ETNOBOTÂNICA E A FITOTERAPIA

Flora mundial

Alimento

Remédio

Proteção

Cecília Cipriano Osaida

Harmonia Natural

CONCLAMAÇÃO DA O.M.S.

80% da população mundial marginalizada

60 milhões de brasileiros excluídos

Antibióticos, vitaminas, analgésicos e anticoncepcionais (83%)

Consumo irracional (tetraciclina) – 60%

Estudo etnobotânico, farmacológico e agronômico

Fonte: Prefeitura Municipal de Fortaleza

Fitoterápico Preço Similar Preço

Hortelã-rasteira – fr.

c/30cáp.0,80

Geamebil (Hebron) –

fr.. c/3014,28

Mentrasto – fr. c/30cáp. 0,80 Diclofenato de sódio 7,72

Tintura de malva-santa 0,80 Boldo Hepassan 7,10

Xarope de guaco, malvariço

e hortelã-japonsea0,60 Salbutamol (Glayo) 2,34

Tintura de alecrim-pimenta 0,80 Merthiolate (Lilly) 2,56

Pomada de confrei (20g) 0,90 Nebacetin 3,91

Maracujá – fr. c/30cáp 0,80 Maracujina 4,76

FITOTERÁPICO x SIMILAR

BIODIVERSIDADE

• Fome no mundo: 800 milhões a 1 bilhão de pessoas

• 200 milhões de crianças subnutridas (Lean et al., 1990)

• Extinção de espécies causadas pelo homem: 25.000 vezes mais rápida que o processo natural

• Perda de biomas tropicais: 17 milhões de ha/ano

• Índia: 5.000 espécies conhecidas e registrada; 2.500 utilizadas por médicos tradicionais

RESOLUÇÕES DA OMS

Assembléia Mundial da Saúde (Resolução 29.72, de 1976):

Recomenda dirigir atenção à reserva de recursos humanos praticantes

de Medicina Tradicional.

Assembléia Mundial da Saúde (Resolução 30.49, de 1978):

Iniciar programas globais para a identificação, cultivo e conservação

de plantas utilizadas na medicina tradicional.

Animais que se curam

• Argila (mamíferos): distúrbios gástricos

• Carvão (macaco Rhesus): plantas tóxicas (amendoeira)

• Piperáceas (macacos): repelente de piolhos e pulgas

• Hortelã e capim-limão (ouriço): repelente de parasitas

• Guaçatonga (lagarto teiú): anti-ofídica

• Aspilia (macacos): folhas ásperas eliminam vermes

• Mululu (macacos): vermicida, anti-malárica

Meimendro-negro

Cipó-mil-homens

TEORIA DAS ASSINATURAS

TEORIA DAS ASSINATURAS

Pulmonária

Nogueira

Falsa assinatura – Tênia

Homalocladium platycladium

Extinção de espécies e ações

antrópicas

“Salvem as plantas que salvam vidas” (OMS – Chiang Mai 1988)

“Uma espécie de planta é extinta por hora na Terra”

Herbicidas: água e solo

Monocultivo e Queimadas

Construção de estradas e barragens

Urbanização

Desenvolvimento turístico

Notícias bombásticas

Desmatamento e Extrativismo irracional

Desastres naturais e induzidos

Coleta de espécies raras por entusiastas

“ Os bosques precedem as civilizações. Os desertos sucedem-nas”

François René Chateaubriand – Escritor francês

AÇÕES

ANTRÓPICAS

Áreas de restinga

Mata

Atlântica

“Jardins Botânicos advertem para extinção de plantas

medicinais”

EFE, Londres; Folha de São Paulo

• 70.000 espécies medicinais

• 400 em risco de extinção

Espécies ameaçadas, raras ou extintas

• Anemopaegma arvense – catuaba-do-cerrado

• Aniba rosaeodora – pau-rosa

• Dorstenia elata; D. cayapia, D. arifolia - capiá

• Lychnophora ericoides – arnica-mineira

• Maytenus ilicifolia – espinheira-santa

• Pilocarpus jaborandi - jaborandi

• Tabebuia avellanedae – ipê-roxo

• Plantago catharinea - tanchá-da-praia

• Valeriana glechomifolia – valeriana-serrana

• Limonium brasiliensis – guaicuru

• Jodina rhombifolia – sombra-de-touro

• Persea major – pau-andrade

• Haematoxylon campechianum - pau-campeche

Espécies vulneráveis

Chenopodium burkartii

Ipomoea pes-caprae

Plantago catharinea

Ameaçadas nas praias

Dorstenia elata

Umbrófita

Dorstenia brasiliensis

HeliófitaMata Atlântica

Campos altos

Haematoxylon campechianum

Protium heptaphyllum

Persea major

Pau-andrade

GUARDIÕES OU DESTRUIDORES ?

Evitar colheita destrutiva

Local de colheita permitido

Respeitar espécies protegidas

Colher apenas o necessário

PROCEDÊNCIA DAS

ESPÉCIES

Plantas nativas, autóctones ou espontâneas

Mata Atlântica - Orla

Monstera deliciosa

Plantas subespontâneas

Sizygium

zambolanum

Índia

Hedychium coronarium

Ásia tropical

Plantas endêmicas - 1

Salicornia gaudichaudiana

Bioma: marismas

Imunoestimulante, antioxidante,

hipolipêmica, hipoglicêmica, anti-artrítica

Plantas endêmicas - 2

Limonium brasiliensis

Febrífuga, hemostática

Plantas paludosas

Nymphaea rubra

Echinodorus grandiflorus

Depurativa, anti-reumática,

diurética, nefroprotetora

Anafrodisiaca, calmante,

antidiarréica, antibiótica

Plantas epífitas

Tillandsia usneoides –hipoglicemiante,

dermoprotetora, expectorante, anti-hemorroidal

Vanilla fragrans

Plantas parasitas - 1

Phoradendron leyocarpum

Hemostática, adstringente,

abortiva, mio-relaxante,

antiespasmódica

Cuscuta racemosa

Plantas parasitas - 2

Antitumoral, hemostática

Plantas carnívoras - 1

Drosera rotundifolia

Anti-angiogênica, antimicrobiana,

hipoglicêmica, antiespasmódica

Martinia unguis-diaboli

Plantas carnívoras - 2

Antibacteriana, antineoplásica

Plantas aquáticas - 1

Pistia stratiotes

Anti-hemorroidal, anti-disentérica, expectorante

Plantas aquáticas - 2

Eicchornia crassipes

Sedante, anafrodisíaca,

febrífuga, diurética, nefro-

protetora, dermoprotetora

Plantas ruderais

Lepidium ruderalis

Porophyllum ruderale

Osteogênica

Antimicrobiana, hipotensora,

antiespasmódica

ETNOBOTÂNICA

Procedimentos

Etnobotânica, Fitoterapia e as Comunidades

Resgate antropológico (baixa-renda, analfabetos, negros e índios)

Melhoria da auto-estima, conhecimento e saúde da comunidade

Conhecimento de novas espécies e terapias

Geração de conhecimento da comunidade para a ciência

Geração de renda

Grupo vegetal Mulher (%) Marido (%) Ambos (%)

Plantas

medicinais

62 29 9

Raízes e

túberas

73 20 7

Ornamentais 15 76 9

Condimentares 75 20 5

Frutas 30 67 3

Hortaliças 21 72 7

Decisão de cultivo de plantas na Ásia

Levantamento Etnobotânico

O que é?

Onde se aplica?

Técnicas de abordagem

Identificação científica (ou classificação)

Pesquisa bibliográfica

Reunião comunitária periódicas

Apresentação de resultados

Hortos Comunitários e Farmácias Vivas

Elaboração de cartilhas educativas

Coleta de Dados

Sobre o Entrevistado:

Endereço completo

Nome, apelido, sexo e idade

Local de nascimento e nome do cônjuge

Grau de instrução

Com quem aprendeu a usar as plantas como remédio

Quanto tempo usa plantas medicinais

Quais os problemas de saúde mais comuns na família?

Sobre a Espécie Vegetal:

Nomes populares e/ou regionais

Origem da planta: nativa, ruderal, invasora ou exótica

Grau de raridade na região: rara, incomum, comum, infestante

Solo: arenoso, médio, argiloso, turfoso, pedregoso, serrapilheira

Luminosidade: heliófita, esciófita, umbrófita ou indiferente

Ambiente: campo nativo e ruderal, mata primária, secundária e ciliar,bosque, restinga, dunas, capoeira, várzea, horto, terreno baldio, estradas,áreas ruderais

Hábito: paludoso, aquático, rupestre, dendrícula

Distúrbios inerentes à espécie: pragas, doenças, amarelecimentoraquitismo, engrouvinhamento, fragilidade, não floresce, não sementa

Usos não terapêuticos: alimentar, condimentar, aromatizante, ornamental,forrageiro, biocida, corante, alvejante, narcótica, abascanto

Indicação terapêutica

Parte(s) usada(s)

Formas de preparo (decocção, infuso, xarope)

Quantidade utilizada

Tem efeitos colaterais?

Sobre a Utilização Terapêutica da Planta

Identificação Organoléptica de Plantas

Visão: formas, cores, arquitetura

Olfato: aromas de plantas produtoras de óleos e resinas

Tato: cerosidade, viscosidade, rugosidade, urticância

Sabor: amargo, acre, ácido, doce, picante, refrescante,

mucilaginoso e anestésico

FAZENDO UMA EXSICATA

Dados da exsicata

Nome comum: Almeirão-roxo

Local de coleta: Rodeio

Uso popular: calmante

Coletor: Ciça

Dados morfológicos: lactescente

Ambiente ecológico: horto

Data: 03/2001

Chichorium intybus

Exsicata eletrônica – qual a melhor?

Onde estão os erros?

O treinando é quem indica

Tabela apresentada em uma monografia sobre

plantas medicinais

Ver próximo

Quadro 5 – Espécies medicinais típicas encontradas no bairro São Vicente, Itajaí.

Espécies Medicinais

Nome Científico Nome Vulgar

Ocismum sp Alfavaca anizada

Ocismum basilicum Alfavaca normal

Vernonia condensata Boldo

Cymbopogon citratus Cana de cheiro

Symphytum officinale Confrei

Melissa officinalis Erva cidreira

Helianthus sp Girassol

Mikania guaco Guaco

Artemisia absinthium Losna

Malva sylvestris Malva

Alternanthera sp Penicilina

Bálsamo

(???)

Citronela

(???)

Imagens equivocadas da Net

Alfabaca. Outras descrições

O. gratissimum L., O. fructescens Mill., O. petio-lare Lam)

TÉCNICAS DE COLETA PARA FINS

MEDICINAIS

Evitar colher em locais poluídos

Margens de estradas (poeira, chumbo)

Campos de cultivo convencional (pesticida)

Chaminés (carbono)

Vertedouros industriais (cádmio, mercúrio, etc.)

Colher apenas plantas saudáveis e limpas

Plantas enxutas

Identificar bem as plantas

Não misturar espécies diferentes

PARTES A COLHER

Flores: na antese (calêndula, camomila, rosela)

Folhas: até 50%, antes da florada (guaco, hortelãs, sálvia)

Caule: antes da florada (pau-amargo, cipó-mil-homem;

unha-de-gato)

Casca: primavera (catuaba, canela, casca-danta)

Raízes e rizomas: outono (curcumas, equinácia, valeriana)

ESPINHEIRAS-SANTAS

Confusões, adulterações,

enganos e riscos

Ilex aquifoliumMaytenus ilicifolia

Maytenus ilicifolia

InermeTipo azevinho

Maytenus aquifolia

Maytenus robusta

Zollernia ilicifolia

Mahonia fortuneiiBerberis laurina

Sorocea bonplandii

Pachystroma ilicifolium

Macadamia integrifolia

Osmanthus aquifolium

Osmanthus heterophyllus

Berberis aquifolium

Berberis ilicifolia

Alchornia ilicifolia

Banchisia ilicifolia

Wallenia ilicifolia

Itea ilicifolia

Olearia ilicifolia

BOLDOS

Coleus barbatusColeus amboinicus

Peumus boldus

Coleus ornatus

Vernonia condensata

BOLDO-BRASILEIRO

CAMOMILAS

Tanacetum parthenium

Chamomila recutita

Camomila

Coreopsis grandiflora

Camomila-de-

cachorro

Anthemis cotula

ERVA-CIDREIRAS

Melissa officinalis

Nepeta cataria

Lippia alba

Cymbopogon citratus

Cymbopogon flexuosusCymbopogon winterianus

QUEBRA-PEDRAS

Phyllanthus niruri

Phyllanthus urinaria

Euphorbia serpens

Phyllanthus tenellus

BABOSAS

Aloe vera

Aloe arborescens

Aloe soccotrina

Aloe saponaria

ARNICAS

Arnica montana

Wedelia paludosa

Solidago chilensis

Arnica-brasileira

Chaptalia nutans

Porophyllum ruderalis

Chromolaena odorata

Arnica-do-mato

Anti-fúngica, anti-oxidante,

antiinflamatória

ERVAS-DOCES

Anethum graveolens Foeniculum vulgare

Pimpinela anisum

Illicium verum

AÇAFRÕES

Curcuma longa

Carthamus tinctorius

Crocus sativus

Anti-colesterol, antitumoral, osteogênica,

antioxiadante, estimulante circulatória

Afrodisíaca, abortiva,

sedativa, diaforética

Baccharis

trimeraBaccharis articulata

Baccharis

dracunculifolia

Baccharis

uncinella

Baccharis

anomala

TANCHÁS

Plantago major

Plantago tomentosa

Plantago

lanceolataPlantago

catharinea

Plantago

australis

TAJUJÁS

Cayaponia tayuya

Wilbrandia ebracteata

Sycios angulata

ESTRUTURAS BOTÂNICAS DE

ALGUMAS ESPÉCIES

BIOATIVAS

Digitalis purpurea

Inflorescência - Rácimo

Inflorescência - Panícula

Vernonia condensata

Inflorescência - Umbela

Foeniculum vulgare

Inflorescência - Capítulo

Carpobrotus edulis

Inflorescência - Espadice

Monstera delicioasa

Inflorescência - Amentilho

Piperáceas

Inflorescência - Corimbo

Fruto - Pepônio

Sicana odorifera

Fruto seco - Cremocarpo

Anethum graveolens

Ficus pumilla

Infrutescência - Sícone

Caferana – Bunchosia armeniaca

Fruto - Drupa

Fruto - Vagem

Indigofera hirsuta

Tubérculo aéreo

Anredella baselloides

Folha composta de folíolos; imparipenada

Sambucus australis

Herbário para conservação de exsicatas