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ESTUDO 01 CARACTERIZANDO COMUNHÃO O que é mesmo comunhão? Para alguns, é uma agradável conversa entre amigos, acompanhada, quem sabe, de um cafezinho com biscoitos. Para outros, um churrasco ou piquenique de famílias da igreja. Ainda outros diriam que a comunhão consiste em nos reunirmos para cantar, compartilhar os acontecimentos dos últimos dias e orar. Outros se lembram de que “comunhão”, é um dos nomes da Ceia do Senhor... É claro que existem várias acepções da palavra, mas se realmente quisermos descobrir se há em nosso grupo ou igreja uma “Crise de comunhão”, teremos de chegar a um consenso quanto ao significado bíblico do termo. Bases para uma definição Comunhão é a tradução portuguesa mais usual da palavra grega Koinonia. Vamos examinar as maneiras em que essa palavra é usada no Novo Testamento. Assim formaremos um conceito bíblico desse termo. Definição de “Comunhão” De acordo com o NT, a comunhão tem a ver com aquela relação pessoal que os cristãos gozam com Deus e uns com os outros, em virtude de serem unidos a Jesus Cristo. Quem estabeleceu essa relação foi o Espírito Santo, que habita em todo cristão, unindo-o a Cristo e a todos os que são de Cristo. Essa relação se expressa de diversas maneiras, entre as quais: compartilhar bens materiais, cooperar na obra do evangelho, e manter a unidade e o amor entre cristãos. Importante exemplo de comunhão “Os que aceitaram a sua mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas. Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir Uns aos Outros 1 Palavra grega Significad o literal Idéias básicas Verificaç ão contextua l Koinonia Qualidade de existir em comum; participaç ão mútua Relação ou associação íntima entre cristãos e Deus, e de cristãos uns para com outros Gl. 2.9 I Cor. 1.9 II Cor. 13.13 Fp. 2.1 I Jo. 1.3, 6-7 Compartilhar bens materiais para suprir necessidades de outros; um donativo II Cor. 8.4 II Cor. 9.13 Rom.

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ESTUDO 01

CARACTERIZANDO COMUNHÃO

O que é mesmo comunhão? Para alguns, é uma agradável conversa entre amigos, acompanhada, quem sabe, de um cafezinho com biscoitos. Para outros, um churrasco ou piquenique de famílias da igreja. Ainda outros diriam que a comunhão consiste em nos reunirmos para cantar, compartilhar os acontecimentos dos últimos dias e orar. Outros se lembram de que “comunhão”, é um dos nomes da Ceia do Senhor...

É claro que existem várias acepções da palavra, mas se realmente quisermos descobrir se há em nosso grupo ou igreja uma “Crise de comunhão”, teremos de chegar a um consenso quanto ao significado bíblico do termo.

Bases para uma definiçãoComunhão é a tradução portuguesa mais usual da palavra grega Koinonia. Vamos

examinar as maneiras em que essa palavra é usada no Novo Testamento. Assim formaremos um conceito bíblico desse termo.

Definição de “Comunhão”De acordo com o NT, a comunhão tem a ver com aquela relação pessoal que os cristãos

gozam com Deus e uns com os outros, em virtude de serem unidos a Jesus Cristo. Quem estabeleceu essa relação foi o Espírito Santo, que habita em todo cristão, unindo-o a Cristo e a todos os que são de Cristo. Essa relação se expressa de diversas maneiras, entre as quais: compartilhar bens materiais, cooperar na obra do evangelho, e manter a unidade e o amor entre cristãos.

Importante exemplo de comunhão“Os que aceitaram a sua mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo

de cerca de três mil pessoas. Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos por meio dos apóstolos. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava todos os dias os que iam sendo salvos”. (Atos 2:41-47) .

Uns aos Outros 1

Palavra grega

Significado literal

Idéias básicas

Verificação contextual

Koinonia Qualidade de existir em comum; participação mútua

Relação ou associação íntima entre cristãos e Deus, e de cristãos uns para com outros

Gl. 2.9I Cor. 1.9II Cor. 13.13Fp. 2.1I Jo. 1.3, 6-7

Compartilhar bens materiais para suprir necessidades de outros; um donativo

II Cor. 8.4II Cor. 9.13Rom. 15.26Hb.13.16

Participação mútua na obra do evangelho, ou no sofrimento. Participação em diversas atividades, inclusive na Ceia do Senhor

At. 2.42I Cor. 10.16II Cor. 6.14Fp. 1.5Fp. 3.10Fm. 1.6

Você analisa o exemplo:Nesse trecho de At. 2 você deve ter notado várias características da comunhão. Anote

aqui as frases que combinem com essas características.1. Quais expressões de At. 2.41-47 que indicam uma relação bem íntima entre aqueles

cristãos e o Senhor?____________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Quais as expressões indicativas de que os cristãos compartilhavam bens materiais entre si?

____________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Quais os indícios de que eles estavam cooperando na obra de evangelizar?____________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Nesse trecho, que provas você encontra de que esses irmãos, ao se reunirem, mantinham unidade e amor?

____________________________________________________________________________________________________________________________________

Características da ComunhãoA comunhão tem certas características. Algumas, você já observou no trecho de At.2 que

acaba de examinar. Outras, aparecem em diversos trechos do NT Podemos afirmar que a igreja que está demonstrando estas características, está experimentando a comunhão, no sentido bíblico do termo. Se faltarem tais caraterísticas a determinada igreja, é provável que ela esteja passando por uma “crise de comunhão”. Veja agora as principais características da comunhão:

1. De bom grado os cristãos se esforçam e dedicam tempo a estarem juntos para pensar nos princípios da Palavra de Deus, compartilhar experiências, orar e tomar a ceia do Senhor (At. 2.42).

2. Os cristãos tem prazer em compartilhar os seus bens materiais com irmãos necessitados (At. 2.45; II Co. 8.3-4).

3. São unidos pelo Espírito Santo (a comunhão do Espírito Santo. II Co. 13.13 ou 14, dependendo da versão).

4. Cooperam na obra do evangelho (Fp. 1.5; Hb. 13.16)5. Compartilham as alegrias do dia-a-dia, como verdadeiros amigos ( (At. 2.46).6. São unânimes quanto a propósito e alvos (At. 2.46).7. Sentem alegria e expressam louvor, quando se reúnem (At. 2.46-47).8. Todos participam igualmente da vida e das atividades do pequeno grupo e da igreja em

geral (At. 2.44).9. Confessam os pecados e recebem a purificação do sangue de Jesus Cristo, para

manterem a unidade e o amor (I Jo. 1.3, 6-7, 9).

RevisãoRelembrando as definições de “comunhão” e de “mutualidade” que você encontrou, escreva

uma breve resposta para cada uma das seguintes questões:1. Os membros de um determinado grupo podem se dar bem, por todos gostarem de música

sertaneja, ou do mesmo time de futebol ou partido político. Entre os cristãos, porém, qual é a base irredutível da comunhão?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Observando um grupo que está mantendo boa comunhão, você verá acontecer muitas coisas boas. Do seu ponto de vista, quais são as duas características que sempre encontraremos num grupo em que exista boa comunhão?1 – ________________________________________________________________________

2 – ________________________________________________________________________

Uns aos Outros 2

3. Para você o que significa a expressão “crise da comunhão”?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

ESTUDO 02

A COMUNHÃO E A MUTUALIDADE

Vimos que a comunhão se baseia numa relação entre pessoas, e tem diversas maneiras de se manifestar. Já que as relações são mais experimentadas do que vistas, não é fácil defini-las ou descrevê-las.

A nossa união com Cristo, por exemplo, é uma verdade espiritual e, por isso mesmo, difícil de se explicar. Mas não deixa de ser verdadeira, tanto assim que somos co-herdeiros com Cristo. A nossa união com Ele faz com que sejamos membros do seu corpo e membros uns dos outros (Rm12.5). Ninguém pode ver os laços que nos unem. O que se pode enxergar, isto sim, são as manifestações externas dessa relação. Entre todas as manifestações, a mutualidade é o meio mais prático de expressarmos a comunhão cristã.

As expressões recíprocasO termo mutualidade se refere às expressões recíprocas, ou seja, àquelas frases do NT

onde aparecem as palavras uns aos outros. Descreve situações em que cristão A faz algo por cristão B; o B, por sua vez, se dispõe a fazer a mesma coisa em favor do irmão A. As expressões recíprocas do NT – podemos chamá-las de mandamentos recíprocos, indicam as nossas obrigações mútuas e as nossas oportunidades de expressar a vida em comum – a nossa mutualidade.

Definição de “mutualidade”Podemos afirmar que a mutualidade é um estilo de vida afinado com os mandamentos do

N. T. a respeito daquilo que os cristãos devem fazer uns para com os outros a fim de expressar o seu amor e a unidade. Naturalmente, a mutualidade também trata de atitudes que os cristãos devem evitar, a fim de preservar o ambiente de amor e unidade.

Você tem lembrança de alguns mandamentos recíprocos?Além do mandamento: Amem-se uns aos outros, você pode mencionar outros que

contenham a frase, uns aos outros?1._______________________________________________________________________2._______________________________________________________________________3._______________________________________________________________________4._______________________________________________________________________

Alguns exemplos para conferirProcure cada referência bíblica abaixo e copie, não o versículo inteiro, mas somente a parte

que represente um mandamento recíproco, ou seja, aquela parte que contenha uns aos outros.

a. Jo. 15.17________________________________________________________________________

b. Rm. 15.7________________________________________________________________________

c. Rm.15.14________________________________________________________________________

d. I Cor. 12.25________________________________________________________________________

Uns aos Outros 3

e. Ef. 4.32________________________________________________________________________

f. Ef. 5.21________________________________________________________________________

g. Tg. 5.16________________________________________________________________________

Na lista de exemplos que você acaba de completar, confira quantos mandamentos recíprocos você já tinha tirado de memória, no exercício anterior? __________________________________

E quantos você mencionou em sua lista de memória, que não apareceram entre os exemplos que você acaba de conferir? ________________________ E existem outros! Seguramente, vai ser fascinante o estudo desses mandamentos recíprocos.

Comunhão e mutualidade: Conclusões1. A relação entre comunhão e mutualidade é de causa e efeito. Onde existe a comunhão, ela se

manifesta por meio da mutualidade.2. Uma igreja, congregação, comunidade ou pequeno grupo que não está manifestando a

comunhão por meio da mutualidade, precisa examinar a si mesma, para verificar se ela está ou não em íntima comunhão com o Senhor Jesus.

Uma observaçãoA mutualidade constitui um aspecto tão importante na vida da igreja, que ela não deve ser

deixada ao acaso. Mesmo sem saber muito sobre o assunto, nem sobre a sua importância, alguns membros podem estar praticando a verdadeira mutualidade. Mas esta vida recíproca, para ser totalmente bíblica, precisa ser praticada pelo grupo inteiro. Além disso, as melhores coisas da vida não aparecem por acaso, mas são procuradas e desenvolvidas de modo consciente e esforçado. Para que obedeçamos aos mandamentos de Deus (no caso, aos recíprocos), será preciso conhecer esses mandamentos e saber como aplicá-los em situações concretas.

Nos próximos estudos esses mandamentos lhes serão apresentados, um a um. Você ficará compreendendo satisfatoriamente cada um deles e será desafiado a praticar, em companhia dos membros do seu grupo, os mandamentos recíprocos da mutualidade.

Uma reflexão pessoal1. “No templo” ou “de casa em casa”?

Na lista de todos os mandamentos Uns aos outros a serem estudados, verifique: Será que eles se cumprem mais eficientemente na reunião corporativa da igreja (culto, celebração), ou no pequeno grupo (célula, grupo familiar)?Indique sua opinião, assinalando “Reunião geral” ou “Pequeno grupo”. Marque os dois, se crê que determinado mandamento se praticaria com igual eficiência nos dois ambientes.

A. Os discípulos valorizam relacionamentos:

Mandamentorecíproco

Reunião geral

Pequeno grupo

1. Amem-se uns aos outros2. Aceitem-se uns aos outros3. Saúdem-se uns aos outros4. Tenham igual cuidado uns pelos outros5. Sujeitem-se uns aos outros6. Suportem-se uns aos outros

Uns aos Outros 4

B. Os discípulos protegem o corpo contra poluição e infecção:

Mandamento recíproco

Reunião geral

Pequeno grupo

7. Não tenham inveja uns dos outros8. Deixem de julgar uns aos outros9. Não se queixem uns dos outros10. Não falem mal uns dos outros11. Não mordam e devorem uns aos outros12. Não provoquem uns aos outros13. Não mintam uns aos outros14. Confessem os seus pecados uns aos outros15. Perdoem-se mutuamente

C. Os discípulos contribuem para o crescimento uns dos outros:

Mandamento recíproco

Reunião geral

Pequeno grupo

16. Edifiquem-se uns aos outros17. Ensinem uns aos outros18. Encorajem uns aos outros19. Aconselhem uns aos outros20. Falem entre vocês com salmos, hinos e cânticos

espirituais

D. Os discípulos servem uns aos outros:

Mandamento recíproco

Reunião geral

Pequeno grupo

21. Sirvam uns aos outros22. Levem os fardos uns dos outros23. Sejam mutuamente hospitaleiros24. Sejam bondosos uns para com os outros25. Orem uns pelos outros

Total das respostas “Reunião geral”: _________Total das respostas “Pequeno grupo”: _________Conclusão a que cheguei, a respeito do melhor ambiente para a prática da mutualidade:_______________________________________________________________________________

2. Pelo que li, até este ponto, sei que Deus está querendo me ensinar algo. A principal lição que acabo de aprender desses estudos, creio que é a seguinte:___________________________________________________________________________

3. Para pôr em prática aquilo que acabo de anotar acima, creio que algumas atitudes terão que mudar na minha maneira de agir e encarar as coisas. Por exemplo:___________________________________________________________________________

4. Quando irei começar a fazer isto?___________________________________________________________________________

5. Com suas próprias palavras, explique a relação que há entre a comunhão e a mutualidade.___________________________________________________________________________

Uns aos Outros 5

ESTUDO 03

O ALVO E OS MINISTÉRIOS DA IGREJA

A base da igreja toda é o Senhor Jesus (I Co. 3.11). Quando o Espírito Santo nos faz nascer de novo, é pela união com Cristo que recebemos a vida de Deus. O Espírito nos batiza para dentro do Corpo, a Igreja, da qual Cristo é cabeça (I Co. 12.12-13). Cristo é o Supremo Pastor (Jo. 10.11); I Pe. 5.4), mas exerce a sua autoridade por meio do MINISTÉRIO DE LIDERANÇA.

Esses lideres – vários para cada igreja, não um só (At.14.23) – têm de ser espiritualmente dignos (ITm. 3.1-13), de servir como modelos (presbíteros)aos demais membros (I Pe. 5.2-3). Sob o aspecto de bispos (supervisores), os líderes estabelecem os padrões e as estruturas para os ministérios internos e externos da igreja (I Tm. 3.2, 5). Os líderes – quer de pequenos grupos, quer da igreja como um todo – são os principais responsáveis (Hb. 13.17) pela manutenção da pureza do testemunho da igreja, o que inclui a disciplina (I Ts. 5.12-14; I Co 5.9-13) e a restauração dos disciplinados (Gl 6.1; 2Co 2.5-8). Tudo isso se inclui no termo pastorear (At 20.28). Os líderes gerais da igreja são instrumentos que Cristo usa para preparar todos os membros para a obra do ministério (Ef 4.11-13). Isso significa que todos, e não somente os líderes, são ministros que servem ao Senhor (Cl 3.23-24). Podemos encarar o ministério de cada cristão sob dois aspectos: o interno (servindo a outros membros do corpo) e o externo (em comunicação com pessoas de fora que ainda não têm vida espiritual, por ainda não estarem unidos a Cristo). Os MINISTÉRIOS INTERNOS incluem os aspectos vertical (olhando para Deus) e horizontal (para os irmãos). O vertical é aquilo que podemos chamar de Ministério de Adoração. Isto inclui as diversas formas de oração (Fp 4.6), do louvor (Hb 13.15) e da adoração propriamente dita (atribuição de valor a Deus por aquilo que Ele, por natureza, é – Ap 15.3-4). Um cristão poderia adorar a Deus sozinho, numa ilha deserta. Mas o Senhor quer ver reunido o seu povo. Por isso, a expressão natural da vida de Cristo nas pessoas, leva-as a se reunirem (At 2.44, 46) e a resistirem a tentação de permitir que outros interesses as levem a deixar de se reunir (Hb 10.25). Quando a igreja está reunida – quer como pequeno grupo numa casa (Rm 16.3-5), quer em celebração geral num prédio (Atos 3.1), é que melhor se pode exercer os Ministérios Interdependentes. O local mais adequado para se aprender a praticar a mutualidade, é o pequeno grupo. Nessa manifestação básica da vida do Corpo, os membros mantêm comunhão por meio da mutualidade e exercem os dons que receberem para servir aos outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas (I Pe 4.10). Assim, cria-se um ambiente favorável ao exercício do Ministério de Edificação (Ef 4.12-16). Individualmente, o cristão se torna discípulo, seguindo o bom exemplo dos mais experimentados na fé (Fp 4.9; 3.17) e aprendendo, cada vez mais, a aplicar as Escrituras à sua maneira de viver (2Tm 3.16-17).

Por meio de contatos formais e informais uns com os outros, os membros do grupo aprendem a expressar a “vida do corpo”, de modo a cumprir a Escritura que manda: Tudo seja feito para a edificação da igreja (ICo. 14.26c). Esses ministérios internos produzem um Corpo sadio, cheio de um vigor que naturalmente transbordará em MINISTÉRIOS EXTERNOS. Caracterizada igualmente por amor e por pureza de vida – frutos da ação do Espirito Santo – a igreja terá um notável impacto sobre o mundo. O amor atrai e prende as pessoas, enquanto a pureza vai convencendo-as do pecado, da justiça e do juízo (Jo. 16.8-10).

Os ministérios externos são dois:O da Evangelização (Mt. 28.18-20) é aquele por meio do qual homens e mulheres são

reconciliados com Deus (II Cor. 5.18-20) e se tornam membros responsáveis da igreja do Senhor.O Ministério da Compaixão é aquele que o próprio Senhor Jesus exercia sobre a terra,

quando estendia mãos de amor para tocar nos enfermos e marginalizados (Mc 16.18). Jesus – não por força política nem por poder militar, mas pelo Espirito do Senhor – derrubava o reino de satanás e estabelecia em situação após situação, o Reino de Deus. O Pai, de tanto amar ao

Uns aos Outros 6

mundo, ungira o Filho ...”para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação de vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor”. (Lc. 4:18-19). Cheios do mesmo Espírito que enchia Jesus, o nosso ministério será semelhante ao dele. “Assim como o Pai me enviou, eu vos envio” (Jo 20.21b). Importando-nos com os pobres e necessitados, estaremos continuando um importante aspecto da obra de Cristo na Terra. Jesus disse “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo”(Jo 9.5). Desde o momento em que ele se tornou fisicamente ausente, o seu Corpo, a Igreja, ficou com a responsabilidade de refletir a luz de Cristo para dentro de toda vida escurecida pelo pecado. Quem serve de luz ao mundo somos nós. O sal da terra somos nós (veja Mt 5.13-14) Imagine, agora, uma igreja local fundada sobre a base certa – única e somente Jesus Cristo. Tem líderes bons e confiáveis. Mantém os ministérios de adoração, interdependência e edificação. Essa igreja não fica trancada dentro de paredes, mas do seu interior fluem rios de água viva. Essa água respinga sobre o mundo perdido por meio de ministérios de evangelização e de compaixão. O resultado de tudo isso é que essa igreja local atinge o seu ALVO GERAL: GLORIFICAR A DEUS (Rm 11.36). Cada participante dessa igreja tem oportunidade e desejo de fazer tudo para a glória de Deus (1Co 10.31). A vida do glorioso Cabeça de Igreja, o Senhor Jesus, é desenvolvida pelo Espírito Santo em cada membro do Corpo. Isto só pode resultar na Glória de Deus! Foi o que Paulo pediu, quando orava da seguinte maneira em Ef 3.20-21:

“Aquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com seu poder que atua em nós, a Ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações para todo o sempre! Amém!

A mutualidade e o ministério geral da igrejaComo vimos, o alvo de todo cristão individual –bem como da igreja inteira – é o de

glorificar a Deus. Ele recebe glória por meio: Do amor de uns para com os outros ( Jo. 13.34-35). Da unidade espiritual e visível (Jo 17.20-26). Do constante crescimento em direção à semelhança de Cristo (Ef. 3.14-20). Do ministério eficiente e completo por parte de todos os membros (Mt. 28.18-20;

Ef.4.11-16). De adoração e louvor unânimes da parte do seu povo reunido (Rm. 15.5-6).

A mutualidade cria e mantém o ambiente mais propício ao surgimento de todos esses elementos que glorificam a Deus. Assim como Ele escolheu o oxigênio para o nosso ambiente material, Deus indica, para o nosso ambiente espiritual e emocional, o amor (I Cor. 13.1-3). Desse amor – necessidade absoluta de todo cristão – a mutualidade é a expressão sensível e visível.

Além dos benefícios individuais, a mutualidade também faz com que todo irmão participe, de modo feliz e eficiente, dos ministérios coletivos da igreja. Quase que poderíamos dizer que a mutualidade é a aplicação da “cola” que liga todos os ministérios e membros da igreja: assim ligados entre si, os cristãos, como uma só pessoa, poderão agir para a glória de Deus (Cl.3.14).

Revisão1. Mencione três fatores que, se você os observasse dentro de uma igreja, o levariam a

opinar que o grupo está passando por uma “crise da comunhão”.__________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. A mutualidade faz parte integrante de qual dos seguintes tipos de ministérios da igreja? Escolha a resposta certa:

Compaixão Adoração Evangelização Autoridade Interdependência Base

3. Qual o alvo geral e supremo da igreja?_____________________________________________________________________

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4. Por que a igreja precisa da mutualidade para atingir esse alvo?__________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. Qual a principal diferença entre mutualidade e o exercício dos dons espirituais?__________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. Qual o principal ponto de contato ou semelhança entre a mutualidade e o emprego dos dons?__________________________________________________________________________________________________________________________________________

ESTUDO 04

A MUTUALIDADE E OS DONS ESPIRITUAIS

O propósito da mutualidade é que os cristãos animem e ajudem uns aos outros a expressar a vida de Cristo; e que desta maneira demonstrem aquele amor e aquela unidade que devem caracterizar o povo de Deus.

Paulo, escrevendo em I Cor. 12, nos diz que todo membro do corpo é necessário a todo outro membro e, portanto, à igreja inteira. Deus queria que todas as necessidades do seu povo fossem supridas. Por isso Ele, por meio do Espírito Santo, distribuiu entre eles capacitações e habilidades especiais.

Essas capacitações são conhecidas pelo nome de dons espirituais. São “dons” porque são dados de graça aos cristãos. E são “espirituais” porque não são, como os talentos, de origem natural. É o Espírito Santo quem os distribue entre os cristãos.

Os dons espirituais funcionarão de modo mais completo num ambiente onde a mutualidade seja bem desenvolvida.

Textos básicos sobre dons espirituais:I Cor. 12, 14 Ef. 4.1-16Rm. 12.1-8 I Pe.4.7-11

Definição de ”Dom espiritual”J. Robert Clinton, em seu livro Spiritual Gifts, oferece a seguinte definição:

“Dom espiritual é uma capacidade especial dada pelo Espírito Santo a todo cristão, para serviço em relação à igreja, a fim de que a mesma possa crescer de maneira qualitativa, quantitativa e orgânica”.

Explicação de termos usados nessa definição “Dada... a todo cristão” não quer dizer que um só e o mesmo Dom será dado a todos –

pois o contrário é a verdade I Co. 12.17-20. Significa, isto sim, que toda pessoa regenerada, sem exceção, recebe pelo menos um Dom (I Co. 12.7).

“Crescer de maneira qualitativa” é o processo pelo qual o grupo de cristãos aumenta em sua maturidade espiritual, ou seja, na semelhança a Cristo. Tal crescimento se evidencia pelo grau em que os membros se inter-relacionam com Deus e uns com os outros. Eles agem como membros responsáveis de uma comunidade de pessoas que oram e adoram juntos. Os irmãos se tornam verdadeiros discípulos de Cristo, estudando e aplicando juntos os princípios da bíblia. Eles se ajudam uns aos outros, e mutuamente se preocupam pelo grau de vitalidade que cada um esteja demonstrando da vida cristã.

“Crescer de maneira quantitativa” isso tem a ver com o acréscimo de novas pessoas ao grupo por meio da evangelização, com o resultado de que esses discípulos se tornem membros responsáveis de uma igreja local em pleno funcionamento.

“Crescer de maneira orgânica” se refere ao processo pelo qual se descobre e se desenvolve a liderança dentro de uma igreja local. Disto resulta aquela estrutura formal ou informal que melhor unifique a vida corporativa da igreja e facilite o seu progresso qualitativo

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e quantitativo. (Numa igreja em células, por exemplo, em cada célula um auxiliar está sendo treinado para ser um futuro líder de célula; líderes de célula estão sendo treinados para se tornarem supervisores; supervisores são treinados para serem pastores de área, e assim por diante).

Relação de dons de acordo com a sua principal contribuição ao crescimento do pequeno grupo e da igreja em geral

A bíblia parece não fornecer nenhuma relação definitiva dos dons espirituais. Todo trecho sobre o assunto, apresenta uma lista diferente. Além disto, alguns julgam que as funções mencionadas em Ef. 4.11 correspondem a dons, cujos nomes seriam derivados das próprias funções (o apóstolo teria, então, um Dom de apostolado; o evangelista, de evangelização, da mesma maneira que o profeta tem o Dom de profetizar). Outros entendem que Ef. 4.11 se refere somente a certos tipos de líderes.

J. Robert Cllinton, no livro mencionado, apresenta a seguinte divisão dos dons que ele reconhece, de acordo com aqueles três aspectos do crescimento da igreja. Não gaste o seu tempo brigando com a lista. Se quiser riscar uns ou acrescentar outros para deixar as três relações de acordo com as suas convicções particulares, esteja à vontade!

Crescimento qualitativo

Crescimento quantitativo

Crescimento orgânico

ProfeciaEnsino

ConhecimentoSabedoria

EncorajamentoLínguas

Interpretação de línguas

DiscernimentoFé

ContribuiçãoPastoreio

ApostoladoEvangelização

MilagresCuras

Misericórdia

LiderançaServiço

Dons que correspondem a certos mandamento recíprocos: Ensino Ensinem uns aos outros Encorajamento Encorajem uns aos outros Fé Orem uns pelos outros Profecia Edifiquem-se uns aos outros Serviço Sirvam uns aos outros

Distinções entre mutualidade e o emprego dos dons: As atitudes da mutualidade criam um ambiente amoroso e de aceitação, propício ao desenvolvimento e exercício dos dons. O inverso não é verdade: isto é, pode haver dons sem que se crie um ambiente de mutualidade. Prova disso é a igreja de Corinto. Os membros possuíam todos os dons espirituais (I Co. 1.7), mas demonstravam pouca mutualidade (I Co. 3.3). Certos dons correspondem, de modo geral, a certos mandamentos recíprocos. Quem tiver sido capacitado com um desses dons, naturalmente terá maior facilidade em obedecer ao mandamento correspondente: Ensinem uns aos outros. Todo cristão, não importa os dons que tenha ou que não tenha recebido, é responsável por obedecer, de acordo com as suas possibilidades e as oportunidades que lhes forem oferecidas, a todos os mandamentos recíprocos.

A mutualidade e o discipulado pessoal Às vezes pensamos no discipulado como ocorrendo num quase vácuo. Fulano leva o seu Discípulo Beltrano a um lugar onde possam estar a sós, e ali ensina tudo o que sabe. Esse modelo individualista do discipulado surgiu durante a 2ª Guerra Mundial, quando um marujo em casco de guerra evangelizava outro marinheiro. Reuniões de grupo eram quase impossíveis, devido aos diversos turnos e às restrições de espaço. Por isso o discipulador levava o seu

Uns aos Outros 9

aprendiz a um cantinho qualquer do navio, em hora de folga, para discipulá-lo. Terminada a guerra e as suas limitações, muitos discipuladores mantiveram o mesmo costume. Conhecemos alguns discipuladores que propositadamente mantêm os seus novos convertidos isolados de qualquer igreja, para evitar que sejam “contaminados”. Não foi em isolamento, porém, que se desenvolveu aquele discípulo chamado Timóteo. Sabemos isto porque os irmãos de Listra e Icônio davam bom testemunho dele (At. 16.1-2). Esse testemunho, em igrejas de duas cidades, somente poderia surgir por meio da prática da mutualidade.

Jesus discipulou em grupos: Pedro, Tiago e João; e os Doze.

Paulo, Barnabé e os discípulos At. 14.21: “Eles pregavam as boas novas naquela cidade e fizeram muitos discípulos. Então voltaram a Listra, Icônio e Antioquia”. 22: “Fortalecendo os discípulos e encorajando-os a permanecer na fé, dizendo: É necessário que passemos por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus”. 23: “Paulo e Barnabé designaram-lhes presbíteros em cada igreja; tendo orado e jejuado, eles os encomendaram ao Senhor em quem haviam confiado”.

O distintivo do verdadeiro discípulo: a mutualidade do amorLonge de autorizar a idéia de se criar discípulos isolados, avulsos, assim diz o Senhor

Jesus: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isto, todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês amarem uns aos outros”. (Jo. 13.34-35)

RespondaOs discípulos devem ser formados em isolamento da vida de um grupo, para evitar contaminação com atitudes ou práticas indesejáveis? Explique a sua resposta:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

ESTUDO 05

AMEM-SE UNS AOS OUTROS

Pouco antes de ser preso, julgado e morto, Jesus passou uma última noite em companhia dos seus discípulos. Valeu-se da ocasião para instruir, consolar e preveni-los.

Sabendo que dispunha de pouco tempo para estar com eles e que em breve os deixaria, Jesus contou aos discípulos alguns dos fatos mais básicos e importantes da vida cristã. Falou sobre o significado da sua morte, a vinda do Espírito Santo, a esperança da vida futura na casa do Pai, a missão a ser cumprida pelos discípulos, e também o conflito entre o mundo e os discípulos. Nessa noite, ele deu a eles um derradeiro mandamento: que se amassem uns aos outros. Esta ordem do Mestre, refletida em todos os livros do NT, é fundamental à vida cristã: serve de base a todos os outros mandamentos recíprocos. Nada mais natural, então, do que estudá-lo em primeiro lugar.

O mandamentoDisse Jesus: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os

amei, vocês devem amar-se uns aos outros”.

Primeiramente enunciado em Jo. 13.34, esse mandamento também se encontra, direta ou indiretamente, nos seguintes trechos:

Uns aos Outros 10

Jo 15. 12,17 Rm 12.9-10, 13. 8-10Tg. 2.8 I Pe. 1.22 e também 3.8 (amem-se fraternalmente)Gl. 5.14 I Jo. 3.11, 23, 4.7, 11.12,21I Tes. 3.12, 4.9-10 2 Jo 1.5-6

O Valor do mandamento sobre o amorJesus atribuiu a maior importância possível a este mandamento, quando afirmou que a

obediência ao mesmo, seria o universal distintivo de todo discípulo seu. “Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês amarem uns aos outros”. (Jo. 13.35)

O apóstolo João também deu grande importância a este mandamento, quando disse que o homem que não ama ao seu irmão, também não ama ao Pai. Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas odiar a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê”. (I Jo. 4.20)

Como isso se aplica a nós?Este preceito tem, pelo menos, duas implicações básicas:1. O amar-nos uns aos outros não é optativo. De toda pessoa que crê no Senhor Jesus,

se requer que ame a todos os outros que também nele crêem. Não amar é desobedecer à ordem específica do Senhor Jesus Cristo.

2. Que nos amemos uns aos outros não é automático. É algo que faremos ou não, de acordo com a nossa vontade de obedecer.

Base para definiçãoAmor é uma palavra quase impossível de se definir, mesmo quando descartamos as

falsas idéias do amor e nos restringimos àquelas apresentadas pela Bíblia. O amor é algo interno, que se demonstra por ações externas. Essa ligação entre atitudes e ações, João a menciona quando procura definir, em I Jo. 4.8-10, o amor de Deus:

“Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação por nossos pecados”.

Definição: o amorDo que foi exposto acima, três idéias se tornam claras e ajudam a que formemos uma

definição provisória. O amor é...1. uma atitude ou afeição interna...2. que se manifesta em comportamento e ações de boa vontade...3. e que procura contribuir unicamente para o bem da pessoa amada.

Descrevendo o amorTalvez a melhor descrição do amor seja aquela de I Cor. 13.4-7:“ O amor é paciente. O amor é bondoso. Não inveja nem se vangloria, não se orgulha.

Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”.

Será “Novo”?Jesus chamou de novo, este mandamento. A palavra grega – ágape – que ele utilizava

para se referir a esta atitude, comunica a idéia de um tipo de amor previamente desconhecido e de uma qualidade diferente.

Não era novidade que os melhores do povo de Deus devessem amar uns aos outros. Já os israelitas do AT tinham o dever de amar, inclusive aos estrangeiros e peregrinos (Dt. 10.18-19). A nova qualidade do amor que Cristo ordenava, parece que consiste no fato que devemos amar assim como Cristo nos tem amado.

Antes que Deus se revelasse plenamente em Jesus Cristo, o amor talvez consistisse principalmente em evitar qualquer ação prejudicial ao próximo (Êx. 20.13-17). Mas agora, o amor tem um padrão que é novo, porque mais alto. O discípulo deve procurar – ativamente – oportunidades para fazer o bem aos outros, e de modo especial aos cristãos, assim como Jesus tomou a iniciativa de fazer o bem a nós.

Uns aos Outros 11

O Amor de Jesus para conoscoJesus manifestou ágape, esse perfeito amor para conosco, de muitas maneiras. Considere os seguintes exemplos: tornando-se servo a nosso favor (Fl 2.7) dando-se a si mesmo por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade (Tt 2.14) levando em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro ( I Pe. 2.24, Rm 5.6) dando a própria vida por nós (Jo 10.11) fazendo constante intercessão por nós (Hb 7.25) compadecendo-se das nossas fraquezas (Hb 4.15) socorrendo-nos ao sermos tentados (Hb 2.18) exercendo paciência para com os nossos pecados (I Pe. 3.9) perdoando-nos os pecados (I Jo. 1.9) purificando–nos de toda injustiça (I Jo. 1.9) dando-nos plenitude de vida (Jo.10.10) preparando-nos um lugar para estarmos com ele (Jo. 14.2)

Nosso amor ao próximoDa mesma maneira como Jesus nos amou, assim é que nós devemos amar-nos uns aos

outros. Fazemos isto (somente com o poder do Espírito Santo, é claro), obedecendo aos mandamentos recíprocos do NT.

Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade (I Jo 3.18).

Exemplos positivos do amor “Amado, você é fiel no que está fazendo pelos irmãos, ainda que eles lhe sejam

desconhecidos. Eles falaram à igreja a respeito deste seu amor...” (3 Jo. 1.5-6). “Se o seu irmão se entristece devido ao que você come, você já não está agindo por

amor. Por causa da sua comida, não destrua seu irmão, por quem Cristo morreu”. (Rm 14.15).

‘Exemplos negativos: falta de amor

“Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (I Jo. 3.17)

“Se o seu irmão se entristece devido ao que você come, você já não está agindo por amor. Por causa da sua comida, não destrua seu irmão, por quem Cristo morreu”. (Rm 14.15).

A atitude do amorO amor mútuo não é automático, é uma atitude assumida. Não por constrangimento, por

medo de levar um castigo se não obedecer a esta lei. Deus quer que amemos uns aos outros de boa vontade, desejando positivamente o bem-estar dos irmãos. O cristão vive de dentro para fora, como Jesus afirmou: ... a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar... ...de seu interior fluirão rios de água viva. (Jo 4.14b; 7.38b).

Sendo cristãos, somos todos membros da família de Deus, filhos de um mesmo Pai. Assim como existe, entre membros de famílias terrenas, um natural amor de irmãos, também deve existir, entre os membros da família de Deus, um amor fraternal. Paulo deu aos cristãos de Roma a seguinte recomendação: Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal (Rm 12.10). Deus quer que amemos sinceramente, intensamente e com um coração puro (I Pe 1.22). Por isso Ele próprio se dispõe a nos ensinar como crescer, aumentar e progredir no amor uns para com os outros (I Ts. 3.12, 4.9).

Reflexão pessoal1. Esta lição me ajudou, porque daqui em diante, quando alguém me pedir uma definição do

amor, poderei dizer que o amor é: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Comparando o meu amor com o de Jesus, faço a seguinte auto-avaliação:a. De que pessoa humana já me tornei servo? ____________________________________b. Por quem eu faço constante intercessão? ______________________________________

Uns aos Outros 12

c. Pelas fraquezas de quem eu me compadeço? ___________________________________d. Quem é que, sendo tentado, é socorrido por mim? _______________________________e. Quem é que peca contra mim, mas não consegue esgotar a minha paciência? _________f. A que pessoas tenho dado, ultimamente, total e livre perdão pelo que fizeram de ruim

para mim? _______________________________________________________________g. A favor de quem eu tenho me sacrificado, ultimamente? (Fiz com alegria ou por

constrangimento?) _________________________________________________________

3. Cristo está preparando um lugar onde todos os cristãos possam estar com ele. Mas será que há cristãos que eu não quero perto de mim? Por quê?___________________________________________________________________________

ESTUDO 06

ACEITEM-SE UNS AOS OUTROS

Sinônimos: Recebam uns aos outros Acolham-se uns aos outros

Nenhum outro grupo daquela época era igual à Igreja Primitiva – a do primeiro século depois de Cristo – quanto à diversidade de etnias, de formação e de classes sociais. Ali, na mesma igreja, se encontravam judeus, romanos, bárbaros, gregos, escravos e livres, ricos e pobres.

Essas pessoas traziam para dentro do Corpo de Cristo as mais variadas formações educacionais e culturais, divergentes pontos de vista e diferentes escalas de valores.

Em meio a tanta diversidade, era inevitável que existissem problemas. Os cristãos judaicos muitas vezes desprezavam os seus irmãos incircuncisos. Por sua vez, os gentios poderiam menosprezar os irmãos israelitas, por serem de um país insignificante e de um povo que rejeitara o Messias. Alguns cristãos eram mais avançados na vida cristã (ou pelo menos no conhecimento de fatos e doutrinas), e se consideravam superiores aos irmãos mais novos e fracos. Por essas e por outras razões, surgiram tensões entre indivíduos e subgrupos da igreja.

Tão fortes eram, às vezes, essas tensões que os cristãos tinham dificuldades para se aceitarem uns aos outros em total pé de igualdade. Paulo, sobre quem pesava diariamente uma pressão interior, a saber, a ...preocupação com todas as igrejas(2 Co 11.28), e sabendo das muitas e contraproducentes tensões dentro do Corpo, desejava que os cristãos se amassem uns aos outros sem fingimento, e vivessem em paz uns com os outros.

O mandamentoAquilo que o Senhor ordena, por meio de Paulo, se encontra em Rm 15.7: “Portanto

aceitem-se uns aos outros, da mesma forma como Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus”.

Definição dessa aceitaçãoAceitar-nos uns aos outros significa acolhermos os nossos irmãos em Cristo, livremente,

sem constrangimento ou reservas, em pleno reconhecimento da nossa comunhão igual e mútua em Cristo.

A principal idéia do mandamento é que nós, os cristãos, devemos aceitar dentro da nossa comunhão toda pessoa que afirma ser Cristo, o seu Senhor, mesmo existindo falhas visíveis na sua conduta; lacunas no seu conhecimento ou compreensão das Escrituras; ou mesmo diferenças de opiniões menos essenciais da doutrina. Isto não é o mesmo que aprovar tais falhas, lacunas ou divergências. Significa, isto sim, que aceitamos a pessoa como discípulo de Cristo, porque ela afirma que é de Jesus; e que aceitamos a responsabilidade de ensiná-la a obedecer a tudo que o Senhor Jesus ordenou (Mt 28.20).

Vez por outra, pode ser que abramos a porta a um falso irmão. Mas a Bíblia não nos autoriza a julgar e rejeitar pessoas que procurem unir-se ao nosso grupo, pelo motivo egoístico de querermos criar uma imagem de infalibilidade na admissão de membros. O

Uns aos Outros 13

mandamento do Senhor da igreja é clara: Aceitem ao que é fraco na fé; aceitem-se uns aos outros.

Exemplo de aceitaçãoTalvez ele tenha sido separado de você por algum tempo, para que você o tivesse de

volta para sempre, não mais como escravo, mas, acima de escravo, como irmão amado. Ele é muito amado por mim, e ainda mais para você, tanto como pessoa quanto como cristão. (Fm 1.15-17).

Exemplos negativos: não quiseram aceitar Escrevi à igreja; mas Diótrefes, que gosta muito de ser o mais importante entre eles, não

nos recebe. Portanto, se eu for, chamarei a atenção dele para o que está fazendo, com suas palavras maldosas contra nós. Não satisfeito com isso, ele se recusa a receber os irmãos, impede os que desejam fazê-lo e os expulsa da igreja. (3 Jo 1.9-10)

Quando chegou à Jerusalém, (Saulo) tentou reunir-se aos discípulos, mas todos estavam com medo dele, não acreditando que fosse realmente um discípulo. (At 9.26)

Reflexão pessoal1. Já me senti acolhido por pessoas e grupos. Também já me senti rejeitado. Ações que as

pessoas geralmente tomam para mostrar que me aceitam, são as seguintes:_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Quando a Igreja de Jerusalém não queria acolher Saulo de Tarso, lemos em At. 9.27 que Barnabé o levou pessoalmente aos apóstolos e lhe deu uma recomendação. Como resultado, ele foi aceito. A pessoa da minha igreja que seria capaz de “dar uma de Barnabé” numa situação dessas é:

___________________________________________________________________________

Pensando sobre a aceitaçãoA razão por que os cristãos devem aceitar uns aos outros, é que Cristo já os aceitou. Ele

morreu por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8), recebeu-nos para dentro do seu Corpo e nos franqueou todos os privilégios e benefícios pertencentes a membros. Da mesma maneira, nós devemos acolher outros cristãos, não importando quais diferenças, fraquezas ou falhas que possuam; e devemos estender-lhes todos os benefícios e privilégios da nossa comunhão, a não ser que estejam sob disciplina sem privilégios, em razão de não estarem arrependidos. É necessário que nós os cristãos sejamos misericordiosos, assim como Cristo o é. Não é razoável que sejamos mais severos do que o nosso Senhor, rejeitando as pessoas a quem ele quer receber (Mt 19.13-14).

Possíveis desculpas para não aceitar o irmão:Em certos grupos, os membros têm um pé atrás quanto a estender aceitação e comunhão

a um irmão, por motivos como estes:1. Sendo bastante conservador o grupo, a pessoa em questão se permite o uso

moderado do vinho; vai ao cinema, joga futebol, etc.2. Os membros foram criados em um ambiente que valoriza certos “usos e costumes”,

portanto se escandalizam quando um cristão aparece com um aspecto físico ou roupas que não combinam com as preferências do grupo.

3. A pessoa é de outra raça, posição social, grau de instrução...4. A pessoa crê de modo diferente a respeito de algumas doutrinas não essenciais (isto

é, que não afetam o evangelho de Cristo) ou tem uma experiência diferente da atuação do Espírito Santo em sua vida.

Outra reflexão pessoal1. Reconheço que tenho um pouco de dificuldade em acreditar que alguém seja

realmente convertido e, portanto, aceitá-lo como irmão, se ele: (marque com x as frases que combinam com as suas inquietações)

Uns aos Outros 14

a. toma vinho nas refeições b. assiste a novelas de televisão c. leva os filhos ao cinema para assistir a filmes Disney d. joga futebol em companhia de incrédulos e. é torcedor “doente” de certo clube de futebol f. sendo homem, usa cabelos bem mais compridos que os do meu pai g. sendo mulher, usa cabelos mais curtos que os da minha mãe h. sendo mulher, usa calça comprida i. sendo mulher, usa jóias j. sendo homem, usa brinco na orelha l. aceita ser padrinho/madrinha em batizados de criancinhas m. sendo eu tradicional, ele é carismático/pentecostal; ou vice-versa n. pertence à denominação bem diferente da minha

2. O eunuco aceitou a Cristo, e foi batizado, porque Filipe o acolheu imediatamente e sem dúvidas. O mesmo aconteceu com o carcereiro de Filipos, a quem Paulo e Silas acolheram e batizaram naquela mesma noite.

a. Digamos que um político corrupto se converte. Será que devemos acolhê-lo e batizá-lo, deixando para depois, o ensiná-lo a não mentir e roubar?

Sim Não Por quê?__________________________________________________________________________________________________________________________________________

b. Digamos que uma vez você foi agredido injustamente por um policial que o confundiu com certo foragido da penitenciária. Mais tarde, esse mesmo policial aparece na igreja, afirmando que aceitou Cristo como salvador e pedindo para fazer parte do grupo. Você o aceita?

Sim Não Por quê?__________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Como é que dá para conciliar A com B, abaixo? As duas citações são igualmente de Paulo, mas parecem dizer coisas contrárias:

A. ...Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela para santificá-la, ...e apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável. (Ef 5.25b, 27)

B. Aceitem ao que é fraco na fé... A vontade de Deus é... abstenham-se da imoralidade sexual. Como justos, recuperem o bom senso e parem de pecar... (Rm 14.1a, I Ts 4.3, I Co 15.34a).

Se Cristo quer uma igreja santa e sem defeito, como ele pode querer gente tão problemática como essa do B acima?

Será que é porque o Espírito Santo sela (Ef 4:30), não a cristãos perfeitos, e sim, àqueles a quem ele aceitou a incumbência de aperfeiçoar? Será que também porque Cristo, tendo amado a Igreja, entregou-se a si mesmo por ela para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra (Ef 5.26), e esta santificação será um processo demorado?

Sobre isso, de aceitar gente imperfeita para nossa comunhão, eu penso o seguinte:

____________________________________________________________________________________________________________________________________

Cuidado...1. Os cristãos não devem acolher outro cristão dentro da sua comunhão, fingindo amor,

quando na realidade o propósito seja o de disputar e argumentar sobre diferenças. Aceitem ao que é fraco na fé, sem discutir assuntos controvertidos (Rm 14.1)

Uns aos Outros 15

Do seu ponto de vista, quais seriam alguns desses assuntos controvertidos que não devemos discutir?____________________________________________________________________________________________________________________________________

2. A Bíblia manda que os cristãos não acolham aquele que se diz irmão, se ele ensina uma doutrina contrária ao evangelho de Cristo. Se alguém chega a vocês e não traz este ensino, não recebam em casa nem o saúdem (2 Jo 1.10). Também, o irmão excluído da igreja por rebeldia, tem de manifestar arrependimento antes que possa ser, novamente, acolhido (I Co 5.11-13).

O Valor do mandamento sobre aceitarTem grande valor este mandamento de aceitarmos uns aos outros da mesma maneira

como Jesus, graciosamente, nos aceitou. Leia Rm 15.5-7. Ali, Paulo afirma que Deus recebe grande glória do testemunho unido e harmonioso que os cristãos apresentam quando se acolhem livremente, com base na vida que todos igualmente compartilham, em união com Cristo. Tal aceitação mútua resulta em que o amor se expresse de maneira mais fervorosa, criando um ambiente mais propício para os ministérios de todos os membros.

Refletindo um pouco maisÀs vezes, chegam novas pessoas para o nosso grupo. O que eu, pessoalmente, tenho

feito para que elas se sintam aceitas, é:________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Campanha pró-memorizaçãoAté este ponto, já estudei dois mandamentos recíprocos. São eles:a. __________________________ -se uns aos outros.b. __________________________ -se uns aos outros.

ESTUDO 07

SAÚDEM-SE UNS AOS OUTROS

Você caminha pela rua e nota que vem se aproximando um membro da sua igreja, o Eduardo. Prazerosamente, você aguarda o feliz momento de se encontrarem.

- Como é bom, como é animador, a gente cruzar caminho com um irmão! – você pensa.Mas o Eduardo prende o olhar na calçada e passa, sem mesmo dar sinal de ter ouvido o

seu amigável:- Oi, Eduardo!- Que será que ele tem? Ensurdeceu? Estará preocupado com algum problema? Seja o

que for a verdadeira razão, o Eduardo acaba de lançar uma sementinha de irritação e discórdia entre irmãos.

O mandamentoPaulo, escrevendo aos cristãos de Corinto, diz: Saúdem-se uns aos outros com beijo

santo (1Co 16.20b). O mesmo preceito se encontra nos seguintes trechos, escritos por Paulo e por Pedro:

Rm 16.16, 2Co 13.12 e 1 Pe 5.14

Definição de saudarSaudar-nos uns aos outros é um reconhecimento externo, visível, da vida em união com

Cristo que mutuamente compartilhamos, e do amor fraternal que temos uns para com os outros. O

Uns aos Outros 16

principal significado do mandamento é que os cristãos não devem ignorar a presença uns dos outros, ao surgirem oportunidades para se comunicarem.

Exemplos de saudações- As igrejas da Província da Ásia enviam-lhes saudações. Àquila e Priscila os saúdam afetuosamente no Senhor, e também a igreja que se reúne na casa deles. Todos os irmãos daqui lhes enviam saudações. (1Co 16.19-20a)- Eu, Tércio, que redigi esta carta, saúdo vocês no Senhor. (Rm 16.22)- Demos prosseguimento à nossa viagem partindo de Tiro e aportamos em Ptolemaida, onde saudamos os irmãos e passamos um dia com eles. (At 21.7)

Exemplo negativo: não quis saudar“Você não me saudou com um beijo, mas esta mulher, desde que entrei aqui, não parou

de beijar os meus pés.” (Lc 7.45)

Observação sobre o contexto cultural/históricoO modo de saudação mencionado por Paulo é o beijo (também chamado ósculo). Paulo

se refere ao beijo santo, e Pedro, ao beijo de amor. Nos países orientais onde foi escrita a Bíblia, o beijo na face é uma maneira bem comum das pessoas se saudarem.

Na época do NT, o beijo muitas vezes era trocado entre membros da mesma família e entre amigos íntimos, bem assim como entre os que pertenciam ao mesmo grupo religioso (Henri Daniel-Rops, Daily Life in the Time of Jesus, págs. 302-303).

Os cristãos primitivos, como filhos que eram de um só e do mesmo Pai Celestial e, portanto, membros da família de Deus, mutuamente se reconheciam como irmãos e irmãs no Senhor. Expressavam essa relação de família, através do beijo, já consagrado pelos costumes da época. Nos países latinos da atualidade, as saudações variam de forma, desde o beijo e o abraço até o simples aperto de mão, sendo que este último é o modo mais adotado nos países de língua inglesa.

Quanto à saudação verbal, os judeus pronunciavam a palavra Shalom!, que quer dizer “paz!” ou “saúde, bem-estar!”. Os gregos, por sua vez, preferiam Charis! Ou seja, “graça!, felicidade!” Paulo, sendo transcultural de formação e de ministério, saudava das duas maneiras ao mesmo tempo Graça e paz!

Os costumes variam de um lugar para outro e de uma época para outra; mas o princípio que não muda é o seguinte: os cristãos devem reconhecer uns aos outros e saudar uns aos outros, de uma maneira tão santa e ao mesmo tempo tão amorosa, que o irmão saudado receba a mensagem dos dois mandamentos anteriores: “Eu amo você!”; e: “Eu aceito você, assim como está!”.

Reflexão1. - Já fui… Ainda não fui… acolhido por um grupo de cristãos onde a saudação era de um beijo na face. O que penso de tal forma de saudação, é o seguinte:_____________________________________________________________________

2. - Há certos grupos, em cujas reuniões eu gosto de chegar. Até que ponto isto se deve ao fato de que sou cordialmente saudado por um ou mais desses irmãos?_____________________________________________________________________

3. - De acordo com 2Jo 1.9-11, há uma classe de pessoas a quem posso, quem sabe, dar um “Bom dia”, mas não devo saudar afetuosamente no Senhor. Que classe de pessoas é essa?_____________________________________________________________________

Implicações deste mandamentoAs diferenças entre os costumes são consideráveis, de uma cultura para outra e de um

grupo para outro. Isto não permite que se elabore uma lista de regras específicas sobre como saudar os irmãos. Mas quando estudamos as diversas saudações no NT, podemos encontrar quatro diretrizes. Nem sempre se poderá aplicar todas as quatro na mesma situação.

As calorosas saudações entre cristãos devem:- Ser pessoais e, havendo possibilidade, individuais (3Jo 1.15)- Ser oferecidas com imparcialidade (1 Co 1.2-3)

Uns aos Outros 17

- Comunicar, quando viável, reconhecimento e apreço pelo trabalho que a pessoa faz (Rm 16.12)

- Ser negadas às pessoas, que dizendo-se irmãs, estejam ensinando doutrinas contrárias ao evangelho (2Jo 1.9-11)

Observação sobre a primeira implicação deste mandamentoDevemos saudar o irmão em Cristo de maneira pessoal e individual. Paulo muito se

esforçava por saudar individualmente aos seus muitos amigos e cooperadores. Quase todo capítulo 16 da Carta aos Romanos é dedicada a saudações. O aspecto individual das saudações é salientado também por João, o “apóstolo do amor”, quando escreve, em 3 Jo 15: Saúde os amigos daí, um por um. Ao que parece, os apóstolos criam que o amor cristão deve ser expresso de maneira pessoal e individual, sempre que possível. Disso eles próprios davam exemplo.

Pensando nisso1. Se está certa esta implicação do mandamento vejo que não é só o líder do pequeno

grupo ou o pregador da celebração que deve procurar saudar ao maior número possível de irmãos, antes e depois das nossas reuniões. Mesmo que eu não seja oficialmente líder, creio que devo:

________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. O Apóstolo João pediu, em sua 3ª carta, que os irmãos fossem saudados “_____ por _____”. O capítulo de Romanos em que Paulo faz algo parecido com isso, é o de número ______.

3. Paulo, o grande entendedor do quadro geral – todos os cristãos formando um só Corpo – nunca perdia de vista o grande valor individual de cada ___________.

Verificando1. (sua resposta); 2. um por um, 16; 3. Cristão/irmão/membro (ou semelhante).

Observação sobre a Segunda implicaçãoDevemos saudar com imparcialidade os irmãos. Paulo pede aos Filipenses (em Fp 4.21) e

aos romanos (Rm 16.15) que entreguem as saudações dele a todos os santos de determinado grupo.

O escritor da Carta aos Hebreus quer que sejam saudados todos os líderes e todos os membros das igrejas (Hb 13.24). Isto não quer dizer que o cristão, ao saudar um grupo, não possa salientar provas de especial amizade por certos irmãos, ou que deva evitar de reconhecer feitos exemplares de um irmão ou outro. O que significa, isto sim, é que não devemos ignorar a presença dos irmãos menos conhecidos ou apreciados. O apóstolo Tiago diz que se fizermos acepção de pessoas, especialmente em relação à maneira de tratar os irmãos quando nos reunirmos, seremos condenados pela Lei como transgressores. (Tg 2.9)

RefletindoAquele meu costume de saudar, depois da reunião dos irmãos a todos os meus amigos

mais chegados, e depois me afastar, deixando de saudar os outros, já não me parece tão certo. A quem não queira obedecer direito ao mandamento: “saúdem uns aos outros, o apóstolo Tiago chama de “____________________”. (Verifique a resposta, vendo Tg 2.9).

Observação sobre a terceira implicaçãoÀs vezes temos ocasião de fazer uma saudação mais formal. Outras vezes, gozamos de

mais tempo – durante uma visita à pessoa, por exemplo, ou quando lhe escrevemos uma carta. Aí, além de saudarmos de maneira que comunique nossa aceitação da pessoa, poderemos, também, expressar reconhecimento ou apreço pelo trabalho que essa pessoa realiza.

Quanto à aceitação: será que Gaio teria dúvidas sobre o ser ou não aceito por João, depois de ler a saudação que este colocou no início da sua 3ª carta: O presbítero ao amado Gaio, a quem amo na verdade?

Paulo é generoso na formulação de saudações que incluam expressões de apreço pelo trabalho das pessoas. Um exemplo: Saúdem a Trifena e Trifosa, mulheres que trabalham arduamente no Senhor. Saúdem a amada Pérside, outra que trabalhou arduamente no Senhor. (Rm 16.12)

Uns aos Outros 18

Um pouco mais de reflexãoEstou pensando numa pessoa específica do meu pequeno grupo ou da igreja em geral, a

quem muito aprecio. Agora, estou imaginando uma situação em que sou chamado para fazer uma saudação formal a essa pessoa. O que eu poderia dizer para expressar, não somente minha aceitação, mas também o meu apreço pela maneira como essa pessoa serve aos outros? Aí vai o meu rascunho:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Observação sobre a quarta implicaçãoA saudação nitidamente cristã não deve ser estendida a ninguém que, dizendo-se irmão,

ensine doutrinas contrárias ao evangelho. João, o “apóstolo do amor”, deve ter sentido vontade de saudar a todo mundo. Mas é justamente ele quem nos adverte, a respeito dos enganadores. Todo aquele que não permanece no ensino de Cristo, mas vai além dele, não tem a Deus; quem permanece no ensino tem o Pai e também o Filho. Se alguém chega a vocês e não traz este ensino, não o recebam em casa nem o saúdem. Pois quem o saúda torna-se participante das suas obras malignas. (2Jo1.9-11)

1. Em outras palavras, quando o Senhor manda que eu acolha e saúde a todos os irmãos, ele abre uma exceção, no caso de alguém que…

____________________________________________________________________

2. Segundo o meu entender, as seguintes pessoas devem ser tratadas como exceções, isto é, não saudadas afetuosamente: (marcar X nas respostas consideradas certas)

___ a. A Testemunha de Jeová que me aparece à porta ___ b. Aquele irmão que sempre me irrita ___ c. O visitante que chegou hoje, foi apresentado à igreja como irmão, mas não o conheço ___ d. Um simpático par de mórmons ___ e. Aquele irmão que na semana passada apresentou um estudo bíblico mal preparado e cansativo ___ f. Aquele irmão que me caluniou, e até agora não tem pedido desculpas

3. Pergunta difícil: Quando temos de declarar rebelde a alguém do nosso grupo (Mt 18.15-17; 1Co 5.11-13), Jesus manda que o consideremos como pagão ou publicano; e Paulo afirma: com tais pessoas vocês nem devem comer. Mas, espera aí! Jesus comia com os publicanos – Zaqueu, por exemplo. Comeu com Judas, pouco antes de este sair para completar a traição (Mt 26.23). E quando se encontrou com Judas no jardim, o chamou de “amigo” (Mt 26.50). Que é que significa, então, isso de tratar um irmão rebelde como pagão ou publicano? Os líderes da minha igreja já consideraram esta pergunta? A que conclusão chegaram, e por quê?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Paulo e Pedro, dentro da situação cultural daqueles tempos, mandavam saudar os irmãos com beijo santo de amor. A minha maneira de aplicar isso, nos dias de hoje, creio que deve ser a seguinte:

________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O Valor do mandamento de saudarO valor deste mandamento é grande, para ajudar a se criar um ambiente de amor e afeto

fraternal entre os cristãos. Praticando-o de maneira constante e coerente, o grupo ou congregação ficará ainda mais unida, e ganhará maior ânimo para expressar, de muitas maneiras, o seu mútuo amor em Cristo.

Verificando

Uns aos Outros 19

Os três mandamentos recíprocos já estudados são:a. ____________ -se uns aos outrosb. ___________ - se uns aos outrosc. ___________ - se uns aos outros

ESTUDO 08

TENHAM IGUAL CUIDADO UNS PELOS OUTROS

Sinônimos: Cooperem, com igual cuidado, em favor uns dos outrosSejam solícitos uns para com os outrosTodas as partes tenham o mesmo interesse umas pelas outras

Pense, por um momento, no grupo de cristãos do qual você faz parte. Sem escrever nada, responda às seguintes perguntas:

1. Qual é a pessoa humana mais importante da minha igreja? E do meu pequeno grupo?2. A igreja tem algum membro que, segundo o meu entender, nada faz de muito ruim,

mas verdade seja dita – atrapalha pela presença, e deixaria todos mais à vontade se fosse embora?

3. Eu acredito que o ministério que realizo é importante para a vida da igreja? 4. Mas será que sinto que o meu serviço é pouco reconhecido pela maioria?5. Sei de algum membro que é mais ou menos marginalizado pelos outros, por não ser

muito inteligente, talentoso, etc.?6. Na igreja, algum grupo ou pessoa parece chamar toda a atenção e autoridade para si?Tendo respondido a essas perguntas, veja se pode afirmar que todo membro do seu

pequeno grupo e da sua igreja tem igual cuidado pelo bem-estar de todos os outros membros. Todos são igualmente valorizados? Se a sua igreja é como muitas outras, você terá de responder com um pesaroso “Não”. Foi quando estava preocupado com semelhante situação na igreja de Corinto, que Paulo escreveu o mandamento que agora passamos a estudar.

O mandamentoMas Deus estruturou o corpo dando maior honra aos membros que dela tinham falta, a fim

de que não haja divisão no corpo, mas, sim, que todos os membros tenham igual cuidado uns pelos outros (1Co 12.24b-25).

Observação sobre o contextoNo capítulo 12 de I Co, Paulo trata de certos problemas que a igreja de Corinto está

experimentando, com relação ao uso dos dons espirituais.

“Alguns dos dons (especialmente o de línguas) estavam sendo encarados quase como fins em si, e não como meios que Deus usasse para cumprir propósitos com respeito à sua igreja. Era evidente que pessoas empregavam esses dons para alimentar o seu orgulho e dar prazer a si mesmas. Além disso, o grupo atribuía grande valor a um Dom (o de línguas) que nem por perto era o mais útil à igreja. A maneira com que expressavam esses dons resultava em inveja, orgulho espiritual e divisões partidárias. Além disso, por causa do desequilíbrio no emprego dos dons, os cultos de adoração eram caracterizados por desordens e deixavam de cumprir os propósitos de Deus para reuniões do Corpo.” (J. Robert Clinton, Spiritual Gifts, pág. 36).

No capítulo 12 de 1Co, Paulo traz à lembrança dos corintios o fato que Deus coloca cada membro do Corpo no lugar que ele próprio escolheu (1Co 12.18). O Espírito Santo dá os dons, distribuindo-os de acordo com a sua própria decisão sobre quais, cada um de nós deve receber, para servir aos outros (1Co 12.11). Cada membro tem posição e função. Todo membro é importante. Nenhum membro é desnecessário.

Uns aos Outros 20

Definição de ter igual cuidadoTer igual cuidado uns pelos outros é o mesmo que mostrar semelhante e imparcial

interesse pelo bem-estar e pelo ministério de cada membro, reconhecendo e aceitando plenamente a posição e a função que esse membro recebeu de Deus, para um ministério útil ao Corpo de Cristo.

ExemploPois quando alguém diz: “Eu sou de Paulo”, e outro: “Eu sou de Apolo”, não estão sendo

mundanos? Afinal de contas, quem é Apolo? Quem é Paulo? Apenas servos por meio dos quais vocês vieram a crer, conforme o ministério que o Senhor atribuiu a cada um. Eu plantei. Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer: de modo que nem o que planta nem o que rega são alguma coisa, mas unicamente Deus, que efetua o crescimento. O que planta e o que rega têm um só propósito, e cada um será recompensado de acordo com o seu próprio trabalho (1Co 3.4-8).

Exemplos negativos. Naqueles dias, crescendo o número de discípulos, os judeus gregos entre eles

queixaram-se dos hebreus, porque suas viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição diária de alimento (At 6.1)

. Ouçam, meus amados irmãos, não escolheu Deus os que são pobres aos olhos do mundo para serem ricos em fé e herdarem o Reino que ele prometeu aos que o amam? Mas vocês têm desprezado o pobre. Não são os ricos que oprimem vocês? Não são eles os que os arrastam para os tribunais? (Tg 2.5-6)

Hoje, tambémEm muitas igrejas, ainda persiste o problema do cuidado desigual para com os membros.

Quase sempre uma igreja terá certos componentes que são humildes e normais, porém não muito talentosos. Estes podem ser meramente tolerados; ao passo que outros, por causa da sua profissão, suas posses ou seu destaque na sociedade, são honrados. Por conseguinte, a igreja pode conter certo número de irmãos menosprezados e ignorados; e ao mesmo tempo, um grupinho de irmãos arrogantes. Certas igrejas permitem distinções desfavoráveis entre jovens e velhos; iletrados e instruídos; brancos e negros, entre descendentes de portugueses, alemães, italianos, japoneses, e assim por diante. Certos membros recebem muita atenção, outros são invisíveis. É para sanar esse tipo de doença espiritual, que existe o mandamento bíblico: Tenham igual cuidado uns pelos outros.

Reflexão pessoalNa igreja de que eu faço parte, há pessoas que menos atenção e honra recebem, e que

alguém poderia chamar de “comuns”. A minha atitude pessoal para com os membros desse tipo tem sido a seguinte:

________________________________________________________________________________________________________________________________________

Implicações deste mandamentoTenham igual cuidado... é um mandamento que encerra várias verdades:1. Não deve haver arrogância ou orgulho da parte daqueles membros que tenham dons

ou ministérios mais visíveis. (1Co 12.21).

2. Também não deve existir inveja ou ciúmes da parte daqueles membros cujos dons e ministérios sejam mais corriqueiros e menos aparentes. (1Co 13.4; 12.15-16).

Aplicação pessoal. Eu luto mais com a tendência de sentir: (escolha a sua)- Desprezo dos que aparentam ter menos capacidade que eu.- Inveja dos que parecem mais capacitados do que eu.

3. Todo membro, reconhecendo que o seu Dom e o seu ministério são importantes para o bem-estar de todo o Corpo, deve exercer o seu Dom de maneira diligente, de acordo com a medida da fé que Deus lhe repartiu. (Rm 12.1-8)

Uns aos Outros 21

4. Se algum membro do grupo sofrer de qualquer maneira (quer física, espiritual, emocional ou financeiramente), todo outro membro do grupo deverá interessar-se pelo seu caso, de modo ativo e compassivo. Os membros também sofrerão pelo fato que esse membro está temporariamente impossibilitado de contribuir para vida do Corpo (1Co 12.26, Rm 12.15)

5. Se a um dos membros foi outorgada alguma honra especial, todos os demais membros deverão alegrar-se juntamente com ele. Isto porque todos são membros do mesmo Corpo e um dos outros, o que significa que aquela honra é gozada em comum por todos (1Co 12.26, Rm 12.15)

O Valor do mandamento sobre igual cuidadoQuando todo membro de determinado grupo é igualmente solicito em favor de todos os

outros, a unidade do grupo se preserva e aumenta, porque o grupo evita as divisões partidárias. Rivalidades, orgulho, inveja e a auto-suficiência são refreados. O grupo apresenta ao mundo um testemunho harmonioso. Muitos poderão reconhecer esses cristãos como verdadeiros discípulos de Jesus.

Reflexão1. Três pessoas que muito estimo dentre os membros do meu pequeno grupo ou

congregação são estas:a. _________________________________________b. _________________________________________c. _________________________________________

2. O que faço para demonstrar a essas pessoas o meu apreço, é o seguinte: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________

3. Três pessoas da igreja que eu talvez tenha estimado em menor grau, são as seguintes:

a. _________________________________________b. _________________________________________c. _________________________________________

4. Do que mencionei no 2, acima, o que eu poderia começar a fazer, dentro dos próximos 15 dias, pelas pessoas que acabo de mencionar no 3.?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Fortalece-me, Senhor, para te obedecer!

Até onde cheguei no estudo?Este é o quarto mandamento recíproco e trata do aspecto: “Os discípulos valorizam _______________”. Portanto, a lista é a seguinte:a. _____________-se uns aos outrosb. _____________-se uns aos outrosc. _____________-se uns aos outrosd. Tenham _____________________ uns pelos outros

Verificando: relacionamentos; a. amem; b. aceitem; c. saúdem; d. igual cuidado

ESTUDO 09

SUJEITEM-SE UNS AOS OUTROS

Sinônimos: Submetam-se uns aos outros Sejam obedientes uns aos outros

Uns aos Outros 22

- Mas, não me venha com bobagens, seu! Não pode ser de outra maneira, tem que ser do jeito que já falei! Olha, se começarmos a admitir tudo quanto for idéia do pessoal, vai ser aquela bagunça!

Já ouviu alguém falar desse jeito? Também na igreja de Corinto se escutava esse tipo de conversa. O partido “Paulo” se achava mais apto do que os outros para explicar a sã doutrina. Quem rejeitava totalmente essa opinião era o partido “Apolo”, que por sua vez recebia oposição do partido que escolhera o nome “Cristo”! Cada um desses grupos se julgava o melhor.

Certos membros da igreja de Corinto afirmavam que não se deve comer carne já oferecida a ídolos. Outros, porém, rejeitavam completamente esse escrúpulo. As mulheres não se sujeitavam a usar o véu, embora isto fosse, na cultura daquela época, um sinal de respeito. Algumas das mulheres não se submetiam à autoridade dos homens para ensinar na igreja. Os membros que falavam línguas não se sujeitavam a qualquer limitação no emprego desse Dom. Parece que sujeitar-se não fazia parte do vocabulário dessa igreja!

Não acontece o mesmo hoje? Alguém faz uma coisa, não porque tenha a convicção de que é bom e proveitoso fazê-lo, mas para “provar pra essa gente que eu sou dono do meu nariz”.

- O líder desse ministério só me considera para componente se eu apresentar qualidade de vida e for fiel nos compromissos? Não gostei!

- Os membros do grupo querem que eu apareça toda semana? Onde já se viu, limitar a liberdade pessoal da gente?

- Não gostei dessa decisão da liderança. Sabe, vou parar de contribuir financeiramente, até que eles aprendam a fazer as coisas de um jeito que me agrade.

A Bíblia não nos deixa dúvida quanto à vontade do nosso Senhor, a respeito daquela nossa tendência a sermos insubmissos.

O mandamento“Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo

Espírito, falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando e louvando de coração ao Senhor, dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo”. (Ef 5.18-21)

Definição de sujeitar-seO sujeitar-nos uns aos outros significa que cada um de nós se considera submisso à

autoridade dos irmãos, cooperando facilmente com as instruções, os desejos e os pedidos deles.

Exemplos- Depois da gloriosa experiência de – com apenas 12 anos de idade – confundir

mestres da lei na importante cidade de Jerusalém, Jesus desceu com eles [José e Maria] para Nazaré, e lhes era obediente (Lc 2.51a). Cidadezinha sem importância, gente sem projeção social, Jesus entendia coisas que eles não entendiam – mas ele foi submisso.

- Agradeço a Deus, que pôs no coração de Tito o mesmo cuidado que tenho por vocês, pois Tito não apenas aceitou o nosso pedido, mas está indo até vocês, com muito entusiasmo e com iniciativa própria (2Co 8.16-17).

- Quanto ao irmão Apolo, insisti que fosse visitar vocês, juntamente com os irmãos. Ele não quis de modo nenhum ir agora, mas irá quando tiver boa oportunidade (1Co 16-12).

ObservaçãoO NT menciona algumas relações dentro das quais se define claramente quem deve

submeter-se a quem:- A todo cristão, a Bíblia diz. Portanto, submetam-se a _______(Tiago 4.7a)- Esposas, ________________a seus próprios maridos.(Ef 5.22,24, CI 3.18, 1Pe 3.1)- Todos devem sujeitar-se às____________________(Rm 13.1,Tt 3.1, 1Pe 2.13)- __________, sujeitem-se a seus senhores com todo o respeito (1Pe 2.18a, Tt 2.9)- Em relação aos lideres espirituais: que se ___________a pessoas como eles e a

todos os que cooperam e trabalham conosco ( I Co 16.16).

Uns aos Outros 23

- Da mesma forma, _____________, sujeitem-se aos mais velhos. (I Pe 5.5a)- A todos os cristãos: Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo. (Ef 5.21)

Importante distinção entre submissão e obediênciaAlguns acham que a submissão e obediência são a mesma coisa. Mesmo que a

submissão resulte, quase sempre, em obediência, existe entre essas duas atitudes uma distinção sutil, mas importante.

A obediência pode ser exigida e forçada. Ela pode ser oferecida de maneira relutante, de má vontade, quando a pessoa não quer obedecer com alegria. A desobediência pode ser punida e corrigida.

Mas a submissão é oferecida livre e espontaneamente. É uma atitude que a pessoa se impõe a si mesma, por humildade e abnegação. É uma expressão de amor, que não procura seus interesses (I Co 13.5), antes, procura servir ao próximo (Gl 5.13, I Pe 2.16-17).

Como escreveu Derek Prince, (em New Wine Magazine, de fevereiro/76):“Submissão é uma atitude interna de espírito, não uma mera obediência externa. É

possível obedecer sem, contudo, ser submisso (foi o caso do irmão mais velho, na parábola do filho perdido – Lc 15.25-30). É possível, também, ser submisso de modo geral, mas recusar a obediência em casos específicos (como o fizeram Pedro e os outros apóstolos em At 4.19-20, 5.28-29). Porém, somente manifestamos verdadeira submissão quando esta nos obriga a fazer algo que de outra forma, não faríamos”.

Três implicações sugeridas pelo contexto do mandamentoO mandamento foi citado de Ef 5.21. O contexto imediato desta ordem bíblica nos

apresenta três importantes verdades:1. A submissão para com os irmãos é um indício de que o cristão está cheio do Espírito

Santo. A pessoa pode considerar o grau em que ela se submete aos demais membros do corpo, como indicador da medida em que ela está sob o controle do Espírito.

2. Tal submissão é para ser oferecida por temor a Cristo. Isto significa que devemos nos submeter aos irmãos, com a mesma sinceridade de coração com que nos sujeitamos a Jesus. A submissão é como ao Senhor. (Ef 5.22). Portanto, nenhum irmão deve abusar da disposiçãoque o outro tem, de se submeter a ele (Ef 6.5-6, I Pe 5.1-5).

3. A submissão a qualquer pessoa sempre deverá ser governada pela nossa submissão a Deus. Não podemos deixar de nos submeter às instruções e aos desejos de Deus, revelados em sua Palavra. Se estivermos numa situação onde a submissão ao irmão implique em obedecermos à Palavra de Deus, não deveremos nos submeter a ele nesse ponto. Mas devemos fazê-lo com tristeza, porque gostaríamos de poder submeter-nos à vontade do irmão.

Reflexão pessoal1. Gostei de conhecer aquela distinção entre obediência e submissão. Aí vai, em minhas

próprias palavras, a explicação dessa diferença:__________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Você está liderando o período do louvor na reunião do pequeno grupo. Escolheu cuidadosamente as músicas, para combinar com o assunto a ser debatido, de repente, um membro do grupo interrompe o fluir das músicas e pede para cantarmos o hino “Noite Feliz”, sobre o nascimento de Jesus, coisa de dezembro! Você se lembra do mandamento de nos sujeitarmos uns aos outros e toma a decisão. Por que?__________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Se ninguém obedecesse a este mandamento, de nada adiantaria o fato de que Deus nos fez membros do mesmo Corpo. Viveríamos no mais completo individualismo. Na ignorância, também – porque para aprender algo do irmão, temos de nos sujeitar a ele!

O Valor de nos sujeitarmos uns aos outros O valor é muito grande. Quando todo cristão se submete aos outros cristãos – quer nos casos ligados à vida geral da igreja, quer nos relacionamentos do pequeno grupo – o problema

Uns aos Outros 24

das contendas e do descontentamento tende a desaparecer. Todos se empolgam com o mesmo propósito, são unidos de espírito e cheios do amor mútuo (Fp 2.2). A comunhão se expressa de maneira harmoniosa, simpática, fraternal, com boa vontade e humildade. O mundo vê o amor de Cristo. Cria-se no pequeno grupo e na congregação, um ambiente propício ao crescimento, à edificação e ao serviço (I Pe. 3.8). Em que ponto estou?

Já estudei cinco mandamentos tendo a ver com o fato que, na mutualidade, “os discípulos _____________________________________ “. Os cinco são:

1 –______________________ -se uns aos outros. 2 – ______________________ -se uns aos outros. 3 – ______________________ -se uns aos outros. 4 – __________ igual ________ uns pelos outros.

5 – ______________________ -se uns aos outros.

Acertei?valorizam relacionamentos; amém; aceitem; saúdem; tenham... cuidado; sujeitem

ESTUDO 10

SUPORTEM-SE UNS AOS OUTROS

Sinônimo: Sofram com resignação

Na igreja primitiva se encontravam – lado a lado – pessoas das mais diversas etnias e camadas sociais. Elas tinham diferentes opiniões e maneiras de trabalhar.

Além disso, no mesmo grupo havia pessoas em distintos níveis de maturidade na fé. Sabemos pelas cartas do NT, que certos cristãos demoravam para aplicar a cruz de Cristo às velhas atitudes pecaminosas e custavam para se revestir totalmente do novo homem. Alguns se orgulhavam da sua avançada espiritualidade – que muitas vezes não passava de uma cabeça cheia de conhecimentos e uma vida desafinada. Outros se entregavam à tarefa de criticar tudo e todos. Ainda outros eram corroídos pela inveja. Havia irmãos briguentos. E como sempre acontece, havia certos cristãos com hábitos e cacoetes que irritavam os mais sensíveis.

Enfim, as igrejas eram compostas de cristãos que, apesar de terem crido em Cristo, ainda eram imperfeitos.

Foi a grupos de cristãos desse tipo, que Paulo ordenou que usassem de paciência e tolerância, que suportassem uns aos outros. Nenhum deles era perfeito; todos precisavam colocar-se mais e mais sob o controle do Espírito Santo.

A igreja dos nossos dias não é diferente. Os cristãos não deixaram de ser humanos e falhos. Muitos acham difícil e pouco atraente a idéia de tomar a cruz, fazendo morrer velhos hábitos e práticas pecaminosas. O mandamento que Paulo entregou há dois milênios, vale igualmente para os dias de hoje.

O mandamentoEncontra-se duas vezes no NT, em cartas quase gêmeas: Efésios e Colossenses. Paulo

as escreveu – da sua prisão domiciliar em Roma – aos cristãos de duas cidades da província romana chamada Ásia.

- “Como prisioneiro no Senhor, rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam. Sejam completamente humildes e dóceis, pacientes, suportando uns aos outros em amor. Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”. (Ef 4.1-3).

- “Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito”. (Cl 3.12-14).

Observação

Uns aos Outros 25

Nesse trecho da carta aos Colossenses, as traduções geralmente empregam a forma imperativa: Suportem-se. Mas no original, o verbo – tanto em Efésios como em Colossenses – está na forma do gerúndio (suportando-vos, como na Almeida Revista e Corrigida).

Isto significa que o mandamento não pode ser separado do seu contexto imediato, onde outros mandamentos – estes sim, no imperativo – indicam as atitudes que nos ajudam a nos suportarmos uns aos outros.

Examinando os contextos dos trechos já citados, notamos que os mandamentos diretos são estes:

- …revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. (Cl 3.12)

- e: …rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam. (Ef 4.1)Juntando o contexto ao mandamento que estudamos, tiramos a seguinte conclusão. Uma

prova externa de que estamos andando de modo digno e nos revestindo das qualidades de coração que Deus requer, é o fato de estarmos dispostos a nos suportar uns aos outros. É verdade que este mandamento está redigido no modo indireto (gerúndio), mas é fato inescapável que suportar aos irmãos é um padrão que Deus requer de todos os que ele chamou para integrar a família celestial.

Definição de suportarSuportamo-nos uns aos outros quer dizer que vamos agüentar e tolerar, generosamente,

as atitudes e ações desagradáveis ou ofensivas dos irmãos. O mandamento inclui a idéias de que a repreensão, disciplina ou correção por atitudes e ações pecaminosas será adiada pelo maior prazo possível, na esperança de que o próprio ofensor reconheça o mal que praticou e tome providências para corrigi-lo.

Exemplos positivos- Jesus sabia que os seus discípulos iriam, quase todos, abandoná-lo na hora em que

fosse preso, e que um deles, Pedro, o negaria três vezes. Mas nessa mesma noite, como lemos em Jo 13.1-5, o Senhor pôs-se a lavar os pés desses discípulos decepcionantes. Depois, enquanto a toalha secava, ele entregou-lhes algumas das mais belas instruções e verdades (Jo 14-16) do seu ministério terreno. Também orou amorosamente por eles (Jo 17).

- O rei Davi teve muitas oportunidades para observas as atitudes e ações do Senhor para com ele. Com base nisso, ele afirmou: O Deus Eterno é bom e cheio de compaixão; ele demora a ficar irado e tem sempre muito amor. (Sl 145.8 BLH)

Exemplo negativo: eles não suportavamMas, ao invés disso, um irmão vai ao tribunal contra outro irmão, e isso diante de

descrentes! O fato de haver litígios entre vocês já significa uma completa derrota. Por que não preferem sofrer a injustiça? Por que não preferem sofrer o prejuízo? (1 Co 6.6-7)

Reflexão pessoal1. No pequeno grupo de que faço parte na igreja em geral, há pessoas que me parecem

insuportavelmente… (assinalar todas as frases aplicáveis)___ Liberais quanto às atitudes duvidosas que se permitem___ Estreitas quanto ao ponto de vista sobre as atividades que eu me permito___ Orgulhosas em sua maneira de me tratar___ Perseguidas por um complexo de inferioridade___ Barulhentas e conversadeiras___ Tímidas e pouco comunicativas___ Risonhas___ Sérias___ Ativas___ Preguiçosas

2. Justamente a respeito dessas coisas irritantes, o Senhor me entrega o seu mandamento: __________________-se uns aos outros. Esse mandamento se encontra em duas cartas de Paulo: _______________________ e _____________________.

Observação quanto a suportar

Uns aos Outros 26

Deus nunca manda fazer nada que ele próprio não esteja disposto a fazer. A tolerância de Deus tem sido uma das suas grandes maneiras de expressar o amor para com o mundo. Você já leu a maravilhosa história da sua tolerância para com Israel no Salmo 78? Ali você descobre que somente depois de muito tempo e de muitas advertências é que Deus passou a castigar a nação de Israel.

Paulo diz (Rm 2.4, NTV): Será que não compreendem quão paciente ele está sendo com vocês? Ou então, não se incomodam vocês com isso? Não vêem que ele tem esperado todo esse tempo sem castigá-los, a fim de dar tempo para que abandonem o pecado? Sua bondade tem a finalidade de levá-los ao arrependimento.

Veja o que Pedro tem a dizer sobre a tolerância de Deus. O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Pelo contrário, ele é paciente com vocês não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento. (2Pe 3.9)

Deus é paciente conosco, amando-nos assim como somos. Apesar das nossas fraquezas, ele é tardio para se irar. Da mesma maneira, nós devemos ser lentos para nos irarmos contra os irmãos em Cristo (Tg 1.19), amando-os, não obstante as fraquezas ou falhas que eles apresentem.

Outra observação: atitudeUm escritor dos Provérbios afirma que o que perdoa a transgressão mostra amor (Pv

17.9). Paulo nos mostra que o amor é paciente… tudo crê… tudo suporta (1Co 13.4, 7). Portanto, não é resmungando, contrariados, que devemos suportar-nos uns aos outros, obedecendo, por constrangimento a um mandamento. Pelo contrário, devemos fazê-lo motivados pelo amor, querendo contribuir ativamente para o maior bem-estar de cada irmão.

Claro que a tolerância tem limite…O próprio Deus não tolerou para sempre a desobediência de Israel. Depois de Ter

persistido por muito tempo no pecado, desprezando as muitas advertências, essa nação recebeu um castigo exemplar. Se é vontade de Deus que inicialmente toleremos até o pecado do irmão, esperando que ele por si mesmo venha a se corrigir, também é verdade que poderá chegar o momento em que precisemos adverti-lo a respeito do seu pecado. (E nisto, não há acepção de pessoas – veja 1Tm 5.19-20).

Hábitos ou cacoetes que simplesmente irritem e não cheguem à categoria de pecados, devem ser suportados por tempo indeterminado. Mas o pecado óbvio, que está prejudicando a vida e o testemunho da igreja, faz com que o ofensor necessite de correção. É muito importante que isto seja administrado com amor, e dentro do padrão que Jesus nos deu das três tentativas de recuperação. (Abra, leia, e marque na Bíblia e na memória, Mt 18.15-17). Dos três níveis de advertência ali mencionados, o terceiro – o mais público – cabe aos líderes do grupo.

Se você, em espírito de brandura, após um período de tolerância, for em particular ao seu irmão faltoso, a fim de ajudá-lo a se corrigir, você poderá, muitas vezes, ganhar esse irmão. O amigo quer o nosso bem, mesmo quando nos fere… (Pv 27.6a, BLH).

Não se esqueça de sua responsabilidade de agüentar, com amor, qualquer coisa desagradável que acontecer quando for aconselhar esse irmão faltoso. É possível que, no primeiro contato seu com ele, surjam, da parte dele, relações irritantes ou dolorosas. Se acontecer que você, obedecendo ao padrão de Mt 18.15-17, tiver que levar o pecado desse irmão ao conhecimento de outros, faça até isto com o máximo de amor (1Co 16.14).

O cristão terá de se manter sensível – e obediente – à direção do Espírito Santo, para não incorrer no erro de um excesso de tolerância. Tal excesso seria prejudicial à vida e à saúde espiritual da igreja, como você pode verificar lendo I Co 5.

O Valor do mandamento sobre suportarSuportar-nos uns aos outros é uma maneira de preservar a unidade do Espírito e a paz

entre os irmãos. Se os cristãos forem propensos a criticar uns aos outros, apontando os hábitos indesejáveis, as excentricidades de personalidade e os pecados, o resultado poderá ser um ambiente enfumaçado por críticas e condenações – situação pouco acolhedora! Quando os cristãos são impacientes uns com os outros, as sementes da discórdia germinam.

Por outro lado, se os irmãos cobrirem os pecados uns dos outros (no sentido de usar de tolerância), em vez de atacá-los com as picaretas da crítica a fim de os expor à vista de todo transeunte, os pacificadores estarão contribuindo para a formação de um ambiente de amor (I Pe 4.8).

Uns aos Outros 27

Se imitarem o exemplo de Deus – que muitas vezes diminuiu a sua ira e acabou com o seu furor. Lembrou-se de que eram mortais. (Sl 78.38 38b-39a BLH) –, os cristãos se tornarão mais dispostos a procurar meios de ajudar os irmãos a crescer na semelhança a Cristo. Dentro desse ambiente de mútua solicitude e amor, os cristãos sentirão mais vontade de confessar e abandonar toda e qualquer coisa que venha a ofender os irmãos.

Minha reflexãoDeus me tem suportado com impressionante paciência!Embora não escreva aqui o nome (para não ofender no caso de alguém encontrar e ler

esta página), resolvo, agora mesmo, no amor de Cristo e pelo auxílio do Espírito Santo, suportar as “insuportabilidades” do(a) até agora “insuportável” irmão [dizer o nome, diante do Senhor].

Assinado em ___/___/_____ por mim, ________________________.

Revisando1. Faça – em qualquer ordem – a lista dos seis mandamentos estudados.

a. __________________________________________________b. __________________________________________________c. __________________________________________________d. __________________________________________________e. __________________________________________________f. __________________________________________________

2. Instruções: Cada afirmação abaixo é relacionada mais estreitamente a um dos seis mandamentos do que aos outros. Depois de ler a afirmação do lado direito, escreva, no espaço à esquerda, o mandamento mais relacionado com ela. O mesmo mandamento pode aparecer mais de uma vez. Sugestão: Use uma forma resumida do mandamento (como, por exemplo: amem, ou igual cuidado).

Mandamento recíproco Situação

a.Já que faz parte de um Corpo cujos membros são habitados pelo Espírito Santo, todo cristão deve reconhecer a autoridade dos demais membros sobre ele.

b.Os cristãos fazem o que ordena este mandamento, como expressão aberta e visível de que eles se aceitam uns aos outros, em amor fraternal.

c.Isto deve ser feito, mesmo que o irmão em questão seja fraco e problemático; mas não com o intuito de brigar a respeito de opiniões divergentes.

d.Mantemos uma atitude positiva para com os irmãos, mesmo que estejam nos irritando, frustrando e enchendo a paciência.

e.Se obedecermos a este mandamento, nenhum membro do nosso grupo será ignorado, e os mais visíveis e atraentes não receberão sozinhos toda a atenção e todo o auxílio.

f. Jesus afirmou que a obediência a este mandamento é a principal prova, diante do mundo, de que somos discípulos dele.

g.De todos os mandamentos recíprocos, este é o fundamental. Não é possível obedecer completamente a nenhum dos outros, sem obedecer a este.O meu irmão quer que façamos a coisa de certa

Uns aos Outros 28

h. maneira. Eu penso diferente. Mas, desde que não haja motivo bíblico de rejeitar a idéia do irmão, resolvo concordar com o que ele quer.

i.Adiamos a repreensão ou a disciplina, esperando que o irmão, sozinho, reconheça e se corrija do mal.

Confira as suas respostas1. Em qualquer ordem:

Amem-se uns aos outros Aceitem-se uns aos outros Saúdem-se uns aos outros Tenham igual cuidado uns pelos outros Sujeitem-se uns aos outros Suportem-se uns aos outros

ESTUDO 11

NÃO TENHAM INVEJA UNS DOS OUTROSQuando estudamos o mandamento de termos igual cuidado uns pelos outros, nos

lembramos que certos cristãos possuem habilidades que todo mundo vê. Pensamos, também, naqueles discípulos a quem o Espírito Santo habilitou com dons que são úteis, mas pouco aparecem. A respeito destes irmãos, poderíamos soltar um suspiro de alívio.

- Esses sim, é que nunca darão ao Corpo problemas causados pelo orgulho – afinal das contas, eles não têm nada de que se orgulhar!Mas espere um pouco! Aquele que tem baixa auto-imagem, que acha que não estava em

casa na hora em que os talentos e os melhores dons foram distribuídos – você acha que ele não luta com o problema do orgulho? Luta sim, ainda que o orgulho vire ao avesso, aparecendo como falsa-humildade!

Aquela virtude de pensar: “Eu não sirvo para nada”, muitas vezes joga lenha na fogueira interna da inveja. Inveja de quem? Muitas vezes, daqueles irmãos talentosos e eloqüentes. Por exemplo, pense no seu corpo. Os pés, que passam tanto tempo presos e mal-acomodados dentro de sapatos e meias nem sempre perfeitamente limpos e perfumados – será que esses pés não são tentados a sentir inveja das mãos, que têm o privilégio de participar, pública e livremente, de todos os mais interessantes contatos, comunicações e tarefas do corpo? Tomado de inveja, o pé poderia reclamar: “Porque não sou mão, não pertenço ao corpo”. (l Co 12.15).

A inveja é um pecado silencioso, capaz de se esconder totalmente dos olhos da maior parte dos observadores. Mas você sabe que um veneno não precisa soltar gritos para ser mortífero. A falsa humildade, cheia de inveja, é um veneno que o Senhor Jesus quer afastar totalmente do seu Corpo.

O mandamentoSe vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito. Não sejamos presunçosos,

provocando-nos uns aos outros e tendo inveja uns dos outros. (Gl 5.25-26).

ObservaçãoNo caso dos cristãos da Galácia que foram os primeiros a receber esse mandamento, ele

se aplicava principalmente aos que se ressentiam porque outros possuíam mais autoridade, eram mais reconhecidos ou exerciam mais influência na igreja. Mas o NT repete em diversos trechos, o mandamento geral contra a inveja e a cobiça.

Confira os seguintes trechos:

Tg 4.1-3 Ef 5.3 IPe 2.1

Uns aos Outros 29

2. a. Sujeitem-se…b. Saúdem-se…c. Aceitem-se…d. Suportem-se…e. Tenham igual cuidado…f. Amem-se…g. Amem-se…h. Sujeitem-se…i. Suportem-se…

Cl 3.5 I Tm 6.6-8

DefiniçãoInvejar ao irmão é desejar para si mesmo a posição, as habilidades, realizações ou

possessões dele; sentindo, ao mesmo tempo, tristeza ou ressentimento por ser ele o possuidor dessas coisas.

Exemplos negativos: pessoas que invejavam Dei-lhes leite e não alimento sólido, pois vocês não estavam em condições para isto. De

fato, vocês ainda não estão em condições, porque ainda são carnais. Pois, visto que há inveja e divisão entre vocês, não estão sendo carnais e agindo como mundanos? (I Co 3.2-3). Se o pé disser: “Porque não sou mão, não pertenço ao corpo”, nem por isso deixa de fazer

parte do corpo. E se o ouvido disser: “Porque não sou olho, não pertenço ao corpo”, nem por isso deixa de fazer parte do corpo. Esse trecho, I Co 12.15-16, foi escrito a respeito de cristãos insatisfeitos com os dons que o Espírito lhes concedera, e obcecados com a idéia de conseguir outros, mais vistosos. O Espírito, querendo manter equilíbrio no Corpo, não havia distribuído esses dons a todos. Contudo, se vocês abrigam no coração inveja amarga e ambição egoísta, não se gloriem

disso, nem neguem a verdade. Esta “sabedoria” não vem do céu, mas é terrena, não é espiritual e é demoníaca. Pois onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie de males. (Tg 3.14-16). “Vocês querem que eu lhes solte o rei dos judeus?”, perguntou Pilatos, sabendo que fora

por inveja que os chefes dos sacerdotes lhe haviam entregado Jesus. (Mc 15.9-11).

Reflexão pessoalGosto de andar bem acompanhado, mas noto que a inveja faz o contrário: me joga para

dentro da mesma panela com os seguintes:a. Os chefes dos _____________________, que mandaram prender Jesus e o

entregaram a Pilatos para ser crucificado. (Mc 15.10);b. Aqueles que ____________________ a verdade e têm uma atitude terrena, que em

vez de ser espiritual, é ____________________. (Tg 3.14-15);c. Aquelas pessoas que sempre deixam atrás de si uma esteira de confusão e toda

espécie de ____________________. (Tg 3.16).d. Aqueles cristãos a quem não podemos classificar de “espirituais” porque temos de

reconhecer que são “____________________”. (I Co 3.3).

Como isso se aplica a nós?O mandamento Não tenham inveja uns dos outros encerra várias verdades. Entre elas,

vamos destacar as seguintes:1. O cristão que tem inveja de outro irmão é descontente e ingrato para com Deus. É

como se estivesse afirmando que Deus não sabe das suas necessidades, ou que não quer supri-las. Diz Francis Schaeffer, em seu livro True Spirituality, que a verdadeira espiritualidade encerra duas atitudes básicas: 1º a confiança em Deus e 2º a gratidão a ele. A presença da inveja, portanto, é um sinal vermelho que se acende no seu painel para indicar que a fé e a gratidão estão em nível baixo.

2. O cristão que inveja a um irmão é culpado dos pecados de orgulho e vaidade. O seu orgulho se manifesta quando se lamenta: “Eu mereço algo melhor, e me sinto revoltado porque esse algo melhor está nas mãos de Fulano”; ou se gaba: “Vejam como sou humilde – não como Beltrano, que só faz para aparecer”. Tanto a falsa humildade como o orgulho escancarado, são entrelaçados com algo que a escritura proíbe em Rm 12.3: o ter de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter.

3. Pode acontecer que o seguidor de Jesus, invejando alguém que possui as capacidades que ele mesmo gostaria de ter, venha a “entrar em greve”. Recusa-se a funcionar e servir, até que a suposta “insuficiência” seja reparada. Com essa desculpa, ele retarda o seu próprio crescimento e prejudica o ministério do Corpo.

4. Longe de invejar aquele irmão que tem boas qualidades e capacidades, o cristão deve agradecer a Deus por ter dado a ele um companheiro tão bem preparado e capaz. Quando um membro é honrado, todos os outros se alegram com ele (I Co 12.26b). Formamos um só Corpo, do qual todos somos igualmente membros. Isto significa que: …todas as coisas são de vocês, seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, a

Uns aos Outros 30

vida, a morte, o presente ou o futuro; tudo é de vocês, e vocês são de Cristo, e Cristo, de Deus (I Co 3.21b-24).. Dentro de um ambiente de amor e unidade, os talentos e dons de cada irmão estão a serviço de todos.

Reflexão pessoalDas manifestações de inveja mencionadas nos parágrafos anteriores, creio que aquela

que mais se aplica a mim, é a seguinte: (escolha uma).- Orgulhar-me do fato que gosto de ajudar nos bastidores, não exigindo para mim os mais

altos cargos.- Sentir uma certa raiva do Senhor por Ele ter deixado de me fornecer capacidades que

julgo necessárias.- Não sentir desejo de trabalhar de todo coração para Cristo, até que o Senhor me faça

diferente do que sou.- Achar difícil sentir verdadeira alegria e gratidão, quando um irmão é honrado, e não eu.

Se marquei, acima, algum aspecto da inveja, quero começar a mudar. O primeiro passo específico que vou dar é o seguinte:

________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Tenciono dar esse passo dentro do seguinte prazo: ______________________________.

Jesus como supremo exemplo da vitória sobre a invejaEmbora fosse Deus, não exigiu nem tampouco se apegou a seus direitos como Deus, mas

pôs de lado seu imenso poder e sua glória, ocultando-se sob a forma de escravo e tornando-se como os homens. (Fp 2.6-7, NTV).

Veja como Jesus demonstrou aqueles dois elementos da verdadeira espiritualidade (segundo Schaeffer): a fé (confiança) e a gratidão:

1. Confiança: No deserto, tentado pelo inimigo a se rebelar contra a maneira em que eram supridas as suas necessidades, ele respondeu: “Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”. Em Samaria: “…Minha comida vem de fazer a vontade de Deus que Me enviou, e terminar sua obra”. (Jo 4.34, NTV). Tanta confiança teve ele na vontade do Pai, que não manifestou um só pingo de inveja, ao anunciar que meros discípulos, como Pedro, fariam, depois do Pentecostes, obras maiores do que ele, Filho de Deus, havia realizado durante o ministério terreno. (Jo 14.12).

2. Gratidão: A gratidão de Jesus se baseava em sua plena confiança no Pai. Ele expressava sua gratidão, mesmo antes que a resposta se tornasse visível. Por exemplo, ao lado do túmulo de Lázaro, com esse amigo ainda morto e o ar carregado de indícios da corrupção: …Jesus olhou para cima e disse: “Pai, eu te agradeço porque Me ouviste. Eu sabia que sempre Me ouves, mas disse isto por causa do povo que está aqui, para que creia que Tu Me enviaste”. (Jo 11.41-41). Observe-o na noite em que será traído. Em torno Dele estão os discípulos que, por covardia, iriam abandonar, ou mesmo negá-lo. Nas mãos Ele segura o pão da Ceia, que simboliza o corpo que será entregue, nas próximas horas, a horríveis torturas, por amor a gente indigna. Sob todo esse stress, que faz Jesus? Dá graças! (Mt 26.26-27).

Essa mesma atitude de confiança, contentamento e gratidão, todo cristão deve desejar para si: Você quer ser verdadeiramente rico? Você já é, se for feliz e bondoso. (I Tm 6.6, NTV).

O Valor deste mandamento sobre a invejaQuando cristãos se põem a invejar uns aos outros, lançam no Corpo as sementes da

guerra e da contenda (Tg 4.1-3). Pensam e agem em benefício próprio, e não em nome do Senhor e para o bem da sua Igreja. Deixam de ser amorosos e solícitos uns pelos outros. A alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8.10). Mas afetados pelo insidioso veneno da inveja, esses cristãos são emocionalmente enfraquecidos. Sentem dor e não alegria, quando ouvem dizer que coisas boas acontecem aos outros.

Uns aos Outros 31

A obediência a este mandamento é essencial, para que os membros cooperem com igual cuidado uns em favor dos outros em amor, contentes com a posição e a tarefa que cada um recebeu do Senhor.

ESTUDO 12

DEIXEM DE JULGAR UNS AOS OUTROS

O inimigo, querendo a todo custo prejudicar o amor mútuo e a unidade do pequeno grupo e da Igreja em geral, encontrou uma infalível estratégia: é só convencê-los de que devem estar julgando uns aos outros.

Vamos imaginar um seguidor de Jesus que chega à firme convicção de que a sua opinião, a sua maneira de fazer as coisas, etc., é sempre a melhor. Especialmente em relação àquelas práticas sobre as quais a Bíblia não apresenta nenhum mandamento direto e claro, ele não somente tem firme opinião pessoal – o que é bíblico e certo – mas também se nomeia a si mesmo juiz autocrático, impondo os seus padrões particulares em todos os outros.

Assim como a cidade de São Paulo sofre de ar poluído, certas igrejas vão se enchendo de divisões e inimizades. Essa poluição resulta em que o Corpo de Cristo sofra doenças respiratórias (espiritualmente falando), porque o louvor e a oração são prejudicados. Já que um corpo doente não pode trabalhar bem, os ministérios dessa igreja são desvirtuados, muitas vezes por causa de briguinhas a respeito de coisas de importância secundária.

É sobre esse tipo de problema que Paulo fala em Rm 14, de onde vem o presente mandamento.

O mandamento“Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não

colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão” (Rm 14.13).

Observação sobre o julgarMesmo antes da conversão de Paulo, Jesus havia enunciado este mandamento, no

Sermão do Monte. O Senhor somente não desdobrou a explicação do mandamento, como Paulo mais tarde o faria em Rm 14. Confira o que Jesus disse:

“Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usado para vocês”.

“Por que você repara no cisco que está no olho do teu irmão, e não se dá conta da viga que está em teu próprio olho? Como você pode dizer ao teu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do teu olho’, quando há uma viga no teu? Hipócrita, tire primeiro a viga do teu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do teu irmão” (Mt 7.1-5).

Definição daquilo que devemos evitarJulgar-nos uns aos outros significa tomarmos por certo que a nossa idéia sobre

determinada prática duvidosa ou questão doutrinária secundária é a única admissível. Ao assim fazer, criticamos e condenamos a qualquer outro irmão que não esteja compactuando e concordando com a nossa idéia.

Exemplos negativos Escrevi à igreja, mas Diótrefes, que gosta muito de ser o mais importante entre eles, não nos recebe. Portanto, se eu for, chamarei a atenção dele para o que está fazendo com suas palavras maldosas contra nós. Não satisfeito com isso, ele se recusa a receber os irmãos, impede os que desejam fazê-lo e os expulsa da igreja (III Jo 1.9-10). Irmãos, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo suplico a todos vocês que concordem uns com os outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês, e sim que todos estejam unidos num só pensamento e num só parecer. Meus irmãos, fui informado por alguns da casa de Cloé de que há divisões entre vocês. Com isto quero dizer que cada um de vocês afirma: “Eu sou de Paulo”; “eu de Apolo”; “eu de Cefas”; e “eu de Cristo” (I Co 1.10-12).

Como isso se aplica a nós?

Uns aos Outros 32

O mandamento de não julgarmos uns aos outros implica em várias considerações. Por exemplo:

1. Há certos aspectos da doutrina e dos padrões de conduta que a Escritura não especifica, mas deixa a critério da consciência individual do cristão. Um crê que pode comer de tudo; já outro, cuja fé é fraca, come apenas alimentos vegetais. Aquele que come de tudo não deve desprezar o que não come, e aquele que não come de tudo não deve desprezar o que não come, pois Deus o aceitou. Quem é você para julgar o servo alheio?… (Rm 14.2-4a). A respeito de tais coisas (as duvidosas e secundárias) não temos o direito de exigir a total conformidade. Seria como anunciar: Amor e aceitação à venda! O preço? Total conformidade do freguês às nossas convicções!”

2. Os cristãos não devem exigir de seus irmãos aquilo que a própria Escritura não tenha ordenado. Assim fazendo, estariam julgando a própria Escritura, dizendo à Palavra de Deus (Oh! que blasfêmia!): “Pesada foste na balança, e achada em falta”. Pelo contrário: Não vos critiqueis uns aos outros, meus irmãos. Se o fizerdes, julgais vosso irmão e colocai-vos acima da Lei de Deus, porque no fim de contas chegastes a ser crítico da Lei. E se começais a criticar a Lei em vez de a ela obedecer, passais a ser juizes, quando afinal há um só Juiz. O que promulgou a Lei, e tem nas mãos o poder da vida e da morte. Como podeis ser tão ingênuos para imaginar que sois juizes do próximo? (Tg 4.11-12, paráfrase de Phillips).

3. A Escritura deixa a critério da consciência individual certos aspectos da doutrina e do comportamento. Por isso, a igreja não deve exigir a um cristão que ele pense ou aja, em relação a estas coisas, de maneira idêntica à nossa, como condição de o acolhermos como membro da igreja (Rm 14.1,3-4).

4. Embora certas coisas sejam deixadas ao critério individual, cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente (Rm 14.5b). Quando o cristão tem a convicção de que a sua maneira de entender e agir é certa, ele deve agir de acordo com essa convicção. Mas nem por isso deve acusar de pecado ao irmão que tenha formado outra convicção, nem menosprezar ou desprezá-lo (Rm 14.3).

5. Em última análise, é ao Senhor que cada irmão terá de prestar contas, pelo que faz e pelo que pensa (Rm 14.4, 6-10; I Co 4.3-4).

6. Não somente devemos evitar de julgar os irmãos a respeito de coisas secundárias, como também devemos aceitá-los e suportá-los de maneira generosa, como tendo igual direito à liberdade que há em Cristo (Rm 15.7, Cl 3.13).

Reflexão pessoal1. Eu seria capaz de julgar o irmão, se notasse nele uma atitude ou prática como esta:

___ a. Ele come coisas que eu não acho convenientes para o cristão (alimentos feitos com sangue, por exemplo) (Rm 14.2).___ b. Ele trabalha, às vezes, no domingo. Ao meu ver, isto é desrespeito pelo dia do Senhor (Rm 14.5; Cl 2.16).___ c. Ele toma vinho em algumas refeições (Rm 14.21; Cl 2.16).___ d. Na Sexta-feira da Paixão, ele não se importa com o que come (Rm 14.5).___ e. Ele pensa que a Igreja não será arrebatada, até que todas as tribos e etnias do mundo tenham sido evangelizadas; enquanto eu tenho plena convicção que o arrebatamento pode acontecer antes de eu terminar de ler este parágrafo.___ f. ____________________________________________________________

2. O mandamento recíproco que estou estudando ordena:Deixem de ________________ uns aos outros.

3. A segunda metade de Rm 14.5 indica que eu particularmente, apesar de não estar autorizado a julgar e desprezar os irmãos a respeito de questões secundárias de doutrina e de comportamento, devo:_________________________________________________________________

Distinção entre o julgamento proibido e aquele que é permitidoEmbora a Escritura proíba o tipo de julgamento que acabamos de considerar, ela mesma

ensina que existe certo tipo de julgamento que deve ser praticado pelos cristãos. Devemos: Tomar decisões que combinem com propósitos certos; Avaliar tudo o que ouvirmos e lermos, para reter somente o que for bom, e

Uns aos Outros 33

Aplicar disciplina aos rebeldes da igreja.

1. Rm 14.13 diz, literalmente, no grego: Não nos julguemos mais uns aos outros; antes julguemos isto: não pôr tropeço ou escândalo ao irmão. Esta maneira certa de se julgar significa: decidir, resolver. O jogo que Paulo faz, nesse versículo, entre não julguemos… antes julguemos, aparece mais claramente na paráfrase de Phillips, Cartas às Igrejas Novas, onde se lê: Acabemos com a crítica aos nossos irmãos. Ou então se quisermos ser críticos, façamos a crítica ao nosso próprio procedimento, e não dificultemos a vida do nosso semelhante, pondo-lhe obstáculos no caminho onde possa tropeçar e cair.

2. Como filhos adultos de Deus, temos a responsabilidade (I Co 14.29) e a capacidade (Jo 10.5,14) de julgar as comunicações que recebemos. Devemos avaliá-las quanto à sua procedência divina (I Jo 4.1-6) e utilidade para as nossas vidas (I Ts 5.21). Neste sentido – e não no da crítica mesquinha e egoísta – é que devemos, como pessoas espirituais, discernir todas as coisas (I Co 2.14-15).

3. Para que todos os cristãos possam exercer, quando necessário, o ministério interdependente de aconselhar-nos uns aos outros, e para que os líderes exerçam a disciplina na igreja, é preciso que membros sejam avaliados quanto à sua obediência à Palavra de Deus. A Escritura mostra que isto deve ser:

1º - feito somente quando necessário;2º - limitado pelo mandamento: Suportem-se uns aos outros; e3º - dirigido mais à verificação de uma possível atitude de rebeldia do que à crítica das coisas feitas pelo irmão (a rebeldia é focalizada nas frases: não ouvir… e recusar a ouvir… em Mt 18.16-17: “Mas se ele não ouvir…; Se ele se recusar a ouvi-los…; e se ele recusar a ouvir também a igreja…”).

O Valor do mandamento de não julgarO mandamento de que deixemos de julgar uns aos outros, é essencial à manutenção da

unidade do Corpo de Cristo. Um grande perigo para a paz e unidade do grupo de cristãos, é uma pessoa com espírito de crítica. Rápida no gatilho, critica tudo o que não gosta ou não entende. Semeia dúvidas e suspeitas. Em outras palavras, infecciona o Corpo.

Quando os cristãos ficam se julgando uns aos outros, surgem divisões, contendas, amargura, orgulho e maledicência. Tais coisas destroem a harmonia que deve caracterizar o Corpo de Cristo. Por conseguinte, a glória de Deus é diminuída.

Quando, porém, os irmãos evitam julgar-se uns aos outros, tais coisas não têm vez, e o Corpo de Cristo pode expressar, tanto na vida interna como também nos contatos com o mundo, aquele amor e aquela unidade que glorifiquem a Deus (Rm 15.6).

ESTUDO 13

NÃO SE QUEIXEM UNS DOS OUTROS

Sinônimo: Não murmurem uns dos outros.

As circunstâncias difíceis e irritantes podem trazer à tona o melhor que há dentro de um cristão, mas também podem revelar o que há de pior nele. Pode ser que ele suporte com paciência tais circunstâncias, confiante de que Deus fará cooperar todas as coisas para o seu bem. Por outro lado, pode ficar gemendo e resmungando porque a sorte lhe caiu de maneira tão pouco agradável. E se acontece que um certo irmão está contribuindo para o seu desconforto, ele pode começar a se queixar desse irmão, em todos os seus círculos de amigos.Tiago, irmão do Senhor e principal presbítero da igreja de Jerusalém, tinha muita compreensão de como funciona a confiança em Deus, dentro das circunstâncias do dia-a-dia. Sobre isto escreveu em sua carta.

Algo que Tiago observou foi que mesmo nós, os cristãos, temos a tendência de transferir para os outros o nosso estado emocional de depressão, impaciência ou irritação. A infeliz verdade é esta: muitas vezes, procuramos outros a quem culpar pelas nossas dificuldades, ou ficamos a nos imaginar explorados pelo egoísmo dos outros. Passamos a abrir a boca em conversa com os amigos, nos queixando, murmurando e gemendo a respeito do desgosto que Fulano ou Beltrano nos causa.

Uns aos Outros 34

Tiago, vendo como essa poluição se generalizava e ameaçava a saúde do Corpo de Cristo, exclamou: Meus irmãos, isto não pode ser assim! (Tg 3.10b).

DefiniçãoQueixar-se de um irmão é o mesmo que expressar – geralmente em conversa reservada,

às escondidas da pessoa criticada – descontentamento, impaciência ou desagrado para com ele.

O mandamentoIrmãos, “não se queixem uns dos outros, para que não sejam julgados. O juiz já está às

portas” (Tg 5.9).

ObservaçãoLendo o mandamento, você pode ter notado que se fala em juízo para os que não vivem

de acordo com o mesmo. Neste detalhe, Tiago apresenta todos os três mandamentos de modo igual:

Não julguem uns aos outros; Não falem mal uns dos outros; e Não se queixem uns dos outros.Todas essas atitudes, diz Tiago, são pecados que desagradam muito a Deus,

especialmente quando ocorrem no meio do seu povo. Apesar de ser mencionado dentro do mesmo contexto, o queixar-se não é sinônimo de julgar, nem do falar mal. A palavra grega para queixar-se significa, basicamente, “gemer”. O que distingue este pecado dos outros mencionados, é a especial ênfase sobre dois aspectos: 1º a impaciência ou irritação, e 2º a maneira furtiva, secreta, em que esta é comunicada.

Exemplo negativo de se queixarNaqueles dias, crescendo o número de discípulos, os judeus gregos entre eles queixaram-

se dos hebreus, porque suas viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição diária de alimento (At 6.1).

Como isso se aplica a nós?Quando a Escritura diz para não nos queixarmos uns dos outros, ela quer dizer, no

mínimo, o seguinte:1. Os cristãos devem reconhecer que Deus utiliza as situações difíceis e penosas para

desenvolver neles uma fé, uma paciência e uma esperança mais firmes e cheias de fruto (Tg 1.2-3).

2. Os cristãos, na conversa com terceiros, não devem acusar os irmãos de terem causado ou intensificado as situações difíceis ou irritantes em que se encontram. Não é para um cristão julgar as motivações ou ações do seu irmão – isto não é serviço dele. O cristão é responsável, isto sim, por enfrentar e lidar com as dificuldades de uma maneira que glorifique a Deus. Se alguém for culpado, ele deverá deixar isso àquele Juiz que é perfeitamente capaz de lidar com o assunto “culpa” (Tg 1.19; 4.12; 5.10-11).

3. Quando um cristão sofre por qualquer motivo, mesmo que outro irmão tenha sido o causador, ele não deve queixar-se e resmungar. Pelo contrário, deve orar, confiando no Senhor para agir em seu auxílio (Tg 5.13; Fp 4.6-7).

4. Ainda que pense ter bastante motivo de queixa, o cristão não deve gemer as suas mágoas aos outros (Pv 17.9). Ele tem apenas duas opções bíblicas: suportar e perdoar ao irmão (Cl 3.13), ou advertir e aconselhá-lo (I Ts 5.14; Rm 15.14).

Reflexão pessoal1. Tenho que reconhecer que já me acostumei a soltar aquela “música” de gemidos e

queixumes, até ao ponto de nem notar que o faço (como a pessoa que, adormecida, ronca cavernosamente sem notar que o faz). Deus acaba de usar Tiago para me comunicar que, para os ouvidos dele, as queixas que dirijo contra os irmãos são tão desagradáveis como os miados dos gatos Romeu e Julieta, em cima do telhado. Se quiser agradar, realmente, a Deus, vou ter que parar de me lamentar sobre o que fazem irmãos como: [mencionar diante do Senhor o nome da pessoa, mas não escrevê-lo aqui]. Em vez de ficar me queixando a respeito dele(a), devo fazer o seguinte:

Uns aos Outros 35

_____________________________________________________________________

2. Não será por covardia que me queixo do irmão Fulano, dentro da rodinha consoladora dos meus prediletos, em vez de ir falar diretamente com ele, como manda Jesus em Mt 18.15? Não gosto de olhar no espelho o rosto de um covarde! Que bom que o Espírito Santo está disposto a me ajudar a fazer o certo: Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio (IITm 1.7).

O Valor deste mandamento sobre queixumesÉ uma lástima ter de reconhecê-lo, mas é fato que a Igreja precisa muito deste

mandamento. As críticas proferidas às escondidas são meios – desgraçadamente eficazes – de se semear ressentimentos e brigas dentro da Igreja de Cristo. A presença da murmuração indica que os cristãos estão assumindo uma responsabilidade que não lhes compete – a de se julgarem uns aos outros. O queixar-se dos irmãos é um pecado grave, porque gera discórdia entre irmãos e leva a confrontações pouco amistosas.

Os cristãos devem manifestar, em alto grau, o mútuo amor e a unidade. O Corpo de Cristo não pode funcionar bem quando os membros estão trabalhando uns contra os outros. Mas quando todos obedecem a este mandamento, o Corpo de Cristo fica livre desse tipo de contendas e das incapacitações que elas causam. Assim, o pequeno grupo e a igreja podem edificar-se na semelhança a Cristo.

ESTUDO 14

NÃO FALEM MAL UNS DOS OUTROS

Palavras relacionadas: Maledicência (1Pe 2.1) Calúnia (2Co 12.20)

Um dos pecados mais generalizados entre os cristãos é o de falarem de modo negativo, uns a respeito dos outros. Muitas vezes, falamos sem pensar, não nos lembrando do impacto negativo que essas palavras terão sobre a pessoa criticada, quando chegarem aos seus ouvidos. Outras vezes, ridicularizamos um irmão, fazendo cerrada gozação de alguma excentricidade dele, de algum erro que cometeu. Pode ser, ainda, que passemos adiante a mais recente fofoca sobre alguém (criada, naturalmente, pelos outros…). Tudo isso sem pensar…

Mas temos de reconhecer que houve horas em que nós – movidos por inveja, ira ou ódio – deliberadamente pusemos mãos à obra para machucar alguém ou lhe diminuir a reputação. Tal conduta, considerada indigna até pelos incrédulos mais esclarecidos, é profundamente ruim para o cristão. Mas o triste fato é que nos conformamos com a presença da maledicência dentro do nosso pequeno grupo ou da nossa igreja, desde que ela seja convenientemente disfarçada.

Um cristão que não se conformava, de modo algum, com essa situação, foi Tiago, aquele presbítero de Jerusalém que tanto ensinou sobre o uso da língua. Ele esclarece que se falarmos mal dos nossos irmãos, estaremos incorrendo em grave pecado. Vamos estudar o que ele escreveu sobre essa poluição do Corpo de Cristo.

O mandamentoIrmãos, não falem mal uns dos outros. Quem fala contra o seu irmão ou julga o seu irmão,

fala contra lei e a julga. Quando você julga a Lei, não a está cumprindo, mas está se colocando como juiz. (Tg 4.11).

Observação: o contextoEm Tg 4.11-12, recebemos a ordem de parar de nos julgar uns aos outros. No capítulo

anterior (3.1-12), Tiago já falou de modo mais geral sobre o uso da língua e sobre a importância desse pequeno – mas tão indomável! – membro do corpo humano. Aqui em Tg 4.11, ele explica que o falar mal do irmão, na realidade, é o mesmo que julgá-lo. Diz que tanto o falar mal do outro como também julgá-lo, são transgressões do princípio básico de que somente Deus é o legislador e o juiz do seu povo.

Uns aos Outros 36

O que é falar mal?Falar mal do irmão é dizer palavras a seu respeito que resultem em que ele seja

desacreditado, desonrado, menosprezado ou desprezado, quanto ao caráter ou às ações.

Exemplo negativoEscrevi à igreja, mas Diótrefes, que gosta muito de ser o mais importante entre eles, não

nos recebe. Portanto, se eu for, chamarei a atenção dele para o que está fazendo com suas palavras maldosas contra nós… (III Jo 1.9-10a).

Como isso se aplica a nós?O mandamento de não falarmos mal uns dos outros, tem pelo menos as seguintes

implicações:1. Se eu falar mal de alguém, estou afirmando que sou melhor do que ele. É prova de

que já desobedeci a outro mandamento recíproco: o de não julgar ao irmão.2. Quem fala mal de outro cristão está desprezando o Pai que criou esse irmão à sua

própria semelhança e o redimiu de acordo com um glorioso propósito (Tg 3.9; Rm 8.28-29).

3. Ainda que um cristão venha a cometer algum erro ou pecado, o seu irmão não deve falar em detrimento dele. A sua responsabilidade é de ensinar, encorajar ou aconselhar a fim de que o irmão seja edificado. Isto não é nada parecido com a atitude de desmontar o irmão pela maledicência.

4. Existem programas de rádio e televisão dedicados à maledicência. Cada vez mais, a cultura que nos cerca, aceita esse tipo de procedimento. Mas nós, os cristãos, devemos ter muito cuidado com a nossa maneira de falar, especialmente com relação aos filhos do nosso Pai celestial.

Reflexão pessoalQuando alguém faz fofoca a meu respeito, quero que isso pare e se apague

imediatamente! Mas ao se tratar de fofoca sobre outro cristão, muitas vezes saboreio essa historieta e a passo adiante. Que egoísmo, ter uma medida para mim e outra para o meu irmão! Que maneira esquisita de amar, assim como Cristo me amou!

Sei que desobedeci a este mandamento, quando criei ou passei adiante a seguinte fofoca: [mencionar diante do Senhor, mas não escrever aqui, a maledicência e a pessoa afetada por ela].

Creio que o Senhor Jesus quer que eu corrija esta situação, fazendo o seguinte:________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Fortalece-me, Senhor, para te obedecer!

O Valor do mandamento contra a maledicênciaNovamente se trata de um mandamento essencial à manutenção da saúde do Corpo de

Cristo, que exige um ambiente interno de amor e unidade.Quando um só membro é desprezado ou caluniado, o corpo inteiro sofre o impacto

negativo. Quando essa poluição se generaliza, os membros formam “panelinhas”. Procuram os próprios interesses em vez de colocar o Senhor em primeiro lugar. A amargura e as contendas formam uma espécie de artrite espiritual, atacando as juntas do Corpo inteiro.

A maledicência também ataca as cordas vocais do grupo, porque torna impossível que os membros, com um só coração e uma só boca, glorifiquem a Deus (Rm 15.6).

Hoje em dia, certos cristãos se tornam especialistas da maledicência disfarçada. Sem estarem submissos a nenhuma autoridade espiritual, se entitulam caçadores de heresias, e acabam falando mal de todo líder cristão que não tenha as mesmas práticas ou ênfases doutrinárias que eles. O Corpo de Cristo precisa de um sistema excretório, para eliminar doutrinas e atitudes espiritualmente tóxicas. Mas quando o sistema excretório começa a julgar e atacar aqueles que mesmo sendo diferentes, não deixam de estar procurando o Reino de Deus e a sua justiça; quando os caçadores de heresias rejeitam aquela palavra de Jesus: “…quem não é contra vocês, é a favor de vocês” (Lc 9.50b) – uma devastadora toxina é solta para dentro do Corpo. Os membros vivem desconfiados de muitos cristãos, de cujos exemplos eles poderiam aprender. E no campo da batalha, em vez de investirem contra o inimigo, ficam, como soldados de olhos vendados, atirando uns nos outros.

Uns aos Outros 37

Mas quando os cristãos evitam a maledicência, todos podem confirmar-se mutuamente e se edificarem uns aos outros. Assim será mais provável que os membros do Corpo tenham igual cuidado uns pelos outros e expressem, diante do mundo, o amor e a unidade que Jesus quer.

ESTUDO 15

NÃO MORDAM E DEVOREMUNS AOS OUTROS

Sinônimos: Não fiquem fingindo e criticando-se Não fiquem agindo como animais, ferindo e prejudicando uns aos outros

Imagine a terrível cena que tanto se repetia na arena romana: um pequeno e indefeso grupo de cristãos, repentinamente atacados por esfomeadas feras, diante do cruel e indiferente olhar da multidão nas arquibancadas. As presas estraçalham os corpos, as carnes dos nossos irmãos são abocanhadas pelas feras… Repugnante? Claro que sim. Mas quanto não seria aumentado o horror da situação, se as feras fossem repentinamente desmascaradas e se revelassem como sendo, na realidade, outros cristãos.Tal foi o retrato que Paulo pintou dos cristãos na Galácia para ajudá-los a entender como eles pareciam aos olhos de Deus, nas horas em que se entregavam a brigas e contendas. O problema central das igrejas do Senhor Jesus na Galácia era que gente de fora tinha chegado e estava ensinando insistentemente que os cristãos não-judeus tinham de adotar a circuncisão cerimonial do judaísmo e a guarda da lei de Moisés.

Esse legalismo tinha de ser combatido. Mas na hora em que Paulo escrevia sobre esse assunto, os cristão gálatas não estavam se limitando a debater esse problema, procurando sintonizar o pensamento do Corpo com a vontade daquele que é Cabeça, Jesus. Deixando de lado a causa em pauta, eles estavam condenando amargamente os defeitos e maneiras irritantes uns dos outros. Dedicando-se a desancar uns aos outros, eles eram incapazes de alcançar qualquer decisão pacífica.

Você já notou, provavelmente como é fácil o mesmo acontecer entre cristão de hoje. O que começa com uma simples troca de idéias divergentes sobre um ponto de doutrina, uma diretriz administrativa ou um aspecto de conduta dos membros, passa ao campo das batalhas pessoais. Em vez de atacar os problemas, os membros começam a atacar uns aos outros, como fizeram os midianitas em presença do pequeno exército de Gideão.

Na carta aos gálatas, Paulo adverte sobre o perigo desse tipo de procedimento. Ele avisa que isto pode resultar na destruição do amor e da unidade; e daí, os passos são poucos para a inutilização da própria igreja. É terrível que sejamos capazes de desencadear, dentro do Corpo que Cristo tanto ama, esta série de males progressivos: MORDIDAS DEVORAÇÕES, DESTRUIÇÃO.

O mandamentoToda a lei se resume num só mandamento: “Amarás a teu próximo como a ti mesmo”.

Mas se vocês se mordem e devoram uns aos outros, cuidado para não se destruírem mutuamente. (Gl 5.14-15).

DefiniçãoMorder e devorar é expressar hostilidade e má vontade para com o irmão, por meio de

ataques sobre o seu caráter, valores, propósitos, crenças ou ações, a fim de estabelecer alguma vantagem sobre ele.

ObservaçãoEste mandamento emprega linguagem pitoresca. Morder e devorar são atividades

próprias das feras – do gato em relação ao camundongo, do leão em relação ao antílope, etc… É como se Paulo nos dissesse: “Quando vocês tratam desta maneira uns aos outros, estão deixando de agir como seres humanos, e muito menos, como cristãos!” Por amor a Jesus e ao seu Corpo, a Igreja, devemos prestar muita atenção neste mandamento, para proteger o grupo de cristãos contra tão desastroso câncer espiritual.

Uns aos Outros 38

Exemplo negativo Eu mandei à igreja uma cartinha a respeito disto, porém o orgulhoso Diótrefes, que gosta

de aparecer como líder dos cristãos daí, não admite a minha autoridade sobre ele e se recusa a ouvir-me. Quando eu for, contarei a você algumas das coisas que ele está fazendo, e as coisas perversas que anda falando a meu respeito, e a linguagem insultuosa que ele está usando. Ele não somente se recusa a acolher os missionários em viagem, mas diz aos outros que não o façam e quando eles fazem procura expulsá-los da igreja. (3Jo 1.9-10, NTV)

Como isso se aplica a nós?O mandamento que não mordamos e devoremos uns aos outros, traz consigo, no mínimo,

quatro implicações:1. Os cristãos devem evitar ao máximo, as desavenças e as discussões. Haverá, é claro,

situações em que uns discordarão do pensamento de outros. Haverá momentos em que pensamentos e atitudes de alguém tenham de ser avaliadas e serão reconhecidas com falhas. Mas, seja qual for a situação, nunca os irmãos deverão rebaixar-se ao nível dos ataques pessoais. Antes, procurem, dentro dum ambiente de mútuo amor, sujeitando-se uns aos outros, encontrar uma solução que se harmonize com as Escrituras. Existe uma natural tendência, especialmente da parte dos inseguros, de querer arrasar com aqueles que se opõem ao seu modo de pensar. Mas Deus colocou um permanente sinal de “fechado ao trânsito” diante deste modo de proceder: pois a ira do homem não produz a justiça de Deus. (Tg 1.20).

2. Os cristãos precisam dar-se conta de que o morderem e devorarem uns aos outros traz uma séria ameaça à vida da igreja. As mútuas hostilidades podem resultar na mútua destruição espiritual e emocional dos irmãos. O grupo ou igreja pode ficar sem nada que se pareça com a verdadeira comunhão. É preciso que paremos e pensemos sobre a ordem crescente dos prejuízos causados pelos ataques pessoais a irmãos: MORDER DEVORAR DESTRUIR.

3. Morder e devorar é pecar contra a lei do amor. O amor edifica e presta serviço ao irmão (Gl 5.14); isto é totalmente oposto ao abocanhá-lo.

4. O contexto do mandamento oferece a seguinte lição: o cristão que se entrega à prática de morder e devorar está satisfazendo os desejos da carne (Gl 5.16), em vez de andar pelo Espírito (Gl 5.25).

A atritude de morder e devorar pode ser comparada a algumas das obras da carne mencionadas em Gl 5.19-21. As que mais contribuem para hostilizar e rebaixar pessoalmente o irmão, talvez isso seja pavoroso: quem morde e devora os irmãos está procurando os seus próprios interesses, não os do Senhor Jesus e do seu Corpo, a Igreja.

Reflexão pessoal1. Como é possível que um cristão venha a agir como se fosse um animal feroz? Que

explicação cada um dos seguintes trechos parece oferecer para essa anomalia? (Não copie o trecho; simplesmente escreva a sua resposta).

a. Rm 7.7-25:__________________________________________________________________________________________________________________________________________

b. Gl 5.16-26:__________________________________________________________________________________________________________________________________________

c. Tg 3.13-18:__________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Infelizmente, já vi acontecer entre cristãos, as seguintes mordidas e devorações:- conspirar para destruir a confiança dos outros num terceiro- passar de casa em casa para falar mal de alguém- sempre atribuir motivos ruins a alguém, por qualquer coisa que faça- mentir descaradamente a respeito de alguém

Uns aos Outros 39

- assassinar, em público, o caráter de alguém- demonstrar, pela expressão do rosto, pelo tom da voz e pela escolha das palavras, ódio para com alguém- chegar a bater fisicamente em alguém

3. Em relação a este mandamento, creio que: (escolha uma)a. Eu estou evitando satisfatoriamente essa atitude de morder e devorar, mas Deus

quer que eu ajude (quem?) ______________________ a se desviar de um caminho que poderia chegar a essa intensidade de inimizade.

b. Pelo estudo deste mandamento, Deus me mostrou que eu, na minha maneira de tratar os outros, preciso fazer a seguinte mudança:__________________________________________________________________________________________________________________________________________

O Valor deste mandamentoO valor prático deste mandamento dispensa explicações. Os cristãos são membros uns

dos outros. (Rm 12.5). Se eles derem para morder e devorar uns aos outros, em certo sentido estarão praticando a autodestruição. É impossível que o Corpo de Cristo realize devidamente os seus ministérios internos, nem tampouco a sua tarefa de demonstrar ao mundo o amor e a unidade, quando envolvido em guerras internas.

Essa infecção é mortífera: ameaça a vida da igreja e torna inacessível o alvo de se glorificar a Deus. Mas se a igreja der ouvidos à advertência de Paulo, o Corpo poderá manter a comunhão e resolver quaisquer problemas de maneira agradável a Cristo, preservando o seu testemunho.

Onde estou?São os mandamentos recíprocos sobre “como os discípulos protegem o Corpo contra a

______________________________ e a _________________________”.

Da lista abaixo, vou sublinhar aqueles que já foram apresentados:Não tenham inveja Não falem mal Não mintamDeixem de julgar Não mordam e devorem Confessem os pecadosNão se queixem Não provoquem Perdoem-se

VerificandoPoluição… infecção; Não tenham inveja; Deixem de julgar; Não se queixem; Não falem

mal; Não mordam e devorem.

ESTUDO 16

NÃO PROVOQUEM UNS AOS OUTROS

Sinônimos: Não irritem uns aos outros Não desafiem uns aos outros

- Eu não tenho medo de pular daqui até lá embaixo!- Nem eu!- Tem medo, sim!- Não tenho, não!- Tem, sim!- Não tenho!

Uns aos Outros 40

- Pule, então, para provar que não tem medo!

Essa conversa infantil (que talvez resulte numa perna quebrada!), é muito semelhante a certas conversas semi-adultas que levam à quebra de carros, casamentos, vidas… Em toda conversa desse tipo, aparecem os seguintes fatores:

Orgulho inseguro, Um desafio que a pessoa insegura lança à alguém que pareça constituir algum tipo de

ameaça a ela, e A reação (muitas vezes insensata) provocada pelo desafio.O desafiador espera que a reação leve o desafiado a se colocar no campo de contenda

em situação de desvantagem, para que o resultado seja a alimentação daquele seu orgulho inseguro.

Quem conhece um pouco os cristãos sabe que não somos, de maneira alguma, isentos de orgulho! Em Rm 12.3, Paulo manda que nenhum de nós tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deva ter. Isto não significa que o cristão deva menosprezar a si mesmo, nem às suas capacidades. Paulo quer dizer, isto sim, que todo cristão deve passar em revista as suas próprias qualidades e capacidades; pensar sobre como melhor aplicá-las para o bem-estar e o progresso do Corpo de Cristo; e pôr-se a servir, com espírito de contentamento e gratidão pelos talentos e dons que Deus concedeu. O subestimar-se não contribui, de maneira alguma, para a glória daquele que, sendo o Pai das luzes, envia, para dentro da vida de cada cristão, boas dádivas e dons perfeitos. (Tg 1.17).

Mas quando um cristão começa a superestimar-se, julgando-se aquilo que não é, e dono de capacidades que não tem, o grupo todo entra em problemas. Desse tipo de arrogância e altivez, brotam muitas contendas.

O mandamentoSe vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito. Não sejamos presunçosos,

provocando uns aos outros e tendo inveja uns dos outros. (Gl 5.25-26).

Observação: o contexto do mandamentoJohn Brown, em seu livro, Exposition of the Epistle to the Galatians, págs. 313-314,

escreve o seguinte:

“Em Gl 5.26 a primeira exortação é que não nos deixemos possuir de vanglória. Vangloriarmo-nos é o mesmo que nos gabar de algo que, na realidade, não possuímos; ou então de algo que, embora o tenhamos, carece de valor, ou vale muito menos do que pensamos. Para melhor entender a palavra, consulte Fp 2.3; 2Co 10.17; 12.1-10; Fp 3.3-10. As igrejas da Galácia se dividiam entre dois partidos: o dos judaizante, e o dos seus oponentes. Os primeiros se gloriavam da sua circuncisão e do maior grau de santidade que julgavam ter alcançado por estarem guardando as leis mosaicas. Gloriavam-se, ainda, da honra de serem descendentes de Abraão, pai dos fiéis. Assim agindo, eles se gloriavam de coisas que, na realidade, careciam de valor.

O partido oposto, por sua vez, estava em perigo de se gloriar da sua liberdade das restrições mosaicas, e de olhar com desprezo os seus irmãos, como homens de mentalidade limitada. Esta liberdade era, em si mesma, algo muito bom, mas não um motivo de se gloriarem. Não constituía, afinal das contas, a sua principal bênção. O reino de Deus não consiste em comida nem bebida, mas na justiça, na paz com Deus; na alegria no Espírito Santo (Rm 14.17). Estas, sim, são as bênçãos nas quais o cristão deve gloriar-se. Nelas está a verdadeira glória.

Ora, assim se dirige o apóstolo aos dois partidos. Não sejam vangloriosos. Não se glorie o judeu ou judaizante na sua submissão à Lei; nem, tão pouco, o gentio na sua libertação da Lei; como se fosse uma ou outra dessas coisas o principal benefício outorgado ao cristão.

Pela razão de os gálatas se entregarem à vanglória, surgiam, naturalmente, entre eles, contendas e ódios: provocando uns aos outros para se engalfinharem no campo das discussões. Quando um dizia: “Sou melhor do que você, porque me submeto escrupulosamente à Lei de Moisés”; e outro retrucava: “Pelo contrário, o melhor de nós dois sou eu, porque sou liberto da Lei” – tais afirmações naturalmente resultavam em debates e brigas insensatas a respeito de mandamentos. E as contendas, por sua vez, faziam com que o mútuo desagrado se aprofundasse em ódio”.

Uns aos Outros 41

DefiniçãoProvocar um irmão é lançar-lhe, de modo irritante, um desafio com respeito à sua obra,

sua reputação, seu medo pessoal de agir ou suas crenças; com o fim de levá-lo a uma discussão ou competição que o rebaixe, e que, por conseguinte, pareça elevar a situação do desafiador.

Exemplos negativos: eles provocavam Não temos a pretensão de nos igualar ou de nos comparar com alguns que se

recomendam a si mesmos. Quando eles se medem e se comparam consigo mesmos, agem sem entendimento. (2Co 10.12).

[Porque ainda são carnais. Pois, visto que há inveja e divisão entre vocês, não estão sendo carnais e agindo como mundanos? Pois quando alguém diz: “Eu sou de Paulo”, e outro: “Eu sou de Apolo”, não estão sendo mundanos? (1Co 3.3-4).

Sambalá e os samaritanos, para dificultar a obra de edificar os muros de Jerusalém, provocavam e desafiavam constantemente a Neemias. (Ne 6.1-14, 19; etc.).

Outro exemplo negativo é o desafio, irritante e cheio de desprezo, lançado a Paulo pelos seus próprios filhos na fé, membros da igreja de Corinto: Pois alguns dizem: “As cartas dele são duras e fortes, mas ele pessoalmente não impressiona, e a sua palavra é desprezível”. (2Co 10.10). Esse desafio levou Paulo a reagir, defendendo-se de maneira tal, que os seus derrotadores talvez pudessem gloriar-se de tê-lo forçado a lutar para se proteger dos dardos inflamados da crítica.

Paulo foi provocado a escrever palavras como as seguintes: Saibam tais pessoas que aquilo que somos em cartas, quando estamos ausentes, seremos em atos, quando estivermos presentes. E: Todavia, não creio ser nem um pouco inferior a esses “super-apóstolos” (isto é: aos pregadores de outro Jesus ou de evangelho diferente). Eu posso não ser um orador eloqüente; contudo tenho conhecimento. De fato, já manifestamos isso a vocês em todo tipo de situação. Será que cometi algum pecado ao humilhar-me a fim de levá-los…? …E continuarei fazendo o que faço, a fim de não dar oportunidade àqueles que desejam encontrar ocasião de serem considerados iguais a nós nas coisas de que se orgulham. (2Co 10.11; 11.5-7a, 12).

Por meio desses exemplos, você deve ter notado claramente que os desafios provocantes são lançados por causa do vanglorioso orgulho humano, e têm como propósito levar o desafiador a uma posição mais gloriosa por ter rebaixado o irmão.

Exemplo positivoA atitude que não leva a provocações.“Nós, porém, não nos gloriaremos além do limite adequado, mas limitaremos nosso

orgulho à esfera de ação que Deus nos confiou, a qual alcança vocês inclusive. Não estamos indo longe demais em nosso orgulho, como seria o caso se não tivéssemos chegado até vocês, pois chegamos à vocês com o evangelho de Cristo. Da mesma forma, não vamos além de nossos limites, gloriando-nos de trabalhos que outros fizeram. Nossa esperança é que, à medida que for crescendo a fé que vocês têm, nossa área de atividade entre vocês aumente ainda mais, para que possamos empregar o evangelho nas regiões que estão além de vocês, sem nos vangloriarmos de trabalho já realizado em território de outro” (II Co 10.13-16).

Importante distinçãoEntre provocar e incentivar.No sentido de desafiarmos o irmão de maneira irritante, para trazer à tona alguma falha

que a discussão torne visível, provocar é proibido ao cristão. Mas qualquer um que conhece o N.T. sabe que existe um mandamento de incentivar-nos ao amor e às boas obras. (Hb 10.24). Entre o estímulo de Hb 10.24 e 2Co 9.2, e a provocação de Gl 5.26, as diferenças saltam à vista.

a. Quanto à motivação:Provocação Estímulo

O vanglorioso orgulho do desafiador O abnegado amor do exortador

b. Quanto à maneira:Provocação Estímulo

Feita de modo irritante Feita de maneira amorosa

c. Quanto ao objetivo:Provocação Estímulo

Uns aos Outros 42

Desprestigiar e desanimar o desafiado Levar o estimulado a um maior envolvimento no amor e nas boas obras

d. Quanto ao efeito sobre a igreja:Provocação Estímulo

Produz divisões Edifica e une cada vez mais o Corpo (Hb 10.25)

e. Em suma: Aquele que deseja enfraquecer a igreja, provoca, não estimula. Mas aquele que estimula, não provoca, está cooperando com o Senhor Jesus, que

disse: “Edificarei a minha igreja”.

Minha reação inicial1. Creio que tenho provocado, diversas vezes, a seguinte pessoa: [mencionar, diante do

Senhor, não escrever aqui, o nome]O que me proponho a fazer a respeito disto, é o seguinte:________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. De todos os que devo considerar para incentivá-los ao amor e às boas obras, destaca-se especialmente, neste momento, a seguinte pessoa: ________________________.

A respeito desta responsabilidade, creio que o próximo passo específico da minha parte deve ser este:________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Como isso se aplica a todos nós?Considerando o mandamento de não nos provocarmos uns aos outros, descobrimos, no

mínimo, quatro implicações:1. Aquele irmão que se entrega a provocar os outros, revela descontentamento para com

as dádivas e os dons que Deus lhe deu, e uma falta de apreciação para com a função que o Espírito lhe indicou dentro do Corpo. A atitude certa é que evitemos de nos medir uns pelos outros, vangloriando-nos e nos invejando mutuamente. Uma vez adotada essa atitude, as provocações cessarão, a fim de que não haja divisão no corpo, mas, sim, que todos os membros tenham igual cuidado uns pelos outros ( ICo 12.25).

2. Quem anda provocando o irmão revela que está dando mais valor à sua própria reputação do que à do Senhor Jesus, o qual exige amor e unidade entre os membros, para que o mundo acredite nele. (Jo 13.35, 17.20-21).

3. O contexto do mandamento – Gl 5 – traça um nítido contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito. Aquele que provoca, não está afinado com o Espírito de Deus. O Espírito veio para glorificar a Jesus, ao passo que o provocador procura glorificar-se a si mesmo.

4. Os cristãos devem descobrir, desenvolver e empregar aqueles dons que o Espírito Santo lhes distribuiu. Se procurarem usurpar as funções e responsabilidades dos outros, o resultado confusão, em vez daquela ordem que glorifica a Deus. (I Co 14.33). E se irmãos forem levados, pelo vexame da provocação, a desanimar e desistir do ministério, o Corpo será enfraquecido.

O Valor deste mandamentoNão é difícil enxergarmos o valor do mandamento que proíbe as provocações e irritações

aos irmãos. Os cristãos devem cooperar com igual cuidado uns em favor dos outros. Quem desafia e provoca, prejudica aquele amor e elimina aqueles cuidados que devem existir entre os membros do Corpo. Como resultado, o grupo pára de funcionar da maneira certa.

ESTUDO 17

Uns aos Outros 43

NÃO MINTAM UNS AOS OUTROS

Uma das mais impressionantes expressões de amor e unidade entre os primeiros membros da igreja de Jerusalém, surgiu quando vários irmãos resolveram vender suas propriedades particulares, para ajudar no sustento de irmãos necessitados. Mas essa feliz comunhão sofreu um terrível impacto negativo na hora em que Ananias (não o de Atos 9, naturalmente) e sua esposa Safira, procuraram enganar a igreja, e tiveram de tombar mortos aos pés de Pedro. Você se lembra de que os dois haviam vendido, sem coação alguma da parte do grupo de cristãos, uma propriedade. Resolveram – como era do seu direito – ficar com uma parte do preço e contribuir com a outra parte para o ministério de assistência social. O problema foi que mentiram à igreja, afirmando que o donativo representava a renda total da venda. O Espírito Santo, zeloso pela pureza da primeira igreja do NT, revelou a Pedro o engano, e o próprio Espírito aplicou pena de morte física ao casal.

O acontecimento pode nos parecer um tanto estranho, mas é fato que aquilo serviu de importante lição à nova e inexperiente igreja. A mentira e o engano não seriam tolerados dentro da comunidade cristã, porque o mentir a um irmão importa em estar mentindo ao Espírito Santo que nele habita, e a mentira entristece o Espírito da verdade. (Observe a ligação contextual entre Ef 4.25 e 4.30).

O mandamento Não mintam uns aos outros, visto que vocês já se despiram do velho homem com suas

práticas e se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador. (Cl 3.9-10). Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo,

pois todos somos membros de um mesmo corpo. (Ef 4.25).

DefiniçãoMentir ao irmão é: contar a ele, como verdadeiro, aquilo que sabemos ser falso. É fazer

qualquer distorção da verdade. É apresentar uma falsa imagem de nós mesmos ou qualquer coisa, com o intuito de enganar.

Exemplos negativos Aquele que diz: “Eu o conheço”, mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e

a verdade não está nele. (1Jo 2.4). …e trouxe somente uma parte do dinheiro, afirmando que era o preço total (a esposa dele

tinha concordado com essa mentira).Mas Pedro disse: “Ananias, Satanás encheu o seu coração. Por que você deixou? Quando

você afirmou que este era o preço total, estava mentindo ao Espírito Santo. A propriedade era sua para vender ou não, como quisesse. E depois de vendê-la, estava com você decidir quanto ia dar. Como pôde inventar uma coisa destas? Não estava mentindo a nós, e sim a Deus”…

Pedro perguntou [a Safira]: “Vocês venderam aquela terra por este preço assim, assim?”“Sim”, respondeu ela, “vendemos”.Então Pedro disse: “Como é que você e seu marido puderam até mesmo pensar em fazer

uma coisa destas, conspirar juntos para pôr à prova a capacidade do Espírito de Deus de saber o que está acontecendo? Bem ali, do lado de fora daquela porta, estão os rapazes que sepultaram o seu marido, e levarão você também”. (At 5.2-4, 8-9, NTV).

Recomendo-lhes, irmãos, que tomem cuidado com aqueles que causam divisões e colocam obstáculos ao ensino que vocês têm recebido. Afastem-se deles. Pois essas pessoas não estão servindo o Cristo nosso Senhor, mas a seus próprios apetites. Mediante palavras suaves e bajulação enganam os corações dos ingênuos. (Rm 16.17-18).

Exemplos positivos Quanto ao que lhes escrevo, afirmo diante de Deus que não minto. (Gl 1.20). Sobretudo, meu irmãos, não jurem nem pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer outra

coisa. Seja o sim de vocês, sim, e o não, não para que não caiam em condenação. (Tg 5.12).

Tipos comuns de mentirasa. Falsas acusações contra o próximo (Mt 5.11; PV 6.19).

Uns aos Outros 44

b. “Mentirinhas” ou meias-verdades (At 5.3-4).c. Enfeitar ou exagerar a verdade (Pv 30.6).d. Gabar-nos de coisas que realmente não fizemos (Pv 25.14 é negativo; Rm 15.18 dá

um exemplo positivo).e. Racionalizar ou desculpar o pecado, quer da gente, quer do próximo. (Pv 17.15;

24.12).f. Diminuir ou subestimar o caráter ou as ações do próximo. (Pv 17.15).g. Brincadeiras e trotes que enganam e prejudicam o próximo (Pv 26.18-19).h. Deixar de cumprir promessa feita a Deus ou ao próximo. (Ec 5.4-6; Tg 5.12).

Observação: Deus e a mentiraParece que Deus se sente especialmente ofendido pelo pecado da mentira. Ele é, por

natureza, totalmente verdadeiro, sendo, também, a fonte de toda a verdade. (Jo 3.33; Rm 1.25; 3.4). O escritor da Carta aos Hebreus diz que Deus não pode mentir (Hb 6.18); e Salomão afirma, no livro dos Provérbios, que a mentira é uma abominação ao Senhor. (Pv 6.16-17; 12.22).

A Bíblia também afirma que Jesus Cristo, o qual veio a fim de revelar o Pai aos homens, é, por natureza, a verdade. (Jo 14.6; 1.14 Jesus quer que os homens cheguem ao conhecimento da verdade (Jo 8.32; 16.13; 17.17, 19) e passem a agir de acordo com essa verdade.

A respeito do Espírito Santo, que veio habitar em nós para sempre, Jesus disse o seguinte: Mas quando o espírito da verdade vier, ele os guiará a toda a verdade… (Jo 16.13a).

Diante do trino Deus, a mentira é uma inominável poluição, uma toxicidade que não tem lugar na Igreja, Noiva de Cristo.

Portanto, todos os que se chamam pelo nome de cristão, têm a obrigação de refletir a natureza e o caráter de Deus, o qual é verdadeiro, e não a imagem de Satanás, enganador e o pai da mentira. (Jo 8.44). O propósito para o qual Deus nos chamou, é que nos tornemos semelhantes à imagem do seu Filho. (Rm 8.29). O mandamento: Não mintam uns aos outros, é apresentado em Cl 3.9-10 dentro de um contexto que fala do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador. (v. 10). Se quisermos refletir exclusivamente a imagem daquele que nos fez nova criação (2Co 5.17), é claro que teremos de fazer o que Paulo manda em Ef 4.25: Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo.

Jesus Cristo esteve neste mundo como a testemunha fiel. (Ap 1.5), Quando ele diz, aos seus apóstolos: “… vocês … serão minhas testemunhas …” (At 1.8), é lógico que está esperando que sejamos fiéis e verdadeiros como ele. O embaixador tem de apresentar a mesma mensagem do seu rei. O nosso Rei é Cristo, o Verdadeiro. (1Jo 5.20). Se os diáconos têm de ser homens de palavra (1Tm 3.8), é porque o mesmo padrão se exige de todo líder de grupo e de todo cristão que segue o exemplo desse líder! Num mundo cheio de engano, Jesus falou e viveu somente a verdade. Quanto a nós, discípulos dele, devemos viver de acordo com 1Jo 4.17c: … porque neste mundo somos como ele.

O que isso implica, para o dia-a-dia dos cristãos?O mandamento de que nós, os cristãos, não devemos mentir uns aos outros, tem, pelo

menos, as seguintes implicações:1. Os cristãos devem ser sinceros e abertos em todos os seus contatos sociais. Na

batalha espiritual contra Satanás – o enganador e pai da mentira –, todo cristão precisa se vestir da armadura de Deus, para poder ficar firme contra as ciladas do diabo. (Ef 6.11). Essa armadura começa justamente pelo cinto da verdade. (v. 14). Disso se pode tirar duas conclusões:

Quem não se apega à verdade, não é protegido pela armadura de Deus. Quem estiver “protegendo” a sua reputação, etc., pela mentira, ficará

desprotegido diante do inimigo.2. Para o bom funcionamento do Corpo de Cristo, é essencial que os membros sejam

honestos e confiáveis. Qualquer forma de engano prejudicará o seu ministério mútuo. 3. A Bíblia não nos apresenta apenas um mandamento negativo. Em Ef 4.25, 29

notamos que temos a responsabilidade positiva de falar de tal modo a verdade, que outros membros do Corpo sejam edificados. Guardando a palavra [de Deus] no coração (Sl 119.11 BLH), o cristão será capacitado, cada vez mais, a encher a sua conversa de tudo o que for verdadeiro. (Fp 4.8).

4. Não se esqueça disto para que o grupo de cristãos tenha, diante do mundo, um testemunho autêntico, é preciso que nos apeguemos, de todo o coração, à verdade!

Uns aos Outros 45

Reflexão pessoalDesta lição sobre a mentira, vi, naturalmente, uma porção de aplicações a outras pessoas!

Mas a mudança mais específica que o Espírito Santo está me indicando para o meu comportamento, é a seguinte:

________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O Valor deste mandamentoÉ porque precisam ser preservados o mútuo amor e a sinceridade e fidelidade do Corpo

de Cristo, que recebemos a ordem de não mentirmos uns aos outros. Uma só mentira pode lançar as sementes da dúvida e do ceticismo entre os membros. Para que o Corpo funcione initerruptamente em amor, é preciso que todo cristão possa contar com a sinceridade total dos outros. A vida do Corpo e o seu testemunho de Cristo, dependem, em grande parte, da nossa obediência a este mandamento.

ESTUDO 18

CONFESSEM OS SEUS PECADOSUNS AOS OUTROS

Sinônimo: Confessem suas faltas

Todo cristão, às vezes, deixa de cumprir uma obrigação para com um irmão. Pode ser de propósito, ou sem querer, ou mesmo sem saber: Ofendeu o irmão, prejudicando a relação entre os dois. Outras vezes, fazemos algo que prejudica a obra e o testemunho do grupo ou da igreja inteira.

Quando descubro que prejudiquei determinado irmão ou grupo de cristãos, o que eu faço? Faço de conta que não houve nada, fingindo que não sei por que o relacionamento piorou? Projeto e justifico o meu pecado por meio de realizações? Ou será que me arrependo verdadeiramente e reconheço, diante de Deus e daquele(s) a quem ofendi, o meu pecado, esforçando-me por restabelecer as relações prejudicadas e o testemunho danificado? O NT fala sobre isto.

O mandamento“Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para

serem curados” (Tg 5.16).

ObservaçãoNos versículos imediatamente anteriores a esse mandamento, Tiago diz que se houver um

doente entre os membros da igreja, o mesmo deverá chamar os presbíteros, para que, em resposta à oração, o enfermo seja curado e os seus pecados perdoados.

Nem toda doença resulta diretamente de um pecado. Por exemplo, quando Paulo diz, a respeito de um colega de ministério: Trófimo, deixei-o doente em Mileto (II Tm 4.20b), ele não está querendo dizer que esse obreiro está segurando algum pecado e por isso não se cura. Amados, se o nosso coração não nos condenar, temos confiança diante de Deus (I Jo 3.21). Mas devido ao fato que corpo, alma e espírito são intimamente interligados, muitas vezes um mal físico é causado pela danificação de um relacionamento, com Deus e/ou com alguma pessoa. Nesse caso, diz Tiago, a pessoa doente precisa confessar, ao irmão que vai orar por ela, o pecado subjacente e causador da situação física. O propósito dessa confissão é que o discípulo doente que tenha cometido pecado, seja curado.

Somos muito mais do que meros corpos – a Bíblia se refere a espírito, alma e corpo. Por isso, a cura mencionada por Tiago pode ser do aspecto espiritual, emocional ou físico da pessoa. Ou, quem sabe, de qualquer combinação dos três. Leia o trecho inteiro (Tg 5.13-20), e notará que a principal ênfase é sobre o aspecto espiritual.

Definição

Uns aos Outros 46

Confessar os pecados uns aos outros é reconhecer, em comunicação com outros cristãos, os pecados que temos cometido. Esse reconhecimento verbal é sinal exterior da nossa tristeza interior pela ofensa cometida. Dá a entender que temos a intenção de mudar; e que desejamos a reconciliação com aquele que foi prejudicado. Entende-se que tal reconhecimento diante dos irmãos seja precedido ou acompanhado por igual confissão do pecado a Deus (ver Salmo 51, por exemplo).

ExemploMuitos dos que creram vinham, e confessavam abertamente suas más obras. Grande

número dos que tinham praticado ocultismo reuniram seus livros e os queimaram publicamente. Calculado o valor total, este chegou a cinqüenta mil dracmas (aprox. 18 kg de prata). Dessa maneira a palavra do Senhor muito se difundia e se fortalecia (At 19.18-20). Isto aconteceu nos primeiros dias do evangelho em Éfeso. Sobre esse arrependimento e confissão, surgiu uma igreja realmente poderosa.

Situações que tornam necessária a confissãoO cristão deve confessar os seus pecados a outra(s) pessoa(s) quando:1. …tenha ofendido um irmão em Cristo, ficando o relacionamento entre os dois

prejudicado ou rompido pelo ressentimento (Mt 5.23-24). Nesse caso o faltoso deve confessar unicamente a esse irmão (Mt 18.15);

2. …tenha sido aconselhado pelos líderes da célula ou da igreja que tenham autoridade espiritual sobre ele (Mt 18.16; Tt 3.10-11). Ele deve confessar a esses líderes e também a qualquer pessoa que tenha conhecimento de ter sido prejudicada pelo pecado em questão;

3. …tenha cometido algum pecado que tenha prejudicado a paz, a unidade ou o testemunho público do grupo inteiro. Ele deve confessar grupo reunido, sob orientação dos líderes (Ef 4.3; I Tm 5.19-20; Mt 18.17);

4. … queira obter o auxílio de um irmão muito chegado – discipulador ou parceiro de oração – para vencer determinada prática pecaminosa. A Bíblia não manda especificamente que se faça isto, mas tal uso da confissão pode trazer resultados benéficos, dentro de uma amizade caracterizada por muita confiança e prestação de contas.

Reflexão pessoalInstruções: Responda somente àquelas perguntas que combinem com a sua experiência:1. Sei de uma situação em que um cristão espontaneamente confessou a outro, alguma

coisa que tinha feito para prejudicá-lo. Parece-me que o resultado de tal confissão foi:___ bom, porque _________________________________________________________ não muito bom, porque ______________________________________________

2. Soube de outra situação em que um membro do grupo/igreja, quando advertido por um ou dois líderes, concordou com a advertência e confessou a eles o seu pecado. Creio que o resultado foi:

___ bom, porque _________________________________________________________ não muito bom, porque ______________________________________________

3. Já presenciei um membro de pequeno grupo confessar, em reunião do grupo, uma atitude ou ação que tinha agitado ou entristecido os membros. O resultado parece que foi:

___ bom, porque _________________________________________________________ não muito bom, porque _____________________________________________

4. Soube de um cristão que confessou um pecado numa reunião geral dos membros da igreja, pedindo perdão por ter prejudicado, de certa maneira, a todos. O resultado disto parece que foi:

___ bom, porque _________________________________________________________ não muito bom, porque _____________________________________________

Uns aos Outros 47

5. Já tive a experiência de compartilhar, com um(a) discipulador (a) ou amigo(a) cristã(o) íntimo(a), minhas fraquezas e falhas, para que ele(a) me ajudasse na oração e me cobrasse a persistência no caminho da justiça. O resultado disso tem sido:

___ bom, porque _________________________________________________________ não muito bom, porque _____________________________________________

Limites quanto à confissão dos pecados1. Compare Mt 18.15-18 (– o grupo inteiro envolvido somente em última instância; o ideal

sendo que não mais de três pessoas saibam do pecado), com Tg 5.14-15 (– somente os líderes ouvindo a confissão). Dessa comparação, pode-se concluir que a confissão mútua dos pecados funciona melhor dentro dos limites do discipulado (um a um) ou do pequeno grupo em que todos se conheçam bem, se amem muito e tenham estabelecido um relacionamento de mútua confiança. De modo geral, só o(s) prejudicado(s) pelo pecado e/ou os responsáveis pela liderança deve(m) ouvir a confissão. Quando outros tiverem que se envolver, o número deverá ser o mais reduzido possível.

2. Não é necessário, nem aconselhável, que os pecados sejam confessados com riqueza de detalhes. Davi, no Sl 51, não incluiu os detalhes do seu adultério nem da sua perfídia para com Urias. Tais descrições poderiam levar um irmão ao desânimo; ou por outro lado, à tentação de praticar o mesmo pecado. Quando a Bíblia diz: Tudo seja feito para a edificação…, isto inclui a maneira em que confessarmos os nossos pecados uns aos outros. Evitemos qualquer coisa que sirva de tropeço ao irmão (mas por outro lado, não usemos isto como desculpa para não obedecermos ao mandamento).

Como isso se aplica a nós?O mandamento: Confessem os seus pecados uns aos outros, leva-nos às seguintes

considerações:1. A confissão dos pecados é uma peça importante na engrenagem do processo de

restauração espiritual e do crescimento cristão na semelhança de Cristo.2. Cada cristão deve tomar a iniciativa de lidar com os seus próprios pecados. Deve

examinar, regularmente, à luz das Escrituras, a sua vida e os relacionamentos com os irmãos, a fim de descobrir se é culpado de alguma ofensa que requeira confissão (I Co 11.31-32; II Co 13.5).

3. A confissão de determinado pecado indica um estado de espírito em que a pessoa esteja pronta a abandonar esse pecado e fazer tudo o que for necessário para reabilitar os relacionamentos prejudicados. Também indica que a pessoa deseja o auxílio e a cooperação dos irmãos.

4. O machista pode pensar que a confissão dos pecados é sinal de fraqueza. Pelo contrário, pode ser sinal de maturidade espiritual. O cristão que confessa os seus pecados a outros, obedece a um mandamento entregue por meio do Espírito Santo, e demonstra o desejo de conduzir a sua vida em conformidade com a Palavra de Deus.

5. Aquele a quem o irmão confessa os seus pecados deve orar por ele e perdoá-lo (Lc 17.4; Tg 5.16). De maneira alguma deve desmerecer a confiança de quem se abriu, desta maneira, com ele! Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma transgressão, vocês que são espirituais deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado (Gl 6.1).

O Valor do mandamento sobre confissãoA mútua confissão de pecados é de muito valor para restabelecer e reforçar

relacionamentos entre aqueles cristãos que tenham sido prejudicados por ações ou atitudes negativas. Todo cristão deve esforçar-se ao máximo para não pecar contra os irmãos. Mas quando, apesar de tudo, tais pecados forem cometidos, o certo é que o culpado procure reconciliar-se com o ofendido, pela confissão. Dessa maneira o irmão que pecou é restaurado, a paz da igreja é garantida e o bom testemunho diante do mundo é mantido. Além dessas considerações, também é fato que a mútua confissão dos pecados torna possível que os cristãos se edifiquem uns aos outros de maneira mais eficiente e orem uns pelos outros com mais conhecimento de causa.

Reflexão pessoal

Uns aos Outros 48

Durante o estudo deste mandamento, lembrei-me de que preciso falar com [ mencionar o nome da pessoa] e confessar-lhe o pecado de ter [mencionar o nome do pecado].

ESTUDO 19

PERDOEM-SE MUTUAMENTE

Deus não pode contemplar com aprovação o meu pecado. Os seus olhos são puros demais para olharem o mal, como afirmou Habacuque (1.13). Mesmo assim, ele tomou a iniciativa de me oferecer perdão por meio de Cristo. Quanto mais eu medito nesse perdão e o valorizo, mais aprendo a oferecer perdão àqueles que me tenham prejudicado.

Quem perdoa muito, aprendeu essa atitude por meditar sobre o quanto Deus lhe perdoou. Porque está seguindo o exemplo de Deus no perdoar, ele mantém um bom relacionamento com o Pai. Mas aquele que perdoa pouco, é porque pouco valoriza o perdão que ele próprio recebeu de Deus. Essa atitude o deixa numa comunhão fraca com o Senhor. A boa notícia é que existe a possibilidade de crescimento dentro desse tão importante setor, que é o perdão.

O mandamentoLivrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda

maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo (Efésios 4.31-32).

E na carta quase paralela, escrita aos cristãos de Colossos: Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou (Cl 3.12-3).

DefiniçãoPerdoar a outro cristão que me tenha maltratado ou ofendido, significa, por um lado, que

deixarei de considerar essa pessoa com desprezo ou ressentimento; e por outro, que terei compaixão dela, abrindo mão de toda idéia de me vingar daquilo que me fez ou de fazê-la sofrer pelas conseqüências do seu ato.

ObservaçãoA razão pela qual devemos perdoar aos outros, é que Deus já nos perdoou. Quando

transgredimos a vontade dele e o ofendemos, Deus não reagiu com espírito de vingança. Pelo contrário, teve compaixão de nós e nos enviou o seu Filho, para morrer pelos nossos pecados e reconciliar-nos com o Pai.

Apesar de estarmos merecidamente condenados, Deus não executou apressadamente a sentença, antes ofereceu-nos o dom gratuito da vida eterna - um presente que nunca poderíamos ter merecido. Já que o nosso Deus fez tudo isso por nós, também nós devemos perdoar, livre e espontaneamente, ao nosso próximo. Ao contemplarmos os nossos irmãos em Cristo, devemos lembrar que Deus lhes perdoou, e assim, fazer o mesmo.

Jesus salientou esse fato quando afirmou aos seus discípulos: Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas (Mt 6.14-15). A pessoa que recebe o perdão, incorre na obrigação de perdoar ao próximo.

ExemploAgora, pelo contrário, vocês devem perdoá-lo e consolá-lo, para que ele não seja

dominado por excessiva tristeza… Se vocês perdoam a alguém, eu também perdôo; e aquilo que perdoei, se é que havia alguma coisa para perdoar, perdoei na presença de Cristo, por amor a vocês, a fim de que Satanás não tivesse vantagem sobre nós, pois não ignoramos as suas intenções (IICo 2.7; 10-11).

Na prática, como isso se aplica a nós?O mandamento de nos perdoar mutuamente, tem várias implicações. Vamos pensar em

algumas:

Uns aos Outros 49

1. Perdoar ao próximo não é facultativo. Os perdoados pelo Senhor têm a obrigação de perdoar ao próximo (Lc 17.3-4; leia também, a parábola do credor incompassivo, Mt 18.23-35).

2. O perdão deve ser sincero, de coração, como disse Jesus em Mt 18.35. É mais do que simplesmente pronunciar as palavras: “Você está perdoado”. É querer ministrar à pessoa a mesma qualidade de misericórdia que nós recebemos de Deus.

3. O irmão que perdoa tem a obrigação adicional de fazer todo o possível para trazer de volta o ofensor ao caminho da obediência e a um bom estado de saúde espiritual (Lc 17.3; Gl 6.1).

4. Perdoar a um irmão é mais um ato de vontade do que das emoções. Devo perdoar ao irmão quantas vezes ele me prejudicar, quer me sinta ou não, emocionalmente disposto a fazê-lo (Mt 18.21-22).

5. Muitas vezes uma pessoa diz: “Perdoar é esquecer”. Depois, por não conseguir se esquecer do mal que a outra pessoa lhe fez, chega a acreditar que é um caso perdido, que é impossível perdoar num caso desses. O Dr. Manford George Gutzke, em seu livro Palavras Chaves da Fé Cristã, pág. 68, diz o seguinte sobre o assunto:

“O termo perdão é de uso freqüente em nossa linguagem, mas pergunto-me: quantos de nós já paramos para pensar em seu real significado! Já procuramos pensar no que de fato acontece quando perdoamos? A essência de perdoar é dar, doar. As duas últimas sílabas do vocábulo dizem exatamente isso. Quando perdoamos alguém, exoneramo-lhe, damo-lhe quitação do mal que nos fez. Renunciamos todo o direito ou intenção de um ajuste de contas com ele. Abrimos mão do direito e do privilégio de tirar uma desforra. Se perdoamos alguém, nós o dispensamos do que lhe podíamos fazer”.

Pelo que o Dr. Gutzke escreveu, podemos ver que não vamos, necessariamente, esquecer do mal que o irmão praticou contra nós. Mas se verdadeiramente perdoarmos, a lembrança do mal não trará consigo o ressentimento, a ira, a vontade de nos vingar. É assim, o “esquecimento” de Deus (Is 43.25). Sendo ele consciente, nada escapa à sua memória. Mas ele transfere os nossos pecados da categoria “a pagar” para a categoria “pago”.

Muitas vezes, o perdão encontra um grande empecilho, na forma do seguinte pensamento: Estaria disposto a perdoar Fulano, se ele me pedisse o perdão. Mas até agora ele continua de cabeça erguida, como se não me devesse nada.

É verdade que esse irmão tem a responsabilidade de reconhecer a sua ofensa e confessá-la (mandamento anterior). Mas a minha obrigação é perdoá-lo, mesmo que ele não reconheça e confesse o que me fez.

Quando a Bíblia diz: Perdoem como o Senhor lhes perdoou, a escritura se refere a um perdão unilateral, em que o ofendido toma a iniciativa, providenciando o perdão mesmo antes que o ofensor se humilhe e o busque: Mas Deus demonstra seu amor por nós pelo fato de Cristo ter morrido em nosso favor quando ainda éramos pecadores (Rm 5.8). Em At 7.60 vemos Estêvão demonstrando o perdão unilateral quando ora por Saulo de Tarso e os outros envolvidos no seu apedrejamento, pedindo: Senhor, não os consideres culpados deste pecado”.

Nesse momento Estêvão enxerga o Senhor Jesus, que normalmente senta à destra do Pai. Mas Estêvão o vê em pé. Alguém sugeriu que o Filho de Deus talvez se tenha levantado “para honrar a Estêvão e à sua palavra de perdão unilateral!” (David du Plessis, citado no livro de Larry Christenson, The Renewed Mind, pág. 58). Deus quer que perdoemos, mesmo que o irmão não tenha cumprido a sua obrigação de confessar e pedir perdão.

Reflexão pessoalAcabo de ler coisas muito profundas sobre o perdão. Creio que a principal lição que estou

aprendendo neste instante, sobre o perdão, é a seguinte:________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Há um caso específico em que devo aplicar a verdade que acabo de escrever acima. Resolvo fazer o seguinte:

________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Ajuda-me Senhor!

Uns aos Outros 50

O Valor deste mandamentoA prática do mútuo perdão entre os membros, é essencial ao bem-estar interno e ao bom

testemunho externo da igreja. Sem esta prática, os micróbios da amargura, do ódio e do ressentimento estarão livres para se multiplicarem no Corpo, tornando difícil ou mesmo impossível o seu bom funcionamento. Onde faltar o perdão, também haverá falta de vontade de edificar e servir aos demais membros.

Quando, porém, todos os membros ficarem imbuídos de uma atitude perdoadora, o amor mútuo será fortalecido e os membros poderão cooperar em paz e harmonia. Desta maneira, a paz interna da igreja servirá de testemunho, aos que ainda não são cristãos, daquele perdão e daquela reconciliação que o Espírito de Cristo opera naqueles que crêem.

Será que consigo me lembrar?Acabo de estudar os nove mandamentos recíprocos que instruem como os discípulos

protegem o corpo contra a poluição e a infecção. A lista completa é:Não tenham __________________ uns dos outros.Deixem de __________________ uns aos outros.Não se _________________ uns dos outros.Não falem __________ uns dos outros.Não _________________ e __________________ uns aos outros.Não ____________________ uns aos outros.Não__________________ uns aos outros._________________ os seus _________________ uns aos outros._________________-se mutuamente.

Verificandoinveja; julgar; queixem; mal; mordam … devorem; provoquem; mintam; confessem … pecados; perdoem.

ESTUDO 20

EDIFIQUEM-SE UNS AOS OUTROS

Sinônimo: Ajudem uns aos outros

O Apóstolo João nos dá a entender que um grupo de cristãos normalmente inclui membros em três níveis de maturidade. São eles: os filhinhos, que sabem que foram salvos pela fé em Jesus; os jovens, que já aprenderam a aplicar a palavra às suas vidas e sabem como permanecer firmes diante dos ataques do inimigo; e os pais, que têm um mais profundo conhecimento do Senhor e já levaram outros a crer em Jesus (lJo 2.12-14). Nada contra o ser filhinho ou jovem, se a pessoa em questão é relativamente recém-convertida. O que não deve acontecer, porém, é que membros do grupo estacionem, permanecendo ignorantes e pouco praticantes dos princípios revelados na Bíblia.

Jesus não se conforma com a eterna infância de muitos cristãos. Aquilo que ele, Cabeça do Corpo, deseja para a sua igreja, é que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo (Ef 4.13). Somente por crescermos na maturidade espiritual, é que alcançaremos o supremo alvo da igreja, ou seja, a glória de Deus.

Para que o grupo inteiro cresça em direção à maturidade, os membros deverão fortalecer, ensinar, encorajar, aconselhar e alegrar uns aos outros. Tudo se resume naquelas palavras de Paulo ao Efésios: edifiquem-se uns aos outros.

O mandamentoEm duas ocasiões Paulo apresentou a mesma ordem do Senhor: Por isso, exortem-se e edifiquem-se uns aos outros, como de fato vocês estão

fazendo (lTs 5.11). Por isso, esforcemo-nos em promover tudo quanto conduz à paz e à edificação mútua

Uns aos Outros 51

(Rm 14.19).

Definição de edificarEdificar-nos uns aos outros é um processo geral de interação entre nós, os cristãos, no

qual cada um, pelo ensino ou pelo exemplo, ajuda os outros a formar um caráter e um modo de viver, semelhantes aos de Cristo.

Exemplos positivos A igreja passava por um período de paz em toda a Judéia, Galiléia e Samaria. Ela se

edificava e, encorajada pelo Espírito Santo, crescia em número, vivendo no temor do Senhor (At 9.31). Estou dizendo isso para o próprio bem de vocês; não para lhes impor restrições, mas

para que vocês possam viver de maneira correta, em plena consagração ao Senhor (lCo 7.35). Vocês pensam que durante todo este tempo estamos nos defendendo perante vocês?

Falamos diante de Deus como alguém que está em Cristo; e tudo o que fazemos, amados irmãos, é para fortalecê-los (IICo 12.19).

Exemplo negativoPois se alguém que tem a consciência fraca observar você, que tem este conhecimento,

comer num templo de ídolos, não será induzido a comer do que foi sacrificado a ídolos? Assim, esse irmão fraco, por quem Cristo morreu, é destruído por causa do conhecimento que você tem (lCo 8.10-11).

ObservaçãoÉ mais fácil usar do que definir o termo edificar. Quem se interessa por edificar ao irmão

em Cristo, deixará de fazer ou dizer alguma coisa que possa derrubá-lo ou enfraquecê-lo, induzindo-o a pecar. Evitará toda a crítica destrutiva e as ações que possam ofendê-lo.

Mas edificar é bem mais do que simplesmente evitar de prejudicar ao irmão. Devemos, ativa e positivamente, procurar oportunidades para ajudá-lo a crescer e se desenvolver espiritualmente. Phillips traduz Rm 14.19 da seguinte maneira: Concentremo-nos, pois, nas ações que possam originar a harmonia e o desenvolvimento do caráter de cada um de nós. Não podemos nos contentar simplesmente com o fato de não estarmos atrapalhando o progresso dos irmãos; devemos, isto sim, promover ativamente o seu desenvolvimento.

ReflexãoQuando penso em irmãos que muito se têm interessado em ajudar-me a desenvolver o

caráter de Cristo, lembro-me principalmente dos seguintes:________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Como isso se aplica a nós?Este mandamento de nos edificarmos uns aos outros, encerra várias verdades. Entre elas:1. Para que o cristão possa desenvolver em sua vida o caráter e o comportamento de

Cristo, ele terá de se valer do ministério de outros irmãos. Todo membro da igreja recebeu de Deus uma habilidade e um ministério que são essenciais à edificação de outros membros (Ef 4.16). Por isso é que o Espírito Santo dá tanta ênfase, em nossos dias, à formação de pequenos grupos ou células, onde os membros da igreja possam edificar-se uns aos outros.

2. Todo cristão pode edificar alguém. Por causa da presença do Espírito Santo nele, nenhum cristão é tão fraco ou tão ignorante que nada tenha a contribuir. Por outro lado, nenhum cristão é tão forte e instruído que não precise do auxílio dos seus irmãos para crescer na graça e no conhecimento do Senhor (IIPe 3.18; Ef 4.16; Fp 3.12; Ef 6.18-20).

3. Para edificar ao irmão, você precisa conhecê-lo bem, a fim de que toda palavra falada seja a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade… (Ef 4.29). É nos pequenos grupos que os cristãos podem ficar se conhecendo e se edificando de modo eficiente e eficaz.

4. Para edificar a um irmão, você terá, às vezes, que sacrificar os seus próprios desejos e preferências (Rm 15.2). Será, porém, um sacrifício bem recompensado, porque essa

Uns aos Outros 52

expressão de amor fará com que o Corpo todo seja beneficiado pelo crescimento resultante (Ef 4.16).

Outra reflexão pessoal1. Vamos imaginar que alguém me faz a seguinte afirmação: “Para desenvolver no

cristão recém-convertido um caráter sólido e um comportamento sem falhas, temos de isolá-lo de todo contato com outras pessoas. Vamos levá-lo a estudar cursos por correspondência, escutar fitas gravadas e ler livros sobre a vida cristã, longe de todo perigo de se contaminar pelo mau exemplo dos outros”. A minha resposta é a seguinte:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Noto em mim uma certa tendência de pensar que: (escolha a sua tendência)___ a. Não sou forte e sábio o suficiente para contribuir com qualquer coisa para a edificação de outros irmãos. Eles não precisam muito de mim.___ b. Não preciso da atuação de outros cristãos para me desenvolver satisfatoriamente na vida cristã. Eu mesmo farei tudo o que for necessário para isto.Mas Deus quer que eu vença essa tendência. A mudança que ele está me indicando é esta:________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Lendo Hb 5.11-6.3 e lJo 2.12-14, noto que alguns cristãos são chamados de filhinhos, outros de jovens, e ainda outros, de pais. Se isto tem a ver com diferentes níveis de amadurecimento espiritual, que indica a respeito da necessidade da edificação mútua no grupo de cristãos?__________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. (Leia At 20.20, 27, 31, 34-35). Vejo que Paulo se sacrificou em prol da edificação dos seus discípulos de Éfeso. Por enquanto, as únicas pessoas às quais eu poderia dizer: “Por muito tempo, jamais cessei de advertir vocês, noite e dia, com lágrimas”, seriam as seguintes:_____________________________________________________________________________________________________________________

Meios para a edificaçãoExistem vários meios dos quais os cristãos podem lançar mão, para mutuamente se

edificarem. Todos esses meios têm a ver, de um modo ou de outro, com a Palavra de Deus, ensinada ou compartilhada; aplicada a determinada situação ou demonstrada na vida prática. As pessoas, ouvindo por meio dos irmãos a voz do Pai e aplicando pessoalmente o que ele disser, serão edificadas na sua fé (At 20.32; Jd 1.20).

Merecem destaque as seguintes maneiras de se ministrar com base na Palavra, porque contribuem de modo especial à edificação dos irmãos:

1. Profetizar (lCo 14.4) …na forma pública desse ministério: “A motivação de revelar justiça e injustiça,

apresentando em público uma mensagem de Deus de tal forma que mova o ouvinte a responder” (David Kornfield. Desenvolvendo Dons Espirituais e Equipes de Ministério, pág. 73). …ou na forma mais adequada ao pequeno grupo: “Receber e transmitir uma

mensagem imediata de Deus por meio duma palavra divinamente ungida para uma situação específica” (Kornfield, pág. 183).

2. Ensinar (lCo 12.28; 14.26)“A motivação de procurar, sistematizar e explicar as verdades de Deus, para que outras pessoas possam apreciá-las, entendê-las e usá-las” (Kornfield, pág. 101).

3. Animar (At 11.23)

Uns aos Outros 53

“A motivação de chamar (encorajar, animar) alguém a agir segundo os propósitos de Deus, ajudando-o a experimentar verdades divinas e, assim, ser abençoado” (Kornfield, pág. 115).

4. Cantar salmos, hinos e cânticos espirituais (Cl 3.16; Ef 5.19)“Entrar na presença de Deus por meio de música e cânticos, ministrando a ele e sendo ministrado por ele, de tal forma que inspire outras pessoas a fazerem o mesmo” (Kornfield, pág. 26; ligeiramente adaptado).

5. Usar qualquer dom espiritual relacionado com o falar (lPe 4.10-11a)Mas não se esqueça: as ações falam mais alto… Não é somente por falar e cantar que os

cristãos se influenciam uns aos outros para crescer rumo à maturidade. O exemplo positivo da sua confiança no Senhor e obediência a ele, nas circunstâncias do seu dia-a-dia, é profunda e poderosamente edificante.

O Valor deste mandamentoO mandamento Edifiquem-se uns aos outros é de profunda importância para a igreja.

Fortalecidos dessa maneira, os membros do grupo serão cada vez mais enraizados… nele, firmados na fé, como foram ensinados, transbordando de gratidão (Cl 2.7). Haverá unidade e santidade de vida, e a alegria e paz dos membros atrairão outras pessoas para serem acrescentadas ao Corpo. Quando a igreja cresce de modo qualitativo, ela também transborda de modo a se edificar quantitativamente (At 9.31).

ESTUDO 21

ENSINEM UNS AOS OUTROS

Se pensar em tudo de mais importante que faz, você notará que aprendeu tudo na presença de alguém, não sozinho. Mas, pense agora: quanto disto você aprendeu de modo formal, em sala de aula com professor?

Pode ser que você tire a conclusão de que as coisas mais importantes da vida - não se excluindo a vida cristã - a gente aprende de modo não-formal e muitas vezes sem a presença de qualquer pessoa com título formal de “professor(a)”. Esta consideração talvez ajude você a não pensar que somente umas poucas pessoas, oficialmente reconhecidas como mestras, é que devem obedecer ao presente mandamento recíproco: Ensinem uns aos outros.

Na segunda carta a Timóteo, o apóstolo Paulo escreve que: Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra (IITm 3.16-17). A Palavra escrita de Deus, que hoje temos sob forma de Antigo e Novo Testamentos, serve de base ao ministério da edificação uns dos outros. A Palavra escrita nos apresenta a verdade a respeito da Palavra rica, Cristo Jesus, e nos mostra o que ele fez por nós. A Bíblia nos indica o que fazer para nos tornarmos semelhantes a Jesus.

Para podermos obedecer ao mandamento que agora vamos estudar, teremos de procurar muitas maneiras e oportunidades - geralmente informais e pouco ligadas a salas de aula - para ensinarmos a Palavra uns aos outros.

O mandamentoHabite ricamente em vocês a palavra de Cristo: ensinem e aconselhem uns aos outros

com toda sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seus corações (Cl 3.16).

DefiniçãoEnsinar ao irmão é mostrar e explicar a ele princípios da Bíblia, de modo que ele os

entenda e tenha possibilidade e vontade de aplicá-los na modificação do seu comportamento.

ObservaçãoEste mandamento incentiva todo cristão a procurar oportunidades para ajudar os irmãos a

aprender, com base nas Escrituras, as mesmas coisas que ele já aprendeu. É claro que certos cristãos terão maior capacidade do que outros para ensinar. São os que receberam do Espírito

Uns aos Outros 54

Santo o dom de ensinar. Os possuidores desse dom poderão receber dos dirigentes da igreja a incumbência de beneficiar uma larga faixa dos membros pelo ensino.

Muitos não recebem o dom de ensinar. Mas isto não anula, de maneira alguma, a responsabilidade que todos temos de ensinar uns aos outros. Quando um irmão, dentro do ambiente de pequeno grupo, compartilha com simplicidade algo que o Senhor lhe ensinou, isto pode ter um valioso impacto sobre as vidas dos outros. Nas reuniões de pequeno grupo, a presença de pessoas que tenham o dom de ensinar será útil. Entretanto, essas pessoas não deverão dominar a reunião e concentrar a atenção em palestras suas. O Espírito Santo deseja habilitar todos para contribuírem com algo para a vida dos outros. É por isso que o mandamento é dirigido a todos: Ensinem uns aos outros.

Quem poderia apresentar justificativa bíblica por se acorrentar o ensino ao verbo “palestrar” e depois prendê-lo dentro duma sala de aula, escondendo a chave no bolso do professor?!

ExemploEnquanto isso, um judeu chamado Apolo, de Alexandria, chegou a Éfeso. Ele era homem

culto e tinha grande conhecimento das Escrituras. Fora instruído no caminho do Senhor e com grande fervor falava e ensinava com exatidão acerca de Jesus, embora conhecesse apenas o batismo de João. Logo começou a falar corajosamente na sinagoga. Quando Priscila e Aquila o ouviram, convidaram-no para ir à sua casa e lhe explicaram com mais exatidão o caminho de Deus (At 18.24-26).

Como isso se aplica a nós?Pelo menos as seguintes verdades acompanham de perto este mandamento:1. Para poder instruir a outros, o cristão precisa esforçar-se, no sentido de aumentar

continuamente o seu conhecimento prático da Palavra.2. Todos os cristãos têm o privilégio e a obrigação de ajudar outros a compreender e

aplicar a Palavra de Deus. Embora haja alguns especialmente dotados para esse tipo de ministério, o Espírito Santo pode ajudar todos a compartilhar com os irmãos aquilo que aprenderam.

3. Porque o caráter e o comportamento do cristão têm de basear-se nos princípios das Escrituras, o ensino é um ministério fundamental para a edificação. Tanto o encorajamento como também o aconselhamento, dependem da pressuposição de que a pessoa visada já recebeu ensinamentos bíblicos sobre a atitude em questão.

4. O ensino pode ocorrer dentro de situações as mais variadas, como por exemplo: Reuniões da célula (lCo 14.26; At 20.20, …ensinei-lhes… de casa em casa); Celebrações gerais da igreja (At 2.42a, ensino dos apóstolos); Ou circunstâncias quase totalmente informais (At 18.24-26; 20.20).

Temos de valorizar as oportunidades informais! Não foi em sala de aula que você aprendeu a amarrar os sapatos, trocar um pneu, pagar o imposto de renda ou expressar o amor pelo cônjuge. É por seguirmos o exemplo de alguém a quem respeitamos, quase sempre em situações não-formais, que aprendemos as coisas que mais modificam o nosso comportamento.

Reflexão pessoal1. O que estou fazendo para aumentar o meu conhecimento dos princípios da Bíblia?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Creio que ___ tenho ___não tenho o dom de ensinar. De acordo com as implicações deste mandamento, isto significa que eu…__________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Quando Natã disse a Davi: Tu és o homem, ele o estava advertindo a respeito de um princípio bíblico que Davi:___ já tinha aprendido___ ainda não sabia, mas que Natã iria revelar-lhe após a advertência(Se tiver dúvida, confira II Sm 12.9).

Uns aos Outros 55

4. As mais profundas lições espirituais, eu aprendi a aplicá-las…___ em sala de aula___ em conversa informal com outro(s) irmão(s)Disto tiro a seguinte conclusão:__________________________________________________________________________________________________________________________________________

Qualificações fundamentais para se ensinarBasicamente, duas coisas se requerem dos que devem ensinar:1. Uma aptidão para compreender a Palavra de Deus (Cl 3.16);2. Sabedoria na comunicação das verdades bíblicas aos outros, para que estes se

sintam incentivados e capacitados a interiorizar e vivenciar as verdades ensinadas.

O Valor deste mandamentoO ensino (que pode, como vimos, ser ministrado de maneira bem pessoal e informal), é de

suprema importância para que os cristãos possuam alicerces bíblicos sobre os quais desenvolver os princípios revelados nas Escrituras, nessa medida todos serão capacitados a se tornar mais semelhantes a Jesus (Cl 1.28). Ao mesmo tempo, serão habilitados a praticar, de maneira satisfatória, toda boa obra (IITm 3.17).

ESTUDO 22

ENCORAJEM-SE UNS AOS OUTROS

Sinônimos: Animem-se uns aos outrosConsolem-se uns aos outros

A respeito de certo jovem seminarista, um dos professores opinou: “Ele é bom rapaz, mas o que lhe falta é motivação”. Entretanto, esse professor nada fez para chamar o jovem para junto de si, em obediência ao mandamento, Aceitem-se uns aos outros. Também, nada fez para fortalecer a motivação do seminarista, como indica o presente mandamento, Encorajem uns aos outros. Será que você já cometeu, com relação a outra pessoa, o mesmo descuido daquele professor?

Em todo grupo de cristãos e em qualquer momento, poderemos encontrar pessoas que enfrentem provações e problemas. Alguns desses irmãos sabem o que fazer, mas sentem hesitação ou resistência para com o padrão bíblico de comportamento.

Um sofre emocionalmente por causa de uma doença ou de uma morte na família; outro tem o lar ou o emprego cheio de problemas. Seja qual for o motivo da tentação ao desânimo, a Palavra manda que nos edifiquemos mutuamente por nos encorajarmos uns aos outros.

O mandamento(Aparece com verbos diferentes em português. A palavra grega é uma só: parakaleo) Cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha um coração perverso e incrédulo,

que se afaste do Deus vivo. Pelo contrário, encorajem uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama “hoje”, de modo que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado (Hb 3.12-13). Por isso, exortem-se e edifiquem-se uns aos outros, como de fato vocês estão

fazendo (lTs 5.11) (Novo Testamento Vivo: animem-se uns aos outros).

DefiniçãoEncorajar uns aos outros é um tríplice ministério em que: Exercemos pressão positiva uns sobre os outros no sentido de praticarmos os

princípios da Palavra; Animamo-nos mutuamente por meio do que a Bíblia diz; E nos consolamos uns aos outros por aplicarmos as verdades da Bíblia aos nossos

problemas.

Uns aos Outros 56

A idéia básica do mandamento é que devemos, dentro dos estreitos laços da comunhão, ajudar-nos uns aos outros a nos valer dos recursos que o Pai oferece para o nosso dia-a-dia.

Exemplos do 1º aspecto: exercer pressão positiva Recomendo-lhes, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que

se unam a mim em minha luta, orando a Deus em meu favor (Rm 15.30). Por isso, mesmo tendo em Cristo plena liberdade para ordenar-lhe que cumpra o seu

dever, prefiro fazer um apelo com base no amor. Eu, Paulo, já velho, e agora também prisioneiro de Cristo Jesus, apelo em favor do meu filho Onésimo, que gerei enquanto estava preso. Ele antes lhe era inútil, mas agora é útil, tanto a você quanto a mim (Fm 1.8-11).

Exemplos do 2º aspecto: animar O líder Barnabé - apelido que deram a José de Chipre, significa Filho da Consolação -

foi enviado para visitar a igreja recém-fundada em Antioquia da Síria, ali chegando e vendo a graça de Deus, ficou alegre e os animou a permanecerem fiéis ao Senhor, de todo o coração (At 11.23). Mais tarde, na primeira viagem missionária, Barnabé e Paulo fizeram o mesmo em

relação às igrejas que acabavam de fundar: Eles pregaram naquela cidade e fizeram muitos discípulos, encorajando-os a permanecer na fé, dizendo: “É necessário que passemos por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus”.

Exemplos do 3º aspecto: consolar A punição que lhe foi imposta pela maioria é suficiente. Agora, pelo contrário, vocês

devem perdoar-lhe e consolar-lhe, para que ele não seja dominado por excessiva tristeza (IICo 2.6-7). Deus, porém, que consola os abatidos, consolou-nos com a chegada de Tito, e não

apenas com a vinda dele, mas também com a consolação que vocês lhes ministraram. Ele nos contou da saudade, da tristeza e da preocupação de vocês por mim, de modo que a minha alegria se tornou ainda maior (IICo 7.6-7).

Reflexão pessoal1. Pelo que li na definição acima, estou vendo que o verbo grego parakaleo (deste

mandamento) é usado no N.T. para indicar que devo tomar pelo menos três atitudes em relação aos irmãos:a. Exercer pressão __________________ sobre eles, para levá-los a praticar os

princípios da Palavra;

b. _____________________-los, com base naquilo que a Bíblia diz;

c. _____________________-los, por aplicar as verdades da Bíblia aos seus problemas.

2. Alguém que fizesse (parakaleo) as coisas acima, seria em grego, chamado parakletos. Em João 14.16, Jesus, falando da sua breve retirada para o céu, disse: “E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro [parakletos] para estar com vocês para sempre”.Em outras palavras, certas atitudes que Jesus sempre tinha para com os discípulos durante o ministério terreno, agora, do Pentecostes em diante, seria o Espírito Santo quem as faria. Já vimos que um parakletos faz o seguinte: a. _____________________________________________________________b. _____________________________________________________________c. _____________________________________________________________

“Obrigado, Senhor, pela fidelidade do Espírito Santo em pressionar-me para fazer o que é certo, e também animar e confortar-me. Obrigado porque o Espírito quer capacitar e envolver-me nesta mesma forma de ministério, que contribui para o fortalecimento do Corpo. Por isso é que ele ordena, a mim e aos meus irmãos: _____________________ uns aos outros”.

Como isso se aplica a nós?

Uns aos Outros 57

Encorajem uns aos outros é um mandamento que encerra verdades como as seguintes:1. Os cristãos precisam da ajuda dos irmãos no viver diário. Alguém pode querer dar

uma impressão de “muito espiritual” afirmando: “Todo o meu auxílio vem diretamente do Senhor; não preciso dos irmãos”. Mas o fato é que tal afirmação seria antibíblica. O Senhor manda que demos e recebamos exortações.

2. A exortação se baseia, não num currículo preestabelecido, e sim na necessidade da pessoa em dado momento. Pode ser que o irmão precise ser pressionado a fazer o que é certo; ou animado; ou consolado. A palavra de exortação será conforme a necessidade (Ef 4.29). Nada mais frustrante do que ser exortado sobre algo inaplicável à nossa situação! Por isso devemos pedir ao Espírito Santo que nos dê sabedoria para a situação específica.

3. Para poder encorajar direito o seu irmão, o cristão terá de se envolver ativamente na vida desse irmão - coisa que acontece com mais naturalidade e profundidade dentro do pequeno grupo. A não ser por revelação sobrenatural, como é possível exortar a alguém, sem lhe conhecer as necessidades? E como se pode conhecer as necessidades, sem que se consiga um profundo conhecimento da pessoa, como esse que surge dentro da comunhão da célula ou grupo familiar?

4. O encorajamento pode acontecer em qualquer situação onde existam relacionamentos pessoais entre irmãos. Paulo, por exemplo, encorajou Timóteo e muitas outras pessoas, por meio de cartas. Entretanto, ele preferia fazê-lo face a face: Anseio vê-los, a fim de compartilhar com vocês algum dom espiritual, para fortalecê-los, isto é, para que eu e vocês sejamos mutuamente encorajados pela fé (Rm 1.11-12).

Outra reflexão1. Certa pessoa alega que pode dispensar o contato com os irmãos, pois: “Faço minha

oraçãozinha em casa”. Creio que a saúde espiritual dessa pessoa é:___ boa ___ruim porque:__________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Se determinada igreja local se organizou, não segundo o padrão neotestamentário da liderança coletiva, mas de tal modo que haja um só líder humano, elevado muito acima dos outros irmãos, quem será que vai encorajar, animar e consolar esse líder?_____________________________________________________________________

3. Alguém diz: “Olha, essa de exortação, vou deixar para os profissionais. Quanto a mim, prefiro viver de acordo com Pv 26.17: Quem se mete em questão alheia é como aquele que toma pelas orelhas um cão que passa. Deixando para lá os problemas dos irmãos, evitarei de incorrer na condenação de Paulo aos que se intrometem na vida alheia (IITs 3.11)”.Você, como responde a esse ponto de vista?__________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Se nos encontrarmos unicamente em grandes reuniões públicas (celebração/culto) e nas situações estruturadas para o ensino (cursos, Escola Dominical), as oportunidades de nos conhecermos profundamente, poderão ser escassas. Como a participação num pequeno grupo ajuda na prática dos mandamentos recíprocos?_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Observação: atitudeCreio que até este ponto, já deu para você entender que o encorajamento é um ministério

positivo, não de correção disciplinar. Na hora da exortação não pode existir o desejo de prejudicar, criticar ou irritar; e sim o de afirmar, animar e estimular. Quando exortamos, nós o fazemos:

1. Pelo amor do Espírito (Rm 15.30; Fm 1.9);2. Pela mansidão e bondade de Cristo (IICo 10.1);3. Como um pai a seus filhos (lTs 2.11-12a);4. Ou como um filho a seu pai (lTm 5.1);5. Com toda paciência e doutrina (IITm 4.2; compare a tradução NTV: Esteja todo o

Uns aos Outros 58

tempo alimentando-os pacientemente com a Palavra de Deus).

Quanto à atitude certa ao encorajar/animar/consolar, creio que eu …________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Situações que podem requerer o encorajamentoAlgumas exortações típicas, entregues à igreja primitiva, podem tornar-se necessárias

também nas situações que nós enfrentamos. Irmãos foram encorajados a:a. Orar (Rm 15.30; l Tm 2.1-8; Hb 13.18-19);b. Evitar falsas doutrinas e falsos mestres (Rm 16.17; l Tm 1.3);c. Evitar divisões (l Co 1.10; Jd 1.17-19);d. Parar de brigar, voltando a ser amigos (Fp 4.2);e. Seguir o exemplo de alguém com vida cristã modelar (lCo 4.16);f. Reconhecer a autoridade espiritual dos obreiros (lCo 16.15-16);g. Perseverar até completar determinada tarefa (IICo 8.6);h. Consolar os atribulados ou enlutados (IICo 1.4-6; l Ts 3.1-3; 4.18);i. Levar a vida a sério, trabalhar intensamente, ser obediente aos patrões (Tt 2.6; lTs

4.10-12; lTm 6.1-2);j. Reunir-se, com regularidade, para adoração e ministério (Hb 10.25);k. Abster-se das paixões carnais e do endurecimento do pecado (lPe 2.11; Hb 3.13-14);l. Progredir na prática do amor fraternal (lTs 4.9-10);m. Viver de modo digno da alta vocação que receberam (Ef 4.1; lTs 2.11-12).

Vamos refletir um poucoNa igreja com a qual me congrego, os membros precisam ser encorajados, principalmente

a respeito das seguintes atividades (as letras representam os motivos de exortação do parágrafo anterior):

a. ___ h. ___b. ___ i. ___c. ___ j. ___d. ___ k. ___ e. ___ l. ___ f. ___ m. ___g. ___

Eu, especialmente, preciso exortar (a quem?) ______________________ a fazer (o quê?) ______________________________e resolvo fazer isto (quando?) _______________________.

O Valor deste mandamentoO encorajamento mútuo é uma maneira muito útil de levarmos os membros do Corpo a

viver de modo digno de Cristo. O grande alvo do cristão é ser semelhante a Cristo. Por nos encorajarmos uns aos outros, somos ajudados a nos aproximar desse alvo. Os efeitos do encorajamento se tornarão visíveis ao mundo, ao notarem o nosso crescimento na santificação. Assim, o testemunho da igreja perante o mundo, a respeito de quem é Jesus, se terá cada vez mais autoridade.

ESTUDO 23

ACONSELHEM UNS AOS OUTROS

Sinônimos: Admoestem uns aos outrosAdvirtam uns aos outrosInstruam uns aos outros

Uns aos Outros 59

Para lidar com as provações, tristezas e decepções da vida, os cristãos precisam receber esse ministério sobre o qual acabamos de estudar: Encorajar uns aos outros. Dessa maneira eles são incentivados, animados e confirmados.

Mas além das provações que vêm de fora, o cristão também enfrenta o problema interno do pecado. É fácil escorregar de volta aos hábitos pecaminosos (atitudes), que antigamente lhe agradava. É fácil, infelizmente, esquecer-se das lições que já se aprendeu a respeito da vida cristã. É fácil deixar cair a nossa cruz e começar a agir de modo egoísta. Os pés começam a trilhar um caminho que não busca o Reino de Deus e a sua justiça. Isso tem nome: pecado.

Quando viramos as costas para a vontade revelada de Deus, podemos ter a certeza de que ele nos tratará como a filhos, disciplinando-nos (Hb 12.7). E por causa do grande valor que ele dá a relacionamentos, muitas vezes o Senhor operará através de outro(s) irmão(s) para nos trazer de volta à conformidade com os princípios da sua Palavra.

É disto que a Bíblia fala quando diz que os cristãos devem aconselhar-se uns aos outros.

O mandamento Aos cristãos de Roma, o apóstolo Paulo afirma: Meus irmãos, eu mesmo estou

convencido de que vocês estão cheios de bondade e plenamente instruídos, sendo capazes de aconselhar-se uns aos outros (Rm 15.14). Na carta aos Colossenses, ele manda: Habite ricamente em vocês a palavra de

Cristo; ensinem e aconselhem uns aos outros com toda sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seus corações (Cl 3.16).

DefiniçãoAconselhar-nos uns aos outros é um ministério disciplinar, no qual um cristão chama a

atenção de outro às suas atitudes ou práticas perigosas ou pecaminosas, ou às suas obrigações não cumpridas. Ao mesmo tempo, aquele que aconselha oferece instruções corretivas que ajudem e animem aquele irmão a afinar a sua vida com a vontade de Deus.

Exemplos Não estou tentando envergonhá-los ao escrever estas coisas, mas procuro adverti-los,

como a meus filhos amados (l Co 4.14 – escrito depois de um trecho sobre problemas e pecados da igreja de Corinto) “E dentre vocês mesmos se levantarão homens que torcerão a verdade, a fim de atrair

os discípulos para si. Por isso, vigiem! Lembrem-se de que, por três anos, jamais cessei de advertir a cada um de vocês, noite e dia, com lágrimas”. (At 20.29-31).

Exemplo negativoUm dos membros estava persistindo num pecado grosseiro e que servia de motivo de

chacota entre os inimigos do evangelho. Mas a igreja de Corinto não havia aconselhado essa pessoa. Por toda parte se ouve que há imoralidade entre vocês, imoralidade que não ocorre nem entre os pagãos, a ponto de alguém de vocês possuir a mulher de seu pai. E vocês estão orgulhosos! Não deviam, porém, estar cheios de tristeza e expulsar da comunhão aquele que fez isso? (l Co 5.1-2).

Gravando a diferença entre encorajar e aconselhar Encorajar e aconselhar são semelhantes em que representam envolvimento na

vida da pessoa que será animada ou advertida. Encorajar é diferente de aconselhar, em que a exortação é positiva: incentiva a

progredir na direção certa; ao passo que a advertência aponta o erro que está sendo cometido, a fim de que a pessoa se corrija. Após a correção, o encorajamento novamente pode entrar em ação, para confirmar o irmão na prática do bem. Numa bateria: O encorajamento é o pólo positivo; o aconselhamento é o negativo.

Entendi! O positivo é _________________; o negativo é: _____________________.

1. “Você está no caminho certo! Vamos aumentar, agora, a velocidade?” – Eis um exemplo de :___ aconselhamento ___ encorajamento

2. “Você aqui; e os trilhos, lá! Mas quero ajudá-lo a voltar para os trilhos. Vamos dar o primeiro passo, agora?“ – Isto exemplifica:

Uns aos Outros 60

___ aconselhamento ___ encorajamento

Verificando

Exemplo 1: encorajamento; Exemplo 2: aconselhamento

Como isso se aplica a nós?Aconselhem uns aos outros é um mandamento que encerra os seguintes aspectos:1. De maneira alguma podemos imaginar que ficamos totalmente livres dos efeitos da

velha natureza pecaminosa (o “EU”). Pecamos, às vezes, por ignorância; mas outras vezes, voluntária e conscientemente. Enfrentamos, portanto, problemas causados pelos nossos pecados. Outras vezes, temos de ajudar irmãos a se livrar dos pecados deles.

2. Irmãos precisam ajudar-nos a reconhecer e vencer os nossos pecados, negligências e problemas. Eu, agindo isoladamente, posso chegar a acreditar de tal modo nas minhas próprias racionalizações, que chegue a me arraigar na resistência e desobediência para com a vontade de Deus. Ou pode acontecer que eu simplesmente não enxergue o erro das minhas ações. Agradável não será, mas a advertência da parte de um irmão, fará com que o meu pecado seja identificado e eficientemente vencido.

3. Lembre-se de que o aconselhamento, por mais que tenha de apontar o erro negativo, é um ministério de edificação. Se um cristão está sendo levado pelo pecado a se distanciar do Senhor e dos irmãos, a coisa mais amorosa e edificante que um irmão pode fazer é adverti-lo.

4. Jesus mostrou, em Mt 18.15-17, o padrão a ser seguido. De acordo com esse trecho, o aconselhamento sempre deve observar a seguinte ordem crescente de envolvimento.a. Aquele que notou o pecado adverte, sozinho e sem espalhar fofoca, sobre o irmão

que pecou.b. Se o aconselhamento administrado por um só cristão não surte efeito, faz-se outra

tentativa, envolvendo mais dois ou três irmãos.c. Se a admoestação feita por essa equipe não deu resultado positivo, o grupo todo

oferece o seu aconselhamento coletivo ao faltoso.

São três níveis de advertência. Se a pessoa resolve manter-se rebelde e desobediente, depois que esses três níveis foram esgotados, a única opção bíblica é a exclusão do rebelde (Mt 18.17; l Co 5.11-13). Note bem: A única atitude totalmente incompatível com os privilégios de membro do Corpo local é a rebeldia (l Sl 15.22-23).

5. O aconselhamento inclui três elementos:a. Um problema a ser resolvido ou obstáculo a ser vencido: algo que não vai bem na

vida do irmão a ser aconselhado; uma atitude negativa a ser vencida, não pela ameaça, mas por influenciar o pensamento do irmão. O aconselhamento tem o propósito de efetuar uma mudança na atitude e na conduta da pessoa.

b. Instrução oferecida ao aconselhado, por meio de palavras que procurem levar o irmão a assumir a devida responsabilidade pelos seus problemas, de acordo com a Palavra de Deus. Portanto, já temos dois elementos: um problema da vida a ser resolvido e instrução oferecida em forma verbal. Vamos ao terceiro elemento.

c. O alvo do aconselhamento é o bem maior do aconselhado. Não aconselhamos para descarregar a nossa própria irritação, causada pelas estripulias do irmão. O aconselhamento tem motivação altruísta, não egoísta. Mesmo sendo o problema do irmão bem grave, o aconselhamento ataca o problema, oferecendo instruções verbais, para libertar o irmão de tão prejudicial domínio. Como lemos em II Ts 3.15: Contudo, não o considerem como inimigo, mas chamem-lhe a atenção como irmão.

6. O aconselhamento é um ministério de base bíblica. Entretanto, o melhor conselheiro não será aquele que mais fatos souber da Bíblia, e sim, aquele que mais estiver obedecendo aos princípios de conduta apresentados na Bíblia (Caráter x Conhecimento).

Uns aos Outros 61

7. O aconselhamento exige que nos envolvamos profundamente nas vidas uns dos outros. O lugar por excelência onde poderá acontecer isso é no pequeno grupo ou célula. Parece evidente que Paulo está descrevendo a vida de célula quando escreve Cl 3.16.

8. O aconselhamento pode acontecer em particular ou em reuniões de cristãos, de acordo com a natureza e a extensão do problema. Mas com poucas exceções, deve começar no plano particular, do um-a-um.

Reflexão pessoal1. Antes que me esqueça, os três elementos sempre presentes no aconselhamento são:

a. _____________________________________________________________b. _____________________________________________________________c. _____________________________________________________________

2. Os três níveis da advertência, apresentados por Jesus em Mt 18.15-17, são:a. _____________________________________________________________b. _____________________________________________________________c. _____________________________________________________________

3. Por que será que a Bíblia não sugere que usemos o método menos perigoso da advertência, que é a carta anônima?__________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Eu já fui advertido(a) por (quem?) ________________________ com o seguinte resultado _____________________________________________________________________

5. Há igrejas onde, aparentemente, ninguém aconselha a pessoa que “pisa na bola”. Há outras, onde todo esse assunto de “disciplina” fica nas mãos dos principais líderes. O padrão bíblico, porém, é o seguinte:__________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. Se todos fôssemos ricamente habitados pela Palavra e confiantes na sabedoria do Espírito Santo, e se todos nos aconselhássemos mutuamente, e se incentivássemos os que têm o dom do aconselhamento a desenvolver esse dom, creio que nossa busca pelos serviços de psicólogos e psiquiatras incrédulos:___ poderia terminar___ continuaria no mesmo nível de agora___ poderia diminuir___ talvez aumentasseMinha razão de pensar assim: ____________________________________________

Observações: qualificações para aconselhar o irmãoEmbora todos tenhamos a responsabilidade de advertir alguém quando houver

necessidade, os mais bem sucedidos serão os que reunirem estas três qualidades:1. Conhecer a Palavra de Deus e a natureza humana (Rm 15.14; Cl 3.16);2. Ser sábio na aplicação da Palavra a situações da vida (Cl 3.16; 1.28);3. Ser bondoso(a), ter boa vontade, querer fortalecer, não destruir (Rm 15.14);Se é verdade que todo cristão terá horas em que tenha de advertir a um irmão, temos

nisso mais um incentivo para encher o nosso coração da Palavra e aprendermos como aplicar, em nossas próprias vidas, os princípios de conduta ali apresentados.

Situações que exigem aconselhamentoVejamos algumas advertências típicas do NT, aplicáveis na atualidade. Irmãos foram

aconselhados a:1. Não cobiçar coisas más (l Co 10.6);2. Não prestar culto a falsos deuses (l Co 10.7);3. Não se entregar à imoralidade sexual (l Co 10.8);

Uns aos Outros 62

4. Não tentar explorar a bondade de Deus (l Co 10.9);5. Não reclamar contra a vontade de Deus (l Co 10.10);6. Evitar discussões insensatas e a criação de divisões (Tt 3.9-10);7. Não ensinar falsas doutrinas (At 20.29-31);8. Não negligenciar o dom espiritual (l Tm 4.14).

Observação: atitudeO estado de espírito com que se aconselha o irmão, é muito importante. Não se deve

fazê-lo como superior, como crítico, como juiz, porque tais atitudes nos distanciam da pessoa. O cristão tem de admoestar por sentir genuína preocupação com o bem-estar desse irmão. O NT mostra que devemos aconselhar:

1. Com tristeza (com lágrimas, At 20.31) por ser necessário advertir ao irmão;2. Com preocupação fraternal (II Ts 3.15);3. Com humildade (At 20.19; Gl 6.1);4. E sem qualquer intuito de envergonhar (l Co 4.14).

ReflexãoPensando nos seguintes irmãos que já me chamaram a atenção no passado, reconheço

que demonstraram, de modo geral, as atitudes acima:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Do estudo deste mandamento, a principal lição que tirei para mim, é a seguinte:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O Valor deste mandamentoO aconselhamento ajuda o cristão individual e o seu grupo, a se manterem dentro do

caminho que conduz à semelhança de Cristo. Praticando a advertência, os cristãos se ajudam mutuamente a vencer e a evitar práticas pecaminosas. Deixam de cair na negligência espiritual. Como resultado, o testemunho da igreja diante do mundo aumenta em poder e credibilidade, na medida em que o poder transformador de Cristo se demonstra pela maneira santa e amorosa em que os membros vivem.

ESTUDO 24

FALEM ENTRE VOCÊS COM SALMOS,HINOS E CÂNTICOS ESPIRITUAIS

Através dos milênios da sua história, o povo de Deus sempre tem cantado. Moisés e os israelitas cantaram louvores a Deus, após a libertação do Egito (Êx 15.1-21). Quarenta anos mais tarde, Moisés compôs um cântico de encorajamento e aconselhamento, como meio de ensinar a Israel os caminhos do Senhor, após anos de desobediência e disciplina, e antes que entrassem na terra prometida (Dt 32.1-44).

Moisés escreveu um salmo. Davi escreveu mais da metade dos 150 cânticos que se encontram no livro dos Salmos. Muitos desses cânticos eram usados, tanto em casa como na sinagoga, para expressar louvor e petição a Deus. Outros salmos, os “didáticos”, exortam e advertem.

Os cânticos da Terra são pequenos prenúncios do “Louvorzão” do qual participaremos no céu. Entre inúmeros elementos do louvor e adoração, entoaremos o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro (Ap 15.2-4).

Ao que tudo indica, Deus considera a música um eficaz e agradável meio de ensinar ao seu povo e de receber o seu louvor. Não é de se estranhar, portanto, que Paulo mande aos cristãos que façam uso da música para a mútua edificação e para louvarem ao Senhor.

Uns aos Outros 63

O mandamentoO mandamento recíproco musical é derivado das duas cartas bem semelhantes que Paulo

escreveu, da prisão em Roma, para igrejas da província romana da Ásia. Não se embriaguem com vinho, pois leva à libertinagem, mas deixem-se encher

pelo Espírito, falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando e louvando no coração ao Senhor, dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo (Ef 5.18-20) Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem uns aos

outros com toda sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seus corações (Cl 3.16).

DefiniçãoFalar entre nós com salmos e hinos e cânticos espirituais significa instruir, exortar ou advertir aos irmãos, ou nos unirmos a eles em expressão de louvor a Deus – tudo por meio de letras musicadas.

Exemplo: cantar para consolarDepois de serem severamente açoitados, foram lançados na prisão. O carcereiro recebeu

instrução para vigiá-los com cuidado. Tendo recebido tais ordens, ele os lançou no cárcere interior e lhes prendeu os pés no tronco.

Por volta da meia-noite, Paulo e Silas estavam orando e cantando hinos a Deus, os outros presos os ouviam. De repente, houve um terremoto tão violento que os alicerces da prisão foram abalados. Imediatamente todas as portas se abriram e as correntes de todos se soltaram (At 16.23-26).

Exemplo: cantar para edificarProcurem crescer naqueles [dons] que trazem a edificação para a igreja… Então, que

farei? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento. Se você estiver louvando a Deus com o espírito, como poderá aquele que está entre os nãos instruídos dizer o “amém” à sua ação de graças, visto que não sabe o que você está dizendo? Pode ser que você esteja dando graças muito bem, mas o outro não é edificado (l Co 14.12b; 15-17).

ObservaçãoJá houve grupos (uma ala do presbiterianismo na Escócia, por exemplo), onde se proibiu

o uso de quaisquer hinos que não fossem os salmos do AT, metrificados. O próprio AT, entretanto, predizia que a vinda de Cristo iria resultar em cânticos novos (Is 42.10), e já no primeiro capítulo de Lucas, estes começaram a aparecer. O Novo Comentário da Bíblia categoriza a seguinte maneira os hinos do NT:

Cânticos DoxologiasLc 1.46-55 ( “Magnificat”)Lc 1.68-79 (“Benedictus”)Lc 2.29-32 (“Nunc Dimittis”)

Lc 2.14ITm 1.17ITm 6 15-16Ap 4.8, 11Ap 5.9, 12-13E outras em Apocalipse

Reflexão pessoalAtualmente é cada vez mais difundida a prática de se musicar versículos bíblicos,

transformando a Bíblia em hinário. Tal prática é recomendada em: (escolha a certa)___ Ef 5.19-20 somente___ Cl 3.16 somente___ Os dois trechos, igualmente

Das músicas de louvor e adoração que eu conheço, as seguintes são exemplos de trechos bíblicos musicados:

Título ou primeira linha Referência bíblica

Uns aos Outros 64

Exemplo: “Grandes são as tuas obras” Ap 15.3-41.2.3.

Como isso se aplica a nós?O mandamento de falarmos entre nós com salmos e hinos e cânticos espirituais, traz

consigo idéias como essas:1. O ensino, o encorajamento e o aconselhamento podem ser comunicados, de modo

eficaz, por meio de palavras musicadas;2. A música é um meio especialmente agradável de se louvar a Deus e, ao mesmo

tempo, animar a fé dos irmãos;3. O fato de estarmos louvando juntos pode ser um indício de estarmos cheios do

Espírito, e pode até ajudar a nos colocarmos sob o controle do Espírito (Ef 5.18-19);4. O coração agradecido a Deus, naturalmente se põe a cantar (Ef 5.20; Cl 3.16);5. Esses cânticos são principalmente para honrar a Deus. O nosso próprio prazer fica em

segundo plano (Cl 3.17).

Refletindo um pouco maisA “música contemporânea” é assunto de debate em certas igrejas. Segundo o meu ponto

de vista:a. O uso de músicas contemporâneas, desde que as letras combinem com as verdades

da Palavra de Deus, pode ter as seguintes: vantagens:________________________________________________________________________________________________________________________________________________

e desvantagens:________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b. Creio que o uso exclusivo de hinos e corinhos escritos de 50 a 200 anos atrás, pode ter as seguintes:

vantagens:________________________________________________________________________________________________________________________________________________

e desvantagens:________________________________________________________________________________________________________________________________________________

c. Mesmo antes de trocar idéias com o líder do meu grupo sobre esse assunto, tiro a seguinte conclusão provisória sobre músicas de louvor e adoração:

________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O Valor deste mandamentoA música pode servir de veículo para três atividades básicas da igreja:1. instrução2. encorajamento3. advertênciaA letra musicada muitas vezes fala com maior impacto emocional do que as mesmas

palavras, sem música. As qualidades líricas, rítmicas e harmoniosas combinam para tornar mais fácil o gravarmos na memória as palavras musicadas, do que as comuns. Cânticos baseados firmemente na Bíblia ajudam-nos a fazer com que habite ricamente em nós a palavra de Cristo.

Quanto à música em relação ao louvor, a Bíblia tem muito a dizer. Em Sl 147.1, o salmista exorta: Louvai ao Senhor, porque é bom e agradável cantar louvores ao nosso Deus; fica-lhe bem o cântico de louvor.

Uns aos Outros 65

O Pai procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade (Jo 4.23). Por isso, ele faz questão de ouvir música do seu povo, dedicadas ao louvor: Cantem com alegria a Deus, nosso defensor; cantem louvores ao Deus de Jacó. Comecem a música e toquem os tamborins: toquem músicas alegres nas harpas e nas liras. Toquem a trombeta para a festa quando chegar a lua nova e quando for lua cheia. Isso é lei para Israel, é uma ordem do Deus de Jacó. Ele deu essa lei ao povo de Israel quando marchou contra a terra do Egito (Sl 81.1-5 BLH).

Quem seria capaz de rejeitar, como tendo aplicação somente ao povo do AT, as palavras de Sl 92.1-4, onde se apresentam, de mãos dadas, a adoração e a música? – Bom é render graças ao Senhor, e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo, anunciar de manhã a tua misericórdia e, durante as noites, a tua fidelidade, com instrumentos de dez cordas, com saltério, e com a solenidade de harpa. Pois me alegraste, Senhor, com os teus feitos; exultarei nas obras das tuas mãos.

E que dizer da música como testemunho pessoal? Ó Deus Eterno, eu sempre cantarei a respeito do teu amor e anunciarei a tua fidelidade. Sei que o teu amor durará para sempre e que a tua fidelidade é tão firme como o céu (Sl 89.1-2 BLH). Ele me ensinou a cantar uma nova canção, um hino de louvor ao nosso Deus. Quando virem isso, muitos temerão ao Deus Eterno e aprenderão a confiar nele (Sl 40.3 BLH).

A música permite a todos usarem a voz ao mesmo tempo, mas sem confusão. Isto serve para ilustrar aquilo que o Espírito Santo quer operar no grupo pelo fortalecimento da comunhão: O Deus que concede perseverança e ânimo lhes dê um espírito de unidade, segundo Cristo Jesus, para que com um só coração e uma só boca vocês glorifiquem ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 15.5-6).

ESTUDO 25

SIRVAM UNS AOS OUTROS

Sinônimos: Ajudem-se mutuamenteCada um use o seu próprio dom para o bem dos outros

O nosso mundo emprega vários critérios para avaliar a grandeza de alguém. É grande quem exerce muito poder sobre os semelhantes; quem ocupa alta posição social; quem dirige uma grande empresa; quem conseguiu reunir riquezas e posses; quem realizou uma façanha muito difícil; quem goza de grande popularidade junto ao público…

De modo geral, as pessoas tendem a achar que “ser grande” significa poder controlar muitas pessoas ou recursos. Mas Jesus aperta o botão “desliga” dessa idéia: “Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vocês deverá ser servo; e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos” (Mc 10.43-44).

O mandamento Paulo escreve: Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade. Mas não usem a

liberdade para dar ocasião à vontade da carne; pelo contrário, sirvam uns aos outros mediante o amor (Gl 5.13-14). Pedro também apresenta esse mandamento: Cada um exerça o dom que recebeu

para servir aos outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas (lPe 4.10).

Observação: contexto históricoNa província da Galácia, Paulo e Barnabé fundaram igrejas durante a Primeira Viagem

Missionária. Mais tarde, certos homens chegaram e começaram a ensinar a esses cristãos gentios, que para serem agradáveis a Deus, eles precisavam aceitar a circuncisão e a responsabilidade de praticar a inteira lei de Moisés. Sabendo disso, Paulo imediatamente escreveu uma carta de advertência e recordação, lembrando aos cristãos gálatas que Cristo os libertara da escravidão ao legalismo, dando-lhes o seu Espírito, para viverem por meio da fé.

Ao mesmo tempo, Paulo advertiu aos gálatas que não usassem a sua liberdade da lei mosaica como desculpa para se entregarem ao egoísmo desenfreado. Antes, deveriam considerar-se servos – não da lei, mas uns dos outros, pelo amor de Cristo.

Uns aos Outros 66

DefiniçãoServir uns aos outros mediante o amor, significa que livre e espontaneamente nos

dispomos a realizar, a favor dos irmãos, qualquer serviço necessário ou útil ao seu bem-estar espiritual, emocional, mental ou físico.

Exemplos Uma das primeiras coisas que o carcereiro de Filipos fez, após a conversão, foi

servir: Naquela mesma hora da noite o carcereiro os tomou e lavou suas feridas; em seguida, ele e todos os seus foram batizados (At 16.33). Em horas de necessidade financeira, Paulo colocava a sua habilidade profissional

a serviço dos colegas de equipe: Vocês sabem que estas minhas mãos trabalharam para pagar minhas próprias despesas e até para as despesas daqueles que estavam comigo (At 20.34, NTV). O Senhor conceda misericórdia à casa de Onesíforo, porque muitas vezes ele me

reanimou e não se envergonhou por eu estar preso; pelo contrário, quando chegou a Roma procurou-me diligentemente até me encontrar. Conceda-lhe o Senhor que, naquele dia, encontre misericórdia da parte do Senhor! Você sabe muito bem quantos serviços ele me prestou em Éfeso (II Tm 1.16-18).

ObservaçãoCom o verbo que ele emprega ao enunciar o mandamento, Pedro indica que devemos

“ser garçons” uns dos outros. Paulo usa um verbo ainda mais forte: devemos “ser escravos” uns dos outros. Isto significa que devemos dar aos interesses e às necessidades dos irmãos, aquela importância que um escravo precisa dar à vontade do seu senhor. Agradar primeiro ao irmão, sempre que possível – esta é a atitude indicada pelo NT Também eu [Paulo] procuro agradar a todos de todas as formas. Porque não estou procurando meu próprio bem, mas o bem de muitos, para que sejam salvos (l Co 10.33). Somos ligados uns aos outros, por elos do amor, como servos.

Como isso se aplica a nós?1. Tornar-se servo em relação aos irmãos é uma servidão que o cristão impõe a si

mesmo. Não é por exigência dos outros que nós servimos, e sim porque esta é uma das melhores e mais naturais maneiras de expressar nosso afeto e amor.

2. Este é um mandamento recíproco. Isto põe em destaque o fato de que o NT não reconhece, para a igreja, uma hierarquia de dominadores. O líder serve ao seguidor. O seguidor serve ao líder. É mútuo. Os líderes, muito embora possuam autoridade espiritual no pequeno grupo e na igreja em geral, são escolhidos principalmente para servir de modo especial ao Corpo de Cristo. É totalmente inaceitável que haja líderes “diotrefóides” (IIIJo 1.9-19), se considerando senhores ou dominadores da igreja (lPe 5.3).

3. Servimos aos outros de acordo com situações específicas, não segundo um programa rotineiro. Quando surgirem necessidades individuais, irmãos deverão oferecer auxílio na hora. “Não estou de plantão” – você pode imaginar Jesus falando dessa maneira?!

4. Para me tornar servo de determinado irmão, terei de me envolver ativamente na sua vida. Não se pode suprir bem as necessidades de alguém a quem não se conheça e pelo qual não se tenha afeto. Essas coisas vêm através do convívio, que se desenvolve de modo especial em pequeno grupo.

5. Tornar-se servo dos irmãos exige abnegação e sacrifício. Os serviços ocupam tempo e energia. É preciso que o cristão se disponha a ajudar por todos os meios disponíveis: talentos, capacidades, posses materiais.

Reflexão pessoalLendo esses cinco parágrafos acima, senti o maior impacto quando meditei sobre a

seguinte idéia:________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O exemplo de Jesus:

Uns aos Outros 67

Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, …esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo… (Fp 2.5-7a). “Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a

sua vida em resgate por muitos” (Mc 10.45. Quando terminou de lavar-lhes os pés, Jesus tornou a vestir sua capa e voltou ao

seu lugar. Então lhes perguntou: "vocês entendem o que lhes fiz? Vocês me chamam ‘Mestre’ e ‘Senhor’, e com razão, pois eu sou. Pois bem, se eu, sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei-lhes os pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros. Eu lhes dei exemplo para que vocês façam como lhes fiz” (Jo 13.12-15).

Já nas profecias do AT (Is 42, etc.), foi revelado que Jesus seria o Servo. Quando veio, ele dedicou-se integralmente ao serviço dos outros. Na tão estressante noite em que foi traído, vemos o Rei da glória lavar os pés empoeirados de 12 homens. Um deles era o próprio traidor. Os outros, dentro em breve, fugiriam, quase todos, deixando-o nas mãos do carrasco

Mas não foi esse o mais humilhante e abnegado serviço que ele prestou. O mais difícil, o que exigiu maior grau de sacrifício, foi no próximo dia, quando levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro (lPe 2.24a). O exemplo desse serviço fica para sempre diante de nós. Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos (lJo 3.16).

ExortaçãoTendo fornecido o exemplo, Jesus deu aos discípulos a seguinte palavra de exortação:

“Agora que vocês sabem estas coisas, serão bem-aventurados se as praticarem” (Jo 13.17).Tiago, homem intensamente prático, também nos exorta. Ele lança a seguinte pergunta:

Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: “Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até ficar satisfeito”, sem porém lhe dar nada, de que adianta isso? (Tg 2.15-16).

É bom lembrar: o prêmio do tribunal de Cristo será outorgado por obras realizadas, não por conhecimentos armazenados!

Modos de servirHá muitas maneiras em que podemos manifestar a nossa qualidade de servos uns dos

outros. O mandamento parece focalizar aquelas coisas práticas e corriqueiras, de que os irmãos tantas vezes estejam precisando. Exemplos de serviços mencionados no NT:

1. Levar os fardos pesados uns dos outros (Gl 6.2);2. Compartilhar, com aqueles que nos ensinam a Palavra de Deus, coisas boas que

possuímos (Gl 6.6);3. Ser mutuamente hospitaleiros (lPe 4.9);4. Empregar o dom espiritual em benefício do irmão (lPe 4.10);5. Ajudar com roupas, alimentos, etc., ao irmão necessitado (Tg 2.15-16).Mas não precisamos de uma lista pormenorizada. É só ter a atitude de servo e manter os

olhos abertos, que as oportunidades surgirão. A história é simples: viu o problema do irmão, tinha meios de ajudar, ajudou, Deus gostou.

Reflexão1. Um dos membros do meu pequeno grupo quer conversar comigo sobre um assunto

mas eu, pessoalmente, sinto grande vontade de dormir. Para obedecer a esse mandamento: Sirvam uns aos outros, creio que eu…_________________________________________________________________

2. Cheguei cansado e mal-humorado à reunião do grupo. Mas em certo momento ouvi alguém orar, de maneira tão confiante e alegre, que logo senti uma melhora no estado de espírito. Será que aquela pessoa estava, em certo sentido, lavando os meus pés?___ sim ___ não porque:_________________________________________________________________

3. Normalmente, sou eu quem dirige a reunião do pequeno grupo. Mas desta vez não vai ser possível; vão me segurar até tarde na empresa. Faltam poucas horas para a reunião, vou pedir que o Jorge me substitua. Tenho certeza que ele vai ajudar, porque ele é um exemplo vivo do mandamento, ____________________ uns aos outros.

Uns aos Outros 68

O Valor deste mandamentoEste mandamento é de grande importância à igreja. Tornando-nos servos uns dos outros,

demonstraremos, de maneira prática, diante do mundo e dos irmãos, que nos amamos uns aos outros. É por meio do serviço que o amor evita limitar-se a um conceito abstrato, e se demonstra de modo visível, palpável. É quando servimos uns aos outros que o Corpo pode desempenhar os seus ministérios. E assim o Corpo cresce e progride, para a glória de Deus.

ESTUDO 26

LEVEM OS FARDOS PESADOSUNS DOS OUTROS

Sinônimos: Ajudem uns aos outrosPartilhem as dificuldades e problemas uns dos outros

Aquele cristão que declarou publicamente: “Desde o dia em que Cristo entrou na minha vida, nunca mais tive um só problema”, pode ter pensado que estava perfumando o ambiente do Corpo com a sua afirmação. Mas o fato é que o estava poluindo. Precisava aprender a obedecer ao mandamento: Não mintam uns aos outros! Deus não é glorificado por fingimentos dessa natureza. Até Paulo, o grande apóstolo, revela, de modo transparente, os muitos e profundos problemas que enfrenta. Em IICo 1.8, ele escreve que: …tribulações que sofremos… foram muito além da nossa capacidade de suportar, a ponto de perdermos a esperança da própria vida. Nada de fingir que uma cama de pregos é um mar de rosas!

De todo lado surgem dificuldades. São sofrimentos, ansiedades, fome, enfermidade, problemas… “Neste mundo – declarou Jesus em Jo 16.33 – vocês terão aflições”…

A fé em Cristo não nos isenta dos problemas. Mas esta fé nos capacita para encarar as provocações com a certeza de que Deus fará todas as coisas cooperarem para o nosso bem (Rm 8.28). Foi por meio desta fé que em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito (lCo 12.13a). Assim foi que passamos a fazer parte de um grupo de pessoas que, devido ao seu amor por Jesus e por nós, procuram aliviar a nossa preocupação, levando os nossos fardos.

O mandamento“Levem os fardos pesados uns dos outros e, desta forma, cumpram a lei de Cristo” (Gl 6.2).

DefiniçãoLevar o fardo do irmão é o mesmo que tomar sobre a gente a dificuldade, o problema, a

circunstância opressiva dele, como se fosse da gente; e fazendo um esforço para aliviar o problema.

Exemplos Naqueles dias alguns profetas desceram de Jerusalém para Antioquia. Um deles,

Ágabo, levantou-se e pelo Espírito predisse que uma grande fome sobreviria a todo o mundo romano, o que aconteceu durante o reinado de Cláudio. Os discípulos, cada um segundo as suas possibilidades, decidiram providenciar ajuda para os irmãos que viviam na Judéia. Assim o fizeram, enviando suas ofertas aos presbíteros pelas mãos de Barnabé e Saulo (At 11.27-30). Onésimo – escravo fujão – encontrou, na pessoa de Paulo, alguém que levasse a sua

carga: “Peço em favor de meu filho Onésimo, que gerei enquanto estava preso… Assim, se você me considera companheiro na fé, receba-o como a mim. Se ele o prejudicou em algo ou lhe deve alguma coisa, ponha na minha conta. Eu, Paulo, escrevo de próprio punho: Eu pagarei…” (Fm 1.10;17-19a).

ReflexãoA tendência do “Eu” é “tirar o corpo fora”, dizendo: “Problema dele!” Mas que atitude o

nosso Pai nos apresenta pelo NT? (Escolha a certa)

Uns aos Outros 69

___ “Problema só dele”; ___ “Problema só meu”; ___ Problema de nós dois”.

Se o problema dele é pecado, tenho o mandamento: Aconselhem uns aos outros. Mas quando se trata de uma dificuldade material, emocional, etc., do irmão, tenho o presente mandamento:

“___________________ os _____________________________ uns dos outros”.

VerificandoDe nós dois levem … fardos pesados.

Exemplos de fardos pesados1. Fraquezas ou falhas de personalidade, de fé, de hábitos2. Aflições físicas: enfermidades, fome, surras, prisões, etc.3. Necessidades financeiras, falta de moradia4. Aflições espirituais e emocionais, tais como: Conflitos externos, temores internos (IICo 7.5-6) Perplexidade (IICo 4.8) Preocupação pelo bem-estar de alguém (Fp 2.19-21) Isolamento, saudades (Fp 2.26)

Irmãos que já levaram fardos pesados meus:

Quem levou O fardo pesado que me ajudou a levar

Por outro lado, irmãos a quem eu ajudei a levar fardos pesados:

A quem eu ajudei O pesado fardo que ajudei essa pessoa a levar

Como isso se aplica a nós?Estas verdades se associam ao princípio de levarmos os fardos pesados uns dos outros:1. Os cristãos têm fardos de diversos tipos. Isto não é nem descomunal, nem

vergonhoso.2. Quando um cristão se sentir sobrecarregado, ele deverá comunicar esse fato aos

outros do seu grupo. Deus nunca quis que um filho seu tivesse de levar, sozinho, o seu fardo. Por isso, ele criou o Corpo, com diversos membros para se ajudarem mutuamente.

3. Uma vez sabendo que o seu irmão está lutando debaixo de um fardo pesado, você tem a obrigação de assumir uma parte de responsabilidade pela mesma. Claro que existem limites práticos. Mas não fique procurando desculpas para “tirar o corpo fora”. A lei de Cristo, a lei do amor, não permite isto.

4. Os fardos variam quanto a tipo, peso e quantidade de ajuda que o irmão deve receber. Teremos que descobrir, dentro de cada situação, o que é melhor fazer. Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade: e lhe será concedida (Tg 1.5).

5. O fato de levarmos os fardos do irmão é um indício do estarmos andando pelo Espírito (vivendo pelo poder do Espírito Santo, NTV). Isto se deduz do fato que o mandamento sobre os fardos (Gl 6.2) vem somente três versículos depois daquele sobre andar no Espírito (Gl 5.25). O cristão que faz vista grossa para os problemas do irmão, não pode afirmar que está cheio do Espírito, antes precisa confessar-se negligente.

Algumas maneiras de levar o fardo

Uns aos Outros 70

A sua criatividade poderá ajudá-lo a imaginar, na hora e dentro da situação específica, aquilo que melhor alivie o peso sobre os ombros do irmão. Algumas sugestões gerais:

1. Diga ao irmão que você está solidário com ele e tem desejo de ajudar. Comunique a sua compaixão e preocupação.

2. Ore com ele e por ele.3. Gaste tempo em contato com a pessoa sobrecarregada quando ela precisar de

comunhão e consolação.4. Ofereça auxílio prático, de acordo com a situação e as suas possibilidades: agasalho,

abrigo, dinheiro, alimentos, uma mão para ajudar num serviço braçal…5. Peça ao Espírito Santo que ajude você a encontrar trechos da Palavra que sejam uma

mensagem para animar essa pessoa e ajudá-la a ganhar forças.

O maior exemplo de todosAo considerar o mandamento sobre os fardos, você levanta os olhos e encontra um

tremendo incentivo no exemplo de Cristo: Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e, as nossas dores, levou

sobre si… (Is 53.4a). Mas ele foi transpassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas

iniquidades: o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados (Is 53.5). Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que

morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados (lPe 2.24). Para isto vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu em lugar de vocês,

deixando-lhes exemplo, para que sigam os seus passos (lPe 2.21).

Outra reflexão pessoalTudo isto me leva a pensar em certos irmãos, cujo fardo eu deveria ajudar a levar:

Pessoa Fardo que carrega Como eu poderia ajudar

Que bom, se um dia, cada uma dessas pessoas puder afirmar a meu respeito, como Paulo em relação a Onesíforo: Muitas vezes ele me reanimou!

O Valor deste mandamentoLevando os fardos uns dos outros, os cristãos contribuem para o bem-estar individual e

coletivo do Corpo de Cristo. Quando um membro sofre, todos sofrem. Quando um é ajudado, todos sentem o alívio. Além disto, o ministério de levar as cargas serve para demonstrar ao mundo, de modo prático, o amor que Cristo nos deu uns pelos outros. Seremos mais capazes de atrair outros para junto de Cristo, quando obedecemos à exortação do velho João: Filhinhos, deixemos de dizer apenas que amamos as pessoas; vamos amá-las realmente e mostrar isto pelas nossas ações (lJo 3.18, NTV)

ESTUDO 27

SEJAM MUTUAMENTE HOSPITALEIROS

Nos primeiros tempos da igreja, muitos cristãos viajavam de um lugar para outro, levando o evangelho e ensinando as verdades da Bíblia, ou mesmo transportando ofertas de uma igreja para outra (At 11.29-30; 20.4). Além dos viajantes, havia também os flagelados; as vítimas da perseguição; os órfãos e as viúvas. O NT mostra que dentro desse tipo de circunstância, o irmão era acolhido no lar de alguma família cristã e tratado como gente de casa.

Embora as condições atuais sejam um pouco diferentes – existem hotéis, restaurantes e serviços públicos de assistência social – os irmãos ainda precisam oferecer hospitalidade uns aos

Uns aos Outros 71

outros. Missionários, evangelistas e outros irmãos muitas vezes têm de viajar sob condições precárias. Terremotos, incêndios e enchentes ainda deixam nossos irmãos em Cristo com falta de abrigo e alimentos. O pequeno grupo de que fazemos parte precisa reunir-se em nossa casa. Tanto hoje como há dois mil anos, o Senhor quer que sejamos mutuamente hospitaleiros.

O mandamentoO fim de todas essas coisas está próximo. Portanto, sejam criteriosos e sóbrios,

dedicando-se à oração. Sobretudo, amem-se intensamente uns aos outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados. Sejam mutuamente hospitaleiros, sem murmuração (lPe 4.7-9).

DefiniçãoSomos mutuamente hospitaleiros quando abrimos nossos lares aos irmãos –

especialmente aos necessitados ou forasteiros – e cuidamos das suas necessidades como se fossem nossas.

Exemplos A partir do momento da conversão, o carcereiro de Filipos mostrou-se hospitaleiro para com

Paulo e Silas: Naquela mesma hora da note o carcereiro os tomou e lavou suas feridas; em seguida, ele e todos os seus foram batizados. Então os levou para a sua casa, serviu-lhes uma refeição e com todos os de sua casa alegrou-se muito por haver crido em Deus (At 16.33-34).

Antes daquela noite de terremoto no cárcere, outra pessoa de Filipos já se mostrara hospitaleira, a partir da sua conversão: Uma das que ouviam era uma mulher temente a Deus chamada Lídia, vendedora de tecido de púrpura, da cidade de Tiatira. O Senhor abriu seu coração para atender à mensagem de Paulo. Tendo sido batizada, bem como os de sua casa, ela nos convidou dizendo: “Se os senhores me consideram uma crente no Senhor, venham e fiquem em minha casa”. E assim nos convenceu (Atos 16.14-15).

Amado, você é fiel no que está fazendo pelos irmãos, ainda que eles lhe sejam desconhecidos. Eles falaram à igreja a respeito deste seu amor. Você fará bem se os encaminhar em sua viagem por modo digno de Deus, pois foi por causa do Nome que eles saíram, sem receber ajuda alguma dos gentios (IIIJo 1.5-7).

Um exemplo extrabíblicoCerta vez eu (Lowell) fui palestrante de uma semana de conferências numa igreja de West

Lawn, no Estado de Pensilvânia, EUA. Sendo hospedado pelo casal Sweimler, recebi deles uma cópia da chave da casa. Findas as conferências, eu ia devolver a chave, mas me disseram:

- A chave é sua. Toda vez que passar pela nossa cidade, apareça. Sempre haverá o quarto de hóspedes à sua disposição. Nem precisa avisar; abra a porta e entre.

Várias vezes pude me valer dessa hospitalidade – uma vez, levando comigo a família inteira!

Reflexão pessoalQuando penso em pessoas que já me ajudaram por meio da hospitalidade, sinto especial

gratidão para com as seguintes:

Quem me hospedou Razão por que eu precisava

OcasiõesAlgumas circunstâncias que podem tornar necessária a hospitalidade mútua:1. Amigos ou obreiros, de visita em sua cidade e precisando de alojamento e/ou

refeições2. Famílias desabrigadas por motivo de desastres naturais: enchentes, terremotos,

incêndios…3. Viúvas ou órfãos, sem lar, precisando de auxílio4. Amigos cristãos, perseguidos ou maltratados por incrédulos5. Famílias recém-chegadas no bairro ou na igreja, precisando de comunhão cristã.

Uns aos Outros 72

Outra interação com este conceito1. Em IIRs 4.8-10, leio sobre a seguinte maneira de se oferecer hospitalidade:

__________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Leio, em At 2.46, que os cristãos da igreja de Jerusalém partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições.Isto me parece ___ falar ___ não falar da hospitalidade, porque:_________________________________________________________________

3. Leio, tanto em lTm 3.2, como também em Tt 1.8, que é necessário que o líder seja hospitaleiro. Se fosse aplicado a mim esse requisito de líder da igreja, creio que a minha nota de hospitalidade seria (número de 1 à 10) ___________.

Como isso se aplica a nós?Quem pensa no mandamento de sermos mutuamente hospitaleiros, pensa também nas

seguintes verdades:1. Os bens materiais que temos, nós o recebemos da graciosa mão do Senhor.

Devemos aplicá-los, na medida do possível, no serviço a ele. O Senhor manda que ofereçamos auxílio prático aos irmãos.

2. Os cristãos devem procurar oportunidades de praticar a hospitalidade. E com alegria – como se o hóspede fosse o próprio Senhor Jesus! Ou um dos seus anjos: Não se esqueçam da hospitalidade: pois praticando-a, sem o saber, alguns acolheram anjos (Hb 13.2).

3. Ao hospedar seu irmão, o cristão deve oferecer o melhor que tem, no verdadeiro espírito do amor fraternal. Por exemplo: se estivesse preparando a cama para Jesus, que lençóis você iria usar?

4. O mandamento é para todos os cristãos, não unicamente para os abastados. Quem dá o mandamento sabe das nossas limitações, e poderá suprir todas as nossas necessidades, de acordo com suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus (Fp 4.19). Assim foi no caso daqueles irmãos de Filipos, Tessalônica e Beréia quando Paulo estava levantando uma oferta de assistência aos necessitados de Jerusalém: No meio da mais severa tribulação, a grande alegria e a extrema pobreza deles transbordaram em rica generosidade. Pois dou testemunho de que eles deram tudo quanto podiam, e até além do que podiam… (IICo 8.2-3).

5. Negar a hospitalidade a um irmão, seria uma atitude diabólica, como afirma o nosso Rei Jesus: “Pois eu tive fome, e vocês não me deram de comer; tive sede, e nada me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês não me acolheram; necessitei de roupas, e vocês não me vestiram; estive enfermo e preso, e vocês não me visitaram… o que vocês deixaram de fazer a alguns destes mais pequeninos, também a mim deixaram de fazê-lo (Mt 25.42-43, 45b).

O Valor deste mandamentoA prática da hospitalidade é um importante ministério da igreja. Multiplica as

oportunidades de irmãos se conhecerem e expressarem a comunhão de Cristo – por exemplo, abrindo o lar para o rodízio das reuniões do pequeno grupo. Ajuda irmãos a cumprir as suas tarefas, mesmo quando estejam viajando ou flagelados. Como resultado, a igreja é edificada, e o mundo tem muito mais razão de crer que Cristo é realmente Filho de Deus e que o seu evangelho, além de verdadeiro, também opera maravilhosas transformações.

ReflexãoEu, dentro das minhas circunstâncias específicas, devo fazer algo a respeito deste

mandamento. Creio que é o seguinte:________________________________________________________________________________________________________________________________________________

ESTUDO 28

Uns aos Outros 73

SEJAM BONDOSOSUNS PARA COM OS OUTROS

Sinônimos: Sejam benignos uns para com os outrosSejam bons uns com os outros

Na igreja da cidade portuária de Jope, havia uma senhora chamada Tabita. Assim é que lhe chamavam os irmãos judeus; mas Lucas, escrevendo em grego no livro de Atos, traduz o nome para o grego, Dorcas. Esta cristã gastava muito tempo, esforço e dinheiro no ensino material dos necessitados. Fazia e presenteava roupinhas, especialmente às viúvas da congregação. Que maneira bondosa de estar obedecendo ao mandamento: Sirvam uns aos outros!

Pode ser que também na sua igreja de que você faz parte, haja uma ou mais pessoas do tipo “Dorcas”. Gente sempre pronta a ajudar; a oferecer uma palavra de encorajamento ou apreciação; a fazer um esforço para mostrar aceitação e amizade àquele irmão quieto, acanhado, ignorado pela maioria… A uma pessoa que sirva aos irmãos dessa maneira, acho que você concordaria em chamar de bondosa.

O mandamentoLivrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda

maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo (Ef 4.31-32).

DefiniçãoSer bondosos uns para com os outros é o mesmo que expressar amor e boa vontade aos

irmãos por meio de atos de generosidade, prestimosidade e consideração, dentro de qualquer tipo de circunstância, sem pensar em recompensa.

Exemplos Então o servo saiu-lhe ao encontro e disse: Dá-me de beber um pouco da água do teu

cântaro. Ela respondeu: Beba, meu Senhor. E, prontamente, baixando o cântaro para a mão, lhe deu de beber. Acabando ela de dar a beber, disse: Tirarei água também para os teus camelos, até que todos bebam (Gn 24.17-19; trata-se do encontro do servo de Abraão com Rebeca, futura esposa de Isaque). Em Jope havia uma discípula chamada Tabita (que traduzido significa Dorcas), que se

dedicava a praticar boas obras e dar esmolas (At 9.36).

Exemplo negativo: faltava bondadeQuando vocês se reúnem, não é para comer a ceia do Senhor, pois cada um come sua

própria ceia sem esperar pelos outros. Assim, um fica com fome, outro se embriaga. Será que vocês não têm casa onde comer e beber? Ou desprezam a igreja de Deus e humilham os que nada têm? Que lhes direi? Eu os louvarei por isso? Certamente que não! (1Co 11.20-22).

Reflexão pessoalO mandamento usa a palavra bondosos, que também se traduz por bons ou benignos. A

respeito de certas pessoas, a gente às vezes exclama: “Como o Fulano é bom para mim!” ou “Como a Beltrana é bondosa!”.

Eu reconheço uma pessoa bondosa pelas seguintes características:________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Agora, vou comparar o que escrevi sobre as características de uma pessoa bondosa, com uma lista apresentada por Harold Alexander, na página 21 do seu livro La Mutualité:

1. A pessoa bondosa é tolerante, sem fazer pouco caso do pecado (leia Rm 12.9). Ela não pode fazer vista grossa para o pecado ou fraqueza espiritual da gente, mas não exige a absoluta perfeição como condição de nos acolher;

2. Ela sempre tem uma palavra agradável e animadora para a gente;3. Quando surge uma diferença de opinião, ela cede facilmente ao nosso ponto de vista,

desde que não se trate de nenhuma violação de princípio bíblico;

Uns aos Outros 74

4. Ela sabe escutar;5. Compreende a gente;6. Defende os nossos direitos contra toda injustiça;7. Procura notar qualquer necessidade que a gente esteja passando, e faz algo para

ajudar;8. Por desejar o maior bem à gente, ela não hesita em nos repreender; mas o faz de

maneira suave, respeitando tudo de bom que há na personalidade da gente (Rm 12.9).

Vou anotar aqui, com gratidão a Deus, os nomes de certos irmãos em Cristo que exemplificam, para mim, o mandamento: Sejam bondosos uns para com os outros.

Quem foi bondoso para mim A situação em que isto aconteceu

Algumas maneiras de se manifestar bondade:O amor é bondoso (lCo 13.4). O como de se expressar a benignidade varia de situação

em situação. Aí vão algumas sugestões:1. Tolerando as fraquezas do irmão;2. Animando e apoiando o irmão desanimado ou apertado por circunstâncias difíceis;3. Distribuindo alimentos ou roupas aos necessitados dentre os membros4. Oferecendo auxílio financeiro aos necessitados, sem exigir devolução;5. Visitando membros doentes ou isolados por outros fatores;6. Ajudando o irmão acanhado ou pouco atraente a se ambientar no grupo.

Reflexão pessoalLembrei-me de alguém que está precisando de uns atos de bondade da minha parte, mas

que tenho ignorado ultimamente. Vou fazer o seguinte:________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O Valor deste mandamentoO sermos bondosos uns para com os outros é de grande valor à igreja. Fortalece mútuo

amor. Cada membro do grupo fica sabendo que os outros realmente lhe querem bem e o consideram membro da família. O mundo vê um bom testemunho de Cristo. Quanto mais nós, os cristãos, formos bondosos uns para com os outros, mais “amostras grátis” estaremos apresentando ao mundo, provando que o Pai realmente enviou o Filho e que esse Pai e Filho são bons. As pessoas se sentirão atraídas para Jesus e para a vida abundante que ele oferece.

ESTUDO 29

OREM UNS PELOS OUTROS

Desde os primeiros dias da sua ligação a Jesus, você vem descobrindo e verificando como é fundamental a oração – o privilégio, a responsabilidade de entrar na presença de Deus e lhe pedir direção, proteção e provisão. Mas o cristão não pode limitar-se a orar sobre os seus próprios interesses. O fato é que formamos um sacerdócio real (lPe 2.9), tendo o dever de orar uns pelos outros e por todos os homens (lTm 2.1-2), …pois a minha casa será chamada casa de oração por todos os povos (Sl 56.7 BLH). Devemos orar pelos outros com o mesmo fervor com que oramos por nós mesmos; pois somos membros uns dos outros (Rm 12.5). A oração recíproca é fundamental ao bem-estar da igreja.

O mandamento

Uns aos Outros 75

Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz (Tg 5.16).

ObservaçãoContexto: Em Tg 5.16, a oração pelos irmãos é diretamente relacionada com a mútua

confissão de pecados, e precisa ser considerada dentro desse contexto. Mas em outras partes do NT, encontramos o mandamento geral de orar pelos irmãos a respeito de qualquer tipo de necessidade que estejam enfrentando. Exemplos: Ef 6.18-19; Cl 4.2; lTm 2.1.

DefiniçãoOrar uns pelos outros significa comunicar a Deus as necessidades, as preocupações ou

mesmo os pecados dos nossos irmãos, pedindo ao Senhor que ele aja em benefício desses irmãos para realizar a sua vontade.

Exemplos: Pedro, então, ficou detido na prisão, mas a igreja orava intensamente a Deus por

ele (At 12.5); De fato, já tínhamos sobre nós a sentença de morte, para que não confiássemos

em nós mesmos, mas em Deus, que ressuscita os mortos. Ele nos livrou de tão grande e mortal perigo, e continuará nos livrando. Nele temos colocado nossa esperança de que continuará nos livrando, à medida que vocês nos ajudam com suas orações. Assim muitos darão graças por nossa causa, pelo favor a nós concedido em resposta às orações de muitos (IICo 1.9-11); Sempre damos graças a Deus por todos vocês, mencionando-os em nossas

orações (lTs 1.2). Em muitas das cartas de Paulo nós o encontramos orando a favor dos membros das igrejas que fundou. Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica: tendo isto em

mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos. Orem também por mim, para que, quando eu falar, seja-me dada a mensagem a fim de que, destemidamente, torne conhecido o ministério do evangelho (Ef 6.18-19).

ReflexãoEu me dedico a ajudar todos os dias, por meio de orações a seu favor, às seguintes

pessoas:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Na igreja de que faço parte, a pessoa mais semelhante a Epafras (aquele que batalhava nas orações pelos colossenses), talvez seja:

________________________________________________________________________

Situações que exigem a mútua oração1. Tg 5.16 fala da oração diretamente relacionada à mútua confissão dos pecados.

Quando o irmão revela o seu pecado, devemos orar a fim de que ele se restabeleça na saúde espiritual e na comunhão dos irmãos;

2. Tg 5.16 também inclui o fato que devemos orar pela cura física dos irmãos. As palavras que aparecem antes e depois deste mandamento, dentro do mesmo versículo, justificam plenamente tal afirmação. Mesmo que a enfermidade não tenha sido causada especificamente pelo pecado, Deus quer que oremos pelo bem-estar geral uns dos outros. Na oração por irmãos enfermos, Greig e Springer, em seu livro The Power and the Glory, págs. 426-428, sugerem o seguinte procedimento:a. Entrevistar: Perguntar à pessoa: “Que é que você quer que eu peça a Deus para

você?”.b. Buscar a condição causadora: Perguntar a si mesmo(a): Será que algum mau

relacionamento – com Deus e/ou com outra pessoa – está contribuindo para esta situação? (Aqui entra aquilo que Tiago mencionou de a pessoa confessar os seus

Uns aos Outros 76

pecados, se os houver. Escreve Roger Barrier, na pág. 224 do livro acima citado: “Os nossos presbíteros animam a pessoa a pedir que Deus vasculhe o seu coração e revele se porventura a sua enfermidade está relacionada a um pecado não confessado ou um pecado de que ela ainda não se arrependeu”).

c. Escolher a oração: Perguntar a si mesmo(a): “Que é que Deus está querendo fazer, no presente momento, na vida desta pessoa? Senhor, ajuda-me a pedir de acordo com a tua vontade”.

d. Orar (com ou sem unção com óleo; com ou sem imposição de mãos): Pedir que o Espírito Santo ministre a graça e o poder de Deus à vida desta pessoa de maneira que mais glorifique o Senhor.

3. Os mandamentos sobre a mútua oração nos ordenam que apresentemos a Deus as necessidades específicas de irmãos individuais ou de grupos inteiros. Além das petições por necessidades materiais, haverá, por exemplo, orações: Por irmãos atribulados ou em perigo (At 12.5; IITs 3.2); Pedindo para os irmãos um ministério mais eficiente e produtivo (IITs 3.1); Pedindo para os irmãos oportunidades para comunicar as boas novas (Cl 4.3); No sentido de que os irmãos progridam e se firmem na vida cristã (IITs 3.5); Pedindo que irmãos conheçam a vontade de Deus para suas vidas (Cl 1.9); Pelo crescimento espiritual dos irmãos (Cl 4.12); Pelo alívio do fardo pesado de um irmão (Mt 26.38, 40, 45).

Como isso se aplica a nós?O mandamento de orar uns pelos outros traz consigo considerações como estas:1. Precisamos criar situações em que cristãos se sintam à vontade para tornar

conhecidas as suas necessidades e pedir que outros orem por eles. O pequeno grupo é onde isso melhor pode acontecer.

2. Temos a obrigação de orar uns pelos outros de modo geral, mesmo que nenhum irmão tenha mencionado um pedido específico de oração.

3. Devemos deixar o irmão saber que estamos orando por ele. Isso o anima a confiar mais completamente em Deus para a solução dos seus problemas.

4. Sempre que possível, devemos incluir nas orações pedidos específicos.5. A oração deve ser feita com plena confiança de que Deus gosta de premiar a

obediência à sua ordem de orar. Ele estabeleceu o plano de suprir as necessidades do seu povo em resposta à oração. Assim sendo, ele gosta de ouvir e de responder à oração. Deus …recompensa àqueles que o buscam (Hb 11.6b).

6. A oração pelos irmãos é um serviço que exige tempo e esforço. Embora seja um ministério quase sempre silencioso e pouco notado, muitas vezes a oração é a ajuda mais valiosa que podemos fazer por um irmão.

Um pouco de reflexãoDesde o tempo da minha conversão até agora, são estas as pessoas que mais têm orado

por mim:________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Pensando no exemplo das pessoas que acabo de mencionar, e na lição que acabo de estudar, resolvo fazer as seguintes modificações na minha maneira de orar pelos irmãos:

________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O Valor deste mandamentoÉ de inestimável valor a prática da oração em ambiente de mutualidade. Quando os

cristãos revelam, uns aos outros, as suas necessidades, para que os irmãos orem a seu favor, cada um é levado a depender mais de Deus e dos membros do Corpo. Todos são incentivados a ser mais sinceros e abertos, quando descobrem que os membros do grupo os amam e se preocupam pelo seu bem-estar. Em resposta à oração, as necessidades individuais do grupo inteiro são supridas. Os membros se sentem mais animados e agradecidos e todos vivem de modo mais produtivo e semelhante a Cristo.

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