estudo dirigido - lucília siqueira

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Alunos: Arthur Lara Moreira, Douglas Ribeiro Coelho. Curso: História Disciplina: História Ibérica Professor: Heloisa Guaracy Machado Data: 15/05/2014 Estudo dirigido do texto: SIQUEIRA, Lucília. “O nascimento da América Portuguesa no contexto imperial lusitano”. Considerações teóricas a partir das diferenças entre a historiografia recente e o ensino de História. HISTÓRIA. São Paulo, 28, 2009. Questão 01: Identificar no texto as críticas da autora quanto à questão seguinte: 1.1. o “protagonismo português”. Segundo a autora, nos livros didáticos citam as grandes navegações “realçando a atuação do sujeito Portugal, consolidado num Estado de administração centralizada que gerencia o grande empreendimento marítimo” (SIQUEIRA, 2009, p. 05). Eles ignoram a precariedade da organização administrativa da Coroa lusitana à época. Outro fator muito utilizado diz respeito à posição geográfica, na extremidade ocidental com a costa voltada para o Atlântico. Na verdade, a “ocidental praia lusitana” não era adequada para bons portos e, aos que afirmam que a atividade pesqueira foi facilitadora para as atividades de navegação, Charles Boxer, citado por Lucília Siqueira, alerta que “os portugueses eram principalmente agricultores e que os pescadores eram pequeníssima parte da população reinol, cujas embarcações em nada serviam ao que era empregado nas expedições oceânicas”. (SIQUEIRA, 2009, p.05) Por último, a ideia do pioneirismo português é promovida como genial, uma nova concepção desconstrói esse mito e acentua a diversidade internacional das grandes navegações. De acordo com Godinho, nas primeiras viagens oceânicas havia “castelhanos, mercadores e financiadores da Península Itálica, navegadores e ‘cientistas’ árabes, gente nascida em outros cantos do mundo e, principalmente, de variados segmentos sociais”. (SIQUEIRA, 2009, p.05)

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Estudo dirigido

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Page 1: Estudo Dirigido - Lucília Siqueira

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Alunos: Arthur Lara Moreira, Douglas Ribeiro Coelho.Curso: HistóriaDisciplina: História IbéricaProfessor: Heloisa Guaracy MachadoData: 15/05/2014

Estudo dirigido do texto:SIQUEIRA, Lucília. “O nascimento da América Portuguesa no contexto imperial lusitano”. Considerações teóricas a partir das diferenças entre a historiografia recente e o ensino de História. HISTÓRIA. São Paulo, 28, 2009.

Questão 01: Identificar no texto as críticas da autora quanto à questão seguinte:1.1. o “protagonismo português”.

Segundo a autora, nos livros didáticos citam as grandes navegações “realçando a atuação do sujeito Portugal, consolidado num Estado de administração centralizada que gerencia o grande empreendimento marítimo” (SIQUEIRA, 2009, p. 05). Eles ignoram a precariedade da organização administrativa da Coroa lusitana à época.

Outro fator muito utilizado diz respeito à posição geográfica, na extremidade ocidental com a costa voltada para o Atlântico. Na verdade, a “ocidental praia lusitana” não era adequada para bons portos e, aos que afirmam que a atividade pesqueira foi facilitadora para as atividades de navegação, Charles Boxer, citado por Lucília Siqueira, alerta que “os portugueses eram principalmente agricultores e que os pescadores eram pequeníssima parte da população reinol, cujas embarcações em nada serviam ao que era empregado nas expedições oceânicas”. (SIQUEIRA, 2009, p.05)

Por último, a ideia do pioneirismo português é promovida como genial, uma nova concepção desconstrói esse mito e acentua a diversidade internacional das grandes navegações. De acordo com Godinho, nas primeiras viagens oceânicas havia “castelhanos, mercadores e financiadores da Península Itálica, navegadores e ‘cientistas’ árabes, gente nascida em outros cantos do mundo e, principalmente, de variados segmentos sociais”. (SIQUEIRA, 2009, p.05)

Questão 02: Indicar a proposta da autora para a construção de nova perspectiva da história ibérica.

Uma observação da autora afirma de que “ter a compreensão do presente como objetivo do estudo do passado desenvolve uma mentalidade conservadores”. (SIQUEIRA, 2009, p.11) Isso porque é passada a ideia de que os processos ocorridos anteriormente seriam inevitáveis e que só havia um jeito de conduzir as coisas. A proposta da autora consiste no abandono da concepção linear do estudo da História. Isso implica num maior entendimento sobre o passado e menos preocupação com a compreensão do presente.

Page 2: Estudo Dirigido - Lucília Siqueira

Questão 03: Identificar no texto as possíveis escorregadas teóricas da autora.

Um aspecto duvidoso diz respeito a uma colocação da autora em relação ao fato das terras americanas funcionarem como pontos de escala para as viagens até as Índias e à África. “A parada de Cabral nas novas terras do Ocidente não teve como conseqüência no seu tempo senão a de fazer da costa americana uma escala possível para os que pretendiam dobrar o Cabo da Boa Esperança”. (SIQUEIRA, 2009, p.08) Bem, isso é pouco provável porque o tempo gasto para atravessar o Atlântico é maior. Além do mais, os navegantes não estavam totalmente às cegas. Já havia instrumentos de orientação e eles tinham conhecimento de correntes marítimas e de ventos.

Mudava também o modo de conduzir os negócios - agora menos dependentes da Coroa e mais controlados por particulares - e Ao invés de retribuir os serviços prestados ao rei, antes com nomeações e tenças, que eram rendas geralmente vitalícias. (SIQUEIRA, 2009, p.09)

A citação acima é outra possível escorregada pode ser observada quando,

narrando um pedaço da história de Portugal, ela afirma que o Estado não era interessado no empreendimento das navegações, cabendo, por assim supor, aos particulares a procura por novos caminhos.