estudo de caso asfalto capitulo 4

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    4. ESTUDOS DE CASOS

    4.1 INTRODUO

    Os dois casos de aplicao prtica do BBTM estudados neste captulo correspondem

    s obras de restaurao de duas rodovias de trfego pesado e rpido, cuja

    administrao concedida a empresas privadas.

    Uma das rodovias francesa (Autoroute A6), cujo revestimento adotado foi o BBTM

    0/6, executado em uma camada com 25 mm de espessura. A segunda rodovia

    brasileira, a Rodovia Presidente Castelo Branco (SP 280), situada no estado de So

    Paulo, sendo o BBTM 0/10 o revestimento asfltico escolhido para a camada de

    rolamento.

    Neste captulo so apresentados os ensaios de laboratrio, o acompanhamento da

    produo, da execuo e dos ensaios de controle tecnolgico realizados aps aaplicao da camada de BBTM em cada rodovia.

    4.2 ACOMPANHAMENTO DA RESTAURAO DO REVESTIMENTO DA AUTO-

    ESTRADA A6 (PARIS-LYON) EM BBTM 0/6

    Durante o seu estgio de doutorado na Frana e a sua estada no LRPC (LaboratoireRginal des Ponts et Chausses) da cidade de Autun, a doutoranda teve a

    oportunidade de acompanhar os trabalhos de restaurao de um trecho com extenso

    de 13 km da Auto-estrada A6 (Paris-Lyon), situada entre as cidades de Villefranche e

    Belleville, sentido Lyon-Paris. Esta uma rodovia concedida e est sob a

    administrao da empresa Autoroutes Paris Rhin Rhne (APRR), cuja camada de

    rolamento atual (concreto asfltico drenante) foi substituda por uma camada de 25

    mm de BBTM 0/6. O responsvel pelas obras de restaurao grupo APPIA

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    Revillon/GERLAND Savoie-Lma e o controle externo (fiscalizao contratada pela

    APRR) representado pelo LRPC de Autun.

    O trabalho foi dividido em duas etapas: diretamente na obra, acompanhando a

    execuo da camada de BBTM 0/6 e em laboratrio (LRPC de Autun). Portanto, a

    descrio das atividades parte dos trabalhos em laboratrio e em seguida em campo.

    Isto se deve ao fato de que a dosagem do BBTM 0/6 j foi previamente determinada

    e no momento da execuo ela foi testada por meio da avaliao de um trecho

    experimental e, simultaneamente, em laboratrio, foi feita a verificao da dosagem

    por meio dos ensaios prescritos na norma XP P 98-137 (2001).

    Depois da verificao da dosagem do BBTM 0/6 foram fabricadas placas no LRPC

    de Autun, utilizando dois modos de compactao. Alm da fabricao em laboratrio

    extraiu-se uma placa de BBTM 0/6 do campo. A fabricao e a extrao das placas

    tm o objetivo de avaliar a textura obtida em laboratrio em relao de campo. Para

    tanto, j no LCPC de Nantes, foram feitas avaliaes da textura superficial de todas

    as placas. Estas avaliaes foram feitas por meio do Mtodo da Mancha de Areia e

    com o auxlio de estaes de medida com raio laser (avaliao ptica - sem contato).

    4.2.1 HISTRICO DO TRECHO

    A auto-estrada A6 uma das rodovias mais movimentadas da Frana com 47.000

    veculos de passeio/dia e 12.704 caminhes/dia (dados de 2001), classificando-a, em

    termos de dimensionamento, como uma rodovia de trfego muito elevado. Este fato

    exige um controle constante do nvel e da qualidade dos servios oferecidos,

    sobretudo do ponto de vista da segurana e do conforto dos usurios, onde a camada

    de rolamento tem uma contribuio fundamental.

    A deciso de restaurar esta rodovia foi tomada aps um estudo de manuteno

    minucioso, do qual fizeram parte vrias campanhas de ensaios, tais como medidas de

    deflexes e extrao de corpos-de-prova (determinao da densidade, composio da

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    mistura asfltica, caracterizao do ligante recuperado), determinao de

    propriedades da superfcie, como a avaliao contnua da macrotextura (Rugolaser),

    da aderncia (medida do coeficiente de atrito transversal a 60 km/h, peloequipamento SCRIM), das degradaes da superfcie (avaliaes visuais), de

    deformaes transversais (avaliao ptica das deformaes equipamento Pallas) e

    longitudinais (medidas da irregularidade superficial com o equipamento APL).

    O histrico de manuteno da rodovia divide o trecho (km421 a km409) em duas

    sees:

    421 a 415+800 mm:1976 80 mm de BBSG (Bton bitumineux semi grenu Concreto Asfltico

    Espesso);

    1983 40 mm de BBM (Bton Bitumineux Mince Concreto Asfltico

    Delgado);

    1987 e 1988 40 mm de BBM (Bton Bitumineux Mince Concreto

    Asfltico Delgado) Rugosit;

    1991 40 a 50 mm de BBDr (Bton Bitumineux Drainant Concreto

    Asfltico Drenante BBDr 0/14).

    415+800 mm a 409:

    1976 80 mm de BBSG (Bton bitumineux semi grenu ouConcreto Asfltico

    Espesso);

    1985 40 mm de BBM (Bton Bitumineux Mince Concreto Asfltico

    Delgado) denominado Salviasable;

    1991 40 a 50 mm de BBDr (Bton Bitumineux Drainant Concreto

    Asfltico Drenante BBDr 0/14).

    A partir do histrico de restauraes verifica-se que a camada de rolamento existente

    composta por um revestimento asfltico drenante (BBDr) de graduao 0/14mm e

    com espessuras variando entre 40 e 50 mm, que apesar do trfego intenso

    permaneceu em operao por 14 anos.

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    No caso da rodovia A6, foram feitos trs estudos de manuteno, o primeiro em

    1999, o segundo em 2002 (medidas de irregularidade longitudinal equipamento

    APL) e o terceiro em 2003.

    De acordo com os resultados do estudo de auscultao, o pavimento preserva toda a

    sua integridade estrutural. O estudo de manuteno feito pelo LRPC de Autun em

    2003 concluiu que era necessrio mudar a camada de rolamento, sendo aconselhvel

    retirar a camada de revestimento drenante existente (BBDr 0/14). O revestimento

    drenante no mais atendia s demandas do pavimento, devido ao envelhecimento do

    ligante asfltico, da colmatao dos vazios comunicantes, do incio do processo dedesagregao e, sobretudo, devido ao fato que a infiltrao da gua atravs da

    camada drenante estava acarretando o comprometimento da estrutura como um todo,

    que no estava mais impermeabilizada na camada subjacente ao BBDr.

    Uma outra recomendao do estudo feito pelo LRPC de Autun a reparao das

    trincas transversais e das juntas longitudinais de construo e, em seguida, aplicar

    um concreto asfltico delgado (BBM Bton Bitumineux Mince).

    4.2.2 SOLUO DE RESTAURAO BBTM 0/6

    A soluo de restaurao adotada pela concessionria APRR (Autoroutes Paris Rhin

    Rhne), referente mistura asfltica para a camada de rolamento, foi um BBTM 0/6

    aplicado em 25 mm de espessura.

    Aps a deciso da empresa APRR, o construtor props um produto da empresa

    APPIA, oMicrophone, um BBTM 0/6 aplicado em espessuras variando entre 20 e 30

    mm, capaz de garantir excelentes nveis de aderncia (coeficiente de atrito

    transversal e longitudinal), graas aos vrios pontos de contato entre o pneu e o

    pavimento. Alm disso, os nveis de rudo so bem menores queles obtidos com o

    BBDr 0/14.

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    Para a aceitao do produto da APPIA, este deveria possuir todas as propriedades

    determinadas na norma XP 98-137 (2001), confirmando os critrios de dosagem

    referentes a um BBTM 0/6 classe 1.

    De acordo com as exigncias do edital (CCTP - Cahier des Clauses Techniques

    Particulires du marche Caderno de Clusulas Tcnicas Particulares do Contrato),

    o construtor deve executar um trecho de experimental antes do incio das obras. A

    construo desse trecho tem o objetivo de verificar se a dosagem satisfaz os

    parmetros exigidos pelas especificaes em termos de textura, espessura e adeso

    entre as camadas.

    A aceitao definitiva da dosagem feita aps a avaliao do trecho experimental e

    tambm valida o procedimento de execuo. A execuo do trecho experimental

    deve ser feita nas mesmas condies da obra propriamente dita, com os mesmos

    equipamentos, camadas de ligao e misturas asflticas, no mesmo ritmo previsto

    para a obra.

    A avaliao da macrotextura feita pelo Mtodo da Mancha de Areia; realizada a

    extrao de corpos-de-prova para verificar a adeso entre as camadas de

    revestimento novo e subjacente e para comprovar a espessura; finalmente coletam-se

    amostras da mistura asfltica para verificar a sua composio (teor de ligante e

    granulometria posteriormente em laboratrio). Estes so os ensaios de controle

    realizados no mximo meio dia aps a execuo da camada.

    4.2.3 MATERIAIS

    Para a composio do BBTM foram utilizados agregados da frao 4/6 e da frao

    0/2 provenientes da Jazida Ig, ambos de origem grantica porfirtica. O fler de

    origem calcria e proveniente da Jazida de St Hilaire de Brens. O ligante utilizado, o

    Biprne 83R, um ligante modificado por 4% do polmero SBS (Estireno-

    Butadieno-Estireno).

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    A partir de amostras coletadas no ptio de estocagem da usina de asfalto onde foi

    produzido o BBTM, foi feito um ensaio de granulometria para a recomposio da

    curva granulomtrica do BBTM e posterior verificao da dosagem. A granulometriade cada frao encontra-se na Tabela 4.1

    Tabela 4.1 Granulometria dos agregados

    % Passante

    Frao 4/6 Frao 0/2 FlerAbertura das Peneiras

    (mm) Ig Ig St Hilaire de Brens10,0 100,0 100,0 100,0

    8,0 99,6 100,0 100,06,3 80,0 100,0 100,0

    5,0 29,0 100,0 100,0

    4,0 9,2 97,2 100,0

    2,0 3,2 84,8 100,0

    1,0 2,4 69,7 100,0

    0,5 2,1 45,2 100,0

    0,32 2,1 35,3 100,0

    0,25 2,1 30,6 100,00,125 2,1 20,8 96,0

    0,080 2,1 15,4 86,3

    0,063 1,5 13,8 77,6

    Tambm foi determinada a massa especfica dos agregados, segundo o mtodo de

    ensaio da norma NF P 18-559 (1992). Para a realizao do ensaio foram preparadas

    amostras de 500 g da frao 0/2 e de 800 g da frao 4/6, ambas secas em estufa na

    vspera do ensaio.

    O leo de parafina utilizado por ter uma viscosidade prxima do ligante asfltico

    na fase de mistura com os agregados. Assim, se os agregados apresentarem uma certa

    porosidade, os vazios externos acessveis ao ligante tambm o sero parafina. Neste

    mtodo no se leva em conta a porosidade, seja ela acessvel ou no ao ligante, nos

    clculos para a determinao da massa especfica dos agregados.

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    Cada amostra separada para fazer trs determinaes. Os picnmetros e suas

    respectivas rolhas so pesados vazios (Figuras 4.1 e 4.2). Em seguida os picnmetros

    so preenchidos por leo de parafina (em torno de 1 litro) a 20C (Figura 4.3), depoisse pesa o conjunto picnmetro+leo de parafina (Figura 4.4). O preenchimento dos

    picnmetros e as pesagens devem ser feitas em ambiente climatizado, a uma

    temperatura de 20C.

    As amostras so introduzidas, cuidadosamente, nos picnmetros contento leo de

    parafina, de forma a produzir o mnimo de bolhas neste procedimento, sendo em

    seguida removidas as bolhas de ar aprisionadas por agitao aps a pesagem doconjunto picnmetro+leo de parafina+amostra (Figura 4.5).

    Figura 4.1 Picnmetros vazios Figura 4.2 Pesagem dopicnmetros com suas rolhas

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    Figura 4.3 leo de

    parafinaFigura 4.4 Pesagem do

    picnmetro+parafinaFigura 4.5 Pesagem do

    picnmetro+parafina+amostra

    A etapa seguinte consiste em eliminar as bolhas, que mesmo aps a agitao ainda se

    encontram aprisionadas, por meio da induo ao vcuo. Os picnmetros so

    colocados em uma redoma de vidro (cmara de vcuo) onde so submetidos a uma

    presso residual de 47kPa durante 2 horas (Figura 4.6).

    Passadas 2 horas, os picnmetros so retirados da redoma de vidro para uma novaagitao e eliminao das bolhas com uma esptula, devendo-se repetir este ltimo

    processo por pelo menos mais trs vezes. Em seguida os picnmetros so deixados

    em repouso por um perodo de 4 a 6h.

    A etapa final corresponde ao completo preenchimento dos picnmetros seguidos da

    ltima pesagem (Figura 4.7).

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    Figura 4.6 Redoma de vidro com

    presso residual de 47kPaFigura 4.7 ltima pesagem

    O clculo da massa especfica (MVRg) feito pela expresso:

    amostra

    amostra

    V

    MMVRg= (4.1)

    onde:

    Mamostra= M2 M1M1: massa do conjunto picnmetro+leo de parafina (g)

    M2: massa do conjunto picnmetro+leo de parafina+amostra (g)

    picnmetroamostra

    leo

    MMMV

    =

    3

    Vleo: Volume do leo de parafina (cm3)

    M3: massa do conjunto picnmetro+leo de parafina+amostra aps a cmarade vcuo (g)

    Mpicnmetro: massa do picnmetro vazio (g)

    leopicnmetroamostra VVV =

    Vamostra: Volume da amostra (cm3)

    Vpicnmetro: Volume do picnmetro (cm3)

    Os resultados de massa especfica obtidos so de 2,666 g/cm

    3

    para a frao 0/2 e2,669 g/cm3para a frao 4/6. A proximidade dos valores era esperada devido ao

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    fato das duas fraes serem originadas da mesma jazida, tendo, portanto, a mesma

    natureza mineralgica.

    4.2.4 VERIFICAO DA DOSAGEM

    A verificao da dosagem consiste em realizar os ensaios que fazem parte da prova

    de dosagem recomendada pelo Manual de Dosagem LPC para Misturas Asflticas a

    Quente (Thme de recherche CH-15 Formulation des enrobs chaud). A prova

    de dosagem depende da utilizao (posio da camada no pavimento, espessura), dotipo de mistura e das solicitaes. A prova de dosagem dividida em verificao,

    adaptao e nova dosagem, sendo os ensaios agrupados em quatro nveis de

    dosagem. Pode-se tambm executar ensaios complementares para enriquecer o

    conhecimento sobre as misturas asflticas em aplicaes mais especficas.

    O estudo de dosagem para os revestimentos delgados ou muito delgados, que no

    tm nenhuma contribuio estrutural para o pavimento, tais como o BBTM, consiste

    em realizar apenas os ensaios que fazem parte dos nveis 1 e 2, isto , a realizao

    dos ensaios com a PCG (Prensa de Compactao a Cisalhamento Giratrio), o Ensaio

    Duriez e a Avaliao da Deformao Permanente.

    A verificao da dosagem proposta pela construtora do trecho foi feita no laboratrio

    do LRPC de Autun, respeitando as mesmas propores de cada frao de agregado

    (Tabelas 4.2 e 4.3), tanto para o primeiro trecho experimental quanto para o segundo.

    As curvas com as distribuies granulomtricas de cada composio encontram-se na

    Figura 4.8.

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    Tabela 4.2 Proporo de cada frao de agregado na composio do BBTM 0/6 do

    primeiro trecho experimental

    Frao do agregado Proporo em massa (%)4/6 74,0

    0/2 23,5

    Fler 2,5

    Tabela 4.3 Proporo de cada frao de agregado na composio do BBTM 0/6 do

    segundo trecho experimental

    Frao do agregado Proporo em massa (%)

    4/6 72,0

    0/2 25,5

    Fler 2,5

    0,0

    10,0

    20,0

    30,0

    40,0

    50,0

    60,0

    70,0

    80,0

    90,0

    100,0

    0,010 0,100 1,000 10,000

    Abertura das Peneiras (mm)

    %p

    assante

    Recomposio do Primeiro Trecho ExperimentalAPPIA

    Recomposio do Segundo Trecho Experimental

    Recomposio BBTM 0/6 no LRPC AUTUN

    1o e 2o Trecho Experimental

    Figura 4.8 Curvas granulomtricas da recomposio dos trechos experimentais de

    BBTM 0/6 (Auto-estrada A6)

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    Segundo a XP P 98-137 (2001), para o BBTM 0/6, o mdulo de riqueza K deve ser

    superior ou igual a 3,5. Para as duas misturas de BBTM foi adotado o mesmo teor de

    ligante de 5,8%, sendo K = 3,64 para a mistura do primeiro trecho experimental eK=3,61 para o segundo trecho, seguindo o procedimento adotado no LCPC para o

    clculo do teor inicial a ser testado.

    Uma vez que as misturas j foram recompostas, parte-se para a produo em

    laboratrio e realizao dos ensaios de verificao da dosagem.

    Produo das Misturas em Laboratrio

    As duas misturas foram produzidas na temperatura determinada pelo fornecedor do

    ligante asfltico, isto , 180C para o Biprne 83R. O mtodo de fabricao seguiu as

    recomendaes da norma NF P 98-250-1 (1992), utilizando-se um misturador do tipo

    BBMAX 25 com capacidade de 25 kg (Figura 4.9).

    Figura 4.9 Mistura de BBTM 0/6 pronta dentro do misturados BBMAX 25

    BBTM 0/6

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    Massa especfica da mistura de BBTM 0/6 (Mtodo Volumtrico)

    A massa especfica da mistura foi determinada utilizando-se amostras coletadas da

    vibroacabadora (3 amostras) e outras produzidas em laboratrio (2 amostras). O

    ensaio foi realizado em uma sala climatizada a 20 C.

    O mtodo de ensaio segue a norma NF EN 12697-5 (2003). A massa das amostras

    (expressa em gramas) determinada em funo do dimetro mximo (D) dos

    agregados, sendo numericamente igual a 50 vezes D e deve ser superior a 250 g. Para

    o BBTM 0/6, as amostras tiveram massas iguais a 300 g (50 x 6).

    Inicialmente a mistura aquecida a uma temperatura que no ultrapasse 110C,

    depois desagregada manualmente com o auxlio de uma esptula, desfazendo-se os

    grumos. Para reduzir ao mximo os grumos, a mistura passada nas peneiras de

    abertura 5 e 6 mm.

    No mtodo volumtrico, o volume da amostra medido pelo deslocamento da gua

    destilada (utilizada neste ensaio) ou de um solvente quando a amostra depositada

    dentro de um picnmetro de volume conhecido. O picnmetro deve ser pesado com a

    sua rolha capilar.

    Uma vez desagregada, a amostra introduzida no picnmetro e o conjunto

    picnmetro+amostra pesado. A gua posta dentro do picnmetro at que atinja

    aproximadamente 30 cm abaixo da marca de referncia da rolha capilar (Figura

    4.10), pode-se ainda adicionar algumas gotas de um agente dispersante.

    Para eliminar as bolhas de ar, os picnmetros so agitados e em seguida submetidos a

    uma presso residual de 4 kPa, ficando dentro de uma redoma de vidro (cmara de

    vcuo similar quela mostrada na Figura 4.6) durante 15 minutos. Aps este perodo

    na cmara de vcuo os picnmetros so preenchidos por gua destilada at a marca

    de referncia da rolha capilar (Figura 4.11).

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    Figura 4.10 Preenchimento dos

    picnmetros at 30 cm abaixo da marca dereferncia da rolha capilar

    Figura 4.11 Preenchimento dospicnmetros at a marca de referncia

    da rolha capilar

    A recomendao da norma NF EN 12697-5 (2003) de submeter cada picnmetro a

    um banho com temperatura uniforme durante pelo menos 30 minutos, de forma que a

    amostra atinja a temperatura da gua. Entretanto, no caso das amostras analisadas,

    esta etapa foi suprimida e os picnmetros apenas ficaram em repouso, pois a sala

    onde o ensaio estava sendo realizado j estava climatizada a 20C.

    Passado o perodo de repouso o conjunto picnmetro+amostra+gua destilada foi

    pesado pela ltima vez.

    A massa especfica real da mistura (mv) calculada pela expresso abaixo:

    w

    mv mmxVp

    mm

    23

    12

    1000

    = (4.2)

    onde:

    m1 : massa do picnmetro vazio (g);

    m2: massa do conjunto picnmetro+amostra (g);

    m1- m2: massa da amostra (g);

    m3: massa do conjunto picnmetro+amostra+gua destilada a 20C (g);

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    m2- m3 : massa de gua destilada (g);

    Vp : volume do picnmetro (cm3);

    w: massa especfica da gua destilada (0,998 g/cm3).

    Para as amostras coletadas na vibroacabadora obteve-se uma massa especfica mdia

    de 2,447 g/cm3e para as amostras da mistura fabricada em laboratrio 2,443 g/cm3.

    Estes resultados so julgados como muito prximos, cujo desvio no

    representativo, validando a mistura utilizada na obra.

    Prensa de Compactao a Cisalhamento Giratrio (PCG)

    A evoluo da porcentagem de vazios das misturas asflticas em funo da

    compactao pode ser determinada pelo ensaio na PCG, que corresponde ao primeiro

    ensaio do Nvel 1 da verificao da dosagem, cujo procedimento consta na norma NF

    98 252 (1999).

    Para o BBTM extremamente difcil, por vezes impossvel, medir a porcentagem de

    vazios de uma camada to delgada com uma preciso aceitvel. Portanto, atribui-se

    PCG a funo de estimar uma ordem de grandeza do grau de compactao para o

    BBTM. Distinguem-se os tipos de BBTM pela porcentagem de vazios, classificando-

    o em classe 1 (BBTM tradicional) e classe 2 (com porosidade mais elevada).

    Aps produo, a mistura posta dentro dos moldes metlicos com 150 mm de

    dimetro, j que foi utilizada uma PCG 2 (segunda gerao). O molde com a mistura

    colocado na prensa e submetido a uma baixa acelerao at atingir a velocidade

    de ensaio de 30 rpm. O ngulo de inclinao adotado para o ensaio de 1.

    Durante o ensaio foram registradas a fora axial, a velocidade de rotao e a altura

    dos corpos-de-prova em funo do nmero de giros. As medidas foram feitas 1, 2,

    3, 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 50, 60, 80, 100, 150 e 200 giros.

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    99

    A partir dos resultados do ensaio com a PCG2, aps 25 giros, obteve-se uma

    porcentagem de vazios de 20,6% (superior ao limite mximo permitido pela norma)

    para a mistura do primeiro trecho experimental, o que foi confirmado por umamacrotextura muito rugosa no ensaio de mancha de areia realizado em campo. Para a

    mistura do segundo trecho experimental - cuja proporo da frao 4/6 foi reduzida,

    acrescentando 2% na proporo da frao 0/2 - a porcentagem de vazios foi de 19%,

    atendendo ao limite estabelecido pela norma para um BBTM 0/6 classe 1 (12 a 20%).

    A evoluo da porcentagem de vazios em funo do nmero de giros de cada mistura

    mostrada no grfico da Figura 4.12.

    Compactao PCG 2 Auto-estrada A6

    0,0

    5,0

    10,0

    15,0

    20,0

    25,0

    30,0

    1 10 100 1000Nmero de Giros

    %v

    azios

    Primeiro Trecho ExperimentalSegundo trecho Experimental

    Figura 4.12 Compactao PCG2 das misturas de BBTM 0/6 dos trechos

    experimentais da Auto-estrada A6

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    Ensaio Duriez

    O Ensaio Duriez o segundo ensaio do Nvel 1. Este ensaio permite determinar oefeito da umidade na durabilidade das misturas. Esta sensibilidade umidade

    expressa pela relao entre resistncia compresso simples dos corpos-de-prova

    sem imerso (R) e aps sete dias de imerso em gua (r), isto , r/R (NF P 98 251-1,

    2002), que expressa a perda de resistncia aps o condicionamento.

    As Figuras 4.13 e 4.14 mostram os corpos-de-prova sem e com imerso,

    respectivamente.

    Figura 4.13 Corpos-de-provaconservados sem imerso

    (18 C e 50% umidade relativa do ar)

    Figura 4.14 Corpos-de-prova imersos emgua (18 C) por 7 dias

    Passados os sete dias, os corpos-de-prova foram rompidos (conservados e no

    conservados em imerso) compresso simples a velocidade de 1 mm/s (Figuras

    4.15 e 4.16). Mediu-se ento, a resistncia mxima de cada corpo-de-prova e

    calculou-se a perda de resistncia com a presena da gua.

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    Figura 4.15 Rompimento por

    compresso simplesFigura 4.16 Corpos-de-prova

    aps o rompimento

    A resistncia dos corpos-de-prova sem imerso (R) foi igual a 7,2 MPa e com

    imerso (r) igual a 6,7 MPa, resultando em uma relao r/R de 0,93. A massa

    especfica foi de 2,235 g/cm3e uma compacidade mdia (91%) superior que aquela

    obtida a 25 giros da PCG (81%). Este ltimo resultado j era esperado, pois o modo

    de compactao dos corpos-de-prova muito diferente. Portanto, desconsidera-se aporcentagem de vazios obtida no Ensaio Duriez em detrimento porcentagem da

    PCG, pois considerada muito mais representativa daquela que realmente ocorrer

    em campo.

    Segundo a norma XP P 98-137 (2001), o BBTM 0/6 deve apresentar uma relao r/R

    de no mnimo 0,8. Como a relao obtida para a mistura avaliada foi de 0,91, ela

    satisfatria do ponto de vista de resistncia ao descolamento do filme de ligante

    asfltico pela ao da umidade.

    Deformao Permanente e Evoluo da Macrotextura

    O ensaio de avaliao da resistncia deformao permanente foi realizado com a

    ajuda do Simulador de Trfego LPC do LRPC de Autun. Como o BBTM aplicado

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    em campo em uma espessura de 20 a 30 mm, a espessura adotada para a placa de

    50 mm.

    Em campo, a compactao da camada de BBTM 0/6 feita por um rolo compactador

    tandem liso, sem vibrao. Portanto, comum utilizar um cilindro liso envolvendo o

    pneu para a compactao em laboratrio. Entretanto, para seguir a metodologia de

    compactao empregada no LRPC de Autun, as placas foram compactadas apenas

    com o pneu.

    A folha de compactao referente ao procedimento de compactao do BBTM 0/6encontra-se na Tabela 4.4, utilizando-se uma seqncia de passagens para trfego

    leve.

    Tabela 4.4 Folha de compactao BBTM 0/6 Trfego leve (LRPC de Autun)

    Av Ar C Presso pneu (bar) Presso eixo (bar) Posio eixo

    1 1 0,6 bloqueado1 1 0,6 bloqueado

    1 1 0,6 bloqueado1 1 0,6 bloqueado

    1 1 0,6 bloqueado1 1 0,6 bloqueado

    2 3 1,2 livre2 3 1,2 livre

    4 1 3 1,2 livre4 3 1,2 livre

    2 3 1,2 livre2 3 1,2 livre

    2 3 1,2 livre

    1 3 1,2 livre1 3 1,2 bloqueado

    1 3 1,2 bloqueado1 3 1,2 bloqueado

    1 3 1,2 bloqueado1 3 1,2 bloqueado

    Av : Avant- Para frenteAr : Arirre- Para trsC : Centre - Centro

    Aps a compactao na mesa compactadora (Figura 4.17), as placas ainda nosmoldes foram colocadas aos pares no Simulador de Trfego LPC (Figura 4.18) e

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    submetidas temperatura de ensaio (60C). Na Figura 4.19 encontram-se as placas

    aps o ensaio.

    Figura 4.17 Mesa

    Compactadora(LRPC de Autun)

    Figura 4.18 Simulador de

    Trfego (LRPC de Autun)

    Figura 4.19 Placas aps

    3.000 ciclos BBTM 0/6(Auto-estrada A6)

    Aps o ensaio, o BBTM 0/6 apresentou uma porcentagem mdia de deformao aos

    3000 ciclos de 3,7% inferior ao limite mximo de 20% estabelecido pela norma. Esta

    mistura mostrou-se praticamente insensvel s condies do ensaio de deformao

    permanente, devido principalmente utilizao de um ligante asfltico modificado

    por polmero e ao elevado volume de vazios, confirmado pelas curvas contidas no

    grfico da Figura 4.20.

    Deformao Permanente BBTM 0/6 Auto-estrada A6

    1,00

    10,00

    100,00

    1 10 100 1000 10000

    Nmero de Ciclos

    %deafund

    amento

    Placa 1Placa2

    Deformao Mdia

    Figura 4.20 Porcentagem de afundamento do BBTM 0/6 (Auto-estrada A6)

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    Durante o ensaio e sob o efeito das solicitaes foram percebidos pontos de

    arrancamento dos agregados que podem alterar as medidas, mas sem influncia no

    resultado final, haja vista os baixos nveis de deformao.

    A partir do ensaio de deformao permanente tambm foi possvel avaliar a evoluo

    da macrotextura da superfcie das placas, medindo a altura mdia de areia (HS) por

    meio do Mtodo da Mancha de Areia, antes (Figura 4.21) e aps o ensaio (Figura

    4.22).

    Figura 4.21 Mancha de areia antes doincio do ensaio de deformao

    permanente (BBTM 0/6 Auto-estrada A6)

    Figura 4.22 Mancha de areia aps 3.000ciclos no Simulador de Trfego(BBTM 0/6 Auto-estrada A6)

    Aps medir HSinicial (1,5 mm) e HSfinal (1,0 mm) pde-se calcular a perda de

    macrotextura ao final do ensaio, obtendo-se uma perda de 35%, ou seja, uma reduo

    inferior ao valor limite admitido de 50%.

    4.2.5 PRODUO

    O BBTM 0/6 foi produzido numa usina de asfalto de modo contnuo (Drum-Mixer),

    onde o tambor-secador tambm misturador (TSM Tambour Scheur Malaxeur)

    21 (dimetro do tambor 2,10 m), de fluxo paralelo com uma capacidade de 260 t/h,

    automatizada, produzida pela empresa francesa ERMONT. As TSM de fluxo

    paralelo so usinas em que o deslocamento do gs no interior do tambor secador se

    faz paralelamente ao sentido de movimento dos agregados.

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    O tempo mdio de mistura para a massa de carga de cada caminho foi de

    aproximadamente 5 minutos no tambor. A usina foi instalada na Aire de Dreac

    (Figura 4.23) cedida pela prefeitura do municpio de Belleville.

    Figura 4.23 rea da usina de asfalto

    A instalao desse tipo de usina de asfalto se faz normalmente em meio dia. A

    calibrao e outras aferies com os demais equipamentos em campo necessitam de

    1 a 2 dias. O modo de produo contnuo o mais adaptado a obras de vultos

    variados e principalmente para um grande volume de produo, quando se desejarealizar um nico tipo de mistura asfltica.

    Vale ressaltar que se a umidade dos agregados registrada no programa da usina no

    estiver de acordo com a umidade real dos agregados podem ocorrer desvios ou

    grandes variaes na composio (perodos chuvosos, estoque bem ou mal drenado),

    isto tambm pode provocar porcentagens incorretas na dosagem do ligante asfltico.

    Cada frao de agregado estocada em correias de estocagem abaixo das quais

    encontram-se tapetes rolantes ou esteiras de pr-dosagem, dosagem ponderal para as

    areias (neste caso 15% de finos na areia), de forma a evitar eventuais variaes no

    escoamento da areia (Figuras 4.24 e 4.25).

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    Silos de

    a re ados Correias

    Filtro de finos

    Tambor secador

    Figura 4.24 Correias transportadorasque leva os agregados do silo ao tambor

    de secagem

    Figura 4.25 Introduo dos agregadosno tambor secador

    A pr-dosagem de todos os agregados consiste em introduzi-los no tambor na

    proporo determinada na composio da mistura durante a fabricao. A quantidade

    de agregado que sai dos silos e cai sobre as correias transportadoras controlada por

    central de informtica em uma cabine de comando, de onde possvel acompanhar

    constantemente o desempenho da usina. A dosagem dos agregados grados

    volumtrica e das areias ponderal.

    Cada central possui sua capacidade mxima (t/h), a partir da qual so feitas a

    calibrao da usina e as dosagens (dados do construtor em funo de uma umidade

    mdia entre 3 e 5% dos agregados e para uma determinada presso atmosfrica).

    Os extratores so controlados vrias vezes ao dia e os resultados so comparados

    com a capacidade de produo determinada para a jornada. Se os desvios ou as

    tendncias no estiverem de acordo com a capacidade determinada, necessriomudar a capacidade e recomear a calibrao.

    A calibrao da usina para a produo do BBTM 0/6 ocorreu nos dias 15 e 16 de

    setembro de 2005.

    A entrada do tambor corresponde zona de combusto e secagem dos agregados,

    com o auxlio de uma chama (Figura 4.26). Em seguida, encontra-se a fase deaquecimento, eventualmente a entrada de material reciclado, a fase de mistura, a

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    sada de gs, a entrada do ligante asfltico, dos finos e finalmente a sada da mistura

    pronta (Figura 4.27).

    Figura 4.26 Parte do tambor ondeacontece o incio da secagem dos

    agregados

    Figura 4.27 Parte do tambor onde osagregados so aquecidos e em seguida

    misturados ao ligante asfltico

    Uma vez que a mistura est pronta, ela transportada por um elevador de canecas at

    o silo de estocagem, tambm chamado de anti-segregao (Figura 4.28). Dentro

    deste silo existem paletas que provocam o tombamento da mistura mantendo a sua

    homogeneidade antes de ser descarregado nos caminhes. O tipo de caminhotransportador da mistura asfltica pode ser visto na Figura 4.29.

    Elevador

    Silo deestocagem

    Silo deestocagem

    Figura 4.28 Silo anti-segregao

    (estocagem)Figura 4.29 Carregamento dos caminhes

    Depois de carregados os caminhes so pesados (Figura 4.30) e em seguida saem em

    direo obra (Figura 4.31).

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    Figura 4.30 Pesagem dos caminhes Figure 4.31 Chegada dos caminhesna obra

    No gerenciamento da obra necessrio sincronizar o tempo de aplicao da mistura

    pela vibroacabadora velocidade de produo na usina e ao tempo de transporte.

    Esta sincronia importante para evitar pausas na produo na usina e na execuo da

    camada, j que toda pausa da vibroacabadora se apresenta como um defeito que

    causa irregularidade e heterogeneidade na compactao, prejudiciais boa qualidade

    dos servios.

    Durante a produo do BBTM 0/6, as medidas de rudo e de emisses de gases na

    usina foram realizadas, de tal forma que se verificasse a conformidade da usina em

    relao regulamentao francesa sobre os riscos de poluio na instalao de

    usinas.

    4.2.6 EXECUO

    O incio da obra se deu com a fresagem do revestimento drenante existente (BBDr

    0/14), com uma fresagem geral de 50 mm e pontual de 60 mm (Figura 4.32). A

    Figura 4.33 mostra o aspecto superficial do revestimento existente e o estado de

    colmatao em que se encontrava, constatado pelo acmulo de gua no orifcio

    realizado no revestimento.

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    Figura 4.32 Fresagem Figura 4.33 Camada de BBDr 0/14

    existente

    As fresadoras utilizadas (2000 TECHNOVIA) possuem um grande nmero de dentes

    e por isso a superfcie fresada bem regular, evitando o descolamento dos agregados

    das camadas inferiores de BBM (Bton Bitumineux Mince) ou de BBSG (Bton

    Bitumineux Semi Grenu).

    Reparao de Trincas Longitudinais e Transversais

    Aps a fresagem geral de 50 mm, iniciou-se a reparao das trincas longitudinais e

    transversais segundo a tcnica descrita a seguir.

    A reparao das trincas longitudinais entre as pistas central e rpida, provavelmente

    ocasionadas por um alargamento para a construo da terceira pista, foi feita por:

    Uma nova fresagem de 1 m de largura e 50 mm de espessura;

    Aplicao de uma geogrelha tipo Rotaflex 838 (Figuras 4.34 e 4.35) aps a

    execuo de uma camada de ligao com uma emulso modificada por

    polmero elastomrico para garantir a impregnao da geogrelha;

    Execuo de uma camada de 50 mm de BBSG 0/10 por uma vibroacabadora

    com um dispositivo especial de espalhamento (Figura 4.36 e 4.37).

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    Figura 4.34 Geogrelha aplicada ao longo

    da trinca longitudinalFigura 4.35 Detalhe da geogrelha

    Figura 4.36 Aplicao doBBSG 0/10 sobre a geogrelha

    Figura 4.37 Compactao do BBSG 0/10

    Para o tratamento das trincas transversais situadas na pista esquerda, foi utilizado o

    mesmo procedimento empregado para as trincas longitudinais. Desta formaexecutou-se a fresagem de 1 m de largura, mas com uma profundidade maior que a

    das trincas longitudinais, variando entre 90 e 150 mm.

    A geogrelha foi aplicada sobre uma camada de ligao dosada com elevada taxa de

    emulso modificada por polmeros para garantir uma perfeita adeso com a mesma

    formando uma barreira reflexo das trincas. Em seguida executou-se uma camada

    degrave bitume0/14 classe 4.

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    A aplicao direta de um BBTM sobre um GB (Grave Bitume) 0/14 classe 4 no

    representa nenhum problema, pois este GB rico em ligante asfltico e origina uma

    mistura asfltica densa e impermevel, assegurando um bom suporte para o BBTM.

    Pintura de Ligao

    Para a pintura de ligao foram utilizadas duas tcnicas. Uma para os locais pouco

    trafegados, como o acostamento e os refgios de superlargura e outra para as pistas

    de trfego rpido, central e lenta.

    Para o acostamento escolheu-se uma pintura de ligao com salgamento (Figura

    4.38), isto , uma camada de emulso modificada por polmero (ECR65) a uma taxa

    de 450 g/m2sobre a qual foram aplicados agregados de frao 4/6 mm TARMAC,

    cuja dosagem foi fixada em aproximadamente 2 l/m2. O salgamento (leve) impede

    que a emulso cole nos pneus dos caminhes.

    Figura 4.38 Pintura de ligao com salgamento no acostamento(emulso modificada + agregados na frao 4/6 mm)

    Sobre as trs pistas foi aplicada uma camada de ECF (Enrob Coul Froid- mistura

    asfltica a frio). O ECF composto por areia na frao 0/4 Ig, fibras de vidro,

    emulso e cimento, os quais so misturados dentro de um caminho especial de

    espalhamento (Figura 4.39). O aspecto do ECF pode ser visualizado na Figura 4.40.

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    ECF

    Figura 4.39 Caminho com o misturadore aplicador do ECF

    (mistura asfltica a frio)

    Figura 4.40 Aspecto do ECFdentro de um recipiente

    As principais propriedades do ECF segundo a norma NF P 98 150-3 (2004) so:

    Agregados classe C IIIa;

    Granulometria 0/6;

    Mdulo de riqueza superior a 4,0;

    Teor ponderal mnimo de fibras: 0,3%;

    Dosagem mnima: 12 kg/m2.

    A aplicao do ECF feita em uma nica camada com dosagem de 10 a 13 kg/m e

    um dia antes da aplicao do BBTM, sendo que a recomendao do CCTP (Cahier

    des Clauses Techniques Particulires du March) de evitar a desagregao do

    BBTM. O espalhamento feito por uma mquina especial, de preparao e aplicao

    (Figura 4.41). Uma lmina de borracha dura passa sobre o produto regularizando a

    superfcie.

    O ECF, um produto lquido no misturador, adquire rapidamente uma certa

    consistncia sobre o pavimento. Esta ruptura ajustada pelos aditivos introduzidos

    durante a misturao e beneficiada aps alguns minutos pelo uso de um compactador

    de pneus.

    A camada de ECF permite o nivelamento das asperezas deixadas pela fresagem do

    revestimento drenante existente (Figura 4.42) e corresponde a uma boa pintura deligao, cuja adeso proporcionada principalmente por seus componentes. O ECF

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    permite alimentar o suporte antigo de uma camada de mstique asfltico,

    garantindo a sua impermeabilizao e aderindo camada de BBTM que ser

    aplicada.

    Figura 4.41 Aplicao do ECF Figura 4.42 Camada de ECF pronta

    Camada de Rolamento BBTM 0/6

    Antes de iniciar a execuo da camada de rolamento, foi construdo um trechoexperimental no dia 22 de setembro de 2005, cujo objetivo foi a aferio dos

    equipamentos utilizados (principalmente vibroacabadora), do trao (dosagem), do

    funcionamento da usina de asfalto e tambm para determinar o nmero de passadas

    dos rolos compactadores.

    O trecho experimental foi iniciado na estaca 421, com 200 m de extenso, 15,70 m

    de largura, espessura mdia de 25 mm e com produo total de 175 toneladas.

    Depois da execuo da pintura de ligao, pde-se iniciar a aplicao da camada de

    BBTM.

    A composio do primeiro trecho experimental foi de 74% da frao 4/6, 23,5% da

    frao 0/2, 2,5% de fler calcrio e 5,8% do ligante asfltico Biprne (modificado por

    4% de SBS) Tabela 4.2 e Figura 4.8.

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    Para transferir a mistura asfltica do caminho para a vibroacabadora utilizou-se um

    alimentador do tipo FRANEX (Figuras 4.43 e 4.44). O alimentador freqentemente

    utilizado quando a aplicao feita com uma vibroacabadora de grande largura, poispermite a estocagem da mistura sem perdas importantes de temperatura e permite

    revolver a massa asfltica antes de envi-la para a vibroacabadora, devido

    principalmente ao conjunto de grandes parafusos e esteiras (Figura 4.45).

    Uma outra contribuio do alimentador a estocagem temporria durante o trajeto

    dos caminhes (obra-usina de asflato-obra), permitindo um ritmo o mais contnuo

    possvel da vibroacabadora eliminando ou reduzindo o nmero de pausas prejudiciais quantidade de aplicao, evitando o resfriamento da mistura nos perodos de espera

    da compactao mediante uma pausa, alm do melhoramento da planicidade

    longitudinal da superfcie, evitando emendas e descontinuidades na alimentao.

    Figura 4.44 Transferncia da mistura do alimentador para a vibroacabadora por meiode uma esteira adicional

    Figura 4.43 Transferncia da mistura do caminho para o alimentador

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    115

    Figura 4.45 Conjunto de grandes parafusos helicoidais e de esteiras de

    degraus do alimentador

    Uma outra esteira de grande capacidade foi adicionada vibroacabadora para

    aumentar as condies de alimentao contnua dos grandes parafusos helicoidais,

    devido s dimenses da vibroacabadora.

    Para a aplicao do BBTM em toda a largura da rodovia foram utilizadas duasvibroacabadoras em paralelo. Para as trs pistas (rpida, central e lenta) foi utilizada

    a vibroacabadora de grande largura (Vogele S 2500) com uma mesa fixa de 12 m

    (Figura 4.46).

    Figura 4.46 Vibroacabadora de grande largura (12 m)

    Esta vibroacabadora composta por vrios mdulos (mesa com vibradores, tamperse grandes parafusos helicoidais) que eram montados e desmontados todos os dias.

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    Uma particularidade desse tipo de vibroacabadora o conjunto de grandes parafusos

    helicoidais prolongados at as extremidades da mesa (Figuras 4.47a e 4.47b) que

    homogeneza a mistura antes do espalhamento e evita problemas de segregao. Esteconjunto deve estar presente at as extremidades para que no haja defeitos

    (arrancamento de agregados) na compactao ou segregaes, o que aconteceu no

    incio da obra na faixa direita da pista lenta (Figura 4.48).

    (a) (b)Figura 4.47 Conjunto de grandes parafusos helicoidais ao longo de toda a largura da

    vibroacabadora (a) e detalhe dos parafusos (b)

    Figura 4.48 Defeito (riscos provenientes do arrancamento de parte dos agregados)ocasionados por uma falta de regulagem da mesa da vibroacabadora

    O desempenho da vibroacabadora acompanhado, durante toda a obra, por uma

    equipe de tcnicos que podem solucionar eventuais problemas durante ofuncionamento do equipamento.

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    A outra vibroacabadora utilizada um equipamento tradicional, uma ABG Titan 325

    (Figura 4.49), destinada ao espalhamento do acostamento que se movimenta

    paralelamente vibroacabadora de grande largura e o mais prximo possvel damesma (Figura 4.50) para produzir uma junta a quente evitando o surgimento de

    pontos frgeis na camada.

    Figura 4.49 Vibroacabadora para oespalhamento do acostamento

    Figura 4.50 Vibroacabadora situada aolado da vibroacabadora de grande largurana execuo do refgio de superlargura

    A velocidade da vibroacabadora foi de 4m/min, o que corresponde uma produode 200 t/h na usina de asfalto.

    A espessura da camada de BBTM, sendo muito delgada, esfria rapidamente e a

    compactao deve ter incio a partir do espalhamento de alguns metros.

    Para a compactao do BBTM foram utilizados trs compactadores de chapa lisa, no

    modo esttico (Figura 4.51): dois compactadores tipo DYNAPAC CC42 e um tipoCATERPILLAR CB525. Estes trs compactadores tm por recomendao se

    posicionar o mais prximo possvel da vibroacabadora (Figura 4.52), de forma a

    conservar uma viscosidade suficiente para permitir uma boa compactao.

  • 7/26/2019 Estudo de Caso Asfalto Capitulo 4

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    118

    Figura 4.51 Compactao do BBTM 0/6(trs compactadores)

    Figura 4.52 Compactadores o maisprximo possvel da vibroacabadora

    Para o trecho experimental foram adotadas 6 passadas no incio da compactao e em

    seguida 8 passadas. A verificao do nmero de passadas foi feita por meio de

    medidas constantes da espessura da camada atrs da mesa compactadora.

    Aps a compactao da camada espera-se meio dia para a realizao dos ensaios

    tecnolgicos pelo controle do construtor e pelo exterior (laboratrio contratado para

    fiscalizao). A pintura da sinalizao horizontal tambm iniciada meio dia aps a

    execuo (Figura 4.53). Espera-se meio dia para iniciar a pintura para evitar o

    desprendimento das fraes leves do ligante asfltico quente, o que poderia

    prejudicar a fixao da tinta.

    Figura 4.53 Camada de BBTM 0/6 aps a pintura da sinalizao horizontal

    Aps a extrao de corpos-de-prova do pavimento, utilizada para medir a espessura

    da camada de BBTM 0/6 e verificar a sua adeso camada subjacente, obtiveram-se

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    119

    espessuras praticamente constantes entre 24 e 25 mm (1 trecho experimental), as

    quais esto de acordo com os limites exigidos pelo CCTP (Cahier des Clauses

    Techniques Particulires du March), ou seja, 95% dos pontos compreendidos naespessura terica de H 0,5 cm.

    Em relao composio da mistura (granulometria e teor de ligante asfltico) a

    conformidade foi confirmada obtendo-se resultados satisfatrios.

    Entretanto, de acordo com os resultados de macrotextura medida pelo controle

    externo, os valores no so aceitveis, j que o CCTP exige que 95% dos resultadosestejam entre 0,85 mm e 1,20 mm, com mdia de 1,0 mm, cujas avaliaes so feitas

    sobre as trilhas de roda a cada 20 m. As medidas feitas pelo controle externo

    apresentaram uma grande distncia entre os valores mximos e mnimos, de 1,9 mm

    a 0,9 mm, e uma mdia muito elevada (1,38 mm), exceo feita macrotextura do

    acostamento, sendo satisfatria. Este fato pode ser explicado pela relao entre a

    textura e o tipo de vibroacabadora, mas tambm pela sensibilidade deste tipo de

    mistura segregao, alm da utilizao de uma vibroacabadora de grande largura.

    A macrotextura excessiva foi confirmada pelas medidas do controle exterior (LRPC

    de Autun) nas trs pistas, com uma macrotextura mdia de 1,42 mm. Estes resultados

    mostraram que a vibroacabadora de grande largura no conseguia produzir uma

    textura homognea, necessitando de uma nova regulagem. A regulagem da

    vibroacabadora consistiu no aumento do ngulo de incidncia da mesa e a velocidade

    dos tampers.

    Tendo em vista os resultados obtidos para o primeiro trecho experimental, onde se

    exigia uma macrotextura menos rugosa, em torno de 1,1 mm, decidiu-se executar um

    novo trecho experimental com mudanas na composio da mistura no dia 23 de

    setembro de 2005 no mesmo local que o primeiro trecho. A velocidade da

    vibroacabadora, que era inicialmente de 4 m/min, foi reduzida para 3 m/min no incio

    da execuo do trecho e depois foi retomada a velocidade de 4 m/min. A velocidade

    dos tampers tambm foi modificada estabelecendo um intervalo entre 800 e 1000

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    rotaes/min, pois acima de 1000 rotaes/min verificou-se que no era possvel

    obter uma textura com aspecto homogneo.

    A composio do BBTM 0/6 sofreu alterao na frao 4/6 passando de 74% para

    72% e na frao 0/2 passando de 23,5% para 25,5%, mantendo a porcentagem do

    fler e o teor de ligante asfltico.

    Aps a execuo do segundo trecho e as medidas de macrotextura e espessura,

    obtive-se uma macrotextura mdia de 1,05 mm e valores contidos no intervalo entre

    0,85 mm e 1,20 mm.

    4.2.7 ENSAIOS DE CONTROLE TECNOLGICO

    Algumas horas aps a execuo da camada de BBTM 0/6 foram realizados os

    ensaios de controle pela construtora e pelo laboratrio contratado para fiscalizar a

    obra. Estes ensaios so determinados de acordo com a funo da camada no

    pavimento. No caso do BBTM 0/6 foram realizados trs ensaios, relacionados com a

    verificao da composio da mistura asfltica, com a textura e com a espessura e

    adeso entre as camadas:

    Verificao da composio do teor de ligante asfltico: controle feito pelo

    construtor e controle exterior (LRPC de Autun);

    Avaliao da macrotextura (Mtodo da Mancha de Areia) : controle feito pelo

    construtor e controle exterior (LRPC de Autun);

    Extrao de corpos-de-prova (broqueamento): controle feito pelo construtor.

    Tendo em vista a viscosidade elevada do ligante Biprne 83R, decorrente

    principalmente da adio do polmero SBS, a gama de temperaturas para a sua

    utilizao tambm elevada, de 170 C a 180C. A temperatura da mistura na

    vibroacabadora medida freqentemente durante todo processo de aplicao (Figura

    4.54) e a maior parte dos valores medidos variaram de 170C a 175C, o que

    corresponde s temperaturas na usina de asfalto prximas de 190C.

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    121

    4.2.7.1 VERIFICAO DA GRANULOMETRIA E DO TEOR DE LIGANTE ASFLTICO

    As amostras foram coletadas, pelo controle externo, nos caminhes antes de partirem

    da usina de asfalto (Figura 5.55) e na obra (vibroacabadora) pelo controle exterior

    (Figura 5.56).

    Figura 4.55 Coleta das amostras antes dapartida dos caminhes para a obra

    (controle do construtor)

    Figura 4.56 Coleta da amostra da misturana vibroacabadora (controle exterior)

    Figura 4.54 Medida da temperatura na vibroacabadora

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    As amostras, tanto as coletadas pelo construtor quanto pelo controle exterior, foram

    colocadas em recipientes metlicos (Figura 4.57). Logos aps a introduo da

    mistura asfltica no cilindro, o conjunto foi pesado (Figura 4.58).

    Figura 4.57 Amostra dentro do recipientemetlico

    Figura 4.58 Pesagem da amostra

    Para recuperar o ligante solvel da mistura e verificar a composio granulomtrica,uma certa quantidade de solvente (percloretileno) foi colocada no recipiente com a

    amostra (Figura 4.59). A massa de percloretileno determinada em funo da

    porcentagem de ligante asfltico, tendo como valor de referncia 5%. Para o BBTM

    0/6, cujo teor de ligante 5,8%, a massa do percloretileno foi igual a 0,8 x massa da

    amostra.

    O recipiente com o conjunto amostra+percloretileno foi agitado por pelo menos 30minutos em um agitador mecnico (Figura 4.60).

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    Figura 4.59 Amostra com percloretileno Figura 4.60 Agitao da amostra

    Em seguida retirou-se o percloretileno lavando os agregados (Figura 4.61), queforam secos em estufa (Figura 4.62). Depois de seca a amostra foi submetida ao

    ensaio de granulometria (Figura 4.63), sendo possvel recompor a granulometria da

    mistura (Figura 4.64).

    Figura 4.61 Lavagem dos agregadoscom percloretileno

    Figura 4.62 Agregados prontos para asecagem em estufa

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    Figura 4.63 Ensaio de granulometria

    (peneiramento)Figura 4.64 Pesagem dos agregados

    A frao mais fina dos agregados que ficou dissolvida no percloretileno extrada

    com o auxlio de uma centrifugao. Para determinar a taxa de diluio do ligante

    asfltico no solvente, retirado um volume de 10 cm3de soluo que em seguida

    evaporada. Assim, determina-se o teor de ligante da amostra. Os resultados

    mostraram que a composio da mistura aplicada em campo correspondia composio do projeto de dosagem.

    4.2.7.2 EXTRAO DE CORPOS-DE-PROVA DO PAVIMENTO

    As extraes dos corpos-de-prova tm a funo de verificar a espessura da camada

    de BBTM 0/6 e a sua adeso camada subjacente. Os broqueamentos foram feitos acada 200 m e algumas horas aps a execuo da camada, extraindo corpos-de-prova

    com 150 mm de dimetro.

    De acordo com os resultados da extrao dos corpos-de-prova do controle feito pelo

    construtor, as camadas do 2 trecho experimental apresentaram uma boa adeso entre

    elas e espessuras entre 24 e 27 mm.

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    4.2.7.3 AVALIAO DA MACROTEXTURA MTODO DA MANCHA DE AREIA

    Como explicado anteriormente a macrotextura representa um dos principais ensaiosde controle e que, para o BBTM 0/6, apresenta uma relao muito estreita com

    pequenas variaes na composio granulomtrica da mistura.

    Como foi necessrio executar dois trechos experimentais, a macrotextura foi

    avaliada (Figuras 4.65) aps a execuo de cada trecho.

    Figura 4.65 Medida do dimetro da mancha de areia sobre o BBTM 0/6 daAuto-estrada A6

    Como exposto anteriormente, apenas o segundo trecho experimental apresentou a

    rugosidade mdia exigida pelo CCTP (1,1 mm), com um valor mdio de HS igual a

    1,05 mm.

    4.2.8 AVALIAO DA MACRO E DA MICROTEXTURA EM LABORATRIO

    (AVALIAO PTICA SEM CONTATO)

    Fabricao das placas e extrao dos corpos-de-prova com 225 mm de dimetro

    De forma a estudar o efeito do modo de compactao na textura dos revestimentos

    asflticos foram produzidas placas em laboratrio (LRPC de Autun) reproduzindo a

    composio do BBTM 0/6, alm da extrao de uma placa do revestimento pronto na

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    obra. Para tanto, foram utilizados dois modos de compactao. O primeiro modo foi

    o modo utilizado na Cooperao Franco-Alem Cex/LCPC (Tabela 4.5) e o

    segundo utilizado no estgio da doutoranda no LCPC (Centro de Nantes) em 2004,descrito anteriormente.

    Tabela 4.5 Folha de compactao - Modo Cooperao Franco-Alem Cex/LCPC

    Av Ar C Sentido Altura (mm)Presso dopneu (bar)

    Presso doeixo (bar)

    Referncia Posio

    - 1 < 175 6 1,15 1 Bloqueada- - 1 > 175 6 1,15 1 Bloqueada- - 1 < 170 6 1,15 1 Bloqueada

    - - 1 > 170 6 1,15 1 Bloqueada- - 1 < 167 6 1,15 1 Bloqueada

    - - 1 > 167 6 1,15 1 Bloqueada- - 1 < 164 6 1,15 1 Bloqueada- - 1 > 164 6 1,15 1 Bloqueada- - 2 163 6 2,5 1 Bloqueada- - 2 >< 163 6 2,5 1 Bloqueada- - 2 162 6 2,5 1 Bloqueada- - 2 >< 160 6 2,5 1 Bloqueada- - 1 < 160 6 2,5 1 Bloqueada- - 1 > 160 6 2,5 1 Bloqueada

    - - 1 < 160 6 2,5 1 BloqueadaCilndrico Metlico

    Av : Avant- Para frenteAr : Arirre- Para trsC : Centre - Centro

    O efeito do modo de compactao sobre a macrotextura ainda no totalmente

    conhecido e a previso desta textura em relao ao campo limita-se a estudos e

    pesquisas.

    A escolha de dois modos de compactao deve-se ao fato de que se desejava medir a

    macrotextura (HS ou PMT) e determinar qual o modo que se aproximava mais da

    macrotextura da placa extrada do campo e em seguida fazer avaliaes sem contato

    (raio laser) obtendo-se os macroperfis. Alm dos macroperfis desejava-se tambm

    avaliar a microtextura aps o polimento da superfcie.

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    A caracterizao da macro e da microtextura em relao ao coeficiente de atrito antes

    e aps o polimento da superfcie foi feita sobre corpos-de-prova extrados das placas.

    Desta forma foi prevista a fabricao das seguintes placas:

    2 placas fabricadas em laboratrio (600 x 400 x 40 mm) para a caracterizao

    completa: extrao de corpos-de-prova ( = 225 mm), PMT, macro e micro

    antes do polimento (pela simulao com o equipamento alemo Wehner &

    Schulze), por meio de avaliaes com raio laser e medida do coeficiente de

    atrito:

    1 placa - modo Cooperao Franco-Alem (Cox/LCPC);1 placa - modo LCPC, adotado no para revestimentos asflticos

    delgados destinados s rodovias de trfego pesado e utilizado no Estgio de

    Patrcia Nunes (2004);

    2 placas fabricadas em laboratrio (600 x 400 x 50 mm), que foram

    recortadas nas dimenses necessrias para serem submetidas ao ensaio de

    deformao permanente (500 x 180 x 50 mm) e ser possvel avaliar a

    evoluo da macrotextura com a simulao do trfego. No foram extrados

    corpos-de-prova para o polimento da superfcie:

    1 placa - modo Cooperao Franco-Alem (Cox/LCPC);

    1 placa - modo LCPC, adotado no para revestimentos asflticos

    delgados destinados s rodovias de trfego pesado e utilizado no Estgio de

    Patrcia Nunes (2004);

    1 placa extrada do campo (600 x 400 x 25 mm) para a caracterizao

    completa;

    1 placa fabricada em laboratrio (600 x 400 x 40 mm), com uma amostra da

    mistura asfltica produzida na usina de asfalto, para a caracterizao

    completa:

    - o modo de compactao que produzisse a macrotextura mais prxima da

    obtida sobre a placa extrada do campo.

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    A compactao de todas as placas foi feita com um cilindro metlico (Figura 4.66) e

    aps a compactao mediu-se a macrotextura de cada placa (Figura 4.67).

    Figura 4.66 Compactao com o cilindro metlico (LRPC de Autun)

    (a) (b)Figura 4.67 Medida da HS das placas (a) e detalhe da textura (b)

    Inicialmente foram fabricadas as duas placas de dimenses 600 x 400 x 40 mm, cujas

    verdadeiras dimenses medidas aps a compactao so 590 x 390 x 42 mm. A

    macrotextura da placa compactada com o modo de compactao Franco-alemo

    apresentou uma altura mdia de mancha de areia HS igual a 1,55 mm e, com o modo

    LCPC obteve-se 1,56 mm. Diante desses valores no se pode dizer que existam

    diferenas representativas, todavia o modo Franco-alemo foi escolhido por j

    existirem outros estudos comparativos com este modo de compactao.

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    Esta pequena diferena de HS entre os dois modos de compactao foi confirmada na

    medida da macrotextura das placas destinadas ao ensaio de deformao permanente

    com 1,63 mm para o modo de compactao Franco-alemo e 1,64 mm para o modoLCPC.

    Ao final de um dia de trabalho em campo, foi extrada do pavimento uma placa do

    revestimento (630 x 470 x 25 mm) sobre o acostamento (est 412 + 700 mm), para

    que se pudesse ter uma textura (HS) de referncia antes de fabricar a placa

    compactada em laboratrio com a mistura coletada em campo.

    Para facilitar o descolamento da placa foi colocada sobre a camada de base uma

    folha de papel Kraft com areia (Figura 4.68) antes da compactao e da finalizao

    da camada (Figura 4.69). Em seguida a placa foi recortada e retirada do pavimento

    (Figura 4.70).

    Figura 4.68 Colocao do papel Kraftsobre a pintura de ligao

    Figura 4.69 Camada de BBTM 0/6depois da primeira passagem do rolo

    compactador

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    (a) (b)Figura 4.70 Recorte (a) e extrao da placa (b)

    Depois de coletada (Figura 4.71) mediu-se a HS da placa, escolhendo as reas com

    textura visualmente mais homognea (Figura 4.72), obtendo-se 1,45 mm. Se

    comparado com os valores mdios medidos no dia, o valor obtido foi elevado, o que

    se justifica pelo fato da placa ter sido retirada no fim da execuo, com a mistura

    mais fria e energia de compactao menos intensa. Porm, no foi possvel retirar a

    placa das faixas de trfego, tendo-se a autorizao para retir-la somente do

    acostamento.

    Figura 4.71 Placa extrada de campo Figura 4.72 Medida da macrotextura daplaca extrada

    A partir do conhecimento de HS foi possvel aquecer a mistura coletada em campo e

    fabricar uma placa com o modo de compactao Franco-alemo.

    Na Tabela 4.6 encontra-se um resumo de todas as medidas de macrotextura feitassobre as placas.

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    Tabela 4.6 Resultados de HS medidas sobre as placas

    Modo de

    Compactao

    Dimenses

    (mm)

    HS

    (mm)

    Observaes

    Campo (acostamento)

    8 passadas do rolo compactador

    de chapa, sem vibrao

    590 x 390 x 42 1,45

    Placa retirada do campo no final da

    execuo da camada - mais rugosa que a

    mdia do trecho, devido ao maior

    nmero de pontos de segregao e

    compactao em temperatura mais baixa.

    Campo - pista

    8 passadas do rolo compactador

    de chapa, sem vibrao

    Mdia do dia

    Mnima do dia

    Mxima do dia

    1,12

    0,90

    1,30

    Avaliao feita no dia em que a placa foi

    retirada do acostamento

    590 x 390 x 42 1,56 Fabricao em laboratrioLaboratrio

    Modo LCPC 590 x 390 x 50 1,64Placa para o ensaio de

    deformao permanente

    590 x 390 x 50 1,63Placa para o ensaio de

    deformao permanente

    590 x 390 x 42 1,55 Fabricao em laboratrio

    Laboratrio

    Modo Franco-alemo

    590 x 390 x 42 1,34 Amostra de mistura coletada em campo

    Uma vez prontas e com os respectivos valores de HS conhecidos, as placas foramenviadas ao LCPC em Nantes, mais especificamente ao LTA (Laboratrio de

    Textura e Aderncia Laboratoire Texture et Adhrence), onde se pde, aps a

    extrao de dois corpos-de-prova de cada placa, iniciar o processo de polimento e em

    seguida as avaliaes sem contato da macro e da microtextura.

    Na Tabela 4.7 encontra-se a identificao de cada amostra (corpo-de-prova extrado

    das placas).

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    Tabela 4.7 Identificao das amostras

    N

    Amostra

    Produo da

    mistura asfltica

    Modo de

    Compactao

    Observaes

    05-0088

    05-0089Laboratrio Laboratrio Modo LCPC Corpo-de-prova

    05-0090

    05-0091Usina de asfalto

    Laboratrio Cooperao Franco-Alem

    Cox/LCPCCorpo-de-prova

    05-0092

    05-0093Laboratrio

    Laboratrio Cooperao Franco-Alem

    Cox/LCPCCorpo-de-prova

    05-0094

    05-0095Usina de asfalto Campo Corpo-de-prova

    MA 1 00ia LaboratrioLaboratrio Cooperao Franco-Alem

    Cox/LCPC

    Placa 1

    (ciclo 0)

    MA 1 3000

    00iaLaboratrio

    Laboratrio Cooperao Franco-Alem

    Cox/LCPC

    Placa 1

    (3000 ciclos)

    MA 2 00ia LaboratrioLaboratrio Cooperao Franco-Alem

    Cox/LCPC

    Placa 2

    (ciclo 0)

    MA 2 3000

    00iaLaboratrio

    Laboratrio Cooperao Franco-Alem

    Cox/LCPC

    Placa 2

    (3000 ciclos)

    PA 3 00ia Laboratrio Laboratrio Modo LCPC Placa 3 (ciclos 0)PA 3 3000 00ia Laboratrio Laboratrio Modo LCPC Placa 3 (3000 ciclos)

    PA 4 00ia Laboratrio Laboratrio Modo LCPC Placa 4 (ciclo 0)

    PA 4 3000 00ia Laboratrio Laboratrio Modo LCPC Placa 4 (3000 ciclos)

    Ciclos : nmero de ciclos do ensaio de deformao permanente

    Polimento

    O polimento induzido em laboratrio conta com a ajuda de equipamentos de desgaste

    acelerado da superfcie dos revestimentos asflticos. O principal objetivo deste

    ensaio determinar reduo do coeficiente de atrito aps o polimento, alm do efeito

    deste polimento na textura superficial, avaliando a macro e a microtextura. O mtodo

    para caracterizar a macro e a micro textura sem contato, isto , utilizam-se

    equipamentos munidos de raio laser.

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    As amostras que foram ensaiadas so corpos-de-prova extrados das placas

    produzidas no LCPC de Autun, com 225 mm de dimetro e 40 mm de espessura,

    (Figura 4.73 e 4.74).

    (a) (b)Figura 4.73 Extrao dos corpos-de-prova (a) e detalhe da placa aps o broqueamento (b)

    Figura 4.74 Corpos-de-prova extrados (= 225 mm e espessura = 40 mm)

    O polimento dos corpos-de-prova no LTA feito por um equipamento alemo

    denominado Wehner & Schulze, por meio do qual possvel obter o coeficiente de

    atrito e a distncia de frenagem. O princpio de funcionamento do equipamento

    composto por 3 etapas, envolvendo o polimento e o ensaio de frenagem (Figura

    4.75).

    No incio do ensaio mede-se o coeficiente de atrito da superfcie sem o polimento,

    que corresponde ao estado inicial (estado inicial). Em seguida, simula-se o desgaste da

    superfcie por meio da rotao em ciclos de 3 cones revestidos por uma camada de

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    134

    borracha (Figura 4.76), que com o auxlio de um produto abrasivo (em p) e de gua,

    retira o filme de ligante asfltico da superfcie dos agregados.

    Figura 4.75 Equipamento Wehner& Schulze

    Figura 4.76 Polimento(cones revestidos de borracha)

    O desgaste feito inicialmente por 1.000 ciclos, seguidos de 15.000, 20.000, 90.000

    e 180.000 ciclos. Aps cada grupo de ciclos as trs sapatas Michelin (Figuras 4.77,

    4.78 e 4.79), so postas em rotao e em seguida so freadas no momento em que

    tocam a superfcie. Mede-se, ento, o coeficiente de atrito e calcula-se a distncia de

    frenagem mxima, quando o coeficiente de atrito se mantm constante.

    Figura 4.77 Etapa defrenagem

    Figura 4.78 Sapatas defrenagem

    Figura 4.79 Detalhe dodesgaste das sapatas de frenagem

    Polimento Frena em

  • 7/26/2019 Estudo de Caso Asfalto Capitulo 4

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    135

    O Mtodo LCPC de anlise do efeito do polimento sobre a textura superficial dos

    revestimentos asflticos envolve a avaliao da macrotextura (Mancha de Areia e

    Avaliao ptica Varredura com o raio laser) e da microtextura (Pndulo Britnicoe Avaliao ptica com a Estao Stil Varredura com o raio laser) e segue as

    etapas descritas no seguinte esquema:

    Os resultados do coeficiente de atrito medido sobre os corpos-de-prova extrados das

    placas com o equipamento WS em funo da intensidade do polimento so

    apresentados na Tabela 4.8 e detalhados na Figura 4.80.

    1000 ciclos de polimentoWS

    1000 ciclos de polimento

    WSmax

    1000 ciclos de polimento

    WS

    15000 ciclos de polimento

    WS

    Varredura Laser-Stil

    Pndulo Britnico-BPN

    18000ciclos de polimento

    WS

    90000ciclos de polimento

    WS

    50000ciclos de polimento

    WS

    20000ciclos de polimento

    WS

    Varredura Laser- Stil

    Pndulo Britnico- BPN

    Varredura Laser- Stil

    Pndulo Britnico- BPN

    WSestado inicial

    Varredura Laser

    Mancha de Areia- HS

    Calibrao medida WehnerSchulze

    CP

    = 25

    Varredura Laser- Stil

    Pndulo Britnico- BPN

    Inciodo

    Ensaio

    Fimdo

    Ensaio

    225 mm

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    Tabela 4.8 Coeficiente de atrito em funo do polimento (WS)

    Coeficiente de atrito ( WS)

    Ciclo de

    polimento

    05-0088

    Produo e

    Compactao

    Laboratrio 1

    05-0090

    Produo na usina e

    Compactao

    Laboratrio 2

    05-0092

    Produo e

    Compactao

    Laboratrio 2

    05-0095

    Campo

    0 0,355 0,340 0,340 0,277

    1.000 0,390 0,375 0,361 0,327

    2.000 0,425 0,410 0,417 0,357

    3.000 0,440 0,422 0,428 0,382

    4.000 0,447 0,433 0,436 0,397

    5.000 0,445 0,436 0,438 0,4056.000 0,444 0,438 0,445 0,411

    7.000 - 0,441 0,446 0,411

    8.000 - 0,442 0,443 0,415

    9.000 - 0,441 0,430 0,414

    10.000 0,421 0,406 - 0,412

    20.000 0,429 0,412 0,432 0,400

    50.000 0,407 0,392 0,405 0,368

    90.000 0,387 0,381 0,392 0,346

    180.000 0,362 0,363 0,366 0,3261

    Modo de compactao LCPC2 Modo de compactao Cooperao Franco-Alem Cox/LCPC

    Coeficiente de Atrito - Equipamento WS

    0,25

    0,3

    0,35

    0,4

    0,45

    0 50.000 100.000 150.000 200.000

    Ciclos de Polimento

    CoeficientedeAtrit

    05-0088 05-0090 05-0092 05-0095

    Figura 4.80 Coeficiente de atrito (estado inicial)

  • 7/26/2019 Estudo de Caso Asfalto Capitulo 4

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    A partir da Figura 4.80 possvel verificar a diferena entre as curvas do coeficiente

    de atrito das amostras das placas produzidas em laboratrio e da placa retirada do

    campo.

    De forma geral todas as curvas apresentam o mesmo tipo de comportamento ou

    decrscimo do coeficiente de atrito a partir de um determinado nmero de ciclos.

    Elas atingem o coeficiente de atrito mximo, decorrente do incio da retirada do

    filme de ligante asfltico da superfcie dos agregados, e depois com o polimento

    comeam a descer at o momento em que se tornam praticamente invariveis.

    Observa-se que aps 90.000 ciclos as amostras 05-0088, 05-0090 e 05-0092apresentam-se muito similares e a amostra 05-0095, extrada do campo, apresentou

    um valor de coeficiente de atrito inferior s demais.

    As curvas das amostras das placas compactadas em laboratrio apresentaram, tanto

    para as placas que tiveram a mistura produzida em laboratrio quanto para aquelas

    cuja mistura foi produzida na usina, uma queda brusca aps atingir o coeficiente de

    atrito mximo. Essa queda foi seguida de uma pequena recuperao antes de cair

    novamente, tornanado-se praticamente constante. Essa variao de comportamento

    se explica pelo efeito da extrao do corpo-de-prova e no deve ser considerado na

    anlise dos resultados do coeficiente de atrito.

    Em relao ao modo de compactao, o modo em que o coeficiente de atrito foi mais

    elevado o modo LCPC (compactao para trfego pesado), que aps 4.000 ciclos

    de polimento atingiu 0,447. Entretanto, o valor mnimo foi obtido no corpo-de-prova

    da placa retirada de campo, que apresenta um comportamento mais homogneo (ou

    regular), pois aps ter atingido o coeficiente de atrito mximo desce lentamente at

    se estabilizar, sem se recuperar aps uma queda brusca como nos outros 3 casos das

    amostras fabricadas em laboratrio.

    Para o modo de compactao da Cooperao Franco-Alem Cox/LCPC (trfego

    leve) observam-se diferenas em relao ao tipo de produo (em usina e em

    laboratrio). A amostra da placa com a mistura produzida em usina (0,442)

  • 7/26/2019 Estudo de Caso Asfalto Capitulo 4

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    apresentou um coeficiente de atrito inferior ao da amostra da mistura produzida em

    laboratrio (0,446). A amostra da placa com mistura produzida na usina precisou de

    8.000 ciclos de polimento para atingir o coeficiente mximo, o mesmo que a amostrada placa retirada de campo.

    possvel verificar que antes de 50.000 ciclos de polimento o tipo de fabricao

    (produo e modo de compactao) tem uma grande influncia no coeficiente de

    atrito, pois este corresponde ao perodo de retirada do filme de ligante asfltico da

    superfcie dos agregados.

    Aps 50.000 ciclos so as caractersticas da superfcie dos agregados (microtextura)

    que exerce maior influncia. Neste momento todas as curvas comeam a se

    aproximar e apresentam uma similaridade entre suas trajetrias, embora sempre

    preservem as diferenas entre os valores de coeficiente de atrito de cada amostra.

    Estes resultados confirmam as anlises realizadas em estudos anteriores, como os

    realizados pela Cooperao Franco-Alem Cox/LCPC, mostrando que os resultados

    obtidos em amostras retiradas de campo so sistematicamente menos elevados que os

    obtidos em amostras produzidas em campo.

    As curvas do coeficiente de atrito em funo do polimento mesmo apresentando

    comportamentos (trajetria da curva) similares, possuem valores mximos diferentes

    que se conservam ao longo do tempo. Estes resultados poderiam encontrar uma

    explicao no processo de execuo, espalhamento com a vibroacabadora e

    compactao.

    A mesa vibrante da vibroacabadora tende a acomodar os agregados maiores e alisar o

    mstique na superfcie do revestimento. A compactao com ou sem vibrao do rolo

    liso produz inevitavelmente um achatamento dos agregados na superfcie do

    revestimento, ou seja, colocando uma das faces planas do agregado voltada para a

    superfcie paralela ao plano horizontal do pavimento. Essas condies no podem

  • 7/26/2019 Estudo de Caso Asfalto Capitulo 4

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    139

    ser, com os equipamentos disponveis, reproduzidos de forma semelhante pelos

    mtodos de preparao dos corpos-de-prova em laboratrio.

    Ainda que a acomodao dos agregados na mistura seja diferente da que ocorre em

    campo, os mtodos adotados em laboratrio permitem uma avaliao do

    comportamento das misturas asflticas sob o efeito do polimento pela trajetria da

    curva.

    Para confirmar a concluso exposta no pargrafo anterior e devido proximidade dos

    valores de coeficiente de atrito para todas as amostras decidiu-se analisar a varinciados valores para identificar, com 95% de confiana, se os valores so realmente

    diferentes ou se sob o ponto de vista estatstico fazem parte do mesmo grupo.

    Para visualizar os resultados da anlise estatstica feita com o auxlio do programa

    computacional Minitab Release 14 - Statistical Software foram confeccionados os

    grficos das Figuras 4.81 e 4.82.

    Na figura 4.81 observa-se que o comportamento da varincia distinto para a

    amostra cuja mistura foi produzida na usina e compactada com o modo Cooperao

    Franco-Alem Cox/LCPC (ProdU/comp Lab2), apresentando-se mais homognea,

    ou seja, com menor varincia, o que evidencia a influncia do tipo de produo da

    mistura, j que a mistura asfltica da usina tende a ser mais homognea; observa-se

    que a varincia da curva da amostra Prod/comp Lab2 superior varincia da

    amostra ProdU/comp Lab2, sendo que nica diferena entre as duas amostras o

    modo de usinagem.

    Ao avaliar as amostras produzidas em laboratrio e compactadas com os dois modos

    considerados (Prod/comp Lab1 e Prod/comp Lab2), percebe-se que no h

    praticamente diferenas, nem entre as mdias nem entre as varincias, onde o modo

    de compactao no ocasionou diferenas significativas entre as amostras. Pode-se

    dizer que o mtodo de usinagem em laboratrio tem repetibilidade.

  • 7/26/2019 Estudo de Caso Asfalto Capitulo 4

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    A curva normal da amostra coletada do campo apresenta uma maior varincia,

    demonstrando ser uma mistura mais heterognea, o que foi verificado pela

    observao visual preliminar.

    Embora a curva de distribuio normal de cada amostra apresente particularidades na

    forma, isto , mdia e varincia, todas fazem parte do mesmo campo estatstico,

    como se pertencessem mesma amostra, portanto so estatisticamente iguais. Isto

    pode ser observado pelo estudo doInterval Plot (Figura 4.82).

    Figura 4.81 Histograma distribuio normal do coeficiente de atrito WS

    Esta outra forma de representao das curvas o grficoInterval Plot(Figura 4.82),

    onde so plotados os limites mximos, mnimos e as mdias dos coeficientes deatrito de cada amostra, no mostrando detalhes sobre as varincias como na Figura

    4.81. No grfico de barras Interval Plotpercebe-se uma maior semelhana entre as

    curvas da compactao em laboratrio em relao amostra de campo, que mesmo

    sem inserir-se completamente no campo comum s trs amostras compactadas em

    laboratrio, possui grande parte de seus valores pertencente ao mesmo.

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    141

    Figura 4.82 Grfico dos limites mximos, mnimos e mdia do coeficiente de atrito

    das amostras Interval Plot

    De modo geral, mesmo que a amostra de campo tenha eixo deslocado em relao s

    outras amostras, a anlise comprovou que os valores de coeficiente de atrito no tm

    diferenas significativas, confirmando a concluso anterior.

    Macrotextura (Avaliao ptica)

    Para medir a macrotextura das amostras sem contato foi utilizada uma estao de

    medidas (Figura 4.83) capaz de fazer uma varredura com raio laser. A amostra foi

    deslocada na estao de medidas com o auxlio de uma mesa mvel, sob uma fonte

    de laser fixa que mede a altura vertical (z) da superfcie com uma translao no plano

    horizontal x e y. Sobre cada corpo-de-prova o raio laser realizou uma varredura de

    uma rea de 512 x 512 pontos a cada 200 m, em x e em y no plano horizontal,

    correspondendo a uma rea de 10,2 x 10,2 cm2, centralizado no corpo-de-prova.

  • 7/26/2019 Estudo de Caso Asfalto Capitulo 4

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    Figura 4.83 Equipamento de medida da macrotextura sem contato raio laser

    Depois de terminada a varredura com o laser sobre a rea determinada, os pontos que

    apresentaram valores discrepantes so interpolados com os pontos adjacentes vlidos

    e, em seguida, so analisados com o auxlio de programas computacionais que

    fornecem imagens em 2D e 3D, alm da concentrao dos picos (agregados

    salientes), vales (pontos mais baixos) e todos os parmetros sobre o estado da

    superfcie:

    Parmetros estatsticos;

    Parmetros de amplitude; Parmetros de modelo;

    Parmetros resultantes da courbe de portance (ou Courbe dAbbot-firestone)

    e;

    Parmetros de ngulo.

    Nesta anlise ptica foram escolhidos os parmetros (Sq e Ssk) que so mais

    facilmente correlacionados com HS e com o modo de compactao. O parmetro deamplitude Sq caracteriza a amplitude de variao da macrotextura e igual ao desvio

    padro da altitude em relao ao plano mdio da superfcie. O parmetro de simetria

    da distribuio Ssk caracteriza a simetria da distribuio dos desvios de altitude em

    relao ao plano mdio da superfcie, ou seja, a incidncia de picos ou de vales. Se

    Ssk zero, a superfcie analisada tem o mesmo nmero de picos e de vale. Ssk

    positivo corresponde uma distribuio onde h uma predominncia de picos

    (textura positiva). Entretanto, quando Ssk negativo, a textura dita negativa e h

    mais vales que picos. O parmetro Ssk est ligado orientao dos agregados na

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    143

    superfcie das amostras, que depende do modo de compactao, com a presena de

    arestas (Ssk>0) ou de faces (Ssk

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    Tabela 4.9 Resultados de HS, Sq e Ssk para cada amostra

    N

    amostra

    Produo da

    misturaasfltica

    Modo de

    Compactao Observaes

    HS

    (mm)

    Sq

    (mm) Ssk

    05-0088

    05-0089Laboratrio

    Laboratrio

    Modo LCPC*CP 1,56

    1,08

    1,16

    -1,74

    -1,78

    05-0090

    05-0091Usina de asfalto

    Laboratrio

    Cooperao Franco-Alem

    Cox/LCPC

    *CP 1,341,03

    1,05

    -1,77

    -1,61

    05-0092

    05-0093

    Laboratrio

    Laboratrio

    Cooperao Franco-Alem

    Cox/LCPC

    *CP 1,551,10

    1,17

    -1,58

    -1,74

    05-0094

    05-0095Usina de asfalto Campo *CP 1,45

    1,22

    1,06

    -1,67

    -1,96

    MA 1

    Ciclo 0Laboratrio

    Laboratrio

    Cooperao Franco-Alem

    Cox/LCPC

    Placa 1

    (ciclo 0)1,63 1,09 -1,48

    MA 1

    3000 ciclosLaboratrio

    Laboratrio

    Cooperao Franco-Alem

    Cox/LCPC

    Placa 1

    (3000 ciclos)1,02 0,941 -1,71

    MA 2

    Ciclo 0Laboratrio

    Laboratrio

    Cooperao Franco-Alem

    Cox/LCPC

    Placa 2

    (ciclo 0)1,63 1,15 -1,40

    MA 2

    3000 ciclosLaboratrio

    Laboratrio

    Cooperao Franco-Alem

    Cox/LCPC

    Placa 2

    (3000 ciclos)1,02 0,896 -1,64

    PA 3

    Ciclo 0

    LaboratrioLaboratrio

    Modo LCPC

    Placa 3

    (ciclos 0)1,64 1,10 -1,49

    PA 3

    3000 ciclosLaboratrio

    Laboratrio

    Modo LCPC

    Placa 3

    (3000 ciclos)1,05 0,931 -1,63

    PA 4

    Ciclo 0Laboratrio

    Laboratrio

    Modo LCPC

    Placa 4

    (ciclo 0)1,64 1,05 -1,29

    PA 4

    3000 ciclosLaboratrio

    Laboratrio

    Modo LCPC

    Placa 4

    (3000 ciclos)0,94 0,854 -1,33

    Ciclos : numero de ciclos do ensaio de deformao permanente* CP: corpo-de-prova

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    A Figura 4.84 mostra as imagens em 3D fornecidas pelo programa computacional e

    geradas a partir da anlise dos parmetros obtidos durante as medidas da

    macrotextura das amostras.

    C05-0088 C05-0089

    C05-0090 C05-0091

    C05-0092 C05-0093

    C05-0094 C05-0095

    Figura 4.84 Imagens em 3D das amostras extradas das placas de BBTM 0/6

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    A partir do grfico da Figura 4.85 possvel verificar a correlao entre HS e o

    parmetro Sq de todas as superfcies analisadas (placas e corpos-de-prova), que

    apresentou uma disperso considervel, provavelmente devido a um dos valores deSq da placa de campo que, como citado anteriormente, possui textura heterognea.

    Correlao HS e Sq

    y = 0,3521x + 0,5628

    R2= 0,7286

    0,00

    0,20

    0,40

    0,60

    0,80

    1,00

    1,20

    1,40

    0,50 1,00 1,50 2,00

    HS (mm)

    Sq(mm)

    Figura 4.85 Relao entre HS e Sq

    Para visualizar os desvios entre as texturas obtidas em laboratrio e em campo foram

    plotados os valores de Sq e Ssk nos grficos da Figura 4.86. Um desvio no eixo Sq

    corresponde uma diferena na taxa de compactao e um desvio no eixo Ssk

    corresponde uma diferena de orientao dos agregados, caracterstica que no

    variou, como mostrado na Tabela 4.9, pois todas as amostras apresentaram uma

    textura negativa com uma predominncia de vales.

  • 7/26/2019 Estudo de Caso Asfalto Capitulo 4

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    Sq e Ssk

    -2,20

    -2,10

    -2,00

    -1,90

    -1,80

    -1,70

    -1,60

    -1,50

    -1,40

    0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40

    Sq (mm)

    Ssk

    05-0088 Produo Lab - Modo LCPC 05-0089 Produo Lab-Modo LCPC05-0090 Produo Usina de alflto - Modo Cooperao F-A 05-0091 Produo Usina de Asfalto - Modo Cooperao F-A05-0092 Produo Lab-Modo Cooperao F-A 05-0093 Produo Lab-Modo Cooperao F-A05-0094 Campo 05-0095 Campo

    Figura 4.86 Relao entre Sq e Ssk

    A zona na qual so encontrados valores de Sq e Ssk das amostras laboratrio

    prxima da zona onde se encontram os valores das amostras de campo. A disperso

    das amostras campo superior s disperses entre os dois modos de compactao

    em laboratrio. Desta forma, verifica-se uma certa heterogeneidade da textura

    superficial da placa retirada do acostamento da auto-estrada A6.

    A disperso das amostras campo pode ser explicada por terem sido extradas de

    uma placa que foi executada no acostamento, em uma regio limite, ou seja, no finalda aplicao do revestimento, seo que cortada transversalmente ao eixo da

    rodovia antes da continuao dos trabalhos no dia seguinte. Portanto, o efeito da

    compactao no foi o mesmo das sees anteriores, caso a placa tivesse sido

    extrada alguns metros anteriores borda a ocorrncia de uma textura varivel

    poderia ser menor. A avaliao por meio de ensaios de laboratrio vlida, levando-

    se em considerao os desvios das amostras em campo. Portanto, a macrotextura

    campo reproduzida em laboratrio satisfatoriamente.

  • 7/26/2019 Estudo de Caso Asfalto Capitulo 4

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    148

    Para avaliar o efeito do trfego sobre a textura da superfcie das placas submetidas ao

    ensaio de deformao permanente, alm de HS, foram medidos Sq e Ssk antes e

    depois do ensaio.

    Antes do ensaio os valores de HS so muito similares que depois do ensaio, devido

    provavelmente forma de medida (mancha de areia retangular) ao contrrio de Sq,

    que apresentou valores mais dispersos tanto antes quanto depois do ensaio,

    mostrando a sensibilidade da anlise feita com o raio laser em detrimento avaliao

    com o Mtodo da Mancha de Areia (Figura 4.87). A disperso dos resultados de HS

    das placas aps o ensaio se explica pela dificuldade de realizar o ensaio sobre umasuperfcie deformada (curvada).

    HS e Sq - Placas - Deformao Permanente

    0,80

    0,85

    0,90

    0,95

    1,00

    1,05

    1,10

    1,15

    1,20

    0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70

    HS (mm)

    Sq(m

    m)

    MA 1 - 00ia MA 1 - 3000 00ia MA 2 - 00ia MA 2 - 3000 00ia

    PA 3 - 00ia PA 3 - 3000 00ia PA 4 - 00ia PA 4 - 3000 00ia

    Figura 4.87 Relao entre HS e Sq das placas antes e depois do ensaio de

    deformao permanente

    As texturas das placas so, tanto para o modo de compactao Cooperao Franco-

    Alem quanto para o modo LCPC, originalmente (antes do ensaio) negativas

    (Ssk

  • 7/26/2019 Estudo de Caso Asfalto Capitulo 4

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    149

    diferenas significativas entre os dois modos de compactao das placas em

    laboratrio (Figura 4.90).

    MA1 Ciclo 0 MA2 Ciclo 0

    MA1 3000 ciclos MA2 3000 ciclos

    Figura 4.88 Imagens em 3D das placas de deformao permanente modo decompactao Cooperao Franco-Alem Cox/LCPC

    PA3 Ciclo 0 PA4 Ciclo 0

    PA3 3000 ciclos PA4 3000 ciclos

    Figura 4.89 Imagens em 3D das placas de deformao permanente modo de

    compactao LCPC

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    Sq e Ssk - Placas - Ensaio de Deformao Permanente

    -2,50

    -2,00

    -1,50

    -1,00

    -0,50

    0,00

    0,80 0,85 0,90 0,95 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20

    Sq (mm)

    Ssk

    MA 1 - 00ia MA 1 - 3000 00ia MA 2 - 00ia MA 2 - 3000 00ia

    PA 3 - 00ia PA 3 - 3000 00ia PA 4 - 00ia PA 4 - 3000 00ia

    Figura 4.90 Relao entre Sq e Ssk das placas submetidas ao ensaio de

    deformao permanente

    Os valores de Ssk apresentaram uma reduo de 11% o ensaio no Simulador de

    Trfego, mantendo-se negativo, mas indicando uma reorientao dos agregados pela

    ao conjunta da temperatura (60C) e da passagem dos pneus. A reduo dos

    valores de Sq foi um pouco mais significativa que a reduo do Ssk, resultando em

    17%, isto se deve ao efeito de ps-compactao das placas.

    A simulao em condies severas (60C) por meio do ensaio de deformao

    permanente, confirma os bom desempenho do BBTM em campo, verificado

    variao, em nveis aceitveis, da macrorugosidade sob trfego pesado.

    Com o intuito de avaliar a influncia do modo de compactao nos parmetros Ssk,

    HS e Sq no ensaio de deformao permanente, foi feita uma anlise estatstica com

    nvel de significncia de 5% (intervalo de confiana de 95%) da varincia desses

    parmetros.

    Antes do ensaio Aps o ensaio

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    A anlise do parmetro Ssk mostrou que este parmetro sofre maior influncia da

    simulao do trfego quando as amostras so compactadas com o modo Cooperao

    Franco-Alem, com a reduo de Ssk igual a 17%, mesmo sendo considerado ummodo de compactao para trfego leve. Para o modo LCPC (compactao para

    trfego pesado) a reduo foi bem inferior ao modo Cooperao Franco-Alem,

    apres