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Sistemática para Identificar e Analisar os Impactos Ambientais Gerados Durante o

Processo Produtivo em Empresas de Pequeno Porte

Tatiane Fernandes Zambrano, UFSCAR, [email protected] Manoel Fernando Martins, UFSCAR, [email protected]

Resumo: Este trabalho foi realizado em seis empresas de pequeno porte da cidade de São Carlos- SP. As empresas pesquisadas pertencem aos setores metal-mecânico, alimentício, têxtil, de plásticos, uma empresa de kit para diagnóstico em laboratórios de análises clínicas e em uma marmoraria. A sistemática consiste no levantamento das entradas e saídas de cada etapa do processo produtivo. Posteriormente, o risco ambiental causado pelas saídas do processo foi analisado através do método FMEA.

1. INTRODUÇÃO Atualmente, as empresas de pequeno porte brasileiras representam 99% das empresas formais na indústria, comércio e serviços (SEBRA, 2004). Desta forma, pode –se dizer que a maioria das empresas brasileiras é de pequeno porte. Assim, o impacto ambiental gerado por estas empresas coletivamente é significativo. Por outro lado, a maioria das pequenas e médias empresas (PMEs) vende seus produtos para as grandes empresas. Atualmente, parte significativa das grandes empresas já possui a certificação NBR ISO 14001 e começaram a exigi-la de seus fornecedores. Desta forma, para as PMEs, a certificação ambiental significa o fortalecimento da sua imagem e a garantia de sua permanência na cadeia de suprimentos a qual pertence. Outro fator relevante para as pequenas empresas se adequarem ambientalmente é o fortalecimento da legislação ambiental brasileira. As empresas que estiverem constantemente avaliando os seus processos em relação aos seus impactos ambientais, certamente estarão evitando problemas com os órgãos fiscalizadores. Diante desta situação, este artigo objetiva propor uma sistemática para identificar e analisar os impactos ambientais gerados durante o processo produtivo de empresas de pequeno porte. 2. PROPOSIÇÃO DA SISTEMÁTICA Inicialmente, a empresa deve analisar as entradas e as saídas de cada operação do seu processo. As saídas que forem matéria-prima ou produto fora de especificação, efluentes, rejeitos e ferramentas no final da vida útil devem ser analisadas. A Figura 1 ilustra a identificação das entradas e saídas das etapas do processo.

Entradas Matérias-primas ou produto em processo; Ferramentas; Óleos lubrificantes, Água;

Energia elétrica.

Etapas do Processo

Saídas Produto em processo;

Produto não-conforme, Ferramentas desgastadas;

Efluentes; Rejeitos.

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FIGURA 1: Entradas e saídas do processo industrial. O próximo passo é a escolha de um método para a análise dos aspectos ambientais relacionados ao processo. Neste artigo foi utilizado o método FMEA para análise das saídas das operações do processo industrial porque este método questiona a causa dos problemas, recomenda ações para mitigar os impactos e fornece valores para os impactos, priorizando as decisões para minimizá-los. Além de ser um método de fácil utilização e pode ser entendido por vários funcionários da organização. Porém outros métodos podem ser adotados, contanto que a organização esteja constantemente levantando os seus impactos ambientais e adotando ações para minimizá-los. Paralelamente a análise dos aspectos ambientais, a organização deve fazer um levantamento sobre a legislação ambiental aplicada a sua atividade para se adequar a estes requisitos. Finalmente, é necessário medir as saídas do processo industrial que causem danos ao meio ambiente. Por exemplo: a quantidade de refugo e de produtos fora de especificação, a água e a energia elétrica consumidas durante o processo industrial, etc. A Figura 2 sintetiza a sistemática para identificar e analisar os impactos ambientais gerados durante o processo produtivo de empresas de pequeno porte.

Observação do processo produtivo

Determinação das entradas e saídas de cada etapa do processo produtivo

As saídas que são matérias-primas fora de especificação, ferramentas no final da vida útil, refugos ou efluentes devem ser analisadas.

Escolha do método de análise dos aspectos ambientais. Levantamento sobre a

legislação ambiental aplicada a empresa

A empresa necessita se adequar à legislação

Sugere-se o método FMEA porque: � Investiga o efeito e a causa dos rejeitos; � Os controles atuais da empresa; � Propõe ações para mitigar os impactos

ambientais � Estabelece a ordem de prioridade para a

implementação das ações

Quantificar as saídas que possam causar dano ambiental

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FIGURA 2: Sistemática para Análise dos Impactos Ambientais do Processo Produtivo

2.1 Aplicação do FMEA para Levantamento dos Impactos Ambientais O método FMEA é utilizado para diagnosticar as falhas potenciais dos produtos ou processos durante a concepção dos mesmos ou para melhorar produtos ou processos já existentes. Porém, este artigo objetivou propor uma sistemática de análise dos impactos ambientais baseada no método FMEA. O FMEA pode ser utilizado para a identificação e análise dos impactos ambientais porque para aplicá-lo é necessário definir de forma seqüencial as características dos impactos ambientais, proporcionando, assim, um melhor entendimento das variáveis relacionadas ao impacto. O Quadro 1 ilustra o formulário utilizado para a aplicação do FMEA.

QUADRO 1: Formulário do FMEA.

Descrição das Saídas - Função

Tipo de Impacto

Ambiental

Efeito do Impacto

Ambiental

Causa do Impacto

Ambiental

Controles Atuais S O D A R

Controles Ambientais -

Ações recomendadas

As colunas deste formulário foram preenchidas da seguinte forma: - “Descrição das saídas – função”: foram descritas as saídas e a sua função durante o processo produtivo; - “Tipo de impacto ambiental”: os impactos ambientais que ocorrem cotidianamente na empresa estudada foram classificados como “real”, por outro lado, os impactos que possam vir a ocorrer foram classificados como “potencial”; - “Efeito do impacto ambiental”: descrevem-se os meios envolvidos com o impacto ambiental, estes podem ser: a água, o solo e o ar; - “Causa do impacto ambiental”: na maioria das vezes, a causa do impacto ambiental é o descarte incorreto dos resíduos e efluentes industriais; - “Controles atuais”: são as atitudes que a empresa pesquisada adota para impedir que ocorra o impacto ambiental. Quando a empresa não adotar nenhuma atitude para mitigar o impacto, esta coluna estará em branco; - As colunas “S”, “O”, “D” “A” e “R” representam a severidade, a ocorrência, a detecção, a abrangência do impacto e o risco ambiental; - “Controles Ambientais - Ações recomendadas”: nesta coluna estão descritas as ações que as organizações deveriam adotar para mitigar os impactos ambientais. Quando os “controles atuais” da organização forem julgados eficazes para mitigar os impactos ambientais não foram recomendadas nenhuma ação.

Para realizar uma análise dos impactos ambientais, utilizando o FMEA, foi necessário adaptar os índices de severidade, ocorrência e detecção do impacto ambiental, além disso, foi acrescentado o índice de abrangência do impacto. Nos Quadros 2, 3, 4 e 5 estão descritos os índices adotados.

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QUADRO 2: Classificações de severidade. Severidade do Impacto Ambiental Classificação

Alta: Produtos muito danosos ao meio ambiente que apresentem as características: corrosividade, reatividade, explosividade, toxicidade, inflamabilidade, patogenicidade e reatividade.

3

Moderada: Produtos danosos ao meio ambiente que possuem longo tempo de decomposição, por exemplo: metais, vidros, plásticos. Também é considerada a utilização de recursos naturais.

2

Baixa: Produtos pouco danosos ao meio ambiente que possuem curto tempo de decomposição. (Exemplos: papelão, tecidos). 1

QUADRO 3: Classificações de ocorrência de impactos ambientais reais.

Ocorrência do Impacto Ambiental Classificação Alta: O impacto ambiental ocorre diariamente. 3

Moderada: O impacto ambiental ocorre mensalmente. 2 Baixa: O impacto ambiental ocorre semestralmente ou anualmente. 1

Adotou-se o índice de ocorrência igual a 1 para os impactos ambientais potenciais.

QUADRO 4: Classificações de detecção.

Detecção do Impacto Ambiental Classificação Baixa: Para detectar o impacto ambiental é necessária a utilização de tecnologias sofisticadas. 3

Média: O impacto ambiental é percebido com a utilização de medidores simples. (Exemplos: hidrômetros, medidor de energia elétrica).

2

Alta: O impacto ambiental pode ser percebido visualmente. 1

QUADRO 5: Classificações de abrangência de impactos ambientais. Abrangência do Impacto Ambiental Classificação

O impacto ambiental ocorre fora dos limites da organização. 3

O impacto ambiental ocorre dentro dos limites da organização. 2 O impacto ambiental ocorre no local onde está sendo realizada a operação. 1

3. ESTUDO DE CASO Para melhor ilustrar a aplicação da sistemática em uma empresa de pequeno porte, será detalhado o estudo completo realizado na indústria alimentícia, incluindo o levantamento das

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entradas e saídas do processo produtivo e a utilização do método FMEA. Já, para as outras empresas onde foi aplicada a sistemática, somente será descrito o método FMEA para as saídas de maior risco ambiental. 3.1 Empresa do Setor Alimentício A empresa estudada se caracteriza pela fabricação de suco de laranja e óleos essenciais, tendo vinte e seis funcionários. Basicamente, os produtos desta empresa são: - Suco de laranja integral: constituído somente pelo suco da fruta. Este produto tem validade de 30 dias; - Suco de laranja concentrado: neste produto 80% da água do suco integral é evaporada, tendo validade de 24 meses quando mantido congelado a temperatura de 18ºC negativos; - Óleo cítrico ou óleos essenciais: este produto pode ser extraído do bagaço da laranja ou do limão. No caso da empresa estudada, ela produz óleo extraído do bagaço da laranja. Este produto pode ser utilizado pelas empresas de móveis, alimentos e cosméticos.

Levantamento dos aspectos ambientais As etapas de produção do suco de laranja integral são: lavagem das laranjas in natura, extração, turbo filtragem, pasteurização e envase. Após a pasteurização, os sucos concentrados ainda passarão pelas etapas de blender e evaporação da água e, finalmente, serão envasados. O levantamento dos aspectos ambientais em cada etapa de produção do suco de laranja está descrito nas Figuras, a seguir.

FIGURA 3: Entradas e saídas da operação de lavagem.

Laranja in natura, com excremento de animais,

poeira, resíduo de adubos, entre outros elementos alheios.

Energia Elétrica

Lavagem com escovas e oito jatos de água

de alta pressão. Inspeção visual de laranjas

inadequadas

Água com poeira, resíduo de adubos, etc → encaminhada para a estação de tratamento de efluentes e retorna ao

processo

Laranjas inadequadas → Encaminhadas para a produção de

pectina cítrica.

Água clorada de 2,5 a 3 partes por milhão

Laranjas em processo

Entradas Entradas

Laranjas em processo

Energia Elétrica

Extratoras

Saídas

Suco + Polpa + Bagaço

Entradas

Restritores (aço inoxidável)

Tubos coadores (aço inoxidável)

Cortadores (aço inoxidável)

Restritores e tubos coadores � são recuperados e reutilizados

Cortadores � encaminhados para empresa de coleta de lixo

Protetor auditivo tipo concha Protetor auditivo � longo

tempo de utilização

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FIGURA 4: Entradas e saídas da operação de extração do suco.

FIGURA 5: Entradas e saídas da operação filtragem.

FIGURA 6: Entradas e saídas da operação de pasteurização.

O processo de pasteurização consiste em trocas térmicas entre vapor d’água com o suco. O vapor d’água é gerado por caldeiras. Os fornecedores de lenha, utilizada na caldeira, devem possuir cadastro no IBAMA e Certificado de Atividade Potencialmente Poluidora – CAPP. Por outro lado, a empresa estudada também necessita ter um cadastro no bIBAMA de consumidora de lenha. As cinzas da caldeira são encaminhadas para aplicação agrícola. A etapa de blender consiste no ajuste, através da adição de suco, das características do suco concentrado. Estas características são: � Brix: quantidade de sólidos presentes no suco (quantidade da fruta); � Acidez; � Ratio: relação entre o Brix e a Acidez.

A água evaporada resultante da fabricação do suco concentrado é reaproveitada para a lavagem das laranjas in natura. O levantamento dos aspectos ambientais das etapas de produção dos óleos essenciais está descrito nas Figuras 7 e 8.

Suco + Polpa + Restos de Bagaço

Energia Elétrica

Turbo Filtros

Suco → Estoque transitório

Polpa e bagaço → utilizados para produção de óleo essenciais, adubo,

ração para animais

Entradas Saídas

Polpa

Bagaço

Bagaço + Polpa moídos

Entradas

Processo de Moagem

Saídas

Energia Elétrica

Energia Elétrica Suco que será concentrado → blender → Evaporador →

Envase de 0 a 4ºC → Produto é vendido ou estocado em câmara

frigorífica a -18ºC

Suco do estoque transitório

Suco integral → Envase

Entradas

Pasteurização (94ºC)

Saídas

Vapor d´ água

Lenha

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FIGURA 7: Entradas e saídas da operação de moagem.

FIGURA 8: Entradas e saídas da operação de centrífuga.

Por outro lado, as entradas e saídas da estação de tratamento de efluentes estão descritas na Figura 9:

FIGURA 9: Entradas e saídas da estação de tratamento de efluentes.

Bagaço + Polpa moídos

Bagaço + polpa → usados como adubo

Entradas

Centrífuga

Saídas

Energia Elétrica

Água → vendida para ser reaproveitada

Óleos essenciais

Efluentes resultantes do processo de

fabricação de suco

Água limpa → retorna ao processo e o excedente retorna a rede pública

Entradas

Estação de tratamento de

efluentes

Saídas

Energia Elétrica

Lodo → utilizado como adubo nas fazendas do grupo proprietário da

empresa

Esgoto da empresa

Produtos utilizados para correção de PH

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3.2 Considerações sobre as empresas estudadas Estas considerações são sobre as empresas dos setores metal- mecânico, têxtil, de plástico de kits para diagnóstico e marmoraria. No Quadro 7, tem-se a caracterização das empresas estudadas.

QUADRO 7: Caracterização das Empresas Estudadas. Empresa /

Ano de Fundação

Nº de Funcionários Produto Etapas do Processo

Metal – Mecânica /

década de 70 50 pinos para pistão

Torneamento, centrífuga, tamboreador, furação, retífica, aplicação de óleo protetivo e

classificação.

Têxtil / década de 50 32

Prestação do serviço de tingimento de tecidos de

algodão e poliéster

Costura dos lotes de produção, limpeza e purga, tingimento,

endireitamento do tecido na máquina hidroestratora, as etapas de secagem e

compactação do tecido.

Plásticos / 1994 36

Tubos e mangueiras de Policloreto de Vinila

(PVC),

Pesagem e mistura dos insumos, extrusão e acabamento das

extremidades do tubo.

Kit para Diagnóstico /

1991 22

Kits para diagnóstico, com os componentes:

- Soro positivo (soro contaminado com a doença

que se irá pesquisar); - Soro negativo (soro que não está contaminado com

a doença que se irá pesquisar);

- Antígeno que será adicionado ao soro do

paciente para a realização do exame.

Fabricação do soro negativo: a diluição do soro negativo, o controle

de qualidade e a repartição da solução diluída nos frascos em que serão

comercializados. Fabricação do soro positivo e do

antígeno: a determinação do título do soro positivo ou da solução do

antígeno, a diluição do soro positivo ou da solução do antígeno, o controle de qualidade e a repartição da solução

diluída nos frascos em que serão comercializados.

Marmoraria / 1973 25

Produção de pias, lavatórios, soleiras,

escadas, mesas, jazidos, pisos e revestimentos em

geral.

Polimento da chapa de mármore ou granito (quando esta não é adquirida polida), corte da chapa e acabamento

final.

3.3 Análise dos impactos ambientais das empresas estudadas Em seguida, será realizada uma reflexão sobre os impactos ambientais diagnosticados nas empresas dos setores metal-mecânico, têxtil, de plásticos, de kits para diagnóstico e na marmoraria. Consumo de energia elétrica Nenhuma das empresas estudadas relataram a implementação de programas que visavam minimizar a quantidade de energia elétrica consumida.

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Os exemplos de iniciativas para minimizar a quantidade de energia elétrica podem ser: � Na compra de novos equipamentos, a empresa deve preferir os que consomem menor

quantidade de energia elétrica; � A organização deve atuar continuamente na melhoria de seus processos, visando

minimizar a energia elétrica consumida; � Substituição das lâmpadas incandescente por fluorescente; � Conscientização dos funcionários, quanto ao desperdiço de energia elétrica. Consumo de Água Em relação ao consumo de água pelo processo industrial, basicamente foram diagnosticados três posturas diferentes entre os empresários das empresas estudadas: As empresas de plásticos e a marmoraria tratavam a água e a reutilizavam internamente. Desta forma, a aplicação do método FMEA está descrito abaixo:

QUADRO 8: FMEA das empresas de plásticos e na marmoraria. Descrição

das Saídas - Função

Tipo de Impacto

Ambiental

Efeito do Impacto

Ambiental

Causa do Impacto

Ambiental

Controles Atuais S O D A R

Controles Ambientais -

Ações recomendadas

Consumo de água Real

Utilização de recursos

naturais

A água é utilizada

no polimento e corte das

chapas

A água é encaminhada

para uma estação de

tratamento de efluentes e retorna ao processo

2 3 2 2 24

Melhoria contínua dos

processos para minimizar o consumo de

água.

Os fatores motivadores relatados por estas empresas foram: cumprimento as exigências legais e economia de água. A empresa do setor de plásticos citou que sem o tratamento e a reutilização da água o processo industrial seria inviável economicamente. A segunda postura encontrada entre as empresas estudadas, foi apenas o tratamento da água antes de retorná-la na rede pública, porém sem o reaproveitamento da mesma. Encontrava-se nesta situação a empresa têxtil. O exemplo do FMEA da indústria têxtil está descrito a seguir:

QUADRO 9: FMEA da empresa têxtil.

Descrição das

Saídas - Função

Tipo de Impacto

Ambiental

Efeito do Impacto

Ambiental

Causa do Impacto

Ambiental

Controles Atuais S O D A R

Controles Ambientais -

Ações recomendadas

Consumo de água Real

Utilização de recursos

naturais

A água é utilizada

no processo

A água é encaminhada para a estação de tratamento de efluentes e não retorna ao

processo

2 3 2 2 24

Melhoria contínua dos processos para

minimizar o consumo de água.

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O fator motivador para o tratamento da água na indústria têxtil é a exigência legal. Por outro lado, a empresa de kits para diagnósticos descontamina com hipoclorito os efluentes de seu processo para evitar uma possível contaminação da população, caso seus efluentes sejam descartados no esgoto sem tratamento. Na terceira postura encontra entre as empresas estudadas, foi a da empresa metal-mecânica que não trata a água. Neste caso, a aplicação do método FMEA está descrito abaixo:

QUADRO 10: FMEA da empresa metal- mecânica. Descrição

das Saídas - Função

Tipo de Impacto

Ambiental

Efeito do Impacto

Ambiental

Causa do Impacto

Ambiental

Controles Atuais S O D A R

Controles Ambientais -

Ações recomendadas

Água - Misturada

com os óleos

Real Utilização de recursos

naturais

Não há proteção nas

máquinas para evitar o desperdício

- 2 3 2 3 36

Fixação de proteção nas

máquinas para que as gotas

expelidas retornem ao

processo. Melhoria

contínua dos processos para minimizar o consumo de

água. Lodo da estação de tratamento de efluentes A empresa do setor têxtil dispõe o lodo diretamente no solo. Já, as empresas de plásticos e a marmoraria encaminham o lodo para a empresa de coleta e lixo da cidade. Ao contratar uma empresa para realizar o serviço de coleta de lixo, o empresário deve se certificar da idoneidade da mesma. Uma das formas de verificar a responsabilidade da empresa contratada é checar junto à prefeitura, se esta empresa paga devidamente as taxas de utilização do aterro sanitário municipal. A avaliação dos impactos ambientais do lodo das estações de tratamento de efluentes das empresas têxtil, plásticos e marmoraria, respectivamente, está descrito no Quadro a seguir.

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QUADRO 11: FMEA das empresas têxtil, plásticos e da marmoraria.

Descrição das

Saídas - Função

Tipo de Impacto

Ambiental

Efeito do Impacto

Ambiental

Causa do Impacto

Ambiental

Controles Atuais S O D A R

Controles Ambientais -

Ações recomendadas

Lodo da estação de tratamento

de efluentes

da empresa

têxtil

Real Contami-nação do

solo

O lodo é descartado no solo. O lodo não contém metais

pesados

- 2 3 1 3 18

O lodo deve ser destinado a um aterro apropriado

que impeça a contaminação

dos lençóis freáticos.

Lodo da estação de tratamento

de efluentes

da empresa

de plásticos

Real Contami-nação do

solo

Não há utilização para este material

O lodo é secado e

peneirado. O material

peneirado retorna ao

processo. O material retido na peneira é

encaminhado para empresa de coleta de

lixo

2 3 1 3 18

A empresa estudada deve se certificar

que este resíduo foi destinado a um aterro sanitário

Lodo da estação de tratamento

de efluentes

da marmora-

ria

Real Contami-nação do

solo

Não há utilização para este material

O lodo é encaminhado para empresa de coleta de

lixo

2 3 1 3

18

A empresa estudada deve se certificar

que este resíduo foi destinado a um aterro sanitário

Atualmente, a disposição final dos lodos das estações de tratamento de efluentes em aterros sanitários ainda é a única solução mais viável ecologicamente. Consumo de óleo lubrificante / refrigerante A empresa metal-mecânica estudada se caracteriza por consumir grande quantidade de óleo refrigerante durante o processo de corte da matéria-prima e da furação das peças. Durante a usinagem dos produtos, o óleo refrigerante sofre degradação, assim, após a vida útil, estes óleos devem ser encaminhados para o rerrefino em uma empresa cadastrada na Agência Nacional de Petróleo (ANP). Porém, a empresa estudada não tem conhecimento do destino final do óleo. Também é importante lembrar que esta empresa desperdiça uma quantidade significativa de óleo refrigerante. Quando a fábrica é lavada este óleo é arrastado para o esgoto, causando um impacto ambiental significativo e infringindo a legislação brasileira que proíbe o descarte de óleo em esgoto.

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A aplicação do método FMEA para a empresa metal-mecânica está representada no quadro a seguir.

QUADRO 12: FMEA da empresa metal- mecânica.

Descrição das Saídas - Função

Tipo de Impacto

Ambiental

Efeito do Impacto

Ambiental

Causa do Impacto

Ambiental

Controles Atuais S O D A R

Controles Ambientais -

Ações recomendadas

Óleo de corte

desperdi-çado

Real

Contami-nação do solo e da

água

Quando a fábrica é lavada, o óleo do chão é

arrastado para o esgoto

- 3 3 1 3 27

Instalação de uma estação de tratamento de

efluentes

Óleos de corte que

já não podem ser reaprovei-

tados

Real

Contami-nação da

água ou do solo

O óleo não é encami-nhado para

empresa cadastrada na Agência Nacional de

Petróleo

Encaminha-do para outra

empresa. Não se tem

conheci-mento do

destino final do óleo.

3 2 1 3 18

De acordo com a legislação,

todo o óleo já utilizado deve ser destinado

para o rerrefino em empresa

cadastrada na ANP

Por outro lado, a empresa de plásticos retorna o óleo para o fornecedor. Neste caso, o FMEA está representado no Quadro 13.

QUADRO 13: FMEA da empresa de plásticos.

Descrição das Saídas -

Função

Tipo de Impacto

Ambiental

Efeito do Impacto

Ambiental

Causa do Impacto

Ambiental

Controles Atuais S O D A R

Controles Ambientais -

Ações recomendadas

Óleo lubrificante utilizado na extrusora

Potencial Contami-nação do

solo / água -

O Óleo é devolvido

para o fornecedor

3 1 1 3 9 -

Embalagens de Matéria-prima Em relação às embalagens de matérias-primas, as empresas estudadas tiveram três posturas distintas. As empresas metal-mecânica, têxtil e da marmoraria descartam as embalagens de matéria-prima em lixo comum. Neste caso, a aplicação do método FMEA está descrita no Quadro 14.

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QUADRO 14: FMEA das empresas metal-mecânica, têxtil e da marmoraria.

Descrição das Saídas -

Função

Tipo de Impacto

Ambiental

Efeito do Impacto

Ambiental

Causa do Impacto

Ambiental

Controles Atuais S O D A R

Controles Ambientais

- Ações recomendadas

Embalagens de insumos – embalagens de papelão ou plástico

Real Contami-nação do

solo

Uso de embalagens não

retornáveis – Estas

embalagens são encaminhadas para a empresa

de coleta de lixo

- 2 3 1 3 18

As embalagens devem ser

encaminha-das para a reciclagem

A empresa do setor de plástico encaminha as embalagens de matéria-prima para a reciclagem. Somente a embalagem do estabilizante de sais de chumbo que é devolvida para o fornecedor. Assim, o FMEA está descrito no Quadro 15.

QUADRO 15: FMEA da empresa de plásticos.

Descrição das Saídas -

Função

Tipo de Impacto

Ambiental

Efeito do Impacto

Ambiental

Causa do Impacto

Ambiental

Controles Atuais S O D A R

Controles Ambientais -

Ações recomendadas

Embalagem do

estabilizante de sais de chumbo

Potencial Contami-nação do

solo / água -

Estas embalagens

são devolvidas

para o fornecedor

3 1 1 3 9 -

Embalagens de matéria-

prima, insumos –

embalagens de papelão

Potencial Contami-nação do

solo -

Estas embalagens

são encaminhadas

para a reciclagem

1 1 1 3 3 -

As embalagens de antígeno da empresa de kit para diagnóstico são consideradas como resíduos patogênicos. Assim, a avaliação do impacto ambiental está descrito abaixo.

QUADRO 16: FMEA da empresa de kits para diagnóstico.

Descrição das Saídas -

Função

Tipo de Impacto

Ambiental

Efeito do Impacto

Ambiental

Causa do Impacto

Ambiental

Controles Atuais S O D A R

Controles Ambientais -

Ações recomendadas

Embalagens do insumo: Antígeno –

garrafas plásticas ou

de vidro

Potencial Contami-nação do

solo -

As garrafas passam pelo processo de

autoclave e são descartadas

como resíduos de saúde

3 1 1 3 9 -

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Resíduos Patogênicos A empresa de kits para diagnóstico trabalha com materiais patogênicos. Desta forma, os rejeitos dos testes de qualidade são descontaminados com hipoclorito e descartados no esgoto. Esta procedimento é viável porque a quantidade destes rejeitos é praticamente insignificante para causar qualquer doença nos seres vivos ou prejuízos ao meio ambiente. Por outro lado, os kits com o prazo de validade vencido passam pelo processo de autoclave. Posteriormente, estes resíduos são embalados em sacos plásticos brancos leitosos e são descartados como resíduos de saúde. Esta empresa estudada se preocupou em verificar, junto à prefeitura de São Carlos, a idoneidade da empresa contratada para a coleta dos resíduos de saúde. Além disso, a empresa de kits para diagnóstico possui um contrato com a empresa de coleta destes resíduos especificando as responsabilidades da mesma.

QUADRO 17: FMEA da empresa de kits para diagnóstico. Descrição das Saídas - Função

Tipo de Impacto

Ambiental

Efeito do Impacto

Ambiental

Causa do Impacto

Ambiental Controles Atuais S O D A R

Controles Ambientais -

Ações recomendadas

Rejeitos dos testes

de controle de

qualidade dos kits

Potencial Contami-nação da

água -

Estes rejeitos são descontaminados com hipoclorito e

descartados no esgoto

3 1 1 3 9 -

Kits com prazo de validade vencido

Potencial

Contami-nação do solo e da

água

Kits que foram

fabricados, porém não

foram vendidos

O kit é inserido em uma autoclave

para descontaminação, posteriormente é descartado como resíduo de saúde

3 1 1 3 9 -

4. Conclusão O principal objetivo deste artigo foi propor uma sistemática para identificar e analisar os impactos ambientais gerados durante o processo produtivo de empresas de pequeno porte. Esta sistemática pode ser utilizada como uma referência para os pequenos empresários começarem a diagnosticar os impactos ambientais de seus processos produtivos. A importância desta sistemática está no fato da mesma focar os pequenos empresários, tentando sensibilizá-los quanto à questão ambiental. Convém lembrar que a maioria das empresas brasileiras é de pequeno porte, assim o impacto ambiental gerado por estas empresas coletivamente é significativo. Por outro lado, após a realização das visitas nas empresas foi possível concluir que os pequenos empresários entrevistados ainda não possuem uma forte preocupação na adequação ambiental de seus processos. As ações que estas empresas realizaram para minimizar os impactos ambientais de seus processos tiveram como fatores motivadores: a preocupação em atender as exigências do órgão fiscalizador e o retorno financeiro. Esta conclusão se deve ao fato de que as empresas pesquisadas citaram várias vezes que tratavam a água ou encaminharam seus resíduos para a reciclagem porque o órgão fiscalizador exigia ou porque tal ação gerava um retorno financeiro satisfatório.