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Ética, responsabilidade social e ética profissional
Anotações (do prof. Livio) do livro:ASMANN, Selvino José. Filosofia.
Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC, 2008.
A empresa deve ter ética para manter sua lucratividade.
A sociedade contemporânea exige que a empresa se esforce para ser ética nas
relações com seus clientes, fornecedores, concorrentes, empregados, governo e público em geral. Ou seja, que tenha
responsabilidade social.
Pode a ética ser reduzida à ética profissional?É admissível que a responsabilidade moral equivalha a responsabilidade social corporativa?Pode a ética ser um meio para justificar o lucro?Pode-se ainda falar de ética quando ela, a ética, é transformada em simples meio (eficaz) para fins econômicos?
Os códigos de ética profissional são, de fato, em geral, códigos de defesa de interesses corporativos de uma
categoria funcional, diante de outros interesses presentes no
campo da divisão do trabalho e da luta de classes.
A prevalência das éticas profissionais [profissões =
“gaiolas de ferro” (Max Weber)] sobre uma ética geral, válida para
todos, justifica que vencer o outro é virtude, além de
possibilidade única de sobreviver.
“Disfarça-se como responsabilidade social o que não é mais que uma atuação egoísta, uma
decisão tomada a partir do próprio interesse dos acionistas ou proprietários. Friedman não duvida de acusar de hipócritas tais práticas e de estarem
perto do engano, pois, em suma, não se trata senão de ‘gerar bondade como produto dos
gastos justificados em seu próprio benefício’” (GARCÍA-MARZÁ, apud ASMANN, 2008, p.96-97).
“A maioria dos defensores da responsabilidade social da empresa
cairiam de cheio sob esta crítica: chamar de benefício social o que é
apenas um instrumento do benefício privado dos acionistas e
proprietários” (GARCÍA-MARZÁ, apud ASMANN, 2008, p.97).
É antiético usar uma pretensa “ética” para obter lucro, primeiro,
porque se mente, segundo, porque o consumidor é tratado como “bobo do mercado” para aumentar o lucro.
Não é moralmente correto apelar para a responsabilidade social das
empresas para declarar santo qualquer lucro.
Uma das consequências notórias do discurso da responsabilidade social das
empresas é a redução da liberdade humana a pura liberdade do
consumidor para escolher entre produtos. Outra, a transformação do
ser humano em geral em mero profissional (e, nenhum ser humano é
mero profissional!).
Se a ética for apenas meio, tanto para as empresas (no caso da
“responsabilidade social”), quanto para os indivíduos (“ética
profissional”), certamente todos os seres humanos estarão transformados em simples meios, torna simplesmente
impossível qualquer ética.
Estas reflexões obrigam-nos a problematizar a crença generalizada de que a
dimensão econômica está fora, acima ou abaixo do
plano moral.
Há muitas pessoas que se pavoneiam de ser “éticas” e, contraditoriamente, desinteressam-se pelas desigualdades sociais, pelos problemas das pessoas
que sofrem de fome, doença etc., preocupando-se apenas com a
preservação das florestas, das baleias e do mico-leão-dourado ou com o
cuidado dos gatos ou cães de estimação.
A pergunta pela ética tem a ver com a vida de todo e qualquer ser humano. Na linguagem de Kant, “qualquer que seja o outro”. Pelo prisma da ética, a vida dos outros deve ser preferível à morte deles.