estudo sobre a evoluÇÃo dos eventos extremos de

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XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 1 ESTUDO SOBRE A EVOLUÇÃO DOS EVENTOS EXTREMOS DE PRECIPITAÇÃO NO SETOR PAULISTA DA SERRA DO MAR João Paulo Macieira Barbosa 1 RESUMO --- A Serra do Mar constitui uma área climática singular no estado de São Paulo, caracterizada por chuvas constantes devido à conjugação de fatores geográficos e atmosféricos. O estudo e compreensão de como este fenômeno se distribui e opera na região é de grande importância, uma vez que a precipitação influi na deflagração de uma série de eventos como deslizamentos, inundações, etc, que trazem prejuízos econômicos à sociedade e ao estado, mas, sobretudo, a catástrofe da perda de vidas humanas. A análise dos eventos extremos ou anômalos traz um acréscimo ao que já foi estudado sobre a variabilidade pluviométrica da região. Dividindo a área em 3 compartimentos, litoral norte, litoral Central e litoral sul e a partir de dados previamente escolhidos e tratados, procuraremos, promover um retrato de como esses eventos extremos de precipitação influem nos elementos que compõem a paisagem geográfica em questão. ABSTRACT --- The Serra do Mar Mountain constitutes a singular climatic area in the state of São Paulo, characterized for constant rains due to conjugação of geographic and atmospheric factors. The study and understanding of this phenomenon, if it distributes and operates in the region, is of great importance, as time the precipitation influences in the deflagration of a series of events as landslides, floodings, etc, that bring economic damages to the society and the state, but, over all, the catastrophe of the loss of lives of human beings. The analysis of the extreme or anomalous events brings an addition to what was already studied on the pluviométrica variability of the region. Dividing the area in 3 compartments, the coast north, the Central coast and coastal South and from data previously chosen and treated, we will look for the promotion of a picture of how these extreme precipitation events influence in the elements that compose the geographic landscape in question. Palavras-chave: Eventos Extremos, Precipitação, Serra do Mar. _______________________ 1) Mestrando do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP e pesquisador do LECLIG/UNICAMP. Instituto de Geociências - Rua Pandiá Calógeras, 51. CEP 13083-870, Campinas-SP. [email protected] . Orientando da Profª Drª Luci Hidalgo Nunes.

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XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 1

ESTUDO SOBRE A EVOLUÇÃO DOS EVENTOS EXTREMOS DE

PRECIPITAÇÃO NO SETOR PAULISTA DA SERRA DO MAR

João Paulo Macieira Barbosa1

RESUMO --- A Serra do Mar constitui uma área climática singular no estado de São Paulo, caracterizada por chuvas constantes devido à conjugação de fatores geográficos e atmosféricos. O estudo e compreensão de como este fenômeno se distribui e opera na região é de grande importância, uma vez que a precipitação influi na deflagração de uma série de eventos como deslizamentos, inundações, etc, que trazem prejuízos econômicos à sociedade e ao estado, mas, sobretudo, a catástrofe da perda de vidas humanas. A análise dos eventos extremos ou anômalos traz um acréscimo ao que já foi estudado sobre a variabilidade pluviométrica da região. Dividindo a área em 3 compartimentos, litoral norte, litoral Central e litoral sul e a partir de dados previamente escolhidos e tratados, procuraremos, promover um retrato de como esses eventos extremos de precipitação influem nos elementos que compõem a paisagem geográfica em questão.

ABSTRACT --- The Serra do Mar Mountain constitutes a singular climatic area in the state of São Paulo, characterized for constant rains due to conjugação of geographic and atmospheric factors. The study and understanding of this phenomenon, if it distributes and operates in the region, is of great importance, as time the precipitation influences in the deflagration of a series of events as landslides, floodings, etc, that bring economic damages to the society and the state, but, over all, the catastrophe of the loss of lives of human beings. The analysis of the extreme or anomalous events brings an addition to what was already studied on the pluviométrica variability of the region. Dividing the area in 3 compartments, the coast north, the Central coast and coastal South and from data previously chosen and treated, we will look for the promotion of a picture of how these extreme precipitation events influence in the elements that compose the geographic landscape in question.

Palavras-chave: Eventos Extremos, Precipitação, Serra do Mar.

_______________________ 1) Mestrando do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP e pesquisador do LECLIG/UNICAMP. Instituto de Geociências - Rua Pandiá Calógeras, 51. CEP 13083-870, Campinas-SP. [email protected]. Orientando da Profª Drª Luci Hidalgo Nunes.

XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 2

1 - INTRODUÇÃO

A atmosfera é dinâmica por sua própria natureza, seguindo um ritmo composto por eventos

usuais e eventos extremos, anômalos ou excepcionais. Os eventos usuais são registrados com maior

freqüência, possibilitando a sua absorção pelas sociedades que se adaptam ao seu ritmo natural.

Gonçalves (2003) os define como aqueles eventos que não se afastam significativamente das

médias, com uma freqüência alta, em escala temporal diária de ocorrência.

Já os eventos extremos de chuva são aqueles em que os totais num certo período - seja anual,

sazonal, diário ou outro - apresentaram desvios de chuva superiores ou inferiores ao comportamento

habitual da área no período analisado. Segundo Sarewitz et al (2000), podemos defini-los como

sendo uma ocorrência que apresenta uma incidência rara, se distanciando da média, variando em

sua magnitude. Os eventos climáticos extremos são responsáveis pelas principais catástrofes

naturais atuais, como podemos verificar através da Figura 1:

Figura 1 – Catástrofes naturais no mundo. Fonte: Estado de São Paulo – 08/06/2003

Albala-Bertrand (1993) considera a energia um dos aspectos fundamentais para o

entendimento dos eventos climáticos extremos. A quantidade de energia liberada (magnitude) é um

condicionante para o grau de impacto de um evento. Compreendendo o fluxo da energia em

determinado local, haveria uma grande probabilidade de prever a ocorrência de eventos climáticos

extremos e desta forma a sociedade poderia adotar medidas preventivas. Porém, tal tarefa não é

fácil, dada a complexidade dos sistemas atmosféricos e dos arranjos sócio-espaciais em constante

dinâmica.

A sociedade, frente a esses fenômenos, é vítima certa, devido a sua alta vulnerabilidade

frente à dinâmica da natureza. A capacidade de previsão de ocorrência desses fenômenos,

alicerçada ao saber dos sistemas naturais e antrópicos e do seu limiar de estabilidade, pode

contribuir para diminuição dessa vulnerabilidade. A inter-relação dessas informações com

conhecimento da dinâmica climática, tanto em macro como em mesoescala é de suma importância

para o conhecimento da distribuição de chuvas no território nacional, e assim, nos permite a

XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 3

identificação de áreas de maior vulnerabilidade frente a estes eventos.

Muitas vezes, esses eventos extremos são responsáveis por uma série de desastres naturais e

sociais, em inglês ‘Hazard’. Monteiro (1991, pag.10), após uma séria discussão a respeito de qual

seria a melhor tradução para o termo, adota o termo acidente:

Segundo a intensidade do evento - o que de si já o define, mas não o encerra num

dado parâmetro - há um significado que acresce ao acidente, uma idéia de

‘acontecimento infeliz’ (causal ou não) do qual resulta o dano, estrago, avaria,

destruição, perdas humanas, chegando até o desastre.

2 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

As chuvas em quantidades extremas são causadas por convecção devido à elevada

temperatura, associada à alta umidade resultante da proximidade do litoral que, além de influenciar

diretamente a evaporação e posterior condensação do ar, contribui para um movimento convectivo

contínuo, resultando em constante nebulosidade e instabilidade.

Fatores relacionados ao relevo dinamizam a precipitação nos setores a barlavento. Ademais,

as chuvas frontais também são importantes no local, especialmente no período outono-inverno,

sendo menos rápidas e mais contínuas.

Conforme Carvalho (1990), Cunha (opt cit, 1991), Nimer (1971) e Tatiziana et ªl (1987) entre

outros, os principais processos com grande potencial de alterar rapidamente a dinâmica da paisagem

em meio tropical úmido são desencadeados pela pluviometria, portanto, a caracterização e

compreensão desse evento atmosférico são de notória relevância tendo em vista que de acordo com

o local, suas gêneses e dinamizações são distintas, fazendo-se necessário uma periodização desses

episódios na região.

Citando alguns estudos que versaram sobre as características e impactos das precipitações na

Serra do Mar, Nunes et al. (1989) relacionaram a ocorrência de deslizamentos e quedas de barreiras

no Guarujá aos montantes diários de chuva, mas, enfatizaram que não podemos tirar conclusões

simplistas de relação causa-efeito entre as chuvas na região e os movimentos de massa, pois as

formas de ocupação do espaço teriam também peso no registro de problemas ambientais.

Nunes (1990) elaborou fez um estudo sobre a pluviometria e suas manifestações excepcionais

positivas na área de Cubatão e da Baixada Santista, analisando a chuva nas escalas anual, mensal e

diária, com destaque para a conjugação de eventos de precipitação com totais expressivos e

ocorrência de impactos associados. Observou que as chuvas elevadas e constantes são

características do local, e que os eventos catastróficos que ocorrem na área se devem à ocupação

desregrada e intensa que rompe o equilíbrio do sistema.

XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 4

Na caracterização pluviométrica do município de Ubatuba, Almeida et al. (1991) fazem uma

análise minuciosa de correlação entre pluviometria em nível diário e eventos de escorregamento na

região no período de 1978 e 1989, e entre outras conclusões destacaram que a maior parte dos

episódios de escorregamentos ocorreu em meses que acusaram totais de chuva acima do usual. De

acordo com o trabalho, houve registros de deslizamentos em meses cujos totais de chuva em um ou

mais postos apresentaram comportamento habitual. Nesses casos, as chuvas foram mal distribuídas

ao longo do mês, concentrando-se em poucos dias.

Modesto et al. (1996) avaliaram problemas ambientais no município de Guarujá e

encontraram uma marcante variação espacial quanto aos totais pluviais registrados, que poderiam

ser relacionados às diferenças nos atributos físicos nos seus diversos setores, dinamizando a chuva

mais em alguns locais do que em outros. Uma outra conclusão importante desse trabalho é a

correlação entre degradação do ambiente e eventos de deslizamento, pois 25% dos episódios

verificados entre 1965 e 1988 ocorreram em meses que registraram alturas de chuva habituais.

Vários desses estudos evidenciaram que a análise diária é a mais indicada no estudo de

eventos que desencadeiam episódios de movimento de massa. Como essas ocorrências têm

aumentado é importante verificar se o registro de eventos extremos tem sido mais freqüentes o que

poderia, inclusive, ser indício de mudanças climáticas (HOUGHTON, IPCC, 1996 e 2001).

Nessa perspectiva, Setzer (1973) apresentou mapas com isoietas das chuvas de intensidade

máxima para 30 minutos de duração e recorrência de 10, 25 e 50 anos de 11 cidades paulistas e 4 de

áreas limítrofes nos estados do Paraná e do Rio de Janeiro. Monteiro (1973) também avaliou a

distribuição dos totais em 24 horas para alguns anos específicos no estado de São Paulo.

Oliveira et al. (1998) investigaram as chuvas intensas e rápidas (10 em 10 minutos) nos anos

de 1994, 1995 e 1996 para as cidades de Campinas, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São Paulo,

Taubaté, Ubatuba, e observaram que todas apresentaram tendência à ocorrência de eventos de totais

elevados no final da primavera e começo do verão, sendo que os meses de dezembro a fevereiro

apresentam a maior incidência de extremos. Constataram, também, que a probabilidade de

ocorrência é maior nos períodos da tarde e da noite.

Perrela et al. (2000) identificaram e mapearam áreas de risco propensas a inundações na

cidade de São José dos Campos e realizaram uma análise temporo-espacial da precipitação no Vale

do Paraíba e entorno. Uma importante constatação do trabalho foi a influência das chuvas

antecedentes (chuvas ocorridas nos dias anteriores ao crítico) na ocorrência das inundações no local.

Igual relação já havia sido indicada para o Guarujá por Nunes et al. (op cit, 1989).

Sant’ Anna Neto (1997) notou uma tendência de elevação da pluviosidade em cerca de 12%,

no estado de São Paulo considerando o período de 1941-1993. As alterações não foram

espacialmente lineares, tendo em vista que houve aumento de chuvas na porção central (exceto na

XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 5

região de São Carlos), norte e oeste (excluindo Presidente Prudente). Os eventos extremos positivos

e negativos apresentaram amplitudes crescentes e o maior número de anomalias ocorreu no oeste do

território paulista.

Outros trabalhos avaliaram a precipitação na Serra do Mar, mas, existe uma lacuna quanto a

estudos que avaliem para essa região o padrão espaço-temporal dos extremos diários em associação

com seus impactos, foco central desta investigação.

3 – MATERIAIS E MÉTODOS

Pensando nos objetivos de nossa pesquisa e no recorte espacial proposto, selecionamos 8

postos pluviométricos buscando a melhor distribuição espacial possível. O Litoral Norte foi coberto

através de 4 postos. Os Litorais Sul e Central por 2 postos cada um. Essa diferença no número de

postos por repartição não representa uma distribuição heterogênea, pelo contrário, basta observar a

distribuição destes segundo o mapa 1. Os dados a serem trabalhados abrangerão um período de no

mínimo 30 anos seguindo os critérios da WMO (World Meteorological Organization). Nesse estudo

a nível diário, o estabelecimento de totais extremos terá base empírica, lembrando que de acordo

com o local e período o valor do montante excepcional é distinto.

Após a definição dos postos a serem utilizados, começamos a etapa de preparação dos dados

pluviométricos. Essa é uma etapa importante, senão, fundamental. Todos os resultados seguintes, só

poderão ser corretamente interpretados se o tratamento inicial dos índices (chuvas diárias) para cada

estação foi criterioso. Pensando nisso, em algumas séries, verificamos a inexistência de índices de

chuvas para determinados dias.

Segundo Nunes (2000) a chuva não é boa preditora de si mesma, assim, seguindo o proposto

pela autora, essa ausência foi suprida com dados provenientes de estações próximas, considerando

aspectos de altitude e distância e assim preenchendo os índices.

Foram geradas planilhas eletrônicas, uma para cada estação, com a distribuição diária de

chuvas de 01/1970 até 12/1999. Abaixo ilustramos a distribuição espacial dos postos

georeferenciadas.

Repartições Postos Prefixos Altitude Coordenadas São José do Barreiro D1-003 530m 22 39’ 44 35’ Bananal D1-001 460m 22°41' 44°19' Caraguatatuba E2-046 20m 23°38' 45°26'

Litoral Norte

Ubatuba E2-128 4m 23°32' 45°14' Cananéia F4-029 7m 24°56' 47°57' Litoral Sul Iguapé F4-028 3m 24°42' 47°34' Itanhaem F3-005 3m 24°11' 46°48' Litoral Central Cubatão E3-038 5m 23°52' 46°23'

Tabela 1 – Distribuição espacial dos postos georreferenciados.

XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 6

Mapa 1 – Distribuição espacial dos postos.

Bananal

Caraguatatuba

Ubatuba

São José do Barreiro

Cubatão

Itanhaem

Cananéia

Iguapé

48.00 47.00 46.00 45.00

25.00

24.00

23.00

Aqui deparamos com a primeira etapa do estudo dos valores diários: como determinar a altura

pluviométrica mínima diária considerada como fator para qualificação de um evento extremo?

Como já visto da revisão bibliográfica, a região do litoral paulista é, de maneira geral, uma área de

clima tropical úmido com montantes anuais acima dos 3.000 mm de chuva em algumas regiões e

médias mensais que superam facilmente os 300mm no verão e os 120 mm no inverno em algumas

áreas. Portanto, que conceito utilizar e a partir de quais bases será proposta as alturas pluviométricas

consideradas extremas?

Partiremos então para o método estatístico. Identificamos primeiramente a maior precipitação

diária de cada ano e listamos os valores em colunas segundo cada estação. Calculamos em seguida a

média desses valores, determinando assim o que chamamos de valor crítico, ou seja, precipitações

acima dessa altura apresentam 100% de certeza de causarem algum impacto negativo de forte

intensidade. Partindo desse valor, elaboramos uma classificação sobre as alturas pluviométricas e

impactos associados para toda região.

Segundo Tatziana (op cit,1987), valores a partir de 120mm/72hs já são o suficiente para

causar fortes deslizamentos em áreas de encosta na Serra do Mar. Consideraremos as precipitações

extremas a partir dos 50mm/24hs de chuva. Porque esse valor?

Foram elaborados cálculos segundo cada posto pluviométrico e foi identificado que as

precipitações acima de 50mm/24hs de chuva correspondem somente a 6% do total naquelas

estações que apresentaram o maior número de dias de chuva e a 3% nas demais estações. Sendo

assim, quase 94% das chuvas diárias estão concentradas na faixa entre 0,1 e 49,9 mm, ou seja, a

faixa habitual de precipitação.

Outro fator determinante na escolha do valor base é a própria noção de impactos associados

aos eventos negativos. Por ser uma área heterogênea segundo a disposição espacial dos objetos

XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 7

naturais e artificiais, esse índice pode não causar impactos nas regiões serranas do litoral, porem,

esse volume pode ser desastroso em áreas de forte ocupação urbana. Sendo assim, elaboramos a

classificação em faixas de precipitação e os impactos associados:

� Eventos entre 50mm/24hs e 80mm/24hs: alturas pluviométricas diárias que podem

ou não causar algum tipo de impacto negativo.

� Eventos entre 80mm/24hs e 100mm/24hs: alturas pluviométricas diárias que causam

algum tipo de impacto negativo.

� Eventos entre 100mm/24hs e ‘X’mm/24hs: alturas pluviométricas diárias que

causam impactos negativos de média intensidade.

� Eventos acima de ‘X’mm/24hs: alturas pluviométricas diárias que causam impactos

negativos de forte intensidade.

Os valores aqui classificados como ‘X’ referem-se as médias das maiores alturas diárias,

listadas ano a ano, segundo cada estação e descriminadas nas páginas posteriores. Podemos

observar que em grande parte das estações, os valores de ‘X’ superaram os 100 mm/24hs de chuva,

com exceção de Bananal e São José do Barreiro. Nessas estações os valores foram respectivamente

76,9mm/24hs e 81,2mm/24hs. Significa que nessas estações, os valores entre 50mm/24hs e o valor

‘X’ possuem um peso maior na deflagração de eventos negativos do que nas demais estações.

1970 48 1970 65,2 1970 123 1970 145,4

1971 128,4 1971 80,9 1971 183,8 1971 186,5 1972 58,2 1972 56,8 1972 90,5 1972 97,6 1973 74,9 1973 62,1 1973 92,3 1973 218,3 1974 87,1 1974 87,6 1974 129 1974 122,1 1975 70,9 1975 85,6 1975 144,9 1975 156,7 1976 81,4 1976 60,5 1976 224,6 1976 267,6 1977 102,5 1977 86,2 1977 94,1 1977 115,1 1978 67,9 1978 83,8 1978 190 1978 184,5 1979 75,3 1979 72,8 1979 100 1979 130,3 1980 84,3 1980 87,5 1980 70,5 1980 148,1 1981 96,7 1981 83,9 1981 155,9 1981 126,3 1982 71,5 1982 54,7 1982 96,5 1982 116,8 1983 56,3 1983 76,3 1983 93,7 1983 219,1 1984 42,3 1984 58,3 1984 86,7 1984 92,4 1985 70,3 1985 131,3 1985 109,4 1985 136,2 1986 79,9 1986 79,5 1986 67,3 1986 144,2 1987 69 1987 97,5 1987 61,5 1987 100,5 1988 88,4 1988 71,3 1988 68,8 1988 160,4 1989 62,7 1989 108,5 1989 80,9 1989 125,1 1990 92,7 1990 75,7 1990 120,7 1990 207,2 1991 72,2 1991 95,5 1991 73,4 1991 116,1 1992 83,9 1992 91,3 1992 120,2 1992 340,1 1993 69,7 1993 101,7 1993 100 1993 145,2 1994 75,1 1994 67,5 1994 127,3 1994 252,7 1995 85,1 1995 54,2 1995 91 1995 179,5 1996 79,8 1996 92,2 1996 140,6 1996 175,6 1997 84,4 1997 61,6 1997 98,2 1997 75,6 1998 72,4 1998 98,6 1998 69,8 1998 164,1 1999 75,1 1999 106,7 1999 82,5 1999 216,9

Média 76,9 Média 81,2 Média 109,6 Média 162,2

BANANAL

DP 16,4

SÃO JOSÉ DO BARREIR

O

DP 18,4

CARAGUATATUBA

DP 39,4

CUBATÃO

DP 58,06

Tabela 2 – Alturas máximas diárias por ano – Bananal – São José do Barreiro – Caraguatatuba – Cubatão

XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 8

1970 106,3 1970 124,2 1970 86,2 1970 69,3 1971 179,2 1971 151,8 1971 130,2 1971 141 1972 100,3 1972 154,3 1972 205,9 1972 111 1973 210,3 1973 119,7 1973 409,3 1973 185 1974 55,5 1974 56,3 1974 111,3 1974 72,8 1975 62,8 1975 76,7 1975 89,3 1975 204 1976 138,7 1976 148,1 1976 248,6 1976 337 1977 176,7 1977 72 1977 185,8 1977 104 1978 80 1978 131,4 1978 249,1 1978 245 1979 97,3 1979 99,1 1979 191 1979 161 1980 78,8 1980 338,9 1980 222,1 1970 178 1981 135,7 1981 96,9 1981 199,4 1981 105 1982 123 1982 81,9 1982 155,3 1982 101 1983 82,5 1983 340,2 1983 276,6 1983 149 1984 80,4 1984 165,1 1984 123,5 1984 199 1985 201,5 1985 65,7 1985 136,9 1985 76,8 1986 297 1986 168,6 1986 246,2 1986 124 1987 192,6 1987 115,1 1987 125,3 1987 75,1 1988 217,3 1988 160 1988 106,9 1988 104 1989 175,8 1989 138,4 1989 161,2 1989 119 1990 93,5 1990 129,7 1990 204,9 1990 112 1991 123,5 1991 113,1 1991 113,2 1991 146 1992 151,7 1992 116,5 1992 86,4 1992 113 1993 104,5 1993 159,3 1993 215,2 1993 142 1994 222 1994 186,7 1994 212,1 1994 153 1995 158,7 1995 156,6 1995 188,4 1995 197 1996 359,4 1996 154,5 1996 303,1 1996 144 1997 153,7 1997 111 1997 79,5 1997 124 1998 291,1 1998 113,2 1998 152,4 1998 162 1999 121,7 1999 126,5 1999 218,3 1999 91,4

Média 152,4 Média 139,1 Média 181,1 Média 142

UBATUBA

DP 73,4

ITANHAEM

DP 63,64

IGUAPE

DP 74,5

CANANÉIA

DP 56,9

Tabela 3 – Alturas máximas diárias por ano – Ubatuba – Itanhaem – Iguape – Cananéia

4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 - Repartição Norte

Nosso primeiro passo na análise das chuvas diárias foi observar a freqüência de dias com

chuva por décadas. Os gráficos, segundo cada posto pluviométrico, do recorte estão dispostos

abaixo:

1223

1217

1049

900 1000 1100 1200 1300

década de 90

década de 80

década de 70 1479

1663

1417

1200 1300 1400 1500 1600 1700

década de 90

década de 80

década de 70

Gráfico 1 – Dias de chuva por década - Bananal Gráfico 2 – Dias de chuva por década – SJB

XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 9

1611

1622

1342

0 500 1000 1500 2000

década de 90

década de 80

década de 701369

1308

1232

1150 1200 1250 1300 1350 1400

década de 90

década de 80

década de 70

Gráfico 3 – Dias de chuva por década - Caraguatatuba Gráfico 4 – Dias de chuva por década - Ubatuba

Todos os postos, segundo os gráficos apresentados, apresentaram diminuição no número de

dias com chuva entre as décadas de 70 e 90, com exceção do posto de São José do Barreiro (SJB)

que apresentou a década de 80 com o maior número de dias com chuva. Em nossa análise não

pretendemos realizar uma comparação profunda entre as estações de uma mesma repartição, uma

vez que, segundo estudos em escalas maiores observamos que as diferenciações significativas se

dão quando as comparações ocorrem por repartições. Vamos buscar um retrato de cada uma delas e

assim compara-las segundo os resultados gerais de cada uma.

0

10

20

30

40

déc. de 70 36 24 7 5 7

déc. de 80 26 12 9 5 4

déc. de 90 19 8 5 6 5

total/dec 50mm 60mm 70mm 76,9 mm

0

20

40

60

80

déc. de 70 24 13 7 4 4

déc. de 80 29 16 7 6 8

déc. de 90 61 30 23 8 8

total/dec 50mm 60mm 70mm 81,2 mm

Gráfico 5 – Eventos extremos por classe e década - Bananal Gráfico 6 – Eventos extremos por classe e década – S J B

O gráfico 5 refere-se a estação de Bananal. A estação apresentou um comportamento distinto

das demais estações, apresentado na déc.70 o maior número de eventos extremos, eventos estes que

foram diminuindo nas décadas seguintes. O valor de ‘X’ ficou em 76,9mm/24hs, valor abaixo das

demais estações. Esse comportamento de Bananal se assemelha unicamente com a de São José do

Barreiro (Gráfico 2), que também apresentou altura média dos valores máximos abaixo dos

100mm/24hs (81,2mm/24hs). A proximidade espacial de ambas as estações talvez justifique valores

tão próximos porem, ao contrário de Bananal, o número de eventos extremos foi aumentando no

decorrer das décadas em todas as faixas.

Os gráficos que mostram a distribuição do número de eventos por mês e a contribuição de

cada faixa nos totais de cada mês, foram elaborados segundo critérios definidos por uma paleta de

cores. Eventos entre 50mm/24hs e 80mm24hs foram definidos em tons de azul. Eventos entre

80mm/24hs e 100mm/24hs foram definidos em tons de amarelo a laranja. Eventos entre

100mm/24hs e o valor ‘X’mm/24hs em vermelho e eventos acima de ‘X’ foram definidos em verde.

XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 10

0 3 6 9 12 15 18 21 24

jan

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mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

76,9 mm 2 2 3 1 1 0 0 1 0 1 3 2

70mm 3 5 2 0 0 0 0 0 0 1 1 4

60mm 5 7 2 3 1 0 0 0 0 0 1 2

50mm 10 6 6 2 1 0 1 0 0 1 3 14

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

0% 20% 40% 60% 80% 100%

jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

76,9 mm 2 2 3 1 1 0 0 1 0 1 3 2

70mm 3 5 2 0 0 0 0 0 0 1 1 4

60mm 5 7 2 3 1 0 0 0 0 0 1 2

50mm 10 6 6 2 1 0 1 0 0 1 3 14

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Gráfico 7 – Extremos por classe e mês – Bananal Gráfico 7b – Extremos por classe e (%) mês - Bananal

0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33

jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

81,2 mm 6 2 5 3 0 0 0 0 0 0 2 2

70mm 1 8 4 1 0 0 0 0 0 0 1 3

60mm 8 3 7 0 1 0 1 0 1 2 6 8

50mm 8 8 16 5 0 0 0 1 3 5 9 4

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

0% 20% 40% 60% 80% 100%

jan

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jun

jul

ago

set

out

nov

dez

81,2 mm 6 2 5 3 0 0 0 0 0 0 2 2

70mm 1 8 4 1 0 0 0 0 0 0 1 3

60mm 8 3 7 0 1 0 1 0 1 2 6 8

50mm 8 8 16 5 0 0 0 1 3 5 9 4

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Gráfico 8 – Extremos por classe e mês – S J B Gráfico 8b – Extremos por classe e (%) mês – S J B.

Observamos que eventos de menores magnitudes ocorrem muito mais freqüentemente durante

as estações sazonais de verão. Já os eventos de magnitude extrema, acima dos valores de média das

alturas máximas diárias, ocorrem quase que durante todo o ano, com exceção dos meses de junho,

julho e setembro. As maiores ocorrências se dão entre os meses de dezembro à fevereiro.

0

5

10

15

20

25

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez0

5

10

15

20

25

30

35

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Gráfico 9 – Eventos por mês (30 anos) – Bananal Gráfico 10 – Eventos por mês (30 anos) – S J B

Segundo ambos os gráficos que revelam o número de eventos por mês, junho foi o único mês

que não apresentou episódios de eventos extremos. Os meses de dezembro e março foram os que

apresentaram o maior número de eventos, respectivamente em Bananal e em São José do Barreiro.

XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 11

0

20

40

60

déc. de 70 28 9 2 7 4 5 1 8

déc. de 80 41 15 13 5 4 3 1 2

déc. de 90 47 20 12 7 3 3 2 5

total/

dec

50m

m

60m

m

70m

m

80m

m

90m

m

100m

m

109,6

mm

0

50

100

150

déc. de 70 71 34 11 10 5 4 7 4

déc. de 80 94 34 14 14 8 12 12 7

déc. de 90 115 35 23 16 13 8 20 6

total/d

ec

50m

m

60m

m

70m

m

80m

m

90m

m

100m

m

152,4

mm

Gráfico 11 – Eventos extremos por classe e década – Caraguatatuba Gráfico 12 – Eventos extremos por classe e década – Ubatuba

Caraguatatuba apresentou um aumento no número de eventos entre as décadas de 70 e 90. O

aumento foi mais significativo nos eventos entre 50mm/24hs e 70mm/24hs quando os valores mais

do que duplicaram. O número de eventos acima dos 100mm/24hs pouco variaram, demonstrando

que houve um aumento das chuvas em freqüência e não em intensidade, ficando o valor médio em

109,6mm/24hs.

Em Ubatuba o número de eventos ultrapassou a casa das centenas na década de 90. Como

ocorreu em Caraguatatuba, o número de episódios cresceu segundo as décadas com destaque aos

montantes entre 100mm/24hs e 152,4mm/24hs cujo aumento ultrapassou os 200%.

Segundo a distribuição mensal desses episódios, observados nos gráficos abaixo,

Caraguatatuba e Ubatuba apresentaram uma concentração dos episódios entre os meses de janeiro

até o fim de março. O mês de agosto apresentou o menor número de eventos em ambas as estações.

Em Ubatuba o número de eventos de magnitude mais acentuada atingiu todos os meses.

0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33

jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

109,6 mm 7 4 3 0 1 0 0 0 0 0 0 0

100mm 1 0 1 2 0 0 0 0 0 0 0 0

90mm 5 1 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0

80mm 2 3 2 0 0 1 0 1 1 0 0 1

70mm 4 3 3 1 1 1 1 0 1 1 0 3

60mm 2 5 5 2 2 1 2 0 1 3 1 3

50mm 12 6 7 3 3 1 0 0 2 4 1 5

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

0% 20% 40% 60% 80% 100%

jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

109,6 mm 7 4 3 0 1 0 0 0 0 0 0 0

100mm 1 0 1 2 0 0 0 0 0 0 0 0

90mm 5 1 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0

80mm 2 3 2 0 0 1 0 1 1 0 0 1

70mm 4 3 3 1 1 1 1 0 1 1 0 3

60mm 2 5 5 2 2 1 2 0 1 3 1 3

50mm 12 6 7 3 3 1 0 0 2 4 1 5

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Gráfico 13 – Extremos por classe e mês – Caraguatatuba Gráfico 13b – Extremos por classe e (%) mês - Caraguatatuba

XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 12

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

jan

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mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

152,4mm 0 7 3 2 0 2 1 0 0 1 0 1

100mm 8 5 6 4 1 1 1 0 2 0 5 6

90mm 3 4 2 4 2 1 2 1 0 1 0 4

80mm 5 3 6 3 0 1 0 0 1 2 4 1

70mm 8 5 7 2 2 1 1 1 1 5 2 5

60mm 10 5 4 5 2 2 1 2 3 8 5 6

50mm 19 9 14 5 6 2 5 4 12 8 6 13

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

0% 20% 40% 60% 80% 100%

jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

152,4mm 0 7 3 2 0 2 1 0 0 1 0 1

100mm 8 5 6 4 1 1 1 0 2 0 5 6

90mm 3 4 2 4 2 1 2 1 0 1 0 4

80mm 5 3 6 3 0 1 0 0 1 2 4 1

70mm 8 5 7 2 2 1 1 1 1 5 2 5

60mm 10 5 4 5 2 2 1 2 3 8 5 6

50mm 19 9 14 5 6 2 5 4 12 8 6 13

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Gráfico 14 – Extremos por classe e mês – Ubatuba Gráfico 14b – Extremos por classe e (%) mês – Ubatuba

Observamos que nas estações de Caraguatatuba e Ubatuba o número de eventos extremos por

mês é bem maior do que nas duas primeiras estações. Em Ubatuba o número de eventos extremos

no mês de maior ocorrência (janeiro) atingiu mais de 50 episódios. 70% desses episódios estão entre

os 50mm/24hs e 80mm/24h. Apesar do elevado numero de episódios, nenhum deles ultrapassou o

valor médio de 152,4mm. O mês de fevereiro foi o que apresentou o maior número de eventos com

intensidades acima de 90mm/24hs, sendo 7 as ocorrências acima da média histórica. Fica claro que

existe um comportamento distinto entre as estações mais ao sul da repartição das 2 primeiras

estações localizadas mais ao norte do litoral do estado.

0

5

10

15

20

25

30

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

0

10

20

30

40

50

60

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Gráfico 15 – Eventos por mês (30 anos) – Caraguatatuba Gráfico 16 – Eventos por mês (30 anos) – Ubatuba

4.2 – Repartição Central

O litoral Central, segundo a distribuição de chuvas diárias por década, apresentou um

comportamento distinto do litoral Sul. A ocorrência de dias com chuva é maior, destacando-se a

década de 90 em Itanhaem com 2.037 dias com chuva. A década que apresentou o menor valor,

correspondendo a década de 80, já é superior a qualquer período de qualquer estação do litoral

norte. Apesar desse grande número de dias com chuva, a média histórica das máximas anuais ficou

em 139,6mm/24h, valor esse inferior há outros postos como Ubatuba no litoral norte e Cubatão,

posto este localizado nesta repartição.

XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 13

Em Cubatão a década de 80 apresentou o maior número de dias com chuva e a década de 90 o

contrário. Fica evidente que a tendência geral é uma redução no número de dias com chuva. No

litoral norte, todas as estações apresentaram a década de 90 como a menos chuvosa. A primeira

exceção apareceu agora, correspondendo ao posto de Itanhaem.

1540

1679

1172

0 500 1000 1500 2000

década de 90

década de 80

década de 70

1814

1811

2037

1600 1700 1800 1900 2000 2100

década de 90

década de 80

década de 70

Gráfico 17 – Dias de chuva por década - Cubatão Gráfico 18 – Dias de chuva por década - Itanhaem

Entrando na distribuição dos episódios extremos, observamos uma situação interessante para o

posto de Itanhaem. Apesar da década de 90 ter apresentado um numero elevado de dias com chuva,

verificamos que a maior incidência de episódios considerados extremos, acorreu na década anterior,

ou seja, década de 80. Podemos concluir que apesar do número de dias com chuva na década de 90

ter superado os 2.000, as chuvas foram de baixa intensidade, com alturas menores que 50mm/24hs.

Em Cubatão a década de 80 apresentou o maior número de dias com chuva, porem, foi na

década de 70 que a ocorrência de episódios extremos foi maior, principalmente na faixa entre

50mm/24hs e 60mm/24hs, ou seja, nos eventos de menor intensidade. A média das alturas

máximas diárias atingiu 162,2mm, a segunda maior de todo o litoral. A década de 90, apesar do

número reduzido de episódios extremos, apresentou a ocorrência de 8 eventos acima da média,

sendo a década que mais contribuiu para o valor alto de ‘X’1.

0

50

100

150

déc. de 70 110 42 22 10 15 5 16 5

déc. de 80 107 29 20 20 12 5 21 1

déc. de 90 78 28 19 9 6 3 13 8

total/

dec50mm 60mm 70mm 80mm 90mm

100m

m

162,2

mm

0

20

40

60

80

déc. de 70 76 26 16 10 4 8 12 4

déc. de 80 80 25 14 12 9 7 13 8

déc. de 90 75 26 12 9 5 11 12 4

total/d

ec

50m

m

60m

m

70m

m

80m

m

90m

m

100m

m

139,1

mm

Gráfico 19 – Eventos extremos por classe e década – Cubatão Gráfico 20 – Eventos extremos por classe e década – Itanhaem

Segundo a distribuição mensal dos eventos, dezembro, janeiro, fevereiro e março foram os

meses que apresentam a maior ocorrência de eventos extremos acima de >80mm/24hs, ou seja, que

causam algum tipo de impacto negativo. Os meses de janeiro, fevereiro e dezembro em ambas

estações foram caracterizados pela alta incidência de episódios acima dos 80mm/24hs,

1 Ver tabela 2

XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 14

correspondendo em média a 50% dos eventos nesses meses. Novamente, assim como já vimos no

litoral norte, o mês de agosto é o mais ameno, apresentando poucos episódios em número e em

intensidade. 0 3 6 9121518212427303336394245485154

jan

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mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

162,2mm 4 4 2 2 0 0 0 0 0 0 0 2

100mm 17 9 5 1 0 0 0 0 1 1 3 8

90mm 2 3 2 1 1 0 0 0 1 0 2 1

80mm 3 7 10 2 2 1 1 0 0 2 1 4

70mm 5 8 4 7 2 4 1 0 2 2 2 2

60mm 6 8 8 9 5 1 0 2 4 6 6 6

50mm 16 10 15 8 4 5 1 2 4 8 17 9

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

0% 20% 40% 60% 80% 100%

jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

162,2mm 4 4 2 2 0 0 0 0 0 0 0 2

100mm 17 9 5 1 0 0 0 0 1 1 3 8

90mm 2 3 2 1 1 0 0 0 1 0 2 1

80mm 3 7 10 2 2 1 1 0 0 2 1 4

70mm 5 8 4 7 2 4 1 0 2 2 2 2

60mm 6 8 8 9 5 1 0 2 4 6 6 6

50mm 16 10 15 8 4 5 1 2 4 8 17 9

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Gráfico 21– Extremos por classe e mês – Cubatão Gráfico 21b – Extremos por classe e (%) mês – Cubatão

0 3 6 912

1518212427303336394245

jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

139,1mm 3 6 3 2 1 0 0 0 0 0 0 1

100mm 7 11 8 3 1 1 0 0 0 0 2 4

90mm 4 4 7 0 2 0 1 0 0 2 0 6

80mm 2 3 4 1 1 1 0 0 0 3 1 2

70mm 4 5 3 10 1 1 0 0 4 0 2 1

60mm 7 6 5 6 3 1 2 0 4 1 5 2

50mm 9 10 8 7 3 9 4 0 4 5 9 9

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

0% 20% 40% 60% 80% 100%

jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

139,1mm 3 6 3 2 1 0 0 0 0 0 0 1

100mm 7 11 8 3 1 1 0 0 0 0 2 4

90mm 4 4 7 0 2 0 1 0 0 2 0 6

80mm 2 3 4 1 1 1 0 0 0 3 1 2

70mm 4 5 3 10 1 1 0 0 4 0 2 1

60mm 7 6 5 6 3 1 2 0 4 1 5 2

50mm 9 10 8 7 3 9 4 0 4 5 9 9

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Gráfico 22 – Extremos por classe e mês – Itanhaem Gráfico 22b – Extremos por classe e (%) mês – Itanhaem

Segundo os gráficos referentes ao número de episódios por mês, houve um aumento

considerável em relação as estações representativa do litoral norte do estado. Os meses de maior

incidência ultrapassaram o número de 40 episódios em Cubatão e de 30 episódios em Itanhaem.

Entre os meses de maio a outubro foram registradas as menores ocorrências, destacando o período

junho-julho-agosto, ou seja, a estação sazonal do inverno.

XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 15

0

10

20

30

40

50

60

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

0

10

20

30

40

50

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Gráfico 23 – Eventos por mês (30 anos) – Cubatão Gráfico 24 – Eventos por mês (30 anos) – Itanhaem

4.3 – Repartição Sul

A repartição sul do litoral paulista representada pelas estações de Cananéia e Iguape

apresentou um comportamento mais acentuado no que diz respeito a quantidade de dias com chuva

(>0,1mm). Iguape apresentou valores muito próximos a 2.000 em todas as décadas, ultrapassando

esse número na década de 80. Cananéia, a estação mais ao sul do litoral, apresentou mais de 2.000

dias de chuva em todas as décadas e a exemplo de Iguape, a década de 80 apresentou o maior valor,

correspondendo a 2.382 dias com chuva.

A década de 90, como já observado em outras repartições, apresentou o menor número de dias

de chuva e mesmo sendo a década menos chuvosa, os valores ficaram acima da média das demais

estações.

1959

2071

1915

1800 1900 2000 2100

década de 90

década de 80

década de 702255

2382

2099

1800 2000 2200 2400

década de 90

década de 80

década de 70

Gráfico 25 – Dias de chuva por década - Iguape Gráfico 26 – Dias de chuva por década – Cananéia

Os valores de ambas estações seguiram uma tendência já observada: a década de 80 com o

maior número de dias com chuva e a década de 90 com o menor número de dias de chuva, porem,

através dos gráficos de distribuição dos eventos segundo as décadas, observamos que a ocorrência

dos episódios classificados como extremos (>50mm/24hs) foi maior na década de 90. Em Iguape,

onde o número de eventos extremos foi maior na década de 80 (116), a década de 90 apresentou um

número muito próximo de eventos (111). Vale ressaltar que eventos acima do valor da média das

máximas diárias por ano foi maior na década de 90 em ambas estações, comprovando que mesmo a

década de 90 apresentando menores dias com chuva, foi durante esse período que os eventos

extremos mais acentuados foram mais freqüentes2.

2 Eventos acima de ‘X’mm/24hs: alturas pluviométricas diárias que causam impactos negativos de forte intensidade

XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 16

0

50

100

150

déc. de 70 93 32 20 8 10 7 16 7

déc. de 80 116 36 22 11 13 3 31 5

déc. de 90 111 30 24 21 12 3 21 9

total/

dec

50m

m

60m

m

70m

m

80m

m

90m

m

100

mm

181,

1

0

50

100

déc. de 70 69 21 22 7 5 1 13 8

déc. de 80 82 30 9 12 10 3 18 4

déc. de 90 86 28 16 13 10 7 12 8

total/d

ec50mm 60mm 70mm 80mm 90mm

100m

m

141,5

mm

Gráfico 27 – Eventos extremos por classe e década – Iguape Gráfico 28 – Eventos extremos por classe e década – Cananéia

Segundo a distribuição mensal dos eventos, novamente os meses de janeiro, fevereiro e março

apresentaram um grande número de eventos extremos, sendo que m Iguape esses eventos se

distribuíram de maneira semelhante nesses três meses. Os ventos acima e 80mm/24hs, ou seja,

aqueles que causam algum tipo de impacto negativo independente da intensidade, representaram

mais de 50% dos eventos nesses meses para o posto de Iguape. Em Cananéia os meses de janeiro e

março apresentaram esse mesmo comportamento.

Os eventos extremos identificados acima do valor ‘X’ foram identificados nos meses de

fevereiro, março, abril, maio e dezembro, sendo a incidência maior no mês de fevereiro com 9

episódios. Em Cananéia os eventos ocorrerem nos mesmos meses, acrescentando o mês de janeiro

a série e eliminando o mês maio., ou seja, ambas estações apresentaram um comportamento

semelhante, destacando-se o alto valor das médias: Iguape apresentou uma altura diária de 181,1

mm/24hs e Cananéia 141,5 mm/24hs.

0 3 6 91215182124273033363942454851545760

jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

181,1 mm 0 9 6 3 1 0 0 0 0 0 0 2

100mm 19 12 16 8 1 5 1 1 0 0 3 2

90mm 3 1 1 4 0 0 0 0 1 0 2 1

80mm 7 9 7 3 4 0 0 0 2 0 2 1

70mm 5 6 7 4 2 2 2 1 4 1 2 4

60mm 10 11 11 3 7 6 1 2 2 3 4 6

50mm 15 12 12 11 10 6 6 0 6 3 6 11

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

0% 20% 40% 60% 80% 100%

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181,1 mm 0 9 6 3 1 0 0 0 0 0 0 2

100mm 19 12 16 8 1 5 1 1 0 0 3 2

90mm 3 1 1 4 0 0 0 0 1 0 2 1

80mm 7 9 7 3 4 0 0 0 2 0 2 1

70mm 5 6 7 4 2 2 2 1 4 1 2 4

60mm 10 11 11 3 7 6 1 2 2 3 4 6

50mm 15 12 12 11 10 6 6 0 6 3 6 11

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Gráfico 29 – Extremos por classe e mês – Iguape Gráfico 29b – Extremos por classe e (%) mês – Iguape

XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 17

jan

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mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

141,5 mm 6 4 4 3 0 0 0 0 0 0 0 3

100mm 12 9 11 1 3 0 0 0 0 1 1 5

90mm 2 2 2 2 0 0 0 0 0 0 2 1

80mm 5 3 7 2 2 2 0 0 0 1 1 2

70mm 9 5 4 2 2 0 1 0 0 0 5 4

60mm 4 10 11 2 5 1 2 1 2 2 1 6

50mm 10 23 5 2 7 1 4 3 4 2 10 8

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

0% 20% 40% 60% 80% 100%

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141,5 mm 6 4 4 3 0 0 0 0 0 0 0 3

100mm 12 9 11 1 3 0 0 0 0 1 1 5

90mm 2 2 2 2 0 0 0 0 0 0 2 1

80mm 5 3 7 2 2 2 0 0 0 1 1 2

70mm 9 5 4 2 2 0 1 0 0 0 5 4

60mm 4 10 11 2 5 1 2 1 2 2 1 6

50mm 10 23 5 2 7 1 4 3 4 2 10 8

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Gráfico 30 – Extremos por classe e mês – Cananéia Gráfico 30b – Extremos por classe e (%) mês – Cananéia

Os meses que apresentaram maior número de eventos foram os de janeiro a março. Os meses

cujo numero de eventos foi menor (<10) corresponderam a julho, agosto e setembro em Iguape e ao

período que vai de junho a outubro em Cananéia. Nesses períodos grande parte dos eventos

registrados são de baixa intensidade, com algumas exceções registradas, ou seja, a presença de

eventos acima dos 80mm/24hs. Esses eventos nos meses de baixa freqüência podem ocasionar

impactos mais localizados, como por exemplo, nas áreas mais periféricas sem uma boa rede de

drenagem, nos morros cujo volume de 120mm/24hs já pode ocasionar deslizamentos, etc.

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Gráfico 31 – Eventos por mês (30 anos) – Cubatão Gráfico 32 – Eventos por mês (30 anos) – Itanhaem

5 – CONCLUSÕES

Segundo os resultados encontrados podemos tirar algumas conclusões a respeito da mudança

no comportamento da distribuição e intensidade das chuvas no decorrer do período de 30 anos

analisados. Muitas são as discussões sobre possíveis impactos na dinâmica climática causadas pelo

aquecimento global. Entre as diferentes conclusões, alguns cientistas apontam para possíveis

diminuições no numero de dias de chuva e um aumento considerável na intensidade destas, ou seja,

montantes diários de chuva cada vez maiores concentrados em intervalos de tempo menores.

Mediante os resultados apresentados aqui, podemos concluir que alguns desses apontamentos

encontram alguma sustentação em nosso estudo. Podemos observar, uma tendência à diminuição do

XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 18

número de dias de chuva entre as décadas de 70 e 90 com números elevados na década de 80,

relacionados mais a fenômenos climáticos específicos como o El Ñino do que um comportamento

natural das chuvas para o período. Ainda sim, precisamos ser cautelosos uma vez que, a diferença

no número de dias com chuva não são gritantes e nosso universo de amostragem é reduzido, a ponto

de afirmarmos que esta ocorrendo alguma mudança significativa.

Por outro lado, verifica-se sim, um aumento no número de eventos extremos de maior

intensidade. No litoral Sul verificamos um aumento dos eventos capazes de causar algum tipo de

impacto negativo (>80mm/24hs) entre as décadas de 70 e 80, com pequeno decréscimo na década

seguinte. Porem, se analisarmos eventos extremos de máxima magnitude, acima do valor ‘X’,

verificamos o pico na década de 90.

O litoral central apresentou um comportamento que vai de contra a idéia de que algo poderia

estar afetando a dinâmica climática das chuvas na região. Em Cubatão observamos um

comportamento interessante. Houve uma diminuição significativa no número de episódios extremos

entre as décadas de 70 e 90, porem, se verificarmos o número de eventos extremos de máxima

magnitude, estes somaram 8 episódios só na década de 90, correspondendo a mais do que a soma

nas 2 décadas anteriores. Itanhaem apresentou um comportamento constante no decorrer de todo

período, com variações pouco significativas para os eventos.

O litoral norte em todas as suas estações apresentou diminuição no número de dias com chuva

seguindo a tendência já observada nas outras repartições. Ao contrário, o número de episódios

extremo aumentou, como por exemplo, em São José do Barreiro cujos episódios triplicaram entre as

décadas de 70 e 90. Também houve aumento no número de episódios em Caraguatatuba e em

Ubatuba. Em Caraguatatuba, nos eventos de baixa magnitude (>50mm/24hs e <70mm/24hs). Já em

Ubatuba o aumento foi significativo nos eventos de alta magnitude, entre 100mm/24hs e 152,4

mm/24hs.

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