estudo de caso 8

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ESTUDO DE CASO PARA ESTUDANTES DE ENFERMAGEM

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IDENTIFICAO: Josineide S. V., feminina, 29 anos, branca, auxiliar de enfermagem, natural e procedente de Porto Alegre. QUEIXA PRINCIPAL: diarria e emagrecimento. HISTRIA DA DOENA ATUAL: Paciente interna no HSL-PUCRS referindo que h 60 dias iniciou com diarria, descrita como evacuaes aquosas de pequeno volume, com vrios episdios diurnos e noturnos. Relata episdios de urgncia e tambm eliminao de material muco-sanguinolento. Acompanhando o quadro apresentou alguns episdios febris de at 38 C. Refere emagrecimento de 6 Kg nos ltimos 60 dias. Foi encaminhada a este hospital aps ter sido avaliada em posto de atendimento primrio, onde entre outros exames realizados, sem seu conhecimento, foi realizada uma pesquisa do HIV que foi positiva. REVISO DOS SISTEMAS Geral: emagrecimento e sensao de fadiga. Cardiovascular: nega dispnia ou dor torcica. Respiratrio: nega tosse ou expectorao. Gastrointestinal: refere pirose nos ltimos 20 dias: diurna e noturna com alguns episdios de odinofagia. Geniturinrio: nega sintomas urinrios. Refere atraso menstrual ( 3 meses) e traz consigo teste de gravidez positivo. Nulpara. Endocrino: nega intolerncia ao frio ou ao calor, tremores, agitao, sudorese, polidipsia, poliria, polifagia. Demais sistemas: sem queixas. HISTRIA MDICA PREGRESSA Doenas da infncia: somente lembra catapora. Imunizaes: no sabe informar. Cirurgias: nenhuma. Traumatismo: nenhum. Hospitalizaes prvias: nenhuma. Medicaes em uso: loperamida eventualmente. Hbitos alimentares: trs refeies por dia (caf, almoo e janta). Sem intolerncias alimentares. Sono normal, interferido por evacuaes noturnas. Nega alergias. HISTRIA FAMILIAR: Pais vivos e sadios. Irm mais velha sadia. HISTRIA PSICOSSOCIAL: Internao na FEBEM na sua adolescncia por envolvimento com txicos e pequenos furtos. Refere ter tido vrios namorados nesta instituio. Relaes sexuais desde os 16 anos de idade, sem proteo de barreira, com pessoas de grupo de risco para o HIV. Vive nos ltimos 10 anos com ex-drogadito. No sabe o status HIV de seu companheiro. No momento ele gerente de uma microempresa e diz que os dois se regeneraram e nunca mais usaram qualquer tipo de txico graas sua igreja. Exerce suas atividades profissionais em um hospital desta capital (internao cirrgica). Refere que no gostaria que seus pais soubessem de seu diagnstico (HIV). Diz que no quer se tratar da doena porque ela j est muito adiantada, vai sofrer demais e sabe que ela no tem cura. EXAME FSICO Alerta, lcida, orientada e coerente. Mucosas midas, pouco descoradas e anictricas. Sinais de emagrecimento, mas em bom estado geral. Temperatura=37,5C, pulso=95bpm, respirao=19mpm, peso=45Kg, altura=1,68m, TA=100/80mmHg. Pele e anexos: sp. Cabea: sp. Ouvidos e nariz: sp. Gnglios linfticos: micropoliadenopatia cervical bilateral com gnglios macios e mveis. Olhos: viso normal. Pupilas isocricas e isoreagentes. Fundo de olho normal. Boca e faringe: placas brancas circundadas por halo hiperemiado na orofaringe. Dentes em mal estado de conservao. Pescoo: sp Ausculta pulmonar: pulmes claros ausculta. Percusso torcica normal. Ausncia de rudos adventcios. Ausculta cardaca: ritmo regular, dois tempos, sem sopros. Abdmen: dor palpao superficial e profunda difusamente. Ausncia de dor a descompresso sbita. Fgado e bao impalpveis. Rudos hidroareos aumentados. Msculo-esqueltico: normal Neurolgico: pares cranianos, funo motora e reflexos profundos sp. EXAMES COMPLEMENTARES Hematcrito=30 %, Hemoglobina=10g%, Creatinina=0,8mg%, Glicose=85mg%, Na=130mEq%, K=3mEq%, CO2=20mEq%. Exame parasitolgico de fezes (6 amostras): negativo. Coprocultura: ausncia de bactrias patognicas. Colonoscopia: lceras difusas ao longo do clon com caractersticas sugestivas de colite por citomegalovrus. Bipsias confirmaram esta impresso. Endoscopia digestiva alta: esfago recoberto por membranas esbranquiadas com halo hiperemiado sugestivo de esofagite por Candida. Estmago e duodeno: normais. Teste de gravidez (HCG): > 50000. Ecografia abdominal: gravidez compatvel com 12 semanas. Ausncia de outros achados significativos. EVOLUO A paciente alguns meses aps apresenta febre, tosse produtiva com expectorao hemtica e purulenta. Procura a Sala de Emergncia de um hospital. O plantonista alegando que a sala de observao esta lotada recusa-se a admitir a paciente para realizao de exames e recomendar que ela se dirija para outro hospital da rede, j por ele contatado e com disponibilidade de oferecer atendimento. O companheiro ser recusa em remover a paciente para outro hospital e ameaa chamar jornais e televiso para denunciar que ela no est sendo corretamente atendida porque ela tem AIDS. Diante da ameaa o mdico cria uma vaga para a paciente a passando na frente de outros pacientes que aguardavam internao para fins de observao. OBJETIVOS Pequenos grupos devero discutir as seguintes questes, tentando elaborar uma justificativa moral para suas respostas. Redigir estas respostas para posterior leitura em pblico frente ao grande grupo. 1. adequada a forma de identificao da paciente no caso clnico em discusso? 2. Foi correta a iniciativa da equipe de sade de colocar o teste do HIV dentro da mesma coleta de sangue para outros exames sem conhecimento do paciente? 3. Qual a obrigao da equipe mdica com relao ao companheiro da paciente? E a seus pais? 4. Esta paciente dever ter um tratamento diferenciado no momento do parto em relao s demais gestantes no que diz respeito a isolamento de outras parturientes, ambiente especial no Centro Obsttrico e na enfermaria? 5. adequado identificar a capa de seu pronturio com adesivo contento o aviso paciente HIV + durante sua hospitalizao ? 6. Deve o hospital em que a paciente trabalha ser informado de sua situao clnica? A equipe mdica estaria correta em tentar persuadir a paciente a seguir o tratamento indicado para sua situao clnica? Em relao evoluo do caso. 7. O mdico ser portou de maneira eticamente correta nesta situao? 8. Como voc colocaria este problema numa perspectiva tica? REFERNCIA BIBLIOGRFICA 1. http://www.bioetica.ufrgs.br 2. Livro: Iniciao Biotica - Conselho Federal de Medicina) 3. Biotica Vol. 1 n 1, 1993 4. Texto: AIDS e Biotica.