estudo manuais escolares

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Estudo académico

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  • Podem os manuais escolares

    contribuir para a melhoria da escola? Duarte, J., Claudino, S., Silva, C., Santo, E., Carvalho, L. UID-OPECE da Universidade Lusfona de Lisboa

    Los manuales escolares son el recurso bsico para la enseanza,

    aunque no gozan de un gran simpata ni aprecio Borries, B., Krber, A., Meyer-Hamm, J. (2006, p. 3)

    School textbooks determine in large measure what goes on in class

    Hummel, C. (1988, p.14)

    Resumo

    Na educao, cresce a contestao dos responsveis polticos, comunitrios e nacionais, a um ensino assente na memorizao e incapaz responder a uma economia vida de mo-de-obra eficiente e flexvel. A reorganizao curricular do ensino bsico de 2001 e a reforma do ensino secundrio trouxe para o sistema educativo portugus o discurso das competncias como saberes utilizados na resoluo de problemas. Reconhecida a relevncia dos manuais nos quotidianos escolares, a anlise das actividades propostas nos compndios de Portugus, Ingls, Histria, Geografia, Cincias Naturais, Fsica e Matemtica revela uma preocupao generalizada em destacar e multiplicar os exerccios para os alunos. Contudo, e assumindo alguma diversidade de situaes por disciplinas, predominam os exerccios que remetem para actividades muito bsicas, designadamente de pesquisa da informao j fornecida pelo prprio manual, em que dificilmente se reconhece o pretendido desenvolvimento de competncias. Apesar de adaptaes de design e mesmo de uma certa nomenclatura, as actividades propostas nos manuais parecem inclumes s reformas, contrariando as tentativas de inovao veiculadas pelos textos curriculares oficiais.

    Funes do manual escolar no actual contexto

    A investigao recente tem mostrado o desencanto com a escola por

    parte dos alunos, frequentemente acusados de indisciplina, o que no deixa de

    estar associado a um ensino predominantemente expositivo e desmotivador

    (Souto-Gonzlez, 1998; Amado e Freire, 2002; Duarte, 2005). Pode a escola ser

    outra coisa, organizando tarefas que despertem o interesse dos alunos? Os

    manuais, que so repositrio das prticas mas tambm instrumento orientador

    da aco docente (Hummel, em epgrafe), podem contribuir para uma escola

  • 2

    diferente? Essa uma das razes por que a equipa deste projecto se

    interessou pelas actividades dos alunos includas nos manuais. Por outras

    palavras, para moderar a metodologia transmissiva ainda preponderante nas

    nossas escolas, o debate sobre a actividade dos alunos parece-nos

    fundamental (como postula Fabre: cest en agissant quon apprend, 1999, p.

    98).

    Recorde-se a partir de meados dos anos 90, os responsveis polticos

    da Unio Europeia culpabilizaram um ensino terico e livresco pela

    incapacidade em responder s solicitaes dos sistemas produtivos e s

    necessidades de formao da nova economia, em oposio ao que sucedia

    nos Estados Unidos da Amrica. Rapidamente, o ano de 1996 foi consagrado

    como Ano Europeu da Educao e da Formao ao longo da Vida e, em 2000,

    no quadro da Estratgia de Lisboa, surgiu o desafio da Economia do

    Conhecimento, propondo-se aos sistemas educativos nacionais o

    desenvolvimento de competncias prticas, designadamente nas novas

    tecnologias da informao. Ao analisar este processo e a importncia central

    concedida ao conceito de Aprendizagem ao longo da Vida, autores como Dale

    (2008) identificam uma grande ambiguidade, atravs de exigncias formuladas

    em termos vagos, que podem aplicar-se a domnios diversos sem necessidade

    de explicao.

    neste contexto que em Portugal, desde 2001, o currculo do ensino

    bsico organizado a partir de competncias - termo corrente na literatura

    pedaggica de lngua francesa, enquanto em lngua inglesa, onde h uma larga

    tradio do conceito de skill, com uma traduo redutora para capacidade em

    portugus, o termo competencies aparece, sobretudo, ligado formao

    profissional, embora comece a surgir tambm ligado ao ensino. Definidas como

    saberes em aco ou em uso, repartem-se, nesse currculo, em competncias

    gerais e em mais numerosas competncias especficas, assumidas pelos

    saberes disciplinares. As autoridades educativas recomendam que os

    contedos de cada rea sejam abordados com base em situaes e problemas

    e que as competncias sejam desenvolvidas gradualmente ao longo da

    educao bsica. Tambm no ensino secundrio se pretende um ensino mais

    activo, marcado pela pluralidade e equilbrio dos seus fundamentos, incluindo a

    aquisio de conhecimentos mas, tambm, o desenvolvimento das

  • 3

    competncias vocacionais e a capacidade de pensar cientificamente os

    problemas1.

    neste contexto de aposta num ensino promotor do desenvolvimento de

    competncias por parte dos alunos, que se insere a presente investigao

    sobre manuais. Aceitando o manual escolar como um livro deliberadamente

    produzido como suporte do processo de ensino/aprendizagem, o seu papel

    determinante reconhecido pelos responsveis polticos: a Lei de Bases do

    Sistema Educativo (1986) considera-o o primeiro dos recursos educativos

    privilegiados e a mais recente Lei 47/2006, que em Portugal determina os

    principais aspectos da sua utilizao escolar, reafirma a relevncia dos

    manuais, tornando obrigatria a sua certificao prvia por especialistas.

    Discordando-se ou no desta lei, esta relevncia partilhada por muitos

    investigadores, na mediao entre programas e professores ou na parceria

    professor-texto, e ainda quanto a um papel decisivo na formao pedaggica e

    cientfica dos docentes (Gerard e Roegiers, 2003; Cabral, 2005).

    Por outro lado, tendo em conta a emergncia dos e-manuais (ou

    manuais digitais) nas escolas portuguesas, e as suas potencialidades de

    visualizao, de pesquisa, de trabalho na sala de aula e acesso de alunos com

    necessidades educativas especiais, temos procurado incluir e-manuais como

    objecto da nossa anlise. Contudo, os manuais mais vendidos so

    acompanhados nalguns casos de consulta complementar da Internet, e no

    so constitudos por exclusivo suporte digital.

    O nosso projecto de pesquisa sobre manuais Face ao contexto poltico e pedaggico atrs delineado, surge assim

    uma pergunta: os manuais escolares portugueses, e tambm aqueles

    produzidos em suporte informtico nas disciplinas em que comeam a aparecer

    (os e-manuais), conseguiro resolver a contradio, aparentemente insanvel,

    de promoverem a pesquisa e resoluo de situaes problemticas, face a

    uma prtica docente tradicional que tende a remeter o aluno para uma postura

    passiva?

    1 Ministrio da Educao, Documento Orientador da Reviso Curricular do Ensino Secundrio, 2003

  • 4

    Neste projecto, tendo presente uma amostra representativa de

    disciplinas de vrias reas (Portugus, Ingls, Histria, Geografia e Fsico-

    qumica, esperando incluir posteriormente Ingls, Matemtica e Cincias

    Naturais) dos 7 e 10 anos (primeiros anos do 3 ciclo do ensino bsico e do

    ensino secundrio, nveis de transio entre ciclos), analisamos os manuais

    respectivos que ocupem o primeiro, segundo e quinto lugares da distribuio

    comercial (o quinto lugar e no o terceiro, porque bons manuais podero ser

    esquecidos pela promoo comercial ou rejeitados pelos docentes pela sua

    inovao). Pretendemos avaliar de que forma as orientaes dos programas

    daquelas disciplinas dos dois anos mencionados so, efectivamente,

    assumidas por alguns dos manuais mais divulgados e, num segundo momento,

    observar como essas orientaes so desenvolvidas nas escolas. Cada

    investigador, com formao especfica para cada disciplina, analisa os

    respectivos manuais e visitar, mais tarde, duas escolas por cada manual mais

    adoptado e para os dois anos considerados, num total de 12 escolas por

    investigador e, portanto, num total de 84 visitas por toda a equipa, com uma

    distribuio percentual que ter em conta a populao das vrias regies

    (NUTS).

    Com base nessa avaliao e com apoio em vrios autores (Hummel,

    1988; Gerard e Roegiers, 2003; Chopin, A., 1992 e 2007), pretendemos

    elaborar uma reflexo introdutiva a uma grelha de avaliao de manuais,

    adaptada s especificidades das disciplinas atrs mencionadas, que inclua

    genericamente vrias categorias de anlise desses manuais mas, de modo

    mais desenvolvido, a das actividades do aluno, em interligao com aquelas

    categorias.

    De modo complementar e em contribuio para um actual debate

    pedaggico-didctico, reflectiremos sobre a articulao das actividades do

    aluno com outras dimenses da aprendizagem, como conceitos, objectivos,

    capacidades, atitudes e competncias.

    Uma didctica com base nas actividades do aluno Se a didctica tradicional transmitia e controlava aquisies de nvel

    basicamente verbal, as novas didcticas, no rasto de Dewey, Claparde,

    Freinet e outros, propem o aluno como sujeito activo da aprendizagem, numa

  • 5

    construo progressiva dos conhecimentos e dos saberes-fazer atravs de

    uma actividade prpria, quando possvel autnoma, mas com interaces com

    os outros alunos e com o professor, numa ancoragem das aprendizagens em

    experincias quotidianas (Perrenoud, 1999; Meirieu, 1992 e 2004, Astolfi, 1995,

    Souto-Gonzlez, 1998). A problemtica do trabalho do aluno situa-se num

    debate mais vasto, debatida para o ensino superior no contexto da Declarao

    de Bolonha, mas que para o ensino bsico e secundrio tambm

    profusamente debatida em termos da preocupao com a construo do

    saber pelo aluno. E para que resulte a transio para uma sociedade

    aprendente (face actual ignorncia e desigualdade), Giordan (1998) designa

    como prioridade, para o sistema educativo, a introduo dos alunos numa

    abertura pessoal aos saberes, num dispositivo de condies materiais e

    humanas de uma autoaprendiagem, a prosseguir ao longo da vida.

    Em lngua inglesa, a problemtica do trabalho do aluno e da

    autoaprendizagem aparece contextualizada em campos de investigao de

    designaes diferentes mas de objectivos afins, tais como task-based

    learning, que para os manuais de ensino de lnguas prev pormenorizadas

    instrues para o trabalho da turma e dos indivduos (Willis, 2005), ou em

    termos de self-regulated learning (Schunk e Zinnerman, 1998), com

    dimenses metacognitivas e motivacionais ou ainda em termos de self-

    instruction e self-assessment (Hummel, 1988) com nfase nas capacidades

    de resoluo de problemas. Importa reconhecer nesses campos de

    investigao a influncia de Dewey, quanto aos objectivos de desenvolver o

    pensamento reflexivo e ajudar os alunos a adquirir competncias e processos

    de pensamento produtivo (Arends, 1995).

    O que est em causa para a actual escola e, por conseguinte, tambm

    para os manuais, o desenvolvimento de actividades onde os alunos possam

    fazer mais do que limitar-se a receber conhecimento de factos, isto , onde

    sejam chamados a agir, a construir o seu conhecimento, a um nvel mais

    exigente, o da descoberta ou criatividade. Fabre sublinha, justamente uma

    nfase sobre o problema e no o teorema, sobre a inveno mais do que o j

    encontrado (1999, p. 87), podendo generalizar-se a outras disciplinas o que

    este autor afirma para os de Matemtica sobre as situaes-problema:

  • 6

    a) O aluno deve ser capaz de intervir na resoluo de problemas, poder

    imaginar o que o problema necessita como tipo de soluo possvel (),

    o problema deve permanecer na zona de desenvolvimento prximo do

    aluno. Nem demasiado perto nem longe demais daquilo que j sabem.

    (p.90)

    b) Os conhecimentos dos estudantes normalmente so insuficientes para resolver o problema de imediato. Isto reflecte as caractersticas de um

    verdadeiro problema (p. 90).

    Fabre sublinha depois: Todos os autores insistem em trs dimenses

    da situao problemtica: permitir aos estudantes investirem o seu anterior

    conhecimento; fazer-lhes tomar conscincia da insuficincia deste

    conhecimento, e ajud-los a construir novos procedimentos (p.92).

    O manual como instrumento de pesquisa pessoal Segundo Chevallard (1985), entre o "saber erudito" da investigao

    (savoir savant) e o "saber ensinado", interpem-se os programas escolares

    que aparentemente cumprem as orientaes pedaggicas e didcticas das

    autoridades educativas, num processo em que os professores so vistos como

    um importante mediador de aprendizagem. Mas, da nossa observao, os

    professores lem pouco a orientao contida nos programas (em que apenas

    consultam, em geral, a lista de contedos), escolhendo nos manuais as

    actividades a desenvolver no curso, mesmo porque muitos contedos dos

    manuais e propostas pelos programas no foram abordados na universidade. Assim, se o professor um mediador indispensvel na aprendizagem, o

    manual tambm o (Hummel, em epgrafe). E se muitos manuais se tornaram

    puzzles cujas chaves so detidas pelos professores, no tendo sido

    concebidos para os alunos, como constata Giordan (1998), este autor prope

    justamente que este produto pedaggico pode tornar-se um formidvel

    instrumento de autodidaxia se se tornar um livro de referncia, porque num

    momento em que os alunos se perdem face multiplicidade de informao dos

    diferentes mdia, eles procuram livros que, por um lado, vo ao essencial e

    que, por outro, ponham os saberes numa perspectiva geral e os interpelem de

    modo a fornecerem um sentido de que sentem necessidade (p.240).

  • 7

    Como sublinha Gerard (2003), o aluno actual no o mesmo de h

    alguns anos atrs: banhado por uma sociedade de imagem, a utilizao do

    computador e de outros multimdia faz-se mais numa lgica de aprendizagem

    e de descoberta que numa lgica de ensino. A obra j clssica coordenada por

    Hummel (1998), elogia nalguns manuais analisados a sua orientao pelo

    desenvolvimento de actividades, mais que pela exposio de factos (activity-

    oriented rather than purely fact-oriented, p.82), envolvendo os alunos num

    processo real de aprendizagem, incitando-os a pensar criticamente e menos a

    memorizar.

    Num estudo sobre a percepo do manual por parte de estudantes e

    professores portugueses, Santo (2006) conclui que o manual considerado

    como uma ferramenta que contribui decisivamente para a construo do

    conhecimento pelos prprios alunos - o que significa que, a nvel do discurso

    dos principais intervenientes na educao (alunos e professores), h uma

    concepo avanada do papel do manual escolar.

    Tais consideraes constituem argumentos adicionais para adoptarmos

    a problemtica do trabalho do aluno nos manuais como objecto do nosso

    projecto.

    A problemtica das competncias Na abordagem construtivista que se estende aos manuais, Souto-

    Gonzalez (1998) salienta que o contedo do ensino no explorado pela

    informao apresentada, mas atravs dos conceitos e actividades que

    permitam a resoluo de um problema. Por seu turno, Gerard e Roegiers

    (2003) salientam que, nos manuais, a apresentao de uma situao

    problemtica no incio de uma aprendizagem particularmente eficaz (p.68),

    mas tambm aceitam uma abordagem mais tradicional, em dois momentos:

    aprendizagens pontuais (conhecimentos, saber-fazer, etc.) e actividades de

    integrao (p.63). Para eles a competncia mais que a soma de

    conhecimentos e de saberes-fazer que se mobilizam para resolver uma

    situao (uma situao-problema) (p.88), distinguindo os conceitos de

    competncia e de capacidade. A este respeito, Perrenoud aceita, a partir de um

    programa belga, competncias transversais, de base interdisciplinar, e

  • 8

    competncias disciplinares, divididas por sua vez em competncias

    elementares ou especficas e globais ou de integrao (1999, p.49).

    Goodson (1997) destaca tanto o papel prtico (distribuio de recursos,

    progresso pessoal...), como o papel simblico dos manuais escolares, de

    legitimidade e publicidade para determinadas intenes educacionais -

    recordando ao mesmo tempo que os manuais determinam parmetros

    importantes para a prtica de cada escola. Por outro lado e ainda a nvel da

    simbologia, a autoridade dos manuais tanto intrnseca, principalmente pelas

    diferenas dos dois cdigos, escrito e oral, e tendo-se em conta a relevncia do

    texto escrito (Luke, Castell e Luck, 1989, p. 255), como extrnseca, porque os

    manuais esto associados ao reconhecimento pblico das instituies de

    ensino que os adoptam.

    Mesmo a legislao portuguesa insiste em que o manual um recurso

    para apoiar o trabalho autnomo, desenvolver as competncias e a

    aprendizagem dos alunos e determina, obrigatoriamente (e no apenas como

    opcional, como em 19902), propostas de actividades pedaggicas e de

    avaliao da aprendizagem tendo em conta aquela exigncia3.

    Em suma, as consideraes dos vrios autores mencionados do apoio

    s orientaes da legislao portuguesa e do suporte ideia de que os

    manuais escolares podero contribuir para que a escola seja diferente da

    actual.

    As categorias de anlise Com base nos quadros tericos mencionados sobre uma aprendizagem

    activa e propiciadora da autonomia do estudante, construmos uma srie de

    quatro categorias para anlise das actividades dos manuais mais adoptados

    pelas escolas portuguesas, segundo explicmos anteriormente. As primeiras

    dessas categorias so de tipo convergente com as actividades ou exposies

    enunciadas pelo manual (tambm provavelmente pelo professor) e as ltimas

    duas, de feio divergente, incentivam a autonomia do estudante:

    2 Decreto-Lei n 369/90, de 26 de Novembro 3 Lei n 47/2006, de 28 de Agosto

  • 9

    Categorias de anlise 1 - Actividades de Memorizao e/ou Transposio 2. Explorao e Produo de Documentos (interpretao de frases, grficos, esquemas e resoluo de problemas com base num modelo apresentado) 3 - Actividades de Reformulao (definio de conceitos, resumos, snteses, parfrases, outras) 4 - Situaes Problemticas/ Actividades Experimentais/ Projectos/ Produo de Conhecimentos

    Manuais do 7 ano So os seguintes, para o 7 ano, os manuais em 1, 2 e 5 de maior distribuio (critrios de escolha atrs mencionados): Para Lngua Portuguesa: 1 Lugar Couto, F.; Mendona, L. (2006). Palavras a Fio. Porto: Porto Editora, 303 pp. 2 Lugar Marques, C.;Silva, I.; Ferreira, P.; Silva, F. (2006). Oficina de Lngua. 7. Rio Tinto: Edies Asa, 303 pp. 5 Lugar Melo, S.; Martins, A. (2006). Sentidos 7. Porto: Porto Editora, 269 pp. Para Histria: 1 Lugar Maia, C.; Brando, I.; Carvalho, M. (2006), Viva a Histria!, Porto: Porto Editora. (Parte 1: 112 pgs.; Parte 2: 111 pp.) 2 Lugar Diniz, M.; Tavares, A.; Caldeira, A.M.; (2006). Histria Sete, Lisboa: Lisboa Editora, 208 pp. 5 Lugar Neves, P.; Amaral, C.; Pinto, A. (2006). Descobrir a Histria 7. Porto: Porto Editora, 224 pp. Para Geografia 1 Ribeiro, I.; Costa, M.; Carrapa, M. (2007) Faces da Terra 7. A Terra: Estudos e Representaes. Meio Natural. Porto: Areal Editores, 208 pp. 2 Rodrigues, A.; Coelho, J. (2006) Viagens. A Terra: Estudos e Representaes. O Meio Natural. Geografia 7 ano. Lisboa: Texto Editores, 144 pp. 5 Lobato, C. (2007) Mundo.Org 7. A Terra: Estudos e Representaes. Meio Natural. Porto: Areal Editores, 192 pp. Para Cincias Fsico-qumicas 1 Cavaleiro, M. e Beleza, M.D. (2007) FQ 7. Rio Tinto: Edies ASA, 224 pp. 2 Rodrigues, M. e Dias, F. (2007) Fsica e Qumica na nossa Vida 7. Porto: Porto Editora, 191 pp. 5 Trindade, A. e Silva, M. (2007) Universo da Matria. Lisboa: Santillana-Constncia, 180 pp.

  • 10

    Os seguintes exemplos constituem situaes tpicas adaptadas dos manuais analisados e, sem reproduzir exactamente tais situaes, procuram evocar o essencial das actividades a propostas. Categoria 1. Memorizao e/ou transposio. Descritores: Indicar, Enumerar, Copiar, Distinguir, Listar, Localizar, Sublinhar, Transcrever Exemplo para Lngua Portuguesa

    s vezes, num dilogo, os interlocutores interrompem-se. Na escrita, as reticncias so utilizadas para indicar essa interrupo. Nota dois exemplos de reticncias, no dilogo entre as duas personagens.

    Exemplo para Histria:

    Que civilizao vais estudar nesta unidade?

    Exemplo para Geografia

    Indica, para cada conceito da coluna I, o nmero da afirmao que lhe corresponde na coluna II. Exemplos para Cincias Fsico/Qumicas

    Indica o significado das palavras opaco e transparente

    Categoria 2. Explorao e Produo de Documentos (interpretao de frases, grficos, esquemas e resoluo de problemas com base num modelo apresentado) Descritores: Descrever, Caracterizar, Identificar, Exemplificar, Comparar, Classificar, Interpretar tabelas, esquemas, imagens Exemplo para Lngua Portuguesa

    Relaciona as frases seguintes (lista includa) com os momentos da histria representados nas imagens Exemplo para Histria

    Caracteriza a economia romana a partir do documento A

    Exemplo para Geografia

    Na figura (mapa) esto representadas as cidades onde j se disputaram os Jogos Olmpicos at 2004.Identifica, a partir da figura, os pases que organizaram os Jogos Olmpicos localizados:

  • 11

    a) na Europa b) na Amrica c) na sia d) na Ocenia

    Exemplo para C. Fsico-Qumicas

    Qual o nome da constelao que permite a orientao nocturna aos habitantes do hemisfrio sul?

    Categoria 3 - Actividades de Reformulao (definio de conceitos, resumos, snteses, parfrases, outras) Descritores: Contar, Relatar, Comentar, Explicar, Explicitar, Corrigir, Alargar, Resumir, Reconstituir, Sintetizar, Transformar Exemplo para a Lngua Portuguesa

    Explica por palavras tuas a frase do narrador: so essas as linhas com que Deus fez uma flor Exemplo para a Histria:

    Define os conceitos Democracia e Democracia Directa

    Exemplo para Geografia

    Compara a descrio que o teu colega fez da paisagem com a tua, a partir da janela da sala de aula. Procura uma justificao para as diferenas obtidas. Exemplo para Fsica/Qumica

    Por que razo a temperatura da gua lquida no varia durante a ebulio?

    Categoria 4 - Situaes Problemticas/ Actividades Experimentais/ Projectos/ Produo de Conhecimentos Descritores: Debater, Avaliar, Dinamizar/Participar em projectos, Pesquisar Exemplo para a Lngua Portuguesa

    Planifica um programa de rdio incluindo uma pequena entrevista. Faz uma simulao com um colega. Elementos para o plano a partir da entrevista: 1 - Seleco do tipo de programa (msica, notcias, desporto...) e durao (15 a 30 minutos) 2 - Distribuio de papis: um jornalista e um entrevistado (msico, actor, poltico) 3 - Mapa da entrevista: saudao inicial, apresentao do programa pelo entrevistador, introduo dos convidados, sequncia de perguntas

    Exemplo para Histria

    Pesquisa as diferenas entre o regime portugus e o regime de Atenas

  • 12

    Exemplo para Geografia

    Elabora um pequeno dossi sobre riscos e catstrofes naturais tendo em conta: - a pesquisa e recolha de notcias e imagens sobre algumas catstrofes ocorridas; - o tratamento da informao ocorrida; - as medidas de preveno que deveriam ser implementadas. Exemplo para Fsica/Qumica

    Planifica a construo dum forno solar utilizando materiais

    Manuais do 10 ano So os seguintes, para o 10 ano, os manuais em 1, 2 e 5 de maior distribuio (critrios de escolha atrs mencionados): Para Lngua Portuguesa: 1 Lugar Magalhes, O., Costa, F. (2007). Entre Margens. Porto: Porto Editora, 272 pp. 2 Lugar Cardoso, A.; Fonseca, C.; Peixoto, M. ; Seufert, M. (2007). Das Palavras aos Actos. Rio Tinto: Asa Editores, 351 pp. 5 Lugar Pinto, E.; Fonseca, P. ; Baptista, V. Plural 10. Lisboa: Lisboa Editora, 320 pp. Para Histria: 1 Lugar Couto, C. e Rosas, M. (2007), O Tempo da Histria, Porto, Porto Editora. (1 Parte, 160 pgs; 2 Parte, 175 pgs., 3 Parte, 160 pp. 2 Lugar Pinto, A.; Carvalho, M.; Neves, P. (2007). Cadernos de Histria, Porto, Porto Editora. (1 Parte, 128 pp., 2 Parte, 128 pp., 3 Parte, 128 pp.)

    Nota: Para a disciplina de Histria, para o 10 ano, s existem quatro manuais no mercado (e por isso no h um 5 mais vendido). Foram analisados os dois manuais mais adoptados, que se referem a Histria A. Para Geografia 1 Rodrigues, A. e Barata, I. (2007). Geografia A. 10 ano. Lisboa: Texto Editora, 240 pp., reviso cientfica de Jos Manuel Simes. 2 Matos, A.; Santos, F.; Lopes, F. (2007). Espao Portugus. Ensino Secundrio. 10 ano. Porto: Edies ASA, 253 pp. 5 Ramalho, M.; Lopes, A.; Carvalho, M.; Velhas. E. (2007). Rostos de Portugal. Geografia A, 10 ano. Porto: Porto Editora, 384 pp. Para Cincias Fsico-qumicas Manuais de Fsica 1 Fiolhais, C.; Fiolhais, M.; Ventura, G.; Paiva. J.; Ferreira, A. (2007). 10FA. Lisboa: Texto Editora, 207 pp. 2 Caldeira, H. e Bello, A. (2007). Ontem e Hoje Fsica A. Porto: Porto Editora, 192 pp. 5 Costa, A.; Moiso, A.; Caeiro, F. (2007). Novo Ver + Fsica A. Lisboa: Pltano Editores, 246 pp.

  • 13

    Nota: Foram analisados tambm os cadernos de exerccios e problemas e os cadernos laboratoriais respectivos. Manuais de Qumica 1 Dantas, M. e Ramalho, M. (2007). Jogo de Partculas. Lisboa: Texto Editora, 240 pp. 2 Fiolhais, C.; Fiolhais, M.; Ventura, G.; Paiva. J.; Ferreira, A. (2007). 10Q A. Lisboa: Texto Editora, 256 pp. 5 Simes, T.; Queirs, M.; Simes, M. (2007). Qumica em Contexto. Porto: Porto Editora, 192 pp.

    Nota: Foram analisados tambm os cadernos de exerccios e problemas e os cadernos laboratoriais respectivos. Categoria 1. Memorizao e/ou transposio Exemplo para Lngua Portuguesa

    Assinala as definies que a autora d para a Loja do Cidado.

    Exemplo para Histria

    Faa a legenda dos elementos assinalados na gravura 2

    Exemplo para Geografia

    Apresente algumas consequncias para a demografia portuguesa resultantes da presena de imigrantes (nota : pergunta-se ao aluno algo que est expresso no texto contguo pergunta)

    Exemplo para Fsica

    Complete as frases com os tipos de energia potencial adequados: a) A Terra volta do Sol tem energia potencial__________ b) Uma tira de borracha esticada tem energia potencial ________ c) Um electro num tomo tem energia potencial_________

    Exemplo para Qumica

    No quadro em baixo indicam-se alguns tomos representados genericamente pelas letras A a F.

    tomos nde protes nde neutres n atmico n de massa A 3 3 B 3 4 C 4 5 D 6 6 E 6 8 F 8 8

    Complete o quadro.

  • 14

    Categoria 2 Explorao e Produo de Documentos (interpretao de frases, grficos, esquemas e resoluo de problemas com base num modelo apresentado) Exemplo para Lngua Portuguesa

    Utilizando os nmeros de 1 a 6, estabelece a correspondncia entre a coluna da esquerda e a da direita, de forma a obteres afirmaes verdadeiras: 1 Na expresso Havia um azul..

    (l.41) O enunciado estabelece um contraste relativamente ideia anteriormente apresentada.

    A

    2 Com a expresso Mas aquilo no era mentira (l.51)

    O narrador estabelece uma relao de semelhana entre o final e o incio da narrativa.

    B

    3 Com a expresso No sabia, claro (l.34)

    O enunciador exprime a incapacidade de caracterizar o objecto referenciado.

    C

    4 Com a expresso Porque no centro havia uma espcie de vala ou de leito(l.21)

    O enunciador estabelece um nexo de causalidade.

    D

    5 Coma expresso como h horas acontecer (l.107)

    O enunciador encara a ideia como uma possibilidade.

    E

    6 Com a expresso Deviam sentir-se assim os eremitas (l.32)

    O enunciador confirma como verdadeira a hiptese antes colocada.

    F

    Exemplo para Histria De acordo com o mapa, quais as mais antigas Universidades da Europa? Exemplo para Geografia

    Observe atentamente os mapas relativos variao da populao por concelho, em Portugal, nos anos de 1960-70 e 1991-2001. Caracterize, de forma sucinta, as alteraes na distribuio da populao. Exemplo para Fsica

    Identifique situaes do dia-a-dia em que o atrito seja prejudicial e indique materiais adequados para o minimizar. Exemplo para Qumica

    Com base em modelos moleculares, construa representaes tridimensionais das seguintes molculas:

    H2O; NH3; CH4; CO2; HF; HCl; F2 e Cl2

    Categoria 3 - Actividades de Reformulao (definio de conceitos, resumos, snteses, parfrases, outras)

  • 15

    Exemplo para Lngua Portuguesa

    Com os elementos factuais que encontras na crnica e aqueles que, a seguir, te fornecemos, redige a notcia que teria estado na base da crnica apresentada. Exemplo para Histria

    Compare as concepes romana e grega de cidadania.

    Exemplo para Geografia

    Justifique, recorrendo a factores fsicos e humanos, as alteraes verificadas na distribuio da populao no territrio nacional. Exemplo para Fsica

    Um recipiente de ferro de 200g contm 200g de gua temperatura de 20,0 C. Um pequeno bloco metlico posto em equilbrio trmico com gua em ebulio introduzido dentro do vaso. Todo o sistema (vaso, gua e metal) pode ser considerado isolado. A temperatura de equilbrio 25,0 C. Determine a capacidade trmica do bloco metlico.

    (cgua = 4180 J kg-1 C-1 e cFe = 440 J kg-1 C-1)

    Exemplo para Qumica:

    Um electro num dado tomo est no nvel quntico n = 2. Escreva os valores de l e ml que ele pode ter.

    Categoria 4 - Situaes Problemticas/ Actividades Experimentais/ Projectos/ Produo de Conhecimentos Exemplo para Lngua Portuguesa O presente projecto constitui um desafio par ir ao encontro de cdigos e de mensagens, sinais que se revem na literatura do passado, do presente e de uma intemporalidade associada aos valores e reflexo sobre a existncia humana. Primeira abordagem- Considere a progresso da histria Segunda abordagem- Baseie-se na intriga construda Terceira abordagem- Atenda ao conjunto de personagens intervenientes Exemplo para Histria

    Elaborar um roteiro de visita Estao Arqueolgica de Conmbriga, utilizando o material fornecido pelo Manual, documentao fornecida e material obtido pelo aluno em pesquisa autnoma, bibliogrfica ou na Internet.

    Exemplo para Geografia

  • 16

    Sugira medidas que se podem tomar no quotidiano, tendo em conta a estrutura

    do consumo interior da gua, para racionalizar o consumo da gua em casa e

    na escola.

    Exemplo para Fsica:

    Projecte um escorrega para a diverso das crianas, de modo que permita que deslizem com facilidade, mas por outro lado, que as faa diminuir o valor da velocidade na parte final.

    Exemplo para Qumica:

    O aumento crescente dos agentes poluentes na atmosfera e os perigos que dele advm para o ambiente e para a sade pblica devem preocupar-nos e, por isso, merecer a nossa ateno. Esteja atento aos telejornais e aos jornais dirios e faa, durante duas semanas, uma recolha das notcias que lhe parecerem mais importantes sobre este assunto.

    a) Faa uma listagem dos agentes poluentes de origem natural e de origem antropognica.

    b) Indique as aces nocivas para a composio da atmosfera que foram desencadeadas durante as duas semanas de trabalho.

    c) Proponha solues para ajudar a diminuir as emisses de gases vestigiais para a atmosfera.

    Resultados de conjunto

    Seguem os resultados globais para o stimo ano, tendo em conta as

    disciplinas consideradas at ao presente momento (Lngua, Histria, Geografia,

    Fsico-Qumica), e com base nas quatro categorias de anlise descritas acima.

    Recordamos que um investigador especializado que faz a anlise de cada

    manual, num trabalho longitudinal para o manual em causa e que os dados

    foram discutidos com todos os investigadores do projecto.

  • Seguem

    0%

    20%

    40%

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    17

    4

    4

    4

  • 18

    No 7 ano como no 10 ano, a desvalorizao das actividades de tipo 3

    e 4 bvia. Mas, no 7 ano, a disciplina de Lngua Portuguesa que d mais

    ateno categoria 4. Situaes problemticas / Actividades experimentais /

    Projectos / produo de conhecimentos. Para as disciplinas de Histria,

    Geografia e Cincias Fsicas, a grande ateno dada categoria 2. Explorao

    e Produo de documentos (interpretao de frases, grficos, esquemas e

    resoluo de problemas com base num modelo apresentado) no significa que

    se concretize depois um desenvolvimento das competncias mais complexas.

    No 10 ano, as actividades da categoria 3. Actividades de Reformulao

    (definio de conceitos, resumos, snteses, parfrases, outras) tm uma maior

    visibilidade nas disciplinas de Fsica e Qumica, mas o tipo de actividades 4.

    Situaes Problemticas/ Actividades Experimentais/ Projectos/ Produo de

    Conhecimentos continuar a assumir reduzida importncia.

    Em suma, os manuais escolares tm muitas actividades, mas que so

    essencialmente destinadas a avaliar a apropriao pelos alunos dos contedos

    temticos apresentados.

    Concluses Inicimos este projecto com um duplo pressuposto:

    - as intenes de mudana apontadas pelo Ministrio da Educao

    quanto a um ensino activo, centrado na aquisio de competncias atravs da

    explorao de situaes problemticas, constituem uma problemtica

    interessante (mesmo se as directrizes ministeriais so ambguas, como

    tambm as oriundas dos servios da Unio Europeia quanto a tpicos afins);

    - os manuais escolares determinam em grande medida o que acontece

    na sala de aula (Hummel, 1998) e que, por isso, podem ajudar a garantir que a

    escola se torne outra coisa, ou seja, menos formalista e verbalista, e

    propiciadora da autonomia dos estudantes.

    Na actual fase da investigao, descobrimos que nos manuais

    analisados, aps a exposio dos contedos, se fazem propostas de

    actividades no muito diferentes daquelas includas nos manuais anteriores

    reorganizao curricular de 2001 (que determinou uma aprendizagem por

  • 19

    competncias com base no desenvolvimento de situaes e problemas). Com

    efeito, as questes limitam-se em geral a:

    - Propor uma repetio da informao contida nas pginas anteriores do

    manual;

    - Formular relaes entre dois fenmenos j descritos ou conceitos

    apresentados (nos casos menos simples);

    - Sugerir experincias cujo resultado facilmente induzido.

    Em suma, os manuais contemplam, no mximo, competncias (demasiado)

    elementares, localizadas em nveis elementares das taxonomias, quando muito

    num nvel de aplicao de conhecimentos. Existe, na verdade, entre os autores

    dos manuais, uma preocupao com o tema das competncias, com

    insistncia at quanto a competncias de investigao a desenvolver alunos.

    Mas a proposta de investigao mais frequente nos manuais analisados a de

    pesquisa na Internet, sem qualquer orientao metodolgica.

    Parece, portanto, que o discurso oficial da inovao pedaggica

    particularmente quanto ao desenvolvimento de competncias pelos alunos

    encontra nos manuais escolares um difcil obstculo e no um recurso.

    evidente que as mudanas no sero atingidas com uma represso

    institucional dos actores escolares pois a problemtica dos manuais to

    complexa que os manuais iro melhorar fundamentalmente apenas num

    quadro mais amplo de transformao da escola. At porque desde o sculo

    XVI, os manuais so instrumentos importantes para a democratizao do

    ensino e continuam a desempenhar essa funo no mundo de hoje - como a

    UNESCO tem proposto.

    O discurso sobre os manuais, redigido por professores de entre os mais

    dinmicos de cada perodo, dever ser um discurso positivo e optimista - e no

    um discurso demasiado crtico de modo a incentivar a que os manuais

    constituam um instrumento de mudana, com nfase no desenvolvimento

    cognitivo e na autonomia dos estudantes, pois preciso que a escola se

    transforme de forma a preparar os jovens para um futuro que exige

    capacidades de interveno e criatividade.

  • 20

    Referncias bibliogrficas Amado, J.S. e Freire, I.P. (2002). Indisciplina e Violncia na Escola. Compreender

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