estudo do reaproveitamento de isoladores...

166
i UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO ESTUDO DO REAPROVEITAMENTO DE ISOLADORES ELÉTRICOS DE PORCELANA COMO AGREGADOS EM ARGAMASSAS E CONCRETOS MARCO ANTONIO CAMPOS Campinas 2009

Upload: dotu

Post on 11-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

i

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL,

ARQUITETURA E URBANISMO

ESTUDO DO REAPROVEITAMENTO DE ISOLADORES ELÉTRICOS DE PORCELANA COMO AGREGADOS EM

ARGAMASSAS E CONCRETOS

MARCO ANTONIO CAMPOS

Campinas 2009

i

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO

MARCO ANTONIO CAMPOS ESTUDO DO REAPROVEITAMENTO DE ISOLADORES ELÉTRICOS DE PORCELANA COMO AGREGADOS EM ARGAMASSAS E CONCRETOS

Dissertação apresentada à Comissão de Pós-graduação da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil, na área de concentração de Arquitetura e Construção.

Orientador: Ana Elisabete Paganelli Guimarães de Ávila Jacintho Co-Orientador: Gladis Camarini

Campinas 2009

ii

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA ÁREA DE ENGENHARIA E ARQUITETURA - BAE - UNICAMP

C157e

Campos, Marco Antonio Estudo do reaproveitamento de isoladores elétricos de porcelana como agregados em argamassas e concretos / Marco Antonio Campos. --Campinas, SP: [s.n.], 2009. Orientadores: Ana Elisabete Paganelli Guimarães de Ávila Jacintho, Gladis Camarini. Dissertação de Mestrado - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. 1. Residuos industriais. 2. Agregados (Materiais de construção). 3. Concreto. 4. Argamassa. I. Jacintho, Ana Elisabete Paganelli Guimarães de Ávila. II. Camarini, Gladis. III. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. IV. Título.

Título em Inglês: Reutilization study of porcelain electric insulator as aggregates in

mortars and concretes Palavras-chave em Inglês: Factory waste, Aggregates (Building materials),

Concrete, Mortar Área de concentração: Arquitetura e Construção Titulação: Mestre em Engenharia Civil Banca examinadora: Vladimir Antonio Paulon, André Luiz Bortolacci Geyer Data da defesa: 29/04/2009 Programa de Pós Graduação: Engenharia Civil

iii

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO

MARCO ANTONIO CAMPOS

ESTUDO DO REAPROVEITAMENTO DE ISOLADORES ELÉTRICOS DE PORCELANA COMO AGREGADOS EM

ARGAMASSAS E CONCRETOS

Dissertação apresentada à Comissão de Pós-graduação da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil, na área de concentração de Arquitetura e Construção.

Campinas, 29 de Abril de 2009.

iv

Dedicatória

Aos meus pais, Antenor e Vanda, e ao meu irmão Carlos, dedico este trabalho.

v

Agradecimentos

A Deus e aos meus santos de devoção, por terem me dado saúde e ensinamentos para

persistir em meus objetivos mesmo na presença de adversidades; por terem orientado o meu

caminho durante as decisões tomadas e, proporcionarem excelentes oportunidades durante toda a

vida.

Aos meus pais e irmão, a quem sempre deverei todo o esforço e sacrifício, que por diversas

vezes tiveram de empenhar, para que hoje eu possa estar atingindo mais este objetivo.

A minha orientadora, profa. Ana Elisabete, pelo apoio indispensável que ao longo desses

anos de trabalho mostrou-se além de profissional extremamente competente, grande amiga,

companheira e incentivadora, que mesmo com os obstáculos dos caminhos conseguimos manter o

foco e a direção do trabalho.

Agradecimento especial ao prof. Vladimir A. Paulon por mostrar o caminho a ser seguido

na minha pesquisa colaborando em toda a parte experimental.

A profa. Rosa Cristina C. Lintz, CEATEC, PUC-Campinas, pelos socorros de última hora

e preciosas dicas para perfeita realização dos ensaios.

Aos professores: Gladis Camarini, Vladimir Antonio Paulon, Flavio Picchi, Stelamaris

Rolla Bertoli, Regina Coeli Ruschel, Mauro Augusto Demarzo, Newton de O. Pinto Jr. pela

cooperação e incentivo para execução deste trabalho.

Agradecimento muito especial aos técnicos do Laboratório de Estruturas e Materiais –

Unicamp: Ademir, o chefe, sempre encaixando meus ensaios, Marçal, excelência e precisão nos

ensaios, Luciano, confiabilidade nos módulos, Marcelo, auxiliando quando tudo parecia perdido,

vi

Fábio, sempre alerta para me socorrer, Rodolfo, o administrador das crises. Ao Carlão, Lab.

Hidráulica, colocando todo mundo para me ajudar.

Agradecimento aos técnicos do Laboratório de Solos da Unicamp e do Laboratório de

Materiais de Construção Civil do CESET-Limeira, pelo suporte nos equipamentos e dicas valiosas

nos ensaios de caracterização dos agregados.

Agradeço também os técnicos do Laboratório de Materiais de Construção da PUC-

Campinas: Fabiano, Igor, Valquíria e João, pela colaboração na dosagem experimental e nos

suporte nos moldes metálicos e materiais.

A todos da Secretaria de Pós-graduação da Unicamp por sempre se prontificarem a me

atender nas dúvidas e nos prazos.

A todos da Biblioteca da Área de Engenharia da Unicamp, pelo apoio na revisão

bibliográfica, através das citações, empréstimos de livros e boa vontade sempre a me atender.

A todos os demais funcionários da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e

Urbanismo pela amizade ao longo dos anos. Ao Sr. Saul pelo auxílio na logística do material.

Agradecimento em especial ao Sr. Humberto Barbato Neto, da Cerâmica Santa Terezinha

(CST), da cidade de Pedreira-SP, por ter acreditado neste trabalho e pela doação do material.

Agradeço também ao Sr. Gilberto (CST) pela colaboração na doação do material e ao Eng. Marcos

(CST), pela visita técnica e esclarecimentos das dúvidas.

A Holcim, em especial o Sr. Mezalira, pela doação do cimento utilizado na pesquisa.

Aos Srs. Iuca, Donatti e Valdecir, da Iuca Comércio de Materiais Elétricos, da cidade de

Mogi Mirim-SP, pela doação dos isoladores de porcelana inservíveis, agregados graúdos.

Ao Sr. Francisco J. Bernardes da Resdil – Refratários São Dimas, da cidade de Pedreira-

SP, pela moagem destes isoladores inservíveis.

Aos colegas de Pós-graduação, pela amizade.

A todos que de alguma forma colaboraram para a perfeita realização deste trabalho e eu

tenha cometido o lapso de aqui não ter citado.

vii

O conhecimento gera a produtividade e quando aprofundado cientificamente se reverte em

benefícios para o homem e ao meio ambiente.

viii

Resumo

CAMPOS, MARCO ANTONIO. Estudo do reaproveitamento de isoladores elétricos de porcelana como agregados em argamassas e concretos. Campinas: Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, 2009. 155p. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, UNICAMP, 2009.

Todo material de construção após certo tempo de uso apresenta um desgaste que compromete a sua eficiência, fazendo com que a substituição e o descarte sejam imprescindíveis. Os isoladores elétricos de porcelana, após um dado período de uso, perdem suas funções isoladoras, tendo necessidade de serem substituídos, e o seu descarte mensal pelas concessionárias do setor elétrico brasileiro atinge dezenas de toneladas. Em muitos casos o depósito destes isoladores é executado de forma desordenada havendo o comprometimento das áreas de preservação ambientais e de mananciais. Durante o processo de fabricação desses isoladores elétricos também são gerados resíduos, chegando até a 10% do total produzido, cujo descarte é feito no lixo pelas indústrias cerâmicas. Estes dois tipos de rejeitos causam na natureza um passivo de material que leva muitos anos para sua decomposição. Assim, a caracterização deste material cerâmico e o desenvolvimento de um estudo que viabilize seu emprego em substituição aos agregados comumente usados em argamassas e concretos, é uma alternativa para a racionalização do descarte desse material e preservação da natureza. Para o uso de resíduos dos isoladores de porcelana na construção civil é necessário sua moagem em granulometrias similares aos agregados graúdos e miúdos comuns. Este trabalho estudou dosagens de concreto e argamassa com substituições paulatinas de isoladores moídos, comparando algumas de suas propriedades com traços de referência feitos com agregados comuns. Para cada traço foram estudadas as propriedades mecânicas, a trabalhabilidade, a cura e a durabilidade. Pelo fato dos isoladores de porcelana terem características similares aos agregados comuns após a moagem, sua utilização em argamassas e concretos, para os traços moldados e tipos de cura realizados, substituindo parcialmente o agregado, foi bastante satisfatória, principalmente quando o agregado substituído foi o agregado miúdo.

Palavras Chave: resíduo de porcelana, materiais alternativos, reciclagem, concreto, isolador elétrico.

ix

Abstract

CAMPOS, MARCO ANTONIO. Reutilization study of porcelain electric insulator as aggregates in mortars and concretes. Campinas: Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, 2009. 155p. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, UNICAMP, 2009.

Every construction material after sometime of using presents wastages which compromises its efficiency and turns indispensable its substitution or disposal. Porcelain electrical insulators, after a certain time of use, lose their insulator functions and are needed to be substituted and its monthly disposal in the brazilian electric sector comes to more than ten tons. In many cases the deposit of these insulators is done in a messy way compromising the environment and springs. During the manufacturing process of these electric insulators, wastes are generated coming up to 10% of the total production and the disposal is done by the pottery industries in the garbage. These two types of rejection cause in nature a passive material which takes many years for its decomposition. Therefore the characterization of this pottery material and the development of a study substituting the aggregate materials used in mortars and concretes, is an alternative of the rationalization of the discard of this material and preservation of the environment. For the use of waste of the porcelain insulators in the civil construction, it is needed to grind them in grinders, similar to great and tiny common aggregates. This work studied concrete and mortar portions with gradual substitutions of ground insulators, comparing some of its properties with reference features done with common aggregates. For each feature were studied the mechanical properties, the working, the cure and the durability. Because of the porcelain insulators have similar characteristics to the common aggregates after the grind, their use in mortar and concretes for the feature patterns and types of cure performed, substituting partially the aggregates, it was quite satisfactory mainly when the substituted aggregate was the small aggregate.

Keywords: porcelain waste, alternative materials, recycling, concrete, electric insulator.

x

LISTA DE FIGURAS Página Figura 1.1 – Isoladores de porcelana descartados na zona rural......................................................... 6 Figura 1.2 – Isoladores de porcelana jogados em terrenos baldios após a retirada da ferragem de seu interior..................................................................................................... 7 Figura 1.3 – Isoladores de porcelana descartados no leito do rio......................................................... 8 Figura 2.1 – Isoladores de apoio para subestações (a) e redes de distribuição (b)............................. 26 Figura 2.2 – Isoladores de suspensão...................................................................................................... 26 Figura 2.3 – Triângulo de composição da porcelana............................................................................. 27 Figura 2.4 – Cilindro rotativo horizontal (a) e massa já prensada (b) ............................................... 28 Figura 2.5 – Massa de porcelana de isoladores tipo suporte e torneação............................................ 29 Figura 2.6 – Processo de fabricação de isoladores de disco................................................................... 29 Figura 4.1 – Areia comum (a) e porcelana miúda (b)............................................................................ 57 Figura 4.2 – Distribuição granulométrica agregados miúdos............................................................... 58 Figura 4.3 – Brita 0 (a) e brita 1(b).......................................................................................................... 59 Figura 4.4 – Porcelana graúda utilizada (a) e sua forma lamelar (b).................................................. 59 Figura 4.5 – Distribuição granulométrica agregados graúdos.............................................................. 60 Figura 5.1 – Abatimento traço referência (a) e traço AG 75 (b).......................................................... 72 Figura 5.2 – Penetrômetro (a) e penetração (b)..................................................................................... 73 Figura 5.3 – Início e fim de pega............................................................................................................. 74 Figura 6.1 – Resistência à penetração (NBR NM 9:2003).................................................................... 84 Figura 6.2 – Resistência à compressão simples – Agregado miúdo – cura úmida............................. 85 Figura 6.3 – Evolução resistência à compressão simples – Agregado miúdo – Cura úmida............ 86 Figura 6.4 – Tipos de ruptura: cônica (a) e cônica e cisalhada (b)...................................................... 87 Figura 6.5 – Resistência à compressão simples – Agregado miúdo – cura ar livre............................ 88 Figura 6.6 – Evolução resistência à compressão simples – Agregado miúdo – Cura ar livre.......... 89 Figura 6.7 – Corpos-de-prova fissurados (a) e após a ruptura (b)...................................................... 90 Figura 6.8 – Resistência à compressão diametral – Agregado miúdo................................................. 91 Figura 6.9 – Corpos-de-prova de cura ao ar livre (a) e cura úmida (b).............................................. 92 Figura 6.10 – Esquema do equipamento para ensaio de tração na flexão.......................................... 93 Figura 6.11 – Resistência à tração na flexão – Agregado miúdo.......................................................... 94 Figura 6.12 – Corpos-de-prova de cura ao ar livre (a) e cura úmida (b)............................................ 94 Figura 6.13 – Módulo de elasticidade – Agregado miúdo – cura úmida............................................. 95 Figura 6.14 – Evolução módulo de elasticidade – Agregado miúdo – cura úmida............................. 96 Figura 6.15 – Comparação módulo de elasticidade – Agregado miúdo – cura úmida....................... 97 Figura 6.16 – Módulo de elasticidade – Agregado miúdo – cura ao ar livre....................................... 98

xi

Figura 6.17 – Evolução módulo de elasticidade – Agregado miúdo – cura ao ar livre..................... 99 Figura 6.18 – Ruptura ar livre (a) e úmida (b) após ensaios de deformação..................................... 99 Figura 6.19 – Comparação módulo de elasticidade – Agregado miúdo – cura ao ar livre............... 100 Figura 6.20 – Comparação resistência/módulo – Agregado miúdo – 7 dias...................................... 101 Figura 6.21 – Comparação resistência/módulo – Agregado miúdo – 28 dias.................................... 101 Figura 6.22 – Corpos-de-prova rompidos para medição da ascensão capilar................................... 102 Figura 6.23 – Total de água absorvida por capilaridade – Agregado miúdo..................................... 103 Figura 6.24– Capilaridade – Agregado miúdo...................................................................................... 105 Figura 6.25 – Altura capilar – Agregado miúdo................................................................................... 106 Figura 6.26 – Corpos-de-prova de cura ao ar livre (a) e de cura úmida (b)...................................... 107 Figura 6.27 – Resistência à compressão simples – Agregado graúdo – cura úmida......................... 108 Figura 6.28 – Evolução resistência à compressão simples – Agregado graúdo – cura úmida...................................................................................................................... 109 Figura 6.29 – Tipos de ruptura: cônica (a) e “esfarelamento” (b)....................................................... 110 Figura 6.30 – “Desprendimento” da porcelana (a) e da face vidrada (b)........................................... 111 Figura 6.31 – Resistência à compressão simples – Agregado graúdo – cura ar livre........................ 112 Figura 6.32 – Evolução resistência à compressão simples – Agregado graúdo – cura ao ar livre................................................................................................................ 113 Figura 6.33 – Corpos-de-prova rompidos (a) e detalhe da ruptura cisalhada (b)............................. 114 Figura 6.34 – Resistência à compressão diametral – Agregado graúdo.............................................. 115 Figura 6.35 – Corpos-de-prova de cura ao ar livre (a) e cura úmida (b)............................................ 116 Figura 6.36 – Resistência à tração na flexão – Agregado graúdo........................................................ 117 Figura 6.37 – Corpos-de-prova rompidos (a) e detalhe contorno da porcelana (b)........................... 118 Figura 6.38 – Módulo de elasticidade – Agregado graúdo – cura úmida........................................... 119 Figura 6.39 – Evolução módulo de elasticidade – Agregado graúdo – cura úmida........................... 120 Figura 6.40 – Comparação módulo de elasticidade – Agregado graúdo – cura úmida..................... 120 Figura 6.41 – Módulo de elasticidade – Agregado graúdo – cura ao ar livre..................................... 121 Figura 6.42 – Evolução módulo de elasticidade – Agregado graúdo – cura ao ar livre.................... 122 Figura 6.43 – Ruptura cisalhada cura ao ar livre (a) e cônica cura úmida (b).................................. 123 Figura 6.44 – Comparação módulo de elasticidade – Agregado graúdo – cura ao ar....................... 123 Figura 6.45 – Comparação resistência/módulo – Agregado graúdo – 7 dias..................................... 124 Figura 6.46 – Comparação resistência/módulo – Agregado graúdo – 28 dias................................... 124 Figura 6.47 – Total de água absorvida por capilaridade – Agregado graúdo................................... 125 Figura 6.48 – Corpos-de-prova após ensaio de capilaridade, traço AG 50 U (a) e AG 100 U (b).... 126 Figura 6.49 – Capilaridade – Agregado graúdo.................................................................................... 128 Figura 6.50 – Altura capilar – Agregado graúdo.................................................................................. 129 Figura 6.51 – Corpos-de-prova de cura ao ar livre (a) e de cura úmida (b)....................................... 130 Figura 6.52 – Resistência à compressão simples – Argamassa do concreto....................................... 131 Figura 6.53 – Evolução resistência à compressão simples – Argamassa do concreto........................ 133 Figura 6.54 – Ruptura do tipo cônica e cisalhada nas argamassas..................................................... 133 Figura 6.55 – Total de água absorvida por capilaridade – Argamassa do concreto......................... 135 Figura 6.56 – Capilaridade – Argamassa do concreto.......................................................................... 135 Figura 6.57 – Altura capilar – Argamassa do concreto........................................................................ 136

xii

LISTA DE TABELAS

Página Tabela 2.1 – Dados setoriais – Isoladores de porcelana........................................................................ 14 Tabela 3.1 – Características dos agregados........................................................................................... 42 Tabela 3.2 – Propriedades mecânicas do concreto fresco e endurecido.............................................. 43 Tabela 4.1 – Ensaios físicos cimento CP V ARI..................................................................................... 56 Tabela 4.2 – Ensaios químicos cimento CP V ARI................................................................................ 56 Tabela 4.3 – Distribuição granulométrica agregados miúdos............................................................... 57 Tabela 4.4 – Ensaios físicos agregados miúdos....................................................................................... 58 Tabela 4.5 – Distribuição granulométrica agregados graúdos.............................................................. 60 Tabela 4.6 – Ensaios físicos agregados graúdos...................................................................................... 61 Tabela 4.7 – Quantidades de materiais (kg) para o traço 1: 2: 1,5: 1,5: 0,47...................................... 63 Tabela 4.8 – Quantidades de materiais para cada dosagem – 0,090 m³ de concreto.......................... 63 Tabela 4.9 – Quantidades materiais (kg) – Substituição agregado miúdo.......................................... 65 Tabela 4.10 – Quantidades materiais (kg) – Substituição agregado graúdo....................................... 65 Tabela 5.1 – Valores ensaio de abatimento............................................................................................ 71

Tabela 5.2 – Tempo decorrido de início e fim de pega.......................................................................... 74 Tabela 5.3 – Resultados ensaios substituição agregado miúdo (areia) – cura úmida........................ 76 Tabela 5.4 – Comparação resultados traços agregado miúdo/referência – cura úmida................... 76 Tabela 5.5 – Resultados ensaios substituição agregado miúdo (areia) – cura ar livre...................... 77 Tabela 5.6 –Comparação resultados traços agregado miúdo/referência – cura ao ar livre............. 77 Tabela 5.7 – Resultados ensaios substituição agregado graúdo (brita 1) – cura úmida.................... 78 Tabela 5.8 – Comparação resultados traços agregado graúdo/referência – cura úmida.................. 78 Tabela 5.9 – Resultados ensaios substituição agregado graúdo (brita 1) – cura ar livre.................. 79 Tabela 5.10 –Comparação resultados traços agregado graúdo/referência – cura ao ar livre.......... 79 Tabela 5.11 – Resultados ensaios argamassa do concreto.................................................................... 80 Tabela 5.12 –Comparação resultados argamassa do concreto/referência.......................................... 81 Tabela 6.1 – Absorção por capilaridade – Agregado miúdo................................................................ 103 Tabela 6.2 – Absorção por capilaridade – Agregado graúdo............................................................... 125 Tabela 6.3 – Absorção por capilaridade – Argamassa do concreto..................................................... 134 . Tabela 7.1 – Custo mensal moagem isolador de porcelana.................................................................. 138 Tabela 7.2 – Valores agregados comuns e isoladores de porcelana moídos........................................ 139

xiii

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO................................................................................................. 1 1.1 APRESENTAÇÃO.......................................................................................................... 1 1.2 A QUESTÃO DO LIXO DA CONSTRUÇÃO CIVIL................................................ 2 1.3 GESTÃO DE RESÍDUOS.............................................................................................. 9 1.4 OBJETIVOS.................................................................................................................... 10 1.4.1 Objetivo Geral................................................................................................................. 10 1.4.2 Objetivo Específico.......................................................................................................... 10

CAPÍTULO 2: AGREGADOS CERÂMICOS........................................................................ 13 2.1 O SETOR CERAMISTA............................................................................................... 13 2.2 PROPRIEDADES DAS CERÂMICAS....................................................................... 16 2.2.1 Histórico da Cerâmica..................................................................................................... 16 2.2.2 Matérias-Primas.............................................................................................................. 17 2.2.2.1 Argila................................................................................................................................. 18 2.2.2.2 Caulim............................................................................................................................... 20

2.2.2.3 Feldspato........................................................................................................................... 21

2.2.2.4 Quartzo.............................................................................................................................. 21

2.2.3 Propriedades das Cerâmicas Vermelhas...................................................................... 22 2.2.4 Propriedades das Cerâmicas Brancas.......................................................................... 23 2.3 ISOLADORES ELÉTRICOS DE PORCELANA..................................................... 25 2.3.1 Definições......................................................................................................................... 25 2.3.2 Composição Química...................................................................................................... 26 2.3.3 Processo de Fabricação.................................................................................................. 28 2.3.4 Classificação quanto à reciclagem e reutilização dos isoladores de porcelana......... 30 CAPÍTULO 3: CONCRETO E ARGAMASSAS COM MATERIAIS ALTERNATIVOS........................................................................................... 31 3.1 MATERIAIS ALTERNATIVOS................................................................................. 31 3.2 A RECICLAGEM.......................................................................................................... 32 3.3 CONCRETO E ARGAMASSA COM PORCELANA.............................................. 34 3.3.1 Concreto com Porcelana................................................................................................ 34 3.3.2 Argamassa com Porcelana............................................................................................. 44 3.4 CONCRETO E ARGAMASSA COM CERÂMICA................................................. 46

xiv

3.4.1 Concreto com Cerâmica................................................................................................. 46 3.4.2 Argamassa com Cerâmica.............................................................................................. 48 3.5 CONCRETO E ARGAMASSA COM RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD)................................................................................................ 50 3.5.1 Concreto com RCD........................................................................................................ 50 3.4.2 Argamassa com RCD..................................................................................................... 51 3.5 ATIVIDADE POZOLÂNICA DAS CERÂMICAS................................................... 52 CAPÍTULO 4: METODOLOGIA EXPERIMENTAL......................................................... 55 4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS................................................................. 55 4.1.1 Cimento............................................................................................................................ 55 4.1.2 Agregados Miúdos........................................................................................................... 56 4.1.3 Agregados Graúdos......................................................................................................... 59 4.2 METODOLOGIA DOS ENSAIOS COM CONCRETO............................................ 62 4.2.1 Determinação do Traço.................................................................................................. 62 4.2.2 Descrição das Séries de Ensaios..................................................................................... 63 4.2.2.1 Concreto com Isolador de Porcelana Moído.................................................................... 63 4.2.2.2 Argamassa do Concreto.................................................................................................... 65

4.2.3 Moldagem dos Corpos-de-prova................................................................................... 66 4.2.3.1 Concreto com Isolador de Porcelana Moído.................................................................... 66 4.2.3.2 Argamassa do Concreto.................................................................................................... 67 4.3 ENSAIOS COM CONCRETO..................................................................................... 68 4.3.1 Concreto no Estado Fresco............................................................................................ 68 4.3.2 Concreto no Estado Endurecido: Ensaios Mecânicos................................................. 68 4.4 ENSAIOS COM ARGAMASSA DO CONCRETO................................................... 69 CAPÍTULO 5: RESULTADOS DOS ENSAIOS................................................................... 71 5.1 CONCRETO NO ESTADO FRESCO........................................................................ 71 5.1.1 Ensaio de Abatimento.................................................................................................... 71 5.1.2 Ensaio de Início e Fim de Pega...................................................................................... 72 5.2 CONCRETO NO ESTADO ENDURECIDO............................................................ 75 5.2.1 Substituição Agregado Miúdo....................................................................................... 76 5.2.2 Substituição Agregado Graúdo..................................................................................... 78 5.3 ARGAMASSA DO CONCRETO................................................................................ 80 CAPÍTULO 6: RESULTADOS DOS ENSAIOS................................................................... 83 6.1 CONCRETO NO ESTADO FRESCO........................................................................ 83 6.1.1 Ensaio de Abatimento.................................................................................................... 83 6.1.2 Ensaio de Início e Fim de Pega...................................................................................... 83 6.2 CONCRETO NO ESTADO ENDURECIDO............................................................ 85 6.2.1 Substituição Agregado Miúdo...................................................................................... 85 6.2.1.1 Resistência à compressão simples.................................................................................... 85 6.2.1.2 Resistência à compressão diametral................................................................................. 90

6.2.1.3 Resistência à tração na flexão.......................................................................................... 92

xv

6.2.1.4 Módulo de elasticidade..................................................................................................... 95

6.2.1.5 Ensaios de capilaridade.................................................................................................... 102

6.2.2 Substituição Agregado Graúdo..................................................................................... 107 6.2.2.1 Resistência à compressão simples.................................................................................... 107 6.2.2.2 Resistência à compressão diametral................................................................................. 114

6.2.2.3 Resistência à tração na flexão.......................................................................................... 117 6.2.2.4 Módulo de elasticidade..................................................................................................... 118

6.2.2.5 Ensaios de capilaridade.................................................................................................... 125

6.3 ARGAMASSA DO CONCRETO................................................................................ 131 6.3.1 Resistência à Compressão Simples................................................................................ 131 6.3.2 Ensaios de Capilaridade................................................................................................. 134 CAPÍTULO 7: VIABILIDADE ECONÔMICA..................................................................... 137 CAPÍTULO 8: CONCLUSÕES................................................................................................ 141 8.1 CONCRETO COM PORCELANA............................................................................. 141 8.1.1 Substituição do Agregado Miúdo.................................................................................. 141 8.1.2 Substituição do Agregado Graúdo................................................................................ 142 8.2 ARGAMASSA DO CONCRETO................................................................................ 144 8.3 CONTINUIDADE DA PESQUISA............................................................................. 145 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................... 147

1

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO

O recente crescimento, com pouco mais de cinco décadas, da população residente em

zonas urbanas no Brasil provocou uma grande expansão imobiliária em quase todas as regiões

nacionais. Este avanço foi nas áreas residencial, industrial e comercial, causando grandes

impactos nas indústrias de base da construção civil.

Assim, o que mais causa transtornos para a sociedade é a questão referente à quantidade

de lixo e resíduos gerados pela população em geral, e também a falta de locais apropriados para

seu descarte, comprometendo áreas de preservação ambiental e de mananciais, além de haver

poucos programas de reciclagem e reuso destes resíduos.

A produção anual brasileira de isoladores elétricos de porcelana é da ordem de 30.000

toneladas, e só a perda de material fica em torno de 10% do total produzido. Além desta perda, há

os isoladores inservíveis, cujo descarte pela concessionária elétrica da região de Campinas gira

em torno de 25 toneladas ao mês. Todo este material é descartado no lixo, segundo dados da

própria concessionária.

Com uma metodologia de reciclagem de isoladores elétricos de porcelana para uso em

concretos e argamassas , em substituição aos agregados, poderá haver redução da extração dos

agregados comumente empregados nos concretos e argamassas, além de uma destinação mais

nobre para os resíduos deste material, diminuindo sobremaneira o volume nos depósitos de lixo.

2

1.2 A QUESTÃO DO LIXO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Ao se falar em resíduos o primeiro pensamento que vem a cabeça são os descartes da

construção, os materiais de demolição, os chamados entulhos das caçambas espalhadas pelo

Brasil afora.

Mas não são só estes entulhos que são gerados com a especulação urbana brasileira, por

exemplo. Para se construir uma usina hidrelétrica de concreto compactado com rolo são efetuadas

inicialmente inúmeras pistas de concreto compactado com rolo para a aceitação ou não do traço

de concreto a ser usado, que após o uso são descartadas.

O aumento das cidades resultou em um maior número de veículos nas ruas levando a

uma degradação mais rápida do pavimento asfáltico, pavimento este que ao ser trocado não

possui local apropriado para despejo.

Um fator que merece destaque na questão do reuso são os materiais descartados pelo

controle de qualidade das indústrias, descartes que podem chegar até a 30% do total produzido,

englobando todos os materiais de construção como o poste de iluminação de concreto da rua até o

vidro das esquadrias, todos os setores possuem uma dada perda.

Todo este descarte gerado, seja durante o processo de fabricação, no teste de qualidade

do material ou a troca deste por outro mais moderno e de melhor qualidade resulta em entulhos

que, em muitas de nossas cidades, são dispostos desordenadamente em áreas de proteção

ambiental e de mananciais acarretando danos irreversíveis para a natureza.

3

Pode ocorrer a obstrução de canais e nascentes de água; destruição da mata ciliar de rios

e córregos; proliferação de animais nocivos a saúde humana, pois estes entulhos formam abrigos

ideais para sua reprodução, entre tantos outros danos ao ambiente.

Este entulho, gerado na construção civil ou nas indústrias, em inúmeras cidades é levado

para aterros sanitários, que além de ser o processo mais antigo é também o que demanda menores

gastos financeiros com sua implantação e manutenção.

Esses descartes em muitos casos são depositados conjuntamente com o lixo doméstico

produzido, podendo gerar vários problemas ambientais. No próprio aterro sanitário os entulhos

são empregados para recobrir a camada de lixo, com o propósito de evitar a exalação de odores

desagradáveis (FELLENBERG, 1980).

A criação do Estatuto das Cidades, Lei Federal nº 10.257 (BRASIL, 2001), promulgada

em 10/07/2001, determinou novas e importantes diretrizes para o desenvolvimento sustentado

dos aglomerados urbanos no País.

Este estatuto prevê a necessidade de proteção e preservação do meio ambiente natural e

construído, com uma justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes da urbanização,

exigindo que os municípios adotem políticas setoriais articuladas e sintonizadas com o seu Plano

Diretor. Uma dessas políticas setoriais, que pode ser destacada, é a que trata da gestão dos

resíduos sólidos.

A aprovação da Resolução nº 307, de 05/07/2002, (BRASIL, 2002), pelo Conselho

Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, definiu as responsabilidades e deveres, tornando

obrigatória em todos os municípios do país e no Distrito Federal a implantação pelo poder

público local de Planos Integrados de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil, como

forma de eliminar os impactos ambientais decorrentes do descontrole das atividades relacionadas

à geração, transporte e destinação desses materiais.

A Resolução 307 também determina para os geradores a adoção, sempre que possível,

de medidas que minimizem a geração de resíduos e sua reutilização ou reciclagem; ou, quando

4

for inviável, que eles sejam reservados de forma segregada para posterior utilização (CAIXA,

2005).

Após a publicação da Resolução 307 do CONAMA a sociedade passou a tratar melhor

da disposição destes materiais. Entretanto, esta resolução se apega aos resíduos gerados durante a

obra de construção, mas que perfeitamente pode ser estendida para os materiais descartados

durante o processo fabril.

As disposições irregulares, geralmente em grande número, resultam na maioria das

vezes de pequenas obras ou reformas realizadas pelas camadas da população urbana mais carente

de recursos, por processos de autoconstrução, e que não dispõem de recursos financeiros para a

contratação dos agentes coletores formais que atuam no setor. Os principais danos são, segundo

SindusCon-SP (2005):

- Degradação das áreas de manancial e de proteção permanente;

- Proliferação de agentes transmissores de doenças;

- Assoreamento de rios e córregos;

- Obstrução dos sistemas de drenagem: piscinões, sarjetas, galerias entre outros;

- Ocupação de vias e logradouros públicos por resíduos, gerando problemas na

circulação de pessoas e veículos, degradando a paisagem urbana;

- Existência e acúmulo de resíduos que podem gerar riscos por sua periculosidade, e;

- Colocação em risco da estabilidade de encostas e comprometimento da drenagem

urbana.

Há municípios que com a intenção de diminuir um pouco destes impactos recolhem e

transportam por conta própria os resíduos até um aterro municipal. Isto gera uma acomodação

dos munícipes, pois estes não irão se conscientizar da importância da reciclagem e da reutilização

dos entulhos, visto que são atendidos pela coleta pública municipal.

É importante destacar ainda que, com grande freqüência, as disposições descontroladas

dos entulhos provocam o lançamento clandestino de outros tipos de resíduos não inertes, de

origem doméstica e industrial, acelerando a degradação ambiental e tornando ainda mais

5

complexa e cara a possibilidade de sua recuperação futura (CAIXA, 2005; SINDUSCON-SP,

2005).

A indústria cerâmica que engloba desde o tijolo cerâmico, passando pelos revestimentos

e louças sanitárias atingindo os isoladores elétricos de porcelana, possui um elevado descarte de

material durante sua fabricação e transporte, e também por sua substituição durante os períodos

de manutenção previstos.

Novamente chega-se a questão da disposição desta cerâmica e devido à inexistência de

políticas públicas que disciplinam e ordenam os fluxos da destinação dos resíduos nas cidades,

ligada ao descompromisso dos geradores tanto no manejo como na destinação dos resíduos,

ocasionam danos muitas vezes irreversíveis, como o número significativo de áreas degradadas, na

forma de bota-foras clandestinos ou de disposições irregulares.

O descarte dos isoladores elétricos de porcelana na natureza é fator preocupante tanto

para seus fabricantes como para a sociedade como um todo, pois pode-se observar que sua

disposição ocorre em todo e qualquer ambiente.

Nota-se que muitas vezes estes isoladores são descartados em meio a entulhos de

construção, figuras 1.1 e 1.2, em terrenos baldios e estradas rurais. Entretanto, apesar de ser um

material cerâmico, alguns isoladores podem conter em seu interior materiais nocivos ao

ambiente.

Outro ponto importante é que estes isoladores são muitas vezes quebrados para a retirada

da ferragem que há em seu interior, material este de fácil e boa venda, tendo o corpo de cerâmica

descartado na natureza até com restos deste ferro. Esta prática é mais comum em empresas

compradoras de sucatas elétricas e transformadores usados em geral.

6

Figura 1.1 – Isoladores de porcelana descartados na zona rural.

7

Figura 1.2 – Isoladores de porcelana descartados em terrenos baldios após a retirada da ferragem de seu interior.

Outro local de descarte para estes isoladores são os rios, pois pressupõem, os

responsáveis por esta ação, que ao descartar estas peças no leito do rio, as águas se encarregarão

de levá-las a um local distante, passando a responsabilidade para outra localidade, fato este não

constado na figura 1.3, pois como estes isoladores são materiais de elevada massa, necessita-se de

forte correnteza para sua descida rio abaixo.

8

Figura 1.3 – Isoladores de porcelana descartados no leito do rio.

9

1.3 GESTÃO DE RESÍDUOS

A urbanização do Brasil ocorreu de forma mais intensa nos últimos 50 anos onde

passamos a ter 82 % da população morando em cidades. Toda esta urbanização repentina trouxe

consigo inúmeros danos para as cidades brasileira, compreendendo as periferias longínquas e

desprovidas de serviços e equipamentos urbanos essenciais; favelas, invasões, vilas e alagados

nascem e se expandem; a retenção especulativa de terrenos constante; o adensamento e a

verticalização freqüentes e sem precedentes; a poluição de águas, do solo e do ar; dentre outros

aspectos variados e negativos (OLIVEIRA, 2001).

Na construção civil tem-se notado um grande avanço na questão de reuso e reciclagem

de materiais descartados por uma obra ou processo de fabricação, assim, a

Resolução 307 do CONAMA, Brasil (2002), definiu os resíduos da construção civil em classes:

Classe A: reutilizáveis e recicláveis (solos, tijolos, telhas, placas de revestimentos), Classe B:

recicláveis para outra destinação (plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras etc.), Classe

C: não recicláveis e Classe D: perigosos (amianto, tintas, solventes, óleos, resíduos

contaminados - reformas de clínicas radiológicas e unidades industriais).

Faltam no país dispositivos legais, como uma Política Nacional de Resíduos Sólidos que

discipline e incentive a elaboração e a implementação de planos de gestão integrados consistentes

e compatíveis com as peculiaridades locais criando um uso sustentável dos resíduos sólidos.

Pressupõe-se desta forma reduzir o uso de matérias-primas e energia, reutilizar produtos e

reciclar materiais, o que vem ao encontro do princípio dos 3 Rs, apresentado na Agenda 21

(CAIXA, 2005): Redução (do uso de matérias-primas e energia, e do desperdício nas fontes

geradoras), Reutilização direta dos produtos, e Reciclagem de materiais. Para atingir tal meta, é

imprescindível a implantação de uma eficiente coleta seletiva (CAIXA, 2005).

10

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Estudar dosagens e propriedades de concretos e argamassas, nos estados fresco e

endurecido, que viabilizem o emprego de rejeitos de isoladores elétricos de porcelana passados

por processo de moagem, em substituição aos agregados convencionalmente empregados na

construção civil em concretos e argamassas.

1.4.2 Objetivo Específico

Substituir os agregados convencionalmente utilizados na construção civil: agregados

miúdo e graúdo, areia e brita 1, por isoladores de porcelana moídos, nas porcentagens de

substituição em massa de: 25%, 50%, 75% e 100%, e comparar as seguintes propriedades com o

concreto convencional de referência com todos os agregados comuns:

- trabalhabilidade: consistência, início e fim de pega;

- cura;

- resistência à compressão simples;

- resistência à tração na compressão diametral;

- resistência à tração na flexão;

- módulo de elasticidade, e;

- capilaridade.

Há de ser feita uma comparação inicial na caracterização dos materiais, quanto a:

- massa específica;

11

- massa unitária;

- capacidade de absorção de água;

- presença de materiais orgânicos;

- resistência à compressão, e;

- presença de materiais pulverulentos.

Analisar também a influência da argamassa do concreto com isoladores de porcelana

moídos miúdos em substituição a areia nas porcentagens de 25%, 50% 75% e 100%, comparando

suas propriedades com a argamassa do concreto referência quanto:

- resistência à compressão simples, e;

- capilaridade.

13

CAPÍTULO 2: AGREGADOS CERÂMICOS

2.1 O SETOR CERAMISTA

No setor ceramista há tempos atrás, a produção de seus produtos era artesanal. Assim,

não se seguiam padrões tanto para a fabricação como pelos serviços prestados. Com o advento da

revolução industrial, tudo se modificou, surgindo máquinas, processos, padronizações e normas,

sempre focados em transformar as matérias-primas em produtos acabados de boa qualidade.

Muitas empresas do tipo olarias, ainda produzem seus produtos de forma arcaica, com

uma mão-de-obra não qualificada, geralmente operários desempregados ou provenientes de

atividades agrícolas na entressafra, não oferecendo assim produtos com qualidade. Como na

maioria das vezes os produtos produzidos são de baixo valor agregado, é natural encontrar olarias

de tijolos e blocos cerâmicos em quase todo o Brasil, com produtos fabricados sem nenhum

controle de qualidade (SOUZA; ARICA, 2006).

As estratégias de mercado e produtivas nos principais pólos produtivos de revestimentos

cerâmicos foi tema de estudo de Nogueira et al. (2001). Neste trabalho os autores realizaram uma

pesquisa com produtores de revestimentos cerâmicos dos estados de Santa Catarina e São Paulo.

Os autores observaram diferenças de tipos e níveis de produção mesmo entre empresas da mesma

região e tipo de produto e mercado. Assim, o setor ceramista é passível de mudanças benéficas

em relação a produção, controle de qualidade, e principalmente produtos de elevada qualidade,

resultando em menores quantidades de rejeitos gerados.

Segundo Souza (2003), algumas regiões se destacam pela produção de apenas um tipo

de cerâmica, como a cidade de Pedreira, no interior do Estado de São Paulo, onde tem-se um

14

elevado número de cerâmicas produtoras de porcelana, com plantas fabris de algumas das

maiores produtoras de isoladores elétricos de porcelana do Brasil. Estas cerâmicas produzem

porcelanas doméstica (porcelana de mesa) e elétrica (isoladores). Haviam 135 cerâmicas

registradas no ano de 2002, sendo esta a principal atividade econômica do município, tornando a

cidade conhecida como a “Capital Da Porcelana”.

A mão-de-obra utilizada para produção da porcelana elétrica é mais qualificada que a da

produção de porcelana doméstica. Observa-se que nas cerâmicas produtoras de isoladores de

porcelana boa parte da produção é automatizada, tendo grandes fornos para a queima dos

materiais e um controle de qualidade do produto acabado rigoroso (SOUZA, 2003).

Alguns dados setoriais da produção de isoladores elétricos de porcelana, do ano de 2003,

conforme levantamento da Associação Brasileira de Cerâmica (ABCERAM, 2007), são

apresentados na tabela 2.1.

Tabela 2.1 - Dados setoriais – Isoladores de porcelana (ABCERAM, 2007). ISOLADORES ELÉTRICOS DE PORCELANA

Número de Empresas 6

Número de Fábricas 9

Capacidade Instalada (t/ano) 44.000

Produção (t/ano) 28.000

Faturamento (US$ milhões) 39

Exportação (US$ milhões) 13

Importação (US$ milhões) 1,2

Empregos Diretos 1.700

Considerando uma produção média atual de 35.000 toneladas/ano de isoladores de

porcelana, com um descarte da ordem de 5%, sendo que 75% do total produzido serve com

material de substituição das instalações já existentes, tem-se um descarte da ordem de 30.000

toneladas/ano de porcelana.

Outro fator é que o pólo fabril de isoladores de porcelana concentra-se na cidade de

Pedreira-SP na região Metropolitana de Campinas-SP, com 4 empresas e 7 fábricas,

15

concentrando cerca de 80% da produção nacional. Levando em conta que os fabricantes de

isoladores são os responsáveis em dar um destino mais nobre as peças trocadas, a cidade de

Pedreira-SP tem um passivo de cerca de 25.000 toneladas/ano de isoladores de porcelana

inservíveis.

Porcelana esta que ao ser moída em granulometria similar ao agregado comum miúdo,

poderia substituir 32% de toda areia utilizada anualmente na construção civil na região

metropolitana da Campinas-SP, com mais de 2 milhões de habitantes, já que em muitas indústrias

cerâmicas produtoras de isoladores elétricos a reutilização básica dos isoladores em

desconformidade é em aterros e sub-base de pavimentação, não suprindo a totalidade de

isoladores inservíveis gerados.

Algumas empresas passaram a utilizar na mistura crua cerca de 3% de isoladores

finamente moídos em substituição a argila. Há também o reuso de isoladores não queimados –

“crus”, isto é, utilização de 7% de isoladores já conformados e não queimados na massa de

porcelana. Já na produção de tijolos refratários, há uma substituição de até 5% dos materiais

calcinados pelos isoladores elétricos de porcelana finamente moídos.

16

2.2 PROPRIEDADES DAS CERÂMICAS

2.2.1 Histórico da Cerâmica

Em Kazmierczak (2007), o emprego de produtos cerâmicos remete a milhares de anos,

visto a grande quantidade de vasilhas cerâmicas encontradas por arqueólogos pelo mundo, até na

Torre de Babel foram utilizados tijolos cerâmicos. Até hoje em escavações arqueológicas

encontram-se vestígios de potes cerâmicos com idades superiores a dez mil anos.

O emprego da cerâmica surgiu pela escassez de pedra, assim esta era obtida cozinhando

a argila ao Sol e posteriormente em fornos. Várias civilizações antigas tinham conhecimentos e

técnicas apuradas para o uso da argila, destacando os assírios e caldeus, com o uso de tijolos em

obras monumentais.

Os romanos utilizavam tijolos revestidos por gesso ou pedra, porém a arquitetura árabe é

a mais conhecida frente o emprego dos tijolos cerâmicos. Por volta do século VII os chineses

passaram a produzir a porcelana, já a louça branca, de resistência inferior a porcelana, começou a

ser produzida no século XVIII pelos ingleses (KAZMIERCZAK, 2007).

Entretanto, apenas no ano de 1666, quando Londres foi atingida por um grande incêndio,

destruindo grande número de casas de madeira, é que o uso do tijolo cerâmico foi mais difundido

e utilizado. Mas, com o surgimento do concreto armado e das estruturas metálicas, o tijolo passou

de material estrutural para elemento de vedação.

Mesmo assim, o mercado de produtos cerâmicos não ficou restrito aos tijolos maciços,

novos tipos de tijolos e até outros materiais de construção tem a argila como principal matéria-

17

prima, caso das peças de revestimentos cerâmicos, pisos e azulejos, que a cada ano tornam-se

mais resistentes e duradouras, sendo comum hoje encontrarmos no mercado pisos e azulejos

cerâmicos idênticos a granitos e mármores.

O desenvolvimento tecnológico permitiu recentemente o surgimento da cerâmica de alta

tecnologia que suporta temperaturas extremamente elevadas com grande resistência mecânica.

Estas cerâmicas são utilizadas setores como a indústria aeroespacial, eletrônica e nuclear

(PETRUCCI, 1976; BAUER, 1994; KAZMIERCZAK, 2007).

2.2.2 Matérias-Primas

Os materiais cerâmicos, conforme Van Vlack (1973), apresentam elevado módulo de

elasticidade maior que outros materiais, e com temperatura de fusão próxima a 1000°C.

Entretanto, como as cerâmicas são materiais não-dúcteis apresentam assim, uma elevada

resistência à compressão, não se rompendo por deslizamento. As principais matérias-primas dos

produtos cerâmicos são encontradas na natureza, sendo utilizadas de forma natural ou após

receberem algum tipo de beneficiamento ou processamento.

As matérias-primas utilizadas em produtos de larga escala de produção como tijolos,

refratários, pisos e porcelanas recebem pouco beneficiamento. Cabendo aos produtos de

aplicação em pequena escala, como ferramentas de corte, cerâmicas eletrônicas e eletrotécnicas,

uma beneficiamento mais intenso. Este beneficiamento vai desde uma simples britagem, para a

matéria-prima atingir a granulometria desejada para sua aplicação, até a separação magnética

para a retirada de impurezas ferrosas e flotação quando se pretende separar grãos maiores e de

diferentes densidades.

Todo o material precisa ser peneirado para determinação de sua granulometria e também

para ocorrer a perfeita união entre as partículas (VAN VLACK, 1973). As cores das cerâmicas

são obtidas a partir da mistura de vários óxidos de metais como ferro, cobalto, cromo entre

outros. A plasticidade das cerâmicas, obtidas após a mistura das argilas e demais matérias-primas

18

com água, depende basicamente das composições mineralógica e granulométrica de seus

componentes, quanto menor a granulometria melhor a plasticidade e trabalhabilidade, pois os

grãos se arranjam melhor.

2.2.2.1 Argila

Com base em Van Vlack (1973); Petrucci (1976); Komar (1987); Bauer (1994);

Kazmierczak (2007), a principal matéria-prima dos produtos cerâmicos é a argila. A argila é um

material terroso natural constituído por argilominerais, principalmente silicatos de alumínio

hidratados, podendo conter outros minerais como quartzo, feldspato, mica, pirita e hematita, além

de impurezas e matérias orgânicas.

As argilas são formadas na crosta terrestre pela desintegração de rochas ígneas sob a

ação constante dos agentes atmosféricos, sendo formadas principalmente nos feldspatos, mais

comum e em gnaisses e micaxistos. Ao ser extraída da natureza esta é britada e selecionada,

eliminando as impurezas.

São também caracterizadas por sua baixa granulometria, com a maioria de seus grãos

com diâmetros inferiores à 2 μm, grãos estes que mais influenciam suas propriedades. Com a

correta quantidade de água a argila se transforma em uma pasta plástica, conservando sua forma

moldada, secando e endurecendo sob a ação do calor.

Vários são os ensaios para sua caracterização, sendo o principal ensaio para

determinação da composição química a fluorescência de raios X, podendo também serem

realizados os ensaios de difração de raios X, análise térmica, microscopia ótica e eletrônica.

O conhecimento das impurezas presentes nas argilas é importante, pois estas podem

interferir na porosidade da peça, acarretando em perda de sua resistência. A caracterização física

das argilas é obtida pelos ensaios de distribuição granulométrica e plasticidade

(KAZMIERCZAK, 2007). As argilas são classificadas em dois tipos quanto sua estrutura,

segundo Van Vlack (1973):

19

- estrutura laminar ou foliácea: usadas na fabricação dos produtos cerâmicos, e;

- estrutura fibrosa.

Já em relação ao seu emprego são três os níveis de classificação:

- infusíveis: constituídas basicamente de caulim puro e após o cozimento ficam brancas,

são utilizadas em porcelanas;

- refratárias: são empregadas em revestimentos de fornos, e;

- fusíveis: as mais utilizadas, as figulinas são bases para a produção de tijolos e telhas,

os grés são empregadas em materiais sanitários, as margas são utilizadas na produção de cimento,

e a ferruginosa também são usadas em tijolos e telhas.

Em relação a plasticidade as argilas são dividas em dois tipos:

- gordas: mais plásticas e com maior deformação ao cozimento, e ;

- magras: possuem excesso de sílica, sendo mais porosas e frágeis.

As ações térmicas nas argilas produzem vários fatores, conforme Van Vlack (1973),

como:

- perda de peso: de natureza física ocorrendo a variação da densidade, porosidade,

dureza, resistência, plasticidade, textura, condutibilidade térmica e elétrica. De natureza química:

desidratação, decomposição, formação de novos compostos;

- efeitos do calor: as alterações físicas das argilas ocorrem até a temperatura de 600°C,

perdendo a água de amassamento, desta temperatura até 950°C, começam as alterações químicas,

como a desidratação química, perda da água de constituição, endurecendo a argila, ocorre

também a queima das materiais orgânicas e a oxidação, quando os carbonetos são calcinados.

Acima de 950°C começa a vitrificação, com a sílica e areia formando pequenas quantidades de

vidros. Esta quantidade de vidro queimada é que determinará a qualidade da cerâmica, pois

quantos mais vidros formados maior a dureza, resistência e compactação da cerâmica;

20

- variações dimensionais: quando a argila perde água de amassamento, esta tende a se

dilatar. Porém, com a perda da água de sua constituição esta passa a se contrair, contraindo ainda

mais quando atinge o estado amorfo e de cristalização, e;

- porosidade: quanto maiores os grãos de argilas maiores os poros, e sendo estes grãos

cada vez menores, menores também seus poros.

A presença de impurezas nas argilas pode trazer melhora de sua resistência, plasticidade

e refratariedade, mas pode também ocasionar defeitos tanto na argila crua como na cozida.

Portanto, algumas argilas são purificadas para não se obter um produto não-conforme, dentre os

principais tipos de purificação destacam-se três:

- processos mecânicos: obtidos por lavagem, eliminando sais solúveis, areia, granito,

nódulos de cal, pintas, cristais de gesso, este processo é realizado por suspensão e sedimentação.

Outro método é o de peneiramento das partículas sólidas maiores. Há também o método de

trituração realizado em moinhos de rolos e máquinas laminadoras;

- processos químicos: tem função de anular os efeitos de materiais indesejados, e;

- processos físico-químicos: o principal é a flotação, onde os óxidos são separados por

filtros eletromagnéticos (VAN VLACK, 1973; PETRUCCI, 1976; KOMAR, 1987; BAUER,

1994; KAZMIERCZAK, 2007).

2.2.2.2 Caulim

O caulim, é um produto encontrado em diversas regiões do nosso país e do mundo. O

caulim é uma espécie de argila formada principalmente por ação de soluções sobre rochas

aluminosas. Seus principais tipos de ocorrência são: veios (derivados do intemperismo de

pegmatitos), mantos (derivados de áreas de rochas ígneas metamórficas), depósitos de

substituição e depósitos acamadados (derivados de arenitos feldspáticos ou depósitos alóctones

secundários). Sua cor branca confere as cerâmicas uma cor clara, mesmo após a queima.

Além do caulim natural, tem-se o caulim calcinado, também conhecido como silicato de

alumínio calcinado, é um produto decorrente da calcinação do caulim. O caulim calcinado é um

produto de difícil produção. Dentre as dificuldades de se produzir o caulim calcinado está a

21

diversidade enorme de características do caulim hidratado, o qual será utilizado para transformar

em caulim calcinado, e os diferentes produtos que surgirão da calcinação destes caulins.

O mercado que consome o caulim calcinado é igualmente variado, sendo que cada

segmento necessita de diferentes variações de caulim calcinado (ABCERAM, 2007;

MICROCEL, 2008).

2.2.2.3 Feldspato

O termo feldspato cobre uma série de alumino-silicatos alcalinos ou alcalinos terrosos.

Os feldspatos naturais são normalmente uma mistura em diversas proporções de alumino-silicatos

de potássio, de sódio, de cálcio, de lítio e ocasionalmente de bário e de césio, com propriedades

químicas e físicas similares.

Para a indústria cerâmica os feldspatos de maior importância são o patássico e o sódico,

por terem temperatura de fusão relativamente baixa e assim sendo empregados como geradores

de “massa vítrea” nas massas cerâmicas e nos vidrados. No entanto estes dificilmente são

encontrados puros, em geral se apresentam em mistura, podendo também estar associados a

outras impurezas.

Ocorre em todos os principais tipos de rochas, mas principalmente nas ígneas, o que

torna bastante difícil a quantificação de suas reservas. Constituem 60% da crosta terrestre e

geralmente são brancos ou claros, com boa clivagem (ABCERAM, 2007; MICROVEL, 2008).

2.2.2.4 Quartzo

O quartzo é um dióxido de silício, sendo mais duro que o feldspato. É um mineral

dificilmente atacado pelo intemperismo químico, e não possui clivagem, razão pela qual é o

principal constituinte da fração arenosa dos solos e sedimentos. O quartzo apresenta variedades

cristalinas como quartzo hialino, ametista, quartzo leitoso, esfumaçado entre outras. Cascalhos,

seixos, arenitos e quartzitos, são formados principalmente de quartzo.

22

Encontra-se também o quartzo fragmentado em pequenas partículas formando grandes

concentrações naturais (areias comuns, compostas principalmente por grãos de quartzo),

resultante de deposição dos resíduos de desagregação (ABCERAM, 2007; MICROCEL, 2008).

2.2.3 Propriedades das Cerâmicas Vermelhas

Conforme Bauer (1994) e Kazmierczak (2007), as cerâmicas vermelhas são aquelas que

constituem os componentes utilizados na construção de alvenarias, como os blocos cerâmicos e

os tijolos maciços; na construção de telhados, telhas cerâmicas; na canalização de águas pluviais

e esgotos, caso dos tubos cerâmicos – manilhas; os elementos vazados não estruturais; os

ladrilhos e lajotas cerâmicas; as plaquetas de revestimentos de paredes; as pingadeiras, utilizadas

na proteção da face superior de muros e peitoris de janelas e as tavelas, usadas na fabricação de

lajes pré-moldadas.

As propriedades das cerâmicas estão ligadas à constituição das argilas, cozimento,

moldagem, interferindo diretamente em sua resistência. Uma boa argila terá uma boa moldagem e

conseqüentemente uma boa queima, que favorecerá a formação dos vidros, garantindo uma

cerâmica de boa qualidade.

A quantidade de água utilizada na moldagem interfere na resistência mecânica das

cerâmicas, pois o excesso de água lava as partículas menores, que se fundiriam melhor. A

desagregação das cerâmicas é causada pela ação dos agentes físicos externos, agentes químicos

internos e agentes mecânicos. Como agentes físicos têm-se a umidade e a vegetação agindo nos

poros, além, do fogo que diminui a resistência à compressão com a elevação da temperatura na

peça. Há sim uma dilatação não uniforme de seus componentes.

Os agentes químicos internos também apresentam danos a cerâmica, se esta possuir sais

solúveis, a umidade absorvida do ar os dissolverá, ocasionando a eflorescência, que é a

cristalização destes sais na superfície das cerâmicas. Já os esforços dos agentes mecânicos podem

23

destruir a peça, visto que as cerâmicas apresentam maiores resistências à compressão que a flexão

(BAUER, 1994; KAZMIERCZAK, 2007).

Os resíduos de cerâmica vermelha ao serem moídos podem adquirir semelhanças

granulométricas aos agregados comuns utilizados na construção civil, entretanto, deve-se

inicialmente caracterizá-los, para posteriormente substituir ou adicioná-lo principalmente em

concretos e argamassas.

Então, um trabalho apresentado por Santana; Lima; Costa (2007) relatou a

caracterização de rejeitos de cerâmica vermelha, tijolo e telha cerâmicos. Estes rejeitos cerâmicos

foram moídos similares a areia a brita comuns apresentando um elevado índice de vazios,

acarretando conseqüentemente em uma maior absorção de água.

O formato dos grãos de ambos os agregados cerâmicos foram verificados através das

análises de imagens por microscópicos. Já para a análise da microestrutura foi utilizada a técnica

de difração de raios X, observando os pesquisadores que as semelhanças são tanto nas fases

mineralógicas como na estrutura independente do agregado ser comum ou cerâmico

(SANTANA; LIMA; COSTA, 2007).

2.2.4 Propriedades das Cerâmicas Brancas

Todos os produtos de porcelana, como as louças sanitárias, as peças e utensílios

domésticos de porcelana, os isoladores elétricos, são classificados como cerâmica branca por

serem feitas com pó de argila branca, caulim quase puro, sendo dividas em três tipos: faiança,

semi-porcelana e porcelana.

A faiança possui poros na parte externa, sendo permeável a água, já nas porcelanas os

poros são pequenos e internos, sendo impermeável tanto à água como ao ar, ficando a semi-

porcelana em situação intermediária.

24

As louças sanitárias possuem granulometria fina e uniforme, alta resistência mecânica e

uma superfície vidrada que facilita sua limpeza. As principais matérias-primas das cerâmicas

brancas são argila, caulim, feldspato e quartzo. O colorido interno das peças é dado pela adição

de óxidos metálicos. Já a coloração externa é dada através da camada de esmalte.

O processo fabril consiste na utilização de argila na forma líquida, barbotina, que é

moldada em moldes de gesso. Como o gesso é higroscópico, a absorção de água pelo molde cria

uma parede de argila que vai aumentando, de acordo com o tempo de exposição da massa com o

molde, isso também provoca a retração da peça permitindo sua desmoldagem.

Outro fato relevante em relação ao emprego de moldes de gesso, é que este absorve

rapidamente a água, porém, sua vida útil é pequena. Neste estágio a peça apresenta propriedades

semelhantes a de uma pasta com pouca água.

Esta metodologia é aplicada em peças de formatos complexos, casos das bacias

sanitárias, alguns artesãos também utilizam esta técnica em seus trabalhos pela vantagem

econômica. Em seguida a peça é seca na estufa e depois queimada a cerca de 1250°C e

esmaltada.

Um problema encontrado nestas peças é em relação a formação do vidro, pois tem-se

diferentes coeficientes de dilatação da massa com o vidrado. Isso é evitado fazendo a queima

simultânea da peça e do esmalte (VAN VLACK, 1973; KOMAR, 1987; GASTALDINI;

SICHIERI, 2007). As propriedades dos isoladores elétricos de porcelana estão apresentadas no

item 2.3.

25

2.3 ISOLADORES ELÉTRICOS DE PORCELANA

2.3.1 Definições

Os isoladores de porcelana, são materiais cerâmicos classificados como cerâmica

branca, pois possuem um corpo de massa branca recobertos por uma camada vítrea de esmalte.

Esta porcelana elétrica é constituída basicamente de argila, esta porém deve ter baixo teor de

ferro, para não comprometer as funções isoladoras do produto; e de feldspato responsável pela

geração da “massa vítrea”. Possuem também elevado ponto de fusão, sendo manufaturados a frio

na forma plástica e sofrendo processo de queima até temperatura de 2000°C (SCHMIT, 1979;

ABCERAM, 2007).

Conforme Mamede Filho (1994) os isoladores são elementos sólidos com propriedades

mecânicas capazes de suportar os esforços produzidos pelos condutores. Eletricamente estes

possuem a função de isolar os condutores, que estão submetidos a uma diferença de potencial em

relação à estrutura de suporte ou em relação a outro condutor. Estes isoladores são divididos em

dois grupos conforme sua função de isolamento, e são assim classificados, segundo Mamede

Filho (1994):

- isolamento não regenerativo: aqueles em que o dielétrico (material isolante

caracterizado por oferecer resistência à passagem da corrente, comparativamente ao valor

intrínseco correspondente dos materiais condutores) não se recupera após uma solicitação elétrica

superior à suas características fundamentais, e;

- isolamento auto-regenerativo: são aqueles em que o dielétrico tem a capacidade de se

recuperar após a ocorrência de uma solicitação elétrica superior.

26

Estes isoladores de porcelana são empregados em três tipos diferentes de instalações

elétricas: transmissão, distribuição e, subestações e instalações industriais, entretanto a

classificação dos isoladores é divida em duas categorias:

- Isoladores de Apoio: são aqueles em que se apóiam os condutores, fixados

rigidamente, caso de barramento de subestações e painéis metálicos, figura 2.1 (a), ou através de

laços pré-formados, de modo a permitir um pequeno deslocamento durante o ciclo de carga,

utilizados em redes de distribuição, figura 2.1 (b), e;

(a) (b) Figura 2.1 – Isoladores de apoio para subestações (a) e para redes de distribuição (b) (CST-

Isoladores, 2007).

- Isoladores de Suspensão: são aqueles que, quando fixados à estrutura, permitem o

livre deslocamento em relação a vertical, são os isoladores de disco, figura 2.2 (MAMEDE

FILHO, 1994).

Figura 2.2 – Isoladores de suspensão (CST-Isoladores, 2007).

2.3.2 Composição Química

Os isoladores são constituídos basicamente de 30% de caulim + argila, 30% de feldspato

e 40% de quartzo, denominados isoladores de quartzo. Ao passo que os isoladores especiais, isto

é, isoladores de subestações elétricas recebem a adição de alumina, em subs

quartzo, recebendo o nome de isoladores de alumina.

São misturadas também outras substâncias em porcentagens bem reduzidas que

influenciaram a qualidade dielétrica e mecânica do isolador, sendo as principais substâncias o

hidróxido de ferro, o silicato de cálcio, o silicato de magnésio e alguns ácidos. Aumentando as

quantidades das matérias-primas básicas dos isoladores obtém

Mamede Filho (1994), como:

- aumentando o teor de quartzo o isolador será mais re

uma maior resistência mecânica e menor rigidez dielétrica;

- uma maior quantidade de feldspato aumentará o comportamento isolante, isto é, os

valores de rigidez dielétrica, fator de perdas entre outros, e;

- elevando a quantidade de caulim e argila, tem

choques térmicos, porém com menor rigidez dielétrica.

As quantidades das matérias

porcelana terá, para então em função das condiçõe

que o material suportará, as porcentagens são estabelecidas com base no triângulo de composição

da porcelana, figura 2.3, (SCHMIT, 1979; MAMEDE FILHO, 1994; ABCERAM, 2007).

Figura 2.3 – Triângulo de composição da porcelana (MAMEDE FILHO, 1994).

27

é, isoladores de subestações elétricas recebem a adição de alumina, em subs

quartzo, recebendo o nome de isoladores de alumina.

São misturadas também outras substâncias em porcentagens bem reduzidas que

influenciaram a qualidade dielétrica e mecânica do isolador, sendo as principais substâncias o

ferro, o silicato de cálcio, o silicato de magnésio e alguns ácidos. Aumentando as

primas básicas dos isoladores obtém-se alguns melhorias, segundo

Mamede Filho (1994), como:

aumentando o teor de quartzo o isolador será mais resistente às altas temperaturas, com

uma maior resistência mecânica e menor rigidez dielétrica;

uma maior quantidade de feldspato aumentará o comportamento isolante, isto é, os

valores de rigidez dielétrica, fator de perdas entre outros, e;

quantidade de caulim e argila, tem-se um isolador mais resistente aos

choques térmicos, porém com menor rigidez dielétrica.

As quantidades das matérias-primas podem sofrer mudanças, devido a aplicação que a

porcelana terá, para então em função das condições elétricas ou dielétricas, mecânicas e térmicas

que o material suportará, as porcentagens são estabelecidas com base no triângulo de composição

(SCHMIT, 1979; MAMEDE FILHO, 1994; ABCERAM, 2007).

Triângulo de composição da porcelana (MAMEDE FILHO, 1994).

é, isoladores de subestações elétricas recebem a adição de alumina, em substituição parcial ao

São misturadas também outras substâncias em porcentagens bem reduzidas que

influenciaram a qualidade dielétrica e mecânica do isolador, sendo as principais substâncias o

ferro, o silicato de cálcio, o silicato de magnésio e alguns ácidos. Aumentando as

se alguns melhorias, segundo

sistente às altas temperaturas, com

uma maior quantidade de feldspato aumentará o comportamento isolante, isto é, os

se um isolador mais resistente aos

primas podem sofrer mudanças, devido a aplicação que a

s elétricas ou dielétricas, mecânicas e térmicas

que o material suportará, as porcentagens são estabelecidas com base no triângulo de composição

(SCHMIT, 1979; MAMEDE FILHO, 1994; ABCERAM, 2007).

Triângulo de composição da porcelana (MAMEDE FILHO, 1994).

28

2.3.3 Processo de Fabricação

O processo de fabricação é dividido em três etapas (VAN VLACK, 1973; MAMEDE

FILHO, 1994; ISOLADORES SANTANA; 2007; CST-ISOLADORES, 2007):

- fabricação da porcelana crua;

- extrusão, calibração e torneação, e ;

- vitrificação e sinterização.

- Fabricação da porcelana crua: de acordo com o tipo de isolador a ser fabricado tem-

se um traço, então as quantidades de cada matéria-prima são misturadas com água e mantidas por

cerca de 30 horas em cilindro rotativo horizontal para homogeneização da massa, figura 2.4 (a).

Realizada a mistura a próxima etapa é a de filtro-prensagem, onde tem-se a retirada da água em

excesso da massa, permitindo que ela se torne propícia para moldagem, figura 2.4 (b). Todos os

isoladores de porcelana são fabricados por via plástica ou úmida, que consiste em moldar a massa

de porcelana plástica (com 20% de água) dando-lhe uma forma que permite ser torneada com o

formato final desejado.

(a) (b) Figura 2.4 - Cilindro rotativo horizontal (a) e massa já prensada (b) (CAMPOS, 2006).

São dois os tipos de moldagem dos isoladores e estes são divididos conforme o seu tipo:

29

- Extrusão/Torneação: a massa passa por uma extrusora com câmara de vácuo para

retirada do ar e compactação em forma cilíndrica. Segue-se a torneação destes cilindros, realizada

sem fôrmas ou moldes. Neste processo, são produzidos isoladores tipo pilar, bucha, roldanas,

suportes cilíndricos para chaves seccionadoras e chaves fusíveis, figura 2.5.

Figura 2.5 – Massa de porcelana de isoladores tipo suporte e torneação (CAMPOS, 2006).

- Extrusão/Calibração/Torneação: aqui a massa cerâmica passa por uma extrusora e

segue por prensas rotativas que moldam a massa com o formato externo do isolador através de

moldes de gesso. Segue-se, quando necessário, a torneação das peças moldadas, passando em

seguida por uma queima prévia a baixas temperaturas, havendo a perda de cerca de 15% da água

ainda existente. Neste processo, são produzidos isoladores como discos de suspensão, isoladores

pino e dielétricos para montagem de suportes tipo pedestal e multicones, figura 2.6.

Figura 2.6 - Processo de fabricação de isoladores de disco (CAMPOS, 2006).

30

A próxima etapa e agora comum para os dois tipos de isoladores é a Vitrificação, onde a

peça de porcelana recebe por imersão a aplicação de somente e apenas uma camada de esmalte

sintético nas cores marrom ou branca. Esta camada de esmalte tem espessura variada de 0,3 a

0,07 mm propiciando ao isolador uma camada extremamente lisa, impedindo a retenção de

partículas e líquidos. Este esmalte é a parte externa do vidrado do isolador cuja função principal é

facilitar sua limpeza pela chuva, e não, como muitos imaginam, para evitar a penetração de

umidade na porcelana, pois a porcelana não é porosa.

Por fim tem-se a etapa de Sinterização, onde as peças vidradas são sinterizadas

(queimadas) em fornos especiais a 1300°C, por 24 horas, processando todas as reações químicas

da porcelana. Após a queima todos os isoladores passam por ensaios de rotina para verificação da

qualidade e sua uniformidade, bem como por teste de raio laser, onde podem ser detectadas as

menores fissuras e demais desconformidades que comprometam suas funções isoladoras quando

em uso (VAN VLACK, 1973; MAMEDE FILHO, 1994; ISOLADORES SANTANA; 2007;

CST-ISOLADORES, 2007).

2.3.4 Classificação quanto à reciclagem e reutilização dos isoladores de porcelana

De acordo com a definição na Resolução n° 307 do CONAMA, Brasil (2002), os rejeitos

de isoladores elétricos de porcelana provenientes do descarte do material inservível ou do

controle de qualidade no processo fabril são classificados como resíduos de Classe A

(componentes cerâmicos), devendo ser destinados na seguinte forma: “deverão ser reutilizados

ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da

construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura”

(BRASIL, 2002).

31

CAPÍTULO 3: CONCRETO E ARGAMASSAS COM MATERIAIS

ALTERNATIVOS

3.1 MATERIAIS ALTERNATIVOS

Inúmeras pesquisas surgiram recentemente tratando da busca de materiais novos e

alternativos para o emprego em concretos e argamassas em substituição parcial ou total dos

agregados graúdos e miúdos, e do cimento. No Congresso Brasileiro do Concreto (43° CBC-

Ibracon) de 2001, dez trabalhos foram publicados referentes a reciclagem do entulho de obra e

seu posterior emprego em concretos ou argamassas. Esta quantidade de trabalhos pode ser

explicada pelo fato de que no ano de 1999 foi criado o Programa Brasileiro de Reciclagem

(PBR).

A reutilização dos resíduos de cerâmica vermelha tijolos de barro, blocos e telhas

cerâmicas, pisos e azulejos para revestimentos há uma década têm suas propriedades físicas e

mecânicas estudadas a exaustão, destacando sua utilização pela facilidade de moagem. Surgiram

também vários outros materiais alternativos como o lodo de estação de tratamento esgoto, cinzas

de casca de arroz, fibras vegetais in natura ou incineradas, escórias de alto-fornos entre tantos

outros.

A cerâmica branca também passou a ser objeto de pesquisa como forma alternativa aos

materiais comuns englobando as porcelanas e louças sanitárias. Estudos recentes aprovam a

utilização dos rejeitos de louças sanitárias em concretos e argamassas, porém o uso das

porcelanas elétricas começa a se desenvolver no meio acadêmico.

32

3.2 A RECICLAGEM

A reciclagem de resíduos e rejeitos da construção civil e seu emprego como material

alternativo na própria construção é uma forma de reduzir o impacto ambiental causado pela

deposição indiscriminada dos resíduos e rejeitos na natureza (JOHN, 2000).

Há de considerar que a construção civil, tem aumentando sua participação no PIB

(Produto Interno Bruto) brasileiro. Comparando os anos de 2006 e 2007, a construção civil teve

um aumento de 5% na participação do PIB, saltando de 4,6% em 2006 para 5% em 2007,

correspondendo a R$ 130 bilhões do PIB total (IBGE, 2008), em conseqüência deste aumento

tem-se o aumento de resíduos e rejeitos gerados por toda cadeia produtiva da construção civil.

O processo de reciclagem de qualquer material para emprego na construção é complexo

e multidisciplinar, conforme John (2000), integrando conceitos novos com estudos de

durabilidade e resistência a longo prazo, análise de risco de contaminação ambiental, ciência dos

materiais, química, economia, meio ambiente entre outros. Toda esta reciclagem faz parte do

desenvolvimento sustentável, isto é, garantir uma melhor qualidade de vida para toda a população

e também preservar os recursos para as gerações futuras.

Mas a implantação de um sistema de reciclagem de qualquer produto da construção e em

qualquer parte da cadeia produtiva representa um custo elevado se as partes envolvidas não

tiverem um sistema de gestão da qualidade, pois este diminui os desperdícios. A reciclagem de

qualquer produto pós-consumo é viável quando o produto possui um elevado valor agregado,

porém, os resíduos industriais são mais fáceis de reciclar, pelo fato das empresas terem sob seu

domínio estes resíduos, não tendo que realizar nenhuma logística para sua coleta.

33

Os maiores recicladores ligados a construção civil são a indústria de aço e cimento

devida a grande quantidade de sucatas e escórias utilizadas respectivamente. Nestes dois setores

também são utilizados diversos materiais na queima dos produtos, como pneus, restos de

madeiras e papéis.

Porém, qualquer tipo de reciclagem só será possível se o fornecimento do resíduo for por

tempo suficiente para amortizar os investimentos. Durante o repasse de informações sobre os

processos podem ocorrer mudanças nos processos de fabricação e gestão dos resíduos para

aumentar a reciclagem dos produtos. No próprio fabricante nem sempre há danos quantitativos

dos custos ambientais de seus produtos, como: custos de deposição dos resíduos, embalagens,

transporte, licenciamento ambiental, multas ambientais e sua posterior recuperação (JOHN,

2000).

Entretanto, a reciclagem dos resíduos e rejeitos da construção civil pode apresentar

danos a saúde dos operários e moradores próximos das usinas de reciclagem (PINTO; SILVA,

2008) e ao meio ambiente (SOUZA, 2003) relativos ao grande volume de poeira e ruídos durante

o processo.

Uma alternativa para a diminuição do volume de poeira suspensa no ar é a adoção de um

sistema de pulverização de água, em todos os setores da usina, desde a chegada do material até

sua estocagem (PINTO; SILVA, 2008). Em relação aos danos causados ao meio ambiente,

Souza (2003) elaborou uma Gestão Ambiental a ser empregada no município de Pedreira-SP,

importante pólo de produção de isoladores de porcelana, destacando-se três principais fatores:

- reabilitação e controle do meio ambiente, recuperando as áreas já degradadas;

- avaliação e controle da degradação futura, conservando e melhorando a qualidade

ambiental existente, e;

- planejamento ambiental, estudando uma futura degradação e sua recuperação

ambiental (SOUZA, 2003).

34

3.3 CONCRETO E ARGAMASSA COM PORCELANA

3.3.1 Concreto com Porcelana

Conforme apresentado por Franck et al. (2004), a substituição dos agregados naturais

por resíduos de isoladores elétricos de porcelana provenientes de substituição por parte das

concessionárias elétricas brasileiras é material com composição química similar à dos agregados

naturais.

Estes isoladores elétricos são classificados como materiais inertes e com decomposição

lenta e demorada, sendo o seu emprego em concretos, uma forma de diminuir o impacto

ambiental causado pela disposição indiscriminada deste material em áreas de proteção ambiental.

Porém, Franck et al. (2004), destaca alguns agravantes ao uso de isoladores de porcelana

na questão referente ao seu vidrado superficial que pode ser potencialmente reativo com os

cimentos comumente utilizados, produzindo reações expansivas, trincas e diminuição da

resistência mecânica e módulo de elasticidade.

Outro problema relacionado a este vidrado é que sua região polida prejudica a aderência

com a pasta de cimento, sendo local preferencial de fratura. Os agentes cimentantes, à base de

enxofre, utilizados para fixação das ferragens às saias dos isoladores, tendem a reagir com os

álcalis do cimento, encontrando dificuldades em separá-lo, eleva-se o custo final da imobilização.

Estas reações normalmente resultam em expansões e trincas das estruturas de concreto.

A parte experimental do trabalho de Franck et al. (2004), baseou-se na comparação de

um traço padrão de concreto, com todos os agregados comuns (areia e brita), com outros seis

35

traços com substituição dos agregados graúdos e miúdos (brita e areia) por isoladores elétricos de

porcelana moídos em granulometria similar a estes dois agregados comuns.

Inicialmente estes traços de concreto deveriam obter aos 28 dias, no ensaio de

resistência à compressão simples, resistência superior a 25 MPa, para sua utilização em artefatos

de concreto nas redes de distribuição e transmissão de energia (postes, cruzetas entre outros),

podendo ser também aplicado em concreto compactado com rolo.

Nos ensaios de concreto no estado fresco, abatimento por tronco de cone, os traços com

mais de 50% de porcelana moída apresentaram diminuição da trabalhabilidade e dificuldade de

adensamento.

Já nos ensaios no estado endurecido de Franck et al. (2004), na resistência à compressão

simples teve-se um decréscimo de resistência nos traços com adição de porcelana em relação ao

traço referência, com a ruptura ocorrendo principalmente na face vidrada dos isoladores que

substituíram o agregado graúdo.

Em relação a durabilidade, foram moldados concretos com armadura de aço e ensaiados

quanto a análise da corrosão das armaduras por espectroscopia de impedância eletroquímica,

devido ao pouco tempo de ensaio os autores não observaram alterações estruturais externas nos

corpos-de-prova, como trincas ou fissuras, o que demonstra que o tempo de envelhecimento não

foi suficiente para a análise do desempenho individual dos traços de concreto quanto à corrosão

da armadura.

Quanto a absorção de água todos os concretos estão em conformidade com a norma

brasileira, já a massa específica diminui em cerca de 10% para as adições de porcelana nos

concretos. Foram realizados também por Franck et al. (2004) ensaios de difração de raios X e

reatividade potencial onde observou-se através de envelhecimento acelerado, que as expansões

observadas são potencialmente prejudiciais ao concreto.

36

Os ensaios de análise de imagem por microscopia eletrônica de varredura indicaram e

revelaram a presença de regiões com o agente cimentante a base de enxofre, utilizado para a

fixação das ferragens ao corpo dos isoladores, podendo ocorrer a reatividade da porcelana.

Como conclusões pró-reciclagem, Franck et al. (2004), enfatizam a facilidade de

britagem dos isoladores de porcelana, com emprego ótimo entre 20 e 50% em substituição aos

agregados do concreto resultando em boa resistência à compressão, além de ser um material

alternativo economicamente viável e ambientalmente correto.

Entretanto, há alguns aspectos negativos citados como a potencial reatividade da

porcelana, devido a presença de material cimentante à base de enxofre, incidência de ruptura na

região polida da superfície vidrada e eventual expansão dimensional das peças de concreto com

porcelana (FRANCK et al., 2004).

Com base nos dados apresentados por Costa; Martins; Baldo (2004a) a louça sanitária,

caracterizada como cerâmica branca, pertence ao grupo das porcelanas, porém, é menos resistente

que os isoladores de porcelana, devido ao seu menor período de sinterização.

Este trabalho comparou a substituição do agregado graúdo por louça sanitária moída em

granulometria similar a brita, com um traço de concreto referência, com o agregado graúdo

comum. No estado fresco o abatimento, foi de 50 mm para todos os traços ensaiados. Nos ensaios

de resistência à compressão simples observaram os autores, Costa; Martins; Baldo (2004a), que

as resistências obtidas no traço com a louça moída foram superiores ao traço referência,

resistências estas que permite sua utilização em concretos estruturais.

Na análise microestrutural através de microscopia eletrônica de varredura não se observa

nenhum efeito visível do vidrado cerâmico na concentração e distribuição dos produtos de

hidratação. Pelo fato da louça sanitária conter sílica tanto na fase vítrea do corpo cerâmico como

no esmalte, não houve o impedimento da funcionalidade do agregado como formador de

esqueleto no concreto.

37

A conclusão obtida pelos autores Costa; Martins; Baldo (2004a), foi que pelo fato do

consumo de cimento no concreto com a louça britada ser igual ao do concreto de referência, o

aumento da resistência à compressão do concreto reciclado foi resultado da menor relação

água/aglomerante e melhor empacotamento observado, mesmo substituindo toda a brita pela

porcelana sanitária moída, permitindo de início a aplicação deste concreto sem a função

estrutural.

Na pesquisa elaborada por Senthamarai; Devadas Manoharan (2005) tem-se o estudo de

um concreto convencional em comparação ao concreto com adições de resíduos de isoladores de

porcelana em substituição ao agregado graúdo. Quanto a caracterização dos agregados, os

isoladores de porcelana possuem similaridade com os agregados comuns, destacando a menor

absorção de água pelos isoladores frente a brita utilizada. Na parte experimental, foram

confeccionados seis traços de concreto com porcelana moída e seis traços com agregados

comuns, com diferentes quantidades de cimentos e relações água/cimento.

Nos ensaios de abatimento do concreto, os traços com agregados comuns apresentaram

abatimentos menores frente aos traços com porcelana, isso é resultado da menor capacidade de

absorção da água pela porcelana miúda, tornando o concreto mais fluido. Nos ensaios de

resistência à compressão simples os resultados obtidos, por Senthamarai; Devadas Manoharan

(2005), foram similares para todos os traços, tendo o concreto convencional um ligeiro aumento

de resistência. Já nos ensaios de resistência à compressão diametral a variação da resistência entre

os concretos foram maiores, tendo o concreto referência apresentado os melhores resultados.

Também para o ensaio de resistência à tração na flexão, os resultados foram

semelhantes, ficando mais uma vez as maiores resistências com o concreto convencional. Ao

passo que nos ensaios de deformação as diferenças entre os concretos foram maiores, novamente

com o concreto referência com deformação maior que o concreto com adição de isoladores de

porcelana moídos.

38

Assim, neste estudo o concreto com isoladores de porcelana substituindo o agregado

convencional é uma alternativa para o emprego dos isoladores descartados, conforme as

observações de Senthamarai; Devadas Manoharan (2005).

Outro trabalho envolvendo a pesquisa de isoladores elétricos de porcelana é apresentado

por Portella et al. (2006), que ressalta o envelhecimento acelerado do concreto com adições de

isoladores elétricos britados de porcelana.

Este estudo de envelhecimento acelerado destaca inicialmente algumas observações

quanto ao emprego dos isoladores de porcelana nos concretos, como o vidrado superficial das

saias da porcelana e a própria porcelana podem ser potencialmente reativos com os cimentos

comumente usados, produzindo reações expansivas, trincas e diminuição da resistência mecânica

final.

O material cimentante utilizado para fixação das ferragens às saias de isoladores tende a

reagir com os álcalis do cimento, devido a presença de enxofre em sua composição. Sua difícil

separação da peça, eleva seu custo de moagem, conforme Portella et al. (2006).

A base dos isoladores de porcelana pode conter materiais reativos como: ferro, cromo,

manganês, zircônio, cobalto e níquel, que podem vir a causar contaminação ambiental se

descartados na natureza sem algum tipo de tratamento. O quartzo, feldspato e caulim, matérias-

primas dos isoladores de porcelana, também podem ser reativos no concreto.

Outro fator relevante destacado por Portella et al. (2006), é o quartzo, pois quando

incorporado ao concreto tende a causar reações químicas expansivas, como aumento de volume

sob condições especiais de umidade e temperatura, criando tensões internas ao concreto e sua

posterior fissuração, perda da monoliticidade e, conseqüentemente, comprometimento do

concreto.

As reações álcali-agregado ocorridas no interior do concreto envolvem os hidróxidos

alcalinos provenientes, principalmente, do cimento e de alguns minerais reativos presentes no

agregado utilizado, como o quartzo.

39

A metodologia de pesquisa de Portella et al. (2006), concentrou-se em determinar

parâmetros que identificavam a contribuição dos subprodutos do enxofre presente na argamassa

ou concreto com rejeitos de porcelanas elétricas, vidrado e da própria porcelana.

Para o emprego de isoladores de porcelana em concretos, os autores recomendam um

limite máximo de substituição dos agregados de 80%, porém, uma porcentagem aceitável e que

apresenta bons resultados compreende a faixa de 20 a 50%. Então, foram dosados dois tipos de

concreto, com diferentes tipos de cimento, CP II F 32 e CP V.

Como resultados principais Portella et al. (2006), têm-se a redução de 5% do consumo

de cimento no concreto obtida através da incorporação dos rejeitos de porcelana, para a aplicação

em artefatos de concreto.

Nos ensaios de resistência à compressão simples e resistência à compressão diametral os

traços de concreto com cimento tipo CP V apresentaram resultados superiores àqueles obtidos

pelos concretos com cimento do tipo CP II, independente da quantidade de porcelana no traço.

Na resistência à tração na flexão, o tipo de cimento e a quantidade de porcelana não interferiram

nos ensaios, os resultados foram próximos para os tipos de cimento e quantidades de porcelana.

Quanto ao módulo de elasticidade, os concretos com porcelana apresentaram ligeira

superioridade ao traço referência com cimento CP V, sendo constatado o inverso para os traços

produzidos com o cimento CP II. Este fato foi justificado por Portella et al. (2006) nos concretos

com rejeitos de porcelana, já que esta possui baixa porosidade e alto módulo de deformação.

Para os ensaios de reatividade potencial da porcelana moída, Portella et al. (2006),

confeccionaram corpos-de-prova com diferentes combinações de fases da porcelana: face

vidrada, base de enxofre (fixação da armadura) e corpo de cerâmica branca.

Quanto a expansão dos concretos com estas fases da porcelana, aqueles produzidos com

cimento CP V apresentaram menores expansões em relação as observados nos concretos de

cimento CP II, com as maiores expansões sendo observadas nas amostras com face vidrada e

base de enxofre.

40

Nos ensaios de micrografia Portella et al. (2006) observaram a formação da etringita nos

concretos com cimento CP II, etringita esta não observada nos concretos com cimento CP V.

Assim, concretos com cimento CP V apresentam melhores resultados ao envelhecimento que o

cimento CP II utilizado na pesquisa, para as condições de ensaios realizadas pelos autores.

Nos resultados das análises termogravimétricas, Portella et al. (2006), indicam que com

o avanço do envelhecimento houve redução do pico endotérmico e também o aumento da perda

de massa final, o que pode ser atribuído a uma maior absorção de água pelo envelhecimento.

As principais conclusões de Portella et al. (2006), referem-se a diminuição da

reatividade potencial dos concretos com cimento CP V, porém a expansão química é fator a ser

considerado para obras de concreto armado, pois as medidas do potencial de corrosão da

armadura foram efetivas na identificação de mecanismos de deterioração da estrutura. Nenhuma

propriedade mecânica sofreu queda para as idades estudadas.

As expansões químicas são relativas a camada superficial de vidrado e o enxofre

utilizado como agente cimentante nas porcelanas. A expansão dimensional e a reatividade

potencial são fatores preponderantes de serem levados em conta no dimensionamento de uma

estrutura de concreto, assim, estes recomendam testes preliminares e de dosagens para utilização

de concretos com adições de isoladores de porcelana (PORTELLA et al., 2004).

O trabalho apresentado por López et al. (2007), estudou as propriedades físicas e

mecânicas de um concreto substituindo o agregado miúdo por cerâmica branca proveniente de

demolição de construção e resíduos do processo fabril das indústrias cerâmicas. A comparação

foi entre um concreto convencional, com agregado miúdo comum (areia), com substituição da

areia por cerâmica branca moída em granulometria similar a areia.

Nos ensaios de resistência à compressão simples, López et al. (2007), observaram que

todos os traços com cerâmica obtiveram maiores resistências médias que o concreto referência. Já

nos ensaios de resistência à compressão diametral os resultados foram próximos, independente do

traço ensaiado.

41

Já nos ensaios de tração na flexão em corpos-de-prova prismáticos, os resultados

apresentados por López et al. (2007), mostram também uma similaridade entre os traços

referências e as diversas porcentagens de substituição da areia por porcelana moída.

Assim, para todos os ensaios e traços com cerâmica em substituição ao agregado

comum, os autores López et al. (2007), concluem que as propriedades estudadas se mostraram

similares entre elas, sendo possível a utilização da porcelana em concretos.

Já o trabalho de Santolaia et al. (2007) ilustra a substituição parcial do agregado graúdo

do concreto por rejeitos de isoladores elétricos de porcelana provenientes de reciclagem primária,

isto é, o material a ser reciclado é aquele que não passou no controle de qualidade fabril e não

pode ser comercializado.

O descarte destes isoladores na natureza acarreta em danos irreparáveis ao meio, além de

que sua quebra para a retirada de materiais ferrosos de seu interior acaba gerando pedaços de

porcelana extremamente cortantes. A metodologia de ensaio baseou-se em produzir um concreto

referência, sem adição de porcelana, e compará-lo a traços com porcelana moída em

granulometria similar ao agregado graúdo comum utilizado no concreto.

No estado fresco todos os traços foram ensaiados quanto sua consistência pelo

abatimento do tronco de cone. Os abatimentos ficaram dentro da faixa pré-estabelecida para

determinação da relação água/cimento. Quanto aos resultados dos ensaios de resistência à

compressão simples e de resistência à compressão diametral apresentados por Santolaia et al.

(2007), um traço com 10% de substituição da brita pela porcelana moída apresentou resultados

superiores ao concreto referência.

Na resistência à tração na flexão, Santolaia et al. (2007) constataram que todos os traços

apresentaram resultados similares, sendo que todos os traços com adições de porcelana

obtiveram resultados superiores ao traço de referência. Durante os ensaios mecânicos Santolaia et

al. (2007) observaram que as fraturas ocorreram na face vidrada dos isoladores, entretanto, um

concreto com substituição de 10% do agregado graúdo natural por isoladores de porcelana

apresentou resultados de ensaios mecânicos similares ou superiores aos obtidos para um concreto

42

convencional de mesmo traço. Assim, um concreto sem fins estruturais poderá receber esta

substituição de porcelana.

O trabalho de Lintz et al. (2008) baseou-se no estudo das propriedades mecânicas do

concreto, no estado fresco e endurecido, com substituição do agregado graúdo por isoladores

elétricos de porcelana moídos.

Foi dosado um traço de concreto em massa de 1: 2: 3: 0,57 (cimento: areia: brita: água),

com consumo de cimento de 350 kg/m³. Assim, moldou-se um traço referência (T1), com

agregados comuns, e mais os traços com as substituições do agregado graúdo pelos resíduos de

isoladores de porcelana nos teores 10% (T2), 20% (T3), 30% (T4), 40% (T5) e 50% (T6). Todos

os agregados foram caracterizados tendo na tabela 3.1 a apresentação destes resultados.

Tabela 3.1 – Características dos agregados. Ensaios Areia Brita Porcelana

Dimensão máxima característica (mm) 2,36 9,50 19,00

Módulo de finura 2,30 0,81 1,63

Massa específica (g/cm³) 2,60 - -

Massa específica seca (g/cm³) - 1,92 2,44

Massa específica saturada (g/cm³) - 2,50 2,45

Absorção (%) - 3,04 0,16

Pelo fato do isolador de porcelana moído apresentar baixa capacidade de absorção de

água em relação ao agregado comum, sua utilização pode diminuir a quantidade de água no

concreto, resultando num menor consumo de cimento.

Nos ensaios do concreto no estado fresco, consistência pelo abatimento do tronco de

cone, Slump Test, Lintz et al. (2008), observaram que os traços com porcelana apresentaram na

sua maioria maiores abatimentos em relação ao concreto referência, fato explicado pela menor

capacidade de absorção de água pela porcelana. Nos ensaios mecânicos, propriedades do

concreto no estado endurecido, todos foram realizados aos 28 dias de idade e são apresentados na

tabela 3.2

43

Tabela 3.2 – Propriedades mecânicas do concreto endurecido.

Ensaios Realizados Traços

T 1 T 2 T 3 T 4 T 5 T 6 Compressão Simples (MPa) 46,48 47,18 36,63 38,91 41,48 36

Compressão Diametral (MPa) 4,95 4,59 3,43 3,7 3,81 3,02

Tração na Flexão (MPa) 5,53 4,81 4,3 4,48 5,01 4,73

Quantidade de Água Absorvida (g) 6,2 7,6 6,5 3,6 3 1,8

Capilaridade (g/cm²) 0,078 0,097 0,082 0,046 0,038 0,023

Altura Capilar (cm) 1,3 1,7 1,3 1,2 1,2 1,1

Quanto ao ensaio de resistência à compressão simples, Lintz et al. (2008), observaram

que todos os traços apresentaram resistências à compressão elevadas, o traço (T2) atingiu a maior

resistência média. Nos demais traços, a resistência média ficou entre 11% e 23% abaixo do traço

de referência, mesmo assim, estes concretos possuem uma elevada resistência, considerando o

aumento da quantidade de porcelana.

Nos ensaios de resistência à compressão diametral os valores médios dos traços com

porcelana variaram de 10% a 40% abaixo da resistência. Lintz et al. (2008) observaram que a

ruptura “contornou” a porcelana rompendo-se em pequenas lascas devido a baixa aderência da

argamassa do concreto à face vidrada dos isoladores de porcelana.

Já nos ensaios de resistência à tração na flexão a diferença entre o traço referência e

aqueles com porcelana foram inferiores de 10% a 22% aproximadamente. Em todos estes ensaios

mecânicos esta queda mais acentuada de resistência, segundo Lintz et al. (2008), foi inicialmente

atribuída a baixa aderência entre a porcelana e a argamassa do concreto, constatando também que

na face vidrada da porcelana a aderência foi menor ainda.

Um fator preponderante destacado por Lintz et al. (2008) foi que ao romper os corpos-

de-prova, a porcelana não rompeu facilmente, seja por sua estrutura lamelar seja pela não

aderência completa com a argamassa, ficando bem evidenciada a localização da porcelana dentro

do concreto e o local correto do “desprendimento” desta com a pasta.

44

Nos ensaios de capilaridade realizados por Lintz et al. (2008), os traços com maiores

quantidades de porcelana moída apresentaram queda na absorção de água, conseqüentemente,

todas as propriedades medidas pelos ensaios de capilaridades diminuíam em comparação à

referência, devido a baixa capacidade de absorção de água porcelana.

Segundo Lintz et al. (2008) a distribuição da água no interior dos concretos foi mais

acentuada nas laterais, declinado no centro dos corpos-de-prova. Um dos fatores para este

fenômeno foi a constatação de que nas laterais há menores quantidades de porcelana, estas ficam

mais concentradas no centro dos corpos-de-prova, daí a incidência de maiores percolações de

água nas laterais em comparação com o centro dos corpos-de-prova ensaiados (LINTZ et al.,

2008).

3.3.2 Argamassa com Porcelana

O trabalho de Costa; Martins; Baldo (2004b) investigou a viabilidade da reciclagem

primária de rejeitos da indústria de louça sanitária, porcelana sanitária, como agregado em

substituição parcial ou total da areia, em argamassas de revestimento e assentamento,

comparando um traço de argamassa de referência a outros com substituição da areia por

porcelana moída.

Nos ensaios de resistência à compressão das argamassas, observaram os autores que as

argamassas com adição da louca sanitária moída apresentaram resultados superiores frente a

argamassa referência.

Nos ensaios de análise térmica constatou-se que a perda de massa é menor nas

argamassas com porcelana moída. Nas observações microscópicas verificaram que não existem

diferenças básicas no ancoramento dos produtos de hidratação e carbonatação sobre os

agregados, independentemente do agregado ser a areia comum ou louça sanitária moída.

45

Mesmo com a porcelana moída podendo apresentar face vidrada, esta não causou

nenhum efeito danoso ao desenvolvimento da resistência mecânica e nenhum eventual produto

desta reação se tornou visível.

Assim, a conclusão principal dos autores Costa; Martins; Baldo (2004b), é em relação a

utilização viável da louça sanitária moída em substituição à areia comum, em argamassa de

assentamento e revestimento, pois a mesma apresentou propriedades compatíveis com a areia, e

também por possuir um baixo custo de reciclagem.

Observaram os autores, até a idade estudada, que também não ocorreu nenhuma reação

adversa que provocasse danos microestruturais durante o envelhecimento. Tendo também a

argamassa com a porcelana sanitária moída apresentado carbonatação mais intensa que a

argamassa com areia comum (COSTA; MARTINS; BALDO, 2004b).

46

3.4 CONCRETO E ARGAMASSA COM CERÂMICA

3.4.1 Concreto com Cerâmica

Frente aos novos materiais encontrados como substitutos dos recursos naturais a

indústria cerâmica possui uma elevada porcentagem de descarte de seus materiais, englobando

aqueles que não atendem as especificações técnicas e os materiais substituídos. Uma diferença da

cerâmica frente aos outros materiais alternativos é sua composição química e mineralógica, que

muitas vezes é conhecida e controlada, também sua queima elimina qualquer material orgânico,

prejudicial aos concretos e argamassas.

O tijolo cerâmico se moído for é um material alternativo a utilização dos agregados

comuns em concretos, destacando suas massas específica e unitária menores que a areia e a brita,

conferindo maior leveza ao concreto, Passos; Pinto Júnior (2007). Porém, este resíduo cerâmico

apresenta grande capacidade de absorção de água em decorrência de sua elevada porosidade

(CABRAL; DAL MOLIN; SCHALCH, 2005, FAVINI; COSTA, 2008), chegando a até 12%,

conforme dados de Pereira et al (2002) e Brito; Pereira; Correia (2005).

Entretanto, este problema é contornado com uma pré-saturação da cerâmica antes de sua

utilização, pré-saturação com água, variando de 30 minutos, segundo Pereira et al. (2002), a até

24 horas antes da moldagem do traço, conforme Mansur, Wee, Cheran (1999), evitando assim, a

absorção da água de amassamento do concreto por este agregado.

Esta maior absorção de água da cerâmica interfere também no abatimento do concreto,

atingindo os concretos com cerâmica, valores superiores aos traços com os agregados comuns,

segundo Pereira et al. (2002), e explicado por Mansur, Wee, Cheran (1999), devido a textura da

47

superfície do tijolo. Porém, Binici (2007) verificou abatimento menor que a referência para os

concretos com cerâmica moída miúda.

Quanto aos ensaios mecânicos realizados em concretos com rejeitos cerâmicos

substituindo os agregados, graúdo ou miúdo, comuns, os autores Pereira et al. (2002), Brito;

Pereira; Correia (2005), Correia; Brito; Pereira (2006), Passos; Pinto Júnior (2007) e Favini;

Costa (2008) observaram queda nos valores dos ensaios de resistências à compressão simples, de

tração na flexão e à abrasão com o aumento do teor de material cerâmico substituído. Já em

Binici (2007) tem-se aumento da resistência dos concretos com cerâmica miúda frente ao traço

referência, entretanto quanto a resistência à abrasão este também observou queda na resistência,

conforme os demais autores.

Quanto aos ensaios de absorção de água por capilaridade e imersão, as maiores

absorções foram medidas nos concretos com maiores de teores de cerâmica, devido a absorção de

água pela cerâmica moída, fator este que pode comprometer o concreto quando em contato com

uma água com agentes agressivos, segundo Brito; Pereira; Correia (2005) e Correia; Brito;

Pereira (2006).

Outro fator que beneficia a utilização da cerâmica é em relação a penetração de cloretos

em menor intensidade que o traço com agregados comuns (BICINI, 2007). Comparando a

resistência de um concreto comum com um agregado proveniente de telha cerâmica, Dias; Silva;

Silva (2008) destacam a maior resistência deste agregado frente ao concreto, dependendo de seu

consumo de cimento e traço.

Em relação a utilização de rejeitos de pisos cerâmicos esmaltados estes apresentam

menor capacidade de absorção que os demais tipos de cerâmica vermelha, Luzardo; Costa (2008).

Nos ensaios mecânicos Costa et al. (2005a) notaram aumentos de valores nos ensaios de

resistência à compressão simples e à compressão diametral atribuído ao melhor empacotamento

do concreto ou pela atividade pozolânica da cerâmica, fato não observado quando substituído

ambos os agregados por piso cerâmico, segundo Luzardo; Costa (2008).

48

Também foram realizadas análises microscópicas dos concretos para observação de sua

cura. Com estas análises os autores observaram que o esmalte de revestimento da cerâmica não

alterou a hidratação do concreto (COSTA et al., 2005a).

3.4.2 Argamassa com Cerâmica

Na construção civil o emprego de resíduos cerâmicos não fica restrito ao concreto

devido a facilidade de moagem da cerâmica em granulometria similar ao agregado comum

miúdo, além do que a areia pode conter materiais orgânicos e sua substituição pelos rejeitos

cerâmicos é benéfica pelo fato que após a queima, o material orgânico da cerâmica se extingui,

Costa; Martins; Baldo (2006a).

Assim, como no agregado graúdo, o miúdo também possui maior capacidade de

absorção de água, Costa et al. (2005b), tendo muitas vezes que aumentar a relação água/cimento

para manter a consistência próxima do traço referência, Santana; Lima; Costa (2007). Mantendo a

mesma relação água/cimento as argamassas com cerâmica apresentam consistência inferior a

referência.

Conforme os ensaios de resistência à compressão simples de argamassas com resíduos

cerâmicos realizados por Costa et al. (2005b), Costa; Martins; Baldo (2005), Costa; Martins;

Baldo (2006a), Santana; Lima; Costa (2007), Costa; Martins; Baldo (2008) as argamassas com

cerâmica apresentaram valores superiores a referência, isto pode ser explicado pelo melhor

empacotamento dos grãos e pela atividade pozolânica deste material com a presença do

cimento/cal, Costa; Martins; Baldo (2007), Silva; Brito; Veiga (2007), diminuindo assim, o

índice de vazios, o teor de ar e a retenção de água, Costa; Martins; Baldo (2008).

Em relação a capacidade de aderência da argamassa com resíduos cerâmicos esta

aumenta com o aumento da idade de ensaios, além de apresentar maior aderência que as

argamassas referência, segundo Costa et al. (2005b), Costa; Martins; Baldo (2006b), Silva; Brito;

Veiga (2007)

49

A face vidrada do material cerâmico utilizado não apresentou nenhum efeito negativo

tanto em relação a resistência de aderência como a resistência à compressão, podendo ser

utilizado, segundo a metodologia dos autores Costa et al. (2005b), Costa; Martins; Baldo (2005),

Costa; Martins; Baldo (2007), Costa; Martins; Baldo (2008).

Quanto a capacidade de absorção de água por imersão, quanto maior a idade, menor o

índice de absorção, Costa; Martins; Baldo (2005), Silva; Brito; Veiga (2007), entretanto,

argamassas produzidas com cerâmica vermelha apresentam absorções superiores ao traço

referência fato explicado pela maior porosidade da cerâmica vermelha frente ao outros tipos de

cerâmicas e ao agregado comum (COSTA; MARTINS; BALDO, 2006b).

Outro material cerâmico utilizado em argamassas é a fibra cerâmica, conforme pesquisa

de Ma; Zhu; Tan (2005). Esta fibra cerâmica tem alto módulo de elasticidade e é utilizada em

fornos do tipo arco e de olaria, pois é um ótimo isolador térmico, podendo também ser utilizada

em argamassas convencionais.

50

3.5 CONCRETO E ARGAMASSA COM RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO

E DEMOLIÇÃO (RCD)

3.5.1 Concreto com RCD

Outra fonte de resíduos cerâmicos está presente nos resíduos de construção e demolição

(RCD), devido a presença de inúmeros materiais de natureza cerâmica como por exemplo: as

telhas cerâmicas, os tijolos comuns, os blocos cerâmicos e os pisos e azulejos cerâmicos,

variando de 23% de todo resíduo segundo Zordan; Paulon, 2008 a até 65% conforme Silvano et

al. (2006). Observa-se pela grande quantidade destes materiais nos RCDs, que seu emprego em

concretos e argamassas é parte ponderante nesta pesquisa, apesar deste rejeito ter diferentes

composições químicas e mineralógicas.

Dentre os inúmeros trabalhos publicados em referência a utilização de RCD,

substituindo tanto os agregados, graúdo e miúdo, como o aglomerante em concretos e

argamassas, as principais conclusões quanto ao material cerâmico contido neste resíduo refere-se

a sua real possibilidade de substituir os constituintes comuns dos concretos, devido suas boas

características mineralógicas e atividade pozolânica, superiores ao recomendado por norma e

similares aos materiais comuns, segundo Amorim et al. (1999).

Entretanto, um RCD com grande teor de material cerâmico quando utilizado for tem-se

o aumento da permeabilidade do concreto podendo os concretos confeccionados com este

agregado apresentar queda na resistência à compressão simples e de abrasão e aos ataques por

sulfatos, por exemplo, em comparação ao concreto referência dentre outros fatores ocasionados

pela elevada absorção da água de amassamento pela cerâmica e pela menor resistência do

51

agregado reciclado frente ao comum (ALTHEMAN; ZORDAN; PAULON, 2003, CAMPOS,

2005).

3.5.2 Argamassa com RCD

A utilização do RCD é uma alternativa ao agregado miúdo em argamassas devido sua

facilidade de moagem e da mesma ser realizada no próprio canteiro de obras, conferindo a este

entulho um efeito pozolânico após sua moagem, conforme Hamassaki; Sbrighi Neto; Florindo

(1997), e também devido a maior quantidade de materiais finos “produzidos”, Levy; Helene

(1997).

A utilização do RCD com cerâmica confere a argamassa uma melhor compactação e

maior massa unitária, Levy; Helene (1997), Grigoli (2001). Novamente um RCD constituído

basicamente por material cerâmico tem maior capacidade de absorção de água, Hamassaki;

Sbrighi Neto; Florindo (1997), influenciando em sua consistência, Levy; Helene (1997), Grigoli

(2001), Miranda; Selmo (2003).

Nas propriedades mecânicas das argamassas moldadas com RCD, ensaios de resistência

à compressão simples, resistência à tração na flexão e módulo de elasticidade, estas argamassas

apresentaram resultados superiores a referência, Levy; Helene (1997), Miranda; Selmo (2003).

Quanto a retração destas argamassas, aquelas com menores teores de substituição do agregado

miúdo por RCD apresentam retrações similares as obtidas pelo traço referência, Miranda; Selmo

(2003). Este RCD cerâmico em argamassas não influencia a velocidade de carbonatação, Levy;

Helene (1997).

52

3.6 ATIVIDADE POZOLÂNICA DAS CERÂMICAS

Mesmo não sendo inicialmente objeto de estudo neste trabalho, as reações pozolânicas

dos materiais cerâmicos é parte importante para sua reutilização. Inúmeros são os trabalhos

publicados que tratam da substituição do material aglomerante de concretos e argamassas por

resíduos de cerâmica vermelha, provenientes dos mais variados tipos, como rejeitos de pisos

cerâmicos, blocos e tijolos cerâmicos, além de resíduos de construção e demolição com grande

teor de cerâmica.

Alguns dos principais fatores que influenciam a utilização da cerâmica como material

aglomerante refere-se sua área específica, interferindo em propriedades no estado fresco,

consistência, e no estado endurecido, resistência à compressão simples, Amorim et al. (2000). A

incorporação da cerâmica também aumenta a porosidade do traço, Gonçalves et al. (2003).

Quanto ao índice de atividade pozolânica, os autores Amorim et al. (2000), Cordeiro;

Vaillant; Désir (2001), Alves et al. (2002) obtiveram índices superiores aos recomendados por

norma, todavia, quanto mais fino o grau de moagem do material maior sua atividade pozolânica,

Vieira, 2005. O teor de substituição do cimento Portland por resíduos cerâmicos variou de 10%

em Gonçalves; Toledo Filho; Fairbairn (2006) de 15% em Cordeiro et al. (2002) de 35% em

Farias Filho; Rolim; Toledo Filho (2000) e até de 45% em Alves et al. (2002).

Entretanto, valores acima de 20% necessitam de superplastificante para manter a

consistência do traço referência, segundo Gonçalves et al. (2003), além do que uma moagem

muito fina também interfere na consistência e nos tempos de início e fim de pega, Vieira (2005),

destaca-se também o maior tempo para realização desta atividade pozolânica, Nóbrega et al.

(2004).

53

O aumento na resistência à compressão simples em argamassas comparando a um traço

referência foi explicado por Amorim et al. (2000), devido ao aumento da área específica da

cerâmica utilizada e ao seu grau de moagem, Nóbrega et al. (2004). Nos trabalhos de Cordeiro;

Vaillant; Désir (2001), Farias Filho; Rolim; Toledo Filho (2000), Alves et al. (2002), Silva et al.

(2007) houve também melhora na resistência à compressão das argamassas em relação as

referências, independente do teor de substituição.

Em alguns trabalhos o incremento da cerâmica provocou queda na resistência à

compressão simples das argamassas, explicada por Gonçalves et al. (2003), Vieira (2005) devido

o aumento da porosidade dos traços moldados com cerâmica, queda também observada em

Passos; Pinto Junior (2008). Quanto ao módulo de elasticidade tem-se também sua redução nas

argamassas com cerâmica devido a micro-estrutura lamelar das argilas que são mais deformáveis

sob carregamento (GONÇALVES et al., 2003), ocorrência também observada para concretos no

trabalho de Gonçalves (2007).

Outras propriedades mecânicas das argamassas foram melhoradas devido a utilização da

cerâmica, como por exemplo, maiores deformações, Passos; Pinto Junior (2008), melhora

também observada nos ensaios de resistência à tração na flexão em argamassas, segundo Farias

Filho; Rolim; Toledo Filho (2000), quanto as reações álcali-agregado medidas por Silva et al.

(2007) e nos ensaios de capilaridade, menor que a referência conforme Passos; Pinto Junior

(2008). A melhora nos resultados também é observada em concretos, onde o cimento Portland foi

substituído parcialmente pelos resíduos cerâmicos, através dos ensaios de resistência à

compressão e confrontando-os a referência, com base em Cordeiro; Vaillant; Désir (2001),

Cordeiro et al. (2002) e nos ensaios de resistência à compressão diametral e de tração na flexão

em Gonçalves (2007).

55

CAPÍTULO 4: METODOLOGIA EXPERIMENTAL

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS

Todos os materiais empregados na pesquisa passaram por um processo de caracterização

físico e químico. Sendo divididos em aglomerante (cimento), agregados miúdos (comum e

reciclado) e agregados graúdos (comuns e reciclados).

4.1.1 Cimento

Neste trabalho o cimento utilizado foi o cimento Portland CP V ARI (Alta Resistência

Inicial). Este cimento possui uma elevada resistência já nas primeiras idades, atingindo valores de

resistência superiores ao longo do tempo frente aos outros cimentos.

Esta propriedade de oferecer uma maior e mais rápida resistência ocorre pela utilização

de uma dosagem diferente de calcário e argila na produção do clínquer, além deste passar por um

processo de moagem mais fino. Assim, ao reagir com a água, este cimento adquire elevadas

resistências em menores tempos de cura (KIHARA; CENTURIONE, 2005).

A caracterização do cimento foi realizada pelo fabricante, sendo apresentada na tabela

4.1 os valores dos ensaios físicos, com todos os ensaios em conformidade com as normas

existentes. A tabela 4.2 apresenta os valores dos ensaios químicos realizados pelo fabricante, com

todos os resultados atendendo as recomendações das normas em vigor.

56

Tabela 4.1 – Ensaios físicos cimento CP V ARI. Ensaios Fabricante

Peneira # 400 (%) - NBR 9202 3,09

Blaine (cm²/g) NBR - 7223 4640

Relação água/cimento (%) 29,9

Tempo Pega (min) - NBR 11581 Início 149

Fim 191

Resistência à Compressão (MPa) - NBR 7215

1 dia 29

3 dias 41,6

7 dias 46,2

28 dias 55,1

Tabela 4.2 – Ensaios químicos cimento CP V ARI. Ensaios Fabricante

CO2 (%) - NBR 11583 1,77

PF 500°C (%) - IT 22 0,79

PF 1000°C (%) - NBR 5743 3,33

R. Insol. (%) - NBR 5744 0,53

SO3 (%) - NBR 5745 2,75

4.1.2 Agregados Miúdos

Os agregados miúdos foram caracterizados físicamente. A NBR 15116 (2004) determina

os ensaios de caracterização do agregado reciclado para utilização em concretos. Para esta

pesquisa, a areia comum também foi caracterizada conforme a norma supracitada para efeito de

comparação com o agregado reciclado.

A areia comum utilizada foi a areia de rio, proveniente de lavra da região de Aguaí-SP,

figura 4.1 (a). A porcelana miúda, foi resultante da moagem de isoladores elétricos de porcelana,

em granulometria similar a areia comum, figura 4.1 (b).

57

(a) (b)

Figura 4.1 – Areia comum (a) e porcelana miúda (b).

Na tabela 4.3 são apresentadas as porcentagens retidas nas peneiras de ensaios de cada

agregado miúdo, e na figura 4.2 tem-se a representação gráfica da distribuição granulométrica da

areia comum e da porcelana moída, ensaio realizado de acordo com a NBR 7211 (2005).

Tabela 4.3 – Distribuição granulométrica agregados miúdos.

Peneiras (mm) Areia Comum Porcelana Miúda

% Retida % Acumulada % Retida % Acumulada

9,5 0 0 0 0

* 6,3 2 2 0 0

4,8 3 5 2 2

2,4 17 22 22 24

1,2 24 47 31 55

0,6 20 67 14 69

0,3 17 83 12 81

0,15 11 94 8 89

* Fundo 6 100 11 100

58

Figura 4.2 – Distribuição granulométrica agregados miúdos.

Observa-se que tanto a areia comum como a porcelana estão dentro dos limites de

utilização, conforme NBR 7211 (2005), com distribuição granulométrica similares. Os demais

ensaios de caracterização física dos agregados miúdos, areia comum e porcelana miúda, são

apresentados na tabela 4.4

Tabela 4.4 – Ensaios físicos agregados miúdos.

Ensaios Areia

Comum Porcelana

Miúda Dimensão Máxima Característica (mm) 4,8 4,8

Módulo de Finura 4,46 3,18

Massa Específica Frasco de Chapman (g/cm³) - NBR 9776 2,63 2,37

Massa Unitária (g/cm³) - NBR 7251 1,47 1,18

Torrões de Argila e Materiais Friáveis(%) - NBR 7218 0 0

Teor de Material Passante na Peneira 75 µm (%) – NBR NM 46 2,37 1,31

Absorção de Água (%) – NBR NM 30 0,15 0,05

Observa-se com estes ensaios de caracterização física dos agregados miúdos,

similaridade entre a areia comum e a porcelana miúda, podendo este material alternativo

substituir o material comum em concretos e argamassas.

0

20

40

60

80

100

0,15 0,3 0,6 1,18 2,36 4,75 6,3 9,5

Po

rce

nta

gem

Re

tid

a A

cum

ula

da

Peneiras com Abertura de Malha (mm)

Distribuição Granulométrica

Lim. Inferior

Lim. Superior

Areia Comum

Porcelana Miúda

59

4.1.3 Agregados Graúdos

A NBR 15116 (2004) determina os ensaios de caracterização do agregado graúdo

reciclado para utilização em concretos. Assim, a brita 0 e a brita 1, também foram ensaiadas

conforme esta norma para efeitos de comparação com o agregado graúdo reciclado utilizado.

Tanto a brita 0 como a brita 1, são rochas basálticas, provenientes de extração na cidade de

Paulínia-SP. Na figura 4.3 (a) tem-se uma amostra da brita 0 e na figura 4.3 (b), tem-se a brita 1.

(a) (b)

Figura 4.3 – Brita 0 (a) e brita 1(b).

Já a porcelana graúda, foi resultante da moagem de isoladores elétricos de porcelana, em

granulometria similar a brita 1, tendo nas figuras 4.4(a) e 4.4(b), suas representações. Entretanto,

na figura 4.4(b) observa-se a forma lamelar que ficam os isoladores após a moagem.

(a) (b)

Figura 4.4 – Porcelana graúda utilizada (a) e sua forma lamelar (b).

60

Na tabela 4.5 são apresentadas as porcentagens retidas e acumuladas de cada agregado

graúdo, e na figura 4.5 tem-se a representação gráfica da distribuição granulométrica da brita 0,

da brita 1 e da porcelana graúda moída, ensaio realizado de acordo com a NBR 7211 (2005).

Tabela 4.5 – Distribuição granulométrica agregados graúdos.

Peneiras (mm)

Brita 0 Brita 1 Porcelana Graúda % Retida % Acumulada % Retida % Acumulada % Retida % Acumulada

75 0 0 0 0 0 0

63 0 0 0 0 0 0

50 0 0 0 0 0 0

37,5 0 0 0 0 0 0

31,5 0 0 0 0 5 5

25 0 0 0 0 10 15

19 0 0 0 0 14 29

12,5 0 0 72 72 25 54

9,5 0 0 14 86 22 76

6,3 28 28 13 99 20 96

4,75 48 76 1 100 4 100

Fundo 24 100 0 100 0 100

Figura 4.5 – Distribuição granulométrica agregados graúdos.

0

20

40

60

80

100

Po

cen

tage

m R

eti

da

Acu

mu

lad

a (%

)

Peneiras com Abertura de Malha (mm)

Distribuição Granulométrica

4,75/12,5

9,5/25

19/31,5

25/50

37,5/75

Brita 0

Brita 1

Porcelana Graúda

61

Os demais ensaios de caracterização física dos agregados graúdos, brita 0, brita 1 e

porcelana graúda, são apresentados na tabela 4.6

Tabela 4.6 – Ensaios físicos agregados graúdos.

Ensaios Brita 0 Brita 1 Porcelana Graúda

Dimensão Máxima Característica (mm) 9,5 19 19

Módulo de Finura 5,63 6,86 1,63

Massa Específica Seca (g/cm³) – NBR NM 53 2,87 3 2,44

Massa Específica Saturada (g/cm³) – NBR NM 53 2,94 3,02 2,45

Torrões de Argila e Materiais Friáveis(%) - NBR 7218 0 0 0

Teor de Material Passante na Peneira 75 µm (%) – NBR NM 46 0,78 0,69 0,4

Absorção de Água (%) – NBR NM 53 2,55 0,58 0,08

Resistência à Compressão Simples (MPa) 220 220 216

A porcelana graúda, quase não possui absorção, visto que o isolador de porcelana tem

que ser um material impermeável. Entretanto, esta absorção é explicada pelo processo de

moagem, podendo esta porcelana ficar com microfissuras, por onde a água é absorvida. Em

relação aos demais ensaios, há uma similaridade entre os dois tipos de brita e a porcelana graúda,

com estes resultados permitindo num primeiro instante a utilização da porcelana em substituição

aos agregados graúdos comuns em concretos.

62

4.2 METODOLOGIA DOS ENSAIOS COM CONCRETO

4.2.1 Determinação do Traço

Foi determinado um traço de concreto através do método do IPT-Modificado

apresentado por Helene (2005), com todos os materiais dosados em massa. Inicialmente, foi

fixada uma resistência do concreto aos 28 dias de 30 MPa, com um consumo de cimento mínimo

de 300 kg/m³. Com estes dados iniciais, determinou-se a relação água/cimento de 0,47 e a relação

cimento/agregado de 1:5, em função do diâmetro máximo do agregado e do tipo de adensamento

do concreto.

Determinou-se em seguida a quantidade de agregado miúdo, de duas vezes a quantidade

de cimento, e a quantidade do agregado graúdo, sendo que esta foi dividida em duas

granulometrias, brita 0 e brita 1, utilizando 1,5 de cada brita. Por final, calculou-se o consumo de

cimento, que foi aproximado para 375 kg/m³. Assim, o traço determinado foi de 1: 2: 1,5: 1,5:

0,47 (cimento: areia: brita 0: brita 1: água), com todos os materiais dosados em massa.

Nesta pesquisa optou-se pela confecção de concretos sem aditivos, com o intuito de

medir as reais contribuições dos isoladores de porcelana moídos em concretos, pois uma melhora

de trabalhabilidade e cura, por exemplo, inicialmente atribuída a porcelana, pode ser resultante da

ação do aditivo.

Assim, na tabela 4.7 são apresentadas as quantidades dos materiais para uma moldagem

de 1 m³ de concreto e na tabela 4.8 são apresentadas as quantidades de materiais utilizadas em

cada dosagem de concreto, com volume de 0,090 m³ (90 litros).

63

Tabela 4.7 – Quantidades de materiais (kg) para o traço 1: 2: 1,5: 1,5: 0,47. Traço 1,0 m³ de concreto

Materiais Cimento Areia Brita 0 Brita 1 Água Quantidades (kg) 375,00 750,00 562,50 562,50 176,25

Tabela 4.8 – Quantidades de materiais para cada dosagem – 0,090 m³ de concreto. Materiais Cimento (kg) Areia (kg) Pedrisco (kg) Brita 1 (kg) Água (kg)

Cura Úmida 33,75 67,50 50,63 50,63 15,86

Cura Ar Livre 33,75 67,50 50,63 50,63 15,86

4.2.2 Descrição das Séries de Ensaios

4.2.2.1 Concreto com Isolador de Porcelana Moído

Para este trabalho foram realizadas substituições em massa de 0%, 25%, 50%, 75% e

100% tanto do agregado miúdo (areia), como o agregado graúdo (brita 1), por isoladores elétricos

de porcelana moídos em granulometria similares a estes agregados comuns.

Dois tipos de cura foram realizados: cura submersa, conforme o recomendado por norma

(NBR 5738: 2003) e cura ao ar, isto é, os concretos ficaram mantidos em ambiente fechado, mas

não receberam nenhum tipo de hidratação até a data de ensaio, tipo de cura este mais similar ao

realizado em obras. As séries moldadas foram assim classificadas:

- Referência: concreto de traço 1: 2: 1,5: 1,5: 0,47 (cimento: areia: brita 0: brita 1:

água), curado submerso (Ref. U) e ao ar livre (Ref. A), com todos os agregados convencionais;

- AM 25: concreto de traço 1: 2: 1,5: 1,5: 0,47 (cimento: areia: brita 0: brita 1: água),

com substituição em massa de 25% do agregado miúdo (areia) por isoladores de porcelana

moídos em granulometria similar a areia e curado submerso (AM 25 U) e ao ar livre (AM 25 A);

64

- AM 50: concreto de traço 1: 2: 1,5: 1,5: 0,47 (cimento: areia: brita 0: brita 1: água),

com substituição em massa de 50% do agregado miúdo (areia) por isoladores de porcelana

moídos em granulometria similar a areia e curado submerso (AM 50 U) e ao ar livre (AM 50 A);

- AM 75: concreto de traço 1: 2: 1,5: 1,5: 0,47 (cimento: areia: brita 0: brita 1: água),

com substituição em massa de 75% do agregado miúdo (areia) por isoladores de porcelana

moídos em granulometria similar a areia e curado submerso (AM 75 U) e ao ar livre (AM 75 A);

- AM 100: concreto de traço 1: 2: 1,5: 1,5: 0,47 (cimento: areia: brita 0: brita 1: água),

com substituição em massa de 100% do agregado miúdo (areia) por isoladores de porcelana

moídos em granulometria similar a areia e curado submerso (AM 100 U) e ao ar livre (AM 100

A);

- AG 25: concreto de traço 1: 2: 1,5: 1,5: 0,47 (cimento: areia: brita 0: brita 1: água),

com substituição em massa de 25% do agregado graúdo (brita 1) por isoladores de porcelana

moídos em granulometria similar a brita 1 e curado submerso (AG 25 U) e ao ar livre (AG 25 A);

- AG 50: concreto de traço 1: 2: 1,5: 1,5: 0,47 (cimento: areia: brita 0: brita 1: água),

com substituição em massa de 50% do agregado graúdo (brita 1) por isoladores de porcelana

moídos em granulometria similar a brita 1 e curado submerso (AG 50 U) e ao ar livre (AG 50 A);

- AG 75: concreto de traço 1: 2: 1,5: 1,5: 0,47 (cimento: areia: brita 0: brita 1: água),

com substituição em massa de 75% do agregado graúdo (brita 1) por isoladores de porcelana

moídos em granulometria similar a brita 1 e curado submerso (AG 75 U) e ao ar livre (AG 75 A);

- AG 100: concreto de traço 1: 2: 1,5: 1,5: 0,47 (cimento: areia: brita 0: brita 1: água),

com substituição em massa de 100% do agregado graúdo (brita 1) por isoladores de porcelana

moídos em granulometria similar a brita 1 e curado submerso (AG 100 U) e ao ar livre (AG 100

A).

65

Para tanto são apresentadas nas tabelas 4.9 e 4.10 as quantidades de materiais a serem

utilizadas nos traços que terão a areia substituída pela porcelana miúda moída e a substituição do

agregado graúdo, brita 1.

Tabela 4.9 – Quantidades materiais (kg) – Substituição agregado miúdo. Substituição Areia por Porcelana Miúda – (kg/m³)

Traço Cimento Agregado Miúdo

Brita 0 Brita 1 Água Areia Porcelana

Ref. 375,00 750,00 - 562,50 562,50 176,25

AM 25 375,00 562,50 187,50 562,50 562,50 176,25

AM 50 375,00 375,00 375,00 562,50 562,50 176,25

AM 75 375,00 187,50 562,50 562,50 562,50 176,25

AM 100 375,00 - 750,00 562,50 562,50 176,25

Tabela 4.10 – Quantidades materiais (kg) – Substituição agregado graúdo. Substituição Brita 1 por Porcelana Graúda – (kg/m³)

Traço Cimento Areia Agregado Graúdo

Água Brita 0 Brita 1 Porcelana

Ref. U 375,00 750,00 562,50 562,50 - 176,25

AG 25 U 375,00 750,00 562,50 421,87 140,63 176,25

AG 50 U 375,00 750,00 562,50 281,25 281,25 176,25

AG 75 U 375,00 750,00 562,50 140,63 421,87 176,25

AG 100 U 375,00 750,00 562,50 - 562,50 176,25

4.2.2.2 Argamassa do Concreto

Após a realização dos ensaios com concreto descritos anteriormente, foi proposto um

estudo com a argamassa do concreto, onde algumas propriedades mecânicas foram testadas em

uma argamassa que teve substituição, de seu agregado miúdo (areia), em massa de 0%, 25%,

50%, 75% e 100%, por isoladores de porcelana moídos em granulometria similar a areia. Estas

argamassas foram curadas submersas e assim classificadas:

- Referência: argamassa do concreto de traço 1: 2: 0,47 (cimento: areia: água), com

todos os agregados convencionais;

66

- A 25: argamassa do concreto de traço 1: 2: 0,47 (cimento: areia: água), com

substituição em massa de 25% do agregado miúdo (areia) por isoladores de porcelana moídos em

granulometria similar a areia;

- A 50: argamassa do concreto de traço 1: 2: 0,47 (cimento: areia: água), com

substituição em massa de 50% do agregado miúdo (areia) por isoladores de porcelana moídos em

granulometria similar a areia;

- A 75: argamassa do concreto de traço 1: 2: 0,47 (cimento: areia: água), com

substituição em massa de 75% do agregado miúdo (areia) por isoladores de porcelana moídos em

granulometria similar a areia;

- A 100: argamassa do concreto de traço 1: 2: 0,47 (cimento: areia: água), com

substituição em massa de 100% do agregado miúdo (areia) por isoladores de porcelana moídos

em granulometria similar a areia;

4.2.3 Moldagem dos Corpos-de-prova

4.2.3.1 Concreto com Isolador de Porcelana Moído

Os traços foram moldados em betoneira, conforme a NBR 5738 (2003). Para cada traço

e tipo de cura foram moldados 28 corpos-de-prova cilíndricos de 10 x 20 cm (diâmetro x altura) e

4 corpos-de-prova prismáticos de 10 x 10 x 40 cm (altura x largura x comprimento). O processo

de adensamento foi mecânico em duas camadas, sendo sua superfície rasada.

Todos os corpos-de-prova cilíndricos foram desmoldados 24 horas após a moldagem. Os

traços de cura úmida foram curados imersos em água, sendo retirados da água 24 horas antes dos

ensaios mecânicos. Os corpos-de-prova prismáticos foram desmoldados 48 horas após a

moldagem e mantidos em cura úmida até 24 horas antes do ensaio, quando foram retirados da

água.

67

Já aqueles de cura ao ar livre, foram desmoldados na mesma idade dos de cura úmida,

porém, foram mantidos ao abrigo do sol e da ação de intempéries, com temperatura de 23 ± 2 °C

e umidade do ar de superior a 50%.

4.2.3.2 Argamassa do Concreto

Os traços de argamassa foram moldados em argamassadeira mecânica atendendo a NBR

7215 (1996). Para cada traço foram moldados 16 corpos-de-prova cilíndricos de 5 x 10 cm

(diâmetro x altura). O processo de adensamento foi manual em três camadas, com a superfície

rasada. Todos os corpos-de-prova foram desmoldados 24 horas após a moldagem, e curados

imersos em água, sendo retirados da água 24 horas antes dos ensaios mecânicos.

68

4.3 ENSAIOS COM CONCRETO

4.3.1 Concreto no Estado Fresco

No estado fresco o concreto foi submetido ao ensaio de abatimento do tronco de cone,

Slump test, conforme a NBR NM 67 (1998), e ao ensaio de tempo de início e fim de pega do

concreto, segundo a NBR NM 9 (2003).

4.3.2 Concreto no Estado Endurecido: Ensaios Mecânicos

Foram realizados cinco tipos diferentes de ensaios mecânicos, para todos os traços de

concreto:

- Ensaio de resistência à compressão simples – NBR 5739 (1994);

- Ensaio de resistência à compressão diametral – NBR 7222 (1994);

- Ensaio de resistência à tração na flexão em corpos-de-prova prismáticos – EN 12390-5

(2000);

- Ensaio de módulo de elasticidade – NBR 8522 (2003), e;

- Ensaio de capilaridade – adaptado NBR 9779 (1995).

69

4.4 ENSAIOS COM ARGAMASSA DO CONCRETO

Os ensaios mecânicos realizados para todos os traços de argamassas do concreto foram:

- Ensaio de resistência à compressão simples – NBR 7215 (1996), e;

- Ensaio de capilaridade – adaptado NBR 9779 (1995).

71

CAPÍTULO 5: RESULTADOS DOS ENSAIOS

Os resultados obtidos com os concretos, tanto nos ensaios em seu estado fresco como

endurecido, são apresentados a seguir.

5.1 CONCRETO NO ESTADO FRESCO

No estado fresco o concreto foi submetido a dois tipos de ensaios: ensaio de abatimento,

Slump test (NBR NM 67: 1998), e início e fim de pega (NBR NM 9: 2003), medindo neste ensaio

a resistência e a profundidade da penetração das agulhas.

5.1.1 Ensaio de Abatimento

Na tabela 5.1 são apresentados os valores do abatimento de todos os concretos.

Tabela 5.1 – Valores ensaio de abatimento (NBR NM 67: 1998).

Ensaio Referência Substituição Agregado Miúdo (areia) Substituição Agregado Graúdo (brita 1) AM 25 AM 50 AM 75 AM 100 AG 25 AG 50 AG 75 AG 100

Abatimento (mm) 0 0 0 0 0 0 0 22 0

Mesmo com os concretos não apresentando abatimento, Slump zero, todos os traços

mostraram-se adensáveis, isto é, foram vibrados facilmente, permitindo o preenchimento rápido

das fôrmas e moldes metálicos. Observou-se também que com o aumento da quantidade de

porcelana miúda o concreto ficou mais “colante”, isto é, pode ser explicado pela maior

quantidade de material fino presente neste tipo de agregado em elação ao agregado miúdo

comum.

72

Entretanto, com o incremento da porcelana graúda os traços não apresentaram

abatimento, visto que a porcelana é um material de baixa permeabilidade, podendo resultar num

concreto mais fluido, com o abatimento zero sendo explicado pela baixa relação água/cimento do

traço e a não utilização de superplastificantes.

Observa-se que o único traço moldado que apresentou abatimento foi o traço AG 75,

visto que no dia desta moldagem estava chovendo. Na figura 5.1, tem-se a esquerda o abatimento

do traço referência e a direita o traço AG 75.

(a) (b) Figura 5.1 – Abatimento traço referência (a) e traço AG 75 (b).

5.1.2 Ensaio de Início e Fim de Pega

Para os ensaios de início e fim de pega, a NBR NM 9: 2003 determina a utilização dos

agregados com diâmetro inferior a 4,8 mm. Pelo fato dos traços não terem apresentados

abatimento, com exceção do traço AG 75, teria que ser produzido uma grande quantidade de

concreto para ser peneirada e obter a quantidade a ser ensaiada.

Assim, foi moldado o concreto sem os agregados graúdos, e foram utilizados os mesmos

valores obtidos pelo concreto referência para aqueles moldados com porcelana graúda, traços AG

25, AG 50, AG 75 e AG 100. Foram mantidos o consumo de cimento e agregado miúdo e relação

73

água/cimento dos concretos. Portanto, o ensaio de início e fim de pega foi realizado com o

concreto referência, e com os que continham substituição do agregado miúdo (areia) pelos

isoladores elétricos de porcelana moídos, traços AM 25, AM 50, AM 75 e AM 100.

A NBR NM 9 (2003), determina que o tempo de início de pega do concreto é o tempo

decorrido após o contato inicial do cimento com a água de amassamento, com a argamassa

atingindo uma resistência à penetração, de 25 mm, igual a 3,4 MPa.

Já o tempo de fim de pega é aquele em que a argamassa atinge uma resistência à

penetração da agulha de 27,6 MPa. A real obtenção destes valores de tempo de início e fim de

pega, muitas vezes não são obtidos com a leitura do aparelho, precisa-se traçar o gráfico de

resistência e com os pontos determinar o tempo aproximado de início e fim de pega do concreto.

A umidade do ar foi mantida em todos os traços através da colocação sobre os corpos-

de-prova de pano molhado e sobre estes plásticos. Foi também molhado periodicamente o chão,

bem como a adoção de baldes com água próximos aos corpos-de-prova, evitando assim a

evaporação da água de amassamento que poderia interferir nos tempos de início e fim de pega.

A figura 5.2 ilustra à esquerda o aparelho utilizado neste ensaio (penetrômetro), é a

direita um momento de aplicação da força, observa-se também aqui todos os meios utilizados

para evitar a evaporação da água de amassamento do concreto.

(a) (b) Figura 5.2 – Penetrômetro (a) e penetração (b).

74

Na tabela 5.2 são apresentados os tempos de aproximados de início e fim de pega dos

traços de concretos, obtidos através do gráfico de resistência à penetração apresentado na figura

5.3.

Tabela 5.2 – Tempo decorrido de início e fim de pega (NBR NM 9: 2003). Ensaio Referência AM 25 AM 50 AM 75 AM 100 AG 25 AG 50 AG 75 AG 100

Início de Pega (min) 180 135 125 95 130 180 180 180 180

Fim de Pega (min) 335 240 250 235 230 335 335 335 335

0 50 100 150 200 250 300 350

0

10

20

30

Referência

e Traços AG

AM 25

AM 50

AM 75

AM 100

Início e Fim de Pega

Resis

tência

(M

Pa)

Tempo de Ensaio (min)

Figura 5.3 – Início e fim de pega.

Os valores do tempo de início de pega apresentaram maiores discrepâncias que os

obtidos nos fim de pega. Os tempos de fim de pega nos concretos moldados com porcelana

miúda, foram similares, mas bem inferiores ao medido no concreto referência, podendo indicar

uma influência da maior quantidade de material fino proveniente da moagem da porcelana, fator

este que pode ser contornado com a adição de aditivos retardares de pega ao concreto.

75

5.2 CONCRETO NO ESTADO ENDURECIDO

No estado endurecido os traços de concreto foram ensaiados quanto a seguintes

propriedades:

- Resistência à compressão simples: ensaiada de acordo com a NBR 5739 (1994) com

os ensaios realizados nas idades de 3, 7 e 28 dias após a moldagem, com quatro corpos-de-prova

para cada idade;

- Resistência à compressão diametral: ensaiada de acordo com a NBR 7222 (1994) na

idade de 28 dias após a moldagem, com quatro corpos-de-prova para cada idade;

- Resistência à tração na flexão: ensaiada de acordo com a EN 12390-5 (2000) na

idade de 28 dias após a moldagem, com quatro corpos-de-prova para cada idade;

- Módulo de elasticidade: ensaiado de acordo com a NBR 8522 (2003) nas idades de 7

e 28 dias após a moldagem, com três corpos-de-prova para cada idade;

- Capilaridade: ensaiada de acordo com a NBR 9779 (1995) na idade de 28 dias após a

moldagem, com quatro corpos-de-prova para cada idade;

- Altura capilar: ensaiada de acordo com a NBR 9779 (1995) na idade de 28 dias após

a moldagem, com quatro corpos-de-prova para cada idade, e;

- Quantidade de água absorvida: ensaiada de acordo com a NBR 9779 (1995) na idade

de 28 dias após a moldagem com quatro corpos-de-prova para cada idade.

76

5.2.1 Substituição Agregado Miúdo

Na tabela 5.3 são apresentados os valores médios dos ensaios realizados para os traços

com cura úmida, substituindo o agregado miúdo (areia) por isoladores de porcelana moídos em

granulometria similar a areia.

Tabela 5.3 – Resultados ensaios substituição agregado miúdo (areia) – cura úmida.

Ensaio Idade Traço

Referência AM 25 AM 50 AM 75 AM 100

Compressão Simples (MPa) 3 dias 43,1 42,1 41,8 43,9 41,1

7 dias 50,6 50,7 49,1 49,5 49,8

28 dias 62,8 56,8 61,4 64,1 66,8

Compressão Diametral (MPa) 28 dias 4,43 4,46 4,89 4,90 4,77

Tração na Flexão (MPa) 28 dias 6,56 6,90 5,77 7,22 6,37

Módulo Elasticidade (GPa) 7 dias 38,0 31,8 35,0 31,5 33,6

28 dias 44,0 38,0 38,2 40,4 39,0

Capilaridade (g/cm²) 28 dias 0,406 0,391 0,305 0,313 0,339

Altura Capilar (cm) 28 dias 4,7 4,4 4,0 3,8 4,0

Quantidade de Água Absorvida (g) 28 dias 30,4 30,7 24,0 24,6 26,8

Já na tabela 5.4 têm-se a comparação dos valores obtidos nos traços com porcelana

miúda de cura úmida com o traço Referência.

Tabela 5.4 – Comparação resultados traços agregado miúdo/referência – cura úmida. Ensaio Idade AM 25/Ref AM 50/Ref AM 75/Ref AM 100/Ref

Compressão Simples (MPa) 3 dias 0,98 0,97 1,02 0,95

7 dias 1,00 0,97 0,98 0,98

28 dias 0,90 0,98 1,02 1,06

Compressão Diametral (MPa) 28 dias 1,01 1,10 1,11 1,08

Tração na Flexão (MPa) 28 dias 1,05 0,88 1,10 0,97

Módulo Elasticidade (GPa) 7 dias 0,84 0,92 0,83 0,88

28 dias 0,86 0,87 0,92 0,89

Capilaridade (g/cm²) 28 dias 0,96 0,75 0,77 0,83

Altura Capilar (cm) 28 dias 0,94 0,85 0,81 0,85

Quantidade de Água Absorvida (g) 28 dias 1,01 0,79 0,81 0,88

77

Os resultados dos traços com porcelana miúda e cura ao ar livre são apresentados na

tabela 5.5. Na tabela 5.6 tem-se a comparação dos valores obtidos pelos traços com porcelana e a

referência.

Tabela 5.5 – Resultados ensaios substituição agregado miúdo (areia) – cura ar livre.

Ensaio Idade Traço

Referência AM 25 AM 50 AM 75 AM 100

Compressão Simples (MPa) 3 dias 37,8 39,4 42,6 40,1 39,0

7 dias 47,4 49,2 46,0 47,5 46,9

28 dias 56,0 55,8 50,1 51,3 55,3

Compressão Diametral (MPa) 28 dias 4,07 4,21 4,34 4,17 4,39

Tração na Flexão (MPa) 28 dias 7,02 6,29 5,76 6,26 5,90

Módulo Elasticidade (GPa) 7 dias 38,1 28,8 32,9 30,0 33,8

28 dias 39,0 30,6 33,6 33,7 33,4

Capilaridade (g/cm²) 28 dias 0,556 0,536 0,489 0,521 0,432

Altura Capilar (cm) 28 dias 5,6 5,5 5,6 5,4 5,6

Quantidade de Água Absorvida (g) 28 dias 43,8 42,1 38,4 40,9 33,9

Tabela 5.6 –Comparação resultados traços agregado miúdo/referência – cura ao ar livre. Ensaio Idade AM 25/Ref AM 50/Ref AM 75/Ref AM 100/Ref

Compressão Simples (MPa) 3 dias 1,04 1,13 1,06 1,03

7 dias 1,04 0,97 1,00 0,99

28 dias 1,00 0,89 0,92 0,99

Compressão Diametral (MPa) 28 dias 1,03 1,07 1,02 1,08

Tração na Flexão (MPa) 28 dias 0,90 0,82 0,89 0,84

Módulo Elasticidade (GPa) 7 dias 0,76 0,86 0,79 0,89

28 dias 0,78 0,86 0,86 0,86

Capilaridade (g/cm²) 28 dias 0,96 0,88 0,94 0,78

Altura Capilar (cm) 28 dias 0,98 1,00 0,96 1,00

Quantidade de Água Absorvida (g) 28 dias 0,96 0,88 0,93 0,77

78

5.2.2 Substituição Agregado Graúdo

Na tabela 5.7 são apresentados os valores médios dos ensaios realizados nos traços de

cura úmida, com substituição do agregado graúdo (brita 1) por isoladores de porcelana moídos

graúdos. Já a tabela 5.8 apresenta a comparação dos resultados dos concretos com porcelana

graúda e cura úmida e o traço referência.

Tabela 5.7 – Resultados ensaios substituição agregado graúdo (brita 1) – cura úmida.

Ensaio Idade Traço

Referência AG 25 AG 50 AG 75 AG 100

Compressão Simples (MPa) 3 dias 43,1 38,2 35,2 31,3 34,4

7 dias 50,6 43,4 41,6 41,5 35,7

28 dias 62,8 53,7 48,9 46,2 44,6

Compressão Diametral (MPa) 28 dias 4,43 4,31 4,59 4,35 3,92

Tração na Flexão (MPa) 28 dias 6,56 5,55 5,85 6,71 6,02

Módulo Elasticidade (GPa) 7 dias 38,0 34,0 28,1 34,5 36,5

28 dias 44,0 34,3 38,4 41,2 39,1

Capilaridade (g/cm²) 28 dias 0,406 0,312 0,447 0,455 0,285

Altura Capilar (cm) 28 dias 4,7 3,4 4,0 4,6 4,1

Quantidade de Água Absorvida (g) 28 dias 30,4 24,5 35,1 35,6 22,3

Tabela 5.8 – Comparação resultados traços agregado graúdo/referência – cura úmida. Ensaio Idade AG 25/Ref AG 50/Ref AG 75/Ref AG 100/Ref

Compressão Simples (MPa) 3 dias 0,89 0,82 0,73 0,80

7 dias 0,86 0,82 0,82 0,71

28 dias 0,85 0,78 0,74 0,71

Compressão Diametral (MPa) 28 dias 0,97 1,04 0,98 0,88

Tração na Flexão (MPa) 28 dias 0,85 0,89 1,02 0,92

Módulo Elasticidade (GPa) 7 dias 0,89 0,74 0,91 0,96

28 dias 0,78 0,87 0,94 0,89

Capilaridade (g/cm²) 28 dias 0,77 1,10 1,12 0,70

Altura Capilar (cm) 28 dias 0,72 0,85 0,98 0,87

Quantidade de Água Absorvida (g) 28 dias 0,81 1,15 1,17 0,73

79

Os resultados dos traços de cura ao ar livre são apresentados na tabela 5.9, ao passo que

na tabela 5.10 tem-se a comparação dos resultados dos concretos com porcelana graúda e cura ao

ar livre com a referência.

Tabela 5.9 – Resultados ensaios substituição agregado graúdo (brita 1) – cura ar livre.

Ensaio Idade Traço

Referência AG 25 AG 50 AG 75 AG 100

Compressão Simples (MPa) 3 dias 37,8 36,8 32,6 32,0 32,8

7 dias 47,4 42,9 39,9 39,0 34,7

28 dias 56,0 49,2 43,7 45,8 40,1

Compressão Diametral (MPa) 28 dias 4,07 4,15 3,98 3,90 4,04

Tração na Flexão (MPa) 28 dias 7,02 6,18 5,41 5,68 5,63

Módulo Elasticidade (GPa) 7 dias 38,1 31,0 31,9 29,3 34,1

28 dias 39,0 30,9 31,3 30,9 35,0

Capilaridade (g/cm²) 28 dias 0,556 0,518 0,577 0,529 0,425

Altura Capilar (cm) 28 dias 5,6 4,6 4,8 5,0 4,6

Quantidade de Água Absorvida (g) 28 dias 43,8 40,8 45,8 41,5 33,4

Tabela 5.10 –Comparação resultados traços agregado graúdo/referência – cura ao ar livre. Ensaio Idade AG 25/Ref AG 50/Ref AG 75/Ref AG 100/Ref

Compressão Simples (MPa) 3 dias 0,97 0,86 0,85 0,87

7 dias 0,90 0,84 0,82 0,73

28 dias 0,88 0,78 0,82 0,72

Compressão Diametral (MPa) 28 dias 1,02 0,98 0,96 0,99

Tração na Flexão (MPa) 28 dias 0,88 0,77 0,81 0,80

Módulo Elasticidade (GPa) 7 dias 0,81 0,84 0,77 0,90

28 dias 0,79 0,80 0,79 0,90

Capilaridade (g/cm²) 28 dias 0,93 1,04 0,95 0,76

Altura Capilar (cm) 28 dias 0,82 0,86 0,89 0,82

Quantidade de Água Absorvida (g) 28 dias 0,93 1,05 0,95 0,76

80

5.3 ARGAMASSA DO CONCRETO

A argamassa do concreto foi submetida aos seguintes ensaios mecânicos:

- Resistência à compressão simples: ensaiada de acordo com a NBR 7215 (1996) com

os ensaios realizados nas idades de 3, 7 e 28 dias após a moldagem, com quatro corpos-de-prova

para cada idade;

- Capilaridade: ensaiada de acordo com a NBR 9779 (1995) na idade de 28 dias após a

moldagem, com quatro corpos-de-prova para cada idade;

- Altura capilar: ensaiada de acordo com a NBR 9779 (1995) na idade de 28 dias após

a moldagem, com quatro corpos-de-prova para cada idade, e;

- Quantidade de água absorvida: ensaiada de acordo com a NBR 9779 (1995) na idade

de 28 dias após a moldagem com quatro corpos-de-prova para cada idade.

Na tabela 5.11 têm-se os resultados obtidos pelas argamassas do concreto e na tabela

5.12 tem-se a comparação dos resultados dos traços com porcelana miúda com a referência.

Tabela 5.11 – Resultados ensaios argamassa do concreto.

Ensaio Idade Traço

Referência A 25 A 50 A 75 A 100

Compressão Simples (MPa) 3 dias 27,8 33,0 32,2 42,5 41,6

7 dias 38,2 36,0 43,8 43,9 44,8

33 dias 45,1 44,2 48,5 49,5 53,7

Capilaridade (g/cm²) 28 dias 0,563 0,502 0,456 0,461 0,439

Altura Capilar (cm) 28 dias 5,5 4,8 4,7 4,8 4,7

Quantidade de Água Absorvida (g) 28 dias 11,1 9,9 8,9 9,0 8,6

81

Tabela 5.12 –Comparação resultados argamassa do concreto/referência.

Ensaio Idade Traço

A 25/Ref. A 50/Ref. A 75/Ref. A 100/Ref.

Compressão Simples (MPa) 3 dias 1,19 1,16 1,53 1,50

7 dias 0,94 1,15 1,15 1,17

33 dias 0,98 1,08 1,10 1,19

Capilaridade (g/cm²) 28 dias 0,89 0,81 0,82 0,78

Altura Capilar (cm) 28 dias 0,87 0,85 0,87 0,85

Quantidade de Água Absorvida (g) 28 dias 0,89 0,80 0,81 0,77

83

CAPÍTULO 6: ANÁLISE DOS RESULTADOS

Cada propriedade ensaiada do concreto foi analisada separadamente, comparando entre

ambas as porcentagens de substituição de cada agregado e a influência do tipo de cura, úmida e ar

livre.

6.1 CONCRETO NO ESTADO FRESCO

6.1.1 Ensaio de abatimento

Realizado de acordo com a NBR NM 67 (1998), todos os traços moldados, independente

do agregado substituído, tiveram abatimento zero, com exceção do traço AG 75, abatimento de

22mm, porém, este dia estava chuvoso, fator este que pode ter influenciado o abatimento.

6.1.2 Ensaio de Início e Fim de Pega

Quanto ao tempo de início e fim de pega do concreto, estes foram realizados de acordo

com a NBR NM 9 (2003). Assim, foram moldados cinco traços diferentes: o concreto referência

que também teve seus resultados utilizados nos traços com substituição do agregado graúdo (brita

1), pois a norma regulamentadora desde ensaio, indica a utilização de material com diâmetro

inferior a 4,8 mm, e o agregado graúdo tem diâmetro superior a 4,8 mm, e os traços com

substituição do agregado miúdo (areia) pela porcelana moída, traços AM 25, AM 50, AM 75 e

AM 100.

Na figura 6.1 tem-se a evolução do tempo decorrido do ensaio, bem como a resistência à

penetração da agulha no concreto.

84

0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360

0

10

20

30

40 Referência

AM 25

AM 50

AM 75

AM 100

Resistência à PenetraçãoR

esis

tência

(M

Pa)

Tempo de Ensaio (min)

Figura 6.1 – Resistência à penetração (NBR NM 9:2003).

Observa-se na figura 6.1 a evolução da resistência à penetração dos traços de concreto,

tendo o concreto referência apresentado maiores tempos de início e fim de pega em comparação

aos concretos com a substituição do agregado miúdo (areia).

O traço moldado que apresentou menor tempo decorrido para o início de pega foi o traço

AM 75, com valor aproximado de 95 minutos, valor 47% abaixo do medido no concreto

referência, que foi de 180 minutos. Os demais traços, AM 25, AM 50 e AM 100, apresentaram

tempos de início de pega da ordem de 28% abaixo do medido no concreto referência.

Quanto ao tempo de fim de pega do concreto o traço AM 100 obteve esta resistência a

aproximadamente 230 minutos após o contato do cimento com a água, 31% menor que a

referência com 335 min. Todos os demais traços com substituição do agregado miúdo, AM 25,

AM 50 e AM 75 apresentaram resultados de fim de pega similares ao de traço AM 100,

compreendendo valores de 235 a 250 minutos, cerca de 28% inferior a referência. Este menor

tempo de início e fim de pega pode ser atribuído a uma possível reação pozolânica da porcelana

moída miúda.

6.2 CONCRETO NO ESTADO

6.2.1 Substituição do Agregado Miúdo

6.2.1.1 Resistência à compressão simples

- Traços de Cura Úmida:

realizados nas idades de 3, 7 e 28 dias. Foram ensaiados, para cada idade 4 corpos

cilíndricos, conforme a NBR 5739 (1994)

destas resistências, para os traços de concreto: Referência, AM 25 U, AM 50 U, AM 75 U e AM

100 U.

Figura 6.2 – Resistência à compressão simples

Observa-se que os traços com maiores teores de porcelana apresentaram resultados

similares e até superiores ao concreto referência.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

3 dias

43,142,141,843,9

Re

sist

ên

cia

(MP

a)

Resistência à Compressão Simples

85

CONCRETO NO ESTADO ENDURECIDO

Substituição do Agregado Miúdo

Resistência à compressão simples

Traços de Cura Úmida: Os ensaios de resistência à compressão simples foram

realizados nas idades de 3, 7 e 28 dias. Foram ensaiados, para cada idade 4 corpos

NBR 5739 (1994). Na figura 6.2 são apresentados os valores médios

ra os traços de concreto: Referência, AM 25 U, AM 50 U, AM 75 U e AM

Resistência à compressão simples – Agregado miúdo – cura úmida (NBR 5739: 1994).

se que os traços com maiores teores de porcelana apresentaram resultados

similares e até superiores ao concreto referência.

7 dias 28 dias

50,6

62,8

50,7

56,8

49,1

61,4

43,949,5

64,1

41,1

49,8

66,8

Idades de Ensaio

Resistência à Compressão Simples - Cura Úmida

ensaios de resistência à compressão simples foram

realizados nas idades de 3, 7 e 28 dias. Foram ensaiados, para cada idade 4 corpos-de-prova

. Na figura 6.2 são apresentados os valores médios

ra os traços de concreto: Referência, AM 25 U, AM 50 U, AM 75 U e AM

cura úmida (NBR 5739: 1994).

se que os traços com maiores teores de porcelana apresentaram resultados

Cura Úmida

Referência

AM 25 U

AM 50 U

AM 75 U

AM 100 U

86

Na idade de 3 dias, os valores obtidos foram muito similares, com o traço AM 100 U

apresentando resistência 5% abaixo da referência. Entretanto, o traço AM 75 U, resultou num

aumento de 2% na resistência em comparação a referência.

Para a idade de 7 dias, o traço que apresentou menor resistência em comparação a

referência, foi o traço AM 50 U, com decréscimo de resistência na ordem de 3%, com os demais

traços apresentando valores dentro deste intervalo.

Já na idade de 28 dias, o traço AM 75 U apresentou um aumento de resistência de 2%

em comparação a referência, porém, o traço AM 100 U apresentou elevação da ordem de 6% em

relação a referência. O traço AM 25 U obteve um decréscimo de resistência da ordem de 10%, do

valor médio da referência, já o traço AM 50 U ao final de 28 dias apresentou valor de resistência

médio de cerca de 2% abaixo da referência. Na figura 6.3 tem-se a evolução da resistência à

compressão simples ao longo das idades de ensaio.

0 4 8 12 16 20 24 28

0

10

20

30

40

50

60

70

Evolução Resistência Compressão Simples

Referência

AM 25 U

AM 50 U

AM 75 U

AM 100 U

Resis

tência

(M

Pa)

Data Ensaios

Figura 6.3 – Evolução resistência à compressão simples – Agregado miúdo – Cura úmida.

87

Observa-se pela figura 6.3 que o traço AM 25 U, teve um aumento de resistência de 3

aos 28 dias de 35%, aumento este 11% menor que o traço referência que teve aumento de 46%.

Já o traço AM 50 U apresentou aumento de 47%, valor similar a referência. O aumento da

resistência do traço AM 75 U foi de 46%, evolução também similar a referência. Já o traço AM

100 U obteve um aumento de resistência de cerca de 63%, aumento este 17% maior que a

referência.

Quanto ao tipo de ruptura, em todas as idades estas foram de dois tipos, segundo a

classificação da NBR 5739 (1944): cônica, figura 6.4 (a) e cônica e cisalhada, figura 6.4 (b). Nos

ensaios de 28 dias, as rupturas dos corpos-de-prova, para todos os traços, ocorreram de forma

brusca.

(a) (b)

Figura 6.4 – Tipos de ruptura: cônica (a) e cônica e cisalhada (b).

- Traços de Cura ao Ar Livre: Nos ensaios de resistência à compressão simples as

idades ensaiadas foram 3, 7 e 28 dias, com 4 corpos-de-prova cilíndricos para cada idade,

conforme a NBR 5739 (1994)

resistências, para os traços de concreto: Referência, AM 25 A, AM 50 A, AM 75 A e AM 100 A.

Figura 6.5 – Resistência à compressão simples

Nas primeiras idades, 3 e 7 dias, os traços com a porcelana atingiram resistências médias

até superiores ao concreto referência, fato não observado na idade de 28 dias.

Aos 3 dias de idade, o aumento de resistência dos concretos com porcelana variou de

3%, para o traço AM 100 A, até 13% para o traço AM 50 A, em comparação ao traço referência,

ficando os demais traços com aumento dentro deste intervalo.

Já aos 7 dias, os aumentos foram menores, apresentando o traço AM 50 A um

decréscimo de 3% de resistênci

apresentou o traço AM 25 A, de 4%.

Ao final dos ensaios, com idade de 28 dias, todos os traços com porcelana apresentaram

resistências à compressão menores que o concreto referência, atingindo resis

11% e 9%, para os traços AM 50 A e AM 75 A, respectivamente. Já os traços AM 25 A e AM

100 A, tiveram resistência inferiores a pouco mais de 1% em comparação a referência. A

evolução da resistência à compressão destes traços é ilustrad

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

3 dias

37,839,442,6

40,1

Re

sist

ên

cia

(MP

a)

Resistência à Compressão Simples

88

NBR 5739 (1994). Na figura 6.5 são apresentados os valores médios destas

ra os traços de concreto: Referência, AM 25 A, AM 50 A, AM 75 A e AM 100 A.

Resistência à compressão simples – Agregado miúdo – cura ar livre

Nas primeiras idades, 3 e 7 dias, os traços com a porcelana atingiram resistências médias

até superiores ao concreto referência, fato não observado na idade de 28 dias.

Aos 3 dias de idade, o aumento de resistência dos concretos com porcelana variou de

, para o traço AM 100 A, até 13% para o traço AM 50 A, em comparação ao traço referência,

ficando os demais traços com aumento dentro deste intervalo.

Já aos 7 dias, os aumentos foram menores, apresentando o traço AM 50 A um

decréscimo de 3% de resistência em relação a referência. O maior aumento de resistência

apresentou o traço AM 25 A, de 4%.

Ao final dos ensaios, com idade de 28 dias, todos os traços com porcelana apresentaram

resistências à compressão menores que o concreto referência, atingindo resis

11% e 9%, para os traços AM 50 A e AM 75 A, respectivamente. Já os traços AM 25 A e AM

100 A, tiveram resistência inferiores a pouco mais de 1% em comparação a referência. A

evolução da resistência à compressão destes traços é ilustrada na figura 6.6.

7 dias 28 dias

47,4

56,0

49,2

55,8

46,050,1

40,1

47,551,3

39,046,9

55,3

Idades de Ensaio

Resistência à Compressão Simples - Cura Ar Livre

. Na figura 6.5 são apresentados os valores médios destas

ra os traços de concreto: Referência, AM 25 A, AM 50 A, AM 75 A e AM 100 A.

ar livre (NBR 5739: 1994).

Nas primeiras idades, 3 e 7 dias, os traços com a porcelana atingiram resistências médias

até superiores ao concreto referência, fato não observado na idade de 28 dias.

Aos 3 dias de idade, o aumento de resistência dos concretos com porcelana variou de

, para o traço AM 100 A, até 13% para o traço AM 50 A, em comparação ao traço referência,

Já aos 7 dias, os aumentos foram menores, apresentando o traço AM 50 A um

a em relação a referência. O maior aumento de resistência

Ao final dos ensaios, com idade de 28 dias, todos os traços com porcelana apresentaram

resistências à compressão menores que o concreto referência, atingindo resistência inferiores de

11% e 9%, para os traços AM 50 A e AM 75 A, respectivamente. Já os traços AM 25 A e AM

100 A, tiveram resistência inferiores a pouco mais de 1% em comparação a referência. A

Cura Ar Livre

Referência

AM 25 A

AM 50 A

AM 75 A

AM 100 A

89

0 4 8 12 16 20 24 28

0

10

20

30

40

50

60

Evolução Resistência Compressão Simples

Referência

AM 25 A

AM 50 A

AM 75 A

AM 100 A

Resis

tência

(M

Pa)

Data Ensaios

Figura 6.6 – Evolução resistência à compressão simples – Agregado miúdo – cura ar livre.

A evolução da resistência dos traço AM 25 A e AM 100 A, ao longo das idades de

ensaio foi de 42%, valor este 6% inferior ao traço referência que apresentou uma evolução de

48%. Já o traço AM 50 A, resultou na menor evolução de resistência, visto que este traço

apresentou uma evolução de apenas 18%, de 3 a 28 dias, valor 30% menor que a referência,

ficando o traço AM 75 A com um evolução intermediária entre estes traços, com evolução de

28% ao longo das idades ensaiadas.

Em relação ao tipo de ruptura dos corpos-de-prova ensaiados, a maioria das rupturas

pode ser classificada conforme a NBR 5739 (1994) em cisalhada. Nestes concretos de cura ao ar

livre a ruptura ocorria de forma mais lenta, muitas vezes os corpos-de-prova fissuravam e não

rompiam, figura 6.7 (a), mas continuando com a aplicação de carga os corpos-de-prova

chegavam a romper, figura 6.7 (b).

90

(a) (b)

Figura 6.7 – Corpos-de-prova fissurados (a) e após a ruptura (b).

6.2.1.2 Resistência à compressão diametral

Para cada tipo de cura do concreto foram ensaiados 4 corpos-de-prova à compressão

diametral aos 28 dias, conforme a NBR 7222 (1994). O cálculo da resistência à compressão

diametral é dado pela equação 1:

ftD = 2 . F (Eq. 1) �.d.L

Onde: - Dtf - Resistência à tração por compressão diametral, em MPa;

- F – Carga máxima obtida em N, com 1 kgf=9,80665 N;

- d – Diâmetro do corpo-de-prova em mm: d=100 mm, e;

- L – Altura do corpo-de-prova em mm: L=200 mm.

A partir das cargas individuais obtidas têm

cada traço indicado na figura 6.8.

Figura 6.8 – Resistência à compressão

Como já eram esperados, os traços de cur

superiores a aqueles obtidos com a cura ao ar livre. Analisando separadamente os dois tipos de

cura tem-se:

- Traços de cura úmida:

traço referência, ficando os traços AM 50 U e AM 75 U, com médias 11% superiores. O aumento

do traço AM 100 U, ficou em 8% em relação a referência, enquanto que o traço AM 25 U, teve

resultado próximo a referência, e;

- Traços de cura

superiores ao traço referência, com valores superiores de 4%, 7%, 3% e 8%, nos traços AM 25 A,

AM 50 A, AM 75 A, AM 100 A, respectivamente.

Esta melhora, embora pequena, em todos os traços com porcelana em relação ao traço

referência pode ser atribuído ao melhor adensamento do concreto, visto que a porcelana miúda

possui uma melhor uniformidade de seus grãos, permitindo ao concreto melhor aden

resultando numa maior resistência.

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

Referência

4,074,43

Re

sist

ên

cia

(MP

a)

Resistência à Compressão Diametral

91

A partir das cargas individuais obtidas têm-se o valor da tensão de tração média para

6.8.

Resistência à compressão diametral – Agregado miúdo (NBR

Como já eram esperados, os traços de cura úmida apresentaram valores médios

superiores a aqueles obtidos com a cura ao ar livre. Analisando separadamente os dois tipos de

Traços de cura úmida: todos os traços com porcelana obtiveram médias superiores ao

s traços AM 50 U e AM 75 U, com médias 11% superiores. O aumento

do traço AM 100 U, ficou em 8% em relação a referência, enquanto que o traço AM 25 U, teve

resultado próximo a referência, e;

Traços de cura ao ar livre: todos os traços com porcelana obtiveram médias

superiores ao traço referência, com valores superiores de 4%, 7%, 3% e 8%, nos traços AM 25 A,

AM 50 A, AM 75 A, AM 100 A, respectivamente.

Esta melhora, embora pequena, em todos os traços com porcelana em relação ao traço

referência pode ser atribuído ao melhor adensamento do concreto, visto que a porcelana miúda

possui uma melhor uniformidade de seus grãos, permitindo ao concreto melhor aden

resultando numa maior resistência.

AM 25 AM 50 AM 75 AM 100

4,21 4,34 4,174,394,46

4,89 4,904,77

Traços

Resistência à Compressão Diametral- 28 dias

se o valor da tensão de tração média para

(NBR 7222: 1994).

a úmida apresentaram valores médios

superiores a aqueles obtidos com a cura ao ar livre. Analisando separadamente os dois tipos de

todos os traços com porcelana obtiveram médias superiores ao

s traços AM 50 U e AM 75 U, com médias 11% superiores. O aumento

do traço AM 100 U, ficou em 8% em relação a referência, enquanto que o traço AM 25 U, teve

todos os traços com porcelana obtiveram médias

superiores ao traço referência, com valores superiores de 4%, 7%, 3% e 8%, nos traços AM 25 A,

Esta melhora, embora pequena, em todos os traços com porcelana em relação ao traço

referência pode ser atribuído ao melhor adensamento do concreto, visto que a porcelana miúda

possui uma melhor uniformidade de seus grãos, permitindo ao concreto melhor adensamento,

28 dias

Cura Ar Livre

Cura Úmida

92

Tanto para os traços de cura úmida ou ar livre, não importando também o teor de

substituição do agregado miúdo (areia), a ruptura dos corpos-de-prova ensaiados foram similares,

conforme o observado na figura 6.9 (a), cura ar livre, e figura 6.9 (b), cura úmida.

(a) (b)

Figura 6.9 – Corpos-de-prova de cura ao ar livre (a) e cura úmida (b).

6.2.1.3 Resistência à tração na flexão

Os corpos-de-prova prismáticos foram ensaiados conforme a norma européia EN 12390-

5 (2000) que permite o emprego de corpos-de-prova prismáticos de 10 x 10 x 40cm. O cálculo

desta resistência é determinado pela equação 2. Sendo o equipamento esquematizado por Lopez

et al. (2007), figura 6.10 (a) e montado no Laboratório de Estruturas e Materiais da FEC-

Unicamp, figura 6.10 (b).

��� = � .

� (Eq. 2)

93

Onde: ��� = resistência à tração na flexão, em MPa;

- F = carga máxima aplicada em N: 1 kgf=9,80665 N, e;

- d = altura média do corpo-de-prova na seção de ruptura e distância entre os

apoios e aplicações de carga, em mm: d=100 mm.

(a) (b)

Figura 6.10 – Esquema do equipamento para ensaio de tração na flexão.

Com uma média de quatro corpos-de-prova prismáticos ensaiados para cada tipo de

cura, têm-se na figura 6.11 estes valores médios. Com exceção do traço referência, onde o

concreto curado ao ar livre, que apresentou maior resistência média que aquele curado úmido,

todos os traços com porcelana de cura úmida foram maiores que a cura ao ar livre. Analisando

separadamente os dois tipos de cura tem-se:

- Traços de cura úmida: o comportamento dos traços com porcelana apresentou

divergências, visto que os traços AM 25 U e AM 75 U, apresentaram médias superiores a

referência da ordem de 5% e 10%, respectivamente. Já nos traços AM 50 U e AM 100U, os

valores ficaram abaixo da referência cerca de 2%;

- Traços de cura ao ar livre: como o traço referência curado ao ar livre apresentou

resistência maior que o de cura úmida, todos os traços com porcelana e cura ao ar livre obtiveram

resistências inferiores de 10%, 18%, 11% e 16%, respectivamente aos traços AM 25 A, AM 50

A, AM 75 A, AM 100 A.

Figura 6.11 – Resistência à tração na flexão

Para ambos os tipos de cura e independente da porcentagem de substituição do agregado

miúdo (areia) pela porcelana miúda, a ruptura de todos os corpos

no terço central dos corpos-de

cura úmida.

(a) Figura 6.12 – Corpos

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

Referência

7,026,56

Re

sist

ên

cia

(MP

a)

Resistência à Tração na Flexão

94

Resistência à tração na flexão – Agregado miúdo (EN 12390

Para ambos os tipos de cura e independente da porcentagem de substituição do agregado

a miúda, a ruptura de todos os corpos-de-prova ensaiados ocorreram

de-prova, conforme a figura 6.12 (a), de cura ao ar livre, e 6.12 (b)

(a) (b)

Corpos-de-prova de cura ao ar livre (a) e cura úmida (b).

AM 25 AM 50 AM 75 AM 100

6,29 5,76 6,26 5,906,90

6,437,22

6,37

Traços

Resistência à Tração na Flexão - 28 dias

Agregado miúdo (EN 12390-5: 2000).

Para ambos os tipos de cura e independente da porcentagem de substituição do agregado

prova ensaiados ocorreram

prova, conforme a figura 6.12 (a), de cura ao ar livre, e 6.12 (b)

(b)

prova de cura ao ar livre (a) e cura úmida (b).

Cura Ar Livre

Cura Úmida

6.2.1.4 Módulo de elasticidade

O valor do módulo de

NBR 8522 (2003).

�� = �����

����� . 10

Onde: - Ecs = módulo de

- �n = tensão maior, em MPa;

- �a = tensão básica: �

- εn = deformação específica mé

- εa = deformação específica média dos corpos

- Traços de Cura Úmida:

idade, 7 e 28 dias, conforme a

considerado anteriormente como carga de deformação 40% da carga média de ruptura dos

corpos-de-prova ensaiados à compressão simples.

Figura 6.13 – Módulo de elasticidade

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

7 dias

38,0

31,8

du

lo (

GP

a)

Módulo de Elasticidade

95

elasticidade

de elasticidade foi calculado conforme a equação 3

10��

= módulo de elasticidade, em GPa;

= tensão maior, em MPa;

��= 0,5 MPa;

= deformação específica média dos corpos-de-prova ensaiados sob a tensão maior, e;

= deformação específica média dos corpos-de-prova ensaiados so

Traços de Cura Úmida: Foram ensaiados três corpos-de-prova para cada traço

conforme a prescrição da NBR 8522 (2003). Para todos os ensaios fo

como carga de deformação 40% da carga média de ruptura dos

prova ensaiados à compressão simples.

Módulo de elasticidade – Agregado miúdo – cura úmida (NBR 8522: 2003).

7 dias 28 dias

44,0

31,8

38,035,0

38,2

31,5

40,4

33,6

39,0

Idades de Ensaio

Módulo de Elasticidade - Cura Úmida

foi calculado conforme a equação 3, apresentada pela

(Eq. 3)

prova ensaiados sob a tensão maior, e;

prova ensaiados sob a tensão básica.

prova para cada traço e

todos os ensaios foi

como carga de deformação 40% da carga média de ruptura dos

ida (NBR 8522: 2003).

Cura Úmida

Referência

AM 25 U

AM 50 U

AM 75 U

AM 100 U

96

Na figura 6.13 são apresentados os valores médios das deformações, para os traços de

concreto: Referência, AM 25 U, AM 50 U, AM 75 U e AM 100 U. Para a idade de 7 dias, todos

os traços com porcelana apresentaram deformações inferiores em comparação ao traço referência,

apresentando os traços AM 25 U a AM 75 U, queda de 17%. Já para os traços AM 50 U e AM

100 U, a deformação ficou 8% e 12% abaixo da referência.

Também aos 28 dias, os traços com porcelana apresentaram menores deformações que o

traço referência, as quedas foram de 14% para os traços AM 25 U e AM 50 U, de 8% para o traço

AM 75 U e de 11% para o traço AM 100 U.

A evolução da deformação ao longo das idades ensaiadas é dada pela figura 6.14, onde

observa-se que ao traço AM 75 U apresentou uma evolução da ordem de 28%, ficando o traços

AM 25 U com evoluções de 19%, enquanto que nos traços referência e AM 100 U esta foi de

16%. O traço AM 50 U apresentou a menor evolução de todos os traços, de 9%.

0 4 8 12 16 20 24 28

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45 Referência

AM 25 U

AM 50 U

AM 75 U

AM 100 U

Módulo de Elasticidade

du

lo (

GP

a)

Data Ensaios

Figura 6.14 – Evolução módulo de elasticidade – Agregado miúdo – cura úmida.

Comparando o módulo de elasticidade aos 28 dias de ensaio calculado de acordo com a

NBR 8522 (2003), Eq. 3, com o proposto com pela NBR 6118 (2003), Eq. 4, tem

6.15 sua representação.

�� = 0,85 .5600 . √

Onde: - Ecs = módulo de

- fck = tensão maior, em MPa

Observa-se que apenas o traço AM 100 apresentou similaridade entre o valor calculado

de acordo com a NBR 8522 (2003) com o proposto pela NBR 6118 (2007). Para todos os demais

traços inclusive a referência as maiores deformações foram obtidas pelo cálculo da NBR 8522

(2003), variando de cerca de 14% superior para o traço referência e de 6% para os traços AM 50

e AM 75, tendo o traço AM 50 um aumento de 2%.

Figura 6.15 – Comparação módulo de elasticidade

- Traços de Cura ao Ar Livre

três corpos-de-prova de cada traço

deformação 40% da carga média de ruptura dos corpos

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

Referência

44,037,7

du

lo (

GP

a)

Comparação Módulo

97

Comparando o módulo de elasticidade aos 28 dias de ensaio calculado de acordo com a

22 (2003), Eq. 3, com o proposto com pela NBR 6118 (2003), Eq. 4, tem

√��� . 10��

= módulo de elasticidade, em GPa, e;

= tensão maior, em MPa.

se que apenas o traço AM 100 apresentou similaridade entre o valor calculado

de acordo com a NBR 8522 (2003) com o proposto pela NBR 6118 (2007). Para todos os demais

cia as maiores deformações foram obtidas pelo cálculo da NBR 8522

(2003), variando de cerca de 14% superior para o traço referência e de 6% para os traços AM 50

e AM 75, tendo o traço AM 50 um aumento de 2%.

Comparação módulo de elasticidade – Agregado miúdo – cura úmida (NBR 8522:2003

e NBR 6118:2003).

ao Ar Livre: Para cada idade de ensaio, 7 e 28 dias, f

cada traço. Para todos os ensaios foram considerados como carga de

deformação 40% da carga média de ruptura dos corpos-de-prova ensaiados à compressão

AM 25 AM 50 AM 75 AM 100

38,0 38,2 40,4 39,037,735,9 37,3 38,1

38,9

Traços

Comparação Módulo - Cura Úmida - 28 dias

Comparando o módulo de elasticidade aos 28 dias de ensaio calculado de acordo com a

22 (2003), Eq. 3, com o proposto com pela NBR 6118 (2003), Eq. 4, tem-se na figura

(Eq. 4)

se que apenas o traço AM 100 apresentou similaridade entre o valor calculado

de acordo com a NBR 8522 (2003) com o proposto pela NBR 6118 (2007). Para todos os demais

cia as maiores deformações foram obtidas pelo cálculo da NBR 8522

(2003), variando de cerca de 14% superior para o traço referência e de 6% para os traços AM 50

cura úmida (NBR 8522:2003

Para cada idade de ensaio, 7 e 28 dias, foram ensaiados

ados como carga de

prova ensaiados à compressão

28 dias

NBR 8522

NBR 6118

simples. Na figura 6.16 são apresentados os valores médios das deformações, para os traços de

concreto de cura ao ar livre e substituição do agregado miúdo (areia).

Figura 6.16 – Módulo de elasticidade

Na idade de 7 dias,

abaixo da referência, obtendo deformações 24%, 14%, 21% e 11% menores, para os traços AM

25 A, AM 50 A, AM 75 A e AM 100 A, respectivamente.

Já os 28 dias o módulo de elasticidade dos traços com

que a referência, com o traço AM 25 A apresentando a maior queda de 22%, para os demais

traços, AM 50 A, AM 75 A e AM 100 A, o decréscimo foi de 14%.

A evolução da deformação dos traços de concreto com substituição da arei

isoladores de porcelana moídos é apresentada na figura 6.17, onde observa

foi pequena para todos os traços, haja visto que o traço que apresentou maior evolução foi o traço

AM 75 A com 12%, os demais traços não tiveram evolução m

A, com os traços referência e AM 50 A evolução de 2% com o traço AM 100 A permanecendo

estável.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

7 dias

38,1

28,8

du

lo (

GP

a)

Módulo de Elasticidade

98

são apresentados os valores médios das deformações, para os traços de

concreto de cura ao ar livre e substituição do agregado miúdo (areia).

Módulo de elasticidade – Agregado miúdo – cura ao ar livre (NBR 8522: 2003).

Na idade de 7 dias, todos os traços com porcelana miúda apresentaram deformações

abaixo da referência, obtendo deformações 24%, 14%, 21% e 11% menores, para os traços AM

25 A, AM 50 A, AM 75 A e AM 100 A, respectivamente.

Já os 28 dias o módulo de elasticidade dos traços com porcelana miúda foram menores

que a referência, com o traço AM 25 A apresentando a maior queda de 22%, para os demais

traços, AM 50 A, AM 75 A e AM 100 A, o decréscimo foi de 14%.

A evolução da deformação dos traços de concreto com substituição da arei

isoladores de porcelana moídos é apresentada na figura 6.17, onde observa-se que esta evolução

foi pequena para todos os traços, haja visto que o traço que apresentou maior evolução foi o traço

AM 75 A com 12%, os demais traços não tiveram evolução maior que 6%, caso do traço AM 25

A, com os traços referência e AM 50 A evolução de 2% com o traço AM 100 A permanecendo

7 dias 28 dias

39,0

28,830,632,9 33,630,0 33,733,8 33,4

Idades de Ensaio

Módulo de Elasticidade- Cura Ar Livre

são apresentados os valores médios das deformações, para os traços de

cura ao ar livre (NBR 8522: 2003).

todos os traços com porcelana miúda apresentaram deformações

abaixo da referência, obtendo deformações 24%, 14%, 21% e 11% menores, para os traços AM

porcelana miúda foram menores

que a referência, com o traço AM 25 A apresentando a maior queda de 22%, para os demais

A evolução da deformação dos traços de concreto com substituição da areia por

se que esta evolução

foi pequena para todos os traços, haja visto que o traço que apresentou maior evolução foi o traço

aior que 6%, caso do traço AM 25

A, com os traços referência e AM 50 A evolução de 2% com o traço AM 100 A permanecendo

Referência

AM 25 A

AM 50 A

AM 75 A

AM 100 A

99

0 4 8 12 16 20 24 28

0

5

10

15

20

25

30

35

40 Referência

AM 25 A

AM 50 A

AM 75 A

AM 100 A

Módulo de ElasticidadeM

ódulo

(G

Pa)

Data Ensaios

Figura 6.17 – Evolução módulo de elasticidade – Agregado miúdo – cura ao ar livre.

Na figura 6.18 nota-se que as rupturas ocorridas nos corpos-de-prova resultantes do

carregamento durante o ensaio de deformação são do mesmo tipo das observadas nos ensaio de

resistência à compressa simples e tanto nos ensaios de cura ao ar livre, figura 6.18 (a) e cura

úmida, figura 6.18 (b).

(a) (b) Figura 6.18 – Ruptura ar livre (a) e úmida (b) após ensaios de deformação.

Aos 28 dias de idade foi calculado o módulo de elasticidade pela NBR 8522 (2003), Eq.

3, e comparando-o como o proposto pela NBR 6118 (2003), Eq. 4, para os concretos de cura ao

ar livre com esta representação na figura 6.19.

Diferente do ocorrido com os

tem-se maiores similaridades entre os módulos de deformação calculados tanto pela NBR 8522

(2003) como pela NBR 6118 (2007), com exceção do traço referência, todos os demais traços

apresentaram valores de deformações calculados de acordo com a NBR 6118 (2007) superiores a

NBR 8522 (2003), valores estes similares para os traços AM 50 e AM 75 e com alta de 6% para o

traço AM 100 e de 16% para o traço AM 25.

Figura 6.19 – Comparação módulo de el

Outro fato estudado quanto aos ensaios de módulo de deformação foi sua relação com os

valores obtidos nos ensaios de resistência à compressão simples aos 7 dias, figura 6.20 e

dias, figura 6.21.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

Referência

39,0

du

lo (

GP

a)

Comparação Módulo

100

Aos 28 dias de idade foi calculado o módulo de elasticidade pela NBR 8522 (2003), Eq.

o como o proposto pela NBR 6118 (2003), Eq. 4, para os concretos de cura ao

ar livre com esta representação na figura 6.19.

Diferente do ocorrido com os traços de cura úmida, para os concretos de cura ao ar livre

se maiores similaridades entre os módulos de deformação calculados tanto pela NBR 8522

(2003) como pela NBR 6118 (2007), com exceção do traço referência, todos os demais traços

alores de deformações calculados de acordo com a NBR 6118 (2007) superiores a

NBR 8522 (2003), valores estes similares para os traços AM 50 e AM 75 e com alta de 6% para o

traço AM 100 e de 16% para o traço AM 25.

Comparação módulo de elasticidade – Agregado miúdo – cura ao ar livre (NBR

8522:2003 e NBR 6118:2003).

Outro fato estudado quanto aos ensaios de módulo de deformação foi sua relação com os

valores obtidos nos ensaios de resistência à compressão simples aos 7 dias, figura 6.20 e

Referência AM 25 AM 50 AM 75 AM 100

30,633,6 33,7 33,4

35,6 35,533,7 34,1 35,4

Traços

Comparação Módulo - Cura Ar livre - 28 dias

Aos 28 dias de idade foi calculado o módulo de elasticidade pela NBR 8522 (2003), Eq.

o como o proposto pela NBR 6118 (2003), Eq. 4, para os concretos de cura ao

traços de cura úmida, para os concretos de cura ao ar livre

se maiores similaridades entre os módulos de deformação calculados tanto pela NBR 8522

(2003) como pela NBR 6118 (2007), com exceção do traço referência, todos os demais traços

alores de deformações calculados de acordo com a NBR 6118 (2007) superiores a

NBR 8522 (2003), valores estes similares para os traços AM 50 e AM 75 e com alta de 6% para o

cura ao ar livre (NBR

Outro fato estudado quanto aos ensaios de módulo de deformação foi sua relação com os

valores obtidos nos ensaios de resistência à compressão simples aos 7 dias, figura 6.20 e aos 28

35,4

28 dias

NBR 8522

NBR 6118

Figura 6.20 – Comparação resistência/módulo

Figura 6.21 – Comparação resistência/módulo

Comparando as idades de ensaio, 7 e 28 dias, para todos os traços e tipos de c

ocorreram aumento nesta comparação com exceção do traço AM 25 de cura úmida, havendo

também similaridade entre os dois tipos de cura, independente do traço.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

Referência

1,21,3

(fck

/Ecs

)*1

0-3

Comparação Resistência/Módulo

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

Referência

1,4 1,4

(fck

/Ecs

)*1

0-3

Comparação Resistência/Módulo

101

Comparação resistência/módulo – Agregado miúdo –

Comparação resistência/módulo – Agregado miúdo –

parando as idades de ensaio, 7 e 28 dias, para todos os traços e tipos de c

ocorreram aumento nesta comparação com exceção do traço AM 25 de cura úmida, havendo

também similaridade entre os dois tipos de cura, independente do traço.

AM 25 AM 50 AM 75 AM 100

1,7

1,41,6

1,41,6

1,41,6

1,5

Traços

Comparação Resistência/Módulo - 7 dias

AM 25 AM 50 AM 75 AM 100

1,8

1,5 1,51,7

1,51,6 1,6

1,7

Traços

Comparação Resistência/Módulo - 28 dias

– 7 dias.

– 28 dias.

parando as idades de ensaio, 7 e 28 dias, para todos os traços e tipos de cura

ocorreram aumento nesta comparação com exceção do traço AM 25 de cura úmida, havendo

7 dias

Cura Ar Livre

Cura Úmida

28 dias

Cura Ar Livre

Cura Úmida

102

6.2.1.5 Ensaios de capilaridade

Com base na NBR 9779 (1995) os ensaios de absorção de água por capilaridade foram

realizados de forma adaptada no quesito obtenção dos dados, pois neste trabalho a aquisição de

dados se concentrou nas primeiras horas, isto é, até 24 horas de exposição à água. Para cada traço

foram ensaiados 4 corpos-de-prova, sendo aqui apresentadas suas médias.

Este ensaio consistiu primeiramente na secagem dos corpos-de-prova, em estufa à

temperatura de 105 ± 5º C, até a constância de massa, sendo posteriormente resfriado ao ar à

temperatura de 23 ± 2º C.

Resfriados, os corpos-de-prova tiveram sua lateral impermeabilizada com resina

impermeabilizante. Após a secagem desta resina, os corpos-de-prova foram dispostos sobre

trilhos para que a base tivesse contato com a lâmina d’água de espessura constante de 10 ± 1 mm,

conforme figura 6.22 (a).

Procedeu-se, então a determinação da massa dos corpos-de-prova decorridos 15

minutos, 30 minutos, 1 hora, 2 horas, 3 horas, 4 horas, 6 horas, 8 horas e 24 horas de ensaio.

Após a última determinação da massa os corpos-de-prova foram rompidos por compressão

diametral de modo a permitir a anotação do perfil de ascensão capilar de água no seu interior,

figura 6.22 (b).

(a) (b)

Figura 6.22 – Corpos-de-prova durante ensaio de absorção por capilaridade (NBR 9779: 1995).

Na tabela 6.1 tem-se as quantidades de água absorvida

apresentando na figura 6.23 a quantidade de água total absorvida ao final de 24 horas de ensaio.

Tabela 6.1 – Absorção por capilaridade Traços 15 min

Referência Ar Livre 3,9

Referência Úmida 2,2

AM 25 A 3,4

AM 25 U 2,8

AM 50 A 5,2

AM 50 U 3,5

AM 75 A 3,6

AM 75 U 2,3

AM 100 A 3,0

AM 100 U 2,1

Figura 6.23 – Total de água absorvida por capilaridade

Observa-se em todos os traços que a quantidade de água absorvida pelos corpos

prova de cura úmida foi menor que os de cura ao ar

cimento resultando num concreto menos poroso. Analisando os tipos de cura separados, tem

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

Referência

43,8

30,4

Águ

a A

bso

rvid

a (g

)

Total de Água Absorvida

103

se as quantidades de água absorvida em cada tempo de medição,

apresentando na figura 6.23 a quantidade de água total absorvida ao final de 24 horas de ensaio.

bsorção por capilaridade – Agregado miúdo (NBR 9779: 1995) 30 min 1 h 2 h 3 h 4 h 6 h 8 h

1,8 2,9 4,9 3,3 3,1 4,8

0,7 1,3 2,6 2 2,2 3,5

1,8 2,8 3,8 3,7 2,7 4,8

1,1 2,1 2,7 2,7 1,9 3,6

1,7 2,7 4,1 3,3 2,6 4,2

1,1 1,3 3,5 2,3 1,8 2,7

2,2 2,6 4,0 3,1 2,6 3,6

1,3 1,5 2,7 2 2 2,5

1,3 2,1 2,9 2,3 2,2 3,1

0,9 1,5 2,5 2,1 2,0 2,8

Total de água absorvida por capilaridade – Agregado miúdo (NBR 9779: 1995).

se em todos os traços que a quantidade de água absorvida pelos corpos

prova de cura úmida foi menor que os de cura ao ar livre, em virtude da melhor hidratação do

cimento resultando num concreto menos poroso. Analisando os tipos de cura separados, tem

AM 25 AM 50 AM 75 AM 100

42,1 38,4 40,9

33,930,4 30,7

24,0 24,6 26,8

Traços

Total de Água Absorvida - 24 horas

em cada tempo de medição,

apresentando na figura 6.23 a quantidade de água total absorvida ao final de 24 horas de ensaio.

(NBR 9779: 1995) . 8 h 24 h Total 24 h 3,5 15,6 43,8

2,8 14,6 31,9

2,5 16,7 42,1

1,9 11,8 30,7

2,0 12,6 38,4

1,7 7,9 25,5

3,0 16,0 40,7

2,1 9,4 25,8

2,6 13,1 32,6

2,3 10,6 26,8

Agregado miúdo (NBR 9779: 1995).

se em todos os traços que a quantidade de água absorvida pelos corpos-de-

livre, em virtude da melhor hidratação do

cimento resultando num concreto menos poroso. Analisando os tipos de cura separados, tem-se:

Cura Ar Livre

Cura Úmida

104

- Traços de cura úmida: com exceção do traço AM 25 U, que apresentou absorção

similar ao traço referência, todos os demais traços absorveram menos água ao final das 24 horas

de ensaio que a referência. As menores absorções de água ficaram por conta dos traços AM 50 U

e AM 75 U, com absorção 21% e 19% menores que a referência, respectivamente. O traço AM

100 U, também apresentou queda na absorção em comparação a referência de 11%. Esta queda

na absorção também pode ser atribuída a menor absorção da porcelana moída frente a areia;

- Traços de cura ao ar livre: neste tipo de cura o traço AM 25 A, acompanhou o

observado na cura úmida e apresentou uma absorção de água próxima ao traço referência, 4%

menor. Já os traços AM 50 A e AM 75 A resultaram em absorções 12% e 7%, respectivamente

inferiores a referência. Ao passo que a absorção do traço AM 100 A foi 23% abaixo da

referência, atribuída a maior quantidade de água de amassamento não absorvida pela porcelana

que permitiu uma melhor hidratação do cimento e conseqüentemente um concreto menos poroso.

A capilaridade dos traços foi calculada conforme a equação 4 apresentada na NBR 9779

(1995), com os resultados apresentados na figura 6.24.

� = ���

(Eq. 5)

Onde: - C = absorção de água por capilaridade, em g/cm²;

- A = massa do corpo-de-prova que permanece com uma das faces em contato

com a água durante 24 horas, em g;

- B = massa do corpo-de-prova seco, assim que este atingir a temperatura de (23

± 2°C), em g, e;

- S = área da seção transversal, em cm²: S = 78,54 cm².

Por conseqüência dos traços de cura úmida absorverem menor quantidade de água que

os de cura ao livre, a capilaridade também será menor, em virtude da equação de cálculo da

capilaridade relacionar a massa do corpo-de-prova seco e após a sua permanência em contato

com a água.

Figura 6.24 –

Pelo fato da capilaridade estar relacionada diretamente com a quantidade de água

absorvida após 24 horas do início do ensaio, as mesmas observações verificadas no total de água

absorvida se estendem a capila

Assim nos traços de cura úmida as menores capilaridades ficaram com traços AM 50 U,

AM 75 U, AM 100 U, com valores 25%, 23% e 16% abaixo da referência. Quanto a cura ao ar

livre todos os traços com porcelana apresentaram capilaridade inferior a ref

4% a 22%, traços AM 25 A e AM 100 A, respectivamente, como outros traços dentro deste

intervalo.

Realizados os ensaios de absorção, os corpos

diametral, com o propósito de medir a asc

valores desta ascensão.

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

Referência

0,556

0,406

Cap

ilari

dad

e (

g/cm

²)

105

– Capilaridade – Agregado miúdo (NBR 9779: 1995).

Pelo fato da capilaridade estar relacionada diretamente com a quantidade de água

absorvida após 24 horas do início do ensaio, as mesmas observações verificadas no total de água

absorvida se estendem a capilaridade.

Assim nos traços de cura úmida as menores capilaridades ficaram com traços AM 50 U,

AM 75 U, AM 100 U, com valores 25%, 23% e 16% abaixo da referência. Quanto a cura ao ar

livre todos os traços com porcelana apresentaram capilaridade inferior a referência, variando de

4% a 22%, traços AM 25 A e AM 100 A, respectivamente, como outros traços dentro deste

Realizados os ensaios de absorção, os corpos-de-prova foram ensai

diametral, com o propósito de medir a ascensão capilar da água nestes. A figura

AM 25 AM 50 AM 75 AM 100

0,5360,489 0,521

0,4320,406 0,391

0,305 0,313 0,339

Traços

Capilaridade - 28 dias

Agregado miúdo (NBR 9779: 1995).

Pelo fato da capilaridade estar relacionada diretamente com a quantidade de água

absorvida após 24 horas do início do ensaio, as mesmas observações verificadas no total de água

Assim nos traços de cura úmida as menores capilaridades ficaram com traços AM 50 U,

AM 75 U, AM 100 U, com valores 25%, 23% e 16% abaixo da referência. Quanto a cura ao ar

livre todos os traços com porcelana apresentaram capilaridade inferior a referência, variando de

4% a 22%, traços AM 25 A e AM 100 A, respectivamente, como outros traços dentro deste

prova foram ensaiados à compressão

figura 6.25 compara os

Cura Ar Livre

Cura Úmida

Figura 6.25 –

Mesmo com os traços de cura úmida absorvendo menores quantidades de água que os de

cura ao ar livre, a altura da ascensão ca

separadamente os dois tipos de cura temos:

- Traço de cura úmida:

miúdo apresentaram altura capilar menor que o traço referência, entretanto, es

mais próximos entre si, variando 6% a 19% abaixo da referência, nos traços AM 25 U e AM 75

U, com os traços AM 50 U AM 100 U tendo uma altura capilar 15% abaixo da obtida pelo traço

referência;

- Traço de cura ao ar livre:

independente da quantidade de agregado miúdo substituído, ficaram muito próximas, apenas o

traço AM 75 A, apresentou uma queda de aproximadamente 4% em relação ao traço referência,

os demais traços apresentaram al

A, AM 50 A e AM 100 A. A altura capilar de um traço de cura úmida, figura 6.26 (b) é de

visualização menos intensa que aqueles de cura ao ar livre, figura 6.26 (a).

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

Referência

5,60

4,70

Alt

ura

Cap

ilar

(cm

)

106

Altura capilar – Agregado miúdo (NBR 9779: 1995).

Mesmo com os traços de cura úmida absorvendo menores quantidades de água que os de

cura ao ar livre, a altura da ascensão capilar nos corpos-de-prova foram similares. Observando

separadamente os dois tipos de cura temos:

Traço de cura úmida: todos os traços com porcelana em substituição ao agregado

miúdo apresentaram altura capilar menor que o traço referência, entretanto, es

mais próximos entre si, variando 6% a 19% abaixo da referência, nos traços AM 25 U e AM 75

U, com os traços AM 50 U AM 100 U tendo uma altura capilar 15% abaixo da obtida pelo traço

Traço de cura ao ar livre: neste tipo de cura a ascensão capilar em todos os traços,

independente da quantidade de agregado miúdo substituído, ficaram muito próximas, apenas o

traço AM 75 A, apresentou uma queda de aproximadamente 4% em relação ao traço referência,

os demais traços apresentaram altura capilar igual ou muito próxima a referência, traços AM 25

A, AM 50 A e AM 100 A. A altura capilar de um traço de cura úmida, figura 6.26 (b) é de

visualização menos intensa que aqueles de cura ao ar livre, figura 6.26 (a).

AM 25 AM 50 AM 75 AM 100

5,50 5,60 5,40 5,60

4,404,00

3,804,00

Traços

Altura Capilar - 28 dias

Agregado miúdo (NBR 9779: 1995).

Mesmo com os traços de cura úmida absorvendo menores quantidades de água que os de

prova foram similares. Observando

todos os traços com porcelana em substituição ao agregado

miúdo apresentaram altura capilar menor que o traço referência, entretanto, estes valores foram

mais próximos entre si, variando 6% a 19% abaixo da referência, nos traços AM 25 U e AM 75

U, com os traços AM 50 U AM 100 U tendo uma altura capilar 15% abaixo da obtida pelo traço

ura a ascensão capilar em todos os traços,

independente da quantidade de agregado miúdo substituído, ficaram muito próximas, apenas o

traço AM 75 A, apresentou uma queda de aproximadamente 4% em relação ao traço referência,

tura capilar igual ou muito próxima a referência, traços AM 25

A, AM 50 A e AM 100 A. A altura capilar de um traço de cura úmida, figura 6.26 (b) é de

Cura Ar Livre

Cura Úmida

107

(a) (b) Figura 6.26 – Corpos-de-prova de cura ao ar livre (a) e de cura úmida (b).

6.2.2 Substituição do Agregado Graúdo

6.2.2.1 Resistência à compressão simples

- Traços de Cura Úmida: Foram ensaiados 4 corpos-de-prova cilíndricos à resistência à

compressão simples, nas idades de 3, 7 e 28 dias, conforme as recomendações da NBR 5739

(1994). Na figura 6.27 são apresentados os valores médios destas resistências, para os traços de

concreto: Referência, AG 25 U, AG 50 U, AG 75 U e AG 100 U.

Figura 6.27 – Resistência à compressão simples

Observa-se que todos os traços com adição de porcelana graúda em substituição ao

agregado graúdo (brita 1) apresentaram resultados inferiores ao traço referência. Na idade de 3

dias o decréscimo na resistência foi de 11%, 18%, 27% e 20%, respectivamente pa

AG 25 U, AG 50 U, AG 75 U e AG 100 U.

Já para a idade de 7 dias, as quedas na resistência dos traços com porcelana graúda

ficaram em 14%, para o traço AG 25 U, de 18% para os traços AG 50 U e AG 75 U, enquanto

que no traço AG 100 U a queda

Quanto aos resultados dos ensaios aos 28 dias de idade, quanto maior a porcentagem de

substituição do agregado graúdo (brita 1) pela porcelana graúda maior a queda na resistência em

comparação ao traço referência. Estes valores foram inferiores a 15%, no traço AG 25 U, 22% e

26% nos traços AG 50 U e AG 75 U, até 29% no traço AG 100 U.

Já na figura 6.28 temidades de ensaio.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

3 dias

43,1 38,235,2

31,3

Re

sist

ên

cia

(MP

a)

Resistência à Compressão Simples

108

Resistência à compressão simples – Agregado graúdo – cura úmida (NBR 5739: 1994).

se que todos os traços com adição de porcelana graúda em substituição ao

agregado graúdo (brita 1) apresentaram resultados inferiores ao traço referência. Na idade de 3

dias o decréscimo na resistência foi de 11%, 18%, 27% e 20%, respectivamente pa

AG 25 U, AG 50 U, AG 75 U e AG 100 U.

Já para a idade de 7 dias, as quedas na resistência dos traços com porcelana graúda

ficaram em 14%, para o traço AG 25 U, de 18% para os traços AG 50 U e AG 75 U, enquanto

que no traço AG 100 U a queda foi de 29% em comparação ao traço referência.

Quanto aos resultados dos ensaios aos 28 dias de idade, quanto maior a porcentagem de

substituição do agregado graúdo (brita 1) pela porcelana graúda maior a queda na resistência em

ia. Estes valores foram inferiores a 15%, no traço AG 25 U, 22% e

26% nos traços AG 50 U e AG 75 U, até 29% no traço AG 100 U.

Já na figura 6.28 tem-se a evolução da resistência à compressão simples ao longo das

7 dias 28 dias

50,6

62,8

43,4

53,7

41,6

48,9

31,3

41,546,2

34,4 35,7

44,6

Idades de Ensaio

Resistência à Compressão Simples - Cura Úmida

cura úmida (NBR 5739: 1994).

se que todos os traços com adição de porcelana graúda em substituição ao

agregado graúdo (brita 1) apresentaram resultados inferiores ao traço referência. Na idade de 3

dias o decréscimo na resistência foi de 11%, 18%, 27% e 20%, respectivamente para os traços

Já para a idade de 7 dias, as quedas na resistência dos traços com porcelana graúda

ficaram em 14%, para o traço AG 25 U, de 18% para os traços AG 50 U e AG 75 U, enquanto

foi de 29% em comparação ao traço referência.

Quanto aos resultados dos ensaios aos 28 dias de idade, quanto maior a porcentagem de

substituição do agregado graúdo (brita 1) pela porcelana graúda maior a queda na resistência em

ia. Estes valores foram inferiores a 15%, no traço AG 25 U, 22% e

se a evolução da resistência à compressão simples ao longo das

Cura Úmida

Referência

AG 25 U

AG 50 U

AG 75 U

AG 100 U

109

0 4 8 12 16 20 24 28

0

10

20

30

40

50

60

Evolução Resistência à Compressão Simples

Referência

AG 25 U

AG 50 U

AG 75 U

AG 100 U

Resis

tên

cia

(M

Pa

)

Data Ensaios

Figura 6.28 – Evolução resistência à compressão simples – Agregado graúdo – Cura úmida.

Na figura 6.28 pode-se observar que o traço referência apresentou uma evolução de 46%

ao longo das idades ensaiadas. Entre os traços com porcelana o traço AG 75 U apresentou uma

evolução até maior que a referência, evolução esta de 48%, enquanto que nos traços AG 25 U e

AG 50 U a evolução com o decorrer das idades de ensaio ficaram próximas a 40%, obtendo o

traço AG 100 U a menor evolução, da ordem de 30%, comparando as idades de 3 e 28 dias de

ensaio.

Muita das rupturas dos corpos-de-prova foram do tipo cônica, figura 6.29 (a), conforme

a classificação da NBR 5739 (1994). Entretanto, alguns corpos-de-prova tiveram rupturas

variadas, não permitindo uma classificação com base na NBR 5739 (1994), pois os mesmos se

“esfarelavam” com a aplicação da carga, desprendendo a argamassa do concreto da porcelana

graúda, conforme figura 6.29 (b).

Notou-se também durante os ensaios que muitas vezes a ruptura contornava a porcelana

graúda, rompendo a argamassa e o agregado graúdo convencional e preservando intacto a

porcelana.

110

(a) (b) Figura 6.29 – Tipos de ruptura: cônica (a) e “esfarelamento” (b).

Observou-se também durante os ensaios um “desprendimento” da argamassa do

concreto em contato com a porcelana graúda, figura 6.30 (a), “desprendimento” este de maior

intensidade quando havia a face vidrada da porcelana em contato com a argamassa de concreto,

conforme figura 6.30 (b).

Este fato pode ser explicado pela baixa capacidade de absorção de água pela porcelana,

ficando envolta desta porcelana graúda água de amassamento, água esta que seria absorvida pelo

agregado. Assim, esta água ao evaporar-se cria um vazio entre a argamassa do concreto e a

porcelana, principalmente naquela com esmalte, mesmo este esmalte não tendo a função

impermeabilizante no isolador de porcelana.

111

(a) (b)

Figura 6.30 – “Desprendimento” da porcelana (a) e da face vidrada (b).

- Traços de Cura ao Ar Livre: Para os ensaios de resistência à compressão simples nas

idades de 3, 7 e 28 dias, foram ensaiados 4 corpos-de-prova cilíndricos para cada idade, em

acordo com a NBR 5739 (1994). Na figura 6.31 são apresentados os valores médios destas

resistências, para os traços de concreto: Referência, AG 25 A, AG 50 A, AG 75 A e AG 100 A.

Em todas as idades ensaiadas os traços com porcelana graúda em substituição ao

agregado graúdo (brita 1) apresentaram resistências médias inferiores ao traço referência, fator

este já observado nos concretos de cura úmida.

Nos ensaios com 3 dias de idade as resistências dos concretos com porcelana ficaram

mais próximas da referência, obtendo o traço AG 25 A, uma queda de apenas 3% em comparação

a referência, os demais traços apresentaram decréscimos variando entre 13%, traços AG 50 A e

AG 100 A, e 15%, para o traço AG 75 A.

Já aos 7 dias de idade as quedas nas resistências foram mais perceptíveis, novamente

com o traço AG 25 A apresentando a menor queda, de 9%, nos demais traços as qued

maiores, ficando o traço AG 50 A com queda de 16% e o traço AG 75 A com 18%. O traço AG

100 A apresentou a maior queda de cerca de 27% em comparação a referência.

Também para os ensaios aos 28 dias, todos os resultados dos traços com porcelana

graúda em comparação ao traço referência foram menores e similares as observadas aos 7 dias de

idade. Nesta idade também o traço AG 25 A apresentou em comparação a referência,

inferior a 12%, a queda do traço AG 50 A foi de 22% e de 18% para o traço AG 75 A, ficando o

traço AG 100 A com decréscimo de 28% em comparação a referência.

Figura 6.31 – Resistência à compressão simples

Na figura 6.32 tem-se a evolução da resistência à compressão destes traços.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

3 dias

37,836,8

32,632,0

Re

sist

ên

cia

(MP

a)

Resistência à Compressão Simples

112

Já aos 7 dias de idade as quedas nas resistências foram mais perceptíveis, novamente

com o traço AG 25 A apresentando a menor queda, de 9%, nos demais traços as qued

maiores, ficando o traço AG 50 A com queda de 16% e o traço AG 75 A com 18%. O traço AG

100 A apresentou a maior queda de cerca de 27% em comparação a referência.

Também para os ensaios aos 28 dias, todos os resultados dos traços com porcelana

graúda em comparação ao traço referência foram menores e similares as observadas aos 7 dias de

idade. Nesta idade também o traço AG 25 A apresentou em comparação a referência,

inferior a 12%, a queda do traço AG 50 A foi de 22% e de 18% para o traço AG 75 A, ficando o

traço AG 100 A com decréscimo de 28% em comparação a referência.

Resistência à compressão simples – Agregado graúdo – cura ar livre

1994).

se a evolução da resistência à compressão destes traços.

7 dias 28 dias

47,4

56,0

42,9

49,2

39,943,7

32,0

39,0

45,8

32,8 34,7

40,1

Idades de Ensaio

Resistência à Compressão Simples - Cura Ar Livre

Já aos 7 dias de idade as quedas nas resistências foram mais perceptíveis, novamente

com o traço AG 25 A apresentando a menor queda, de 9%, nos demais traços as quedas forma

maiores, ficando o traço AG 50 A com queda de 16% e o traço AG 75 A com 18%. O traço AG

100 A apresentou a maior queda de cerca de 27% em comparação a referência.

Também para os ensaios aos 28 dias, todos os resultados dos traços com porcelana

graúda em comparação ao traço referência foram menores e similares as observadas aos 7 dias de

idade. Nesta idade também o traço AG 25 A apresentou em comparação a referência, resultado

inferior a 12%, a queda do traço AG 50 A foi de 22% e de 18% para o traço AG 75 A, ficando o

ar livre (NBR 5739:

se a evolução da resistência à compressão destes traços.

Cura Ar Livre

Referência

AG 25 A

AG 50 A

AG 75 A

AG 100 A

113

0 4 8 12 16 20 24 28

0

10

20

30

40

50

60

Referência

AG 25 A

AG 50 A

AG 75 A

AG 100 A

Evolução Resistência à Compressão SimplesR

esis

tência

(M

Pa)

Data Ensaios

Figura 6.32 – Evolução resistência à compressão simples – Agregado graúdo – cura ao ar livre.

Analisando a evolução da resistência de 3 aos 28 dias de idade dos traços, tem-se o traço

referência com a maior evolução na resistência de 48%, já os traços AG 25 A e AG 50 A

apresentaram evolução similares de 34%. Dos traços com porcelana o que apresentou maior

evolução na resistência, foi o traço AG 75 A, com aumento de 43% na resistência comparando os

valores obtidos aos 3 e 28 dias. Com o traço AG 100 A apresentando a menor evolução em sua

resistência de 22%.

Conforme o ocorrido nos traços com porcelana miúda, a maioria das rupturas dos

corpos-de-prova com porcelana graúda e cura ao ar livre foi do tipo cisalhada, conforme a NBR

5739 (1994) e figura 6.33 (a). Observou-se também muitas vezes o contorno da ruptura no corpo-

de-prova, figura 6.33 (b).

114

(a) (b)

Figura 6.33 – Corpos-de-prova rompidos (a) e detalhe da ruptura cisalhada (b).

6.2.2.2 Resistência à compressão diametral

Um total de 4 corpos-de-prova de cada traço foram ensaiados à resistência à compressão

diametral aos 28 dias de idade, em acordo com a NBR 7222 (1994). Com as cargas individuais

obtidas, calculou-se a resistência à tração por compressão diametral de acordo com a equação 1 já

apresentada no item 6.2.1.2, tendo na figura 6.34 o valor de resistência médio para cada traço.

Figura 6.34 – Resistência à compressão

Com exceção do traço AG 100, em todos os demais, n

traços de cura úmida apresentaram valores médios superiores aos obtidos com a cura ao ar livre.

Analisando separadamente os dois tipos de cura tem

- Traços de cura úmida:

compressão diametral de 4% em comparação ao traço referência, nos traços AG 25 U e AG 75 U

as resistências ficaram próximas, entretanto foram cerca de 2% inferiores a referência. A maior

queda foi obtida pelo traço AG 100 U com 12% em relação a ref

- Traços de cura ao ar livre

mais próximos: o traço AG 25 a apresentou um aumento na resistência de 2%. Os demais traços

com porcelana graúda em substituição ao agregado graúdo (brita 1

da referência de 2% para o traço AG 50 A, 4% para o traço AG 75 A e de 1% para o traço AG

100 A.

Um fato observado nos ensaios de resistência à compressão simples, onde havia um

“descolamento” da argamassa do concreto da porcelana graúda, resultando em queda na sua

resistência com o aumento da substituição do agregado graúdo, nos ensaios à compressão

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

Referência

4,074,43

Re

sist

ên

cia

(MP

a)

Resistência à Compressão Diametral

115

Resistência à compressão diametral – Agregado graúdo (NBR

Com exceção do traço AG 100, em todos os demais, notou-se o que já era esperado, os

traços de cura úmida apresentaram valores médios superiores aos obtidos com a cura ao ar livre.

Analisando separadamente os dois tipos de cura tem-se:

Traços de cura úmida: o traço AG 50 U apresentou um aumento na resist

compressão diametral de 4% em comparação ao traço referência, nos traços AG 25 U e AG 75 U

as resistências ficaram próximas, entretanto foram cerca de 2% inferiores a referência. A maior

queda foi obtida pelo traço AG 100 U com 12% em relação a referência, e;

ao ar livre: para este tipo de cura os valores médios obtidos ficaram

mais próximos: o traço AG 25 a apresentou um aumento na resistência de 2%. Os demais traços

com porcelana graúda em substituição ao agregado graúdo (brita 1) apresentaram valores abaixo

da referência de 2% para o traço AG 50 A, 4% para o traço AG 75 A e de 1% para o traço AG

Um fato observado nos ensaios de resistência à compressão simples, onde havia um

“descolamento” da argamassa do concreto da porcelana graúda, resultando em queda na sua

resistência com o aumento da substituição do agregado graúdo, nos ensaios à compressão

AG 25 AG 50 AG 75 AG 100

4,15 3,98 3,90 4,044,314,59

4,353,92

Traços

Resistência à Compressão Diametral - 28 dias

(NBR 7222: 1994).

se o que já era esperado, os

traços de cura úmida apresentaram valores médios superiores aos obtidos com a cura ao ar livre.

o traço AG 50 U apresentou um aumento na resistência à

compressão diametral de 4% em comparação ao traço referência, nos traços AG 25 U e AG 75 U

as resistências ficaram próximas, entretanto foram cerca de 2% inferiores a referência. A maior

para este tipo de cura os valores médios obtidos ficaram

mais próximos: o traço AG 25 a apresentou um aumento na resistência de 2%. Os demais traços

) apresentaram valores abaixo

da referência de 2% para o traço AG 50 A, 4% para o traço AG 75 A e de 1% para o traço AG

Um fato observado nos ensaios de resistência à compressão simples, onde havia um

“descolamento” da argamassa do concreto da porcelana graúda, resultando em queda na sua

resistência com o aumento da substituição do agregado graúdo, nos ensaios à compressão

28 dias

Cura Ar Livre

Cura Úmida

116

diametral, estas quedas foram menores, ocorrendo até aumento de resistência, mesmo com alguns

corpos-de-prova apresentando este “descolamento” por completo da porcelana graúda.

Este fato pode ser atribuído a maior resistência à compressão da porcelana graúda em

relação a argamassa do concreto, pois em muitos corpos-de-prova, independente do tipo de cura,

esta porcelana ficava fixa em uma metade do corpo-de-prova e na outra metade havia a marca da

continuação da porcelana, conforme o figura 6.35.

(a) (b)

Figura 6.35 – Corpos-de-prova de cura ao ar livre (a) e cura úmida (b).

6.2.2.3 Resistência à tração na flexão

Para o ensaio de resistência à tração na flexão foi seguido o recomendado pela norma

européia EN 12390-5 (2000), em corpos

desta resistência é determinado pela equação 2, já apresentada em

4 corpos-de-prova ensaiados aos 28 dias de idade.

ensaios de resistência à tração na flexão de cada traço com substituição do agregado graúdo (brita

1) por porcelana graúda.

Figura 6.36 – Resistência à tração na flexão

Com exceção dos traços referência e AG 25, onde o concreto curado ao ar livre

apresentou maior resistência média que aquele curado úmido, todos os traços com porcelana de

cura úmida foram maiores que a cura ao ar livre. Analisando separadamente os dois tipos de cura

temos:

- Traços de cura úmida:

melhora na resistência à tração em comparação a referência, melhora esta de 2%. Já os

traços apresentaram quedas na resistência, vaiando de 15%, para o traço AG 25 U, 11% para o

traço AG 50 U e de 8% para o traço AG 100U;

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

Referência

7,026,56

Re

sist

ên

cia

(MP

a)

Resistência à Tração na Flexão

117

Resistência à tração na flexão

Para o ensaio de resistência à tração na flexão foi seguido o recomendado pela norma

5 (2000), em corpos-de-prova prismáticos de 10 x 10 x 40cm. O cálculo

desta resistência é determinado pela equação 2, já apresentada em 6.2.1.3, e o valo

prova ensaiados aos 28 dias de idade. Na figura 6.36 têm-se os valores médios dos

ensaios de resistência à tração na flexão de cada traço com substituição do agregado graúdo (brita

Resistência à tração na flexão – Agregado graúdo (EN 12390

Com exceção dos traços referência e AG 25, onde o concreto curado ao ar livre

apresentou maior resistência média que aquele curado úmido, todos os traços com porcelana de

m maiores que a cura ao ar livre. Analisando separadamente os dois tipos de cura

Traços de cura úmida: neste tipo de cura o traço AG 75 U apresentou uma pequena

melhora na resistência à tração em comparação a referência, melhora esta de 2%. Já os

traços apresentaram quedas na resistência, vaiando de 15%, para o traço AG 25 U, 11% para o

traço AG 50 U e de 8% para o traço AG 100U;

AG 25 AG 50 AG 75 AG 100

6,185,41 5,68 5,635,55

5,856,71

6,02

Traços

Resistência à Tração na Flexão - 28 dias

Para o ensaio de resistência à tração na flexão foi seguido o recomendado pela norma

prova prismáticos de 10 x 10 x 40cm. O cálculo

, e o valor é a média de

se os valores médios dos

ensaios de resistência à tração na flexão de cada traço com substituição do agregado graúdo (brita

Agregado graúdo (EN 12390-5: 2000).

Com exceção dos traços referência e AG 25, onde o concreto curado ao ar livre

apresentou maior resistência média que aquele curado úmido, todos os traços com porcelana de

m maiores que a cura ao ar livre. Analisando separadamente os dois tipos de cura

neste tipo de cura o traço AG 75 U apresentou uma pequena

melhora na resistência à tração em comparação a referência, melhora esta de 2%. Já os demais

traços apresentaram quedas na resistência, vaiando de 15%, para o traço AG 25 U, 11% para o

Cura Ar Livre

Cura Úmida

118

- Traços de cura ao ar livre: visto que o traço referência curado ao ar livre apresentou

resistência maior que o de cura úmida, todos os traços com porcelana obtiveram resistências

inferiores a referência, os decréscimos foram de 12% para o traço AG 25 A, 23% para o traço AG

50 U e de cerca de 19% para os traços AG 75 A e AG 100 A.

Independente do tipo de cura e do traço a ruptura de todos os corpos-de-prova ensaiados

ocorreu no terço central dos corpos-de-prova, conforme a figura 6.37 (a). Assim, como observado

nos ensaios de resistência à compressão diametral a porcelana graúda foi contornada no momento

da ruptura, figura 6.37 (b).

(a) (b)

Figura 6.37 – Corpos-de-prova rompidos (a) e detalhe contorno da porcelana (b).

6.2.2.4 Módulo de elasticidade

O módulo de elasticidade de cada corpo-de-prova ensaiado foi calculado conforme a

equação 3, apresentado no item 6.2.1.4, e de acordo com a NBR 8522 (2003).

- Traços de Cura Úmida: Para cada idade de ensaios, 7 e 28 dias, foram

ensaiados três corpos-de-prova de cada traço conforme a NBR 8522 (2003). Para efeito de

cálculo a carga de deformação foi de 40% da carga média de ruptura dos corpos-de-prova

ensaiados à compressão simples.

deformações, para os traços de concreto: Referência, AG 25 U, AG 50 U, AG 75 U e AG 100 U.

Figura 6.38 – Módulo de elasticidade

Na idade de 7 dias, o módulo de elasticidade dos traços com porcelana foram infer

ao traço referência. O traço AG 50 U apresentou a maior queda, de 26%, no módulo de

elasticidade em comparação a referência. Nos demais traços estas quedas foram menores da

ordem de 10% para os traços AG 25 U e AG 75 U, com o traço AG 100 U resultand

de deformação 4% abaixo da referência.

Aos 28 dias de idade, também todos os traços com porcelana graúda apresentaram

módulos de elasticidade menores que a referência. O maior decréscimo apresentou o traço AG 25

U com 22%, nos traços AG 50 U e AG 100 U, a diferença foi de 13% e 11%, respectivam

tendo o traço AG 75 U o módulo 6% abaixo da referência.

Ao longo das idades de ensaio, a figura 6.39 apresenta estes valores para os ensaios de

cura úmida. Comparando as idades de 7 e 28 dias os aumentos da deformação forma de 15%

referência, 37% AG 50 U, 19% AG 75U e 8% para o traço AG 100 U, com a evolução estável

para o traço AG 25 U.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

7 dias

38,034,0

du

lo (

GP

a)

Módulo de Elasticidade

119

ensaiados à compressão simples. Na figura 6.38 são apresentados os valores médios das

ções, para os traços de concreto: Referência, AG 25 U, AG 50 U, AG 75 U e AG 100 U.

Módulo de elasticidade – Agregado graúdo – cura úmida (NBR 8522: 2003).

Na idade de 7 dias, o módulo de elasticidade dos traços com porcelana foram infer

ao traço referência. O traço AG 50 U apresentou a maior queda, de 26%, no módulo de

elasticidade em comparação a referência. Nos demais traços estas quedas foram menores da

ordem de 10% para os traços AG 25 U e AG 75 U, com o traço AG 100 U resultand

de deformação 4% abaixo da referência.

Aos 28 dias de idade, também todos os traços com porcelana graúda apresentaram

módulos de elasticidade menores que a referência. O maior decréscimo apresentou o traço AG 25

U com 22%, nos traços AG 50 U e AG 100 U, a diferença foi de 13% e 11%, respectivam

tendo o traço AG 75 U o módulo 6% abaixo da referência.

Ao longo das idades de ensaio, a figura 6.39 apresenta estes valores para os ensaios de

cura úmida. Comparando as idades de 7 e 28 dias os aumentos da deformação forma de 15%

50 U, 19% AG 75U e 8% para o traço AG 100 U, com a evolução estável

7 dias 28 dias

44,0

34,0 34,3

28,1

38,434,5

41,2

36,5 39,1

Idades de Ensaio

Módulo de Elasticidade- Cura Úmida

são apresentados os valores médios das

ções, para os traços de concreto: Referência, AG 25 U, AG 50 U, AG 75 U e AG 100 U.

cura úmida (NBR 8522: 2003).

Na idade de 7 dias, o módulo de elasticidade dos traços com porcelana foram inferiores

ao traço referência. O traço AG 50 U apresentou a maior queda, de 26%, no módulo de

elasticidade em comparação a referência. Nos demais traços estas quedas foram menores da

ordem de 10% para os traços AG 25 U e AG 75 U, com o traço AG 100 U resultando em módulo

Aos 28 dias de idade, também todos os traços com porcelana graúda apresentaram

módulos de elasticidade menores que a referência. O maior decréscimo apresentou o traço AG 25

U com 22%, nos traços AG 50 U e AG 100 U, a diferença foi de 13% e 11%, respectivamente,

Ao longo das idades de ensaio, a figura 6.39 apresenta estes valores para os ensaios de

cura úmida. Comparando as idades de 7 e 28 dias os aumentos da deformação forma de 15%

50 U, 19% AG 75U e 8% para o traço AG 100 U, com a evolução estável

Referência

AG 25 U

AG 50 U

AG 75 U

AG 100 U

0 4 8

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45M

ódulo

(G

Pa)

Figura 6.39 – Evolução módulo de elasticidade

Para traços com agregados graúdos também foram comparad

pela NBR 8522 (2003) com o proposto pela NBR 6118 (2003), figura 6.40.

Figura 6.40 – Comparação módulo de elasticidade

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

Referência

44,0

37,7

du

lo (

GP

a)

Comparação Módulo

120

8 12 16 20 24 28

Módulo de Elasticidade

Data Ensaios

Evolução módulo de elasticidade – Agregado graúdo – cura úmida.

Para traços com agregados graúdos também foram comparados os valores calculados

pela NBR 8522 (2003) com o proposto pela NBR 6118 (2003), figura 6.40.

Comparação módulo de elasticidade – Agregado graúdo –

AG 25 AG 50 AG 75 AG 100

34,3

38,4 41,2 39,137,7 34,9 33,3 32,4 31,8

Traços

Comparação Módulo - Cura Úmida

Referência

AG 25 U

AG 50 U

AG 75 U

AG 100 U

cura úmida.

os os valores calculados

– cura úmida.

NBR 8522

NBR 6118

Observa-se que apenas o traço AG 25 apresentou similaridade entre o valor

acordo com a NBR 8522 (2003) com o proposto pela NBR 6118 (2003). Para todos os demais

traços inclusive a referência as maiores deformações foram obtidas pelo cálculo da NBR 8522

(2003), variando de cerca de 14% superior para os traços referên

de substituição dos agregado miúdo maior também a diferença entre os módulos, de cerca de

21% para o traço AG 75 e de 19% para o traço AG 100.

- Traços de Cura ao Ar Livre

de cada traço foram ensaiados

traço.

Figura 6.41 – Módulo de elasticidade

Para a idade de 7 dias, todos os traços com porcelana graúda em substituição ao

agregado graúdo (brita 1) apresentaram deformações abaixo do traço referência, obtendo

deformações inferiores da ordem de 19%, 16%, 23% e 10%, para os traços AG 25 A, AG 50 A,

AG 75 A e AG 100 A, respectivamente.

Na idade de 28 dias, conforme já observado nos ensaios de 7 dias, novamente os

módulos de elasticidade dos traços com porcelana graúda ficaram abaixo dos valores obtidos pela

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

7 dias

38,1

31,0

du

lo (

GP

a)

Módulo de Elasticidade

121

se que apenas o traço AG 25 apresentou similaridade entre o valor

acordo com a NBR 8522 (2003) com o proposto pela NBR 6118 (2003). Para todos os demais

traços inclusive a referência as maiores deformações foram obtidas pelo cálculo da NBR 8522

(2003), variando de cerca de 14% superior para os traços referência e AG 50, quanto maior o teor

de substituição dos agregado miúdo maior também a diferença entre os módulos, de cerca de

21% para o traço AG 75 e de 19% para o traço AG 100.

ao Ar Livre: Nas idades de ensaio, 7 e 28 dias, três corpos

oram ensaiados para cada traço e idade, tendo na figura 6.41 as médias de cada

Módulo de elasticidade – Agregado graúdo – cura ao ar livre (NBR 8522: 2003).

Para a idade de 7 dias, todos os traços com porcelana graúda em substituição ao

agregado graúdo (brita 1) apresentaram deformações abaixo do traço referência, obtendo

deformações inferiores da ordem de 19%, 16%, 23% e 10%, para os traços AG 25 A, AG 50 A,

AG 75 A e AG 100 A, respectivamente.

Na idade de 28 dias, conforme já observado nos ensaios de 7 dias, novamente os

módulos de elasticidade dos traços com porcelana graúda ficaram abaixo dos valores obtidos pela

7 dias 28 dias

39,0

31,0 30,931,9 31,3

29,3 30,934,1

35,0

Idades de Ensaio

Módulo de Elasticidade- Cura Ar Livre

se que apenas o traço AG 25 apresentou similaridade entre o valor calculado de

acordo com a NBR 8522 (2003) com o proposto pela NBR 6118 (2003). Para todos os demais

traços inclusive a referência as maiores deformações foram obtidas pelo cálculo da NBR 8522

cia e AG 50, quanto maior o teor

de substituição dos agregado miúdo maior também a diferença entre os módulos, de cerca de

de ensaio, 7 e 28 dias, três corpos-de-prova

para cada traço e idade, tendo na figura 6.41 as médias de cada

cura ao ar livre (NBR 8522: 2003).

Para a idade de 7 dias, todos os traços com porcelana graúda em substituição ao

agregado graúdo (brita 1) apresentaram deformações abaixo do traço referência, obtendo

deformações inferiores da ordem de 19%, 16%, 23% e 10%, para os traços AG 25 A, AG 50 A,

Na idade de 28 dias, conforme já observado nos ensaios de 7 dias, novamente os

módulos de elasticidade dos traços com porcelana graúda ficaram abaixo dos valores obtidos pela

Referência

AG 25 A

AG 50 A

AG 75 A

AG 100 A

122

referência. As quedas foram de 21% para os traços AG 25 A e AG 75 A, de 20 % no traço AG 50

A e de 10 % no traço AG 100 A.

A evolução do módulo de elasticidade para os traços de cura ao ar livre é dado pela

figura 6.42. O comportamento do módulo de elasticidade variou, os traços referência, AG 75 A e

AG 100 A apresentaram aumento de 2%, 5% e 3%, respectivamente, enquanto que os traços AG

25 A e AG 50 A permaneceram estáveis na comparação das idades ensaiadas.

0 4 8 12 16 20 24 28

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Referência

AG 25 U

AG 50 U

AG 75 U

AG 100 U

Módulo de Elasticidade

Módulo

(G

Pa)

Data Ensaios

Figura 6.42 – Evolução módulo de elasticidade – Agregado graúdo – cura ao ar livre.

As rupturas ocorridas nos corpos-de-prova resultantes do carregamento durante o ensaio

de deformação são do mesmo tipo das observadas nos ensaio de resistência à compressão simples

e classificadas conforme a NBR 5739 (1994) em rupturas do tipo cisalhada, figura 6.43 (a) cura

ao ar livre e do tipo cônica, figura 6.43 (b) para os traços de cura úmida.

(a) Figura 6.43 – Ruptura cisalhada cura ao ar livre (a) e cônica, cura úmida (b).

Conforme o realizado nos traços de cura úmida houve também para os traços de cura ao

ar livre a comparação do módulo de deformação calculado de acordo com NBR 8522 (2003) com

o proposto pela NR 6118 (2003), conforme figura 6.44, apresentando similaridade os traços AG

25, AG 50 e AG 75 entre os dois tipos de cálculos.

Figura 6.44 – Comparação módulo de elasticidade

Já quanto a relação resistência à compressão simples pelo módulo de deformação para as

idades de 7 dias, figura 6.45, e aos 28 dias, figura 6.46, observa

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

Referência

39,0

32,8

De

form

ação

(G

Pa)

Comparação Módulo

123

(b)

Ruptura cisalhada cura ao ar livre (a) e cônica, cura úmida (b).

Conforme o realizado nos traços de cura úmida houve também para os traços de cura ao

ar livre a comparação do módulo de deformação calculado de acordo com NBR 8522 (2003) com

a NR 6118 (2003), conforme figura 6.44, apresentando similaridade os traços AG

25, AG 50 e AG 75 entre os dois tipos de cálculos.

Comparação módulo de elasticidade – Agregado graúdo – cura ao ar livre (NBR

8522:2003 e NBR 6118:2007).

Já quanto a relação resistência à compressão simples pelo módulo de deformação para as

idades de 7 dias, figura 6.45, e aos 28 dias, figura 6.46, observa-se a interferência do

AG 25 AG 50 AG 75 AG 100

30,9 31,3 30,935,0

32,8 31,2 30,1 29,728,0

Traços

Comparação Módulo - Cura Ar Livre - 28 dias

Ruptura cisalhada cura ao ar livre (a) e cônica, cura úmida (b).

Conforme o realizado nos traços de cura úmida houve também para os traços de cura ao

ar livre a comparação do módulo de deformação calculado de acordo com NBR 8522 (2003) com

a NR 6118 (2003), conforme figura 6.44, apresentando similaridade os traços AG

cura ao ar livre (NBR

Já quanto a relação resistência à compressão simples pelo módulo de deformação para as

se a interferência do aumento do

28 dias

NBR 8522

NBR 6118

teor de substituição do agregado graúdo na comparação resistência/mód

similaridade entre os dois tipos de cura independente do traço.

Figura 6.45 – Comparação resistência/módulo

Figura 6.46 – Comparação resistência/módulo

0,0

0,4

0,8

1,2

1,6

Referência

1,21,3

(fck

/Ecs

)*1

0-3

Comparação Resistência/Módulo

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

Referência

1,4 1,4

(fck

/Ecs

)*1

0-3

Comparação Resistência/Módulo

124

teor de substituição do agregado graúdo na comparação resistência/mód

similaridade entre os dois tipos de cura independente do traço.

Comparação resistência/módulo – Agregado graúdo –

Comparação resistência/módulo – Agregado graúdo –

AG 25 AG 50 AG 75 AG 100

1,41,3

1,3

1,0

1,3

1,5

1,2

1,0

Traços

Comparação Resistência/Módulo - 7 dias

AG 25 AG 50 AG 75 AG 100

1,6

1,41,5

1,1

1,6

1,31,1 1,1

Traços

Comparação Resistência/Módulo - 28 dias

teor de substituição do agregado graúdo na comparação resistência/módulo, entretanto há

– 7 dias.

– 28 dias.

7 dias

Cura Ar Livre

Cura Úmida

28 dias

Cura Ar Livre

Cura Úmida

6.2.2.5 Ensaios de capilaridade

Assim, como o realizado nos traços com agregados miúdos de porcelana, a aquisição de

dados para os traços com agregados graúdos foi realizada por 24 horas, em conformidade com a

NBR 9779 (1995). Para cada traço foram ensaiados

suas médias. A tabela 6.2 apresenta as quantidades de água absorvida em cada medição, tendo na

figura 6.47 a quantidade de água total absorvida ao final de 24 horas de ensaio.

Tabela 6.2 – Absorção por capilaridad 15 min 30 min

Cura Ar Livre 3,9 1,8

Cura Úmida 2,2 0,7

AG 25 A 8,8 3,7

AG 25 U 10 1,6

AG 50 A 11,3 2,7

AG 50 U 11,4 1,9

AG 75 A 3,7 1,0

AG 75 U 2,3 0,8

AG 100 A 4,9 1,9

AG 100 U 4,5 1,2

Figura 6.47 – Total de água absorvida por capilaridade

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

Referência

43,8

30,4

Águ

a A

bso

rvid

a (g

)

Total de Água Absorvida

125

de capilaridade

Assim, como o realizado nos traços com agregados miúdos de porcelana, a aquisição de

dados para os traços com agregados graúdos foi realizada por 24 horas, em conformidade com a

Para cada traço foram ensaiados 4 corpos-de-prova, sendo aqui apresentadas

A tabela 6.2 apresenta as quantidades de água absorvida em cada medição, tendo na

figura 6.47 a quantidade de água total absorvida ao final de 24 horas de ensaio.

bsorção por capilaridade – Agregado graúdo (NBR 9779: 1995) 1 h 2 h 3 h 4 h 6 h 8 h

2,9 4,9 3,3 3,1 4,8 3,5

1,3 2,6 2 2,2 3,5 2,8

2,2 3,2 2,1 1,6 3,3 2,0

1,6 1,6 0,9 0,6 1,4 1,2

2,5 3,8 2,7 2,0 3,3 2,8

1,7 2,4 1,4 1,4 1,8 1,5

3,0 3,3 2,9 2,6 4,2 3,7

2,3 2,5 2,6 2,1 3,7 3,3

2,6 3,5 1,9 2,7 2,6 2,6

1,6 2,5 1,0 1,6 1,8 1,7

Total de água absorvida por capilaridade – Agregado graúdo (NBR 9779: 1995).

AG 25 AG 50 AG 75 AG 100

40,845,8

41,5

33,4

24,5

35,1 35,6

22,3

Traços

Total de Água Absorvida - 24 horas

Assim, como o realizado nos traços com agregados miúdos de porcelana, a aquisição de

dados para os traços com agregados graúdos foi realizada por 24 horas, em conformidade com a

prova, sendo aqui apresentadas

A tabela 6.2 apresenta as quantidades de água absorvida em cada medição, tendo na

figura 6.47 a quantidade de água total absorvida ao final de 24 horas de ensaio.

(NBR 9779: 1995) . 24 h Água Absorvida

15,6 43,8

14,6 31,9

13,9 40,8

5,6 24,5

14,7 45,8

9,6 33,1

17,1 41,5

16 35,6

10,8 33,4

6,4 22,3

Agregado graúdo (NBR 9779: 1995).

Cura Ar Livre

Cura Úmida

126

Como já era esperado, em todos os traços de cura úmida a quantidade de água absorvida

foi menor que aquela de cura ao ar livre, em virtude da melhor hidratação do cimento resultando

num concreto menos poroso. Analisamos os tipos de cura separados, tem-se:

- Traços de cura úmida: era esperado que com o aumento da quantidade de porcelana

graúda no concreto a quantidade de água absorvida diminuiria, em virtude da baixa capacidade de

absorção de água desta porcelana.

Entretanto, os traços AG 50 U e AG 75 U apresentaram quantidades de água absorvida

maiores que o concreto referência, aumento estes de 15% e 17%, respectivamente, este aumento

pode ser atribuído ao espaço que ficou entre a porcelana e a argamassa do concreto, em

decorrência da evaporação da água de amassamento que não foi absorvida pela porcelana, daí a

água do ensaio de capilaridade preencheu este espaço, contribuindo para a maior absorção de

água, figura 6.48 (a).

Já os traços AG 25 U e AG 100 U apresentaram quedas, na quantidade de água

absorvida, de 19% e 27% em relação a referência. Mesmo com o aumento da quantidade de

porcelana, deveria haver mais espaços vazios nos corpos-de-prova, porém, o traço AG 100 U

apresentou queda na quantidade de água absorvida, visto que na base dos corpos-de-prova havia

muita porcelana, e pelo fato desta ter baixa capacidade de absorção, formou uma espécie de

barreira para a água ser absorvida pelo corpo-de-prova, figura 6.48 (b);

(a) (b)

Figura 6.48 – Corpos-de-prova após ensaio de capilaridade, traço AG 50 U (a) e AG 100 U (b).

127

- Traços de cura ao ar livre: conforme observado para a cura úmida, o traço AG 50 A,

também apresentou maior quantidade de água absorvida que o concreto referência, aumento de

5%. Os demais traços absorveram menos água que a referência, obtendo valores de 7%, 5% e

24% abaixo para os traços AG 25 A, AG 75 A e AG 100 A, respectivamente. Esta queda na

quantidade de água absorvida também pode ser explicada pela baixa permeabilidade da porcelana

graúda, visto que há mais água de amassamento para a argamassa do concreto realizar sua

hidratação.

Outro fator que pode ter influenciado todos os ensaios de capilaridade, independente do

traço e tipo de cura, é a distribuição dos agregados nos corpos-de-prova, já que, mesmo com a

correta mistura do concreto na betoneira, pode ocorrer que determinados corpos-de-prova, em

razão do adensamento, ficaram com mais porcelana graúda na base, devido sua densidade, que

outros traços, fator este que implica diretamente não apenas na capilaridade, mas em todas as

propriedades mecânicas do concreto.

A capilaridade dos traços foi calculada conforme a equação 5, apresentada no item

6.2.1.5, da NBR 9779 (1995), com os resultados apresentados na figura 6.49. A capilaridade é

dada em função da quantidade de água absorvida, assim, os concretos de cura úmida

apresentaram menor capilaridade em comparação aos traços de cura ao ar livre, visto que as

quantidades de água absorvida pelos concretos de úmida foram menores que as obtidas pelos

concretos de cura ao ar livre.

- Traços de cura úmida: os traços AG 50 U e AG 75 U apresentaram capilaridade

maior que a referência, de cerca de 10% e 12%, respectivamente. Já os traços AG 25 U e AG 100

U, resultaram em capilaridade inferior, da ordem de 23% e 30%, em relação ao traço referência;

- Traços de cura ao ar livre: novamente o traço AG 50 A apresentou maior

capilaridade que o traço referência, aumento este de 4%. Nos demais traços as capilaridades

ficaram abaixo da referência, variando em 7%, 5% e 24%, para os traços AG 25 A, AG 75 a e

AG 100 A, respectivamente.

Figura 6.49 –

Após os ensaios de

diametral para medição da ascensão capilar da água absorvida em seu interior.

Apesar dos traços de cura úmida apresentarem valores tanto de quantidade de água

absorvida, como de capilaridade, bem aba

quanto a altura capilar, estes valores ficaram próximos, independente do tipo de cura e também

do traço.

Mesmos os traços que apresentaram maiores quantidades de água absorvida e

capilaridade que o traço referência, sua altura capilar ficou abaixo da referência, em decorrência

do preenchimento dos vazios existentes entre a porcelana graúda e a argamassa do concreto.

Na figura 6.50, tem-se a média das ascensões capilares da água absorvida nos concretos.

Observando separadamente os dois tipos de cura tem

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

Referência

0,556

0,406

Cap

ilari

dad

e (

g/cm

²)

128

Capilaridade – Agregado graúdo (NBR 9779: 1995).

Após os ensaios de absorção, os corpos-de-prova foram rompidos à compressão

diametral para medição da ascensão capilar da água absorvida em seu interior.

Apesar dos traços de cura úmida apresentarem valores tanto de quantidade de água

absorvida, como de capilaridade, bem abaixo dos obtidos pelos concretos de cura ao ar livre,

quanto a altura capilar, estes valores ficaram próximos, independente do tipo de cura e também

Mesmos os traços que apresentaram maiores quantidades de água absorvida e

o referência, sua altura capilar ficou abaixo da referência, em decorrência

do preenchimento dos vazios existentes entre a porcelana graúda e a argamassa do concreto.

se a média das ascensões capilares da água absorvida nos concretos.

Observando separadamente os dois tipos de cura tem-se;

AG 25 AG 50 AG 75 AG 100

0,5180,577

0,529

0,4250,406

0,312

0,447 0,455

0,285

Traços

Capilaridade - 28 dias

Agregado graúdo (NBR 9779: 1995).

prova foram rompidos à compressão

diametral para medição da ascensão capilar da água absorvida em seu interior.

Apesar dos traços de cura úmida apresentarem valores tanto de quantidade de água

ixo dos obtidos pelos concretos de cura ao ar livre,

quanto a altura capilar, estes valores ficaram próximos, independente do tipo de cura e também

Mesmos os traços que apresentaram maiores quantidades de água absorvida e

o referência, sua altura capilar ficou abaixo da referência, em decorrência

do preenchimento dos vazios existentes entre a porcelana graúda e a argamassa do concreto.

se a média das ascensões capilares da água absorvida nos concretos.

Cura Ar Livre

Cura Úmida

Figura 6.50 – Altura capilar

- Traço de cura úmida:

agregado graúdo (brita 1) apresentaram altura capilar

foram variadas, de 28%, 15%, 2% e 13%, para os traços AG 25 U, AG 50U, AG 75 U e AG 100

U, respectivamente;

- Traço de cura ao ar livre:

traços com porcelana também foram menores que o traço referência. Os traços AG 25 A e AG

100 A, apresentaram alturas capilares inferiores a 18% da referência. No traço AG 50 A a queda

foi de 14%, enquanto que no traço AG 75 A o decréscimo ficou em 11%.

Diferentemente do ob

do traço de cura ao ar livre era mais nítida que o de cura úmida, na substituição do agregado

graúdo (brita 1) por porcelana graúda, observou

capilar nos concretos, independente do tipo de cura, cura ao ar livre figura 6.51 (a), cura úmida

figura 6.51 (b).

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

Referência

5,60

4,70

Alt

ura

Cap

ilar

(am

)

129

Altura capilar – Agregado graúdo (NBR 9779: 1995).

Traço de cura úmida: todos os traços com porcelana graúda em substituição ao

agregado graúdo (brita 1) apresentaram altura capilar menor que o traço referência. As diferenças

foram variadas, de 28%, 15%, 2% e 13%, para os traços AG 25 U, AG 50U, AG 75 U e AG 100

Traço de cura ao ar livre: para este tipo de cura, as alturas capilares de todos os

na também foram menores que o traço referência. Os traços AG 25 A e AG

100 A, apresentaram alturas capilares inferiores a 18% da referência. No traço AG 50 A a queda

foi de 14%, enquanto que no traço AG 75 A o decréscimo ficou em 11%.

Diferentemente do observado nos concretos com porcelana miúda, onde a altura capilar

do traço de cura ao ar livre era mais nítida que o de cura úmida, na substituição do agregado

graúdo (brita 1) por porcelana graúda, observou-se com mais nitidez as alturas da ascensão

r nos concretos, independente do tipo de cura, cura ao ar livre figura 6.51 (a), cura úmida

AG 25 AG 50 AG 75 AG 100

4,60 4,805,00

4,60

3,40

4,00

4,604,10

Traços

Altura Capilar - 28 dias

Agregado graúdo (NBR 9779: 1995).

todos os traços com porcelana graúda em substituição ao

menor que o traço referência. As diferenças

foram variadas, de 28%, 15%, 2% e 13%, para os traços AG 25 U, AG 50U, AG 75 U e AG 100

para este tipo de cura, as alturas capilares de todos os

na também foram menores que o traço referência. Os traços AG 25 A e AG

100 A, apresentaram alturas capilares inferiores a 18% da referência. No traço AG 50 A a queda

servado nos concretos com porcelana miúda, onde a altura capilar

do traço de cura ao ar livre era mais nítida que o de cura úmida, na substituição do agregado

se com mais nitidez as alturas da ascensão

r nos concretos, independente do tipo de cura, cura ao ar livre figura 6.51 (a), cura úmida

Cura Ar Livre

Cura Úmida

130

(a) (b) Figura 6.51 – Corpos-de-prova de cura ao ar livre (a) e de cura úmida (b).

6.3 ARGAMASSA DO

6.3.1 Resistência à Compressão Simples

Os corpos-de-prova de argamassa com substituição do agregado miúdo (areia) por

porcelana miúda, foram ensaiados mecanicamente à compressão simples, nas idades de 3, 7 e 33

dias, com 4 corpos-de-prova de cada traço para cada idade ensaiada.

A princípio, a idade final de ensaio para as argamassas seria aos 28 dias, entretanto, por

problemas com a prensa de ensaio nesta data, a ruptura, bom como todos os demais ensaios

forma realizados aos 33 dias de idade. Na figura 6.52 tem

argamassas.

Figura 6.52 – Resistência à compressão simples

0

10

20

30

40

50

60

3 dias

27,8

33,0 32,2

42,5 41,6

Re

sist

ên

cia

(MP

a)

Resistência Compressão Simples

131

DO CONCRETO

Resistência à Compressão Simples

prova de argamassa com substituição do agregado miúdo (areia) por

porcelana miúda, foram ensaiados mecanicamente à compressão simples, nas idades de 3, 7 e 33

prova de cada traço para cada idade ensaiada.

idade final de ensaio para as argamassas seria aos 28 dias, entretanto, por

problemas com a prensa de ensaio nesta data, a ruptura, bom como todos os demais ensaios

forma realizados aos 33 dias de idade. Na figura 6.52 tem-se as médias das resistências de

Resistência à compressão simples – Argamassa do concreto (NBR 5739: 1994).

7 dias 33 dias

38,2

45,1

36,0

44,243,848,5

43,9

49,5

41,644,8

53,7

Idades

Resistência Compressão Simples - Argamassa

prova de argamassa com substituição do agregado miúdo (areia) por

porcelana miúda, foram ensaiados mecanicamente à compressão simples, nas idades de 3, 7 e 33

idade final de ensaio para as argamassas seria aos 28 dias, entretanto, por

problemas com a prensa de ensaio nesta data, a ruptura, bom como todos os demais ensaios

se as médias das resistências destas

Argamassa do concreto (NBR 5739: 1994).

Argamassa

Referência

A 25

A 50

A 75

A 100

132

Nos traços com argamassa do concreto na idade de 3 dias, todos os traços com porcelana

apresentaram resistências superiores ao traço referência, com aumentos na ordem de 19%, 16%,

53% e 50%, respectivamente para os traços A 25, A 50, A 75 e A 100.

Já os 7 dias de idade, a exceção ficou por conta do traço A 25, que apresentou queda de

6% em relação a referência. As resistências dos demais traços foram superiores a referência em

15% para os traços A 50 e A 75 e de 17% para o traço A 100.

Na idade de 33 dias observou-se também um decréscimo na resistência, em relação ao

traço referência, do traço A 25 de 2%. Os outros traços apresentaram aumentos de resistência da

ordem de 8% para o traço A 50, 10% para o traço A 75 e de 19% para o traço A 100.

Este aumento na resistência pode ser atribuído a uma possível reação pozolânica da

porcelana miúda. Outro fato a destacar é a baixa permeabilidade desta porcelana miúda, que não

absorve a água de amassamento, permitindo uma melhor hidratação do cimento e

conseqüentemente uma maior resistência à compressão.

Na figura 6.53 pode-se observar a evolução da resistência à compressão simples dos

traços de argamassa. Comparando a resistência obtido aos 3 dias de idade com o fim dos ensaios

aos 33 dias, tem-se, todos os traços apresentaram evolução na resistência. Dos traços com

porcelana a maior evolução ocorreu com o traço A 50, com aumento na resistência de 50%, os

traços A 25 e A 100 apresentaram evolução de 34% e 29%, respectivamente. Já o traço A 75

apresentou a menor evolução com 17%. Entretanto, a maior evolução ficou por conta do traço

referência com 62%.

133

0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33

0

10

20

30

40

50

60

Referência

A 25

A 50

A 75

A 100

Evolução Resistência à Compressão R

esis

tência

(M

Pa)

Data Ensaios

Figura 6.53 – Evolução resistência à compressão simples – Argamassa do concreto.

Comparando o tipo de ruptura dos corpos-de-prova com a NBR 5739 (1994) os tipos

mais comuns foram do tipo cônica e cisalhada, figura 6.54.

Figura 6.54 – Ruptura do tipo cônica e cisalhada nas argamassas (NBR 5739: 1994).

134

6.3.2 Ensaios de capilaridade

Assim, como o ocorrido nos ensaios com concreto, os ensaios de capilaridade com as

argamassas de concreto também ocorreram de forma adaptada da NBR 9779 (1995), com a

aquisição de dados nas primeiras 24 horas de contato das argamassas com a água, com um total

de 4 corpos-de-prova para cada traço e calculando sua média.

A metodologia de ensaio de capilaridade da argamassa do concreto foi a mesma

realizada com os traços de concreto, quanto a constância de massa, impermeabilização das

laterais, tempos de aquisição dos dados . A exceção ficou por conta da altura da lâmina d’água

em contato com base dos corpos-de-prova, que foi constante de 5 ±1 mm durante todo o ensaio.

Na tabela 6.3 são apresentadas as quantidades de água absorvida em cada medição,

tendo na figura 6.55 a quantidade de água total absorvida ao final de 24 horas de ensaio.

Tabela 6.3 – Absorção por capilaridade – Argamassa do concreto (NBR 9779: 1995). 15 min 30 min 1 h 2 h 3 h 4 h 6 h 8 h 24 h Água Absorvida

Referência 1,1 0,6 0,9 1,0 0,7 0,8 0,9 1,0 4,1 11,1

A 25 1,0 0,6 0,7 1,0 0,6 0,7 0,8 0,8 3,7 9,9

A 50 1,2 0,5 0,7 0,9 0,5 0,7 0,6 0,8 3,1 8,9

A 75 1,3 0,5 0,7 0,8 0,5 0,6 0,7 0,7 3,2 9,0

A 100 1,2 0,5 0,7 0,8 0,5 0,7 0,8 0,5 2,9 8,6

Pode-se observar que as quantidades de água absorvida, ao final de 24 horas de ensaio,

pelos traços com porcelana apresentaram quedas com ao aumento da quantidade de areia

substituída. Estas quedas nas quantidades de água absorvida em 24 horas, em comparação ao

traço referência, foram de 11% para o traço A 25, de cerca de 19% para os traços A 50 e A 75 e

de 23% para o traço A 100.

Figura 6.55 – Total de água absorvida por capilaridade

A capilaridade dos traços

6.2.1.5, da NBR 9779 (1995), diferente apenas a área da seção transversal do corpo

19,63 cm², com os resultados apresentados na figura 6.56.

Figura 6.56 – Capilaridade

Conseqüentemente, os traços que absorveram menores quantidades de água ao final das

24 horas de ensaio, resultaram em menor capilaridade. Assim, todos os traços com porcelana

0,0

3,0

6,0

9,0

12,0

Referência

11,1Á

gua

Ab

sorv

ida

(g)

Total de Água Absorvida

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

Referência

0,563

Cap

ilari

dad

e (

g/cm

²)

135

Total de água absorvida por capilaridade – Argamassa do concreto (NBR 9779: 1995).

A capilaridade dos traços foi calculada conforme a equação 5 apresentada, no item

, da NBR 9779 (1995), diferente apenas a área da seção transversal do corpo

com os resultados apresentados na figura 6.56.

Capilaridade – Argamassa do concreto (NBR 9779: 1995).

Conseqüentemente, os traços que absorveram menores quantidades de água ao final das

24 horas de ensaio, resultaram em menor capilaridade. Assim, todos os traços com porcelana

Referência A 25 A 50 A 75 A 100

11,19,9 8,9 9,0

Traços

Total de Água Absorvida - 24 horas

Referência A 25 A 50 A 75 A 100

0,5630,502

0,456 0,461 0,439

Traços

Capilaridade - 33 dias

Argamassa do concreto (NBR 9779: 1995).

foi calculada conforme a equação 5 apresentada, no item

, da NBR 9779 (1995), diferente apenas a área da seção transversal do corpo-de-prova, S =

concreto (NBR 9779: 1995).

Conseqüentemente, os traços que absorveram menores quantidades de água ao final das

24 horas de ensaio, resultaram em menor capilaridade. Assim, todos os traços com porcelana

A 100

8,6

A 100

0,439

apresentaram menor capilaridade que o traço referênci

com a referência foram as mesmas obtidas quanto a quantidade de água absorvida, 11%, A 25,

19%, A 50 e A 75, 22% A 100.

Após os ensaios de absorção, a altura da ascensão capilar da água absorvida foi medida

lateralmente nos corpos-de-

representação desta altura capilar. Assim como ocorreu nos ensaios com concreto, na argamassa

do concreto as alturas da ascensão ficaram próximas, independente da quantidade de água

absorvida. Os decréscimos nas alturas capilares variaram de 13% a 15% para todos os traços,

independente da porcentagem de porcelana.

Figura 6.57 – Altura capilar

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

Referência

5,5

Alt

ura

Cap

ilar

(cm

)

136

apresentaram menor capilaridade que o traço referência. A queda na capilaridade comparando

com a referência foram as mesmas obtidas quanto a quantidade de água absorvida, 11%, A 25,

19%, A 50 e A 75, 22% A 100.

Após os ensaios de absorção, a altura da ascensão capilar da água absorvida foi medida

-prova em quatro pontos distintos. Tendo na figura 6.57 a

representação desta altura capilar. Assim como ocorreu nos ensaios com concreto, na argamassa

do concreto as alturas da ascensão ficaram próximas, independente da quantidade de água

absorvida. Os decréscimos nas alturas capilares variaram de 13% a 15% para todos os traços,

independente da porcentagem de porcelana.

Altura capilar – Argamassa do concreto (NBR 9779: 1995).

Referência A 25 A 50 A 75 A 100

4,8 4,7 4,8 4,7

Traços

Altura Capilar - 33 dias

a. A queda na capilaridade comparando

com a referência foram as mesmas obtidas quanto a quantidade de água absorvida, 11%, A 25,

Após os ensaios de absorção, a altura da ascensão capilar da água absorvida foi medida

prova em quatro pontos distintos. Tendo na figura 6.57 a

representação desta altura capilar. Assim como ocorreu nos ensaios com concreto, na argamassa

do concreto as alturas da ascensão ficaram próximas, independente da quantidade de água

absorvida. Os decréscimos nas alturas capilares variaram de 13% a 15% para todos os traços,

Argamassa do concreto (NBR 9779: 1995).

A 100

4,7

137

CAPÍTULO 7: VIABILIDADE ECONÔMICA

Em virtude da utilização de isoladores elétricos de porcelana moídos, miúdos ou

graúdos, em concreto ser um material pouco difundido no meio comercial, um estudo de

viabilidade econômica para moagem deste material e sua comparação com os agregados

comumente utilizados na construção civil (areia e brita 1) é válido em virtude dos resultados

obtidos nesta pesquisa permitirem sua utilização na construção civil.

Assim, considerando que sejam moídos 7,5 ton./dia de isoladores de porcelana,

equivalente a uma caçamba de entulho de 5m³, durante 21 dias no mês, com 8 horas trabalhadas

por dia tem-se uma produção estimada de 157,5 toneladas de isoladores de porcelana moídos em

168 horas de trabalho por mês.

Independente de sua granulometria, similar a areia ou a brita, visto que para obtenção

das diferentes granulometrias um simples ajuste nos martelos rompedores, muda-se totalmente a

granulometria do material moído, então, os principais investimentos que interferem no custo são:

- Investimentos diretos:

- Máquina: moedor de martelo rompedor, com uma vida útil de 3.000 h, este martelo

tem um custo da hora produtiva de R$ 2,31 (dois reais e trinta e um centavos);

- Mão-de-obra: para operação do moedor de martelo rompedor, R$ 7,31 (sete reais e

trinta e um centavos), já inclusos Taxa de Leis Sociais e Riscos do Trabalho de 125,58% para o

Estado de São Paulo.

138

- Investimentos indiretos:

- Frete: a retirada dos isoladores inservíveis das cerâmicas será em caçambas de entulho

com capacidade de 5m³, ou 7,5 ton., levando-os até a área de moagem destes isoladores, a um

custo de R$ 200,00 (duzentos reais), e;

- Energia elétrica: o custo da energia elétrica é de R$ 0,27/kWh (vinte e sete centavos) o

quilowatt hora. Um motor elétrico de um moedor de martelo rompedor tem potência de 15 hp, ou

6,30 kW.

Todos os valores aqui citados referem-se a dados do Estado de São Paulo e foram

publicados na revista Guia da Construçãon° 92 – Março de 2009 (PINI, 2009). Com estes dados o

cálculo do custo mensal para a moagem de isolador de porcelana, com base nos parâmetros

descritos acima é apresentado na tabela 7.1.

Tabela 7.1 – Custo mensal moagem isolador de porcelana. Custos Mensais - Moagem Isoladores elétricos de porcelana

Investimentos Unidade Quantidade

Custos em Reais Diretos Unitário Total Máquina: Moedor de martelo rompedor hora produtiva 168 2,31 388,08

Mão-de-obra hora produtiva 168 7,31 1.228,08

Subtotal I - - - 1.616,16 Indiretos Frete com material caçamba 21 200,00 4.200,00

Energia elétrica: motor 15 hp = 6,3 kW kW/h 1.058,40 0,27 285,77

Subtotal II - - - 4.485,77

Total - - - 6.101,93

Produção estimada ton./mês 157,5 38,74 6.101,93 Valor Tonelada Isolador de Porcelana Moído: R$ 38,74

139

Comparando o custo da tonelada de isolador de porcelana moído com os agregados

comumente utilizados em concreto temos a tabela 7.2, onde pode-se observar que os isoladores

de porcelana moídos podem ser utilizados em concretos pela suas propriedades mecânicas como

pelo fator econômico.

Tabela 7.2 – Valores agregados comuns e isoladores de porcelana moídos. Agregado miúdo Agregado graúdo

Areia média lavada Porcelana miúda Brita 1 Porcelana graúda R$ 49,94/ton. R$ 38,74/ton. R$ 48,53/ton. R$ 38,74/ton.

Comparando o custo de extração do agregado miúdo comum, areia, com a moagem do

agregado reciclado, a porcelana é 22% mais barata que a areia. Já a porcelana graúda é 20% mais

econômica que a extração do agregado graúdo comum, brita 1, sendo este mais um fator a favor

para a utilização de isoladores elétricos de porcelana moídos em substituição aos agregados

comuns em concretos e argamassas.

Porém, o custo mais barato da moagem dos isoladores de porcelana em comparação a

extração dos agregados comuns ocorre em virtude dos isoladores serem tratados pelas cerâmicas

como um material de descarte, entretanto, com uma política de racionalização e reaproveitamento

destes isoladores, as cerâmicas poderão passar a vender este material inservível, podendo assim,

aumentar o custo de moagem, já que o custo hoje em dia baseia-se nos custos operacionais dos

equipamentos de moagem e da caçamba de retirada de entulho.

141

CAPÍTULO 8: CONCLUSÕES

A utilização de isoladores elétricos de porcelana moídos em substituição aos agregados,

miúdo e graúdo, comuns utilizados em concretos e argamassas, nas propriedades estudadas é uma

alternativa frente a extração destes agregados na natureza que a cada dia se tornam mais escassos.

8.1 CONCRETO COM PORCELANA

8.1.1 Substituição do Agregado Miúdo

Os ensaios nos estados fresco e endurecido nos concretos com porcelana miúda atestam

sua utilização, independente do tipo de cura. Nos ensaios de resistência à compressão simples,

observou que na primeira idade ensaiada, 3 dias, os traços de cura ao ar livre apresentaram

valores superiores a referência, de até 13%, traço com 50% de substituição, fato este já observado

pelo tempo de fim de pega menor nestes concretos, de aproximadamente 30% em relação a

referência.

Entretanto, nas demais idades de ensaio, 7 e 28 dias, a evolução na resistência dos

concretos com porcelana foi menor que no traço referência, mesmo assim, as elevadas

resistências à compressão obtidas por todos os traços comprovam sua utilização. Nos ensaios de

resistência à compressão diametral e de capilaridade, todos os traços, independente do teor de

porcelana, apresentaram valores superiores de até 10% em comparação ao traço referência.

Todas estas melhoras podem ser atribuídas a melhor uniformidade dos grãos de

porcelana após sua moagem, conferindo ao concreto melhor adensamento, resultando em

melhores resistências frente ao agregado comum.

142

Porém, nos ensaios de módulo de elasticidade e de resistência à tração na flexão, os

resultados dos traços de concreto com porcelana miúda ficaram abaixo daqueles obtidos pelo

traço referência, decréscimos de até 18% independentes do tipo de cura e teor de substituição,

mesmo assim, estes valores estão em acordo com as normas existentes.

Ao par dos resultados de todos os ensaios dos traços de concreto com isoladores de

porcelana moídos em substituição ao agregado miúdo sua utilização é mais positiva com teores

de substituição na faixa de 50% à 100% do agregado miúdo comum, já que os traços com estes

teores apresentaram resultados superiores a referência.

Entre os pontos positivos observados para este agregado têm-se: granulometria

controlada, permitindo melhor empacotamento do concreto; baixa capacidade de absorção de

água, reduzindo o consumo de cimento; ausência de materiais orgânicos, massas específicas e

unitárias similares ao agregado comum, além de sua utilização preservar a extração do agregado

comum e evitar sua disposição indiscriminada na natureza. Sua moagem por ser mais econômica

que a extração do agregado comum na natureza é outro diferencial para seu emprego.

8.1.2 Substituição do Agregado Graúdo

Comparando os resultados dos ensaios mecânicos dos traços de concreto com isoladores

de porcelana moídos substituindo o agregado graúdo comum ao concreto referência,

independente do tipo de cura, estes resultados foram inferiores aos obtidos pelo traço referência.

Na resistência à compressão simples, ao final dos ensaios, 28 dias, os decréscimos foram

próximos de 30%, para o traço com 100% de porcelana graúda, independente do tipo de cura.

Estes resultados são explicados devido ao formato lamelar que a porcelana adquire ao

ser moída e sua grande área vidrada, fatores estes que interferiram na aderência da argamassa do

concreto com estes agregados alternativos.

Quanto a resistência à compressão diametral os resultados ficaram próximos a

referência, com aumentos e decréscimos de 4%, para todos os traços e tipos de cura. Entretanto,

nos ensaios de resistência à tração na flexão as quedas de resistência foram mais acentuadas entre

143

os traços e tipos de cura, quedas estas de até 23%, todavia esta queda não foi linear em relação ao

aumento do teor de porcelana graúda utilizada.

Em relação aos ensaios de módulo de deformação, todos concretos com porcelana

apresentaram valores inferiores aos obtidos pelo traço referência, independente de seu tipo de

cura, quedas muitas vezes superiores a 10%, porém, não mais que 20%.

Como observado nos traços com porcelana miúda, nos ensaios de capilaridade com

porcelana graúda, os traços com maiores porcentagens de utilização de porcelana apresentaram

menores capilaridades, decréscimos também mais acentuados comparando o tipo de cura. Porém,

pode haver maior capilaridade devido a baixa aderência da argamassa do concreto com a

porcelana, com a água preenchendo este “vazio”.

A questão das rupturas junto as faces da porcelana é um fator preponderante ao seu

emprego, aumentado ainda mais quando a argamassa ficou em contato com o esmalte protetor

(vidrado) destes isoladores, a ruptura dos concretos foi brusca contornando a porcelana já que

esta tende a ser mais resistente que a argamassa do concreto e o agregado graúdo comum.

Contudo, os valores de resistência à compressão simples obtidos aos 28 dias de idade

pelos traços de concreto com porcelana graúda, foram superiores àqueles determinados na

dosagem do traço. Mesmo com os resultados de resistência obtidos indicarem uma substituição

de até 75% do agregado graúdo comum pela porcelana, uma faixa ótima de utilização seria de

25% a 50%, visto que em teores acima de 50%, a aderência da argamassa do concreto com a

porcelana poderá comprometer as propriedades do concreto.

Mesmo com sua moagem resultando em agregados lamelares, seu custo de moagem é

mais econômico que a britagem do agregado graúdo comum, o que torna este agregado uma fonte

de economia para a produção de concreto na construção civil.

144

8.2 ARGAMASSA DO CONCRETO

Os ensaios realizados com a argamassa do concreto, com substituição do agregado

miúdo comum pela porcelana moída miúda, nos mesmos teores utilizados nos traços de concreto,

comprovam sua utilização, visto que para teores acima de 50% de substituição as resistências à

compressão simples foram superiores ao traço referência, para todas as idades ensaiadas.

Este aumento de resistência das argamassas em comparação a referência é maior nas

primeiras idades de ensaios e maiores teores de substituição, atingindo valores superiores a 50%

nas porcentagens de 75% e 100% de substituição, podendo ser explicado pela possível atividade

pozolanica da porcelana.

Com o aumento da idade de ensaio, esta melhora diminui, ficando próximos a 10% para

substituições de 50% e 75% e de 20% para teor de 100% de porcelana. Os ensaios de

capilaridades apenas reforçam esta melhora obtida com a porcelana miúda, ocorrendo queda na

capilaridade com o aumento do teor de porcelana nas argamassas. As menores capilaridades

foram da ordem de 20% para substituições superiores a 50%.

Apesar do isolador de porcelana possuir uma face vidrada, este esmalte não causou

nenhuma reação adversa na argamassa, visto que pela baixa granulometria a face vidrada não

interfere na aderência. A viabilidade econômica da moagem da porcelana frente ao agregado

comum é mais um fator para sua utilização.

145

8.3 CONTINUIDADE DA PESQUISA

Com os resultados aqui obtidos e com os poucos existentes na bibliografia pode-se

afirmar que a porcelana pode substituir tanto o agregado miúdo como o agregado graúdo em

concretos não estruturais, porém estudos mais aprofundados poderiam permitir o seu emprego em

obras de concreto estruturais, como contrapiso, pilares pré-moldados, lajes e em concreto

compactado com rolo, por exemplo. Além de sua utilização poder substituir o agregado miúdo

em argamassas de assentamento, revestimento e nas argamassas pré-fabricadas.

Os estudos de concretos com porcelana podem se estenderem a idades mais avançadas,

para atestar a real aplicação deste concreto em obras civis e em artefatos de cimento, devendo

haver também estudos em relação ao comportamento destes frente aos ataques por sulfatos,

reação álcali-agregado, reatividade, carbonatação e resistência ao fogo. Complementando estas

pesquisas com ensaios de imagem da microestrutura pelos ensaios de microscopia eletrônica de

varredura, difração de raios-X verificando o comportamento dos concretos e argamassas com

diferentes porcentagens de adições de porcelana.

A utilização de isoladores elétricos de porcelana moídos finamente poderia determinar

sua potencial atividade pozolânica, podendo ser aditivo ao concreto, como acelerador de pega, ou

mesmo entrando na constituição do cimento Portland.

Esta pesquisa utilizou-se de isoladores elétricos de porcelana provenientes da não

aceitação pelo controle de qualidade da empresa, não nos sendo apresentados os motivos de sua

reprovação, pode ser que um dado lote tenha recebido maiores parcelas de matérias-primas,

maior quantidade de esmalte protetor, ou mesmo tenha sido pouco ou mal “queimado”, fatores

146

pouco interessantes a primeira vista, mas se não forem levados em conta poderão comprometer

uma obra toda.

Há também a hipótese de estudo da porcelana proveniente de sua troca, reciclagem

secundária, isto é, isolador vencido de seu prazo de serviço, podendo fazer a comparação entre

estas porcelanas, estudando em especial a resistência e o comportamento ao longo do tempo de

uma porcelana sem uso e outra que passou anos em serviço, podendo haver diminuição ou

aumento de valores de resistência para os isoladores usados.

Em decorrência da face vidrada da porcelana ter menor aderência com a argamassa do

concreto, pode-se estudar processos de moagem que excluam este vidrado e também reduza a

quantidade de agregados lamelares, pois o valor da moagem do isolador de porcelana é menor

que o valor de extração do agregado miúdo comum e da britagem do agregado graúdo comum.

A verdade é que faltam trabalhos com este material, os poucos existentes não foram

suficientes para afirmações concretas da real empregabilidade destes isoladores em concretos ou

argamassas devido ao número de corpos-de-prova ensaiados, caracterização da porcelana,

comportamento deste ao contato com a pasta, idades e metodologias de ensaios, traços ensaiados

e aplicação na construção civil destes concretos e argamassas com rejeitos de isoladores elétricos

de porcelana.

147

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALTHEMAN, D.; ZORDAN, S. E.; PAULON, V. A. A durabilidade de concretos com agregados de entulho reciclado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 45., 2003, Vitória. Anais... Vitória: IBRACON, 2003. ALVES, S. M. S.; BARBOSA, N. P.; SUASSUNA, R. P.; MELO, N. G. C. de; BARROS, S. de S. Desenvolvimento de argamassas e concreto com resíduos de cerâmica vermelha moída. In: Seminário Desenvolvimento Sustentável e Reciclagem na Construção Civil – Materiais Reciclados e suas Aplicações, 5., 2002, São Paulo. Anais... São Paulo: IBRACON, 2002. p. 131-141. AMORIM, L. V.; PEREIRA, A. S. G.; NEVES, G. de A.; FERREIRA, H. C. Reciclagem de rejeitos da construção civil para uso em argamassas de baixo custo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.3, n.2, p.222-228, 1999. Campina Grande – PB. AMORIM, L. V.; PEREIRA, A. S. G.; NEVES, G. de A.; FERREIRA, H. C. Reciclagem de rejeitos de cerâmica vermelha e da construção civil para obtenção de aglomerantes alternativos. Cerâmica Industrial, 5 (4), p. 35-46, 2000. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CERÂMICA – ABCERAM. Métodos de fabricação de porcelana e Dados de Mercado de Isoladores Elétricos de Porcelana. Disponível: www.abceram.org.br. Acesso em: 01/10/2007. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 5738 - Concreto - Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova. Rio de Janeiro. 2003. 6p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 5739 – Concreto - Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Rio de Janeiro. 1994. 4p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro. 2003. 226p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 7211 – Agregados: Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro. 2005. 11p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 7215 – Cimento Portland – Determinação da resistência à compressão. Rio de Janeiro. 1996. 8p.

148

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 7218 – Agregados – Determinação do teor de argila em torrões e materiais friáveis. Rio de Janeiro. 1987. 2p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 7222 – Argamassa e concreto - Determinação da resistência à tração por compressão diametral de corpos-de-prova cilíndricos. Rio de Janeiro. 1994. 3p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 7251 – Agregados em estado sólido.Rio de Janeiro. 1982. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 8522 – Concreto- Determinação dos módulos estáticos de elasticidade e de deformação e da curva tensa-deformação. Rio de Janeiro. 2003. 9p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 9776 – Agregados: Determinação da massa específica de agregados miúdos por meio do frasco de Chapman. Rio de Janeiro. 1987.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 9779 – Argamassa e concreto endurecidos – Determinação da absorção de água por capilaridade. Rio de Janeiro. 1995. 2p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 15116 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos. Rio de Janeiro. 2004. 12 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR NM 9 – Concreto e argamassa – Determinação dos tempos de pega por meio de resistência à penetração. Rio de Janeiro. 2003. 6p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR NM 30 – Agregado miúdo - Determinação da absorção de água. Rio de Janeiro. 2001. 3p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR NM 46 – Agregados - Determinação do material fino que passa através da peneira 75 μm, por lavagem. Rio de Janeiro. 2003. 6p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR NM 53 – Agregados: Determinação da absorção e da massa específica do agregado graúdo. Rio de Janeiro. 2002. 8p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR NM 67 - Concreto - Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone. Rio de Janeiro. 1998. 8p.

149

BAUER, L. A. F. Materiais de construção. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC-Livros Técnicos e Científicos Editora, 1994. 2v. 935p. BINICI, H. Effect of crushed ceramic and basaltic pumice as fine aggregates on concrete mortars properties. Construction and Building Materials, 21., p. 1191-1197, 2007. BRASIL. Lei Federal nº 10.257, de 10/07/2001, disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 01/10/2007. BRASIL, MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução n° 307, de 05 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n° 136, 17 de julho de 2002. Seção 1, p. 95-96. BRITO, J. de; PEREIRA, A. S.; CORREIA, J. R. Mechanical behaviour of non-structural concrete made with recycled ceramic aggregates. Cement & Concrete Composites, 27., p. 429-433, 2005. CABRAL, A. E. B.; DAL MOLIN, D. C. C.; SCHALCH, V. Caracterização de agregados reciclados de concreto, de argamassa e de cerâmica vermelha da regia metropolitana de Porto Alegre/RS. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 47., 2005, Recife. Anais... Recife: IBRACON, 2005. CAIXA. Manejo e gestão de resíduos da construção civil. Coordenadores: Tarcisio de Paula Pinto, Juan Luís Rodrigo Gonzáles. Brasília: Caixa, 2005. 196 p. Volume 1 – Manual de orientação: como implantar um sistema de manejo e gestão nos municípios. CAMPOS, M. A. Estudo de concreto com entulho da construção civil empregado na produção de blocos de concreto. Campinas, 2005. 55 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Civil) - Faculdade de Engenharia Civil, PUC-CAMPINAS. CAMPOS, M. A. Ensaio Fotográfico – Visita CST-Isoladores. Pedreira – SP, 2006. 40 fot.: color, 1024 x 768 pix. CORDEIRO, G. C.; DÉSIR, J. M.; VAILLANT, J. M. M.; TÔLEDO FILHO, R. D. Caracterização de resíduo de tijolo cerâmico moído para uso como aditivo mineral em concretos e argamassas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 44., 2002, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: IBRACON, 2002. CORDEIRO, G. C.; VAILLANT, J. M. M.; DÉSIR, J. M. Resíduo cerâmico como aditivo mineral em concreto. In: Seminário Desenvolvimento Sustentável e Reciclagem na Construção Civil – Materiais Reciclados e suas Aplicações, 4., 2001, São Paulo. Anais... SaoPaulo: IBRACON, 2001. p. 291-301. CORREIA, J. R.; BRITO, J. de; PEREIRA, A. S. Effects on concrete durability of using recycled ceramic aggregates. Materials and Structures, 39., p. 169-177, 2006.

150

COSTA, J. S. da; BENINI, V. A. V.; MARTINS, C. A.; BALDO, J. B. Uso do rejeito virgem da indústria de piso cerâmico esmaltado no desenvolvimento de concreto não estrutural. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 47., 2005, Recife. Anais... Recife: IBRACON, 2005a. COSTA, J. S. da; BENINI, V. A. V.; MARTINS, C. A.; BALDO, J. B. Aderência da argamassa reciclada de rejeito da indústria cerâmica em blocos de concreto não estrutural. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 47., 2005, Recife. Anais... Recife: IBRACON, 2005b. COSTA, J. S. da; MARTINS, C. A.; BALDO, J. B. Reciclagem de louça sanitária no desenvolvimento de concreto não estrutural. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 46., 2004, Florianópolis. Anais... Florianópolis: IBRACON, 2004a. COSTA, J. S. da; MARTINS, C. A.; BALDO, J. B. A reciclagem de louça sanitária no desenvolvimento de argamassas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 46., 2004, Florianópolis. Anais... Florianópolis: IBRACON, 2004b. COSTA, J. S. da; MARTINS, C. A.; BALDO, J. B. Argamassa de alvenaria usando agregado reciclado da indústria de piso cerâmico. Cerâmica Industrial, 10(4), p. 28-31, 2005. COSTA, J. S. da; MARTINS, C. A.; BALDO, J. B. Avaliação mineralógica das argamassas com cimento Portland e rejeitos virgens das indústrias cerâmicas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 48., 2006, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: IBRACON, 2006a. COSTA, J. S. da; MARTINS, C. A.; BALDO, J. B. Análise da absorção de água por imersão em argamassa com reciclado da indústria cerâmica. In: Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais, 17., 2006, Foz do Iguaçu. Anais... Foz do Iguaçu: CBECIMat, 2006b. COSTA, J. S. da; MARTINS, C. A.; BALDO, J. B. Análise térmica da argamassa reciclada com agregado produzido pelo descarte da indústria cerâmica. In: Congresso Brasileiro de Cerâmica, 51., 2007, Salvador. Anais... Salvador, 2007. COSTA, J. S. da; MARTINS, C. A.; BALDO, J. B. Controle tecnológico da absorção de água da argamassa reciclada de agregados cerâmicos aplicada em blocos de concreto sem função estrutural. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 50., 2008, Salvador. Anais... Salvador: IBRACON, 2008. CST-ISOLADORES – CERÂMICA SANTA TEREZINHA. Catálogo de Produtos. Cerâmica Santa Terezinha, 2007. CD-ROM. DIAS, J. F.; SILVA, W. G. da; SILVA, T. J. da. Influência do agregado cerâmico reciclado na resistência do concreto. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 50., 2008, Salvador. Anais... Salvador: IBRACON, 2008.

151

EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION. EN 12390-5 – Testing hardened concrete- part 5: flexural strength of test specimens. Brussels, Belgium. 2000. FARIAS FILHO, J. de; ROLIM, J. S.; TOLEDO FILHO, R. D. Potencialidades da metacaolinita e do tijolo queimado moído como substitutos parciais do cimento Portland. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.4, n.3, p. 437-444, 2000. Campina Grande – PB. FAVINI, A. C.; COSTA, J. S. da. Produção de concreto com agregado de rejeito de telha de cerâmica vermelha com mais de 50 anos de uso. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 50., 2008, Salvador. Anais... Salvador: IBRACON, 2008. FELLENBERG, G. Introdução aos Problemas da Poluição Ambiental. Tradução Juerger H. Maar. São Paulo: EPU Springer: Editora da Universidade de São Paulo, 1980. FRANCK, R.; JOUKOSKI, A.; PORTELLA, K. F.; BERKSEN, R. Utilização de rejeitos de isoladores de porcelana em concretos, em substituição parcial ou total dos agregados naturais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 46., 2004, Florianópolis. Anais... Florianópolis: IBRACON, 2004. GASTALDINI, A. L. G.; SICHIERI, E. P. Materiais cerâmicos para acabamentos e aparelhos. In: ISAIA, G. C. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. São Paulo: Ibracon, 2007. 2 v. 1.712p. v. 1, cap. 19, p. 587-616. GONÇALVES, J. P. Utilização do resíduo da indústria cerâmica para produção de concretos. REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 60(4)., p. 639-344, 2007. GONÇALVES, J. P.; LIMA, P. R. L.; TOLEDO FILHO, R. D.; FAIRBAIRN, E. M. R. Penetração de água em argamassa de argila calcinada-cimento Portland. In: Simpósio Brasileiro de Tecnologia das Argamassas, 4., 2003, São Paulo. Anais... São Paulo: EPUSP-PCC/ANTAC, 2003. p. 399-410. GONÇALVES, J. P.; TOLEDO FILHO, R. D.; FAIRBAIRN, E. M. R. Estudo da hidratação de pastas de cimento Portland contendo resíduo cerâmico por meio de análise térmica. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 6, n. 4, p. 83-94, 2006. GRIGOLI, A. S. Resistência mecânica de argamassas com relação à presença de materiais cerâmicos de entulho de obra. In: Seminário Desenvolvimento Sustentável e Reciclagem na Construção Civil – Materiais Reciclados e suas Aplicações, 4., 2001, São Paulo. Anais... SaoPaulo: IBRACON, 2001. p. 317-328. HAMASSAKI, L. T.; SBRIGHI NETO, C.; FLORINDO M. C. Uso de entulho como agregado para argamassas de alvenaria. In: RECICLAGEM NA CONSTRUÇÃO CIVIL, ALTERNATIVA ECONÔMICA PARA PROTEÇÃO AMBIENTAL, 1997, São Paulo. Anais... SaoPaulo: PCC-USP, 1997. p. 11-19.

152

HELENE, P. Dosagem dos concretos de cimento Portland. In: ISAIA, G. C. CONCRETO: Ensino, Pesquisa e Realizações. São Paulo: Ibracon, 2005. 2 v. 1.600p. v. 1, cap. 15, p. 439-471. ISOLADORES SANTANA. Porcelana - Isoladores: Processo de Fabricação. Disponível: www.i-santana.com.br. Acesso em: 01/10/2007. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. PIB cresce 5,4% e chega a R$ 2,6 trilhões em 2007. Disponível: www.ibge.org.br. Acesso em: 01/07/2008.

JOHN, V. M. Reciclagem de resíduos na construção civil: Contribuição para metodologia de pesquisa e desenvolvimento. Tese (Livre Docência) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Construção Civil. São Paulo, 2000. 113p. KAZMIERCZAK, C. de S. Produtos de cerâmica vermelha. In: ISAIA, G. C. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. São Paulo: Ibracon, 2007. 2 v. 1.712p. v. 1, cap. 18, p. 564-585. KIHARA, Y.; CENTURIONE, S. L. O cimento Portland. In: ISAIA, G. C. CONCRETO: Ensino, Pesquisa e Realizações. São Paulo: Ibracon, 2005. 2 v. 1.600p. v. 1, cap. 10, p. 295-322. KOMAR, A. Building materials and components. Moscow: Mir Publishers, 1987. 503p. LEVY, S. M.; HELENE, P. R. L. Reciclagem do entulho em canteiros de obra, influência do material cerâmico na qualidade de novas argamassas. In: RECICLAGEM NA CONSTRUÇÃO CIVIL, ALTERNATIVA ECONÔMICA PARA PROTEÇÃO AMBIENTAL, 1997, São Paulo. Anais... SaoPaulo: PCC-USP, 1997. p. 44-55. LINTZ, R. C. C.; CAMPOS, M. A.; JACINTHO, A. E. P. de A.; PAULON, V. A.; BARBOSA, L. A. G. Estudo das propriedades mecânicas do concreto com adições de isoladores elétricos de porcelana em substituição ao agregado graúdo. In: JORNADAS SUDAMERICANAS DE INGENIERIA ESTRUCTURAL, 34., 2008, Santiago. Anais... Santiago: ASAEE, 2008. LOPEZ, V.; LLAMAS, B.; MORA, J. M.; GUERRA, I. Eco-efficient Concretes: Impact of the Use of White Ceramic Powder on the Mechanical Properties of Concrete. Biosystems Engineering, 96 (4), p. 559-564, 2007. LUZARDO, E. M. A.; COSTA, J. S. da. Concreto com agregado de rejeito de piso aerâmico da indústria da construção civil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 50., 2008, Salvador. Anais... Salvador: IBRACON, 2008. MA, Y.; ZHU, B.; TAN, M. Properties of ceramic fiber reinforced cement composites. In: Cement and Concrete Research, 35., p. 296-300, 2005.

153

MAMEDE FILHO, J. Manual de equipamentos elétricos. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC-Livros Técnicos e Científicos, 1994. 456 p. v. 2. MANSUR, M. A.; WEE, T. H.; CHERAN, L. S. Crushed bricks as coarse aggregate for concrete. In: ACI Materials Journal, 96. (4), p. 478-484, 1999. MICROCEL. Classificação dos minerais. Disponível: www.microcel.com.br, data da visita: 01/07/2008. MIRANDA, L. F. R.; SELMO, S. M. S. Influência de propriedades mecânicas das argamassas na fissuração de revestimentos com RCD. In: Simpósio Brasileiro de Tecnologia das Argamassas, 4., 2003, São Paulo. Anais... São Paulo: EPUSP-PCC/ANTAC, 2003. p. 559-569. NÓBREGA, A. F. da; BRAGA FILHO, A. C.; SOBRINHO JUNIOR, A. da S.; MELO, N. G. de; BARBOSA, N. P.; ALVES, S. M. Resistência de argamassas à base de resíduos de cerâmica vermelha moída e cal. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 46., 2004, Florianópolis. Anais... Florianópolis: IBRACON, 2004. NOGUEIRA, E.; ALVES FILHO, A. G.; TORKOMIAN, A. L. V. Empresas de revestimento cerâmico e suas estratégias competitivas e de produção. Gestão & Produção, v.8., n.1., p. 84-99, 2001. OLIVEIRA, I. C. E. DE. Estatuto da cidade; para compreender... . - Rio de Janeiro: IBAM/DUMA, 2001. 63 p. PASSOS, L.; PINTO JÚNIOR, N. de O. Estudo da reutilização de resíduo cerâmico como agregado graúdo para concreto. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 49., 2007, Bento Gonçalves. Anais... Bento Gonçalves: IBRACON, 2007. PASSOS, L.; PINTO JÚNIOR, N. de O. Estudo da substituição parcial do cimento Portland por resíduos das fábricas de blocos cerâmicos em argamassas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 50., 2008, Salvador. Anais... Salvador: IBRACON, 2008. PEREIRA, A. S.; RIBEIRO CORREIA, J.; BRITO, J. de; SANTOS, J. R. dos. Desempenho mecânico de betões fabricados com agregados grossos cerâmicos reciclados. In: Seminário Desenvolvimento Sustentável e Reciclagem na Construção Civil – Materiais Reciclados e suas Aplicações, 5., 2002, São Paulo. Anais... SaoPaulo: IBRACON, 2002. p. 209-217. PETRUCCI, E. G. R. Materiais de construção. Porto Alegre: Globo; Rio de Janeiro, Fundação Nacional de Material Escolar, 1976. 435p. PINI. Preços e Fornecedores. Guia da construção, 92., Março de 2009. PINTO, T. C. N. O.; SILVA, M. C. E. S. P. Riscos à saúde dos trabalhadores nos processos brasileiros de reciclagem de resíduos de construção e demolição. FUNDACENTRO. Disponível www.fundacentro.org.br. Acesso em: 25/03/2008.

154

PORTELLA, K. F.; JOUKOSKI, A.; FRANCK, R.; DERKSEN, R. Reciclagem secundária de rejeitos de porcelana elétrica em estruturas de concreto: determinação do desempenho sob envelhecimento acelerado. In: CERÂMICA, 52., 2006. 155-167 p. SANTANA, C. de S.; LIMA, W. J. F.; COSTA, J. S. da. Caracterização do agregado do rejeito da indústria de cerâmica vermelha da região cuiabana. In: Congresso Brasileiro de Cerâmica, 51., 2007, Salvador. Anais... Salvador, 2007. SANTOLAIA, A. P. P.; CARDIN JUNIOR, W. H.; LINTZ, R. C. C.; BOZZA, J. L. Utilização da adição de resíduo de porcelana no concreto. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 49., 2007, Bento Gonçalves. Anais... Bento Gonçalves: IBRACON, 2007. SCHMIT, V. Materiais elétricos. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1979. 166 p. v. 2 SENTHAMARAI, R. M.; DEVADAS MANOHARAN, P. Concrete with ceramic waste aggregate. Cement & Concrete Composites, 27., p. 910-913, 2005. SILVA, C. M. da; CARVALHO, P. de S.; HASPARYK, N. P.; ANDRADE, M. A. de S. Estudo de resíduo cerâmico com vistas à aplicação em concreto – análise da resistência à compressão e combate à reação alcali-agregado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 49., 2007, Bento Gonçalves. Anais... Bento Gonçalves: IBRACON, 2007. SILVA, J.; BRITO, J. de; VEIGA, R. Incorporation of fine ceramics in mortars. Construction and Building Materials, 2007. SILVANO, D.; MARTINS, C. A.; BALDO, J. B.; COSTA, J. S. da. Comparativo prático de desempenho entre concreto reciclado e o concreto normal. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 48., 2006, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: IBRACON, 2006. SINDUSCON-SP. Gestão ambiental de resíduos da construção civil: a experiência do SindusCon-SP. Coordenador: Tarcisio de Paula Pinto. São Paulo: Obra Limpa: I&T: SindusCon-SP, 2005. 48 p. SOUZA, S. D. C. de; ARICA, J. Mudança tecnológica e estratificação competitiva em um arranjo produtivo do setor ceramista. Produção, v. 16., n. 1.,p. 88-99, 2006. SOUZA, S. F. de. A indústria cerâmica de Pedreira e seus impactos ambientais: subsídios para uma gestão ambiental pública. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências. Campinas, 2003. 117p. VAN VLACK, L. H. Propriedades dos materiais cerâmicos; tradução Cid Silveira e Shiroyuki Oniki. São Paulo, Edgard Blücher, Ed. da Universidade de São Paulo, 1973. 318p.

155

VIEIRA, A. de. A. P. Estudo do aproveitamento de resíduos de cerâmica vermelha como substituição pozolânica em argamassas e concretos. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal da Paraíba. Centro de tecnologia – Engenharia Urbana. João Pessoa, 2005. 127p. ZORDAN, S. E.; PAULON, V. A. A utilização do entulho com agregado para o concreto. Disponível www.reciclage.usp.br. Acesso em: 25/03/2008.