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i Universidade Federal do Rio de Janeiro ETAPAS METODOLÓGICAS PARA IMPLANTAÇÃO DO SIAC/PBQP-H: ESTUDO DE CASO EM OBRA MULTIRE- SIDENCIAL EM CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - ES João Victor Louzada Farias 2018

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Universidade Federal do Rio de Janeiro

ETAPAS METODOLÓGICAS PARA IMPLANTAÇÃO DO

SIAC/PBQP-H: ESTUDO DE CASO EM OBRA MULTIRE-

SIDENCIAL EM CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - ES

João Victor Louzada Farias

2018

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ETAPAS METODOLÓGICAS PARA IMPLANTAÇÃO DO

SIAC/PBQP-H: ESTUDO DE CASO EM OBRA MULTIRE-

SIDENCIAL EM CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - ES

João Victor Louzada Farias

Projeto de Graduação apresentado ao curso

de Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, co-

mo parte dos requisitos necessários à ob-

tenção do título de Engenheiro.

Orientador: Jorge dos Santos

Rio de Janeiro

Janeiro de 2018

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ETAPAS METODOLÓGICAS PARA IMPLANTAÇÃO DO SIAC/PBQP-H:

ESTUDO DE CASO EM OBRA MULTIRESIDENCIAL EM CACHOEIRO DE ITA-

PEMIRIM - ES

João Victor Louzada Farias

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL

DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A

OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinado por:

______________________________________

Prof. Jorge dos Santos – DCC/UFRJ, Orienta-dor

______________________________________

Prof. Ana Catarina J. Evangelista – DCC/UFRJ

______________________________________

Prof. Wilson Wanderley da Silva – DCC/UFRJ

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

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Farias, João Victor Louzada

Etapas metodológicas para implantação do SiAC/PBQP-H: estu-

do de caso em obra multiresidencial em Cachoeiro de Itapemirim -

ES/João Victor Louzada Farias – Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Poli-

técnica, 1º sem, 2018.

xiii, 78 p.: 31,2 cm.

Orientador: Jorge dos Santos

Projeto de Graduação – UFRJ / Escola Politécnica /

Curso de Engenharia Civil, 1º sem, 2018.

Referências Bibliográficas: p. 72

1. Introdução 2. SiAC/PBQP-H: Contextualização 3.

Caracterização do estudo de caso 4. Metodologia para a ela-

boração e implantação de sistemas da qualidade 5. Descri-

ção do sistema do qualidade implantado 6. Conclusões 7.

Bibliografia

I. Santos, Jorge; II. Universidade Federal do Rio de Ja-

neiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III. Eta-

pas metodológicas para implantação do SiAC/PBQP-H: es-

tudo de caso em obra multiresidencial em Cachoeiro de Ita-

pemirim - ES

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À minha família e aos amigos

que tornam o mundo mais signi-

ficativo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família por serem os primeiros professores da minha vida e foram

responsáveis por darem a base e o caminho necessários para chegar até aqui.

Agradeço aos meus amigos por me acompanharem nessa trajetória e propiciarem

momentos de alegria e divertimento.

Agradeço aos professores e profissionais que me ajudaram a desenvolver o pensa-

mento crítico e técnico necessário para encarar o mercado.

Por fim e tão importante quanto todos os outros, agradeço ao Professor Jorge Santos

que foi responsável estimular aprofundar o conhecimento em gestão da qualidade, aceitan-

do ser orientador do projeto final.

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RESUMO

O mercado imobiliário brasileiro recebeu uma grande oferta de empreendimentos en-

tre os anos de 2010 e 2012, justificados pelo contexto econômico vivido pelo país e aliado

ao incentivo de crédito oferecido pelo Governo na época. Nesse cenário, o número de cons-

trutoras que aderiram a programas de qualidade aumentou para buscar diferenciais frente

ao mercado e garantir aos clientes o investimento em processos otimizados e a preocupa-

ção com a qualidade do produto final. O trabalho tem por objetivo estudar as etapas metodo-

lógicas do SiAC/PBQP-H 2017 para implementação em obra multiresidencial localizada em

Cachoeiro de Itapemirim – ES. Ao final do estudo pretende-se traçar um paralelo entre os

processos fundamentais para certificação Nível A, quais a empresa já atende e quais ainda

não e, por fim, traçar plano de ação para os que estão em desacordo.

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ABSTRACT

The Brazilian real estate market received a large number of projects over the years

2010 and 2012, justified by the economic context of the country and the credit incentive of-

fered by the Government at the time. In this scenario, the number of constrution company

adhering to quality programs increased to seek market differentials and ensure customers

the investment in optimized processes and the concern with the quality of the final product.

The work aims to study the methodological steps of SiAC / PBQP-H 2017 for implementation

in multiresidencial work located in Cachoeiro de Itapemirim - ES. At the end of the study we

intend to draw a parallel between the processes required for Level A certification, which the

company already meets and which do not yet and, finally, draw up a plan of action for those

who disagree.

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Sumário

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................15

1.1 IMPORTÂNCIA DO TEMA .............................................................................................................15

1.2 JUSTIFICATIVA DE ESCOLHA DO TEMA ............................................................................................15

1.3 OBJETIVOS ..............................................................................................................................16

1.4 METODOLOGIA ........................................................................................................................16

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO..........................................................................................................16

2. SIAC/ PBQP-H: CONTEXTUALIZAÇÃO ...........................................................................................18

2.1 PBQP-H ................................................................................................................................18

2.2 SIAC .....................................................................................................................................22

2.2.1 Requisitos do Referencial Normativo Nível “A” ................................................................24

2.3 PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO NÍVEL “A”.........................................................................................36

3 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO .....................................................................................40

3.1 ASPECTOS GERAIS DA CONSTRUTORA ..................................................................................................40

3.2 OBRAS MULTIRESIDENCIAIS EM CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM E SUAS PECULIARIDADES ......................................43

3.2.1 Características do município ...............................................................................................44

3.2.2 Característica das obras e ocupação no município ..............................................................47

3.3 CARACTERÍSTICA DA OBRA...........................................................................................................49

3.3.1 Projeto Padrão ....................................................................................................................49

3.3.2 A obra .................................................................................................................................50

4 METODOLOGIA PARA A ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DA QUALIDADE .............54

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4.1 SENSIBILIZAÇÃO DA EMPRESA ............................................................................................................55

4.2 CAPACITAÇÃO ................................................................................................................................56

4.3 DIAGNÓSTICO ..........................................................................................................................57

4.4 PLANEJAMENTO .......................................................................................................................58

4.5 IMPLEMENTAÇÃO DAS MUDANÇAS ................................................................................................59

4.6 AUDITORIA INTERNA ..................................................................................................................59

4.7 AJUSTES FINAIS ........................................................................................................................60

4.8 AUDITORIA DO ÓRGÃO CERTIFICADOR ............................................................................................61

5 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DA QUALIDADE IMPLANTADO .............................................................63

5.1 PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES ...................................................................................................63

5.2 SENSIBILIZAÇÃO DA EMPRESA ....................................................................................................64

5.2.1 Emissão de comunicado ......................................................................................................64

5.2.2 Evento de sensibilização......................................................................................................64

5.2.3 Boletim da qualidade ..........................................................................................................65

5.3 DIAGNÓSTICO ............................................................................................................................65

5.4 PLANEJAMENTO .............................................................................................................................66

5.4.1 DEFINIÇÃO DE METAS, PRAZOS E RESPONSÁVEIS ................................................................66

5.4.2 Recursos necessários...........................................................................................................67

5.4.3 cOMUNICAÇÃO PARA A EMPRESA ......................................................................................67

5.5 IMPLEMENTAÇÃO DE MUDANÇAS ..............................................................................................67

5.5.1 Documentação....................................................................................................................68

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5.5.2 Aquisições ...........................................................................................................................69

5.5.3 execução da obra ................................................................................................................71

5.6 AUDITORIA INTERNA ..................................................................................................................72

5.7 AJUSTES FINAIS ...........................................................................................................................73

5.7 AUDITORIA EXTERNA ..................................................................................................................73

6 CONCLUSÕES ...............................................................................................................................75

BIBLIOGRAFIA ..............................................................................................................................77

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Estrutura de gestão do PBQP-H................................................................22

Figura 2 – Etapas de uma auditoria............................................................................38

Figura 3 – .Região Sul do ES......................................................................................39

Figura 4 – Organograma.............................................................................................40

Figura 5 – Conjunto Habitacional em Atílio Vivácqua.................................................40

Figura 6 – Ed. Art Deco em Cachoeiro.......................................................................41

Figura 7 – Ginásio Poliesportivo em Presidente Kenedy............................................41

Figura 8 – Hospital Municipal em Atílio Vivácqua.......................................................41

Figura 9 – Ponte em Atílio Vivácqua...........................................................................42

Figura 10 – Mapa Cachoeiro de Itapemirim................................................................43

Figura 11 – Densidade Demográfica..........................................................................44

Figura 12 – Pirâmide Etária........................................................................................44

Figura 13 – Eixos de expansão do município...........................................................47

Figura 14 – Fachada principal do Edifício Flor de Liz.................................................50

Figura 15 – Localização do Edifício Flor de Liz........................................................50

Figura 16 – Planta Baixa apartamento Flor de Liz......................................................51

Figura 17 – Canteiro de obras Flor de Liz...................................................................52

Figura 18 – PDCA.......................................................................................................54

Figura 19 – Controle de NF.........................................................................................67

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Requisitos do SGQ...................................................................................23

Tabela 2 – Número Total de Obras (NTO) Auditadas (mínimo).................................37

Tabela 3 – Rendimento Censo 2010..........................................................................45

Tabela 4 – Condição de ocupação 2010....................................................................46

Tabela 5 – CUB/m² em Setembro de 2017.................................................................49

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ART – Anotação de Responsabilidade Técnica

CEF – Caixa Econômica Federal

CGRE – Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro

CN – Comissão Nacional

CTECH – Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação

INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

ISO – International Organization for Standardization (Organização Internacional para Padronização)

MCMV – Minha Casa Minha Vida

OAC – Organismos de Avaliação da Conformidade

PBQP-H - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat

PDCA – Plan, Do, Check, Act

PDM – Plano Diretor Municipal

SGQ - Sistema de Gestão da Qualidade

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INTRODUÇÃO

1.1 IMPORTÂNCIA DO TEMA

O mercado imobiliário brasileiro recebeu uma grande oferta de empreendimentos en-

tre os anos de 2010 e 2012, justificados pelo contexto econômico vivido pelo país e aliado

ao incentivo de crédito oferecido pelo Governo na época. Segundo (Fernandes, 2011), um

ambiente muito dinâmico, os níveis de competitividade passaram a ser rapidamente supera-

dos. Tornou-se crucial a busca incessante pela melhoria contínua da qualidade e produtivi-

dade. As empresas brasileiras precisaram, assim, buscar as condições necessárias para a

competitividade.

Na conjuntura em que a competitividade cresce junto com a exigência por produtos

de menor custo e maior qualidade, ganha o empreendedor que souber fazer a boa gestão

dos seus recursos otimizando gastos e melhorando cada vez mais a sua qualidade.

Para esse sucesso do empreendedor tornou-se imprescindível atender às necessi-

dades dos clientes, sendo essencial “identificar, precisamente, qual a demanda a ser aten-

dida para, em uma etapa posterior, estabelecer a solução mais adequada e estipular metas

para a qualidade”, conforme (Santos L. A., 2003, p. 1).

1.2 JUSTIFICATIVA DE ESCOLHA DO TEMA

Investir em sistemas de gestão da qualidade almejando garantir um produto final de

acordo com as especificações de qualidade exigidas pelo cliente é uma das principais solu-

ções que pode ser adotada pelas empresas para solucionar problemas diários.

O tema desse trabalho se justifica pois o autor trabalha em uma construtora que será

usada como estudo de caso, e a empresa almeja a certificação Nível “A” do PBQP-H para

ter acesso a incentivos financeiros, como o Minha Casa Minha Vida e melhorar a qualidade

dos seus produtos por meio da implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade.

Além disso, ao receber a chancela de um selo de qualidade, a empresa passa a utili-

zar para o marketing da construtora, mostrando ao mercado que se preocupa com a satisfa-

ção do cliente por meio da eficiência de processos, economia de recursos e segurança na

efetividade dos resultados.

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1.3 OBJETIVOS

O trabalho tem por objetivo estudar as etapas metodológicas do SiAC/PBQP-H para

implementação em construtora de pequeno porte com atuação geográfica no sul estado do

Espírito Santo. A implementação do SiAC/PBQP-H terá abrangêcia a uma obra de constru-

ção de edificação multiresidencial localizada em Cachoeiro de Itapemirim – ES. Ao final do

estudo pretende-se apresentar os diversos processos envolvidos na certificação e traçar

planos de ação para alguns deles, mostrando o caminho a ser percorrido pela empresa es-

tudada para obter a certificação no nível A do SiAC/PBQP-H.

1.4 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste trabalho, foram feitas consultas a literaturas disponí-

veis, expondo assuntos relativos à qualidade, sistemas de gestão da qualidade, família de

normas relacionadas com gestão da qualidade, entre outros temas. Além disso, também

foram consultados artigos técnicos especializados, monografias, dissertações de mestrado e

teses de doutorados, sites de organizações específicas relacionadas a gestão e certificação

de sistemas da qualidade.

Para mais, foi realizado um estudo de caso em uma empresa de construção civil com

intuito de aplicar aspectos conceituais à prática, caracterizando suas estruturas de trabalho

cotidiano, as atividades desempenhadas e outros assuntos, através de visitas às instalações

da organização e entrevistas com os funcionários e alta direção.

Por fim, as considerações finais e conclusões serão expostas, através do aprendi-

zado atingido pelo autor desta dissertação.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho está estruturado em 6 capítulos. No Capítulo 1, apresenta-se a introdução

do tema que será estudado ao longo do trabalho, juntamente com a justificativa de escolha

do tema, objetivos e metodologia adotada para realização do trabalho.

No Capítulo 2, contextualiza-se o SiAC/PBQP-H, conceituando-o, definindo sua es-

trutura e como é gerido, sua importância para instituições financeiras de fomento das edifi-

cações residenciais. Finalmente, estuda-se as exigências do programa em seu regimento

geral e específico e o processo de certificação Nível A do SiAC/PBQP-H.

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No Capítulo 3, é descrito o estudo de caso com a empresa alvo do ramo de constru-

ção civil. Faz-se uma caracterização da construtora, descrevendo seus processos de traba-

lho, o mercado em que está inserida e como este impacta nas obras residenciais do local.

No Capítulo 4, é estudada as etapas para implementação do sistema da qualidade

na construtora.

No Capítulo 5, descreve-se o sistema da qualidade elaborado para aplicar na cons-

trutora de forma a antender todos os requisitos do SiAC/PBQP-H, com abordagem específi-

ca de alguns planos de ação.

No Capítulo 6, são apresentadas as conclusões e considerações finais que foram

possíveis retirar do aprendizado durante a elaboração do estudo.

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2. SIAC/ PBQP-H: CONTEXTUALIZAÇÃO

2.1 PBQP-H

Após a assinatura da Carta de Instambul (Conferência do Habitat II/1996) o Governo

instituiu o PBQP-H, Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, por meio

da Portaria 134 do então Ministério do Planejamento e Orçamento, para o cumprimento das

metas endossadas na conferência. O propósito é organizar o setor da construção civil em

torno de duas questões principais: a melhoria da qualidade do habitat e a modernização

produtiva. Além disso, possui o objetivo geral de “apoiar o esforço brasileiro de modernidade

e promover a qualidade e produtividade do setor da construção habitacional, com vistas a

aumentar a competitividade de bens e serviços por ele produzidos” (BRASIL, 2017).

De acordo com (BRASIL, 2017), para se atingir a melhoria da qualidade do habitat e

a modernização produtiva no setor da construção civil, diversas ações devem ser tomadas e

dentre elas as que se destacam são: avaliação da conformidade de empresas de serviços e

obras, melhoria da qualidade de materiais, formação e requalificação de mão de obra, nor-

malização técnica, capacitação de laboratórios, avaliação de tecnologias inovadoras, infor-

mação ao consumidor e promoção da comunicação entre os setores envolvidos. Dessa for-

ma, espera-se o aumento da competitividade no setor, a melhoria da qualidade de produtos

e serviços, a redução de custos e a otimização do uso dos recursos públicos. O objetivo, a

longo prazo, é criar um ambiente de isonomia competitiva, que propicie soluções mais bara-

tas e de melhor qualidade para a redução do déficit habitacional no país, atendendo, em

especial, a produção habitacional de interesse social.

O Programa instituído em 1998 pelo então Ministério do Planejamento e Orçamento

está pautado nos seguintes objetivos específicos:

I. Fomentar o desenvolvimento e a implementação de instrumentos e mecanismos de

garantia de qualidade de projetos, obras, materiais, componentes e sistemas cons-

trutivos;

II. Estruturar e animar a criação de programas específicos visando a formação e a re-

qualificação de mão-de-obra em todos os níveis;

III. Promover o aperfeiçoamento da estrutura de elaboração e difusão de normas técni-

cas, códigos de práticas e códigos de edificações;

IV. Coletar e disponibilizar informações do setor e do PBQP-H;

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V. Estimular o inter-relacionamento entre agentes do setor;

VI. Apoiar a introdução de inovações tecnológicas;

VII. Promover a articulação internacional;

VIII. Universalizar o acesso à moradia, ampliando o estoque de moradias e melhorando

as existentes.

E possui as seguintes diretrizes:

I. Atuação integrada do poder público e parceria entre agentes públicos e priva-

dos;

II. Descentralização e desburocratização de procedimentos, de modo a respeitar

as diversas realidades regionais;

III. Fortalecimento da estrutura produtiva do setor no que diz respeito à sua ca-

pacidade tecnológica e gerencial;

IV. Estímulo à implementação de programas evolutivos de aperfeiçoamento da

qualidade e aumento da produtividade por parte dos participantes do progra-

ma;produtividade por parte dos participantes do programa;

V. Fortalecimento da infra-estrutura laboratorial e de pesquisa para o desenvol-

vimento tecnológico e de prestação deserviços;

VI. Incentivo à utilização de novas tecnologias para a produção habitacional;

VII. Adesão voluntária;

VIII. Participação da sociedade civil.

Além dos objetivos específicos do programa, a adesão também permite construtoras

e incorporadoras aumentar seu potencial competitivo por meio da:

a) Aprovação de projetos e financiamentos junto à CEF e outras instituições de

crédito privadas;

b) Habilitação da construtora para participação em licitações municipais e/ou es-

taduais;

c) Participação no programa Minha Casa Minha Vida

d) Obtenção de benefícios junto ao BNDES

e) Estabelecimento de padrões de qualidade dos projetos e empreendimentos

imobiliários

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O que gera maior interesse pela certificação é o incentivo financeiro. Por meio dele

as empresas podem reduzir o risco ao executar uma obra com capital do banco, evitando

retirar tudo do próprio caixa, além de ser um atrativo para os clientes, pois permite financia-

mento por parte deles também.

No ano 2000 foi estabelecida a necessidade de uma ampliação do escopo do Pro-

grama, que passou a integrar o Plano Plurianual (PPA) e a partir de então englobou também

as áreas de Saneamento e Infra-estrutura Urbana. Assim, o "H" do Programa passou de

"Habitação" para "Habitat", conceito mais amplo e que reflete melhor sua nova área de atua-

ção.

A estrutura do PBQP-H foi estabelecida com base nos princípios filosóficos, diretrizes

e requisitos da norma NBR ISO 9001, (Benetti, 2011).

O PBQP-H é composto de nove projetos, a partir de um modelo matricial, sendo que

alguns são considerados propulsores ou estruturantes, enquanto que outros foram inseridos

como projetos de apoio. Apesar de manter exatamente os mesmos conceitos, o conjunto de

projetos alterou-se, a partir de um rearranjo dos inicialmente desenhados, consistindo atu-

almente em nove (Weber & Joppert, 2011):

a) Sistema de Conformidade de Empresas de Serviços e Obras – SiAC;

b) Sistema de Qualificação dos Materiais, Componentes e Sistemas – SiMAC;

c) Sistema Nacional de Avaliação Técnica de Produtos Inovadores – SiNAT;

d) Sistema de Capacitação de Mão de Obra – SiCAP;

e) Assistência Técnica à Autogestão;

f) Implementação e Aperfeiçoamento dos Indicadores de Desempenho do Pro-

grama;

g) Criação e Implantação de Sistemas de Informações e Divulgação de Interes-

se do PBQP-H;

h) Apoio ao Aprimoramento, Capacitação e Ampliação da Rede Laboratorial;

i) Cooperação Técnica Internacional.

A estrutura de gestão do PBQP-H baseia-se numa filosofia de base matricial, de

compartilhamento das funções entre os diversos agentes, sob a Coordenação Geral, a

quem cabe promover a implementação das ações pelo setor e o seu acompanhamento, fo-

mentando a descentralização e a mobilização para a adesão, a promoção e divulgação e

apoio técnico e acompanhamento da implantação (ver figura 01). Nessa tarefa, conta com o

apoio de:

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a) Uma equipe de apoio, formada por pessoal do Ministério das Cidades e con-

sultores contratados, integrante da Coordenação Geral;

b) Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação – CTECH, a

quem cabem as funções de suporte institucional das entidades da cadeia

produtiva e do Governo no processo de implementação, servindo como fórum

de discussão e harmonização das ações; e promover o Programa nacional e

internacionalmente. Foi fundado antes mesmo do Programa, por portaria pu-

blicada em fevereiro de 1998. Participam do CTECH oficialmente 16 institui-

ções, representando o poder público e as entidades representativas do setor

da construção civil;

c) Um Grupo de Assessoramento Técnico – GAT, responsável pelo suporte téc-

nico das ações e diretrizes, composto por técnicos de notório saber escolhi-

dos pela coordenação, representando as entidades de Ensino, Treinamento,

Pesquisa e Desenvolvimento, Universidades Públicas e Privadas;

d) Comissões Nacionais: uma para cada sistema;

e) Representantes Estaduais do PBQP-H, que desempenham um papel estraté-

gico para a concretização dos princípios, a articulação, a mobilização das en-

tidades locais, a formação de parcerias e o caráter descentrado do Programa,

uma vez que a adesão das entidades do setor parte do pressuposto que as

bases do Programa sejam devidamente disseminadas nos planos estadual e

local. O conjunto de representantes estaduais forma o Fórum Nacional de

Representantes Estaduais.

f) Fórum dos Gerentes dos Programas Setoriais de Qualidade (PSQs)- é um

ambiente consultivo que congrega todos os gerentes dos PSQs objetivando

tratar de temas de relevância comum para o evolução do desenvolvimento

dos programas, sob a ótica das entidades setoriais nacionais mantenedoras

dos PSQs.

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Figura 01 – Estrutura de gestão do PBQP-H

(Fonte: BRASIL, 2017)

2.2 SIAC

Um dos projetos propulsores do PBQP-H é o Sistema de Avaliação da Conformidade

de Empresas de Serviços e Obras (SiAC), que é o resultado da revisão e ampliação do anti-

go SiQ (Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras).

O SiAC tem como objetivo avaliar a conformidade do sistema de gestão da qualidade

das empresas de serviços e obras, considerando as características específicas da atuação

dessas empresas no setor da construção civil, e baseando-se na série de normas ISO 9000

(BRASIL, 2017). Ele busca alavancar o quadro de qualidade do setor, abrangendo todos os

aspectos relacionados a empreendimentos tais como serviços especializados de execução

de obras, gerenciamento de obras e de empreendimentos e elaboração de projetos.

Para garantir o funcionamento do sistema, a estrutura do SiAC é constituída pelos

seguintes agentes:

a) Coordenação Geral do PBQP-H;

b) Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação (CTECH);

c) Comissão Nacional (C.N.);

d) Organismos de Avaliação da Conformidade (OAC) acreditados pela Coorde-

nação Geral de Acreditação do Inmetro (CGCRE) e autorizados pela C.N. pa-

ra emitirem certificados de conformidade do SiAC.

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O SiAC é composto por dois níveis, são eles: Nível B e Nível A e cada nível atende a

uma série de requisitos da norma (ver Tabela 01), o sistema com isso propõe uma evolução

da implementação dos patamares de qualidade do setor.

Tabela 01 – Requisitos do SGQ

(Fonte: PBQP-H, 2017)

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2.2.1 REQUISITOS DO REFERENCIAL NORMATIVO NÍ-

VEL “A”

Todos os requisitos deste referencial são válidos para as empresas construtoras.

Além disso, também é composto por uma série de Requisitos Complementares, cada qual

válido para um subsetor. Os requisitos são genéricos e aplicáveis para todas as empresas

construtoras, sem levar em consideração o seu tipo e tamanho (BRASIL, 2017).

A partir do item 2.2.1.1, são resumidos e comentados os principais pontos aborda-

dos nos requisitos do Referencial Normativo Nível “A” da Especialidade Técnica Execução

de Obras do SiAC (2017).

2.2.1.1 Seção 4: Sistema de Gestão da Qualidade

Requisito 4.1 Requisitos gerais

Nesta seção o documento aborda os requisitos gerais que a empresa deverá atender

para a implementação do Sistema de Gestão da Qualidade. Dentre os requisitos acentua-se

a realização de um diagnóstico da atual situação da companhia, definição dos subsetores,

listagem de serviços feitos e mapeamento dos processos internos relativos as atividades fim

e as atividades de apoio.

Requisito Item 4.2 Requisitos de documentação

Ainda nessa seção é descrito os principais documentos que serão necessários para

a certificação. Política da Qualidade, Objetivos da Qualidade, Manual da Qualidade e Plano

da Qualidade de Obras são alguns dos principais documentos que a empresa deverá im-

plementar e manter para atender esse requisito.

Para o SiAC/PBQP-H os documentos podem ser diretrizes normativas internas como

procedimentos, manuais, projetos e externas como especificações de clientes e fornecedo-

res. Os documentos também podem ser registros internos e externos. Os registros contém

as evidências objetivas da prática e atendimento as diretrizes normativas. Dessa forma, tan-

to os documentos internos quanto os externos precisam ser controlados para a garantia de

que toda empresa utilize a versão atualizada dos documentos e que estejam disponibilida-

des nos locais e para os colaboradores quem em suas atividades assim o requeira.

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Além da descrição dos principais documentos e o que eles devem conter no conteú-

do, a seção destaca a importância do controle de documentos e registros requeridos pelo

SGQ, ressaltando a importância da documentação de procedimentos e manutenção destes.

2.2.1.2 Seção 5: Responsabilidade da Direção da Empresa

Requisito 5.1 Comprometimento da direção da empresa

Está é a seção que o PBQP-H aborda as obrigações da alta direção da empresa. Fi-

ca claro que esta deve estar comprometida com o SGQ para que a melhoria continua da

qualidade e produtividade sejam definitivos, segundo Costa (2016). Se a alta direção não

estiver convencida que os requisitos da norma são um benefício para a construtora, então a

implantação do SGQ será mais difícil. A motivação e o envolvimento dos funcionários estão

diretamente ligados ao convencimento da direção e ambos são importante para o processo.

Para esse requisito é necessário o atendimento dos seguintes tópicos:

a) Comunicar aos profissionais e as empresas contratadas sobre a importância

de respeitar os requisitos

b) O estabelecimento da Política da Qualidade

c) Ter disponível os recursos fundamentais

d) Garantia que os objetivos estabelecidos estão sendo controlados

e) Análise crítica da diretoria da empresa

Costa (2016), destaca que as formas de participação da alta diretoria deverão ser

evidenciadas, durante a auditoria de certificação, na Política de Qualidade por meio do com-

promisso com a comunicação e fornecimento de treinamentos aos funcionários, além da

importância de acatar aos requisitos dos clientes.

Requisito 5.2 Foco no cliente

Para o Referencial do SiAC/PBQP-H 2017, a direção da empresa construtora deve

assegurar que o requisitos exigidos pelos clientes serão determinados e atendidos para a

sua satisfação. Esse é um requisito breve que faz referência ao de documentação das ne-

cessidades dos clientes (item 7.2.1 do PBQP-H 2017) e da avaliação da satisfação dos cli-

entes (saídas). O foco no cliente é a base de pensamento de qualquer SGQ.

Requisito 5.3 Política da qualidade

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Nesta seção ainda é abordada a Política de Qualidade do ponto de vista da direção

da empresa. Este é um documento estratégico importantíssimo para o SGQ e deve ser ela-

borado pela diretoria e comunicado para toda a empresa, clientes e fornecedores.

Costa (2016), afirma que a Política deve prover uma estrutura para o desdobramento

em objetivos da qualidade, fundamentais ao desempenho de um SGQ. Ela deve ser conti-

nuamente revisada para garantir a sua educação. E este item requer que:

a) A política ter que estar apropriada à cultura da construtora;

b) Tem que ter incluso o compromisso dos requisitos e a melhoria contínua no

SGQ;

c) Propiciar análise crítica aos objetivos da qualidade;

d) Comunicar o nível que a organização se encontra;

e) Seja atendido por todos os níveis;

f) Seja analisada para a adequação pela manutenção.

Requisito 5.4 Planejamento

A norma diz que a diretoria deve possibilitar que sejam definidos objetivos da quali-

dade apreciáveis para as funções e níveis oportunos da organização e de modo consistente

com a política da qualidade e para isso tem que se: definir os objetivos, definir indicadores

de acompanhamento, implantar indicadores para medição e acompanhar sua evolução.

Além dos indicadores da Política e processos críticos, deve-se também definir indi-

cadores voltados à sustentabilidade dos canteiros de obras da empresa. Estes indicadores

estão disposto no subitem 5.4.1.1 do Referencial.

Requisito 5.5 Responsabilidade, Autoridade e Comunicação

Segundo o Referencial, a direção deve garantir que as responsabilidades e autorida-

des são determinadas ao longo da documentação do Sistema e comunicadas na empresa.

Além disso, a empresa deve nomear um membro que terá atribuição de:

a) garantir que os processos do SGQ sejam estabelecidos, implementados e

mantidos;

b) garantir a estímulo da conscientização sobre os requisitos do cliente

c) relatar à diretoria a performance do SGQ e qualquer necessidade de melhoria

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Requisito 5.6 Análise crítica pela direção

O Referencial diz que a construtora deve analisar criticamente o SGQ em intervalos

planejados, para Costa (2016), a avaliação pode ser feita semestralmente quando os siste-

mas estão maduros, e trimestralmente para sistemas em fase de implantação. É importante

que tenha presença marcante da diretoria e deve ser obrigatoriamente registrada.

2.2.1.3 Seção 6: Gestão de Recursos

Requisito 6.1 Provisão de recursos

A empresa construtora deve determinar e prover recursos para aplicar os requisitos,

para que a implantação seja evolutiva, possa realizar melhoria continua e aumentar a satis-

fação dos clientes. Os recursos necessários estão descritos em documentos como o Plano

de Qualidade de Obra (item 7.1 do PBQP-H).

O SiAC/PBQP-H considera como recursos os financeiros, os equipamentos, os hu-

manos, as instalações de escritórios e canteiro de obras, enfim todos os recursos necessá-

rios para a materialização das atividades inerentes a construção do empreendimento.

Requisito 6.2 Recursos humanos

Como recursos humanos o SiAC/PBQP-H entende que são todos os colaboradores

que de alguma forma possam interferir na qualidade da obra. Dessa forma, o Sistema de

Gestão da empresa deve contemplar a mão de obra própria e a mão de obra terceirizada

como a de empreiteiros que têm grande influência na qualidade do empreendimento.

O requisito estabelece que a empresa defina e disponibilize para as atividades que

possam interferir na qualidade do produto recursos humanos competentes com base na

formação, experiência e habilidades. Assim sendo, é necessário estabelecer uma descrição

de cargos para cada função, estabelecendo as competências e treinamentos necessários

por cada um deles.

Requisito 6.3 Infraestrutura

A empresa deve identificar, prover e manter a infraestrutura necessária para a obe-

tenção da conformidade do produto, incluindo locais de trabalho, ferramentas e equipamen-

tos e serviços de apoio.

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2.2.1.4 Seção 7: Execução da Obra

Nesta seção o Referencial aborda todos requisitos relativos a execução da obra.

Requisito 7.1 Planejamento da Obra

O primeiro deles é quanto ao planejamento da obra que é importante para a adminis-

tração, pois é ele que garante que recursos e pessoas estarão alocados corretamente, além

de servir como base para monitoramento e controle.

A empresa deve elaborar e documentar o Plano de Qualidade da Obra contendo os

elementos:

a) Estrutura organizacional com as responsabilidades específica;

b) Materiais e serviços de execução;

c) Projeto do canteiro;

d) Identificação das especialidades da execução da obra;

e) Plano de controle tecnológico de materiais de acordo com a NBR 15575

f) Identificação dos processos críticos para a qualidade da obra;

g) Identificação das especialidades no que se refere à manutenção de equipa-

mentos;

h) Programa de treinamento específico da obra;

i) Objetivos da qualidade específicos para a execução da obra;

j) Definição do destino adequado aos resíduos sólidos e líquidos produzidos pe-

la obra.

Na versão 2017 do SiAC houve a inclusão do item de controle tecnológico em aten-

dimento a NBR 15575, mostrando a preocupação que a empresa deverá ter em atender

desempenho mínimos no produto.

O Referencial também evidencia que a construtora deve realizar um planejamento e

controle da execução da obra. Os controles de andamento devem ser registrados e manti-

dos.

Segundo a norma, a empresa deve determinar:

a) A empresa deve especificar os requisitos exigidos pelo cliente, inclusive sobre

o requisito de entrega da obra e assistência técnica;

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b) Mesmo que o cliente não especifique o requisito, a empresa tem que especi-

ficar;

c) Os requisitos ter que estar regulamentados e legais;

d) Requisito adicional determinado pela construtora.

Para todos estes itens é feito o registro constando as exigências e as modifica-

ções, e mesmo sendo requisitos relacionados ao cliente, a empresa tem responsabilida-

de de documentar e assegurar o cumprimento conforme a NBR 15575.

Requisito 7.2 Processos relacionados ao cliente

A empresa deve analisar criticamente os requisitos do cliente antes de executar a

obra e assegurar que:

a) Os requisitos da obra estão definidos;

b) As divergências do contrato e proposta estão resolvidas;

c) A empresa tem condições de atender os requisitos.

Todas as análises críticas terão que estar registradas e documentadas e tudo que for

modificado devem ser comunicados as pessoas envolvidas.

Segundo Costa (2016), a norma prevê que quando o cliente não apresenta seus re-

quisitos documentados, estes devem ser confirmados antes da aceitação e quando os re-

quisitos da obra forem alterados, a empresa construtora deve assegurar que os documentos

pertinentes são complementados e que o pessoal pertinente é notificado sobre as alterações

feitas.

Costa (2016), também elucida que a empresa deve implementar meios de contato

com os clientes, para tratar dos contratos e propostas, estar informando sobre a obra, regis-

trar as reclamações.

Requisito 7.3 Projeto

Com relação a elaboração do projeto, a empresa deve elaborar e controlar o proces-

so de elaboração do projeto da obra, determinando as etapas considerando as diferentes

especialidades técnicas, a análise crítica e verificação apropriada para cada etapa e as res-

ponsabilidades e autoridades para o projeto.

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A empresa construtora deve gerir a conexão entre as diferentes peculiaridades técni-

cas (internas ou externas) envolvidas no projeto para possibilitar a comunicação correta e a

designação clara de obrigações. As saídas do planejamento da elaboração do projeto de-

vem ser atualizadas, conforme apropriado, de acordo com a evolução do projeto.

As entradas do processo do projeto devem incluir alguns requisitos:

a) Requisitos funcionais e de desempenho;

b) Requisitos regulamentados e legais aplicáveis;

c) Informações de projetos similares anteriores;

d) Quaisquer outros requisitos essenciais para o projeto.

A norma ratifica que para obras de edificações, a empresa construtora deve indicar

os níveis de desempenho – mínimo (M), intermediário (I) ou superior (S), referentes aos se-

guintes requisitos dos usuários, conforme definido no item 4 da NBR 15575:2013:

a) Desempenho Estrutural;

b) Durabilidade e manutenibilidade;

c) Desempenho térmico;

d) Desempenho acústico;

e) Desempenho lumínico.

Para os requisitos dos usuários, a NBR 15575 define os níveis de desempenho mí-

nimos:

a) Segurança contra incêndio;

b) Segurança no uso e na operação;

c) Estanqueidade;

d) Saúde, higiene e qualidade do ar;

e) Funcionalidade e acessibilidade;

f) Conforto tátil e antropodinâmico;

g) Adequação ambiental.

O conjunto de requisitos dos usuários e níveis de desempenho a serem atingidos

dão origem ao Perfil de Desempenho da Edificação (PDE). Esse perfil deve ser garantido ao

longo das diferentes etapas do processo de projeto, podendo ser modificado, mas devendo

ser justificado.

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Segundo Costa (2016), é de grande importância que as saídas dos projetos sejam

analisadas em relação às entradas, e sejam atendidos os requisitos de entrada do projeto,

fornecendo informações para a aquisição de materiais e serviços para a obra, tendo infor-

mações dos projetos similares anteriores, contendo ou referenciando os critérios de aceita-

ção para a obra e definindo as características da obra que são essenciais para o uso seguro

e apropriado.

Além disso, as saídas de projeto devem ser documentadas para que sua verificação

relativa aos requisitos de entrada e devem ser aprovadas antes da sua dispensa. E são

consideradas saídas de projeto os memoriais de cálculo, descritivos ou justificativos, da

mesma forma que as especificações técnicas e os desenhos e demais elementos gráficos.

Para o caso de obras de edificações habitacionais, retorna a importância da apresen-

tação de evidências do atendimento dos requisitos de desempenho da NBR 15575, de acor-

do com os níveis indicados no PDE.

Devem der realizados estágios apropriados e planejados para corresponder ou não

as etapas do projeto para:

a) Avaliar a capacidade dos resultados de atender os requisitos da entrada do

projeto;

b) Garantir a compatibilização do projeto;

c) Identificar os problemas e propor ações.

As análises críticas devem envolver representantes qualificados e nunca se esque-

cendo de realizar os registros dos resultados e das subsequentes ações necessárias, man-

tendo registros dos resultados das análises e ações necessárias para melhoria.

Alves (2013), resume este item dizendo que devem ser registradas todas as ações

de verificação, para que o projeto esteja de acordo com os requisitos, ou seja, há a necessi-

dade da verificação do projeto e esta deve estar de acordo com a planejada (item 7.3.1 do

PBQP-H) e registrada (item 4.2.4 do PBQP-H).

A validação do projeto deve ser realizada para toda obra ou para suas partes. Apre-

senta-se uma conclusão do processo de análise crítica, onde deve-se asseguar que os pro-

cessos atenderão os requisitos especificados previamente e em conformidade a NBR

15575. Os resultados da validação devem ser registrados, os quais devem incluir as hipóte-

ses e avaliações aplicáveis para garantir o desempenho pretendido.

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As modificações do projeto devem ser analisadas, verificadas e validadas antes de

sua execução. A análise crítica das modificações deve abranger a avaliação do efeito das

alterações. Essas variações devem ser identificadas, registradas e mantidas.

Para o caso de projetos fornecidos pelo cliente, deve-se fazer uma análise crítica e

havendo alteração o cliente tem que ser comunicado.

Requisito 7.4 Aquisição

No quesito de Aquisição o SiAC/PBQP-H estabelece que a construtora deve assegu-

rar a compra de materiais e contratação de serviços em conformidade com os requisitos

especificados, incluindo os da NBR 15575.

Para Costa (2016), o processo de qualificação de fornecedores a empresa construto-

ra deve estabelecer critérios para qualificar seus fornecedores, verificando se os mesmos

atendem aos requisitos dos documentos de aquisição. No caso de fornecedores de materi-

ais, deve se considerar sua formalidade e legalidade, em atendimento a legislação.

Além disso, a empresa construtora deve continuar atualizando os registros de qualifi-

cação de seus fornecedores. No processo de avaliação de fornecedores a construtora deve

estipular critérios para avaliar seus fornecedores, considerando a capacidade do fornecedor

em suprir os requisitos especificados previamente. A construtora deve manter atualizados os

registros de avaliação dos fornecedores.

A empresa deve garantir que os documentos de compra de materiais, serviços con-

trolados e laboratoriais, serviços de projeto e especializados de engenharia relatem eviden-

temente o que está sendo comprado, inclusive as especificações técnicas.

Alves (2013), descreve que a empresa construtora deve implementar maneiras para

que possa assegurar que os produtos adquiridos estejam de acordo com os requisitos exigi-

dos, deve também estabelecer procedimentos documentados de inspeção de recebimento.

Quando a empresa ou o cliente pretender verificar as instalações do fornecedor, a

empresa construtora deve declarar nas informações para aquisição, as providências de veri-

ficação pretendida e a maneira de liberação do produto.

Requisito 7.5 Operações de produção e fornecimento de serviço

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A empresa deve planejar e realizar a produção e o fornecimento de serviço sob con-

dições controladas. Condições controladas devem incluir, de modo evolutivo e quando apli-

cável:

a) Disponibilidade de informações que descrevam as características do produto;

b) Disponibilidade de procedimentos de execução documentados;

c) Uso de equipamentos adequados;

d) Disponibilidade e uso de dispositivo para monitoramento e medição;

e) Implementação do monitoramento e medição;

f) Implementação da liberação, entrega e atividade pós-entrega;

g) Manutenção de equipamentos considerados críticos à exigência dos clientes.

A norma destaca que no caso de obras de edificações, a prática de entrega inclui o

fornecimento ao cliente de Manual de Uso, Operação e Manutenção, contendo as informa-

ções essenciais sobre as condições de utilização das instalações e equipamentos bem co-

mo orientações para a operação e de manutenção da obra executada ao longo da sua vida

útil. O Manual deve levar em conta as imposições da NBR 14037 (Diretrizes para elabora-

ção de manuais de uso, operação e manutenção de edifícios), NBR 5674 (Manutenção de

Edificações) e NBR 15575.

Segundo o Referencial, a empresa construtora deve validar todos os processos de

produção e fornecimento de serviço, onde se demonstra a capacidade de alcançar os resul-

tados planejados, aplicando providências como:

a) Critérios para análise crítica e aprovação dos processos;

b) Aprovação de equipamentos e qualificação de pessoal;

c) Uso de métodos e procedimentos específicos;

d) Requisitos para registros e;

e) Revalidação.

Segundo Alves (2013), a empresa deve identificar os produtos ao longo da produção,

evitando erros. No caso de materiais estruturais a identificação tem objetivo também de ras-

treabilidade. Os produtos de monitoramento e medição devem ser assinalados de forma que

identifique conformidade ou não e que sua utilização não ocorra antes do controle.

Alves (2013), ainda afirma que a construtora deve garantir a rastreabilidade e identi-

ficação dos locais de cada lote para que os materiais controladosm utilizados antes da con-

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troladoria. Além disso, a empresa deve ter muito cuidado com a propriedade do cliente, pois

se danificada ou considerada inadequado para o uso, o fato deve ser informado ao cliente

registrado.

É descrito no Referencial que a empresa construtora deve assegurar que os materi-

ais controlados, recebam a identificação certa, manuseio, estocagem preservando a con-

formidade em todo o processo, até a entrega da obra. Este item é muito importante pois a

empresa construtora deve preservar a conformidade dos serviços de execução controlados,

em todas as etapas do processo de produção, até a entrega da obra e essas medidas de-

vem ser aplicadas, não importando se tais materiais e serviços estão sob responsabilidade

da empresa construtora, ou de empresas subcontratadas.

Requisito 7.6 Controle de dispositivos de medição e monitoramento

Segundo o Referencial, a empresa construtora deve determinar as medições e

monitoramentos, estabelecer processos necessários para a conformidade. O dispositivo

de medição deve ser:

a) Calibrado antes do uso, de acordo com a calibração padrão se existir e as

que não existem registrar a calibração;

b) Ajustado ou registrado, como necessário;

c) Identificar os que necessitam de calibração;

d) Proteger contra ajustes que invalidam a medição;

e) Proteger de dano durante o manuseio, manutenção e armazenamento.

2.2.1.5 Seção 8: Medição, Análise e Melhoria

Requisito 8.1 Generalidades

A empresa construtora deve planejar e implementar os processos indispensáveis de

monitoramento, medição, análise e melhoria para demonstrar conformidade do produto e do

SGQ, além de melhorar a eficácia do Sistema.

Requisito 8.2 Medição e monitoramento

A empresa deve monitorar informações referentes à percepção do cliente com rela-

ção ao atendimento dos requisitos por parte da organização.

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Além da auditoria externa a empresa deve executar auditorias internas de acordo

com a importância das áreas e de resultados anteriores.

Para Costa (2016), todos os processos definidos pelo SGQ da empresa devem ser

auditados pelo menos uma vez ao ano, os auditores não devem auditar seu próprio espaço.

A assistência deve incluir a averiguação das ações tomadas e o relatório dos resultados de

verificação.

A empresa deve aplicar os métodos pertinentes para monitoramento e, quando apli-

cável, para medição dos processos do SGQ. Os métodos devem atender as expectativas de

gerar os resultados esperados, caso isso não ocorra devem ser feitas ações corretivas.

A empresa construtora deve estabelecer procedimentos de inspeção de monitora-

mento das características dos materiais controlados. Ela deve estabelecer procedimento

documentado de inspeção antes da entrega final da obra. Para obras de edificações habita-

cionais, a inspeção e monitoramento deve estar conforme a NBR 15575.

A liberação dos materiais, entrega dos serviços de execução e da obra não deve

ocorrer até que todo o planejado tenha sido concluído satisfatoriamente, contanto que seja

aprovado por uma autoridade pertinente.

Requisito 8.3 Controle de materiais e de serviços de execução controlados e da

obra não conformes

A empresa construtora deve possibilitar que o que não estiver dentro da conformida-

de seja liberado de forma não intencional, além disso, os materiais e os serviços controlados

e a mão de obra não conforme da seguinte maneira:

a) Execução de ações para eliminar a não- conformidade detectada;

b) Aceitação ou liberação de uso por uma autoridade pertinente;

c) Execução de ação para impossibilitar a intenção de sua utilização ou aplica-

ção

Devem ser mantidos os registros de não conformidades e quando o material, o servi-

ço de execução ou a mão de obra estiverem conforme devem ser tratados os desvios para

demonstrar a conformidade com os requisitos.

Requisito 8.4 Análise de dados

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A empresa construtora deve definir, coletar e analisar os dados que demonstram a

adequação e vigência do SGQ. A análise de dados deve conter a satisfação dos clientes, a

conformidade dos requisitos, as característivas da obra entrege, dos processos de execução

de serviços controlados, incluindo oportunidades de ações preventivas e fornecedores.

Requisito 8.5 Melhoria

A empresa construtora deve constantemente melhorar a eficácia do SGQ, por meio

do uso da política da qualidade, objetivos da qualidade, resultados de auditorias, análise de

dados, ações corretivas e análise crítica pela direção.

A empresa deve realizar intervenções corretivas para suprimir as causas de não con-

formidades, de forma a evitar sua reincidência. Um procedimento documentado deve definir

os requisitos para:

a) Análise crítica de não conformidade;

b) Determinação das causas de não conformidade;

c) Assegurar que não haja recorrência de ações de não conformidades;

d) Determinação e implementação de ações necessárias;

e) Registro de ações realizadas;

f) Análise crítica de ações corretivas executadas.

A empresa construtora deve determinar intervenções para suprimir as causas de não

conformidades. Deve-se estabelecer um procedimento que seja documentado para:

a) Identificação de não conformidades e suas causas;

b) Avaliação para evitar a ocorrência de não-conformidades;

c) Definição e implementação de ações necessárias;

d) Registro de resultado de ações executadas;

e) Análise crítica de ações preventivas realizada.

2.3 PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO NÍVEL “A”

Após a implantação dos requisitos descritos no item 2.2.1, cabe uma empresa cre-

denciada pelo INMETRO auditar e emitir Certificados Conformidade, estes são os OAC, Or-

ganismos de Avaliação de Conformidade do Sistema de Avaliação da Conformidade de Em-

presas de Serviços e Obras.

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Para obtenção do certificado, além da implantação dos requisitos, a empresa deverá

possuir obra em andamento, pois na auditoria de certificação há necessidade de ser com-

provado que a empresa já tenha executado 50% dos serviços controlados e deve estar exe-

cutando no dia da auditoria de certificação 25% dos serviços controlados. A certificação ini-

cial deve incluir uma auditoria inicial em duas fases (Costa, 2016):

1ª Fase: Chamada de auditoria inicial, são avaliados as documentações obrigatórios

pela norma SiAC (manual da qualidade, controle de documentos, controle de registros, audi-

toria interna, não conformidade, ação corretiva, ação preventiva, analise critica pela alta di-

reção, objetivos da qualidade e PQO) e o plano de auditoria para a auditoria da fase 2

2ª Fase: Chamada de auditoria principal, são avaliados todos os processos da em-

presa, conforme plano de auditoria disponibilizado na fase inicial. Após conclusão dessa

auditoria a empresa já sabe como está seu sistema de gestão da qualidade, se ela será re-

comendada, se terá que tratar alguma não conformidade ou se ela não foi recomendada.

O dimensionamento do total de obras auditadas, conforme a Tabela 02, é dado pela

raiz quadrada do número total de obras em andamento (NTO) da empresa, cabendo a redu-

ção de 40% do caso das auditorias de supervisão (AS) e de 20% nas auditorias de recertif i-

cação (AR), com arredondamento para cima. Para quantidades acima de 20 obras, o cálculo

dos valores de número de obras auditadas e dos consequentes dias de auditoria deve se-

guir proporcionalmente, segundo tais regras (Cidades, 2017).

Tabela 02 – Número Total de Obras (NTO) Auditadas (mínimo)

(Fonte: PBQP-H, 2017)

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Além desses requisitos atendidos, os OACs autorizados têm também a obrigação de

enviar à Comissão Nacional, a cada emissão do Certificado de Conformidade, relação atua-

lizada das empresas por ele certificados, da qual constará, no mínimo, a identificação da

empresa, a especialidade técnica e o subsetor em questão, o nível de certificação atribuído

e o prazo de validade dos certificados de conformidade concedidos (BRASIL, 2017).

Conforme a norma, em obras de edificações habitacionais, o OAC deve evidenciar

que a empresa construtora realiza controle tecnológico de materiais aplicados e serviços

executados em atendimento ao Plano de Controle Tecnológico da Obra, visando assegurar

o desempenho conforme previsto em projeto, em atendimento à NBR 15575.

O Referencial Normativo Edificicações “Nível A” em seu item 7.3.2 também determ i-

na que a construtora deve indicar os níveis de desempenho (Mínimo, Intermediário ou Supe-

rior), relativo aos requisitos dos usuários, conforme o item 4 da NBR 15575.

As auditorias devem seguir o fluxograma da ISO 19011:2012, conforme figura 02.

Segundo Bernardo (2017), esta norma é aplicável a todas as organizações que necessitam

realizar auditorias, tanto internas quanto externas, de sistemas de gestão, ou então gerenci-

ar um programa de auditoria. Além disso, as auditorias de manutenção são anuais e caso o

prazo seja ultrapassado a empresa perderá a certificação.

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Figura 02 – Etapas de uma auditoria

(Fonte: ABNT NBR ISSO 19011:2012)

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3 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO

3.1 ASPECTOS GERAIS DA CONSTRUTORA

A empresa alvo para o estudo de caso é a Art Deco Construtora e Incorporadora

Ltda, localizada em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo. Fundada em 1989 por dois

sócios, está no mercado desde então já tendo realizado mais de 150 obras. Ela iniciou suas

atividades participando de licitações estaduais e municipais executando obras públicas e ao

longo do tempo foi ampliando seu ramo de atuação incorporando obras privadas no seu

portifólio a fim de suprir uma demanda crescente na região e diversificar fontes de renda.

O local de atuação da empresa é a região Sul do estado (figura 03), principalmente

os municípios de Cachoeiro de Itapemirim, Atílio Viváqua, Itapemirim, Mimoso do Sul, Presi-

dente Kennedy, Piúma e Alegre.

Figura 03 – Região Sul do ES

(Fonte: IBGE, 2017)

De acordo com o critério de classificação de empresas do SEBRAE, a empresa se

enquadra em Pequeno Porte, tanto por renda quanto por número de funcionários. Atualmen-

te, possui 10 funcionários fixos, incluindo direção, dividida em Diretoria Técnica e Diretoria

Administrativa, Departamento de Engenharia, Departamento de Compras e Suprimentos,

Administrativo e Controladoria e Financeiro, como pode ser observado na figura 04.

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Figura 04 – Organograma

(Fonte: Art Deco, 2017)

Dos serviços oferecidos pela Art Deco, grande parte é executado com mão de obra

própria. A terceirização acontece em serviços específicos como projetos estruturais e elétri-

cos de obras de grande porte e projetos de incêndio, serviços de metalurgia em que a em-

presa não dispõe dessa mão de obra especializada em seu corpo de funcionários. A sub-

contratação é feita sempre com os mesmo fornecedores, que já estão acostumados a traba-

lhar com a Art Deco. Em obras que é necessário o uso de estrutura pré-moldadas também é

feita a subcontratação por ser mais viável financeiramente dada a estrutura atual da empre-

sa.

Dentre as obras já realizadas pela empresa, pode-se destacar: Conjuntos Habitacio-

nais (figura 05), Hospitais Municipais (figura 08), Pontes(figura 09), Escolas, Ginásios(figura

07), Edifícios Comerciais e Multiresidenciais(figura 06).

Figura 05 – Conjunto Habitacional em Atílio Vivácqua

(Fonte: Art Deco, 2017)

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Figura 06 – Ed. Art Deco em Cachoeiro

(Fonte: Art Deco, 2017)

Figura 07 – Ginásio Poliesportivo em Presidente Kenedy

(Fonte: Art Deco, 2017)

Figura 08 – Hospital Municipal em Atílio Vivácqua

(Fonte: Art Deco, 2017)

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Figura 09 – Ponte em Atílio Vivácqua

(Fonte: Art Deco, 2017)

Atualmente, a empresa possui um prédio onde encontra-se sua sede e depósito de

materiais e equipamentos e conta com alguns equipamentos próprios que são utilizados nas

obras e reduzem o custo de produção, dentre eles destacam-se uma retroescavadeira, um

trator bobiquete, dois caminhões e uma van para transporte dos funcionários. Esses equi-

pamentos foram sendo adiquiridos ao longo do tempo à medida que a empresa foi aumen-

tando seu capital e percebendo que era mais vantajoso a mão de obra própria do que a ter-

ceirização.

Como já citado anteriormente, o foco do negócio sempre foi a participação em obras

públicas e, paralelo a isso, a execução de edifícios para diversificação de receita já que o

mercado regional demandava por obras desse tipo. Nos últimos anos, a empresa vem mi-

grando seu foco para condomínios residenciais do tipo Minha Casa, Minha Vida. Essa mu-

dança é reflexo do contexto econômico que o país está passando, bem como a facilidade de

crédito por meio desses programas governamentais.

3.2 OBRAS MULTIRESIDENCIAIS EM CACHOEIRO DE ITAPE-

MIRIM E SUAS PECULIARIDADES

O Espírito Santo pode ser dividido em quatro mesorregiões: Norte, Noroeste, Central

e Sul. Essas regiões têm como característica a similaridade econômica e social e foram cri-

adas pelo IBGE para fins estatísticos e não constituem uma entidade política ou administra-

tiva. Todas elas possuem municípios que se destacam economicamente dentre os demais e

por isso concentram atividades importantes.

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3.2.1 CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO

Cachoeiro de Itapemirim é considerada uma cidade polo da região sul do Espírito

Santo em termos econômicos, é composto pela sede (Cachoeiro) e 10 distritos (Burarama,

Pacotuba, Conduru, Gironda, São Vicente, Vargem Grande de Soturno, Itaoca, Corrego dos

Monos, Gruta e Coutinho) conforme figura 10.

Figura 10 – Mapa Cachoeiro de Itapemirim

(Fonte: Prefeitura Municipal, 2017)

Possui uma população estimada em aproximadamente 211.000 habitantes e com

densidade demográfica de 216,23 hab/km².

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Figura 11 - Densidade Demográfica

(Fonte: IBGE, 2017)

Sua distribuição populacional se dá por meio de uma Pirâmide Adulta (figura 12), se-

guindo os mesmo moldes da pirâmide brasileira, representada por uma base larga, porém

com uma taxa de natalidade menor em face da população infantil e jovem.

Figura 12 - Pirâmide Etária

(Fonte: IBGE, 2017)

Em termos econômicos, Cachoeiro destaca-se por ocupar, em 2014, a 12º posição

no ranking de PIB per capita no estado, com R$ 23.816,26. Em 2015, o salário médio men-

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sal era de 2,1 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população

total era de 27,3% (56.944 pessoas), conforme Tabela 03.

Tabela 03 – Rendimento Censo 2010

(Fonte: IBGE, 2017)

Uma informação relevante para o presente estudo é a condição de ocupação do do-

micílio, realizada pelo IBGE no Censo de 2010. A Tabela 04 nos mostra como ocorre a ocu-

pação nas residências do município, revelando o predomínio da casa própria já quitada

(78%), mas que 21,7% da população ainda moram em imóvel alugado.

Apesar da última informação do Censo Demográfico ser datada de 2010, a série his-

tórica mostra um padrão nas porcentagens apresentadas anteriormente. Esse dado passa a

ser relevante para a pesquisa pois indica um potencial de clientes para a empresa.

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Tabela 04 – Condição de ocupação 2010

(Fonte: IBGE, 2017)

Por ser considerado um polo da região, Cachoeiro possui uma vocação natural de

prestação de serviço aos municípios em seu entorno. Esses pequenos negócios presentes

na cidade propiciam a atração de grandes empresas se instalarem na cidade e como con-

sequência disso, tem-se a atração de mão-de-obra para e consequente necessidade de

moradia e edifícios comerciais.

3.2.2 CARACTERÍSTICA DAS OBRAS E OCUPAÇÃO NO MU-

NICÍPIO

Cachoeiro de Itapemirim segue a tendência das principais cidades do país, em que o

centro antigo já está saturado, tanto em termos de mobilidade quanto de crescimento eco-

nômico devido à falta de espaço físico.

Esse cenário propiciou o aparecimento de novos eixos de crescimento e expansão

da cidade para desafogar o centro antigo. A chegada de dois grandes empreendimentos na

cidade, um shopping center localizado no bairro Paraíso (à sudoeste da cidade) e um hi-

permercado no bairro Caiçara (à noroeste), fez com que as novas construções acompa-

nhassem esses novos polos comerciais (figura 13).

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Figura 13 – Eixos de expansão do município

(Fonte: Google Maps, 2017)

Por conta do crescimento de Cachoeiro ter sido de forma não planejada em meio ao

relevo irregular, presença de morros por toda extensão, os governos se viram obrigados a

restringir o gabirito das construções para que as vias suportassem a demanda futura. Por

isso, o município é composto predominantemente por casas e edifícios com gabarito de até

6 pavimentos, com exceção de alguns bairros em que é permitido gabarito de até 15 pavi-

mentos.

No eixo sentido bairro Paraíso, houve um surgimento de grandes edifícios residenci-

ais de luxo e com gabarito elevado, essa tipologia de construção está presente apenas nes-

sa região da cidade por ser um bairro considerado de classe média-alta.

Enquanto isso, a construção de um hipermercado no bairro Caiçara vem favorecendo

a ocupação da região por residências, já que o acesso ao comércio de necessidades bási-

cas e lazer foi facilitado com a chegada do empreendimento. Antes os moradores da região

tinham que se deslocar por cerca de 10km até encontrar supermercados, shoppings, bares

e restaurantes, o que dificultava a ocupação da região.

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3.3 CARACTERÍSTICA DA OBRA

A empresa aposta na região do eixo 1 (figura 13), por ser uma região de alto poten-

cial de crescimento devido a chegada do hipermercado e por ter baixa densidade de ocupa-

ção. Além disso, essa região faz divisa com muitos municípios vizinhos que carecem dos

serviços que vem sendo ofertados ali, favorecendo ainda mais a movimentação econômica

local e consequente desenvolvimento.

Baseado nas estatísticas de venda de imóveis no município, no estudo do perfil só-

cio-econômico da população e na tendência de expansão do município, a construtora optou

por lançar o empreendimento no bairro IBC (figura 13), buscando atender a demanda cres-

cente no local.

A fim de caracterizar o projeto a ser desenvolvido pela Art Deco, utiliza-se o auxílio

dos projetos-padrão apresentados na NBR 12721:2006 que também são aplicados para o

cálculo do CUB pelos sindicatos. Dentre os projetos-padrão disponíveis na norma, os que

mais se assemelham aos da construtora estão apresentados no item 3.3.1, seguido da tabe-

la do CUB/m², retirada do relatório de Setembro de 2017 do CBIC, podendo-se perceber que

PP-B está cotado em R$ 1.311,31/m² e o PP-N em R$1.665,29/m². É importante salientar

que projetos-padrão selecionados pela norma buscam representar a atual realidade dos

imóveis demandados, incorporando as novas técnicas utilizadas, os novos insumos e os

novos índices de produtividade, fornecendo elementos mais modernos para o cálculo do

CUB/m².

3.3.1 PROJETO PADRÃO

PP-B: Residência Multifamiliar – Prédio popular – padrão baixo: térreo e 3 pa-

vimentos-tipos.

Pavimento Térreo: Hall de entrada, escada e 4 apartamentos por andar com 2 dor-

mitórios, sala, banheiro, cozinha e área de serviço. Na área externa estão localizados o cô-

modo de lixo, guarita, central de gás, depósito com banheiro e 16 vagas descobertas.

Pavimento tipo: Hall de circulação, escada e 4 apartamentos com 2 dormitórios, sa-

la, banheiro, cozinha e área de serviço.

PP-N: Residência Multifamiliar – Prédio popular – padrão normal: Pilotis e 4 pa-

vimentos-tipo.

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Pilotis: Escada, elevador, 32 vagas de garagem cobertas, cômodo de lixo, hall de

entrada, salão de festas, 3 banheiros, central de gás e guarita.

Pavimento tipo: Hall de circulação, escada, elevadores e 4 apartamentos com3

dormitórios, sendo 1 suíte, sala de estar/jantar, banheiro social, cozinha e área de serviço

com banheiro e varanda.

Tabela 05 – CUB/m² em Setembro de 2017

(Fonte: CUB – CBIC, 2017)

O projeto desenvolvido pela Art Deco caracteriza-se da seguinte forma:

Térreo: Hall de entrada, escada e 4 ou 6 apartamentos por andar com 2 dormitórios,

podendo conter ou não suíte, sala, banheiro social, cozinha e área de serviço. Na área ex-

terna estão localizados o cômodo de lixo, guarita, central de gás, 1 vaga de garagem desco-

berta por unidade.

Pavimento tipo: Hall de circulação, escada e 4 ou 6 apartamentos por andar com 2

dormitórios, podendo conter ou não suíte, sala, banheiro social, cozinha e área de serviço.

Os apartamentos-tipo possuem uma área que varia entre 50 e 55m² e um custo de

aproximadamente R$ 1.400,00/m². Isso faz com que o projeto da empresa transite entre os

dois modelos apresentados acima, tanto em termos de custo quanto de características. Es-

se é o padrão que a empresa acredita atender as necessidades dos clientes e assim ter boa

aceitação no mercado.

3.3.2 A OBRA

A obra que está em execução e será usada no processo de certificação é o Edifício

Flor de Liz (ver figura 14) que está localizada na rua Atanagildo Araújo, nº 95, bairro IBC, em

Cachoeiro de Itapemirim – ES, conforme figura 15. No entorno da edificação é possível loca-

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lizar hipermercado, escola particular e municipal, praças, igrejas, posto de gasolina e sede

da polícia.

Figura 14 – Fachada principal do Edifício Flor de Liz

(Fonte: Art Deco, 2017)

Figura 15 – Localização do Edifício Flor de Liz

(Fonte: Googlemaps, 2017)

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Constitui de uma edificação multiresidencial de 4 pavimentos (térreo + 3 pavimentos)

com área total de 2.242,82 m². O imóvel contará com 24 unidades de 60m² com 1 vaga por

apartamento, sendo 8 apartamentos-tipo por pavimento. Além disso, o empreendimento

contará com varanda gourmet com churrasqueira, elevador e energia solar para alimentar a

energia do condomínio.

O apartamento-tipo é composto por sala, cozinha, área de serviço, banheiro social, 2

quartos (sendo 1 suíte), varanda, conforme figura 16.

Figura 16 – Planta Baixa apartamento Flor de Liz

(Fonte: Art Deco, 2017)

O terreno é predominantemente plano (ver figura 17) e a composição do solo é argi-

losa, não sendo necessária terraplanagem e foi adotado o uso de fundações rasas (sapa-

tas). A obra está em área residencial isento de licença ambiental para contrução. Foi reali-

zada a extração de rocha em um dos pontos do terreno para construção da fundação e mu-

ro de contenção nas laterais.

Em termos estruturais, a fundação é do tipo rasa, composta por sapatas e a estrutura

será feita em concreto armado moldada in locu com vedações em alvenaria de bloco cerâ-

mico. Para acabamento das unidades será utilizado revestimento cerâmico em todos os cô-

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modos, reboco em gesso e argamassa nas paredes e forro de gesso no teto. O empreendi-

mento contará com um elevador de 4 paradas, com capacidade para 8 pessoas.

A empresa decidiu incorporar ao projeto painéis solares para alimentar o quadro do

condomínio como forma de criar um diferencial frente ao mecado local, criando uma vanta-

gem para o cliente e tornando o edifício mais sustentável. Serão utilizados 22 placas de

320W e 2 inversores com 5kW, gerando uma potência de 7,10kWp (aproximadamente

900kWh/mês). O sistema já estará pronto para ampliação caso os condôminos optem por

ampliar essa carga.

Figura 17 – Canteiro de obras Flor de Liz

(Fonte: Art Deco, 2017)

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4 METODOLOGIA PARA A ELABORAÇÃO E IMPLANTA-

ÇÃO DE SISTEMAS DA QUALIDADE

Neste capítulo é abordado o passo a passo que a construtora deverá seguir para que

o PBQP-H seja implementado da melhor forma. Isso será feito por meio do auxílio de revi-

são bibliográfica para a identificação de boas práticas, aliada as características da empresa

alvo do estudo.

Há disponível na literatura técnica várias metodologias para o desenvolvimento e im-

plantação de Sistemas de Gestão da Qualidade. Para a seleção e definição da metodologia

mais adequada levou-se em consideração o fato da Construtora optar pela implantação com

mão de obra própria e com o auxílio de consultoria externa apenas parcial mediante visitas

mensais do consultor. Assim sendo, inicialmente a diretoria da Construtora designou um

engenheiro civil de seu quadro permanente para coordenar a implantação do Sistema de

Gestão da Qualidade. O coordenador foi denominado como Representante da Direção que

é um dos requisitos do SiAC/PBQP-H e além de responder pela coordenação e pelo Siste-

ma de Gestão da Qualidade, atuaria também como facilitador na implantação junto aos de-

mais colaboradores da Construtora e como multiplicador na internalização e democratização

das informações relevantes para o Sistema de Gestão da Qualidade e da filosofia da gestão

da qualidade.

A metodologia a ser utilizada pelo coordenador para o desenvolvimento do Sistema

de Gestão da Qualidade é composta por 8 etapas:

a) Primeira etapa - Sensibilização da empresa.

b) Segunda etapa - Capacitação.

c) Terceira etapa - Diagnóstico.

d) Quarta etapa - Planejamento.

e) Quinta etapa - Implementação de mudanças.

f) Sexta etapa - Auditoria interna.

g) Sétima etapa - Ajustes finais.

h) Oitava etapa - Auditoria do órgão certificador.

Mas antes de aprofundar a análise de cada etapa, deve-se ter ciência que o progra-

ma visa garantir novos negócios, bem como melhorar a qualidade das obras, como por

exemplo, o Minha Casa Minha Vida. Além disso, é de suma importância de que todos os

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níveis hierárquicos da empresa estejam envolvidos no processo de certificação e para isso a

diretoria deve estar engajada e alinhada com as questões de certificação, pois isso facilita a

aceitação da mudança na cultura já instalada na empresa.

Para implementar o PBQP-H é preciso desenvolver um Sistema de Gestão da Quali-

dade (SGQ) para que sirva como uma ferramenta de manutenção dos requisitos de exce-

lência nos processos. O sistema desencadeia um processo capaz de desenvolver a melho-

ria contínua, ou seja, o constante atendimento às normas. Ele é um ciclo que começa e ter-

mina no cliente, iniciando na demanda e terminando na satisfação. Esse ciclo é movimenta-

do pela lógica PDCA (Plan - Planejar, Do - Fazer, Check - Checar e Act – Agir e Corrigir)

(ver figura 18).

Figura 18 – PDCA

(Fonte: Google,2017)

O início do ciclo se dá no Planejamento e vem da direção da empresa, que age para

o cumprimento da norma da qualidade. O segundo item é o da gestão de recursos, pois é

ele que planeja e dá seguimento à realização do produto. Depois de concluído o produto, sai

do ciclo e é possível iniciar a faze de medição, análise e melhoria e então o ciclo recomeça.

Cada passo de implementação do PBQP-H está ligado a uma fase do SGQ e a uma

ação do PDCA. É assim que a construtora deverá interpretar a norma para conseguir im-

plementá-la.

4.1 SENSIBILIZAÇÃO DA EMPRESA

O primeiro passo a ser dado é sensibilizar todos funcionários para que acreditem na

proposta de certificação.

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A diretoria tem um papel primordial nesse primeiro momento, pois é ela a responsá-

vel por compreender o planejamento de implantação e acompanhar as ações que levam ao

desenvolvimento da qualidade, ou seja, ela possui a visão holística da empresa, enxergando

a estratégia e sua implicação no administrativo e operacional.

Além dos pontos levantados anteriormente, as lideranças têm o poder de manter o

time coeso, mesmo em períodos que todos são estimulados a sair da zona de conforto e

para que isso ocorra, algumas ações devem ser tomadas. Uma primeira abordagem seria a

comunicação sobre o tema e isso pode ser feito por boletins diários, semanal ou mensal via

e-mail, por exemplo. Trabalhar o assunto em reuniões entre gestores e equipes também é

uma ação possível, ela contribui para que todos entendam porque os processos estão mu-

dando.

Para o setor a administrativo deve-se mostrar que a implementação do PBQP-H con-

tribui para: padronizar processos, evitar retrabalho, melhorar a comunicação e manter mais

próxima a gestão do canteiro de obras.

No caso do setor operacional, pode-se dizer que o benefício vem por meio da: priori-

zação da segurança do trabalho, redução do esforço por meio do incentivo à adesão de no-

vas tecnologias, incentivo do uso de matérias-primas que facilitam o dia a dia do canteiro e

permissão para que o setor seja visto como estratégico para a construtora.

4.2 CAPACITAÇÃO

A informação ajuda a desenvolver a consciência sobre a importância do PBQP-H,

mas por si só não é suficiente para que o processo avance. Por isso entra a necessidade de

uma capacitação da equipe, isso ajudará a construtora a perceber em quais pontos pode

desenvolver a qualidade. Além disso, mostrará quais atitudes já correspondem a boas práti-

cas estimuladas pelo PBQP-H, favorecendo que isso seja passado aos auditores.

Diante das mudanças constantes, a melhor medida é a contratação de uma consulto-

ria para dar apoio nessa fase. Elas já possuem o conhecimento necessário para esses trei-

namentos e, além disso, costumam fornecer formulários que serão necessários na auditoria

e esse auxílio dispensará que a construtora desvie energias para elaboração desses formu-

lários e documentos a partir do zero, enquanto o foco deve estar no processo de certifica-

ção. Para todos os itens (do 4.1 ao 8.5) apresentados no Capítulo 3.3.1 são necessários

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documentos específicos, sendo assim é possível perceber a grande quantidade de formulá-

rios específicos a serem criados.

A capacitação ajuda a empresa a perceber em quais pontos pode desenvolver a qua-

lidade, ou seja, mostra quais atitudes já correspondem a boas práticas para a certificação e

como mostrar as informações para os auditores.

Deve-se definir uma pessoa ou equipe de gestão que será responsável por esse pro-

jeto, ela será encarregada de assegurar a implementação do SGQ junto a consultoria. Além

disso, é ela quem informa o desempenho da implementação, as necessidades de melhoria à

direção. Ela também promove a conscientização sobre os requisitos do cliente na organiza-

ção. Isso não isentará os demais colaboradores da responsabilidade pela implantação do

sistema, já que deverão praticar a Política de Qualidade na sua rotina.

O grupo de trabalho é responsável pela implantação e deve possuir conhecimento

sobre a cultura da empresa, as atividades que a organização desempenha, técnicas e fer-

ramentas gerenciais e administração.

4.3 DIAGNÓSTICO

Para que o SGQ que será implantado seja efetivado, é necessário iniciar a análise

minuciosa dos processos da construtora. Segundo Bernardo (2017), a etapa de diagnóstico

tem como objetivo fazer um levantamento da situação atua da organização de acordo com

as práticas existentes que envolvem a busca pela qualidade.

Um bom diagnóstico leva em consideração os itens entre 4.1 e 8.5 do PBQP-H que

em linhas gerais tratam de:

a) Questões gerais do SGQ

b) Reponsabilidade da direção da empresa

c) Gestão de recursos

d) Execução da obra

e) Medição, análise e melhoria

Ou seja, é importante que a construtora se concentre em fazer a leitura detalhada

dos itens da norma e compará-los ao que já está implementado.

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O auxilio da consultoria também pode contribuir bastante nessa etapa, pois ser ob-

servador externo à cultura da empresa e ter outros exemplos de sucesso irá agregar no en-

tendimento de cada subitem e comparação com o que já existe. Ao identificar os pontos

fortes e fracos, é possível começar as mudanças e a partir daí planejar as alterações.

Segundo Bernardo (2017), é de extrema importância que a organização seja honesta

na etapa e diagnóstico, para que não se crie cenários fictícios quanto suas características

atuais. O levantamento deve ser preciso, detalhado e representar a realidade. Caso a etapa

de diagnóstico mascare alguns dados, pode-se comprometer o resto do processo de certifi-

cação.

4.4 PLANEJAMENTO

Após a fase de análise, a empresa tem o panorama de quais são os processos que

estão em defasagem com a norma e quais estão de acordo. Nesse momento pode-se co-

meçar a planejar como melhorar cada atividade, tanto administrativa como operacional.

O plano de ação é o instrumento que levará à execução das melhorias. Cada setor

deve ter o seu próprio planejamento, articulado a um maior e mais completo, que reúna to-

dos os outros. Para elaborar o plano de ação pode-se seguir o seguinte passo a passo:

1. Defina metas e objetivos;

2. Crie estratégias de mensuração dessas metas;

3. Faça uma lista de tarefas a serem cumpridas;

4. Desdobre as tarefas e especifique em pormenores cada ação;

5. Decida prazos de entrega das tarefas;

6. Defina quando acontecerá a auditoria de certificação no PBQP-H;

Nomeie os responsáveis por cada missão;

7. Acompanhe as ações com frequência;

8. Busque representar visualmente os ganhos, por meio de gráficos, diagramas

e outras figuras que ajudem a imaginar a melhora do desempenho.

Ainda é preciso levar em consideração a complexidade das ações, a data que se

pretende certificar, a disponibilidade interna e a necessidade de organização. Sem ter esse

planejamento detalhado será difícil a conquista da certificação, mesmo com o apoio de uma

consultoria.

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4.5 IMPLEMENTAÇÃO DAS MUDANÇAS

Segundo Bernardo (2017), é nesta fase que desenvolve-se tudo que foi pensado,

discutido e planejado na organização. Todos já devem possuir conhecimento sobre o assun-

to, seus deveres e responsabilidades, de forma a não existirem dúvidas que possam com-

prometer a implementação.

Essa é a etapa em que se coloca a mão na massa. Neste momento é que serão cri-

ados procedimentos e manuais, identificando aspectos da empresa e desenvolvidas as ati-

vidades necessárias para a adequação aos requisitos da norma, segundo Ferreira (2017).

A organização deve ajustar o seu sistema de gestão da qualidade com os novos re-

quisitos da norma. Para isso, a organização deve identificar, discutir e estabelecer as mu-

danças que fará a fim de se adequar aos requisitos do PBQP-H. Posteriormente, a organi-

zação deve implementar as modificações.

Ainda nessa etapa é preciso elaborar os procedimentos, formulários, adequações de

lay-out e instalações, adequações de equipamentos e técnicas construtivas. O auxílio da

consultoria pode ser relevante nesse ponto, pois normalmente já possuem modelos de for-

mulários, procedimentos prontos e podem oferecer isso à empresa para que adeque ao seu

sistema, poupando esforços nesse aspecto.

4.6 AUDITORIA INTERNA

Esse é o momento em que a construtora percebe se os processos estão ou não ade-

rentes ao PBQP-H e o que ainda pode ser ajustado antes de se colocar à disposição da

auditoria final. Qualquer não-conformidade encontrada não é sinal de alerta, mas sim um

apontamento para pequenas alterações ou melhorias.

Para ser seu próprio fiscal primeiro é preciso aprender a fiscalizar, por isso uma al-

ternativa seria que os auditores internos fizessem um curso para tal finalidade. Vale ressal-

tar que para manter a isenção na avaliação, quem julga não pode pertencer à atividade ob-

servada. É preciso distanciamento das questões das quais se mantém proximidade no dia a

dia. Enxergar o processo de dentro pode fazer com que aspectos importantes não sejam

descritos na documentação.

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Por isso, é preciso contar com, no mínimo, dois profissionais treinados para essa

função. Um engenheiro não poderá auditar sua própria obra. O coordenador financeiro não

poderá avaliar a gestão do seu próprio setor. E essa regra se repete para outros cargos e

funções.

Nesse período de auditoria interna é idela que sejam feitas reuniões periódicas entre

equipe de gestão, alta diretoria, consultores e auditores para avaliar o andamento do traba-

lho e corrigir possíveis desvios e rever prazos, recursos necessários, antes da auditoria final.

4.7 AJUSTES FINAIS

Após a auditoria interna, alguns problemas podem ser detectados sendo necessários

ajustes finais. Cada ponta solta no processo leva a construtora a reiniciar o passo a passo

exposto no itens 5.1 ao 5.7 para que na auditoria final não hajam falhas.

Refazer os planos de ação, as auditorias e garantir que todo o processo seja certifi-

cado internamente fará com que as chances de obter Nível “A” no PBQP-H aumente.

Para ter certeza do que está fazendo, a empresa deve observar o que é principal em

cada um dos itens avaliados no PBQP-H:

a) Questões Gerais do SGQ: gere o manual de qualidade e a documentação

comprobatória de melhorias.

b) Responsabilidade da direção da empresa: informar, comunicar e envolver

todos os setores da construtora, participando do processo de implantação do

SGQ

c) Gestão de recursos: implementar e melhorar continuamente o SGW, de

modo a aumentar a satisfação dos clientes.

d) Execução da obra: a obra é o produto da construção civil é para ela que o

SGQ existe. Por isso nessa etapa são observados todos os detalhes ligados

ao planejamento das mais diversas etapas, do memorial descritivo ou projeto

arquitetônico, incluindo a compra de matéria-prima, feita somente de fornece-

dores certificados pelo Simac.

e) Medição, análise e melhoria: mostrar que há meios para aferir que as obras

seguem todas as regras e que o SGQ está plenamente desenvolvido, em

constante melhoria.

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4.8 AUDITORIA DO ÓRGÃO CERTIFICADOR

A última etapa do processo de certificação é a Auditoria Externa feita por um Órgão

Certificador Credenciado contratado pela empresa que almeja o certificado. Ele será res-

ponsável por realizar a auditoria oficial analisando se a organização cumpriu todos os requi-

sitos estabelecidos e, caso aprove, emitir o selo do PBQP-H Nível “A”. Essa etapa pode ser

subdividida em 6 macroetapas conforme a NBR ISO 19011, apresentada na Figura 02.

Segundo Bernardo (2017), o início da auditoria e marcado pela definição de um audi-

tor líder da equipe designada, que será o responsável por conduzir o processo de auditoria

na organização, até que a mesma seja concluída. A equipe de auditoria deve determinar a

viabilidade da auditoria através da existência ou não de informações suficientes e apropria-

das para o planejamento e realização da mesma, tempo e recursos adequados e coopera-

ção adequada do auditado.

Bernardo (2017) afirma que na etapa de peparação das atividades de auditoria, reali-

za-se análise crítica da documentação (registros, relatórios e documentos do sistema de

gestão) existente na organização, de forma a montar um parecer atual da situação da orga-

nização, obter informações para preparar as atividades da auditoria e identificar possíveis

lacunas. Nesta etapa, também defini-se a responsabilidade de cada membro da equipe de

auditoria, em termos de funções, localidades e atividades.

A terceira macroetapa inicia-se com a reunião de abertura com objetivo de confirmar

o acordo entre todas as partes quanto ao plano de auditoria, apresentar a equipe auditora e

assegurar que as atividade de auditoria planejadas podem ser realizadas. Análise crítica da

documentação do auditado são realizadas durante o processo de auditoria para verificar as

conformidades e obter mais informações para apoiar as atividades de auditoria.

Na quarta macroetapa, deve-se preparar o relatório de auditoria de forma que o

mesmo possua todas as informações importantes desde o início do processo. Após sua con-

fecção, o mesmo deve ser emitido em um prazo de tempo acordado, datado, analisado criti-

camente e aprovado conforme apropriado, de acordo com os procedimentos do programa

de auditoria, (Bernardo, 2017).

A conclusão da auditoria se dá quando todas as atividades planejadas foram realiza-

das. Segundo a NBR ISO 19011:2012, convém que os documentos pertencentes à auditoria

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sejam retidos ou destruídos, conforme acordo entre as partes participantes e de acordo com

os procedimentos do programa de auditoria e requisitos aplicáveis.

Por fim, dependendo dos objetivos da auditoria e caso haja não-conformidades, po-

de-se indicar a necessidade para as correções ou ações corretivas, preventivas ou de me-

lhoria. Essas ações costumam ser realizadas pelo auditado dentro de um período de 60 a 90

dias. Vale ressaltar que todos os ajustes precisam ser documentados.

A auditoria externa não ocorre apenas ao final do processo, ela acontece anualmente

para manutenção do certificado.

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5 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DA QUALIDADE IMPLANTA-

DO

Neste capítulo são comentados os métodos, ferramentas e atitudes para a elabora-

ção e implantação de um SGQ na empresa alvo do estudo de caso (ver capítulo 3), confor-

me a sequência dos requisitos do SiAC/PBQP-H 2017.

5.1 PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES

Para tornar possível o desenvolvimento e implantação do SGQ na Construtora é ne-

cessário inicialmente decidir quanto à metodologia a ser seguida como guia. Tendo em vista

o porte e a estrutura da Construtora, optou-se pelo desenvolvimento do SGQ com os recur-

sos internos, considerando a contratação de consultoria externa apenas para auxílio parcial

mediante visitas mensais do consultor. Dessa forma, tornou-se necessário selecionar na

equipe interna o profissional que responderia pela coordenação desse projeto. Foi então

estabelecido o perfil profissional desejado com a descrição das habilidades técnicas e com-

portamentais requeridas para este profissional:

a) Ser organizado;

b) Conhecer a construtora, seu negócio, sua equipe e sua cultura organizacio-

nal;

c) Ter conhecimento do Referencial Normativo do Nível A do SiAC/PBQP-H;

d) Ter liderança;

e) Ter facilidade de relacionamento interpessoal;

f) Ser reconhecido pelo pessoal da construtora como um profissional compro-

metido que agrega valor;

g) Ser proativo.

Após a definição e aprovação do perfil profissional pela direção da Construtora foi

procedida a seleção interna. Após análise da capacidade instalada constatou-se que o pro-

fissional mais indicado era um engenheiro civil que entretanto, tinha somente conhecimento

básico do regimento normativo do SiAC/PBQP-H. O profissional foi consultado e tendo acei-

tado o desafio, optou-se por inscrevê-lo num curso de interpretação de requisitos com dura-

ção de 40 horas.

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Além da responsabilidade pelo desenvolvimento do SGQ da Construtora este profis-

sional foi também designado como Representante da Direção para atender ao requisito

5.5.2. do SiAC/PBQP-H (Representante da direção da empresa).

Definido e habilitado o Representante da Direção foi deliberado que a implantação do

SGQ obedeceria as etapas metodológicas descritas no capítulo 4 desta monografia, obser-

vando naturalmente as limitações estruturais e de recursos da Construtora.

5.2 SENSIBILIZAÇÃO DA EMPRESA

Foram programadas três ações nesta etapa da metodologia de implantação visando

sensibilizar toda empresa com vistas a importância da implantação do SGQ e a obtenção da

certificação no Nível A do SiAC/PBQP-H:

5.2.1 EMISSÃO DE COMUNICADO

Constará da emissão de circular para todos os colaboradores da Construtora comu-

nicando sobre a implantação do SGQ e sobre a meta de obtenção da certificação no Si-

AC/PBQP-H. A circular será emitida pelo Diretor Presidente da Construtora e encaminhada

a todos os colaboradores. Deverão também ser disponibilizadas cópias da circular nos qua-

dros de aviso da empresa existentes na recepção, no refeitório e banheiros/vestiários do

escritório central e dos canteiros de obras.

Na circular o Diretor Presidente além da comunicação deverá conclamar a todos a se

comprometerm com essa nova meta e a se empenharem para que a quailidade seja prati-

cada em todas as atividades da Construtora.

5.2.2 EVENTO DE SENSIBILIZAÇÃO

Considerando que a Construtora tem atualmente 20 colaboradores, sendo 7 no escri-

tório central e 13 nas obras, deverão ser realizados dois eventos de treinamento com dura-

ção de cerca de quatrohoras. Um evento realizado no escritório e outro em cada obra.

Os eventos serão ministrados pelo Representante da Direção com a participação do

Diretor Presidente na abertura e no encerramento de cada evento.

Nos eventos deverá ser informado o que é o SiAC/PBQP-H, para que serve, como

vai ser implantado (etapas), qual a participação de cada colaborador no projeto, como é feita

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a auditoria de certificação. No evento deverá ser prevista dinâmica que possibilite de forma

lúdica a simulação de situações de falta de qualidade no produto e os transtornos que isso

trás para clientes, para a empresa e para cada um dos colaboradores.

5.2.3 BOLETIM DA QUALIDADE

Deverá ser estabelecida a emissão mensal de um Boletim da Qualidade em folha de

papel A4, impresso em cores, para servir de relato do andamento do SGQ na Construtora. O

Boletim deverá ter a sua emissão coordenada pelo Representante da Direção, mas deverá

ter a participação em sua edição de pelo menos um representante da cada obra.

Cuidados especiais deverão ser tomados com a linguagem a ser utilizada no Boletim

devendo ser privilegiado o uso de ilustrações na forma de figuras e fotos.

5.3 DIAGNÓSTICO

Ficou definido que a Direção da empresa junto ao Representante se reunirão com o

propósito de fazer uma análise detalhada de toda a empresa para um mapeamento da atual

situação e levantar os pontos discrepantes com a norma.

Devido a complexidade e abrangência do Sistema, detectou-se a necessidade de

subdividir a reunião em partes e em dias separados para que seja possível um aprofunda-

mento em cada tema a ser tratado gerando um resultado fiel com a atual situação da em-

presa.

Deverão participar da reunião, além da Direção e o Representante, os responsáveis

dos setores envolvidos na ocasião para que estes possam contribuir com os conhecimentos

específicos.

Como sugestão de macrotópicos para as reuniões, definiu-se:

1. Questões Gerais do SGQ

2. Responsabilidades da Direção da Empresa

3. Gestão de Recursos

4. Execução da obra

5. Medição, análise e melhoria

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A empresa poderá usar como referência o Regimento do SiAC/PBQP-H com ajuda

do Representante da Direção para guiar as discussões, aproveitando para traçar um parale-

lo entre os processos já adequados e os que necessitam alteração. Nesse ponto o Repre-

sentante deve tomar nota para nos passos seguintes articular as mudanças a serem feitas.

Para que essa etapa seja bem sucedida é imprescindível que o gestor de cada área

tenha feito o mapeamento de todos processos do seu setor e elaborado o fluxograma para

melhor entendimento das entradas, saídas, documentos necessários e envolvidos. O Re-

presentante deve ter participação ativa nesse processo para melhor entendimento das roti-

nas de trabalho e tudo que a envolve.

Após todas as reuniões, a Direção e o Representante deverão preparar um material

contendo os pontos que necessitam mudança para que na fase de Planejamento seja elabo-

rado um plano de ação para cada item levantado.

5.4 PLANEJAMENTO

Nessa etapa, a Direção e o Representante já deverão ter a ciência dos pontos em

discrepância com a norma e quais são os mais críticos. O Representante deverá se reunir

com cada gestor de área para apresentar o resultado da fase de Diagnóstico e iniciar o pla-

nejamento das ações possíveis para adequação.

5.4.1 DEFINIÇÃO DE METAS, PRAZOS E RESPONSÁVEIS

De posse do resultado do diagnóstico e do fluxograma da área, Representante e

gestor de área farão reuniões para traçarem os planos de ação. Como sugestão de pauta

para as reuniões, ficou definido que será:

a) definido metas e objetivos para a área;

b) definido de indicadores para mensuração de resultados;

c) criação de checklist para organizar as tarefas a serem realizadas (para isso pode-se

utilizar a ferramenta de gestão 5W1H, ela ajudará a definir responsáveis, prazos, ta-

refas, etc).

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5.4.2 RECURSOS NECESSÁRIOS

A Direção da empresa está ciente que para implementação de um SGQ envolve cus-

tos e recursos, porém o próximo passo a ser dado nesse âmbito é realizar um planejamento

financeiro para que os recursos necessários estejam disponíveis quando solicitados.

O responsável do setor financeiro deverá reunir-se com o Representante da Direção

para juntos definirem quais os custos financeiros envolvidos e de que forma isso afetará o

fluxo de caixa da empresa, certificando a viabilidade financeira do processo. Nessa fase a

Direção terá o papel de analisar criticamente o estudo feito pelo financeiro e Representante

e confirmando quais fontes de receita poderão ser utilizadas e o limite de gastos em cada

setor para adequação aos requisitos da norma.

Além de recursos financeiros, a implementação demanda pessoal, por isso será ne-

cessário que o Representante junto a Direção façam um levantamento dos perfis dos funci-

onários a fim de mapear quais estão de acordo com as carasterísticas exigidas para cum-

primento dos requisitos. Após ser mapeado todos os perfis e compatibilizados com o quadro

de funcionários, o Representante deverá avaliar a necessidade de treinamento para os fun-

cionários já pertencentes à empresa ou a contratação de mao de obra mais qualificada.

5.4.3 COMUNICAÇÃO PARA A EMPRESA

Como resultados dessa fase, espera-se que sejam elaborados materiais em folhas

A4 que serão fixados nos murais da empresa para que todos tenham conhecimento do que

está sendo mudado, dos prazos, responsáveis e metas a serem atingidas. Devido ao porte

da empresa, o Representante poderá agendar uma reunião com todos gestores para apre-

sentação dos resultados de cada área para os demais.

Tendo definido as metas e os prazos a serem cumpridos é possível planejar a data

em que será feita a auditoria de certificação do PBQP-H.

5.5 IMPLEMENTAÇÃO DE MUDANÇAS

Ao chegar nesse ponto, espera-se que todos funcionários estejam sensibilizados da

importância do envolvimento no processo de certificação e capacitados para agirem correti-

vamente dentro das suas responsabilidades.

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5.5.1 DOCUMENTAÇÃO

Para atender aos requisitos do Nível do SiAC/PBQP-H deverá ser criado um sistema

de normalização interna com documentos que deverão ser aprovados pela Direção, ser ana-

lisados e atualizados quando necessário, composta dos seguintes documentos:

a) Manual da Qualidade

Conterá os subsetores e tipos de obras abrangidos pelo SGQ, os procedimentos que

serão documentados e instituídos de modo evolutivo e a descrição da sequencia e como

interagem os processos do SGQ.

b) Procedimentos gerenciais

Conterá a definição de como será feita a análise crítica de não conformidades e for-

mas de determinação de suas possíveis causas, bem como a avaliação da necessidade de

planos para correção e evitar que elas ocorram novamente. Deverá conter, também, o regis-

tro dos resultados de ações feitas.

c) Procedimentos executivos de serviço

Conterá os requisitos para realizar e aprovar o serviço, tanto para serviços feitos in-

ternamente quanto por terceiros e deve designar a qualificação do pessoal necessário para

realização do serviço. Lembrando que deve estar em conformidade com os requisitos pro-

postos no anexo “Requisitos Complementares aplicáveis ao subsetor”.

d) Procedimentos de inspeção e monitoramento

Conterá as características iniciais e finais dos materiais e serviços que serão contro-

lados, além de informações de recebimento. As definições dos materiais a serem controla-

dos devem estar de acordo com os “Requisitos Complementares para o subsetor” e para a

certificação Nível “A”, 100% dos serviços executados devem ser controlados.

e) Política da Qualidade

Conterá o compromisso em atender aos requisitos e com a melhoria contínua do

SGQ, o propósito da empresa, deve proporcionar uma estrutura para estabelecimento da

análise dos objetivos da qualidade que deverá ser feita periodicamente para manutenção e

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adequação. Além disso, deverá ser escrita de forma acessível e ser comunicada a todos

funcionários e envolvidos.

f) Plano de Qualidade da Obra

Deverá ser elaborado um Plano para cada obra, de forma que seja documentada e

esteja em acordo com os requisitos do SGQ, contendo os elementos: estrutura organizacio-

nal da obra com as responsabilidades definidas; relação de materiais e serviços controlados;

projeto do canteiro de obras; e demais itens apresentados no PBQP-H Seção 7, item 7.1.1.

g) Registros

Serão instituídos e mantidos registros de todos procedimentos, políticas e manuais

para que se possa ter evidências da conformidade em relação aos requisitos do SGQ. Es-

ses registros devem estar de forma legível, identificados e ser recuperáveis.

5.5.2 AQUISIÇÕES

Será emitido procedimento gerencial para disciplinar as ações de aquisição na cons-

trutora. Após a emissão todos os colaboradores da construtora envolvidos na atividade de

aquisição deverão ser minuciosamente treinados no conteúdo do procedimento gerencial.

O procedimento deverá especificar:

a) Regras para qualificação e avaliação de fornecedores de materiais e presta-

dores de serviços;

b) Padrão mínimo requerido para especificação de materiais e serviços;

c) Passo a passo do processo de solicitação de aquisição, coleta de preços,

contratação, medição e pagamento;

d) Padronização da inspeção de recebimento para verificar a conformidade do

item recebido com o especificado;

e) Padrões para o armazenamento e manuseio correto dos materiais.

O setor de compras da Art Deco deverá garantir que a compra de materiais e contra-

tação de serviços estejam de acordo com os requisitos especificados e o procedimento do-

cumentado. Deverá ser verificada a capacidade do fornecedor em atender a NBR 15575 em

seus produtos ou serviços. Além disso, o setor deverá estabelecer critérios para qualificar

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seus fornecedores de forma que o permita optar por aquele que atenda todos os requisitos

necessários.

Atualmente a Art Deco controla suas compras por meio das notas ficais, conforme fi-

gura 19, porém deverá adequar seu controle de documentos de compra de materiais para

que descrevam claramente o que está sendo comprado, contendo especificações técnicas.

O mesmo deverá ser feito para serviços de projeto, engenharia e laboratorias.

Figura 19 – Controle de NF

(Fonte: Art Deco, 2017)

A verificação do produto adquirido deverá ser intensificada e feita de forma criteriosa

para assegurar que o produto atenda os requisitos especificados. Para auxiliar esse proces-

so, procedimentos documentados de inspeção de recebimento deverão ser criados e manti-

dos.

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5.5.3 EXECUÇÃO DE OBRA

5.5.3.1 Projetos

O ponto chave é a adequação dos projetos com relação aos requisitos dos clientes e

atendimento a NBR 15575 (Desempenho Estrutural, Durabilidade e manutenibilidade, De-

sempenho térmico, Desempenho acústico, Desempenho lumínico).

A empresa deverá fazer a aquisição da NBR para eventuais consultas, fornecer trei-

namentos para que os funcionários do setor de engenharia e obras estejam cientes dos re-

quisitos da norma e criar um procedimento que guiará as ações do projetista para evidenciar

o atendimento aos requisitos da norma e com relação ao atendimento aos requisitos do cli-

ente.

O nível mínimo deverá ser atendido para itens de segurança contra incêndio, segu-

rança no uso e na operação, estanqueidade, saúde, higiene e qualidade do ar, funcionalida-

de e acessibilidade, conforto tátil e antropodinâmico, adequação ambiental.

As saídas dos projetos (Memoriais de Cálculo, Descritivos ou Justificativos, Simula-

ções) deverão ser documentadas de uma maneira que seja possível verificar o atendimento

aos requisitos de entrada.

Após a conclusão do projeto, o setor de engenharia deverá se responsabilizar por fa-

zer uma análise crítica dos projetos para avaliar a capacidade dos resultados atenderem os

requisitos de entrada, garantir a compatibilização de projeto e identificar possíveis proble-

mas indicando ações necessárias.

Para projetos realizados externamente à empresa, a construtora deverá realizar a ve-

rificação da mesma forma para garantir o atendimento dos requisitos e atendimento a NBR

15575.

5.5.3.2 Foco no cliente

Para que o foco seja mantido no cliente é importante que o projeto e, consequente-

mente, a obra atenda ou supere as suas expectativas. Para o caso de obras de edificações

habitacionais a Construtora incluirá no seu escopo de planjeamento da obra reuniões entre

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clientes e responsáveis técnicos a fim de estabelecer requisitos explícitos, bem como aque-

les implícitos e que certificar que ambos atendam as exigências da NBR 15575:2013.

Para que essas reuniões sejam produtivas, o setor de engenharia deverá elaborar

um formulário com os principais pontos comuns aos projetos de edificações que mereçam

ser abordados nas reuniões de pré-projeto, além de pontos específicos ao projeto em ques-

tão. Esse formulário deverá ser preenchido e incorporado a ata da reunião posteriormente

assinado por todos participantes. Isso servirá como documento para certificação do cumpri-

mento das exigências e atendimento dos requisitos de ambas as partes.

É sabido que nem todos requisitos deverão ser engessados na fase de pré-projeto,

portanto, reuniões durante a fase de execução deverão estar previstas a fim de validar o

escopo previamente definido. O mesmo sistema de documentação deverá ser feito nessa

fase.

Ao final da execução da obra, a Construtora deverá elaborar um pós-venda para

identificar os pontos positivos e os negativos desde a concepção incial até a conclusão da

obra. Isso é fundamental para medir a satisfação do cliente e o desempenho do SGQ. O

pós-venda poderá ser feito por meio de um formulário a ser preenchido pelo cliente e envia-

do por e-mail para a construtora. Deve estar contido nesse documento todos os aspectos

envolvidos no empreendimento, passando por qualidade dos acabamentos, custo do em-

preendimento, relacionamento com o cliente e etc.

5.6 AUDITORIA INTERNA

A auditoria interna só será eficiente se os gestores de cada área souberem fiscalizar

uma outra área. Por isso, chegou-se a conclusão que, devido ao porte da empresa, será

fornecido treinamento em auditoria para que cada gestor tenha conhecimento suficiente pa-

ra fiscalizar outra área.

Na fase de Planejamento foi definido metas, objetivos e seus respectivos indicadores

para monitoramento. Durante a fase de implementação de mudanças é fundamental que

seja feito um monitoramento periódico desses indicadores para que garantir que os resulta-

dos planejados estão sendo alcaçados e garantir a qualidade da implementação do SGQ.

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O Representante é o responsável por monitorar o andamento dos processos e os in-

dicadores junto aos responsáveis de cada setor e relatar à Direção o desempenho do Sis-

tema.

Mensalmente será realizada uma reunião com a presença dos gestores de cada

área, do Representante e da Direção para que os gestores apresentem seus painéis de me-

tas e indicadores para que todos possam tomar conhecimento da evolução do SGQ e permi-

tir que correções sejam feitas durante a implementação.

Durante a reunião será o momento da auditoria interna acontecer, em que um gestor

avaliará a área do outro.

Para que a reunião seja produtiva e gere bons resultados, o Representante criará

modelos de painéis padronizados, porém com as metas de cada área e um formulário de

auditoria que deverá ser preenchido pelo fiscal de uma determinada área. Os painéis deve-

rão ser enviados previamente à reunião para todos envolvidos a fim de otimizar o tempo de

reunião.

5.7 AJUSTES FINAIS

Antes da auditoria final de certificação, será necessário a realização dos últimos ajus-

tes das não conformidades. Durante a fase de Planejamento, deverá ser previsto um perío-

do após a última reunião de auditoria interna para que cada gestor corrija possíveis discre-

pâncias nos processos que invalidariam a certificação. Nesse momento, o Representante

exigirá maior rigor nas ações e o cumprimento de 100% do painel de metas e indicadores

criado.

Além dessa tarefa, o Representante deverá fazer um checklist contendo todos os

pontos auditados e certificar o cumprimento deles. Ele deverá orientar os gestores e demais

funcionários como deverão se comportar durante a auditoria final e deixar todos documentos

necessários à postos para caso sejam solicitados.

5.7 AUDITORIA EXTERNA

Após passar por todas as etapas anteriores, acredita-se que a empresa estará ple-

namente preparada para a auditoria de certificação, com todos documentos devidamente

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elaborados, implementados e mantidos, seus funcionários treinados e prontos para atendi-

mento da equipe auditora.

Havendo não conformidades, a empresa terá a oportunidade de efetuar as correções

solicitadas em um determinado prazo.

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6 CONCLUSÕES

O estudo demonstrou que a implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade

requer uma demanda de recurso alta e um envolvimento total dos funcionários, além da atu-

ação direta da diretoria. Porém, todo o esforço é válido quando se analisa os ganhos em

termos de aprendizado, organização, produtividade e qualidade que a empresa teve ao lon-

go do processo. A certificação não só representa um acesso a programas de incentivo fi-

nanceiro, mas sim um ponto de virada da construtora que a levará a ganho de espaço no

mercado e fidelização de clientes.

Dentre as etapas metodológicas para implementação do SGQ, a etapa de Sensibili-

zação e Diagnóstico são as mais importantes. A primeira tem a função de apresentar e sen-

sibilizar todos funcionários que estarão envolvidos no processo, por isso ela deve ser muito

bem planejada e executada para que os colaboradores percebam a real necessidade de

mudança. Caso contrário haverá necessidade de um esforço muito maior para que a certifi-

cação saia do papel, podendo até mesmo não ocorrer.

A segunda etapa mais importante deve ser feita com cautela e o aprofundamento

necessário, para que seja feito um levantamento fiel e real da situação da construtora com

relação a cada requisito. Um diagnóstico superficial gerará um retrabalho no futuro que des-

gastará todos envolvidos, podem afetar a motivação para estarem engajados na implemen-

tação.

Vale destacar que a etapa mais complexa e demorada na implementação é a etapa

de implementação de mudanças, pois nesse momento a empresa efetivamente terá que por

em prática tudo que foi levantado e planejado nas etapas anteriores. Nesse momento, é

feito um trabalho que demanda muita energia e esforço, pois a empresa já possui processos

consolidados e em muitos deles terá que haver readequação com a construtora em opera-

ção. Isso demanda pessoas capazes e eficientes para que a rotina de trabalho não seja pre-

judicada e nem a implementação das mudanças. Os gestores deverão ter domínio pleno de

suas equipes para conseguir manter o nível de motivação e a produtividade altos sem que

esse processo gere desconforto excessivo.

Além disso, foi observado que a implantação do SGQ na empresa estudada é vista

como garantidora de melhoria contínua por apenas um dos sócios, enquanto o outro acredi-

ta apenas ser um caminho para incentivos financeiros. Isso pode dificultar o engajamento

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dos demais funcionários, pois, como visto, a Alta Direção tem papel fundamental na sensibi-

lização dos colaboradores.

O Sistema de Gestão da Qualidade na empresa também contribuirá com a gestão do

conhecimento interno. Hoje a construtora conta com funcionários antigos e que já detém o

saber de todos processos, porém esse conhecimento não está explicíto em documentos o

que pode ser um entrave para o andamento das atividades caso algum colaborador seja

substituído.

De todo modo, pode-se concluir que a adesão a sistemas de gestão da qualidade é

vantajoso para as empresas, mesmo gerando uma carga alta de trabalho, e isso é confirma-

do pelo aumento do número de empresas certificadas a cada ano. Mas para perceber essa

necessidade, a empresa precisa atingir um nível de maturidade em termos de gestão antes

de buscar a implementação.

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