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    ESTUDO DE TENSES RESIDUAIS EM JUNTAS SOLDADAS UTILIZANDOO MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

    Guaratinguet - SP2015

    SAMUEL DOMINGOS LEAL

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    SAMUEL DOMINGOS LEAL

    ESTUDO DE TENSES RESIDUAIS EM JUNTAS SOLDADAS UTILIZANDO OMTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

    Dissertao apresentada Faculdade deEngenharia do Campus de Guaratinguet,Universidade Estadual Paulista, para obtenodo ttulo de Mestre em Engenharia Mecnica

    na rea de Projetos.

    Orientador: Prof. Dr. Fernando de AzevedoSilva

    Guaratinguet2015

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    L435eLeal, Samuel Domingos

    Estudo de tenses residuais em juntas soldadas utilizando omtodo dos elementos finitos / Samuel Domingos Leal Guaratinguet : [s.n.], 2015.

    65 f. : il.Bibliografia: f. 65

    Dissertao (Mestrado) Universidade Estadual Paulista,

    Faculdade de Engenharia de Guaratinguet, 2015.Orientador: Prof. Dr. Fernando de Azevedo Silva

    1. Soldagem 2. Tenses residuais I. Ttulo

    CDU 621.791

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    DADOS CURRICULARES

    SAMUEL DOMINGOS LEAL

    NASCIMENTO 03.02.1980 SO PAULO / SP

    FILIAO Sebastio Domingos LealIrene Kameyama Leal

    2001/2006 Curso de GraduaoEngenharia Mecnica Faculdade de Engenharia do Campus deGuaratinguet da Universidade Estadual Paulista.

    2013/2015 Curso de Ps-Graduao em Engenharia Mecnica, nvel deMestrado na Faculdade de Engenharia do Campus deGuaratinguet da Universidade Estadual Paulista.

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    de modo especial, minha famlia, onde sempre encontro apoio

    e motivao para superar as dificuldades.

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    AGRADECIMENTOS

    Em primeiro lugar a Deus, que me guiou durante essa jornada, como sempre o fez em

    toda a minha vida,

    ao Prof. Dr. Fernando de Azevedo Silva, que sempre acreditou que seria possvel e me

    orientou durante este trabalho,

    a minha noiva Michelle, que sempre esteve ao meu lado, me incentivando mesmo nas

    horas mais difceis,

    a Alstom, que sempre me proporcionou um ambiente de trabalho de muitos desafios e

    aprendizado e em especial ao Engenheiro Alencar Ribeiro de Carvalho, padrinho dos ps-

    graduandos, que sempre tem um bom consenho para compartilhar,ao amigo e Prof. Dr. Erick Siqueira Guidi pelo apoio nas simulaes e pelas conversas

    descontradas nas horas de descano,

    e a todos que de alguma forma contribuiram para que este trabalho fosse concludo.

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    Os passos para o sucesso so simples: decida o que

    voc quer. Verifique preo. Pague o preo.

    B. Hunt

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    LEAL, S. D. Estudo de tenses residuais em juntas soldadas utilizando o mtodo dos

    elementos finitos. 2015. 65 f. Dissertao (Mestrado em Engenharia Mecnica) Faculdade

    de Engenharia do Campus de Guaratinguet, Universidade Estadual Paulista, Guaratinguet,

    2015.

    RESUMO

    Este trabalho teve como proposta estudar as tenses residuais em uma junta de topo, soldada

    atravs do processo de arco submerso. Um modelo em elementos finitos do tipo slido foi

    construdo no programa ANSYS, o qual foi usado em uma anlise trmica-estrutural

    transiente, com o objetivo de se obter o histrico de temperaturas e as tenses residuais. As

    propriedades dos materiais foram consideradas em funo da temperatura e a fonte de calor

    foi modelada atravs de temperaturas prescritas nos ns dos elementos da solda. Utilizou-se

    elementosBirth and Deathpara simular a deposio do metal de adio somente na anlise

    trmica. Os resultados da anlise trmica foram comparados com um trabalho de referncia,

    apresentando boa correlao. Verificou-se que o modelo da fonte de calor tem relao direta

    com o formato e tamanho da poa de fuso e com os gradientes de temperatura na regio da

    solda e zona termicamente afetada. A anlise mecnica tambm foi comparada com os

    resultados de uma referncia, onde verificou-se boa concordncia para as deformaes

    elsticas longitudinais (direo da solda). O perfil das deformaes na direo transversal

    apresentou certa concordncia com os resultados da referncia, porm, os valores absolutos

    mostraram grande divergncia.

    PALAVRAS-CHAVE: Processos de soldagem. Tenses residuais. Mtodo dos elementosfinitos.

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    LEAL, S. D. Study of residual stresses in welded joints using the finite element method.

    2015. 65 f. Dissertation (Masters Degree in Mechanical Engineering) Faculdade de

    Engenharia do Campus de Guaratinguet, Universidade Estadual Paulista, Guaratinguet,

    2015.

    ABSTRACT

    This work aimed to study the residual stresses in a butt joint welded by submerged arc process

    (SAW). A finite element model was built with solid elements in ANSYS program, which was

    used in a transient thermal-structural analysis, with the purpose of obtaining the temperature

    history and residual stresses. The properties of the materials were considered as a function of

    temperature and the heat source was modeled using prescribed temperatures in nodes of the

    weld elements. Birth and death elements were used to simulate the metal deposition only in

    thermal analysis. The results of the thermal analysis were compared with a reference work,

    showing good agreement. It was found that the heat source model is directly related to the

    shape of the weld pool and the temperature gradients in the weld region and heat affected

    zone. The mechanical analysis was also compared with the results of a reference with a good

    agreement for the longitudinal elastic deformations (welding direction). The elastic

    deformations profile in transverse direction showed some agreement with the reference results

    but the absolute values showed great divergence.

    KEYWORDS: Welding processes. Residual stresses. Finite element method.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Curva tenso-temperatura para a barra central do sistema de trs barras. ............. 21

    Figura 2 Representao das mudanas de temperatura e tenses durante a soldagem. ........ 22

    Figura 3 Modelo tridimensional para fluxo de calor durante a soldagem. ........................... 24

    Figura 4 Ciclos trmicos obtidos do modelo de ROSENTHAL. ......................................... 25

    Figura 5 Coeficientes de troca trmica por conveco, radiao e total. ............................. 27

    Figura 6 Superfcie de escoamento de von Mises. ............................................................... 29

    Figura 7 Representao esquemtica do encruamento cinemtico. ..................................... 30

    Figura 8 Representao esquemtica do encruamento isotrpico. ....................................... 30

    Figura 9 Eficincia da fonte de calor em diversos processos de soldagem. ......................... 32

    Figura 10 Efeito da densidade de potncia sobre o formato da poa de fuso. .................... 33

    Figura 11 Exemplos de fonte de calor superficiais............................................................... 34

    Figura 12 Fonte de calor volumtrica Gaussiana radial. ...................................................... 35

    Figura 13 Fonte de calor volumtrica duplo-elipsoidal. ....................................................... 35

    Figura 14 Curva de condutividade trmica em funo da temperatura. ............................... 38

    Figura 15 Curva de densidade em funo da temperatura.................................................... 39

    Figura 16 Curva de calor especfico em funo da temperatura. ......................................... 39

    Figura 17 Curva de entalpia em funo da temperatura. ...................................................... 41

    Figura 18 Tenso de escoamento em funo da temperatura. .............................................. 42

    Figura 19 Mdulo de Young em funo da temperatura. ..................................................... 43

    Figura 20 Coeficiente de Poisson em funo da temperatura. ............................................. 44

    Figura 21 Coeficiente de expanso trmica em funo da temperatura. .............................. 44

    Figura 22 Dimenses da chapa. ............................................................................................ 45

    Figura 23 Geometria da junta soldada. ................................................................................. 46

    Figura 24 Geometria do elemento trmico SOLID70. ......................................................... 47Figura 25 Discretizao do modelo em elementos finitos. ................................................... 47

    Figura 26 Discretizao do modelo em elementos finitos. ................................................... 48

    Figura 27 Modelo em elementos usado no trabalho de referncia. ...................................... 48

    Figura 28 Distribuio do calor na solda (trabalho de referncia). ...................................... 49

    Figura 29 Tamanho da poa de fuso obtida do trabalho de referncia. .............................. 50

    Figura 30 Elementos ativos antes da execuo da solda. ..................................................... 51

    Figura 31 Ativao e aplicao da temperatura aos elementos do primeiro passo. ............. 51Figura 32 Aplicao da temperatura aos elementos no passo 2. .......................................... 52

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    Figura 33 Aplicao da conveco no modelo em EF. ........................................................ 53

    Figura 34 Condio de simetria aplicada ao modelo EF (anlise mecnica). ...................... 54

    Figura 35 Distribuio de temperaturas aps 40s. ................................................................ 55

    Figura 36 Distribuio de temperaturas aps 80s. ................................................................ 56

    Figura 37 Detalhe da poa de fuso durante a anlise transiente. ........................................ 56

    Figura 38 Ns para avaliao da curva de resfriamento. ...................................................... 57

    Figura 39 Curvas de temperatura em funo do tempo. ....................................................... 58

    Figura 40 Curvas de temperatura em funo do tempo (HANSEN 2003). .......................... 58

    Figura 41 Tenses longitudinais, SX (MPa). ...................................................................... 59

    Figura 42 Tenses transversais, SY (MPa). ......................................................................... 60

    Figura 43 Distribuio de tenses residuais em uma junta de topo...................................... 60Figura 44 Deformaes elsticas longitudinais, x(mm/mm). ............................................. 61

    Figura 45 Deformaes elsticas longitudinais, y(mm/mm). ............................................. 62

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    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    SAW Submerged Arc WeldingLBW Laser Beam WeldingPAW Plasma Arc WeldingGTAW Gas-Tungsten Arc WeldingSMAW Shielded Metal Arc WeldingGMAW Gas-Metal Arc WeldingEBW Electron Beam WeldingEF Elementos FinitosCAD Computer Aided DesignCAE Computer Aided EngineeringZF Zona FundidaZTA Zona Termicamente Afetada

    DIN Deutsches Institut fr Normung

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    LISTA DE SMBOLOS

    A rea tenso normal

    M momento densidadecp calor especficoT temperaturat tempo calor externo por unidade de volumek condutividade trmicaT0 temperatura inicialQ calor transferido para a peaR posio radial a partir da origem (x2+y2+z2)1/2v velocidade da fonte de calor difusividade trmica = k/CpqB calor externo fornecido por unidade de volumeqS fluxo de calor por unidade de reaqconv calor perdido por convecohconv coeficiente de pelculaqrad calor dissipado por radiaos emissividade da superfcieB constante de Boltzmann{} vetor de tenses[D] matriz de rigidez elstica

    {el} vetor de deformaes elsticas{} vetor de deformaes total{pl} vetor de deformaes plsticas{cr} vetor deformao devido flunciae tenso equivalenteVM tenso de von Mises1,2,3 tenses principaisy tenso de escoamento multiplicador plsticoV tenso eltrica

    I corrente eltrica eficincia do arco eltricoQnom energia gerada pelo arco eltricoh entalpiaL calor latentefs frao de slido na faixa de temperatura de mudana de faseE mdulo de elasticidadelat deformao lateralaxial deformao axial coeficiente de Poissonx deformao longitudinalaxial deformao transversal

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    SUMRIO

    1.

    INTRODUO............................................................................................ 15

    1.1. CONSIDERAES GERAIS .............................................................................. 15

    1.2. MOTIVAO E OBJETIVOS ............................................................................ 16

    1.3. REVISO BIBLIOGRFICA ............................................................................. 18

    1.4. ESTRUTURA DA DISSERTAO .................................................................... 19

    2.

    FUNDAMENTOS TERICOS..................................................................... 20

    2.1.

    TENSES RESIDUAIS - CONCEITOS FUNDAMENTAIS ............................. 20

    2.2.

    MODELAGEM COMPUTACIONAL DO PROCESSO DE SOLDAGEM ....... 23

    2.2.1. Anlise trmica ..................................................................................................... 23

    2.2.2. Anlise mecnica .................................................................................................. 27

    2.2.3. Modelagem da fonte de calor ................................................................................ 31

    2.2.3.1. Modelagem analtica ............................................................................................. 33

    2.2.3.2. Modelagem numrica ............................................................................................ 34

    2.2.4.

    Modelagem dos materiais ..................................................................................... 36

    2.2.4.1. Propriedades trmicas ........................................................................................... 37

    2.2.4.1.1. Condutividade trmica .......................................................................................... 37

    2.2.4.1.2. Densidade .............................................................................................................. 38

    2.2.4.1.3. Calor especfico .................................................................................................... 39

    2.2.4.1.4. Calor latente .......................................................................................................... 40

    2.2.4.2.

    Propriedades mecnicas ........................................................................................ 41

    2.2.4.2.1.

    Tenso de escoamento .......................................................................................... 42

    2.2.4.2.2. Mdulo de elasticidade ......................................................................................... 42

    2.2.4.2.3. Coeficiente de Poisson .......................................................................................... 43

    2.2.4.2.4. Coeficiente de expanso trmica .......................................................................... 44

    3. MODELAGEM DA JUNTA SOLDADA....................................................... 45

    3.1. GEOMETRIA ....................................................................................................... 45

    3.2. DISCRETIZAO DO MODELO EM ELEMENTOS FINITOS ...................... 46

    3.3. MODELAGEM DA FONTE DE CALOR NO MODELO EM EF ..................... 48

    3.4.

    CONDIES DE CONTORNO .......................................................................... 52

    4.

    RESULTADOS E DISCUSSO.................................................................... 55

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    4.1.

    ANLISE TRMICA .......................................................................................... 55

    4.2. ANLISE MECNICA ....................................................................................... 59

    5.

    CONCLUSES E SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS............... 63

    5.1.

    CONCLUSES .................................................................................................... 63

    5.2. SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................ 64

    6.

    REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS........................................................... 65

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    1. INTRODUO

    1.1. CONSIDERAES GERAIS

    Estruturas soldadas tm sido largamente utilizadas na indstria moderna uma vez que

    apresentam uma srie de vantagens sobre outros processos de fabricao, tais como fundio,

    forjamento e estruturas unidas por juntas rebitadas. De fato, estruturas como as utilizadas

    atualmente em produtos de alta responsabilidade como por exemplo em foguetes espaciais,

    submarinos e vasos de presso, no poderiam ser construdas sem a aplicao de algum tipo

    de processo de soldagem.Algumas vantagens se destacam quando comparadas com uma unio por rebites: a alta

    eficincia da junta soldada que pode em alguns casos chegar a 100%; a estanqueidade contra

    ar e gua, difceis de obter em uma unio rebitada; a reduo do peso da estrutura e

    consequente reduo dos custos de fabricao; a possibilidade de execuo de juntas mais

    simplificadas enquanto em unies rebitadas, eventualmente, juntas mais complexas so

    necessrias; no apresenta limite para a espessura da junta enquanto uma junta rebitada com

    mais de duas polegadas se torna impraticvel.

    As estruturas soldadas no so, no entanto, livres de defeitos. Dentre os mais relevantes

    e desafiadores esto a dificuldade em segurar a propagao de uma trinca, a maior

    suscetibilidade a defeitos metalrgicos (porosidades, incluses de escria, trincas, etc.), a

    dificuldade de soldagem dependendo da composio qumica (aos de alta resistncia e ligas

    de alumnio so mais suscetveis a trincas e porosidade, respectivamente) e a possibilidade de

    gerao de tenses residuais e distores. Estas ltimas tm sido alvo constante dos

    engenheiros e projetistas pois esto altamente relacionados com a manufatura e a vida til dos

    componentes em operao. Tenses residuais podem afetar a vida em fadiga, seja

    prolongando (tenses compressivas) ou encurtando a vida do componente (tenses de trao),

    enquanto distores oriundas da soldagem podem reduzir a resistncia a flambagem de

    estruturas.

    A simulao computacional por elementos finitos (EF) do processo de soldagem

    extremamente complexa, devido, entre outros fatores, a grande complexidade geomtrica e

    das condies de contorno e do comportamento no linear dos materiais envolvidos.

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    Os estudos sobre as tenses residuais em componentes soldados se iniciaram na dcada

    de 1940, porm, sua aplicao em problemas reais e desenvolvimento de produtos s passou a

    ser economicamente vivel com o avano dos recursos computacionais, principalmente na

    ltima dcada. No estgio atual, sua aplicao j extendida a outros setores como refinarias,

    automotivo, aeroespacial, micro eletrnica, dentre outros.

    Com o avano dos estudos nessa rea e o exponencial crescimento do desempenho dos

    computadores, as anlises computacionais dos processos de soldagem esto se tornando mais

    comuns, ao passo que os mtodos de medio experimental em laboratrio ainda apresentam

    custos elevados alm de algumas limitaes.

    1.2. MOTIVAO E OBJETIVOS

    As tenses residuais geradas durante a soldagem, como mencionado anteriormente, tm

    grande influncia na vida em servio de um componente mecnico. Segundo MASUBUCHI

    (2005), quando tenses residuais esto presentes em regies de discontinuidades geomtricas,

    fraturas frgeis podem ocorrer mesmo em condies de baixas tenses de trabalho. Almdisso, segundo mesmo autor, as tenses residuais compressivas e distores iniciais (devido a

    soldagem) reduzem a resistncia a flambagem de estruturas. Desse modo, o estudo das

    tenses residuais e distores devido aos processos de soldagem pode trazer grandes

    benefcios no desenvolvimento do projeto e/ou processo de fabricao de um produto, sendo

    este a principal motivao para o desenvolvimento deste trabalho.

    Em linhas gerais, este trabalho tem como objetivo principal a anlise e compreenso dos

    fenmenos fsicos envolvidos na simulao numrica (por meio do mtodo dos elementosfinitos) de um processo de soldagem por fuso. A simulao de um processo de soldagem se

    desenvolve basicamente em duas etapas:

    Uma anlise trmica com o objetivo de se obter a distribuio das temperaturas em

    todos os pontos da junta soldada;

    Uma anlise estrutural com o objetivo de se obter a distribuio das tenses

    mecnicas e distores na junta soldada.

    importante salientar que o processo de soldagem envolve fenmenos de alta

    complexidade, como transferncia de calor, fluidodinmica, transformaes microestruturais,

    deformaes, difuso de elementos qumicos, dentre outros.

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    Estes fenmenos se relacionam entre si com maior ou menor grau de influncia, sendo

    necessrio uma compreenso de todos na execuo da anlise e interpretao dos resultados

    obtidos.

    Alm do exposto anteriomente, este trabalho tm como objetivo, analisar por meio do

    mtodo dos elementos finitos, uma junta de topo (butt weld) soldada com o processo de arco

    submerso. A escolha dessa junta como objeto de estudo se justifica, pois se trata de uma junta

    simples, o que reduz parcialmente a complexidade da anlise permitindo, porm, o estudo de

    grande parte dos fenmenos envolvidos. Tanto a geometria quanto as propriedades dos

    materiais e as condies de processo sero baseadas na tese de doutorado de HANSEN

    (2003). Em seu trabalho, foram realizadas medies das temperaturas e das tenses residuais

    para comparao com o resultado da simulao.Os resultados, tanto da anlise trmica (histrico de temperaturas) quanto da mecnica

    (tenses residuais) sero comparados com os do trabalho de referncia, com o objetivo de

    validar a metodologia aplicada em cada anlise.

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    1D. ROSENTHAL. Mathematical Theory of Heat Distribution During Welding and Cutting. Welding Journal20, 1941.2EAGAR T. e TSAI N. Temperature Fields Produced by traveling Distributed heat Sources. Weld Journal 62,1983.

    18

    1.3. REVISO BIBLIOGRFICA

    Os primeiros modelos analticos aplicados a soldagem datam da dcada de 1940.

    ROSENTHAL1, apud MASUBUCHI (1980) props um modelo analtico para uma fonte de

    calor se movendo velocidade constante ao longo de uma placa plana. Desconsiderando os

    efeitos transientes do incio e final do processo de soldagem, este modelo pode ser

    considerado estacionrio, onde a distribuio de temperatura e a geometria da poa de fuso

    no se alteram com o tempo, o que simplifica o tratamento matemtico do fluxo de calor.

    Alm disso, as seguintes simplificaes foram feitas no modelo de ROSENTHAL:

    Fonte de calor pontual;

    Calor de fuso desprezvel;

    Propriedades trmicas constantes;

    Sem perdas de calor atravs da superfcie da placa e sem conveco atravs da poa

    de fuso.

    Este modelo de ROSENTHAL, embora simplificado e com muitas limitaes, de fcil

    utilizao e foi de grande apreo pela indstria em anlises de processos de soldagem.

    Nas dcadas seguintes o modelo de ROSENTHAL foi sendo refinado, incluindo

    aspectos no lineares, bem como uma distribuio Gaussiana para o fluxo de calor, proposto

    por EAGAR e TSAI2(1983), apud LOURENCO et al., (2014). At a dcada de 1980, devido

    a limitao do recurso computacional, todos os modelos consideravam anlises

    bidimensionais simplificadas, embora a maioria dos processos de soldagem resultam em

    estados tridimensionais de tenso e deformao. Em meados da dcada de 1980, GOLDAK

    (1984) props um modelo tridimensional para a fonte de calor, baseado em duas elipses.

    LINDGREN (2005) apresentou os aspectos mais relevantes da aplicao do mtodo dos

    elementos finitos na anlise trmica, metalrgica e mecnica do processo de soldagem por

    fuso, incluindo uma reviso abrangente das publicaes at meados do ano de 2000. O autor

    ressaltou que as diferentes abordagens que incluem desde modelos simplificados 2D at os

    modelos 3D com malhas muito refinadas podem gerar resultados satisfatrios, dependendo do

    escopo e da preciso desejada.

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    ZHU e CHAO (2002) estudaram o efeito das propriedades dos materiais em funo da

    temperatura na simulao do processo de soldagem. Seus estudos sugerem que a

    condutividade trmica e a tenso de escoamento somente, tm efeitos significativos na

    distribuio de temperaturas e tenses residuais, respectivamente, em processos de soldagem.

    As demais propriedades, se consideradas constantes temperatura ambiente, proporcionam

    resultados satisfatrios para os campos de temperatura transiente, tenses residuais e

    distores.

    BHATTI e BARSOUM (2012) propuseram uma nova metodologia para simulao

    termo-estrutural de um processo de soldagem, denominado Rapid Damping. Nesta

    abordagem, a anlise mecnica estrutural, ao invs de simular a deposio do material com

    vrios load steps (como feito na anlise trmica), utiliza somente o resultado do ltimoload step da anlise trmica e aplica as temperaturas em um nico passo. Isso permite uma

    reduo expressiva no tempo de processamento, com resultados satisfatrios.

    LOURENCO et al. (2014) investigou a influncia das restries fsicas (condies de

    contorno) nas tenses residuais e distores em processos de soldagem usadas em reparos. De

    acordo com os resultados obtidos na simulao e nos experimentos realizados, as tenses

    residuais transversais, deslocamento vertical, distoro angular e contrao transversal so

    fortemente influenciados pelas condies de contorno impostas, enquanto as tenses residuaislongitudinais no sofrem influncia significativa.

    1.4. ESTRUTURA DA DISSERTAO

    O captulo 2 apresenta os fundamentos da simulao por elementos finitos do processo

    de soldagem. Ser apresentada uma breve explicao sobre a origem das tenses residuais em

    componentes soldados e os aspectos mais importantes na anlise trmica e mecnica, tais

    como modelagem da fonte de calor e propriedades dos materiais.

    O modelo computacional em elementos finitos apresentado no captulo 3. Sero

    apresentados os detalhes do modelo, como dimenses, caractersticas do elemento finito e da

    malha utilizados, condies de contorno e informaes do processo de soldagem real.

    Os resultados obtidos so apresentados no captulo 4, juntamente com os resultados do

    trabalho de referncia, para anlise e comparao.

    Concluses e sugestes para trabalhos futuros so apresentados no captulo 5.

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    2. FUNDAMENTOS TERICOS

    2.1. TENSES RESIDUAIS - CONCEITOS FUNDAMENTAIS

    As tenses residuais so esforos internos auto-equilibrados, ou seja, so tenses

    mecnicas que existem sem a aplicao de nenhuma fora externa. Assim, as foras e

    momentos resultantes produzidos por essas tenses em um corpo devem sempre se anular: (1)e

    (2)Quando um corpo sujeito a mudanas de temperatura no uniformes, tenses residuaistambm so geradas e neste caso chamadas de tenses trmicas.

    Dependendo da escala em que seus efeitos atuam e dos mecanismos de sua formao, as

    tenses residuais podem ser classificadas em macroscpica ou microscpica. As tenses

    macroscpicas atuam em grandes regies de uma estrutura e so devido a interaes entre

    temperatura, tenses, deformaes e deslocamentos. Por outro lado, as tenses microscpicas

    atuam em nveis de microestrutura ou menores (atmico) e esto relacionadas ao crescimento

    e morfologia dos gros e defeitos cristalinos. As tenses residuais trmicas so portanto,

    tenses macroscpicas.

    O mecanismo de gerao das tenses trmicas durante a soldagem pode ser explicado

    pelo sistema de trs barras mostrado na Figura 1.

    As trs barras idnticas so conectadas rigidamente nas extremidades de forma que o

    deslocamento total das mesmas nulo. temperatura ambiente as barras esto livres de

    tenses. A barra central ento aquecida gerando tenses compressivas na mesma, uma vez

    que sua expanso restringida. As barras laterais so submetidas a tenso de trao

    correspondente em mdulo a metade da tenso de compresso da barra central. A tenso na

    barra central atinge o limite de escoamento a medida que a temperatura se eleva, gerando

    deformaes plsticas. Quando o aquecimento removido e a barra se resfria, a tenso de

    compresso se reduz at se anular e mudar para trao. A tenso residual de trao resultante

    na barra central tem a magnitude da tenso de escoamento a temperatura ambiente enquanto

    nas barras laterais atuam tenses de compresso equivalentes a metade da tenso de

    escoamento (KOU, 2003).

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    Em uma junta soldada, o comportamento do cordo de solda anlogo ao da barra

    central, enquanto as barras laterais se assemelham as regies afastadas do cordo.

    Figura 1 Curva tenso-temperatura para a barra central do sistema de trs barras.

    Fonte: (Elaborado pelo autor).

    A Figura 2 apresenta uma representao de como variam as temperaturas e tenses (x)

    em vrias sees ao longo da direo da solda. A Figura 2(a) mostra a regio termicamente

    afetada em que ocorrem deformaes plsticas e tambm a regio fundida em formato

    circular. A regio fora da zona hachurada apresenta apenas deformaes elsticas ao longo da

    soldagem.

    A Figura 2(b) mostra a distribuio de temperaturas ao longo do processo. A seo A-Ano apresenta gradiente trmico uma vez que ainda no foi afetada pela solda. Na seo B-B a

    temperatura atinge seu mximo na regio fundida e apresenta um grande gradiente trmico em

    relao as regies afastadas do arco eltrico. Na seo C-C, pouco distante do arco eltrico, a

    temperatura na regio da solda est diminuindo enquanto nas regies mais afastadas a

    temperatura se eleva. A regio D-D, aps equilbrio no apresenta gradiente trmico.

    A Figura 2(c) apresenta a distribuio das tenses na direo x, x, nas sees ao longo

    da solda. Na seo A-A, as tenses trmicas devido a solda so praticamente nulas.

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    Ao longo da seo B-B, as tenses na regio fundida so nulas uma vez que o metal

    fundido no capaz de suportar nenhuma carga.

    Prximo a regio fundida, so produzidas tenses de compresso devido a expanso

    trmica restringida pelas regies adjacentes (mais frias). Em regies afastadas as tenses de

    compresso so balanceadas por tenses de trao. Na seo C-C, a regio da solda e as

    regies prximas a esta no metal base se resfriaram e tendem a se contrair, gerando tenses de

    trao. Nas regies mais afastadas as tenses se alternam entre compresso prximo a regio

    mais quente e trao novamente nas regies mais frias. Na seo D-D tenses de trao da

    ordem do limite de escoamento so geradas na regio prximas a solda enquanto tenses de

    compresso surgem nas regies afastadas da solda. Este o estado de tenses de permanece

    aps o trmino do processo de soldagem.

    Figura 2 Representao das mudanas de temperatura e tenses durante a soldagem.

    Fonte: (MASUBUCHI, 1980).

    Alm dos mecanismos descritos anteriormente, baseados nas deformaes plsticas do

    material devido as restries mecnicas, outros fatores tambm devem se considerados em

    uma anlise de um processo de soldagem (MASUBUCHI, 2005):

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    Efeito das transformaes metalrgicas. Algumas ligas passam por

    transformaes metalrgicas durante o ciclo trmico como por exemplo as

    transformaes martensticas que ocorrem nos aos de alta resistncia e baixa

    liga durante o resfriamento. A expanso causada pela formao da martensita

    tende a reduzir a tenso residual na regio prxima da solda.

    Efeito da movimentao das chapas durante a soldagem. Diferente de um

    processo de deposio sobre uma chapa, como mostrado na figura 2, em uma

    soldagem real as chapas podem se movimentar entre si durante o processo, o que

    pode gerar distores na pea final. No caso de uma soldagem em multi-passes,

    deve-se considerar que o movimento pode ocorrer somente durante o primeiro

    passe.

    Neste trabalho as transformaes microestruturais no sero consideradas.

    2.2. MODELAGEM COMPUTACIONAL DO PROCESSO DE SOLDAGEM

    Conforme explicado anteriormente, a modelagem por elementos finitos da soldagem

    feito em duas etapas: uma anlise trmica, onde registrado o histrico das temperaturas

    desenvolvidas durante o processo e uma anlise mecnica com o objetivo de se obter a

    distribuio das tenses residuais e distores.

    As anlises so realizadas de forma independentes entre si, pois se assume que os

    fenmenos esto desacoplados. Isso significa que, embora as temperaturas tenham influncia

    direta nas deformaes e tenses mecnicas, o inverso no verdadeiro, ou seja, as

    deformaes no influenciam o campo de temperaturas.

    2.2.1. Anlise trmica

    Essencialmente, a anlise trmica do processo de soldagem consiste na soluo da

    equao (3) da conduo do calor em um slido (Lei de Fourier) para uma dada condio

    inicial e de contorno.

    (3)

    Onde:

    = densidade

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    cp= calor especfico

    T = temperatura

    t = tempo

    = calor externo por unidade de volumek = condutividade trmica importante ressaltar que, embora no explicito na equao acima, as propriedades

    fsicas densidade e calor especfico variam com a temperatura, o que torna o problema

    matemtico da soldagem no linear.

    O primeiro modelo matemtico constitudo com o objetivo de analisar a conduo de

    calor em um slido a partir de uma fonte de calor em movimento atribudo a ROSENTHAL

    no final da dcada de 1930:

    (4)Onde:

    T0= temperatura inicial da pea

    Q = calor transferido para a pea

    R = posio radial a partir da origem (x2+y2+z2)1/2

    v = velocidade da fonte de calor

    = difusividade trmica = k/Cp

    Este modelo, conforme descrito no item 1.4, considerava uma srie de simplificaes.

    Na Figura 3 apresentado o modelo de ROSENTHAL para o fluxo de calor em 3 dimenses.

    Atravs deste modelo possvel calcular a temperatura T(x,y,z) em qualquer posio da chapa

    em relao a fonte de calor.

    Figura 3 Modelo tridimensional para fluxo de calor durante a soldagem.

    Fonte: (Adaptado, KOU, 2003).

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    Convertendo a posio x em tempo t, atravs da relao t = (x - 0) / V, pode-se

    obter as curvas de temperatura em funo do tempo (ciclos trmicos), conforme mostrado na

    Figura 4.

    Figura 4 Ciclos trmicos obtidos do modelo de ROSENTHAL.

    Fonte: (Adaptado, KOU, 2003).

    Observa-se na Figura 4, uma das limitaes deste modelo, caracterizada pela

    singularidade da funo na origem da fonte de calor, resultado da aproximao da mesma por

    um ponto (fonte de calor pontual).Devido complexidade de se representar analiticamente os fenomenos envolvidos na

    anlise trmica de um processo de soldagem, tais como a geometria da fonte de calor, as

    propriedades fsicas em funo da temperatura, dentre outros, e devido ao avano tecnolgico

    dos recursos computacionais, o mtodo dos elementos finitos tem sido largamente utilizado

    nessas aplicaes.

    Para a soluo por meio do mtodo dos elementos finitos o princpio das temperaturas

    virtuais aplicado sobre a equao (5):

    (5)Onde,

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    indica que a distribuio das temperaturas virtuais est sendo considerada. qB ocalor externo fornecido por unidade de volume e qS o fluxo de calor por unidade de rea.

    A equao (3) discretizada em elementos finitos onde as incgnitas passam a ser as

    temperaturas nos ns. Atravs das funes de interpolao dos elementos a distribuio de

    temperaturas sobre os elementos do domnio pode ser obtida.

    Os fenmenos da conveco e da radiao so tratados no modelo em elementos finitos

    como condies de contorno.

    A conveco atravs das superfcies em contato com o ar promove o resfriamento da

    junta soldada e tratada atravs da Lei do resfriamento de Newton (6):

    (6)onde,qconv= calor perdido por conveco

    hconv= coeficiente de pelcula

    A = rea em contato com o fluido

    T = temperatura da superfcie quente

    T0= temperatura do fluido

    O coeficiente de pelcula (hconv) depende de diversos fatores, como as propriedades

    fsicas e velocidade do fluido, temperatura, etc.

    O resfriamento tambm ocorre devido a radiao. As perdas por radiao podem ser

    tratadas atravs da lei de Stefan-Boltzmann: (7)onde,

    qrad= calor dissipado por radiao

    s= emissividade da superfcie

    B= constante de Boltzmann (5,67.10-8W/m2C4)

    Neste trabalho, considerou-se uma condio de contorno baseado em ambos os efeitos,

    conveco e radiao, atravs de um coeficiente de pelcula equivalente. Esta abordagem foi

    utilizada por HANSEN (2003) em seu trabalho de doutorado, com o objetivo de reduzir o

    tempo computacional de processamento. A Figura 5 apresenta as curvas do coeficiente de

    pelcula de conveco, do equivalente em radiao e da soma destes em funo da

    temperatura.

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    Figura 5 Coeficientes de troca trmica por conveco, radiao e total.

    Fonte: (Adaptado, HANSEN, 2003).

    Como condio inicial se considerou que todos os componentes esto temperatura

    inicial e ambiente de 30C.

    2.2.2. Anlise mecnica

    A anlise mecnica permite o clculo das tenses residuais na junta soldada, a partir do

    histrico de temperaturas obtido na anlise trmica. Embora as anlises sejam independentes,

    necessrio que as malhas em ambos os casos sejam semelhantes, pois o acoplamento entre

    as mesmas feito n a n, transferindo as tamperaturas obtidas na anlise trmica para os ns

    do modelo mecnico estrutural (LINDGREN, 2005).

    Essencialmente, uma anlise estrutural linear elstica consiste na soluo da equao (8)

    abaixo: (8)Onde,

    {} = vetor de tenses = {x, y, z, xy, yz, xz}

    [D] = matriz de rigidez elstica

    {el} = vetor de deformaes elsticas = {el} = {} - {th}

    {} = vetor deformao total = {x, y, z, xy, yz, xz}

    {th} = vetor de deformao trmica

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    (9)Onde,

    T = T - Tref

    T = temperatura no ponto de anlise

    Tref= temperatura de referncia

    x,y,z= coeficiente de expanso trmica nas direes x, y e z.

    No caso de uma anlise envolvendo nateriais com comportamentos no-lineares, o vetor

    de deformao passa a ser:

    (10)

    Onde,

    {} = vetor deformao total

    {el} = vetor deformao elstica

    {pl} = vetor deformao plstica

    {cr} = vetor deformao devido fluncia

    Na simulao por elementos finitos de um processo de soldagem, as deformaes

    trmica, elsticas e plsticas so necessrias para a obteno das tenses residuais. As

    deformaes devido a fluncia no so usualmente consideradas, uma vez que o tempo em

    que os componentes permanecem a altas temperaturas relativamente curto (HANSEN,

    2003).

    Embora as deformaes plsticas sejam as responsveis pelo desenvolvimento das

    tenses residuais, as deformaes elsticas representam um papel fundamental na anlise e

    comparao das tenses com medies experimentais. Normalmente os mtodos de medio

    experimental efetivamente medem as deformaes elsticas que depois so convertidas em

    tenses atravs das relaes de elasticidade (Lei de Hook).

    A simulao da plasticidade no modelo em elementos finitos considera trs critrios

    (ANSYS, 2012): critrio do escoamento (yield criterion), regra do escoamento (flow rule) e a

    regra do encruamento (hardening rule).

    O critrio do escoamento define o ponto em que o escoamento se inicia. Esse limite

    acima do qual existe o escoamento definido em funo dos componente do tensor de tenso

    sendo o mais comum e utilizado neste trabalho o critrio de von Mises.

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    (11)Onde,

    1, 2e 3so tenses principais.Assim, o escoamento se iniciar quando a tenso equivalente atingir o limite de

    escoamento do material y: (12)A tenso equivalente no poder em nenhum momento ultrapassar o limite de

    escoamento do material, pois neste caso ocorrero deformaes plsticas que retornaro a

    tenso para o nvel do escoamento. A superfcie de escoamento da Equao (11) apresenta o

    formato da Figura 6.

    Figura 6 Superfcie de escoamento de von Mises.

    Fonte: (Elaborado pelo autor).

    A regra do encruamento (hardening rule) descreve as alteraes na superfcie de

    escoamento a medida que este ocorre. Duas regras so apresentadas a seguir, o encruamento

    cinemtico (kinematic hardening) e o encruamento isotrpico (isotropic hardening).

    O encruamento cinemtico assume que a superfcie de escoamento permanece constante

    em tamanho e se desloca no espao de tenses a medida que o escoamento avana, conforme

    mostrado na Figura 7.

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    Pode-se observar que o escoamento em compresso subsequente reduzido na mesma

    porporo em que o escoamento em trao aumentado, de modo que o valor de 2y

    sempre mantido. Isso conhecido como efeito Bauschinger (ANSYS, 2012). Para simulaes

    onde grandes deformaes so esperadas o encruamento cinemtico pode ser inadequado

    devido ao efeito Baushinger.

    Figura 7 Representao esquemtica do encruamento cinemtico.

    Fonte: (Adaptado, ANSYS, 2012).

    No encruamento isotrpico a superfcie de escoamento permanece centrada sobre a

    linha de centro inicial e somente aumenta em tamanho a medida e o escoamento ocorre,

    conforme mostrado na Figura 8. Pode-se observar que neste caso, o escoamento subsequente

    em compresso igual ao maior valor de escoamento observado no ciclo em trao. Este

    modelo de encruamento no recomendado para modelos submetidos a carregamentos

    cclicos.

    Figura 8 Representao esquemtica do encruamento isotrpico.

    Fonte: (Adaptado, ANSYS, 2012).

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    A regra do escoamento (flow rule) define a relao entre os incrementos de deformao

    plstica e as tenses. Em outras palavras ele define como os componentes de deformao (xpl,

    ypl, etc.) se desenvolvem durante a plastificao.

    (13)Onde,

    = multiplicador plstico, que define a quantidade de deformao plstica.

    R = funo de tenso, denominado potencial plstico. Se R funo do escoamento, a

    regra do escoamento denominada associativa e as deformaes plsticas ocorrero em

    direo normal a superfcie de escoamento.

    Neste trabalho o modelo de plastificao adotado o encruamento cinemtico,

    considerando portanto o efeito Baushinger.

    2.2.3. Modelagem da fonte de calor

    A modelagem da fonte de calor um dos aspectos mais importantes em uma simulao

    de um processo de soldagem. A energia fornecida pelo arco eltrico responsvel pelo

    aquecimento e fuso do metal de adio e metal base e sua correta modelagem responsvel

    pelos gradientes trmicos que daro origem as deformaes plsticas e tenses residuais.

    Durante a soldagem a arco eltrico, somente uma parcela da energia gerada pelo arco,

    dada pelo produto da tenso (V) pela corrente eltrica (I), transferida para a pea, enquanto

    a outra parcela dissipada para o ambiente. A eficincia do arco eltrico ento definida

    como:

    (14)

    Onde Q a energia absorvida pela pea e Qnom a energia gerada pelo arco eltrico. A

    eficincia portanto, um parmetro de grande importncia na anlise trmica e depende do

    processo de soldagem. A Figura 9 apresenta as eficincias da fonte de calor de diversos

    processos de soldagem, obtidos atravs de ensaios calorimtricos.

    Neste trabalho, o processo considerado foi o arco submerso (SAW), o qual possui

    elevada eficincia, conforme mostrado na Figura 9.

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    Figura 9 Eficincia da fonte de calor em diversos processos de soldagem.

    Fonte: (Adaptado, KOU, 2003).

    Outro parmetro de grande importncia a distribuio da energia lquida do arco (Q)

    sobre a pea, comumente denominada densidade de potncia e dada em termos de energia por

    unidade de rea ou volume. Para uma mesma quantidade de energia (Q) e velocidade da fonte

    de calor (v), a penetrao do arco sobre a pea e consequentemente o formato da poa de

    fuso podem ser completamente diferentes, dependendo da densidade de potncia.A Figura 10 mostra o efeito da densidade de potncia sobre uma chapa de 3,2mm. Nesta

    figura tanto a energia lquida aplicada sobre a pea quanto a velocidade da fonte de calor so

    as mesmas em todos os casos, porm a densidade de potncia diferente em cada caso. Na

    Figura 10(a), a rea de aplicao do fluxo de calor bastante reduzida, ou seja, a densidade de

    potncia alta e portanto a penetrao do calor sobre a pea alta. A medida que a densidade

    de potncia diminui, conforme mostrado nas outras figuras, a rea de aplicao do fluxo de

    calor aumenta, e consequentemente a penetrao diminui.

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    Figura 10 Efeito da densidade de potncia sobre o formato da poa de fuso.

    Fonte: (Adaptado, KOU, 2003).

    2.2.3.1. Modelagem analtica

    A modelagem analtica da fonte de calor foi estudada inicialmente por ROSENTHAL,

    conforme descrito no item 2.2.1. Modelos matemticos mais completos foram desenvolvidos

    a partir do modelo de ROSENTHAL, de modo a reproduzir de forma mais realista a

    distribuio do calor sobre a pea, conforme descrito na reviso bibliogrfica.

    Tambm j mencionado, os modelos analticos so limitados, no permitindo reproduzir

    com fidelidade os fenmenos que ocorrem durante a soldagem.

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    1DEPRADEUX, L. Simulation Numerique du Soudage Acier 316L Validation sur Cas Tests de ComplexiteCroissante. 2004. Tese de Doutorado. Ecole Doctorale des Sciences de LIngenieur de Lyon. LInstitut Nationaldes Sciences Appliquees de Lyon

    34

    2.2.3.2. Modelagem numrica

    Os mtodos numricos, no entando, permitem uma anlise detalhada desses fenmenos,

    ficando esta limitada apenas pela memria e capacidade de processamento do computador

    utilizado. Como as simulaes computacionais da fonte de calor so baseadas em modelos

    empricos, necessrio que as simulaes sejam calibradas atravs de mtodos de observao

    experimental.

    A modelagem computacional da fonte de calor pode ser feita basicamente de duas

    formas, com temperaturas prescritas ou com fluxo de calor prescrito.

    No primeiro modelo, aos ns dos primeiros elementos da regio da solda so prescritas

    temperaturas acima da temperatura de fuso do metal. Os ns so mantidos por certo tempo a

    esta temperatura e depois deixados em resfriamento livre enquanto as temperaturas prescritas

    so aplicadas aos elementos subsequentes, a medida que a fonte de calor se move sobre a

    pea. Este modelo requer um conhecimento prvio do formato da poa de fuso e um

    refinamento adequado da malha desta regio, de forma a reproduzir com fidelidade a zona

    fundida (ZF) e zona termicamente afetada (ZTA). Medies experimentais de temperatura e

    da geometria da poa de fuso so recomedadas para calibrar o modelo.

    O outro modelo consiste em aplicar um fluxo de calor sobre a rea e/ou volume da

    regio atingida pela fonte de calor.

    A aplicao do fluxo de calor superficial mais indicada para soldagens de chapas de

    pequena espessura ou processos de baixa penetrao. Os modelos mais comuns so os

    mostrados na Figura 11, de acordo com DEPRADEUX1(2004 apud BEZERRA, 2006).

    Figura 11 Exemplos de fonte de calor superficiais.

    Fonte: (BEZERRA, 2006).

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    O primeiro modelo da Figura 11 consiste em uma distribuio uniforme sobre um raio

    Rd. O segundo modelo utiliza uma distribuio Gaussiana infinita e o ltimo considera uma

    distribuio Gaussiana finita sobre um raio Rg. Em todos os casos necessrio um bom

    conhecimento das caractersticas da fonte de calor, bem como da eficincia do processo.

    No caso de processos de soldagem de grande penetrao os modelos apresentados nas

    Figuras 12 e 13 so os mais comuns, sendo o ltimo, proposto por GOLDAK (1986), o mais

    utilizado. O modelo de GOLDAK constituido de duas elipsoides, uma a frente e outra atrs

    da solda e segundo HANSEN (2003) pode fornecer uma boa estimativa da poa de fuso

    dispensando medies experimentais posteriores nos casos em que o objetivo analisar deforma global a junta soldada. Ainda assim, necessrio que o usurio tenha uma boa

    experincia com simulaes numricas e sobre o processo de soldagem em questo.

    Figura 12 Fonte de calor volumtrica Gaussiana radial.

    Fonte: (BEZERRA, 2006).

    Figura 13 Fonte de calor volumtrica duplo-elipsoidal.

    Fonte: (HANSEN, 2003).

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    Neste trabalho utilizou-se o mtodo das temperaturas prescritas. Os detalhes e

    consideraes feitas so apresentados no captulo.

    Alm da modelagem da fonte de calor, outro parmetro importante numa simulao de

    soldagem a deposio do material fundido sobre a junta. Existem basicamente duas formas

    de simular a deposio do material. Na primeira, aos elementos que representam a solda so

    atribuidas propriedades fsicas e mecnicas praticamente nulas, fazendo com que os mesmos

    no tenham influncia na soluo tanto do modelo trmico quanto do modelo mecnico. Isso

    requer que a malha dos elementos da solda seja predefinida, pois nenhuma alterao pode ser

    feita durante a fase de soluo do modelo. Essa mudana de propriedades feita antes do

    incio da soldagem, desativando os elementos da solda. Quando a soldagem iniciada, osprimeiros elementos so reativados tendo suas propriedades restabelecidas. A medida que a

    soldagem avana, os elementos vo sendo reativados, simulando a deposio do material.

    Este mtodo relativamente simples de implementar nos cdigos de elementos finitos

    disponveis, porm pode apresentar problemas de convegncia na soluo devido a alta

    flexibilidade das partes inativas do modelo.

    Na outra abordagem a malha dos elementos da solda tambm so definidas a priorie

    com as propriedades corretas. A diferena que neste caso os elementos inativos soexcluidos do sistema de matrizes e so adicionados novamente somente quando desejado, ou

    seja, a medida que a soldagem avana. Essa abordagem tem a vantagem de simular com maior

    fidelidade o processo de deposio alm de manter o sistema de matrizes consistente,

    beneficiando a convergncia. No entanto, este mtodo no simples de se implementar nos

    cdigos de elementos finitos alm de demandar mais tempo, pois as matrizes devem ser

    reconstruidas cada vez que os elementos so adicionados.

    Neste trabalho foi utilizado o mtodo de atribuir propriedades nulas aos elementosinativos. Mais informaes so fornecidas no captulo 3.

    2.2.4. Modelagem dos materiais

    Durante o processo de soldagem altas temperaturas so atingidas na regio da poa de

    fuso e grandes gradientes trmicos so gerados entre a regio da solda e as regies afastadas,

    temperatura ambiente.

  • 7/24/2019 Estudo de Tenso residuais em juntas soldadas utilizando FEA.pdf

    39/67

    37

    Os primeiros modelos analticos para anlise trmica do problema da soldagem

    consideravam as propriedades fsicas dos materiais constantes, o que de fato no acontece em

    um processo real.

    Uma das justificativas da simulao computacional da soldagem a possibilidade de se

    considerar, com relativa facilidade, as propriedades dos materiais em funo da temperatura.

    importante ressaltar, no entanto, que embora os cdigos de elementos finitos atuais

    permitam essa considerao, a informao disponvel sobre o comportamento dos metais a

    altas temperaturas escassa, dificultando o trabalho cotidiano dos engenheiros.

    O material considerado no trabalho de referncia (HANSEN) foi o DIN 17100/1016

    grau ST37-2. Como um dos objetivos do presente trabalho foi a simulao e comparao de

    resultados da junta soldada conforme o trabalho de referncia, as propriedades fsicas emecnicas aqui consideradas foram, sempre que possvel, os mais prximos daquelas

    utilizadas na referncia. Foi considerado o mesmo material tanto para o metal de adio

    quanto para o metal base. A seguir so descritas as propriedades consideradas neste trabalho.

    2.2.4.1. Propriedades trmicas

    Na anlise trmica transiente da soldagem, as propriedades fsicas que devem ser

    consideradas so a condutividade trmica, o calor especfico e a densidade. Nos estudos de

    ZHU e CHAO (2002) foram analisados os efeitos das propriedades termo dependentes em

    uma simulao de soldagem. Seus resultados sugerem que somente a condutividade trmica

    deva ser considerada em funo da temperatura enquanto as demais podem ser avaliadas

    temperatura ambiente.

    Neste trabalho, no entanto, as propriedades trmicas foram avaliadas em funo da

    temperatura, conforme considerado no trabalho de referncia.

    2.2.4.1.1. Condutividade trmica

    O fluxo de calor no processo de soldagem depende dos gradientes trmicos e da

    condutividade trmica do material.

  • 7/24/2019 Estudo de Tenso residuais em juntas soldadas utilizando FEA.pdf

    40/67

    1J. F.

    2P. M

    1997.

    flux

    segu

    lqui

    fuid

    do

    apud

    adot

    cons

    Figu

    arm

    cp

    temp

    LANCASTEICHALERIS,

    No caso

    de calor

    ndo LANC

    do dentro

    -dinmica.

    aterial em

    HANSE

    do.

    A Figura

    iderada nes

    ra 14 Cur

    Fonte: (Ada

    Na anli

    zenado no

    podem ser

    eratura, co

    . The physicA. DEBICC

    a soldage

    entro da p

    ASTER1(1

    a poa de

    Uma form

    temperatur

    , 2003) et

    14 aprese

    te trabalho.

    va de cond

    ptado, HANS

    .2.4.1.2.

    e trmica,

    material. N

    considera

    siderada n

    s of welding.RI. Predicti

    por arco

    a de fus

    984 apud

    uso no

    a de consid

    s acima d

    al, um fa

    ta a curva

    tividade t

    EN, 2003).

    Densida

    a densid

    o modelo

    os. A Fi

    este trabalh

    The Internatin of Weldin

    submerso

    o da ord

    ANSEN,

    considera

    erar esse f

    temperatu

    or de 3 s

    de condut

    rmica em f

    e

    de do m

    m element

    ura 15 m

    o.

    onal InstituteDistortion.

    experimen

    em de 100

    2003). Est

    o uma vez

    nmeno

    ra de fuso

    bre a tem

    ividade tr

    uno da te

    terial c

    s finitos t

    stra a cur

    of Welding. 1elding Jour

    os indica

    vezes a ve

    moviment

    que seria

    umentar a

    . Segundo

    peratura d

    mica em f

    mperatura.

    nsiderada

    nto a densi

    va de den

    984.al Research

    que a vel

    locidade d

    o convecti

    ecessrio

    condutivid

    MICHALE

    e fuso

    no da t

    no clcul

    dade quant

    sidade em

    upplement.

    3

    ocidade do

    soldagem

    o do metal

    ma anlis

    de trmic

    RIS2(1997

    omument

    mperatura

    do calo

    o produto

    funo d

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    41/67

    quanespe

    Figura 15

    Fonte: (Ada

    O calor e

    do este refico em f

    Figura 16

    Fonte: (Ada

    Curva de

    ptado, HANS

    .2.4.1.3.

    specfico d

    ebe umano da te

    Curva de

    ptado, HANS

    densidade

    EN, 2003).

    Calor es

    e uma sub

    uantidadeperatura c

    calor espe

    EN, 2003).

    em funo

    ecfico

    stncia def

    de calor.onsiderada

    fico em f

    da tempera

    ine a varia

    Figura 1neste traba

    no da te

    ura.

    o de tem

    6 apresentlho.

    peratura.

    peratura d

    a a varia

    3

    um corpo

    o do calo

  • 7/24/2019 Estudo de Tenso residuais em juntas soldadas utilizando FEA.pdf

    42/67

    40

    2.2.4.1.4. Calor latente

    O calor latente representa a quantidade de calor liberada ou absorvida durante a

    mudana de fase do material. Na modelagem da solda o calor liberado durante as mudanas

    de fase do material (estado slido e slido-lquido) tem grande impacto na distribuio de

    temperaturas e deve ser considerado.

    No trabalho de referncia, somente o calor latente devido a mudana de fase slido-

    lquido foi considerada, por meio do mtodo da entalpia. Neste mtodo um calor especfico

    equivalente introduzido no modelo, o qual considera a variao da entalpia devido a frao

    do slido em mudana de fase, conforme indicado abaixo:

    (15)onde,

    h = entalpia

    L = calor latente

    fs= frao de slido na faixa de temperatura de mudana de fase

    (16)Neste trabalho, optou-se por uma abordagem mais simples, introduzindo a curva de

    entalpia do material. Esta curva de entalpia (ausente no trabalho de referncia) foi obtida

    atravs do software JMat Pro, desenvolvido em Java para simulao das propriedades dos

    materiais. A utilizao deste software em simulaes de processo de soldagem foi avaliada

    por BATHI e BARSOUM (2012), apresentando bons resultados. A Figura 17 mostra a curva

    considerada neste trabalho.

  • 7/24/2019 Estudo de Tenso residuais em juntas soldadas utilizando FEA.pdf

    43/67

    com

    temp

    qual

    corr

    de el

    efeit

    obti

    disp

    cons

    som

    (aval

    term

    Figura 17

    Fonte: (JMa

    2.2.

    Como j

    onentes so

    eraturas. A

    varia com

    tamente as

    Trs prop

    sticidade,

    O coefici

    da gravid

    Neste tra

    as diretam

    nveis par

    antes. ZH

    nte a tens

    iadas a te

    o-depende

    Curva de

    t Pro).

    .2. Pro

    descrito

    ldados dev

    s deforma

    a temper

    propriedad

    iedades s

    tenso de e

    nte de Poi

    ade seja de

    alho, toda

    ente do tr

    a uso cotid

    e CHAO

    o de escoa

    peratura

    tes conside

    entalpia e

    riedades

    anteriorm

    do as defo

    es plstic

    tura. Dess

    es mecnic

    fundamen

    scoamento

    son deve s

    interesse.

    as propri

    balho de r

    iano. Uma

    (2002) obti

    ento em

    mbiente).

    radas neste

    funo d

    ecnicas

    nte, as

    maes pl

    s ocorrem

    a forma,

    as numa si

    tais numa

    e coeficien

    er informa

    dades for

    eferncia.

    alternativ

    veram resu

    uno da t

    A seguir s

    trabalho.

    temperatu

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    sticas gera

    porque o

    ica eviden

    ulao de

    nlise de u

    te de expan

    o e a densi

    m conside

    No entanto

    nesse cas

    ltados satis

    mperatura

    o apresen

    a.

    siduais s

    as nas reg

    aterial ati

    e a neces

    um process

    m processo

    so trmic

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    adas term

    , esses da

    o a utili

    fatrios em

    e mantend

    adas as cu

    o desenvo

    ies subme

    ge o limit

    sidade de

    o de solda

    de soldag

    .

    ser conside

    -dependen

    os nem se

    ao de p

    seu estudo

    as demais

    rvas das p

    41

    lvidas em

    idas a altas

    elstico, o

    se modela

    em.

    m: Mdulo

    rada caso o

    es e foram

    mpre esto

    opriedades

    , utilizando

    constantes

    opriedades

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    defo

    natu

    isso,

    elast

    aum

    Figu

    mate

    md

    A tenso

    mao a

    eza plstic

    o limite d

    icidade do

    Esta prop

    nta o limi

    ra 18 apre

    rial consid

    Figura 18

    Fonte: (Ada

    No regim

    Onde a c

    lo de You

    .2.4.2.1.

    de escoa

    artir do q

    a. Alguns

    escoamen

    aterial, d

    iedade f

    e de escoa

    enta os va

    rado.

    Tenso d

    ptado, HANS

    .2.4.2.2.

    elstico, a

    onstante d

    g.

    Tenso d

    ento ou l

    al a respo

    ateriais,

    to usual

    slocada de

    rtemente d

    ento dimi

    lores de te

    e escoame

    EN, 2003).

    Mdulo

    relao en

    proporcio

    e escoame

    imite de

    sta do ma

    orm, no

    ente defin

    um certo v

    ependente

    nui, atingi

    nso de es

    to em fun

    de elasticid

    re tenso e

    nalidade

    to

    scoamento

    erial devi

    apresenta

    ido atravs

    lor, norma

    da tempera

    do o valor

    oamento

    o da temp

    ade

    deforma

    chamad

    o pont

    o a um a

    de forma

    de uma r

    lmente 0,2

    ura. A me

    nulo na te

    m funo

    ratura.

    definid

    a de md

    o na curv

    mento de

    clara este

    ta paralela

    .

    ida que a

    mperatura

    da tempera

    pela lei de

    lo de elas

    4

    a tenso x

    carga d

    ponto. Po

    a curva d

    emperatur

    e fuso. A

    tura para o

    Hook:

    (17)

    icidade ou

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    md

    md

    dire

    ch

    ao d

    0,33

    com

    E uma

    lo de Yo

    lo de You

    Figura 19

    Fonte: (Ada

    Um corpo

    o axial e

    mada de c

    lat= defo

    axial= de

    O sinal d

    deforma

    O coefici

    a temperat

    a temperat

    edida da r

    ng tem a

    g em fun

    Mdulo

    ptado, HANS

    .2.4.2.3.

    deformv

    ma contra

    eficiente d

    rmao lat

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    menos sig

    o longitudi

    nte de Poi

    ura ambien

    ra.

    gidez do

    esma dim

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    e Young e

    EN, 2003).

    Coeficie

    l sujeito a

    o na dire

    e Poisson:

    ral

    ial

    nifca que

    nal.

    sson adi

    te. Na Fig

    aterial e u

    enso da t

    ratura con

    m funo d

    te de Pois

    uma carga

    o perpen

    deforma

    ensional

    ra 20 m

    a vez que

    enso . A

    iderada ne

    a temperat

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    de trao i

    icular. A r

    o lateral s

    para a m

    strado a v

    a deforma

    Figura 19

    te trabalho

    ra.

    r apresent

    elao entr

    mpre ocor

    ioria dos a

    riao do

    o adi

    apresenta

    .

    ar um alon

    e as duas d

    er em sen

    os varia

    coeficiente

    43

    ensional, o

    a curva do

    amento n

    eformaes

    (18)

    tido oposto

    ntre 0,28

    de Poisson

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    uma

    temp

    vari

    coefi

    abru

    cbi

    Figura 20

    Fonte: (Ada

    Expanso

    mudana d

    eratura c

    em fun

    ciente de e

    ta na faix

    a de faces

    Figura 21

    Fonte: (Ada

    Coeficie

    ptado, HANS

    .2.4.2.4.

    trmica

    e temperat

    amada de

    da temper

    xpanso t

    dos 700

    centradas p

    Coeficie

    ptado, HANS

    te de Poiss

    EN, 2003).

    Coeficie

    a tendnci

    ra. A rela

    oeficiente

    atura, conf

    mica aume

    , devido a

    ara ferrita

    te de expa

    EN, 2003).

    on em fun

    te de expa

    de um m

    o entre a

    de expans

    rme mostr

    nta com o

    transform

    om estrutu

    so trmic

    o da temp

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    terial em

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    o trmica.

    ado na Fig

    umento da

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    ra cbica d

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    eratura.

    a

    lterar seu

    ensional

    coeficien

    ra 21. Not

    temperatu

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    da tempe

    volume em

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    e de expan

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    a e sofre u

    ustenita co

    trado).

    atura.

    4

    resposta

    variao d

    so trmic

    gura, que o

    a reduo

    m estrutur

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    45

    3. MODELAGEM DA JUNTA SOLDADA

    Neste captulo apresentado o detalhamento do modelo em elementos finitos

    considerado neste trabalho. Conforme descrito anteriormente, a geometria, material e

    condies de processo so, sempre que possvel, idnticos aos do trabalho de referncia

    considerado, uma vez que se deseja comparar os resultados obtidos.

    3.1. GEOMETRIA

    O objeto de estudo consiste de duas chapas de 10mm de espessura, 480mm decomprimento e 240mm de largura, coforme mostrado na Figura 22. O ngulo de abertura da

    junta tem 60 e a abertura da raiz de 1,5mm. O material das chapas o DIN 17100/1016

    grau ST37-2, cujas propriedades fsicas e mecnicas so descritas no item 2.2.4.

    Figura 22 Dimenses da chapa.

    Fonte: (Elaborado pelo autor).

    Devido a simetria existente, no modelo em elementos finitos foi considerado apenas

    uma das chapas. A Figura 23 mostra a geometria construda no programa ANSYS.

    Tanto no modelo fsico quanto no modelo em elementos finitos do trabalho de

    referncia, foram usadas duas chapas pequenas no nicio e no final do chanfro, com o objetivo

    de facilitar o processo de soldagem. No presente trabalho estas chapas tambm foram

    consideradas.

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    46

    Figura 23 Geometria da junta soldada.

    Fonte: (ANSYS).

    3.2. DISCRETIZAO DO MODELO EM ELEMENTOS FINITOS

    O modelo descrito no item anterior foi discretizado em elementos finitos slidos. Para a

    anlise trmica foi utilizado o elemento trmico SOLID70, o qual possui oito ns e um grau

    de liberdade por n (temperatura). Este elemento permite a conduo do calor nas trs

    dimenses e a utlizao de propriedades termo-dependentes. Pode ser usado para anlises em

    regime permanente ou transientes. A Figura 24 mostra a geometria deste elemento, quetambm pode assumir os formatos prismtico, tetragonal e piramidal.

    Na anlise mecnica foi utilizado o elemento estrutural SOLID45, o qual possui oito ns

    e trs graus de liberdade por n: deslocamentos nas direes x, y e z. A geometria deste

    elemento idntica ao do SOLID70, mostrado na Figura 24, com a nica diferena que no

    elemento estrutural o formato piramidal no existe. Este elemento tambm permite o uso de

    propriedades termo-dependentes e inclui modelos de plasticidade.

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    47

    Figura 24 Geometria do elemento trmico SOLID70.

    Fonte: (ANSYS).

    Temperaturas so aplicadas somente nos ns (M, N, O, P, I, J, K, L) e conveo ou

    fluxo de calor so aplicados nas faces (nmeros circulados).

    Procurou-se manter o tamanho dos elementos, principalmente na regio da solda com

    dimenses similares ao do modelo de referncia. Usou-se o comando SWEEP, que mantm

    o tamanho dos elementos de uma face idnticos ao da face oposta. A definio do tamanho

    dos elementos na direo da solda foi definido em funo dos parmetros de soldagem,

    velocidade e tempo de execuo. As Figuras 25 e 26 apresentam o modelo discretizado em

    elementos finitos. A Figura 27 apresenta o modelo considerado no trabalho de referncia.

    Figura 25 Discretizao do modelo em elementos finitos.

    Fonte: (ANSYS).

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    48

    Figura 26 Discretizao do modelo em elementos finitos.

    Fonte: (ANSYS).

    Figura 27 Modelo em elementos usado no trabalho de referncia.

    Fonte: (Adaptado, HANSEN, 2003).

    3.3. MODELAGEM DA FONTE DE CALOR NO MODELO EM EF

    Conforme mencionado no item 2.2.3 existem basicamente duas formas de aplicar a

    energia lquida da fonte de calor (arco eltrico) no modelo em elementos finitos: temperatura

    prescrita ou fluxo de calor prescrito, sendo que este ltimo pode ser superficial, volumtrico

    ou ambos.

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    O calor fornecido pelo arco eltrico definido em funo da tenso V, corrente I e

    eficincia , conforme descrito no item 2.2.3. Os parmetros da soldagem usados na

    referncia so apresentados na Tabela 1.

    Tabela 1 Parmetros do processo de soldagem.

    A energia lquida fornecida pelo arco eltrico responsvel pelo aquecimento e fuso

    do metal de adio, alm do aquecimento do metal base.

    O mtodo de aplicao de temperatura prescrita considera que o metal de adio

    depositado sobre o metal base a uma temperatura superior a temperatura de fuso. Dessa

    forma, do total de energia lquida gerada pelo arco, deve-se descontar a energia gasta no

    aquecimento e fuso do metal de adio. O restante aplicado sobre a solda e metal de base

    em forma de fluxo de calor, superficial, volumtrico ou ambos.

    Na referncia, aps a soldagem real, foi feito um corte na seo da solda para visualizar

    e medir a poa de fuso. De posse dessas informaes o autor fez uma srie de testes no

    modelo computacional, ajustanto as parcelas de energia, de forma a obter um formato da poa

    de fuso semelhante ao obtido na soldagem real. A melhor distribuio obtida a mostrada na

    Figura 28, com a energia devido ao aquecimento e fuso do metal de adio representando

    38% do total.

    Figura 28 Distribuio do calor na solda (trabalho de referncia).

    Fonte: (Adaptado, HANSEN, 2003).

    Processo EficinciaCorrente

    (A)

    Tenso

    (V)

    Velocidade da

    fonte(mm/s)

    Energia lquida

    (kJ/mm)

    SAW 0,98 525-535 27,2 4,57 3,1

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    50

    Neste trabalho, aps algumas tentativas aplicando ao mesmo tempo temperatura e fluxo

    prescrito que no apresentaram resultados satisfatrios, optou-se por utilizar o primeiro

    mtodo, aplicando somente temperatura prescrita aos ns dos elementos da solda. A

    temperatura aplicada de 2300C foi definida aps alguns testes, em que os parmetros de

    controle foram o comprimento da poa de fuso e as temperaturas ao longo do tempo de

    esfriamento. Na referncia, o comprimento da poa de fuso estimado na parte experimental,

    foi de 45-50mm, enquanto no modelo computacional, obteve-se o valor de 48mm. A Figura

    29 apresenta o resultado obtido no modelo computacional da referncia.

    Figura 29 Tamanho da poa de fuso obtida no trabalho de referncia.

    Fonte: (HANSEN, 2003).

    A modelagem da deposio do metal de adio foi feita, conforme j mencionado,

    usando o mtodo de desativao/reativao dos elementos da solda. No ANSYS, isso pode ser

    feito de duas formas, atravs do comando MPCHG, ou por meio dos comandos

    EKILL/EALIVE. Estes ltimos foram os comandos utilizados neste trabalho. A seguir so

    descritos os passos da modelagem.

    Define-se inicialmente, em funo da velocidade da solda e do comprimento dachapa, o comprimento e quantidade de elementos ao longo da solda. Com isso,

    defini-se o nmero de elementos que sero ativados a cada passo (load step)

    durante a soluo. Isso feito na fase de pre-processamento, na criao da malha

    de elementos finitos;

    Uma vez definido o nmero de elementos de cada passo, define-se o tempo em

    que estes elementos sero mantidos temperatura T0de 2300C;

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    51

    Antes da fase de soluo, os elementos da solda so desativados por meio do

    comando EKILL. A Figura 30 mostra esta configurao, somente com

    elementos ativos;

    Figura 30 Elementos ativos antes da execuo da solda.

    Fonte: (ANSYS).

    No primeiro passo da soluo, os elementos deste passo so reativados e aos ns

    destes elementos aplicada a temperatura, a qual mantida durante o intervalo

    de tempo pr-definido anteriormente, conforme mostrado na Figura 31;

    Figura 31 Ativao dos elementos do primeiro passo e aplicao da temperatura.

    Fonte: (ANSYS).

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    Decorrido esse tempo, a temperatura removida dos elementos do primeiro

    passo e os mesmos so deixados em resfriamento livre enquanto os elementos do

    passo seguinte so reativados e submetidos a temperatura T0, conforme

    mostrado na Figura 32;

    Figura 32 Aplicao da temperatura aos elementos no passo 2.

    Fonte: (ANSYS).

    Este processo se repete at que todos os elementos da solda sejam reativados;

    Aps a execuo da solda, a pea deixada em resfriamento livre at o

    equilibrio trmico.

    No modelo mecnico, aps algumas tentativas, no foi possvel simular o processo de

    deposio da mesma forma como foi feito na anlise trmica. No entanto, acredita-se que issono venha a alterar significativamente os resultados, uma vez que o deslocamento relativo

    entre as chapas no possvel desde o incio da soldagem devido a solda temporria (tack

    weld) que feita para manter as mesmas em posio.

    3.4. CONDIES DE CONTORNO

    Na anlise trmica, a condio de contorno definida pela conveco, aplicada s faces

    expostas ao ambiente.

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    Conforme mencionado no item 2.2.1, considerou-se um coeficiente de pelcula

    equivalente, onde so considerados os efeitos da conveco e da radiao, com o objetivo de

    reduzir o tempo de processamento.

    No modelo em EF, a condio de contorno limitada pela regio onde existe a proteo

    pelo fluxo do processo de soldagem a arco submerso. Segundo a referncia o fluxo recobre

    aproximadamente 100mm, ou seja, 50mm em cada chapa, a partir da linha da solda. A Figura

    33 mostra a regio no modelo em EF em que aplicada a conveco.

    Figura 33 Aplicao da conveco no modelo em EF.

    Fonte: (ANSYS).

    Na anlise mecnica, nenhuma condio de contorno foi aplicada ao modelo, da mesma

    forma como foi feito no trabalho de referncia. Somente a condio de simetria aplicada no

    modelo, conforme mostrado na Figura 34.

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    54

    Figura 34 Condio de simetria aplicada ao modelo EF (anlise mecnica).

    Fonte: (ANSYS).

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    55

    4. RESULTADOS E DISCUSSO

    4.1. ANLISE TRMICA

    Conforme descrito anteriormente, o histrico de temperaturas o objetivo na anlise

    trmica, pois este usado posteriormente na anlise mecnica. No entanto, para fins de

    verificao, se faz necessrio avaliar a evoluo da solda ao longo do tempo. As Figuras a

    seguir mostram a distribuio de temperaturas na junta nos tempos 40s e 80s.

    Nestas figuras, a temperatura mxima foi limitada em 1495C, de modo a representar os

    elementos da poa de fuso e portanto, seu comprimento.

    Figura 35 Distribuio de temperaturas aps 40s.

    Fonte: (ANSYS).

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    Figura 36 Distribuio de temperaturas aps 80s.

    Fonte: (ANSYS).

    A Figura 37 apresenta o detalhe da poa de fuso durante a anlise transiente (elementos

    em cor cinza), que neste caso tem comprimento aproximado de 37mm.

    Figura 37 Detalhe da poa de fuso durante a anlise transiente.

    Fonte: (ANSYS).

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    Para analisar a curva de resfriamento, escolheu-se os ns ao longo da linha exatamente

    no meio da chapa, perpendicular a direo da solda, conforme ilustrado na Figura 38.

    Figura 38 Ns para avaliao da curva de resfriamento.

    Fonte: (ANSYS).

    A Figura 39 apresenta as curvas de temperatura em funo do tempo nos pontos

    indicados na Figura 38.

    Os resultados obtidos no trabalho de referncia so apresentados na Figura 40. Deve-se

    observar que os resultados apresentados na Figura 39 no foram avaliados exatamente na

    mesma posio em relao ao trabalho de referncia. Procurou-se avaliar os ns mais

    prximos para comparao dos resultados.

    A Tabela 2 apresenta uma comparao das temperaturas mximas obtidas nos dois

    modelos. Os desvios observados so inferiores a 5%, mostrando uma boa correlao entre os

    modelos.

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    Figura 39

    Fonte: (Ela

    Figura 40

    Fonte: (Ada

    Curvas d

    orado pelo a

    Curvas d

    ptado, HANS

    e temperat

    tor).

    e temperat

    EN, 2003).

    ra em fun

    ra em fun

    o do temp

    o do temp

    .

    (HANSEN 2003).

    5

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    59

    Tabela 2 Comparao de resultados de temperatura.

    A: Modelo do presente trabalho

    B: Modelo do trabalho de referncia

    4.2. ANLISE MECNICA

    As tenses longitudinais e transversais so apresentadas nas Figuras 41 e 42,

    respectivamente. No trabalho de referncia no apresentado a distribuio de tenses em

    toda a chapa no modelo analisado. No entanto, o perfil de tenses esperado nesse tipo de junta

    apresentado a ttulo de ilustrao e reproduzido aqui, na Figura 43.

    Figura 41 Tenses longitudinais, SX (MPa).

    Fonte: (ANSYS).

    A B A B

    1 15 15 664 680 -2,35%

    2 20,5 21 523 525 -0,38%

    3 27,5 27 421 440 -4,32%

    4 43 42 304 310 -1,94%

    Distncia (mm) Temperatura mxima (C)Dif.A-B%Ponto

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    60

    Figura 42 Tenses transversais, SY (MPa).

    Fonte: (ANSYS).

    Figura 43 Distribuio tpica das tenses residuais em uma junta de topo.

    Fonte: (Adaptado, HANSEN, 2003).

    Salvo as devidas propores de cada modelo, o perfil apresentado na Figura 43

    facilmente identificado nas Figuras 41 e 42, o que mostra que as metodologias aplicadas nas

    anlises, trmica e mecnica neste trabalho, refletem o comportamento esperado para este tipode junta e condies de contorno.

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    trans

    refer

    dado

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    De

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    Na Figura

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    Figura 44

    Fonte: (Ela

    A Figura

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    ferncia. N

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    es elstic

    e deforma

    rda da ch

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    61

    itudinais

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    o com os

    , a difrao

    isado.

    ongitudinal

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    ste modelo.

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    y), para o

    divergirem

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    s positivas

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    Figura 45

    Fonte: (Ela

    Deforma

    orado pelo a

    es elstic

    tor).

    as transver ais, y(m /mm).

    6

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    63

    5. CONCLUSES E SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS

    5.1. CONCLUSES

    Com base na reviso bibliogrfica apresentada no item 1.3 e nos fundamentos tericos

    apresentados no item 2, pode-se concluir que a modelagem computacional do processo de

    soldagem complexa e envolve diversas disciplinas interdependentes. No entanto, a

    complexidade do modelo a ser construdo depende do propsito da anlise. A obteno das

    tenses residuais globais pode ser feita com modelos simplificados ao passo que o estudo da

    microestrutura formada na zona fundida e/ou zona termicamente afetada somente pode serfeita por meio de modelo complexos para a fonte de calor.

    No item 3 foram apresentados os detalhes da anlise trmica-estrutural da junta de topo

    por meio do mtodo dos elementos finitos. Analisando os resultados apresentados e discutidos

    no item 4, pode-se concluir:

    A metodologia aplicada na anlise trmica, considerando apenas temperaturas

    prescritas, fornece resultados satisfatrios, principalmente do histrico de temperaturas,

    quando o objetivo a anlise global das tenses residuais numa junta soldada. Porm,

    nos casos de estudos mais aprofundados, necessrio calibrao, por meio de

    experimentos, tanto do formato e comprimento da poa de fuso, quanto das curvas de

    resfriamento. Nesse caso, a utilizao de um modelo mais adequando para a fonte de

    calor (distribuio do fluxo de calor superficial e/ou volumtrica) tambm se faz

    necessrio.

    Ainda com relao anlise trmica, o software JMat Pro se mostrou prtico e eficaz e

    pode ser usado para a obteno das propriedades fsicas termo-dependentes do material

    em anlises futuras.

    A metodologia empregada na anlise mecnica, aplicando os resultados da anlise

    trmica transiente em uma srie de anlises estruturais estticas, fornece resultados

    satisfatrios para as tenses residuais na direo longitudinal (direo da solda), porm,

    ajustes precisam ser feitos com relao as tenses residuais na direo transversal.

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    A anlise por elementos finitos das tenses residuais e distores uma ferramenta

    importante na otimizao de construes soldadas e o crescente desenvolvimento tanto

    do desempenho dos computadores quanto dos modelos computacionais permitem que

    essas anlises sejam feitas nos dias atuais de forma mais rpida e com menos custo,

    tornando sua aplicao no meio industrial cada vez mais atrativa.

    Por fim, conclui-se que o trabalho apresentado traz contribuies tanto para o meio

    acadmico quanto para o industrial, uma vez que os tpicos e metodologias aqui discutidos

    podem ser aplicados em trabalhos futuros por estudantes e profissionais da rea de