em

2008

• http://vimeo.com/38388297entrevista para uma revista

• http://www.youtube.com/watch?v=8PFsSyOtpIseugen e nora gomringer, filha caçula dele, em festival de poesia – setembro de 2010

• http://vimeo.com/39434110palestra para estudantes de comunicação e design em janeiro de 2012

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