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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ ANA CAROLINA HIROMI FUKAKUSA ESTUDO DE CASO NA EMPRESA VIA BLUMENAU: ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA Balneário Camboriú 2008

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

ANA CAROLINA HIROMI FUKAKUSA

ESTUDO DE CASO NA EMPRESA VIA BLUMENAU: ANÁLISE DA

DISTRIBUIÇÃO FÍSICA

Balneário Camboriú

2008

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

ANA CAROLINA HIROMI FUKAKUSA

ESTUDO DE CASO NA EMPRESA VIA BLUMENAU: ANÁLISE DA

DISTRIBUIÇÃO FÍSICA

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Ênfase em Empreendedorismo, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Orientador: Prof. MSc Ronaldo Telles

Balneário Camboriú

2008

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ANA CAROLINA HIROMI FUKAKUSA

ESTUDO DE CASO NA EMPRESA VIA BLUMENAU: ANÁLISE DA

DISTRIBUIÇÃO FÍSICA

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Ênfase em

Empreendedorismo da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação

Balneário Camboriú.

Área de Concentração: Logística

Balneário Camboriú, 27 de Novembro de 2008.

___________________________________

Prof. MSc Ronaldo Telles

Orientador

____________________________________

Prof. MSc Ademar José da Silva

Avaliador

___________________________________

Prof. MSc Roberto Hering

Avaliador

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EQUIPE TÉCNICA

Estagiária: Ana Carolina Hiromi Fukakusa

Área de Estágio: Logística

Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder

Supervisor da Empresa: Júlio Hiromiti Fukakusa

Professor orientador: MSc Ronaldo Telles

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DADOS DA EMPRESA

Razão Social: Via Blu Indústria e Comércio Ltda.

Endereço: Rua Pomerode, nº 2001, Bairro Salto do Norte, Blumenau/SC

Setor de Desenvolvimento do Estágio: Logística

Duração do Estágio: 240 horas

Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Júlio Hiromiti Fukakusa

Diretor

Carimbo do CNPJ da Empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Blumenau, 20 de Outubro de 2008.

A empresa Via Blu Indústria e Comércio Ltda., pelo presente instrumento, autoriza a

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de

Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pela

acadêmica Ana Carolina Hiromi Fukakusa.

_________________________________

Júlio Hiromiti Fukakusa

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Com nossos pensamentos fazemos o nosso

mundo.

Buddha Sidharta Gautama

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado a vida, possibilitando meu caminho com

felicidade e vitórias.

À minha amada família que sempre me deu carinho e apoio. Em especial

minha mãe, Siani, por seu afeto e meu pai, Julio, por ser um exemplo de pessoa a

ser seguido.

À UNIVALI, assim como a todos os meus professores, que possibilitaram

meu aprendizado, repassando seus conhecimentos. Em especial ao meu professor

orientador, MSc Ronaldo Telles, por seus ensinamentos, paciência, esforços para a

realização desta conquista.

Agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para o

desenvolvimento deste trabalho.

Muito obrigada!

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RESUMO

O setor de distribuição é muito importante em uma organização, principalmente para a logística da empresa. Investigando e posteriormente melhorando a distribuição física em uma empresa, se estará consequentemente contribuindo para a melhoria de seu fluxo de materiais, vindo a proporcionar ao cliente final um serviço de entrega com qualidade. Neste sentido, este estudo teve como objetivo geral analisar os processos de distribuição física na empresa Via Blumenau Catálogos em relação à armazenagem, manuseio dos materiais e embalagem dos materiais. Para a realização do objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos específicos: identificar os processos da distribuição física em relação à armazenagem, manuseio dos materiais e embalagem dos materiais; descrever os processos da distribuição física em relação à armazenagem, manuseio dos materiais e embalagem dos materiais; descrição do Layout; descrição da classificação dos materiais; descrição da escolha dos transportes utilizados; apresentar sugestões de melhorias para essas situações. Este trabalho se caracterizou como avaliação formativa, com delineamento qualitativo e através do método estudo de caso. Os dados foram coletados em fontes primárias e secundárias, e os resultados foram apresentados através de textos e figuras. A pesquisa apresentou a armazenagem, movimentação de materiais, embalagem, expedição, descrição do layout, tipos de transporte utilizados pela empresa, que forneceu informações para que os pontos fracos e fortes fossem ser identificados e com isto propor algumas melhorias. Palavras-chave: logística, distribuição física, processos.

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RESUMEN El sector de la distribución es muy importante en una organización, principalmente para la logística de la empresa. Investigando y después mejorando la distribución física en una empresa contribuirá para la mejora de su flujo de materiales, proporcionando a los clientes finales calidad en la prestación de servicios. En consecuencia, este estudio tiene por objeto examinar la distribución de los procesos físicos en la empresa Via Blumenau Catálogos en relación con el almacenamiento, la manipulación de materiales y materiales de embalaje. Para lograr el objetivo general se han definido los siguientes objetivos específicos: identificar la distribución física en relación con el almacenamiento, la manipulación de materiales y materiales de embalaje; descripción de los procesos de distribución física en relación con el almacenamiento, la manipulación de materiales y materiales de embalaje; descripción del Layout, descripción de la clasificación de los materiales; descripción de los transportes utilizados, hacer sugerencias para mejorar estas situaciones. Este trabajo se caracterizó como la evaluación formativa, con el diseño y la calidad como un estudio de caso. Los datos fueron recogidos en fuentes primarias y secundarias, y los resultados fueron presentados a través de texto e imágenes. La investigación mostró el almacenamiento, la manipulación de materiales, embalaje, el transporte, la descripción del Layout, los tipos de transporte utilizado por la empresa, lo cual además proporcionó información para identificar las fortalezas y debilidades, y con eso proponer algunas mejoras. Palabras clave: logística, distribución física, procesos.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Principais fornecedores da empresa ............................................ 21

Quadro 2: Principais clientes da empresa ..................................................... 22

Quadro 3: Cadeia de distribuição .................................................................. 31

Quadro 4: Planejamento da distribuição ....................................................... 35

Quadro 5: Movimentação de materiais .......................................................... 40

Quadro 6: Tabela Modelo da Curva ABC ...................................................... 53

Quadro 7: Análise de layout .......................................................................... 56

Quadro 8: Quadro de desenvolvimento dos processos da distribuição física

em relação aos objetivos específicos. ..........................................

123

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Galpão da empresa ........................................................................ 21

Figura 2: Organograma da empresa ............................................................. 23

Figura 3: Elementos básicos da logística ...................................................... 30

Figura 4: Curva ABC ..................................................................................... 54

Figura 5: OSM como assessoria ................................................................... 61

Figura 6: OSM semelhante aos outros departamentos ................................. 61

Figura 7: Fluxograma .................................................................................... 74

Figura 8: Diagrama de fluxo de informações para a central de atendimento

de uma companhia fornecedora de energia elétrica ......................

75

Figura 9: Símbolos para diagrama de fluxo de processo .............................. 76

Figura 10: Diagrama de fluxo de processo para um dia de atividades nas

férias .............................................................................................

76

Figura 11: Recebimento de mercadorias de terceiros.................................... 83

Figura 12: Emissão de etiqueta de código de barras no setor de

recebimento de produtos terceirizados.........................................

84

Figura 13: Acendimento da luz amarela para reposição de estoque ............ 86

Figura 14: Fluxograma da estocagem da linha dura...................................... 87

Figura 15: Fluxograma da estocagem da linha mole..................................... 89

Figura 16: Carrinho de suprimento......... ....................................................... 91

Figura 17: Paleteira manual........................................................................... 93

Figura 18: Estoque do segundo piso movimentado por um caminhão.......... 94

Figura 19: Separação e conferência dos pedidos.......................................... 95

Figura 20: Esteira................................................................. ......................... 96

Figura 21: Suporte plástico............................................................................. 97

Figura 22: Fluxograma da movimentação de mercadorias da linha dura...... 99

Figura 23: Fluxograma da movimentação de mercadorias da linha mole...... 100

Figura 24: Mercadorias com Reembolso Postal............................................. 102

Figura 25: Fluxograma da embalagem da linha dura..................................... 103

Figura 26: Embalagem dos produtos têxteis.................................................. 104

Figura 27: Fluxograma da embalagem – linha mole...................................... 105

Figura 28: Setor de expedição....................................................................... 106

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Figura 29: Separação dos pedidos por transportadoras................................ 107

Figura 30: Placas indicativas das transportadoras......................................... 108

Figura 31: Mercadorias sobre paletes e suportes para movimentação.......... 109

Figura 32: Saída de mercadorias da empresa............................................... 110

Figura 33: Fluxograma da expedição............................................................. 111

Figura 34: Layout da empresa........................................................................ 112

Figura 35: Layout sugerido à empresa........................................................... 117

Figura 36: Fluxograma sugerido para o processo de armazenagem da

linha dura.......................................................................................

118

Figura 37: Fluxograma sugerido para o processo de armazenagem da

linha mole. ....................................................................................

119

Figura 38: Fluxograma sugerido para o processo de movimentação de

materiais da linha dura. ...............................................................

121

Figura 39: Fluxograma sugerido para o processo de movimentação de

materiais da linha mole. ................................................................

122

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÀO ........................................................................................ 15

1.1 Tema ....................................................................................................... 16

1.2 Problema de pesquisa ............................................................................. 16

1.3 Objetivos da pesquisa ............................................................................. 17

1.3.1 Objetivo geral ......................................................................................... 17

1.3.2 Objetivos específicos .............................................................................. 17

1.4 Justificativa .............................................................................................. 18

1.5 Contextualização do ambiente de estágio .............................................. 19

1.6 Organização do trabalho ......................................................................... 23

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................. 25

2.1 História e desenvolvimento da Logística ................................................. 25

2.2 Cadeia de distribuição ............................................................................. 30

2.3 Distribuição física .................................................................................... 33

2.4 Planejamento da distribuição .................................................................. 35

2.5 Processamento do pedido ....................................................................... 38

2.6 Armazenagem e movimentação .............................................................. 39

2.7 Manuseio de materiais ............................................................................ 42

2.8 Embalagem ............................................................................................. 44

2.9 Gestão de estoques ................................................................................ 46

2.10 Classificação dos estoques ..................................................................... 50

2.10.1 Curva ABC .............................................................................................. 51

2.11 Arranjo físico ou Layout ........................................................................... 55

2.12 Organização, sistemas e métodos........................................................... 58

2.12.1 Métodos e procedimentos ....................................................................... 62

2.12.2 Processos ................................................................................................ 63

2.13 Ferramentas do Controle Estatístico do Processo .................................. 67

2.14 Rotinas .................................................................................................... 68

2.15 Responsabilidades e tarefas ................................................................... 69

2.16 Fluxograma ............................................................................................. 70

2.16.1 Simbologia de Fluxograma ...................................................................... 73

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2.16.2 Diagrama de Fluxos ................................................................................ 74

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................... 78

3.1 Tipologia de pesquisa.............................................................................. 78

3.2 Sujeito do estudo ..................................................................................... 79

3.3 Instrumentos de pesquisa........................................................................ 80

3.4 Análise e apresentação dos dados ......................................................... 80

3.5 Limitações da pesquisa ........................................................................... 81

4 RESULTADOS......................................................................................... 82

4.1 Descrição dos processos 82

4.1.1 Armazenagem – linha dura...................................................................... 82

4.1.2 Armazenagem – linha mole...................................................................... 88

4.1.3 Movimentação de materiais – linha dura.................................................. 90

4.1.4 Movimentação de materiais – linha mole................................................. 98

4.1.5 Embalagem – linha dura.......................................................................... 100

4.1.6 Embalagem – linha mole.......................................................................... 103

4.1.7 Expedição................................................................................................. 105

4.1.8 Descrição do layout da empresa.............................................................. 112

4.1.9 Tipos de transporte utilizados pela empresa............................................ 113

4.2 Sugestões de melhorias para situações problemas da empresa: 114

4.2.1 Sugestões para a empresa...................................................................... 114

4.2.2 Quadro de desenvolvimento dos processos da distribuição física em

relação aos objetivos específicos. ...........................................................

123

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 126

REFERÊNCIAS ....................................................................................... 128

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1 INTRODUÇÃO

As empresas, independente do ramo em que atuam, buscam cada vez

mais competitividade. A globalização e a abertura de novos mercados exigem

de seus empreendedores políticas para minimizar perdas e maximizar lucros.

Neste ambiente de competição, as empresas procuram alcançar uma posição

de destaque sobre seus concorrentes, adotando estratégias tais como as de

estudar e reestruturar a logística de seus empreendimentos.

No mercado de vendas sob catálogo e distribuição, a competição não é

diferente. Os clientes encontram à sua disposição inúmeras opções de

produtos, serviços, marcas, preços, qualidade e fornecedores. Sendo assim, as

organizações precisam adotar ótimas estratégias logísticas para obter

vantagem competitiva.

Devido à sua complexidade operacional e impacto direto nos resultados

das grandes empresas – sejam estes financeiros, de vendas ou marketing – a

logística tem recebido continuamente maior importância no âmbito do

planejamento estratégico destas corporações.

O aumento das particularidades e dificuldades dos mercados,

conseqüência de uma maior gama de produtos ofertados, maior freqüência de

entregas, alto custo da manutenção de estoque, entre outras exigências de

melhoria de nível de serviço, torna imprescindível às organizações

aprimorarem seus sistemas logísticos de forma a corresponder às exigências

dos consumidores sem, contudo, incorrer em custos elevados (FLEURY;

WANKE; FIGUEIREDO, 2000).

O sucesso e a eficiência da cadeia logística e, mais especificamente, da

cadeia de distribuição, dependem de um alto grau de coordenação na empresa

matriz. O fluxo constante e confiável de informações é fator determinante no

gerenciamento da cadeia de distribuição e essencial para que bons resultados

de satisfação, quanto às exigências dos clientes finais, sejam atingidos.

Outro ponto básico para a distribuição física nos dias contemporâneos é

o controle das operações de carga e descarga, pois estes processos geram

muito tempo de mão-de-obra ociosa, referindo-se ao tempo de intervalo entre

uma operação e outra, bem como o controle de frotas durante o roteiro pré-

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estabelecido, que podem gerar inúmeras reduções de custos, ao serem bem

administradas, revendo as rotas, as paradas, o desgaste natural e a força do

equipamento, entre outros.

Assim, a distribuição física, a movimentação e armazenagem e demais

processos logísticos merecem atenção, visando alcançar os resultados

esperados pelos seus administradores.

Estas atividades necessitam de total sincronismo e um eficiente

planejamento, com a finalidade de estarem interligadas e serem controladas

por um sistema de informações que forneça tais informações precisas e

atualizadas a cada um dos setores, proporcionando menor custo e agilidade na

armazenagem, estocagem, manuseio de materiais e embalagem dos produtos.

1.1 Tema:

A logística de distribuição física verifica a possibilidade operacional de

melhorar todo o fluxo de materiais, contribuindo para alcançar as metas da

organização.

Muitas empresas procuram planejar a localização, o dimensionamento e

o funcionamento do almoxarifado. Outras, não planejam um local adequado

para o armazenamento de suas mercadorias, o que vem a resultar em sérios

prejuízos para a organização, passando, principalmente, por problemas de falta

de ordem, ventilação, iluminação, de localização inadequada dos produtos com

relação aos seus pontos de utilização e de dificuldade de circulação destes.

Um processo de distribuição física eficiente deverá ter como objetivo a

melhor utilização da mão-de-obra, a melhor utilização e eficiência do trabalho

empregado e a melhor supervisão dos responsáveis.

1.2 Problema de pesquisa:

O setor de distribuição é muito importante em uma organização.

Investigando e posteriormente melhorando a distribuição física em uma

empresa, estará conseqüentemente contribuindo para a melhoria de seu fluxo

de materiais, vindo a proporcionar ao cliente final um serviço de entrega com

qualidade.

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Um dos problemas, geralmente encontrados, em uma organização de

vendas sob catálogo é a pouca participação e interação dos setores; a melhoria

deste aspecto contribuiria para melhorar o fluxo de distribuição total da

empresa. Seja no registro de informações relevantes, como na participação dos

setores em discussões sobre as vontades dos clientes e até mesmo a

qualidade aplicada nas práticas diárias.

Estes são apenas alguns fatores que podem criar gargalos nesta função

de distribuição e alguns deles devem ser analisados dentro de seus contextos.

O setor de distribuição física na empresa Via Blumenau foi minuciosamente

analisado, a fim de propor sugestões e melhorias.

Desta forma, pretendeu-se investigar o seguinte problema de pesquisa:

“Como a empresa pode maximizar suas operações analisando o setor de

distribuição física?”

1.3 Objetivos da pesquisa:

1.3.1 Objetivo geral:

Analisar os processos de distribuição física na empresa Via Blumenau

Catálogos em relação à armazenagem, manuseio dos materiais e embalagem

dos materiais.

1.3.2 Objetivos específicos:

Identificar os processos da distribuição física em relação à

armazenagem, manuseio dos materiais e embalagem dos materiais;

Descrever os processos da distribuição física em relação à

armazenagem, manuseio dos materiais e embalagem dos materiais;

Descrição do Layout;

Descrição da classificação dos materiais;

Descrição da escolha dos transportes utilizados;

Apresentar sugestões de melhorias para essas situações.

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1.4 Justificativa:

Sob qualquer perspectiva – custos, valor aos clientes ou importância

estratégica para a missão da empresa – a logística é vital. No entanto, apenas

nos últimos anos as empresas começaram a se empenhar, de maneira

contundente, em administrar as atividades da cadeia de suprimentos de forma

integrada, ou seja, analisar produtos e serviços como um fluxo ininterrupto das

fontes de matérias-primas aos consumidores finais (BALLOU, 2001).

Ao tratar de planejamento estratégico voltado para a gestão logística,

quatro vértices mostram-se fundamentais e interdependentes, que são:

• localização das instalações;

• distribuição física;

• política de estoques;

• gestão de transportes.

O presente trabalho possui fundamental importância devido a grande

estrutura formada para comercializar os produtos fabricados pela empresa Via

Blumenau e também pelos produtos comprados e revendidos na empresa.

Conforme Novaes (2001), os especialistas em Logística denominam

distribuição física como processos operacionais e de controle que permitem

transferir os produtos desde o ponto de fabricação até o consumidor final.

De acordo com Ching (1999), a cadeia logística é uma forma integrada

de planejar e controlar o fluxo de mercadorias, informações e recursos, desde

os fornecedores até o cliente final. A gestão da cadeia logística pode ser

definida como esforços envolvidos nos diferentes processos e atividades

empresariais com a finalidade de criar valor na forma de produtos e serviços

para o consumidor final.

A originalidade deste trabalho foi analisar os processos de

armazenagem, manuseio de materiais e embalagem de produtos de maneira

estratégica, pois a empresa foi crescendo e suas diversas atividades não foram

avaliadas, para poder determinar os pontos deficientes nesse processo.

Como conseqüência, se busca oferecer aos clientes finais produtos de

boa qualidade, entregues no prazo acordado, na forma estabelecida e dentro

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da quantidade desejada, e proporcionando à empresa a satisfação dos seus

clientes, sua fidelização e a rentabilidade que esta relação pressupõe.

Esta gestão só será possível após uma análise detalhada da distribuição

física da empresa, em relação à armazenagem, manuseio dos materiais e

embalagem dos materiais.

Assim, o estudo buscou rastrear todas estas etapas na empresa Via Blu

Indústria e Comércio, procurando identificar em quais momentos da cadeia

estão ocorrendo falhas que acabam gerando atrasos e baixa produtividade dos

funcionários.

No presente trabalho, a Via Blumenau disponibilizou o acesso aos dados

da empresa, assim como a liberdade para registrar por meios audiovisuais os

setores mais importantes relacionados à distribuição dos materiais. Este fator

simplificante foi de ótima valia para o sucesso do estudo.

A viabilidade residiu justamente na facilidade em propor as possíveis

melhorias à administração da empresa, que está receptiva em financiar novos

projetos; isto acrescentou mais uma experiência prática na vida acadêmica da

autora. Para a acadêmica, a importância do trabalho foi o aperfeiçoamento de

seus conhecimentos na área de logística, com foco em distribuição física,

podendo colocar em prática o aprendizado de sala de aula.

A importância deste trabalho foi analisar a distribuição física em relação

à armazenagem, manuseio dos materiais e embalagem dos materiais na

empresa Via Blumenau e propor novas formas de gerenciamento, visto que a

empresa vem incorrendo em desperdícios de tempo quanto à movimentação

de seus materiais. O trabalho também servirá para consulta de acadêmicos e

micro empresários do segmento de empresas que têm vendas por catálogos.

A originalidade do trabalho é que não houve trabalhos acadêmicos

desenvolvidos na empresa com esta visão logística, tornando-se assim um

marco.

1.5 Contextualização do ambiente de estágio:

A Via Blumenau foi fundada em 18 de outubro de 1994, na cidade de

Blumenau, em Santa Catarina, por Júlio Hiromiti Fukakusa. Blumenau abriga

hoje o maior pólo têxtil de confecção do Brasil e é reconhecida

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20

internacionalmente por sua tradição na produção têxtil de alta qualidade. Esta

tradição remonta à segunda metade do século XIX, quando ali foram instalados

os primeiros teares vindos da Alemanha, juntamente com as primeiras famílias

de imigrantes alemães.

A primeira metade da década de 90 não foi um período fácil para a

indústria têxtil brasileira. Pressionadas por um violento choque de

competitividade provocado pela abertura do mercado têxtil, as indústrias têxteis

catarinenses também viam-se em apuros. A ameaça estava nos preços

baixíssimos dos produtos asiáticos. Mas, desafios nunca foram empecilhos

para o fundador da Via Blumenau. E, assim, a Via Blumenau inicia seus

passos, no ano de 1994, em uma pequena área de 400m2 e produzindo

apenas uma linha de camisetas t-shirt, que era comercializada através de

catálogos no sistema porta-a-porta.

O foco na excelência do atendimento e na qualidade dos seus produtos

logo produziu resultados. A Via Blumenau passou a ser sinônimo de qualidade

em confecções comercializadas através de catálogos. O crescimento constante

da demanda exigiu a expansão contínua da área instalada, bem como no mix

ofertado.

Superadas as dificuldades iniciais e tendo obtido um crescimento

constante e sustentado, a Via Blumenau, com 14 anos no mercado, é

conhecida em todo o país como a empresa que fornece a melhor qualidade em

roupas comercializadas através de catálogo.

Hoje a empresa está instalada em uma área com mais de 14.000 m2,

possui cerca de 900 funcionários e um mix com mais de 800 modelos de

confecções, além de um variado mix de produtos para uso pessoal e

doméstico, fazendo de seu catálogo um autêntico shopping em sua casa.

A Figura 1 visualiza o galpão da empresa onde as mercadorias são

separadas.

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21

Figura 1: Galpão da empresa.

Fonte: Dados fornecidos pela empresa.

Os principais fornecedores da empresa Via Blumenau são

apresentados no Quadro 1.

Coop. Agrop. Prod. Integrada do Paraná Ltda. Assai/PR

Plural Editora e Gráfica Ltda. Santana do Parnaíba/SP

Aviamentos Brusque Ltda. Blumenau/SC

Rigesa Celulose, Papel e Embalagens Ltda. Blumenau/SC

Vanity Industrial Ltda. Guarulhos/SP

Coats Corrente Ltda. Blumenau/SC

Stamp Química Comércio Ltda. Indaial/SC

Bon Ton Editora Ltda. São Paulo/SP

Megaforth – Carlos R. Girolla Blumenau/SC

Silvana de Souza São João Batista/SC

Rosset & Cia. Ltda. Guarulhos/SP

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22

Giese Ind. de Brinquedos e Instrumentos Musicais

Ltda.

Blumenau/SC

Quadro 1: Principais fornecedores da empresa.

Fonte: Dados fornecidos pela empresa.

Os principais clientes da empresa Via Blumenau são apresentados no

Quadro 2.

Boa Esperança Dist. Cat. Ltda. Bahia

Perfil Exp. e Imp. Ltda. Acre

Acácia Catálogos Ltda. Pará

Cardoso & Portela Ltda. Amapá

Kosméticos Orquídea Negra Ltda. Minas Gerais

Marisa Lojas Varejistas Ltda. São Paulo

Lojas Riachoelo S.A. São Paulo

Heloy Com. Varejista Ltda. Bahia

Kattálogos Com. Utens. Dom. Ltda. Roraima

Quadro 2: Principais clientes da empresa.

Fonte: Dados fornecidos pela empresa.

A Figura 2 apresenta o organograma da empresa Via Blumenau, com

destaque para o setor de produção.

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23

Figura 2: Organograma da empresa.

Fonte: Dados fornecidos pela empresa.

O organograma da empresa mostra que o setor analisado neste estudo

está sob a responsabilidade do Diretor de Produção.

1.6 Organização do trabalho

A primeira parte do trabalho apresenta a introdução, o tema da

pesquisa, bem como a identificação dos objetivos a serem cumpridos, a

justificativa e a apresentação da empresa Via Blu Indústria e Comércio Ltda.,

foco deste estudo.

O segundo capítulo apresenta o embasamento teórico de autores da

área de Logística, com foco em distribuição física, processamento do pedido,

armazenagem e movimentação, manuseio de materiais, embalagem, gestão de

DIRETOR / PRESIDENTE

DIRETOR DE MARKETING

DIRETOR DE VENDAS

DIRETOR FINANCEIRO

DIRETOR DE PRODUÇÃO

PCP

ESTAMPARIA

FACÇÃO

ALMOXARI-FADOS

CONTROLE DE

QUALIDADE

TALHARIA

SORTIMENTO / DISTRIBUI-

ÇÃO

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estoques, arranjo físico ou layout e organização, sistema e métodos, que

direcionaram o trabalho para sua realização.

O terceiro capítulo refere-se à metodologia utilizada para a coleta,

apresentação e caracterização da pesquisa, definindo o delineamento que foi

utilizado.

Assim, o quarto e quinto capítulo apresenta os resultados da pesquisa,

coletados pela acadêmica através da aplicação da realização de entrevistas e

observação pela acadêmica no ambiente interno da empresa, bem como a

análise dos dados e possíveis sugestões para a empresa.

O sexto capítulo apresenta as considerações finais da acadêmica acerca

do estudo realizado, bem como uma análise dos objetivos propostos que foram

alcançados durante o decorrer do trabalho.

Por fim, são apresentadas as referências bibliográficas dos autores

citados no trabalho.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo apresenta o embasamento teórico que fundamentou o

trabalho, descrevendo as principais funções logísticas que ocorrem dentro das

organizações, com destaque para a cadeia de distribuição física, gestão de

estoques, gerenciamento de recursos de materiais, manuseio, armazenagem e

movimentação de materiais, embalagem, layout, curva ABC, processamento do

pedido e planejamento da distribuição.

2.1 História e desenvolvimento da Logística:

A palavra logística é de origem francesa (do verbo “loger”, que significa

alojar). Era um termo militar que significava a arte de transportar, abastecer e

alojar as tropas. Tomou, depois, um significado mais amplo, tanto para uso

militar como industrial: a arte de administrar o fluxo de materiais e produtos, da

fonte para o usuário (IMAM, 2000).

A logística possui três fases distintas. A primeira fase compreende o

período de 1950-1960, tendo como característica principal o crescimento. A

liberação repentina de produtos, que estavam com sua demanda contida após

a guerra foi rapidamente liberada. As operações de qualquer negócio eram

caracterizadas pela certeza da influência do mercado geral. Com isso, o

aumento da capacidade de produção iniciou o seu processo de ampliação

(IMAM, 2000).

A segunda fase, que compreende o período de 1965-1979, foi uma

época durante a qual a distribuição física não podia ser vista de forma

separada do gerenciamento de materiais. Essa maturação foi resultante

principalmente pelo fato das necessidades dos clientes tornarem-se mais

exigentes (IMAM, 2000).

E a terceira fase compreende o período de 1980 até os dias de hoje.

Apesar da similaridade de recessões enfrentadas em períodos diferentes, ou

seja, nas décadas de 80 e 90, pode-se dizer que a logística, como disciplina

gerencial em seu próprio direito, foi mais estabelecida na década de 90.

“Realmente, a década de 90 foi encarada como a era da logística” (IMAM,

2000).

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Até o início dos anos 80, as empresas possuíam vários departamentos

independentes para atender à demanda de seus clientes, tais como: produção,

armazenagem, vendas, contabilidade, transporte, relações públicas, entre

outros, mas, não possuíam um departamento que se preocupava com a

interação destes departamentos para não só atender às necessidades de seus

clientes, mas superar as expectativas dos mesmos (CHIAVENATO, 1991).

O conceito de sistema logístico e a tecnologia de logística tiveram um

processo considerável desde a Segunda Guerra Mundial.

O conceito de sistema logístico tornou-se amplamente aceito e a

administração, tanto privada como governamental, começou a reconhecer a

grande necessidade de projetar e administrar o sistema logístico como um

todo, com muita comunicação, ao invés de uma série de funções

independentes e discretas (MAGEE, 2005).

Neste sentido, a logística vem apresentando uma evolução constante,

sendo hoje um dos elementos-chave na estratégia competitiva das empresas,

desde a logística na área de transporte até armazenagem de produtos,

considerada fundamental na cadeia produtiva integrada, atuando em estreita

parceria com o gerenciamento da cadeia de suprimentos.

Com o avançar do tempo, os clientes passaram a ficar cada vez mais

exigentes. Os principais fatores que contribuíram para essa transição foram:

A globalização que, conseqüentemente, gerou muita concorrência e a partir disso os clientes passaram a ter várias opções de marcas de um mesmo produto e a demandar produtos de maior qualidade com menor custo possível. E a tecnologia e sofisticação: os clientes passaram a demandar produtos cada vez com mais tecnologia e sofisticação, conseqüentemente as empresas tiveram que se moldar às novas exigências dos diversos públicos-alvos (DIAS, 1997, p.56).

Por isso, as empresas inseriram o setor de logística para integrar,

através de uma comunicação eficiente, todos estes setores que visam atender

o cliente de forma rápida frente à concorrência.

Ainda sobre a logística:

A logística é um processo de planejamento, implementação e controle da movimentação e armazenamento de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados do ponto de consumo, com o propósito de suprir as necessidades dos clientes e conquistar a confiabilidade do público que se quer atingir (BALLOU, 2001, p.98).

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Como se pode observar, a logística em uma empresa é um fator crucial

para a eficiência e eficácia da mesma. Uma boa estruturação logística na

organização está diretamente relacionada à qualidade final do produto ou

serviço oferecido.

Para o IMAM (2000), a logística preocupa-se com o gerenciamento do

fluxo físico, que começa com a fonte de fornecimento e termina no ponto de

consumo. Fica evidente a preocupação não apenas com produtos acabados,

onde se verifica que a logística está preocupada com a fábrica e o local de

estocagem, níveis de inventário e sistemas de informações, bem como com

transporte e armazenagem, tudo isto com uma comunicação eficiente.

Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor (NOVAES, 2004, p.35).

A logística tornou-se tão importante quanto os demais setores de uma

empresa. Com o gerenciamento dos materiais, os custos e as deficiências

foram diminuindo, aumentando os lucros.

Dessa forma, a moderna logística procura incorporar alguns aspectos

que, de acordo com Novaes (2001) são:

• Prazos previamente acertados e cumpridos integralmente, ao longo de toda

a cadeia de suprimentos;

• Integração efetiva e sistêmica entre todos os setores da empresa;

• Integração efetiva e estreita (parcerias) com fornecedores e clientes;

• Busca da otimização global, envolvendo a racionalização dos processos e a

redução de custos em toda a cadeia de suprimentos;

• Satisfação plena do cliente, mantendo nível de serviço preestabelecido e

adequado.

A logística passa a ser uma das grandes preocupações dentro das

empresas, pois através dela todo o fluxo de produção será otimizado. Ela deve

abranger toda a movimentação de materiais, interna e externa à empresa,

incluindo a chegada de matéria-prima, estoques, produção e distribuição até o

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momento em que o produto é colocado nas prateleiras à disposição do

consumidor final. A logística deve ser a interface entre as áreas responsáveis

por essas atividades.

Podemos entender logística como o gerenciamento do fluxo físico de materiais que começa com a fonte de fornecimento no ponto de consumo. É mais do que uma simples preocupação com produtos acabados, o que era a tradicional preocupação da distribuição física. Na realidade, a logística está preocupada com a fábrica e os locais de estocagem, níveis de estoque e sistema de informação, bem como com seu transporte e armazenamento (CHING, 2001, p.26).

Nessa definição, existe a inclusão do conceito da cadeia de suprimento,

mostrando a necessidade de uma visão geral de todo o processo produtivo. O

autor deixa claro de quem é a responsabilidade pela gestão da logística,

eliminando as confusões existentes entre o conceito de administração de

materiais e logística. Entende-se ainda que esta definição é mais completa,

pois privilegia e coloca como foco da logística o atendimento das necessidades

dos consumidores.

Atualmente, a logística é definida como o gerenciamento do fluxo de

materiais do ponto de aquisição até o ponto de consumo, atendendo

satisfatoriamente o cliente final, com produto de alto nível de qualidade,

competitividade, e com custos adequados. Antes da existência do conceito de

logística empresarial, as empresas possuíam alta produção, gerando estoques

elevados, baixa capacidade de distribuição e, conseqüentemente, nem todos

os clientes eram atendidos de forma rápida e eficaz; custos elevados eram

repassados nos produtos aos consumidores, pois não havia um método que

integrasse todas as etapas da produção e distribuição (MAGEE, 2005).

Percebe-se que a logística vem sendo aperfeiçoada de acordo com as exigências dos clientes. Com a mudança do comportamento do consumidor, que a partir de 1990 passou a ser amparado por lei, as empresas passaram a se preocupar em atender às reais necessidades dos clientes, que se resumem em: melhor atendimento, qualidade dos produtos, prazos de entrega e custos reduzidos (DIAS, 1997, p.102).

Para as organizações, atualmente, as entregas e distribuições são tão

importantes quanto produzir e vender, buscando assegurar a fidelidade dos

clientes. Com a globalização, as empresas percebem que seus clientes-alvo

podiam estar espalhados numa ampla área geográfica e que somente com um

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sistema que integrasse a demanda, produção e distribuição de seus produtos

poderiam obter lucratividade e uma fatia de mercado ainda maior.

Com a demanda sendo puxada pelos clientes, tornou-se necessário o

gerenciamento da cadeia logística e investimento em tecnologia na área de

informação, operacional e em equipamentos, contribuindo assim para o

fornecimento de um bom serviço a um custo aceitável pela empresa (BALLOU,

2001).

Hoje em dia, as empresas estão se estruturando para distribuir os

produtos, otimizando as entregas por regiões. Através de um operador

logístico, as empresas consolidam entregas em parcerias com empresas

concorrentes do mesmo segmento. Um exemplo forte e que representou a

quebra de paradigma foi a distribuição de jornais com linha editorial antagônica:

Folha de São Paulo, Estado de São Paulo e Jornal da Tarde, que vislumbraram

a oportunidade de em conjunto atenderem e abastecerem o mesmo ponto de

venda, diminuindo seus custos de distribuição (GREENBERG, 2001).

Devido ao leque de opções, o cliente tem à disposição os serviços

logísticos. Certamente ele optará por aquele que lhe oferecer maior segurança

e confiabilidade. Para as empresas, é importante definir e conhecer o público a

ser atingido, pois cada um possui necessidades diferentes. Por isso, é

necessário que haja sinergia e gerenciamento em toda a cadeia de

abastecimento.

A logística envolve uma série de atividades nas empresas. Para Novaes

(2004), os fluxos associados à logística envolvem a armazenagem de matéria-

prima, dos materiais em processamento e dos produtos acabados, percorrendo

todo o processo, indo desde os fornecedores, passando pela fabricação,

seguindo desta ao varejista para atingir finalmente o consumidor final, que é o

alvo principal de toda a cadeia de suprimento. A Figura 3 ilustra este conceito.

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Figura 3: Elementos básicos da logística.

Fonte: Adaptado de Novaes (2004, p.36).

Conforme a Figura 3, todos estes elementos do processo logístico estão

focados com o objetivo de satisfazer às necessidades e preferências dos

consumidores finais. No entanto, cada elemento da cadeia logística é também

cliente de seus fornecedores, sendo preciso conhecer as necessidades de

cada um dos componentes do processo, buscando sua satisfação plena.

2.2 Cadeia de distribuição:

Para que a rede de distribuição se torne mais eficiente na satisfação das

exigências do usuário final, um alto nível de cooperação entre as organizações

Processo de planejar, operar, controlar

Fluxo e Armazenagem Matéria-prima

Produtos em processo Produtos acabados

Informações Dinheiro

de forma econômica, eficiente e efetiva

satisfazendo as necessidades e

preferências dos clientes

ao ponto de destino

ao ponto de origem

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participantes (fornecedores e a empresa compradora), e o reconhecimento da

necessidade de tornar os relacionamentos mutuamente benéficos é requerido.

A troca de informações entre os integrantes da rede de distribuição

assegura que a manufatura e o fornecimento de produtos sejam orientados

pela demanda real, e não por previsões equivocadas e, conseqüentemente,

permite que todos os membros do canal de distribuição operem melhor.

Segundo Bowersox e Closs (2001), o canal de distribuição pode ser

definido como um grupo de entidades interessadas, ou apenas uma entidade

que assume a propriedade de produtos ou viabiliza a sua troca durante o

processo de comercialização, do fornecedor até o comprador final. Para que se

caracterize um canal de distribuição, é necessário que os membros que atuam

nesse sistema mantenham uma relação de interdependência.

Para Novaes (2001), há uma correlação estreita entre as atividades que

constituem a distribuição física de produtos e os canais de distribuição. As

atividades logísticas relacionadas à distribuição física são então definidas a

partir da estrutura planejada para seus canais: Distribuição Física, Depósito da

Fábrica, Transporte, Centro de Distribuição, Transporte, Depósito, Varejista,

Canal de Distribuição, Fabricante, Atacadista e Consumidor Final.

Uma vez definidos os canais de distribuição, podem ser identificados os

deslocamentos físico-espaciais aos quais os produtos serão submetidos,

detalhando-se, a partir dessa análise, a rede logística e o sistema de

distribuição decorrente. A rede de distribuição é composta por depósitos,

centros de distribuição, estocagem, mecanismos de transportes e estrutura

auxiliar.

Ainda segundo Novaes (2001), outro aspecto importante a ser

considerado é a dificuldade de alteração dos canais de distribuição

selecionados para uma empresa, que se mantêm fixos por muito tempo, pois

envolvem outras empresas, intermediários, contratos, etc.

As principais funções de um canal de distribuição estão descritas no

quadro a seguir.

Adaptação Modelar e adaptar o produto (montagem e

embalagem) às necessidades do comprador.

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Negociação Fechar acordos que possibilitem a troca de posse

do produto ou do serviço.

Nível de serviço Garantir o nível de serviço pré-estabelecido pelos

parceiros da cadeia de distribuição.

Informação

Garantir um fluxo de informações rápido e preciso

entre os elementos participantes e, ainda, coletar e

distribuir informações proporcionadas por

pesquisas de mercado e inteligência de marketing.

Distribuição Física

Garantir a rápida disponibilidade do produto nos

segmentos do mercado, identificados como

prioritários. Podem ser consideradas ainda as

atividades de estocagem e armazenagem de

produtos.

Promoção e venda

Intensificar o potencial de venda do produto,

buscando parcerias entre fabricantes e varejistas

que permitam a exposição adequada dos mesmos

nas lojas; definir arranjo e disponibilização de

mercadoria no fabricante ou no varejo; analisar a

necessidade de promoções especiais do produto e

desenvolver e distribuir comunicações sobre

ofertas.

Promoção e venda

Intensificar o potencial de venda do produto,

buscando parcerias entre fabricantes e varejistas

que permitam a exposição.

Financiamento Obter e alocar recursos que cubram os custos do

trabalho no canal.

Redução de custos

Buscar de forma integrada e permanente a

redução de custos, analisando a cadeia de valor

como um todo.

Quadro 3: Cadeia de distribuição.

Fonte: Adaptado de Bowersox e Closs (2001).

O transporte, armazenagem e o manuseio das cargas representam um

valor expressivo na cadeia total de custos logísticos. Em épocas de melhoria

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contínua de processos, onde as empresas buscam incessantemente reduzir

custos, almejando resultados financeiros mais favoráveis, torna-se importante

analisar as vantagens e desvantagens das diversas estratégias definidas na

utilização de centros de distribuição.

Percebe-se que o centro de distribuição é um modelo especial de

depósito, concebido para aumentar a velocidade de circulação de bens e

permitir a realização de atividades relacionadas à distribuição das cargas.

2.3 Distribuição física:

A rápida evolução da tecnologia de informação tem fomentado o

desenvolvimento de redes de produção flexíveis e, conseqüentemente,

sistemas logísticos ou soluções logísticas inter-organizacionais. Na verdade, a

visão linear sugerida pelo termo cadeia de suprimentos não é adequada para

representar as relações verticais, horizontais, cíclicas e entre cadeias que

acontece na atualidade.

Distribuição Física refere-se à parte de um sistema logístico no tocante à

movimentação externa dos produtos, do vendedor ao cliente ou consumidor.

Distribuição física é o ramo da logística empresarial que trata da movimentação, estocagem e processamento de pedidos dos produtos finais da firma. Costuma ser a atividade mais importante em termos de custos para a maioria das empresas, pois absorve cerca de dois terços dos custos logísticos (BALLOU, 1993, p.40).

Destaca-se o maior número de relações a ser mantido pela empresa

para otimizar os fluxos físicos e de informações dos sistemas de produção e

distribuição. Os sistemas logísticos das novas organizações têm recorrido a

terceiros para realizar estas atividades logísticas e manter as ligações entre

estes vários pontos, evitando sair do seu negócio principal.

Para Gurgel (1996), o serviço de distribuição é composto de todos os

elementos de armazenamento, movimentação e transporte no canal de

distribuição. Ligado à logística, a distribuição solicita:

• Engenharia de transporte;

• Tecnologia de armazenamento;

• Técnicas de movimentação;

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• Técnicas para a distribuição física dos produtos acabados.

A distribuição física preocupa-se, principalmente, com bens acabados ou

semi-acabados, ou seja, com mercadorias que a organização oferece para

vender e sobre as quais não planeja executar processamentos posteriores.

Com o passar dos anos, percebe-se que a tendência do serviço de

distribuição está crescentemente valorizada pelo comércio varejista e

atacadista. Esta constatação reforça a idéia de que a indústria de bens de

consumo deve explorar o serviço como base de diferenciação com a

concorrência, tanto pelo lado dos benefícios embutidos em suas ofertas quanto

pela redução do custo de aquisição para se ter o produto e/ou serviço.

Na visão de Ballou (1993), a administração da distribuição física é uma

tarefa desenvolvida em três níveis:

• Estratégico: decisão de modo geral sobre qual deve ser a configuração

global do sistema de distribuição. Mas simplesmente, é a localização dos

armazéns, a seleção dos modos ou modais de transporte e o projeto do

sistema de processamento de pedidos. O planejamento estratégico molda o

sistema de distribuição nos seus termos mais gerais;

• Tático: administrar a distribuição física no nível tático é utilizar seus

recursos. É o planejamento de curto prazo. Quando uma empresa investe em

alguma parte de seu sistema de distribuição, como, por exemplo, caminhões,

armazéns, dispositivos para transmissão de pedidos ou equipamento de

manuseio, surge o problema de utilizar seus equipamentos e facilidades de

maneira eficiente. Se os equipamentos de transporte podem movimentar-se

sempre completamente carregados, se a área dos armazéns pode ficar sempre

totalmente ocupada e se o equipamento de transmissão de pedidos nunca está

ocioso, o custo de possuí-los seria mínimo. Dessa forma, com planejamento

cuidadoso dos fluxos de distribuição efetuado rotineiramente, seus

responsáveis tentam atingir a maior utilização possível;

• Operacional: refere-se às tarefas diárias que o gerente de distribuição e

seus subordinados devem desempenhar para garantir que os produtos fluam

através do canal de distribuição até o último cliente. Isto inclui atividades como

recolher produtos dos estoques armazenados, carregar caminhões para

entrega, embalar produtos para carregamento, manter registros dos níveis de

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inventário, preparar pedidos para ressuprimento de estoques, etc. O foco deste

aspecto da administração da distribuição é principalmente supervisão e

realização das tarefas.

Outro ponto básico para a distribuição física nos dias contemporâneos é

o controle das operações de carga e descarga, pois estes processos geram

muito tempo de mão-de-obra ociosa, referindo-se ao tempo de intervalo entre

uma operação e outra, bem como o controle de frotas durante o roteiro pré-

estabelecido, que pode gerar inúmeras reduções de custos, ao serem bem

administradas, revendo as rotas, as paradas, o desgaste natural e a força do

equipamento, entre outros.

2.4 Planejamento da distribuição:

Na visão de Ballou (1993), dentre as características mais importantes do

produto que influenciam a estratégia de distribuição estão os atributos do

próprio produto, que são o peso, volume, valor, perecibilidade, inflamabilidade

e substitutibilidade. Nas suas várias combinações, estes atributos indicam as

necessidades para armazenagem, estoques, transporte, manuseio e

processamento do pedido. Essas combinações são divididas em quatro

categorias, apresentadas no quadro a seguir.

Relação peso-volume

A relação peso-volume (densidade) de um produto

é particularmente significativa, pois os custos de

transporte e armazenagem estão diretamente

relacionados com ela. Produtos densos, ou seja,

com relação peso-volume elevada, como aço

laminado, material impresso e comida enlatada,

apresentam boa utilização dos equipamentos de

transporte e das facilidades de armazenagem.

Tanto os custos de transporte como de

armazenagem tendem a ser baixos. Entretanto,

para produtos pouco densos, como isopor ou

lâmpadas, a capacidade volumétrica do

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equipamento de transporte é preenchida antes de

seu limite de carregamento em peso a ser atingido.

Além disso, os custos de manuseio e de espaço,

baseados no peso, tendem a ser elevados

comparados ao preço de venda.

Relação valor-peso

O valor do produto que está sendo movimentado e

estocado é um fator importante no desenvolvimento

de uma estratégia logística. Custos de estoque são

particularmente susceptíveis ao valor. Quando se

expressa o valor com relação ao peso, algumas

compensações óbvias de custos emergem e

auxiliam a planejar o sistema logístico. Produtos de

baixo valor específico, como carvão e areia, têm

custos de estoque baixos, mas custos de transporte

elevados, se medidos como porcentagem de seus

preços de venda. Os custos de manutenção de

estoque são calculados como fração do valor do

produto. Preços menores significam custos menores

de estoque, pois o custo de manutenção de estoque

é seu fator dominante. Custos de transporte, por

outro lado, estão amarrados ao peso. Se o valor do

produto é baixo, o custo de transporte representa

uma proporção elevada do preço de venda.

Produtos com alto valor específico, tais como

equipamentos eletrônicos ou jóias mostram

comportamento oposto, com altos custos de

estoque e baixos custos de transporte. Se o produto

tem uma relação valor-peso elevada, a reação típica

é minimizar o estoque mantido. Naturalmente,

algumas empresas tentam ajustar uma relação

valor-peso desfavoráveis pela alteração dos

procedimentos de avaliação de custos pela

mudança do valor ou pela revisão dos requisitos de

embalamento para alterar o peso.

Substitutibilidade Quando o consumidor nota pouca ou nenhuma

diferença entre o produto da empresa e os de seus

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concorrentes, diz-se que o produto é altamente

substituível. Ou seja, o consumidor compra

prontamente uma segunda marca caso a primeira

não esteja disponível imediatamente. Os

administradores de distribuição tentam prover

disponibilidade de produto num nível tal que os

consumidores não precisem selecionar um produto

substituto. A logística não tem controle sobre a

substitutibilidade do produto, apesar de o

profissional ter o dever de planejar a distribuição de

produtos com variados graus de substitutibilidade.

Ela pode ser encarada em termos de vendas

perdidas pelo fornecedor. Substitutibilidade elevada

significa geralmente maior chance para o

consumidor escolher outro produto, resultando em

venda perdida. O administrador em logística trata

com vendas perdidas através de alternativas de

transporte, de estocagem ou ambas.

Características de risco

Refere-se aos atributos de valor, perecibilidade,

flamabilidade, tendência à explosão e facilidade de

roubo. Quando um produto mostra alto risco em

uma ou mais dessas características, ele impõe uma

série de restrições ao sistema de distribuição. Os

custos de transporte como de estoque são maiores

em termos tanto absolutos como em termos de

porcentagem do preço de venda.

Quadro 4: Planejamento da distribuição.

Fonte: Adaptado de Ballou (1993).

O planejamento da distribuição deverá levar em consideração as

características do produto, a fim de se manter a integridade do material,

avaliando-se as condições próprias de distribuição e movimentação.

2.5 Processamento do pedido:

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38

Em relação aos enfoques alternativos para a entrada e processamento

de pedidos, o processamento de pedidos pode ser feito de infinitas maneiras.

Na maior parte dos casos, as empresas procuram velocidade e precisão em

relação à distribuição física. Estes objetivos, entretanto, devem ser atingidos

dentro de limites realistas de custos, tendo as empresas à opção de adquirir

um sistema manual ou um sistema altamente automatizado de transmissão de

pedidos.

Quando as empresas utilizam sistemas automatizados, os sistemas de

entrada e processamento de pedidos estão interligados ao controle de

estoques, manufatura e transporte.

Quanto aos procedimentos operacionais, Ballou (1993) apresenta as

seguintes características:

• Formação de lotes: formar lotes de pedidos é submeter mais de uma

transação ao sistema de cada vez. Este procedimento é geralmente associado

a um instante preciso para submissão do lote. Estas medidas servem para

controlar a alocação de carga de trabalho ao sistema, especialmente quando

os pedidos são enviados de diversos pontos de coleta;

• Pedido mínimo: muitas empresas estabelecem uma política de tamanho

mínimo de pedido para aceitar uma ordem. O motivo básico é tentar atingir

algumas economias de escala em transporte e atendimento. Além disso, essa

política reduz o número de pedidos necessários para um dado volume de

negócios, diminuindo, portanto, os custos do processamento de pedidos;

• Prioridades no atendimento de pedidos: a seqüência na qual os pedidos

são manipulados pode afetar bastante os tempos de ciclo observados pelos

clientes. A seqüenciação dos pedidos pode ser controlada mediante o uso de

prioridades específicas para atendimento das ordens, ou pode ser deixada

simplesmente a cargo do julgamento do pessoal operacional. Esta última

alternativa pode resultar em procedimentos pouco satisfatórios.

Quanto maior o volume de pedidos da empresa, maior será a

necessidade de utilização da tecnologia para otimizar esse processo.

2.6 Armazenagem e movimentação:

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O principal objetivo da armazenagem é o de guardar a mercadoria até

ela ser requisitada por algum departamento da empresa, ou seja, a mercadoria

deve ser mantida no depósito por certo período de tempo até que seja

requisitada para consumo próprio ou para comercialização.

Para Dias (2005), um correto sistema de armazenagem influi no melhor

aproveitamento da matéria-prima e dos meios de movimentação. Além de

evitar a perda de produtos por defeito de batidas e impactos, reduz as perdas

de material no manuseio e impede outros extravios.

Os objetivos da armazenagem é o melhor aproveitamento do espaço

físico, a fim de estocar os materiais da empresa de tal forma que não haja

avarias, a localização dos produtos seja facilitada pelos funcionários, e

conforme o tipo de produto que tenha ventilação, seja iluminado, não fique em

contato direto com o chão, entre outros.

Para Ballou (1993), existem quatro razões básicas para uma

organização utilizar espaço físico de armazenagem, que são:

• Reduzir custos de transporte e produção: reduzir custos de transporte

pela compensação nos custos de produção e estocagem. Por conseguinte, os

custos totais de fornecimento e distribuição dos produtos podem ser

diminuídos;

• Coordenação de suprimento e demanda: empresas que têm produção

fortemente sazonal com demanda por produtos razoavelmente constante

enfrentam o problema de coordenar seu suprimento com a necessidade de

produtos. Problemas associados às oscilações nos preços de commodities

também podem gerar necessidade de armazenagem. Materiais e produtos que

experimentam súbitas alterações de preço (por exemplo, cobre aço e petróleo)

podem ser comprados antes do necessário para obter menores preços.

Geralmente será necessário ter espaço para o inventário, mas seu custo pode

ser contrabalançado pelos melhores preços obtidos na compra das

commodities;

• Necessidades da produção: a armazenagem pode fazer parte do

processo de produção. A manufatura de certos produtos, como queijos e

vinhos, requer um período de tempo para maturação ou envelhecimento;

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• Considerações de marketing: é interessante para a área de marketing a

disponibilidade do produto no mercado. A armazenagem é utilizada para

agregar esse tipo de valor. Ou seja, pela estocagem do produto próximo aos

consumidores, podem-se conseguir entregas mais rápidas. A melhoria no nível

de serviço devido à melhor entrega, assim como a maior disponibilidade, pode

ter efeito positivo nas vendas.

A importância da armazenagem é levar soluções para os problemas de

estocagem de materiais que possibilitam uma melhor interação entre

suprimento, produção e distribuição. A informação em tempo real também é

desejada por qualquer cliente, como ter visibilidade para um pedido e ser capaz

de rastrear esta informação instantaneamente.

O armazenamento de materiais ou formação de estoques é de suma

importância no cotidiano das empresas e, sobretudo, das indústrias que

trabalham com alta produtividade e rotatividade. Há inclusive métodos

específicos como o sistema Just in time, que procura manter o controle de

materiais com mínima formação de estoques e Kanban que ordena e controla

os estoques (BALLOU, 1993).

Moura (1998) afirma que a movimentação de materiais está relacionada

com o deslocamento de matérias-primas e produtos acabados e com a

armazenagem (estocagem, separação de pedidos, embalagem, expedição), o

suprimento das matérias-primas e a distribuição dos produtos acabados.

Assim, a movimentação de materiais consiste na preparação, colocação e

posicionamento de materiais, a fim de facilitar sua movimentação e estocagem.

Todas as atividades que se relacionam com o produto, com exceção das

operações de processamento e inspeção, são da movimentação de materiais.

Um sistema de movimentação de materiais deve trabalhar com uma

série de recursos que possibilitem a redução do custo final de produto,

conforme apresentado no Quadro 5.

Redução de custos

- Custo de mão-de-obra: a implantação de equipamentos

mecânicos substituirá o trabalho braçal, que exigirá menos

esforço físico do homem e reduzirá o tempo de

atravessamento.

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- Custo de materiais: uma melhor estrutura no

acondicionamento do material e um transporte mais eficaz

resultarão num índice de perdas muito pequeno.

- Custo de equipamento: o uso de equipamentos

adequados, em termos de número e características, para a

movimentação e a armazenagem de materiais exigirá menor

investimento em ativo fixo por parte da empresa.

- Outros custos: um serviço de estocagem e transporte

eficiente terá como conseqüência uma redução nas

despesas em geral.

Aumento da

capacidade produtiva

- Aumento da produção: a produtividade da linha de

produção será conseqüência de uma racionalização dos

processos de transporte e estoque, que permitirá maior

rapidez na chegada dos materiais até as linhas de

produção.

- Capacidade de armazenagem: as empilhadeiras permitem

melhor acondicionamento do produto e uma máxima

utilização do espaço na área de estocagem, com liberação

de área produtiva.

- Distribuição de armazenagem: é necessário o

aproveitamento de dispositivos para a formação de cargas

unitárias, levando a um sistema de armazenagem muito

mais eficiente.

Melhores condições

de trabalho

- Maior segurança: o risco de acidentes ficará bastante

reduzido com a utilização de equipamentos de

movimentação e com o uso de dispositivos destinados às

cargas unitárias.

- Redução da fadiga: à medida que o homem aplica o uso

da máquina no seu serviço, seu esforço diminuirá. Ao

mesmo tempo, aqueles que continuam trabalhando em

serviços de transportes e estocagem, trabalham com muito

mais conforto, já que a máquina fará o esforço físico

despendido pelo homem.

Melhor distribuição

- Melhoria na circulação: uma total adequação do ambiente

de trabalho, isto é, corredores bem definidos,

endereçamento fácil e equipamentos eficientes, farão com

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que a movimentação das mercadorias, dentro da fábrica,

melhore.

- Localização estratégica do almoxarifado: a aplicação de

sistemas de manuseio torna viável a criação de pontos de

armazenagem em vários locais distantes da fábrica,

colocados estrategicamente próximos aos pontos de

utilização.

- Melhoria dos serviços ao usuário: a proximidade da

mercadoria em relação ao usuário torna muito mais rápida o

seu acesso, evitando riscos de deterioração ou quebra e

representando um custo menor.

- Maior disponibilidade: um sistema de distribuição eficaz

terá como conseqüência maior disponibilidade dos produtos

conforme a região.

Quadro 5: Movimentação de materiais.

Fonte: Adaptado de Francischini e Gurgel (2002).

Assim, em qualquer empresa, a movimentação de materiais tem uma

grande importância. Ela compreende todas as operações básicas envolvidas

na movimentação de qualquer tipo de material, por qualquer meio, da recepção

da matéria-prima até a expedição e distribuição do produto acabado.

2.7 Manuseio de materiais:

O manuseio de mercadorias realizado de forma eficiente depende muito

do próprio projeto do armazém. Destaca-se que pequenas variações na

configuração, arranjo físico ou arranjo das docas de descarga podem resultar

em economias substanciais nos custos de manuseio.

O manuseio ou movimentação interna de produtos e materiais significa transportar pequenas quantidades de bens por distâncias relativamente pequenas, quando comparadas com as distâncias na movimentação de longo curso executada pelas companhias transportadoras. É atividade executada em depósitos, fábricas e lojas, assim como no transbordo entre modais de transporte. Seu interesse concentra-se na movimentação rápida e de baixo custo das mercadorias (BALLOU, 1993, p.172).

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Conforme Ballou (1993), o objetivo primordial do manuseio é a

separação das cargas de acordo com as necessidades dos clientes.

Assim, em qualquer empresa, a movimentação de materiais tem uma

grande importância. Ela compreende todas as operações básicas envolvidas

na movimentação de qualquer tipo de material, por qualquer meio, da recepção

da matéria-prima até a expedição e distribuição do produto acabado.

Explica Ballou (2001) que o manuseio de materiais dentro de um sistema

de estocagem e de manuseio consiste de três atividades básicas:

• carregamento e descarregamento: a primeira e a última atividade na cadeia

de eventos de manuseio de materiais são o carregamento e o

descarregamento. Quando os bens chegam a um armazém, devem ser

descarregados de um veículo. Em muitos casos, o descarregamento e o

deslocamento para o estoque são feitos com uma única operação. Em outro,

são processos separados, necessitando, às vezes, de equipamento especial.

Mesmo quando o equipamento de descarregamento não é diferente daquele

usado para levar os produtos para o estoque, o descarregamento pode ser

tratado como uma atividade separada porque os bens podem ser

descarregados e então separados, inspecionados e classificados antes da

movimentação para o local no armazém. O carregamento é similar ao

descarregamento; entretanto, diversas atividades adicionais podem ocorrer no

ponto de carregamento. Uma verificação final para organizar os volumes e a

seqüência pode ser realizada antes que o embarque esteja dentro do

equipamento de transporte. Também, carregar pode incluir um esforço

adicional de prevenir danos, tais como amarrar e embalar a carga;

• movimentação ‘de’ e ‘para’ a estocagem: entre os pontos de carregamento

e descarregamento em uma instalação de estocagem, os produtos podem ser

movimentados diversas vezes. A primeira movimentação é a do ponto de

descarregamento até a área de estocagem. Em seguida, pode ser do local de

embarque ou para a área de coleta de pedido para o estoque de reposição. A

atividade real de movimentação pode ser realizada diversas vezes pelos vários

tipos de equipamento de manuseio de materiais disponíveis. Estes variam de

caminhões e carros manuais de impulso a sistemas inteiramente

automatizados e computadorizados de empilhamento e retirada;

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• preenchimento do pedido: o preenchimento do pedido é a seleção de

estoque das áreas de armazenamento de acordo com os pedidos das vendas.

A seleção do pedido pode ocorrer diretamente das áreas de estocagem semi-

permanentes ou a granel ou das áreas (chamadas áreas de separação de

pedido) que estão especialmente dispostas para melhorar o ordenamento do

fluxo de materiais em quantidades de fracionamento de volume.

Freqüentemente, o preenchimento do pedido é a atividade mais crítica do

manuseio de materiais devido ao manuseio de pedidos de pequenos volumes,

que requer mão-de-obra intensiva e relativamente mais cara do que outras

atividades.

Sendo assim, é necessário que se tenha o cuidado necessário no

manuseio do material, utilizando o equipamento adequado para o recebimento

ou a ser enviado para seu local de destino, e também, deverá estar com a

embalagem e as informações adequadas e necessárias para seu transporte ao

local designado.

2.8 Embalagem:

O sistema de embalagem é peça fundamental na cadeia fornecedor-

cliente, quer se trate da embalagem de contenção que acompanha o produto

até seu esgotamento (exemplo: pasta de dentes), quer daquela apresentação

descartada logo após a compra (caixa que protege o tubo de pasta de dentes).

Conforme Moura (1998) entende-se como sistema de embalagem tudo

aquilo que a envolve, suas operações e materiais necessários para mover os

produtos do ponto de origem até o de consumo, inclusive maquinários,

equipamentos e veículos para o seu embarque.

A embalagem serve como proteção para os produtos, sendo que ali

constam informações, características, validade, produtor e outras informações

adicionais, todas aquelas que apresentam ao cliente o conteúdo daquele

produto.

A utilização de uma embalagem de qualidade ajuda a vender o produto a

um melhor preço e contribui para o aprimoramento da qualidade (GURGEL,

2000).

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Para Gurgel (2000) a embalagem completa de um produto é formada por

embalagens especializadas, conforme relacionado:

• Embalagem de contenção: embalagem em contato direto com o produto,

portanto, deve haver compatibilidade entre os materiais do produto e da

embalagem;

• Embalagem de apresentação: é uma caixa que envolve a embalagem de

contenção e com a qual o produto se apresenta ao usuário, no ponto de venda;

• Embalagem de comercialização: embalagem que contém um múltiplo da

embalagem de comercialização constitui a unidade para a extração de pedido

e, por sua vez, é um submúltiplo da embalagem de movimentação;

• Embalagem de movimentação: múltiplo da embalagem de

comercialização, para ser movimentada racionalmente por equipamentos

mecânicos. Frequentemente trata-se de contentores abertos que permitem ou

facilitam os deslocamentos em distâncias pequenas, dos materiais, peças no

interior de fábrica ou, por vezes, entre fábricas da mesma empresa, para o

abastecimento dos vários postos de trabalho;

• Embalagem para estocagem: esta embalagem tem a função protetora do

produto ou do objeto contra os agentes agressivos externos: contra os agentes

físicos (variações de temperatura, grau hidrométrico, luminosidade); contra os

agentes químicos (oxidação, vapores ácidos, ação do ar sobre o

comportamento químico de alguns produtos de fraca estabilidade), contra os

parasitas vegetais ou animais (bolores, bactérias, insetos, roedores etc.);

• Embalagem de transporte: dentro da rede de distribuição dos pedidos,

estas embalagens podem acompanhar o produto desde a fábrica até o cliente

final (como no caso de geladeiras etc.) ou desde a fábrica até um centro de

distribuição (como um supermercado, por exemplo). A principal função é

proteger o seu conteúdo dos acasos do transporte, abrangendo os movimentos

necessários a cada mudança de veículo. Deve ser estruturada em função dos

elementos seguintes: natureza da mercadoria; meios de transporte utilizados

sucessivamente; número de interrupções do carregamento e meios de

movimentação usada nas várias escalas, incluindo os de extremidades do

percurso; duração do transporte; influência do transporte; influência climática

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das zonas atravessadas, considerando o período de expedição e a duração

total do transporte (incluindo os tempos eventuais de paradas);

• Disposições especiais resultantes de regulamentos legais (alfândega,

estocagens portuárias, etc.).

• A embalagem de apresentação e comercialização deverá ser adequada

em suas dimensões para que também se adapte ao setor logístico da

organização. A embalagem interage intensamente com todas as atividades

ligadas à logística industrial, ou seja, o sistema de administração de fluxos de

materiais abrange desde a movimentação das matérias-primas, partes e

componentes, até a distribuição física interna à fábrica e à área externa,

conhecida como distribuição urbana.

2.9 Gestão de estoques:

A gestão de estoques constitui um componente importante da

administração, principalmente quando a empresa utiliza grande quantidade de

materiais e/ou quando precisa manter um alto volume de estoques, sendo

necessária uma eficiente gestão de estoques para controle e manutenção de

materiais.

A logística atual, atualização da administração de materiais, pela sua

importância vai além do papel que executa em uma empresa e ganha o papel

principal em vários negócios, entre eles os mercados, os super/hipermercados

e as grandes empresas de atacado, varejo, e empresas de distribuição

(CHIAVENATO, 1991).

Administrar os estoques é uma responsabilidade de planejamento e

controle do estoque, desde o estágio de matéria-prima até o produto acabado

entregue aos clientes.

A gestão de estoques tem por finalidade principal assegurar o contínuo

abastecimento de artigos necessários para comercialização direta ou capaz de

atender aos serviços executados pela empresa. Mais especificamente, a

gestão de estoques de produtos acabados precisa ser de qualidade, pois

assegurará a entrega final dos produtos solicitados pelos clientes finais.

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Destaca Jacobsen (2006) que a gestão de estoques é um fator cada vez

mais determinante para as organizações, no que tange à sobrevivência destas

num mercado globalizado e cada vez mais competitivo.

Os materiais precisam estar na empresa, prontos para o consumo na

data desejada e com um preço de aquisição acessível, a fim de que o produto

possa ser competitivo e assim, dar à empresa um retorno satisfatório do capital

investido, ou seja, a empresa deve ter uma boa gestão de estoques.

Os investimentos não são dirigidos por uma organização somente para

aplicações diretas que produzam lucros, tais como os investimentos em

máquinas e em equipamentos destinados ao aumento da produção e,

conseqüentemente, das vendas.

A gestão de estoque em produtos acabados é, basicamente, o ato de

gerir recursos ociosos possuidores de valor econômico e destinado ao

suprimento das necessidades futuras de material nas organizações

(CHIAVENATO, 1991).

Outros tipos de investimentos, aparentemente, não produzem lucros.

Entre estes estão as inversões de capital destinadas a cobrir fatores de risco

em circunstâncias imprevisíveis e de solução imediata. É o caso dos

investimentos em estoque, que evita que se perca dinheiro em situação

potencial de risco presente.

Destaca Ballou (1993) que os estoques servem para uma série de

finalidades, tais como:

• Melhorar o nível de serviço ao cliente, dando suporte à área de marketing,

que ao criar demanda precisa de material disponível para concretizar vendas;

• Incentivam economias na produção, pois os estoques agem como

amortecedores entre oferta e demanda, possibilitando uma produção mais

constante, que não oscila com as flutuações das vendas devido à força de

trabalho poder ser mantida em níveis estáveis e os custos de preparação de

lotes poder ser diminuídos;

• Permitem economias de escala nas compras e no transporte que é uma das

finalidades dos estoques em proporcionar descontos no transporte pelo

emprego de grandes lotes equivalentes à capacidade dos veículos e gerar

fretes unitários menores;

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• Agem com proteção contra aumentos de preços porque as compras podem

ser antecipadas em função dos aumentos previstos nos preços, criando

estoques que, de alguma forma, o pessoal de logística deve administrar;

• Protegem a empresa da incerteza na demanda e no tempo de

ressuprimento que, na maioria das ocasiões, não é possível conhecer as

demandas de produtos ou tempos de ressuprimento no sistema; e para garantir

disponibilidade deve-se manter um estoque adicional; estoques de segurança

são adicionados aos estoques regulares para atender às necessidades de

produção ou de mercado;

• Servem como segurança contra contingências. Greves, incêndios e

inundações são apenas algumas das contingências que podem atingir a

empresa, que deve manter estoques de reserva como uma maneira de garantir

o fornecimento normal nessas ocasiões.

A gestão dos estoques visa, portanto, numa primeira abordagem, manter

os recursos ociosos expressos pelo inventário, em constante equilíbrio em

relação ao nível econômico ótimo dos investimentos. E isto é obtido mantendo

estoques mínimos, sem correr o risco de não tê-los em quantidades suficientes

e necessárias para manter o fluxo da produção da encomenda em equilíbrio

com o fluxo de consumo.

Atualmente, as organizações buscam otimizar o investimento em

estoques, aumentando o uso eficiente dos meios internos da empresa e

minimizando as necessidades de capital investido.

As normas de estocagem, segundo Jacobsen (2006), além de contribuir

para a redução de custos, influem:

• Na redução das perdas por quebras, deterioração e desvios de

mercadorias;

• Na simplificação do controle das transações;

• No funcionamento mais eficiente e eficaz das tecnologias de informação;

• Na ampliação, com aproveitamento máximo do espaço de chão e cúbico

(para produtos perecíveis e não perecíveis) e melhoria na circulação interna;

• Na diminuição de acidentes de trabalho por melhorar as condições de

trabalho na movimentação de cargas pesadas;

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• No menor tempo gasto na acessibilidade, nas movimentações e na

expedição, contribuindo para a fluidez dos serviços e para a maximização da

produtividade da operação (exige a combinação eficaz na utilização de

equipamentos e força de trabalho).

Os estoques podem ter várias formas, conforme a natureza da empresa

e seus produtos oferecidos.

Estoque é a composição de materiais – materiais em processamento,

materiais semi-acabados, materiais acabados – que não é utilizado em

determinado momento na empresa, mas que precisa existir em função de

futuras necessidades (DIAS, 1997).

Assim, o estoque constitui todo o sortimento de materiais que a empresa

possui e utiliza no processo de produção de seus produtos/serviços.

Os estoques podem ser entendidos, de forma generalizada, como certa

quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante e renovados,

permanentemente, para produzir lucros e serviços. São lucros provenientes

das vendas e serviços, por permitirem a continuidade do processo produtivo

das organizações (DIAS, 1997).

Representam uma necessidade real em qualquer tipo de organização e,

ao mesmo tempo, fonte permanente de problemas, cuja magnitude é em

função do porte, da complexidade e da natureza das operações da produção,

das vendas ou dos serviços.

A manutenção dos estoques requer investimentos e gastos muitas vezes

elevados. Evitar sua formação ou, quando muito, tê-los em número reduzido de

itens e em quantidades mínimas, sem que, em contrapartida, aumente o risco

de não ser satisfeita a demanda dos usuários ou dos consumidores em geral,

representa um ideal conflitante com a realidade do dia-a-dia e que aumenta a

importância da sua gestão (CHIAVENATO, 1991).

A acumulação de estoques em níveis adequados é uma necessidade

para o normal funcionamento do sistema produtivo. Em contrapartida, os

estoques representam um enorme investimento financeiro.

Deste ponto de vista, os estoques constituem um ativo circulante

necessário para que a empresa possa produzir e vender com um mínimo risco

de paralisação ou de preocupação (CHIAVENATO, 1991).

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Atualmente, as empresas buscam otimizar o investimento em

estoques, aumentando o uso eficiente dos meios internos da empresa e

minimizando as necessidades de capital investido.

Os estoques representam um meio de investimento de recursos e

podem alcançar uma respeitável parcela dos ativos totais da empresa. A

administração dos estoques apresenta alguns aspectos financeiros que exigem

um estreito relacionamento com a área de finanças.

Enquanto a Administração de Materiais está voltada para a facilitação do

fluxo físico dos materiais e o abastecimento adequado às áreas de produção e

vendas, a área financeira está preocupada com o lucro, a liquidez da empresa

e a boa aplicação dos recursos empresariais (CHIAVENATO, 1991).

2.10 Classificação dos estoques:

O gerenciamento de estoques está relacionado com o planejamento e o

controle de estoques e materiais ou de produtos que serão utilizados na

produção ou na comercialização de bens ou serviços. Preocupar-se

efetivamente com os estoques pode interferir nos resultados estratégicos de

uma empresa, através da definição do momento correto da compra, a

quantidade ideal a serem comprados, os melhores preços, os níveis de

segurança, a qualidade do bem ou do serviço.

Existem muitas maneiras de se classificar estoques. Uma classificação

freqüentemente utilizada se relaciona ao fluxo de materiais que entra em uma

organização industrial, passa por ela e dela sai, conforme descreve Arnold

(1999):

• Matérias-primas: são itens comprados e recebidos que ainda não entraram

no processo de produção; incluem materiais comprados, peças e

componentes;

• Produtos em processo: matérias-primas que já entraram no processo de

produção e estão em operação ou aguardam para entrar em operação;

• Produtos acabados: os produtos acabados do processo de produção que

estão prontos para ser vendidos como itens completos. Podem ser retidos

na fábrica ou no depósito central, ou ainda em vários pontos do sistema de

distribuição;

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• Estoques de distribuição: produtos acabados localizados no sistema de

distribuição;

• Suprimentos de manutenção, de reparo e de operação: itens utilizados na

produção que não se tornam parte do produto. Incluem ferramentas

manuais, peças sobressalentes, lubrificantes e materiais de limpeza.

A classificação apresentada é feita em função do seu estágio no

processo produtivo da empresa. À medida que passam pelas diversas etapas

do processo produtivo, vão sofrendo acréscimos e alterações, e que resultarão

no produto acabado (ARNOLD, 1999).

Há duas filosofias básicas em torno das quais o gerenciamento do

estoque é desenvolvido. Conforme Ballou (2002), a primeira é a abordagem de

puxar, que vê cada ponto de estocagem de um almoxarifado como dependente

de todos os outros no canal. A previsão da demanda e a determinação das

quantidades de reabastecimento é feita considerando somente circunstâncias,

dando o controle preciso sobre níveis do estoque em cada localização. Já a

abordagem de empurrar ocorre quando as decisões sobre cada estoque são

feitas independentemente, o sincronismo e os tamanhos de pedido do

reabastecimento coordenados com os tamanhos de lote de produção, as

quantidades econômicas de compra ou o tamanho de pedidos mínimos. Para

Ballou (2002), o método de empurrar é usado quando as compras ou a

produção em economia de escala compensam os benefícios de níveis coletivos

mínimos do estoque como alcançados pelo método de puxar.

Torna-se necessário administrar os estoques de forma consciente,

sendo que o comprador deve ser conhecedor dos custos pertinentes aos altos

estoques para não pôr em risco o negócio da empresa, avaliando que o

momento de manter estoque ou não é vital para a sobrevivência da

organização (BALLOU, 2002).

2.10.1 Curva ABC:

Nas empresas, tanto o capital investido em estoque como os custos

operacionais podem ser diminuídos, quando se reconhece que nem todos os

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itens estocados merecem a mesma atenção por parte da administração ou

precisam manter a mesma disponibilidade para satisfazer os clientes.

Para Ballou (1993), a curva ABC é particularmente útil para o

planejamento da distribuição quando os produtos são agrupados ou

classificados conforme seu nível de vendas. Os itens A são os pertencentes ao

grupo dos 20% superiores, os próximos 30% são os itens B e os 50% restantes

compõem os itens da classe C.

O método ABC de materiais e estoques é um método que consiste em

separar em três grupos, ABC, classificando-os de acordo com os seus valores,

e dando maior importância de controle aos materiais.

Na visão de Martins e Alt (2002), a análise ABC é uma das formas mais

usuais de se examinar estoques. Essa análise consiste na verificação, em certo

espaço de tempo, normalmente de seis meses a um ano, do consumo, em

valor monetário ou quantidade, dos itens de estoque, para que eles possam ser

classificados em ordem decrescente de importância.

Os materiais A são os de maior valor investido e em menor número;

portanto, como regra geral deve permanecer em estoque por pouco tempo, isto

é, em torno de 7 dias; de preferência com uma parceria com os fornecedores.

Os materiais B são os materiais de quantidades e valores intermediários, e

podem ficar estocados de 30 a 60 dias. Já os materiais C são os materiais de

pouco valor e de grandes quantidades; portanto, podem ficar estocados de 120

a 180 dias.

Explica Jacobsen (2006) que para o levantamento da Curva ABC de um

estoque, deve-se considerar os seguintes elementos e providências:

• Código do material ou item;

• Preço ou custo unitário;

• Demanda futura ou passada (ou estoque médio), em unidade de cada

item, durante o período em estudo;

• Cálculo da demanda em valor monetário, do período determinado;

• Ordenação decrescente dos itens, em função da demanda em valores

monetários (movimentação de valor).

Este tipo de distribuição pode ser utilizado no controle de estoques, para

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a definição de políticas de vendas, para o estabelecimento de prioridades, para

a programação da produção e uma série de outros problemas usuais nas

empresas (JACOBSEN, 2006).

Ainda para Jacobsen (2006), na fase de tabulação dos dados da Curva

ABC de um estoque, deve-se considerar os seguintes elementos:

• Código do material ou item, ordenado de forma decrescente, conforme

ficou estabelecido na fase de levantamento;

• Demanda em valores monetários, por item;

• Percentual de participação de cada item de acordo com a sua demanda

em valor monetário;

• Demanda acumulada do período em estudo, em valor monetário;

• Demanda acumulada do período, em percentual;

• Percentual acumulado do número de itens estudados (100% dividido

pelo número de itens);

• Quantidade acumulada do número de itens.

Destaca-se ainda que o foco da classificação ABC é fornecer

informações a fim de elaborar uma política de estoques, para atender a

demanda e otimizar o investimento em estoques.

Assim, cabe ao administrador, baseado nas faturas de compra e na

experiência, transpor o item do material de A para B, ou C, e vice-versa.

A seguir será apresentado o Quadro 6, demonstrando um modelo de

tabela da curva ABC:

Materiais Consumo

médio

Preço

unit. Valor mês

Valor

arrumado % nº Class. ABC

1 320 2.700,00 864.000 864.000 89,6 1 A

2 834 22,40 18.682 22.025 2,3 6 B

3 1 2.166,00 2.166 18.682 1,9 2 B

4 2 475,00 950 18.502 1,9 5 B

5 114 162,30 18.502 17.500 1,8 9 B

6 125 176,20 22.025 12.002 1,2 7 B

7 68 176,50 12.002 3.270 0,3 11 C

8 2 1.142,50 2.285 2.285 0,2 8 C

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54

9 100 175,00 17.500 2.166 0,2 3 C

10 1 970,00 970 2.120 0,2 12 C

11 60 54,50 3.270 970 0,1 10 C

12 1 2.120,00 2.120 950 0,1 4 C

964.472 964.472 100,0

Quadro 6: Tabela modelo da curva ABC.

Fonte: Adaptado de Dias (1997).

Conforme demonstrado no Quadro 6, este modelo serve de base para

a conclusão de uma curva ABC.

Na Figura 4 a Curva ABC desenhada em gráfico para melhor

visualização.

100%

90%

60%

A B C

17% 43% 100%

Figura 4: Curva ABC.

Fonte: Adaptado de Dias (1997).

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55

Na Figura 4 percerbe-se que quanto maior o número de itens, maior é

sua frequência, e inversamente proporcional acontece, pois quanto menor o

número de itens, menor o número de frequências.

2.11 Arranjo físico ou Layout:

O arranjo físico refere-se à disposição de equipamentos, corredores,

máquinas e os locais por onde os funcionários devem se locomover.

No entendimento de Gurgel (1996), o arranjo físico é a técnica de

converter os elementos complexos e inter-relacionados da organização da

manufatura e as facilidades físicas em uma estrutura capaz de atingir os

objetivos da empresa pela otimização entre a geração de custo e a geração de

lucros.

Dentro do almoxarifado, o layout determina a acessibilidade ao material,

os modelos de fluxo de material, os locais de áreas obstruídas, a eficiência da

mão-de-obra e a segurança do pessoal e do armazém.

Os objetivos de um layout de um armazém apropriado, segundo

Jacobsen (2006) são:

• usar o espaço efetivamente;

• permitir a movimentação de material de forma mais eficiente;

• propiciar a estocagem mais econômica em relação a custos do

equipamento, utilização de espaço, danos ao material e mão-de-obra de

movimentação;

• a classificação do layout do armazém é baseada em quão bem estes

objetivos são atendidos. O efetivo uso do espaço para estocagem, funções

operacionais e de suporte são considerados. O transporte e a estocagem de

material são analisados para determinar quão bem o layout ajuda na redução

dos custos de movimentação e aumento da produtividade da mão-de-obra.

O layout deve proporcionar condições físicas que preservem a qualidade

dos materiais, de conformidade com o plano de armazenagem, objetivando-se

a ocupação plena do depósito, bem como a ordenação da arrumação

(JACOBSEN, 2006).

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No entendimento de Francischini e Gurgel (2002), existem atualmente

profissionais especializados em trabalhar na implantação ou modificação de um

layout, analisando as seguintes situações que originam uma mudança no

layout:

Mudança do produto

Em razão da forte concorrência de mercado, uma

mudança de produto, com o intuito de aumentar a

margem de lucro de uma organização, afetará os

equipamentos, a mão-de-obra e a área de trabalho.

Lançamento do produto

O desenvolvimento de um novo produto causará

modificações na estrutura de armazenagem, e um novo

layout deve ser estudado simultaneamente ao projeto do

produto a ser lançado.

Variação na demanda

Um aumento na demanda fará com que novas máquinas

sejam instaladas para se adequar às expectativas do

mercado. Por outro lado, uma diminuição na demanda

causará uma redução nos custos variáveis da produção.

Obsolescência das

instalações

A obsolescência de um processo exige modificações

sensíveis; o layout pode indicar a conveniência em se

ampliarem as instalações, devendo-se proceder à

construção de novo bloco ou mesmo à mudança

completa do depósito.

Ambiente de trabalho

inadequado

O layout deve levar em conta as condições de

temperatura, o efeito do ruído, a presença de agentes

agressivos, enfim, fatores que podem afetar o

rendimento do trabalho humano.

Índice de acidentes

elevados

A localização indevida de algumas instalações poderá

acarretar acidentes com operários em contato com

produtos químicos perigosos. É de extrema importância

o rápido e eficiente atendimento dos operários

acidentados e a localização e eliminação das causas do

acidente para evitar futuras ocorrências.

Mudança na localização e

do mercado consumidor

É uma variável que não tem influência direta, porém,

age indiretamente na definição do layout, já que a

necessidade da realocação de um depósito envolve a

definição de um novo layout.

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57

Redução nos custos

Uma redução nos custos causará, possivelmente, uma

reestruturação no quadro de pessoal e de

equipamentos, e conseqüentemente um novo layout.

Quadro 7: Análise de layout.

Fonte: Adaptado de Francischini e Gurgel (2002).

A alteração de um layout já existente se faz necessária de acordo com

a necessidade de cada empresa, ou seja, há vários fatores que influenciam na

necessidade de alteração do layout de um armazém para que se tenha um

armazém mais eficiente no que se refere à armazenagem e movimentação.

Há quatro tipos de arranjos físicos, segundo Slack, Chambers e

Johnston (2002):

• Arranjo físico posicional: os recursos transformadores se movem entre os

recursos transformadores. Isso acontece quando o produto ou serviço é

muito grande ou delicado para ser movido de forma conveniente.

• Arranjo físico por processo: mantém todos os processos similares ou

processos com necessidades similares juntos. Os materiais e as pessoas

movem-se de um centro a outro de acordo com a necessidade. Os

diferentes tipos de recursos percorrerão seus roteiros de acordo com suas

necessidades de processamento. Na indústria, esse tipo de arranjo físico

ainda indica que as máquinas de uma mesma função são agrupadas em

departamentos e o produto caminha até a máquina adequada à próxima

operação. Assim, um mesmo grupo de máquinas serve a produtos

diferenciados, aumentando a flexibilidade do sistema a mudanças no

projeto do produto e/ou processo.

• Arranjo físico ou celular: os recursos necessários para uma classe

particular de produtos são agrupados junto de alguma forma, onde os

recursos transformadores necessários para atender suas necessidades se

encontram. Depois de serem processados na célula, os recursos

transformados podem prosseguir para outra célula.

• Arranjo físico por produto: os recursos de transformação estão

configurados na seqüência específica para a melhor conveniência do

produto ou tipo de produto. Esse tipo de arranjo físico também é chamado

de arranjo físico em “fluxo” ou em “linha”.

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58

Também existem os arranjos físicos mistos, onde são combinados

elementos de alguns ou todos os tipos básicos de arranjo físico, ou usam tipos

de arranjo físico de forma “pura” em diferentes partes da operação.

2.12 Organização, sistemas e métodos:

Na época atual, praticamente, todas as empresas necessitam dos

trabalhos e soluções típicas de um setor de Organizações, Sistemas e Métodos

(O.S.M.), porém, é com dificuldade que as idéias novas são aprovadas e

implementadas. Existem as dúvidas de estratégia, de táticas a serem adotadas,

assim como quanto à nova cultura de aplicação.

Nas últimas três décadas surgiram novas concepções sobre O.S.M. e

sobre empresa, até a explosão da informática, da microinformática e da

automação, porém jamais a atividade de O.S.M. deixou de ser importante e

necessária. O grande desafio será sempre vencer os bloqueios das velhas

teorias, hábitos e costumes enraizados geralmente por políticas envelhecidas

(CRUZ, 1998).

A palavra-chave para um novo enfoque de O.S.M. é a administração

participativa, onde deve haver um envolvimento intelectual, técnico de todos

nas áreas de organização, planejamento, gestão, decisões e nos resultados.

A organização da empresa é definida como a ordenação e agrupamento

de atividades e recursos, visando ao alcance dos objetivos e resultados

estabelecidos. Já a estrutura organizacional é o conjunto ordenado de

responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões das unidades

organizacionais de uma empresa (OLIVEIRA, 1997).

A organização, sistemas e métodos é uma atividade administrativa

voltada para a obtenção da melhor produtividade possível dos Recursos

Humanos - RH, Recursos Materiais - RM, e Recursos Tecnológicos - RT,

através de técnicas científicas que envolvem os aspectos comportamentais e

instrumentais, no ambiente interno ou externo da empresa (CURY, 2005).

O termo “Organização” freqüentemente tem sido empregado como

sinônimo de arrumação, ordenação, eficiência. Porém, a organização deve ser

entendida não apenas como o quadro estrutural de cargos, definidos por:

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respectivos títulos; atribuições básicas; responsabilidades; relações formais;

nível de autoridade; e aspectos culturais. Nestes termos, pode-se definir como

função básica de organização o estudo cuidadoso da estrutura organizacional

da empresa para que esta seja bem definida e possa atender às necessidades

reais e os objetivos estabelecidos de forma integrada com a organização

informal e as estratégias estabelecidas na empresa.

Pode-se considerar O.S.M. como uma função híbrida do planejamento e

organização, desenvolvendo-se na construção de estruturas organizacionais,

bem como na determinação de planos, principalmente na definição de

procedimentos, políticas e métodos administrativos (OLIVEIRA, 1997).

Na organização, a sua função é o levantamento da estrutura

organizacional da empresa; a análise dos dados coletados e a de verificar se a

divisão funcional existente corresponde às necessidades, com especial cuidado

quanto ao conteúdo dos cargos e as respectivas especificações, além do

planejamento de uma organização administrativa que em cada momento

corresponde às necessidades da empresa (CURY, 2005).

Verifica também os “Sistemas Administrativos”, onde realiza

levantamentos das rotinas de trabalho inerentes aos estudos programados;

análise sistemática dos dados apurados para verificação da eficácia dos

sistemas; planejamento de novos sistemas que correspondam às necessidades

da empresa; apresentação para aprovação de novos sistemas; implantação

dos novos sistemas aprovados; controle sistemático dos sistemas em vigor.

Aplica os “Métodos Administrativos”, que estabelece os melhores métodos de

trabalho, com especial cuidado para aspectos de produtividade, inclusive com

estudo de carga de trabalho; estudo de layout ou arranjo físico dos escritórios

no que diz respeito às implicações com o fluxo de trabalho; controle sobre

impressos; estudo da eficácia e necessidade de máquinas e equipamentos de

reprodução, processamento de dados, entre outros (MOREIRA, 1999).

“O ‘Sistema’ é um conjunto de partes interagentes e interdependentes

que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e

efetuam determinada função” (OLIVEIRA, 1997, p.76). Na discussão de

problemas empresariais de nossa época, a palavra sistema vem sendo usada

com muita freqüência, de tal forma que pesquisadores estão estudando-o cada

vez mais.

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60

Uma definição de Sistema em termos de Administração de empresas,

conforme Cury (2005), destaca que Sistema é um conjunto de atividades

interligadas de forma que todas estejam em uma relação direta, de maneira a

possibilitar que determinados objetivos sejam alcançados.

Objetivos do estudo de sistemas em uma empresa são identificar todos

os sistemas que ocorrem na empresa, definindo de forma objetiva as entradas,

as operações e as saídas, que devem estar sempre em sintonia com os

objetivos preestabelecidos; canalizar todas as forças e energias que ocorrem

no sistema para os objetivos preestabelecidos; estabelecer sistemas de

controle e avaliação, permanentes em todas as fases do sistema (entradas,

processos, saídas e retroalimentação); e criar sistemas de retroalimentação,

que sejam verdadeiras reintroduções no processo, para que este não perca o

seu movimento dinâmico, não haja estrangulamentos no sistema de

comunicações da empresa, auto-regulando os sistemas.

Como o administrador é a pessoa responsável na empresa em planejar,

organizar, reunir recursos humanos e materiais, dirigir e controlar, é

perfeitamente compreensível que ele não consiga executar todas as funções

ao mesmo tempo. A crescente complexidade dos problemas administrativos,

que exigem soluções, capacidade de técnica e de tempo, concorre para que o

administrador tenha que confiar em órgãos especializados (O.S.M.) uma vez

que está envolvido em seu trabalho diário faltando-lhe tempo para resolver tais

problemas.

A criação do departamento de O.S.M. deve ser prerrogativa da alta

administração da empresa, na figura de seus diretores principais. A alta

administração deve reconhecer sua real necessidade para posterior criação. É

claro que o porte do departamento deve ser dimensionado em função do

tamanho da empresa e da gama dos problemas administrativos, do grau de

sofisticação das estruturas e das informações gerenciais, e da envergadura dos

projetos e estudos a serem desenvolvidos (CURY, 2005).

O sucesso do departamento vai depender quase que exclusivamente da

sua posição na estrutura organizacional. É recomendável que esteja ligado ao

executivo de mais alto nível, e que tenha o maior poder na empresa. O nível do

departamento pode ser desde um setor até uma gerência, variando muito de

empresa para empresa. Preferivelmente, deve estar em posição de assessoria.

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61

Segundo Slack, Chambers e Johnston (2002), de forma bem simples, alguns

organogramas destacam a ligação com o departamento de Organização,

Sistemas e Métodos. O.S.M. como Assessoria é a ideal:

Figura 5: OSM como assessoria.

Fonte: Adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002, p.187).

A autoridade de O.S.M., nesta figura, é semelhante a dos outros

departamentos. Isto pode tornar seu campo de ação mais limitado.

Figura 6: OSM semelhante aos outros departamentos. Fonte: Adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002, p.188).

É importante salientar que para qualquer uma das estruturas apontadas,

quando existir também uma área de informática na empresa, não é

recomendável a separação do O.S.M. do computador, pois o campo de

atuação é o mesmo, ou seja, sistemas administrativos constituintes do

subsistema de informação da empresa.

O departamento de informática, portanto, pode ser constituído de:

Diretoria

Vendas

Produção

Finanças

OSM

Diretoria

Vendas

Produção

Finanças

OSM

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62

• O antigo Centro de Processamento de Dados – CPD – tinha como função

principal supervisionar equipamentos (hardware) e seu dimensionamento

(Plano Diretor de Informática – PDI).

• Hoje, além do aspecto técnico, também desenvolve sistemas, ou adquire

no mercado e dá o devido suporte ao usuário; e é claro altera ou

influencia na gestão das empresas. Tem-se então uma função técnica

aliada a uma função administrativa.

Ambas as atividades têm, portanto, finalidades semelhantes voltadas ao

aperfeiçoamento organizacional, e alocadas em estrutura hierárquica diversa.

Os autores têm notado que em várias empresas e entidades, embora

constituído formalmente, o departamento de O.S.M. não possui autoridade

suficiente para levar à frente os trabalhos que lhe são atribuídos. Isto é

temerário, podendo levar à falência toda uma estrutura empresarial. Portanto,

para o sucesso desse tipo de trabalho, a alta administração da empresa deve:

• estar suficientemente convencida da real necessidade desta função na

empresa;

• apoiar totalmente o órgão, através de seus executivos de linha (produção,

vendas, finanças, compras etc.).

2.12.1 Métodos e procedimentos:

A fim de o administrador conduzir com eficiência as atividades

empresariais em direção aos objetivos econômico-sociais propostos, deve

esquematizar de forma clara as funções e ordená-las de maneira lógica, para

evitar omissões, duplicidades etc. No entanto, a coordenação da estrutura

organizacional somente será efetiva se houver sistemas de informação

administrativos, perfeitamente ajustados à realidade empresarial, e que

representem um conjunto de eventos inter-relacionados de forma a alcançar

objetivos preestabelecidos. Em termos práticos, primeiro é considerado o

trabalho a ser realizado e o que se pretende (sistema), para depois confiar as

etapas a profissionais categorizados (organização) (MAXIMIANO, 2000).

Após a esquematização dos eventos constantes no sistema

administrativo, devem ser delineados os métodos de trabalho, ou seja, a forma

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63

lógica de ordenar procedimentos que melhor se adaptem à natureza do

trabalho.

Segundo Luporini e Pinto (1995, p.79), “o método de trabalho pode ser

encarado como a forma lógica de ordenar procedimentos, com a finalidade de

desenvolver seqüências operacionais mais simples e eficazes”.

Em relação aos métodos de trabalho:

Representa a forma de processamento que melhor se adapta à natureza do trabalho, objetivando conduzir as atividades individuais de tal sorte que proporcionem maior rendimento da capacidade produtiva e, com menor esforço operacional, menores custos, menores riscos, abreviação do tempo despendido na operação e outras nuances que, no geral, ensinam para que a eficácia operacional seja atingida (CAMPOS, 2004, p.84).

Pode-se dizer que o método é um conjunto de procedimentos ordenados

e lógicos para obter-se a melhor performance operacional. O delineamento dos

métodos de trabalho exigem uma cuidadosa verificação dos aspectos de

produção e dos recursos materiais e humanos envolvidos.

Todavia, tal verificação se justifica para a produção de itens em larga

escala, que demandem precisão e uniformidade. Por exemplo, não há sentido

planejarem-se métodos de trabalho para operações que deixem de existir nos

próximos meses decorridos da implantação do método. Ao longo do tempo, os

métodos têm tido o seu melhor emprego em atividades fabris em face da

contínua repetição das operações e da distribuição cadenciada das tarefas que

são proporcionadas pela produção em série e em larga escala de itens

(LACOMBE, 2004).

2.12.2 Processos:

Processos estão relacionados com a maneira de agir, ou seja, é o

conjunto de atos pelos quais se realiza uma operação. Vários são os conceitos

de processo, porém, observa-se que todos convergem na mesma direção.

De acordo com Harrington (2003), processo é qualquer atividade que

recebe uma entrada (input), agrega-lhe valor e gera uma saída (output) para

um cliente interno ou externo. Conhecer o processo de produção é, em última

análise, definir o que é feito para transformar entradas em saídas. Portanto, a

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partir do uso de recursos da própria organização, os processos geram os

resultados.

A norma brasileira NBR ISO 8402-94 (1994), estabelece o conceito de

processo como o conjunto de recursos e atividades inter-relacionadas que

transformam insumos (entradas) em produtos (saída).

As organizações, geralmente, apresentam estruturas organizacionais do

tipo funcional, onde são agrupadas numa mesma unidade administrativa,

aquelas atividades pertencentes a uma mesma área técnica e/ou de

conhecimento. Esta forma de estrutura organizacional acaba criando “ilhas” de

especialidades dentro da organização, que não se comunicam suficientemente

entre si, causando distorções na forma como é visto o fluxo de trabalho, suas

conseqüências e as inter-relações envolvidas. Isto acaba de uma forma ou de

outra, trazendo sérios prejuízos a qualquer atividade de gerenciamento, uma

vez que se perde a noção do todo (AMITAI, 2004).

Por outro lado, e de uma forma mais ampla, a visão processual de uma

organização considera a mesma como um todo. A visão processual da

organização permite o entendimento de como o trabalho é executado pelos

processos que se inter-relacionam além das fronteiras funcionais.

Hierarquicamente, os processos sofrem divisões que vão desde os macro-

processos passando pelos processos propriamente ditos, sub-processos,

atividades, até o nível das tarefas. Os macro-processos são aqueles processos

que envolvem mais de uma função dentro da organização, cuja operação tem

impacto nas demais funções (MAXIMIANO, 2000).

Os processos, propriamente ditos, são as atividades que recebem uma

entrada, realizam uma transformação agregando-lhe valor, gerando uma saída.

Os sub-processos são divisões do macro-processo quando os mesmos

possuem objetivos específicos, organizados seguindo linhas funcionais, ou

seja, os sub-processos recebem entradas e geram suas saídas em um único

departamento. Na seqüência, os sub-processos podem ser divididos nas

diversas atividades que os compõem e, em um nível mais detalhado, em

tarefas (WARREN, 2002).

Partindo-se da premissa que só se gerencia aquilo que se conhece, e

em conseqüência, só se gerencia bem aquilo que se conhece profundamente,

há a necessidade de se orientar o estudo para as questões específicas. Uma

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das práticas correntes, na maioria das organizações, é a análise de métodos

de trabalho. A análise de métodos de trabalho realizada de forma criteriosa tem

demonstrado que pode-se aumentar a produtividade, através da definição e

compreensão dos aspectos relativos a problemas e sua conseqüente solução.

De uma forma geral, pode-se iniciar a análise a partir de uma visão mais ampla

(macro) do trabalho e, em seguida, particularizar detalhes específicos de

interesse à produção e à organização. Os fatores intervenientes, que

normalmente levam a uma análise mais profunda, são relacionados,

principalmente, às mudanças de equipamentos e/ou ferramentas, alteração de

projetos, utilização de novos materiais, tentativas de melhoria de produtividade,

surgimento de problemas imprevistos, entre outros (CAMPOS, 2004).

De acordo com Moreira (1999), sempre serão candidatos potenciais a

um estudo, quaisquer trabalhos altamente repetitivos, ou que apresentem uma

dependência muito grande do elemento humano, ou ainda problemas de

organização pública e condições desagradáveis para o operador.

Ainda, segundo o autor, qualquer que seja a forma pela qual nasceu o

estudo, existe uma seqüência fixa de passos pré-determinados, que devem ser

seguidos, ao se empreender uma análise de métodos.

A seguir, Warren (2002) apresenta três etapas importantes para o início

do estudo do processo:

• Identificação da operação a ser estudada. Isso implica em conhecer o

local de trabalho, obter informações sobre os equipamentos e ferramentas

utilizadas, discriminar as etapas em que o trabalho se divide, identificar os

materiais utilizados, a área de trabalho, o número de trabalhadores

envolvidos, as funções (tarefas ou atividades), o turno de trabalho, a

movimentação de material, a movimentação de pessoal, o ritmo de

trabalho, as condições ambientais etc., coletando todas as informações

necessárias para o entendimento da situação.

• Discussão com os operadores, encarregados e supervisores sobre

particularidades importantes para análise.

• Documentação da operação através do uso de fluxogramas apropriados à

análise.

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66

A primeira etapa, conforme descrita nos itens anteriores é aquela que

relacionará todas as informações básicas que servirão para o reconhecimento

do local onde as atividades são realizadas, porém, sem juízo de valor em

relação aos possíveis problemas encontrados.

Segundo Mafra (1999, p.89):

São conjuntos de atividades que possuem como características a definição de parâmetros e medidas que se iniciam e terminam com a satisfação dos clientes externos. O termo “clientes externos” é usado para identificar pessoas ou organizações que não fazem parte da empresa, mas são ligadas pelas atividades da empresa. A definição de um processo exige que se conheçam os limites do processo, ou seja, precisamos saber quando o processo começa e quando termina.

Os processos podem ser classificados em processos empresariais ou de

gerenciamento, ou ainda processo produtivo ou de manufatura. Segundo

Harrington (1997), o processo empresarial é o processo que gera serviço e dá

apoio ao processo produtivo, como por exemplo o planejamento do processo

de produção, folha de pagamento, atendimento de pedidos, dentre outros.

Os processos são interligados formando cadeias de clientes e

fornecedores, e abrangem todas as atividades administrativas, produção,

compra e serviços dentro de uma organização. Essa abordagem de processo

quer dizer que se deve verificar o ponto de vista do cliente e não medir

esforços para que as necessidades dos clientes sejam satisfeitas.

Vários autores definiram de diversas formas o termo processo.

Conforme Harrington (1997), processo é qualquer atividade que recebe

uma entrada (input), agrega-lhe valor e gera uma saída (output) para um cliente

interno ou externo.

Outra definição de processo é:

Processo é simplesmente um conjunto de atividades estruturadas e medidas, destinadas a resultar um produto especificado para um determinado cliente ou mercado. É uma ordenação específica das atividades de trabalho, no tempo e no espaço, tendo um início e um fim, e as entradas (inputs) e saídas (outputs) definidos claramente: uma estrutura para a ação (DAVENPORT, 1994, p.7).

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67

Juran (1997, p.222) define que “Processo significa um conjunto de

atividades predeterminadas que são feitas para gerar produtos ou serviços que

atendam às necessidades dos clientes”.

O objetivo principal no processo produtivo ou de manufatura é a

qualidade do produto fabricado ou do produto do processo, por ser uma

importantíssima arma competitiva. A concorrência pelos mercados faz com que

as empresas se preocupem em produzir produtos livres de defeitos, variedade

nos tipos de produtos, previsão dos prazos de fabricação e a entrega rápida.

Isso tudo decorre do processo de produção ser bem administrado e equipado.

2.13 Ferramentas do controle estatístico do processo:

Para a implantação da qualidade foram desenvolvidas técnicas que

facilitam a aplicação de conceitos de gerenciamento da qualidade com a

prática e também são usadas diversas ferramentas de coleta e apresentação

de informações. O uso de tais ferramentas tem por objetivo proporcionar uma

metodologia para pesquisa e coleta de informações, agregar e apresentar

informações de forma simples e estruturada.

Essas ferramentas, das quais fazem parte as sete ferramentas do

Método Deming de Administração, segundo Walton (1989), são descritas a

seguir:

• Diagrama de Pareto: é uma forma de gráfico de barras verticais que nos

ajuda a identificar quais problemas solucionar e em que ordem, conforme seu

grau de importância.

• Diagrama de Causas e Efeito: também conhecido como “Espinha de

Peixe” ou Diagrama de Ishikawa, ajuda a identificar as causas dos problemas.

Sua forma é similar à espinha de peixe, onde no eixo principal é colocado o

efeito ou o problema que se quer analisar; cada espinha ou ramificação

simboliza cada categoria de causas.

• Fluxograma: é uma das maneiras de representar como o processo

funciona. É uma forma de descrever o processo, permitindo um entendimento

rápido.

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68

• Diagrama de Linha: é um dos instrumentos estatísticos mais simples e

usados. Serve para representar graficamente dados durante um determinado

tempo para identificar tendências.

• Histograma: é um recurso gráfico composto por diagrama de colunas ou

barras que mostra com que freqüência os dados caem dentro de intervalos de

valores especificados. A construção de um histograma tem por finalidade

identificar anormalidades no processo e uma das vantagens é verificar a

existência ou não de simetria do processo em relação à média.

• Diagrama de Dispersão: é um método de representar graficamente a

relação entre duas variáveis. É uma ferramenta útil para a otimização de

processos.

• Gráficos de Controle: é um método para análise e ajuste da variação de

um processo em função do tempo.

2.14 Rotinas:

Na contemporaneidade, as organizações vêm se deparando com

mudanças cada vez mais contínuas nas suas rotinas e processos de trabalho.

Verifica-se, neste contexto, a necessidade constante de haver modificações

nas tecnologias e procedimentos de trabalho, bem como alterações nas rotinas

e exigências de ocupação requeridas aos cargos, de modo que o profissional

deve procurar estar adaptável às novas tecnologias e formas de executar suas

tarefas e funções (BOUD & GARRICK, 2000; POZO, 2001).

Em relação às rotinas na organização, Cruz (1998, p.112) afirma que:

Rotina era o termo utilizado pelos analistas de O&M para descrever passo a passo como as pessoas interagiam dentro das empresas, ou entre elas e os clientes. Genericamente, servia para identificar um conjunto de ações que tinham como principal preocupação o fluxo da papelada dentro das organizações.

Este tipo de abordagem era muito limitante. Em alguns livros sobre o

tema, achavam-se inclusive, afirmações de que as “rotinas eram formadas pelo

fluxo de papéis entre postos de trabalho”. Isso difere, não só a abordagem de

O&M, como também o resultado de sua análise, das preocupações atuais com

o processo como um todo.

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69

Para Cury (2005, p.444), a função de descrever os fluxos na empresa é

a principal função da rotina, como comenta em sua conceituação:

Da competência de qualquer executivo, tendo como finalidade descrever os fluxos de trabalho ou estabelecer seqüência de procedimentos dentro do estabelecido na área do manual a que pertence. Normalmente, nas rotinas mais complexas, é comum anexar o fluxograma de seu desenvolvimento. É identificado por sua sigla, seguida da abreviatura da área, número de código da instrução a que se refere e de seu próprio número de ordem de emissão.

Como se pode observar nestas definições, a rotina é o início do estudo

dos fluxos de uma organização. Muito mais complexo que um simples estudo

dos fluxos de papéis na empresa, o estudo das rotinas pode significar a

melhoria dos procedimentos usados na organização.

2.15 Responsabilidades e tarefas:

A primeira etapa importante no processo de organizar é identificar as

responsabilidades e tarefas necessárias ao cumprimento da missão. Essa é

uma aplicação do enfoque sistêmico para organizar, que começa do todo para

ir aos detalhes. Todas as organizações têm mais ou menos as mesmas

funções, assim, as missões dividem-se normalmente da mesma forma

(MAXIMIANO, 2000).

Algumas responsabilidades e tarefas são comuns à todas as

organizações, independente de seu tamanho ou de sua missão. Outras são

específicas e dependem do tipo de missão (LACOMBE, 2004).

Na divisão do trabalho das organizações, dois conceitos devem ficar

bem definidos: responsabilidades e tarefas. Para Lacombe (2004), tarefa é uma

atividade ou qualquer ação rotineira e simples executada pelas pessoas de

uma organização.

Segundo Maximiano (2000), responsabilidades são deveres ou

obrigações em relação a resultados. Elas são abrangentes e conceituais,

indicam grandes compromissos e definem os problemas que o ocupante de um

cargo deve resolver.

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70

Assumir uma responsabilidade significa garantir que o resultado será

atingido e responder pelas conseqüências das atividades e decisões. No

entanto, embora os conceitos de responsabilidades e tarefas estejam

intimamente ligados, são as tarefas que permitem a realização das

responsabilidades. Tarefas são atividades operacionais que os gerentes podem

realizar individualmente ou junto com outras pessoas. Elas são mais

específicas e operacionais e indicam atividades intelectuais ou físicas.

2.16 Fluxograma:

Uma das ferramentas de apoio para o melhor entendimento do processo

de trabalho, através de uma representação clara e precisa, é a representação

através do fluxo de processo.

Este fluxo deverá mostrar as atividades do processo, bem como, a

seqüência e a forma como as mesmas são realizadas. A elaboração do

fluxograma do processo de trabalho tem como principal objetivo a visualização

de funcionamento de todos os componentes do processo de trabalho, de forma

simples e objetiva. Pacheco Júnior et al. (2000), recomendam o uso de

fluxogramas nas ações de controle, de forma a abordarem as rotinas de

funções, atividades e tarefas, mostrando o cotidiano do(s) processo(s) de

trabalho. O fluxograma deverá representar os aspectos gerais do processo em

estudo, sendo apenas base estratégica de reconhecimento de pontos críticos.

Os fluxogramas nada mais são do que a representação do fluxo de

atividades e informações de um processo, normalmente apresentado na forma

de diagramas de blocos. Em um diagrama de blocos, as etapas de um

processo são mostradas de forma gráfica. Cada bloco representa a divisão do

que se quer analisar. Desta forma, num diagrama de um processo, cada bloco

representa um sub-processo, e num diagrama de sub-processo cada bloco

representa uma atividade, e assim por diante. Na confecção do diagrama, é

importante o diálogo com os trabalhadores, dos mais diversos níveis

hierárquicos da organização, e que sejam conhecedores da realidade de como

os eventos ocorrem, possibilitando uma análise mais real da situação, a partir

de vários pontos de vista. As etapas básicas da confecção de um diagrama de

blocos são apresentadas a seguir, conforme Harrington (2003):

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• Definição do nível de detalhamento pretendido;

• Definição do que se deseja analisar (processo, sub-processo, atividade,

tarefa);

• Definição de quantos, e quais os blocos para a seqüência de eventos;

• Montar o diagrama respeitando a seqüência dos acontecimentos dos

eventos.

Em verdade, na própria confecção de um fluxograma de processo,

muitas questões surgem incrementando em muito a inter-relação entre os

setores de trabalho e os profissionais envolvidos, aumentando a visão

sistêmica de quem participa de sua elaboração.

Após ser identificado o processo, realiza-se o fluxograma, que Oliveira

(2006, p.11) conceitua como "(...) a representação gráfica das diversas etapas

que constituem um determinado processo". Os fluxogramas dão suporte à

análise dos processos, tornando-se eficaz para solução dos problemas. É

importante destacar que sua aplicação só é efetiva na maneira em que mostra,

verdadeiramente, como é o processo. Por ser uma representação gráfica,

facilita a visualização das diversas etapas que compõem um determinado

processo, permitindo identificar os pontos que merecem atenção especial.

Segundo Williams (2005, p.94) "(...) os gerentes que aplicam os

princípios da Total Quality Management consideram os fluxogramas muito úteis

para se entender como um processo funciona e como ele pode ser melhorado".

O fluxograma utiliza a facilidade visual, possibilitando rápida localização de

ações específicas.

Sua utilização na área da qualidade, de acordo com Paladini (2000),

refere-se à determinação de um fluxo de operações bem definido.

Esmeralda e Alvarez (2001, p.426) relacionam como as principais

vantagens do fluxograma:

• Descreve qualquer tipo de rotina, da mais simples até a mais complexa.

• Adequado para descrever relações complexas típicas das empresas em

qualquer área.

• Permite uma visão global e clara do universo que será abordado.

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• Descreve como funciona um sistema em todos os seus componentes

envolvidos.

• Facilita a leitura não dando margem a amplas interpretações.

• Ajuda na localização das deficiências e suas repercussões.

• Substitui todos os métodos descritivos-narrativos com vantagem, quando

não permite interpretações.

• Facilita na análise de modificações mostrando todos os pontos que serão

afetados.

• Facilita uma atualização de inclusões ou de modificações mostrando

claramente as alterações efetuadas.

• Padroniza e agiliza as transcrições, facilita leitura, enfatiza os pontos

importantes e não permite a dupla interpretação, cada símbolo é um só

com apenas um significado.

Oliveira (1997) identifica três tipos principais de fluxogramas:

• Fluxograma vertical: destinado à representação de rotina simples no seu

processamento analítico dentro de uma unidade organizacional. Ele é de

fácil leitura e tem clareza na apresentação. O fluxograma vertical é

também utilizado para pequenas atividades, e normalmente existe nas

empresas em forma de formulários padronizados que devem apenas ser

preenchidos pelos analistas.

• Fluxograma parcial ou descritivo: é mais utilizado para rotinas que

envolvam poucas unidades organizacionais, descreve o curso de ação e

os trâmites dos documentos e é de elaboração um pouco mais difícil que

o fluxograma vertical.

• Fluxograma global ou de coluna: permite demonstrar com maior clareza o

fluxo de informações e documentos, dentro e fora da unidade

organizacional. Descreve todos os eventos, no maior detalhamento

possível. É uma ferramenta analítica, de fácil visualização, reduz a

quantidade de explanações narrativas, retira todas as inferências, é

lógica, clara e concisa.

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73

2.16.1 Simbologia de Fluxograma:

Os fluxogramas, por vezes chamado de gráfico de entrada e saída,

fornecem uma descrição visual das etapas específicas envolvidas em uma

atividade de trabalho. Podem ser extremamente úteis para se compreender

exatamente como as coisas estão sendo feitas e depois resolver como

aperfeiçoar este processo. O procedimento também pode ser aplicado à

organização inteira para acompanhar visualmente como ela opera.

Os fluxogramas representam lógica procedimental de forma não

estruturada. Componentes essenciais:

Os fluxogramas também podem ser usados para projetar processos de

trabalho aperfeiçoados, mostrando como as coisas deviam acontecer e

comparando-as com a forma em que elas ocorrem de fato.

Terminador:

Decisão:

Entrada/Saída:

Processamento:

Conector:

Ponte de Ligação:

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74

Figura 7: Fluxograma.

Fonte: Adaptado de Sashkin e Kiser (2004).

2.16.2 Diagrama de Fluxos:

Há muitas técnicas que podem ser usadas para documentar processos.

Slack, Chambers e Johnston (1996) destacam quatro tipos de técnicas de

documentação de processos:

• Diagramas de fluxo simples: são usados para identificar os principais

elementos de um processo. Podem ser usados para fluxos de materiais

ou informações.

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75

Figura 8: Diagrama de fluxo de informações para a central de atendimento de

uma companhia fornecedora de energia elétrica.

Fonte: Slack, Chambers e Johnston (1996, p.151).

• Folhas de Roteiro: também conhecidas como diagrama de processo de

operações, elas fornecem mais informações sobre as atividades

envolvidas no processo, incluindo uma descrição da atividade e as

ferramentas ou equipamentos necessários:

- Diagramas de fluxo de processo: é o mais comum para documentar

processos em gestão de produção. Ele documenta o fluxo e as diversas

atividades, usa diversos símbolos diferentes para identificar diferentes

atividades e permite detalhar mais o projeto e sua avaliação. Podem ser

aplicados para o fluxo de materiais ou informações através de um trabalho ou,

alternativamente, podem ser usados para esquematizar a seqüência de

atividades feitas pela pessoa.

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Figura 9: Símbolos para diagrama de fluxo de processo.

Fonte: Cruz (1997, p.266).

Figura 10: Diagrama de fluxo de processo para um dia de atividades nas férias.

Fonte: Slack, Chambers e Johnston (1996, p.153).

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77

• Estrutura de processamento de clientes: É um método de diagramação

que visa especificamente os fluxos de clientes. Identifica algumas

atividades-chave que podem ocorrer durante o processamento de clientes

através da operação. As atividades são: a seleção, o ponto de entrada, o

tempo de resposta, o ponto de impacto, a prestação, o ponto de partida e

o acompanhamento.

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78

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Este capítulo apresenta a metodologia que foi utilizada para a execução

do trabalho, demonstrando o tipo de pesquisa, bem como a forma que os

dados foram coletados, analisados e interpretados, relativos aos processos da

distribuição física em relação à armazenagem, manuseio de materiais e

embalagem.

Para Roesch (1996) a metodologia descreveu como o trabalho foi

realizado e parte dos objetivos para definir qual tipo de projeto é o mais

apropriado.

3.1 Tipologia de pesquisa:

Este trabalho se caracterizou como avaliação formativa que, segundo

Roesch (2007), implica um diagnóstico do sistema atual com o propósito de

melhorar ou aperfeiçoar sistemas ou processos. Assim, foi analisado o setor

em estudo a distribuição física em relação à armazenagem, manuseio de

materiais e embalagem.

O âmbito da pesquisa possui um delineamento qualitativo. O caráter

qualitativo, conforme descrição de Richardson (1999, p.38), “a abordagem

qualitativa de um problema, além de ser uma opção do investigador, justifica-

se, sobretudo, por ser uma forma adequada para entender a natureza de um

fenômeno social”.

O estudo foi classificado como qualitativo, pois buscou descrever os

processos de distribuição física, de modo detalhado e aprofundado.

As investigações que se voltam para uma análise qualitativa têm como

objeto situações complexas ou estritamente particulares. Os estudos que

empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de

determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e

classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no

processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de

profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos

indivíduos (ROESCH, 1999).

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O método de pesquisa foi definido como um estudo de caso, onde a

acadêmica levantou os dados em seu campo de atuação, analisando os

processos de distribuição física na empresa Via Blumenau Catálogos em

relação à armazenagem, manuseio de materiais e embalagem.

Cervo e Bervian (1996, p.50) definem que o estudo de caso “é a

pesquisa sobre um determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade para

examinar aspectos variados de sua vida”.

O estudo de caso, para Roesch (1996) é uma estratégia de pesquisa

que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto para

analisar uma situação específica.

3.2 Sujeito do estudo:

A população da pesquisa é definida como sendo a totalidade dos

indivíduos a serem analisados. Conforme Roesch (1996), população é um

grupo de pessoas ou empresas que interessa entrevistar ou questionar para o

propósito específico de um estudo.

Vergara (1998) define população como sendo, não o número de

habitantes de um local, mas o conjunto de elementos (empresas, produtos,

pessoas, por exemplo), que possuem características que serão o objeto de

estudo. A população contemplada, por esse trabalho, compreendeu o diretor de

produção, todos os quatro supervisores, dez encarregados e funcionários do

setor de distribuição física da empresa Via Blumenau.

A amostra é considerada qualquer subconjunto do conjunto universal ou

da população. Desta forma, para atender aos objetivos deste trabalho, a

amostra estava diretamente ligada aos colaboradores que exercem suas

funções no setor de Logística, sendo considerada uma amostra censitária,

onde todos os colaboradores participaram do estudo.

A amostra censitária refere-se à totalidade dos indivíduos, ou seja, foi

realizado um censo.

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3.3 Instrumentos de pesquisa:

A coleta de dados foi efetuada em fontes primárias e secundárias. Para

Mattar (1996) os dados primários são aqueles coletados com o único objetivo

de satisfazer às necessidades da pesquisa, e os dados secundários, são

aqueles que já foram coletados e catalogados, outrora, pela empresa e que já

estão disponíveis para consulta.

Os dados primários foram coletados através da observação participante,

pela observação da acadêmica no ambiente interno da empresa Via Blumenau.

Segundo Roesch (2007, p.162), “a observação participante de forma aberta

ocorre quando o pesquisador tem permissão para realizar a pesquisa na

empresa e todos sabem a respeito de seu trabalho”.

Os dados secundários foram obtidos através de documentos e arquivos

disponibilizados pela empresa, visando ao cumprimento dos objetivos

propostos.

Estes dados e informações foram obtidas através de fontes secundárias

e foram dados relativos à área logística da empresa, mais precisamente, os

processos da distribuição física em relação à armazenagem, manuseio de

materiais e embalagem.

3.4 Análise e apresentação dos dados:

Os dados foram coletados e apresentados através de textos e figuras, e

analisados através da técnica de análise de conteúdo. Para Rudio (2002), o

pesquisador utilizará uma série de técnicas para analisar o material que foi

obtido. A interpretação expressa o verdadeiro significado do material, que se

apresenta em termos dos propósitos do estudo a que se dedicou, sendo

utilizada a análise de conteúdo.

Segundo Richardson (1999), a análise de conteúdo é um instrumento

metodológico aplicado a discursos diversos com eficácia precisa e rigorosa.

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3.5 Limitações da pesquisa:

Não houve limitações relevantes para a realização da pesquisa, visto

que os questionamentos foram prontamente respondidos pelos funcionários.

O acesso aos dados e informações foi facilitado devido ao material

disponibilizado pela organização e, bibliografias relativas ao tema.

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4 RESULTADOS

4.1 Descrição dos processos

Este capítulo do projeto tem a finalidade de descrever os processos de

distribuição física na empresa Via Blumenau Catálogos em relação à

armazenagem, manuseio dos materiais, embalagem dos materiais, layout e

tipos de transporte utilizados, buscando cumprir os objetivos específicos

traçados. Para maior compreensão da distribuição da organização, também foi

descrito o processo de expedição.

A descrição desses processos está dividida de acordo com os dois tipos

de classificação de estoque utilizados na empresa; classificação esta feita pelo

gerente do setor: estoque mole e estoque duro.

Os produtos da linha dura são formados pelos produtos: calçados,

cama, mesa, banho, utensílios para cozinha, produtos de beleza, ferramentas,

brinquedos, utilidades para casa, CDs, relógios, revistas.

O estoque mole é composto pelos produtos fabricados na empresa, que

são voltados à linha de vestuários, como roupas femininas, masculinas,

infantis, t-shirts, lingeries, moda praia, ginástica, pijamas e bolsas.

4.1.1 Armazenagem – linha dura:

As mercadorias da linha dura são recebidas no setor de recebimento de

produtos terceirizados. Neste local são conferidas as notas fiscais e as

quantidades de caixas informadas nestas, bem como o pedido emitido para o

fornecedor sendo conferido o que foi pedido e o que foi recebido pela empresa.

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Figura 11: Recebimento de mercadorias de terceiros.

Fonte: Fornecido pela empresa.

Os produtos são retirados das caixas e, se necessário, recebem a

devida embalagem, como caixas e sacolas plásticas para que o produto não

seja danificado. Todos os produtos recebem uma etiqueta com o código de

barras.

A partir do código de barras, os funcionários realizam sua leitura e dão

entrada no sistema de estoque.

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Figura 12: Emissão de etiqueta de código de barras no setor de recebimento de

produtos terceirizados.

Fonte: Fornecido pela empresa.

Na linha dura, os produtos recebidos são separados pelas categorias

madeira, alumínio, plástico, tecido e mini-livro para serem estocados.

Os produtos são, então, colocados em paleteiras e movimentados até os

estoques onde os produtos são armazenados por linhas. Na parte terceirizada,

os produtos são separados por categorias: madeira, alumínio, plástico, tecido e

mini-livro.

Todo processo de estocagem da linha dura é controlado por um sistema

informatizado. Este sistema fornece a localização exata dos produtos por ruas,

que visualiza a posição exata quanto à prateleira e, se estão avulsos ou em

caixas. Neste sistema de ruas os produtos estão dispostos, soltos, em suas

caixas próprias ou ficam armazenados em caixas de papelão.

A empresa possui três estoques: um estoque no segundo piso, outro

estoque chamado estoque pulmão no primeiro piso e, um terceiro estoque ao

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lado do estoque pulmão, onde acontece a seleção dos produtos para formar os

pedidos dos clientes, o estoque sortimento.

O estoque do segundo piso existe devido ao grande número de itens

que comercializa. E ele foi criado pela empresa devido à falta de espaço no

primeiro piso, onde estão localizados os outros dois estoques. Ali, são

armazenados produtos da linha dura e da linha mole. Este estoque abastece o

estoque pulmão. Já o estoque pulmão dá suporte ao estoque do sortimento.

Os funcionários registram no sistema cada vez que os produtos fazem a

transição entre os três estoques para que se saiba a localização e quantidade

de produtos que há em cada estoque. Nem todos os produtos passam pelo

estoque do segundo piso, apenas quando têm maiores quantidades de um

produto e por isso são comportados no estoque do primeiro piso.

Existe um sistema diferenciado de luzes para o estoque pulmão

abastecer o estoque do setor de sortimento. Quando o estoque no box do setor

de sortimento fica igual ou próximo a zero os sortidores, funcionários

responsáveis pela montagem dos pedidos dos clientes, devem colocar a

bandeira amarela e acender a luz amarela. O abastecedor, quando vê a luz

amarela, procura o box com a bandeira amarela e providencia imediatamente a

reposição.

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Figura 13: Acendimento da luz amarela para reposição de estoque.

Fonte: Fornecido pela empresa.

Para providenciar a reposição, o abastecedor consulta o estoque pulmão

no sistema de informações da empresa. Se houver mercadoria para abastecer,

procura a referência na listagem do pulmão, e leva a caixa de produtos para o

estoque do sortimento.

Não havendo mercadoria para abastecer, o abastecedor coloca bandeira

vermelha no box, que indica ao sortidor que não há mercadoria.

No setor do estoque de sortimento os funcionários montam os pedidos

dos clientes, fazem a conferência para não serem enviados pedidos errados e

os colocam em caixas para serem transportados. Posteriormente, as caixas

ficam à espera da chegada da transportadora ou correios, que fazem a coleta e

envio até os clientes.

A Figura a seguir mostra o fluxograma das operações do setor de

armazenagem da linha dura.

Luz amarela

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Fluxograma do processo

de armazenagem da linha

dura

Operação Transporte Espera Inspeção Estocagem

Recebimento dos

produtos da linha dura

Conferência da

mercadoria recebida

Entrada dos produtos no

sistema /código de barras

Separação dos produtos

por linha para estocagem

Transporte para estoque

do segundo piso

Estoque do segundo piso

Transporte de produtos

para estoque pulmão

Estoque pulmão

Transporte de produtos

para estoque sortimento

Estoque sortimento

Montagem dos pedidos

dos clientes

Conferência dos pedidos

Espera pela chegada das

transportadoras ou

correios

Figura 14: Fluxograma da armazenagem da linha dura.

Fonte: Elaborado pela acadêmica.

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4.1.2 Armazenagem – linha mole:

A empresa possui um setor de facção, onde são produzidas as peças

têxteis, que são vendidas no catálogo, além de 29 facções fora da empresa,

que prestam o serviço de confecção. As peças têxteis chegam à empresa em

caixas de papelão ou em sacolas plásticas, que são levadas ao setor de

embalagem.

O recebimento de peças têxteis merece maior atenção, e por isso é

realizada uma conferência por amostragem, pelo setor de controle de

qualidade. Este setor analisa a ordem de facção e verifica se confere com o

pedido e anota o número real de peças de 1ª qualidade recebidas. Em seguida

as peças são embaladas. Se for verificada alguma peça de 2ª qualidade, a

mesma é separada e providenciada a sua recuperação ou a peça é enviada

para o estoque de Inativos (2ª qualidade). Se for destinada para o estoque de

2ª qualidade por responsabilidade da facção, o Controle de Qualidade

providencia a indenização da facção para a empresa.

No mesmo setor que acontece a conferência, as peças são colocadas

individualmente em sacos plásticos, além de uma folha de papelão (alma), que

facilita o manuseio e a apresentação do produto, principalmente nos casos de

camisetas. Depois disso recebem uma etiqueta do código de barras e

encaminhada para a entrada no sistema de estoque.

As peças são separadas por tipo e tamanho. São levadas ao estoque do

segundo piso ou o chamado estoque do pulmão. Os produtos são dispostos em

prateleiras, onde existem etiquetas que informam o tipo e o tamanho da roupa.

O processo de armazenagem da linha mole, a partir deste ponto,

acontece da mesma forma que o processo de armazenagem da linha dura: o

controle desse tipo de estoque da empresa é feito pelo código de barras, e

quando faltam produtos, o estoque do segundo piso abastece esse estoque

pulmão, que por sua vez, abastece o estoque do sortimento.

No setor do sortimento os pedidos dos clientes são selecionados e

levados para a expedição para ser realizada a conferência. Os pedidos são

colocados em caixas e ficam à espera pelas transportadoras e pelos correios.

A Figura a seguir mostra o fluxograma das operações do setor de

armazenagem da linha mole.

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Fluxograma do processo

de armazenagem da linha

mole

Operação Transporte Espera Inspeção Estocagem

Recebimento dos

produtos da linha mole

Conferência da

mercadoria recebida

Entrada dos produtos no

sistema /código de barras

Separação dos produtos

por linha para estocagem

Transporte para estoque

do segundo piso

Estoque do segundo piso

Transporte de produtos

para estoque pulmão

Estoque pulmão

Transporte de produtos

para estoque sortimento

Estoque sortimento

Montagem dos pedidos

dos clientes

Conferência dos pedidos

Espera pela chegada das

transportadoras e correios

Figura 15: Fluxograma da armazenagem da linha mole.

Fonte: Elaborado pela acadêmica.

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90

4.1.3 Movimentação de materiais – linha dura:

Toda a movimentação da empresa ocorre por carrinhos de suprimentos,

por um caminhão, por paleteiras e uma esteira.

O setor comercial envia ao setor de distribuição/sortimento os pedidos

dos clientes para serem separados e faturados. Após a separação dos pedidos,

esses são enviados ao setor de expedição, para receber a embalagem final

para transporte que serão separados por tipo de transportadora e, finalmente,

expedidos.

A partir do momento em que o pedido é passado para o setor de

sortimento/distribuição, os produtos são separados nos carrinhos de

suprimento, auxiliados pela listagem de pedidos enviada pelo setor comercial.

A Figura 16 visualiza este tipo de carrinho.

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Figura 16: Carrinho de suprimento.

Fonte: Fornecido pela empresa.

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92

Nestas caixas de sortimentos estão anexados os romaneios. Cabem oito

caixas de sortimento em cada carrinho. Um pedido pode ocupar mais de uma

caixa assim como mais de um carrinho.

O romaneio é emitido de tal forma que as mercadorias são listadas em

ordem seqüencial de estação e box, o que vem a ser facilitado pelos carrinhos,

pois os sortidores vão passando e montando o pedido de cada cliente.

Os sortidores fazem a coleta de produtos do cliente de acordo com

pedido escrito no romaneio. Após a separação do pedido do cliente, o

sortimento libera o carrinho para conferência, obedecendo a uma ordem de

chegada.

Quando os pedidos passam pela conferência e são faturados, recebem

embalagem de papelão. Como esses pedidos são colocados em grandes

caixas, sua movimentação é feita pelas paleteiras.

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93

Figura 17: Paleteira manual.

Fonte: Fornecido pela empresa.

O setor de expedição possui quatro paleteiras, que auxiliam na

movimentação das caixas. Destaca-se que todas são manuais.

Apesar deste estoque (pulmão), o segundo piso da empresa abriga

outro estoque, também de produtos duros, devido à inúmera linha de produtos

que comercializa e a fim de atender toda a sua demanda.

Quando estão terminando os produtos que ficam no primeiro piso, os

funcionários buscam as caixas no andar superior. Devido ao tamanho e às

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escadas que dificultam seu manuseio, esta movimentação é feita através de

um caminhão, que percorre uma distância inferior a 200 metros, saindo de uma

porta da empresa e indo à outra, por se tratar de uma ladeira.

Figura 18: Estoque do segundo piso movimentado por um caminhão.

Fonte: Fornecido pela empresa.

Devido ao peso e dimensão das caixas, a empresa utiliza esta opção de

movimentação, que é realizada pela parte externa da empresa. Por se tratar de

uma ladeira que liga esta saída da empresa à entrada de produtos de terceiros,

não é possível a utilização dos carrinhos manuais.

O último tipo de movimentação de materiais, que ocorre na empresa, é

feito por esteiras. Após a separação de pedidos pelos sortidores, o conferente

pega os carrinhos por ordem de chegada para conferência.

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95

Figura 19: Separação e conferência dos pedidos.

Fonte: Fornecido pela empresa.

Esta conferência é feita através da leitura ótica. Após a leitura de cada

produto, todos são passados para uma outra caixa à sua direita. O leitor óptico

lê os produtos de todas as caixas, de um mesmo romaneio. Após conferir, o

conferente anota a quantidade de peças no cabeçalho do romaneio e o

embalador conta as peças e verifica se é a mesma quantidade. Após este

processo de conferência, as caixas são colocadas sob a esteira para serem

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96

embaladas e enviadas à expedição para separação dos lotes, por

transportadora.

Figura 20: Esteira.

Fonte: Fornecido pela empresa.

De acordo com a figura 20 a esteira facilita a movimentação das caixas

que saem da área de conferência e embalagem até o setor de expedição.

Os suportes utilizados pela empresa facilitam a movimentação de um

grande volume de mercadorias, conforme figura 21.

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97

Figura 21: Suporte plástico.

Fonte: Fornecido pela empresa.

Verifica-se através da figura anterior que, enquanto as caixas aguardam

no local de expedição para serem despachadas para as transportadoras, essas

ficam sob suportes plásticos. Percebe-se, conforme figura anterior, dois

encaixes na parte inferior, para encaixe dos garfos das paleteiras, que

facilitarão seu manuseio. A Figura a seguir mostra o fluxograma das operações

da movimentação de materiais – linha dura.

Encaixe para as paleteiras

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Fluxograma do processo

da movimentação de

materiais da linha dura

Operação Transporte Espera Inspeção Estocagem

Recebimento dos

produtos da linha dura

Movimentação da

mercadoria recebida para

o setor de recebimento de

produtos terceirizados

Movimentação dos

produtos para estoque do

segundo piso (caminhão)

Movimentação dos

produtos para o estoque

pulmão

Movimentação dos

produtos para o estoque

do sortimento

Separação dos pedidos

dos clientes

Movimentação dos

pedidos para a expedição

Despacho

Figura 22: Fluxograma da movimentação de mercadorias da linha dura.

Fonte: Elaborado pela acadêmica.

4.1.4 Movimentação de materiais – linha mole:

Toda a movimentação da empresa ocorre por carrinhos de suprimentos,

paleteiras, por um caminhão e uma esteira.

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O setor comercial envia ao setor de distribuição/sortimento os pedidos

dos clientes para serem separados e faturados. Após a separação dos pedidos

da linha mole e da linha dura, esses são enviados ao setor de expedição, que

receberão a embalagem final para transporte; serão separados por tipo de

transportadora e expedidos.

A partir do momento em que o pedido é passado para o setor de

sortimento/distribuição, os produtos são separados nos carrinhos de

suprimento, auxiliados pela listagem de pedidos que foi enviada pelo setor

comercial.

Os demais procedimentos como conferência dos pedidos, utilização das

esteiras para movimentação dos pedidos, uso das paleteiras e do caminhão

para movimentar os produtos do segundo piso para o estoque pulmão do

primeiro piso ocorrem da mesma maneira como nos produtos da linha dura.

A Figura a seguir mostra o fluxograma das operações da movimentação

de materiais – linha dura

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100

Fluxograma do processo

da movimentação de

materiais da linha mole

Operação Transporte Espera Inspeção Estocagem

Recebimento dos

produtos da linha mole

Movimentação da

mercadoria recebida para

o setor de recebimento de

produtos terceirizados

Movimentação dos

produtos para estoque do

segundo piso (caminhão)

Movimentação dos

produtos para o estoque

pulmão

Movimentação dos

produtos para o estoque

do sortimento

Separação dos pedidos

dos clientes

Movimentação dos

pedidos para a expedição

Despacho

Figura 23: Fluxograma da movimentação de mercadorias da linha mole.

Fonte: Elaborado pela acadêmica.

4.1.5 Embalagem – linha dura:

Os produtos com maior giro são o papelão e o saco plástico, que são

controlados por estimativas; a reposição é feita a cada dois ou três dias, a fim

de não se manter um alto volume de estoque.

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101

Os produtos adquiridos de terceiros, tal como os calçados, já possuem

suas embalagens individuais, em pequenas caixas de papelão, tal como os

relógios, panelas, entre outros, além de embalagens plásticas, como os kits de

capa para sofá, roupa para cama, mesa e banho, com embalagens próprias

das empresas fornecedoras.

Após a separação dos pedidos por distribuidor e revendedor, todos os

pedidos são postos em sacolas plásticas e encaixotados para o transporte.

Para produtos frágeis, recebem ainda folha bolha para que possíveis

impactos que a mercadoria sofra durante seu transporte não venha a danificar

a peça.

Os pedidos são divididos conforme as transportadoras utilizadas pela

empresa. É feito um pacote único em caixas de papelão.

As caixas são fechadas e recebem fita plástica em todas as suas abas,

a fim de garantir sua integridade até a entrega ao revendedor/distribuidor.

A empresa realiza as vendas com reembolso postal. Neste tipo de

venda, as mercadorias são enviadas pelo correio e sua embalagem recebe

uma etiquetagem diferenciada, informando ao correio que no momento de sua

separação a mercadoria deverá ser entregue somente por reembolso postal do

destinatário. Este serviço é conhecido como “Entrega Interna Mediante

Pagamento - Contém Boleto”. Se o destinatário não retirar a mercadoria em um

prazo de 45 dias, essa é devolvida ao remetente, ficando a empresa

responsável pelo pagamento do frete.

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102

Figura 24: Mercadorias com Reembolso Postal.

Fonte: Fornecido pela empresa.

A Empresa de Correio e Telégrafos faz a coleta diariamente de

mercadorias na empresa Via Blumenau, assim como as transportadoras fazem.

A Figura a seguir mostra o fluxograma das operações da embalagem –

linha dura.

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103

Fluxograma do processo

de embalagem da linha

dura

Operação Transporte Espera Inspeção Estocagem

Recebimento dos

produtos da linha dura

Embalagem individual

Estoque

Separação dos pedidos

Pedidos embalados em

caixas de papelão

Despacho

Figura 25: Fluxograma da embalagem da linha dura.

Fonte: Elaborado pela acadêmica.

4.1.6 Embalagem – linha mole:

Os produtos têxteis, classificados como estoque mole, que são os

produtos fabricados pela Via Blu, recebem embalagem plásticas (sacos

plásticos), e o papelão, chamado de alma, que auxilia em seu manuseio e

apresentação.

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104

Figura 26: Embalagem dos produtos têxteis.

Fonte: Fornecido pela empresa.

Após a separação dos pedidos, esses são embalados em caixas de

papelão para seu transporte, e seguem o mesmo procedimento para os

produtos da linha dura, pois aqui, os pedidos são enviados por cliente, e não

por tipo de produto – linha dura ou linha mole.

A Figura a seguir mostra o fluxograma das operações da embalagem –

linha mole.

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105

Fluxograma do processo

de embalagem da linha

mole

Operação Transporte Espera Inspeção Estocagem

Recebimento dos

produtos da linha mole

Embalagem plástica

individual

Estoque

Separação dos pedidos

Pedidos embalados em

caixas de papelão

Despacho

Figura 27: Fluxograma da embalagem – linha mole.

Fonte: Elaborado pela acadêmica.

4.1.7 Expedição:

Após o pedido ser montado no setor de sortimento ele vai para a esteira

e para a embalagem.

Enquanto as caixas vão para a embalagem, é emitido o relatório de

análise de cancelamento por distribuidor (lote) e por revendedora (pedido). É

emitido também o relatório de cancelamento por referência, informando a

quantidade de peças no controle de qualidade e o estoque existente da

referência cancelada.

O embalador retira as caixas de plástico da esteira, destaca o romaneio

e verifica o tamanho da caixa de papelão, no romaneio, a ser utilizado para

embalagem. Sempre que o embalador verificar que é possível, utiliza caixa de

papelão menor do que a indicada no romaneio.

O embalador monta a caixa de papelão e transfere os produtos da caixa

de plástico para a caixa de papelão.

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O número do distribuidor é anotado em cima da caixa de papelão.

Assim, a caixa de papelão volta para a esteira e a caixa de plástico volta para o

carrinho.

O embalador preenche o espaço da caixa de papelão com bolha plástica

e vai para o fechamento automático.

A seguir, as caixas são colocadas em paletes por distribuidor, de acordo

com o romaneio ou o número de caixas. Quando o lote estiver conferido, é

liberado para o faturamento.

Figura 28: Setor de expedição.

Fonte: Fornecido pela empresa.

Existem as vendas realizadas com reembolso postal, ou seja, o

revendedor realiza seu pedido, esse é enviado pelo Correio e o pedido

somente será retirado mediante o pagamento na própria agência do Correio.

Cada transportadora possui um local determinado para esperar pela chegada

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107

dos caminhões. As caixas a serem transportadas pelo correio também têm seu

espaço próprio para a espera.

A figura a seguir mostra o momento em que as caixas estão prontas

para serem distribuídas. O funcionário verifica qual será transportadora e

coloca juntamente com as outras.

Figura 29: Separação dos pedidos por transportadoras.

Fonte: Fornecido pela empresa.

As caixas são separadas por transportadora. Entre as 15:30 min e 16:00

h, todas as transportadoras são contactadas para a realização da coleta. Cada

distribuidor tem cadastrado a sua transportadora que aparece na capa de lote

na tela do computador. Os pedidos são diariamente (de segunda a sexta-feira)

coletados pelas empresas transportadoras.

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108

A separação das caixas por transportadoras acontece conforme placas

amarelas, visualizadas a seguir.

Figura 30: Placas indicativas das transportadoras.

Fonte: Fornecido pela empresa.

Cada lote que será despachado está sobre suportes plásticos,

anteriormente mostrados, ou paletes, que facilitam a movimentação dos lotes

até o caminhão da empresa transportadora.

Placas que indicam a transportadora

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109

Figura 31: Mercadorias sobre paletes e suportes para movimentação.

Fonte: Fornecido pela empresa.

No setor de expedição da empresa há uma saída, que é por onde é

realizado o despacho às transportadoras. A figura a seguir apresenta essa

saída e a rampa que facilita a entrada das mercadorias no caminhão. Esta

parte da empresa tem acesso direto à rua, o que facilita a entrada e saída dos

caminhões pátio da empresa Via Blumenau.

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110

Figura 32: Saída de mercadorias da empresa.

Fonte: Fornecido pela empresa.

Quando a mercadoria é entregue à transportadora, os paletes são

colocados na parte externa da empresa, para serem novamente usados no

próximo lote formado.

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111

Fluxograma do processo

da expedição

Operação Transporte Espera Inspeção Estocagem

Montagem do pedido

Conferência do pedido

Embalagem

Esteira

Separação dos pedidos

por transportadora e

correio

Pedidos ficam a espera

da chegada das

transportadoras e correio

Saída dos pedidos

Figura 33: Fluxograma da expedição. Fonte: Elaborado pela acadêmica.

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112

4.1.8 Descrição do layout da empresa:

Para melhor visualização, o layout do primeiro e segundo piso é

apresentado na figura a seguir. O tipo de layout utilizado é o celular, onde os

produtos de uma classe específica são agrupados para serem processados

numa célula, depois estes produtos já transformados passam para outra célula.

Figura 34: Layout da empresa.

Fonte: Elaborado pela acadêmica.

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113

Legenda: 1. Entrada de peças têxteis: entrada das peças feitas pelas facções. 2. Facção: facção da empresa utilizada geralmente para produzir peças com mais urgência. 3. Embalagem de produtos têxteis: entram as peças confeccionadas para a embalagem. Estas recebem o código de barras para dar entrada no sistema e em seguida serem levadas para o estoque. 4. Entrada de produtos de terceiros: setor onde se recebem as mercadorias terceirizadas para venda no catálogo. 5. Embalagem de produtos de terceiros: os produtos são conferidos e recebem o código de barras. São embalados de acordo com a necessidade e são levados para o estoque. 6. Estoque do segundo piso: estoque que recebe os produtos excedentes do estoque pulmão. 7. Estoque pulmão: local onde são levados os produtos embalados para estocagem. Estes produtos são armazenados em caixas. 8. Setor de entrada de mercadorias de devolução: entrada das mercadorias devolvidas em caixas. Estas caixas são abertas, os produtos são separados, verificados e voltam para os estoques,caso não apresentem problemas. Estas caixas chegam pelas transportadoras e correios (n°12). 9. Sortimento (separação de pedidos): entram os produtos nos estoques (n° 4 e n°7) para serem separados em caixas de acordo com os pedidos dos clientes. 10. Conferência de pedidos: local onde os pedidos separados são conferidos. É dado baixa nos produtos pelo sistema. Os pedidos são embalados em caixas e passam por esteiras para ir ao lugar onde ficam a espera do correio ou transportadoras. 11. Pedidos separados por transportadora: nesta área ficam separados os produtos a serem enviados por transportadoras. 12. Pedidos a serem despachados pelo correio: nesta área ficam separados os produtos a serem despachados pelo correio. 13. Local onde os caminhões das transportadoras e correio levam os pedidos para os clientes.

São vendidas aproximadamente um milhão e meio de peças por mês. O

galpão do layout têm 6984 m ² (97m X 72m).

4.1.9 Tipos de transporte utilizados pela empresa:

O sistema de transporte para entrega do pedido ao cliente é formado por

95% rodoviário, sendo o restante (5%) fluvial (para algumas regiões do Norte).

São 15 transportadoras, cada uma faz a entrega para uma região e estados

específicos do país.

A empresa também utiliza o serviço dos Correios, entregando pedidos

para todo o Brasil.

O tempo médio entre o pedido do cliente e o recebimento deste, pelo

cliente, varia conforme a região do país. Entre o envio dos pedidos pelos

Distribuidores e a entrega da mercadoria para o mesmo, o tempo para entrega

gira em torno de sete dias para a Região Sul, dez dias para a Região Sudeste,

quinze dias para a Região Nordeste e 20 dias para Região Norte.

A transportadora será escolhida conforme a cidade que o distribuidor ou

revendedor está domiciliado e o valor do frete cobrado.

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114

A escolha da Transportadora é feita observando a eficiência e preço de

cada uma.

O Distribuidor recebe seus pedidos em caixas separadas por

Revendedoras, em sua sede.

Para o Distribuidor segue anexo um relatório de cada Revendedora,

contendo o valor que ele deve cobrar da mesma.

A empresa não atende cerca de 5% dos pedidos por falta de produtos

em estoque. Caso tenha ainda interesse na aquisição, o distribuidor ou

revendedor deverá refazer o pedido dos itens não atendidos.

4.2 Sugestões de melhorias para situações problemas da empresa:

As sugestões a seguir têm origem na observação da acadêmica, que foi

constatada no exame das entrevistas não estruturadas, na análise dos

fluxogramas e layout.

Para o desenvolvimento do processo de distribuição rápido, ágil e

confiante, a empresa, deve sensibilizar as pessoas envolvidas, desde a

diretoria até o operacional. Essas pessoas devem estar comprometidas com as

mudanças.

4.2.1 Sugestões para a empresa:

Os diretores devem determinar aos setores evolvidos o programa de

objetivos a serem atingidos, isto é, estabelecer certos padrões que sirvam de

guia aos programadores e controladores e também os critérios para medir o

desempenho dos setores.

A empresa deve ampliar o treinamento aos funcionários, que são

treinados somente no dia-a-dia de trabalho. Começar o treinamento antes de

iniciarem suas atividades na empresa e principalmente no software de

armazenagem, explicando detalhadamente os dados que devem ser lançados

no sistema da empresa e sua manutenção.

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115

A estrutura física da empresa deve ser reestruturada com pintura de

paredes, conserto de rachaduras e fiação correta, pois as paredes possuem

rachaduras e estão sem tinta, além de fios e cabos soltos no teto do prédio

Revisar a iluminação do estoque de produtos têxteis, que se mostrou

com pouca iluminação devido à falta de janelas, vindo a dificultar o trabalho dos

sortidores.

Ampliação do espaço nos corredores, onde estão as prateleiras do setor

têxtil, que possui aproximadamente 60 centímetros. O pouco espaço dificulta a

entrada dos carrinhos de suprimentos, pois os funcionários devem separar os

pedidos e levá-los até os carrinhos, que não possuem espaço para entrar em

cada corredor.

Melhora do sistema visual de sinalização da localização onde são

armazenados os produtos, substituindo as placas atuais por placas maiores, de

PVC e coloridas.

Contagem diária do inventário, por uma equipe. O estoque deve ser

conferido através da contagem geográfica e rotativa. A contagem geográfica

revisará os produtos, individualmente, em cada estoque, fazendo uma

contagem total de cada produto em sua localização. A contagem rotativa será

feita a partir de um grupo de produtos localizado em determinada área, onde a

revisão dos locais muda de forma rotativa para que ao final seja feita a

contagem de todo o inventário.

Utilização adequada da curva ABC para facilitar o controle e agilizar a

movimentação das mercadorias. Onde mercadorias “A” devem ser posicionas

mais próximas às esteiras, em seguida os produtos “B”, logo os produtos “C”.

Mudança do layout da empresa propiciando a mudança do estoque do

segundo piso e facção. O estoque do segundo piso ficará no local da facção,

juntando-se com o estoque pulmão. A facção tomará o local do segundo piso.

Reorganizando os setores desta forma, o fluxo se tornará mais ágil facilitando a

movimentação de materiais. Observou-se na movimentação de produtos do

segundo piso para o primeiro, que tem sua movimentação feita atualmente por

um caminhão, o dispêndio financeiro na manutenção do caminhão, combustível

e depreciação, além de manter um funcionário fazendo este trabalho durante

dois turnos de trabalho. A seguir o desenho do layout sugerido:

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116

Figura 35: Layout sugerido à empresa.

Fonte: Elaborado pela acadêmica.

Legenda: 1. Entrada de peças têxteis 2. Facção 3. Embalagem de produtos têxteis 4. Entrada de produtos de terceiros 5. Embalagem de produtos de terceiros 6. Estoque pulmão 7. Setor de devolução 8. Sortimento (separação de pedidos)

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117

9. Conferência de pedidos 10. Pedidos separados por transportadora 11. Pedidos a serem despachados pelo correio 12. Local onde os caminhões das transportadoras e correio levam os pedidos para os clientes.

Com o novo layout a empresa não precisará mais do caminhão para

transportar os produtos do segundo piso para o primeiro, já que haverá apenas

um estoque pulmão. Neste estoque pulmão, os produtos ficarão armazenados

de acordo com a Curva ABC, onde os produtos que têm maior saída, ou seja,

os produtos “A” ficam mais próximos da separação de pedidos. Em seguida, os

produtos “B”, e os produtos “C” que têm menos saída ficam mais afastados da

separação de pedidos, de acordo com a figura do layout sugerido.

Com esta mudança o fluxograma de armazenagem e movimentação de

materiais se tornará mais enxuto que o atual. Na figura 36 e 37 seguem os

fluxogramas sugeridos para armazenagem da linha dura e mole:

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118

Fluxograma sugerido para

o processo de

armazenagem da linha

dura

Operação Transporte Espera Inspeção Estocagem

Recebimento dos

produtos da linha dura

Conferência da

mercadoria recebida

Entrada dos produtos no

sistema /código de barras

Separação dos produtos

por linha para estocagem

Transporte para estoque

pulmão

Estoque pulmão

Reposição de produtos

para estoque sortimento

Estoque sortimento

Montagem dos pedidos

dos clientes

Conferência dos pedidos

Espera da chegada das

transportadoras ou

correios

Figura 36: Fluxograma sugerido para o processo de armazenagem da linha dura. Fonte: Elaborado pela acadêmica.

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119

Fluxograma sugerido

para o processo de

armazenagem da linha

mole

Operação Transporte Espera Inspeção Estocagem

Recebimento dos

produtos da linha mole

Conferência da

mercadoria recebida

Entrada dos produtos no

sistema /código de

barras

Separação dos produtos

por linha para

estocagem

Transporte para estoque

pulmão

Estoque pulmão

Reposição de produtos

para estoque sortimento

Estoque sortimento

Montagem dos pedidos

dos clientes

Conferência dos

pedidos

Espera da chegada das

transportadoras ou

correios

Figura 37: Fluxograma sugerido para o processo de armazenagem da linha mole.

Fonte: Elaborado pela acadêmica.

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Tanto no fluxograma sugerido para o processo de armazenagem da

linha dura, quanto o da linha mole, pode-se observar com a mudança do layout

a retirada de dois processos se comparado com o fluxograma anterior. Desta

forma o fluxograma ficou mais enxuto resultando em um processo mais ágil,

economizando tempo e mão-de-obra.

Seguem os fluxogramas sugeridos para o processo de movimentação de

materiais da linha dura e mole nas próximas duas figuras:

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Fluxograma sugerido para

o processo de

movimentação de

materiais da linha dura

Operação Transporte Espera Inspeção Estocagem

Recebimento dos

produtos da linha dura

Movimentação da

mercadoria recebida para

o setor de recebimento de

produtos terceirizados

Movimentação dos

produtos para o estoque

pulmão

Movimentação dos

produtos para o estoque

do sortimento

Separação dos pedidos

dos clientes

Movimentação dos

pedidos para a expedição

Despacho

Figura 38: Fluxograma sugerido para o processo de movimentação de materiais

da linha dura. Fonte: Elaborado pela acadêmica.

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Fluxograma sugerido

para o processo de

movimentação de

materiais da linha mole

Operação Transporte Espera Inspeção Estocagem

Recebimento dos

produtos da linha mole

Movimentação da

mercadoria recebida

para o setor de

recebimento de

produtos terceirizados

Movimentação dos

produtos para o estoque

pulmão

Movimentação dos

produtos para o estoque

do sortimento

Separação dos pedidos

dos clientes

Movimentação dos

pedidos para a

expedição

Despacho

Figura 39: Fluxograma sugerido para o processo de movimentação de materiais

da linha mole. Fonte: Elaborado pela acadêmica.

Os fluxogramas sugeridos para o processo de movimentação de

materiais apresentados são mais enxutos que os fluxogramas atuais. Se

aplicados, a empresa terá mais agilidade na movimentação de materiais,

economia em tempo e mão de obra.

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4.2.2 Quadro de desenvolvimento dos processos da distribuição física em

relação aos objetivos específicos:

Identificar os processos da

distribuição física em relação à

armazenagem, estocagem,

manuseio dos materiais e

embalagem dos materiais.

Verificou-se com a apresentação dos

fluxogramas destes processos.

Descrever os processos da

distribuição física em relação à

armazenagem, estocagem,

manuseio dos materiais e

embalagem dos materiais.

Foram descritos através dos

fluxogramas de cada processo

apresentado.

Descrição do Layout. Verificou-se o layout por meio de um

desenho que representa o fluxo do

processo de distribuição e sua

descrição.

Descrição da classificação dos

materiais.

A descrição desses processos está

dividida de acordo com os dois tipos

de classificações de estoque utilizados

na empresa, feitas pelo gerente do

setor: estoque mole e estoque duro.

Os produtos da linha dura são

formados pelos produtos: calçados,

cama, mesa, banho, utensílios para

cozinha, produtos de beleza,

ferramentas, brinquedos, utilidades

para casa, CDs, relógios, revistas.

O estoque mole é composto pelos

produtos fabricados na empresa, que

são voltados à linha de vestuários,

como roupas femininas, masculinas,

infantis, t-shirts, lingeries, moda praia,

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ginástica, pijamas e bolsas.

Descrição da escolha dos

transportes utilizados.

O sistema de transporte utilizado é

rodoviário e fluvial para algumas

regiões do Norte. O sistema rodoviário

é realizado pelos Correios que faz

entrega para todo Brasil e também por

15 transportadoras. A transportadora é

escolhida conforme a cidade que o

distribuidor ou revendedor está

domiciliado, eficiência e preço de cada

uma.

Apresentar sugestões de melhorias

para essas situações.

• Determinação de um programa

de objetivos a serem atingidos.

• Ampliação do treinamento aos

funcionários;

• Reestruturação física da

empresa: pintura de paredes,

conserto de rachaduras e fiação

correta;

• Revisão da iluminação do

estoque de produtos têxteis;

• Ampliação do espaço entre

alguns dos corredores;

• Melhoria do sistema visual de

sinalização da localização onde

são armazenados os produtos;

• Contagem diária do inventário

por uma equipe própria. O

estoque deve ser conferido

através da contagem geográfica

e rotativa.

• Utilização adequadamente a

curva ABC para facilitar o

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controle e agilizar a

movimentação das

mercadorias.

• Mudança do layout da empresa.

Quadro 8: Quadro de desenvolvimento dos processos da distribuição física em

relação aos objetivos específicos.

Fonte: Elaborado pela acadêmica.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o advento da globalização, as empresas passaram a enfrentar

maior concorrência em vários aspectos, entre eles destacam-se a busca pela

qualidade na prestação de serviços e na oferta de produtos.

Acredita-se que o presente trabalho de conclusão de curso possa

ajudar a melhorar a cadeia logística da empresa através das análises que

foram realizadas. Tudo para que alcance o máximo da eficiência e com isso

torne-se mais competitiva no mercado.

Percebe-se que qualquer ponto deficiente da distribuição física, dentro

de uma empresa, pode estar resultando em menor ganho de produtividade.

Pois para maior eficiência, uma empresa deve ter conhecimento de todas as

etapas de seu processo, desde o recebimento de materiais, até a entrega dos

produtos acabados a seus clientes, buscando manter o controle sobre todas

essas atividades.

A acadêmica realizou seu estudo a partir da observação durante o

período do estágio realizado, e de entrevistas informais com os funcionários

sobre o processo logístico da empresa Via Blumenau. Um processo logístico

que se inicia com o pedido do cliente e termina com a entrega do produto ou do

serviço. Com base nas vivências durante os anos acadêmicos e no

conhecimento adquirido na academia e fora dela, foi possível verificar pontos

deficientes no ambiente interno da empresa analisada, e serem propostas

algumas melhorias.

O trabalho desenvolvido alcançou os objetivos propostos, fazendo que

a organização possa visualizar seu processo de distribuição física, a fim de

reavaliar as diversas etapas que o fluxo de atividades segue, através de uma

visão tática. Espera-se que as melhorias propostas possam auxiliar a

organização a crescer, ainda mais, no mercado em que atua, tornando possível

uma reciclagem de antigos métodos e rotinas.

Para a acadêmica, que não conhecia os processos da empresa em

profundidade, o desenvolvimento deste trabalho contribuiu de forma

significativa para o seu crescimento acadêmico e profissional. É inegável que

houve um aprofundamento do seu conhecimento acadêmico. O enfoque trouxe

maiores esclarecimntos acerca do tema distribuição física, além da ampla

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bibliografia disponível e pela exploração deste tema por diversos autores e

empresas, que descobriram um diferencial competitivo com a eficiência deste

setor.

Para a empresa foi importante identificar que existem possibilidades de

aperfeiçoar os processos. Para dar continuidade a este estudo, será proveitosa

a execução de um programa de objetivos a serem atingidos com sensibilização

das pessoas envolvidas, desde a diretoria até o operacional, onde possa haver

o comprometimento dessas pessoas com as mudanças.

As melhorias propostas estão longe de solucionar todos os problemas

da distribuição física da empresa Via Blumenau Catálogos, mas podem ser

vistas como uma possibilidade de melhoria de alguns processos. Muitas vezes

são mudanças simples que geram resultados e são obtidos os diferenciais

competitivos. As sugestões de melhorias são viáveis e será vantajoso se forem

aplicadas, podendo resultar em economia e redução de custo para a empresa.

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