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8/6/2019 ET-010 Euclides de Freitas Couto
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Turismo em Pirapora/MG: um estudo de caso sobre a percepo dos residentes
locais
Euclides de Freitas Couto1
Ricardo Dias da Costa2
Eduardo Trindade Bahia3
INTRODUO
O turismo uma atividade que, estando em um nvel elevado de desenvolvimento,
pode servir de base para a economia de uma regio ou uma localidade especfica,
requerendo, entretanto, especial ateno para os impactos ambientais, econmicos e
socioculturais que provoca. uma atividade que consome espao geogrfico: exige a
construo de infraestrutura, utilizao de recursos variados, integrao da populao
nativa e pode degradar o ambiente (BISSOLI, 2001).
Dados obtidos no Ministrio do Turismo mostram que a atividade turstica vem
aumentando, consideravelmente, sua participao no PIB nacional. A variao da
receita cambial turstica no Brasil de 1995 a 2006 chegou, neste ltimo ano, ao valor de
US$ 4,32 bilhes (BRASIL, 2007).
A partir do ano de 1995, o governo brasileiro adotou algumas polticas que visavam ao
desenvolvimento do turismo partindo de uma base local: o Plano Nacional de
Municipalizao do Turismo PNMT, do governo Fernando Henrique Cardoso e o
Plano Nacional de Turismo PNT, do governo Luiz Incio Lula da Silva vm
promovendo a reestruturao do planejamento turstico no Brasil por meio da
capacitao dos municpios para o desenvolvimento nas reas econmica, social ecultural. Em ltima instncia, elas visam ampliar a gerao de emprego e renda nas
comunidades, fazendo com que a populao local no se veja na necessidade de
migrar para alcanar sua ascenso social. (BRASIL, 2007). Muitos municpios
brasileiros apresentam potenciais tursticos mal explorados por falta de planejamento e
conhecimentos tcnicos na rea de turismo, agravados, em alguns casos, pela
1 Doutor em Histria, Professor Adjunto, Centro Universitrio UNI-BH, e-mail: [email protected] Mestre em Turismo e Meio Ambiente, Professor auxiliar, Centro Universitrio Newton Paiva. e-mail:[email protected] Doutor em Cincias Del Mar, Professor Adjunto, Centro Universitrio UNA, e-mail:[email protected].
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deteriorao ambiental, que compromete as atividades tursticas nesses municpios,
visto que tais atividades dependem da harmonia e da sustentabilidade do espao
geogrfico para se desenvolver.
O presente trabalho visa analisar o desenvolvimento da atividade turstica no municpiode Pirapora, a partir da viso dos residentes e gestores locais de organizaes
relacionadas com o turismo e sua capacidade de melhorar as condies
socioeconmicas daquela comunidade no perodo de 2002 a 2009, perodo este que
coincide com retomada das atividades tursticas do Vapor Benjamim Guimares. A
anlise do perodo possibilitou melhor conhecimento sobre a utilizao do Vapor
Benjamim Guimares, um atrativo turstico nico, que pode contribuir para melhorar a
imagem da cidade, dinamizar a economia e a cultura da regio e ainda preservar omeio ambiente.
Ao tomarmos o planejamento e a gesto como processos essenciais para o
desenvolvimento do turismo, foi fundamental analisar e destacar o papel da iniciativa
pblica por meio de uma vontade poltica expressa e da deciso de contribuir com
todos aqueles que esto empenhados no desenvolvimento do turismo na regio de
Pirapora no perodo estudado. A anlise dos diversos componentes econmicos,
sociais, polticos, ambientais e culturais e a relao destes componentes com a
sociedade do destino turstico, confirmou a relevncia da atividade turstica para a
cidade. Nesse sentido, sugerimos que, a partir deste estudo, as autoridades brasileiras
tenham uma pequena amostra do diagnstico turstico da regio, a qual possa servir
como base para tomada de decises que colaborem para o desenvolvimento local.
2. REFERENCIAL TERICO
2.1. Municpios Tursticos
Como o turismo uma atividade que se desenvolve por meio de atrativos localizados,
utiliza servios e gera impostos, primordialmente, no municpio, mais adequado que
se concentre os processos de planejamento e gerenciamento na esfera municipal. Tal
medida visa envolver ao mximo a comunidade local nas polticas de desenvolvimento
do turismo, vinculando-a aos programas a serem implantados. Nesse sentido, o PNMT
procurava conscientizar os municpios sobre o fato de que somente a presena de
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atrativos ou potencial turstico, no era garantia de que a atividade iria,
necessariamente, se desenvolver. A atividade turstica s poder produzir benefcios
sociais, econmicos, histrico-culturais e ambientais, se for planejada e gerenciada no
mbito de uma poltica que considere as especificidades das dinmicas local, regional,
nacional e at internacional.
Com a criao do Ministrio do Turismo em 2003, surgiu no Brasil um novo modelo de
gesto pblica. Tendo como princpios a descentralizao e participao, a proposta
inicial previa a constituio de um sistema nacional de gesto do turismo: um ncleo
bsico formado pelo Ministrio do Turismo, Conselho Municipal de Turismo (CONTUR)
e pelo Frum Nacional de Secretrios e Dirigentes Estaduais de Turismo.
Complementando essa rede de gesto descentralizada apresentavam-se os Fruns eConselhos Estaduais de Turismo, alm de ouras entidades de relevncia estadual
vinculadas ao turismo (BRASIL, 2007.)
2.2. Turismo e desenvolvimento local
importante ressaltar que em um destino turstico h uma inter-relao entre as
diversas instncias polticas, refletindo, por consequncia, a prpria complexidade da
dinmica social presente na atualidade. Muito provavelmente, os impactos em uma
determinada rea, provocaro reflexos em outras. Assim, os articuladores dessas
polticas precisam construir uma viso holstica, buscando considerar todos os
possveis impactos e transfiguraes scio-ambientais e culturais que a atividade
turstica ir desenvolver com as outras reas da sociedade (LICKORISH, JENKINS,
2000). Independente do tamanho da atividade turstica e da importncia que o governo
da atividade, o setor pblico deve atuar em quatro frentes especficas: polticas,
planejamento, desenvolvimento e regulamentao.
Nessa perspectiva, a incorporao do turismo a um projeto de desenvolvimento local
deve levar em conta os diversos setores relacionados ao turismo e a oferta e demanda
do produto turstico. Essa diversidade de setores pode gerar idias e percepes
conflitantes entre si. Por conseguinte, esta situao deve ser avaliada antes de
qualquer deciso quanto a eleger a atividade turstica como um catalisador para o
desenvolvimento de qualquer municpio.
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Para Cruz (2000), cabe poltica pblica de turismo o estabelecimento de metas e
diretrizes que orientem o desenvolvimento socioespacial da atividade, tanto no que
tange a esfera pblica, como no que se refere iniciativa privada. Na ausncia da
poltica pblica, o turismo desenvolve-se revelia, ou seja, ao sabor de iniciativas e
interesses particulares. As polticas pblicas, ao serem planejadas devem estarancoradas na dicotomia trabalho-lazer, que se manifesta na ascenso do turismo no
sculo XX.
A partir dessas premissas, fica evidenciado que o desenvolvimento econmico
decorrente da atividade turstica no deve ser considerado o elemento basilar para o
desenvolvimento turstico em determinada regio. A atividade turstica sustentvel deve
em considerar, prioritariamente, as determinantes socioculturais e ambientaisobservadas no mbito local. , nessa perspectiva, que o residente deve ser ouvido em
relao s suas expectativas quanto ao desenvolvimento do turismo em seu municpio,
conforme sinaliza Brian Goodey:
O desenvolvimento sustentvel requer que as comunidades locais, mesmo emvista das limitaes polticas impostas pelo Estado, obtenham maior controlesobre seus recursos e seu futuro. Tal controle possibilita uma considervelredefinio do que se constitui de fato os recursos e o futuro das localidades.(GOODEY, 2005, p.48)
Nessa lgica, a incerteza do sucesso na implantao de processos que propiciem o
desenvolvimento de uma atividade turstica deve ser relativizada em funo de que a
necessidade de aporte financeiro, por parte da iniciativa privada e das instituies
pblicas, visto que qualquer projeto, por melhor que seja, est cercado de incertezas
no desenvolvimento, quer seja na rea industrial, comercial e/ou prestao de servios.
2.3- Relao entre o desenvolvimento do turismo e o residente de destinostursticos
A relao turista versus residente , necessariamente, uma instncia conflituosa que
pode gerar impactos positivos e/ou negativos para ambas as partes. Cabe, no entanto,
aos administradores do turismo, atentar-se e mediar os possveis impactos decorrentes
dessa querela. Segundo Theobald (2002), a relao turista/residente pode trazer
consequncias negativas para a comunidade local. Segundo ele, poder haver um
recuo da comunidade no que diz respeito ao apoio ao turismo, causando impactoseconmicos e polticos importantes.
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Em pesquisa realizada com residentes da cidade de Pirapora realizada por Costa
(2003), foram aplicados 519 questionrios. Alguns resultados relevantes desta
pesquisa merecem destaque. Quando perguntados se a cidade possua condies de
receber turistas, 73,8% dos respondentes alegaram que o maior entrave aodesenvolvimento do turismo na cidade, era a pouca atuao dos agentes pblicos
responsveis por tais atividades em Pirapora. Dentre as questes apontadas pelos
residentes como relevantes para a melhoria das condies de receber os turistas, o
maior porcentual (55,8%) apontou a alternativa referente infraestrutura da cidade
(saneamento bsico, acesso, transporte, comunicao e segurana). Por sua vez, o
desempenho da administrao pblica do turismo foi vista como ineficiente pelos
entrevistados, uma vez que 58,1% dos respondentes classificaram-na como ruim.Apesar desse fato, a crena nos benefcios que o desenvolvimento da atividade
turstica poderia trazer para cidade, foi constatada em 89% dos entrevistados.
Na mesma ocasio, foi realizada por Costa (2003), outra pesquisa com empresrios de
Pirapora, sendo aplicados 40 questionrios divididos entre o trade turstico e o
comrcio em geral. Nesta pesquisa, com relao ao desenvolvimento do turismo no
municpio, houve opinies equilibradas: 30,6% dos respondentes classificaram como
boa, 38,9% classificaram como ruim e o restante, 30,6% classificaram como regular. O
rio So Francisco foi indicado como maior fator motivacional para o desenvolvimento
do turismo no municpio. No entanto, 57,5% dos respondentes entenderam que o
planejamento do turismo, na cidade, era ruim, fato que justificou a viso de poucas
perspectivas para o crescimento da atividade. A aferio mais curiosa, entretanto, foi
constatar que 77,5% dos respondentes no viam as ms condies ambientais do rio
como entrave para o desenvolvimento turstico do municpio. Esse dado, em certa
medida, pode nos revelar a ausncia e/ou a pouca conscincia ambiental dos
moradores de Pirapora.
Em funo da situao provocada pela globalizao, o fenmeno turstico passa por
um questionamento em relao aos seus aspectos: o meio social e o econmico. No
aspecto social deve ser analisada a viso da comunidade local em relao ao turismo.
As expectativas das comunidades nem sempre so consideradas e este um dos
grandes problemas encontrados quando se trata de implantao de um plano de
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desenvolvimento econmico, baseado na comunidade local, e visando
sustentabilidade desta.
METODOLOGIA
Este trabalho teve incio a partir da elaborao do referencial terico que trata de uma
reviso bibliogrfica das diversas vertentes do turismo nacional e internacional,
buscando justificar a relevncia da atividade turstica e a sua contribuio para o
desenvolvimento sustentvel de um destino turstico. A partir dessas anlises, foram
realizadas pesquisas empricas, documentais e de opinio com os moradores.
A atualizao do levantamento dos atrativos tursticos e outras atividades tursticas dacidade (oferta turstica) foi realizada atravs de pesquisas emprica, documental e
entrevistas com os responsveis pelos rgos pblicos de turismo e os operadores de
mercado, que so os hoteleiros, agentes de viagens, e outros.
Utilizou-se a pesquisa de opinio atravs de questionrio, para conhecer a percepo
dos moradores de Pirapora em relao situao do turismo local que foi realizada no
perodo da Semana Santa de 2009. A pesquisa do tipo descritivo estatstico amostral,de forma aleatria simples, utilizou-se a aplicao de questionrios estruturados, na
forma de entrevistas diretas pessoais com perguntas fechadas. Desta forma foi
possvel ter uma viso bem prxima realidade de pensamento dos diversos setores
da comunidade.
Para o desenvolvimento da pesquisa, considerou-se o universo de pesquisa composto
pelos residentes em Pirapora/MG. Foi aplicado o maior nmero possvel de
questionrios aos residentes no perodo da semana santa de 2009, o que permitiu
obter amostra da populao de 285 questionrios respondidos. Baseado nesta amostra
calculou-se o erro conforme mostrado no QUADRO 1.
QUADRO 1Clculo do erro da pesquisa
Frmula:n = _ . p . q . N
e(N-1) + . p . q
Varivel Descrio Valor utilizado/obtidon tamanho da amostra 285
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nvel de confiana escolhido, expresso emnmeros de desvios- padro
30
p porcentagem com a qual o fenmeno severifica
70
q porcentagem complementar (100 p) 30N populao 50.000e erro mximo permitido 5,5%
3.1. Apresentao e Anlise dos Dados
O tempo de residncia, na cidade, foi determinante para justificar as respostas sobre a
capacidade da cidade em receber turistas. Os mais antigos tm posies definidas e
claras quanto a isso. Dos 163 respondentes do sim, 133 residem h mais de 15 anos
na cidade e dos 117 que responderam no, 97 tambm residem h mais de 15 anos
em Pirapora. O tempo de residncia propicia, tambm, um maior conhecimento das
potencialidades e restries tursticas da cidade, e permitem uma tomada de posio
clara e firme, pouco sujeita a situaes de momento, como mostra da Tabela1
TABELA 1Cruzamento das perguntas sobre:
As condies da cidade receber turistas versus tempo de residncia em PiraporaTempo de residncia em Pirapora
Menos de04 anos Entre 05 e08 anos Entre 08 e10 anos Entre 10 e15 anos Acima de 15anos Total
A cidade temcondies de
receberturistas?
Sim 6 6 0 18 133 163
No 6 2 2 10 97 117
Total12 8 2 28 230 280
4,3% 2,9% ,7% 10,0% 82,1% 100,0%Fonte: pesquisa prpria
A tabela 2 apresenta o cruzamento da questo sobre se a cidade tem condies de
receber turistas versus a faixa etria.
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TABELA 2Cruzamento das perguntas sobre:
As condies da cidade de receber turistas versus faixa etria do entrevistadoFaixa etria do Entrevistado
Menos de15 anos
Entre 15 e20 anos
Entre 20 e25 anos
Entre 25e
30 anos
Acima de35
anos
Total
A cidade temcondies de
receberturistas?
Sim 10 63 39 19 32 163
No 4 34 28 33 18 117
Total14 97 67 52 50 280
5,0% 34,6% 23,9% 18,6% 17,9% 100,0%Fonte: pesquisa prpria
Tomando como base o cruzamento apresentado, nota-se que dos residentes
entrevistados, uma pequena maioria (163 dos 280) acha que a cidade oferece
condies para receber turistas. Destes, 62,6%, que representam os jovens com idade
entre 15 e 25 anos, optou pelo sim, no que diz respeito s condies de receber
turistas, mas h que se levar em conta os 117 que responderam no, porque 53%
deles esto na mesma faixa do sim. Esta diviso pode ser justificada em funo do
momento scio educacional em que vivem os jovens dessa faixa etria: trmino de um
ciclo da vida acadmica e incio de outro, bem como a insero no mercado de
trabalho.
Analisando as tabelas 3 e 4, que tratam dos impactos causados pela atividade turstica
no municpio, os respondentes demonstram maturidade ao perceber que os impactos
positivos podem ser percebidos nas reas sociocultural, econmica e ambiental. E
mais, so coerentes quando destacam que os impactos negativos so mais evidentes
no meio ambiente, espao onde o turismo se desenvolve.
TABELA 3rea em que a movimentao turstica causa impacto positivo
Freqncia Percentual Vlido Percentual CumulativoScio-cultural 12 4,2 4,2Econmica 76 26,9 31,1Ambiental 16 5,7 36,7
Todas 173 61,1 97,9No souberesponder
6 2,1 100,0
Total 283 100,0Fonte: pesquisa prpria
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Em pesquisa realizada por Costa (2003), foi constatado que 41,9% dos 519
respondentes percebiam a atuao da administrao publica do turismo local como
boa e regular. Na pesquisa realizada em 2009, como demonstra a tabela 5, esse
percentual subiu para 73%. Isso pode ser justificado pelo trabalho desenvolvido pelas
diversas instncias que atuam para o desenvolvimento do turismo nacional, estadual emunicipal. Corrobora com essa justificativa a constatao por meio da tabela 6, que
trata da percepo que os residentes tm da melhoria das condies econmicas do
municpio e dos impactos positivos causados pela atividade.
TABELA 4rea em que a movimentao turstica causa impacto negativo
Freqncia Percentual Vlido Percentual CumulativoScio-cultural 29 10,2 10,2Econmica 8 2,8 13,0Ambiental 230 80,7 93,7No souberesponder
18 6,3 100,0
Total 285 100,0Fonte: pesquisa prpria
TABELA 5Opinio dos residentes sobre a administrao pblica do turismo local
Frequncia Percentual Vlido Percentual CumulativoBoa 59 20,7 20,7
Regular 149 52,3 73,0
No souberesponder 77 27,0 100,0Total 285 100,0
Fonte: pesquisa prpria
TABELA 6Opinio dos residentes sobre a contribuio da atividade turstica para
melhoraria da situao econmica do municpioFrequncia Percentual Vlido Percentual Cumulativo
Sim 241 84,6 84,6No 36 12,6 97,2
No soube responder 8 2,8 100,0
Total 285 100,0Fonte: pesquisa prpria
As tabelas 7 e 8 demonstram que apesar do residente entender que a atividade
turstica melhorou as condies de vida na cidade, ele no considera alguma melhoria
na sua condio de vida, em funo do turismo o que pode acontecer pela no
percepo da capacidade distributiva que a atividade tem.
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TABELA 7Opinio dos residentes sobre o padro de vida dos residentes mais alto devido ao
dinheiro que os turistas na cidadeFrequncia Percentual Vlido Percentual Cumulativo
Discordo totalmente 3 1,1 1,1Discordo 205 72,4 73,5Concordo 75 26,5 100,0
Total 283 100,0Fonte: pesquisa prpria
TABELA 8Opinio dos residentes sobre a qualidade de vida na cidade melhorou por
causa do turismoFrequncia Percentual Vlido Percentual Cumulativo
Discordo totalmente 3 1,1 1,1Discordo 114 40,3 41,3
Concordo 160 56,5 97,9No opinou 6 2,1 100,0Total 283 100,0
Fonte: pesquisa prpria
A tabela 9 mostra que, apesar das oportunidades de lazer existentes serem abertas
utilizao dos residentes, elas no so devidamente aproveitadas. Um dos motivos
pode ser um dado que no fazia parte da pesquisa, mas que foi ressaltado pelos
empresrios: na regio beira-rio o comrcio, bem como a rea de alimentos e bebidas,explora o turista e no o turismo, em funo dos altos preos que so praticados. Tal
fato certamente distancia o residente dessa rea.
TABELA 9Cruzamento das perguntas sobre: As condies da cidade de receber turistas
versus opinio sobre se a utilizao das reas e instalaes de recreao pelos turistas
As reas e instalaes de recreao so mais utilizadas pelos turistas.
A cidade tem condies de receberturistas?
Discordo
totalmente
Discordo Concordo Total
Sim 0 15 145 160
No 3 4 110 117
3 19 255 277Total 1,1% 6,9% 92,1% 100,0%
Fonte: pesquisa prpria
CONSIDERAES FINAIS
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Pode-se considerar que um dos pontos de destaque desse trabalho foi a constatao
da melhoria nas condies do turismo da cidade, com o retorno das atividades do
Vapor Benjamim Guimares. Tais melhorias puderam ser observadas tanto pelos os
benefcios incorporados pelos empresrios, quanto por uma considervel parcela da
populao, que tambm beneficiou-se de maneira direta e/ou indiretamente.
A funo das aes estatais no turismo assumiu grande importncia e complexidade.
Tomando-se o turismo como uma atividade econmica, que se desenvolve no territrio
de uma comunidade, onde estruturado por matrias primas como a paisagem, o
patrimnio natural e cultural, a participao do poder pblico condio sine qua non
para que a atividade desenvolva-se. Sobre esse aspecto, constatou-se, a partir da
opinio dos residentes e empresrios de Pirapora, uma melhoria na avaliao dagesto pblica do turismo na cidade.
Outro fator que pde ser confirmado pela pesquisa a sintonia entre comunidade,
interesse pblico e iniciativa privada sobre os rumos a serem dados atividade turstica
no municpio, como estratgia de desenvolvimento socioeconmico. Ao serem
questionados sobre essa temtica, 96 entre os 176 residentes responderam que no
tiveram melhoria em sua situao econmica, mas entendiam que houve melhoria na
qualidade de vida no municpio. Essa constatao remete a uma das premissas do
PNMT, a sensibilizao da comunidade sobre a importncia da atividade turstica para
a cidade.
Um forte indicador de que a comunidade local no usufrui da atividade turstica pde
ser constatada nas respostas de 154 dos 285 residentes consultados, os quais
informaram nunca ter viajado no Vapor. Esse dado revela que as autoridades locais
devem ter a preocupao de criar mecanismos de incentivo participao dos
residentes no turismo, possibilitando a integrao entre turistas e residentes.
interessante ressaltar que normalmente as pessoas valorizam e gostam daquilo que
conhecem, mas mesmo assim as anlises demonstraram que, apesar da proporo
dos que nunca viajaram no vapor ser alta, a populao valoriza e credita ao retorno das
atividades do vapor Benjamim Guimares participao na melhoria da qualidade de
vida.
A cidade conta com dois atrativos de forte expresso no cenrio nacional e at
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internacional, o Vapor Benjamim Guimares e o rio So Francisco. Ambos so
considerados pelos residentes, bem como pelos empresrios e administrao pblica,
como atrativos importantes na gerao de fluxo de turistas para a cidade.
Se para os residentes de Pirapora, pudemos constatar que o turismo pode ser umaatividade promissora para o desenvolvimento econmico da regio, o Ministrio do
Turismo em conjunto com a Secretaria de Estado de Turismo do Estado de Minas
Gerais tem traado as polticas pblicas a serem aplicadas no turismo no estado.
Para destinos tursticos como a cidade de Pirapora, a premissa bsica deve ser o foco
no desenvolvimento da atividade turstica, sob a gide da sustentabilidade, visto que
dois dos maiores atrativos da cidade so de forte expresso nacional e internacional, oRio So Francisco e o vapor Benjamim Guimares, considerados por toda a
comunidade como geradores da demanda turstica.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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