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PARANÁ GOVERNO DO

ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

O JOGO DE XADREZ E A SUA APLICABILIDADE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO

FÍSICA ESCOLAR

CLÁUDIO JOSÉ CESTARI

PROFESSOR PDE

Iporã 2011

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CLÁUDIO JOSÉ CESTARI

O JOGO DE XADREZ E A SUA APLICABILIDADE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO

FÍSICA ESCOLAR

Artigo apresentado à Universidade Estadual de Maringá (UEM) e à Secretaria de Estado de Educação do Paraná (SEED) para o Programa de Formação Continuada intitulado Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), sob a orientação do Profº. Sérgio Roberto Adriano Prati.

Iporã 2011

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O JOGO DE XADREZ E A SUA APLICABILIDADE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Autor: Cláudio José Cestari

1

Orientadora: Sérgio Roberto Adriano Prati2

Resumo

A proposta é resultado da pesquisa desenvolvida no Programa de Desenvolvimento Educacional, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (PDE/PR), com o objetivo de desenvolver o processo ensino-aprendizagem da Educação Física escolar, tendo o jogo de xadrez como recurso didático-pedagógico. Para tal, optou-se por uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso. A proposta foi desenvolvida no Colégio Estadual de Iporã Ensino Fundamental, Médio e Profissional, Iporã – Paraná, com a participação de 30 (trinta) alunos do 8º Ano do Ensino Fundamental, perfazendo um total de oito oficinas pedagógicas. Nas oficinas foram vivenciadas situações diferenciadas que envolveram explicitação oral, pesquisas em livros e sites da internet, onde o jogo de xadrez é oferecido para ser jogado online, roda de conversa, debates, atividades em grupo, apresentação e discussão de vídeos, utilização do formato do tabuleiro oficial de jogo de xadrez, para explicação da nomenclatura das peças, movimentos, capturas, técnicas e táticas para aberturas e finalização. Os dados foram observados e transcritos em um caderno de registro, para a análise e discussão dos resultados. Diante da prática vivenciada na escola, considera-se que o desafio posto para o docente consiste em rever as práticas pedagógicas estáticas e descontextualizadas de Educação Física escolar, no sentido de possibilitar um ensino e aprendizagem na disciplina de forma crítica e construtiva, tendo o jogo de xadrez com recurso didático.

Palavras-chave: Educação Física escolar, jogo de xadrez, recurso didático- pedagógico.

1 Introdução

Durante muito tempo, a escola foi adaptada com o intuito de homogeneizar

culturalmente a sociedade, buscando perpetuar e justificar a realidade social vigente.

Com o processo de abertura democrática, a situação da escola frente à sociedade

1 Graduado em Educação Física Escolar. Professor da Rede Pública Estadual de Ensino.

2

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foi revista. Muitas críticas foram e continuam sendo feitas à escola tradicional,

considerada “mera transmissora de conteúdos estáticos, de produtos educacionais

ou instrucionais prontos, desconectados de duas finalidades” (GASPARIN, 2005, p.

01). Contudo, apesar dos avanços, algumas práticas de ensino continuam estáticas,

fragmentadas e fora do contexto dos alunos.

Experiências desenvolvidas no processo ensino e aprendizagem da

Educação Física escolar, conforme as Diretrizes Curriculares do Estado - (DCEs),

Paraná (2008) demonstram a necessidade de transformar o ensino dessa disciplina

em uma tarefa agradável e recompensadora para os alunos.

O educador precisa ter clara a função a ser desempenhada pela Educação

Física no contexto escolar como produto cultural, estando continuamente atento à

necessidade de sua aplicabilidade enquanto prática contextualizada no espaço

escolar. A disciplina precisa ser compreendida pelo aluno como um conhecimento

que pode favorecer o desenvolvimento de habilidades nas diferentes dimensões,

seja de ordem afetiva, cognitiva, psicomotora, social e cultural (HILDEBRANT;

LAGING, 1986).

Um dos fatores que pode contribuir para que os educandos sejam bem

sucedidos na aprendizagem na Educação Física escolar, reside no conhecimento

sistematizado que o educador deve possuir acerca dos subsídios teórico-práticos a

serem utilizados como recurso facilitador da aprendizagem, sobretudo, em relação

às atividades práticas que podem ser desenvolvidas com os jogos no cotidiano da

sala de aula.

De acordo com o Coletivo de Autores (1992), o ensino da Educação Física

escolar tem uma dimensão lúdica que visa instigar a criatividade humana, à adoção

de uma postura produtiva e criadora de cultura, em que o conhecimento precisa ser

tratado metodologicamente o desenvolvimento global dos educandos.

É preciso pensar em uma prática capaz de possibilitar o desenvolvimento

global dos alunos, ou seja, integrar as dimensões cognitiva, psicomotora, afetiva e

social e cultural (KRAMER; LEITE, 1998). Por sua vez, Oliveira (1986, p. 72) lembra

que “[...] o jogo traduz a mais autêntica manifestação do ser humano, e, apesar de

não ficar restrito ao âmbito da Educação Física, nela, o jogo tem a oportunidade de

se manifestar em toda a sua plenitude”.

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Por intermédio do jogo, os alunos podem aprender a se relacionar utilizando

normas que derivam da própria atividade, constituindo-se num recurso pedagógico

transformador que, segundo Oliveira (1986, p. 74) é “[...] capaz de propiciar uma

aprendizagem espontânea e natural. Concorre para a descoberta e minimiza a

atmosfera predominante artificial e tecnicista que impera nos meios educacionais”.

Compartilhando do entendimento de Rodrigues (2008, p. 182), a inserção de

modalidades que superem os tradicionais como “[...] o vôlei, handebol, basquete e

futebol, exige dedicação, força de vontade, conhecimento e criatividade do professor

durante a preparação e a atuação nas aulas”.

A atividade enxadrística (referente ao xadrez), não proporciona apenas

atividade lúdica, pois ao jogar o sujeito “compromete toda sua personalidade, não o

faz apenas para passar o tempo, podemos dizer, sem dúvida, que o jogo é o

trabalho da infância ao qual a criança dedica-se com prazer” (SILVA, 2002, p. 21).

Além do valor educativo, a ludicidade é outro elemento que reforça o

benefício do xadrez como recurso didático-pegagógico, pois essa ferramenta não é

apenas um jogo, mas também uma brincadeira que leva os alunos aprendem a

pensar, desenvolvendo o seu potencial de maneira integral, ou seja, o

desenvolvimento de habilidades em diferentes aspectos (cognitivo, afetivo,

psicomotor, e social). No que se refere ao aspecto do raciocínio lógico, o jogo de

xadrez oferece a possibilidade de os alunos entrarem em contato com exercícios

diferenciados (ANGÉLICO; PORFÍRIO, 2010).

Portanto, a proposta que ora se apresenta resultado da pesquisa

desenvolvida no Programa de Desenvolvimento Educacional, da Secretaria de

Estado da Educação do Paraná (PDE/PR), tem como objetivo desenvolver o

processo ensino e aprendizagem da Educação Física escolar, tendo o jogo de

xadrez como recurso didático-pedagógico. Mais especificamente, buscou-se

proporcionar a compreensão sobre a história do xadrez; compreender a importância

da aplicabilidade do jogo de xadrez como ferramenta de ensino e aprendizagem na

disciplina de Educação Física escolar; demonstrar que a aprendizagem é facilitada

quando são experienciadas situações de jogos na escola; conhecer o tabuleiro de

xadrez, suas demarcações numéricas e alfabéticas, peças nomenclaturas e

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movimentos de ataque e de defesa; favorecer a assimilação das principais

características do xadrez.

Desta forma, primeiramente tece-se considerações sobre a importância dos

jogos como recurso pedagógico na educação, ressaltando aspectos relevantes

acerca da aplicabilidade do jogo de xadrez na Educação Física Escolar. Na

sequência, trata-se dos resultados e discussões relativos à implementação na

escola. Por fim, apresenta as conclusões sobre o estudo proposto.

2 O Caminho Metodológico

Para atingir os objetivos da pesquisa, optou-se pelo desenvolvimento de

uma pesquisa de abordagem qualitativa. A pesquisa qualitativa parte do

entendimento de que existe uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, ou

seja, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito

que não pode ser traduzida em números. A interpretação dos fenômenos e a

atribuição de significados são pontos básicos no processo da pesquisa qualitativa

(MATIAS-PEREIRA, 2007).

Como pesquisa qualitativa o estudo de caso foi o tipo de pesquisa escolhido

para embasamento da investigação proposta. O estudo de caso está fundamentado

“[...] na ideia de que a análise de uma unidade de determinado universo possibilita a

compreensão da generalidade do mesmo ou, pelo menos, o estabelecimento de

bases para uma investigação posterior, mais sistemática e precisa” (GIL, 1994, p.

79).

A proposta foi desenvolvida no Colégio Estadual de Iporã Ensino

Fundamental, Médio e Profissional, Iporã – Paraná, com a participação de 30 (trinta)

alunos do 8º Ano do Ensino Fundamental.

A proposta considerou as experiências e conhecimentos prévios dos alunos

para chegar à sistematização do conhecimento, contemplando a prática dialógica,

onde o mediador dos conhecimentos nas oito oficinas desenvolvidas foi o professor,

buscando sempre alcançar os objetivos estabelecidos.

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Os passos descritos a seguir possibilitaram as respostas às indagações da

pesquisa, como também a elaboração deste artigo.

- Explicitação oral – o professor utilizou essa estratégia frente à necessidade

de intervir com alguma explicação sobre os procedimentos do jogo de xadrez;

- Pesquisas na internet e livros: os alunos pesquisaram sobre o histórico do

jogo de xadrez, seus objetivos e importância para o ensino e aprendizagem da

Educação Física escolar. Também, realizaram pesquisas em sites onde o jogo de

xadrez é oferecido para ser jogado online;

- Roda de Conversa (debates): Os alunos fizeram questionamentos, e

debateram as suas dúvidas.

- Recursos audiovisuais: foram utilizados vídeos como recursos didáticos

para auxiliar na formação de conceitos sobre o jogo de xadrez;

- Outros Recursos: utilização do formato do tabuleiro oficial de jogo de

xadrez, para explicação da nomenclatura de suas peças, movimentos, capturas,

técnicas e táticas de aberturas e finais.

As estratégias serviram de instrumentos significativos para o

desenvolvimento da prática de intervenção. Os dados foram observados e

transcritos em um caderno de registro, para a análise e discussão dos resultados.

3 Descrição dos Procedimentos de Intervenção Pedagógica

A compreensão dos alunos perpassou o desenvolvimento de atividades

relacionadas à reflexão e acompanhamento de ações que envolveram recursos e

estratégias diferenciadas.

Para melhor compreensão da análise e discussão dos resultados da

implementação pedagógica na escola, foram estabelecidos dois eixos significativos

a partir da implementação realizada: a) benefícios do jogo de xadrez; b) aprendendo

a jogar xadrez na prática.

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3.1 Benefícios do Jogo de Xadrez

O jogo de xadrez tem aspecto educativo, recreativo e instiga à

competitividade. Recorrendo inicialmente à explicitação oral, foram apresentadas

algumas curiosidades sobre o jogo a partir da sua história. Para Kishimoto (1998) é

importante contar com a ajuda dos jogos como fator educativo na aprendizagem da

Educação Física escolar, pois,

[...] na origem dos jogos entrelaçam-se processos geradores de tensão, que surgem pelo fato de esta começar a experimentar as necessidades que não podem ser feitas; pela tendência da criança buscar satisfação imediata das suas necessidades e desejos e, finalmente, pela diminuição de sua capacidade de esquecer a não satisfação de outras necessidades, que é possível graças às transformações ocorridas em sua memória (KISHIMOTO, 1998, p.129).

Em se tratando da história do jogo, em diferentes situações, a mesma pode

ser utilizada como recurso para explicar as ideias que estão sendo construídas pelos

alunos, de maneira especial, para atender a determinados “porquês”, contribuindo

para a constituição de uma prática mais significativa acerca dos objetos de

conhecimento (MIGUEL; MIORIN, 2004). Para os autores, o trabalho com a história

pode servir como instrumento facilitador da aprendizagem. A história contribui para

dirimir dúvidas e provocar outros questionamentos, possibilitando a construção da

ciência, superando a resolução mecânica de exercícios repetitivos levando os alunos

a fazer relações da matéria com outros campos do conhecimento.

Assim, recorrendo-se à história do xadrez, buscou-se esclarecer sobre a

origem do jogo, explicando que alguns atribuem sua origem a um jogo que surgiu na

Índia no século VI a. C., o chaturanga, que significa “quatro armas” em sânscrito e

era jogado por quatro pessoas. Eram oito peças: rei, vizir, barco, elefante e quatro

soldados. Com as invasões árabes do século X, o chaturanga chegou à Europa,

passando então a ser disputado por apenas 2 pessoas.

Discutiu-se que várias curiosidades permeiam a história do jogo, uns

atribuem a origem da história ao rei Salomão que, já cansado da sua rotina, criou um

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concurso para que os participantes criassem um jogo onde não houvesse sorte ou

azar. Os seus jogadores deveriam ter concentração, analisar estratégias,

valorizando assim aspectos da inteligência humana e não a força física. Foi

lembrado que depois de ver vários jogos, o rei ficou muito entusiasmado com o

xadrez e quis pagar pelo jogo. Como o seu inventor era um homem muito esperto,

disse que o pagamento deveria ser feito em trigo, mas da seguinte maneira: na

primeira casa do tabuleiro deveria ser colocado um grão de trigo, na segunda casa

dois grãos, na terceira casa quatro grãos, na quarta casa oito grãos, na quinta casa

16 grãos, na sexta casa 256 grãos... E assim sempre multiplicando o resultado por

ele mesmo até que se completassem as 64 casas do tabuleiro.

O rei pediu ao seu contador que pagasse ao homem. O contador começou a

fazer como lhe foi ordenado, mas chegando à metade do tabuleiro, observou que

não havia jeito de pagar, pois não haveria trigo suficiente. O rei foi ao encontro do

inventor e relatou que não tinha condições de efetuar o pagamento. Dando

sequência ao diálogo o inventor disse ao rei: - A minha inteligência não tem preço.

Após os comentários sobre a história do jogo de xadrez, os alunos

socializaram os conhecimentos, expressando-se a respeito da história contada:

Por isso que o jogo de xadrez é tão legal. A pessoa que joga tem que ser inteligente (Sujeito 5). Gostei da história do xadrez (Sujeito 6). Eu não sabia que o xadrez tinha uma história a história (Sujeito 8). Professor então alguém ter que perder, sempre um só tem que ganhar (Sujeito 10). Criança pode jogar xadrez? Tem jogo que não pode jogar, mas o xadrez ajuda no raciocínio, na concentração (Sujeito 12). No jogo de xadrez precisa de muita concentração, a pessoa precisa de muita concentração para vencer o adversário. É a primeira vez que vejo ser utilizado na escola (Sujeito 15).

Após a socialização dos conhecimentos foi explicado que o objetivo do

xadrez é fazer com que o rei do adversário se renda. O rei é a figura mais importante

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desse jogo. É necessário pensar estratégias para colocar o rei adversário em xeque

– mate.

Atualmente, esse jogo é considerado uma modalidade de esporte e tornou-

se muito popular, sendo praticado por adeptos de todas as idades. A idade dos

participantes é diversificada, desde crianças, até adultos e terceira idade. O

professor lembrou aos alunos que o jogo de xadrez é entendido por muitos

estudiosos como um dos jogos mais espetaculares já inventados pelo homem. As

várias situações encontradas num tabuleiro de xadrez levam os sujeitos a

desenvolver e aprimorar características, posturas, qualidades positivas de vida,

auxiliando na formação e crescimento pessoal.

Discutiu-se que o caminho para alcançar um objetivo na vida nem sempre é

fácil. Muitas vezes exige sacrifícios para o desenvolvimento da autonomia e tomadas

de decisões rápidas (porém calculadas). As pessoas devem assumir toda a

responsabilidade por suas escolhas. Lembrou-se que a intenção dos jogos é fazer

com que os jogadores desenvolvam a concentração, análise e estratégias,

valorizando os aspectos da inteligência humana e não da força física (FADEL;

MATA, 2011).

Como afirma Angélico e Porfírio (2010), o jogo de xadrez contribui

efetivamente para a formação humana, pois exige concentração e análise de cada

jogada (a própria e a do seu adversário). Por isso, quando bem planejados e

orientados, o trabalho com jogos:

[...] auxilia o desenvolvimento de habilidades como observação, análise, levantamento de hipóteses, busca de suposições, reflexão, tomada de decisão, argumentação e organização, as quais estão estreitamente relacionadas ao assim chamado raciocínio lógico. As habilidades desenvolvem-se porque, ao jogar, os alunos têm a oportunidade de resolver problemas, investigar e descobrir a melhor jogada; refletir e analisar as regras, estabelecendo relações entre os elementos do jogo e os conceitos matemáticos (SMOLE, DINIZ; MILANI, 2007, p. 09).

Com esse propósito, a prática educacional atual exige que cada conteúdo

seja analisado, compreendido e aprendido dentro de uma totalidade dinâmica. Isso

faz pensar na necessidade de instituir o jogo de xadrez como recurso pedagógico

nas aulas de Educação Física escolar.

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Para Oliveira (1986, p. 106), “[...] a tarefa educacional da Educação Física

não se resume ao mero exercício de ensinar. Ensinar é um meio, não um fim,

porque ensinar está refletido nos objetivos a serem alcançados”.

Após o trabalho com a história, o professor explorou o conteúdo por meio de

algumas questões provocativas para trabalho em duplas: O que você sabe sobre o

xadrez? Você já jogou? Gostaria de aprender a jogar? Você acha que aprender a

jogar xadrez é difícil ou fácil?

Alguns depoimentos ilustram a compreensão dos alunos:

Eu gosto de jogar, as aulas de Educação Física tem poucos jogos, é a primeira vez que tem jogo de xadrez na aula (Sujeito 1). Eu aprendi que o jogo de xadrez ajuda a gente se concentrar, e é bom para interagir com os amigos, quando um não sabe quem sabe ajuda o outro (Sujeito 2). O jogo ajuda nos movimentos, faz ficar com mais agilidade. Todos os professores deveriam dar jogos na sala de aula. O jogo de xadrez é a primeira vez que eu vejo. Eu sei um pouco, então pretendo ajudar meus amigos que não sabem nada (Sujeito 3). Nós gostamos de jogar, é interessante, pena que tem professor que não faz isso nas aulas. Eles exigem outras coisas que nem sempre me interessa(Sujeito 4). Eu quero aprender a jogar xadrez para auxiliar meus colegas de sala. Acho que vai ser muito bom essa chance de aprender (Sujeito 4).

Os alunos demonstraram interesse em aprender. A maioria afirmou nunca ter

jogado, mas reconheceu que o jogo é um recurso importante de aprendizagem e

que deve ser explorado nas aulas de Educação Física escolar. Observou-se que

houve muita interação entre os alunos que se prontificaram a auxiliar os colegas. De

acordo com o Coletivo de Autores (1992):

O jogo satisfaz necessidades, especialmente a necessidade de “ação”. Para entender o avanço do aluno no seu desenvolvimento, o professor deve conhecer quais as motivações, tendências e incentivos que a colocam em ação. Não sendo o jogo aspecto dominante da infância, ele deve ser entendido como “fator de desenvolvimento” por estimular no exercício do pensamento, que pode desvincular-se das situações reais e levá-la a agir independentemente do que ela vê. Quando se joga, opera com o significado das suas ações, o que a faz desenvolver sua vontade e ao mesmo tempo tornar-se consciente das suas escolhas e decisões. Por isso, o jogo apresenta-se como elemento básico para a mudança das necessidades e da consciência. A ênfase no propósito/objetivo do jogo acentua-se com o

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desenvolvimento da criança. Sempre esse propósito/objetivo é o que decide o jogo, justifica a atividade e determina a atitude efetiva (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 64).

A capacidade mental, da mesma forma que a forma física, deve ser

desenvolvida com o exercício. Por meio dos jogos é possível proporcionar aos

alunos novas experiências, estimular a aceitação de normas e hierarquias, assim

como o trabalho em equipe e o respeito pelos outros; já que ao jogar os alunos

interagem com os demais alunos de idade próxima à sua, de várias procedências e

culturas, adquire importantes meios para sua socialização (BATLLORI, 2006).

Assim sendo, o jogo é um recurso valioso para o desenvolvimento integral

dos alunos na escola. Ide (1999, p. 95) relata que o jogo não pode ser compreendido

somente como possibilidade de “[...] divertimento ou brincadeira para desgastar

energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e

moral”.

Na tentativa de aproximar o jogo da realidade dos alunos, professor e

alunos refletiram sobre algumas questões da vida cotidiana, a partir das seguintes

indagações: O que devemos ter em mente quando traçamos um objetivo em nossas

vidas? Será que costumamos prever ações, calcular resultados, antever e analisar

situações, traçar metas? Ou agimos por impulso, impensadamente, sem nos

preocuparmos com as consequências, imediatas ou não, de nossas atitudes?

Dependendo da importância desse objetivo para nós, nos mantemos atentos e

concentrados a todos os detalhes?

Após as reflexões e discussões realizadas nos grupos, sugeriu-se que se

posicionassem acerca do que conversaram. Algumas falas evidenciam a maioria das

respostas dos alunos:

Quando a gente tem um objetivo não pode desistir (Sujeito 5). O jogo ajuda a gente a conseguir o que deseja, mas não podemos desistir, tem que ter muita concentração porque é um desafio, mas que dá prazer (Sujeito 6). Nós antes de fazer alguma coisa precisamos pensar muito, para não seguir só no impulso. Precisa pensar antes que pode ter conseqüência negativa.

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Acho que o jogo de xadrez ajuda na concentração e ensina nós a querer seguir em frente sem desistir mesmo quando tem dificuldades pela frente (Sujeito 8). O jogo ajuda no raciocínio e as pessoas ficam mais unidas. A gente fica mais observadora, com mais garra e vontade de fazer as coisas. o professor falou que a gente aprende brincando (Sujeito 10)

Para esses alunos parece ter ficado clara a importância dos jogos para a

formação humana. Fazendo menção às falas dos alunos, o professor explicou os

benefícios do jogo de xadrez no processo ensino e aprendizagem escolar,

ressaltando que este tipo de jogo é uma atividade que proporciona lazer, oferecendo

a possibilidade de valorizar o raciocínio, mediante o exercício lúdico, podendo

alcançar, dentre outros, os seguintes objetivos: desenvolver o raciocínio lógico;

desenvolver habilidades de observação, reflexão, análise e síntese; desenvolver

habilidades e hábitos necessários à tomada de decisões; compreender e solucionar

problemas pela análise do contexto geral em que estão inseridos; ampliar o

interesse pelas atividades individuais; melhorar o desempenho nos estudos e, em

particular, em Matemática (ANGÉLICO; PORFÍRIO, 2010).

Assim, de uma forma geral, os alunos foram levados a perceber que a

inserção das atividades que envolvem o ensino e aprendizagem do xadrez contribui

significativamente para a formação de indivíduos (alunos) e pessoas capazes de

enfrentar os diversos desafios que estão por surgir.

Além disso, as ações e atitudes estão voltadas para o processo do

desenvolvimento cognitivo, afetivo, motor e social, pois acredita-se que o jogo de

xadrez viabiliza o desenvolvimento intelectual nos vários contextos em que estão

inseridos (FADEL; MATA, 2011). Complementa o autor, que a proposta de inclusão

do jogo de xadrez nos currículos escolares vem sendo apresentada com resultados

efetivos e sua utilização em salas de aula, já encontra considerável aceitação.

Contudo, considera-se que o fato apenas de o jogo de xadrez fazer parte do

planejamento das aulas de Educação Física ou de propostas recreativas, não é o

suficiente.

Ao se dispor a utilizar o xadrez no contexto escolar, o professor precisa

priorizar as questões mais próximas com a realidade vivenciada pelos alunos na

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escola, como por exemplo, interrelacionando os conteúdos de Educação Física

com outras do currículo escolar, com os objetivos gerais da educação

Os alunos pesquisaram na internet alguns conselhos éticos sobre o xadrez

e utilizaram sites, onde o jogo de xadrez é oferecido para ser jogado online. O

professor praticou as regras e procedimentos com os alunos utilizando os recursos

multimídias.

Segundo Santana (2010), graças ao advento da Internet o xadrez tende a

ser o esporte mais praticado no mundo. “O xadrez trabalha a imaginação,

memorização, planejamento e paciência” (RODRIGUES, 2008, p. 183). Para esta

autora, nas escolas do primeiro mundo, o xadrez vem sendo praticado há décadas,

possibilitando o desenvolvimento nas dimensões cognitivas, afetivas, psicomotora,

social e cultural, por consequência, quando utilizado nas aulas de Educação Física,

contribui para auxiliar na disciplina, no relacionamento com as pessoas, no respeito

às leis e regras.

3.2 Aprendendo a Jogar Xadrez na Prática

A título de uma aproximação com a prática do jogo foi apresentado um vídeo

intitulado “Curso de Xadrez para Iniciantes Aula 1 e 2” . Após a apresentação dos

vídeos os alunos (em duplas) refletiram sobre algumas questões: O que achou do

vídeo? O que achou mais interessante? Você conhece algum profissional de

xadrez? Por que aprender xadrez? Cite alguns benefícios do xadrez? Converse com

o seu amigo sobre o que você aprendeu sobre xadrez. Os alunos participaram

ativamente e se manifestaram a respeito do conteúdo proposto, conforme registros:

O vídeo ajudou a gente a entender algumas coisas importantes sobre o jogo de xadrez (Sujeito 1). Achei tudo interessante, mas gostei da parte que fala que aprender xadrez ajuda na memorização, no desenvolvimento do raciocínio (Sujeito 6). Nunca vi um profissional de xadrez, só mesmo o professor do vídeo e o professor da sala. Eu sei um pouco de xadrez, mas aprendi com meus primos em casa (Sujeito 12).

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Falei para o meu amigo que se eu aprender jogar xadrez como sei futebol vou ficar feliz (Sujeito 13). Todos os professores de Educação Física deveriam ensinar jogos na sala de aula. Por exemplo, o jogo de xadrez é muito importante para ajudar a gente aprender outras matérias (Sujeito 16).

Por meio dos jogos, os alunos expressam aquilo que têm dificuldade de

colocar em palavras. O jogar pode significar, também, uma possibilidade de

modificação do real. É por isso que as atividades com jogos oferecem aos alunos a

oportunidade de aprender de maneira contextualizada e não mecânica.

Na visão de Kishimoto (1998, p.18), os jogos oferecem aos alunos a

oportunidade de representação “[...] porque tudo o que existe no cotidiano, a

natureza e as construções humanas, são por ela representadas”. Com base nesse

entendimento, jogar é uma forma de aprender em Educação Física escolar,

auxiliando o aluno a experimentar, relacionar-se, transformar-se, negociar, errar e

acertar.

Após as discussões entre as duplas, o professor explicou com base em

Santos (2007), que o jogo de xadrez é composto por dois jogos de dezesseis peças,

cada um em cores diferentes; e um tabuleiro quadriculado, contendo sessenta e

quatro casas, dentro do qual se trava uma batalha entre dois reinos, com o

objetivo principal é capturar o rei adversário e proteger a todo custo o próprio rei,

fazendo uso de um complexo conjunto de regras.

O professor apresentou um tabuleiro, explicando como o jogo se desenvolve.

Na oportunidade, explorou a estrutura do tabuleiro, mencionando, dentre outros

aspectos, que este é comparado a um campo de batalha, apresenta formato

quadrado. Foi lembrado que o tabuleiro é composto de linhas, colunas e diagonais.

As oito linhas de casas horizontais se chamam filas. As oito linhas de casas verticais

se chamam colunas. Assim, o tabuleiro comporta 64 casas, que formam oito filas e

oito colunas (casas brancas e pretas).

Cada jogador efetua uma jogada por vez. As jogadas se efetuam

alternadamente (uma branca e uma preta) e assim até o fim da partida, com 16

(dezesseis) peças cada um num total de 32 peças. No tabuleiro, as peças "brancas”

ocupam as duas primeiras linhas denominadas 1 e 2 e as “pretas" as duas últimas

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linhas denominadas 7 e 8. As peças foram visualizadas com a apresentação de

recursos tecnológicos explicativos propostos em vídeos.

Foi explicitado que o movimento consiste no deslocamento da peça de uma

casa para outra que não esteja ocupada. Comentou-se conforme referenciado por

Santos (2007), que a captura é opcional e consiste no movimento da peça para uma

casa já ocupada pelo adversário, Neste caso, a peça adversária é retirada,

colocando a própria peça em seu lugar. Ao iniciar o jogo é preciso saber que o

primeiro lance corresponde às brancas. Os lances são alternados; para cada lance

branco corresponde um lance preto.

Com o objetivo de familiarizar os educandos com as peças e desenvolver a

capacidade de memorização, o professor solicitou-lhes que de olhos fechados

adivinhassem qual peça estava em suas mãos. Observou-se que os alunos

interagiram, participando ativamente da aula, compartilhando o que já sabiam com

os colegas da classe. “Gostei desta atividade, parece que a gente não vai lembrar,

mas é interessante como a gente se recorda das peças na hora que precisa. Gostei

muito” (Sujeito 6).

Segundo Rodrigues (2008), o jogo de xadrez é um instrumento pedagógico

muito importante a ser utilizado nas aulas de Educação Física escolar, pois

enquanto jogam, os alunos compartilham experiências, interagem significados,

confrontam ideias e reorganizam o pensamento, sempre com a mediação do

professor.

Isso ficou evidente no decorrer de todas as atividades desenvolvidas, pois

os alunos interagiram e sempre que solicitados auxiliaram os colegas em suas

necessidades de melhor compreensão. A realização de atividades concretas

proporcionadas pelo uso do jogo de xadrez viabiliza a aquisição de conhecimentos

de maneira mais significativa, dando aos alunos a oportunidade de criar novas

situações e resolvê-las com mais satisfação.

Para Kramer e Leite (1998), na situação de jogos o comportamento do

indivíduo encontra-se separado e protegido de censuras que, frequentemente, são

encontrados na sociedade. Nesse sentido, propiciam situações flexíveis, uma vez

que os alunos podem, sem medo, a confirmar o real. Nesse universo, as crianças

pode sem risco inventar, criar, tentar.

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O jogo de xadrez é uma ferramenta didática que, quando bem utilizada,

contribui para os alunos criar situações de investigação e construção de

conhecimento sobre si mesmo e sobre o mundo. Como todos os membros da

sociedade, o jogo está ligado ao processo de produção social do qual os alunos

participam (SANTANA, 2010).

Os trabalhos com os jogos são de relevância para o desenvolvimento do ser humano, pois atuam com maneiras de representação do real através de situações imaginárias, cabendo, por um lado, aos pais e, por outro, à escola fomentar e criar condições apropriadas para as brincadeiras e jogos. Não obstante, para que sejam relevantes, é preciso considerá-los como tal. Tanto os jogos quanto as brincadeiras são conteúdos que podem ser abordados, conforme a realidade regional e cultural do grupo, tendo como ponto de partida a valorização das manifestações corporais próprias desse ambiente cultural. Os jogos também comportam regras, mas deixam um espaço de autonomia para que sejam adaptadas, conforme os interesses dos participantes de forma a ampliar as possibilidades das ações humanas (PARANÁ, 2008, p. 66).

Nesse contexto, as situações de jogos, particularmente, o jogo de xadrez é

um recurso que possibilita aos alunos a assimilação da experiência pela recriação

da experiência sociocultural dos sujeitos mais experientes que fazem parte da sua

história de vida. Por isso, é necessário que os alunos participem na reconstrução

das regras segundo as necessidades e desafios estabelecidos.

Os jogos favorecem a aquisição do conhecimento, pois este recurso

contribui para despertar a autoconfiança, incentivando a questionar e corrigir ações,

analisar e comparar pontos de vista, organizar e cuidar dos materiais utilizados,

contribuindo para a construção do próprio saber, mediante a possibilidade de

desenvolvimento do raciocínio. “Os jogos são instrumentos para exercitar e estimular

um agir-pensar com lógica e critério, condições para jogar bem e ter um bom

desempenho escolar” (SILVA; KODAMA, 2004, p. 03).

Para iniciar o jogo propriamente dito, o professor jogou uma partida com um

dos alunos que apresentou maior experiência com o jogo, explicando passo a passo

as possibilidades. Os alunos observaram como se desenvolve uma partida. Os

alunos que apresentarem desenvoltura para o jogo, a exemplo do professor,

mediaram o conhecimento dos colegas em outros grupos. Para tal, foi utilizado um

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tabuleiro oficial relembrando na oportunidade, a nomenclatura de suas peças, seus

movimentos, capturas, técnicas e táticas de aberturas e finais.

Neste momento foi possível constatar que alguns alunos apresentavam mais

facilidade e até já haviam tido contato com o jogo. Geralmente, esses alunos já

apresentavam certa desenvoltura e melhor contato interpessoal. Conforme Angélico

e Porfírio (2010):

Há estudos que mostraram as etapas da formação da inteligência, a partir da observação de grupos de crianças jogando xadrez e constatou-se que os avanços obtidos nas diversas etapas seguiam ritmos diferentes. O xadrez, ao ser introduzido na sala de aula, auxilia no desenvolvimento de autoconfiança, porque os alunos têm a oportunidade de aprenderem o jogo, avançando gradativamente em suas habilidades e melhorando suas estratégias e raciocínios. Ao se destacarem ou perceberem que são capazes de exercer uma atividade dessa natureza, podem, de modo paralelo, progredir em outras disciplinas escolares (ANGÉLICO; PORFÍRIO, 2010, p. 04).

Na Educação Física escolar, o jogo promove a motivação, contribuindo para

o desenvolvimento da organização e assimilação dos conteúdos trabalhados,

possibilitando que as dificuldades de aprendizagem que possam surgir sejam

superadas (COLETIVO DE AUTORES, 1992). Portanto, com o caráter pedagógico

do jogo de xadrez, muitos conceitos podem ser revistos, aprofundados e, muitas

vezes, até mesmo construídos em Educação Física escolar.

O xadrez cada vez mais vem ganhando espaço nas atividades do cotidiano

escolar. Isto reflete na popularização da sua prática, pois “[...] o xadrez é o segundo

esporte mais praticado em todo o mundo, abaixo apenas do futebol” (JOSÉ;

MEDEIROS, 2011, p. 03).

Para Rodrigues (2008), como atividade social especifica, o jogo de xadrez

possibilita compartilhar experiências significativas com os alunos, por meio de um

sistema de comunicação e interpretação da realidade que vai sendo negociada

passo a passo.

O professor explicou os valores relativos das peças, atentando para o fato de

que existem casos em que o peão pode valer mais que um bispo ou até uma dama,

mas, na maior parte dos casos, esses valores prevalecem. Foi comentado que a

importância das peças varia de acordo com a posição. Uma peça bem colocada é

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mais poderosa que uma peça mal colocada. Mas é necessário que o principiante

tenha uma noção dos valores das peças para que possa julgar quais trocas lhe

serão favoráveis. Um dos meios mais comuns é tomar um peão como unidade para

dar valor às outras peças. Para facilitar a memorização, cada grupo ficou de posse

de uma tabela com os valores correspondente, conforme exemplo:

Peças Valores

Dama 9 Pontos a 10

Torre 5 Pontos

Bispo 3 Pontos 3,5

Cavalo 3 Pontos a 3,5.

Peão 1 Ponto

Rei Valor absoluto, já que sua perda implica na derrota

A análise do valor simbólico das peças no tabuleiro (o peão vale um ponto, o

cavalo três pontos), força o jogador a buscar coerência nos cálculos, porém o que

mais chama a atenção, e faz com que o xadrez não se torne um jogo monótono, é

que em algumas ocasiões do jogo, o peão, que tem um valor menor, obtém

vantagens sobre o cavalo, que tem o triplo do seu valor, desmistificando muitas

vezes, o conceito matemático lógico e ampliando a mente para novas descobertas a

cada lance.

Os alunos mostraram-se muitos atentos às explicações sobre os valores das

peças. Alguns comentários são significativos:

Nem parece que é aula de Educação Física (Sujeito 4). Eu não sabia que a dama valia mais. Será que a gente vai guardar tudo isso na cabeça? (Sujeito 5). O jogo de xadrez é legal porque faz a gente aprender muita coisa, tem que ter concentração se quiser aprender (Sujeito 7). Eu sei que vou aprender, é só a gente prestar atenção e o professor trazer mais vezes o jogo para a aula (Sujeito 8). Vou ajudar os colegas quando eles não conseguirem jogar (Sujeito 10).

Segundo Rodrigues (2008, p. 183), “[...] a prática educativa do jogo de

xadrez potencializa o convívio das diferenças e de aprendizagens recíprocas entre

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professor e aluno. Deste modo, o jogo de xadrez é entendido como um recurso

facilitador da aprendizagem em Educação Física escolar, possibilitando o

desenvolvimento e aprimoramento do raciocínio e estruturação do pensamento

lógico, integração, valorização das possibilidades, limites e necessidades,

possibilitando o trabalho em grupo.

Com base em Santos (2007) explicou-se que alguns princípios básicos

devem ser considerados no decorrer da partida, sobretudo, nos primeiros lances, a

fase conhecida como abertura, tais como: a) desenvolver as peças: levar as peças

da posição inicial para posições mais centrais, especialmente os bispos e cavalos.

Costuma-se desenvolver pelo menos um dos cavalos antes de mover os bispos. As

torres e a dama geralmente são as últimas a serem movidas. Até que a maioria das

peças esteja mais bem colocada, não se move a mesma peça duas vezes, a menos

que isso seja necessário ou possa trazer um benefício imediato; b) procurar ter

controle do centro: como o valor das peças depende de sua posição e mobilidade,

ganhar ou perder espaço no Xadrez é algo importante.

Santos (2007) sugere a necessidade de contar com algumas peças ou

situadas nas casas centrais ou apontando para elas. Geralmente se avança um dos

dois peões centrais duas casas e pelo menos um dos cavalos é movido para a

coluna do bispo; c) colocar o rei em segurança: uma vez atingido um grau mínimo de

desenvolvimento, é importante fazer o roque, porque ele deixa o rei mais protegido,

além de colocar uma das torres em jogo.

Quanto ao meio do jogo, os alunos foram levados a observar que o tabuleiro

já se apresenta em uma posição bem diferente da inicial. No centro há peões e boa

parte das peças já estará melhor posicionada. O rei estará protegido pelo roque.

Inicia-se, então, o meio jogo, a fase onde a grande luta será travada.

O final da partida foi o momento do jogo em que a posição já estava bem

simplificada, com poucas peças sobre o tabuleiro. Foi explicado que o rei tem papel

importante: o rei abandona sua posição do roque e se dirige ao centro do tabuleiro,

protegendo seus peões e atacando os do adversário. Controla um bom espaço e

impede a penetração das peças adversárias; tenta-se promover os peões: em geral

esse é um dos objetivos principais no final de partida. Com o auxílio de uma nova

dama, fica mais fácil decidir a partida.

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A cada movimento e captura durante o jogo, o professor explicou o passo

seguinte, lembrando que o xeque é sempre quando o Rei está ameaçado por uma

peça adversária qualquer. Ele não pode permanecer em xeque, procurando

defendê-lo escolhendo uma das três opções: mover o Rei para uma casa não

ameaçada; capturar a peça que o está ameaçando; mover qualquer peça para ficar

entre ele e a peça ameaçadora.

Considerando as sugestões propostas por Santos (2007) comentou-se que a

escolha de uma das alternativas depende de cada partida. Se nenhuma delas for

possível, o Rei estará em posição de Xeque-Mate. Neste caso, a partida estará

terminada com a vitória do enxadrista que deu o Xeque-Mate. Considerou-se que o

próprio Rei não pode ser colocado em xeque, isto é, lance ilegal ou irregular. Xeque-

Mate é uma expressão que vem do idioma persa e significa “O Rei está morto”, isto

é, o Rei não tem saída.

Como fixação das atividades foi realizada a atividade “Perde Ganha”, com o

objetivo de favorecer uma melhor compreensão dos movimentos das peças por

parte dos educandos; contribuir para o desenvolvimento da atenção; desenvolver a

visão mediata e a imediata, conforme proposto por Santana (2010).

Desenvolvimento: Logo após as primeiras explicações sobre as regras básicas do Esporte. Consiste em “perder” todas as próprias peças, ou seja, quem “perde” “ganha”, só se movimenta quando já estiverem esgotadas as peças ou para capturar. (O Rei pode ser capturado!) Variação: Deste jogo pode surgir um onde os alunos tenham que

capturar todas as peças do adversário, semelhante a um jogo de Damas

(SANTANA, 2010, p. 23).

O referido jogo contribuiu para a compreensão dos movimentos das peças,

podendo ser praticado por sujeitos de maior nível, com o objetivo de desenvolver o

planejamento, já que com um descuido do adversário é possível obrigá-lo a capturar

todas as peças sem capturar uma sequer. Os alunos demonstraram muita

descontração ao realizar a atividade. A atividade gerou muitos comentários:

Que legal, eu acho que aprendi jogar xadrez. Pensava que eu não ia aprender, mas eu concentrei na atividade (Sujeito 1).

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Vou comprar um jogo para mim. As aulas de Educação Física poderia ser sempre assim, a gente fica com mais atenção na aula porque tem que se concentrar (Sujeito 3). Achei fácil, pensei que não iria aprender, mas depois das explicações passo a passo ficou fácil de aprender. Se respeitar as regras fica fácil (Sujeito 4). É bacana, mas exige muita concentração da gente, tem que prestar atenção no jogo e no adversário senão ele ganha, cara tem que respeitar as regras (Sujeito 6).

Esses alunos demonstraram compreender que jogar xadrez implica na

visualização de jogadas futuras do adversário. É necessária concentração no

tabuleiro e visualizar as jogadas sem mover nenhuma peça no tabuleiro, somente

utilizando a imaginação. Esses conceitos quando repetidos várias vezes, contribui

significativamente para o desenvolvimento de padrões mentais, que podem ser

aplicados na prática diária na escola.

Em se tratando do jogo de xadrez, Rodrigues (2008, p. 185) afirma que esta

prática “[...] trás os efeitos positivos que todos os esportes e jogos trazem como o

espírito de competição, o respeito a regras e o saber lidar tanto com a vitória quanto

com a derrota. Por meio do jogo os alunos pensam, refletem, analisam, levantam

hipóteses e testam-na para conseguir vencer o jogo.

Utilizar os jogos como alternativa metodológica, de acordo com Kishimoto

(1997, p.37) significa “[...] transportar para o campo do ensino aprendizagem,

condições para maximizar a construção do conhecimento, introduzindo as

propriedades do lúdico, do prazer, da capacidade de iniciação e ação ativa e

motivador”.

O jogo é um instrumento pedagógico que possibilita aos alunos interpretar e

conhecer o mundo, os objetos, a cultura, as relações, as emoções, os conflitos e

contradições e os afetos das pessoas. Riccetti (2001, p. 19-20) lembra que, “[...] o

jogo é um fenômeno cultural com múltiplas manifestações e significados, que variam

conforme a época, a cultura e o contexto. O que caracteriza uma situação de jogo é

a iniciativa da criança, sua intenção e curiosidade”.

Para Oliveira (1986, p. 73), “[...] o jogo “[...] é toda a ação livre desenvolvida

dentro de certos limites de tempo e espaço, não fazendo parte da vida ordinária e

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que, contendo algo de incerto, cria a ordem e estimula a sociabilização”. Deste

modo, na Educação Física escolar, o jogo favorece uma situação privilegiada de

ensino e aprendizagem, auxiliando o aluno a atingir níveis complexos nas

interações, podendo recriar e estabelecer contato com as normas e os conteúdos

vivenciados no cotidiano escolar.

Para Sunyé Neto (2011) é necessário que o jogo de xadrez seja extensivo

ao contexto escolar, pois, além de desenvolver habilidades e competências, também

permite a melhoria da autoestima dos alunos. O autor entende que, ao incluir o

xadrez na prática educativa, a possibilidade de aprender é estendida a todos os

alunos, permitindo envolvimento nas atividades. Mesmo os alunos que apresentam

defasagem de aprendizagem em disciplinas curriculares, podem servir-se do jogo de

xadrez como um elemento motivador para a superação dessa dificuldade.

Nessa perspectiva, observa-se a necessidade de intercalar o jogo de xadrez,

como proposta de ensino e aprendizagem na Educação Física escolar por entendê-

lo como um recurso didático-pedagógico possibilitador de ricas aprendizagens na

disciplina.

5 Conclusão

Objetivando desenvolver o processo ensino-aprendizagem na Educação

Física escolar, tendo o jogo de xadrez como recurso didático-pedagógico, concluiu-

se que ao ceder espaço na escola para o jogo de xadrez, o de Educação Física

escolar contribui para favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos na

disciplina. Para tal, cada passo da aprendizagem dos alunos precisa ser valorizada.

No decorrer dos encontros da proposta de implementação pedagógica,

observou-se que os alunos participaram ativamente das tarefas, interagiram e

cooperaram com os colegas. Por meio do jogo de xadrez, os alunos podem

aprender a cooperar com os colegas.

O jogo de xadrez se constitui em uma oportunidade de atuar na construção do

ser social e cultural dos alunos, na socialização e apropriação do conhecimento em

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Educação Física escolar, não apenas interiorizando-o como uma manifestação de

jogo, mas de participação e produção.

Assim, o jogo de xadrez precisa ser utilizado nas aulas de Educação Física

escolar, uma vez que a sua prática contribui com o ensino e aprendizagem na

disciplina, permitindo ao professor situações de investigação, diagnóstico e auxilio

na compreensão das dificuldades vivenciadas pelos alunos sejam elas de ordem

cognitiva, afetiva, psicomotora, social ou cultural.

Diante da prática vivenciada na escola, considera-se que o desafio posto

para o docente consiste em rever as práticas pedagógicas estáticas e

descontextualizadas de Educação Física escolar, no sentido de possibilitar um

ensino e aprendizagem na disciplina de forma crítica e construtiva, tendo o jogo de

xadrez com recurso didático.

Assim sendo, acredita-se que ao utilizar os jogos na aprendizagem da

Educação Física escolar, os alunos podem construir o conhecimento sobre a

realidade, sendo capazes de aprender por meio das interações que estabelecem

com os outros e com mundo por eles criado.

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