estudopreliminardarelaÇÃo entremarcadores...

6
172 REV. soe. BRAS. ZOOT. ESTUDO PRELIMINAR DA RELAÇÃO ENTRE MARCADORES GEN~TICO-BIOQUfMICOS E RESIST~NCIA AO CARRAPATO EM GADO DE CORTE Lucia LUÚla L. Panepucctt, Maurício M. de Alencar1 e Gtlson P. de Oliveira1 RESUMO - Foram analisados os marcadores genétíco-bíoquimícos de 120 animais das raças canchim e ne- lore, que sofreram infestações artifi- cial e natural de carrapatos (Boophi- lus microplu«), Para relacionar os marcadores genéticos com a resístên- cia ao carrapato, Os animais foram classificados como sendo de alta ou baixa resistência, quando possuíam resistência acima ou abaixo da média do seu grupo de raça. sexo e tipo de infestação, respectivamente. A análí- se dos marca dores foi realizada por meio de eletroforese em gel de amido para seis sistemas protéícos sangül- neos: albumina, amílase, transrerrí. nas, hemoglobína, anidrase carbôní- ca e nucleosídeo fosforilase. Houve evidências de associação (P < 0,05) entre baixa resistência ao carrapato e transferrina E no gado nelore, e entre alta resistência e amUase C no gado canchím, Termos para índexaçâo: Marcadores genétíco-bíoquímícos, pohmorfísmos protéícos, carrapato, gado de corte. Relationship between genetic markers and resistance to tick infestation in beef cattle , ABSTRACT- Gene markers were analysed in 120 animals from the Canchlm and Nelore breeds. Tick ín- festation was studied in natural and artificially infested anímals, that we- re classified as having high or low resístance to tick burden when re- sistance was over or below average of each sex, breed and type of íntes- tatíon (natural or artificial) group. Gene markers were studied bystarch gel electrophoresis for six proteín system.s: albumín, amylase, transter. rín, hemoglobín, carbonic anhydrase and nucleoside phosphorylase, It was detected assocíatíon (P < 0.05) bet- ween low resistance to tick Infesta- tíon and transferrin E 10 the Nelore breed, and between high resistance and amylase C in the Canch1m breed, Key words: Genetic markers, proteín .pclymorphísm, tick infestation, beet catUe. INTRODUÇAO A variabilidade genética e sua expressão nas proteínas dp sangue vem sendo largamente estudada em todas as espécies animais (LEWON- TIN, 1974; BURNS, 1975; MCDERMID et alli, 1975; BAKER & MANWELL. 1980; OONZALEZet alll, 1987). Essas características genético bioquímicas são controladas por pares de genes, geralmente. codominantes, cuíos te- nótipos permanecem 1nalterados du- rante toda a vida, apresentando uma segregação mendeliana simples. Vários estudos relacionam carac- terísticas morroruncíonaís e adapta- tivas de diferentes raças de bovinos com as freqüências relativas de dife- rentes marca dores genéticos (OSTER- HOFF & NEETHLING. 1969; BRAEND, 1972; KIDDY. 1979). Assim. o fato de 1 - Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa AçopecuArla (EMBRAPA)- Unidade d8 ExecuçAode Pesquisa de AmbltoEstadual (UEPAE)de São Carlos - SP_

Upload: others

Post on 31-Jan-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ESTUDOPRELIMINARDARELAÇÃO ENTREMARCADORES …ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/120463/1/digitalizar0014.pdf · gel electrophoresis forsix proteín system.s:albumín,

172 REV. soe. BRAS. ZOOT.

ESTUDO PRELIMINAR DA RELAÇÃO ENTRE MARCADORESGEN~TICO-BIOQUfMICOS E RESIST~NCIA AO

CARRAPATO EM GADO DE CORTE

Lucia LUÚla L. Panepucctt, Maurício M. de Alencar1 e Gtlson P. de Oliveira1

RESUMO - Foram analisados osmarcadores genétíco-bíoquimícos de120 animais das raças canchim e ne-lore, que sofreram infestações artifi-cial e natural de carrapatos (Boophi-lus microplu«), Para relacionar osmarcadores genéticos com a resístên-cia ao carrapato, Os animais foramclassificados como sendo de alta oubaixa resistência, quando possuíamresistência acima ou abaixo da médiado seu grupo de raça. sexo e tipo deinfestação, respectivamente. A análí-se dos marca dores foi realizada pormeio de eletroforese em gel de amidopara seis sistemas protéícos sangül-neos: albumina, amílase, transrerrí.nas, hemoglobína, anidrase carbôní-ca e nucleosídeo fosforilase. Houveevidências de associação (P < 0,05)entre baixa resistência ao carrapatoe transferrina E no gado nelore, eentre alta resistência e amUase C nogado canchím,

Termos para índexaçâo: Marcadoresgenétíco-bíoquímícos, pohmorfísmosprotéícos, carrapato, gado de corte.

Relationship between geneticmarkers and resistance to tickinfestation in beef cattle

,ABSTRACT - Gene markers were

analysed in 120 animals from theCanchlm and Nelore breeds. Tick ín-festation was studied in natural andartificially infested anímals, that we-re classified as having high or lowresístance to tick burden when re-

sistance was over or below averageof each sex, breed and type of íntes-tatíon (natural or artificial) group.Gene markers were studied by starchgel electrophoresis for six proteínsystem.s: albumín, amylase, transter.rín, hemoglobín, carbonic anhydraseand nucleoside phosphorylase, It wasdetected assocíatíon (P < 0.05) bet-ween low resistance to tick Infesta-tíon and transferrin E 10 the Nelorebreed, and between high resistanceand amylase C in the Canch1m breed,

Key words: Genetic markers, proteín.pclymorphísm, tick infestation,

beet catUe.

INTRODUÇAO

A variabilidade genética e suaexpressão nas proteínas dp sanguevem sendo largamente estudada emtodas as espécies animais (LEWON-TIN, 1974; BURNS, 1975; MCDERMIDet alli, 1975; BAKER & MANWELL.1980; OONZALEZ et alll, 1987). Essascaracterísticas genético bioquímicassão controladas por pares de genes,geralmente. codominantes, cuíos te-nótipos permanecem 1nalterados du-rante toda a vida, apresentando umasegregação mendeliana simples.Vários estudos relacionam carac-

terísticas morroruncíonaís e adapta-tivas de diferentes raças de bovinoscom as freqüências relativas de dife-rentes marca dores genéticos (OSTER-HOFF & NEETHLING. 1969; BRAEND,1972; KIDDY. 1979). Assim. o fato de

1 - Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa AçopecuArla (EMBRAPA)- Unidade d8ExecuçAode Pesquisa de Amblto Estadual (UEPAE)de São Carlos - SP_

Page 2: ESTUDOPRELIMINARDARELAÇÃO ENTREMARCADORES …ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/120463/1/digitalizar0014.pdf · gel electrophoresis forsix proteín system.s:albumín,

VOL. 18 N9 Z 1989 17J

o gado zebu ter uma freqüência com-parativamente maíor do que o gadoeuropeu para o alelo B da hernoglo-bína e para o alelo E da transterrína,entre outros, poderia estar associadoà rusticidade e adaptação aos trópi-cos <BAKER& MANWELL,1980; PA-NEPUCCI, 1988). Da mesma maneira,a amilase C tem uma freqüênciamaior em gado europeu, junto comoutros alelos, que assim confeririam aeste gado a adaptabilidade- de quedispõe nos ambientes que se desen-volve.Muitos estudos têm sido realiza.

dos, desde a década de sessenta. rela-cionando caracteristicas de produçãoanimal com grupos sanguíneos e po-l1morfismos protéícos do sangue (NEI-MAMMSORENSEN & ROBERTSON1961; FRANCIS & ASHTON, 1967;BRUM et alíí, 1970; CARR et aUi,1974; KIDDY et alíí, 1975; KIDDY,1979; MEGOIOLARO, 1981; BAKER& MANWELL, 1983; RIBAS, 1985;GELDERMANNet alll, 1985; LOZO- O presente trabalho foI realizadoVAYA & GOLOVCHENKO, 1987). O com animais das raças canchim e ne,melhor -exemplo de relação entre va. lore, pertencentes AOs rebanhos da..riantes bioquímicas e resistência a Unidade de Execução de Pesquisa dedoenças foi detectado no homem, em -- Ambito Estadual de São-Carlos, Uepa.e-virtude de haver sido encontrados ín- de São Carlos, SP_ Foram utilizadosdivíduos com bemcgloblna S mais re- 120 animais que sofreram ínrestaçõessístentes à malária (ALLISON, 1955). artificial e natural de carrapatos:_ FRACIS & ASHTON (1967) e (Booptiilus microplu8, --CanestrinH.-ASHTON et alll (1968) relacionaram Para a tnfestação artificial ut1llza...·os genótipos da amilase com a carga rara-se 30 animais canchíns e 30 aní-de carrapatos em gado cruzado (brah- mais nelores, sendo metade de cada.man-bos tauros), CARR et alli (1974) sexo, nascidos em 1984, que aos 15,5-detectaram uma correlação positiva meses de idade receberam duas íntes-entre a hemoglobina C (HbC) com a tações de 20.000-1arvasde carrapato,-presença e a quantidade de carrapa- cada um. em intervalo de 14 dias.tos encontrados em gado zebu de Dezoito dias após cada infestação, ro,Zambia. raro feitas três contagens, em diasO carrapato do boi, BoophUtU mf- alternados, do número de fêmeas ín-

croplU$, é um ectoparasíto responsá- gurgitadas do lado esquerdo do anl-vel por sérros problemas, afetando a mal.economia da bovinocultura de ínúme- Na infestação natural, utílízaram-ros países. Dependendo do nível de ín- se também 60 animais, metade de ca-festação, ele pode interferir na produ- da raça e sexo, nascidos em 1985,queção animal (GEE et alli, 1972), na com idade média de 19 meses foramtransmissão de doenças (STEWART colocadas em pastagens de Andropo-et alíí, 1981) e no aproveitamento de gon gayanus. Foram feitas contagenscouro (OLIVEIRA, 1983). de carrapatos do lado esquerdo doA caracterização biológica de uma animal, a cada 28 dias, totalízando 12.

nova raça deve ser feita através da contagens ao longo do período expe-comparação com outras, em determí. rimental.nados tipos de ambiente e manejo. A Os anímaís da raça canchim, utí-Empresa Brasileira de Pesquisa Agro- lizados no presente estudo, são oríun.pecuária (Embrapa) , por intermédio dos do rebanho da própria Uepae deda Unidade de Execução de Pesquísa São Carlos, podendo ser considerados .

de Ambito Estadual (Uepae) de SãoCarlos, vem há algum tempo desenvol-vendo projetos de pesquisa com a fi-nalidade de avaliar o desempenho daraça canchim em comparação à raçaneiore. Dentro deste contexto OLI·VEIRA& ALENCAR(1987)e OLIVU-RA et a11l(988) avaliaram a resistên-cia da raça canchim ao carrapato emcomparação à raça nelore, em infes-tação artificial e natural, respectiva-mente, verificando maior resistêncianos animais zebuínos, apesar da ele-vada resistência observada nos ani-mais da raça canchim.O presente trabalho tem como

objetivo verificar a relação entre mar-cadores genétíco-bíoquímícos e resis-tência ao carrapato nas raças canochim e nelore, visando obter mais in-formações a respeito dessas duasraças.

MATERIALE MtTODOS

Page 3: ESTUDOPRELIMINARDARELAÇÃO ENTREMARCADORES …ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/120463/1/digitalizar0014.pdf · gel electrophoresis forsix proteín system.s:albumín,

174

como sendo amostra representativada raça, visto que grande parte dosrebanhos de gado canchim foram for-mados, a partir deste rebanho. Osanimais da raça nelore, apesar de te-rem nascido na Uepae de São Oarlos,são tuhos de vacas adquiridas na fa-zenda Santa Sofia, situada no muni-cípio de Presidente Venceslau, SP, ede touros adquiridos do Instituto deZootecnia do Estado de São Paulo,Estação Experimental de Sertãozinho,ambos controlados (fílhos de pais emães regtstradas) e que representa.vam um número razoável de ünna-gens da raça.

Amostras de sangue foram extrai-das da veia [ugular de todos os ani-mais infestados, e centrifugadas por15 minutos a 3 000 rpm. O plasma foireservado e as hemácías foram lava-das por três vezes em solução salina,0,9% NaCI. Foram analisados seissistemas genéticos: albumina (Alb),transferrina (TI), amilase (Am), ne-

REV. soe. BRAS. ZOOT,

mogloblna (Hb) , nucleosideo fosfol1-lase (NP) e anidrase carbôníca <CALOs marcadores genéticos foram íden-tírícados por eletrororese em gel deamido horizontal, usando técnica es-pecial para cada um deles: albumina(KRISTJANSSON, 1963), transterrí-nas <GELDERMANN, 1970), amílase<GEBICKE-HAERTER & GELDER-MANN,1977), hemoglobína CBRAEND,1971), nucleosídeo fosforUase (ED-WARDS et alU, 1971), e anídrase car-bôníca pela técnica de precipitaçãoda hemoglobina (PANEPUCCI, 1988),Para relacionar os marcadores ge-

néticos com a resistência ao carra-pato, os animais foram classificadoscomo sendo de baixa ou alta resistên-cia ao parasito, quando carregavamnúmero de carrapatos, respectivamen-te acima ou abaixo da média do seugrupo, média esta obtida para cada.raça, sexo e tipo de infestação (Qua-dro I>' Desta maneira, pode-se juntaros sexos e os dados dos dois tipos delnfestação.

QUADRO1- Média- dos números de carrapatos por raça, sexo e tipo delnfestação

Infestação

Raça Sexo Artificial Natural

Canchim Machos 79,0 17,0Fêmeas 49,0 5,3

Nelore Machos 10,0 7,5Fémeas 2,1 2,2

=contagem do lado esquerdo do animal.

A associação entre a resistência aocarrapato e os marcadores genéticosfoi avaliada pelo teste de qul.qua.eirado.

RESULTADOS

O Quadro 2 mostra a relação en-tre o número de animais, para cadagenótípo, nos seis sistemas protéí-C'lC; analisados e o nível de resistên-cia (alta e baixa) ao carrapato pa-ra as raças nelore e canchim. NestetlPo de análise não foram observa-das, pelo teste de quí-quadrado, dí-ferenças significativas entre as elas.ses (alta e baixa) dentro de cadagenótipo e sistema protéieo (P >

0,05).Analisando.se o número de ani-

mais, em função dos alelos nos d1fe-rentes sistemas protéícos, foram de-tectadas diferenças significativas(P < 0,05) para amilase (x = 4,260) etransferrlnas (x = 6,109) das raçascanch1m e nelore respectivamente(Quadro 3>' Assim. houve maior nú-mero de animais considerados de al-ta resistência que possuíam o aleloAmC do que animal') de baixa resis-tência, no gado canchím, e maior nú-mero de animais considerados de baí,xa resistência que possuíam o aleloTfE no sistema transferrinas no ga-do nelore.

Page 4: ESTUDOPRELIMINARDARELAÇÃO ENTREMARCADORES …ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/120463/1/digitalizar0014.pdf · gel electrophoresis forsix proteín system.s:albumín,

VOL. 18 NP Z 1989 17S

QUADRO2 - Número de animais por genót1po nos sistemas protéíeos (SP)analisados por classe de resistência. ao carrapato (Alta e Baixa)e raça (Canchim e Nelore), e valor correspondente do qui-quadrado (X2)

Canchim NeloreGen6t1po

SP Alta Baixa x2 Alta Baixa x2Hb AA 27 22 0,336 12 16 1,416

AB 5 6 17 12BB 3

Aro BB 21 24 2,057 27 28 0,152BC 9 4 2 3CC 2

Alb FF 8 10 1,247 2 3 0,181FS 15 13 10 11SS 9 5 17 17

TI AA 3 1 4,657 4 1 6,901DD 22 18 4 1EE 1 1 4 8AD 3 5 10 8AE 2 6 11DE 3 1 1 2

CA SS 29 24 0,388 13 13 0,445ZZ 2 3SZ 1 1 13 16FS 3 2

NP (HH e BL) 21 18 0,012 29 1,936LL 11 10 2 29

Hb = hemoglobina; Am = amilase; Alb = albumina; TI = transrerrína;CA = anidrase carbõníca e NP = nucleosídeo fosforilase.

DISCUSSAO

A hemogloblna C descrita porCROCKETI' et alíí (963) em gadozebu africano náo foi detectada nopresente trabalho nas raças canchime nelore. No entanto, CARR et alli,(1974) encontraram correlação posí-tiva, quando avaliaram a intensidadede infestação do carrapato com estahemoglobina. No mesmo trabalho, osautores enfatizam a ausência de re-lação entre a intensidade desse íxo-dideo e a amílase C. Entretanto,FRANCIS & ASHTON (967), em tra-balho semelhante, verificam que afreqüêncía de AmB é maior no grupomenos infestado com carrapatos emgado cruzado australiano e que a dis-tribuição da amllase nos 20 animais

menos infestados diferia significati.vamente da distribução nos 20 .aní-mais mais infestados. ASHTON etalll, (1968), por outro lado, analísan-do 25 populações, produto de cruza-mentos de zebu australiano e Boataurus, totalizando 7741 animais, mos-traram que animais Com o genótipoAmC possuíam número sígnlfícatíva-mente maior de carrapatos que osoutros genótípos.Apesar de o trabalho de FRANCIS

& ASHTON (967) relacionar amilaseB com alta resistência ao carrapatoe o trabalho de ASHTONet alll (968)relacionar amílase C com baixa resís-têncía, o presente trabalho mostra re-sultados inversos, alta resistência aocarrapato e amilase C no rebanhocanchím, Não obstante estes resulta.

Page 5: ESTUDOPRELIMINARDARELAÇÃO ENTREMARCADORES …ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/120463/1/digitalizar0014.pdf · gel electrophoresis forsix proteín system.s:albumín,

176 REV. soe. BRAS. ZOOT.

QUADRO 3 - Número de alelos dos diferentes sistemas nrotéícos analisados(SP), por raça e classe de resistência (Alta e Baixa) e valorcorrespondente do qui-quadrado (x2)a

Canchim NeIore

SP AleIo Alta Baixa X2 Alta Baixa. x2Hb A 59 50 0,302 41 44 0,001

B 5 6 17 18Am. B 51 52 4,260· 56 59 0,145

C 13 4 2 3Alb F 31 33 1,321 14 17 0,168 .

S 33 23 44 45Tt A 9 9 0,163 24 21 6,109·

D 50 42 19 12E 5 5 15 29

CA S 59 49 0,733 42 44 0,585Z 5 7 13 16F O O 3 2

• P<0,05a No calculo do qui..quadrado (X2) foram el1m1nadas classes com' frequênclasmuito baixas.

dos serem preliminares, devido aopequeno número de animais analisa-dos, é possível que o cruzamento rea-lizado para obtenção da raça canchimtenha, de alguma maneira, por efeí-tos de pleíotropía ou ligação entre 10-cí, determinado esta maior resistên-cia em animais COm amílase C. Issoexplicaria, em parte. a ausência derelação entre resistência ao carrapa-to e amilase no gado nelore, que porsua vez mostrou relação entre baixaresistência e transferrina E. Foi suge-rido que Os alelos, encontrados cemmaior freqüência em determinadasraças, confeririam a estas caracteresadaplativoc; (BRAEND. 1971, 1972;MCDERMID et al.ii., 1975; KIDDY,1979). Assim. parece contraditório ofato de o alelo C da amilase estar re-lacionado no gado canchim com altaresistência ao carrapato, já que estealelo tem uma freqüência maior emgado europeu que é, notoriamente,mais sensível à infestação que o zebu.Da mesma maneira. o aleIo E datransferrina está associado aqui combaixa resistência ao carrapato e temmaior freqüência em gado zebu queé tradicionalmente mais resistente aocarrapato que o gado europeu. Ape-sar destas contradições, é importante

ressalvar que a relação encontrada éum resultado preliminar e deverá sermelhor' explorada em futuras pesqui-sas. De todas maneiras, a resistênciaao carrapato é, sem dúvida, resulta-do de uma série de fatores genéticose ambientais que. em diferentes graus,contribuem para a infestação.

O estudo pormenorizado de todosos fatores e a confirmação da rela-ção do polimorfismo e a infestaçãopelo carrapato seriam de grande va-lia para a seleção de animais comresistência ao carrapato. Para tal.seria necessário a continuidade deexperimentos nesta linha de pesqui-sa, e esta será a proposta para futu-ros trabalhos ne3SRárea de estudo.

CONCLUSOESAs análises realizadas entre Os di-

ferentes fenótipos para os diferentessistemas proteícos e a infestação na-tural e artificial ao carrapato de ani-mais nelores e canchins permitem su-gerir:1 - Associacão (P < 0.05) en-

tre baixa resistência ao carrapato do~ado nelore e transterrína E;2 - associação (P < 0.05) entre

alta resistência ao carrapato do gadocanchim e arnílase C.

Page 6: ESTUDOPRELIMINARDARELAÇÃO ENTREMARCADORES …ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/120463/1/digitalizar0014.pdf · gel electrophoresis forsix proteín system.s:albumín,

VOL. 18 N9 2 1989

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao técnicoagrícola, Sr. Francisco José de Ruzza,pela inestimável ajuda na coleta dosangue,

LITERATURA CITADA

1. ALLISON, A.C. Aspects of poly.morphísm ín mano Cold SpringHarbor SvmP. Quant. Btol. 20:239·255. 1955.

2. ASHTON, G.C.; SEIFERT, G. W.& FRANCIS, J. An assoeíatíonbetween serum amylase phenoty.pe and tick Infestation ín cattle.AU8t. J. Btol. Sei.• 21: 303-308, 1968.

3. BAKER, C.M. & MANWELL, C.Chemical classification of cattle.1 Breed Groups. Anim. BloodGrp8. Biochem, Genet., 11: 127·150. 1980.

•. BAKER, C.M. & MANWELL. C.Electrophoretic variatlon of err-throcyte enzymes of domesticatedmammals, ln: Red BZood ceu« 01Domesiic Mammal8. Ed. by W.S.Agar & P.G. Board, Elsevler Sc.Publishers, 1983.

fi. BRAEND, M. Hemoglobln varioants ín cattle. Anim. Blood. Grp«.Bioch.em. Genet., 2: 15-12, 1971.

6. BRAEND,M. Studies on the rela-tionships between cattle breedsIn Africa. Asla and Europe: Evi·dence obtaíned by studies Dfblood groups and proteln polímor.phisms. World Review ot AnimalProduetion. 8: 9·14. 1972.

'1. BRUM, E.W.; HINES, H.C.; LtJD.WICl{, T.M. & RADER, E.R. Re·latíoshíp between blOod or mllkpolymorphisms and size measu-res of Holsteln helfers. Anim.Blooâ Grp«, Biochem: Genet., 1:247·252. 1970.

8. BURNS, J.M. Isozymes ín evolu-tíonary systematics. ln: 180zy-mes: GeneticB and EvoZution. Aca-d=rníc Press N.Y. Vol IV:49·62,1975.

9. CARR, W.R: MACLEOD,J.; wo.OLF.B. & SPOONER, RL. A sur-vey of the relatíonships of geneticmarkers, tick íntestatíon leveIand parasltic díseases in Zebucattle in Zambia. Trap. Anim.Hlth. Prad .. 6: 203214. 1974.

10. CROCKETT, J.R.; KOGER, M. &

177

CHAPMAN, H.L. Genetic varia.trens ín hemoglobíns of beef cat-tle. J. Anim. SeL, 22 173-176, 1963.

11. EDWARDS, Y. H.; HOPKINSON,DA. & HARRIS, A. Inherited va-riants of human nucleoslde phos,phorlylase. Ann. Hum. Genet.Lond., 34: 395-397, 1971.

12. FRANCIS, J. & ASHTON, G. C.Tick resistance ín cattle: Its sta-tabll1ty and correlatíons with va-riou, genetic characterístícs.Auat. J. Exp. Biol. Med. s«; 45:131.140, 1967.

13. GEBICKE-HAERTER, P.J. & GE~DERMAN,H. Inheritance of amy.lases in blood serum of cattle.Biochem, Genet. 15 (112): 59·73,1977.

14. GEE, R.W.; BAINBRIDGE, MH.& HASLAN, J.Y. Efeito do carra-pato do boi na produção de car-ne, na Australla. SeI Zoat., 11(124): 7-12, 1972.

15. GELDERMANN, H. An 1mprovedmethod for horizontal starch-gelelectrophoresis. Anim. BloodGrp8. Btoch.em. Genet .• 1: 229·234-1970.

16. GELDERMANN,H.; PIEPER, V.& ROTH, B. Effects er markedchromossome sectíons on mllkperformance in cattle. Theor.Appl. Genet., 70: 138-146, 1985.

17. GONZALEZ, P.; TUNON, M.J. &VALLEJO, M. Genetic relatíon.shíps between seven SpaDish na.tive breeds of cattle. Anim. Ge-net .• 18: 249-256. 1987.

18. KIDDY, C.A.A review of researchon genetíc varíatíon ín physíolo-gical characteristics related toperformance ín dairy catUe. J.Dairy Sei., 62(5): 818-824. 1979.

19. KIDDY. C. A.; MILLER. R.H.;STORMONT, C. & DICKINSON,F.N. Transferrin type and trans-mitting abll1ty for productíon Indairy bulls. J. DaÍTJ/ Sei., 58: 1501,1975.

20. KRISTJANSSON, F.K. (1963) oe.netic control of two pre-albumínsin pígs. Geneties., 48: 1059-1063.

21. LEWONTIN, R.C. The genetie ba-sís 01 evoZutionary change. NewYork, Columbia University Press,1974.

22. LOZOVAYA, o.s. & GOLOV-CHENKO, O. Blood groups andmllk productíon of 1mported po-