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1 Estudo Nacional da Rede Europeia HBSC /OMS (1998) Margarida Gaspar de Matos Celeste Simões Susana Fonseca Carvalhosa Carla Reis Faculdade de Motricidade Humana /Programa de Educação Para Todos - Saúde

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Estudo Nacional da Rede Europeia HBSC /OMS (1998)

Margarida Gaspar de Matos Celeste Simões

Susana Fonseca Carvalhosa Carla Reis

Faculdade de Motricidade Humana /Programa de Educação Para Todos - Saúde

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"A SAÚDE DOS ADOLESCENTES PORTUGUESES" Estudo Nacional da Rede Europeia HBSC /OMS (1998)

Equipa pela F.M.H. Prof.ª Dr.ª Margarida Matos

Dr.ª Celeste Simões

Dr.ª Susana Carvalhosa

Dr.ª Carla Reis

Dr.ª Lúcia Canha Consultores Prof. Dr. Luís Sardinha

Prof. Dr. Alves Dinis

Dr.ª Catalina Pestana Equipa pelo PEPT Saúde Dr.ª Maria da Luz Duque

Dr.ª Fernanda Oliveira

Dr. Orlando Duarte

Dr.ª Alice Costa

Dr. Jorge Costa

Dr.ª Isabel Reis

Dr.ª Dorinda Calha

Dr. Carlos André Equipa pelo GPT /CML Dr.ª Filomena Marques

Dr.ª Cláudia Cruz Financiamento Faculdade de Motricidade Humana

Projecto Vida

PEPT Saúde

GPT /CML

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ÍNDICE

PREFÁCIO 5RELEVÂNCIA DO ESTUDO 7INTRODUÇÃO 13REVISÃO DA LITERATURA 15METODOLOGIA 20APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 23

EXPECTATIVAS FUTURAS 25

HISTÓRIA DE CONSUMOS 27

Álcool 28

Tabaco 30

Drogas 32

PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO E TEMPOS LIVRES 36

Exercício Físico 37

Tempos Livres 41

HÁBITOS ALIMENTARES E DE HIGIENE 43

BEM ESTAR E APOIO FAMILIAR 48

AMBIENTE NA ESCOLA 54

Amigos 56

Professores 58

Violência 60

IMAGEM PESSOAL 65

QUEIXAS PSICOLÓGICAS E SOMÁTICAS 68

CRENÇAS E ATITUDES FACE AO HIV /SIDA 73

SÍNTESE DAS DIFERENÇAS ENTRE SEXO E IDADE 78CONCLUSÃO 83DIFERENÇAS POR REGIÃO 87REFERÊNCIAS 111

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Os jovens são o garante do futuro da Humanidade, e a “herança” que os adultos lhes

deixarem será determinante. Liberdade, tolerância, compreensão de si e dos outros, capacidade para agir em

diferentes momentos e situações – no grupo de amigos, nos tempos livres, na escola/trabalho, na família – são valores de que os jovens se virão um dia a orgulhar.

Uma boa saúde é um dos maiores recursos para o desenvolvimento social económico

e pessoal, e uma dimensão importante da qualidade de vida, como vem referido na carta de Otawa.

Os serviços de saúde detêm uma particular responsabilidade na promoção da saúde,

que decorre na especificidade da sua intervenção, mas também das múltiplas oportunidades de contacto directo dos profissionais com pessoas que a eles acorrem, e com as comunidades que servem.

Mas a promoção da saúde não depende só do sector da saúde e necessita da

participação activa de outras estruturas da comunidade. É uma tarefa que a todos diz respeito e se concretiza através da acção de cada um de nós e nos diferentes contextos ambientais que nos rodeiam.

É um processo que se faz com as pessoas, que parte dos seus problemas e

necessidades e que visa contribuir para a capacitação e o desenvolvimento de recursos individuais e colectivos no sentido da obtenção de melhores níveis de bem estar e qualidade de vida.

Só através de processos que assentem na valorização das pessoas e na criação de

condições que lhes permitam desenvolver todo o seu potencial de saúde e humano, será possível vir a formar novas gerações mais saudáveis e aptas a enfrentar os desafios do futuro.

Penso que este estudo poderá ser um valioso contributo na definição de uma melhor

política de saúde e bem-estar das crianças e jovens portugueses.

Maria da Luz Duarte Duque Junho 2000

Representante da Ministra da Saúde na Comissão Interministerial do Programa de Educação Para Todos

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O Programa Aventura Social e Saúde, da Faculdade de Motricidade Humana,

coordenado pela Professora Margarida Gaspar de Matos, integrou desde o ano lectivo de 1995/96 a rede de investigação patrocinada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) Health Behaviour of School-Aged Children (HBSC).

Conhecer os comportamentos e os estilos de vida dos adolescentes, integrados nos sistemas educativos, é em nosso entender, condição determinante para poder intervir adequadamente em estratégias preventivas.

Portugal tem em relação à complexidade dos problemas que hoje se colocam às crianças e adolescentes, que frequentam a escola pública um défice de respostas superior ao da maioria dos países da Europa. Este fenómeno tem causas históricas que facilitam a sua compreensão: - até meados da década de sessenta a escolaridade obrigatória era legalmente de seis anos e na prática, a grande maioria frequentava apenas os primeiros quatro.

A mudança de regime decorrente da revolução de 1974, democratizou a escola, alargou para 9 anos a escolaridade básica e o modelo escolar pensado para elites, sofreu em finais de setenta a explosão que tivera lugar em meados de cinquenta na Europa saída da 2ª guerra. Vinte e cinco anos de atraso numa sociedade que se transformou à velocidade do som.

A escola deixou de ser apenas o espaço de instrução e da socialização para ter que se ocupar também da educação em sentido amplo. Entre as diversas vertentes, a educação para a saúde ocupa um papel determinante. Se considerarmos com Cristoph Djours que, “a saúde é a capacidade de cada homem, mulher ou criança para criar e lutar pelo seu projecto de vida, pessoal e original, em direcção ao bem estar”, cabe sem dúvida aos sistemas educativos, perante o conhecimento rigoroso das características e dimensão dos problemas de saúde, condicionados pelos comportamentos, para eles construir respostas preventivas que são parte integrante da formação global do cidadão.

O Dictionaire Encyclopedique de l ´Education (1994), Nathan Paris, define prevenção desta forma, (...) ”É de educação que se trata, do desenvolvimento harmonioso e dinâmico de cada humano, do conjunto das suas potencialidades (afectivas, morais, intelectuais, físicas e espirituais)” (...) transformação positiva, dinâmica e contínua de pessoa.

O volume de conhecimento que este estudo pôs à disposição de pais, professores, psicólogos e profissionais de saúde e educação em geral afigura-se-me determinante na alteração das práticas educativas neste fim de milénio.

Desejo profundamente que os decisores políticos tenham tempo para o ler.

Catalina Pestana Junho 2000

Directora do Plano de Eliminação do Trabalho Infantil

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RELEVÂNCIA DO ESTUDO* NA ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS DE PROMOÇÃO E EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE NOS JOVENS Saúde… Observou-se nas últimas décadas a passagem de um conceito de “Saúde”, que se baseava na dicotomia “Saúde /Doença” para outro mais lato e presentemente já perfeitamente reconhecido, que se lê “Saúde Positiva” e que se define como “não apenas a ausência de doença mas um completo estado de bem estar físico, mental e social (OMS, 1993, p. 5). No entanto esta assumpção de “Saúde Positiva” tem sempre de ser enquadrada em termos não só individuais como interpessoais e ambientais, isto é, o significado de “Saúde /bem estar”, varia de grupo para grupo, de cultura para cultura. “Saúde” é uma percepção intra e inter pessoal que depende do modo como cada um de nós se sente (ou sente um outro) doente ou não, em função de cada momento da sua vida e da sua história individual e grupal. Ter “Saúde” não é pois só um objectivo individual mas um objectivo de cada comunidade nas suas rotinas do dia a dia, que inclui aspectos ligados à Saúde física mas também à Saúde mental e interpessoal. Depende não só da escolha individual em adoptar comportamentos de saúde ou de risco, mas também do meio ambiente no qual os indivíduos estão envolvidos e da capacidade deste em permitir escolhas saudáveis. Por isso qualquer programa de Promoção e Educação para a Saúde tem que visar não só acções sobre os indivíduos como também acções sobre o ambiente e sistema social e político. O enfoque sobre os indivíduos tem de incluir não só acções educativas, mas também acções de facilitação do desenvolvimento pessoal e social que promovam competências de vida que permitam aos indivíduos preferir comportamentos de saúde e estilos de vida saudáveis, na sua acepção mais lata, e que os capacitem para depois vir a intervir activamente no meio envolvente de modo a mudá-lo para optimizar este processo. Esta abordagem sublinha questões como a participação activa dos indivíduos no processo de decisão e implementação de medidas que visem melhorar a sua saúde e a da comunidade. Neste processo é preciso criar uma visão partilhada do que são envolvimentos saudáveis, seleccionar objectivos prioritários, e posteriormente desenvolver, implementar e avaliar planos de acção. Para todo este processo se sublinha o papel participativo e capacitativo de todos os intervenientes. Quanto aos resultados o enfoque é fazer o que for possível para que as pessoas tenham as melhores condições para se sentirem mais felizes e mais saudáveis. Na implementação de programas em diversos contextos em que a escola aparece privilegiada, é absolutamente necessário essa visão partilhada e participada do que é um projecto promotor de saúde. Posteriormente vai-se afinando uma linguagem comum, vai-se garantindo a comunicação, promovendo a capacitação e participação de todos os indivíduos envolvidos, tendo em mente que as coisas não acontecem sozinhas nem acontecem de um momento paro o outro e que o trabalho em regime de voluntariado se arrisca à exaustão a médio prazo. Há ainda que ter em mente que não há só intervenções positivas e intervenções que não dão resultado, há também intervenções negativas, de onde a necessidade de garantir uma avaliação com base em indicadores de realização, quer a nível dos processos, quer a nível do impacto, quer ainda a nível dos produtos esperados. Estilos de vida saudáveis… A experiência dos indivíduos e factores relacionados com o seu envolvimento físico e social favorecem que estes desenvolvam comportamentos de risco ou, por outro lado, actuam como factores de protecção. Assim reforçar nos indivduos escolhas saudáveis em termos de estilo de vida tem de passar por uma reorganização do ambiente físico, social, cultural e económico. * HBSC (Health Behaviour in School-aged Children) /OMS

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Um dos factores que determina os estilos de vida é a desigualdade entre países e entre indivíduos dentro de cada país. Os indivíduos e países social e economicamente privilegiados têm uma maior amplitude de escolhas na procura de um estilo de vida saudável, enquanto que outros têm que se debater com questões fundamentais da existência, sobrevivência e direitos humanos. A pobreza limita o espectro dos estilos de vida acessíveis e está intimamente ligada à saúde. No entanto, nos países em vias de desenvolvimento, ao mesmo tempo que se assiste a uma diminuição da importância de certos riscos para a saúde (doenças infecciosas, e ligadas ao saneamento p.e.), assiste-se a um aumento dos riscos de saúde ligados a esse mesmo “desenvolvimento”, doenças ligadas ao stress, consumo de tabaco, álcool e drogas, acidentes de viação, doenças cardíacas. Também no que diz respeito aos estudos das causas das doenças, se passou de um enfoque na causa orgânica para a procura de causas multifactoriais e desta relação com os estilos de vida. Parece pois evidente que nos países desenvolvidos o enfoque dos serviços de saúde passe para um maior ênfase na promoção e educação para a saúde tentando levar os indivíduos a adoptar estilos de vida saudáveis, desde as idades mais precoces. Daí a importância crescente atribuída ao trabalho a nível das escolas e das famílias. Green (1986) tenta isolar factores que influenciam a escolha de comportamentos ligados à saude, passíveis de serem modificados por intervenções pedagógicas: factores predisponentes relacionados com o indivíduo, o seu sistema de valores, crenças e motivações, factores relacionados com as competências e conhecimentos individuais, e factores relacionados com o contexto (crenças, normas e atitudes de grupo). Green defende, que a utilização de estratégias centradas nestes três factores potencia o sucesso de intervenções educativas. Mendoza e Sagrera (1990) falam de estilo de vida como um conjunto de padrões de comportamento que definem a maneira comum de viver de um indivíduo num grupo. Tem a ver com o modo como se relacionam as aprendizagens de um indivíduo no seu processo de socialização e as condições de vida nesse mesmo grupo. Os estilos de vida estão pois ligados aos valores, às motivações, às oportunidades e a questões específicas ligadas a aspectos culturais, sociais e económicos (OMS, 1985). Nao há um mas vários tipos de estilos de vida “saudáveis”, esta variedade estabelece-se em função do grupo onde cada indivíduo está inserido e das próprias características individuais. Determinantes de estilos de vida saudáveis… Vimos pois que para a compreensão da adopção de comportamentos de saúde é necessário considerar não só os tais factores individuais (atitudes, interesses, informação, educação), como também factores do envolvimento como grupo familiar, grupo social, ambiente do trabalho ou escola, comunidade onde vive, ainda outros factores mais sistémicos do envolvimento como o sistema social, instituições, cultura, regime político e ainda, por outro lado as características do nicho ecológico e geográfico. Estes quatro factores (Mendoza et al., 1990) estão em permanente interacção e moldam assim os comportamentos dos indivíduos ligados à saúde ou ao risco. O aumento da esperança de vida acarretou com ele uma saúde mais fragilizada com indivíduos mais tendentes a sobreviver mais tempo a doenças degenerativas crónicas (cancro, doenças circulatórias, osteoporose, diabetes, artrite). Aspectos como a nutrição, a actividade física, o tabagismo, o alcoolismo, a exclusão social, o isolamento social, o stress laboral, estão na base de um estilo de vida mais ou menos saudável que não havendo preocupações na sua prevenção poderão tornar-se factores ligados ao risco. Argyle (1997) defende que a felicidade, o humor e a Saúde se inter-influenciam. Indica ainda um conjunto de factores pessoais e sociais que influenciam a saúde, quer directamente quer por influenciarem a felicidade e o humor. Estes factores incluem as relações interpessoais, o ambiente laboral e a motivação com o trabalho, a classe social, o exercício físico e o lazer.

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Lidando com contextos ambientais adversos… Investigações das últimas décadas têm demonstrado um interesse cada vez maior pelo estudo das capacidades adaptativas das pessoas face a condições adversas, isto é, pela razão porque diferentes indivíduos reagem de modo diferente à mesma situação stressante e utilizam diferentes respostas adaptativas. Vários conceitos têm emergido destes estudos. Um destes conceitos é a “resiliência” e não é um conceito simples. Tem a ver justamente com as razões porque algumas pessoas conseguem organizar-se para lidar com a adversidade. Pode ser particularmente importante em períodos de transição como p.e. a que ocorre em momentos diferentes da vida, na entrada para a escola, na adolescência ou entrada no mundo do trabalho. Transições incluem ainda acontecimentos inesperados ou sem controlo por parte dos indivíduos, tais como desemprego, divórcio ou pobreza. Recentemente têm aparecido vários programas com base na comunidade escolar que se destinam a promover a resiliência como meio de possibilitar a adaptação dos indivíduos. São sobretudo programas que têm como enfoque o aumento da capacidade de comunicação, a resistência, a influência do grupo de pares e outras competências sociais. Estes programas incluem conteúdos como a comunicação interpessoal verbal e não verbal, a resolução de problemas e gestão de conflitos, as competências sociais básicas e complexas, as estratégias de lidar com o stress, as estratégias de lidar com a ira, as estratégias de planeamento e de tomada de decisão. E apresentam-se na sua forma e orientação teórica estruturalmente semelhantes aos que se utilizam para a promoção de competências sociais (Matos, 1994, 1997). Vários autores citados por Wang, Reynolds & Walberg. (1995) referem que as crianças resilientes apresentam em geral bom nível de competências sociais, bom relacionamento interpessoal, são centradas em objectivos e têm boa capacidade de empreender e concretizar tarefas e de resolver problemas. As que apresentam história de acontecimentos stressantes apresentam experiências compensatórias p.e. talentos especiais ou boas relações com os pais e os professores. Rutter (1990, citado por Wang, 1995) refere que as crianças resilientes apresentam uma maior capacidade de planear, modificar o envolvimento e mudar com sucesso as suas vidas. O ambiente da escola tem um papel importante na promoção da resiliência nos estudantes, sendo um ambiente favorável o que envolve a participação dos estudantes e tem níveis elevados de exigência. Mangham, McGrath, Reid e Stewart (1995a, 1995b) referem como factores contribuindo para uma atitude resiliente, as competências pessoais e o suporte ambiental. Aqui incluem-se a boa saúde física, o bom relacionamento interpessoal, a ausência de conflitos familiares e a baixa exposição a stressores. Salientam estes autores que, no Canadá, a resiliência tem sido estudada com vista à sua utilização em programas de promoção da saúde, quer a nível do indivíduo, quer a nível da família, quer a nível da comunidade. Antonovsky (1984) apresenta por outro lado, a ideia que a saúde varia num contínuo entre um polo de bem estar e um polo de doença, ao invés da dicotomia habitual doente ou não doente, e vem depois falar (Antonovsky e Sagy, 1986) de um outro conceito, o “sentido interno de coerência”, como determinante para uma orientação positiva do indivíduo no tal contínuo “bem estar /doença”, isto tanto do ponto de vista físico como psicológico. Para Antonovsky et al. (1986), o sentido interno de coerência tem a ver com um conjunto de respostas adaptativas que se consubstanciam numa capacidade de percepcionar, interpretar e dar significado às experiências pessoais de vida e desenvolvimento de estratégias ajustadas e flexíveis para lidar com os desafios do dia a dia. Este sentido interno de coerência refere-se à capacidade dos indivíduos percepcionarem o mundo como previsível e compreensível (compreensibilidade), se percepcionarem como capazes de lidar com as exigências do dia a dia (capacidade de gestão) e percepcionarem essas exigências como desafios (em vez de como “problemas”) merecedores de um investimento pessoal (significado).

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Lazarus e Folkman (1984) já anteriormente tinham referido o conceito de “coping” como o conjunto de esforços que o indivíduo empreende para tolerar, reduzir, dominar e evitar os problemas que advêm das exigências do envolvimento ou pessoais. Este conceito de “coping” tem a ver quer com a capacidade de mudar as condições adversas, quer com a capacidade de resistir a elas. Lazarus refere ainda dois tipos de estratégias individuais, um tipo de estratégia mais focalizada na regulação das emoções (mais ajustada quando a resolução do problemas não está ao alcance dos indivíduos), e um outro tipo de estratégia mais focalizada nos problemas (quando as situações são alteráveis), como exemplos de ambas as estratégias temos o auto-controlo, a resignificação, a relativização, a procura de suporte social, o evitamento, o distanciamento ou a solução de problemas. Por fim Kobasa, Maddi e Kahn (1982) introduzem o conceito de “hardiness”, como relacionável com a procura activa de bem estar. “Hardiness” tem a ver com a característica individual de acreditar que se pode modificar os acontecimentos (controlo), que se está envolvido com pessoas e situações da sua vida (comprometimento) e com a tendência a ver nas alterações da vida uma oportunidade para crescer em vez de uma ameaça à segurança e estabilidade (modificação). Promoção da Saúde… Promoção da saúde, segundo a carta de Otawa (1986) é “um processo de capacitar as pessoas a aumentar o controlo sobre a saúde e melhorá-la”. Assim, promover a saúde significa, a um nível não só individual mas sistémico, criar um sistema de saúde que permita a cada pessoa não apenas a prevenção das doenças mas a possibilidade de promover e proteger a sua saúde. Promover a saúde tem a ver com a acessibilidade a estilos de vida saudáveis, reduzindo outros mais ligados ao risco de doença. Uma vez mais esta medida tem tradução tanto no indivíduo como no sistema político e organização social das comunidades. Promover a saúde tem a ver com medidas no dia a dia, medidas essas que tornem a opção por estilos de vida saudáveis, a opção fácil e prestigiante do ponto de vista do reconhecimento social. Este facto é sobretudo importante na adolescência, onde por vezes a adopção de estilos de vida saudáveis é vista como “cinzenta, aborrecida, desprestigiante e desinteressante”, ao passo que os consumos e as velocidades, por exemplo, e em geral “transgredir”, não usar cinto de seguranca, envolver-se em lutas, não usar capacete, são vistos como excitantes e fonte de prestígio social. É pois preciso reduzir as barreiras físicas, económicas e culturais que dificultam estas escolhas. É também necessário incluir o indivíduo como parte deste processo de controlo e responsabilização individual sobre a sua saúde e a saúde da comunidade. Num estudo realizado por Green e Kreuter (1991) em que estes tentam apurar quais são os comportamentos que os adolescentes percepcionam como saudáveis e como problema, concluíram que comportamentos saudáveis são a abstinência de drogas, o comportamento pró-social e o bem estar pessoal, como comportamentos contrários à saúde aparecem-nos o consumo de tóxicos, o comportamento anti-social e o sexo não protegido. Educação para a Saúde… Num inquérito realizado com jovens portugueses em que estes eram inquiridos sobre aspectos da sua vida afectiva e sexual (Matos, Gomes, Silvestre, Fernandes, Jorge, Nunes, Bizarro, Frazão, Canha e Duarte, 1994), concluiu-se que os jovens estavam em geral bem informados no que diz respeito à prevenção da gravidez não desejada e às doenças sexualmente transmissíveis, no entanto tinham por vezes dificuldades em transformar esses conhecimentos em comportamentos de saúde. É nesta discrepância entre “informação” e “adopção de comportamento” que fazem sentido medidas promocionais que ajudem os jovens a transformar os seus conhecimentos em práticas de saúde. Para tal, propõem-se programas de promoção de competências pessoais e sociais que capacitem o jovem a identificar e resolver problemas, gerir conflitos interpessoais,

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optimizar a sua comunicação interpessoal, defender os seus direitos, resistir à pressão de pares, etc. e com estas aprendizagens optimizar a sua capacidade de escolher um estilo de vida saudável e de o manter (Matos, 1994, 1997). A educação para a saúde não se pode limitar a adoptar uma abordagem específica das doenças, nem pode privilegiar o cariz informativo ou instrumental ou mesmo visar apenas o desenvolvimento de crenças e atitudes. As acções educativas têm de ser integradas num contexto mais vasto de promoção da saúde, não só para que sejam os próprios indivíduos a tomar decisões e a responsabilizarem-se pela sua saúde, como para que estes mesmos indivíduos se sintam competentes para adoptar estilos de vida saudáveis, como ainda para que o envolvimento físico e social seja favorável a estes estilos de vida permitindo uma acessibilidade fácil, socialmente valorizada e duradoura. Da Investigação à Intervenção… Os comportamentos de saúde são, como já referimos, muito complexos e o estudo de como estes comportamentos aparecem e se estabelecem na infância e na adolescência tem que ter em conta os cenários mais relevantes da vida destes jovens: a família, a escola e o grupo de pares. Efectivamente muitos factores ligados à protecção e ao risco na área da saúde, tiveram a sua génese na infância e na adolescência, fruto de uma aprendizagem social, de uma experimentação ou de uma adesão a um grupo de pertença, que se tornou uma alternativa. Assim numa perspectiva de promoção e educação para a saúde, os jovens são um importante alvo sendo de prever acções específicas para cenários específicos. Por outro lado estes jovens, enquadrados no sistema de ensino regular tornam-se mais acessíveis a programas de incentivo que favoreçam escolhas de estilos de vida saudáveis. Como base num trabalho de intervenção na Escola, no âmbito da Promoção e Educação para a Saúde, é útil definir então primeiro o “estado da arte” dos conhecimentos científicos nesta área. Daí a importância de estudos actuais, como é o caso do HBSC /OMS (King, Wold, Tudor-Smith & Harel 1996), que visem a compreensão dos comportamentos dos jovens ligados ao risco ou à saúde, do entendimento do que é a saúde por parte destes mesmos jovens, dos seus estilos de vida e das suas interacções com cenários envolvimentais relevantes (a escola, a família, os pares, as estruturas comunitárias), e que monitorizem a evolução deste conhecimento através da actualização periódica do estudo. O que se pretende a seguir é uma elaboração esclarecida de programas de intervenção nas escolas, que promovam os comportamentos de saúde como um objectivo dos jovens, e apoiem a implementação e manutenção de estilos de vida saudáveis. REFERÊNCIAS Antonovsky, A. (1984). The sense of Coherence as a determinant of health. In J. Matarazzo, S.

Weiss, J. Herd & N. Miller (Eds.). Behavioral health - A Handbook of health enhancement and disease prevention (pp. 114-129). NY: Wiley & Sons.

Antonovsky, H. & Sagy, S. (1986). The development of sense of coherence and its impact on responses to stress situations. Journal of Social Psychology, 126, 213-285.

Argyle, M. (1997). Is happiness a cause of health?. Psychology and Health, 12, 769- 781. Green, L. W. (1986). Measurement and evaluation in Health Promotion and Health Education.

Palo Alto: Mayfield. Green, V. L., & Kreuter, M. W. (1991). Health promotion planning: an educational and

environmental approach (2nd ed.). London: Mayfield. Kobasa, S., Maddi, S., & Kahn, S. (1982). Hardiness and health: a prospective study. Journal of

personality and social psychology, 42 (1), 168-177. King, A., Wold, B., Tudor-Smith, C., & Harel, Yossi (1996). The health of youth: a cross-national

survey. Canada: WHO. Lazarus, R. S., & Folkman, S. (1984). Stress, appraisal and coping. NY: Springer. Mangham, C., McGrath, P., Reid, G., & Stewart, M. (1995a). Resiliency: relevance to health

promotion - discussion paper. Ministry of supply and services. Catalogue nº H39-330/101995E.

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Mangham, C., McGrath, P., Reid, G., & Stewart, M. (1995b). Resiliency: relevance to health promotion - detailed analysis. Ministry of supply and services. Catalogue nº H39-330/101995E.

Matos, M. (1994). Corpo, Movimento & Socialização. Rio de Janeiro: Sprint. Matos, M., Gomes, A., Silvestre, A., Fernandes, C., Jorge, C., Nunes, F., Bizarro, J. Frazão, J.,

Canha, L. & Duarte, S. (1994). Comportamentos sexuais de risco na adolescência. Educação Especial e Reabilitação, 2, 41-46.

Matos, M. (1997). Comunicação e gestão de conflitos na escola. Lisboa: Edições FMH. Mendoza, R., & Sagrera, M. (1990). Los escolares y la Salud - Avance de los resultados del

segundo estudio espanol sobre conductas de los escolares relacionadas com a Salud. Madrid: Plan Regional sobre Drogas-Ministerio de Educacion e Cultura.

Organização Mundial de Saúde (1985). As metas da saúde para todos. Lisboa: Departamento de Estudos e Planeamento - Ministério da Saúde.

Organização Mundial de Saúde (1986). Carta de Ottawa para a Promoção da Saúde (Direcção Geral de Saúde, Trad.). Versão portuguesa "Uma Conferência Internacional para a Promoção da Saúde com vista a uma nova Saúde Pública", 17-21 Novembro, Ottawa, Canada.

Organização Mundial de Saúde (1993). The health of young people: A challenge and a promise. Geneva: WHO.

Wang, M., Reynolds, M. & Walberg, H. (1995). Handbook of Special and Remedial Education: research and practice (2nd ed.). Great Britain: Pergamon.

Margarida Gaspar de Matos Professora FMH/UTL

Coordenadora Nacional do HBSC/OMS

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INTRODUÇÃO

Em 1982, o primeiro estudo Health Behaviour of School-Aged Children (HBSC) foi levado a cabo por investigadores da Inglaterra, Finlândia e Noruega. Actualmente mais de 30 países estão envolvidos tratando-se de um estudo colaborativo da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Portugal participou nos últimos dois estudos conduzidos em 1995-1996 (Matos, Simões & Canha, 1999) e 1997-1998, através do projecto Aventura Social & Saúde desenvolvido na Faculdade de Motricidade Humana.

A presente brochura apresenta as atitudes e comportamentos de saúde dos jovens portugueses, em idade escolar, do último estudo realizado em Portugal Continental. Foram inquiridos 6903 alunos dos 6º, 8º e 10º anos de escolaridade, do ensino regular.

O próximo estudo Nacional do HBSC está planeado para o ano escolar de 2001-2002.

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SAÚDE

Muitas vezes quando se refere a palavra saúde, pensa-se apenas em não estar doente. Mas, saúde é muito mais do que isso…

O conceito de saúde é definido pela Organização Mundial de Saúde, como "um estado completo de bem-estar físico, social e mental, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade" (WHO, 1993, p. 5).

Assim, a saúde é considerada como um direito humano fundamental e, consequentemente, todas as pessoas devem ter acesso aos meios básicos para a saúde. Uma ampla compreensão de saúde, requer que todos os sistemas e estruturas que dirijam as condições sociais e económicas e o envolvimento físico, devam ter em conta as implicações das suas actividades, em relação ao seu impacto na saúde e bem-estar individual e colectivo (Nutbeam, 1998).

De acordo com o conceito de saúde como um direito humano fundamental, a Carta de Ottawa (OMS, 1986), enfatiza alguns pré-requisitos para a saúde que incluem paz, meios económicos adequados, alimentação e abrigo, e um ecossistema estável e uso de meios sustentáveis. O reconhecimento destes pré-requisitos realça as ligações entre as condições sociais e económicas, o envolvimento físico, os estilos de vida individuais e a saúde. Estas ligações fornecem a chave para uma compreensão holística do conceito de saúde, o que é central para a definição de promoção da saúde.

PROMOÇÃO DA SAÚDE

No contexto da promoção da saúde, a saúde tem sido menos considerada como um estado abstracto, e mais como um meio para um fim, que pode ser expresso em termos funcionais, como um recurso que permite as pessoas levarem uma vida individual, social e econonicamente produtiva (Nutbeam, 1998).

A promoção da saúde representa um amplo processo social e político, que incluem não só acções dirigidas ao fortalecimento das habilidades e capacidades dos indivíduos, mas também acções dirigidas para a alteração das condições sociais, envolvimentais e económicas, assim como, minorar o seu impacto na saúde pública e individual. A promoção da saúde, ao melhorar a qualidade de vida, é o processo de habilitar pessoas para aumentar o controlo sobre os determinantes da saúde e por meio disso melhorar a sua saúde. A participação dos indivíduos é essencial para manter a acção da promoção da saúde (WHO, 1986).

Saúde A saúde é um recurso para o dia a dia. É um conceito positivo enfatizando os meios sociais e pessoais assim como as capacidades físicas (Nutbeam, 1998).

Promoção da saúde É definida como o processo de habilitar pessoas para aumentar o controlo sobre, e melhorar, a sua saúde (WHO, 1998, citado por Nutbeam, 1998).

Qualidade de vida É a percepção dos indivíduos de que as suas necessidades estão a ser satisfeitas e que não lhes estão a ser negadas oportunidades de alcançar felicidade e satisfação, não obstante o estado físico de saúde, ou condições sociais e económicas (WHO, 1998, citado por Nutbeam, 1998). O objectivo de melhorar a qualidade de vida tem vindo a tornar-se de progressiva importância na promoção da saúde (Nutbeam, 1998).

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Qualquer actividade desenvolvida por um indivíduo, indiferente do seu estado de saúde actual ou percebido, com o objectivo de promover, proteger ou manter a saúde, quer ou não esse comportamento seja objectivamente eficiente para o fim, é um comportamento de saúde (WHO, 1998, citado por Nutbeam, 1998).

É possível argumentar que quase todos os comportamentos ou actividades de um

indivíduo têm impacto no estado de saúde. É útil distinguir entre comportamentos que são adoptados propositadamente para promover ou proteger a saúde, daqueles que podem ser adoptados indiferentemente às consequências para a saúde. Matarazzo (1984, citado por Ogden, 1999) definiu os comportamentos de saúde em termos de:

- hábitos prejudiciais para a saúde - «comportamentos patogénicos», como fumar, fazer uma alimentação rica em gorduras, beber grandes quantidades de álcool;

- comportamentos de protecção da saúde - «comportamentos imunogénicos», tais como lavar os dentes, usar cinto de segurança, procurar informação relacionada com a saúde, realizar check-ups regulares, dormir um número adequado de horas por noite.

Comportamentos de risco que são

definidos como comportamentos associados com o aumento da susceptibilidade a uma causa específica de «doença-saúde» (Nutbeam, 1986). Comportamentos de risco são formas específicas de comportamento associadas com o aumento de susceptibilidade a uma doença específica ou à «doença-saúde» (WHO, 1998, citado por Nutbeam, 1998). Os comportamentos de risco são usualmente definidos como "perigosos" com base em dados epidemiológicos e dados psico-sociais. Alterações nos comportamentos de risco são o objectivo principal da prevenção de doenças, e tradicionalmente a educação para a saúde tem sido usada para alcançar esses objectivos. Dentro da ampla estrutura da promoção da saúde, os comportamentos de risco podem ser vistos como uma resposta, ou mecanismo para lidar com condições de vida adversas. Estratégias de resposta para a alteração de comportamentos de risco incluem o desenvolvimento de competências de vida, e a criação de mais envolvimentos facilitadores da saúde (Nutbeam, 1998).

Comportamentos de saúde e

comportamentos de risco estão frequentemente relacionados em grupos num padrão de comportamentos mais complexo referido como estilos de vida (Nutbeam, 1986).

Estilos de vida (Estilos de vida que contribuem para a saúde) Estilos de vida são um modo de vida baseados em padrões identificáveis de comportamentos determinados pela interacção entre as características pessoais do indivíduo, as interacções sociais e as condições de vida socioeconómicas e envolvimentais (WHO, 1998, citado por Nutbeam, 1998). Estes padrões de comportamentos são frequentemente interpretados e testados em diferentes situações sociais e por conseguinte não são fixos, mas sujeitos a alterações. O estilo de vida individual, caracterizado por padrões de comportamento identificáveis, pode ter um efeito profundo na saúde de um indivíduo e na saúde dos outros. Para melhorar a saúde, habilitando os indivíduos a alterarem os seus estilos de vida, a acção tem de ser dirigida não só ao indivíduo mas também às condições sociais e às condições de vida, que interagem para produzir e manter esse padrão de comportamento. É importante reconhecer, contudo, que não existe um estilo de vida "óptimo" para ser prescrito a todas as pessoas. A cultura, o estatuto sócio-económico, a estrutura familiar, a idade, a habilidadde física, o envolvimento em casa e no local de trabalho, farão certos estilos e condições de vida mais atractivos, possíveis e apropriados (Nutbeam, 1998).

Comportamentos de saúde São acções praticadas por indivíduos que se percepcionam como saudáveis, com o objectivo de prevenir o surgimento de mal-estar ou doença (Kasl e Cobb, 1966 citado por Conner & Norman, 1996).

Comportamentos de risco É qualquer actividade praticada por indivíduos, com frequência ou intensidade tal, que conduza a um aumento de risco de doença ou acidente (Steptoe e Wardle, 1996).

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Adolescência Variações e diversidade nas relações interpessoais na adolescência representam factores de risco ou protectores neste periodo de vida (Lerner, 1998; Matos, 1997).

A Carta de Ottawa (OMS, 1986), identifica 3 estratégias básicas para a promoção da saúde. Elas são: defesa da saúde para criar as condições essenciais; habilitar todas as pessoas para alcançarem todo o seu potencial de saúde; e mediar entre os diferentes interesses da sociedade na busca de saúde.

Estas estratégias estão apoiadas por 5 áreas de acção prioritárias, que são os instrumentos básicos para a promoção da saúde. Na Carta de Ottawa (OMS, 1986), acção de promoção da saúde significa:

- construir uma política de saúde pública; - criar envolvimentos sustentadores de saúde; - fortalecer a acção da comunidade para a saúde; - desenvolver competências pessoais; - re-orientar os serviços de saúde. A Declaração de Jakarta (WHO, 1997, citado por Nutbeam, 1998), confirma que estas

estratégias e áreas de acção são relevantes para todos os países.

ADOLESCÊNCIA

A adolescência é um período de desenvolvimento com rápidas alterações físicas, psicológicas, sócio-culturais e cognitivas caracterizadas por esforços para confrontar e superar os desafios e para estabelecer uma identidade e autonomia (DiClemente, Hansen e Ponton, 1996).

O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações

entre o indivíduo e os múltiplos níveis do contexto em que o jovem se encontra. Variações na existência e no ritmo dessas relações promovem uma grande diversidade na adolescência e representam factores de risco ou protectores através deste periodo de vida (Lerner, 1998; Matos, 1997).

A multiplicidade de contextos sociais e interpessoais em que o adolescente se move

representam desafios adicionais e possibilidades acrescidas de estes virem a desenvolver problemas de ajustamento, com consequências negativas na sua saúde (Matos, 1997).

Enquanto muitos adolescentes navegam por vezes em percursos turbulentos desde a

infância à fase adulta para se tornarem adultos produtivos e saudáveis, existe uma preocupação crescente de que muitos outros podem não alcançar o seu potencial total como trabalhadores, pais e indivíduos. Infelizmente, a adolescência é também um período cheio de muitas ameaças à saúde e ao bem-estar dos adolescentes, muitos dos quais sofrem de substanciais incapacidades e diminuições (DiClemente, Hansen e Ponton, 1996).

Muitas das consequências adversas da saúde experienciadas pelos adolescentes são,

dentro de um grande âmbito, o resultado de comportamentos de risco (Ginzberg, 1991, citado por DiClemente, Hansen e Ponton, 1996). Deste modo, eles são evitáveis (DiClemente, Hansen e Ponton, 1996).

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Considerando que anteriormente as infecções eram a causa de uma grande parte de doenças e mortalidade, actualmente a esmagadora taxa de morbilidade e mortalidade dos adolescentes é o resultado dos estilos de vida praticados. A maioria das actuais ameaças à saúde dos adolescentes são a consequência de factores sociais, envolvimentais e comportamentais (DiClemente, Hansen e Ponton, 1996). Estes factores, que podemos designar como factores de risco, incluem um largo espectro de comportamentos e efeitos relacionados tais como uso e abuso de substâncias, violência, suicídio, gravidez na adolescência (DiClemente, Hansen e Ponton, 1996; Lerner, 1998), álcool (Lerner, 1998), distúrbios de alimentação, e doenças sexualmente transmissíveis (DiClemente, Hansen e Ponton, 1996).

Factores de risco Estados sociais, económicos ou biológicos, comportamentos ou envolvimentos que estão associados com ou são a causa de um aumento da susceptabilidade a uma doença específica, «doença-saúde» ou prejuízo (WHO, 1998, citado por Nutbeam, 1998). Como no caso dos comportamentos de risco, uma vez tendo sido identificados os factores de risco, eles podem vir a ser o ponto de entrada ou o foco para as estratégias e acções de promoção da saúde (Nutbeam, 1998).

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INSTRUMENTOS

O questionário Comportamento e Saúde em Jovens em Idade Escolar utilizado neste estudo foi o adoptado no estudo europeu em 1998. Incluímos as questões demográficas e um conjunto adicional de questões sobre a imagem do corpo, sobre a violência, sobre conhecimento e atitude face ao HIV /SIDA, consumo de drogas ilícitas e representações dos factores de risco e protectores a ela associados e ainda a actividade física.

Apresenta-se assim um conjunto de questões relacionadas com expectativas para o futuro, história de consumos (consumo de álcool, tabaco e drogas), prática de exercício físico e tempos livres, hábitos alimentares e de higiene, bem estar e apoio familiar, ambiente na escola (amigos, professores e violência), imagem pessoal, queixas psicológicas e somáticas e crenças e atitudes face ao HIV /SIDA.

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AMOSTRA

Os questionários foram recolhidos em 191 escolas nacionais (Quadro 1), de ensino regular, com um total de 6903 alunos inquiridos. Foram seleccionados alunos dos 6º, 8º e 10º anos de escolaridade, correspondendo cada um destes anos, a uma idade média de 11, 13 e 16 anos.

n ESCOLAS IDADE NÍVEL ESCOLARIDADE 6903 191 11 / 13 / 16 6º / 8º / 10º

Quadro 1 - Número de sujeitos e de escolas que participaram no estudo, escalões etários e níveis de escolaridade dos sujeitos

Os Gráficos 1 e 2 apresentam a distribuição destes jovens por sexo e por nível de

escolaridade.

Sexo Feminino53%

Sexo Masculino47%

Gráfico 1 - Distribuição dos sujeitos por sexo

Gráfico 2 - Distribuição dos sujeitos por nível de escolaridade

34,9% 37,5%

27,6%

05

10152025303540

6º ano 8º ano 10º ano

6º ano8º ano10º ano

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os quadros seguintes (Quadros 2 a 52) apresentam os resultados obtidos para cada uma das questões do questionário. Em cada quadro referimos a questão em análise e respectivas modalidades (três níveis de frequência ou de intensidade). Nas primeiras duas linhas de cada quadro apresentamos os resultados por modalidade na amostra total. Nas linhas seguintes apresentam-se os resultados para cada questão, por modalidade em função do sexo e da idade (grupo de idade média: 11 anos como representação dos mais novos e 16 anos como representação dos mais velhos).

Estudo Comparativo Compararam-se as respostas dos rapazes com as das raparigas e as respostas dos

alunos mais novos (dos 10 aos 12 anos, � = 11) com as dos mais velhos (dos 15 aos 17 anos, � = 16). Para esta variável da idade a amostra é reduzida para 4384 alunos.

Utilizou-se o teste de Qui-quadrado e residuais ajustados para localizar os grupos onde se registam diferenças significativas. Registaremos em texto apenas as diferenças significativas, aceitando uma probabilidade de erro inferior a .05.

Nos Quadros 2 a 52, as percentagem indicadas na segunda linha dizem respeito ao

total da amostra, as percentagens a negrito referem-se a diferenças estatisticamente significativas entre as modalidades: Masculino (M) /Feminino (F) e 11 anos (11) /16 anos (16).

Nas questões que se referem a variáveis contínuas (número de cigarros e número de

saídas nocturnas com amigos) foi utilizado o teste T de Student. Em texto foram registadas apenas as diferenças significativas, aceitando uma probabilidade de erro inferior a .05 (Quadros 8 e 34).

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FOTOGRAFIA Nº 1

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1. EXPECTATIVAS FUTURAS

A satisfação com a escola pode ser considerada um domínio específico, um constructo de bem estar subjectivo contribuindo para o bem estar subjectivo global e para a qualidade de vida entre os jovens. O conceito reflecte as respostas emocionais imediatas tais como felicidade, gostar da escola e um sentido de bem estar na escola (Samdal e Dür, 2000).

No quadro seguinte apresentam-se as expectativas dos jovens, no que diz respeito ao

seu futuro. Prosseguir

estudos Estudos

orientados p/ vida activa

Arranjar emprego

Formação profissional

Ficar sem emprego

Não sei

59.2% 14.3% 9.5% 2.1% 0.1% 14.8% M F M F M F M F M F M F

48.4% 68.8% 17.7% 11.2% 14.0% 5.5% 3.5% 0.9% 0.2% 0.1% 16.1% 13.5% 11 16 11 16 11 16 11 16 11 16 11 16

58.3% 62.4% 11.5% 16.2% 2.2% 2.5% 6.9% 9.9% 0.1% 1.0% 21.1% 9.0%

Quadro 2 - Expectativas futuras

Podemos verificar (Quadro 2) que a maioria dos alunos pretende prosseguir os

estudos, após a escolaridade obrigatória. Em relação ao sexo, as raparigas pretendem mais prosseguir os estudos, enquanto

que os rapazes pretendem mais: prosseguir estudos orientados para a vida activa, arranjar emprego, realizar uma formação profissional ou então, não sabem.

Em termos de diferença de idade, os mais velhos referem mais frequentemente pretender prosseguir os estudos, tanto para a Universidade como para um curso Técnico e realizarem uma Formação Profissional. Os mais novos são aqueles que se encontram mais indecisos quanto ao futuro.

EXPECTATIVAS FUTURAS Prosseguir estudos Raparigas / Mais velhos Não sei Rapazes / Mais novos

Em relação ao sentimento pela escola, a grande maioria dos alunos gosta da escola.

São as raparigas e os mais novos que mais gostam da escola e, pelo contrário, os rapazes e os mais velhos afirmam mais frequentemente não gostarem da escola.

SENTIMENTO PELA ESCOLA Gosto Não gosto 86.9% 13.1%

M F M F 82.9% 90.4% 17.1% 9.6%

11 16 11 16 92.6% 83.7% 7.4% 16.3%

Quadro 3 - Vida escolar: Sentimento pela escola

SENTIMENTO PELA ESCOLA Gosto Raparigas / Mais novos

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FOTOGRAFIA Nº 2

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2. HISTÓRIA DE CONSUMOS

2.1 ÁLCOOL

A maioria dos estudos realizados na área dos consumos, na fase da adolescência, segundo Carvalho (1990), referem que o álcool é a substância mais utilizada pelos adolescentes. Aarons et al. (1999) refere ainda que os problemas de saúde durante a adolescência estão relacionados com o consumo de álcool e os problemas tornar-se-ão mais evidentes se o seu início for precoce.

Num estudo conduzido por Feldman,

Harvey, Holowaty e Shortt, em 1999, sobre crenças e comportamentos específicos do consumo de álcool entre estudantes adolescentes da escola secundária, verificarou-se que os padrões de beber dos estudantes estão significativamente relacionados com o género, a etnicidade, o ano de escolaridade, e os hábitos de beber dos pais e amigos. Constataram que os rapazes mais velhos estão em maior risco para o forte consumo de bebidas do que os estudantes mais novos ou raparigas. Afirmam ainda que de acordo com os seus resultados os fortes consumidores de bebidas em geral, têm um maior risco do que outros estudantes em envolver-se noutros comportamentos de grande risco tal como beber e conduzir, ser um passageiro num carro quando o condutor está intoxicado, e fumar diariamente. Os autores concluíram então que os rapazes mais velhos estão em maior risco para o forte consumo de bebidas. O consumo de bebidas corrente e forte sobe significativamente entre o 9º e o 12º ano de escolaridade. Os estudantes que consomem mais frequentemente têm mais probabilidade para beber e conduzir sob o efeito do álcool, para fumar diariamente, e para ter amigos e pais que bebem álcool.

Sieving, Perry e Williams (2000) examinaram o suporte para os modelos da influência

dos pares (que postulam que os jovens adolescentes cujos amigos consomem álcool também se envolverão nesse comportamento) e da selecção dos pares (os jovens adolescentes procuram amigos cujo comportamento de beber seja similar aos seus). Os resultados indicam que níveis mais elevados do consumo de droga pelos amigos leva ao aumento do consumo de álcool pelos jovens. A relação de ordem inversa (i.e., maior envolvimento dos jovens no álcool levar a um maior consumo de droga entre amigos) não foi verificado nestes estudo. Finalmente, os modelos melhor ajustados sustentam a noção de que tanto o consumo de álcool dos participantes como o consumo de álcool ou outra droga dos amigos é muito estável ao longo do tempo. Concluiu-se que a similaridade no comportamento de beber entre os amigos dos adolescentes pode estar mais relacionado com processos de influência dos pares do que com processos de selecção dos pares. Os resultados sustentam a utilidade de programas de prevenção do consumo de álcool que apetrechem os jovens adolescentes com competências para resistirem à influência dos pares para usarem álcool.

Efeitos negativos do consumo de álcool: O alcoolismo aumenta a probabilidade de doenças como a cirrose hepática, o cancro, a hipertensão e os défices de memória (Smith e Kraus, 1988 citado por Ogden, 1999). O álcool aumenta a probabilidade de o próprio indivíduo se lesionar em acidentes.

Os resultados de um estudo de Sarigiani, Ryan e Peterson (1999), sobre o impacto dos comportamentos de saúde considerados de risco, no desenvolvimento e saúde das raparigas adolescentes indicam que as adolescentes femininas fumam, bebem, e envolvem-se noutras substâncias tanto como os seus companheiros masculinos, mas com maior risco para a saúde.

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Nos quadros apresentados de seguida expomos as questões relacionadas com o

consumo e padrão de consumo de álcool.

Sim Não 71.0% 29.0%

M F M F 74.6% 67.8% 25.4% 32.2%

11 16 11 16 47.6% 88.6% 52.4% 11.4%

Quadro 4 - Consumo de álcool: Experimentar álcool

Pela análise do quadro podemos constatar que a maioria dos jovens inquiridos já

experimentou bebidas alcoólicas. É possível ainda verificar que são os rapazes e os mais velhos quem mais frequentemente refere já ter experimentado bebidas alcoólicas, enquanto que, pelo contrário, as raparigas e os mais novos referem mais, que nunca o fizeram.

EXPERIMENTAR ÁLCOOL Sim Rapazes / Mais velhos

No que se refere à preferência das bebidas alcoólicas podemos verificar em seguida,

que os rapazes e os mais velhos bebem mais frequentemente cerveja, vinho e bebidas espirituosas do que as raparigas e os mais novos.

CERVEJA Todos os dias Todas as semanas /meses Raramente ou nunca

1.0% 11.1% 87.9% M F M F M F

1.8% 0.2% 15.3% 7.3% 82.8% 92.5% 11 16 11 16 11 16

0.2% 2.0% 2.0% 21.1% 97.9% 76.9%

VINHO Todos os dias Todas as semanas /meses Raramente ou nunca

0.8% 2.4% 96.8% M F M F M F

1.6% 0.1% 3.8% 1.1% 94.6% 98.8% 11 16 11 16 11 16

0.2% 0.8% 0.8% 4.3% 99.0% 94.8%

BEBIDAS ESPIRITUOSAS Todos os dias Todas as semanas /meses Raramente ou nunca

0.4% 9.6% 90.0% M F M F M F

0.8% 0.1% 12.5% 7.1% 86.8% 92.8% 11 16 11 16 11 16

0.4% 0.4% 2.7% 16.7% 96.9% 82.9%

Quadro 5 - Consumo actual de álcool: Cerveja, vinho e bebidas espirituosas

CONSUMO ACTUAL Cerveja - Maiores consumos Rapazes / Mais velhos Vinho - Maiores consumos Rapazes / Mais velhos Espirituosas - Maiores consumos Rapazes

No que diz respeito ao estado de embriaguez, as raparigas e os mais novos referem

mais frequentemente nunca se terem embriagado, enquanto que os rapazes e os mais velhos referem mais frequentemente, já terem ficado embriagados.

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Nunca 1 a 3 vezes 4 vezes ou mais 77.9% 17.9% 4.2%

M F M F M F 73.3% 81.9% 20.2% 15.9% 6.5% 2.1%

11 16 11 16 11 16 92.3% 62.9% 7.3% 27.8% 0.4% 9.3%

Quadro 6 - Consumo de álcool: Embriaguez

EMBRIAGUEZ Maior frequência Rapazes / Mais velhos

2.2 TABACO

O consumo de tabaco é referido como sendo um dos comportamentos que diminuem a saúde (Baum e Posluszny, 1999).

Uma das áreas mais realçadas na Promoção da Saúde tem sido, nos últimos anos, a

prevenção do consumo de tabaco junto dos jovens, isto porque se provou que no período da adolescência, existe uma maior probabilidade de os jovens experimentarem o seu primeiro cigarro e iniciarem hábitos tabágicos, que se poderão prolongar por toda a vida (White, 1988, Charlton, Melia e Moyer, 1990, citados por Lima, 1999).

"Devido ao enorme poder da nicotina em conduzir a situações de dependência, a probabilidade de progressão de um consumo ocasional para regular é consideravelmente maior para o tabaco do que para outras drogas. Assim, a inalação do fumo do cigarro conduz facilmente a uma dependência psicofisiológica, mesmo em indivíduos muito jovens" (The Royal College of Physicians, 1992, Charlton, 1989b, citados por Lima, 1999).

Deste modo, desde o momento em que se experimenta o primeiro cigarro, até ao consumo regular dos mais jovens, podem decorrer dois ou mais anos, mas por vezes a dependência pode ser muito mais rápida (Lima, 1999).

A iniciação no hábito de fumar dos adolescentes está associada a vários factores: factores pessoais e factores sociais (Charlton, 1989a, citado por Lima, 1999). Relativamente aos factores pessoais, podemos incluir todos os factores que dizem respeito ao micro-ambiente da criança ou jovem, ou seja, todos os que se relacionam com a sua individualidade e o seu meio social imediato, tal como a família, amigos e professores. O grupo dos factores sociais "são os que pertencem ao macro-ambiente e que se relacionam com a influência da comunidade num sentido mais alargado, ou seja, com a aceitabilidade social do hábito de fumar, a sua acessibilidade e com a publicidade ao tabaco" (Lima, 1999). O papel destes factores no processo de desenvolvimento do hábito de fumar, só poderá ser compreendido numa interligação entre todas as variáveis que determinam o início do consumo de tabaco nos jovens (Lima, 1999).

Harrel, Bangdiwala, Deng, Webb e Bradley (1998) efectuaram um estudo com o objectivo de descrever a iniciação no fumar e investigar factores que predizem a “iniciação precoce” de fumar em crianças da escola, usando uma abordagem longitudinal. Os resultados indicam que o fumar experimental aumentou com a idade, assim como também a prevalência corrente de fumar, e que os rapazes tinham uma maior prevalência de fumadores experimentais do que as raparigas. Concluíram que a raça, o estatuto sócio-económico e o estadio pubertal são importantes factores de predição de começar a fumar em alunos da escola. Este estudo ainda indica a necessidade de prevenção do tabaco nas escolas básicas, e de programas para deixar de fumar, assim como classes de prevenção do tabaco, que eram

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mais úteis para estudantes de escolas do 2º e 3º ciclo e secundárias. Por seu lado, segundo o Morbidity and Mortality Weekly Report (1999), os resultados de um programa anti-tabágico para os jovens, mostraram que num ano o fumar diminuiu 19% entre os estudantes das escolas básicas e 8% entre os estudantes das escolas secundárias. Ainda, Williams, Cox, Kouides e Deci (1999) afirmam que quando os adolescentes percebem a mensagem sobre “não fumar” como relacionada com a sua autonomia, eles têm mais motivação para não fumar.

Num estudo com adolescentes, levado a cabo por DuRant, Smith, Kreiter e Krowchuk (1999), os resultados indicaram que um início precoce no uso de cigarros apresentava a correlação mais forte com o envolvimento noutros comportamentos de risco.

Para além das consequências negativas,

a nível da saúde, do tabaco, nomeadamente doenças mais directamente relacionadas com esse consumo, é importante referir que se encontram outro tipo de consequências associadas ao consumo de aditivos, sendo muitas vezes percebidas como positivas pelos adolescentes (WHO, 1993). Neste âmbito encontramos a crença de que o consumo de tabaco tem como consequência a prevenção do aumento de peso (Waldron, 1988; Smith, Nutbeam, Moore, Roberts e Catford, 1994), o que poderá constituir uma motivação para o aumento do consumo de tabaco, especialmente no sexo feminino.

Também Tomeo, Field e Berkey, em 1999, examinaram a relação entre as preocupações com o peso, os comportamentos de controlo do peso, e a iniciação do consumo de tabaco em jovens dos 9 aos 14 anos de idade. Os resultados deste estudo indicam que entre rapazes e raparigas, a intenção de fumar está positivamente relacionado com as preocupações com o peso. Experimentar cigarros está ainda positivamente relacionado com comportamentos de controlo de peso. Estes resultados sugerem a necessidade de programas escolares de saúde para ser reconhecido que os jovens consomem tabaco como forma de controlar o seu peso.

Segundo a revisão feita por Forster e Wolfson (1998) sobre o consumo de tabaco dos jovens, existe uma grande facilidade de acesso ao tabaco para os jovens. Esta questão sugere a necessidade de esforços políticos a serem desenvolvidos.

Pierce, em 1998, refere que os anúncios e a promoção de tabaco aumentaram a probabilidade dos jovens começarem a fumar.

Ainda no âmbito da promoção do tabaco, verificou-se que as revistas que têm um maior número de jovens leitores anunciam com mais frequência marcas de cigarros que são populares entre os jovens adolescentes do que marcas que são populares entre adultos (King, 1998).

Considerando as questões do nosso estudo relacionadas com o consumo e padrão de

consumo de tabaco, podemos verificar que a maioria dos jovens nunca experimentou tabaco e presentemente não fuma.

Verifica-se contudo, que os rapazes e os mais velhos reportaram mais já ter experimentado tabaco e as raparigas e os mais novos referem mais não terem experimentado.

Sim Não

Efeitos negativos do consumo de tabaco: Em 1954, Doll e Hill (citado por Ogden, 1999) afirmaram que o consumo de tabaco estava relacionado com o cancro do pulmão. Desde aí, o consumo de tabaco foi também relacionado com a doença cardíaca e com outros cancros.

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30.9% 69.1% M F M F

33.6% 28.6% 66.4% 71.4% 11 16 11 16

9.0% 51.5% 91.0% 48.5%

Quadro 7 - Consumo de tabaco: Experimentar tabaco

EXPERIMENTAR TABACO Sim Rapazes / Mais velhos

Dos jovens inquiridos são também as raparigas e os mais novos que mais referem não

fumar actualmente. Em relação aos jovens que fumam, podemos verificar que são os rapazes e os jovens

mais velhos que fumam com maior frequência.

Todos os dias Uma vez semana Menos de 1 vez semana

Não fuma Média de cigarros por semana*

5.9% 2.7% 5.0% 86.9% 26.7 M F M F M F M F M F

6.0% 4.8% 3.1% 2.4% 5.7% 4.4% 85.2% 88.4% 29.5 23.6 11 16 11 16 11 16 11 16 11 16

0.7% 11.3% 0.7% 4.9% 2.1% 7.2% 96.4% 76.6% 15.5 32.4 * t-test, apenas foram incluídos na análise os sujeitos que fumam

Quadro 8 - Consumo de tabaco: Consumo actual de tabaco

CONSUMO ACTUAL Maior frequência Rapazes / Mais velhos Mais cigarros Rapazes / Mais velhos

2.3 DROGAS

O uso de substâncias é um importante predictor tanto da morbilidade como da mortalidade entre os adultos, no entanto é mais usual ser considerado comportamento de risco entre os adolescentes (Gabhainn e François, 2000). Daí, nos factores de risco referidos por DiClemente, Hansen e Ponton (1996) também estarem incluídos o uso e o abuso de substâncias.

Os problemas de saúde estão relacionados com o consumo de drogas, durante a

adolescência, e os problemas tornar-se-ão mais evidentes se o seu início for precoce (Aarons et al., 1999). Num estudo levado a cabo por DuRant, Smith, Kreiter e Krowchuk (1999) os resultados dos adolescentes indicaram que o uso precoce de substâncias estava associado a um grupo de comportamentos de risco de saúde.

A teoria da socialização, segundo Oetting e Donnermeyer (1998, citado por Gabhainn e

François, 2000), apresenta uma visão global do desenvolvimento do adolescente que inclui o uso de substâncias. Este modelo prediz uma maior probabilidade de estar envolvido em comportamento de risco quando a vinculação entre o adolescente e a sua família ou o ambiente escolar é fraco.

De seguida vamos analisar as questões relacionadas com o consumo e padrão de consumo de drogas.

Apesar da maioria dos jovens nunca ter experimentado drogas, ainda existe uma percentagem significativa de jovens que já experimentaram algumas.

HAXIXE / ERVA Sim Não

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3.8% 96.2% M F M F

5.4% 2.5% 94.6% 97.5% 11 16 11 16

1.3% 7.8% 98.7% 92.2%

ESTIMULANTES Sim Não

2.7% 97.3% M F M F

3.9% 1.6% 96.1% 98.4% 11 16 11 16

1.5% 4.5% 98.5% 95.5%

HEROÍNA / ÓPIO / "CRACK" / MORFINA Sim Não

1.0% 99.0% M F M F

1.7% 0.5% 98.3% 99.5% 11 16 11 16

1.0% 1.3% 99.0% 98.7%

MEDICAÇÃO USADA COMO DROGA Sim Não

2.1% 97.9% M F M F

2.9% 1.4% 97.1% 98.6% 11 16 11 16

1.1% 3.0% 98.9% 97.0%

COCAÍNA Sim Não

0.9% 98.8% M F M F

1.5% 0.5% 98.5% 99.5% 11 16 11 16

1.2% 1.1% 98.8% 98.9%

OUTRAS Sim Não

2.9% 97.1% M F M F

4.3% 1.5% 95.7% 98.5% 11 16 11 16

2.0% 3.8% 98.0% 96.2% Quadro 9 - Consumo de drogas: Experimentar drogas

EXPERIMENTAR DROGAS Sim Rapazes / Mais velhos

Os produtos mais experimentados pelos jovens são o haxixe ou erva, os estimulantes e

a medicação tomada como droga. Os rapazes referem mais frequentemente já terem experimentado haxixe /erva,

estimulantes, heroína, medicação usada como droga, cocaína e mesmo outras substâncias. Em relação à idade, os mais velhos referem mais frequentemente já terem

experimentado haxixe /erva, estimulantes, medicação usada como droga e outras substâncias.

IDADE DA 1ª EXPERIÊNCIA 6-9 anos 10-12 anos 13-15 anos 16-18 anos

6.4% 18.1% 66.0% 9.5%

SUBSTÂNCIAS DA 1ª EXPERIÊNCIA Haxixe Estimulantes Heroína Tabaco

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70.7% 9.3% 4.0% 12.1%

Quadro 10 - Consumo de drogas: Idade e substância da 1ª experiência

A grande maioria dos jovens iniciam a sua primeira experiência com a droga entre os

13 e os 15 anos, mas é de salientar a percentagem de jovens que iniciam antes desta idade. O haxixe é a substância mais frequentemente referida como tendo sido a da primeira

experiência.

CONSUMO DE DROGAS NO ÚLTIMO MÊS 2 ou mais vezes Uma vez Nenhuma

1.4% 1.0% 97.5% M F M F M F

1.8% 1.1% 1.7% 0.5% 96.5% 98.4% 11 16 11 16 11 16

0.2% 3.2% 0.5% 2.1% 99.3% 94.8%

Quadro 11 - Consumo de drogas: Último mês

Em relação ao consumo de drogas no último mês, os rapazes e os mais velhos referem

mais frequentemente terem consumido uma vez ou mais. Pelo contrário, as raparigas e os mais novos referem não terem consumido drogas no último mês.

AS PESSOAS CONSOMEM DROGAS PORQUE… Os seus amigos também tomam

Querem experimentar

Gostam dos efeitos da droga

É tradição entre gente nova

Se sentem melhor quando tomam drogas

53.5% 64.2% 27.4% 12.4% 32.7% M F M F M F M F M F

51.9% 54.9% 63.0% 65.2% 29.1% 26.0% 12.4% 12.4% 33.6% 31.9% 11 16 11 16 11 16 11 16 11 16

47.3% 58.1% 58.0% 69.4% 19.8% 34.5% 13.0% 11.7% 27.7% 35.3%

AS PESSOAS CONSOMEM DROGAS PORQUE… Sentem que para elas a droga não é perigosa

Não podem passar sem ela

Existem drogas nos lugares onde costumam ir

Se sentem sós

22.4% 46.7% 22.2% 52.8% M F M F M F M F

24.1% 20.9% 46.7% 46.8% 22.3% 22.2% 47.0% 57.8% 11 16 11 16 11 16 11 16

26.8% 19.9% 44.3% 42.4% 18.5% 23.9% 47.8% 55.5%

Quadro 12 - Consumo de drogas: As pessoas consomem drogas porque…

Os jovens inquiridos referem mais frequentemente que as pessoas que consomem

droga o fazem porque querem experimentar, porque os seus amigos também tomam drogas e porque se sentem sós.

AS PESSOAS CONSOMEM DROGA PORQUE Querem experimentar Mais velhos Os seus amigos também tomam Raparigas / Mais velhos Se sentem sós Raparigas / Mais velhos

São as raparigas e os mais velhos os que mais frequentemente referem que as

pessoas que consomem droga o fazem porque os seus amigos também tomam drogas e porque se sentem sós. São ainda os mais velhos que mais frequentemente referem o querer experimentar como uma das razões pelas quais as pessoas consomem droga.

AS PESSOAS NÃO TOMAM DROGAS PORQUE… Não sabem onde existe É muito caro ser Nunca pensaram nisso Os amigos não

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consumidor consomem 7.6% 13.6% 42.8% 21.9%

M F M F M F M F 9.5% 6.0% 15.6% 11.8% 41.5% 44.0% 22.9% 21.2%

11 16 11 16 11 16 11 16 10.4% 5.5% 15.7% 13.0% 43.1% 42.2% 18.9% 25.4%

AS PESSOAS NÃO TOMAM DROGAS PORQUE…

Têm receio de apanhar doenças

Têm receio das reacções dos pais e

amigos

Não podiam fazer algumas coisas que gostam de

fazer

Não querem

43.2% 28.6% 33.2% 74.3% M F M F M F M F

46.2% 40.6% 31.6% 26.0% 34.7% 31.9% 68.9% 79.1% 11 16 11 16 11 16 11 16

47.5% 39.3% 26.3% 31.0% 31.7% 34.7% 65.5% 82.2%

Quadro 13 - Consumo de drogas: As pessoas não consomem drogas porque…

Os jovens inquiridos referem mais frequentemente que as pessoas não consomem

droga porque não querem, porque têm receio de apanhar doenças e porque nunca pensaram nisso.

As raparigas e os mais velhos são os que referem mais frequentemente como razão pela qual as pessoas não tomam drogas, o não querer. As raparigas ainda referem como uma das principais razões, nunca terem pensado nisso. Os mais velhos também referem o facto dos amigos não consumirem, o ter receio das reacções dos pais e dos amigos e o não poderem fazer algumas das coisas que gostam de fazer, como possíveis razões para as pessoas não consumirem drogas.

Os rapazes e os mais novos referem mais frequentemente que as pessoas não tomam drogas, porque não sabem onde existe, é muito caro e ainda por terem receio de apanhar doenças. Os rapazes ainda referem o ter receio das reacções dos pais e dos amigos e o não se poder fazer coisas que se gosta de fazer.

AS PESSOAS NÃO CONSOMEM DROGA PORQUE Não querem Raparigas / Mais velhos Têm receio de apanhar doenças Rapazes / Mais novos Nunca pensaram nisso Raparigas

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FOTOGRAFIA Nº 3

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3. PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO E TEMPOS LIVRES 3.1 EXERCÍCIO FÍSICO

De acordo com a intenção, resultados e localização, têm sido definidos vários aspectos do exercício (Ogden, 1999).

Quanto à intenção, existe a distinção entre actividade física - «qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulte num consumo de energias» e exercício - «movimento corporal planeado, estruturado e repetitivo executado para melhorar ou manter um ou mais componentes da boa forma física».

No que diz respeito aos resultados, distinguiu-se o exercício que melhora a forma física do exercício que melhora o estado de saúde.

Relativamente à localização, estabeleceu-se a diferença entre actividade ocupacional e actividade de tempos livres, sendo a primeira parte integrante do trabalho diário do indivíduo e a segunda empreendida nos momentos de lazer.

Vários autores fazem referência aos benefícios do exercício físico. Os benefícios

podem ser físicos ou psicológicos. São considerados benefícios físicos se existe o efeito protector na adaptação ao stress,

alívio da tensão muscular, redução da dor e estados alterados de consciência percebidos como "estar bem fisicamente, ou estar em forma" (Matos e Sardinha, 1999). Quanto aos benefícios físicos do exercício, Ogden (1999) refere: (a) a longevidade como um efeito do exercício, e (b) um risco significativamente menor de doença das coronárias. Acrescentam, ainda que a boa forma física está relacionada com uma diminuição, tanto nas taxas de mortalidade (para todas as causas) como na doença coronária.

Em relação aos benefícios psicológicos, ou seja, percepção de "sentir-se bem", referem uma maior percepção de eficácia pessoal e controlo pessoal, período de actividade que possibilita um tempo de afastamento e de distracção face aos problemas do quotidiano, reforço social e melhoria emocional (Matos e Sardinha, 1999). Brito (1997, citado por Matos e Sardinha, 1999) acrescenta ainda que o processo que leva a actividade fisica a reduzir significativamente a sintomatologia depressiva, pode estar relacionado com uma redução da ansiedade ao afastar a atenção do indivíduo daquilo que o torna ansioso ou pode ser um factor mediador em relação à resposta ao stress, a actividade fisica pode ainda aumentar o bem-estar psicológico de um indivíduo melhorando a sua auto-estima e auto-confiança (Hickman, Roberts e Matos, 2000; Ogden, 1999), e ocasionar ainda um pequeno mas significativo efeito na redução da obesidade, quando combinado com uma modificação apropriada de dieta .

“O exercício é considerado fundamental na promoção de um bom estado de saúde,

tanto no que respeita ao bem-estar físico como psicológico” (Ogden, 1999), e os factores que predizem a sua realização incluem o clima social e político e as crenças do indivíduo.

A idade, a escolaridade, o consumo de tabaco, a facilidade de acesso às instalações desportivas, o peso /gordura do corpo e a motivação pessoal são factores não modificáveis que predizem a realização de exercício (Dishman, 1982, citado por Ogden, 1999). Os factores modificáveis que predizem o exercício, segundo Dishman, Sallis e Orenstein (1985, citado por Ogden 1999), são o exercício na infância e a auto-imagem positiva.

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Segundo Sardinha (1999) um dos elementos críticos para a adopção e persistência de uma actividade física regular tanto dos jovens, como dos adultos ou dos idosos é o encorajamento deste comportamento durante a vida.

"Várias posições institucionais têm

recentemente reconhecido o efeito salutogénico da actividade física e exercício" (Sardinha, 1999), constituindo assim uma importante medida no contexto da promoção da saúde (Wold e Kannas, 1993).

Também Baum e Posluszny (1999) se referem ao exercício como sendo um dos comportamentos que aumentam a saúde e que permite melhorar a qualidade de vida dos indivíduos de vários modos.

Pesquisas anteriores têm demonstrado que a actividade física moderada aumenta o bem estar físico, mental e social e representa um papel importante na prevenção das doenças cardiovasculares (Bouchard, 1990, citado por Hickman, Roberts e Matos, 2000).

Além dos benefícios relacionados com a prevenção destas doenças, a actividade física aumenta a auto-estima nos jovens (Gruber, 1986, citado por Hickman, Roberts e Matos, 2000). A actividade física e os desportos, como sendo importantes tipos de comportamentos de saúde, constituem importantes áreas de socialização para os jovens (Kenyon e McPherson, 1973, citado por Hickman, Roberts e Matos, 2000).

No caso específico dos adolescentes, Wold (1993), refere que o exercício está relacionado com a facilidade de fazer novos amigos, receber um bom suporte social e com a satisfação na escola. Verifica-se assim que para além dos benefícios que o exercício tem ao nível da própria saúde, este é ainda importante no processo de socialização dos adolescentes.

No que diz respeito às questões relacionadas com a prática e padrão de prática de

actividade física, verificamos que no nosso estudo um terço dos jovens pratica actividade física, fora da escola,apenas durante meia-hora ou menos, por semana.

QUANTAS HORAS ½ hora ou menos 1 a 3 horas 4 horas ou mais

33.3% 60.5% 6.2% M F M F M F

26.3% 39.6% 64.1% 57.3% 9.6% 3.1% 11 16 11 16 11 16

36.1% 31.1% 59.4% 62.2% 4.5% 6.8%

QUANTAS VEZES 1 vez por mês ou menos 1 a 3 dias 4 a 7 dias

13.5% 48.2% 38.3% M F M F M F

5.9% 20.2% 40.6% 54.9% 53.5% 24.8% 11 16 11 16 11 16

9.8% 17.1% 45.4% 50.0% 44.8% 32.9%

Quadro 14 - Actividade física fora da escola: Tempo e frequência

Como se pode observar os rapazes e os mais velhos praticam actividade física com

mais frequência. São também os rapazes e os mais novos que praticam durante mais tempo. As raparigas são as que praticam menos vezes e menos tempo uma actividade física.

Os mais novos praticam menos tempo e os mais velhos praticam com menor frequência uma actividade física.

"Na perspectiva da educação para a saúde, a prática de actividades físicas, é considerada um comportamento de saúde, similar a outros comportamentos de saúde (e.g. cuidados de saúde primários, alimentação, prevenção de consumos, prevenção de comportamentos sexuais de risco)" (Matos e Sardinha, 1999).

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TEMPO Mais tempo Rapazes / Mais velhos FREQUÊNCIA Maior frequência Rapazes / Mais novos

De seguida podemos verificar que, por semana, a maioria dos jovens pratica exercício

físico entre 1 a 4 dias. São os rapazes que praticam com maior frequência exercício físico e as raparigas mais frequentemente, não praticam nenhum tipo de exercício físico.

EXERCÍCIO DURANTE 20'

0 dias 1 a 4 dias 5 ou mais dias 16.8% 69.0% 14.1%

M F M F M F 9.0% 22.1% 69.2% 68.9% 21.7% 8.9%

11 16 11 16 11 16 31.7% 16.8% 46.3% 69.1% 22.0% 14.0%

EXERCÍCIOS DE FLEXIBILIDADE

0 dias 1 a 4 dias 5 ou mais dias 23.4% 63.1% 13.4%

M F M F M F 19.1% 26.3% 63.9% 62.7% 17.0% 11.0%

11 16 11 16 11 16 31.6% 23.0% 52.6% 63.6% 15.8% 13.4%

EXERCÍCIO PARA FORTALECER OU TONIFICAR OS MÚSCULOS

0 dias 1 a 4 dias 5 ou mais dias 31.2% 54.3% 14.5%

M F M F M F 19.9% 38.9% 57.6% 52.1% 22.5% 9.0%

11 16 11 16 11 16 35.0% 30.9% 47.5% 54.6% 17.5% 14.5%

CAMINHAR OU ANDAR DE BICICLETA DURANTE 30'

0 dias 1 a 4 dias 5 ou mais dias 20.0% 53.7% 26.3%

M F M F M F 16.6% 22.3% 57.6% 51.2% 25.8% 26.6%

11 16 11 16 11 16 24.4% 20.1% 43.9% 53.9% 31.7% 26.0%

Quadro 15- Exercício físico fora da escola: Tipo de exercício físico

Em relação a tipos específicos de exercícios, verifica-se que as raparigas e os mais

novos, durante a semana anterior ao preenchimento do inquérito, não tinham feito exercício ou praticado actividades físicas, durante pelo menos 20 minutos.

Os rapazes praticam com maior frequência exercícios de flexibilidade e exercícios para fortalecer ou tonificar os músculos, quando comparados com as raparigas.

EXERCÍCIO DURANTE 20' Maior frequência Rapazes EXERCÍCIOS DE FLEXIBILIDADE Maior frequência Rapazes EXERCÍCIO PARA FORTALECER OU TONIFICAR OS MÚSCULOS Maior frequência Rapazes CAMINHAR OU ANDAR DE BICICLETA DURANTE 30' Maior frequência Rapazes

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Durante uma semana de aulas, a maioria dos alunos refere ir às aulas de Educação Física. Os rapazes e os mais novos são aqueles que com maior frequência referem ir mais às aulas de Educação Física.

QUANTOS DIAS POR SEMANA VAIS ÁS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA 0 dias 1 a 4 dias 5 ou mais dias 9.2% 89.2% 1.6%

M F M F M F 9.9% 8.7% 87.5% 90.3% 2.5% 0.9%

11 16 11 16 11 16 4.9% 9.1% 82.9% 89.8% 12.2% 1.2%

Quadro 16 - Exercício físico: Frequência por semana das aulas de Edª Física

AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA POR SEMANA Maior frequência Rapazes / Mais novos

Em relação aos desportos de equipa organizados pela escola durante os últimos 12

meses, a maioria dos jovens refere que não praticou nenhum. As raparigas e os mais velhos referem mais frequentemente não terem praticado nenhum desporto de equipa e os rapazes e os mais novos referem com maior frequência terem praticado 3 ou mais jogos.

Também durante os últimos 12 meses, grande parte dos jovens refere que não praticou nehum desporto de equipa organizado fora da escola. São novamente as raparigas que referem mais frequentemente não terem praticado nenhum desporto de equipa organizado fora da escola e os rapazes e os mais novos referem com maior frequência terem praticado 3 ou mais jogos.

DESPORTOS DE EQUIPA ORGANIZADOS PELA ESCOLA Nenhum 1 jogo 2 jogos 3 ou mais jogos 53.7% 15.0% 9.5% 21.8%

M F M F M F M F 33.7% 67.1% 17.8% 13.2% 14.4% 6.2% 34.1% 13.5%

11 16 11 16 11 16 11 16 39.0% 54.4% 19.5% 15.0% 7.3% 9.4% 34.1% 21.2%

DESPORTOS DE EQUIPA ORGANIZADOS FORA DA ESCOLA

Nenhum 1 jogo 2 jogos 3 ou mais jogos 47.5% 13.7% 8.6% 30.2%

M F M F M F M F 23.4% 63.9% 14.7% 13.1% 12.3% 6.1% 49.7% 16.9%

11 16 11 16 11 16 11 16 43.9% 48.0% 9.8% 13.7% 2.4% 8.9% 43.9% 29.5%

Quadro 17 - Exercício físico: Jogos de equipa

DESPORTOS DE EQUIPA ORGANIZADOS PELA ESCOLA Maior frequência Rapazes / Mais novos DESPORTOS DE EQUIPA ORGANIZADOS FORA DA ESCOLA Maior frequência Rapazes / Mais novos

As modalidades desportivas mais praticadas pelos jovens inquiridos durante os últimos

6 meses e de forma regular foram: o futebol, o basquetebol, a ginástica, o voleibol e a natação.

MODALIDADE DESPORTIVA PRATICADA Futebol Basquetebol Andebol Ginástica Voleibol Atletismo 62.8% 35.7% 20.8% 34.9% 27.8% 21.2%

M F M F M F M F M F M F 78.2% 49.2% 36.7% 34.8% 21.6% 20.0% 25.5% 43.2% 25.0% 30.3% 24.1% 18.7%

11 16 11 16 11 16 11 16 11 16 11 16 62.6% 59.6% 35.5% 33.8% 15.7% 19.9% 40.3% 32.2% 21.4% 31.0% 21.5% 20.0%

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MODALIDADE DESPORTIVA PRATICADA Ténis Raguebi Karaté Judo Natação Equitação 10.2% 1.6% 5.5% 2.3% 22.3% 3.0%

M F M F M F M F M F M F 12.1% 8.5% 2.5% 0.8% 8.4% 3.0% 3.3% 1.4% 21.6% 22.9% 3.3% 2.7%

11 16 11 16 11 16 11 16 11 16 11 16 11.8% 7.9% 1.7% 1.3% 7.1% 4.6% 3.1% 1.7% 26.3% 18.8% 3.4% 2.5%

MODALIDADE DESPORTIVA PRATICADA

Vela Ciclismo B.T.T. Canoagem Surf Golfe 1.4% 20.7% 19.7% 2.4% 3.0% 1.6%

M F M F M F M F M F M F 2.3% 0.7% 23.5% 18.1% 33.0% 8.0% 3.4% 1.4% 5.2% 1.0% 2.7% 0.7%

11 16 11 16 11 16 11 16 11 16 11 16 1.6% 1.1% 21.5% 18.1% 17.6% 20.1% 2.6% 2.3% 3.0% 2.8% 2.4% 0.7%

MODALIDADE DESPORTIVA PRATICADA

Remo Boxe Hóquei Patinagem Culturismo Outro 1.3% 2.4% 4.4% 11.2% 3.4% 18.7%

M F M F M F M F M F M F 1.9% 0.8% 4.1% 1.0% 6.2% 2.9% 7.8% 14.2% 5.4% 1.7% 20.9% 16.8%

11 16 11 16 11 16 11 16 11 16 11 16 1.2% 1.4% 2.7% 2.2% 5.8% 3.2% 15.1% 7.3% 2.3% 4.7% 20.5% 17.4%

Quadro 18 - Exercício físico: Modalidades praticadas

Especificamente em relação a cada uma das modalidades praticadas nos últimos 6 meses e de forma regular, as raparigas referem mais frequentemente ter praticado ginástica, voleibol e patinagem. Os rapazes referem ter praticado futebol, atletismo, ténis, raguebi, karaté, judo, vela, ciclismo, B.T.T., canoagem, surf, golfe, remo, boxe, hóquei e culturismo.

Os mais novos referem mais frequentemente ter praticado futebol, ginástica, ténis, karaté, judo, natação, ciclismo, golfe, hóquei e patinagem e os mais velhos, andebol, voleibol, B.T.T. e culturismo.

MODALIDADE DESPORTIVA PRATICADA Futebol Rapazes / Mais novos Andebol Mais velhos Ginástica Raparigas / Mais novos Voleibol Raparigas / Mais velhos Atletismo Rapazes Ténis Rapazes / Mais novos Raguebi Rapazes Karaté Rapazes / Mais novos Judo Rapazes / Mais novos Natação Mais novos Vela Rapazes Ciclismo Rapazes / Mais novos B.T.T. Rapazes / Mais velhos Canoagem Rapazes Surf Rapazes Golfe Rapazes / Mais novos Remo Rapazes Boxe Rapazes Hóquei Rapazes / Mais novos Patinagem Raparigas / Mais novos Culturismo Rapazes / Mais velhos

3.2 TEMPOS LIVRES (TELEVISÃO E JOGOS DE COMPUTADOR)

Numerosos estudos examinaram o efeitos da televisão nas crianças e nos jovens, muitos deles centrados no impacto negativo das imagens violentas. Em anos recentes, a preocupação tem crescido ao incluir filmes disponíveis para vídeos e jogos de computador. Contudo o ver televisão é frequentemente visto como uma actividade passiva, requerendo no entanto algum grau de esforço cognitivo e mental. Por exemplo, espectadores têm mostrado

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estar atentos e envolvidos no processamento da mensagem e na compreensão do significado (Hawkins e Pingee, 1987), e os jovens têm provado a sua habilidade em perceber temas morais e em inferir mensagens subjacentes daquilo que estão a ver (Christianson, 1986, citado por Hickman, Roberts e Matos, 2000). Por outro lado, pesquisas recentes indicam um aumento de 3% a 15% em comportamentos agressivos entre os espectadores de programas de televisão violentos (Clark, 1993, citado por Hickman, Roberts e Matos, 2000). Os investigadores também encontraram uma relação entre o ver televisão em excesso e hábitos de dieta pobres e um estilo de vida sedentário (Felts, 1992, Groves, 1998, Robinson e Killen, 1995, citados por Hickman, Roberts e Matos, 2000). Ver TV prediz obesidade (Wiecha, Sobol, Dixit, Fox e Laird, 1999).

Ao pretenderem analisar os efeitos da violência dos jogos de computador, Miguéis, Soares, Ferreira, Carneiro e Esteves (2000) concluiram que jogar jogos violentos pode influenciar o estado emocional do jogador, nomeadamente aumentar, a curto prazo, pensamentos e sentimentos de hostilidade e aumentar a frequência cardíaca.

Segundo um estudo conduzido por Ferreira e Ribeiro (2000), as raparigas referem mais frequentemente não jogar jogos electrónicos do que os rapazes. Por sua vez os rapazes jogam mais horas por semana do que as raparigas.

Neste nosso estudo, relativamente às actividades de lazer (ver TV), a maior parte dos jovens passa entre meia-hora a 3 horas por dia, a ver televisão. São as raparigas e os mais velhos, aqueles que com maior frequência referem esta situação.

VER TV POR DIA Menos de ½ hora ½ hora a 3 horas 4 horas ou mais

10.3% 61.3% 28.4% M F M F M F

10.2% 10.3% 59.6% 62.8% 30.2% 26.8% 11 16 11 16 11 16

14.0% 9.4% 60.1% 63.0% 25.8% 27.5%

Quadro 19 - Actividades de lazer: Ver TV

São os rapazes que vêem televisão durante mais tempo e os mais novos durante menos tempo.

VER TV Mais tempo Rapazes

No que diz respeito às actividades de lazer (jogar computador), a maior parte dos

jovens joga computador menos de uma hora, por semana.

JOGAR COMPUTADOR POR SEMANA Menos de 1 hora 1 a 6 horas 7 horas ou mais

68.7% 26.0% 5.4% M F M F M F

53.5% 82.0% 36.7% 16.4% 9.7% 1.5% 11 16 11 16 11 16

70.7% 70.1% 25.4% 24.1% 4.0% 5.8%

Quadro 20 - Actividades de lazer: Jogar computador

São os rapazes e os mais velhos que mais tempo passam a jogar computador. As raparigas são aquelas que menos tempo passam, por semana, a jogar computador.

JOGAR COMPUTADOR Mais tempo Rapazes / Mais velhos

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FOTOGRAFIA Nº 4

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4. HÁBITOS ALIMENTARES E DE HIGIENE

A alimentação tem reconhecida importância no crescimento e desenvolvimento do ser humano (Loureiro, 1999), sendo esta, um dos factores que pode comprometer ou beneficiar a saúde (Baum e Posluszny, 1999).

De facto, os hábitos alimentares, ocupam um lugar de destaque na causa de inúmeras doenças que existem hoje em dia. O tipo de padrão alimentar adoptado pela sociedade ocidental (por exemplo, hipervalorização da carne, excesso de consumo de gorduras, sal, entre outros) tem vindo a reflectir-se no perfil de doença da população, com o aumento da prevalência de inúmeras doenças (diabetes mellitus, obesidade, doenças cardiovasculares, certos tipos de cancro, etc.) (Loureiro, 1999).

Torna-se assim importante analisar com profundidade as práticas alimentares, de modo a prevenir futuras implicações negativas para a saúde. Segundo Loureiro (1999), as pessoas devem ser informadas em relação às práticas alimentares, começando-se esta educação na infância, uma vez que é esta a melhor altura para se adquirirem boas práticas alimentares. Para tal, a autora considera que é necessário conhecer os factores que influem na tomada de decisão das pessoas, para depois poder ajudar às mudanças de comportamento.

Embora tenha havido grandes avanços no conhecimento científico na área da nutrição,

os comportamentos alimentares não têm tido uma melhoria correspondente (Loureiro, 1999). Apesar deste avanço científico na área da nutrição, o nível de conhecimento dos adolescentes sobre esta área, parece ser baixo. Num estudo realizado por Beech et al. (1999), que pretendia avaliar o nível de conhecimento sobre a nutrição, as atitudes e as práticas relacionadas com o consumo de frutas e vegetais, apenas cerca de 39% dos inquiridos demonstraram ter conhecimento correcto sobre o assunto. No entanto, apesar do nível de conhecimento e de consumo em relação aos frutos e vegetais ser baixo, as atitudes no que se refere às aprendizagens de práticas de saúde relacionadas com a alimentação foram favoráveis.

Ao mudar os hábitos alimentares de “prejudiciais” para “saudáveis” não só se estimula

o consumo de alimentos saudáveis e benéficos para a saúde como também se contribui para a compreensão de que uma boa alimentação está associada ao bem estar da pessoa, à sua imagem corporal, capacidade física e intelectual (Loureiro, 1999).

É também curioso verificar que o comportamento alimentar, mais ou menos saudável, está associado de uma forma algo coerente, com outras práticas que definem o estilo de vida (Loureiro, 1999).

Assim, pela contribuição que o ensino da alimentação pode dar à educação global de rapazes e raparigas deveriam existir políticas que assegurassem ambientes adequados para a educação alimentar nos programas escolares (Wein e Kien, 1987, citado por Loureiro, 1999).

Nos quadros seguintes, consideraremos os hábitos alimentares e os hábitos de

higiene. Podemos verificar, que a bebida mais consumida pelos jovens é o leite meio-gordo ou

gordo e a menos consumida é o leite magro. É de salientar ainda, que cerca de um quinto dos jovens bebe café diariamente, cerca de metade bebe coca-cola e outros refrigerantes, consome doces e bolos ou pastelaria. Também uma grande maioria consome diariamente fruta e mais de metade consome vegetais.

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CAFÉ

1 vez por dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca 20.5% 11.6% 67.9%

M F M F M F 22.8% 18.5% 12.7% 10.5% 64.5% 70.9%

11 16 11 16 11 16 11.7% 28.3% 6.2% 15.7% 82.1% 56.0%

COCA-COLA / REFRIGERANTES

1 vez por dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca 49.1% 21.1% 29.7%

M F M F M F 55.3% 43.7% 21.4% 20.9% 23.3% 35.4%

11 16 11 16 11 16 42.6% 52.0% 20.3% 20.9% 37.1% 27.1%

LEITE MAGRO

1 vez por dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca 18.3% 2.6% 79.1%

M F M F M F 20.6% 16.4% 2.8% 2.4% 76.6% 81.3%

11 16 11 16 11 16 19.2% 17.3% 2.8% 2.4% 78.0% 80.4%

LEITE ½ GORDO OU GORDO

1 vez por dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca 75.5% 4.2% 20.4%

M F M F M F 77.2% 73.9% 4.1% 4.2% 18.7% 21.8%

11 16 11 16 11 16 74.3% 75.9% 4.0% 4.6% 21.6% 19.5%

Quadro 21 - Hábitos alimentares: Bebidas

Os rapazes são os que referem mais frequentemente ser os maiores consumidores de

café, coca-cola ou outros refrigerantes e leite. Os mais velhos são também os maiores consumidores de café e coca-cola ou outros refrigerantes.

CAFÉ Maiores Consumos Rapazes / Mais velhos COCA-COLA Maiores Consumos Rapazes / Mais velhos LEITE MAGRO Maiores Consumos Rapazes LEITE ½ GORDO OU GORDO Maiores Consumos Rapazes

Os dados dos quadros seguintes permitem-nos verificar que existe um grande

consumo de doces e de bolos ou pastelaria, sendo os hamburgueres, os cachorros quentes ou as salsichas os alimentos menos consumidos.

DOCES 1 vez por dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca

57.4% 21.0% 21.6% M F M F M F

58.1% 56.7% 19.7% 22.2% 22.2% 21.1% 11 16 11 16 11 16

52.6% 57.5% 21.1% 22.4% 26.3% 20.1%

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BOLOS OU PASTELARIA 1 vez por dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca

52.1% 25.4% 22.4% M F M F M F

56.4% 48.4% 23.9% 26.8% 19.7% 24.8% 11 16 11 16 11 16

47.5% 58.7% 21.7% 24.0% 30.8% 17.2%

HAMBURGUERS, CACHORROS QUENTES OU SALSICHAS 1 vez por dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca

10.0% 28.9% 61.2% M F M F M F

12.7% 7.5% 32.6% 25.5% 54.7% 66.9% 11 16 11 16 11 16

10.6% 8.0% 23.7% 31.1% 65.7% 60.8%

BATATAS FRITAS (PACOTE) 1 vez por dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca

24.8% 32.7% 42.5% M F M F M F

29.7% 20.5% 33.3% 20.5% 37.0% 47.3% 11 16 11 16 11 16

25.4% 21.0% 31.8% 32.3% 42.8% 46.7%

BATATAS FRITAS 1 vez por dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca

27.5% 53.2% 19.2% M F M F M F

30.6% 24.8% 51.5% 54.8% 17.9% 20.4% 11 16 11 16 11 16

27.7% 25.7% 49.3% 57.2% 23.0% 17.0%

Quadro 22 - Hábitos alimentares: Doces, bolos, hamburgueres e batatas fritas

Os rapazes e os mais novos são os maiores consumidores de bolos ou pastelaria, de

hamburgueres, cachorros quentes ou salsichas e de batatas fritas. Os mais velhos afirmam mais frequentemente consumir doces.

DOCES Maiores Consumos Mais velhos BOLOS OU PASTELARIA Maiores Consumos Rapazes / Mais novos HAMBURGUERS Maiores Consumos Rapazes / Mais novos BATATAS FRITAS (PACOTE) Maiores Consumos Rapazes / Mais novos BATATAS FRITAS Maiores Consumos Rapazes

Em relação à fruta, pão e vegetais, verifica-se que o alimento mais consumido é a fruta,

sendo o pão o menos consumido.

FRUTA 1 vez por dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca

91.9% 3.2% 5.0% M F M F M F

90.7% 92.9% 3.6% 2.8% 5.7% 4.3% 11 16 11 16 11 16

93.0% 91.6% 2.2% 4.0% 4.8% 4.4%

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PÃO 1 vez por dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca

49.2% 8.7% 42.1% M F M F M F

52.5% 46.4% 8.9% 8.5% 38.6% 45.1% 11 16 11 16 11 16

53.1% 47.1% 7.9% 8.9% 39.0% 44.0%

VEGETAIS CRÚS 1 vez por dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca

60.6% 18.7% 20.7% M F M F M F

54.1% 66.3% 21.4% 16.3% 24.4% 17.4% 11 16 11 16 11 16

57.8% 62.1% 16.6% 21.8% 25.7% 16.1%

VEGETAIS COZINHADOS 1 vez por dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca

55.5% 27.1% 17.4% M F M F M F

51.1% 59.3% 29.3% 25.2% 19.6% 15.5% 11 16 11 16 11 16

58.8% 54.5% 22.2% 29.8% 19.0% 15.7%

Quadro 23 - Hábitos alimentares: Fruta, pão e vegetais

As raparigas referem consumir mais frequentemente fruta e vegetais e os rapazes, pão.

Os mais novos afirmam consumir mais pão e vegetais cozinhados, enquanto os mais velhos consomem mais vegetais crús.

FRUTA Maiores Consumos Raparigas PÃO Maiores Consumos Rapazes / Mais novos VEGETAIS CRÚS Maiores Consumos Raparigas / Mais velhos VEGETAIS COZINHADOS Maiores Consumos Raparigas / Mais novos

No que diz respeito aos hábitos de higiene e especificamente à lavagem dos dentes, a

grande maioria dos inquiridos lava os dentes uma vez por dia ou mais.

LAVAR OS DENTES 1 vez / dia ou mais 1 vez / semana Menos de 1 vez / semana

94.1% 4.0% 1.9% M F M F M F

90.7% 97.1% 6.1% 2.1% 3.1% 0.8% 11 16 11 16 11 16

93.4% 95.2% 4.9% 3.1% 1.7% 1.7%

Quadro 24 - Hábitos de higiene: Lavar os dentes

São as raparigas e os mais velhos que mais frequentemente referem lavar os dentes uma vez por dia ou mais e são os rapazes e os mais novos que referem mais frequentemente lavar os dentes pelo menos uma vez por semana.

LAVAR OS DENTES Maior frequência Raparigas / Mais velhos

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FOTOGRAFIA Nº 5

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5. BEM ESTAR E APOIO FAMILIAR

A adolescência inicia-se com a puberdade e prolonga-se até ao fim do crescimento físico e até adquirir as características pessoais e sociais, que ocorrem durante a segunda década de vida (Scheidt, Overpeck, Wyatt e Aszmann, 2000). É caracterizada por um rápido crescimento físico, mudanças significativas a nível físico e psicológico, e por um desenvolvimento nas relações pessoais. A adolescência, e as grandes e rápidas mudanças associadas, podem ter efeitos na saúde dos indivíduos; reciprocamente estas variações na saúde, podem afectar significativamente as mudanças da adolescência.

Sendo a adolescência um período conturbado e cheio de mudanças, torna-se

importante os indivíduos sentirem-se bem durante este período, visto que vai ser este bem estar, segundo DiClemente, Hansen e Ponton (1996), que lhes vai permitir reunir esforços para confrontar e superar os desafios. O grau de apoio e oportunidades disponíveis para os adolescentes, pode afectar o florescer do potencial dos adolescentes. Também o apoio fornecido pelos pais é de extrema importância. De facto, segundo Friedman (1999), o desenvolvimento humano não se pode dar sem estrutura. Esta estrutura é, não só suportada pelos pais, assim como pelas gerações mais velhas, os avós.

Consideraremos de seguida as questões relacionadas com o bem-estar e o apoio

familiar. No que diz respeito à percepção de bem-estar, a maioria dos jovens descreve-se como

feliz, mas refere já se ter sentido só.

SOLIDÃO Sim Não

77.3%% 22.7% M F M F

73.6% 80.7% 26.4% 19.3% 11 16 11 16

65.6% 86.2% 34.4% 13.8%

FELICIDADE Muito Feliz /Feliz Pouco Feliz /Infeliz

86.5% 13.5% M F M F

88.1% 85.1% 11.9% 14.9% 11 16 11 16

91.5% 83.1% 8.5% 16.9%

Quadro 25 - Percepção de bem-estar

A maioria dos jovens já sentiu em alguma altura solidão, sendo as raparigas e os mais

velhos aqueles que mais referem esta situação. Grande parte dos jovens sente-se feliz ou muito feliz. Os rapazes e os mais novos,

afirmam mais frequentemente que actualmente se sentem felizes.

SOLIDÃO Sim Raparigas / Mais velhos FELICIDADE Muito feliz /Feliz Rapazes / Mais novos

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No que diz respeito aos amigos, a maioria acha ser fácil ou muito fácil arranjar amigos. Os rapazes são aqueles que mais concordam com esta afirmação e, pelo contrário as raparigas são as que mais dizem ser difícil arranjar amigos.

Os rapazes referem mais frequentemente não ter amigos íntimos, enquanto que as raparigas referem preferencialmente ter um amigo íntimo.

FACILIDADE PARA ARRANJAR AMIGOS Muito fácil /Fácil Difícil /Pouco difícil

87.3% 12.7% M F M F

88.5% 86.2% 11.5% 13.8% 11 16 11 16

87.0% 87.0% 13.0% 13.0%

AMIGOS ÍNTIMOS Não tenho 1 2 ou mais

8.5% 17.6% 74.0% M F M F M F

10.6% 6.6% 15.1% 19.7% 74.3% 73.7% 11 16 11 16 11 16

8.2% 8.0% 18.5% 17.1% 73.3% 74.8%

Quadro 26 - Relação com os amigos

FACILIDADE PARA ARRANJAR AMIGOS Mais facilidade Rapazes AMIGOS ÍNTIMOS Um Raparigas

Em relação ao apoio social, a maioria dos jovens raramente ou nunca sente que é

posto de lado, raramente ou nunca se sente sem apoio e sempre ou frequentemente se sente confiante em si mesmo.

SENTES QUE ÉS POSTO DE LADO Sempre / Frequentemente Às vezes Raramente / Nunca

7.6% 27.3% 65.1% M F M F M F

7.4% 7.8% 24.8% 29.5% 67.8% 62.7% 11 16 11 16 11 16

8.4% 7.0% 21.9% 31.6% 69.7% 61.5%

SENTES-TE SEM APOIO Sempre / Frequentemente Às vezes Raramente / Nunca

7.6% 22.5% 69.9% M F M F M F

7.5% 7.6% 19.7% 25.0% 72.8% 67.4% 11 16 11 16 11 16

7.6% 7.7% 15.3% 27.9% 77.1% 64.4%

SENTES-TE CONFIANTE EM TI MESMO Sempre / Frequentemente Às vezes Raramente / Nunca

72.9% 19.7% 7.4% M F M F M F

77.8% 68.6% 16.0% 23.0% 6.2% 8.4% 11 16 11 16 11 16

78.9% 68.0% 14.3% 23.5% 6.8% 8.5%

Quadro 27 - Apoio social

Os rapazes e os mais novos referem que praticamente nunca se sentem postos de

lado e sem apoio.

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Em relação à auto-confiança, os rapazes e os mais novos referem com mais frequência sentirem-se sempre ou frequentemente confiantes em si. São os mais velhos que mais frequentemente referem raramente ou nunca se sentirem auto-confiantes.

SENTES QUE ÉS POSTO DE LADO Raramente / Nunca Rapazes / Mais novos SENTES-TE SEM APOIO Raramente / Nunca Rapazes / Mais novos SENTES-TE CONFIANTE EM TI MESMO Sempre / Frequentemente Rapazes / Mais novos

No que diz respeito à relação com a família, embora a grande maioria dos alunos ache

fácil falar com os pais, em especial com a mãe, um número menor mas preocupante refere dificuldades a este nível, sobretudo no diálogo com o pai.

Os mais novos acham mais fácil e os mais velhos mais difícil falar com a mãe e falar com o pai.

Os rapazes acham mais fácil e as raparigas mais difícil falar com o pai.

FALAR COM A MÃE Fácil Difícil Não falo /Não tenho

78.7% 19.7% 1.6% M F M F M F

78.8% 78.6% 19.5% 19.9% 1.7% 1.4% 11 16 11 16 11 16

86.0% 74.7% 12.6% 23.4% 1.4% 1.9%

FALAR COM O PAI Fácil Difícil Não falo /Não tenho

56.3% 38.0% 5.8% M F M F M F

64.9% 48.7% 29.8% 45.1% 5.2% 6.2% 11 16 11 16 11 16

66.3% 50.3% 28.4% 43.6% 5.3% 6.1%

FALAR COM IRMÃOS MAIS VELHOS Fácil Difícil Não falo /Não tenho

32.7% 14.7% 52.6% M F M F M F

37.7% 28.3% 11.8% 17.2% 50.5% 54.5% 11 16 11 16 11 16

31.2% 33.9% 14.8% 15.9% 54.0% 51.2%

FALAR COM IRMÃS MAIS VELHAS Fácil Difícil Não falo /Não tenho

30.5% 8.7% 60.8% M F M F M F

30.2% 30.7% 9.4% 8.1% 60.4% 61.2% 11 16 11 16 11 16

30.7% 30.8% 8.5% 8.1% 60.8% 61.1%

FALAR COM AMIGOS DO MESMO SEXO Fácil Difícil Não falo /Não tenho

87.6% 10.6% 1.8% M F M F M F

83.9% 90.8% 13.7% 8.0% 2.5% 1.2% 11 16 11 16 11 16

83.2% 90.4% 14.0% 8.6% 2.8% 1.0%

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52

FALAR COM AMIGOS DO SEXO OPOSTO Fácil Difícil Não falo /Não tenho

58.5% 37.2% 4.3% M F M F M F

64.2% 53.6% 31.2% 42.4% 4.6% 4.0% 11 16 11 16 11 16

44.3% 70.3% 48.3% 27.8% 7.5% 1.9%

Quadro 28 - Relação com a família e amigos

Cerca de um terço dos jovens acha fácil falar com os irmãos /irmãs mais velhos, mas são as raparigas que referem mais frequentemente ser difícil falar com os irmãos mais velhos sobre os temas que as preocupam. Em relação a falar com amigos do mesmo sexo sobre os temas que os preocupam, são as raparigas e os mais velhos que se sentem mais à vontade. Mais díficil é esta situação, referida com mais frequência pelos rapazes e pelos mais novos. Quando se fala com amigos do sexo oposto, são os rapazes e os mais velhos que mais frequentemente referem ser fácil e são as raparigas e os mais novos que se sentem menos à vontade para o fazerem.

FALAR COM A MÃE Fácil Mais novos FALAR COM O PAI Fácil Rapazes / Mais novos FALAR COM IRMÃOS MAIS VELHOS Fácil Rapazes FALAR COM AMIGOS DO MESMO SEXO Fácil Raparigas / Mais velhos FALAR COM AMIGOS DO SEXO OPOSTO Fácil Rapazes / Mais velhos

A maioria dos jovens inquiridos considera que se tivessem problemas na escola, os

pais estariam sempre ou frequentemente prontos a ajudar. São os mais novos quem mais refere esta situação e são os mais velhos que mais discordam .

Cerca de um terço refere que os pais raramente ou nunca vão voluntariamente à escola falar com os professores, sendo as raparigas e os mais velhos que mais frequentemente referem esta situação. O contrário é referido pelos rapazes e pelos mais novos.

PAIS PRONTOS PARA AJUDAR Sempre / Frequentemente Às vezes Raramente / Nunca

90.9% 6.0% 3.1% M F M F M F

91.6& 90.4% 5.5% 6.4% 3.0% 3.2% 11 16 11 16 11 16

94.1% 88.4% 3.9% 7.6% 2.0% 4.0%

PAIS VÊM À ESCOLA FALAR COM OS PROFESSORES Sempre / Frequentemente Às vezes Raramente / Nunca

46.9% 26.5% 26.6% M F M F M F

51.8% 42.6% 25.5% 27.3% 22.7% 30.1% 11 16 11 16 11 16

53.2% 40.4% 23.3% 27.9% 23.4% 31.7%

PAIS ENCORAJAM A TER BONS RESULTADOS Sempre / Frequentemente Às vezes Raramente / Nunca

88.8% 7.0% 4.2% M F M F M F

89.7% 88.0% 6.3% 7.6% 4.0% 4.4% 11 16 11 16 11 16

91.1% 87.5% 5.7% 7.8% 3.2% 4.8%

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PAIS ESPERAM DEMAIS DE MIM DA ESCOLA Sempre / Frequentemente Às vezes Raramente / Nunca

57.9% 21.8% 20.4% M F M F M F

66.8% 53.5% 19.7% 23.6% 17.7% 22.9% 11 16 11 16 11 16

59.4% 55.1% 16.7% 26.6% 23.9% 18.3%

Quadro 29 - Pais em relação à escola

A maioria dos jovens afirma que os pais os encorajam a ter bons resultados. Esta situação é referida mais frequentemente pelos rapazes e pelos mais novos.

Mais de metade dos alunos considera que os seus pais esperam demais deles em relação à escola. Aqueles que mais frequentemente referem esta situação são os rapazes e os mais novos.

PAIS PRONTOS PARA AJUDAR Sempre / Frequentemente Mais novos PAIS VÊM À ESCOLA FALAR COM OS PROFESSORES Sempre / Frequentemente Rapazes / Mais novos PAIS ENCORAJAM A TER BONS RESULTADOS Sempre / Frequentemente Rapazes / Mais novos PAIS ESPERAM DEMAIS DE MIM DA ESCOLA Sempre / Frequentemente Rapazes / Mais novos

Cerca de um terço dos jovens refere ter quarto próprio e mais de metade afirma que o

nível financeiro da família é bom. Cerca de um quinto dos jovens refere não ter feito uma viagem de férias com a família

no ano passado e a grande maioria, afirma ter carro de família.

QUARTO PRÓPRIO Sim Não

67.7% 32.3% M F M F

69.7% 65.9% 30.3% 34.1% 11 16 11 16

65.7% 69.5% 34.3% 30.5%

NÍVEL FINANCEIRO DA FAMÍLIA Muito bem / Bem Média Não muito bem / Nada bem

53.2% 39.7% 7.1% M F M F M F

53.7% 52.7% 39.1% 40.3% 7.2% 7.0% 11 16 11 16 11 16

54.3% 43.2% 28.2% 48.1% 5.4% 8.7%

VIAGENS DE FÉRIAS COM A FAMÍLIA Nunca 1 vez 2 vezes Mais do que 2 vezes 21.4% 30.1% 20.1% 28.3%

M F M F M F M F 19.3% 23.3% 29.6% 30.5% 20.9% 19.5% 30.3% 26.6%

11 16 11 16 11 16 11 16 17.4% 26.0% 27.6% 34.0% 20.0% 18.1% 35.0% 21.9%

CARRO DE FAMÍLIA

Não 1 carro 2 ou mais 8.9% 45.4% 45.8%

M F M F M F 8.1% 9.6% 41.9% 48.5% 50.1% 41.9%

11 16 11 16 11 16 7.4% 9.4% 46.2% 45.6% 46.4% 45.0%

Quadro 30 - Condições de vida familiar

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FOTOGRAFIA Nº 6

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6. AMBIENTE NA ESCOLA

Um ambiente escolar promotor de saúde e de apoio deve ser considerado um recurso

para o desenvolvimento de comportamentos de aumento de saúde, saúde e bem estar

subjectivo, enquanto que um ambiente sem apoio pode constituir um risco (Samdal e Dür,

2000).

NA ESCOLA: OS ALUNOS TOMAM PARTE NA DECISÃO DE REGRAS

Concordo Não sei Discordo 35.2% 28.7% 36.1%

M F M F M F 36.8% 33.9% 26.4% 30.7% 36.9% 35.4%

11 16 11 16 11 16 39.3% 31.9% 26.5% 32.4% 34.2% 35.7%

NA ESCOLA: OS ESTUDANTES SÃO TRATADOS COM SEVERIDADE

Concordo Não sei Discordo 39.9% 19.6% 40.5%

M F M F M F 42.2% 38.0% 20.0% 19.1% 37.8% 42.8%

11 16 11 16 11 16 35.4% 39.9% 21.8% 19.4% 42.8% 40.7%

NA ESCOLA: AS REGRAS SÃO JUSTAS

Concordo Não sei Discordo 66.2% 11.5% 22.4%

M F M F M F 62.6% 69.4% 12.3% 10.8% 25.2% 19.8%

11 16 11 16 11 16 76.6% 61.3% 8.1% 14.3% 15.3% 24.4%

Quadro 31 - Vida escolar: Regras

DECISÃO DAS REGRAS Concordo Rapazes / Mais novos SEVERIDADE Concordo Rapazes / Mais velhos REGRAS JUSTAS Concordo Raparigas / Mais novos

No presente estudo, em relação às regras da escola, as opiniões dos alunos estão

muito divididas.

Os rapazes acham que os alunos tomam parte na decisão das regras, acham que os

alunos são tratados com severidade e acham que as regras da escola não são justas. Por seu

lado, as raparigas referem mais frequentemente não saber se os alunos tomam parte na

decisão das regras, concordar que os alunos não são tratados com severidade e acham que as

regras da escola são justas.

Os mais novos acham que os alunos tomam parte na decisão das regras e que as

regras da escola são justas. Os mais velhos afirmam não saber se os alunos tomam parte na

decisão das regras, acham que os alunos são tratados com severidade e não sabem ou acham

que as regras da escola não são justas.

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A ESCOLA: É UM BOM LUGAR PARA SE ESTAR Concordo Não sei Discordo

73.6% 5.9% 20.5% M F M F M F

69.8% 76.9% 7.2% 4.8% 23.0% 18.3% 11 16 11 16 11 16

78.3% 73.0% 5.5% 5.8% 16.2% 21.2%

A ESCOLA: SINTO QUE PERTENÇO À ESCOLA Concordo Não sei Discordo

75.5% 7.8% 16.7% M F M F M F

72.8% 77.9% 9.1% 6.6% 18.2% 15.5% 11 16 11 16 11 16

79.9% 73.1% 7.2% 8.5% 12.9% 18.3%

IR À ESCOLA É ABORRECIDO Sempre / Frequentemente Às vezes Raramente / Nunca

18.0% 40.6% 40.5% M F M F M F

25.0% 13.6% 39.7% 41.4% 35.4% 45.1% 11 16 11 16 11 16

12.8% 22.4% 26.3% 49.1% 60.8% 28.5%

Quadro 32 - Vida escolar: Ambiente

Apesar de um quarto dos jovens ter dúvidas ou achar que a escola não é um bom lugar

para se estar, a maioria acha o contrário.

As raparigas afirmam mais frequentemente que a escola é um bom lugar para se estar,

que sentem que pertencem à escola e que ir à escola não é aborrecido, pelo contrário, os

rapazes e os mais velhos não concordam.

ESCOLA BOM LUGAR PARA ESTAR Concordo Raparigas / Mais novos PERTENÇO À ESCOLA Concordo Raparigas / Mais novos IR À ESCOLA É ABORRECIDO Raramente / Nunca Raparigas/ Mais novos

6.1 AMIGOS

Os companheiros da escola podem proporcionar oportunidades para as interacções

sociais, apoio emocional e ajuda tanto nas situações académicas como nas sociais (Hirsch e

DuBois, 1989, citado por Samdal e Dür, 2000). Um grande nível de apoio percebido pelo

estudante pode sugerir que estes se sintam fortemente integrados e aceites pelos seus pares.

Assim, o sentido de pertença é uma importante parte das relações dos estudantes, quando a

interacção lhes permite simplesmente gostar de estar com outros adolescentes (Baumeister e

Leary, 1995, Berndt, 1989, citados por Samdal e Dür, 2000).

A maioria dos jovens afirma que os alunos da sua turma gostam de estar juntos. São

os rapazes e os mais novos que mais referem esta situação e são as raparigas e os mais

velhos que mais discordam dela.

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OS ALUNOS DA MINHA TURMA GOSTAM DE ESTAR JUNTOS Muitas vezes Às vezes Raramente ou nunca

85.1% 5.4% 9.5% M F M F M F

88.1% 82.5% 4.5% 6.2% 7.4% 11.3% 11 16 11 16 11 16

85.9% 82.2% 6.0% 6.1% 8.1% 11.8%

OS MEUS COLEGAS SÃO SIMPÁTICOS E PRESTÁVEIS Concordo Não sei Discordo

87.3% 3.7% 8.9% M F M F M F

88.0% 86.7% 4.3% 3.2% 7.7% 10.0% 11 16 11 16 11 16

87.1% 89.1% 3.5% 3.4% 9.4% 7.5%

OS MEUS COLEGAS ACEITAM-ME COMO EU SOU Concordo Não sei Discordo

85.0% 9.5% 5.5% M F M F M F

86.5% 83.7% 8.3% 10.5% 5.2% 5.8% 11 16 11 16 11 16

85.2% 86.2% 8.2% 10.0% 6.6% 3.8%

Quadro 33 - Amigos: Alunos da turma

A maioria dos alunos acha que os seus colegas são simpáticos e prestáveis, ideia esta

expressa mais frequentemente pelos mais velhos. Os rapazes são os que mais dúvidas têm

quanto a esta questão e as raparigas e os mais novos não concordam que os colegas sejam

simpáticos e prestáveis.

Também uma maioria dos jovens inquiridos refere que os colegas os aceitam como

são. Os rapazes concordam com esta opinião, os mais novos discordam e as raparigas e os

mais velhos não sabem .

ALUNOS GOSTAM DE ESTAR JUNTOS Concordo Rapazes / Mais novos OS MEUS COLEGAS SÃO SIMPÁTICOS E PRESTÁVEIS Concordo Mais velhos OS MEUS COLEGAS ACEITAM-ME COMO EU SOU Concordo Rapazes

Um quarto dos jovens diz já ter acontecido os colegas não quererem ficar com eles na

escola e acabarem por ficar sozinhos. São os mais velhos que mais frequentemente referem

nunca terem passado por esta situação.

Depois das aulas, grande parte dos alunos fica com os amigos. Os rapazes e os mais

velhos ficam mais frequentemente com os amigos depois das aulas e as raparigas e os mais

novos referem ficar apenas uma vez ou menos por semana.

OS COLEGAS NÃO QUISERAM FAZER COMPANHIA NA ESCOLA

Não aconteceu Algumas vezes 1 ou mais vezes /semana 74.5% 23.0% 2.5%

M F M F M F 74.7% 74.3% 22.8% 23.2% 2.5% 2.5%

11 16 11 16 11 16 71.5% 76.1% 25.4% 22.2% 3.1% 1.7%

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FICAR COM OS AMIGOS DEPOIS DAS AULAS SAIR COM OS AMIGOS Não tenho 1 vez /semana ou menos 2 a 5 vezes /semana Média-sair à noite*

0.6% 29.1% 70.3% 2.3% M F M F M F M F

0.7% 0.6% 23.8% 33.8% 75.6% 65.6% 2.6% 1.9% 11 16 11 16 11 16 11 16

0.8% 0.4% 34.1% 27.5% 65.1% 72.0% 2.3% 2.2% * t-test - apenas foram incluídos na análise os sujeitos que saem à noite

Quadro 34 - Relação com os amigos

Dos jovens que saem à noite com os amigos durante a semana, os rapazes referem

sair mais vezes.

OS COLEGAS NÃO QUISERAM FAZER COMPANHIA NA ESCOLA Não aconteceu Mais velhos FICAR COM OS AMIGOS Maior frequência Rapazes / Mais velhos SAIR À NOITE COM OS AMIGOS Mais saídas Rapazes

6.2 PROFESSORES

As respostas individuais e o acompanhamento dos professores podem fazer sentir aos

estudantes que os professores se interessam por eles. Este tipo de «feedback» pessoal pode

promover nos estudantes uma auto-estima global,além disso, um grande nível de apoio dos

professores em assuntos académicos pode ajudar os estudantes a lidar melhor com as tarefas

académicas, que por sua vez pode aumentar tanto o interesse, como a realização na escola

(Wentzel, 1998, citado por Samdal e Dür, 2000).

A grande maioria dos alunos é de opinião que os seus professores pensam que ele

(aluno) tem uma capacidade boa ou média, quando comparada com a dos outros alunos.

O QUE OS MEUS PROFESSORES ACHAM DAS MINHAS CAPACIDADES

Muito bom Bom / médio Inferior à média 6.1% 89.4% 4.5%

M F M F M F 6.5% 5.7% 88.4% 90.4% 5.1% 3.9%

11 16 11 16 11 16 10.4% 3.5% 86.2% 91.0% 3.4% 5.5%

Quadro 35 - Professores: O que pensam das minhas capacidades

São os alunos mais novos que mais referem que os seus professores acham que as

suas capacidades são muito boas. Os alunos do sexo feminino acham que os professores

pensam que as suas capacidades são boas ou médias e os do sexo masculino e os alunos

mais velhos referem com maior frequência que os seus professores acham que as suas

capacidades são inferiores à média.

O QUE OS MEUS PROFESSORES ACHAM DAS MINHAS CAPACIDADES Muito bom Mais novos

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Em relação aos professores, cerca de um quarto dos alunos inquiridos afirma não

saber ou não concordar que os professores os encorajam a expressar os seus pontos de vista.

Quem mais refere que os professores não os encorajam são as raparigas e os mais velhos. Os

mais novos acham o contrário.

Também um quarto dos jovens refere que discorda ou que não sabe, se os professores

os tratam com justiça. São os rapazes que mais referem não concordar que os professores os

tratem com justiça e são os mais novos, pelo contrário, que defendem a ideia de que os

professores os tratam com justiça. Os mais velhos são os mais indecisos neste assunto.

A maioria dos alunos concorda que quando precisam de ajuda dos professores, podem

tê-la. As raparigas e os mais novos são aqueles que mais concordam com esta opinião e são

os rapazes e os mais velhos que mais frequentemente referem discordar.

PROFESSORES: ENCORAJAM-ME A EXPRESSAR OS MEUS PONTOS DE VISTA

Concordo Não sei Discordo 73.8% 8.5% 17.7%

M F M F M F 74.2% 73.4% 9.3% 7.8% 16.5% 18.8%

11 16 11 16 11 16 76.9% 72.7% 8.4% 7.3% 14.8% 20.0%

PROFESSORES: TRATAM-NOS COM JUSTIÇA

Concordo Não sei Discordo 74.7% 9.1% 16.2%

M F M F M F 74.1% 75.2% 8.6% 9.6% 17.4% 15.1%

11 16 11 16 11 16 77.4% 73.6% 7.1% 10.3% 15.5% 16.1%

PROFESSORES: QUANDO PRECISO DE AJUDA POSSO TÊ-LA

Concordo Não sei Discordo 85.9% 7.0% 7.2%

M F M F M F 83.8% 87.7% 7.4% 6.6% 8.8% 5.7%

11 16 11 16 11 16 91.5% 81.8% 4.2% 9.6% 4.3% 9.2%

PROFESSORES: INTERESSAM-SE POR MIM COMO PESSOA

Concordo Não sei Discordo 68.7% 21.6% 9.6%

M F M F M F 68.9% 68.6% 19.7% 23.3% 11.3% 8.1%

11 16 11 16 11 16 79.5% 60.6% 13.7% 28.2% 6.9% 11.2%

PROFESSORES: ESPERAM DEMAIS DE MIM EM RELAÇÃO À ESCOLA

Concordo Não sei Discordo 56.3% 27.4% 16.3%

M F M F M F 60.3% 52.8% 23.4% 31.0% 16.3% 16.2%

11 16 11 16 11 16 57.8% 53.8% 23.7% 30.4% 18.5% 15.8%

Quadro 36 - Professores

A maioria dos jovens considera que os professores se interessam por eles como

pessoas. As raparigas e os mais velhos não têm opinião sobre este assunto. Os rapazes e os

mais velhos afirmam mais frequentemente que os professores não se interessam por eles. Os

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alunos mais novos referem com maior frequência que os professores se interessam por eles

como pessoas.

Mais de metade dos alunos refere que os professores esperam demais deles em

relação à escola. São os rapazes e os mais novos que com mais frequência o referem. São

também os mais novos que mais discordam e são as raparigas e os mais velhos que com

maior frequência afirmam não saber.

PROFESSORES: ENCORAJAM-ME A EXPRESSAR OS MEUS PONTOS DE VISTA Concordo Mais novos PROFESSORES: TRATAM-NOS COM JUSTIÇA Concordo Mais novos PROFESSORES: QUANDO PRECISO DE AJUDA POSSO TÊ-LA Concordo Raparigas / Mais novos PROFESSORES: INTERESSAM-SE POR MIM COMO PESSOA Concordo Mais novos PROFESSORES: ESPERAM DEMAIS DE MIM EM RELAÇÃO À ESCOLA Concordo Rapazes / Mais novos

Cerca de dois terços dos alunos inquiridos afirma sentir-se pressionado com os

trabalhos da escola.

PRESSIONADOS COM OS TRABALHOS DA ESCOLA

Não Um pouco Muito 32.2% 51.9% 15.8%

M F M F M F 27.9% 35.7% 53.3% 50.9% 18.8% 13.4%

11 16 11 16 11 16 43.5% 27.6% 42.4% 55.0% 14.1% 17.4%

Quadro 37 - Pressionados com os trabalhos da escola

São os rapazes e os mais velhos que mais frequentemente referem se sentirem

pressionados com os trabalhos da escola e, pelo contrário, são as raparigas e os mais novos

que também com mais frequência referem não se sentirem pressionadas com os trabalhos da

escola que têm que fazer.

PRESSIONADOS COM OS TRABALHOS DA ESCOLA Não Raparigas / Mais novos

6.3 VIOLÊNCIA

Nos factores de risco referidos por DiClemente, Hansen e Ponton (1996) está incluída

a violência.

Através de um questionário anónimo, Singer e Miller (1999) avaliaram 2245 crianças de

escolas públicas do 3º ao 8º ano de escolaridade, sobre comportamentos violentos. Uma

combinação factores demográficos, monitorização parental, hábitos de ver televisão e

exposição à violência, explicam 45% dos comportamentos violentos dos estudantes. Falta de

monitorização parental (i.e., conhecimento das actividades das crianças, horas de recolher, e

consequências por quebrar as regras) e exposição à violência são os factores que mais

explicam os comportamentos violentos. Os estudantes relataram ter testemunhado violência

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mais frequentemente na escola do que em sua casa ou no seu bairro, indiferentemente da sua

área geográfica.

Ainda segundo Herrenkohl et al. (2000), a hiperactividade (segundo classificação dos

pais), a baixa realização académica, a delinquência no grupo de amigos e a facilidade de

acesso a drogas no bairro predizem a violência nos 10, 14 e 16 anos de idade. Os jovens

expostos a múltiplos riscos têm notavelmente mais probabilidade do que outros a envolver-se

em violência .

Sege, Stringham, Short e Griffith (1999) verificaram que o sexo masculino, fumar

cigarros, álcool, uso de outras drogas, relações pobres com os pais, não estar na escola ou

fracasso na escola e histórias de brigas no último ano, predizem lesões relacionadas com a

violência. O número de brigas no último ano aparenta ter efeito no risco de subsequentes

lesões relacionadas com a violência. Estes autores sugerem ainda que um instrumento de

despiste consistindo em itens que dizem respeito ao «status» escolar, ao uso de drogas, e a

histórias passadas de brigas pode ser usado para verificar o risco de lesões futuras

relacionadas com a violência.

A luta tem sido apresentada como um marco para outros problemas de comportamento

nos adolescentes (Sege, Stringham, Short e Griffith, 1999).

De acordo com o Youth Risk Behavior Survey (1998), os adolescentes que transportam

armas envolvem-e mais frequentemente em lutas físicas, do que aqueles que não transportam

armas.

Simon, Crosby e Dahlberg (1999) afirmam que o género, os níveis de educação

parental baixos, o uso de substâncias na área da escola, o envolvimento em lutas físicas, a

exposição ao crime e violência na escola,a frequência de andar com uma arma, e o andar com

uma arma de fogo distingue os estudantes que andam com armas na área da escola daqueles

que andam com armas fora da área da escola. Ou seja, sugerem estes autores com este

estudo que o andar com uma arma na área da escola está associado quer com características

individuais quer com características relacionadas com o ambiente da escola.

DuRant, Krowchuk, Kreiter, Sinal e Woods (1999) realizaram um estudo que explora a

associação entre transportar uma arma na escola e outros indicadores de comportamentos de

risco de saúde entre crianças da escola básica tal como o início do consumo de substâncias.

Entre as conclusões do estudo verificou-se que as crianças das escolas básicas transportam,

mais provavelmente para a escola uma faca ou um bastão do que uma arma de fogo. As

crianças que iniciam o consumo de substâncias precocemente e consomem substâncias

frequentemente, apresentam uma maior probabilidade de transportar armas de fogo ou outras

armas para as escolas.

De acordo com os resultados de um estudo de O'Donnell et al. (1999), os programas

escolares, quando levados a cabo com intensidade suficiente, que unam os serviços da

comunidade com um currículo de saúde na turma podem ter um impacto significativo nos

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comportamentos violentos de uma população de jovens adolescentes com alto risco para

serem tanto agressores como vítimas de violência de pares.

Após um projecto de prevenção da violência conduzido pelos jovens e realizado na

escola (Carroll, Hébert e Roy, 1999), concluiu-se que as actividades de promoção da saúde

conduzidas pelos jovens proporcionam excelentes oportunidades para os jovens se tornarem

envolvidos e capazes de participar na prevenção da violência. Com efeito, uma das estratégias

eficazes para a prevenção da violência foi, neste estudo, proporcionar oportunidades aos

estudantes de planearem actividades relacionadas com a saúde, desenvolvendo a sua atenção

para a importância da prevenção da violência e identificando maneiras de lidar com o

problema.

Passando às questões relacionadas com a violência na escola e acidentes em meio

escolar.

Um número significativo de jovens já se envolveu pelo menos uma vez em

provocações, quer como "provocador", quer como "provocado".

PROVOCAR

Não fui 1 vez /período a 1 vez /semana Várias vezes /semana 63.8% 34.6% 1.6%

M F M F M F 54.4% 72.1% 43.1% 27.0% 2.5% 0.8%

11 16 11 16 11 16 63.0% 75.0% 35.6% 28.1% 1.5% 1.4%

SER PROVOCADO

Não fui 1 vez /período a 1 vez /semana Várias vezes /semana 52.6% 43.5% 3.9%

M F M F M F 42.0% 61.9% 52.8% 35.3% 5.2% 2.8%

11 16 11 16 11 16 46.8% 63.3% 47.2% 35.1% 6.0% 1.7%

Quadro 38 - Violência

As raparigas e os mais velhos referem com maior frequência não serem provocados

nem tomarem parte em provocações a outros estudantes.

Os rapazes e os mais novos envolvem-se mais frequentemente em provocações quer

como "provocador" quer como "provocado".

PROVOCAR Maior frequência Rapazes SER PROVOCADO Maior frequência Rapazes / Mais novos

Cerca de um terço dos jovens referem já terem tido a sensação de não estarem

seguros na escola. Destes são as raparigas e os mais velhos que mais frequentemente

referem só se sentirem seguros na escola às vezes e os rapazes referem que raramente ou

nunca se sentem seguros na escola.

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SENTIR-SE SEGURO NA ESCOLA Sempre / Frequentemente Às vezes Raramente / Nunca

65.0% 28.0% 7.1% M F M F M F

65.1% 64.9% 26.2% 29.6% 8.8% 5.6% 11 16 11 16 11 16

67.8% 65.8% 25.1% 28.0% 7.2% 6.3%

Quadro 39 - Segurança na escola

SENTIR-SE SEGURO NA ESCOLA Não Rapazes

Quando questionados sobre o seu envolvimento ou não numa luta nos últimos doze

meses, cerca de um terço afirma ter estado envolvido numa luta. Aqueles que mais se

envolveram em lutas foram os rapazes e os mais novos e, pelo contrário, as raparigas e os

mais velhos referem mais frequentemente não terem estado envolvidos em lutas.

ENVOLVIMENTO NUMA LUTA NOS ÚLTIMOS 12 MESES Não 1 a 3 vezes 4 ou mais vezes

66.7% 27.7% 5.6% M F M F M F

49.0% 82.4% 41.3% 15.7% 9.7% 1.9% 11 16 11 16 11 16

61.9% 75.0% 31.0% 21.3% 7.1% 3.7%

COM QUEM É QUE LUTASTE Desconhecido Pai, Mãe, etc Namorado/a Amigo/Conhecido Outros + que 1

7.7% 3.8% 1.4% 20.2% 3.7% 2.0% M F M F M F M F M F M F

13.8% 2.3% 3.1% 4.4% 1.5% 1.3% 31.4% 10.4% 4.8% 2.8% 2.7% 1.3%

11 16 11 16 11 16 11 16 11 16 11 16

6.0% 8.0% 3.6% 3.5% 1.8% 1.3% 23.9% 15.4% 2.2% 4.3% 1.9% 1.7%

Quadro 40 - Violência: Envolvimento numa luta e pessoa com quem se lutou

Daqueles que afirmaram terem lutado, uma grande parte fê-lo com um amigo ou um

conhecido. São os rapazes e os mais novos que mais referem esta situação. Os rapazes e os

mais velhos também referem com mais frequência terem lutado com um desconhecido e as

raparigas com um membro da família.

ENVOLVIMENTO NUMA LUTA NOS ÚLTIMOS 12 MESES Sim Rapazes / Mais novos COM QUEM É QUE LUTASTE Amigo / Conhecido Rapazes / Mais novos

Dos alunos que estiveram envolvidos numa luta, 14% sofreram pelo menos uma vez

uma lesão que necessitou de tratamento. São os rapazes e os mais novos que mais afirmam já

terem passado por esta situação.

LESAO COM NECESSIDADE DE TRATAMENTO Não estive 1 a 3 vezes 4 ou mais vezes

86.3% 13.2% 0.6% M F M F M F

77.8% 93.5% 21.1% 6.4% 1.1% 0.1% 11 16 11 16 11 16

85.0% 89.6% 14.4% 9.9% 0.6% 0.5%

Quadro 41 - Violência: Lesão com necessidade de tratamento

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ACIDENTES GRAVES Sim Rapazes / Mais novos

Em relação aos trinta dias anteriores ao preenchimento do inquérito, alguns alunos

tinham andado com uma arma (navalha ou pistola) para defesa pessoal. Os rapazes e os mais

velhos são os que mais frequentemente confirmam terem andado com uma arma e as

raparigas e os mais novos, pelo contrário, referem mais vezes não terem andado com armas.

ANDAR COM UMA ARMA DE DEFESA PESSOAL Não andei 1 a 5 dias 6 ou mais dias

93.5% 4.0% 2.6% M F M F M F

87.4% 98.8% 7.4% 0.9% 5.2% 0.2% 11 16 11 16 11 16

95.2% 92.8% 3.6% 3.9% 1.2% 3.3%

Quadro 42 - Violência: Andar com arma de defesa pessoal

ANDAR COM UMA ARMA DE DEFESA PESSOAL Sim Rapazes / Mais velhos

Relativamente à prevenção de acidentes, através do uso do cinto de segurança

quando andam de carro e do uso de capacete quando andam de bicicleta, a maioria coloca o

cinto de segurança, mas raramente ou nunca usa capacete.

USAR CINTO DE SEGURANÇA Sempre/Frequentemente Ás vezes Raramente/Nunca Não há cinto

84.1% 11.2% 3.2% 1.5% M F M F M F M F

82.7% 85.4% 12.0% 10.5% 4.1% 2.4% 1.3% 1.7% 11 16 11 16 11 16 11 16

78.5% 88.8% 14.7% 8.4% 4.1% 2.3% 2.7% 0.5%

USAR CAPACETE NA BICICLETA Sempre/Frequentemente Ás vezes Raramente/Nunca Não ando

7.0% 7.7% 70.9% 14.3% M F M F M F M F

7.5% 6.7% 8.9% 6.7% 75.9% 66.5% 7.8% 20.2% 11 16 11 16 11 16 11 16

10.7% 5.4% 12.0% 4.0% 65.4% 72.7% 11.9% 17.9%

Quadro 43 - Prevenção de acidentes: Cinto de segurança e capacete na bicicleta

Aqueles que mais frequentemente referem usar cinto de segurança são as raparigas e

os mais velhos, enquanto que os mais novos só usam cinto de segurança às vezes e os

rapazes e, também, os mais novos raramente ou nunca usam.

Os que usam sempre ou frequentemente o capacete quando andam de bicicleta são os

mais novos. Mas são os rapazes e os mais velhos que raramente ou nunca usam capacete, e

os rapazes e os mais novos que só usam às vezes. As raparigas e os mais velhos são os que

com mais frequência referem não andar de bicicleta.

USAR CINTO DE SEGURANÇA Sim Raparigas / Mais velhos USAR CAPACETE NA BICICLETA Sim Mais novos

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FOTOGRAFIA Nº 7

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7. IMAGEM PESSOAL

A Imagem Pessoal está relacionada com a percepção do corpo. Nos adolescentes, o corpo é um factor de extrema importância e influencia o peso desejado pelos adolescentes.

Segundo um estudo de Bergström, Stenlund e Svedjehäl (2000) cerca de 95% dos

rapazes e 96% das raparigas, sobrestimaram o tamanho do seu corpo. Estes dados apoiam o estudo de Strauss (1999), onde 52% das raparigas e cerca 25% dos rapazes que se consideravam com excesso de peso, estavam dentro ou abaixo do peso normal.

Esta sobrestimativa de peso faz com que os jovens adoptem comportamentos de

controlo e perda de peso que são prejudiciais à sua saúde. Alguns dos comportamentos mais referenciados por diferentes autores são: o consumo de tabaco como forma de controlar peso (Tomeo, Field e Berkey, 1999), uso de laxantes, uso de comprimidos para emagrecer e vomitar (Krowchunk, Kreiter, Woods, Sinal e DuRant, 1998).

Estas preocupações com o peso podem estar relacionadas com as mensagens de

beleza padronizada em geral veiculadas e divulgadas nos media. De acordo com um estudo de Borzekowski, Robinson e Killen (2000), sobre a relação entre a utilização dos media (televisão, videocassetes, vídeo, jogos de computador e vídeos de música) e as percepções do peso entre raparigas adolescentes, verificou-se que apenas a utilização frequente de vídeos de música pode ser um factor de risco para o aumento das percepções do peso entre as raparigas.

Consideraremos agora as questões relacionadas com a imagem pessoal. Um maior número de jovens acha o seu corpo ideal, embora apenas um terço pense

que a sua aparência é boa. Um quarto dos jovens acha que apesar de não estar a fazer dieta, precisa de fazer para perder peso e menos de metade gostaria de alterar algo no seu corpo.

CORPO Magro Ideal Gordo Não penso nisso 16.5% 40.6% 32.2% 10.7%

M F M F M F M F 17.3% 15.8% 49.3% 32.9% 22.2% 41.0% 11.2% 10.3%

11 16 11 16 11 16 11 16 16.9% 18.4% 41.6% 30.1% 28.8% 41.3% 12.8% 10.2%

APARÊNCIA

Boa Média Má Não penso nisso 30.9% 55.3% 5.5% 8.3%

M F M F M F M F 32.0% 29.8% 53.2% 57.2% 5.4% 5.7% 9.4% 7.3%

11 16 11 16 11 16 11 16 40.3% 24.9% 45.9% 61.1% 4.7% 6.2% 9.1% 7.8%

Quadro 44 - Imagem corporal

CORPO Ideal Rapazes / Mais novos APARÊNCIA Boa Rapazes / Mais novos

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Os rapazes estão mais satisfeitos com o seu corpo e acham que não necessitam de fazer dieta. São também os rapazes que mais referem que o seu corpo é ideal e que não pensam na sua aparência, referindo que esta é boa.

As raparigas acham-se mais frequentemente gordas e com uma aparência média. São as raparigas que mais frequentemente referem que gostariam de alterar alguma coisa no seu corpo, e que consideram estar a precisar de perder peso ou que estão a fazer dieta.

MUDAR O CORPO Sim Não

42.9% 57.1% M F M F

31.2% 53.3% 68.8% 46.7% 11 16 11 16

32.2% 50.9% 67.8% 49.1%

DIETA Não, o peso está bom Não, mas preciso Sim

70.3% 22.4% 7.3% M F M F M F

80.3% 61.5% 15.7% 28.3% 4.0% 10.2% 11 16 11 16 11 16

78.3%% 68.2%% 20.2% 23.5% 5.9% 8.3%

Quadro 45 - Imagem corporal: Mudança

MUDAR OCORPO Sim Raparigas / Mais velhos DIETA Sim Raparigas / Mais velhos

Os mais novos referem mais frequentemente não pensar muito no seu corpo,

consideram-no ideal e consideram também a sua aparência boa, mais frequentemente acham que o seu peso está bom e não querem mudar nada no seu corpo.

Os mais velhos acham mais frequentemente que a sua aparência é média ou má, gostariam de mudar algo no seu corpo e estão actualmente a fazer dieta ou se não estão, acham que precisam.

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FOTOGRAFIA Nº 8

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8. QUEIXAS PSICOLÓGICAS E SOMÁTICAS SINTOMAS

As rápidas mudanças físicas e psicológicas nos adolescentes são acompanhadas pelo aumento de sensibilidade e atenção aos sintomas de corpo. O aumento de sintomas que não representam doenças físicas sérias podem reflectir o desequilíbrio no envolvimento psicossocial dos jovens. Dores de cabeça frequentes têm sido identificadas como manifestações de depressão nos adolescentes (Kaiser, 1992 citado por Scheidt, Overpeck, Wyatt e Aszmann, 2000) e sintomas físicos acentuados estão associados com o mal-estar, ansiedade e envolvimentos psicossociais instáveis (Eminson, 1996, Gluckman, 1993, Sharrer e Ryan-Wenger, 1991, citados por Scheidt, Overpeck, Wyatt e Aszmann, 2000). Os relatos da frequência de sintomas e as suas respostas proporcionam importantes medidas do sentido de bem estar ou de anormalidade directa ou indirectamente relacionada com os sintomas (Scheidt, Overpeck, Wyatt e Aszmann, 2000). USO DE MEDICAÇÃO

A frequência do uso de medicação para um sintoma específico pode servir como uma definição da severidade do sintoma ou reflecte a disponibilidade e a tendência para o uso de medicação numa sociedade ou num grupo. Além disso, usar medicação além do recomendado para tratar problemas comuns, representa uma componente importante dos cuidados de saúde e resposta aos sintomas. Os adolescentes deslocam-se progressivamente da medicação orientada pelos pais para a auto-medicação. A auto-medicação é frequentemente um assunto relevante entre adolescentes com distúrbios de comportamento e comportamentos auto-destrutivos, logo a compreensão dos padrões do uso de medicação e respostas ao stress podem ser importantes (Scheidt, Overpeck, Wyatt e Aszmann, 2000).

No que diz respeito à percepção de saúde e bem-estar, a maioria dos jovens descreve-se como saudáveis. Os rapazes e os mais novos são os que se descrevem mais frequentemente como bastante saudáveis e as raparigas como pouco saudáveis.

SAÚDE Bastante saudável Saudável Pouco saudável

32.1% 63.4% 4.5% M F M F M F

38.2% 26.7% 58.5% 67.7% 3.3% 5.5% 11 16 11 16 11 16

37.0% 28.9% 59.1% 66.0% 3.9% 5.1%

Quadro 46 - Percepção de saúde e bem-estar

SAÚDE Bastante Rapazes / Mais novos

Embora a maioria dos jovens não apresente sintomas físicos ou psicológicos de mal-

estar, é de salientar a pequena mas preocupante minoria que refere ter regularmente sintomas de mal-estar físico ou psicológico.

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DOR DE CABEÇA Todos os dias 1 vez por semana ou mais Raramente ou nunca

5.7% 38.8% 55.5% M F M F M F

3.2% 7.8% 31.4% 45.3% 65.4% 46.9% 11 16 11 16 11 16

4.5% 6.5% 31.5% 46.0% 64.1% 47.5%

DOR DE COSTAS Todos os dias 1 vez por semana ou mais Raramente ou nunca

7.0% 34.2% 58.8% M F M F M F

5.5% 8.4% 32.5% 35.6% 62.0% 56.0% 11 16 11 16 11 16

7.2% 7.1% 26.3% 39.8% 66.5% 53.1%

DOR DE ESTÔMAGO Todos os dias 1 vez por semana ou mais Raramente ou nunca

1.8% 26.4% 71.8% M F M F M F

1.0% 2.5% 23.0% 29.4% 76.0% 68.2% 11 16 11 16 11 16

1.9% 1.7% 23.3% 28.9% 74.8% 69.4%

Quadro 47 - Frequência de sintomas físicos e psicológicos: Dor de cabeça, dor de costas e dor de estômago

SINTOMAS FÍSICOS E PSICOLÓGICOS Dor de cabeça Raparigas / Mais velhos Dor de costas Raparigas / Mais velhos Dor de estômago Raparigas / Mais velhos

As raparigas apresentam mais frequentemente sintomas de mal-estar físico e

psicológico (dores de cabeça, de estômago e de costas, nervosismo, depressão e dificuldade em adormecer) do que os rapazes (cansaço matinal).

IRRITABILIDADE Todos os dias 1 vez por semana ou mais Raramente ou nunca

5.1% 38.9% 55.9% M F M F M F

4.9% 5.4% 37.3% 40.4% 57.8% 54.2% 11 16 11 16 11 16

3.7% 5.3% 28.0% 48.5% 68.4% 46.2%

NERVOSISMO Todos os dias 1 vez por semana ou mais Raramente ou nunca

14.2% 47.9% 37.8% M F M F M F

10.9% 17.2% 46.0% 49.6% 43.1% 33.2% 11 16 11 16 11 16

12,1% 15,0% 39,3% 54,0% 48,6% 31,0%

TONTURAS Todos os dias 1 vez por semana ou mais Raramente ou nunca

2,3% 16,4% 81,0% M F M F M F

2,3% 2,9% 13,9% 18,6% 83,8% 78,5% 11 16 11 16 11 16

2.0% 3.1% 13.3% 19.0% 84.6% 77.9%

Quadro 48 - Frequência de sintomas físicos e psicológicos: Irritabilidade, nervosismo e tonturas

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SINTOMAS FÍSICOS E PSICOLÓGICOS Irritabilidade Raparigas / Mais velhos Nervosismo Raparigas / Mais velhos Tonturas Raparigas / Mais velhos

Os mais velhos apresentam mais frequentemente sintomas de mal-estar físico e

psicológico (dores de cabeça, irritabilidade, nervosismo, tonturas, depressão, dificuldade em adormecer e cansaço matinal) do que os mais novos.

DEPRIMIDO Todos os dias 1 vez por semana ou mais Raramente ou nunca

5.3% 32.9% 61.7% M F M F M F

3.4% 7.0% 29.0% 36.4% 67.6% 56.5% 11 16 11 16 11 16

3.5% 6.8% 22.2% 41.7% 74.3% 51.5%

DIFICULDADE EM ADORMECER Todos os dias 1 vez por semana ou mais Raramente ou nunca

12.3% 25.8% 62.0% M F M F M F

11.1% 13.2% 24.6% 26.9% 64.3% 59.9% 11 16 11 16 11 16

11.5% 12.2% 21.2% 29.6% 67.3% 58.2%

CANSAÇO MATINAL 4 vezes ou mais 1 a 3 vezes Raramente ou nunca

11.6% 18.1% 70.4% M F M F M F

15.2% 8.4% 18.5% 17.7% 66.3% 74.0% 11 16 11 16 11 16

9.5% 13.1% 14.3% 21.0% 76.2% 65.9%

Quadro 49 - Frequência de sintomas físicos e psicológicos: Depressão, dificuldade em adormecer e cansaço matinal antes das aulas

SINTOMAS FÍSICOS E PSICOLÓGICOS Deprimido Raparigas / Mais velhos Dificuldade em adormecer Raparigas / Mais velhos Cansaço matinal Rapazes / Mais velhos

Passamos agora às questões relacionadas com o consumo e padrão de consumo de

medicamentos. A maioria dos jovens não é consumidora de medicamentos embora uma minoria

consuma com regularidade.

DOR DE CABEÇA Sim Não

31.2% 68.8% M F M F

24.7% 36.9% 75.3% 63.1% 11 16 11 16

75.2% 63.7% 24.8% 36.3%

DOR DE ESTÔMAGO Sim Não

11.5% 88.5% M F M F

9.4% 13.4% 90.6% 86.6% 11 16 11 16

89.1% 87.9% 10.9% 12.1%

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NERVOSISMO Sim Não

10.5% 89.5% M F M F

9.5% 11.4% 90.5% 86.6% 11 16 11 16

88.8% 89.2% 11.2% 10.8%

DIFICULDADE EM ADORMECER Sim Não

5.9% 94.1% M F M F

6.3% 5.5% 93.7% 94.5% 11 16 11 16

92.7% 95.0% 7.3% 5.0%

Quadro 50 - Consumo de medicamentos

As raparigas são as maiores consumidoras de medicamentos para a dor de cabeça ,

de estômago e para o nervosismo. Os mais novos referem com mais frequência o consumo de medicamentos também

para a dor de cabeça e os mais velhos para a dificuldade em adormecer.

MEDICAMENTOS Dor de cabeça Raparigas / Mais novos Dor de estômago Raparigas Nervosismo Raparigas Dificuldade em adormecer Mais velhos

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FOTOGRAFIA Nº 9

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9. CRENÇAS E ATITUDES FACE AO HIV /SIDA

A adolescência é um período repleto de ameaças à saúde e ao bem estar. De facto, a maioria das actuais ameaças à saúde dos adolescentes são consequência de factores sociais, envolvimentais e comportamentais. Estes factores incluem um largo espectro de comportamentos e efeitos relacionados, tais como: uso e abuso de substâncias, violência, suicídio, distúrbios de alimentação, gravidez na adolescência, e doenças sexualmente transmissíveis (DiClemente, Hansen e Ponton, 1996).

Actualmente, uma das maiores ameaças à saúde dos adolescentes, sendo também um

factor de grande preocupação mundial, é o vírus HIV. Embora o stress e outras respostas emocionais, possam afectar a capacidade do corpo, de se tornar ou permanecer saudável, assim como ter importantes implicações no início e na progressão da doença (não só no caso do vírus HIV, mas também noutras doenças como por exemplo, as cardiovasculares), são os comportamentos adoptados pelos adolescentes, que mais podem comprometer ou beneficiar a sua saúde (Baum e Posluzny, 1999).

Uma vez que, muitas das consequências adversas da saúde experienciadas pelos

adolescentes são, dentro de um grande âmbito, o resultado de comportamentos de risco (Ginzberg, 1991, citado por DiClemente, Hansen e Ponton, 1996), é importante tentar prevenir estes comportamentos .

Algumas das estratégias consideradas mais eficientes por adolescentes dos 12 aos 19

anos, para prevenir comportamentos de risco de HIV, segundo Ramirez, Ginsburg, Taylor e Slap (2000), foram: “haver pessoas infectadas com o HIV que falem com os adolescentes” (como a mais eficiente), “ensinar aos adolescentes como é que o HIV os infecta”, “mostrar aos adolescentes como é que as pessoas morrem de SIDA”, “mostrar aos adolescentes o que é que a SIDA faz às pessoas” e “os pais serem mais apoiantes dos adolescentes para que se eles tiverem relações sexuais os encorajem a usar preservativos”.

Segundo os mesmos autores, existem ainda outras ideias tais como o desenvolvimento de programas comunitários, o aumento da disponibilidade dos preservativos, o avaliar nos parceiros sexuais o risco de infecção HIV. Existem também, algumas diferenças significativas entre géneros em relação às estratégias consideradas eficientes, os rapazes referiram mais frequentemente “dar preservativos grátis” e "educar os adolescentes nas escolas sobre a SIDA”, enquanto que as raparigas (principalmente entre os 15 e 19 anos de idade), referiram mais frequentemente que “os adolescentes deveriam conhecer os antecedentes dos seus parceiros antes de terem relações sexuais”.

Assim, para desenvolver estratégias de prevenção eficientes para a juventude, deve ser percebida e entendida a sua visão dos problemas e interpretações de soluções propostas (Ramirez et al., 2000).

Vamos analisar de seguida as questões relacionadas com as crenças e as atitudes dos jovens face ao HIV /SIDA.

Dos jovens inquiridos, apesar de três quartos pensar que as pessoas portadoras do HIV não deveriam viver à parte do resto da população, os restantes concordariam que essas pessoas vivessem à parte ou então não sabem o que dizer sobre o assunto. Aqueles que mais referem não concordar com a afirmação de que as pessoas com o vírus da SIDA deveriam

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viver à parte do resto da população são as raparigas e os mais velhos. Quem refere mais frequentemente concordar com essa afirmação, são os rapazes e os mais novos. Também são os rapazes e os mais novos que mais dizem mais frequentemente não ter opinião.

AS PESSOAS COM VÍRUS DA SIDA DEVERIAM VIVER À PARTE DO RESTO DA POPULAÇÃO Concordo Não concordo Não sei

12.2% 69.7% 18.1% M F M F M F

16.1% 8.8% 63.9% 74.8% 20.0% 16.3% 11 16 11 16 11 16

20.1% 6.9% 50.0% 83.6% 29.9% 9.5%

ERA CAPAZ DE ESTAR NUMA AULA AO LADO DE UM PORTADOR DO VÍRUS DA SIDA Concordo Não concordo Não sei

60.5% 10.9% 28.7% M F M F M F

56.5% 63.9% 13.8% 8.3% 29.7% 27.8% 11 16 11 16 11 16

41.7% 71.9% 20.8% 5.2% 37.5% 23.0%

EXAGERA-SE SOBRE O PERIGO DA SIDA Concordo Não concordo Não sei

28.2% 39.8% 32.0% M F M F M F

32.4% 24.4% 38.2% 41.3% 29.4% 34.3% 11 16 11 16 11 16

30.3% 26.3% 33.1% 45.3% 36.6% 28.4%

VISITAR UM AMIGO/A SE ESTE TIVESSE SIDA Concordo Não concordo Não sei

80.9% 3.7% 15.5% M F M F M F

77.9% 83.4% 4.9% 2.6% 17.2% 14.0% 11 16 11 16 11 16

68.1% 89.3% 7.5% 1.6% 24.4% 9.2%

Quadro 51 - Crenças e atitudes face às pessoas portadoras do HIV

A maioria dos jovens refere que era capaz de assistir a uma aula ao lado de um colega

portador do vírus da SIDA. Quem mais frequentemente refere esta situação são as raparigas e os mais velhos. Os que afirmam não serem capazes de o fazer, são os rapazes e os mais novos. Os mais novos ainda referem que não sabem o que dizer.

Menos de metade da população de jovens questionados, é da opinião que não se exagera sobre o perigo da SIDA. As raparigas e os mais velhos são os que mais referem esta situação. Os rapazes e os mais novos referem com mais frequência que se exagera, os mais novos e as raparigasreferem mais frequentemente que não sabem.

A maioria dos alunos visitaria um amigo/a se este tivesse SIDA. São as raparigas e os mais velhos que com mais frequência o faria e os rapazes e os mais novos que não o faria. Os rapazes e os mais novos, são os que mais referem não ter opinião.

AS PESSOAS COM VÍRUS DA SIDA DEVERIAM VIVER À PARTE DO RESTO DA POPULAÇÃO Não Raparigas / Mais velhos ERA CAPAZ DE ESTAR NUMA AULA AO LADO DE UM PORTADOR DO VÍRUS DA SIDA Sim Raparigas / Mais velhos EXAGERA-SE SOBRE O PERIGO DA SIDA Não Raparigas / Mais velhos VISITAR UM AMIGO/A SE ESTE TIVESSE SIDA Sim Raparigas / Mais velhos

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A maioria dos jovens considera verdadeiras as formas de contágio através de relações sexuais, utilização de uma seringa infectada, transfusão de sangue e transmissão mãe-feto. Consideram que vestir roupa de um indivíduo infectado, falar com um indivíduo infectado e beijar não são formas de transmissão do vírus.

RELAÇÕES SEXUAIS Verdadeiro Falso Não sei

91.8% 2.7% 5.5% M F M F M F

91.3% 92.1% 3.4% 2.2% 5.3% 5.7% 11 16 11 16 11 16

82.5% 97.6% 5.6% 1.1% 11.9% 1.3%

VESTIR ROUPA DE UM INDIVÍDUO INFECTADO Verdadeiro Falso Não sei

8.1% 72.7% 19.3% M F M F M F

9.8% 6.5% 72.1% 73.2% 18.1% 20.3% 11 16 11 16 11 16

14.4% 3.9% 57.2% 82.9% 28.5% 13.2%

UTILIZAÇÃO DE UMA SERINGA INFECTADA Verdadeiro Falso Não sei

92.5% 3.6% 4.0% M F M F M F

90.9% 93.8% 4.8% 2.5% 4.3% 3.7% 11 16 11 16 11 16

84.5% 97.6% 7.3% 1.1% 8.2% 1.2%

TRANSFUSÃO DE SANGUE Verdadeiro Falso Não sei

87.4% 4.2% 8.4% M F M F M F

86.2% 88.4% 5.5% 3.0% 8.2% 8.6% 11 16 11 16 11 16

76.5% 95.4% 8.4% 1.3% 15.1% 3.3%

FALAR COM UM INDIVÍDUO INFECTADO Verdadeiro Falso Não sei

4.6% 83.0% 12.4% M F M F M F

6.1% 3.3% 81.1% 84.6% 12.8% 12.1% 11 16 11 16 11 16

8.7% 2.0% 69.8% 91.4% 21.5% 6.5%

TRANSMISSÃO MÃE-FETO Verdadeiro Falso Não sei

73.2% 5.3% 21.5% M F M F M F

70.2% 75.9% 7.4% 3.5% 22.4% 20.6% 11 16 11 16 11 16

56.2% 82.1% 9.8% 3.0% 34.0% 14.9%

BEIJAR Verdadeiro Falso Não sei

21.3% 53.1% 25.6% M F M F M F

23.8% 19.1% 53.5% 52.7% 22.7% 28.1% 11 16 11 16 11 16

33.1% 13.7% 34.8% 64.1% 32.2% 22.2%

Quadro 52 - Crenças e atitudes face às formas de contágio do vírus da SIDA

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Especificamente em relação a cada uma das formas de contágio apresentadas, são os mais velhos que mais frequentemente referem as relações sexuais, a utilização de uma seringa infectada, a transfusão de sangue e a transmissão mãe-feto como formas de contágio. E são também os mais velhos que afirmam que vestir roupa de um indivíduo infectado, falar com um indivíduo infectado e beijar não são formas de contágio. As raparigas também afirmam com maior frequência que a utilização de uma seringa infectada, a transfusão de sangue e a transmissão mãe-feto são uma forma de contágio. E são elas também que referem que falar com um indivíduo infectado não é uma forma de contágio. Os mais novos são o grupo que mais dúvidas tem em relação às formas de contágio.

RELAÇÕES SEXUAIS Sim Mais velhos VESTIR ROUPA DE UM INDIVÍDUO INFECTADO Não Mais velhos UTILIZAÇÃO DE UMA SERINGA INFECTADA Sim Raparigas / Mais velhos TRANSFUSÃO DE SANGUE Sim Raparigas / Mais velhos FALAR COM UM INDIVÍDUO INFECTADO Não Raparigas / Mais velhos TRANSMISSÃO MÃE-FETO Sim Raparigas / Mais velhos BEIJAR Não Mais velhos

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SÍNTESE DAS DIFERENÇAS ENTRE SEXO E IDADE

Nos quadros seguintes apresenta-se a síntese das diferenças entre sexos e idade, com indicação do sentido dessa diferença:

+ maior escolha - menor escolha ? maior frequência de "não sei" ♦ maior frequência de valores médios • maior frequência de valores extremos.

SEXO IDADE M F 11 16

EXPECTATIVAS FUTURAS Prosseguir estudos + + Estudos para vida activa + + Arranjar emprego + Formação profissional + + Não sabem + + HISTÓRIA DE CONSUMOS Álcool Experimentar + + Cerveja + + Vinho + + Bebidas espirituosas + - ♦ Ficar embriagado + + Tabaco Experimentar + + Frequência + + Nº de cigarros /semana* + - - + Drogas Experimentar + + Consumo + + As pessoas consomem porque: Os seus amigos também tomam + + Querem experimentar + Gostam dos efeitos da droga + + Se sentem melhor quando tomam + Sentem que para elas não é perigosa + + Existem drogas nos locais onde vão + Se sentem sós + + As pessoas não consomem porque: Não sabem onde existe + + É muito caro ser consumidor + + Nunca pensaram nisso + Os amigos não consomem + Têm receio de apanhar doenças + + Têm receio das reacções pais /amigos + + Não podiam fazer algumas coisas + + Não querem + + PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO E TEMPOS LIVRES Exercício Físico Mais tempo + + Maior frequência + +

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SEXO IDADE M F 11 16

Exercício durante 20' + - ♦ Exercícios de flexibilidade + Exercício para fortalecer/tonificar músculos + Caminhar ou andar de bicicleta durante 30' ♦ - Desportos de eq. organizados pela escola + + Desportos de eq. organizados fora escola + + Modalidade desportiva praticada: Futebol + + Andebol + Ginástica + + Voleibol + + Atletismo + Ténis + + Raguebi + Karaté + + Judo + + Natação + Vela + Ciclismo + + B.T.T. + + Canoagem + Surf + Golfe + + Remo + Boxe + Hóquei + + Patinagem + + Culturismo + + Televisão Ver TV + - ♦ Jogos de Computador Jogar computador + + HÁBITOS ALIMENTARES E DE HIGIENE Café + + Coca-cola + + Leite magro + Leite ½ gordo ou gordo + Doces ♦ + Bolos ou pastelaria + • Hamburgueres /Cachorros /Salsichas + • Batatas fritas (pacote) + + Batatas fritas + - ♦ Fruta + ♦ Pão + + Vegetais crús + + Vegetais cozinhados + • Lavar os dentes ♦ + ♦ + BEM ESTAR E APOIO FAMILIAR Solidão + + Felicidade + + Facilidade para arranjar amigos + Amigos íntimos - ♦

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SEXO IDADE M F 11 16

Raramente se sente posto de lado + ♦ + ♦ Raramente se sente sem apoio + ♦ + ♦ Sentir confiança em si mesmo + ♦ + ♦ Fácil falar com a mãe + Fácil falar com o pai + + Fácil falar com irmãos mais velhos + Fácil falar com amigos do mesmo sexo + + Fácil falar com amigos do sexo oposto + + Pais prontos para ajudar + Pais vão à escola falar com os professores + + Pais encorajam a ter bons resultados + + Pais esperam demais em relação à escola + • ♦ AMBIENTE NA ESCOLA Gostar da escola + + Alunos participam na decisão das regras + ? + ? Estudantes tratados com severidade + + Regras da escola são justas + + ? A escola é um bom lugar para se estar + + Sinto que pertenço à escola + + Ir à escola não é aborrecido + + Amigos Alunos da turma gostam de estar juntos + + Colegas são simpáticos e prestáveis ? - + Colegas aceitam-nos como são + ? - ? Colegas não fizeram companhia na escola - Ficar com amigos depois das aulas + ♦ ♦ + Sair à noite com amigos* + - + - Professores Acham capacidades do aluno muito boas - ♦ + Encorajam a expressar pontos de vista - + Tratam-nos com justiça - + ? Quando aluno precisa de ajuda pode tê-la + + ? Interessam-se pelo aluno - ? + ? Esperam demais do aluno + ? • ? Não sentir pressionado com trabalhos + + ♦ Violência Provocar + ♦ - Ser provocado + + Não se sentir seguro na escola + ♦ ♦ Envolvimento numa luta + + Lutaram com: Desconhecido + + Familiar + Amigo ou conhecido + + Outros + + Mais que um destes + Acidentes graves + ♦ - Andar com arma de defesa pessoal + + Usar cinto de segurança + + Usar capacete na bicicleta - +

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SEXO IDADE M F 11 16

IMAGEM PESSOAL Corpo ideal + + Boa aparência + + Mudar o corpo + + Dieta + + QUEIXAS PSICOLÓGICAS E SOMÁTICAS Bastante saudável + + Dor de cabeça + + Dor de costas + - ♦ Dor de estômago + - ♦ Irritabilidade - ♦ + Nervosismo + + Tonturas - ♦ + Deprimido + + Dificuldade em adormecer + + Cansaço matinal + + Medicamentos: Dor de cabeça + + Dor de estômago + Nervosismo + Dificuldade em adormecer + CRENÇAS E ATITUDES FACE AO HIV /SIDA Pessoas com SIDA não devem viver à parte ? + ? + Estar ao lado de um portador do vírus + ? + Não se exagera sobre o perigo da SIDA + ? + Visitava um amigo(a) com SIDA ? + ? + São formas de contágio do vírus da SIDA: Relações sexuais - ? + Utilização de uma seringa + ? + Transfusão de sangue + ? + Transmissão mãe-feto + ? + Não são formas de contágio: Vestir roupa de um indivíduo infectado - ? ? + Falar com um indivíduo infectado + ? + Beijar - ? ? +

* t-test, p<.05 Quadro 53 - Síntese das diferenças entre sexo e idade, χ², p<.05

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CONCLUSÃO

O presente trabalho não pretende explicar os comportamentos dos jovens, mas apenas descrevê-los. Apesar disso identificam-se alguns perfis de comportamento que sugerem padrões de risco ou situações protectoras.

Em relação às expectativas que os jovens têm para o futuro, as raparigas e os mais

velhos pretendem prosseguir os estudos (Universidade ou Instituto). Os rapazes e também os mais velhos querem continuar os estudos (Curso Técnico ou Profissional) e ter formação profissional ou um negócio. São os rapazes e os mais novos os mais indecisos.

Nos consumos, os rapazes e os mais velhos são aqueles que mais experimentaram e

que mais consomem álcool, tabaco e drogas. São também os rapazes e os mais velhos quem ficou mais vezes embriagado.

Na prática de exercício físico e tempos livres, os rapazes e os mais novos são os que

mais vezes praticam uma actividade física. Os rapazes e os mais velhos, são os que praticam uma actividade física durante mais tempo e são os que mais costumam ver televisão e os que mais se entretêm com jogos de computador.

Quanto aos hábitos alimentares, os rapazes consomem mais café, coca-cola e outros

refrigerantes, batatas fritas, bolos ou pastelaria, hamburguers, cachorros quentes ou salsichas, pão e leite. As raparigas são as maiores consumidoras de fruta e de vegetais. Os mais novos consomem mais batatas fritas de pacote, pão, bolos ou pastelaria, hamburguers, cachorros quentes ou salsichas e vegetais cozinhados. Os mais velhos são aqueles que mais consomem café, coca-cola e outros refrigerantes, doces e vegetais crús.

As raparigas e os mais velhos são os que mais frequentemente se sentiram sós,

enquanto que os rapazes e os mais novos são os que mais se sentem felizes. São também os rapazes e os mais novos que mais se sentem apoiados, que não são postos de lado e que têm mais auto-confiança.

Os rapazes acham mais fácil arranjar novos amigos e sentem-se à vontade para falar sobre os temas que os preocupam com os amigos do sexo oposto. Pelo contrário, as raparigas sentem-se mais à vontade para falar com amigos do mesmo sexo. Para os mais velhos é fácil falar com os amigos, indiferentemente de serem ou não do mesmo sexo.

Relativamente aos pais, para os mais novos é fácil falar com ambos os pais. Para os rapazes é mais fácil falar com o pai e com os irmãos mais velhos. Tanto os rapazes como os mais novos, referem que os pais vão voluntariamente à escola falar com os professores e os encorajam a ter bons resultados, mas esperam demais deles em relação à escola .

No que diz respeito à escola, as raparigas e os mais novos são os que mais gostam da

escola, os que acham que ir à escola não é aborrecido, os que afirmam que as regras da escola são justas, os que consideram a escola um bom lugar para se estar e os acham que pertencem à escola. Os rapazes e também os mais novos são os que mais acham que os estudantes participam na decisão das regras da escola. Os rapazes e os mais velhos afirmam mais que os estudantes são tratados com demasiada severidade.

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Os que mais dizem que os alunos da turma gostam de estar juntos são os rapazes e os mais novos. Os rapazes e os mais velhos são os que mais ficam com os amigos depois das aulas.

As raparigas e os mais novos referem que não se sentem pressionados com os trabalhos da escola e afirmam que quando precisam de ajuda podem tê-la. Os rapazes são os mais críticos em relação aos professores, uma vez que acham que não são tratados com justiça, que os professores não se interessam por eles, que os professores esperam demais deles e que não acham que os professores pensem que as suas capacidades são boas. Os mais velhos são os que mais afirmam não saber se os professores os tratam com justiça, se quando precisam de ajuda podem tê-la, se os professores se interressam por eles e se os professores esperam demais deles em relação à escola.

Os rapazes e os mais novos são os principais “provocadores” e as principais “vítimas das provocações”. São também quem mais se envolveu em lutas e quem mais sofreu lesões graves. Mas quem mais vezes anda com uma arma para defesa pessoal são os rapazes e os mais velhos. Os rapazes são os que mais afirmam que a escola não é um lugar seguro.

As raparigas e os mais velhos utilizam mais o cinto de segurança, quando andam de carro. Os mais novos usam mais o capacete quando andam de bicicleta, os rapazes usam menos.

Os rapazes e os mais novos são os que se encontram mais satisfeitos com a sua

imagem pessoal. Isto porque consideram que o seu corpo está ideal e pensam que têm uma boa aparência física. As raparigas e os mais velhos gostariam de mudar algo no seu corpo e encontram-se a fazer dieta.

Os rapazes e os mais novos acham-se mais saudáveis. As raparigas e os mais velhos

queixam-se mais de dores de cabeça, de costas e de estômago, de irritabilidade, de nervosismo, de tonturas, de depressão e de dificuldade em adormecer. Os rapazes e os mais velhos sentem mais cansaço matinal.

As raparigas são o grupo que toma mais medicação para as dores de cabeça (tal como os mais novos), mas ainda para as dores de estômago e para o nervosismo.

Em relação às crenças e atitudes face ao HIV /SIDA, são as raparigas e os mais

velhos, os que se encontram mais bem informados e esclarecidos sobre o assunto. Em geral, na diferença entre géneros, podemos dizer que os rapazes evidenciam

comportamentos de risco, como experimentar e consumir álcool, tabaco e drogas; uma alimentação com elevado consumo de café, refrigerantes, bolos, hamburgueres e salsichas e batatas fritas; os comportamentos de “provocar" e de "ser provocado”, o envolvimento em lutas, o uso de armas para defesa pessoal e bastantes dúvidas sobre o HIV /SIDA. Mas também revelam factores protectores como a prática de exercício físico, uma boa percepção de apoio social, de saúde, de auto-imagem e de felicidade pessoal e ainda a facilidade para arranjar, conversar e estar com os amigos.

As raparigas, por seu lado, como factores de risco, apresentam a solidão, uma fraca imagem pessoal e elevado número de queixas psicossomáticas. Como factores protectores, as raparigas revelam boas expectativas de futuro, elevados consumos de fruta e de vegetais, o gostar e o sentir-se bem na escola e estarem bem informadas sobre o HIV /SIDA.

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Na diferença de idade, os mais novos apresentam como factores de risco, bastantes dúvidas em relação ao futuro; elevados consumos de batatas fritas de pacote, bolos e hamburgueres ou salsichas; são alvo de provocações na escola, envolvem-se em lutas e apresentam muitas dúvidas relativas ao modo de transmissão do HIV /SIDA. Os factores protectores demonstrados por estes jovens são a prática de exercício físico, o sentirem-se felizes, uma boa percepção de apoio social, de saúde e de imagem pessoal, a facilidade de comunicação com os pais, o gostar e o sentir-se bem na escola, a boa imagem que têm dos professores e o gostar de estar com os amigos.

Os mais velhos, por sua vez, evidenciam os seguintes comportamentos de risco: o experimentar e o consumir álcool, tabaco e drogas; uma alimentação com elevados consumos de café, refrigerantes e doces; a solidão; muitas dúvidas na opinião sobre os professores, uma fraca imagem pessoal e um grande número de queixas psicossomáticas. Como factores de protecção: prática de exercício físico, uma alimentação com consumo de vegetais crús, a facilidade para falar e estar com os amigos, o envolvem-se raramente em provocações na escola e estarem bem informados sobre o HIV /SIDA.

Os perfis traçados anteriormente de comportamentos de risco e de protecção, deverão

ser a base para a elaboração de medidas que facilitem e promovam a saúde nos jovens portugueses. De salientar as diferentes necessidades em termos de intervenção reveladas por rapazes e raparigas, facto que reforça os resultados do estudo de 1996 (Matos, Simões e Canha, 1999) e cuja repercussão no desenvolvimento de programas de promoção e educação para a saúde parece de importância capital. De salientar ainda as diferenças regionais cuja síntese se apresenta em anexo.

Por fim, o facto de os perfis de comportamento dos jovens relacionados com a sua

saúde se agravarem com a idade, alerta para o papel da escola, onde estes jovens passam grande parte do seu tempo, e para a necessidade de ao nível da escola se desenvolverem programas destinados a facilitar e promover nestes jovens escolhas pessoais relacionadas com comportamentos de saúde (Matos, 1997), que por um lado facilitem a adopção de estilos de vida saudáveis, e por outro lado promovam estes comportamentos e estilos de vida saudáveis como um factor de prestígio na relação destes jovens com o seu mundo social.

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DIFERENÇAS POR REGIÃO

Nesta secção são apresentadas as diferenças significativas entre cada uma das regiões - Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve - e o restante país.

A amostra encontra-se distribuída pelas diferentes regiões do país da seguinte forma:

4,4%6,2%

25,0%24,7%

39,7%

05

1015202530354045

Norte Centro Lisboa/Vale do Tejo Alentejo Algarve

Gráfico 3 - Regiões

Nos quadros seguintes apresenta-se a síntese das diferenças por região, com

indicação do sentido dessa diferença: maior escolha menor escolha maior frequência de valores médios, maior frequência de "não sei".

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REGIÃO NORTE

De seguida apresentamos as diferenças significativas entre a região Norte e o restante país, nas diferentes variáveis do estudo.

EXPECTATIVAS FUTURAS E SENTIMENTOS EM RELAÇÃO À ESCOLA

Após escolaridade obrigatória: - Universidade /Curso técnico + Empregar-se /Não sei

Sentimento pela escola: - Não gosto muito Ir à escola é aborrecido: - Sempre

+ Raramente ou nunca Os alunos do Norte pensam mais frequentemente em empregar-se ou dizem mais que

não sabem o que fazer, e escolhem menos seguir os estudos na universidade ou com um curso técnico.

Os alunos do Norte acham menos que ir à escola é aborrecido.

HISTÓRIA DE CONSUMOS Consumo de vinho: - Raramente /nunca

+ Todos os dias Consumo de cerveja: - Todos os dias, semanas, meses

+ Raramente /nunca Consumo de bebidas espirituosas: - Todas as semanas, meses

+ Raramente /nunca Ficar embriagado: - 4 vezes ou mais

+ Nunca Já experimentou tabaco: - Sim

+ Não Frequência de fumar: - Todos os dias

+ Não fumo Experimentar haxixe, erva, estimulantes

(anfetamina, "speed"): - Sim + Não

Consumo de drogas no último mês: - 2 ou mais vezes + Nenhuma Razões para as pessoas se drogarem: - Porque se sentem melhor quando as

tomam - Porque gostam dos efeitos da droga Razões para as pessoas não se drogarem: - Porque não querem + Porque nunca pensaram nisso

Os alunos do Norte consomem mais frequentemente vinho, no entanto consomem

significativamente menos cerveja e bebidas espirituosas. Referem menos frequentemente que se embriagaram.

Os alunos da região Norte mais frequentemente referem que nunca experimentaram fumar e parecem fumar menos, escolhendo mais a opção não fumo e menos a opção todos os dias.

Os alunos do Norte referem menos que já experimentaram drogas, mais especificamente em relação ao haxixe, erva e estimulantes e consumiram menos frequentemente drogas no último mês.

Quando confrontados com afirmações acerca das razões para as pessoas se drogarem verifica-se que os alunos do Norte escolhem menos a opção que refere o gostar dos efeitos da droga e o sentirem-se bem.

Em relação às razões para não se drogarem, os alunos do Norte escolhem menos o não querer e mais o nunca terem pensado nisso.

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PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO E TEMPOS LIVRES Nº de horas /semana que faz exercício físico: - ½ hora ou menos

+ 1 a 3 horas

Em relação ao número de horas de prática de actividade física, os alunos do Norte diferenciam-se por assinalarem menos a opção meia hora ou menos e por assinalarem mais a opção uma a três horas.

HÁBITOS ALIMENTARES E HIGIENE Consumo de pão de trigo: - 1 vez /semana, raramente /nunca

+ 1 vez por dia ou mais Consumo de leite magro: - Raramente /nunca

+ 1 vez por dia ou mais Consumo de vegetais crús: + Raramente /nunca Consumo de vegetais cozinhados: - 1 vez por semana

+ Raramente /nunca Consumo de doces: - 1 vez por dia ou mais

+ 1 vez /semana, raramente /nunca Consumo de bolos ou pastelaria: - 1 vez por dia ou mais

+ Raramente /nunca Consumo de batatas fritas (pacote): - 1 vez por dia ou mais

+ Raramente /nunca Consumo de batatas fritas: - 1 vez por dia ou mais

+ 1 vez /semana, raramente /nunca Consumo de hamburgueres, cachorros,

salsichas: - 1 vez /dia ou mais, 1 vez /semana + Raramente /nunca

Consumo de leite gordo: - 1 vez por dia ou mais + Raramente /nunca

Consumo de coca-cola ou outros refrigerantes:

- 1 vez por dia ou mais + 1 vez /semana, raramente /nunca

Consumo de café: - 1 vez por semana Lavar os dentes: - 1 vez por dia ou mais

+ Pelo menos 1 vez /semana

Os alunos do Norte referem consumir mais (uma vez por dia ou mais) pão de trigo e leite magro e consomir menos (raramente ou nunca) vegetais crús, vegetais cozinhados, doces, bolos ou pastelaria, batatas fritas de pacote, batatas fritas, hamburgueres, cachorros quentes ou salsichas e leite gordo, coca-cola e outros refrigerantes e café.

Em relação aos hábitos de higiene, os alunos do Norte lavam os dentes com menor frequência.

BEM ESTAR E APOIO FAMILIAR Sentimento em relação à vida: - Pouco feliz /infeliz

+ Muito feliz /feliz Falar com a mãe: - Difícil Se tiver problemas na escola, pais

estão prontos a ajudar: - Às vezes + Sempre /frequentemente

Pais vêm voluntariamente à escola falar com os professores:

- Raramente /nunca + Sempre /frequentemente

Sentir solidão: - Sim + Não

Sentes que és posto de lado: - Às vezes + Raramente /nunca

Falar com amigos do sexo oposto: - Fácil + Díficil

Quando questionados sobre o seu sentimento em relação à vida os alunos da região

Norte referem mais frequentemente serem felizes ou muito felizes e referem menos serem infelizes.

Os alunos do Norte referem menos ser difícil falar com a mãe.

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Em relação às afirmações acerca do apoio dos pais em relação à escola, os alunos do Norte acham mais frequentemente que os pais estão prontos a ajudar e dizem mais frequentemente que sempre ou frequentemente os pais vêm à escola quando necessário.

No que diz respeito ao sentir solidão são os alunos do Norte que sentem menos solidão, quando comparados com o restante país.

Os alunos do Norte sentem menos que são postos de lado escolhendo mais a opção raramente ou nunca. Acham mais difícil falar com amigos do sexo oposto.

AMBIENTE NA ESCOLA Quando preciso de ajuda dos

professores, posso tê-la: + Sempre /às vezes

Os professores interessam-se por mim como pessoa:

- Não sei + Sempre /às vezes

As regras desta escola são justas: - Não sei Sinto que pertenço a esta escola: - Não sei Professores tratam-nos com justiça: - Não sei Os alunos da minha turma gostam de

estar juntos: - Não sei

A nossa escola é um bom lugar para se estar:

- Sempre /às vezes

Professores pensam das minhas capacidades:

- Bom + Inferior à média

Professores esperam demais de mim em relação à escola:

+ Raramente /nunca

Vezes que os colegas não quiseram fazer companhia na escola:

- Algumas vezes + Não aconteceu

Ser provocado: - Algumas vezes + 1 vez ou menos

Tomar parte em provocações: - 1 vez por semana ou mais Com quem é que lutaste: - Pai, mãe, outro membro da família

Os alunos do Norte estão mais de acordo com a afirmação quando preciso de ajuda

dos professores posso tê-la: escolhem mais a opção sempre e às vezes. Relativamente à afirmação os professores interessam-se por mim como pessoa, os

alunos do Norte diferenciam-se por escolherem mais a opção sempre ou às vezes e menos a opção não sei.

Os alunos da região Norte dizem mais frequentemente não ter opinião em relação às afirmações que as regras desta escola são justas, sinto que pertenço a esta escola, os professores tratam-nos com justiça e os colegas da turma gostam de estar juntos.

Os alunos do Norte escolhem menos a opção sempre ou às vezes em relação à afirmação, a nossa escola é um bom lugar para se estar.

Na percepção que os alunos têm sobre o que os professores pensam acerca das suas capacidades, os alunos do Norte diferenciam-se por escolherem mais a opção inferior à média e menos a opção bom.

Em relação à afirmação os professores esperam demais de mim em relação à escola, estes alunos diferenciam-se por estarem mais em desacordo (escolhem mais a opção raramente ou nunca).

Com referência ao período lectivo relativo ao da aplicação do inquérito, os alunos do Norte referem mais que não acontece ficarem sozinhos na escola porque os colegas não lhes querem fazer companhia, e dizem menos que isso acontece algumas vezes.

Quanto a ser provocado, os alunos do Norte escolhem mais a opção uma vez ou menos e escolhem menos a opção algumas vezes.

Também são estes alunos que menos tomam parte em provocações: escolhem mais a opção de menor frequência (uma vez por semana ou mais).

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Em relação à pessoa com que lutaram os alunos Norte escolhem menos a opção lutar com um membro da família.

IMAGEM PESSOAL O que pensa do seu corpo: + Ideal O que pensa da sua aparência: - Média

+ Boa Mudar algo no corpo: - Sim

+ Não

Quando questionados sobre o que pensam do seu corpo os alunos do Norte diferenciam-se por escolherem mais a opção ideal.

Em relação ao que pensam da sua aparência os alunos do Norte dizem mais que têm uma aparência boa.

Os alunos do Norte diferenciam-se dos restantes por dizerem mais que não em relação a querer alterar algo no corpo.

QUEIXAS SOMÁTICAS Achas-te saudável: - Saudável

+ Bastante saudável Nervosismo: - Raramente /nunca

+ Quase todos os dias Dificuldade em adormecer: + Quase todos os dias Dores de estômago: - 1 vez /semana ou mais

+ Raramente /nunca Sentir-se deprimido: - 1 vez /semana ou mais

+ Raramente /nunca Irritabilidade /mau temperamento: - 1 vez /semana ou mais

+ Raramente /nunca Consumo de medicamentos para

dores de estômago: - Sim + Não

Os alunos do Norte têm uma percepção de saúde mais positiva que os restantes

alunos: assinalam mais a opção bastante saudável. No que respeita às queixas em relação à saúde, são os alunos do Norte que

apresentam mais queixas nas modalidades nervosismo e dificuldade em adormecer e apresentam menos frequentemente queixas nas modalidades dores de estômago, sentir-se deprimido e irritabilidade e mau temperamento.

Os alunos da região Norte referem mais não tomar medicação para as dores de estômago.

CRENÇAS E ATITUDES FACE AO HIV /SIDA Forma de contágio - Vestir roupa de um indivíduo

infectado: - Falso + Verdadeiro, Não sei

Forma de contágio - Transfusão de sangue: - Verdadeiro + Não sei

Forma de contágio - Falar com um indivíduo infectado:

- Falso + Verdadeiro, Não sei

Forma de contágio - Beijar: - Falso + Verdadeiro, Não sei

Forma de contágio - Relações sexuais: - Verdadeiro + Não sei

Forma de contágio - Utilização de seringa infectada:

- Verdadeiro + Falso, Não sei

Forma de contágio - Transmissão mãe-feto: - Verdadeiro + Falso, Não sei

As pessoas com o vírus da SIDA deveriam viver à parte:

- Não concordo + Não sei

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Era capaz de assistir a uma aula ao lado de um colega portador do vírus:

- Concordo + Não sei

Visitava um amigo(a) se ele(a) tivesse SIDA: - Não concordo + Não sei

Os alunos do Norte apresentam uma atitude menos tolerante por parte dos alunos do

Norte para com as pessoas portadoras do HIV. Relativamente às formas de contágio verifica-se que os alunos do Norte estão menos

informados acerca das formas de contágio; escolhem mais a opção não sei e erram mais nas suas respostas.

CONCLUSÃO

Expectativas futuras e sentimentos em relação à escola Os alunos do Norte pensam mais em empregarem-se e pensam menos em prosseguir os estudos. História de consumos No geral, os alunos do Norte apresentam consumos mais baixos e com menos frequência de álcool, tabaco e drogas. Prática de exercício físico e tempos livres Os alunos do Norte praticam exercício físico mais horas. Bem estar e apoio familiar Os alunos do Norte referem mais serem felizes, sentem menos solidão e sentem menos que são postos de lado pelos colegas que as restantes regiões. Ambiente na escola Os alunos do Norte têm uma percepção mais negativa acerca do que os professores pensam das suas capacidades. Estes alunos são menos vezes provocados e tomam menos vezes parte em provocações. Queixas somáticas /imagem corporal Os alunos do Norte têm uma percepção de saúde mais positiva que os restantes alunos. Os alunos do Norte parecem estar mais satisfeitos com o seu corpo e a sua imagem. SIDA Os alunos do Norte adoptam uma atitude menos tolerante para com as pessoas portadoras do HIV. Relativamente às formas de contágio verifica-se que os alunos do Norte estão menos informados acerca das formas de contágio.

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REGIÃO CENTRO

De seguida apresentamos as diferenças significativas entre a região Centro e o restante país, nas diferentes variáveis do estudo.

EXPECTATIVAS FUTURAS E SENTIMENTOS EM RELAÇÃO À ESCOLA

Sentimento pela escola: - Gosto um pouco + Gosto muito

Ir à escola é aborrecido: + Raramente ou nunca Em relação ao sentimento dos alunos pela escola, os alunos do Centro em

comparação com os restantes alunos do país, são os que revelam ter uma opinião mais favorável: diferenciam-se por assinalar mais a opção gosto muito e por assinalar menos a gosto um pouco.

Os alunos do Centro acham menos que ir à escola é aborrecido. HISTÓRIA DE CONSUMOS

Frequência de fumar: - Não fumo + Todos os dias

Consumo de cerveja: - Raramente /nunca + Todos os dias, semanas, meses

Ficar embriagado: + 4 vezes ou mais Experimentar cocaína: - Não

+ Sim Razões para as pessoas se drogarem:

+ Porque querem experimentar + Porque se sentem sós

Razões para as pessoas não se drogarem:

+ Porque é muito caro + Porque os amigos também não consomem + Para poderem fazer coisas que querem fazer

Em relação à frequência com que fumam, os alunos da região Centro surgem como

fumadores frequentes e escolhem mais a opção todos os dias e menos a opção eu não fumo. Os alunos do Centro surgem como consumidores mais frequentes de cerveja. Em relação ao número de vezes que já ficaram embriagados, são os alunos do Centro

que dizem mais que já se embriagaram, quando comparados com o restante país. Quanto ao já experimentaram drogas, os alunos do Centro referem mais já ter

experimentado cocaína. Quando confrontados com afirmações acerca das razões para as pessoas se drogarem

verifica-se o Centro escolhe mais a curiosidade da experiência e a solidão. Em relação às razões para não se drogarem, o Centro escolhe mais o facto da droga

ser cara, os amigos também não consumirem e o poderem assim fazer coisas que não poderiam fazer se se drogassem.

PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO E TEMPOS LIVRES

Ver televisão: - 4 horas ou mais + ½ a 3 horas

Nº de vezes /semana que faz exercício físico:

+ 1 vez por mês ou menos

Jogar computador: - 1 a 6 horas + menos de 1 hora

No que diz respeito a ver televisão os alunos do Centro escolhem mais a opção

intermédia meia hora a três horas e menos a opção extrema quatro horas ou mais.

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Em relação à frequência com que os alunos praticam exercício físico, os alunos do Centro distinguem-se por assinalarem mais a opção que aponta para uma menor frequência da prática de exercício físico (uma vez por mês ou menos).

Em relação aos jogos de computador são alunos do Centro que escolhem mais a opção menos de meia hora e escolhem menos a opção uma a seis horas.

HÁBITOS ALIMENTARES E HIGIENE

Consumo de vegetais crús: - Raramente /nunca Consumo de vegetais cozinhados: - Raramente /nunca

+ 1 vez por dia ou mais Consumo de doces: - Raramente /nunca Consumo de bolos ou pastelaria: - Raramente /nunca

+ 1 vez por dia ou mais Consumo de café: - Raramente /nunca

+ 1 vez por dia ou mais Consumo de batatas fritas (pacote): - 1 vez por dia ou mais

+ 1 vez /semana Consumo de batatas fritas: - 1 vez por dia ou mais

+ 1 vez /semana Consumo de pão de trigo: - Raramente /nunca

+ 1 vez /semana Consumo de hamburgueres, cachorros,

salsichas: - 1 vez por dia ou mais + Raramente /nunca

Lavar os dentes: - 1 vez por dia ou mais + Menos que 1 vez /semana

Os alunos do Centro consomem mais (uma vez por dia ou mais) vegetais crús,

vegetais cozinhados, doces, bolos ou pastelaria, e café; referem consumos moderados (uma vez por semana) de batatas fritas (pacote), batatas fritas e pão trigo; e consomem menos (raramente ou nunca) hamburgueres, cachorros ou salsichas.

Em relação aos hábitos de higiene, os alunos do Centro lavam os dentes com menos frequência.

BEM ESTAR E APOIO FAMILIAR

Sentir solidão: - Não + Sim

Sentes-te sem apoio: - Raramente /nunca + Sempre /frequentemente

Falar com o pai: - Não tenho /não falo Falar com irmãos mais velhos: - Não tenho /não falo

+ Fácil Falar com irmãs mais velhas: + Fácil Sentes que és posto de lado: - Raramente /nunca

+ Às vezes Sentimento em relação à vida: - Muito feliz /feliz

+ Pouco feliz /infeliz Facilidade em fazer amigos: - Muito fácil /fácil

+ Difícil /muito difícil Sentes-te confiante em ti mesmo: - Sempre /frequentemente

+ Raramente /nunca Falar com a mãe: - Fácil

+ Difícil Se tiver problemas na escola, pais

estão prontos a ajudar: - Sempre /frequentemente + Às vezes

Em relação ao sentir solidão os alunos do Centro referem mais sentir solidão que o

restante país.

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Os alunos do Centro sentem-se mais sem apoio, dizem mais ser fácil falar com irmãos(as) mais velhos(as), que os alunos das outras regiões.

Estes alunos referem mais que às vezes são postos de lado. Quando questionados sobre o seu sentimento em relação à vida, os alunos da região

Centro referem menos frequentemente serem felizes ou muito felizes, e referem mais serem infelizes.

Os alunos do Centro parecem ter mais dificuldade em fazer amigos, e sentem-se menos confiantes em si mesmo relativamente aos alunos das outras regiões do país.

Os alunos do Centro referem mais frequentemente ser difícil falar com a mãe. Em relação às afirmações acerca do apoio dos pais em relação à escola, os alunos

Centro acham menos frequentemente que os pais estão prontos a ajudar. AMBIENTE NA ESCOLA

Os estudantes são tratados com demasiada severidade:

- Raramente /nunca + Sempre /às vezes

Professores pensam das minhas capacidades: - Inferior à média Professores esperam demais de mim em relação à

escola: + Sempre /às vezes

Professores encorajam-me a expressar os meus pontos de vista:

- Raramente /nunca

Professores tratam-nos com justiça: - Raramente /nunca Quando preciso de ajuda dos professores, posso

tê-la: + Não sei

Os meus colegas são simpáticos e prestáveis: - Raramente /nunca + Sempre /às vezes

Vezes que os colegas não quiseram fazer companhia na escola:

- Não aconteceu + Algumas vezes

Pressionados com os trabalhos da escola: - Não + Muito

Ser provocado: - 1 vez ou menos + Algumas vezes

Tomar parte em provocações: - 1 vez ou menos + 1 vez por semana ou mais Com quem é que lutaste: - Amigo ou conhecido + Não lutei, Namorado(a) Os alunos do Centro acham mais frequentemente que os estudantes são tratados com

demasiada severidade. Em relação ao que os professores pensam das suas capacidades, os alunos do Centro

referem menos frequentemente inferior à média e para a afirmação os professores esperam demais de mim em relação à escola, estes alunos escolhem mais a opção sempre ou às vezes.

Na afirmação os professores encorajam-me a expressar os meus pontos de vista, os alunos do Centro escolhem significativamente menos a opção raramente ou nunca.

Em relação à afirmação os professores tratam-nos com justiça, os alunos do Centro escolhem menos a opção raramente ou nunca. Estes alunos escolhem mais a opção não sei para a afirmação quando preciso de ajuda dos professores posso tê-la.

Embora a maioria dos alunos considere os seus colegas simpáticos e prestáveis, os alunos do Centro escolhem mais a opção sempre ou às vezes e por escolhem menos a opção raramente ou nunca.

Com referência ao período lectivo relativo ao da aplicação do inquérito, os alunos do Centro dizem mais frequentemente que algumas vezes aconteceu ficarem sozinhos na escola porque os colegas não lhes quiseram fazer companhia.

Os alunos Centro dizem mais sentirem-se pressionados com os trabalhos da escola.

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Quanto a ser provocado, os alunos do Centro escolhem mais a opção algumas vezes e menos a opção uma vez ou menos. Estes alunos parecem ser os que mais tomam parte em provocações; escolhem mais a opção de maior frequência (uma vez por semana ou mais), e menos a opção de menor frequência .

Em relação à pessoa com que lutaram os alunos do Centro referem mais frequentemente não terem lutado ou terem lutado com o namorado(a), e referem menos terem lutado com um amigo ou conhecido.

IMAGEM PESSOAL

Mudar algo no corpo: - Não + Sim

O que pensa da sua aparência: - Boa + Má

Os alunos do Centro referem dizerem mais frequentemente que sim em relação a

querer alterar algo no corpo. Em relação ao que pensam da sua aparência os alunos do Centro dizem mais ter uma

aparência má.

QUEIXAS SOMÁTICAS Dores de cabeça: - Raramente /nunca

+ Quase todos os dias, 1 vez /semana ou mais Dores de estômago: - Raramente /nunca

+ 1 vez /semana ou mais Dores nas costas: - Raramente /nunca

+ 1 vez /semana ou mais Sentir-se deprimido: - Raramente /nunca

+ 1 vez /semana ou mais Irritabilidade /mau

temperamento: - Raramente /nunca + 1 vez /semana ou mais

Tonturas: - Raramente /nunca + 1 vez /semana ou mais

Achas-te saudável: - Bastante saudável + Saudável, pouco saudável

No que respeita às queixas em relação à saúde, são os alunos do Centro que se

destacam por mais frequentemente terem queixas (dores de cabeça, dores de estômago, dores nas costas, sentir-se deprimido, irritabilidade ou mau temperamento e tonturas).

Os alunos do Centro têm uma percepção de saúde menos favorável.

CRENÇAS E ATITUDES FACE AO HIV /SIDA Forma de contágio - Transmissão mãe-feto: - Não sei

+ Verdadeiro Exagera-se sobre o perigo da SIDA: + Não sei Forma de contágio - Vestir roupa de um

indivíduo infectado: - Não sei

Forma de contágio – Transfusão de sangue: + Falso Forma de contágio – Beijar: - Não sei

+ Falso Os alunos do Centro têm uma pior informação quanto às formas de contágio, mais

concretamente em relação à transfusão de sangue.

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CONCLUSÃO

Expectativas futuras e sentimentos em relação à escola Os alunos do Centro referem um sentimento mais positivo em relação à escola. História de consumos No geral, os alunos do Centro apresentam maiores consumos e são consumidores mais frequentes de álcool, tabaco e drogas. Prática de exercício físico e tempos livres Os alunos do Centro são os que praticam exercício físico menos frequentemente. Bem estar e apoio familiar Os alunos do Centro referem mais sentimentos de infelicidade, sentirem mais solidão, mais dificuldade em ter amigos, sentem-se mais sem apoio e postos de lado e menos confiantes que as restantes regiões. Ambiente na escola Os alunos do Centro são os mais provocados e os que mais tomam parte em provocações. Queixas somáticas / imagem corporal Os alunos do Centro têm uma percepção de saúde menos favorável. Os alunos do Centro estão menos satisfeitos com o seu corpo. Os alunos do Centro apresentam no geral mais queixas somáticas. SIDA Os alunos do Centro estão menos informados em relação ao HIV /SIDA.

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REGIÃO LISBOA E VALE DO TEJO

De seguida apresentamos as diferenças significativas entre a região Lisboa e Vale do Tejo e o restante país, nas diferentes variáveis do estudo.

EXPECTATIVAS FUTURAS E SENTIMENTOS EM RELAÇÃO À ESCOLA Após escolaridade obrigatória: - Empregar-se /Não sei

Ir à escola é aborrecido: - Raramente ou nunca + Sempre /frequentemente

Sentimento pela escola: - Gosto muito

Existem diferenças significativas entre as regiões em relação ao que os jovens pensam fazer após a escolaridade obrigatória: os alunos de Lisboa e Vale do Tejo pensam menos em empregarem-se e dizem menos que não sabem.

Em relação ao sentimento dos alunos pela escola, os alunos de Lisboa e Vale do Tejo escolhem menos a opção gosto muito.

Os alunos de Lisboa e Vale do Tejo acham mais que ir à escola é aborrecido.

HISTÓRIA DE CONSUMOS Consumo de bebidas espirituosas: - Raramente /nunca

+ Todas as semanas, meses Experimentar haxixe, erva: - Não

+ Sim Substância da primeira experiência: + Álcool Frequência de fumar: - Menos de 1 vez por semana Número de cigarros: - 81 a 100 Consumo de vinho: - Todos os dias

+ Raramente /nunca Razões para as pessoas se drogarem: - Porque se sentem sós + Porque os seus amigos também tomam

drogas + Porque gostam dos efeitos da droga Razões para as pessoas não se drogarem:

- Porque têm receio das reacções dos pais e amigos

- Porque é muito caro - Porque nunca pensaram nisso + Porque não querem Os alunos de Lisboa e Vale do Tejo consomem bebidas espirituosas mais

regularmente. Os alunos desta região referem mais que já experimentaram drogas, mais

especificamente em relação ao haxixe e erva. Quanto à substância mais utilizada na primeira experiência, os alunos de Lisboa e Vale

do Tejo consomem mais álcool. Em relação à frequência com que fumam são os alunos de Lisboa e Vale do Tejo que

escolhem mais a opção mais que uma vez semana. Em relação ao número de cigarros fumados semanalmente, estes alunos escolhem menos a modalidade “81-100”.

Os alunos de Lisboa e Vale do Tejo consomem menos frequentemente vinho. Quando confrontados com afirmações acerca das razões para as pessoas se drogarem

os alunos de Lisboa e Vale do Tejo escolhem mais a influência dos amigos e os efeitos da droga e escolhem menos a solidão.

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Em relação às razões para não se drogarem, os alunos de Lisboa e Vale do Tejo escolhem mais o facto de não quererem e escolhem menos o receio dos pais e amigos, o facto de ser muito caro e nunca terem pensado nisso.

PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO E TEMPOS LIVRES

Ver televisão: - Menos de ½ hora + 4 horas ou mais

Jogar computador: - Menos de 1 hora + 1 a 6 horas, 7 horas ou mais

Os alunos de Lisboa e Vale do Tejo referem mais ver televisão, pois escolhem

significativamente mais a opção quatro horas ou mais e ainda escolhem menos a outra opção extrema menos de meia hora.

Em relação aos jogos de computador são os alunos de Lisboa e Vale do Tejo que jogam mais horas (uma a seis horas e sete horas ou mais).

HÁBITOS ALIMENTARES E HIGIENE

Consumo de coca-cola ou outros refrigerantes:

- 1 vez /semana, raramente /nunca + 1 vez por dia ou mais

Consumo de doces: - Raramente /nunca Consumo de batatas fritas (pacote): - Raramente /nunca

+ 1 vez por dia ou mais Consumo de batatas fritas: - 1 vez por semana

+ 1 vez por dia ou mais Consumo de hamburgueres, cachorros,

salsichas: - Raramente /nunca + 1 vez /dia ou mais, 1 vez /semana

Consumo de leite gordo: - Raramente /nunca + 1 vez /dia ou mais, 1 vez /semana

Consumo de vegetais cozinhados: - 1 vez por dia ou mais + 1 vez por semana

Consumo de pão de trigo: - 1 vez por dia ou mais + 1 vez /semana, raramente /nunca

Consumo de leite magro: - 1 vez por dia ou mais Consumo de café: - 1 vez por dia ou mais

+ Raramente /nunca Lavar os dentes: - Pelo menos 1 vez /semana, menos que

1 vez /semana + 1 vez por dia ou mais Os alunos de Lisboa e Vale do Tejo consomem mais coca-cola, doces, batatas fritas

(pacote), batatas fritas, hamburgueres, cachorros ou salsichas e leite gordo; apresentam consumos moderados de vegetais cozinhados e pão trigo; e consomem menos leite magro e café.

Em relação aos hábitos de higiene, os alunos de Lisboa e Vale do Tejo lavam os dentes com mais frequência.

BEM ESTAR E APOIO FAMILIAR

Sentes-te sem apoio: - Sempre /frequentemente Falar com o pai: + Não tenho /não falo Falar com irmãs mais velhas: - Fácil

+ Não tenho /não falo Pais vêm voluntariamente à

escola falar com os professores: - Sempre /frequentemente + Raramente /nunca

Os alunos de Lisboa e Vale do Tejo referem menos que sempre ou frequentemente se

sentem sem apoio.

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Os alunos de Lisboa e Vale do Tejo dizem mais não ter ou não ver o pai e dizem com menor frequência ser fácil falar com irmãs mais velhas.

Os alunos do Lisboa e Vale do Tejo dizem que os pais vêm à escola menos frequentemente.

AMBIENTE NA ESCOLA

Professores pensam das minhas capacidades: - Médio + Bom

Os alunos da minha turma gostam de estar juntos: + Não sei Quando preciso de ajuda dos professores, posso tê-la: - Sempre /às vezes

+ Raramente /nunca Os professores interessam-se por mim como pessoa: - Sempre /às vezes

+ Não sei Tomar parte em provocações: - Algumas vezes

+ 1 vez ou menos Com quem é que lutaste: - Não lutei + Amigo ou conhecido

Na percepção que os alunos têm sobre o que os professores pensam acerca das suas

capacidades, os alunos de Lisboa e Vale do Tejo escolhem mais a opção bom e menos a opção médio.

Os alunos do Lisboa e Vale do Tejo dizem mais que não sabem se os colegas da turma gostam de estar juntos.

Os alunos de Lisboa e Vale do Tejo escolhem menos a opção sempre e às vezes e escolhem mais a opção raramente ou nunca para a afirmação quando preciso de ajuda dos professores posso tê-la.

Relativamente à afirmação os professores interessam-se por mim como pessoa, os alunos de Lisboa e Vale do Tejo escolhem menos a opção sempre ou às vezes e menos a opção não sei.

Os alunos desta região escolhem mais a opção de menor frequência uma vez semana ou menos em relação a tomar parte em provocações.

Em relação à pessoa com que lutaram os alunos de Lisboa e Vale do Tejo dizem menos que não lutaram e dizem mais que lutaram com um amigo ou conhecido.

IMAGEM PESSOAL

O que pensa do seu corpo: - Ideal + Gordo

Quando questionados sobre o que pensam do seu corpo os alunos de Lisboa e Vale do

Tejo dizem mais frequentemente que o seu corpo é gordo e menos que o seu corpo é ideal.

QUEIXAS SOMÁTICAS Achas-te saudável: - Pouco saudável Consumo de medicamentos

para dores de estômago: - Não + Sim

Dores nas costas: - 1 vez /semana ou mais + Raramente /nunca

Nervosismo: - Quase todos os dias + Raramente /nunca

Os alunos de Lisboa e Vale do Tejo diferenciam-se na percepção de saúde por

escolherem menos a opção pouco saudável. No que respeita ao consumo de medicamentos, estes alunos dizem mais tomar

medicação para as dores de estômago.

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No que respeita às queixas em relação à saúde, os alunos de Lisboa e Vale do Tejo diferenciam-se por apresentarem menos queixas nas modalidades dores de costas e nervosismo.

CRENÇAS E ATITUDES FACE AO HIV /SIDA

Era capaz de assistir a uma aula ao lado de um colega portador do vírus:

+ Concordo

Visitava um amigo(a) se ele(a) tivesse SIDA: - Não sei + Concordo

Forma de contágio – Relações sexuais: - Não sei + Verdadeiro

Forma de contágio – Utilização de seringa infectada: - Falso + Verdadeiro

Forma de contágio – Transfusão de sangue: - Falso Exagera-se sobre o perigo da SIDA: - Não sei

+ Não concordo As pessoas com o vírus da SIDA deveriam viver à parte: - Concordo, não sei

+ Não concordo Forma de contágio - Vestir roupa de um indivíduo infectado: - Verdadeiro, Não sei

+ Falso Forma de contágio - Falar com um indivíduo infectado: - Verdadeiro, Não sei

+ Falso Forma de contágio - Beijar: - Verdadeiro

+ Falso Pela análise do quadro ressalta uma atitude mais tolerante por parte dos alunos de

Lisboa e Vale do Tejo para com as pessoas portadoras do VIH. Relativamente às formas de contágio verifica-se que estes alunos são os que mostram

estar mais informados.

CONCLUSÃO

Expectativas futuras e sentimentos em relação à escola Os alunos de Lisboa e Vale do Tejo revelam um sentimento mais negativo em relação à escola. História de consumos Os alunos de Lisboa e Vale do Tejo apresentam consumos mais elevados de bebidas espirituosas e de drogas. A substância mais utilizada na primeira experiência foi o álcool. Prática de exercício físico e tempos livres Os alunos de Lisboa e Vale do Tejo são os que mais tempo passam a ver televisão e a jogar computador. Bem estar e apoio familiar Os alunos de Lisboa e Vale do Tejo sentem-se menos sem apoio. Ambiente na escola Os alunos de Lisboa e Vale do Tejo têm uma percepção mais positiva acerca do que os professores pensam das suas capacidades.

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Queixas somáticas / imagem corporal Os alunos de Lisboa e Vale do Tejo parecem estar menos satisfeitos com o seu corpo. Os alunos de Lisboa e Vale do Tejo apresentam no geral menos queixas somáticas. SIDA Os alunos de Lisboa e Vale do Tejo têm uma atitude mais tolerante para com as pessoas portadoras do VIH. Relativamente às formas de contágio verifica-se que os alunos de Lisboa e Vale do Tejo são os que mostram estar mais informados.

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REGIÃO ALENTEJO

De seguida apresentamos as diferenças significativas entre a região Alentejo e o restante país, nas diferentes variáveis do estudo.

EXPECTATIVAS FUTURAS E SENTIMENTOS EM RELAÇÃO À ESCOLA Ir à escola é aborrecido: - Raramente ou nunca Sentimento pela escola: - Gosto muito

+ Não gosto muito

Os alunos do Alentejo escolhem menos a opção raramente ou nunca para a afirmação ir à escola é aborrecido.

Em relação ao sentimento dos alunos pela escola, os alunos do Alentejo, escolhem mais a opção não gosto muito e menos a opção gosto muito.

HISTÓRIA DE CONSUMOS Já experimentou tabaco: - Não

+ Sim Frequência de fumar: - Não fumo

+ Todos os dias, pelo menos 1 vez /semana, menos de 1 vez /semana

Número de cigarros por semana: - 61-80 + 81-100

Consumo de cerveja: - Raramente /nunca + Todos as semanas, meses

Ficar embriagado: - Nunca + 4 vezes ou mais

Experimentar haxixe, erva: - Não + Sim

Consumo de drogas no último mês: - Nenhuma + 2 ou mais vezes Razões para as pessoas se drogarem: - Porque querem experimentar - Porque os seus amigos também tomam drogas

Os alunos do Alentejo dizem mais frequentemente que já experimentaram fumar. Em relação à frequência com que fumam são os alunos do Alentejo que fumam mais

frequentemente. Em relação ao número de cigarros fumados semanalmente, os alunos do Alentejo escolhem mais a modalidade “81-100”.

Os alunos do Alentejo surgem como consumidores frequentes de cerveja. Em relação ao número de vezes que já ficaram embriagados, são os alunos do

Alentejo que dizem mais frequentemente que já se embriagaram. Os alunos do Alentejo referem mais frequentemente que já experimentaram drogas,

mais especificamente em relação ao haxixe e erva e são os que mais referem ter consumido drogas no último mês, assinalando mais as opções duas ou mais vezes e menos a opção nenhuma.

Quando confrontados com afirmações acerca das razões que levam as pessoas a drogarem-se, os alunos do Alentejo escolhem menos a curiosidade da experiência e a influência dos amigos. Em relação às razões para não se drogarem, verifica-se que estes alunos não se diferenciam em nenhuma das afirmações.

PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO E TEMPOS LIVRES

Ver televisão: + 4 horas ou mais

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Os alunos do Alentejo referem mais ver televisão que as restantes regiões, pois escolhem significativamente mais a opção quatro horas ou mais.

HÁBITOS ALIMENTARES E HIGIENE Consumo de coca-cola ou outros

refrigerantes: - 1 vez /semana, raramente /nunca + 1 vez por dia ou mais

Consumo de doces: - 1 vez /semana, raramente /nunca + 1 vez por dia ou mais

Consumo de batatas fritas (pacote): - Raramente /nunca + 1 vez por dia ou mais

Consumo de batatas fritas: - 1 vez /semana, raramente /nunca + 1 vez por dia ou mais

Consumo de hamburgueres, cachorros, salsichas:

- Raramente /nunca + 1 vez /dia ou mais

Consumo de vegetais cozinhados: - 1 vez por dia ou mais + 1 vez /semana

Consumo de pão de trigo: - 1 vez /semana Consumo de café: + 1 vez por semana

Os alunos do Alentejo consomem mais (uma vez por dia ou mais) coca-cola, doces,

batatas fritas (pacote), batatas fritas, hambúrgueres, cachorros quentes ou salsichas e apresentam consumos moderados (uma vez por semana) de vegetais cozinhados, pão de trigo e café.

BEM ESTAR E APOIO FAMILIAR

Sentes-te confiante em ti mesmo: - Raramente /nunca Falar com amigos do sexo oposto: - Díficil

+ Fácil Pais esperam demais em relação à

escola: + Às vezes

Falar com irmãs mais velhas: - Fácil + Não tenho /não falo

Pais vêm voluntariamente à escola falar com os professores:

- Sempre /frequentemente + Raramente /nunca

Os alunos do Alentejo dizem sentirem-se mais confiantes em si mesmo e acham mais

fácil falar com amigos do sexo oposto. Mais de metade dos alunos das diferentes regiões acham que sempre ou

frequentemente os pais esperam demais deles em relação à escola, no entanto os alunos do Alentejo diferenciam-se por assinalarem mais a opção intermédia às vezes.

Os alunos do Alentejo dizem menos ser fácil falar com irmãs mais velhas e dizem mais não ter ou não ver as irmãs.

Os alunos do Alentejo dizem menos que sempre ou frequentemente os pais vêm à escola quando necessário.

AMBIENTE NA ESCOLA

Andar com arma de defesa pessoal: + 6 ou mais dias Pressionados com os trabalhos da escola: - Muito

+ Um pouco Vezes que os colegas não quiseram fazer

companhia na escola: - Algumas vezes + Não aconteceu

Ser provocado: - 1 vez ou menos Envolvimento numa luta nos últimos 12 meses: - 4 ou mais vezes

Quanto a andar com uma arma de defesa pessoal, os alunos do Alentejo escolhem

mais a opção andar armado .

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Os alunos do Alentejo dizem mais frequentemente sentirem-se um pouco pressionados com os trabalhos da escola.

Com referência ao período lectivo relativo ao da aplicação do inquérito, os alunos do Alentejo dizem mais frequentemente que não acontece ficarem sozinhos na escola porque os colegas não lhes querem fazer companhia, e dizem menos frequentemente que isso acontece algumas vezes.

Quanto a serem provocados, os alunos do Alentejo referiram menos a opção uma vez ou menos.

Em relação ao envolvimento numa luta nos últimos doze meses, escolhem menos a opção quatro ou mais vezes.

IMAGEM PESSOAL

Mudar algo no corpo: - Sim + Não

O que pensa da sua aparência: - Boa + Não penso nisso

Estás a fazer dieta: - Sim Os alunos do Alentejo dizem mais frequentemente que não em relação a quererem

alterar algo no corpo. Em relação ao que pensam da sua aparência os alunos do Alentejo dizem mais

frequentemente que não pensam nisso. Em relação ao fazer dieta os alunos da região do Alentejo dizem menos

frequentemente que sim.

QUEIXAS SOMÁTICAS Nervosismo: - 1 vez /semana ou mais

+ Raramente /nunca Consumo de medicamentos

para adormecer: - Sim + Não

Quanto às queixas em relação à saúde, os alunos do Alentejo diferenciam-se por

apresentarem menos queixas na modalidade nervosismo. No que respeita ao consumo de medicamentos os alunos do Alentejo referem mais

frequentemente não tomar medicação para adormecer.

CRENÇAS E ATITUDES FACE AO HIV /SIDA Exagera-se sobre o perigo da SIDA: + Concordo Forma de contágio - Relações sexuais: - Não sei

+ Verdadeiro Forma de contágio - Utilização de seringa

infectada: + Verdadeiro

Forma de contágio - Transmissão mãe-feto: - Falso, não sei + Verdadeiro

Forma de contágio - Vestir roupa de um indivíduo infectado:

- Verdadeiro, não sei + Falso

Forma de contágio - Falar com um indivíduo infectado:

- Não sei + Falso

Forma de contágio - Transfusão de sangue: - Não sei Forma de contágio - Beijar: - Não sei

Relativamente às formas de contágio verifica-se que os alunos do Alentejo estão mais

informados, em relação aos alunos do restante país.

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CONCLUSÃO

Expectativas futuras e sentimentos em relação à escola Os alunos do Alentejo diferenciam-se das outras regiões por apresentarem um sentimento mais negativo em relação à escola. História de consumos No geral, os alunos do Alentejo apresentam maiores consumos e são consumidores mais frequentes de álcool, tabaco e drogas. Prática de exercício físico e tempos livres Os alunos do Alentejo são os que mais tempo passam a ver televisão. Bem estar e apoio familiar Os alunos do Alentejo referem sentirem-se confiantes em si mesmos. Ambiente na escola Ao alunos do Alentejo diferenciam-se por se envolverem menos em lutas e andarem mais com armas de defesa pessoal. Queixas somáticas / imagem corporal Os alunos do Alentejo parecem estar mais satisfeitos com o seu corpo e a sua imagem. Os alunos do Alentejo pensam menos em fazer dieta. SIDA Relativamente às formas de contágio verifica-se que os alunos do Alentejo quando comparados com o restante país, são os que mostram estar mais informados.

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REGIÃO ALGARVE

De seguida apresentamos as diferenças significativas entre a região Algarve e o restante país, nas diferentes variáveis do estudo.

EXPECTATIVAS FUTURAS E SENTIMENTOS EM RELAÇÃO À ESCOLA Após escolaridade obrigatória: - Não sei

Ir à escola é aborrecido: + Às vezes Existem diferenças significativas entre as regiões em relação ao que os jovens pensam

fazer após a escolaridade obrigatória: os alunos do Algarve dizem menos que não sabem. Como se pode verificar na análise do quadro, alunos do Algarve escolhem mais a

opção às vezes para a afirmação que ir à escola é aborrecido. HISTÓRIA DE CONSUMOS

Consumo de cerveja: - Raramente /nunca + Todos as semanas, meses

Ficar embriagado: - Nunca + 4 vezes ou mais

Experimentar haxixe e erva: - Não + Sim

Consumo de drogas no último mês: - Nenhuma + 2 ou mais vezes

Número de cigarros por semana: - 1-20 Razões para as pessoas se drogarem: - Porque é tradição entre gente nova + Porque gostam dos seus efeitos Os alunos do Algarve surgem como consumidores frequentes de cerveja. Em relação ao número de vezes que já ficaram embriagados, são os alunos do Algarve

que quando comparados com o restante país, dizem mais que já se embriagaram e a opção nunca é menos escolhida.

Os alunos do Algarve referem mais frequentemente que já experimentaram drogas, mais especificamente em relação ao haxixe e erva, e referem mais frequentemente ter consumido drogas no último mês, assinalando mais as opções duas ou mais vezes e menos a opção nenhuma.

Quando confrontados com afirmações acerca das razões para as pessoas se drogarem verifica-se que os alunos do Algarve escolhem mais os efeitos da droga e menos o facto de ser tradição entre gente nova.

Em relação ao número de cigarros fumados semanalmente, os alunos do Algarve escolhem menos a modalidade “1-20”.

PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO E TEMPOS LIVRES

Nº de vezes /semana que faz exercício físico: - 1 a 3 dias Nº de horas /semana que faz exercício físico: - 1 a 3 horas

Em relação à frequência com que praticam exercício físico, os alunos do Algarve

diferenciam-se por assinalarem menos a opção intermédia um a três dias semana. Em relação ao número de horas de prática de actividade física, os alunos do Algarve

continuam a assinalar a opção intermédia uma a três horas.

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HÁBITOS ALIMENTARES E HIGIENE Consumo de batatas fritas (pacote): - Raramente /nunca

+ 1 vez por dia ou mais Consumo de coca-cola ou outros

refrigerantes: + 1 vez por dia ou mais

Consumo de hamburgueres, cachorros, salsichas:

- Raramente /nunca

Consumo de vegetais cozinhados: - 1 vez /dia ou mais + Raramente /nunca

Consumo de pão de trigo: - 1 vez por dia ou mais + Raramente /nunca

Lavar os dentes: - Menos que 1 vez /semana Os alunos do Algarve referem consumir mais (uma vez por dia ou mais) coca-cola ou

outros refrigerantes, batatas fritas (pacote) e hamburgueres, cachorros quentes ou salsichas, e consomem menos (raramente ou nunca) vegetais cozinhados e pão trigo.

Em relação aos hábitos de higiene, os alunos do Algarve lavam os dentes com mais frequência.

BEM ESTAR E APOIO FAMILIAR

Falar com irmãos mais velhos: - Fácil Falar com amigos do mesmo sexo: + Díficil Pais encorajam a ter bons resultados: - Sempre /frequentemente

Os alunos do Algarve dizem com menor frequência ser fácil falar com irmãos mais

velhos e dizem mais ser difícil falar com amigos do mesmo sexo. Embora a grande maioria dos alunos das diferentes regiões achem que os pais os

encorajam a ter bons resultados escolhendo a opção sempre ou frequentemente, os alunos do Algarve diferenciam-se por escolherem significativamente menos a mesma opção.

AMBIENTE NA ESCOLA

A nossa escola é um bom lugar para se estar: - Raramente /nunca + Sempre /às vezes

Vezes que os colegas não quiseram fazer companhia na escola:

- Não aconteceu + Algumas vezes

Professores pensam das minhas capacidades: - Muito bom + Médio

Professores esperam demais de mim em relação à escola:

- Sempre /às vezes + Não sei

Professores tratam-nos com justiça: - Sempre /às vezes Os alunos do Algarve escolhem mais a opção sempre ou às vezes em relação à

afirmação a nossa escola é um bom lugar para se estar. Com referência ao período lectivo relativo ao da aplicação do inquérito, em relação ao

ficarem sozinhos na escola porque os colegas não lhes querem fazer companhia, os alunos do Algarve dizem mais frequentemente que foi uma situação que aconteceu algumas vezes e dizem menos que não aconteceu.

Na percepção que os alunos têm sobre o que os professores pensam acerca das suas capacidades, os alunos do Algarve diferenciam-se por escolherem mais a opção médio e menos a opção muito bom.

Em relação à afirmação os professores esperam demais de mim em relação à escola, os alunos do Algarve referem mais que não sabem e assinalam menos a opção sempre ou às vezes.

Em relação à afirmação os professores tratam-nos com justiça, os alunos do Algarve diferenciam-se por escolherem menos a opção sempre ou às vezes.

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IMAGEM PESSOAL

O que pensa da sua aparência: - Boa + Média

Em relação ao que pensam da sua aparência os alunos do Algarve dizem mais ter uma

aparência média.

QUEIXAS SOMÁTICAS Nervosismo: + Raramente /nunca

No que respeita às queixas em relação à saúde, os alunos do Algarve destacam-se por

referirem que raramente ou nunca têm queixas (nervosismo).

CRENÇAS E ATITUDES FACE AO HIV /SIDA Visitava um amigo(a) se ele(a) tivesse SIDA: + Não concordo Forma de contágio - Falar com um indivíduo infectado: - Verdadeiro Forma de contágio - Vestir roupa de um indivíduo infectado: + Não sei

Os alunos do Algarve adoptam uma atitude menos tolerante em relação às pessoas

portadoras do VIH, na medida em que referem mais vezes não concordarem com as visitas a amigos com SIDA.

CONCLUSÃO

Expectativas futuras e sentimentos em relação à escola Os alunos do Algarve comparativamente com o restante país, são os que mais dizem que às vezes é aborrecido ir à escola. História de consumos No geral, os alunos do Algarve apresentam maiores consumos e são consumidores mais frequentes de álcool, tabaco e drogas. Bem estar e apoio familiar Os alunos do Algarve referem terem dificuldade em falar com amigos do mesmo sexo. Ambiente na escola Os alunos do Algarve acham mais que a escola é um bom lugar para se estar. Queixas somáticas / imagem corporal Os alunos do Algarve apresentam no geral menos queixas somáticas. SIDA Uma atitude menos tolerante em relação às pessoas portadoras do HIV é revelada pelos alunos do Algarve.

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Maria Margarida Nunes Gaspar de Matos Licenciada em Psicologia Clínica em 1978, Especialização em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental pela Universidade Claude Bernard (Lyon II), Doutoramento em Motricidade Humana. Pós Doutoramento na SDSU (Universidade de S. Diego - Califormia). É Professora Associada na Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa. Lecciona vários cursos de Mestrado e Coordena vários projectos de Investigação na área da Saúde Mental, Promoção da Saúde e Estilos de Vida Activos e Promoção de Competências Sociais. Maria Celeste Rocha Simões Licenciada em Educação Especial e Reabilitação em 1993. Mestre em Psicologia Social em 1997. Assistente na Faculdade de Motricidade Humana no Departamento de Educação Especial e Reabilitação. Trabalha em Investigação na área da Promoção das Competências Sociais e na Promoção da Saúde. Susana Cristina Silvestre Fonseca e Athayde de Carvalhosa Licenciada em Educação Especial e Reabilitação em 1997, pela Faculdade de Motricidade Humana. Frequenta o Mestrado em Terapias Cognitivas e Comportamentais na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Trabalha em Investigação na área dos Comportamentos de Saúde e na Promoção de Competências Sociais. Carla Susana Núncio dos Reis Licenciada em Educação Especial e Reabilitação em 1999, pela Faculdade de Motricidade Humana. Trabalha em Investigação na área dos Comportamentos de Saúde e na Promoção de Competências Sociais.