estudo dos antiporters na /h nhac e nhae de · abstract study of nhac and nhae na+/h+ antiporters...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA
INSTITUTO DE HIGIENE E MEDICINA TROPICAL
Estudo dos antiporters Na+/H
+ NhaC e NhaE de
Neisseria meningitidis
Marco André Moras Videira
DISSERTAÇÃO PARA A OBTENÇÃO DE GRAU DE MESTRE EM
CIÊNCIAS BIOMÉDICAS, ESPECIALIDADE DE BIOLOGIA MOLECULAR
EM MEDICINA TROPICAL E INTERNACIONAL
OUTUBRO, 2013
UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA
INSTITUTO DE HIGIENE E MEDICINA TROPICAL
Estudo dos antiporters Na+/H
+ NhaC e NhaE de
Neisseria meningitidis
Mestrando: Marco André Moras Videira
Orientadora: Doutora Ana Margarida Nunes Portugal Carvalho Melo, investigadora
auxiliar do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT)
Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção de
grau de Mestre em Ciências Biomédicas, especialidade de Biologia Molecular em
Medicina Tropical e Internacional
OUTUBRO, 2013
O conteúdo desta dissertação foi produzido no Instituto de Investigação Científica
Tropical (IICT)
PUBLICAÇÕES E APRESENTAÇÕES
A partir de parte dos resultados obtidos no decorrer do presente trabalho, foram
publicados os seguintes estudos, o primeiro em revista internacional com arbitragem
científica, e o segundo no livro de resumos de evento europeu.
SOUSA, P.M.F., VIDEIRA, M.A.M., VORBURGER, T., SILVA, S.T.N., MOIR, J.W,
STEUBER, J. & MELO, A.M.P. 2013. The novel NhaE-type Na+/
H+ antiporter of the
pathogenic bacterium Neisseria meningitidis. Archives of microbiology, 195 (3), pp.
211-217.
VIDEIRA, M.A.M., SOUSA, P.M.F, VORBURGER, T., STEUBER, J., MELO,
A.M.P. 2012. Identification and characterization of a new Na+/H
+ antiporter in
Neisseria meningitidis. Trabalho apresentado como poster no European Bioenergetics
Conference 2012, EBEC Abstract Book, Freiburg.
AGRADECIMENTOS
Expresso aqui a minha gratidão a todos aqueles que de uma forma direta ou
indireta contribuíram para a realização desta dissertação:
A toda a estrutura e pessoas do Instituto de Investigação Científica Tropical
(IICT), onde foi concebido e realizado todo trabalho produzido nesta tese, por me terem
ajudado e recebido.
Agradeço à minha orientadora, Doutora Ana Melo, pela supervisão, revisão e
críticas que ajudaram à contrução deste manuscrito, assim como pela sua paciência e
disponibilidade. Pelo apoio e autoridade demonstradados e pelos ensinamentos ao longo
deste anos, que fizeram de mim um melhor cientista e uma melhor pessoa. Um muito
obrigado.
Ao Pedro Sousa e ao Filipe Santos do grupo de bioenergética e próteomica do
IICT pela ajuda e companheirismo durante estes anos. Principalmente ao Pedro, pelos
conselhos e apoio, sempre que foi preciso.
À Doutora Lígia Saraiva pela co-orientação deste trabalho no que se refere à
construção dos mutantes pontuais por mutagénese dirigida. Também aos colegas do
Molecular Genetics of Microbial Resistance do ITQB pelo companheirismo e pela
forma fácil e rárida que possibilitaram a minha integração.
À minha família pela compreensão. À Camila Fernandes pela ajuda, conselhos e
críticas. Pela amizade e sinceridade. Obrigado por me fazeres feliz.
Muito obrigado a todos.
RESUMO
Estudo dos antiporters Na
+/H
+ NhaC e NhaE de Neisseria meningitidis
Marco André Moras Videira
Os antiporters Na+/H
+ são proteínas membranares, encontradas em todos os
reinos e envolvidas na homeostasia do Na+ e do pH. Dois antiporters Na
+/H
+,
denominados NmNhaC e NmNhaE
foram identificados no genoma da bactéria
patogénica, Neisseria meningitidis, e estudados através da sua expressão heteróloga
numa estirpe de E. coli deficiente em antiporters Na+/H
+, a estirpe E. coli KNabc. Os
antiporters Na+/H
+ de N. meningitidis, foram capazes de conferir resistência ao Na
+, a
esta estirpe, sugerindo que os dois possam contribuir para a homeostasia do Na+ e pH. O
NmNhaE é também capaz de transportar Li+, e parece ser o principal antiporter Na
+/H
+
a contribuir para este papel em N. meningitidis. O NmNhaE tem atividade de antiporter
Na+/H
+ entre valores de pH 6.5 a 9, e a atividade Na
+(Li
+)/H
+ ótima é observada a pH 7.
Além disso, verificou-se que o NmNhaE tem maior afinidade para o Na+. Com o
objetivo de encontrar resíduos importantes na função e estrutura do NmNhaE, dez
resíduos de aminoácidos foram selecionados apartir de comparações de alinhamentos
entre sequências de aminoácidos, e também através de estudos anteriores de mutagénese
dirigida noutros antiporters Na+/H
+, tendo as mutações pontuais sido intruzidas no gene
nhaE, resultando nas mutações E91Q, H161L, G174S, D182N, H201L, V258T, H272L,
H356L, H361L e G413S. Quando a expressão dos mutantes foi induzida em E. coli
KNabc, todos os mutantes, com exceção dos mutantes G174S e H201L, foram capazes
de complementar a estirpe KNabc, permitindo que esta crescesse em meio LBK líquido
com NaCl 500 mM. Este facto sugere que as mutações G174S e H201L podem impedir
a atividade de antiporter Na+/H
+. Nos mutantes E91Q, V258T e H361L o Km
determinado a pH 7, para o Na+, é semelhante ao determinado no NhaE selvagem,
contudo o seu Vmax sofreu uma descida de quase duas vezes. Além disso, a atividade
medida a pH 7 para os mutantes V258T e E91Q, e a atividade medida a 7.5 para o
mutante V258T, diminuiu relativamente ao NhaE selvagem. Este resultado juntamente
com as atividades medidas a pH 7 e 7.5, sugerem que os resíduos E91, V258, H361
estejam envolvidos na resposta ao pH. No mutante H272L, verificou-se um aumento no
Km determinado para o Na+
a pH 7 para quase o dobro, enquanto o Vmax se manteve
inalterado em relação ao NhaE selvagem. Os parâmetros cinéticos e as atividades
medidas a pH 7 e 7.5 sugerem que o resíduo H272 pode estar envolvido no transporte
de Na+ e também na resposta ao pH. Nos restantes residuos não se verificou atividade
de antiporter Na+/H
+. Este trabalho contribuiu para uma melhor compreensão do
transporte de Na+ nos antiporters Nha de N. menigitidis, nomeadamente no
funcionamento e estrutura do NhaE. No futuro, este trabalho pode fornecer informação
relevante quanto ao papel do Na+ na infeção e sobrevivência desta bactéria no
hospedeiro.
Palavras-chaves: Neisseria meningitidis; Antiporters Na+/H
+; NhaE; NhaC; Mutações
pontuais.
ABSTRACT
Study of NhaC and NhaE Na
+/H
+ antiporters from Neisseria meningitidis
Marco André Moras Videira
Na+/H
+ antiporters are membrane proteins present in all kingdoms involved in
Na+ and pH homeostasis. Two Na
+/H
+ antiporters, NmNhaC and NmNhaE, from the
pathogenic bacterium, Neisseria meningitis, were identified in the genome and studied
through heterologous expression in the E. coli KNabc, a strain lacking the major Na+/H
+
antiporters. N. meningitidis Na+/H
+ antiporters, were able to restore Na
+ resistance to E.
coli KNabc, suggesting that they may contribute to the Na+ and pH homeostasis.
NmNhaE is also able to transport Li+ ions and appears to be the main Na
+/H
+ antiporter
contributing to this role in N. meningitidis. The Na+/H
+ antiporter activity of NmNhaE
is active between pH 6.5 to 9, the optimal Na+(Li
+)/H
+ antiporter activity being observed
at pH 7. Furthermore, NmNhaE displayed higher affinity towars Na+. To address
important functional and structural residues in NmNhaE, ten amino acid residues were
selected from sequence alignments comparisions and previous studies of site directed
mutagenesis in other Na+/H
+ antiporters and point mutations were introduced in the
nhaE gene, resulting in E91Q, H161L, G174S, D182N, H201L, V258T, H272L,
H356L, H361L and G413S mutations. When their expression was induced, all mutants
but G174S and H201L, allowed E. coli KNabc strain it to grow in LBK with NaCl 500
mM. This suggests that mutations G174S and H201L may block the antiporter activity.
No alteration was seen regarding the Km measured for Na+ at pH 7 of mutants E91Q,
V258T and H361L when compared to the NhaE wild type, however their Vmax suffered a
decrease of almost two times. In addition, the activities measured at pH 7 and 7.5
showed a decrease in V258T, while E91Q showed a decrease in activity at pH 7, when
compared with the NhaE wild type. The determined kinetic parameters and the
measured activities suggests that residues E91, V258, H361 may be involved in the pH
response. The comparision between the NhaE kinetic parameters with those of the
recombinant H272L showed almost one fold increase in the Km for Na+ at pH 7, while
the Vmax showed no difference. The kinetic parameters and the activities measured at pH
7 and pH 7.5 suggests that residue H272 may be involved in the translocation of Na+
and also in pH response. No Na+/H
+ antiporter activity was observed in the remaining
residues. This work contributed for a better understanding of Na+ transport in N.
meningitidis Nha Na+/H
+ antiporters namely the function of Na
+/H
+ antiporters and
important residues to their function. In the future, this work can provide useful
information about the role of Na+ in the infection and survival of this bacterium in the
host.
Keywords: Neisseria meningitidis; Na+/H
+ Antiporters; NhaE; NhaC; Point mutations
i
ÍNDICE GERAL
ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................ iv
ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................ vi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.................................................................. vii
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
1.1. Transporte membranar e transportadores de membrana ....................................... 2
1.2. Transportadores de sódio ...................................................................................... 5
1.3. Antiporters Na+/H
+ ................................................................................................ 7
1.3.1. Antiporters do tipo Nha ................................................................................... 9
1.3.2. NhaE ............................................................................................................. 11
1.4. Neisseria meningitidis ......................................................................................... 12
1.4.1. Estrutura, morfologia, biologia e patogenicidade ........................................ 14
1.4.2. Transportadores de sódio em N. meningitidis ............................................... 17
Objetivos ................................................................................................................ 18
2. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 19
2.1. Estirpes bacterianas e condições gerais de crescimento....................................... 20
2.2. Plasmídeo pISC-2 ................................................................................................ 21
2.3. Introdução de mutações pontuais no gene nmnhaE ............................................. 22
2.3.1. Seleção dos resíduos de aminoácidos ............................................................ 22
2.3.2. Construção de mutantes pontuais do gene codificante do NmNhaE ............. 22
2.3.2.1. Desenho de primers e reação de PCR ................................................ 23
2.3.2.2. Transformação em células competentes E. coli XL1blue .................. 25
2.3.2.3. Extração e quantificação de DNA plasmídico ................................... 25
2.4. Experiências de complementação ........................................................................ 26
2.4.1. Preparação de células competentes - Estirpe E. coli KNabc ......................... 26
ii
2.4.2. Transformação em células competentes - Estirpe E. coli KNabc ................. 26
2.4.3. Expressão e crescimento dos transformantes ................................................ 27
2.5. Estudo da atividade de antiporter Na+/H
+ ............................................................ 28
2.5.1. Preparação de vesículas invertidas ................................................................ 28
2.5.2. Determinação da quantidade de proteína .................................................... 28
2.5.3. Determinação da actividade de antiporter Na+(Li
+)/H
+ ................................. 29
3. RESULTADOS ......................................................................................................... 31
3.1. Caracterização dos antiporters Na+/H
+ de N. meningitidis ................................... 34
3.1.1. Antiporter NhaC de N. meningitidis .............................................................. 34
3.1.1.1. Resistência ao Na+
de E. coli KNabc onde foi induzida a expressão do
NmNhaC ……………………………………………………………….….…34
3.1.1.2. Atividade de Na+/H
+ ........................................................................... 36
3.1.2. Antiporter NhaE de N. meningitidis .............................................................. 37
3.1.2.1. Resistência ao Na+
e Li+
de E. coli KNabc onde foi induzida a
expressão do NmNhaE………………………………………………………37
3.1.2.2. Caracterização cinética do transporte de iões Na+ e Li
+………...…39
3.1.2.3. Variação da atividade de antiporter Na+(Li
+)/H
+ em função do pH....41
3.1.3. Introdução de mutações pontuais no gene nhaE codificante do
NmNhaE…………………………………………………………………………...43
3.1.3.1. Seleção de resíduos de aminoácidos……………………………..…..43
3.1.4. Análise dos mutantes pontuais do NmNhaE ................................................. 50
3.1.4.1. Resistência ao Na+ .............................................................................. 50
3.1.4.2. Caracterização cinética dos mutantes pontuais do NmNhaE ............. 51
3.1.4.3. Efeito das mutações na resposta do NmNhaE ao pH ......................... 55
4. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES ............................................................................ 57
4.1. Discussão .............................................................................................................. 58
4.1.1. Expressão dos antiporters NmNhaC e NmNhaE em E. coli KNabc ............. 58
4.1.2. Atividade de antiporter Na+/H
+ em vesículas invertidas de E. coli KNabc...59
iii
4.1.3. Papel dos resíduos mutados no NmNhaE ...................................................... 60
4.2. Conclusões e considerações finais ....................................................................... 66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 67
ANEXOS ........................................................................................................................ 79
Anexo 1 ....................................................................................................................... 80
Anexo 2 ....................................................................................................................... 83
Anexo 3 ....................................................................................................................... 94
iv
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. Transporte de iões através da membrana ........................................................ 4
Figura 2. Representação do transporte de Na+
e de H+ que ocorrem em algumas
membranas bacterianas ..................................................................................................... 6
Figura 3. Antiporters Na+/H
+ NhaA e NhaB de E. coli ................................................ 10
Figura 4. Estrutura do NhaA de E. coli. ....................................................................... 11
Figura 5. Distribuição da doença meningocócica por serogrupo e por região ............. 14
Figura 6. Alguns elementos estruturais existentes em N. meningitidis ........................ 16
Figura 7. Representação do plasmideo pISC-2 usado neste trabalho ........................... 21
Figura 8. Método de mutagénese dirigira aplicado neste trabalho ............................... 23
Figura 9. Representação ilustrativa da relação entre vários antiporters do tipo Nha
distribuídos em diferentes grupos ................................................................................... 32
Figura 10. Representação gráfica da resistência de E. coli KNabc onde a expressão do
NmNhaC foi induzida, em meio LBK com NaCl ........................................................... 35
Figura 11. Ensaio da atividade de transporte Na+ em vesículas invertidas de E. coli
KNabc onde a expressão do NmNhaC foi induzida ...................................................... 36
Figura 12. Representação gráfica da resistência de E. coli KNabc onde a expressão do
NmNhaE foi induzida, em meio líquido, pH 7, com NaCl e LiCl.................................. 38
Figura 13. Representação gráfica da resistência de E. coli KNabc onde a expressão do
NmNhaE foi induzida, em meio líquido, com elevadas concentrações de NaCl, a
diferentes valores de pH ................................................................................................. 38
Figura 14. Caracterização cinética do NmNhaE ........................................................... 40
Figura 15. Representação gráfica da variação da atividade do NmNhaE de acordo com
o pH e com a adição de 4 mM de NaCl em vesículas invertidas de E. coli KNabc onde a
expressão do NmNhaE foi induzida ............................................................................... 42
Figura 16. Representação gráfica da variação da atividade do NmNhaE de acordo com
o pH ................................................................................................................................. 42
v
Figura 17. Alinhamento entre sequências de aminoácidos do NmNhaE e outros
antiporters Na+/H
+ de vários grupos do tipo Nha ........................................................... 45
Figura 18. Comparação entre sequências de aminoácidos do NmNhaE e algumas
sequências similares consideradas hipotéticos NhaEs .................................................... 46
Figura 19. Representação da topologia do NmNhaE, com 11 TMS, calculado pelo
programa TopCons ......................................................................................................... 47
Figura 20. Representação gráfica da resistência de E. coli KNabc onde a expressão dos
mutantes do NmNhaE foi induzida, em meio líquido com NaCl a diferentes valores de
pH .................................................................................................................................... 51
Figura 21. Ensaio de transporte a pH 7, em vesículas invertidas de E. coli KNabc onde
a expressão dos mutantes do NmNhaE foi induzida ....................................................... 52
Figura 22. Representações dos gráficos a partir do qual são calculados os parâmetros
cinéticos .......................................................................................................................... 53
Figura 23. Representação gráfica da variação da atividade Na+/H
+ do NhaE e seus
mutantes a pH 7 e 7.5 ...................................................................................................... 55
vi
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1. Alguns transportadores de Na+ de N. meningitidis MC58 ............................ 17
Tabela 2. Composição dos meios utilizados para o crescimento das estirpes de E.
coli.... .............................................................................................................................. 20
Tabela 3. Principais características dos primers selecionados e tipo de mutação que
originam .......................................................................................................................... 24
Tabela 4. Programa de PCR utilizado para a introdução de mutações pontuais no gene
nmnhaE ........................................................................................................................... 24
Tabela 5. Resistência ao Na+ e Li
+ de E. coli KNabc onde a expressão do NmNhaE foi
induzida, em meio sólido a valores de pH 6.5, 7 e 8 ...................................................... 39
Tabela 6. Parâmetros cinéticos do NmNhaE em E. coli KNabc, onde a expressão do
NhaE foi previamente induzida ...................................................................................... 41
Tabela 7. Principais características dos 10 resíduos de aminoácidos selecionados para
mutação no NhaE ............................................................................................................ 49
Tabela 8. Parâmetros cinéticos dos mutantes pontuais do NhaE calculados para o
Na+……………………………………………………………………………………...54
vii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ATP Adenosina trifosfato, do inglês adenosine triphosphate
CCCP carbonilcianeto m-clorofenil-hidrazona, do inglês, carbonyl-cyanide m-
chlorophenylhydrazone
CPA Antiporter Catião:Protão monovalente, do inglês, CPA-monovalent
cation:proton antiporter
E. coli KNabc_pISC E. coli KNabc transformada com o plasmídeo pISC-2
E. coli KNabc_pISCnhaE E. coli KNabc transformada com o gene nhaE inserido no
plasmídeo pISC-2
E. coli KNabc_pISCnhaC E. coli KNabc transformada com o gene nhaC inserido no
plasmídeo pISC-2
EcNhaA Antiporter Na+/H
+, NhaA de Escherichia coli
HdNhaH Antiporter Na+/H
+, NhaH de Halobacilus danabensis
Km Parâmetro cinético, Constante de ligação
LOS Lipooligossacárido
LPS Lipopolissacárido
Meio LB Meio Luria Bertani
Meio LBK Meio Luria Bertani modificado, NaCl substituído por 87 mM de KCl
Mrp Antiporter de resistência múltipla e relacionada com o pH, do inglês,
multiple resistance and pH-related antiporter
Na+-NQR NADH: ubiquinona oxidoreductases transportadoras de Na
+, do
inglês, Na+-transporting NADH:ubiquinone oxidoreductase
NADH Dinucleótido de nicotinamida e adenina
NhaA Antiporter Na+/H
+ do grupo A
NhaB Antiporter Na+/H
+ do grupo B
NhaC Antiporter Na+/H
+ do grupo C
NhaD Antiporter Na+/H
+ do grupo D
viii
NhaE Antiporter Na+/H
+ do grupo E
NhaH Antiporter Na+/H
+ do grupo H
NhaP Antiporter Na+/H
+ do grupo P
nmnhaC Gene codificante do NhaC de Neisseria meningitidis
NmNhaC Antiporter Na+/H
+, NhaC de Neisseria meningitidis
nmnhaE Gene codificante do NhaE de Neisseria meningitidis
NmNhaE Antiporter Na+/H
+, NhaE de Neisseria meningitidis
OD600 Densidade ótica medida a 600 nm
ORF Grelha de leitura aberta, do inglês, Open Reading Frame
RmNhaE Antiporter Na+/H
+, NhaE de Rhodothermus marinus
TMS Segmentos transmembranares
VcNhaD Antiporter Na+/H
+, NhaD de Vibrio cholerae
Vmax Parâmetro cinético, Velocidade máxima
ix
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
2
A capacidade das células produzirem energia é vital para a sua existência, sendo
necessária a presença de mecanismos intracelulares nas células capazes de conservar
esta energia. Geralmente, obtém-se energia através de nutrientes que estão disponíveis
no ambiente à volta da célula, nomeadamente o uso de compostos orgânicos como fonte
de carbono, a energia proveniente do sol, ou até mesmo a energia proveniente de
gradientes iónicos. A energia adquirida é empregue na síntese de macromoléculas, a
partir de percursores mais simples e poderá servir também para converter energia
química em gradientes de concentração e gradientes iónicos, necessários para o
metabolismo celular ou até para a motilidade da célula.
Sendo o ião sódio (Na+) um dos mais utilizados para estabelecer gradientes de
concentração e iónicos, capazes de produzir energia, e considerando o seu importante
papel na fisiologia celular, bem como também na sua associação à virulência de
algumas bactérias patogénicas (Häse et al. 2001), torna-se portanto relevante o
conhecimento dos mecanismos que envolvem o transporte deste ião nas células. Neste
caso em particular, o estudo de antiporters Na+/H
+ no microorganismo patogénico
Neisseria meningitidis, foi desenvolvido para uma melhor compreensão do transporte
do ião Na+, bem como de muitos aspectos importantes na infeção e na sua sobrevivência
no hospedeiro.
1.1. Transporte membranar e transportadores de membrana
A membrana celular possui diversas funções na célula, incluindo
compartimentalização, transporte, transdução de sinal, catálise enzimática e criação de
gradientes transmembranares de solutos. Uma das suas principais funções é a de
constituir uma barreira para o meio exterior, controlando a entrada e saída de algumas
moléculas e iões (Yeagle, 2001; Zaydman et al. 2012). Certas moléculas não polares
são capazes de atravessar a membrana livremente, já outras, moléculas polares e iões,
necessitam de um transporte mais específico, realizado através de proteínas que se
encontram associadas à membrana. Tais proteínas membranares, ao contrário das
proteínas solúveis, possuem a maioria dos aminoácidos hidrofóbicos no seu interior,
INTRODUÇÃO
3
formando hélices, que se situam no interior hidrofóbico da bicamada lipídica (Yeagle,
2001). Para além da função de transporte transmembranar estas proteínas possuem
também um papel importante na bioenergética e na sinalização celular (Robertson et al.
2012). Os constituintes lipídicos e o efeito hidrofóbico que suportam a estrutura em
bicamada lipídica da membrana celular não permitem a passagem de solutos, a não ser
por estas proteínas associadas (Yeagle, 2001).
O transporte dos solutos ocorre através de proteínas de transporte ou através de
canais iónicos, podendo também, para determinadas moléculas, ocorrer livremente pela
membrana. Desta forma, o transporte pode ser de dois tipos, passivo e ativo (Figura
1.A). O transporte passivo ocorre quando os solutos atravessam a membrana através do
seu gradiente de concentração, e pode ser efectuado por difusão simples (Figura 1.A1)
ou por difusão facilitada (Figura 1.A2). A difusão simples ocorre quando uma molécula
pequena atravessa a membrana, a favor do seu gradiente de concentração, em geral
lentamente. A difusão facilitada é dependente de uma proteína membranar, de modo
que o soluto, que não consegue atravessar a membrana livremente, o faça através do
auxílio da proteína. O movimento do soluto é novamente a favor do seu gradiente de
concentração. Por outro lado, o transporte ativo é observado quando o soluto é
transportado através da membrana, desta vez contra o gradiente de concentração, com a
utilização de energia celular (Figura 1.A3). O transporte de iões depende de dois
factores, o gradiente de concentração e o potencial elétrico. O transporte pode envolver
mais do que um soluto (Figura 1.B). Um transportador que apenas transporta um soluto
é denominado de uniporter (Figura 1.B1), enquanto que, um transportador que
transporta mais do que um soluto é chamado de co-transporter. Este último, também
pode ser denominado de simporter (Figura 1.B2) ou de antiporter (Figura 1.B3),
consoante o transporte dos solutos seja efectuado no mesmo sentido ou em sentidos
opostos, respetivamente. Existem dois tipos de transporte ativo. i) o transporte ativo
primário, que usa energia química, derivada do ATP ou de qualquer outro composto
químico rico em energia, ou até de reações de oxidação. ii) o transporte ativo
secundário, que usa a energia de um soluto que é transportado a favor do seu gradiente
de concentração, para promover o transporte do outro soluto contra o seu gradiente de
concentração. Normalmente, o gradiente de concentração formado inicialmente, é
obtido por transporte ativo primário (Nicholls & Ferguson, 2002; Nelson & Cox, 2005).
INTRODUÇÃO
4
Existem por outro lado moléculas que não são transportadores, mas que
facilitam o transporte ligando-se a iões, os chamados ionóforos, como o CCCP,
carbonilcianeto m-clorofenil-hidrazona (do inglês, carbonyl-cyanide m-
chlorophenylhydrazone). O transporte de moléculas carregadas ou iões pode fazer com
que se acumule carga na membrana. Quando existe criação de um potencial elétrico de
membrana o transporte é denominado eletrogénico, ou seja, existe uma distribuição
desigual de iões nos dois lados da membrana. Por outro lado, quando a carga elétrica é
nula, o transporte é eletroneutro. Isto tanto pode ocorrer quando há uniporte de uma
espécie não carregada, simporte de dois iões com cargas opostas, ou antiporte de dois
iões com a mesma carga (Nicholls & Ferguson, 2002; Nelson & Cox, 2005).
Figura 1. Transporte de iões através da membrana. A- Transporte ativo e passivo. B- Transporte de uma ou
mais moléculas.
INTRODUÇÃO
5
1.2. Transportadores de sódio
As bactérias estão expostas a variadíssimas condições ambientais.
Particularmente as espécies patogénicas, que têm de lidar com diferentes condições,
tanto dentro como fora do hospedeiro. Para isso, todas as células usam mecanismos
homeostáticos para se ajustarem a mudanças de pH e força iónica extracelulares.
Normalmente, a maioria das bactérias utilizam a força motriz protónica como fonte de
energia para os vários processos celulares (Häse et al. 2001). Contudo, alguns
microrganismos podem utilizar o Na+
como ião quimosmótico, num ciclo de Na+, em
vez de usarem protões (Skulachev, 1989; Dimroth, 1994; Häse et al. 2001). A utilização
do transporte de Na+ não impossibilita o funcionamento do transporte de protão (H
+) em
combinado (Figura 2). Um ciclo de Na+ totalmente operacional necessita de uma bomba
de Na+, de uma ATP-sintase dependentes de Na
+, alguns transportadores de membrana
dependentes de Na+ e também motores flagelares dependentes de Na
+ (Häse et al. 2001)
(Figura 2). Uma das bombas de Na+
normalmente encontradas neste tipo de organismos
são as NADH: ubiquinona oxidoreductases transportadoras de Na+ (Na
+-NQR), (do
inglês, Na+-transporting NADH:ubiquinone oxidoreductase). A Na
+-NQR foi
primeiramente descoberta em Vibrio alginolyticus (Tokuda & Unemoto, 1984) tendo
posteriormente sido encontrada em Vibrio cholerae, onde se verificou que mutações no
operão da Na+-nqr aumentam a expressão de fatores de virulência (Häse & Mekalanos,
1999). Esta proteína é composta por seis subunidades, codificadas pelo operão Na+-nqr
(Bogachev & Verkhovsky, 2005), e a sua função é fornecer eletrões à cadeia
respiratória através da oxidação do NADH, utilizando a energia proveniente desta
reação, para translocar Na+ para o espaço periplasmático (Häse et al. 2001; Bogachev &
Verkhovsky, 2005). Outras bombas de Na+, igualmente importantes são as dicarboxilato
descarboxilases dependentes de Na+ (do inglês, Na
+-transporting dicarboxylate
decarboxilases), que utilizam a descarboxilação do oxaloacetato para promover a saída
de Na+ do citoplasma, e também as bombas de Na
+ dependentes de ATP, que usam o
ATP para promover gradientes de Na+
(Dimroth, 1994). Estes gradientes de Na+, podem
posteriormente ser usados pelas ATP-sintases dependentes de Na+ para o organismo
sintetizar ATP (Dimroth, 1994). Além disso, a força motriz de Na+ também pode ser
usada por transportadores secundários para obtenção de solutos, como acontece no caso
INTRODUÇÃO
6
de simporters, ou para converter força motriz de Na+ em força motriz protónica, como
no caso dos antiporters Na+/H
+ (Häse et al. 2001). A conversão destes gradientes por
antiporters Na+/H
+ mostra que o transporte de Na
+ e de H
+ estão interligados (Figura 2).
Ainda, os gradientes de Na+ podem ser utilizados por algumas bactérias na sua
motilidade, através de motores flagelares. De facto, a perda de motilidade já foi
relacionada com redução da virulência em algumas bactérias como é o caso de V.
cholerae e Helicobacter pylori (Häse et al. 2001).
Figura 2. Representação do transporte de Na+ e de H+ que ocorre em algumas membranas bacterianas. A bomba
de Na+ e bomba de H+ são os geradores de força motriz (Na+-NQR, dicarboxilato descarboxilases dependentes
de Na+, bombas translocadoras de H+ da cadeia respiratória). Os Porters de Na+ e H+ indicam os utilizadores da
força motriz gerada pelas bombas (simporters, motores flagelares, ATP-sintases dependentes de Na+). Os
antiporters Na+/H+ convertem a força motriz de Na+ em força motriz de H+ e vice versa.
INTRODUÇÃO
7
1.3. Antiporters Na+/H
+
Os antiporters Na+/H
+ são proteínas integrais de membrana, que estão
envolvidas na bioenergética celular. Estas proteínas são transportadores ativos
secundários, que utilizam a energia proveniente da força protomotriz, formada por
transportadores de H+ primários, para expelir o Na
+ para fora das células (Padan &
Schuldiner, 1994; Padan et al. 2001; Dzioba et al. 2002; Krulwich et al. 2011). São por
isso importantes para a fisiologia celular, no que diz respeito à regulação do pH
intracelular, a regulação do Na+ e também do volume celular, (Padan & Schuldiner,
1993; Padan et al. 2001; Padan et al. 2004; Padan, 2008). Contudo, a variação na
concentração destes iões pode fazer com que estes se tornem prejudiciais às células
(Padan et al. 2001). Em 1974, P. Mitchell e seus colaboradores, descobriram os
antiporters Na+/H
+ na bactéria Escherichia coli, tendo sugerido que desempenhavam
papéis na homeostasia da célula (West & Mitchell, 1974). Os antiporters Na+/H
+ podem
ser encontrados nas membranas citoplasmáticas e em membranas de organelos de vários
microrganismos, plantas, e animais, incluindo o homem (Padan et al. 2001. Padan et al.
2004; Krulwich et al. 2011). Além do Na+, alguns antiporters Na
+/H
+ são também
capazes de transportar o ião lítio (Li+) para o exterior, como por exemplo, o NhaA de E.
coli (EcNhaA) (Padan et al. 2004) e os NhaA e NhaD de V. cholerae (VcNhaD) (Herz
et al. 2003). Visto que os iões Na+ e Li
+ são tóxicos para a célula, principalmente o ião
Li+, estes antiporters também possuem um papel crucial no combate à toxicidade destes
iões nas células (Padan & Schuldiner, 1993; Padan et al. 2005).
A base de dados criada por Milton Saier para classificar proteínas, a Transporter
Classification Database, inseriu os antiporters Na+/H
+ na superfamília CPA, Antiporter
Catião:Protão monovalente (do inglês, CPA-monovalent cation:proton antiporter)
(Chang et al. 2004). A superfamília CPA é subdividida em três famílias, a CPA1,
Antiporter Catião:Protão-1 (do inglês, Monovalent Cation:Proton Antiporter-1), a
CPA2 Antiporter Catião:Protão-2 (do inglês, Monovalent Cation:Proton Antiporter-2) e
NaT-DC, Carboxilase de Ácido Carboxílico transportadora de Na+ (do inglês, Na
+-
transporting Carboxylic Acid Decarboxylase) (Chang et al. 2004). Atualmente, as
famílias MSS, Simporter Malonato: Na+ (do inglês, Malonate:Na
+ Symporter) e PSE,
Exporter de Sulfato Putativo (do inglês, Putative Sulfate Exporter) também fazem parte
INTRODUÇÃO
8
desta superfamília (Saier et al. 2006, 2009 - Transporter Classification Database,
2013).
Nos organismos procariotas, existem contudo dois tipos diferentes de antiporters
Na+/H
+. Os codificados por vários genes, denominados Mrp (Swartz et al. 2005), e os
codificados por apenas um gene, chamados Nha. Ambos desempenham funções
semelhantes na célula, embora existam algumas diferenças entre eles.
Os antiporters do tipo Mrp, antiporter de resistência múltipla e relacionada com
o pH (do inglês, multiple resistance and pH-related antiporter), distinguem-se dos
antiporters do tipo Nha principalmente por serem codificados em operões, originando
seis ou sete proteínas hidrofóbicas diferentes, que funcionam como hétero-oligómeros
(Hiramatsu et al. 1998; Swartz et al. 2005; Morino et al. 2010). Os operões mrp estão
organizados em dois grupos, Grupo 1 e Grupo 2. No Grupo 1 a ordem dos genes é
mrpABCDEFG e no Grupo 2 é mrpA’CDEFG. Neste último grupo, os primeiros dois
genes, mrpA e um domínio do mrpB estão fundidos, dando origem ao mrpA’. Os
sistemas Mrp foram primeiramente identificados em Bacillus halodurans C-125 (Kudo
et al. 1990), tendo posteriormente sido identificados em diversos organismos, e em
alguns casos tendo sido designados de outra forma, como são os casos do Mnh de
Staphylococcus aureus (Hiramatsu et al. 1998), o Sha Bacillus subtilis (Ito et al. 1999),
e o Sha de Pseudomonas aeruginosa (Kosono et al. 2005). Mais recentemente
confirmou-se a existência de um sistema Mrp em V. cholerae (Dzioba-Winogrodzki et
al. 2009). Existe muito pouca similaridade entre as proteínas Mrp e outros antiporters.
Contudo as proteínas MrpA, MrpC e MrpD demonstram alguma similaridade com
subunidades da NADH:quinona oxidoreductase (Complexo I) da cadeia respiratória
aeróbia (Swartz et al. 2005). Este tipo de antiporters, além de translocarem Na+ e Li
+,
podem também permutar potássio (K+) por H
+. Foi também verificado em S. aureus
(Hiramatsu et al. 1998) e B. subtilis (Ito et al. 2000) que todos os genes do operão são
necessários para que haja resistência ao Na+. Devido às propriedades distintas, os
sistemas Mrp foram inseridos numa categoria diferente de classificação, a família
CPA3, Antiporter Catião:Protão-3 (do inglês, cation:proton antiporter-3) (Saier et al.
1999).
INTRODUÇÃO
9
Os mamíferos possuem uma família de antiporters Na+/H
+ denominada NHE, na
qual existe um homólogo ao NhaA de E. coli, no homem denominado de NHA (Xiang
et al. 2007). Foi demonstrado que a disfunção de NHE dá origem a várias doenças,
incluindo hipertensão, diarreia, epilepsia, arritmias do miocárdio, entre outras (Xiang et
al. 2007).
1.3.1. Antiporters do tipo Nha
Os antiporters do tipo Nha são codificados por um único gene, tendo já sido
identificados vários grupos de Nha em diferentes organismos. Como é caso do NhaA,
identificado em E. coli (Karpel et al. 1988), V. cholerae (Vimont & Berche, 2000), H.
pylori (HpNhaA) (Inoue et al. 1999). O NhaB, existente em E. coli (Pinner et al. 1992),
V. cholerae (Herz et al. 2003) e também em V. alginolyticus (Nakamura et al. 1996). O
NhaC, identificado em Bacillus firmus OF4 (Ito et al. 1997). O NhaD, existente em V.
cholerae (Dzioba et al. 2002), Vibrio parahaemolyticus (Nokazi et al. 1998) e
Halomonas elongata (Kurz et al. 2006). Também os grupos NhaP de P. aeruginosa
(Utsugi et al. 1998) NhaG de B. subtilis ATCC (Gouda et al. 2001), NapA de
Enterococcus hirae (Waser et al. 1992), NhaH de Halobacillus dabanensis (Yang et al.
2006), NhaE de Rhodotermus marinus (Melo et al. 2006) e mais recentemente o NhaE
de N. meningitidis (Sousa et al. 2013).
Até a data, o EcNhaA é o antiporter mais estudado, e o único cuja estrutura foi
resolvida (Hunte et al. 2005). Várias estirpes de E. coli têm vindo a ser deletadas nos
genes nhaA e nhaB, para permitir a caracterização heteróloga de outros antiporters nesta
bactéria. São exemplos destas estirpes a NM81, em que o nhaA está ausente, EP431,
deletada no nhaB, EP432 deficiente nos genes nhaA e nhaB e KNabc deletada nos genes
nhaA, nhaB e chaA (Padan et al. 2001). Estudos nos dois antiporters de E. coli
revelaram que são ambos electrogénicos, o NhaA tem uma estequiometria de 2H+/Na
+
(Padan et al. 2005) e o NhaB de 3H+/2Na
+ (Pinner et al. 1994) (Figura 3). Ambos
trocam Na+ ou Li
+ por H
+, mas o NhaA é o principal antiporter responsável por tolerar
valores elevados de pH em concentrações elevadas de Na+
(Padan et al. 2001). Este
antiporter revela uma grande dependência no pH. Sendo que, a atividade do NhaA varia
INTRODUÇÃO
10
Figura 3. Antiporters Na+/H
+ NhaA e NhaB de E. coli (Adaptado de Padan et al.
2001).
três ordens de magnitude, entre pH 7 e 8.5 (Tzubery et al. 2004; Padan et al. 2005).
Estudos sobre o NhaA revelaram que a transcrição do gene nhaA é regulada pelo NhaR.
O gene que codifica este regulador, o nhaR, está situado a jusante do nhaA, controlando
a sua expressão na resposta a um aumento das concentrações de Na+ ou Li
+ (Padan et al.
2001). Verificou-se também, um fenótipo hipersensitivo ao Na+, quando o nhaR é
deletado, mesmo na presença do nhaA (Padan et al. 2001).
Estudos de microscopia eletrónica de varrimento revelaram que o NhaA de E.
coli existe como um dímero em cristais 2D (Williams et al. 1999; Williams, 2000), e a
sua estrutura secundária está organizada em 12 segmentos transmembranares (TMS) em
cada monómero, tendo-se verificado mais tarde que este, existe na membrana como um
homo-olígomero (Gerchman et al. 2001). A estrutura resolvida a pH 4 por raios-X
(Figura 4.A), mostrou uma nova conformação no NhaA (Hunte et al. 2005). Os TMS IV
e XI formam uma junção única (Figura 4.B), interrompidos por cadeias que se cruzam
uma na outra, criando um ambiente propício à ligação de iões no centro da membrana,
essencial para a translocação (Hunte et al. 2005; Padan et al. 2009). Além disso, a
existência de dois funis carregados negativamente, um citoplasmático e outro
periplasmático, facilita o acesso dos iões ao sítio de ligação putativo (Padan et al. 2009).
INTRODUÇÃO
11
1.3.2. NhaE
Os antiporters do tipo NhaE foram pela primeira vez identificados em 2006, num
estudo envolvendo um antiporter Na+/H
+ de R. marinus (Melo et al. 2006). Ao contrário
do NhaA de E. coli, o NhaE de R. marinus (RmNhaE) é capaz de conferir resistência ao
Na+ mas não ao Li
+ a células de E. coli deficiente em antiporters Na
+/H
+, onde a
expressão do NhaE de R. marinus foi induzida (Melo et al. 2006). A estirpe de E. coli
onde a expressão do RmNhaE foi induzida, é capaz de crescer em pH 6.5 e 7.5 contudo
a pH 8.5 já não consegue resistir ao NaCl, demonstrando que a sua atividade é
dependente do pH do meio. A análise de sequências de aminoácidos realizada neste
trabalho revelou a existência de outros antiporters Na+/H
+ hipotéticos do tipo NhaE
(Melo et al. 2006), como é o caso do NhaE de N. meningitidis (NmNhaE), que foi
estudado e caracterizado no âmbito desta dissertação.
Figura 4. Estrutura do NhaA de E. coli. A- Visualização da estrutura do NhaA de E. coli em forma de fita. Os TMS
estão numerados. Nt e Ct indicam o N e o C terminal. B- Junção única do TMS IV e XI, com o TMS V por detrás.
Obtenção da estrutura através do RCSB Protein Data Bank (RCSB PDB). O tratamento da estrutura foi efetuado
através do programa UCSF Chimera package. (Pettersen et al. 2004)
INTRODUÇÃO
12
1.4. Neisseria meningitidis
N. meningitidis é um microrganismo patogénico, pertencente à família
Neisseriaceae e ao género Neisseria, é uma bactéria Gram-negativa, estritamente
aeróbia, e encontra-se inserida no grupo das β-proteobatérias (Stephens, 2007; Rouphael
& Stephens, 2012). A nível genómico, N. meningitidis tem entre 2 e 2.2 megabases,
com cerca de 2000 genes, e com um conteúdo de GC comum, de 52%, possuindo uma
grande plasticidade genómica, essencial para a evolução da bactéria (Tettelin et al.
2000; Schoen et al. 2007; Rouphael & Stephens, 2012). Possui como o seu único
hospedeiro o homem, onde habita naturalmente a oro ou a nasofaringe (Yazdankhah &
Caugant, 2004; Stephens, 2009). N. meningitidis é responsável por causar meningite em
grande parte do mundo, principalmente em crianças e jovens (Rouphael & Stephens,
2012; Stephens, 2009). Pode também causar, pneumonia, artrite séptica, pericardite,
bacteriemia crónica e conjuntivite embora menos frequentemente (Stephens, 2009).
Este microrganismo foi identificado e descrito pela primeira vez em 1887, por
Weichselbaum, a partir de fluido cérebro espinal de um paciente com meningite
(Weichselbaum, 1887; Bratcher et al. 2012; Rouphael & Stephens, 2012), quase 80
anos depois dos primeiros casos de epidemia de meningite na Suíça e nos Estados
Unidos da América nos anos de 1805 e 1807, respetivamente (Stephens, 2009; Bratcher
et al. 2012). Desde então, têm-se constatado inúmeros casos de meningite devido a
infeções por N. meningitidis, que por outro lado pode viver no corpo humano sem
causar qualquer dano (DeVoe, 1982; Gasparini et al. 2012). De facto, esta é a condição
mais comum, uma vez que N. meningitidis tem com o seu hospedeiro uma relação quase
de simbiose, ocorrendo ocasionalmente doença devido às suas próprias características
de virulência ou devido a condições de baixa imunidade no homem (Gasparini et al.
2012). As diferenças encontradas na estrutura antigénica da cápsula polissacarídica
originaram a classificação de N. meningitidis em diferentes serogrupos (Schoen et al.
2007; Stephens, 2009; Hill et al. 2010). Foram descritos até à data 13 serogrupos
distintos, dos quais, apenas cinco estão associados a doença, os serogrupos A, B, C, Y e
W-135 (Tettelin et al. 2000; Schoen et al. 2007; Hill et al. 2010; Bertrand et al. 2011;
Bratcher et al. 2012).
INTRODUÇÃO
13
A distribuição epidemiológica destes serogrupos encontra-se repartida por todo
o globo (Figura 5), embora nem sempre seja uniforme em todas as zonas. Os padrões da
doença variam ao longo do tempo e consoante as áreas geográficas, grupos etários e os
diferentes serogrupos da bactéria. Geralmente ocorrem extensos casos de epidemia de
meningite provocada por N. meningitidis em África, onde se situa a conhecida cintura
da meningite, cujos casos identificados estão relacionados com o serogrupo A, mais
presente neste continente. Em países em desenvolvimento esta doença é provocada, em
grande parte, por N. meningitidis do serogrupo B, C e Y, nomeadamente nas Américas
do Norte e Sul, Nova Zelândia e Europa. A introdução do conjugado de vacinas do
serogrupo C na Europa diminuiu os casos da doença devido a este serogrupo, tendo-se
verificado um aumento de casos de meningite meningocócica causados por N.
meningitidis do serogrupo B. Na Ásia os extensos casos de meningite causada pelo
serogrupo A foram substituídos por casos localizados de meningite devido aos
serogrupos B e C. O serogrupo W-135 possui uma distribuição mais heterogénea,
associado a episódios em diferentes regiões geográficas (Ferreira et al. 2006; Stephens,
2009; Halperin et al. 2012; Rouphael & Stephens, 2012).
Em Portugal, esta bactéria é o agente causal de meningite principalmente em
crianças. A epidemiologia deste organismo no país segue a distribuição da Europa, em
que os serogrupos B, C, Y e W-135 prevalecem. De acordo com o que foi verificado na
Europa, o serogrupo C causava grande parte da meningite meningocócica em Portugal
até 2006. Neste mesmo ano, com a introdução da vacina conjugada do serogrupo C no
programa nacional de vacinação, verificou-se que a doença provocada pelo serogrupo B
teve um aumento no país (Ferreira et al. 2006; Santos et al. 2007; Simões et al. 2009).
INTRODUÇÃO
14
As várias tentativas para produzir uma vacina contra o serogrupo B de N.
meningitidis, levaram a que N. meningitidis serogrupo B MC58 fosse o primeiro
serogrupo de N. meningitidis a ter o seu genoma sequenciado (Tettelin et al. 2000), uma
estirpe de laboratório derivada da estirpe ST-32, isolada de um surto em Inglaterra
(Bratcher et al. 2012).
1.4.1. Estrutura, morfologia, biologia e patogenicidade
Normalmente possui a forma de um diplococcus, assemelhando-se a um feijão
ou rim. É uma bactéria fastidiosa, cresce portanto em meios ricos como gelose-sangue,
necessita de glucose, piruvato ou lactato como fonte única de carbono, e o seu
crescimento ótimo verifica-se entre 35-37ºC com uma percentagem de CO2 de 5-10%
(Rouphael & Stephens, 2012). Em termos classificativos a N. meningitidis pode ser
classificada de acordo com a tipagem serológica, sendo dividida em serogrupos como já
foi anteriormente referido. Pode ainda ser classificada em serosubtipo, serotipo e
imunotipo, de acordo com as proteínas PorA, PorB, e a estrutura do lipoligossacárido
(LOS), respetivamente (Bertrand et al. 2011; Bratcher et al. 2012).
Figura 5. Distribuição da doença meningocócica por serogrupo e por região. (Adaptado de Halperin et al. 2012).
INTRODUÇÃO
15
A transmissão desta bactéria entre indivíduos dá-se por contacto direto,
provavelmente através da inalação de gotículas de saliva contaminadas (Van Deuren et
al. 2000; Stephens, 2009). O primeiro passo de colonização ocorre na nasofaringe, onde
a maioria das adesinas têm um papel importante na adesão às células da mucosa,
principalmente os pili. Estes facilitam a aderência da bactéria, sendo responsáveis pela
aderência às células epiteliais, facilitando a absorção de DNA e também conferindo
alguma mobilidade à bactéria. A maioria dos portadores do microrganismo não
apresenta sintomas nesta fase de colonização (Stephens, 2009). Posteriormente, a
ligação de outras adesinas importantes, as proteínas de opacidade, OPA (do inglês,
Opacity proteins) (em N. meningitidis são expressas, Opa e Opc), vão facilitar a entrada
da bactéria nas células epiteliais, onde outras adesinas têm também papéis importantes
(Hill et al. 2010). N. meningitidis expressa duas porinas distintas PorA e PorB,
facilitando a difusão de moléculas hidrofílicas pequenas. Apesar de não serem adesinas
estas moléculas estão também envolvidas em interações hospedeiro-célula, sendo
moléculas alvo de anticorpos (Hill et al. 2010; Rouphael & Stephens, 2012). A
sobrevivência da bactéria na corrente sanguínea ocorre devido à sua capacidade de
adquirir ferro do hospedeiro através de proteínas que ligam ferro, um fator de
crescimento crucial durante a colonização e doença. O meningococos possui diversas
proteínas com esta função, nomeadamente HmbR, proteína da membrana externa de
adesão à hemoglobina (do inglês- Hemoglobin-Binding Outer Membrane Protein), as
TbpA e TbpB, proteína de adesão à transferrina (Transferrin binding proteins) e as
HbpA e HbpB, proteína de adesão ao hemo (do inglês, Hemin-binding protein) que se
liga a lactoferrina, entre outras (DeVoe, 1982; Schoen et al. 2007; Hill et al. 2010;
Rouphael & Stephens, 2012). Outra estrutura que permite a sobrevivência da bactéria
no sangue é a capsula polissacarídica (Figura 6), uma vez que inibe a fagocitose e
possui um papel importante na resistência a anticorpos e ao sistema complemento (Van
Deuren et al. 2000; Stephens 2009; Hill et al. 2010; Rouphael & Stephens, 2012). A
presença de alguns derivados de ácido siálico na cápsula tornam N. menigitidis invisível
ao sistema imunitário, isso é particularmente visível na cápsula do serogrupo B, em que
o homopolímero de ligação-α (2-8), idêntico a uma molécula de adesão fetal humana,
tem uma fraca resposta imunitária (Rouphael & Stephens, 2012). Ainda pode ocorrer
um fenómeno de variação de fase, uma vez que as semelhanças genéticas nas estruturas
INTRODUÇÃO
16
dos loci das cápsulas, principalmente nos serogrupos B, C, W e Y podem favorecer a
transferência horizontal de porções do operão da cápsula (Hill et al. 2010), facilitando
assim a evasão ao sistema imunitário. Uma vez na corrente sanguínea, o
lipopolissacárido (LPS) ou o lipooligossacárido também desempenha um papel
importante na evasão ao sistema imunitário. Além disso, o LPS (Figura 6) existente na
membrana é importante na adesão da bactéria. Esta pode-se multiplicar rapidamente e
ultrapassar a barreira hemato-encefálica, causando meningite. Contudo, a doença
invasiva só ocorre se houver a junção de vários fatores, tanto os fatores de virulência de
N. meningitidis, como fatores ambientais, estando também dependente da
suscetibilidade do hospedeiro (Stephens, 2009).
Figura 6. Alguns elementos estruturais existentes em N. meningitidis. (Adaptado de Rouphael & Stephens,
2012).
INTRODUÇÃO
17
1.4.2. Transportadores de sódio em N. meningitidis
No genoma de N. meningitidis existem várias ORFs, grelha de leitura
aberta (do inglês, Open Reading Frames) codificantes de potenciais transportadores de
Na+ (Tabela 1). Em N. meningitidis o transporte de Na
+ é bastante evidente uma vez que
este microrganismo codifica alguns transportadores utilizados no ciclo de Na+.
Encontra-se pelo menos um operão correspondente a seis ORFs de uma bomba de
sódio, a Na+-NQR (Häse et al. 2001). Também se verificam algumas ORFs
correspondentes a transportadores secundários dependentes de Na+. Simporters
dependentes de Na+ para os aminoácidos alanina, ácido glutâmico, prolina e serina
(Häse et al. 2001). Antiporters Na+/H
+, NhaC e NhaE (Melo et al. 2006), estudados
neste trabalho, e o último caracterizado (Sousa et al. 2013).
Locus Nome do gene Função Classe
NMB0564 nqrF
NADH: ubiquinona oxidoreductase
transportadora de Na+
Transportador de Na+ primário
NMB0565 nqrE
NMB0566 nqrD
NMB0567 nqrC
NMB0568 nqrB
NMB0569 nqrA
NMB0536 nhaC Antiporters Na
+/H
+
Transportador de Na+ secundário
NMB0570 nhaE
NMB0402 putP Simporter de prolina dependente
Na+
NMB0177 alsT Simporter de alanina dependente
Na+
NMB0085 gltS Simporter de ácido glutamico
dependente Na+
NMB2133 sstT Simporter de serina dependente
Na+
Tabela 1. Alguns transportadores de Na+ de N. meningitidis MC58. Os transportadores foram encontrados no
cmr.jcvi.org na ferramenta de gene search.
INTRODUÇÃO
18
Objetivos
Sendo a N. meningitidis um organismo patogénico, principal causador de meningite
em crianças, principalmente na África subsariana, e o serogrupo B o mais prevalente na
Europa, esta dissertação teve como principal objetivo a caracterização funcional de dois
antiporters Na+/H
+ encontrados no genoma de N. meningitidis serogrupo B MC58,
NhaC e NhaE, e ainda, a verificação de resíduos importantes na função de um dos
transportadores encontrados, o NmNhaE.
Os objetivos específicos do trabalho foram:
1) Expressão dos dois antiporters Na+/H
+, separadamente, numa estirpe deficiente
em antiporters Na+/H
+, E. coli KNabc, e verificação da sua resistência ao NaCl e
LiCl.
2) Verificação da atividade de antiporter Na+/H
+ em vesiculas invertidas de E. coli
KNabc onde os dois antiporters Na+/H
+ foram previamente expressos, em
separado.
3) Determinação da constante de ligação (Km) e velocidade máxima (Vmax) nos dois
antiporters Na+/H
+ para os iões Na
+ e Li
+.
4) Determinação dos perfis de pH nos dois antiporters Na+/H
+ para os iões Na
+ e
Li+.
5) Inserção de mutações pontuais no gene que codifica o NhaE.
6) Expressão dos mutantes pontuais do NhaE, separadamente, numa estirpe
deficiente em antiporters Na+/H
+, E. coli KNabc, e verificação da sua resistência
ao NaCl.
7) Verificação da atividade de antiporter Na+/H
+ em vesiculas invertidas de E. coli
KNabc onde os mutantes pontuais do NhaE foram previamente expressos, em
separado.
8) Determinação do Km e Vmax nos mutantes pontuais do NhaE para o Na
+.
9) Determinação dos perfis de pH nos mutantes pontuais do NhaE para o Na
+.
MATERIAL E MÉTODOS
MATERIAL E MÉTODOS
20
2.1. Estirpes bacterianas e condições gerais de crescimento
As estirpes bacterianas utilizadas neste estudo foram E. coli XL1blue, estirpe
ideal para clonagens visto que aumenta a qualidade de DNA proveniente de minipreps,
melhora a estabilidade do inserto e permite que o DNA clonado não seja clivado (XL1-
Blue Competent Cells, catálogo 200249-11), E. coli KNabc, uma estirpe onde os três
antiporters Na+/H
+ foram inativados (NhaA, NhaB e ChaA) (Nozaki et al. 1996) e E.
coli K-12.
Quando usadas, E. coli XL1blue e E. coli K-12 cresceram em meio Luria
Bertani (LB) (Tabela 2), sólido ou líquido, e suplementado com ampicilina (ROTH), a
uma concentração final de 100 µg/ml. E. coli KNabc, foi crescida em meio LBK
(Tabela 2), sólido ou líquido, preferencialmente a pH 7, mas também submetida a
crescimento com outros pHs, e igualmente suplementado com ampicilina, a uma
concentração final de 100 µg/ml.
Tabela 2. Composição dos meios utilizados para o crescimento das estirpes de E. coli.
Reagentes LB (g) LBK* (g)
Triptona (ROTH) 1 1
Extrato de levedura (ROTH) 0.5 0.5
NaCl (Panreac) 1 -
TRIS 50 mM (ROTH) - 0,606
KCl 87 mM (Sigma) - 0,649
A massa dos reagentes é referente a 100 ml de cada meio; *LBK - meio LB modificado em que o NaCl é substituído
por 87 mM de KCl.
As estirpes cresceram à temperatura de 37ºC, 150 rpm. Efetuaram-se variações
das condições de crescimento consoante o protocolo utilizado que são descritas nas
legendas das figuras das respetivas experiências.
MATERIAL E MÉTODOS
21
2.2. Plasmídeo pISC-2
O plasmídeo pISC-2 (Vorburger et al. 2009) (Figura 7) foi utilizado neste
trabalho como vetor de clonagem e expressão dos antiporters Na+/H
+ NhaE e NhaC de
N. meningitidis, por ser um plasmídeo adequado à expressão de proteínas membranares.
Este plasmídeo é derivado do plasmídeo pBBR1, apresenta um baixo número de cópias
e possui um promotor Ara induzível por arabinose, permitindo uma expressão rigorosa e
controlada. As duas construções já existiam no laboratório, à data de início destes
trabalhos.
Figura 7. Representação do plasmideo pISC-2 usado neste trabalho. A- pISC-2 com o nmnhaE inserido. B-
pISC-2 com o nmnhaC inserido.
MATERIAL E MÉTODOS
22
2.3. Introdução de mutações pontuais no gene nmnhaE
2.3.1. Seleção dos resíduos de aminoácidos
Selecionou-se os resíduos de aminoácidos com base na comparação de dois
alinhamentos de sequências de aminoácidos. O primeiro alinhamento foi efetuado entre
sequências pertencentes a antiporters Na+/H
+ dos grupos NhaA, NhaB, NhaC, NhaD e
NhaE, num total de 20 sequências (ver Anexo 1), quatro sequências analisadas e
alinhadas por cada grupo, incluindo a sequência selvagem do NmNhaE. No segundo
alinhamento, 50 sequências representativas do grupo NhaE foram alinhadas e
comparadas (ver Anexo 2).
As sequências analisadas foram obtidas a partir da base de dados do GenBank e
os respetivos alinhamentos foram construídos através do programa bioinformático
Clustal W (versão 2.1). A análise topológica, com a finalidade de verificar a posição dos
resíduos dentro ou fora dos TMS da proteína, foi obtida através do programa Topcons
(Bernsel et al. 2009). Estas análises originaram a seleção de 10 resíduos de aminoácidos
para a construção de mutantes pontuais.
2.3.2. Construção de mutantes pontuais do gene codificante do NmNhaE
A construção de mutantes pontuais do gene nmnhaE foi efetuada pelo método de
mutagénese dirigida com o kit comercial QuikChange® II Site-Directed Mutagenesis
Kit (Stratagene), de acordo com as instruções fornecidas pelo fabricante (Figura 8),
tendo-se procedido apenas a algumas alterações, referidas adiante.
MATERIAL E MÉTODOS
23
Figura 8. Método de mutagénese dirigira aplicado neste trabalho. 1- Gene no plasmídeo com o local (base) alvo de
mutação( ). 2- Desnaturação do plasmídeo e emparelhamento dos primers mutagénicos ( ). 3- Extensão dos
primers com a enzima PfuUltra DNA polimerase. 4- Digestão das cadeias de DNA parentais metiladas( ) com a
enzima Dpn I. 5- Plasmídeo final ( ) com a mutação desejada (×), que será transformado em XL1 blue
competentes.
2.3.2.1. Desenho de primers e reação de PCR
Os primers para a mutagénese foram desenhados através do programa
QuikChange Primer Design, disponível on-line em
http://www.genomics.agilent.com/primerDesignProgram.jsp, sintetizados e obtidos
comercialmente (STABVIDA). A escolha dos primers mutagénicos (Tabela 3) ideais
realizou-se segundo os seguintes critérios: tamanho, cerca de 30 pb; terminação
nucleotídica nas bases G ou C; e o codão para a mutação de acordo com a frequência do
mesmo em E. coli.
MATERIAL E MÉTODOS
24
Tabela 3. Principais características dos primers selecionados e tipo de mutação que originam.
Mutação Primers Mudança de codão
E91Q 5'-gcactcgttgaacagtacatccctttc-3' GAA → CAG
H161L 5'-acccgccgcgtgctgatcgtcatcttc-3' CAC → CTG
G174S 5'-cctggttgcaaacatctctggcggtctgacc-3' GGC → TCT
D182N 5'-gacccctttgggcaaccccccactcttc-3' GAC → AAC
H201L 5'- gtggacggtcaaactgatgttcgcccccg -3' CAT → CTG
V258T 5'-cctgctttcgggcaccgtcggcgcggttc-3' GTG → ACC
H272L 5'- tggaaacccgaactgccgggatttga -3' CAC → CTG
H356L 5'-gtatcgctggttctggatacggcaggtc-3' CAC → CTG
H361L 5'- cgatacggcaggtctgccgattaatgtg -3' CAT → CTG
G413S 5'- ggcggtttctatgtcttcggtattcatgg -3' GGT → TCT
O plasmídeo pISC-2 com o gene do NhaE inserido (pISC_nmnhaE) foi utilizado
como molde para a mutagénese dirigida. Adicionou-se entre 40-50 ng de DNA, à
mistura de PCR juntamente com os primers desenhados para cada reação, que decorreu
de acordo com a Tabela 4.
Tabela 4. Programa de PCR utilizado para a introdução de mutações pontuais no gene nmnhaE.
Etapas PCR Programa PCR
Desnaturação Inicial 95ºC – 30 seg 1 Ciclo de Amplificação
Desnaturação 95ºC – 30 seg
16 Ciclos de Amplificação Ligação 55ºC – 1 min
Extensão 68ºC – 7min
MATERIAL E MÉTODOS
25
2.3.2.2. Transformação em células competentes E. coli XL1blue
Após a reação de PCR, o produto foi digerido com a enzima de restrição Dpn I.
Cerca de 10 µl do produto de PCR digerido, que contém os plasmídeos com as
respetivas mutações, foram adicionados a 100 µl de células competentes E. coli
XL1blue, incubados em gelo durante 30 minutos e submetidos a um choque térmico de
42ºC, durante 45 segundos, seguido dum arrefecimento, em gelo, por mais 2 minutos.
Após esta etapa, juntou-se 1 ml de meio LB líquido e incubou-se durante 1 hora, a 37ºC,
150 rpm, para facilitar o crescimento. Por fim, plaquearam-se as células em meio LB
sólido, que ficaram na estufa, durante a noite, a 37ºC.
2.3.2.3. Extração e quantificação de DNA plasmídico
As colónias resultantes de cada mutante foram repicadas e crescidas durante a
noite, em meio LB líquido, 37ºC, 150 rpm. Os plasmídeos com as mutações foram
extraídos da bactéria com o kit QIAprep®
Spin Miniprep kit (QIAGEN), de acordo com
as instruções do fabricante, quantificados num espectrofotómetro Nanodrop 2000
(Thermo SCIENTIFIC) e sequenciados para verificar potenciais erros, tendo sido
posteriormente transformados e expressos em E. coli KNabc para testes de
complementação e monitorização da atividade de antiporter Na+/H
+.
MATERIAL E MÉTODOS
26
2.4. Experiências de complementação
2.4.1. Preparação de células competentes - Estirpe E. coli KNabc
A estirpe E. coli KNabc tornou-se competente através do método químico com
CaCl2. As células foram crescidas durante a noite, em meio LBK líquido com os
antibióticos que selecionam a estirpe, kanamicina (ROTH) 50 µg/ml, cloranfenicol
(ROTH) 20 µg/ml e eritromicina (ROTH) 1 µg/ml, a 37ºC, 150 rpm. No dia seguinte,
inoculou-se o pré-inóculo em 100 ml de meio LBK líquido com os respectivos
antibióticos, nas mesmas condições, e seguiu-se a OD600 até atingir 0.5. Nesta altura, as
células foram colocadas em gelo, durante 20 minutos, e posteriormente centrifugadas
por 10 minutos a 1089 x g, 4ºC (Beckman Coulter AvantiTM
, rotor JA-25.50). O pellet
foi suspenso em 10 ml de CaCl2 0,1M (MERCK), e colocou-se em gelo por 20 minutos,
repetindo-se a centrifugação nas mesmas condições referidas anteriormente. De seguida,
ressuspendeu-se o pellet em 4 ml de CaCl2 0.1M, e repetiu-se o passo anterior de
centrifugação. Por último, o pellet foi novamente ressuspendido em 0.5 ml de CaCl2 0.1
M e em 15% de glicerol, e dividido em alíquotas que foram congeladas em azoto
líquido e conservadas a -80 ºC para uso posterior.
2.4.2. Transformação em células competentes - Estirpe E. coli KNabc
As células E. coli KNabc, previamente competentes, foram transformadas com o
plasmídeo pISC-2 possuindo vários insertos distintos: o nmnhaC, o nmnhaE selvagem,
o gene nhaE com as respetivas mutações, e ainda apenas o plasmídeo pISC-2 sem
inserto (controlo negativo e positivo quando crescido e induzido em meio LB ou meio
LBK, respetivamente). O processo de transformação foi efetuado de igual forma para
todas as variações do plasmídeo:
Cerca de 90 ng de plasmídeo foram adicionadas a 100 µl de células competentes
de E. coli KNabc e incubadas em gelo durante 30 minutos. De seguida, esta suspensão
foi submetida a um choque térmico (incubação a 42ºC - 30 segundos, seguida de
arrefecimento rápido em gelo por mais 2 minutos). Após esta etapa, adicionou-se 1 ml
de meio LBK líquido à suspensão de células já transformadas. Por fim, plaquearam-se
MATERIAL E MÉTODOS
27
as células em meio LBK sólido, que ficaram durante a noite a 37ºC, para permitir a
formação de colónias.
2.4.3. Expressão e crescimento dos transformantes
As células E. coli KNabc, transformadas com os plasmídeos (secção 2.4.2)
foram crescidas durante a noite, em meio LBK líquido com ampicilina, a 37ºC, 150
rpm. Procedeu-se a inoculações em novo meio LBK líquido, com o mesmo antibiótico,
que foram incubadas a 37ºC, 150 rpm até atingirem uma OD600 de 0.7, monitorizando-
se o crescimento celular num espectrofotómetro MULTISKAN GO (Thermo
SCIENTIFIC). De seguida, adicionou-se arabinose (Sigma) 15 mM ao meio, de forma a
induzir a expressão da proteína recombinante, continuando a indução durante a noite,
nas mesmas condições. Foram efectuadas posteriormente complementações em meio
sólido e meio líquido. Para as complementações em meio sólido, 50 µl das culturas
induzidas de E. coli KNabc contendo o gene que codifica o NhaE, E. coli KNabc
contendo o plasmídeo pISC-2 foram depositadas em placas com meio LBK sólido com
ampicilina e 15 mM de arabinose a diferentes pHs, 6.5, 7 e 8 e com diferentes
concentrações de NaCl e LiCl. Procedeu-se do mesmo modo para E. coli K-12, mas sem
a adição de antibióticos e arabinose. Adicionaram-se às placas 1.0 M de NaCl para
todos os pHs e também 1.5 M a pH 7. A concentração adicionada de LiCl foi de 0.4 M
para todos os pHs testados. Para verificar a resistência em meio líquido, as culturas
induzidas foram inoculadas em novo meio LBK líquido com ampicilina e 15 mM de
arabinose, onde o KCl foi substituído pelas concentrações desejadas de NaCl (Panreac),
0.7 M e 1.0 M, ajustadas a pH 6.5, 7 e 8, e também 340 mM de NaCl e 200 mM de
LiCl a pH 7 onde E. coli K-12 foi utilizada como controlo positivo. As curvas de
crescimento foram monitorizadas à OD de 600 nm. Para cada experiência, foram
realizadas pelo menos duas réplicas biológicas.
MATERIAL E MÉTODOS
28
2.5. Estudo da atividade de antiporter Na+/H
+
2.5.1. Preparação de vesículas invertidas
Na preparação de vesículas invertidas, a expressão da proteína foi efetuada como
descrito anteriormente (secção 2.4.3.), com uma alteração: a indução com arabinose
decorreu a 20ºC, 120 rpm, durante aproximadamente 20 horas. Posteriormente, seguiu-
se um protocolo adaptado de Rosen, 1986. Brevemente, as células foram recolhidas
numa centrífuga Beckman Coulter AvantiTM
, rotor JA-10, a 10000 x g, durante 10
minutos, seguindo-se de duas lavagens sucessivas com Tampão B (10 mM Tris-HCl pH
7.5 (ROTH), 140 mM cloreto de colina (Sigma), 250 mM sacarose (Sigma) e 0.5 mM
DTT (Sigma), sendo ressuspendidas no mesmo tampão. Após a adição de 5 mM de
MgCl2 (Riedel-deHaën) e uma quantidade mínima de DNase (Roche) (≈ 5 µg/ml), as
células foram partidas uma vez numa french press (Thermo Electron Corporation FA-
032 40k - Standard Cell) a uma pressão interna de 12000 psi. Centrifugaram-se
(centrífuga Beckman Coulter AvantiTM
, rotor JA-25.50), as células, a 8000 x g durante
10 minutos, transferindo-se o sobrenadante para novos tubos de centrifuga, procedendo-
se a uma nova centrifugação nas mesmas condições. O sobrenadante da última
centrifugação foi ultracentrifugado a 148167 x g (Beckman Coulter OptimaTM
, 45-Ti)
durante 1 hora. O pellet formado, foi ressuspendido em Tampão B, e novamente
ultracentrifugado, nas mesmas condições, por mais 1 hora, de forma a depositar a maior
quantidade de vesículas possível. Por fim, as vesículas foram suspensas em Tampão B,
alíquotadas, congeladas em azoto líquido e armazenadas a -80ºC para utilização nos
ensaios de atividade.
2.5.2. Determinação da quantidade de proteína
De modo a medir a quantidade de proteína nas vesículas invertidas, usou-se o
método do BCA, através do Pierce™ BCA Protein Assay Kit (Thermo SCIENTIFIC),
de acordo com as instruções do fabricante. O ensaio realizou-se numa placa de 96 poços
contendo as vesículas invertidas anteriormente preparadas (secção 2.5.1.) e diferentes
concentrações de albumina de soro bovino (2 mg/ml, 1.6 mg/ml, 1.2 mg/ml, 0.8 mg/ml,
MATERIAL E MÉTODOS
29
0.6 mg/ml, 0.4 mg/ml, 0.2 mg/ml, 0.1 mg/ml e 0 mg/ml) utlizada como padrão para a
construção da curva de calibração. A absorvância foi medida a 562 nm num
espectrofotómetro MULTISKAN GO (Thermo SCIENTIFIC). A curva de calibração
gera uma equação polinomial de segundo grau, através da qual é possível calcular as
concentrações de proteína para as absorvâncias medidas.
2.5.3. Determinação da atividade de antiporter Na+(Li
+)/H
+
A atividade de antiporter Na+/H
+ do NmNhaE selvagem, dos seus mutantes e do
NmNhaC foi estimada em vesículas invertidas de E. coli KNabc, onde a expressão dos
transportadores foi previamente induzida conforme anteriormente descrito (secção
2.5.1.). Aproximadamente 20 µg de vesículas foram adicionadas numa mistura de
reação contendo, 140 mM de KCl, 5 mM de MgCl2, 50 mM de tampão Hepes (sigma),
ajustado a diferentes valores de pH, 6.5, 7, 7.5, 8, 8.5 e 9 com KOH, e 0.5 µM de laranja
de acridina (sigma). A adição de 10 mM de lactato de potássio (sigma), oxidado pela
lactato desidrogenase, presente na membrana citoplasmática da bactéria, gerou um
gradiente de pH que provocou o quenching da fluorescência, devido à internalização de
H+, monitorizável pelo laranja de acridina, que passa para o interior da membrana por
difusão, originando o declínio da fluorescência. O quenching atinge posteriormente um
estado mais estável ao qual é possível adicionar o ião em estudo. A atividade de
antiporter Na+(Li
+)/H
+ resultante da adição de NaCl (ROTH) ou LiCl (sigma) à
concentração desejada, desfaz até certo ponto o gradiente de pH gerado, permitindo o
efluxo do laranja de acridina, que provoca o dequenching da fluorescência, atingindo-se
posteriormente um novo estado mais estável. A razão entre o dequenching e o
quenching do laranja de acridina provocado pela adição de lactato consiste na
determinação da atividade de antiporter. A adição de 0.02 mM de CCCP restabelece o
gradiente de pH para valores iniciais. A variação da fluorescência foi monitorizada num
espectrofluorímetro (Cary Varion Eclipse) ao comprimento de onda de excitação de 492
nm e ao comprimento de onda de emissão de 528 nm. Para elaborar as cinéticas do
NmNhaE selvagem e respetivos mutantes, foram adicionadas várias concentrações dos
iões NaCl e LiCl (0.1 mM, 0.3 mM, 0.5 mM, 0.7 mM, 1mM, 1.5 mM, 2.5 mM, 4 mM e
MATERIAL E MÉTODOS
30
6 mM). Foram efetuadas duas réplicas biológicas de cada mutante e pelo menos três
replicados técnicos para cada concentração de ião. Os valores obtidos foram utilizados
para produzir gráficos de Lineweaver-Burk (Lineweaver & Burk, 1934), de onde podem
ser calculados os respetivos parâmetros cinéticos, Km e Vmax. Para elaborar os perfis de
pH do NmNhaE, 4 mM dos iões em estudo foram adicionados a mistura de reação com
valores de pH 6.5, 7, 7.5, 8, 8.5 e 9. Foram efetuados pelo menos três replicados
técnicos para cada pH.
RESULTADOS
RESULTADOS
32
Em 2006, Melo e colaboradores descobriram um novo grupo de Nhas, o NhaE,
ao estudarem o RmNhaE, a partir da comparação de sequências de aminoácidos de
antiporters Na+/H
+ de grupos conhecidos (NhaA, NhaB, NhaC e NhaD) (Melo et al.
2006). No mesmo estudo, foi também efetuada uma pesquisa no genoma de N.
meningitidis por antiporters Na+/H
+, tendo-se identificado duas ORFs com similaridade
aos antiporters RmNhaE e NhaC de Bacillus subtilis, as ORFs NMB0570 (nmnhaE) e
NMB0536 (nmnhaC), respetivamente. A comparação das sequências de aminoácidos
destes hipotéticos antiporters Na+/H
+ de N. meningitidis com vários grupos de Nhas,
confirmaram a similaridade com os antiporters Na+/H
+ dos grupos E e C (Figura 9).
Decidiu-se estudar as duas ORFs, NMB0570 e NMB0536, para confirmar que
codificam proteínas com atividade de antiporter Na+/H
+, através de uma abordagem de
expressão e caracterização funcional. O melhor conhecimento destes dois antiporters
Figura 9. Representação ilustrativa da relação entre vários antiporters do tipo Nha distribuídos em diferentes grupos.
As ORFs NMB0536 e NMB0570 que codificam os antiporters Na+/H+ de N. meningitidis, estão diferentemente
agrupados, NhaC e NhaE respetivamente. Esta imagem foi retirada da Figura 4 de Melo et al. 2006.
RESULTADOS
33
Na+/H
+ vai permitir perceber o seu papel em N. meningitidis, bem como a médio prazo
poderá contribuir para o entendimento da relação entre as proteínas transportadoras de
Na+ e a patogenicidade da bactéria.
Durante este trabalho, os dois genes, entretanto clonados em plasmídeos pISC-2,
foram transformados numa estirpe de E. coli deficiente em antiporters Na+/H
+, e por
isso, incapaz de resistir a concentrações maiores que 200 mM de NaCl e 10 mM de
LiCl, a estirpe E. coli KNabc (Nozaki et al. 1996). Desta forma, pretendeu-se verificar
se a expressão de cada um dos antiporters Na+/H
+ de N. meningitidis, em E. coli KNabc,
permite que esta estirpe, resista quando exposta a concentrações de Na+ e Li
+ superiores
ao seu limite de resistência, verificando-se também a variação do crescimento em
função do pH do meio de cultura. Entretanto, efetuou-se uma abordagem a nível
molecular do transporte de iões, Na+ e Li
+, com a caracterização da atividade de
Na+(Li
+)/H
+ em vesículas invertidas de E. coli KNabc, com os antiporters Na
+/H
+
previamente expressos. A atividade de antiporter Na+(Li
+)/H
+ do NmNhaE, permitiu
calcular os parâmetros cinéticos, Km e Vmax, bem como verificar a influência do pH na
atividade dos dois iões, Na+ e Li
+. A caraterização do NmNhaE foi realizada em
colaboração com o Pedro Sousa (Sousa et al. 2013), sendo importante realçar que,
apenas nesta etapa houve colaboração de outro investigador. Além disso, foram também
ao longo deste trabalho construídos 10 mutantes pontuais do gene que codifica o
NmNhaE, inserido no plasmídeo pISC-2. Estas mutações foram efetuadas em resíduos
de aminoácidos selecionados por se julgar serem importantes na função do
transportador, ou a nível do mecanismo de transporte de Na+ ou Li
+ através da
membrana, ou ainda a nível da sua resposta à variação do pH. Os testes realizados
nestes mutantes pontuais foram semelhantes aos usados para testar a funcionalidade do
NhaE selvagem. Os plasmídeos que possuem os mutantes do NhaE foram
transformados em E. coli KNabc, tendo-se testado a sua resistência ao NaCl a diferentes
valores de pH. Foram igualmente determinadas as suas atividades de antiporter Na+/H
+
calculando os parâmetros cinéticos, Km e Vmax, assim como a amplitude da atividade de
antiporter Na+/H
+ de cada resíduo de amino ácido a diferentes valores de pH. Esta
experiência foi realizada em vesículas invertidas de E. coli KNabc onde foi induzida a
expressão de cada mutante.
RESULTADOS
34
3.1. Caracterização dos antiporters Na+/H
+ de N. meningitidis
3.1.1. Antiporter NhaC de N. meningitidis
3.1.1.1. Resistência ao Na+ de E. coli KNabc onde foi induzida a expressão do
NmNhaC
Para a caracterização do antiporter NhaC de N. meningitidis, E. coli KNabc foi
transformada com o plasmídeo pISC-2 onde a ORF NMB0536, codificante do NhaC de
N. meningitidis, foi inserida (E. coli KNabc_pISCnhaC). E. coli KNabc foi também
transformada com o pISC-2 (E. coli KNabc_pISC) e usada como controlo negativo,
quando sujeito a 340 mM de NaCl, e como controlo positivo quando crescida em LBK.
Os transformantes foram crescidos em meio LBK líquido com 340 mM de NaCl aos
valores de pH 6.5, 7 e 8, tendo sido previamente expressos.
Observou-se que este antiporter é capaz de complementar a estirpe E. coli
KNabc em 340 mM de NaCl para todos os pH testados (Figura 10). E. coli KNabc onde
a expressão do NmNhaC foi induzida, cresce melhor em meio LBK líquido a pH 7
(Figura 10), observando-se que o crescimento é retardado a pH 8 (Figura 10). Pode
constatar-se também que, apesar de haver um menor crescimento a pH 8, este é duas
vezes superior em relação ao controlo positivo, E. coli KNabc_pISC em LBK.
RESULTADOS
35
Figura 10. Representação gráfica da resistência de E. coli KNabc ao Na+ em meio LBK com NaCl, onde a expressão
do NmNhaC foi induzida,. E.coli KNabc onde o NmNhaC foi expresso é capaz de resistir em NaCl 340 mM aos
valores de pH 6.5 7 e 8. E.coli KNabc_pISCNhaC ( ); Controlo negativo, E.coli KNabc_pISC em meio LB340
mM ( ); Controlo positivo, E.coli KNabc_pISC em meio LBK ( ).
RESULTADOS
36
Figura 11. Ensaio da atividade de transporte de Na+ em vesículas invertidas de E. coli KNabc onde a expressão do
NmNhaC foi induzida. Não se verificou atividade de Na+/H+ em vesículas de E. coli KNabc onde o NmNhaC foi
expresso a pH 7. A adição de lactato de K+ originou o quenching da fluorescência e o CCCP originou o dequenching
da fluorescência previsto. As setas indicam a altura em que os reagentes são adicionados à mistura de reação, como
descrito na secção 2.5.3. A- Ensaio controlo, com adição de lactato de K+ e CCCP. B – Ensaio com a adição de
NaCl, mas sem resposta de antipoter Na+/H+ visível. O mesmo sucedeu a pH 7.5.
3.1.1.2. Atividade de Na+/H
+
A atividade de antiporter Na+/H
+ do NmNhaC, foi testada em vesículas
invertidas de E. coli KNabc onde o antiporter NhaC foi previamente expresso.
Inicialmente, efetuou-se um ensaio controlo, apenas com a adição de 10 mM de lactato
de K+ e CCCP, para verificar que o quenching gerado pelo lactato era estável durante o
tempo necessário para o ensaio, de modo a não influenciar o dequenching desencadeado
pela adição do Na+ (Figura 11.A).
Verificou-se que a adição de 10 mM de lactato originou o quenching da
fluorescência, como explicado anteriormente (secção 2.5.3), mas após a adição de NaCl
não se observou qualquer dequenching, resultante da atividade de antiporter Na+/H
+, a
pH 7 e 7.5 (Figura 11.B).
RESULTADOS
37
3.1.2. Antiporter NhaE de N. meningitidis
3.1.2.1. Resistência ao Na+
e Li+
de E. coli KNabc onde foi induzida a expressão do
NmNhaE
Para a caracterização do NmNhaE, E. coli KNabc foi transformada com o
plasmídeo pISC-2 onde a ORF NMB0570, codificante do NhaE de N. meningitidis, foi
inserida (E. coli KNabc_pISCnhaE). O pISC-2, sem inserto, foi transformado em E. coli
KNabc e utilizado como controlo negativo quando exposto a NaCl ou LiCl, ou como
controlo positivo quando E. coli KNabc_pISC foi crescida em meio LBK. A estirpe E.
coli K-12 foi também usada como controlo positivo. Anteriormente ao teste à
resistência ao NaCl e LiCl, a expressão dos transformantes foi induzida com 15 mM de
arabinose. Testou-se inicialmente a complementação de E. coli KNabc_pISCnhaE, E.
coli KNabc_pISC e E. coli K-12 monitorizando o crescimento em meio LBK líquido,
contendo NaCl 340 mM (Figura 12.A) e LiCl 200 mM (Figura 12.B), durante
aproximadamente 12 horas. Com o intuito de verificar se E. coli KNabc_pISCnhaE
conseguia resistir a concentrações mais elevadas de NaCl e LiCl em diferentes pH,
foram efetuadas experiências em meio sólido, a pH 6.5, 7 e 8, com NaCl 1.0 M, e 1.5 M
para pH 7, e LiCl 0.4 M. Posteriormente, a variação do crescimento em função do pH
do meio, foi observada em meio líquido a pH 6.5, 7 e 8 em NaCl 0.7 M e 1.0 M,
monitorizando as curvas de crescimento durante aproximadamente 12 horas.
Constatou-se que o NmNhaE consegue conferir resistência ao Na+
e ao Li+ a
uma estirpe de E. coli em que os antiporters NhaA, NhaB e ChaA foram deletados
(Figura 12 e 13), entre pH 6.5 e 8 (Figura 13). Observou-se que o crescimento atinge
uma OD600 final mais elevada a uma maior concentração de NaCl, do que a uma menor
concentração de LiCl (Figura 12). A concentração de NaCl de 0.7 M, o crescimento da
bactéria varia consoante o pH, sendo o seu máximo atingido a pH 7 (Figura 13.A). A
uma concentração de NaCl de 1.0 M observou-se que o crescimento é duas vezes
inferior do que a 0.7 M, e contrariamente, não se verificou diferenças na taxa e
amplitude dos crescimentos a diferentes valores de pH (Figura 13.B). É importante
referir que, a sobrevivência chega a ser visível em concentrações muito elevadas, como
em NaCl 1.5 M, concentração à qual E. coli K-12 não sobrevive (Tabela 5).
RESULTADOS
38
Figura 12. Representação gráfica da resistência de E.coli KNabc ao Na+ em meio líquido, a pH 7, com NaCl e LiCl,
onde a expressão do NmNhaE foi induzida. A- NaCl 340 mM ; B- LiCl 200 mM. E.coli KNabc_pISCnhaE
( ); Controlo negativo, E.coli KNabc_pISC ( ); Controlo positivo, E.coli K-12 ( ).
Figura 13. Representação gráfica da resistência de E.coli KNabc ao Na+, em meio líquido, com elevadas
concentrações de NaCl, a diferentes valores de pH, onde a expressão do NmNhaE foi induzida. A- NaCl 0.7 M; B-
NaCl 1.0 M. E.coli KNabc_pISCnhaE pH 6.5 ( ); E.coli KNabc_pISCnhaE pH 7 ( ); E.coli
KNabc_pISCnhaE pH 8 ( ).
RESULTADOS
39
+ cresceu pouco; ++ cresceu muito; - não cresceu
3.1.2.2. Caracterização cinética do transporte de iões Na+ e Li
+
A atividade de antiporter Na+/H
+ e
Li
+/H
+ do NmNhaE, foi medida em vesículas
invertidas preparadas de E. coli KNabc_pISCnhaE. Através desta técnica, foi-nos
possível observar a atividade de antiporter Na+/H
+ deste transportador, seguindo o
dequenching da fluorescência do laranja de acridina após a adição dos catiões Na+ e Li
+,
a diferentes concentrações (Figura 14.A) (0.1 mM, 0.3 mM, 0.5 mM, 0.7 mM, 1mM,
1.5 mM, 2.5 mM, 4 mM e 6 mM). Os parâmetros cinéticos do antiporter, obtidos a pH 7
e 7.5, foram extrapolados através de um gráfico de Linewearver-Burk (Figura 14.B),
construído a partir da linearização do gráfico de Michaelis-Menten.
pH 6.5 pH 7 pH 8
NaCl (M) 1.0 1.0 1.5 1.0
KNabc_pISC - - - -
KNabc_pISCnhaE + ++ ++ ++
E. coli K-12 + ++ - -
LiCl (M) 0.4 0.4 0.4
KNabc_pISC - - -
KNabc_pISCnhaE ++ ++ ++
E. coli K-12 ++ ++ -
Tabela 5. Resistência ao Na+ e Li+ de E. coli KNabc onde a expressão do NmNhaE foi induzida, em meio sólido
a valores de pH 6.5, 7 e 8.
RESULTADOS
40
Figura 14. Caracterização cinética do NmNhaE. A- Ensaio de transporte de E.coli KNabc onde a expressão do
NmNhaE foi previamente induzida, realizado a pH 7. A atividade de antiporter Na+/H+ aumenta como aumento da
concentração de NaCl, adicionada até uma concentração saturante do ião. O mesmo sucede para o LiCl e para pH
7.5. A adição dos reagentes está indicada na figura. Adição de 0.1 mM de NaCl ( ); 0.5 mM de NaCl ( ); 4
mM de NaCl ( ). B- Gráfico a partir do qual foram extrapolados os parâmetros cinéticos, Vmax e Km, para o
Na+ do NmNhaE a pH 7.
RESULTADOS
41
Verificou-se que o NmNhaE possui um Km para o Na+ de 0.24 ± 0.07 mM, a pH
7 e de 0.14 ± 0.04, a pH 7.5, e um Vmax de 32 ± 10 %DQ e de 16 ± 3 %DQ, a pH 7 e 7.5,
respetivamente. O Km para a ligação do ião Li+ é de 0.62 ± 0.07 mM, a pH 7 e de 0.45 ±
0.13 mM, a pH 7.5, e o Vmax é de 19 ± 1 %DQ e 11 ± 1 %DQ, para pH 7 e pH 7.5,
respetivamente (Tabela 6) (Sousa et al. 2013).
3.1.2.3. Variação da atividade de antiporter Na+(Li
+)/H
+ em função do pH
A atividade de antiporter Na+/H
+ foi medida em vesículas invertidas de E. coli
KNabc onde a expressão do NmNhaE foi previamente induzida, a diferentes valores de
pH, após a adição de 4 mM de NaCl e LiCl (Figura 15). Observou-se que o NmNhaE
tem um perfil de atividade idêntico para ambos os iões. A atividade de antiporter foi
observada de pH 6.5 a 9. Verificou-se ainda que a pH 7 a atividade é maior, sendo esta a
atividade ótima de translocação dos iões Na+ e Li
+. A pH 6.5, a atividade é inferior aos
restantes valores de pH, sendo que a partir de pH 7 a atividade diminui até pH 8.5,
subindo novamente a pH 9 (Figura 16).
NaCl LiCl
pH 7
Km (mM) 0.24 ± 0.07 0.62 ± 0.07
Vmax (%DQ) 32 ± 10 19 ± 1
pH 7.5
Km (mM) 0.14 ± 0.04 0.45 ± 0.13
Vmax (%DQ) 16 ± 3 11 ± 1
Tabela 6. Parâmetros cinéticos do NmNhaE em E. coli KNabc, onde a expressão do NhaE foi previamente induzida. (Adaptado de Sousa et al. 2013)
RESULTADOS
42
Figura 15. Representação gráfica da variação da atividade de antiporter Na+/H+ do NmNhaE de acordo com o pH
e com a adição de 4 mM de NaCl em vesículas invertidas de E. coli KNabc onde a expressão do NmNhaE foi
induzida. Observa-se que as maiores atividades de antiporter Na+/H+ pertencem aos valores de pH 7 e 9.A adição
dos reagentes está indicada na figura. pH 6.5 ( ); pH 7 ( ); pH 7.5 ( ); pH 8 ( ); pH 8.5 ( );
pH 9 ( ). Para o ião LiCl adicionou-se a mesma concentração de 4 mM, tendo-se observado um resultado semelhante, não representado nesta figura.
;
, pH 6.5 ( )
Figura 16. Representação gráfica da variação da atividade de antiporter Na+/H+ do NmNhaE
de acordo com o pH. Variação da atividade com adição de 4 mM de LiCl ( ). Variação da
atividade com adição de 4 mM de NaCl ( ). (Adaptado de Sousa et al. 2013)
RESULTADOS
43
3.1.3. Introdução de mutações pontuais no gene nhaE codificante do
NmNhaE
Procedeu-se ao estudo da importância funcional e estrutural de resíduos
selecionados do NmNhaE, através da introdução de mutações pontuais na sua sequência
codificante, por mutagénese dirigida. Foram selecionados 10 resíduos de aminoácidos,
após a comparação de alinhamentos entre sequências de aminoácidos do NmNhaE com
outros antiporters deste, e de outros grupos, considerando também trabalhos anteriores
que associam resíduos específicos à estrutura, atividade ou resposta ao pH em
antiporters Nha de outros organismos.
3.1.3.1. Seleção de resíduos de aminoácidos
Foram realizadas duas comparações de sequências de aminoácidos: i) A
sequência de aminoácidos do NmNhaE foi comparada com as sequências de
aminoácidos de alguns antiporters pertencentes aos tipos NhaA, NhaB, NhaC , NhaD e
NhaE (ver Anexo 1), onde estudos deste tipo já foram realizados. ii) Comparou-se as
sequências de aminoácidos de 50 proteínas com elevada similaridade com o NmNhaE e
por isso considerados hipotéticos antiporters NhaE (ver Anexo 2). Da análise destes
dois alinhamentos foram selecionados 10 resíduos de aminoácidos para mutagénese
dirigida, de forma a estudar o seu envolvimento na estrutura e funcionamento da
proteína. O primeiro alinhamento identificou o G174 e o V258 (Figura 17), o primeiro
conservado em 19 das 20 sequências analisadas (95,0%), e na posição do segundo,
observa-se sempre a presença de um resíduo hidrofóbico em todas as sequências
analisadas (20 sequências, 100%) (Ver Anexo 1). Uma vez que são resíduos
conservados em antiporters de grupos diferentes, é possível supor que estes resíduos
estarão envolvidos no mecanismo do transporte de Na+. Entre antiporters do tipo NhaE,
pode-se observar a conservação de alguns resíduos acídicos, dos quais foram escolhidos
o E91 e o D182 (Figura 18), que por terem carga negativa poderão estar envolvidos no
mecanismo de translocação do ião Na+. O resíduo E91 encontra-se conservado em 42
das 50 sequências do alinhamento (84,0%), sendo necessário evidenciar que nas
RESULTADOS
44
restantes sequências (8/50, 16,0%), na mesma posição, foi identificado igualmente um
resíduo acídico, o aspartato (ver Anexo 2). Já o resíduo D182 encontra-se conservado
em todas as sequências (100%) (ver Anexo 2). Além disso, estes dois resíduos de
aminoácidos são também conservados no VcNhaD, E100 e D199, respetivamente.
Neste antiporter de V. cholerae a mutação E100A originou uma proteína com menor
atividade de antiporter Na+/H
+ e um perfil de pH alterado para shift alcalino, enquanto
D199A provocou a inativação do antiporter para o Na+ e para o Li
+. Foi também
escolhido outro resíduo de glicina, G413 (Figura 18), por se pensar estar envolvido na
translocação do Na+. G413 é conservado em 43 das 50 sequências analisadas entre
NhaEs (ver Anexo 2), e também conservado em E. coli (G338), onde se verificou que a
mutação para serina provocou um shift no perfil de pH, para um valor de pH mais ácido
(Rimon et al. 1998), e H. pylori (G385), onde o mesmo tipo de mutação originou uma
proteína sem atividade (Tsuboi et al. 2003). Por fim, para identificar resíduos que
pudessem estar envolvidos na resposta ao pH, optou-se por escolher resíduos que
estivessem próximo de um pKa fisiológico (Padan et al. 2004; Habibian et al. 2005).
Além disso, em E. coli um resíduo de histidina, H225, foi extensivamente associado à
resposta ao pH, capaz de alterar o perfil de pH do EcNhaA para pH acídico, quando
mutado para arginina (Gerchman et al. 1993; Padan et al. 2004). Posteriormente, outros
resíduos de histidina foram também associados à dependência do pH noutros
organismos, como H233 no HpNhaA (Tsuboi et al. 2003) e H93 e H210 no VcNhaD
(Habibian et al. 2005) e mais recentemente as H87 e H88 foram também estudadas no
NhaH de H. dabanensis (HdNhaH), tendo-se verificado que causavam um shift acídico
no perfil de pH (Jiang et al. 2013). Por isso, da mesma comparação de sequências,
foram também selecionados cinco resíduos de histidina com o intuito de compreender
se existe alguma relação entre estes resíduos e a sua resposta ao pH. Os resíduos
escolhidos foram H161, H201, H272, H356, H361 (Figura 18), conservados em 35
(70,0%), 32 (64,0%), 2 (4,0%), 9 (18,0) e 1 (2,0%) das 50 sequências, respetivamente
(ver Anexo 2).
RESULTADOS
45
Fig
ura
17
. A
lin
ham
ento
en
tre
seq
uên
cias
de
amin
oác
ido
s d
o N
mN
haE
e o
utr
os
anti
po
rter
s N
a+/H
+ d
e v
ário
s g
rup
os
do
tip
o N
ha.
O N
haA
e N
haB
de
E.c
oli
e o
Nh
aD d
e V
.
cho
lera
e, u
sado
s co
mo
ref
erên
cias
par
a ca
da
gru
po
de
anti
po
rter
tin
ham
id
enti
dad
es e
ntr
e 7
e 1
3%
e s
imil
arid
ades
en
tre
18
e 3
0%
, re
spet
ivam
ente
. A
id
enti
dad
e en
tre
Nm
Nh
aE e
o N
mN
haC
fo
i d
e 9
%,
com
sim
ilar
idad
e d
e 2
7%
. D
esta
cad
os
a v
erm
elh
o,
enco
ntr
am-s
e o
s re
síd
uo
s G
174
e V
25
8 e
m N
. m
enin
git
idis
esc
olh
ido
s p
ara
a
mu
tag
énes
e d
irig
ida.
A v
erd
e, e
stá
rep
rese
nta
da
a se
qu
ênci
a d
e am
ino
ácid
os
do
an
tipo
rter
Nh
aE d
e N
. m
enin
git
idis
. A
pre
to,
enco
ntr
am-s
e o
s re
síd
uo
s d
e am
ino
ácid
os
tota
lmen
te c
on
serv
ado
s em
to
das
as
seq
uên
cias
co
mp
arad
as.
A g
rad
uaç
ão d
a co
r ci
nze
nta
ref
lete
dif
eren
tes
nív
eis
de
con
serv
ação
do
s re
síd
uo
s d
e am
ino
ácid
os,
con
serv
ado
do
mai
s es
curo
par
a o
mai
s cl
aro
(A
lin
ham
ento
co
mp
leto
dis
pon
ível
no
An
exo 1
) (V
er A
nex
o 3
par
a co
rres
po
nd
ênci
a d
e có
dig
o d
e um
a le
tra
de
cad
a am
ino
ácid
o).
RESULTADOS
46
Figura 18. Comparação entre sequências de aminoácidos do NmNhaE e algumas sequências similares
consideradas hipotéticos NhaEs. Destacados a vermelho encontram-se os resíduos de aminoácidos escolhidos para
mutagénese dirigida. A verde, está representada a sequência de aminoácidos do antiporter NhaE de N. meningitidis.
A preto, encontram-se os resíduos de aminoácidos totalmente conservados em todas as sequências comparadas. A
graduação da cor cinzenta reflete diferentes níveis de conservação dos resíduos, conservado do mais escuro para o
mais claro (Alinhamento completo disponível no Anexo 2) (Ver Anexo 3 para correspondência de código de uma
letra de cada aminoácido).
RESULTADOS
47
Foi efetuada uma análise topológica do NmNhaE através do programa TopCons,
que utiliza a combinação de vários outros programas de previsão topológica no seu
algoritmo (Bernsel et al. 2009). Com este tipo de programa é possível prever o número
de hélices transmembranares, a posição do C e do N-terminal fora da membrana e
também a localização de resíduos de aminoácidos selecionados. Esta análise sugere que
o NhaE possui 11 TMS, com o N-terminal localizado no citoplasma e o C-terminal no
periplasma (Figura 19). A verificar-se, trata-se de uma topologia diferente do único
antiporter cuja estrutura foi até agora resolvida, o EcNhaA, que é constituído por 12
TMS, com o N e o C-terminal situados no citoplasma (Hunte et al. 2005). Outros
programas revelaram uma topologia diferente, como é o caso do programa TMHMM,
que indica 12 TMS, com N e C-terminal no citoplasma, ou o programa TM-Pred que
revela 13 TMS, com o N-terminal no citoplasma e o C-terminal no periplasma.
De acordo com a previsão, os resíduos de aminoácidos com carga negativa E91
e D182 estão localizados em loops hidrofílicos, em fronteira com o TMS III e TMS V,
respetivamente (Figura 19). Os resíduos de histidina H161, H201 e H272 encontram-se
dentro dos TMS V, VI e VII, também em fronteira com os loops IV, V e VII,
Figura 19. Representação da topologia do NmNhaE, com 11 TMS, calculado pelo programa TopCons (Bernsel et
al. 2009). A cores estão representadas as posições dos resíduos que foram selecionados para a mutagénese dirigida.
A vermelho, os resíduos que poderão estar envolvidos no mecanismo de translocação do Na+. A verde, os resíduos
que poderão estar envolvidos no mecanismo do pH (Adaptado de Sousa et al. 2013).
RESULTADOS
48
respetivamente (Figura 19). Por sua vez, os resíduos G174, V258 e G413 encontram-se
dentro dos TMS V, VII e X, respetivamente. Os dois restantes resíduos de histidina
H356 e H361 encontram-se num grande loop hidrofílico existente entre o TMS IX e X,
situado do lado periplásmico da membrana (Figura 19).
De acordo com as razões enunciadas, os aminoácidos selecionados para mutação
foram os E91, H161, G174, D182, H201, V258, H272, H356, H361 e G413 (Tabela 7).
Os aminoácidos substituintes, foram selecionados e introduzidos na sequência selvagem
por mutagénese dirigida. A seleção teve como base alguns critérios. Os resíduos foram
substituídos por grupos que alterassem a propriedade da cadeia lateral sem alteração do
tamanho. Assim, os resíduos E91 e D182 foram mutados para glutamina (E91Q91) e
asparagina (D182N182), respetivamente, de modo a perderem a sua carga negativa
do grupo carboxílico, por substituição de um grupo amida. Assim será possível verificar
se o grupo carboxilo é importante na constituição dos resíduos de aminoácido. As
histidinas foram substituídas por leucinas (H161L161, H201L201, H272L272,
H356L356 e H361L361), fazendo com que a carga positiva da cadeia lateral
deixasse de existir, sem alterar subjetivamente o seu tamanho. As glicinas 174 e 413
foram substituídas por serinas (G174S174 e G413S413), possuindo agora uma
cadeia lateral polar. O mesmo acontece com a valina 258, substituída por treonina
(V258T258). A sua cadeia lateral apolar foi substituída por uma cadeia lateral polar,
que em princípio não afetará o seu tamanho. A mutagénese dirigida originou os
mutantes designados por E91Q, H161L, G174S, D182N, H201L, V258T, H272L,
H356L, H361L e G413S.
RESULTADOS
49
Resíduos Posição Mutação
Caracter
da Cadeia
Lateral
Conservação
em NhaE
Conservação
em Nha
Provável
Função
E91
Loop,
entre a
hélice II
e III
E91Q91 Acídico 42/50 (84%) 6/20 (30%) Translocação
de Na+
H161 Hélice
V H161L161 Básico 35/50 (70%) 3/20 (15%)
Resposta ao
pH
G174 Hélice
V G174S174 Hidrofóbico 50/50 (100%) 19/20 (95%)
Translocação
de Na+
D182
Loop,
entre a
hélice V
e VI
D182N182 Acídico 50/50 (100%) 11/20 (55%) Translocação
de Na+
H201 Hélice
VI H201L201 Básico 32/50 (64%) 4/20 (20%)
Resposta ao
pH
V258 Hélice
VII V258T258 Hidrofóbico
Resíduo
hidrofóbico
49/50 (98%)
Resíduo
hidrofóbico
20/20 (100%)
Translocação
de Na+
H272 Hélice
VII H272L272 Básico 2/50 (4%) 1/20 (5%)
Resposta ao
pH
H356
Loop,
entre a
hélice
IX e X
H356L356 Básico 9/18 (18%) 1/20 (5%) Resposta ao
pH
H361
Loop,
entre a
hélice
IX e X
H361L361 Básico 1/50 (2%) 1/20 (5%) Resposta ao
pH
G413 Hélice
X G413S413 Hidrofóbico 43/50 (86%) 11/20 (55%)
Translocação
de Na+
Tabela 7. Principais características dos 10 resíduos de aminoácidos selecionados para mutação no NhaE.
RESULTADOS
50
3.1.4. Análise dos mutantes pontuais do NmNhaE
3.1.4.1. Resistência ao Na+
Com o intuito de verificar as diferenças existentes na resistência ao NaCl, a
diferentes valores de pH, do antiporter NhaE, após a introdução de mutações pontuais
no gene nhaE, E. coli KNabc foi transformada com o plasmídeo pISC_nmnhaE
contendo as diferentes mutações pontuais referidas na secção 3.1.3.1. O pISC-2 e o
pISC_nmnhaE foram ambos transformados em E. coli KNabc (E. coli KNabc_pISC e E.
coli KNabc_pISCnhaE) e usados como controlo negativo e positivo, respetivamente. Os
transformantes foram crescidos em meio LBK líquido com NaCl 500 mM a valores de
pH 6.5, 7 e 8, e a indução dos antiporters NhaE foi conseguida pela adição de 15 mM de
arabinose, como descrito anteriormente (Material e Métodos – secção 2.4.3.).
Verificou-se que a maior parte dos mutantes selecionados, permitem que a
estirpe E. coli KNabc cresça nestas condições (Figura 20), indicando que os resíduos
E91, D182, H272, H356, G413, H161, V258 e H361 não serão importantes para a
atividade de Na+/H
+. A exceção é feita aos mutantes G174S e H201L, que não
cresceram em NaCl 500 mM, a qualquer um dos valores de pH testados (Figura 20). As
células E. coli KNabc onde a expressão dos mutantes D182N, H272L, H356L, G413S e
H161L foi induzida, exibem um perfil de crescimento em NaCl 500 mM semelhante ao
NhaE selvagem (Figura 20), isto é, a pH 7 apresentam um crescimento mais elevado e a
pH 8 apresentam menor crescimento. No último mutante referido não existe grande
diferença entre o crescimento a pH 6.5 e 7. Observou-se que tal como em E. coli
KNabc, que expressa o NhaE selvagem, todos os mutantes que permitem E. coli KNabc
resistir em NaCl 500 mM apresentam um crescimento mais baixo a pH 8, ou seja, uma
OD600 inferior. No entanto, em alguns casos, a diferença entre a OD600 a pH 8 em
relação ao valor da OD600 a pH 6.5 e 7 é menor, que a diferença observada no NhaE
selvagem (Figura 20). São os casos dos mutantes pontuais H161L, D182N, V258T,
H356L e G413S. Por outro lado, as células E. coli KNabc que expressam os mutantes
H361L, V258T e E91Q, apresentam um perfil de pH diferente (Figura 20). Se no
primeiro, a diferença de OD600 final do crescimento entre pH 6.5 e 7 não existe, nos dois
RESULTADOS
51
últimos o crescimento a pH 6.5 é maior que a pH 7, sendo bastante evidente no mutante
E91Q, em que a OD600 a pH 6.5 é maior um valor que a pH 7.
Figura 20. Representação gráfica da resistência de E. coli KNabc ao Na+, em meio líquido, com NaCl, a diferentes
valores de pH, onde a expressão dos mutantes do NmNhaE foi induzida. A maioria dos mutantes do NmNhaE que
estão expressos em E. coli KNabc conseguem resistir em NaCl 500 mM, aos pHs 6.5, 7 e 8, apenas os mutantes
G174S e H201L não crescem nestas condições. Está representado o valor medido da OD600 ao fim de 12 horas de
crescimento de E. coli KNabc.
3.1.4.2. Caracterização cinética dos mutantes pontuais do NmNhaE
Procedeu-se à caraterização cinética dos mutantes pontuais do NmNhaE capazes
de conferir resistência ao Na+ à estirpe de E. coli KNabc, medindo-se a atividade de
antiporter Na+/H
+, a pH 7, em vesículas invertidas de E. coli KNabc onde a expressão
dos transportadores mutantes pontuais foi induzida, da mesma forma como se procedeu
para a expressão da proteína selvagem e descrito anteriormente (Material e Métodos –
secção 2.4.3.). Nos mutantes H161L, D182N, H356L e G413S não se observou
qualquer atividade de transporte. Determinou-se a amplitude do transporte em resposta
à adição de diferentes concentrações de NaCl a pH 7 (Figura 21), para os mutantes
E91Q, H272L, V258T e H361L. A amplitude determinada para cada concentração de
NaCl resultou numa cinética de Michaelis-Menten para cada mutante (Figura 22.A), que
por linearização originou o gráfico de Linewear-Burk (Figura 22.B) do qual pode-se
extrapolar os parâmetros cinéticos Vmax e Km (Tabela 8).
RESULTADOS
52
Figura 21. Ensaio de
transporte a
pH 7, em
vesículas
invertidas
de E. coli
KNabc
onde a
expressão
dos
mutantes
do
NmNhaE
foi iduzida.
A atividade
de
antiporter
Na+/H
+
aumenta
com o
aumento da
concentraç
ão de NaCl
adicionada.
A adição
dos
reagentes
está
indicada na
figura. A-
Mutante
E91Q; B-
Mutante
V258T; C-
Mutante
H272L; D-
Mutante
H361L.
Adição de
0.1 mM de
NaCl
( ); 0.7
mM de
NaCl
( ); 4
mM de
NaCl
( ).
RESULTADOS
53
Figura 22. Representações dos gráficos a partir do qual são calculados os parâmetros cinéticos. Foram efetuadas
duas réplicas biológicas para cada mutante, e pelo menos três replicados técnicos. A- Cinética de Michaelis-
Menten. B- Gráfico de Linewearver-Burk. Mutante E91Q ( ); Mutante V258T ( ); Mutante H272 ( ); Mutante
H361L ( ).
RESULTADOS
54
Após o cálculo dos parâmetros cinéticos, verificou-se que o mutante H272L
mostra um Km de 0.41 mM e um Vmax de 11.8 ± 0.3 %DQ (Tabela 8). O Km deste
mutante é duas vezes superior ao Km do selvagem. Pelo contrário, os restantes mutantes,
E91Q, V258T e H361L apresentam valores de Km semelhantes ao do selvagem. O
primeiro tem um Km de 0.25 mM e os restantes de 0.32 ± 0.06 mM (Tabela 8). A
diferença em relação ao selvagem está no Vmax (12.3 %DQ) que é quase duas vezes
inferior nestes mutantes, 6.3 ± 0.4 %DQ, 7.9 ± 0.6 %DQ e 7.6 %DQ (Tabela 8),
respetivamente.
Parâmetros cinéticos
pH 7 pH 7.5
Km (mM) Vmax (%DQ) Km (mM) Vmax (%DQ)
NhaE 0.24±0.07 32±10/12.3* 0.14±0.04 16±3
E91Q 0.25 6.3±0.6 ND ND
Tabela 8. Parâmetros cinéticos dos mutantes pontuais do NhaE calculados para o Na+. Estes parâmetros foram
calculados a partir dos gráficos das Figuras 14B e 22B.
RESULTADOS
55
3.1.4.3. Efeito das mutações na resposta do NmNhaE ao pH
Determinou-se a atividade de antiporter Na+/H
+ para os vários mutantes a
diferentes valores de pH (6.5-9), em resposta à adição de NaCl 4 mM às vesículas
invertidas de E. coli KNabc onde a expressão dos mutantes do NmNhaE foi induzida.
Tal como anteriormente, nem todos os mutantes apresentaram atividade de antiporter
Na+/H
+. As atividades foram medidas nos mutantes E91, V258T e H272L, a pH 7 e 7.5.
Dos resultados obtidos, observou-se que existem diferenças nestes mutantes em relação
ao NmNhaE selvagem, para as atividade a pH 7 e 7.5 (Figura 23). Os mutantes V258T e
H272L apresentam uma atividade de antiporter Na+/H
+ a pH 7.5 inferior ao selvagem,
H161L SA SA ND ND
G174S SA SA ND ND
D182N SA SA ND ND
H201L SA SA ND ND
V258T 0.32±0.06 7.9±0.6 ND ND
H272L 0.41 11.8±0.3 ND ND
H356L SA SA ND ND
H361L 0.32±0.06 7.6 ND ND
G413S SA SA ND ND
SA- sem atividade; ND- não determinado; * Vmax calculado como controlo para as experiências dos mutantes do
NmNhaE.
RESULTADOS
56
verficada principalmente no mutante V258T, que também tem atividade de antiporter
Na+/H
+ inferior à do NhaE selvagem a pH 7. Por outro lado, o mutante E91Q tem uma
atividade de antiporter Na+/H
+ inferior a pH 7, em comparação com o NhaE selvagem,
contudo parecida à atividade do NhaE selvagem a pH 7.5 (Figura 23).
Figura 23. Representação gráfica da variação da atividade Na+/H+ do NhaE e seus mutantes a pH 7 e 7.5. NhaE ( ); E91Q ( ); V258T ( ); H272L ( ).
RESULTADOS
57
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
58
4.1. Discussão
4.1.1. Expressão dos antiporters NmNhaC e NmNhaE em E. coli KNabc
O estudo que envolveu os dois antiporters Na+/H
+ de N. meningitidis, NhaC e
NhaE, revelou que existem algumas diferenças em relação à sua tolerância ao NaCl, que
nos permitem afirmar que o NmNhaE é o antiporter Na+/H
+ principal do tipo Nha em N.
meningitidis. De facto, quando a expressão do NhaE foi induzida em E. coli KNabc,
observou-se que o crescimento em meio LBK líquido, com NaCl 340 mM a pH 7,
atingiu uma OD600 de 8 após 12 horas de crescimento (Figura 12.A). Nas mesmas
condições, verificou-se uma OD600 de 5 num crescimento de E. coli KNabc onde foi
induzida a expressão do NhaC (Figura 10), o que indica que o NhaE é mais ativo que o
NhaC, nestas condições. O perfil de crescimento da estirpe KNabc onde a expressão do
NmNhaE foi induzida varia com o pH, atingindo uma maior taxa e amplitude de
crescimento a pH 7 (Figura 13.A). O mesmo sucede quando a expressão do NmNhaC é
induzida, apresentando melhor performance de crescimento a pH 7 (Figura 10), mas
sempre inferior à performance observada quando a expressão do NmNhaE é induzida. A
sensibilidade ao pH sugere que estes transportadores são importantes na manutenção do
pH interno de N. meningitidis. A uma concentração de NaCl 0.7 M ainda se observa
esta variação do perfil de crescimento em função do pH, o que não se verifica a NaCl
1.0 M (Figura 13.B), provavelmente porque a esta concentração, o transportador se
encontra saturado. A resistência conferida pelo NhaE à estirpe KNabc a elevadas
concentrações de NaCl e a larga gama de valores de pH à qual esta cresce, sugerem que
este antiporter Na+/H
+ desempenhará um papel importante na resistência ao Na
+, que lhe
poderá permitir invadir ambientes onde outras bactérias não conseguem sobreviver.
Quando a sua expressão é induzida, o NhaE também é capaz de conferir
resistência ao Li+ à estirpe KNabc. Quando o NmNhaE é expresso, a E. coli KNabc é
capaz de sobreviver pelo menos até de 0.4 M de LiCl entre pH 6.5 e 8, condições onde
E. coli K-12 não cresce. As concentrações usadas de LiCl são inferiores às usadas de
NaCl, dado que o Li+ é mais tóxico para a célula que o Na
+ (Figura 12, secção 3.1.2.1).
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
59
4.1.2. Atividade de antiporter Na+/H
+ em vesículas invertidas de E. coli KNabc
Com o estudo da atividade de antiporter Na+/H
+ em vesículas invertidas de E.
coli KNabc, procurou-se aprofundar o conhecimento sobre a cinética dos antiporters
Na+/H
+ de N. meningitidis. Para o NmNhaC, não foi possível observar atividade de
antiporter Na+/H
+ após a adição de NaCl às vesiculas invertidas de E. coli KNabc onde
foi induzida a expressão do NmNhaC. Contudo, uma vez que o NmNhaC confere
resistência ao Na+ à E. coli KNabc, a falta de atividade não indica que a proteína não
está funcional. Além disso, não podemos descartar a hipótese deste transportador
permutar outros iões.
O NmNhaC foi comparado com outro antiporter Na+/H
+ do mesmo grupo,
revelando algumas diferenças. O NmNhaC permite que E. coli KNabc cresça NaCl
entre pH 6.5 e 8, enquanto o NhaC de Bacillus sp. G1 confere resistência entre pH 8 e
10 suportando elevadas concentrações de NaCl, de 0.2 a 2 M (Liew et al. 2007). Sendo
Bacillus sp. G1 um organismo alcalófilo é de esperar esta diferença.
O NmNhaE apresentou atividade de antiporter Na+(Li
+)/H
+ em vesículas
invertidas de E. coli KNabc onde a sua expressão foi induzida, e os parâmetros cinéticos
foram calculados a pH 7 e 7.5 (Tabela 6). A pH 7, o NmNhaE tem um Km de 0.24 ± 0.07
mM e um Vmax de 32 ± 10 %DQ para o Na+ e um Km de 0.62 ± 0.07 mM e um Vmax de
19 ± 1 %DQ para o Li+. A pH 7.5 o Km é de 0.14 ± 0.04 mM para o Na
+ e de 0.45 ±
0.13 mM para o Li+ e o Vmax é 16 ± 3 %DQ para o Na
+ e 11 ± 1 %DQ para o Li
+. O
menor Km para os dois iões a pH 7.5, tem uma repercussão negativa na velocidade de
translocação dos iões, isto porque provavelmente, o aumento da afinidade de ligação
dificulta a libertação dos iões Na+ e Li
+, diminuindo por isso a velocidade do transporte.
O menor Km para o Na+
do que para o Li+, acompanhado de um maior Vmax sugere que
este transportador permuta preferencialmente o Na+, de acordo com o sugerido pelo
comportamento do crescimento de E. coli KNabc onde a expressão do NhaE foi
induzida. De facto, o ambiente onde a bactéria N. meningitidis normalmente habita,
nasofaringe e sangue suporta esta necessidade, visto que é mais rico em Na+ do que em
Li+, corroborando a sugestão anterior de que o NmNhaE desempenha um papel
importante na homeostasia do Na+.
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
60
A comparação do NmNhaE, com o único antiporter Na+/H
+ previamente
estudado noutro organismo, o NhaE do organismo termóhalofilo R. marinus, evidenciou
também algumas diferenças. O NmNhaE é capaz de translocar Li+, ao contrário do
RmNhaE (Melo et al. 2006). Quando a sua expressão é induzida em E. coli KNabc, o
NmNhaE confere resistência a esta estirpe numa gama de pH 6.5 e 8, enquanto o
RmNhaE apenas permite que E. coli EP432 cresça em pH 6.5 –7.5 (Melo et al. 2006).
A atividade de antiporter Na+(Li
+)/H
+ em vesículas invertidas de E. coli KNabc
onde a expressão do NmNhaE foi induzida, varia num largo espectro de valores de pH,
entre pH 6.5 e 9, sendo o seu máximo a pH 7. Não havendo estudos de atividade de
antiporter Na+/H
+ em vesiculas invertidas de outro antiporter Na
+/H
+ do tipo NhaE, a
comparação da atividade de antiporter Na+/H
+ do NmNhaE é aqui comparada com
antiporters Na+/H
+ de outros grupos. O EcNhaA, tem um pH ótimo de 8.5 (Padan et al.
2004) e o VcNhaD de pH 7.5 (Herz et al. 2003), diferente do NmNhaE. Apenas o NhaB
de V. colerae tem um pH ótimo de 7 (Herz et al. 2003). Dos antiporters Na+/H
+ aqui
comparados, nenhum apresenta um espectro de valores de pH tão largo como o
NmNhaE. O EcNhaA, o EcNhaB e o VcNhaD possuem atividade entre pH 7 a 8.5
(Padan et al. 2004; Pinner et al. 1993; Herz et al. 2003).
4.1.3. Papel dos resíduos de aminoácidos mutados no NmNhaE
Mutaram-se os resíduos E91, H161, G174, D182, H201, V258, H272, H356,
H361 e G413. Tendo como objetivo, estabelecer a relevância de diferentes resíduos de
aminoácidos na atividade e estrutura do NmNhaE. Os resíduos de aminoácidos que
regulam a resposta ao pH, têm normalmente um pKa dentro de um pH fisiológico, como
é o caso dos resíduos de histidina. Quando mutados, é suposto alterarem o perfil de pH
do antiporter sem afetar o Km do mesmo. Os resíduos de aminoácidos que afetam a
translocação dos catiões, estão normalmente dentro de TMS e são normalmente capazes
de interatuar com os iões a translocar. A alteração destes aminoácidos, afeta as
propriedades cinéticas dos antiporter Na+/H
+, nomeadamente a sua Km, aumentando-a
drasticamente sem afetar a resposta ao pH do antiporter Na+/H
+ (Padan et al. 2004;
Habibian et al. 2005).
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
61
Considerando que em N. meningitidis o NmNhaE permutará habitualmente Na+
por H+, efetuou-se a caracterização do antiporte Na
+/H
+ nos mutantes pontuais. No
entanto, o Li+ pode também ser importante para a função e estrutura da proteína, visto
que já foi sugerido que este ião pode ter um sitio de ligação diferente do Na+, devido a
diferenças no raio iónico não hidratado e ao facto do ião Li+ necessitar de menos
resíduos de coordenação que o Na+ (Jiang et al.2013), não podendo o seu estudo ser
descartado num próximo trabalho.
H361, V258 e E91 importantes na resposta ao pH?
Os mutantes H361L, V258T e E91Q cresceram em meio LBK líquido com NaCl
500 mM, quando a sua expressão foi induzida em E. coli KNabc, embora a sua
amplitude de crescimento seja menor que a do NhaE selvagem (Figura 20). O facto de
terem crescido nestas condições, sugere que estes resíduos de aminoácidos não são
cruciais para a atividade de transporte do NmNhaE. Verificou-se que quando a
expressão dos mutantes H361L, V258T e E91Q é induzida em E. coli KNabc, o seu
crescimento atinge uma OD600 mais elevada a pH 6.5, ao contrário do NhaE selvagem
que cresce melhor a pH 7. Este comportamento do crescimento é mais evidente no
mutante E91Q (Figura 20). Pode-se presumir, que estes resíduos de aminoácidos
poderão ser importantes na dependência do pH, permitindo que o transportador tenha
uma melhor performance a valores de pH mais elevados, nomeadamente entre 7 e 7.5, a
gama de pH da nasofaringe e sangue, onde a N. meningitidis normalmente habita. O Km
para o Na+ destes mutantes a pH 7, 0.25 mM para o E91Q e 0.32 ± 0.06 mM para os
restantes, sofreu um aumento ligeiro em relação ao NhaE selvagem, 0.24 ± 0.07 mM
(Tabela 8). O mesmo não sucede ao Vmax a pH 7, que baixou em relação ao NhaE
selvagem (12.3 %DQ), 6.3 ± 0.4 %DQ, 7.9 ± 0.6 %DQ e 7.6 %DQ para E91Q, V258T e
H361, respetivamente (Tabela 8, secção 3.1.4.2). O facto de não haver grande alteração
no Km para o Na+ nos mutantes H361, V258 e E91, e o Vmax determinado para o Na
+ ser
inferior ao Vmax determinado para o NhaE selvagem, poderá indicar que estes resíduos
são importantes na resposta ao pH.
Pusemos a hipótese do resíduo V258 ser importante na translocação do Na+, uma
vez que este tipo de resíduo de aminoácido (resíduo hidrofóbico), surge com elevado
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
62
grau de conservação no alinhamento de sequências de aminoácidos entre antiporters de
diferentes grupos (Figura 17) e também com base na sua posição no interior do TMS
VII (Figura 19). Contudo, os valores dos parâmetros cinéticos e as atividades
determinadas a pH 7 e 7.5 indicam um possível papel na resposta ao pH. No mutante
V258T, as atividades de antiporter Na+/H
+ medidas a pH 7 e 7.5, são inferiores às do
NhaE selvagem (Figura 23). A pH 7.5, a atividade é cerca de três vezes mais baixa que
no NhaE selvagem (Figura 23). Estas diferenças na atividade a pH 7 e 7.5 em relação ao
NhaE selvagem e juntamente com o facto do Km para o Na+ não se alterar em relação ao
NhaE selvagem, podem indicar que está a ocorrer uma alteração no perfil do pH do
transportador, corroborando um eventual papel do V258 na resposta ao pH. Além disso,
um resíduo valina, o V254 do EcNhaA foi também associado à resposta ao pH
(Gerchman et al. 1999; Padan et al. 2004).
O E91 é um resíduo de aminoácido bastante conservado entre antiporters do tipo
NhaE, e devido ao seu caracter acídico, poderá ter um papel na translocação do Na+.
Verificou-se que a atividade de antiporter Na+/H
+ do mutante E91Q a pH 7 é
ligeiramente inferior à determinada para o NhaE selvagem, mantendo-se semelhante à
do NhaE selvagem a pH 7.5. Os valores do Km e do Vmax calculados a pH 7 para o
mutante E91Q, e a elevada OD600 verificada a pH 6.5 em relação a pH 7 e 8, podem
indicar que este resíduo está envolvido na reposta ao pH. No resíduo conservado do
VcNhaD, E100 que quando mutado para alanina provoca uma menor atividade de
antiporter e um shift de pH para valores mais alcalinos (Habibian et al. 2005). Além
disso, outros resíduos de ácido glutâmico já foram anteriormente associados à resposta
ao pH, nomeadamente os resíduos E252 (Tzubery et al. 2004; Padan et al. 2004) e E241
(Gerchman et al. 1999; Padan et al. 2004) do EcNhaA que também se encontram em
loops, como o E91 do NmNhaE (loop entre os TMS II e III), fortalecendo que este
resíduo poderá estar envolvido na reposta ao pH.
Relativamente ao resíduo de aminoácido H361, tendo em conta que o Vmax para o
Na+ diminuiu em relação ao NhaE selvagem, e o Km para o Na
+ se se alterou
significativamente, é muito provável que este resíduo esteja também envolvido na
resposta ao pH. O facto deste resíduo se encontrar num grande loop hidrofílico do lado
periplasmático da membrana, apoia também esta provável função.
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
63
Função do Resíduo H272
Como anteriormente referido, os resíduos de histidina têm vindo a ser associados
à resposta ao pH (Padan et al. 2004; Habibian et al. 2005), por isso era presumível que
o H272 tivesse esse papel no NmNhaE. A pH 7, verificou-se que o Km para o Na+
aumenta em relação ao NhaE selvagem e o Vmax mantém-se constante (Tabela 8). A pH
7.5, a atividade de antiporter Na+/H
+ diminui em relação ao NhaE selvagem, embora a
pH 7 a atividade mantem-se semelhante. A substituição da histidina por um resíduo
hidrofóbico, sem carga positiva, a leucina, faz com que o transportador tenha uma
menor afinidade para o Na+, sugerindo que o H272 tem um papel na translocação do
Na+. Contudo, a diminuição da atividade a pH 7.5 poderá também indicar que o H272
esteja envolvido na reposta ao pH. A contribuição de um resíduo de histidina tanto na
resposta ao pH como na translocação do Na+
já foi demonstrado e descrito para a H93
do VcNhaD (Habibian et al. 2005).
Resíduos sem atividade de antiporter Na+/H
+, H161, D182, H356, G413 G174 e
H201
Quando expressos em E. coli KNabc, os dois mutantes pontuais, G174S e
H201L, não conseguiram que esta tolerasse NaCl 500 mM ao contrário do observado
para o NhaE selvagem (Figura 20), o que sugere que os resíduos G174S e H201L são
cruciais para a atividade do transportador. Por outro lado nos mutantes, H161L, D182N,
H356L e G413S não se observou atividade de antiporter Na+/H
+. Contudo, estes
mutantes conseguiram conferir resistência ao Na+ à E. coli KNabc quando a sua
expressão foi induzida, sugerindo que H161, D182, H356 e G413 não são cruciais na
translocação do Na+.
A hipótese inicial sugeria que a H161 e a H356 estariam envolvidas na resposta
ao pH. Uma vez que não se obteve atividade de antiporter Na+/H
+ não é possível
confirmar o seu papel no transportador, mas com base no crescimento verificado em E.
coli KNabc quando a expressão dos mutantes pontuais destes resíduos foi induzida, e
uma vez que estes resíduos têm um pKa dentro de um pH fisiológico, o papel da
hipótese inicial continua a ser a mais adequada para explicar a eventual função destes
resíduos no antiporter Na+/H
+. Além disso, a localização da H356 no loop hidrofílico
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
64
entre os TMS IX e X, onde se encontra também o resíduo de aminoácido H361 (Figura
19) sugere igualmente um possível papel na resposta ao pH.
A elevada conservação do resíduo D182 em antiporters do tipo NhaE e o facto
de ser um resíduo acídico apontavam para que o mutante D182N perdesse a atividade
de antiporter Na+/H
+ quando expresso em E. coli KNabc. Isto acontece no resíduo
conservado, D199 no VcNhaD (Habibian et al. 2005), que quando mutado para alanina
D199A, provocou a inativação do antiporter para o Na+ e Li
+. Apesar do resíduo D182
não estar posicionado no interior de um TMS, como acontece no resíduo conservado no
VcNhaD, D199, este encontra-se muito perto do TMS V (figura 19), tendo já sido
demonstrado, num estudo anterior, que a atividade de antiporter Na+ e Li
+ é abolida
num resíduo com esta localização, D344 do VcNhaD (Oustroumov et al. 2002), um
resíduo muito próximo do TMS X. No mutante D182N isto não acontece, quando a sua
expressão é induzida na estirpe KNabc, esta é capaz de resistir em NaCl 500 mM
(Figura 20). Contudo, a substituição por outro resíduo que não a asparagina, como por
exemplo a alanina, poderia ter esse efeito (Jiang et al. 2013). Uma atividade de
antiporter Na+/H
+ mais baixa relativamente ao NmNhaE poderia sugerir um papel na
translocação do Na+, e o facto de não termos obtido atividade neste mutante poderá
indicar isso.
Era de esperar que o resíduo de aminoácido G413, conservado entre antiporters
do tipo NhaE, e também nos NhaA de E. coli e H. pylori, estivesse envolvido na
translocação do Na+. A sua localização topológica a meio do TMS X (figura 19), é
semelhante no EcNhaA e no HpNhaA, em que os resíduos conservados ao G413, o
G338 e o G385, respetivamente, estão ambos situados a meio do TMS XI (Rothman et
al. 1996; Padan et al. 2004; Kuwabara et al. 2006). Quando a expressão do mutante
G413 é induzida, E. coli KNabc é capaz de tolerar NaCl 500 mM. Contrariamente, uma
mutação semelhante no G385, do HpNhaA, não permitiu o crescimento da bactéria. Por
outro lado, pode indicar, que este resíduo poderá ser importante na dependência do pH
como no resíduo conservado, G338, no EcNhaA, que provoca um shift no perfil de pH,
para pH mais ácido (Rimon et al. 1998).
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
65
O resíduo de aminoácido G174 é bastante conservado entre antiporters do tipo
Nha, podendo ter um papel relevante na translocação de Na+. Provavelmente, a troca de
uma glicina por um resíduo polar e maior, como a serina, dentro do TMS V (Figura 19),
poderá perturbar o ambiente hidrofóbico no interior do TMS. O mesmo não acontece,
quando se alterou os resíduos G413 e V258 que estão também ambos no interior de um
TMS, o TMS X e VII, respetivamente. Apesar de sofrer a mesma mutação que o resíduo
G174, quando a expressão do mutante G413S foi induzida, conferiu resistência a E. coli
KNabc ao contrário do G174S. No resíduo V258, a substituição de um resíduo apolar,
valina, por um resíduo polar, treonina, não aboliu a atividade de de antiporter Na+/H
+ ou
a capacidade de permitir que E. coli KNabc crescesse em meio com NaCl. Assim, talvez
o resíduo de aminoácido G174 esteja situado num TMS mais importante para a
atividade, por exemplo perto de um sítio de ligação ao Na+, como acontece no EcNhaA
em que o resíduo G174, conservado no EcNhaA (G166), está próximo dos resíduos
D163 e D164, importantes para a translocação dos iões (Padan et al. 2004; Hunte et al.
2005; Kuwabara et al. 2006; Padan et al. 2009).
O resíduo H201, contrariamente ao que era esperado na nossa hipótese inicial,
que o considerava ser importante para a resposta ao pH, mostrou-se também importante
na translocação do Na+. A sua substituição por leucina, L201, aboliu o crescimento da
E. coli KNabc onde a expressão do transportador mutante tinha sido induzida. Pela
primeira vez, os resultados sugerem que um resíduo de histidina seja crítico para a
atividade de um antiporter Na+/H
+ Nha, embora outro resíduo positivo, a arginina, já
tenha sido considerado crucial para a atividade no HdNhaH (Jiang et al. 2013) e no
NhaP1 de Methanococcus jannaschii (Hellmer et al. 2003; Padan et al. 2004). Estes
dois resíduos, G174 e H201, afetando o antiporte Na+/H
+, poderão ser importantes para
a estrutura da proteína, ou para alterações conformacionais que possam ocorrer durante
a translocação. Além disso, é também possível especular que os TMS V e VI poderão
ser importantes na translocação e coordenação do Na+.
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
66
4.2. Conclusões e considerações finais
Nesta dissertação, confirmou-se que as duas ORFs NMB0536 e NMB0570
codificam antiporters Na+/H
+, do tipo NhaC e NhaE, respetivamente. Estes, quando
expressos numa estirpe deficiente em antiporters Na+/H
+, permitem-lhe crescer na
presença de concentrações elevadas de NaCl. As diferenças existentes nos dois
antiporters Na+/H
+ em termos de resistência ao NaCl, sugerem que o NmNhaE é o
antiporter principal do tipo Nha em N. meningitidis, a participar na homeostasia do Na+
e do pH. Considerando que N. meningitidis não possui sistema Mrp pode-se especular
que estes sejam os principais antiporters Na+/H
+ da bactéria. O NmNhaE pode
transportar tanto Na+ como Li
+, mas possui uma maior afinidade para o Na
+. A
atividade do NmNhaE é também altamente dependente do pH, com atividade entre pH
6.5 até 9, com um máximo de atividade a pH 7. De facto, esta atividade, numa larga
gama de valores de pH, e as elevadas concentrações de Na+ que este transportador
consegue suportar sugerem que a bactéria N. meningitidis possui uma vantagem para
resistir ao Na+ em diferentes ambientes. O estudo de mutantes pontuais do NmNhaE
mostrou que alguns resíduos poderão modelar a reposta deste transportador ao pH
(como E91, V258 e H361), enquanto outros serão importantes na coordenação do Na+
(como G174 e H201). O resíduo H272 poderá ter uma dupla função, participando tanto
na translocação do Na+ como na resposta ao pH. Não se observou atividade de
antiporter Na+/H
+ nos mutantes dos resíduos H161, D182, H356 e G413, contudo a
expressão dos mutantes dos resíduos H161, D182, H356 e G413 em E. coli KNabc
possibilitou o crescimento desta estirpe em meio com NaCl, deixando em aberto uma
influência no transporte, cuja importância está por esclarecer. Ainda, os TMS V e VI
parecem ser importantes na translocação do Na+. A determinação da atividade de
antiporter Na+/H
+ em alguns destes resíduos e noutros resíduos do NmNhaE igualmente
importantes, poderá fornecer uma resposta mais completa e ajudar a compreender
melhor como é efetuado o antiporte, e quais os resíduos importantes no sitio de ligação
ao ião. A posteriori, e a médio prazo, estes dados poderão ser importantes, na prevenção
e combate à infeção por parte desta bactéria.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
68
Bernsel, A., Viklund, H., Hennerdal, A. & Elofsson, A. 2009. TOPCONS: consensus
prediction of membrane protein topology. Nucleic Acids Research, 37, pp. w465-w468.
Bertrand, S. Van Meervenne, E., De Baere, T., Vanhoof, R., Collard, J., Ruckly, C.,
Taha, M. & Carion, F. 2011. Detection of a geographical and endemic cluster of hyper-
invasive meningococcal strains. Microbes and infection, 13 (7), pp. 684-690.
Bogachev, A. & Verkhovsky, M. 2005. Na+-Translocating NADH:quinone
oxidoreductase: progress achieved and prospects of investigations. Biochemistry.
Biokhimii͡ a, 70 (2), pp. 143-149.
Bratcher, H., Bennett, J. & Maiden, M. 2012. Evolutionary and genomic insights into
meningococcal biology. Future microbiology, 7, pp. 873-885.
Chang, A., Lin, R., Keith Studley, W., Tran, C. & Saier, M. 2004. Phylogeny as a guide
to structure and function of membrane transport proteins. Molecular membrane biology,
21 (3) , pp. 171-181.
Devoe, I. W. 1982. The meningococcus and mechanisms of pathogenicity.
Microbiological Reviews, 46 (2), pp. 162-190.
Dimroth, P. 1994. Bacterial sodium ion-coupled energetics. Antonie van Leeuwenhoek,
65 (4), pp. 381-95.
Dzioba, J., Ostroumov, E., Winogrodzki, A. & Dibrov, P. 2002. Cloning, functional
expression in Escherichia coli and primary characterization of a new Na+/H
+ antiporter,
NhaD, of Vibrio cholerae. Molecular and Cellular Biochemistry, 229, pp. 119–124.
Dzioba-Winogrodzki, J., Winogrodzki, O., Krulwich, T., Boin, M., Häse, C. & Dibrov,
P. 2009. The Vibrio cholerae Mrp system: cation/proton antiport properties and
enhancement of bile salt resistance in a heterologous host. Journal of Molecular
Microbiology and Biotechnology, 16 (3), pp. 176-186.
Ferreira, E., Dias, R. & Caniça, M. 2006. Antimicrobial susceptibility, serotype and
genotype distribution of meningococci in Portugal, 2001-2002. Epidemiology and
infection, 134 (6), pp. 1203-1207.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
69
Gasparini, R., Amicizia, D., Lai, P. L. & Panatto, D. 2012. Neisseria meningitidis,
pathogenetic mechanisms to overcome the human immune defences. Journal of
preventive medicine and hygiene, 53 (2), pp. 50-55.
Gerchman, Y., Olami, Y., Rimon, A., Taglicht, D., Schuldiner, S. & PADAN, E. 1993.
Histidine-226 is part of the pH sensor of NhaA, a Na+/H
+ antiporter in Escherichia coli.
Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 90
(4), pp. 1212-1216.
Gerchman, Y., Rimon, A. & Padan, E. 1999. A pH-dependent conformational change of
NhaA Na+/H
+ antiporter of Escherichia coli involves loop VIII-IX, plays a role in the
pH response of the protein, and is maintained by the pure protein in dodecyl maltoside.
The Journal of biological chemistry, 274 (35), pp. 24617-24624.
Gerchman, Y., Rimon, A., Venturi, M. & Padan, E. 2001. Oligomerization of NhaA, the
Na+/H
+ antiporter of Escherichia coli in the membrane and its functional and structural
consequences. Biochemistry, 40 (11), pp. 3403-3412.
Gouda, T., Kuroda, M., Hiramatsu, T., Nozaki, K., Kuroda, T., Mizushima, T. &
Tsuchiya, T. 2001. nhaG Na+/H
+ antiporter gene of Bacillus subtilis ATCC9372, which
is missing in the complete genome sequence of strain 168, and properties of the
antiporter. Journal of Biochemistry, 130 (5), pp. 711-717.
Habibian, R., Dzioba, J., Barrett, J., Galperin, M., Loewen, P. & Dibrov, P. 2005.
Functional analysis of conserved polar residues in Vc-NhaD, Na+/H
+ antiporter of
Vibrio cholerae. The Journal of biological chemistry, 280 (47), pp. 39637-39643.
Halperin, S., Bettinger, J., Greenwood, B., Harrison, L., Jelfs, J., Ladhani, S., Mcintyre,
P., Ramsay, M. & Sáfadi, M. 2012. The changing and dynamic epidemiology of
meningococcal disease. Vaccine, 30 (2), pp. B26-B36.
Häse, C. & Mekalanos, J. 1999. Effects of changes in membrane sodium flux on
virulence gene expression in Vibrio cholerae. Proceedings of the National Academy of
Sciences of the United States of America, 96 (6), pp. 3183-3187.
Häse, C., Fedorova, N., Galperin, M. & Dibrov, P. 2001. Sodium ion cycle in bacterial
pathogens: evidence from cross-genome comparisons. Microbiology and Molecular
Biology Reviews, 65 (3), pp. 353-370.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
70
Hellmer, J., Teubner, A. & Zeilinger, C. 2003. Conserved arginine and aspartate
residues are critical for function of MjNhaP1, a Na+/H
+ antiporter of M. jannaschii.
FEBS Letters, 542 (1), pp. 32-36.
Herz, K., Vimont, S., Padan, E. & Berche, P. 2003. Roles of NhaA, NhaB, and NhaD
Na+/H
+ antiporters in survival of Vibrio cholerae in a saline environment. Journal of
Bacteriology, 185 (4), pp. 1236-1244.
Hill, D., Griffiths, N., Borodina, E. & Virji, M. 2010. Cellular and molecular biology of
Neisseria meningitidis colonization and invasive disease. Clinical science, 118 (9), pp.
547-564.
Hiramatsu, T., Kodama, K., Kuroda, T., Mizushima, T. & Tsuchiya, T. 1998. A putative
multisubunit Na+/H
+ antiporter from Staphylococcus aureus. Journal of Bacteriology,
180 (24), pp. 6642-6648.
Hunte, C., Screpanti, E., Venturi, M., Rimon, A., Padan, E. & Michel, H. 2005.
Structure of a Na+/H
+ antiporter and insights into mechanism of action and regulation
by pH. Nature, 435 (30), pp. 1197-1202.
Inoue, H., Sakurai, T., Ujike, S., Tsuchiya, T., Murakami, H. & Kanazawa, H. 1999.
Expression of functional Na+/H
+ antiporters of Helicobacter pylori in antiporter-
deficient Echerichia coli mutants. Federation of European Biochemical Societies. Lett,
443, pp. 11-16.
Ito, M., Guffanti, A. A., Oudega, B. & Krulwich, T. 1999. mrp, a multigene,
multifunctional locus in Bacillus subtilis with roles in resistance to cholate and to Na+
and in pH homeostasis. Journal Bacteriology, 181 (8), pp. 2394-2402.
Ito, M., Guffanti, A. A., Wang, W. & Krulwich, T. A. 2000. Effects of nonpolar
mutations in each of the seven Bacillus subtilis mrp genes suggest complex interactions
among the gene products in support of Na+ and alkali but not cholate resistance. Journal
of bacteriology, 182 (20), pp. 5663-5670.
Ito, M., Guffanti, A. A., Zemsky, J., Ivey, D. & Krulwich, T. 1997. Role of the nhaC-
encoded Na+/H
+ antiporter of alkaliphilic Bacillus firmus OF4. Journal of bacteriology,
179 (12), pp. 3851-3857.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
71
Jiang, J., Wang, L., Zou, Y., Lu, W., Zhao, B., Zhang, B., Yang, S. & Yang, L. 2013.
Identification of important charged residues for alkali cation exchange or pH regulation
of NhaH, a Na+/H
+ antiporter of Halobacillus dabanensis. Biochimica et biophysica
acta, 1828 (3), pp. 997-1003.
Karpel, R., Olami, Y., Taglicht, D., Schuldiner, S. & Padan, E. 1988. Sequencing of the
gene ant which affects the Na+/H
+ antiporter activity in Escherichia coli. The Journal of
biological chemistry, 263 (21), pp.10408-10414.
Kosono, S., Haga, K., Tomizawa, R., Kajiyama, Y., Hatano, K., Takeda, S., Wakai, Y.,
Hino, M. & Kudo, T. 2005. Characterization of a multigene-encoded sodium/hydrogen
antiporter (sha) from Pseudomonas aeruginosa: its involvement in pathogenesis.
Journal of bacteriology, 187 (15), pp. 5242-5248.
Krulwich, T., Sachs, G. & Padan, E. 2011. Molecular aspects of bacterial pH sensing
and homeostasis. Nature reviews. Microbiology, 9 (5), pp. 330-343.
Kudo, T., Hino, M., Kitada, M. & Horikoshi, K. 1990. DNA sequences required for the
alkalophily of Bacillus sp. strain C-125 are located close together on its chromosomal
DNA. Journal Bacteriology, 172 (12), pp. 7282-7283.
Kurz, M., Brünig, A. & Galinski, E. 2006. NhaD type sodium/proton-antiporter of
Halomonas elongata: a salt stress response mechanism in marine habitats? Saline
systems, 2 (10), pp. 1-12.
Kuwabara, N., Inoue, H., Tsuboi, Y., Mitsui, K., Matsushita, M. & Kanazawa, H. 2006.
Structure-function relationship of the fifth transmembrane domain in the Na+/H
+
antiporter of Helicobacter pylori: Topology and function of the residues, including two
consecutive essential aspartate residues. Biochemistry, 45 (49), pp. 14834-14842.
Liew, C., Illias, R., Mahadi, N. & Najimudin, N. 2007. Expression of the Na+/H
+
antiporter gene (g1-nhaC) of alkaliphilic Bacillus sp. G1 in Escherichia coli. FEMS
Microbiology Letters, 276 (1), pp. 114-122.
LINEWEAVER H & BURK D. 1934 The determination of enzyme dissociation
constants. Journal of the American Chemical Society, 56, pp. 658-66.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
72
Melo, A.M.P., Felix, N.A., Carita, J.N., Saraiva, L.M. & Teixeira, M. 2006. The Na+/H
+
antiporter of the thermohalophilic bacterium Rhodothermus marinus. Biochemical and
biophysical research communications, 348 (3), pp. 1011-1017.
Morino, M., Natsui, S., Ono, T., Swartz, T., Krulwich, T. & Ito, M. 2010. Single site
mutations in the hetero-oligomeric Mrp antiporter from alkaliphilic Bacillus
pseudofirmus OF4 that affect Na+/H
+ antiport activity, sodium exclusion, individual
Mrp protein levels, or Mrp complex formation. The Journal of biological chemistry, 285
(40), pp. 30942-30950.
Nakamura, T., Enomoto, H. & Unemoto, T. 1996. Cloning and sequencing of nhaB
gene encoding an Na+/H
+ antiporter from Vibrio alginolyticus. Biochimica et
Biophysica Acta, 1275 (3), pp. 157-160.
Nelson, D. L. & Cox, M. M. 2005. Lehninger Principles of Biochemistry. Fourth
Edition. New York. W. H. Freeman and Company.
Nicholls, D. G. & Fergunson, S.J. 2002. Bioenergetics3. Third Edition. London &
California. Academic Press.
Nozaki, K., Inaba, K., Kuroda, T., Tsuda, M. & Tsuchiya, T. 1996. Cloning and
sequencing of the gene for Na+/H
+ antiporter of Vibrio parahaemolyticus. Biochemical
and Biophysical Research Communications, 222, pp. 774-779.
Nozaki, K., Kuroda, T., Mizushima, T. & Tsuchiya, T. 1998. A new Na+/H
+ antiporter,
NhaD, of Vibrio parahaemolyticus. Biochimica et Biophysica Acta, 1369 (2), pp. 213-
220.
Ostroumov, E., Dzioba, J., Loewen, P. & Dibrov, P. 2002. Asp344
and Thr345
are critical
for cation exchange mediated by NhaD, Na+/H
+ antiporter of Vibrio cholera.
Biochimica et Biophysica Acta (BBA) – Biomembranes, 1584 (1), pp. 99-106.
Padan, E. & Schuldiner, S. 1993. Na+/H
+ antiporters, molecular devices that couple the
Na+ and H
+ circulati embr, 25, 647-669.on in cells. Journal of Bioenergetics
Biomembranes, 25 (6), pp. 647-669.
Padan, E. & Schuldiner, S. 1994. Molecular physiology of the Na+/H
+ antiporter in
Escherichia coli. The Journal of Experimental Biology, 196, pp. 443-456.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
73
Padan, E. 2008. The enlightening encounter between structure and function in the NhaA
Na+–H
+ antiporter. Trends in Biochemical Sciences, 33 (9), pp. 435-443.
Padan, E., Bibi, E., Ito, M. & Krulwich, T. 2005. Alkaline pH homeostasis in bacteria:
new insights. Biochimica et Biophysica Acta, 1717, pp. 67-88.
Padan, E., Kozachkov, L., Herz, K. & Rimon, A. 2009. NhaA crystal structure:
functional-structural insights. The Journal of experimental biology, 212 (11), pp. 1593-
1603.
Padan, E., Tzubery, T., Herz, K., Kozachkov, L., Rimon, A. & Galili, L. 2004. NhaA of
Escherichia coli, as a model of a pH-regulated Na+/H
+antiporter. Biochimica et
Biophysica Acta, 1658, pp. 2-13.
Padan, E., Venturi, M., Gerchman, Y. & Dover, N. 2001. Na+/H
+ antiporters.
Biochimica et Biophysica Acta, 1505, pp. 144-157.
Pettersen, E. F., Goddard, T. D. Huang, C. C., Couch, G. S., Greenblatt, D. M., Meng,
E. C. & Ferrin, T. E. 2004. . UCSF Chimera--a visualization system for exploratory
research and analysis. Journal of Computational Chemistry, 25 (13), pp. 1605-1612.
Pinner, E., Kotler, Y., Padan, E. & Schuldiner, S. 1993. Physiological role of nhaB, a
specific Na+/H
+ antiporter in Escherichia coli. The Journal of biological chemistry, 268
(3), pp. 1729-1734.
Pinner, E., Padan, E. & Schuldiner, S. 1992. Cloning, sequencing, and expression of the
nhaB gene, encoding a Na+/H
+ antiporter in Escherichia coli. The Journal of biological
chemistry, 267 (16), pp. 11064-11068.
Pinner, E., Padan, E. & Schuldiner, S. 1994. Kinetic properties of NhaB, a Na+/H
+
antiporter from Escherichia coli. The Journal of biological chemistry, 269 (42), pp.
26274-26279.
Rimon, A., Gerchman, Y., Kariv, Z. & Padan, E. 1998. A point mutation (G338S) and
its suppressor mutations affect both the pH response of the NhaA-Na+/H
+ antiporter as
well as the growth phenotype of Escherichia coli. The Journal of biological chemistry,
273 (41), pp. 26470-26476.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
74
Robertson, J. W. F., Kasianowicz, J. J. & Banerjee, S. 2012. Analytical Approaches for
Studying Transporters, Channels and Porins. Chemical. Reviews, 112, pp. 6227−6249.
Rosen, B. P. 1986. Ion extrusion systems in Escherichia coli. Methods in Enzymology,
125, pp. 328–336.
Rothman, A., Padan, E. & Schuldiner, S. 1996. Topological analysis of NhaA, a Na+/H
+
antiporter from Escherichia coli. The Journal of biological chemistry, 271 (50), pp.
32288–32292.
Rouphael, N. G. & Stephens, D. 2012. Neisseria meningitidis: biology, microbiology,
and epidemiology. Methods in molecular biology (Clifton, N.J.), 799, pp. 1-20.
Saier, M. H., Tran, C. V. & Barabote, R. D. 2006. TCDB: the Transporter Classification
Database for membrane transport protein analyses and information. Nucleic Acids
Research, 34, D181-D186.
Saier, M. H., Yen, M. R., Noto, K., Tamang, D. G. & Elkan, C. 2009. The Transporter
Classification Database: recent advances. Nucleic Acids Research, 37, D274-D278.
Saier, M., Beatty, J., Goffeau, A., Harley, K., Heijne, W., Huang, S., Jack, D., Jähn, P.,
Lew, K., Liu, J., Pao, S., Paulsen, I., Tseng, T. & Virk, P. 1999. The major facilitator
superfamily. Journal of Molecular Microbiology and Biotechnology, 1 (2), pp. 257-279.
Santos, L. C., Simões, J., Severo, M., Vazquez, J. & Lecour, H. 2007. Bacterial
meningitis in an urban area: etiologic study and prognostic factors. Infection, 35 (6), pp.
406-413.
Schoen, C., Joseph, B., Claus, H., Vogel, U. & Frosch, M. 2007. Living in a changing
environment: insights into host adaptation in Neisseria meningitidis from comparative
genomics. International journal of medical microbiology:IJMM, 297, pp. 601-613.
Simões, M., Cunha, M., Almeida, F., Furtado, C. & Brum, L. 2009. Molecular
surveillance of Neisseria meningitidis capsular switching in Portugal, 2002-2006.
Epidemiology and infection, 137 (2), pp. 161-165.
Skulachev, V. P. 1989. The sodium cycle: a novel type of bacterial energetics. Journal
of bioenergetics and biomembranes, 21 (6), pp. 635-647.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
75
Sousa, P.M.F., Videira, M.A.M., Vorburger, T., Silva, S.T.N., Moir, J.W., Steuber, J. &
Melo, A.M.P. 2013. The novel NhaE-type Na+/
H+ antiporter of the pathogenic
bacterium Neisseria meningitidis. Archives of microbiology, 195 (3), pp. 211-217.
Stephens, D. 2007. Conquering the meningococcus. FEMS Microbiology Reviews, 31
(1), pp. 3-14.
Stephens, D. 2009. Biology and pathogenesis of the evolutionarily successful, obligate
human bacterium Neisseria meningitidis. Vaccine, 27 (Suppl 2), pp. B71-B77.
Swartz, T., Ikewada, S., Ishikawa, O., Ito, M. & Krulwich, T. 2005. The Mrp system: a
giant among monovalent cation/proton antiporters? Extremophiles: life under extreme
conditions, 9, pp. 345-354.
Tettelin, H., Saunders, N., Heidelberg, J., Jeffries, A., Nelson, K., Eisen, J., Ketchum,
K., Hood, D., Peden, J., Dodson, R., Nelson, W., Gwinn, M., Deboy, R., Peterson, J.,
Hickey, E., Haft, D., Salzberg, S., White, O., Fleischmann, R., Dougherty, B., Mason,
T., Ciecko, A., Parksey, D., Blair, E., Cittone, H., Clark, E., Cotton, M., Utterback, T.,
Khouri, H., Qin, H., Vamathevan, J., Gill, J., Scarlato, V., Masignani, V., Pizza, M.,
Grandi, G., Sun, L., Smith, H., Fraser, C., Moxon, E., Rappuoli, R. & Venter, J. 2000.
Complete genome sequence of Neisseria meningitidis serogroup B strain MC58.
Science, 287 (5459), pp. 1809-1815.
Tokuda, H. & Unemoto, T. 1984. Na+ is translocated at NADH:quinone oxidoreductase
segment in the respiratory chain of Vibrio alginolyticus. The Journal of Biological
Chemistry, 259 (12), pp. 7785-7790.
Tsuboi, Y., Inoue, H., Nakamura, N. & Kanazawa, H. 2003. Identification of membrane
domains of the Na+/H
+ antiporter (NhaA) protein from Helicobacter pylori required for
ion transport and pH sensing. The Journal of biological chemistry, 278 (24), pp. 21467-
21473.
Tzubery, T., Rimon, A. & Padan, E. 2004. Mutation E252C increases drastically the
Km value for Na+ and causes an alkaline shift of the pH dependence of NhaA Na
+/H
+
antiporter of Escherichia coli. The Journal of biological chemistry, 279 (5), pp. 3265-
3272.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
76
Utsugi, J., Inaba, K., Kuroda, T., Tsuda, M. & Tsuchiya, T. 1998. Cloning and
sequencing of a novel Na+/H
+ antiporter gene from Pseudomonas aeruginosa.
Biochimica et Biophysica Acta, 1398, pp. 330-334.
Van Deuren, M., Brandtzaeg, P. & Van Der Meer J. W. 2000. Update on
meningococcal disease with emphasis on pathogenesis and clinical management.
Clinical microbiology reviews, 13(1), pp. 144-166.
Vimont, S. & Berche, P. 2000. NhaA, an Na+/H
+ antiporter involved in environmental
survival of Vibrio cholerae. Journal of bacteriology, 182 (10), pp. 2937-2944.
Vorburger, T., Steina, A., Zieglerb, U., Kaimc, G. & Steubera, J. 2009. Functional role
of a conserved aspartic acid residue in the motor of the Na+-driven flagellum from
Vibrio cholera. Biochimica et Biophysica Acta (BBA) – Bioenergetics, 1787 (10), pp.
1198–1204.
Waser, M., Hess-Bienz, D., Davies, K. & Solioz, M. 1992. Cloning and disruption of a
putative NaH-antiporter gene of Enterococcus hirae. The Journal of Biological
Chemistry, 267 (8), pp. 5396-5400.
Weichselbaum, A. 1887. Uber die aetiologie der akuten meningitis cerebrospinalis.
MMW - Fortschritte der Medizine, 5, pp. 573-575.
West, I. C. & Mitchell, P. 1974. Proton/sodium ion antiport in Escherichia coli. The
Biochemical Journal, 144 (1), pp. 87-90.
Williams, K. 2000. Three-dimensional structure of the ion-coupled transport protein
NhaA. Nature, 403 (6765), pp. 112-115.
Williams, K., Geldmacher-Kaufer, U., Padan, E., Schuldiner, S. & Kühlbrandt, W.
1999. Projection structure of NhaA, a secondary transporter from Escherichia coli, at
4.0 A resolution. The EMBO Journal, 18 (13), pp. 3558-3563.
Xiang, M., Feng, M., Muend, S. & Rao, R. 2007. A human Na+/H
+ antiporter sharing
evolutionary origins with bacterial NhaA may be a candidate gene for essential
hypertension. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of
America, 104 (47), pp. 18677-18681.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
77
Yang, L., Jiang, J., Zhao, B., Zhang, B., Feng, D. Q., Lu, W., Wang, L. & Yang, S.
2006. A Na+/H
+ antiporter gene of the moderately halophilic bacterium Halobacillus
dabanensis D-8T: cloning and molecular characterization. Federation of European
Microbiological Societies. Microbiol Lett, 255, pp. 89-95.
Yazdankhah, S. & Caugant, D. 2004. Neisseria meningitidis: an overview of the
carriage state. Journal of Medical Microbiology, 53 (9), pp. 821-832.
Yeagle, P. 2001. Cell Membrane Features. Encyclopedia of life sciences, pp. 1-7.
Zaydman, M., Silva, J. & Cui, J. 2012. Ion Channel Associated Diseases: Overview of
Molecular Mechanisms. Chemical reviews, 112 (12), pp. 6319–6333.
ANEXOS
ANEXOS
80
Anexo 1- Alinhamento de sequências de aminoácidos do NmNhaE e outros antiporters Na+/H
+ de vários
grupos do tipo Nha (NhaA,NhaB, NhaC e NhaD) usados como referências para cada grupo de antiporter.
ANEXOS
81
ANEXOS
82
ANEXOS
83
ANEXOS
84
Anexo 2- Alinhamento de sequências de 50 proteínas com elevada similaridade com o NmNhaE e por
isso considerados hipotéticos antiporters a usar o NmNhaE como query. A asiaticus, Amoebophilus
asiaticus (YP_001958297.1); A sp1., Algoriphagus sp. (ZP_01718340.1); A sp2., Anaeromyxobacter sp.
(YP_001380997.1);A vinelandii, Azotobacter vinelandii (YP_002798245.1); B Ellin514, bacterium Ellin
514 (ZP_03629791.1);B japonicum, Bradyrhizobium japonicum (NP_773762.1); B phymatum,
Burkholderia phymatum (YP_001857045.1); B sp., Burkholderia sp.(YP_368456.1); C eutactus,
Coprococcus eutactus(ZP_02207858.1); C flavus, Chthoniobacter flavus(ZP_03133069.1); C testosteroni,
Comamonas testosteroni (ZP_03544348.1); C limicola, Chlorobium limicola (YP_001942426.1); C
phaeobacte, Chlorobium phaeobacteroides (YP_001960386.1); C tepidum, Chlorobium tepidum
(NP_661198.1); D acidovorans, Delftia acidovorans (YP_001565753.1); D baculatum,
Desulfomicrobium baculatum (YP_003159209.1); D hafniense, Desulfitobacterium hafniense
(YP_520285.1); D sp., Diaphorobacter sp.(YP_002552833.1); D vulgaris, Desulfovibrio vulgaris
(YP_009252.1); E corrodens, Eikenella corrodens (ZP_03713713.1); E hallii, Eubacterium hallii
(ZP_03715974.1); H arsenic, Herminiimonas arsenicoxydans (YP_001099123.1); K oralis, Kingella
oralis (ZP_04602428.1); L cholodnii, Leptothrix cholodnii(YP_001791022.1); L hongkongens, Laribacter
hongkongensis (YP_002795798.1); L intracell, Lawsonia intracellularis (YP_594890.1); L nitroferrum,
Lutiella nitroferrum (ZP_03697702.1 and ZP_03699435.1); J sp.,Janthinobacterium sp.
(YP_001352410.1); Nm, Neisseria meningitidis (NP_273614.1); M loti, Mesorhizobium loti
(NP_105654.1); M petroleiph, Methylibium petroleiphilum (YP_001020707.1); M silvestris,
Methylocella silvestris (YP_002362098.1); M thermoacetica, Moorella thermoacetica (YP_429442.1); O
carboxido, Oligotropha carboxidovorans (YP_002290536.1); P aestuarii, Prosthecochloris aestuarii
(YP_002016448.1); P phaeoc, Pelodictyon phaeoclathratiforme (YP_002017089.1); P naphthalen,
Polaromonas naphthalenivorans (YP_981856.1); T intermédia, Thiomonas intermédia (ZP_05500427.1);
R centenum, Rhodospirillum centenum (YP_002297310.1); R eutropha, Ralstonia eutropha
(YP_727038.1); R intestinalis, Roseburia intestinalis (ZP_04745272.1); R marinus, Rhodothermus
marinus, (AAY42129.1); R palustris, Rhodopseudomonas palustris (ZP_06360325.1); R sp.,
Ruminococcus sp. (ZP_04857516.1); S fumaroxidan, Syntrophobacter fumaroxidans (YP_845285.1); V
eiseniae, Verminephrobacter eiseniae (YP_996836.1); V paradoxus, Variovorax paradoxus
(YP_002943689.1); V spinosum, Verrucomicrobium spinosum (ZP_02926838.1); X autotrophi,
Xanthobacter autotrophicus (YP_001416350.1)
ANEXOS
85
NmNhaE : -----------------------------MRH-------------LPLFS-LMLFPASVYAA--- : 19
D vulgaris : -------------------MKRLSP---ALIAAT---------------LSLLLAPIAAFASGG- : 27
D baculatum : -------------------MRKSSVWFFCLAVMG---------------LGVLGMSLEVWAAGG- : 30
L intracell : -------------------MKLFHVLFLVLTIL-------------------FFIPFSVLAATG- : 26
E corrodens : -----------------------------MRIR------------TALFLPLLALPLPALAG--- : 21
K oralis : -----------------------------MKP-------------IQIISPLLALIAPALAQAA- : 22
A vinelandii : -----------------------------MKS-------------ILRRLPYLLALSPGLSFAA- : 22
L nitroferrum : -----------------------------MTR-------------KLLAS-ALLSLLPALAQAA- : 21
L hongkongens : -----------------------------MIR-------------RSLLAALPLGLMPMLAQAA- : 22
J sp. : --------------------MASPQYGVPMRAN------------FIVGMLALS---PALCGAA- : 29
H arsénic : -----------------------------MRAN------------IFVGMLALT---PALCGAA- : 20
R eutropha : ----------------------------MRRAS------------VLLPLLAVLAAFPAAGHAA- : 24
B sp. : ---------------------MKRHAAWAGMAS-------------GIALGAV----PALASAA- : 26
B phymatum : ---------------------MQGCFSRTLCASTQRIVSS---SMGALALWLVSTCWPSAASAA- : 40
D acidovorans : --------------------------MKALRGL----------------LVLLVACVPSWALAA- : 22
C testosteroni : --------------------------MKAAAAA----------------FLTLAVGA---ARAA- : 19
P naphthalen : -------------------MRNLDLSMRIFRWLG---------------ACALLSLWPGLSFAA- : 30
D sp. : --------------------------MNPIRTL----------------ALGLLCLAPALAGAA- : 22
V eiseniae : --------------------------MTLPRGPL---------------VAVFLALLPGMGRAA- : 23
V paradoxus : -------------------------MKKTIRLAA---------------AAALPMMFPALAMAA- : 24
L cholodnii : ---------------------MSKAPLRALGLG----------------LAALL--LPIAAQAA- : 25
M petroleiph : ---------------------MLTVALHPRRAARW-----------HFILLALVGCLPTVAGAA- : 32
T intermédia : -----------------------------MRCETR------------AAATVLLSLLPGLASAA- : 23
R palustris : -------------------MFERRP-GRCGLLLP-----------------LLLLLSPCPAQAA- : 27
B japonicum : -------------------MLSVRLKQQSASLLPRRLVML---RGDLSVAAILALLPQQAWAAM- : 42
M silvestris : -------------------MIGSKRGTFALAVVA------------------AGLIASPAAAAE- : 27
O carboxido : -------------------MTISRRLILTLLAIC----------------------LPSPAFAS- : 23
M loti : -------------------MAGS-AIAFAMLFPD----------------------AAVAAEEH- : 22
X autotrophic : -------------------MAARRRGMKFGLRSAA---------------AFALPFLALLLTAAS : 31
L nitroferrum : -------------------MLS----LLF-RRGAL---------------AWLLGTLPLVAHAG- : 25
R centenum : -------------------MTARPPTDRSTTALRLLKT------LTLAFALPLVSVLPAQAAEGA : 40
D hafniense : -------------------MEHS------------------------------------------ : 4
S fumaroxidan : -------------------MHRGERLTFIFSLISL-------------SLCLAGTASPALASGP- : 32
R intestinalis : -------------------------MK-KLFAL-----------CGSIATMLLFTPLTILAAES- : 27
R sp. : -------------------------MK-KLVTV-----------LGAFFAVLLACPLSVFAAE-- : 26
E hallii : -------------------------MK-KLLIG-----------LSAFLLFS---PLHVFAAES- : 24
C eutactus : -------------------------MKNKLFLG-----------LGTFISLIGLSQINVLAASS- : 28
M thermoacetica: -------------------MFFYYGIGPKIVFSEKGQVEMSIKRVAVLTLLLCGSFLPLGGVAW- : 45
A sp2 : -------------------MVTCGAMPRSLVAS-------------LAAFALALVAAPGAALAS- : 32
C phaeobacte : -----------------------MKD-TFLRALLFCVIVLFMIGGACGGVLHASETAALSH--AA : 39
P aestuarii : -----------------------MKK-SLLYMFCMAVVAVVLMVSGFSGVLYASEAAEAVHAVAA : 41
P phaeoc : -----------------------MKP---TKRSLLFFACMFAVSVGLSGALYAEALDITAVAPAL : 39
C limicola : ---------------------MLLRPRTVDKKTVVFFLFLFTVSG-------SSMLSAAGIQDAP : 37
C tepidum : ------------------------------MTCCSDFLKRSAVAAATTLIFSLTVPSVAFCASGG : 35
R marinus : MNAPHLKAFGSGLARMLGPLVVCLWLLPVASALAQEAPAAEAPATEAVEAEHAPDTSATVAHAEE : 65
A sp1 : ------------------------------MSFAEE--RETKETFLAQAGQDTNAEHADVEHS-- : 31
A asiaticus : ------MFRNIAISALWIFILMAGVKSNTIYALADESLSHSANHNLCKGVIEERTKHTPVLCSNI : 59
B Ellin514 : ----------------------------------------------------MPTEQPG------ : 7
C flavus : ----------------------------------------------------MMSLGSATI---- : 9
V spinosum : ----------------------------------------------MTPLFSSASSAAHTT---- : 15
ANEXOS
86
NmNhaE : -----------DLDGA-----NLNLLWGLPFALILLSIALGPLFFSHTWHHHYGKITAFWTLLFL : 68
D vulgaris : -----------HHDLD---GSVLTVAWALPFACMLLSIAVMPLALPHFWHHHFGKVSAFWALAFL : 78
D baculatum : -----------LHHAADEIGKQMGVLWVVPFAGLLLSIAIMPLAIPHFWHHNYGKVAAFWGAAFI : 84
L intracell : -----------HYELH---GTELSIIWVIPFICMLLSIALGPLIIPHFWHHNFGKISVFWGLAFL : 77
E corrodens : -----------ELNGA-----ELSLPWGIPFVLILLSIATGPLFFAHIWHHHFGKITAGWTLAFL : 70
K oralis : -----------EFNAA-----ELSLAWGIPFALILLSIALGPLFFANIWHHHFGKITLGWTLLFL : 71
A vinelandii : -----------EVDGA-----SLSPAWGIPFVGILLSIALFPLFAAHVWHHHFGKITALWTLLFL : 71
L nitroferrum : -----------ELDGA-----SLSLLWALPFCGILLSIALFPIFAPGLWHHHFGKITALWSVLFL : 70
L hongkongens : -----------DLPGA-----ELSLAWALPFAGILLSIALFPLLAPHFWHHHFGKISAFWAACFL : 71
J sp. : -----------ELNGG-----GLSILWGIPFAGLLLSIALCPLLTPGFWHHHFGKLTLAWSLAFL : 78
H arsénic : -----------ELNGS-----GLSILWGIPFIGLLLSIALCPLLTPGFWHHHFGKLTAAWSLAFL : 69
R eutropha : -----------DLDGA-----SLSPLWGLPFAGILLSIAVWPLVAPKFWHHHYGKIAAGWGLLFL : 73
B sp. : -----------TLDGA-----TLSALWGIPFAGILLSIALFPLVAPVFWHHHFGKIAAGWAALFL : 75
B phymatum : -----------SLDGA-----SLSAWWGAPFAGILLSIAVFPLVAPKVWHHHFGKISAAWAVLFL : 89
D acidovorans : -----------EIDGG-----QLSVLWGVPFAGMLLSIALVPLVAPHFWHRHFGKLTAAWALAFL : 71
C testosteroni : -----------EINGA-----AMSVAWGIPFVGMLLSIALMPLLLPQFWHHHFGKVTAGWTLAFM : 68
P naphthalen : -----------SLDGS-----QLSVLWGVPFAGLLLSIALLPLLAPFFWHHHFGKVSAAWALAFL : 79
D sp. : -----------EIDGS-----QLSVLWGVPFAGVLLSIALLPLLAPLFWHHHFGKVTAAWALAFL : 71
V eiseniae : -----------DIDGA-----TLSLLWGLPFAGILLSIALLPLFAPIFWHHHFGKVAAAWALAFL : 72
V paradoxus : -----------ELDGS-----KLSALWGVPFAGILLSIALMPLLAPSVWHHHYGKISAAWALAFL : 73
L cholodnii : -----------DVDGS-----QLGGAWAVPFAGLLLSIALCPLVSPIVWHHHYGKITAAWALAFL : 74
M petroleiph : -----------EIDGS-----ALGVVWAVPFAGILLSIALMPLLVPAFWHHHYGKVALGWAAAFM : 81
T intermédia : -----------TVQTVPD-PATLSLWWGLPFAAMLLSIALMPLFAAKVWHHHQGKITAGWAALFL : 76
R palustris : -----------ELDGA-----ALGGAWGVPFAGILLSIALGPLLAPKIWHAHYGKIAAGWAMLAL : 76
B japonicum : -----------ELDGA-----AMRWPYALPFAGLLLSIALGPLLFAKFWHHHYGKIAAAWSLLAL : 91
M silvestris : -----------ALDGS-----KLPWQLGLPFVGILMSIALGPLFVKEWWHIHYEKAAAVWAMLTL : 76
O carboxido : -----------GLDGA-----QLSVLWALPFIGILLCIATGPVFYPHVWEHHLGKFTLFWSALIV : 72
M loti : -----------ALPGA-----AMSLWWALPFAGLLLSIATGPLLFHHVWEHHYGKIAALWAALVV : 71
X autotrophic : PAAA--AEGLPVLDGAR-----LSPLWAIPFAGMLLSIALLPLLANHFWHHHYGKVALFWGLAFV : 89
L nitroferrum : ------------VNGAE-----LTTLWAVPFAGLLLSIAILPLLAPGLWHHHFGKIAAGWALLFI : 73
R centenum : VQTAPLEAATAHLDGA-----DLSLFWGIPFVGILLSIALMPLLLPRLWHHNFGKVAVFWALAFA : 100
D hafniense : ------------------LGTLLPLYSVIPFVGMLLSIALGPVLFPKFWHHHFGKVSAAWAALLA : 51
S fumaroxidan : -----------GGGDGGGLGERLPIYSGLPFVGMLLSIALMPLFMPRFWHHHFGKVAVFWSLLTA : 86
R intestinalis : ------------GESST---ATVPIWLCIPFAGLLLCIAVLPLVKPEWWEKNQPLAVAVWSLLFI : 77
R sp. : ------------GSKAP---STVPVWLCIPFAGLLLCIAVMPLVKAEWWESHQPLVVALWIILMV : 76
E hallii : ------------GLSDTALGNTLPIWSCIPFAGMLLSIAIFPLIKEEWWEKHKPWVVAFWSLLFL : 77
C eutactus : ------------ESGSKSLGAELPLTWCIPFVCMLLCIAVMPLIAGEWWDKHKQWAVAGWSLLFL : 81
M thermoacetica: ------------AATGNELGKMLPLWSVLPFVGMLLSIAIWPLVNASWWEHNMGKVSLFWSLVFF : 98
A sp2 : ------------SSGAQLG-EILPLWSVAPFALILLAIAVMPLVAPHFWEHNHNKA----ILSAV : 80
C phaeobacte : ----------VTHAPETAHNLLPPVWTVIPFVLLLVMIATGPLFYHHFWEHHYPKVAVG--LGTV : 92
P aestuarii : ----------ATHHTAAAVHHLPPVWMVIPFVVLLLMIATGPLFYHHFWEHNYSKVSVI--LAAI : 94
P phaeoc : ----------AVTF----QKSLPPVWLVTPFIALLVMIATGPLLFHRFWDRHYPKVSVG--LGFI : 88
C limicola : ----------LLHT----AHQLPPLWLVVPFMLLLIMIATGPLFYHRFWERHYQKVATG--LGGV : 86
C tepidum : ----------GEHS------FLPPVWLAAPFVVLLLMIATGPLFYPRFWEHHYQKVSIV--LGVP : 82
R marinus : ----------AAHAAADEHGPRPPVWLVLPFVILLVMIATGPLFYPHHWHHHYPKYAVG--LGLF : 118
A sp1 : ----------ADEDHGDEVHHQAPTWLVIPFVALLLMIATGPLFYEHFWHKNYPKIAIG--LAIL : 84
A asiaticus : ----------QHQQPTEKHNHIPPSWLAIPFILLLCMIASGPLLYEVFWHKHYPKISIL--LSGL : 112
B Ellin514 : --------------------IEPHPAMIIPFGLMLLAIALMPFVHRHWWEHNYPKVAAC--LGAI : 50
C flavus : --------------------LDPHPIFILPFVALLLCIATMPLLLPKVWEHHFKKISLG--LGLI : 52
V spinosum : --------------------ALPSPWMVAPFALLLLCIALMPLFASHFWEHQYPKVAIG--LGLV : 58
ANEXOS
87
NmNhaE : IPFSLVFGASAGIHTVAHALVEEYIPFILLLLALYTISGGILVWGDLNGTPKLNTALLAVGTALA : 133
D vulgaris : VPCAAVFGMQTAIYQVLHTFLLEYVPFLILLFALFTVAGGVRLKGSLVGTPVVNTAILAVGTLLA : 143
D baculatum : VPYALVYGFDLAVYNVLHVLFLEYISFIILLFSLFTIAGGVCLRGSLVGKPQVNVVILLIGTLLA : 149
L intracell : IPCAVIFGIPLTAYQLLHTIFLEYIPFIVLLLVLFTVAGGVRLKGHLIGKPIVNTGLLFIGTILA : 142
E corrodens : IPFTLVYGFSTSLHVLVHALVAEYIPFILLLWALYTISGGILVWGNLHGSPRMNTALLAIGTLLA : 135
K oralis : IPFTLTFGTHQSLHLIAHAMIGEYIPFILLLLALYTISGGILVWGNLHGSAKLNTALLAIGTALA : 136
A vinelandii : VPFAFAFGPHDTFAVIVHALFAEYLPFIVLLFSLYTISGGILVWGNLHGSPRLNTTLLAIGVALA : 136
L nitroferrum : LPFTLAFGPGSMASLVVHALLAEYLPFIVLLLTLYTVSGGILLWGNLHGSPRLNTALLAAGTLLA : 135
L hongkongens : VPAALIYGTGTAAGVVVHALVDEYIPFIVLLFSLYTVSGGILISGNLHGSPKLNTGILALGTVCA : 136
J sp. : LPCAYFFGASTAVHGAVHAFVAEFLPFLILITSLFVVAGGICVRGNLHGTPALNTGLLAIGTVLA : 143
H arsénic : LPCAIYFGAATAVHGAVHAFVAEFFPFLMLITSLFVVAGGICVRGNLHGTPALNTGLLAIGTVLA : 134
R eutropha : LPFAAAFGTHAAAASAGHALLAEYIPFIVLIASLYIVAGGICVRGNLHGTPGLNTGILALGTLLA : 138
B sp. : IPFAFAFGAGTAFGTLVHALLEEYIPFIVLLTALYTVAGGICVNGNLHGTPKLNTAILALGTLLA : 140
B phymatum : IPYAFAFGAAAAFGTLIHALLDEYVPFIVLLTALYTVVGGICVTGNLHGSPRLNAALLALGTALA : 154
D acidovorans : LPFAAVFGAGAALVNLVHALLAEYLPFVILLTALYTVSGGIYVRGNLKGSPGLNTAILAIGAVLA : 136
C testosteroni : LPFALVYGPGAAGMNLVHALLAEYLPFVILLTALYTVAGGIYVRGNLRGSPGLNTAILAIGALLA : 133
P naphthalen : LPFALIYGPGMAAFSFLHALLEEYIPFILLLTALFTVAGGIHIRGNLHGSPGLNTAILGIGAVLA : 144
D sp. : VPFAVVFGPGVAAAGFAHALVAEYLPFVILLTALFTVAGGIYIRGNLHGSPALNAGFLAVGAVLA : 136
V eiseniae : LPFALCFGPAAAGTSLVHAALAEYIPFVLLLTALFTVAGGIYVRGNLHGSPGLNTAILAIGAVLA : 137
V paradoxus : LPFAAIHGAPLAGSQFVHALVEEYIPFIILLTALFTVAGGIHIRGNLHGAPGLNTAILAIGAVLA : 138
L cholodnii : LPFAFFYGPAMAGQGFVHALLAEYIPFIILLTALYTVAGGIYIRGNFHGSPGFNVVLMVIGAVLA : 139
M petroleiph : LPFGALFGAGAAAAALVHAALAEYIPFIILLTALFTVAGGIHIRGNFHGSPGFNVVLMAIGAVLA : 146
T intermédia : IPFAISFGVQATWSAALHTLLHEYLPFVILLTALYTVSGGIAVRGNLHGSPAQNTLLLAIGTVLA : 141
R palustris : APIAIVYGWQSALASLVHALLAEYLSFIVLLFALFTVSGGILVTGTIRATPLLNTGLLAVGTACA : 141
B japonicum : GSLVWLAGGMATLAALVHAMLAEYLGFIVLLFSLYVVAGGILITGDIRGTPAANAGILALGTLMA : 156
M silvestris : GGLIAIVGLDATAAAFVHNMALEYIPFILMLFALFTAAGGIAIDSAIKATPAINCAILAIGSVCA : 141
O carboxido : IPLFLAVDAPTVTSALAHTAFLEYMPFILLLLALFTVAGGIYLEGNLHDSPLSNTALLGIGAVLA : 137
M loti : VPLALAFGIPQATEAVLHALLTEYMSFIILLFALFTISGGILVAGNIHGTPLVNAGLLLVGALFA : 136
X autotrophic : VPFATVYGPSATGHEVVHTALLEYIPFIILLFALFTVSGGVLVTGNIKGSPAVNTLILGIGTLIA : 154
L nitroferrum : VPFALQHGSGATGHELLHTLLLEYLPFIILLVALFTVAGGIYLRGNLHGSPLVNTTFLGIGTVLA : 138
R centenum : IPFAAVEGIDIAGYELLHTLLLDYLPFLILIFTLFVVSGGILVSGNLIGTPNTNLSLLAFGTVIA : 165
D hafniense : VPLIVVYG-KQGVDELLHLLIADYIPFIILIGSLFTVGGGILVRTSLKGTTWVNAGFLTIGAIVA : 115
S fumaroxidan : IPMVAAYG-GTAGFEFYHVMIADYVPFMILLWALFTVSGGILLRGTLRGTPAVNSFMLLIGTVLA : 150
R intestinalis : IPFAVTYSAGDAVETVLECILNDYLTFIVLLFGLFCVAGNITLEGDLAGSPRVNVIFLAIGTLLS : 142
R sp. : VPFAFVYGAGKTAETVLDCIVNDYLTFIILLFGLFCVSGNITMEGDFAGSPRVNVGLLALGTLLS : 141
E hallii : IPFAIAFGGHVALEHLIEVTLGDYLTFIVLLFGLFCVAGNISLQGDLAGNPKVNVVLLLIGTLLS : 142
C eutactus : IPFAIFHGFGTMGEQLLEVMIGDYLTFIVLLFALFCVAGNISLEGDLAGTPKLNVILLLIGTLLS : 146
M thermoacetica: VPFLIAFGSGTAFTQAVEVYLLDYLPFIILLFGLFVVAGGIILRGTLRGNPGVNVLLLLVGTILS : 163
A sp2 : LGIPVIAWIATHDHTVVLHTLHEYVAFILLLGALFVIAGGIVLRGTLSGTPGLNAALLAVGAVLA : 145
C phaeobacte : VALYYGFLMDHGTHVLLHT-LEEYISFIALISSLFIVSGGILIKIGTRGRPVVNGALLFVGALLA : 156
P aestuarii : VAGFYGFFMDHGTHALLHT-LEEYISFIALIASLFIASGGILIKIEQRGRPAVNAVLLFVGAILA : 158
P phaeoc : VACYYGLLMDGGWHVLEHT-LEEYLSFIALISSLFVVSGGILIRIERKGTPLMNALLLFFGAIIS : 152
C limicola : VAVYYGFLMEHGQHALTHT-LEEYLAFIALISSLFVVSGGILIRIERRGQPIVNGLLLLFGAVLS : 150
C tepidum : VALWYAFMAEHGGHMLLHT-LEEYISFIALISSLFVVAGGILIKIERRGTPLLNALLLLFGAVLA : 146
R marinus : VSLYYIFGLGS-TTPVVHA-IEEYLSFIALVASLFIAASGIYININAKGTPRNNAILLFVGSLVA : 181
A sp1 : VVFYYLFVLEN-VHNPVHA-LAEYIQFIALLASLYIASGGILIEIDKKATPFANVSLLLIGSVIA : 147
A asiaticus : VISYYLFVLHN-YIKPTEA-LMEYIQFISLISALYMASGGILINVNKTATPIVNLVLLWIGAILA : 175
B Ellin514 : TATYYIFFIHS-GARILHV-AHEYISFIALIGSLFVVSGGIHIRVKGEAKPWVNCVFLLIGAVLA : 113
C flavus : TVLYYLLGLHA-WGRIAGI-AGEYISFIVFIGSLFVVSGGIHVRTRGEAVPSINALYLLAGAILA : 115
V spinosum : TAAYYLFGLHH-GAAVLHS-MMEYVSFMALIGSLFVISGGINIRVKGEATPFVNTVFLLIGGVLA : 121
ANEXOS
88
NmNhaE : SIMGTTGAAMLMIRPLLKANQNRTRRVHIVIFFIFLVANIGGGLTPLGDPPLFLGFLKGVDFMWT : 198
D vulgaris : SWMGTTGAAMLLIRPLLRANSHRRFRVHSVVFFIFLVANIGGSLTPLGDPPLFLGFLKGVSFFWT : 208
D baculatum : SWMGTTGAAMLLIRPLMRAIAHRKYKVHTIVFFIFLVANIGGSLTPLGDPPLFLGFLKGVSFFWT : 214
L intracell : SWMGTTGAAMLLIRPLIRANEHRKYVIHSVIFFIFLVANIGGSLTPLGDPPLFLGFLKGVHFFWT : 207
E corrodens : SVMGTTGAAMLMIRPILKANDNRKHRVHVVIFFIFLVANIGGGLTPLGDPPLFLGFLKGVDFLWT : 200
K oralis : SVMGTTGAAMLMIRPLLKANDNRKHNVHVVVFFIFLVANIGGGLTPLGDPPLFLGFLKGVDFGWT : 201
A vinelandii : SLMGTTGAAMLMIRPLLRANDNRKHRVHVVVFFIFLVANIGGGLTPLGDPPLFLGFLKGVGFFWT : 201
L nitroferrum : SVMGTTGAAMLLIRPLLKANDNRRHNVHVVVFFIFLVANVGGGLTPLGDPPLFLGFLKGVDFFWT : 200
L hongkongens : SLMGTTGAAMLLIRPLLRANDNRKHNVHVVVFFIFLVANIGGGLTPIGDPPLFLGFLKGVDFFWT : 201
J sp. : SFMGTTGAAMLLIRPLIRANDNRKHGAHIVVFFIFLVANAGGALTPLGDPPLFLGFLKGVDFFWT : 208
H arsénic : SFMGTTGAAMLLIRPLIRANDHRKHAAHIVVFFIFLVANAGGALTPLGDPPLFLGFLKGVDFFWT : 199
R eutropha : SFMGTTGAAMLLIRPLLRANDNRRHVAHVVVFFIFLVANAGGSLTPLGDPPLFLGFLKGVDFFWT : 203
B sp. : SVMGTTGAAMLLIRPLLRANDNRKHVVHVVIFFIFLVANAGGSLSPLGDPPLFLGFLNGVSFFWT : 205
B phymatum : SIMGTTGAAMLLIRPLLRANDNRRHVVHVVVFFIFLVANAGGSLSPLGDPPLFLGFLNGVGFFWT : 219
D acidovorans : SFMGTTGASMLLIRPLLRANDNRRHQVHVVVFFIFIVSNAGGSLTPLGDPPLFLGFLKGVDFFWT : 201
C testosteroni : SFMGTTGASMLLIRPLLRANDNRRHQAHVVVFFIFIVSNAGGALTPLGDPPLFLGFLKGVDFFWT : 198
P naphthalen : SFMGTTGASMLLIRPLIRANDNRAHKAHVVVFFIFIVSNAGGSLTPLGDPPLFLGFLKGVDFFWT : 209
D sp. : SFMGTTGASMLLIRPLIRANDNRKHVAHVVVFFIFIVSNAGGSLTPLGDPPLFLGFLKGVDFFWT : 201
V eiseniae : SFMGTTGASMLMIRPLLRANDNRKHVAHVVVFFIFIVSNAGGSLTPLGDPPLFLGFLNGIDFFWT : 202
V paradoxus : SLMGTTGASMLLIRPLIRANDNRVSKAHVVVFFIFIVSNAGGSLTPLGDPPLFLGFLKGVDFFWT : 203
L cholodnii : SFMGTTGASMLMVRPLIRANDNRKHAAHVIVFFIFIVSNAGGSLTPLGDPPLFLGFLKGVDFFWT : 204
M petroleiph : SFMGTTGASMLLIRPLIRANDNRRHAAHVVIFFIFIVSNAGGSLTPLGDPPLFLGFLKGVDFFWT : 211
T intermédia : SVMGTTGAAMLMVRPVIRANDGRRHNAHVLVFFIFLVANVGGALTPLGDPPLFLGFLKGVDFFWT : 206
R palustris : SLIGTTGAAMILVRPLIRANAGRRHNVHVMVFFIILVANIGGALSPLGDPPLFVGFLRGIDFFWP : 206
B japonicum : SVVGTTGAAMILIRPLIRANRPRRRNAHVVIFFIILVANVGGALSPLGDPPLFVGFLHGVDFFWT : 221
M silvestris : SLIGTTGASMILVRPLIRANAGRPYNAHVLVFFIFLVSNIGGALTPLGDPPLFLGFLHGVDFFWT : 206
O carboxido : SIVGTTGAAMILIRPLIRANDERQYNAHVVVFFIFLVANIGGALSPLGDPPLFLGFLKGVDFFWT : 202
M loti : SVIGTTGASMILIRPIIRANDARPFNAHVVVFFIFLASNIGGSLTPLGDPPLFVGFLRGVDFFWT : 201
X autotrophic : SLIGTTGASMVLIRPLLRANDERRHNVHTVVFFIFLVSNIGGSLTPLGDPPLFLGFLKGVNFFWT : 219
L nitroferrum : SFTGTTGASMLLIRPLLRANDNRRHKTHVVVFFIFLVANIGGSLTPLGDPPLFLGFLKGVSFGWT : 203
R centenum : SLVGTTGASMLLIRPLLRANQERKTKVHVFVFFIFLVSNIGGSLTPLGDPPLFIGYLQGVDFGWT : 230
D hafniense : SWMGTTGAAMLLIRPFLRVNKDRKYKAFMVVFFIFMVANVGGSLTPLGDPPLFLGFLHGVPFFWT : 180
S fumaroxidan : SWMGTTGAAMLMIRPFLRANNYRRNRSFMVVFFIFLVANIGGCLTPLGDPPLFLGFLHGVPFTWT : 215
R intestinalis : SCIGTTGASMLMVRPMIKMNSWRQHKSHIMVFFIFLISNMGGCLTPIGDPPLLMGFMRGVPFFWS : 207
R sp. : SCIGTTGASMLMVRPVIKMNSWRKRKGHIMIFFIFMVSNMGGCLTPIGDPPLLMGFMRGVPFFWS : 206
E hallii : SWIGTTGASMLMIRPIIRANKWRQRKVQIMVFFIFLISNIGGCLTPVGDPPLLMGFMNGVDFFWS : 207
C eutactus : SWIGTTGASMLMIRPIIKANKWRRRKVQIIVFFIFLVSNIGGCLTPVGDPPLLMGFMNGVDFFWS : 211
M thermoacetica: SWIGTTGASMLMIRPVIRANEWRRYKAHIIIFFIFLISNIGGALTPVGDPPLFLGYLRGVPFFWT : 228
A sp2 : SIVGTTGASMLLVRPLLRANSVRKRVAHVVVFFIFVVSNAGGLLTPLGDPPLFLGFLRGVPFLWT : 210
C phaeobacte : DVIGTTGASMLLIRPFMRINEGR-IKPFHIVFFIFLVSNIGGGLTPIGDPPLFLGFLKGVPFFWI : 220
P aestuarii : DIIGTTGASMLLIRPYLRINEGR-LKPFHVVFFIFIISNVGGGLTPIGDPPLFLGFLKGVPFFWI : 222
P phaeoc : NLVGTTGASMLLIRPYMRINKGR-LKPFHIVFFIFIVSNIGGALTPIGDPPLFLGFLKGVPFFWV : 216
C limicola : NLIGTTGASMLLIRPFMRINEGR-LKAFHIVFFIFIVSNIGGGLTPIGDPPLFLGFLKGVPFFWV : 214
C tepidum : NVVGTTGASMLLIRPYLRVNKGR-LKPFHIVFFIFIISNIGGALTPIGDPPLFLGFLRGVPFFWV : 210
R marinus : NLIATTGAAMLFVRSYMRLNKGR-LKPYHLIFFIFLVANVGGGLTPIGDPPLFLGFLRGVPFFWT : 245
A sp1 : NLIGTTGASMLLIRPFIRLNKGN-IQAYHIIFFIFMVSNVGGSLTPIGDPPLFLGFLKGIPFFWT : 211
A asiaticus : NFIGTTGASMLLIRPYIRLNQDR-IKTYHIVFFIFIVSNVGGALTPIGDPPLFLGFLKGVPFFWT : 239
B Ellin514 : NFIGTTGASMLLIRPWIRMNKYR-ITAFHIVFFIFIVSNLGGCLTPIGDPPLFMGYLKGVPFWWM : 177
C flavus : NLIGTTGASMLLIRPWIRMNKYR-FTMYHTAFFIFIVSNVGGCLTPIGDPPLFLGYLKGVPFWWV : 179
V spinosum : NLIGTTGASMLLIRPWIKMNKYR-ITKFHIVFFIFIVSNVGGALTPIGDPPLFLGFLRGVPFWWV : 185
ANEXOS
89
NmNhaE : VKHMFAPVLISTAVLLTAFYFIDNRFFKQ------------------ESIAQDTPAQQE------ : 239
D vulgaris : TSHLLMKTILVSVILIAAFFVLDTVLFNRE-----------------GRPVPPNAESG------- : 249
D baculatum : TVHMFVPFAVISTILLALYFAIDTVLFNKE-----------------GRPESPDAGQD------- : 255
L intracell : TTHLFPMTVILSILLLTIYFILDSILYKKE-----------------GSPLPQNISDNP------ : 249
E corrodens : VQHMLPPVLISAAVLLTVFYILDSKYFAQA-----------------DEILAKDPSPDS------ : 242
K oralis : VVHMFPPVLISTIVLLTVFYILDSRYFARA-----------------DEILPKDPTPDSHFQAAF : 249
A vinelandii : VEHMLLPVLLSSAALLTVFYFIDRYFYARE-----------------DELLPRDPSPDS------ : 243
L nitroferrum : VRHMGLPVLAAALALLAVFYLVDSYYYRKE-----------------G-VLPRDPSPDT------ : 241
L hongkongens : LEHMVLPVVMASVLLLVLFYFIDSYFYRKE-----------------N-IEPADPTPDT------ : 242
J sp. : VRHLFAPTLFICVALLIIFYVLDSHYYHKR-----------------EEVKPPELDP-------T : 249
H arsénic : VRHLFAPTLFLCSVLLIIFYLLDSHYYHKR-----------------EEIKPPEQDP-------T : 240
R eutropha : MRNIFPETVFICVVLLVLFYLVDRHYYQNK-----------------EEELPPRSDP-------T : 244
B sp. : TTHLALPMLFICVVLLTLFFMLDTYFYRKG-----------------GEERPAVLDP-------T : 246
B phymatum : TLHLALPMLFICGVLLAVFYALDSYYFRHR-----------------EEVLP--VDP-------S : 258
D acidovorans : VRHIFTETLFLVGVLLALFYAIDTWLLRKA-----------------GEADLPDPTPSID---AS : 246
C testosteroni : VSHIWGPMLFLTLALLAVFYVLDHRLMGHK-----------------GETDLPDPTPSMD---AT : 243
P naphthalen : ASHIFPETLFLIGSLLAIFYALDAWFYHRR-----------------EELMPLDPTP-------D : 250
D sp. : AAHVFPETLFLIGVLLVLFYALDSWYYRQA-----------------GELGAADPTP-------D : 242
V eiseniae : ARHILPETLFLVGALLLIFFALDTWFYHRR-----------------EELLPADPTP-------D : 243
V paradoxus : ARNILPNTLFLVGMLLALFYVIDRHLYRKE-----------------G-VLPFDPTP-------D : 243
L cholodnii : LSHIFPETLALVGALLAIFFVIDTWYYRRE-----------------G-VVRADPTP-------D : 244
M petroleiph : VKHIFPETLFLVGALLAIFYVIDRHYYVKE-----------------G-VCPVDPTP-------D : 251
T intermédia : LKHLLVPTALLCALLLAVFYVLDRWFWSQE-----------------AERPAIDPTPDS------ : 248
R palustris : VQHLWQQTLIVAGILLTIFYLLDLWYARH--------------------DPP-AET--------- : 241
B japonicum : TRNIWLQTTIVAGLLLVIFVAVDVWRFRS--------------------EPPPGDTG-------- : 258
M silvestris : AKHLWPETLFAVSALLAAFFVVDSYFLRQ--------------------ETPDAGPR-------- : 243
O carboxido : TQHLWLETLTTGGIVLAVFCVLDIYFHRRE-----------------GRARK-KDPT-------- : 241
M loti : TANLWRETLFVGGLVLAVFLAIDIILHRRE-----------------AGAPKIKDPT-------- : 241
X autotrophic : TTHLLHDTAVIAAILLVAYYLLDRYFYAKE-----------------DPALKRTDPTPP------ : 261
L nitroferrum : LRHLLPLMAFASVALLVLFYLLDRHYYHKE-----------------ENLPPLADPTP------- : 244
R centenum : VEHMFGPMMLMSVVLLAVFYLIDSIAWRRE-----------------GLPMPEEESR-------- : 270
D hafniense : LR-LITPMAVVLAGLLLMYIAFDKYYLAKEQKEAGLALASSAGDRAVAATQNIANEG-------S : 237
S fumaroxidan : FN-LLPEMLVVVAIVLGMYFLLDFYMYKKE-----------------GVTPPVEEDA-------K : 255
R intestinalis : LH-LFPILIFNMVILLTVFYLLDRHNYRKD--------------IANGRKPDISKAGT------- : 250
R sp. : LH-LFPVLIFNMVILLFVFYQIDKRSYRKD--------------IANGRKPDIRKPGT------- : 249
E hallii : LH-LLPVMIINVIILLTLFFLIDTRAYKKD--------------IAAGFRPEMKTEENR------ : 251
C eutactus : LR-LAKVMGVNLIILLTVFFFLDTRAYKKD--------------IADGRVQPVFDKDTK------ : 255
M thermoacetica: MR-LILPMGFNVLILLTLYYFLDSYFYRKE--------------KVP------RAKGGQ------ : 266
A sp2 : MR-LWLEWLFVNGALVAIFYVVDSTIFRKE-----------------DIATPGDLDEQA-----E : 252
C phaeobacte : LSEIWHIWLITVIVLIGVFMIFDTIAGKGI-----------------VPKDFGSET--------- : 259
P aestuarii : LKEIWPIWLATVLALIGVFMVLDAKAGKGT-----------------VPEELKGKT--------- : 261
P phaeoc : LPKVWLPWLITVAGLLLIFIILDVKRGT--------------------GDMKGAEV--------- : 252
C limicola : LSKVWLPWTVTIAGLVALFMLLDAKAGD--------------------PVKSAGEQ--------- : 250
C tepidum : IQHLWLPWLVTIGLLTAIFLVLDLKAGK---------------------NEAEQEY--------- : 245
R marinus : LTHVWFVWLPTVLLILAVFYVIDARNKIE--------------------SPDPDPS--------- : 281
A sp1 : LEHNWPAWIVALILLAVAFYFIDKKLGKAS-----------------EDEIELEEITY------- : 252
A asiaticus : LQHNLLPWLLAILMLSLIFFWLDNRNVVNG-----------------KKNIVLSKS--------- : 278
B Ellin514 : LQNAWAAWLIGMLALLGIFYALDRANFLRA-----------------PKEVRDREIP-------- : 217
C flavus : TLKCLPAWGLAVACIVAAFYAIDRVNFLAA-----------------PRAIREQQTA-------- : 219
V spinosum : IQHVWTTWLWAMALLLGVFFVLDKKNFARA-----------------PKEVAAKEAA-------- : 225
ANEXOS
90
NmNhaE : -KPEKIAIFGKWNFLLLSGVVGAVLMSGLWKPEHPGFEILG---------------SRYALQNLV : 288
D vulgaris : ---EKLGLDGVVNLPLLGGVVALVLMSGLWKPE-VAFNVYG---------------IEVELQNLA : 295
D baculatum : ---GKLRLEGTANLLLLAGVVGGVLMSGMWKPG-VEITVYE---------------VHVELQNIL : 301
L intracell : ---GQLGIEGKVNLILLLCVVLTVLMSGVWNPD-ISINIYG---------------ISIALQDLS : 295
E corrodens : -PPEKIKLMGKWNFLLLGGVVAAVMMSGIWKPAHPGLEIFG---------------THYALQNLA : 291
K oralis : PAVDGIKIYGKINFLLLAGVIGAVLLSGLWKPESHGFEILG---------------AHLEPQNMA : 299
A vinelandii : ----PLRLYGSVNFLLLGGVIGAVLLSGIWKPG-VAFTVMG---------------TPIEWQNLM : 288
L nitroferrum : ----PLKLYGQFNFLLIAGVVGAVLLSGLWKPG-LSIDVLG---------------TPLELQNAV : 286
L hongkongens : ----PFRIFGSFNFILLGVIVAAVLMSGLWKPG-IQFEILG---------------AKWQLQNIV : 287
J sp. : PDS-AIRFEGKINFVLLGIIVAMVLMSGFWKPG-ISYVFVG---------------NTIELQNLL : 297
H arsénic : PDS-ALRFEGKINFILLGAVVALVLISGFWKPG-IAYSFFG---------------NTVELQNLL : 288
R eutropha : PDSGGIAIEGKFNFVLLLAVIGLVLMSGLWQPG-IAFDVLG---------------TEVPLQAAV : 293
B sp. : PDNDRLSIDGKINFVLLVAVIGLVLMSGVWKPG-ITFDVWG---------------THVALQNLV : 295
B phymatum : PDTRTLGAIGKVNFVLLALVIALVLMSGIWKPG-ITFDVAG---------------THIELQHIV : 307
D acidovorans : GRASRLGFDGSVNFALLLAVVALVLMSGLWRTD-AGLVLAG---------------THVGLPGLV : 295
C testosteroni : GARSRLGFEGRVNFVLLMVVVALVLVSGIWRTP-AGFEIAG---------------THVSLPGLV : 292
P naphthalen : TR--SIGFDGAANFWLLAAVAGLVLLSGIWKSA-VVFNIAG---------------TDIGLPGLV : 297
D sp. : SAPAALGFDGKINFVLLLAVVGLVLLSGIWKSP-VEWVIAG---------------TPLGLPGLV : 291
V eiseniae : DR--AIGFDGKANFALLGLVVALVLLSGIWKSP-LSWHIAG---------------AQVGLPGLV : 290
V paradoxus : TR--RVGFDGAANFWLLGGIVFFVLLSGVWKSP-VGFEVFG---------------THVGLPGLV : 290
L cholodnii : DH--SFGIEGHINGLLLLGVVALVLMSGTWKPG-ISFDIAG---------------TPVGLEQVV : 291
M petroleiph : TP--GFAIEGKVNLLLLGVVVALVLMSGTWQPG-IEFAVFG---------------TPVGLPQLV : 298
T intermédia : ----PLGIIGAWNVLWLVVIVIAVLHSGLWKPG-ITVTILG---------------QSLDLQNLT : 293
R palustris : -AEQPVGFRGSINFVLIAGIIGTILACSQWRSG-IAFNVYG---------------TRVALENLV : 289
B japonicum : -PLKPVRIRGLVNLVLIAAIVASLLASAMWKPG-IAFDILG---------------TRLELEDIA : 306
M silvestris : -PPFAVKASGLVNVGLIAIAICAIVLSGLWRPG-LGVDVLG---------------TRIELQNIV : 291
O carboxido : -PDSPLKLHGKINLLLLAVIIAAILMSAKWKPG-IAFNVAG---------------AELELQDLL : 289
M loti : -PDSKVRIRGLPNIPLLAGVIGAILLSATWKPG-VSFSIQG---------------VTLELQNLV : 289
X autotrophic : --TEKIGLRGAQNLPLLVGIIGAILLSALWKPG-VTFDIYG---------------THVELQWIV : 308
L nitroferrum : --DSKLRLEGSINLLLLGAIVGAVLLSGTWKPG-INWTIGG---------------LEIELQSVV : 291
R centenum : ----QIRIQGGHNILYLAGVVGVVLTTGPWEPE-WSLHIWH---------------LSFPLDSLV : 315
D hafniense : APEKKLEILGAQNFILLAAIIGVILFSGYVKMS--EVSILG---------------VHLGWQDVI : 285
S fumaroxidan : EP---LRLDGSLNFLFLAGIVGAVLMSGLADWG--SVDIFG---------------AHCTVADMV : 300
R intestinalis : ----TLKIDGLHNIIFLIMIVAAVILSGTLPNLAAFQDAAG-NVRGIRVFRE----VTLGFPSII : 306
R sp. : ----QFRLDGLHNIIFLVMIVGAVILSGVLPGMSAFQDAAG-NVRGIHLFGE----VTLTFPALI : 305
E hallii : ---VKLHLDGAHNILFLLIIVAGVILSGVLP--TTFPVFS----EGLTIMG-----VTLSYASII : 302
C eutactus : ---KPVRLKGAHNIIFLVMIVGAVILSGVLP--MKFPVFA----KGINFCEG----VTLSWASII : 307
M thermoacetica: ---DPLRVEGLQNLIYLGIIVGAVILSGILAKNPAFADQQTGNLYGITIFRHGEEAVVLPYTNII : 328
A sp2 : AHKVPLSIAGRLNFLYLAGVVGVLLAAGSLRLP------AG-----------------------V : 288
C phaeobacte : --DKKFEIQGSRSFIFLAVIIVAVFLDPAVISGFPSLQKMF------------------HVPFGI : 304
P aestuarii : --GGGVKIVGSRNFLFLIVIIISVFLDPAVIAGFPSLQDMF------------------HVPFGI : 306
P phaeoc : --NGGVSITGRRNFLFLAVIIAAVFLDPAVIEGIPSLQKLF------------------HLPFGI : 297
C limicola : --GGGIRITGGKNFLYLAVIILAVFLDPAVISGFPSLQKLF------------------HLPFGI : 295
C tepidum : --SGRITLIGRRNFLYLIPLIGSIFLDPAVIPGFPSLQEIF------------------HVPFGI : 290
R marinus : --QPLVQIRGAKNFLWVLVIILSVFIDPNVFEWVPDLHELY------------------HIPFGI : 326
A sp1 : --TNKFSLIGMKNFGWLFIIICSVFLDPNVIDGVPAIVYDG------------------QKFSYL : 297
A asiaticus : --SRAIEIVGKRNFIWLLLVILAVFVDPNIFDWVPAIHYHG------------------HDFSFV : 323
B Ellin514 : --LETWNITGWRNVAFLVVILVAVFIKH---------------------------------PPGV : 247
C flavus : --HEEFKIEGLANLGWLALILAAVFLKH---------------------------------PPGL : 249
V spinosum : --NETWLFRGLHNVGFLLVVLIAVFLPQSWKIGT------E------------------QFSISV : 264
ANEXOS
91
NmNhaE : RDVILIALTAVSMAITPKQVRAGNEFNFEPIAEVGKLFLGIFITIFPVLSILKAGEAGALGGVVS : 353
D vulgaris : RDLGLLGIAALSLKLTSTECRRLNEFTWGPIEEVAKLFAGIFVSMIPAIAILKAGEAGALAPVIN : 360
D baculatum : RDVLLVALAFVSLKITAPEIRRRNEFDWEPIREVAKLFSGIFISMIPAISILRAGMDGALNGIIS : 366
L intracell : RDIILLLLTGISLKLTKKESRKLNGFSWEPIQEVAKLFIGIFISMIPAITILRAGEHGVLAPVIE : 360
E corrodens : RDLILVALAVTSLAITPKQVRAGNEFNWGPIAEVGKLFLGIFITIAPVLAMLQAGEHGAFAPLIS : 356
K oralis : RDAILIVLALISLWVTPKQVRAGNEFNFDPIAEVAKLFAGIFITIAPVLAMLQAGEKGAFSGVIA : 364
A vinelandii : RDLLMLGLALVSLKVTSKQVRAGNDFDWGPIQEVAKLFAGIFLTIVPVLAILRAGSEGHLAGLVA : 353
L nitroferrum : RDLILLLIALLSLALTPRQVRAGNDFNWAPMLEVGKLFAGIFITIVPAIAILRAGSDGHLAALVA : 351
L hongkongens : RDLIMIGVALASLQFTPKKLRELNEFNWFPILEVAKLFAGIFIAMAPAIAILRAGVGGAMAPLVQ : 352
J sp. : RDVALIAVVFLSLAVTPKTARSGNEFSWGPIQEVGKLFAGIFITIIPVIAMLRAGESGAFSAIVR : 362
H arsénic : RDGLLIVVIFLSLWLTPEGARRGNDFSWGPIQEVGKLFAGIFITIIPVIAMLRAGESGAFASIVR : 353
R eutropha : RDALLVVVAVVSLLVTPQAARAGNEFNWEPILEVGKLFAGIFLTIIPVIAMLKAGTDGAFSGVIR : 358
B sp. : RDVALVGVTLASLALTPRSAREGNAFNWAPIEEVAKLFAGIFVTIAPVIVILRAGADGAFAQIVH : 360
B phymatum : RDVALIVVTLVSLAVTPRAAREGNAFNWAPIEEVAKLFAGIFVTIAPVITMLQAGEAGAFSAIVY : 372
D acidovorans : RDAGLIVVALLSLRLTPRSVHQANEFGWGPMQEVAKLFAGIFLTIIPVIAMLKAGTGGPFGAIVG : 360
C testosteroni : RDLGLLAVALLSLKLTPARVHRANEFGWGPMQEVAKLFAGIFLTIIPVIAMLKAGAEGPFGAVVR : 357
P naphthalen : RDAGLVAITLLSLNITAAKVHADNQFSWGPMLEVAKLFAGIFLTIVPVIAMLKAGTSGPFGAVVS : 362
D sp. : RDAGLIAVTVASLALTPRQVHADNQFGWGPMQEVAKLFAGIFLTIIPVIAMLKAGVNGPFGAIVS : 356
V eiseniae : RDLGLVLVTLLSLRITPAQVHADNRFGWAPMQEVAKLFAGIFLTIIPVIAMLRAGIDGPFGAIVA : 355
V paradoxus : RDAGLIAITLVSFKTTAAKVHVDNQFEWGPMAEVAKLFAGIFLTIIPVIAMLKAGAHGAFAPVIA : 355
L cholodnii : RDVGLIVITLLSLEFTPHNARQQNQFNWAPMQEVAKLFAGIFLTIIPVLAMLKAGTAGAFAPIVN : 356
M petroleiph : RDVALVGVTLLSLKLTPRGVHDSNQFNWAPMLEVGKLFAGIFLTIAPVLAMLKAGPAGVFASIVG : 363
T intermédia : RDAALVLVALLSLATTPWQARHENQFTWGPMIEVGKLFLGIFLTIIPVIAILRAGSGGALAGLVS : 358
R palustris : RDGGLIVLALLSLWWTADEHRSANGFTWEPIREVAKLFAGIFVAIIPVLAMLQAGKAGLFAPVLD : 354
B japonicum : RNVALLAIAALSVWLTPDEHRQANGFTWEPIREVAKLFAGIFVAIIPVIAMLDAGHHGAFAWLLS : 371
M silvestris : REAVMVAVALASLALTNKSTREANGFDWEPIREVAYLFAGIFICIIPVMAMLKAGKEGPFGVVIA : 356
O carboxido : RDAIFVLVAIASIRLTRKADRDANGFSWGPIREVAILFAGIFICIIPVMAMLQAGSNGAFANLLA : 354
M loti : RDAIILALAFVSLAVSRKEYREANGFNWGPIAEVAKLFAGIFICIVPVIAILRAGHEGALAPLVA : 354
X autotrophic : RDVLLVALALVSLAITPTIVRERNGFDWEPIMEVAKLFAAIFLTIIPVIAILKAGSRGAFSPLVD : 373
L nitroferrum : RDVLLLGIAALSLALTPGRCRAANAFNWGPMLEVAKLFAGIFVTMIPVLAMLKAGSAGAFGNLVA : 356
R centenum : RDVALIAIAAMSLKSTRRSIRVENAFTWTPIQEVAILFLAIFLTMIPALAILRSGTDGALAGLAH : 380
D hafniense : RNLVLVAIMVISMKITAKTVREENEYSWGPILEIVYLFFGIFVTMAPALAILKAGESGALSFITA : 350
S fumaroxidan : RDGILVLMGILSLLTTATNVREDNDFTWAPILEVGYLFAGIFISMVPCLLVLKAGSKGAADFVIE : 365
R intestinalis : EVAIILLAALLSFKTTDSQIRTSNHFTWGAIKEVAVLFIGIFITMQPALMLLKSMGP-------- : 363
R sp. : EIVIILLAAFLSFKTTDKQIRIRNHFTWGAIQEVAVLFIGIFITMQPALMLLKAVGP-------- : 362
E hallii : EIAMILASAYLSFKTTKKEVRSSNHFTWDAIQEVAILFIGIFITMIPALLILKARGS-------- : 359
C eutactus : EIVIMLAAALLSFKTTSKKVRKANNFTWGAIEEVAILFIGIFITMIPALLILKARGS-------- : 364
M thermoacetica: RDLAILLAAFLSWKTTSMDIRKDNRFTWGPIKEVAILFAGIFMTMIPALAILHARGA-------- : 385
A sp2 : QEAGMLLMVALSWWTTPRDLRRENGFTWGPIVEVAVVFAGIFCTMIPALQILNARGS-------- : 345
C phaeobacte : REAIMFTVCFVAFKTADKDAMKGNEFNFEPIKEVAFLFIGIFATMIPALELIGAYAQS------- : 362
P aestuarii : REVIMFAVAFIAYKAADQDALKGNEFNFEPIKEVAFLFIGIFATMIPALELIGAYAAS------- : 364
P phaeoc : RELIMFMVAIAAYKFSNHEAFKGNEFNFEPIKEVAFLFIGIFATMIPALELIGYYASS------- : 355
C limicola : RELILFAVSVAAYKTADHQALKGNEFNFEPIKEVAFLFIGIFATMIPALELIGAYAAV------- : 353
C tepidum : REVIMLTIAVVAYKTANQDALGGNEFNFEPIKEVAFLFVGIFATMIPALQLIGAYAQS------- : 348
R marinus : REIIMFSVAVLAYKLADREALRKNEFTFEPIREVGWLFLGIFATMQPALQLISLFAHD------- : 384
A sp1 : REVIMLTVAFLSFRFADKRAIEGNEFNFEPIREVAFIFIGIFGTMMPALELVGNFAKS------- : 355
A asiaticus : RELLLLLLAWFSYRYASRIALQSNAFNFAPIKEVVLIFIGIFGTMMPALTLISNFAQS------- : 381
B Ellin514 : SEALMFGAAIGSYFATPGQIHKANHFTFEPIREVAWLFVGIFLTMVPALDYLKVHAGE------- : 305
C flavus : REVLMAGAAIGSYRTTPRRVHEANHFTFGPIKEVAWLFAGIFATMVPTLDYLECHAAS------- : 307
V spinosum : TALIMVAAAVASYLTTSKPVHEANDFNFGPVKEVGYLFIGIFLTMVPALELLGSGKG-------- : 321
ANEXOS
92
NmNhaE : LVHDTAGHPINVMYFWMSGILSAFLDNAPTYLVFFNMAG----------GDAQALMTG------- : 401
D vulgaris : MV-THDGQPVNTMYFWLTGILSSFLDNAPTYLVFFNTAG----------GDAMHLMN-------- : 406
D baculatum : MVKTAEGLDNHTMYFWLTGALSAFLDNAPTYVVFFNTAG----------GDAQRLMT-------- : 413
L intracell : LV-FKDGQPVNSMFFWLTGILSSFLDNAPTYLVFFNTAT----------GDATHLMG-------- : 406
E corrodens : LVHDASGNPINTMYFWMTGMLSAFLDNAPTYLVFFNMAG----------GDAHTLMNG------- : 404
K oralis : LVHDAAGKPINAMYFWMSGMLSGFLDNAPTYLVFFNMAG----------GNPHELMRG------- : 412
A vinelandii : AVTRTDGTPIDGMYFWMSGLLSGFLDNAPTYLVFFNLAS----------GDAQTMMN-------- : 400
L nitroferrum : LVSGEDGMPVNAMYFWLTGLLSSFLDNAPTYLVFFNLAA----------GDAQLLMK-------- : 398
L hongkongens : LVSTPDGQPIDGMYFWMTGILSSFLDNAPTYLVFFNLAH----------GDPVHLMG-------- : 399
J sp. : AVTDGNGQPINAMYFWATGLLSSFLDNAPTYLVFFNTAG----------GDAATLMT-------- : 409
H arsénic : AVTDGNGAPINGMYFWATGILSSFLDNAPTYLVFFNTAG----------GDAATLMT-------- : 400
R eutropha : AVSDSNGQPVDGMYFWATGLLSSFLDNAPTYLVFFNTAG----------GDAATLMT-------- : 405
B sp. : LVTGPDGKPIDAMYFWATGILSSFLDNAPTYLVFFNLAG----------GDAQSLMT-------- : 407
B phymatum : VVNDTAGQPRDQMYFWATGLLSSFLDNAPTYLVFFNLAG----------GDAQELMT-------- : 419
D acidovorans : AVTRADGTPDPLMYFWATGLLSSFLDNAPTYLVFFNTAG----------GDAAQLMT-------- : 407
C testosteroni : AVTNADGTPNPAMYFWATGLLSSFLDNAPTYLVFFNTAG----------GDPAHLMT-------- : 404
P naphthalen : SVTRPDGTPDPAMYFWATGALSSFLDNAPTYLVFFNTAG----------GDAQAMMT-------- : 409
D sp. : AVTRPDGSPDPAMYFWATGLLSSFLDNAPTYLVFFNTAG----------GDAATLMT-------- : 403
V eiseniae : AVTRPDGQPDPAMYFWASGLLSSFLDNAPTYLVFFNIAG----------GDPAVLMT-------- : 402
V paradoxus : AVTRPDGQPDPAMYFWASGILSSFLDNAPTYLVFFNTAG----------GDPATLMT-------- : 402
L cholodnii : LVTAPDGQPIPAMYFWASGLLSSFLDNAPTYLVFFNLAG----------GDPQVLMT-------- : 403
M petroleiph : LVTAPDGQPIPAMYFWASGLLSSFLDNAPTYLVFFNLAG----------GDPQVLMT-------- : 410
T intermédia : LTSDAQGQPIAAAYFWLTGALSSFLDNAPTYLVFFNLAG----------GDAAQLMA-------- : 405
R palustris : AVSGSDGTPREVPYFWFTGLLSAVLDNAPTYLVFFELAG----------GQPAELMG-------- : 401
B japonicum : AVTAPDGTPREVAYFWFTGVMSAFLDNAPTYLLFFELAG----------GDPQVLMH-------- : 418
M silvestris : LLEHADGSPNNPVYFWATGLLSSFLDNAPTYLVFFELAG----------GDPAKLMG-------- : 403
O carboxido : LVSRADGSANPAAYFWLTGALSSFLDNAPTYLVFFQLAG----------GDPQVLMT-------- : 401
M loti : LVTSAQGTPNNLAYFWLTGALSSFLDNAPTYLVFFELAG----------GDPHHLMT-------- : 401
X autotrophic : LVTGADGQPVNVWYFWLTGSLSAFLDNAPTYLVFFNLAG----------GDPHQLMG-------- : 420
L nitroferrum : MVNDGSGTPLNPAYFWLTGALSSFLDNAPTYLVFFNLAG----------GEPGQLMT-------- : 403
R centenum : FVTGPDGNPIPAAYFWLTGALSSFLDNAPTYLVFFNLAG----------GDPEILMG-------- : 427
D hafniense : AVKEPAQ------YFWITGALSSFLDNAPTYLTFFSTAL----------GQFYPGVAEGPAVAQF : 399
S fumaroxidan : AVREPAH------FFWASGILSSFLDNAPTYLTFFSTAL----------GRFYPGMPESVAVPRF : 414
R intestinalis : ----ELGLSKPLEMFWATGALSSFLDNTPTYLVFLTTAGTL--------GFTQGIATTVG----- : 411
R sp. : ----NLGVTEPAEMFWATGALSSFLDNTPTYLVFLTTAGTL--------AFTNGITTTLG----- : 410
E hallii : ----SLGLTEPWQFFWITGALSSFLDNTPTYLVFFTTAASL--------GFSSGIQTLTS----- : 407
C eutactus : ----ELGLTHPAQFFWMTGLLSSFLDNTPTYLVFFTTAASS--------GFTEGISTAMG----- : 412
M thermoacetica: ----ELGLTHPAQFFWATGALSSFLDNAPTYLVFLTTATSL--------GATTGVPTTLG----- : 433
A sp2 : ----ALGITEPWQFFWATGVLSSFLDNAPTYLTFASAASGLL------ETDASNLSLLVAS---- : 396
C phaeobacte : --HAAEFSVSR--FYWLTGALSGVLDNAPTYLNFLAGSMGKFGSDIGSVEAVRTFADGIPSPVAA : 423
P aestuarii : --HAGDFSVTR--FYWMTGALSGVLDNAPTYLNFLAGSMGKFGLDIGAMSSVKEFSEGVASPIAN : 425
P phaeoc : --HAADFSVSR--FYWLTGALSGVLDNAPTYLNFFAGALGKFGLDIGSPEDIRHFATGVASPLQG : 416
C limicola : --HAGDFSVTV--FYWMTGALSGVLDNAPTYLNFLAGALGKFGLDIGSSADIRSFAAGVASPVQG : 414
C tepidum : --HAAEFTVTK--FYWFTGILSGVLDNAPTYLNFLAGALGKFGLDSNSIADVVKFSRGMDSPIAG : 409
R marinus : --HAEQLTVGM--FYWGTGSLSSVLDNAPTYLNFLAAAMGKFGLDVNVPEQVRAFAEASVHP--- : 442
A sp1 : --PEGASLITHNTLYWGTGTLSGFLDNAPTYLNFLAAAMASKGADINNIEQVRLFAA------DG : 412
A asiaticus : --EAGINLITHNSLYWGAGIFSSVLDNAPTYLNFVAATMASQGADILQPSEVYQYAMG-----QG : 439
B Ellin514 : --LGLDSEMKF---FWLTGLLSGALDNAPTYLTFLAAATGRHGLSLDNPADIQAYIA-------- : 357
C flavus : --LGITAPMHF---YWLSGGLSSVLDNAPTYLTFLTAAFGLKGLNIDDSAQVTQFLH-------- : 359
V spinosum : --ITLTAPLQY---YFASGSLSAFLDNAPTYLTFLAAAMGNAHLDVGNPGDVVSYLS-------- : 373
ANEXOS
93
NmNhaE : --TLFHSLLAVSMGSVFMGALTYIGNAPNFMVKAIAEQRGVPMPTFFGYMM-WSVAFLTPVFIVH : 463
D vulgaris : --DIPETLAAISAGAVFMGANTYIGNAPNFMVRSIAEEQGVPMPSFFGYMA-WSCGILVPCFILV : 468
D baculatum : --EVG-TLLAISAGAVFFGACTYIGNAPNFMVRSIAETGGIKMPSFFGYMA-WSAGILVPSFVLM : 474
L intracell : --EWAKTLCAISAGSVFMGAVTYIGNAPNFMVRSIAVTHGISMPSFFGYML-WSICILFPCFILL : 468
E corrodens : --HLFHTLLAVSMGSVFMGALSYIGNAPNFMVKAIAEQRKVPMPGFFGYMA-WSFGILVPLFILH : 466
K oralis : --ELFHTLLAISMGSVFMGALSYIGNAPNFMVKAIAEQRKVKMPSFFGYMT-WSFGILIPLFILH : 474
A vinelandii : --ELPRTLVAVSMGSVFMGALSYIGNAPNFMVKAIADQRGVPMPSFFGYMG-WSCAILLPWFVLL : 462
L nitroferrum : --ELPQTLLAISMGAVFMGAMTYIGNAPNFMVKAIAEQRGVAMPGFFGFLL-WAGVILLPLFAGL : 460
L hongkongens : --EMASTLLAISAGAVFMGANTYIGNAPNFMVKAIAEGQGVKMPSFFGYML-WSGLILLPLFVLV : 461
J sp. : --TLAGTLAAISCGAVFMGANSYIGNAPNMMVKAIAEERGIKMPSFFGYMA-WSCAILIPLFVLM : 471
H arsénic : --TMAATLAAISCGAVFMGANSYIGNAPNMMVKAIAEERGIRMPSFFAYMA-WSCAILIPLFVLM : 462
R eutropha : --RDASTLAAISAGAVFMGANTYIGNAPNLMVKAIAENRGVRMPSFFGYML-YSGTFLVPLFVIM : 467
B sp. : --TGASTLAAISAGAVFMGANSYIGNAPNFMVKAIAESRGVKMPSFFAYLG-WALVVLIPVFLLT : 469
B phymatum : --TGASTLAAISAGAVFMGANTYIGNAPNFMVKAIAESRGVQMPGFFGYLA-WSCIVLIPLFIAT : 481
D acidovorans : --TMASTLAAISAGAVFMGANTYIGNAPNLMVKAIAEERGVKMPSFFGYMA-WSLGILVPLFVLM : 469
C testosteroni : --EMALTLTAISAGAVFMGANTYIGNAPNLMVKAIAEDRGVKMPGFFGYML-WSVCVLVPLLVLI : 466
P naphthalen : --TFASTLAAVSAGAVFMGANTYIGNAPNLMVKAIAEERDVKMPSFFGYML-WSGGVLVPLFIIM : 471
D sp. : --THAATLAAISAGAVFMGANTYIGNAPNLMVKAIAEDRGVKMPSFFGYML-WSCGILVPLFVMM : 465
V eiseniae : --RLAPTLAAISAGAVFMGANSYIGNAPNLMVKAIAEDRGVKMPGFFAYML-WAGAILVPLFIAM : 464
V paradoxus : --TYATTLAAVSAGSVFMGANSYIGNAPNLMVKAIAESRGVRMPSFFGYMG-WSVVVLIPLFVLS : 464
L cholodnii : --TLAPVLAAVSAGSVFMGANSYIGNAPNLMVKAIAEDRGLKMPSFFGYMA-WSTLVLLPLFAVM : 465
M petroleiph : --TLAPVLAAISAGAVFMGANSYIGNAPNLMVKAIAEDRGLRMPSFFGYMV-WSCGILLPLFAVM : 472
T intermédia : ---HATTLMAISAGAVFMGAVTYIGNAPNFMVKAIAEHRGVRMPSFFGYMG-WSLAILMPCFLLL : 466
R palustris : --PLAGTLAAISMGAVFMGALTYVGNAPNFMVYAIATERGIRMPGFFGYAL-RVGAVLIPLFLLL : 463
B japonicum : --ALSGTLASISMGAVYMGALTYIGNAPNFMVASIARENGVEMPSFFGYLL-RAGAVLIPLFLLL : 480
M silvestris : --PLASTLAAISLGAVFMGAVSYIGNAPNFMVYAIARNAGVKMPGFFPYLL-WSGAILLPLFALI : 465
O carboxido : --TQAAVLAAISSGAVYMGANTYIGNAPNFMVYAIAREQGVKMPSFFGYMI-WSSLVLLPTFVLV : 463
M loti : --EFASTLAAISAGAVFMGANTYIGNAPNFMVYAIARQRGVEMPGFFGYML-WSGLVLIPTFLIA : 463
X autotrophic : --PLAVTLEAISAGAVFMGAMTYIGNAPNFMVLSIARHRGVKMPSFFGYIG-WSIVFLVPCFALL : 482
L nitroferrum : --SLAPTLTAISAGAVFMGANSYIGNAPNFMVKAIAEERGVAMPSFFGYIG-WSLAILIPVFLLV : 465
R centenum : --PLATTLAAISAGAVFMGANTYIGNAPNFMVKSICEEQGIRMPSFFGYMA-WSLVCLGPLFIVL : 489
D hafniense : LVEQPLYLLAISAGSVFFGAVTYIGNAPNFMVRSIAEESGVKMPSFFGYMV-YSVCILLPLFGIV : 463
S fumaroxidan : IAENAIYLKAISCGAVFMGANTYIGNAPNFMVRSIAEEAGTPMPSFFGYMFKYSIPVLCTTFVLV : 479
R intestinalis : -TIPVKMLTAISCGAVFMGANTYIGNAPNFMVKSISDENGVRMPSFFGYLL-WSIVSLVPVFIID : 474
R sp. : -TVPTKILSAISCGAVFMGANTYIGNAPNFMVKAISDENGVKMPSFFGYML-WSVAFLVPVFIID : 473
E hallii : -FIPQTILMAISCGAVFMGANTYIGNAPNFMVRSIAEENGIKMPSFFGYML-WSLSCLIPVFLID : 470
C eutactus : -IVPQVMLMAISCGAVFMGANTYIGNAPNFMVRSIAEENGIKMPSFVGYLA-WSVSILVPTFFID : 475
M thermoacetica: -VVAPKMLLAISCGAVFMGANTYIGNAPNFMVRSIAEENNIRMPSFFGYMG-WSIGILIPLFILD : 496
A sp2 : -EAGAGLLASISLGAVFMGANTYIGNGPNFMVKSIAEQSGVRMPGFFGYMA-YSGAVLVPLFVLV : 459
C phaeobacte : DVSSDVYLLAISVAAVFFGAMTYIGNAPNFMVKNIAEQADVDVPSFVEYVYKYSLPILVPVFAVI : 488
P aestuarii : DVPSNIYLLAISVAAVFFGAMTYIGNAPNFMVKNIAEQADADVPSFVEYVYKYSIPVLVPLFIVI : 490
P phaeoc : DVSSDIYLMAISIAAVFFGAMTYIGNAPNFMVKNIAAQADVDVPDFLEYIYKYSLPILLPFFILL : 481
C limicola : DVSSGIYLMAISIASVFFGAMTYIGNAPNFMVKNIAAQAEVDVPDFLEYIFKYSFPVLIPFFAVI : 479
C tepidum : DVPSTLYLMAISVGAVFFGAFTYIGNAPNFMVKNIAEQTEADVPSFVEYIYRYSIPVLLPVFGII : 474
R marinus : --ETWFYLQAISIAAVFFGAMTYIGNAPNFMVKAIAEENKVDMPSFMGYVTKYSLPILIPIYFLI : 505
A sp1 : FHDSAFELMAIAVASVFFGAMTYIGNGPNFMVKSIAEQSGIKMPSFFGYIIRFSLPILLPILILI : 477
A asiaticus : FANSILRLKSISVASVFFGAMTYIGNGPNFMVKSIAEQLGVRMPAFFNYIVYFAIPFLLPILFLV : 504
B Ellin514 : --AHGHELIAISLGAVFFGAITYIGNGPNFMVKSIAEQAQVKVPSFFVYLFKYAVPILVPLFLLI : 420
C flavus : --AHGIYVVAISLGSVFFGAMTYIGNGPNFMVKAIVDHAKVHTPNFFLYIIRYSLPILLPILAFV : 422
V spinosum : --SHASYVVAISLGAVFFGAGSYIGNGPNFMVKAIADKAKIHTPGFLGYLFCFSIPILVPILAIV : 436
ANEXOS
94
NmNhaE : TLIFFVFKLL------------ : 473
D vulgaris : TWLFFM---------------- : 474
D baculatum : NYLFFH---------------- : 480
L intracell : TWLFF----------------- : 473
E corrodens : TLIFFVWQIL------------ : 476
K oralis : TLVFFVFQIF------------ : 484
A vinelandii : TLFFF----------------- : 467
L nitroferrum : TWLFF----------------- : 465
L hongkongens : TLVFFHF--------------- : 468
J sp. : TFIFFT---------------- : 477
H arsénic : TFIFFV---------------- : 468
R eutropha : TFLFFHV--------------- : 474
B sp. : SWIFFTA--------------- : 476
B phymatum : SLIFF----------------- : 486
D acidovorans : SFIWFR---------------- : 475
C testosteroni : TWIWFL---------------- : 472
P naphthalen : TFIWFK---------------- : 477
D sp. : TFIWLQ---------------- : 471
V eiseniae : TFIWFR---------------- : 470
V paradoxus : TFIFFR---------------- : 470
L cholodnii : TLIWFR---------------- : 471
M petroleiph : TFIWFL---------------- : 478
T intermédia : TVVFFR---------------- : 472
R palustris : TVLPIVPKLQLH---------- : 475
M silvestris : TFLFLA---------------- : 471
O carboxido : TWLFF----------------- : 468
M loti : GFLFFG---------------- : 469
X autotrophic : TWLYYI---------------- : 488
L nitroferrum : TLLFF----------------- : 470
R centenum : TFLFFHPA-------------- : 497
D hafniense : TWLFFL---------------- : 469
S fumaroxidan : TLIFFQ---------------- : 485
R intestinalis : TLVFFL---------------- : 480
R sp. : MFVFFL---------------- : 479
E hallii : MLIFFL---------------- : 476
C eutactus : TLLFFLH--------------- : 482
M thermoacetica: TLIFFR---------------- : 502
A sp2 : TVLFLV---------------- : 465
C phaeobacte : WWVFFNF--------------- : 495
P aestuarii : WFVFFNH--------------- : 497
P phaeoc : WVLFFNY--------------- : 488
C limicola : WFLFFNH--------------- : 486
C tepidum : WFVLFHW--------------- : 481
R marinus : YLLFYSGLFPGLDAFFEQLLIR : 527
A sp1 : WLIFFAFA-------------- : 485
A asiaticus : WLVCFYLQIL------------ : 514 B Ellin514 : SILFFSRWRVF----------- : 431
C flavus : GWVFLHK--------------- : 429
V spinosum : GWLTIR---------------- : 442
ANEXOS
95
Anexo 3- Tabela de aminoácidos com código de uma letra.
Aminoácido Código de
uma letra
Alanina A
Arginina R
Asparagina N
Ácido aspártico D
Ácido
glutâmico E
Cisteína C
Fenilalanina F
Glicina G
Histidina H
Isoleucina I
leucina L
Lisina K
Metionina M
Prolina P
Serina S
Tirosina Y
Treonina T
Triptofano W
Valina V