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ESTUDO DIRIGIDO ÀS REDES DE COLABORAÇÃO NO BRASIL: UM ENFOQUE À REDE DE PESQUISA IFM Angelita Moutin Segoria Gasparotto (EESC-USP) [email protected] As progressivas mudanças nos campos científico-tecnológico nos últimos anos tornaram necessário o encurtamento dos ciclos pesquisa- desenvolvimento-produto, passando a exigir das organizações, centros de pesquisa, universidades e órgãos goveernamentais, maior dinamismo e flexibilidade na produção de seus bens e serviços. Neste referido ambiente surgem estruturas denominadas redes de colaboração, como uma opção para atender às oportunidades de negócio ou projetos especiais. Relatadas como uma classe de rede de colaboração, as redes de pesquisa congregam diversos grupos geograficamente isolados, apoiados por tecnologias de comunicação e informação. O objetivo do presente artigo é destacar as principais iniciativas brasileiras no campo de redes de colaboração, apresentando também as melhores práticas e dificuldades presenciadas pelas redes em seu ciclo de vida. Uma ênfase especial à Rede de Pesquisa Colaborativa IFM - Instituto Fábrica do Milênio - é dada, a qual faz parte do Programa Institutos do Milênio, apoiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia em conjunto com o CNPq. Tópicos que requerem pesquisa adicional são identificados. Palavras-chaves: Redes de colaboração, redes de pesquisa colaborativa. IFM. XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

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ESTUDO DIRIGIDO ÀS REDES DE COLABORAÇÃO NO BRASIL: UM

ENFOQUE À REDE DE PESQUISA IFM

Angelita Moutin Segoria Gasparotto (EESC-USP) [email protected]

As progressivas mudanças nos campos científico-tecnológico nos

últimos anos tornaram necessário o encurtamento dos ciclos pesquisa-

desenvolvimento-produto, passando a exigir das organizações, centros

de pesquisa, universidades e órgãos goveernamentais, maior

dinamismo e flexibilidade na produção de seus bens e serviços. Neste

referido ambiente surgem estruturas denominadas redes de

colaboração, como uma opção para atender às oportunidades de

negócio ou projetos especiais. Relatadas como uma classe de rede de

colaboração, as redes de pesquisa congregam diversos grupos

geograficamente isolados, apoiados por tecnologias de comunicação e

informação. O objetivo do presente artigo é destacar as principais

iniciativas brasileiras no campo de redes de colaboração,

apresentando também as melhores práticas e dificuldades presenciadas

pelas redes em seu ciclo de vida. Uma ênfase especial à Rede de

Pesquisa Colaborativa IFM - Instituto Fábrica do Milênio - é dada, a

qual faz parte do Programa Institutos do Milênio, apoiado pelo

Ministério da Ciência e Tecnologia em conjunto com o CNPq. Tópicos

que requerem pesquisa adicional são identificados.

Palavras-chaves: Redes de colaboração, redes de pesquisa

colaborativa. IFM.

XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.

Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

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1. Introdução

De acordo com Castells (1999) o mundo contemporâneo estrutura-se por meio de relacionamentos sociais e econômicos, nos quais há pouco espaço para ações isoladas ou particulares. Nesse contexto surgem estruturas baseadas em redes de colaboração, como uma proposta para atender às oportunidades de negócio ou projetos peculiares.

Uma rede de colaboração permite que as entidades (empresas públicas e privadas, universidades, centros de pesquisa e órgãos governamentais) compartilhem informações, processos e responsabilidades para juntas planejar, implementar e avaliar um conjunto de atividades que busquem alcançar um objetivo comum (CAMARINHA-MATOS e AFSARMANESH, 2006).

Referenciadas como uma classe de rede de colaboração, as redes de pesquisa são também denominadas laboratórios de ensino, de pesquisa e desenvolvimento, nos quais os grupos de pesquisa são formados por equipes multidisciplinares escolhidos por interesses e competências essenciais.

O objetivo deste artigo é destacar um estudo sobre as iniciativas que o Brasil vem empreendendo no âmbito de redes de colaboração. Dá-se início apresentando um referencial teórico sobre redes de colaboração, assim como suas principais classes. Destacam-se as melhores práticas e dificuldades presenciadas pelas redes durante seu ciclo de vida. Em seguida apresentam-se as iniciativas brasileiras sobre redes de colaboração. Uma ênfase especial é dada à Rede de Pesquisa Colaborativa denominada “Instituto Fábrica do Milênio”, um projeto que faz parte do Programa Institutos do Milênio, apoiado pelo Ministério Brasileiro da Ciência e Tecnologia em conjunto com o CNPq. É uma rede de âmbito nacional que agrega 800 pesquisadores, em 39 grupos de pesquisas, alocados em 32 instituições de ensino superior.

Por meio da presente pesquisa espera-se que as iniciativas brasileiras no campo de redes de colaboração sejam reconhecidas em maior amplitude, proporcionando uma demanda por melhores condições por parte das instituições de ensino, indústrias, profissionais liberais, organizações não-governamentais, públicas e privadas, no sentido de sistematizarem o trabalho colaborativo em rede.

2. Referencial teórico sobre redes de colaboração

2.1. Introdução

Colaboração não é um termo recente. Williamson em sua obra (Williamson, 1975) já destacava que as empresas manufatureiras poderiam prosperar estabelecendo parceiras na compra de bens e serviços, ao invés de os produzirem internamente. Este paradigma foi disseminado ainda mais por meio do outsourcing e atualmente lean organization, onde os gestores diminuem as esferas da organização, buscando eliminar serviços que integram suas competências essenciais, transferindo-os a terceiros.

Nesse sentido, o termo redes de colaboração tem sido empregado para descrever um sistema que contém agentes (instituições de ensino, indústrias, profissionais liberais, organizações não-governamentais, públicas e privadas) que buscam criar sinergia em meios competitivos ou não. Entre os principais objetivos de uma rede de colaboração encontram-se:

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– Transferência de tecnologia de uma empresa para outra: segundo os autores, é um dos principais objetivos da relação entre empresas (MARITI e SMILEY, 1983);

– Complementaridade tecnológica: por meio do compartilhamento tecnologias e conseqüentemente, dos conhecimentos tecnológicos entre os envolvidos;

– Desenvolvimento de economias de escala: visando aproveitar de forma racional os fatores de produção, com conseqüente redução de custo e ganho de competitividade;

– Divisão de riscos: ocorre essa divisão entre os participantes da relação. Esses riscos estão associados ao volume de recursos financeiros disponibilizados pelos parceiros;

– Acordos de comercialização: visando à superação de barreiras de mercado; – A possibilidade que cada empresa tem para se especializar (RIBAULT et al., 1995); – Por meio da implementação de redes, percebe-se que principalmente as pequenas e médias

empresas podem tornar-se igualmente competitivas se agregarem as vantagens que as grandes possuem, como por exemplo, a tecnologia (CASAROTTO FILHO, 1996; CASAROTTO FILHO, 1998; MALLIDI, PARASKEVOPOULOS e PAGANELLI, 1999);

– Comunicação e compartilhamento de informação na busca de benefícios mútuos (MURPHY, GANZ e KARAPIDIS, 2000);

– Por meio da divisão das tarefas entre as empresas da rede (competências e recursos), há a diminuição do tempo de resposta ao mercado (CAMARINHA-MATOS e AFSARMANESH, 2003);

– Otimização de recursos: por meio do compartilhamento de infra-estrutura e conhecimento (GOYAL e MORAGA-GONZALEZ, 2001);

– Reunir em uma única estrutura as características essenciais ao novo ambiente competitivo, sustentada por uma governança centralizada, evitando que as empresas envolvidas percam a flexibilidade e agilidade (CAMARINHA-MATOS e AFSARMANESH, 2003);

– Especialmente no caso de pequenas empresas, a rede faz com que a dimensão oportunidade torne-se cada vez maior;

– A rede propicia a abertura de oportunidades para o confronto e mudança de idéias, por meio de práticas, combinação de recursos e tecnologia e sinergia, elementos básicos para a inovação (CAMARINHA-MATOS e AFSARMANESH, 1999);

– Reduzir as dificuldades que se traduzem como custos de transação, oferecendo a possibilidade de dispor de tecnologias aumentando a eficiência econômica e, por conseqüência, a competitividade das empresas (OLAVE e AMATO NETO, 2005);

Para que o trabalho colaborativo seja exercido e os objetivos atingidos, diversas pesquisas apontam para a existência de um ciclo de vida mínimo (CAMARINHA-MATOS e AFSARMANESH, 1999) para as redes de colaboração, o qual consiste nas seguintes fases – criação, operação, evolução e dissolução/re-configuração. Este ciclo de vida é representado a seguir por meio da Figura 1:

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Figura 1 – Ciclo de vida mínimo de uma rede de colaboração

– Criação: esta fase em geral compreende as etapas de prospecção de oportunidades (identificar, refinar e/ou caracterizar a oportunidade de negócio), busca de parceiros (uma vez a oportunidade de negócio ter sido identificada, o próximo passo é buscar parceiros para atuar na rede);

– Operação: após a identificação da oportunidade e de parceiros, um plano de trabalho detalhado é elaborado. Depois de estabelecida, a rede é colocada em funcionamento;

– Evolução: esta fase é fundamental, pois estabelece regras, por exemplo, para a entrada de novos parceiros na rede;

– Dissolução/re-configuração: em um ponto pré-estabelecido, a oportunidade terá sido explorada integralmente ou necessitará ser modificada.

O objetivo da próxima seção é destacar as principais classes de redes de colaboração.

2.2. Classes de redes de colaboração

Uma variedade de redes de colaboração tem emergido durante os últimos anos (LASTRES, 2003; KLEN, CARDOSO e CAMARINHA-MATOS, 2005; CAMARINHA-MATOS e AFSARMANESH, 2008) como resultado de mudanças nos ambientes de negócios, de pesquisa e desenvolvimento. Como exemplos de classes de redes de colaboração estão: supply

chain, governo virtual, empresas virtuais, organizações virtuais, empresa estendida, equipes virtuais, clusters industriais, distritos industriais, ecossistemas empresariais, arranjo produtivo local e redes de pesquisa.

Segue uma breve descrição de cada um dos exemplos:

– Suppy chain: é uma rede estável de empresas, onde cada uma possui papéis claros na cadeia de valor, cobrindo todos os passos do processo produtivo.

– Governo virtual: é uma aliança de entidades governamentais, que combinam seus serviços por meio do uso de ferramentas computacionais com o objetivo de promover serviços integrados ao cidadão.

– Empresa virtual: é uma aliança temporária de empresas que compartilham recursos e habilidades, com o objetivo de responder mais competitivamente às oportunidades de negócios.

– Organização virtual: representa o conceito similar à empresa virtual, incluindo um conjunto de entidades (com e sem fins lucrativos) que compartilham recursos e competências essenciais.

– Empresa estendida: é um conceito aplicado às empresas consideradas dominantes que

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estendem seus domínios a todos ou a alguns dos seus fornecedores. – Equipe virtual: é um conceito similar à empresa virtual, porém é formado por pessoas,

não por empresas. É um grupo temporário de profissionais que trabalha unido visando a um objetivo comum (por exemplo: projeto ou trabalho de consultoria).

– Cluster industrial: consiste em um grupo de empresas, normalmente localizado em uma mesma região geográfica, que mantém uma relação para aumentar a competitividade em uma esfera maior do negócio.

– Distrito industrial: é um termo mais utilizado na Itália visando representar um conceito similar ao cluster. Ele pode ser focado em um setor ou cobrir vários setores em uma determinada região.

– Ecossistema empresarial: essa rede procura preservar especificidades locais, tradição e cultura, e são freqüentemente beneficiada com ações governamentais.

– Arranjo produtivo local: são aglomerações territoriais entre agentes econômicos, políticos e sociais, com foco em um conjunto específico de atividades e que apresentam vínculos e interdependência. Geralmente envolvem a participação de empresas até fornecedores de insumos e equipamentos, prestadoras de consultoria e serviços, comercializadoras e clientes. Incluem também outras instituições públicas e privadas voltadas para formação e capacitação de recursos humanos, como escolas técnicas, universidades, institutos de pesquisas e órgãos governamentais.

– Rede de pesquisa: também referenciada como laboratórios virtuais de pesquisa e desenvolvimento, as redes de pesquisa são formadas por equipes multidisciplinares de professores e alunos, tanto de graduação quanto de pós-graduação, relacionados a determinadas linhas de pesquisa e escolhidos por interesses e competências pessoais; representa uma aliança entre órgãos de pesquisa, cada um com seus recursos próprios (equipamentos, ferramentas e lições aprendidas) onde seus pesquisadores, localizados em diferentes centros, congregam competências visando à solução de diversos problemas.

O objetivo da próxima seção é destacar as melhores práticas encontradas durante o ciclo de vida das redes de colaboração.

2.3. Melhores práticas identificadas em redes de colaboração

O termo melhores práticas tem sido utilizado para descrever o modo pelo qual as empresas e seus colaboradores empreendem as atividades de negócio em todos os seus processos-chave, tais como: planejamento, gestão de relacionamento com o cliente, fornecedores, relações com a comunidade, produção e fornecimento de produtos e o uso de benchmarking (ROZENFELD et al., 2004; BEAUMONT, 2005; MANSAR e REIJERS, 2005). Essas práticas, quando integradas, podem levar a resultados de classe-mundial em qualidade, inovação e competitividade.

Destacam-se a seguir as melhores práticas presentes no ciclo de vida de uma rede de colaboração:

– Aprendizagem/educação: a aprendizagem mútua por meio da sinergia de competências entre os membros em uma rede de colaboração promove um produto ou serviço, no qual de forma isolada, uma empresa seria incapaz de produzir em tempo e qualidade competitivos (ZAHARIA e GIBERT, 2005);

– Benchmarking: o objetivo é fazer com que as empresas participantes da colaboração tenham indicadores para melhoria contínua (BREMER et al., 2001);

– Capacitação gerencial e administrativa: no caso de haver maior número de pequenas

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empresas, predominantemente empresas familiares, uma boa capacitação em administração de custos e em métodos gerenciais, propicia a estas empresas, não apenas a convivência em rede, mas também a possibilidade de se manterem competitivas no mercado (SUZIGAN, GARCIA e FURTADO, 2002; DI-SERIO e FIGUEIREDO, 2006);

– Compatibilidade de direitos e deveres: a troca justa de benefícios e contribuições é fundamental para que a rede funcione. Quando um dos parceiros percebe que há desequilíbrio, não vê benefícios em colaborar, ameaçando o sucesso da rede;

– Comprometimento: quando o parceiro é comprometido com a rede, irá despender esforços para que essa rede obtenha sucesso. O parceiro não comprometido age como oportunista, deixando com que o outro parceiro se responsabilize por todos os esforços (HÅKANSSON e FORD, 2002);

– Confiança: Quando um parceiro percebe que o outro lhe atribui confiança, é mais fácil a criação de um ciclo de construção de confiança (THOBEN e JAGDEV, 2001). A confiança deve ser construída ao longo do tempo, pois, características como honestidade, disposição e eficácia, podem ser percebidas apenas após um longo período de relação (LAJARA, LILLO e SEMPERE, 2002);

– Controle: uma vez que podem existir conflitos entre os membros de uma rede, tornam-se necessários mecanismos de controle. Entre os mecanismos de controle mais citados na literatura estão os contratos, acordos registrados e procedimentos documentados;

– Fontes de financiamento: as fontes de financiamento têm alavancado a possibilidade de diversas empresas organizadas em rede de poderem participar do meio competitivo, com o objetivo de gerarem desenvolvimento econômico e mudança do patamar competitivo da indústria rumo à diferenciação e inovação de produtos (SALERNO e DAHER, 2006);

– Infra-estrutura física, legal, social/cultural, comunicação e de informação: a infra-estrutura física refere-se à fabricação, aos equipamentos, ao layout, ao transporte, à manipulação ou quaisquer características físicas da rede; a infra-estrutura legal relaciona-se com processos que lidam com instrumentos legais, como cláusulas contratuais, por exemplo; infra-estrutura sócio-cultural refere-se às regras implícitas e explícitas e questões políticas; infra-estrutura de informação inclui mecanismos usados para criar, administrar e disseminar as informações na rede (GORANSON, 1999; WOGNUM e FABER, 2002);

– Inovação: Nesse contexto, a inovação torna-se um diferencial, podendo garantir padrões e regras que somente mais tarde outras empresas deverão assumir para poderem participar do meio competitivo (KLOTZLE, 2002; BIRCHALL e CHANARON, 2006);

– Modelagem: O processo de modelagem é uma das atividades-chave para entendimento, projeto, implementação e operação de uma rede de colaboração. A modelagem tem sido empregada como forma de documentar os processos, promovendo a integração, além de permitir o registro de conhecimentos, a racionalização e a visualização do fluxo de informações na rede (PERRIN e GODART, 2004; CAMARINHA-MATOS e AFSARMANESH, 2007);

– Uso de tecnologias computacionais: as tecnologias têm sido utilizadas não apenas como forma de dinamizar e melhorar a qualidade do trabalho, mas também como forma de medição do desempenho da rede (porém pouco realizado), delineando pontos que possam ser mais bem explorados (CAMARINHA-MATOS, 2007).

A próxima seção tem como objetivo destacar as principais dificuldades encontradas durante o ciclo de vida das redes de colaboração.

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2.4. Principais dificuldades identificadas em redes de colaboração

Com o propósito de garantir que os objetivos intermediários sejam satisfeitos e também para uma reflexão sobre os tópicos que requerem uma pesquisa complementar, o Quadro 1 a seguir representa uma síntese das dificuldades presentes no ciclo de vida de uma rede de colaboração:

Dificuldades – Ausência de processos sistemáticos de intercâmbio e divulgação de fontes de informações. – Barreiras culturais entre as entidades que constituem a rede. – Deficiências na capacitação gerencial e administrativa da rede. – Desconhecimento de fontes de informações para inovações. – Dificuldades para se adequar aos padrões. – Elevados custos da inovação. – Escassez de fontes de financiamento. – Falta de informação sobre tecnologia e mercado – Falta de motivação e de pessoal qualificado. – Falta de pessoal técnico para identificar oportunidades de inovação e desenvolver pesquisas de produtos e

processos. – Falta de qualidade e custos altos decorrentes de baixos investimentos em tecnologia. – Falta de recursos financeiros da empresa para a compra de máquinas e equipamentos. – Escassa medição de desempenho da rede. – Questões sobre propriedade intelectual não são claras ou não existem. – Reconhecimento de oportunidades.

Quadro 1 - Principais dificuldades presentes durante o ciclo de vida de uma rede de colaboração Fonte: Arenius e Clercq (2005); Ermilova e Afsarmanesh (2007); Camarinha-Matos e Abreu (2007)

3. Redes de pesquisa colaborativa

3.1 Introdução

Nos últimos anos, um número crescente de projetos de pesquisa tem sido concebido e viabilizado sob a forma de colaboração, onde diferentes instituições assumem tarefas peculiares com o objetivo de alcançarem um determinado resultado.

Neste contexto, as redes de pesquisa (WEISZ e ROCO, 1996) têm sido mencionadas tipicamente como centros “não-físicos”, que contam com meios de comunicação a fim de promover a interação dos membros com qualificações complementares. Uma rede normalmente conta com múltiplos patrocinadores e, freqüentemente, uma duração que se limita ao tempo necessário para a consecução de suas metas.

O objetivo da próxima seção é apresentar as principais classes de redes de pesquisa colaborativa.

3.2 Classes de redes de pesquisa colaborativa

As principais classes de redes de pesquisa presentes na literatura são assim caracterizadas:

– Redes distribuídas: é uma ligação tênue de diferentes organizações de pesquisa e ensino, relacionadas entre si, sem a presença de um agente central. Nesse tipo de rede, cada organização-membro participa e conduz uma área específica de sua competência. Da mesma forma, as responsabilidades são partilhadas em igualdade de condições por todos os participantes;

– Redes com organização central: nesse tipo de rede, uma organização exerce a função de

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liderança nas atividades da rede. A organização central fica ligada a instituições geograficamente distribuídas que atuam em campos diversos, as quais podem ter algum tipo de interesse no tema da pesquisa. A busca pela oportunidade é realizada por meio da organização central;

– Rede de intercâmbio de pesquisa e ensino: é uma rede que congrega diferentes grupos e organizações em torno de projetos de ensino e pesquisa de prazo limitado e em um dado campo de interesse. O caso típico é aquele em que uma rede de intercâmbio de ensino e pesquisa propõe tarefas que sejam de interesse de diversos grupos.

4. O Brasil no contexto de redes de colaboração

4.1. Introdução

As transformações na sociedade contemporânea mundial têm exigido das empresas, universidades e centros de pesquisa, maior dinamismo e flexibilidade na produção de seus bens e serviços. Neste contexto, surgem as redes de colaboração como forma de responder a essas exigências com mais pontualidade e qualidade.

Diversas manifestações em âmbito mundial têm sido apresentadas sobre redes de colaboração (ECOLEAD: http://virtual.vtt.fi/virtual/ecolead/; CODESNET: http://codesnet.polito.it/; SOCOLNET: http://www.uninova.pt/~socolnet/joomla/), até mesmo esforços para sistematizá-la como disciplina científica (http://www.uninova.pt/~thinkcreative). O objetivo do próximo tópico é apresentar as iniciativas brasileiras no âmbito de redes de colaboração.

4.2. Iniciativas brasileiras no âmbito de redes de colaboração

A seguir são apresentados os esforços brasileiros empreendidos no contexto de redes de colaboração:

– VIRTEC: moldada no contexto de organização virtual e baseada no critério confiança (Bremer et al., 2001), sua origem deu-se no Núcleo de Manufatura Avançada da Escola de Engenharia de São Carlos (http://www.numa.org.br) composto por nove empresas de pequeno porte, as quais oferecem produtos e serviços de alto valor agregado;

– Cluster São Carlos de Alta Tecnologia: resultado de uma iniciativa das empresas locais para tornar o município de São Carlos uma referência tecnológica, com foco no desenvolvimento de software e com base na formação do trabalho colaborativo entre empresas, órgãos de fomento, universidades e governo (http://www.clustersaocarlos.com.br). Por meio de acordos formais em contrato, o Cluster busca os seguintes objetivos:

o Melhorar o processo de desenvolvimento de software da empresas, por meio da definição de modelos fundamentados em melhores práticas sobre o trabalho colaborativo e do estado da arte em ferramentas de gerenciamento do processo de desenvolvimento de software;

o Criar solução de software livre, utilizando licenças para os artefatos produzidos e com a integração de componentes ou módulos pré-existentes disponíveis

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publicamente; o Criação de modelos que permitam a aplicação dos processos e ferramentas em

outras empresas do Cluster. – VIRFEBRAS: the Brazilian VO of Tooling Companies (http://www.virfebras.com.br) é

uma iniciativa da Universidade Caxias do Sul. Composta por um grupo de empresas do segmento de ferramentarias, a organização virtual trabalham de forma colaborativa, propondo soluções no ramo de moldes e matrizes.

Em se tratando de grupos de pesquisa em redes de colaboração:

– GSIGMA: o Grupo de Sistemas Inteligentes da Manufatura foi criado em 1996 cujo objetivo é atuar na pesquisa de temas relevantes à área industrial com foco nos problemas associados ao paradigma de organizações em redes de colaboração (CNO);

– REDECOOP: o Grupo Redes de Cooperação e Gestão do Conhecimento procura identificar as oportunidades e as barreiras relativas à geração, difusão e gestão do conhecimento através das redes inter-organizacionais (http://www.poli.usp.br/pro/redecoop/), sob o contexto da globalização dos mercados e da reestruturação industrial com o advento do paradigma de produção enxuta/ágil/flexível;

– GEI: o Grupo de Engenharia Integrada (http://www.numa.org.br/grupos.htm) é composto por pesquisadores (professores, alunos de graduação e pós-graduação) cujo objetivo é desenvolver projetos em colaboração com outras entidades nos seguintes temas: gestão de desenvolvimento de produtos, ciclo de vida de produtos, arquiteturas de referência para redes, modelagem de processos, gestão da qualidade, logística e otimização de processos de fabricação.

Em se tratando de programas de apoio governamental em redes de colaboração destacam-se:

– PIPE/FAPESP: o Programa de Inovação Tecnológica em Pequena Empresa existe desde 1997 e procura apoiar o desenvolvimento de pesquisas inovadoras sobre problemas em ciência e tecnologia, a serem executadas em empresas com até 100 empregados, que tenham alto potencial de retorno comercial ou social, possibilitando que as pequenas empresas se associem aos pesquisadores em âmbito acadêmico em projetos de inovação tecnológica (http://www.fapesp.br);

– CONSITEC/FAPESP: o programa Consórcios Setoriais para Inovação Tecnológica tem como objetivo estimular a colaboração de grupos de pesquisa com aglomerados de empresas, para estudar assuntos relevantes e resolver problemas tecnológicos gerados pela atividade comum (http://www.fapesp.br);

– RHAE/CNPQ: o Programa de Desenvolvimento de Recursos Humanos para Atividades Estratégicas em apoio à inovação tecnológica, criado em 1988, tem como objetivo promover a melhoria nas empresas, estimulando associações empresariais e entidades tecnológicas setoriais que desenvolvam planos e programas de desenvolvimento tecnológico (http://www.cnpq.br);

– Institutos do milênio: o Programa Institutos do Milênio é uma iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia, cujo objetivo é ampliar as opções de financiamento de projetos mais abrangentes e relevantes de pesquisa científica e de desenvolvimento tecnológico. Destinado a promover a formação de redes de pesquisa em todo território nacional, o programa busca a excelência científica e tecnológica em qualquer área do conhecimento. O foco é estender os padrões de excelência a um número crescente de instituições em

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diferentes regiões do país (http://www.cnpq.br); – FINEP: A Agência Brasileira de Inovação (http://www.finep.gov.br/) é uma empresa

pública subordinada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, tem como foco, promover e financiar a inovação e a pesquisa científica e tecnológica em empresas, universidades, centros de pesquisa, mobilizando recursos financeiros e integrando instrumentos para o desenvolvimento econômico do país. Entre os principais programas destacam-se:

o COOPERA: o Programa de Cooperação entre ICT´s (Institutos de Ciência e Tecnologia) e empresas estabelece o apoio financeiro aos projetos de P&D e inovação entre empresas brasileiras e instituições científicas e tecnológicas;

o PPI-APL’s: o Programa de Apoio à Pesquisa e à Inovação em Arranjos Produtivos Locais estabelece o apoio financeiro às atividades desenvolvidas por instituições científicas e tecnológicas, voltadas para assistência tecnológica, prestação de serviços e solução de problemas tecnológicos de empresas, formando aglomerados característicos de arranjos produtivos locais.

5. A rede de pesquisa colaborativa IFM - Instituto Fábrica do Milênio

5.1 Introdução

Em se tratando de redes de pesquisa colaborativa, o Programa Institutos do Milênio é uma iniciativa brasileira do Ministério da Ciência e Tecnologia, cujo objetivo é ampliar as opções de financiamento de projetos mais abrangentes e relevantes de pesquisa científica e de desenvolvimento tecnológico.

Entre os projetos aprovados no contexto do programa, encontra-se o Instituto Fábrica do Milênio (http://www.ifm.org.br), cujos objetivos podem ser entendidos como a proposição, o desenvolvimento e a disseminação de mecanismos para o aumento da competitividade e do conhecimento científico e tecnológico das indústrias de manufatura, especialmente as de bens de capital, instaladas no Brasil.

Um dos principais propósitos da rede de pesquisa IFM está na formação de pessoas nos diversos avanços tecnológicos criados e sistematizados pela rede. Entre esses mecanismos de transferência estão:

– Cursos e workshops: tratam de temas específicos onde o aluno atua de forma prática dentro do projeto, aumentando assim a sua capacidade de aprendizado;

– Assessoria: As intervenções do IFM nas empresas são diferenciadas de consultorias, uma vez que são aplicados novos conceitos, fazendo com a empresa seja um “celeiro”, no qual os novos avanços são validados;

– Desenvolvimento de cenários presenciais: são criados ambientes que simulam empresas reais. São utilizados scripts que indicam o que ocorreria em casos reais de aplicação da tecnologia. São definidos papéis nesses scripts que são distribuídos para as pessoas que participam das simulações. Assim experimenta-se como seria a aplicação real de novas tecnologias;

– Criação de empresas de alta tecnologia em torno do IFM: aproveita-se o ambiente de negócios em torno das universidades (incubadoras e parques tecnológicos) promovendo a geração de empreendedorismo;

– Desenvolvimento de trabalhos acadêmico/empresariais: permite que sejam desenvolvidas pesquisas voltadas aos problemas práticos;

– Ambiente na web de auto-aprendizado: os conhecimentos mais apropriados às

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empresas de bens de capital são sistematizados simplificando a sua assimilação e uso. Constitui uma coleção estruturada e gratuita de guias, ferramentas, templates, white-papers, descrição de casos, cursos on-line, avaliações on-line e cenários virtuais.

5.2 O perfil da rede de pesquisa colaborativa IFM

Para que as ações conferidas entre os agentes da rede IFM resultassem em objetivos concretos, foi necessária a estruturação (Figura 2) e gestão do trabalho colaborativo da seguinte forma:

– Work Packages: identificados como WP’s (pacotes de trabalho) prevêem a realização de ações que integram os nós da rede (entidades que fazem parte da rede) propondo soluções para problemas previamente identificados. Os WP’s por sua vez contemplam os SP’s:

o Subprojetos: identificados como SP’s (subprojetos) prevêem, cada um, uma lista de tarefas que é alocada a um ou mais pesquisadores (agentes) para sua realização.

Os subprojetos podem envolver desde levantamentos, benchmarking, desenvolvimentos de aplicativos e sites, experimentos laboratoriais, ensaios de máquinas, aplicação de inovações em empresas, desenvolvimento de equipamentos, entre outros.

Figura 2 – Exemplo de um WP (pacote de trabalho) e seus respectivos SP’s (subprojetos)

A concepção em se trabalhar por pacotes de trabalho e subprojetos resulta da experiência dos pesquisadores do IFM em projetos anteriores, uma vez que:

– Favorece a integração entre os nós da rede; – Contextualiza e foca as ações programadas, reunindo-as em torno de problemas

comprovados ou detectados por meio de levantamentos em campo de modo a alavancar a sustentabilidade da cadeia produtiva de bens de capital.

Desde o início de seu funcionamento, a rede já interagiu com mais de 400 empresas do setor de manufatura resultando em cerca de 50 projetos de pesquisa de mestrado ou doutorado que se transformaram efetivamente em soluções para o setor produtivo. Em se tratando de inovação, os projetos vinculados ao IFM já resultaram em 17 patentes de tecnologia

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industrial, com publicação de mais de 280 artigos em revistas científicas, como prova do potencial inovador da rede e da capacidade de melhorar a produtividade e oportunidades das empresas nacionais.

6. Conclusões

O artigo procurou destacar as principais iniciativas brasileiras no campo de redes de colaboração, em especial à Rede de Pesquisa Colaborativa IFM. O embasamento teórico deu-se por meio dos conceitos e classes de redes, além de destacar as melhores práticas e dificuldades presenciadas durante o ciclo de vida das redes de colaboração. Os principais projetos, grupos de pesquisa e programas de apoio governamental brasileiros foram descritos. Foi dada uma ênfase à Rede de Pesquisa Colaborativa IFM, apresentando seus objetivos, modelo de atuação, aspectos inovativos e contribuições. Como reflexões para trabalhos futuros deve-se destacar que uma vez que a alavanca econômica do Brasil é representada pelas pequenas e médias empresas, uma questão a ser empreendida pelas redes de pesquisa poderia envolver os aspectos sócio-econômicos do país. Os problemas industriais nacionais podem auxiliar a rede de pesquisa a formar recursos humanos com uma visão mais realista do mercado, com um claro entendimento do negócio em si, com domínio de tecnologias de informação e comunicação e maior poder de geração de inovações.

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