estudo de caso peritonite
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estudo de caso clinico de peritoniteTRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIAFACULDADE DE MEDICINA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEMPROF. Suely Amorim
Estudo de Caso
Peritonite Acadêmicas: Larissa Morais Luciana Gadia
Uberlândia, 05 de novembro de 2012
Introdução:
• Desenvolvido no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. Tem como objetivo avaliar, realizar exames físicos de enfermagem e acompanhar a evolução do quadro clínico da paciente M. H. F. L. que está internado na Clínica Médica, desde o dia 29 de Setembro de 2012. O acompanhamento aconteceu do dia 08 de outubro ao dia 15 do mesmo mês. Foi realizado anamnese da paciente, bem como aferição dos sinais vitais e exames clínicos do sistema cardiovascular, respiratório, neurológico e digestório. O trabalho está divido em tópicos para melhor organização e entendimento para o leitor.
Dados de Identificação do Paciente:
• M. H. F. L., prontuário 1253382, sexo feminino, nascida no dia 24 de janeiro de 1954, 58 anos, parda, natural de Ituverava- SP. Católico não praticante. Possui até a quarta série do ensino médio, porém se aposentou por trabalhar na lavoura de sua cidade. Foi internada na Clínica médica no dia 29/09/12 no leito 510.
Histórico Familiar:
• É casada e possui 2 (dois) filhos. Mora com o marido, em casa própria na cidade de Itumbiara-MG, com acesso a energia elétrica, água tratada, saneamento e coleta de lixo. Relata caso de problemas cardíacos com a mãe, e câncer de próstata com o pai, e um de seus irmãos e seu filho apresenta bronquite.
Anamnese e Hábitos de vida:
• Relata não fazer uso de bebida alcoólica. Ex-tabagista há 06 anos. Nunca fez atividade física. Alimenta-se bem, de todos os grupos nutricionais necessários, porém ingere pouca quantidade de líquidos, por ser paciente renal crônica. Possui produção de saliva normal, não apresenta dificuldade na deglutição, mas queixa-se de azias.
• Eliminação urinária quase não existente. Eliminação intestinal diária, de cor marrom e liquida sem presença de sangue.
• Relata não sentir nenhum tipo de alteração, desconforto ou anormalidade respiratória. Porém afirma ter tido contato com poeira e produtos químicos em seu local de trabalho. Dor torácica ausente.
História Pregressa:
• A paciente relata ter passado por 4 procedimentos cirúrgicos. Uma cesária, colecistectomia há 12 anos e a implementação do cateter de Tenckhoff há 1 ano para fazer a diálise peritonial diária.
• Atualmente, a paciente é portadora de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Melito e apresenta descolamento de retina.
Exame Físico Enfermagem:
• Geral: Paciente tem 1m e 52 cm de altura, pesa 74 kg. Bom estado geral, acima do peso, brevelíneo, afebril.
• Sinais Vitais:Pressão Arterial:MSD = 140 x 60 mmHgFrequência respiratória: 14 rpmFrequência cardíaca: 64 bpmTemperatura: 36,4 °C
• Pele e mucosas:Pele: hipocorada, íntegra, levemente desidratada e um pouco ressecada.
Mucosas: róseas.
• Cabelos: tingidos, encaracolados, curtos, boa higiene.
• Unhas: sem alterações, róseas, lisas e convexa, boa perfusão periférica.
• Cabeça e Pescoço:Cabeça: simétrica, ereta e em equilíbrio.Pescoço: simétrico, glândula tireoide, veias jugulares e artérias carótidas sem alterações.
• Olhos e orelhas:Olhos: mobilidade ocular sem distorcer, pupilas isocóricas, fotorreagentes e negra, conjuntiva de coloração rósea.Orelhas: pavilhão auricular sem alterações
• Face, nariz e cavidade oral. Características faciais: simétrica
Nariz: movimento de asa de nariz, narinas com pelos aparados e boa higiene. Sem excreções excessivas.
Cavidade oral: apresenta integra, uso de prótese dentária, aqual faz higiene adequadamente de 3 a 4 vezes por dia, língua saburrosa, palato mole, úvula e amígdalas sem alterações.
• Avaliação Neurológica:Consciente ,orientada, responde a estímulos auditivos. Compreende a gravidade de sua patologia.
• Avaliação Cardiovascular:Inspeção, percussão e palpação sem alterações. Ausculta: Bulhas Rítmicas Normofonéticas , sem sopros.
• Avaliação Respiratória:Possui frequência e movimentação respiratória normal, sem anormalidade na traqueia, parede torácica simétrica, amplitude de movimentos e expansibilidade torácicos normais.
• Avaliação Abdominal: Globoso, presença de cateter na região umbilical. Ruídos hidroaéreos presentes, percussão timpânica e submaciça, indolor e sem massas palpáveis.
Diagnóstico Atual:
• Peritonite de origem fúngica, a cultura realizada indicou crescimento de cândida parapisilosis.
História da Doença Atual:
• A paciente relatou que desde o dia 23/09/2012 sentia uma dor na parte superior do abdômen, dias depois acabou disseminando pra todo ele. Houve um quadro de diarreia e sua diurese foi diminuída. Procurou atendimento em sua cidade (Tupaciguara) e ficou 6 dias em observação.
• Chegando em Uberlândia, procurou atendimento na UAI Luizote, e ficou internada por 4 dias. Foi retirado o líquido de seu cateter para realizar alguns exames, que evidenciaram uma Pancreatite e Infecção do peritônio. No resultado da cultura foi encontrado cândida parapilosis
• No dia 29 de setembro de 2012 procurou a nefroclínica por reinicio da dor abdominal acompanhada de vômitos e diarreia e temperatura de 37.5°C.
• E segundo a paciente a retirada do cateter foi feita no dia 14/10/2012 devido sua infecção.
• Faz uso de insulina NPH40 + 40UI, Propranolol 40mg e Tramadol.
Exames:
Foram pedidos os exames laboratoriais, USG abdômen e RX tórax e abdômen.• Nos resultados obtidos houveram:Aumento de Lipase e Amilase
Cultura do líquido peritoneal com crescimento de cândida parapilosis.
D3 Cefitriaxone
Hiponatremia resolvida
Hipocalcemia livre
Fisiopatologia:
• Peritonite é uma inflamação do peritônio, que é uma membrana serosa que reveste a cavidade abdominal (peritônio parietal) e também algumas vísceras (peritônio visceral).
• Este tipo de afecção pode ser difusa ou localiza, e primária ou secundária. A primária relaciona-se com a disseminação bacteriana por via hematógena ou diretamente pela cavidade abdominal, sem que haja perfuração de uma víscera oca.
• Já a secundária, que é muito mais comum está relacionada com infecções intra-abdominais causadas por bactérias e/ou suas toxinas. Estas chegam à cavidade quando há o rompimento de alguma víscera oca, como intestino, apêndice e estômago.
• Outras causas podem ser inflamação da vesícula biliar ou enzimas geradas por uma inflamação do pâncreas , úlceras perfuradas, complicações renal ou hepática, complicações da diálise peritoneal .
• O primeiro sinal clínico observado é a dor e sensibilidade abdominal, agravada durante a movimentação. Outros sintomas são: líquido no abdômen (ascite), não evacuação de fezes ou gases, distensão abdominal, febre , baixa produção de urina, náuseas, vômitos e sede.
• Existem diversas complicações que podem ocorrer em um quadro de peritonite:
Distúrbios eletrolíticos e hipovolemia, devido ao sequestro de fluídos e eletrólitos. Isto pode resultar em choque e insuficiência renal aguda;
Formação de abscesso peritoneal;
Desenvolvimento de septicemia ;Entrada de fluído no diafragma, resultando em complicações respiratórias.
• O tratamento consiste sempre em intervenção cirúrgica. Mas também é necessário administrar antibióticos para combater a infecção, bem como hidratar o paciente com soro intravenoso para compensar a perda de líquido através de êmese (vômito).
Medicações em uso:
• Beneflora ( 1 sache 200ml de água ) 1x dia• Hemax 4000UI sc/dia 1x dia• Ácido Fólico 5 mg cp 1x dia• Carbonato de Cálcio 500 mg, capsula 2x dia• Complexo B 3x dia • Dipirona 1000mg 2ml ap A.C.M• Enoxaparina Sódica 40 mg/0,4 ml s/c seringa
1x dia
• Ferro iii 100mg 5 ml ap 1x dia• Fluconazol 2 mg/ml 100ml Fr/AP 1x dia• Furosemida 40 mg cp 1x dia• Insulina Humana NPH 100 UI/ml Fr/ AP• Metocloropramida cloridrato 10 mg 2 ml ap
ACM• Omeprazol 40 mg FR/AP 1x dia • Propranolol Cloridrato 40 mg CP 2x dia